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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DO VÍRUS INFLUENZA A (H1N1)pdm09 E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CASOS SUSPEITOS DE INFLUENZA PANDÊMICA, NO ESTADO DE PERNAMBUCO, NO PERÍODO DE MAIO DE 2009 A MAIO DE 2010 MARIA JOSÉ COUTO OLIVEIRA RECIFE, PE 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL

CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DO VÍRUS INFLUENZA A

(H1N1)pdm09 E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CASOS SUSPEITOS DE INFLUENZA PANDÊMICA, NO ESTADO DE

PERNAMBUCO, NO PERÍODO DE MAIO DE 2009 A MAIO DE 2010

MARIA JOSÉ COUTO OLIVEIRA

RECIFE, PE

2012

MARIA JOSÉ COUTO OLIVEIRA

CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DO VÍRUS INFLUENZA A(H1N1)pdm09 E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CASOS

SUSPEITOS DE INFLUENZA PANDÊMICA, NO ESTADO DE PERNAMBUCO, NO PERÍODO DE MAIO DE 2009 A MAIO DE 2010.

ORIENTADORA: PROFª. DRA. VERA MAGALHÃES DA SILVEIRA

CO-ORIENTADOR: DR. FERNANDO COUTO MOTTA

RECIFE, PE

2012

Tese apresentada a Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Doutor em Medicina Tropical

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL REITOR

Anísio Brasileiro de Freitas Dourado

PRÓ-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

Francisco de Sousa Ramos

DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

José Tadeu Pinheiro

COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

EM MEDICINA TROPICAL

Maria Rosângela Cunha Duarte Coelho

VICE-COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

EM MEDICINA TROPICAL

Valdênia Maria Oliveira de Souza

CORPO DOCENTE

Ana Lúcia Coutinho Domingues

Célia Maria Machado Barbosa de Castro

Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto

Fábio André dos Santos Brayner

Heloísa Ramos Lacerda de Melo

Maria Amélia Vieira Maciel

Maria de Fátima Pessoa Militão de Albuquerque

Maria do Amparo Andrade

Maria Rosângela Cunha Duarte Coelho

Marli Tenório Cordeiro

Ricardo Arraes de Alencar Ximenes

Valdênia Maria Oliveira de Souza

Vera Magalhães da Silveira

Vláudia Maria Assis Costa

DEDICATÓRIA

À minha querida e inesquecível

Mãe, Irene (In memorian).

Ao meu querido esposo, Marcelo pelo

companheirismo, renuncia, incentivo, compreensão e parceria.

Aos meus queridos filhos Flávio, Danielle,

Karina, Daniel e Mauro.

Às minhas netas Carolina e Mariana

que vieram para dar mais graça à minha vida.

AGRADECIMENTOS

Primeiro a Deus por me dar saúde e força para que eu pudesse concluir o

curso.

Aos meus familiares pelo constante apoio, especialmente ao meu esposo e

filhos por entenderem minhas constantes ausências.

A minha prezada orientadora Dra. Vera Magalhães da Silveira, pela

confiança, profissionalismo, paciência e incentivo nas horas de desânimo.

À Dra. Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e do

Sarampo da Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro, grande pesquisadora e

amiga de longas datas que abriu as portas do Laboratório e disponibilizou seu corpo

técnico para realizarmos todos os ensaios. Sem a sua ajuda, não teria sido possível

a realização desse estudo.

Ao meu co-orientador Dr. Fernando Motta pela paciência e preciosas

orientações.

A amiga Marli Tenório pela indescritível ajuda e apoio na finalização do

estudo.

Aos colegas do Instituto Evandro Chagas, Dr Wyller Mello e Mirleide Santos

que me estimularam a realizar o projeto.

Aos colegas da Fiocruz, que estiveram ao meu lado na realização dos testes,

nas diversas vezes que estive no Rio de Janeiro, especialmente Ângela Pinhão,

Daniela Machado, Daniel Cohen, Maria de Lourdes Oliveira, Milena Mesquita, Paolla

Andrade, Priscilla Born, Sharon Carney e Thiago Moreno. Aos demais colegas que

não trabalharam na bancada, mas me acolheram como uma pessoa da casa.

A todos os colegas do Setor de Virologia do LACEN–PE, principalmente a

Ana Sinício e Risalva Travassos, pela compreensão nos momentos que precisei me

ausentar e que elas com muita eficiência executaram as atividades que eram de

minha responsabilidade e a Lílian Barros Lima responsável pelo diagnóstico de

influenza.

Aos colegas do Laboratório Municipal do Recife, principalmente os que

ajustaram seus períodos de férias, dando prioridade às minhas necessidades.

Aos colegas da Epidemiologia da Secretaria Estadual de Saúde que sempre

me atenderam quando precisei de informações, especialmente Lucilene Rafael

Aguiar, Ana Lúcia de Souza, Alice Rodovalho e Ana Antunes.

Aos meus superiores do LACEN-PE e do Laboratório Municipal do Recife por

terem compreendido a necessidade de me ausentar para a execução da parte de

bancada desse trabalho.

A todos os professores e membros do Programa de Pós-Graduação em

Medicina Tropical, especialmente a Walter pelas orientações ao longo do curso.

É graça divina começar bem.

Graça maior persistir na caminhada certa.

Mas graça das graças é não desistir nunca.

Dom Helder Câmara

RESUMO

OLIVEIRA, Maria José Couto, Caracterização genética do vírus influenza

A(H1N1)pdm09 e diagnóstico diferencial de casos suspeitos de influenza

pandêmica, no estado de Pernambuco, no período de maio de 2009 a maio de

2010. 158 folhas. (Tese de doutorado). Universidade Federal de Pernambuco -

Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Medicina Tropical. Recife –

Pernambuco.

Durante a pandemia (2009-2010) com o vírus influenza A(H1N1)pdm09 foi

recomendado o tratamento com o oseltamivir ou zanamivir. Com o aumento da

detecção de vírus de Influenza A (H1N1) sazonal resistente ao oseltamivir houve a

preocupação de que o mesmo ocorresse com o novo vírus pandêmico. Nesta

pandemia, muitos pacientes com suspeita de infecção pelo vírus A(H1N1)pdm09

tiveram o teste negativo para influenza A, ficando sem uma definição do agente

etiológico. Testes moleculares podem detectar a presença de mutações

relacionadas à resistência ao oseltamivir, à virulência e antigenicidade do vírus,

assim como podem definir o diagnóstico etiológico por vírus respiratórios. Para

esclarecer essas questões dois estudos foram realizados. O primeiro foi a

“Caracterização genética dos vírus influenza A (H1N1)pdm09 detectados no Estado

de Pernambuco, Brasil, no período de maio de 2009 a maio de 2010”, com o objetivo

de verificar a resistência desse vírus ao oseltamivir e também avaliar a diversidade

genética dos vírus circulantes. Foram analisadas 118 amostras do vírus

A(H1N1)pdm09 através de pirosequenciamento, precedida da transcrição reversa e

reação em cadeia da polimerase em tempo real (rRT-PCR) para amplificação do

H1N1pdm-N1 fragmento C e posterior detecção da mutação H274Y, utilizando o

equipamento PyroMark Q-96 ID no modo SNP (single nucleotide polymorphism).

Foram sequenciados os genes da hemaglutinina de 31 amostras, pela técnica de

Sanger, de acordo com o Protocolo do CDC para Influenza. Foi utilizado o kit “Big

Dye® terminator Cycle Sequencing” (Applied Biosystem) e o produto submetido ao

método de precipitação X-terminator. A mutação H274Y não foi observada,

indicativo de que os vírus sequenciados eram sensíveis ao oseltamivir. As 31

amostras sequenciadas mostraram-se intimamente relacionadas com a cepa de

referência A/California/7/2009(H1N1), entretanto, foram detectados 14 tipos de

mutações, porém sem implicação no aumento da virulência. O segundo estudo

realizado: ”Aspectos epidemiológicos e virológicos da infecção por Influenza

A(H1N1)pdm09 e frequência de outros vírus respiratórios no Estado de

Pernambuco, Brasil: 2009 – 2010” teve como objetivo analisar a pandemia de

influenza no estado e identificar os vírus respiratórios responsáveis pelo quadro

clínico que levou à hipótese diagnóstica da influenza pandêmica. Foram analisados

espécimes de 705 casos para detecção do vírus da influenza A, utilizando-se a PCR

em tempo real, sistema TaqMan, de acordo com o Centers for Disease Control and

Prevention / Atlanta, das quais, 26,3% (186/705) foram positivas para o vírus

A(H1N1)pdm09 e 2,3% (16/705) positivas para influenza A sazonal. Para detecção

de outros vírus respiratórios foram analisadas 146 amostras negativas para o vírus A

(H1N1)pdm09 por RT-PCR multiplex, com o kit “FTD Respiratory21 PLUS”. Entre as

amostras negativas para o vírus A(H1N1)pdm09, 36,5% (53/146) foram positivas

para outros vírus respiratórios, com três casos de infecção viral múltipla. Foram

detectados: rhinovírus (41%), coronavírus 43 (14,3%), metapneumovírus humano

(14,3%), bocavírus (7,1%), vírus respiratório sincicial (5,3%), influenza B (3,6%),

parainfluenza 2 (3,6%), parainfluenza 3 (3,6%), adenovírus (1,8%), coronavírus HKU

(1,8%), enterovírus (1,8%) e parainfluenza 1 (1,8%). Estes resultados mostram a

circulação, além da Influenza A(H1N1)pdm09, de outros vírus respiratórios no

estado em 2009-2010; evidenciam a necessidade da análise laboratorial dos casos

suspeitos de influenza e a importância do monitoramento laboratorial das infecções

respiratórias, uma vez que o diagnóstico etiológico baseado apenas em critérios

clínicos nem sempre é acurado.

Palavras chave: Influenza; vírus influenza A(H1N1)pdm09; hemaglutinina;

oseltamivir; vírus respiratórios; infecção respiratória aguda; rhinovírus.

ABSTRACT

OLIVEIRA, Maria José Couto. Genetic characterization of Influenza A

(H1N1)pdm09 virus and diferential diagnostic of suspected pandemic influenza cases

in the State of Pernambuco, during the period of May 2009 to May 2010. Thesis

(Doctor of Tropical Medicine) - Universidade Federal de Pernambuco, Centro de

Ciências da Saúde, Departamento de Medicina Tropical. Recife, Pernambuco, 2012.

During the pandemic period (2009-2010) with Influenza A(H1N1)pdm09 virus it was

recommended the treatment using oseltamivir or zanamivir. With the increasing

detection of Influenza A (H1N1) virus seasonal resistant to oseltamivir there was the

preoccupation that the same could occur with the new pandemic virus. In this

pandemic, many patients suspected of Influenza A(H1N1)pdm09 virus infection had

a negative test result to influenza A, thus without a definition of the etiologic agent.

Molecular tests can detect the presence of mutations related to resistance to

oseltamivir, virulence and virus antigenicity, as well as they can define the etiologic

diagnose caused by respiratory virus. In order to clarify these questions two studies

were carried out. The first one was the “Genetic characterization of Influenza A

(H1N1)pdm09 viruses in Pernambuco State, Brazil, during the period of May 2009 to

May 2010”, with the objective of investigate the virus resistance to oseltamivir and

also to evaluate the genetic diversity of circulating viruses. It was tested 118 samples

of influenza A(H1N1)pdm09 virus by pyrosequencing, after the reverse transcription

and real time polymerase chain reaction (rRT-PCR), for H1N1pdm-N1 fragment C

amplification and detection of mutation H274Y using the PyroMark Q-96 ID in the

single nucleotide polymorphism (SNP) mode. It was sequenced the hemaglutinine

genes from 31 samples, through Sanger technique, according to CDC Influenza

Protocol. It was employed the kit Big Dye® terminator Cycle Sequencing” (Applied

Biosystem) and the product submitted to precipitation X-terminator method. It was

not observed the mutation H274Y, indicating that the sequenced virus were sensitive

to oseltamivir. The 31 samples sequenced reveled to be closed related to the

reference strain A/California/7/2009(H1N1), nevertheless, 14 types of mutation were

detected, but without implication in virulence increasing. The second study performed

was “Epidemiological and virological aspects of Influenza A(H1N1)pdm09 and

frequency other respiratory viruses in Pernambuco State, Brazil: 2009-2010” with the

objective of studying the influenza pandemic in the state and identify the respiratory

viruses responsible by the clinical symptoms that brought to the diagnose

hypotheses of pandemic influenza. It was tested 705 samples for influenza virus

detection by real time PCR (CDC protocol), from which 2.3% (16/705) were positive

for influenza A seasonal and 26.3% (186/705) were reactive for Influenza

A(H1N1)pdm09 virus. For presence of other respiratory viruses, 146 negative

samples for Influenza A(H1N1)pdm09 virus were tested by multiplex RT-PCR, using

the kit FTD Respiratory21 PLUS. Among the negative samples for Influenza

A(H1N1)pdm09 virus, 36.5% (53/146) were reactive for other respiratory viruses, and

three viral multiple-infection cases were found. It was detected: Rhinovirus (41.0%),

Coronavirus 43 (14.3%), human Metapneumovirus (14.3%), Bocavirus (7.1%),

Respiratory Syncytial Virus (5.3%), Influenza B (3.6%), Parainfluenza 2 (3.6%),

Parainfluenza 3 (3.6%), Adenovirus (1.8%), Coronavirus HKU (1.8%), Enterovirus

(1.8%) and Parainfluenza 1 (1.8%). These results show that besides Influenza

A(H1N1)pdm09 virus, other respiratory viruses were also circulating in Pernambuco

during 2009-2010; also show the necessity of laboratorial diagnoses and the

importance of monitoring the respiratory infections; taking in account that the

etiologic diagnose relying exclusively on clinical bases is not always accurate.

Key words: Influenza, virus influenza A(H1N1)pdm09; hemagglutinin; oseltamivir,

respiratory viruses, acute respiratory infection; rhinovirus.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Representação esquemática da partícula viral................................. 21

Figura 2 – Principais mecanismos evolutivos do vírus influenza ...................... 23

Figura 3 – Linha do tempo mostrando as pandemias provocadas pelo vírus

influenza A .........................................................................................................

28

Figura 4 – Fases de uma pandemia de influenza.............................................. 28

Figura 5 – Genótipos do vírus influenza A(H1N1) de linhagem suína america-

na e Influenza A(H1N1)pdm09 em casos recentes nos Estados Unidos...........

33

Figura 6 – Prevalência dos vírus influenza A (H1N1) sazonal resistentes ao

oseltamivir em julho de 2008..............................................................................

45

Figura 7– Fluxograma das etapas e técnicas utilizadas na realização do

estudo.................................................................................................................

64

ARTIGO 1

Figura 1– Árvore filogenética das sequências de HA dos vírus influenza A

(H1N1)pdm09 detectados em Pernambuco.....................................................

88

ARTIGO 2

Figura 1 – Distribuição dos casos de IRA e de infecção pelo vírus influenza

A(H1N1)pdm09 de acordo com as semanas epidemiológicas.........................

105

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Proteínas do vírus Influenza A e respectivas funções.................... 22

ARTIGO 1

Tabela 1 – Mutações de aminoácidos no gene HA observados em pacientes

ambulatoriais e hospitalizados.......................................................................... 87

ARTIGO 2

Tabela 1 – Características clínico-epidemiológicas da população do estudo.. 103

Tabela 2 – Casos fatais por Influenza A(H1N1)pdm09 no Estado de

Pernambuco......................................................................................................

104

Tabela 3 – Frequência de outros patógenos virais entre os casos de IRA no

estado de Pernambuco.....................................................................................

104

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AdV Adenovírus

CDC Centers for Disease Control and Prevention

CT Ciclo no qual a fluorescência emitida atravessa o ponto de corte do teste de PCR em tempo real.

dNTP Desoxirribonucleotídeo trifosfato

EIA Ensaio imunoenzimático

EV Enterovírus

FLUA Influenza A

FLUB Influenza B

HA Hemaglutinina

HBoV Bocavírus humano

HCoV Coronavírus humano

HMPV Metapneumovírus humano

IEC Instituto Evandro Chagas

ILI Síndrome gripal

IOC Instituto Oswaldo Cruz

IRA Infecção respiratória aguda

LACEN Laboratório Central de Saúde Pública

LVRS Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo

M Proteína Matriz

MS Ministério da Saúde

NA Neuraminidase

NEP Proteína de exportação nuclear

NS Proteína não estrutural

OMS Organização Mundial de Saúde

One-Step- RT-PCR Transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase em uma única etapa.

PA Polimerase ácida

PB Polimerase básica

pb Pares de base

PCR Reação em cadeia da polimerase

Pdm Pandêmico

PeV Parechovírus

PIV Vírus parainfluenza

RIDTs Testes rápidos para o diagnóstico de influenza

RNA Ácido ribonucléico

RNP Ribonucleoproteína

rRT-PCR RT-PCR em tempo real

RT Transcrição reversa

RV Rhinovírus

SG Síndrome gripal

SRAG Síndrome respiratória aguda grave

SVO Serviço de verificação de óbitos

RSV Vírus respiratório sincicial

SUMÁRIO

RESUMO ABSTRACT 1 APRESENTAÇÃO............................................................................... 17

2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................... 19 2.1 Vírus Influenza.................................................................................... 19 2.2 Caracterização genética do vírus influenza A (H1N1)pdm09 ............ 38

2.3 Outras viroses respiratórias ................................................................ 47 3 OBJETIVOS......................................................................................... 61 3.1 Geral.................................................................................................... 61 3.2 Específicos.......................................................................................... 61 4 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................... 61

4.1 Desenho do estudo.............................................................................. 61 4.2 Local do estudo.................................................................................... 62 4.3 População do estudo............................................................................ 62 4.4 Variáveis............................................................................................... 62

4.4.1 Variáveis dependentes...................................................................... 62

4.4.2 Variáveis independentes................................................................. 62

4.5 Operacionalização da pesquisa.......................................................... 63 4.5.1 Detecção do vírus influenza A(H1N1)pdm09................................... 66 4.5.2 Sequenciamento do gene HA.......................................................... 67

4.5.3 Pirosequenciamento para detecção da mutação H274Y................ 70 4.5.4 Diagnóstico diferencial de influenza A............................................. 72 4.6 Considerações éticas.......................................................................... 74 4.7 Análise estatística................................................................................ 74

5 RESULTADOS...................................................................................... 75 5.1 ARTIGO 1 Caracterização genética dos vírus influenza A (H1N1)pdm09 detectados no estado de Pernambuco, no período de maio de

2009 a maio de 2010............................................................................. 75 5.2 ARTIGO 2

Aspectos epidemiológicos e virológicos da infecção por influenza A(H1N1)pdm 09 e frequência de outros vírus respiratórios no

Estado de Pernambuco, Brasil: 2009 – 2010......................................... 90

6 CONCLUSÕES...................................................................................... 106

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 107 REFERÊNCIAS APÊNDICES

Apêndice A - Versão em inglês do Artigo 1 a ser submetido à Revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz

Apêndice B - Versão em inglês do Artigo 2 a ser submetido à Revista

Journal of Clinical Virology

ANEXOS

Anexo A – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFPE

Anexo B – Carta de anuência do LACEN-PE

Anexo C – Carta de anuência da Diretoria Geral de Vigilância

Epidemiológica e Ambiental /SES-PE.

Anexo D - Ficha de Investigação Influenza Humana por Novo

Subtipo (Pandêmico).

17

1 APRESENTAÇÃO

Em abril de 2009, a Organização Mundial da Saúde (OMS) notificou a

ocorrência de casos humanos de influenza que ocorreram no México e nos Estados

Unidos da América. Identificou-se um vírus influenza A subtipo H1N1 produto de

rearranjo que circulou pelo mundo, sendo responsável pela primeira pandemia do

século XXI e por mais de 18.000 mortes (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE,

2010a). Os primeiros casos de infecção pelo vírus influenza A(H1N1)pdm09 no

Brasil foram confirmados em maio de 2009 e, no estado de Pernambuco, em junho

do mesmo ano.

Os vírus influenza são conhecidos por suas altas taxas de mutação,

principalmente, nos genes da hemaglutinina (HA) e da neuraminidase (NA). O gene

da hemaglutinina é o que apresenta a taxa de mutação mais elevada e a proteína

que ele codifica (HA) está diretamente associada ao sucesso da infecção viral, daí a

importância do seu monitoramento. Estudos com o vírus influenza A (H1N1)pdm09

têm detectado várias mutações no gene HA, sendo uma das principais a D222G,

que tem sido associada aos casos graves e fatais (LIU et al. 2010; LEDESMA 2011).

Mutações no gene NA podem levar à perda de sensibilidade aos inibidores da

atividade neuraminidásica viral ao oseltamivir (ABED et al. 2006, AOKI et al. 2007).

Estudos anteriores à pandemia de 2009 mostraram resistência do vírus influenza A

(H1N1) sazonal humano ao oseltamivir, superior a 10% em vários países (DHARAN

et al. 2009; ESHAGHI et al. 2009). No curto período de 8 de dezembro de 2008 a 24

de janeiro de 2009, trinta países notificaram à OMS a detecção de 1291 vírus

influenza A (H1N1) sazonal, resistentes ao oseltamivir (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL

DA SAÚDE, 2009a).

Com a introdução do novo vírus influenza A(H1N1)pdm09 na população

mundial e do amplo uso do antiviral oseltamivir, principalmente nos países

desenvolvidos, surgiu a necessidade de monitoramento do referido vírus para a

identificação de variantes mais virulentas ou capazes de evadir da resposta imune

recém montada, assim como verificar se os vírus circulantes estão desenvolvendo

resistência às drogas antivirais aplicadas no momento.

Durante a pandemia, muitos casos de infecção respiratória aguda, analisados

laboratorialmente, foram negativos para o vírus Influenza A, permanecendo sem

18

diagnóstico etiológico. É sabido que além do vírus influenza, outros vírus podem

causar infecções respiratórias agudas, tais como o vírus respiratório sincicial,

parainfluenza, adenovírus, metapneumovírus (THOMAZELLI et al., 2007), rhinovírus,

coronavírus e enterovírus (WEISSENBACHER; ÁVILA, 1998). Esse fato faz com que

haja necessidade do exame laboratorial para determinar a etiologia das infecções

respiratórias agudas (IRAs) e assim evidenciar a necessidade de prevenção contra

outras viroses respiratórias. Para tanto, ensaios de multiplex RT-PCR com detecção

em tempo real constituem uma excelente ferramenta para detectar, além do vírus

pandêmico, outros patógenos associados aos casos de síndrome gripal (SG) ou

síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

A ausência de dados sobre resistência ao oseltamivir e da análise genética

dos vírus influenza detectados durante a pandemia de 2009 no estado de

Pernambuco, assim como o grande número de casos suspeitos da infecção sem

diagnóstico etiológico, motivaram a realização deste estudo. Esta tese está

constituída de dois artigos para publicação em periódicos, e de uma parte

introdutória contendo uma breve revisão bibliográfica sobre o vírus influenza,

caracterização genética do vírus influenza A(H1N1)pdm09 e outros vírus

responsáveis pela etiologia de infecções respiratórias agudas.

No primeiro artigo, cujo título é “Caracterização genética dos vírus influenza A(H1N1)pdm09 detectados no estado de Pernambuco, Brasil, no período de maio de 2009 a maio de 2010” descrevem-se a frequência de

mutações detectadas no gene da hemaglutinina, relacionadas a antigenicidade e

virulência e da mutação H274Y no gene neuraminidase relacionada à resistência ao

oseltamivir. No segundo artigo, intitulado “Aspectos epidemiológicos e virológicos da infecção por Influenza A(H1N1)pdm09 e frequência de outros vírus respiratórios no estado de Pernambuco, Brasil: 2009-2010” foram descritos

os aspectos clínico-epidemiológicos dos casos confirmados por laboratório de

infecção com o vírus influenza A (H1N1)pdm09, assim como a etiologia viral de

alguns casos cujo resultado foi negativo para o vírus pandêmico.

19

2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 VÍRUS INFLUENZA

A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do sistema respiratório que

tem distribuição global e elevada transmissibilidade. Sua importância deve-se ao seu

caráter epidêmico, caracterizado pela disseminação rápida e marcada morbidade

nas populações atingidas (BRASIL, 2006). Epidemias de doença respiratória com

sintomas semelhantes aos ocasionados pelo vírus da Influenza já tinham sido

descritas por Hipócrates no ano 412 a.C. (NICHOLSON, 1998).

Em 1933, Wilson Smith e colaboradores do Instituto Nacional para Pesquisas

Médicas em Londres inocularam por via intranasal, lavados de nasofaringe de

pacientes com sintomas de gripe em furões. Observaram que a doença era

transmitida do homem para o furão e, que, após a inoculação, esses animais

apresentavam os mesmos sintomas dos pacientes e desenvolviam uma resposta

imunológica ao inóculo. Desse modo, foi descoberto o vírus denominado,

posteriormente, como vírus Influenza tipo A (SMITH; PARVIN; PALESE, 1986).

Em 1940, foi detectado o vírus influenza B, antigenicamente distinto do vírus

influenza A, mas com características estruturais semelhantes (FRANCIS, 1940) e em

1951 foi descoberto um novo gênero denominado Influenzavirus tipo C (TAYLOR,

1951).

O vírus Influenza pertence à família Ortomyxoviridae e de acordo com perfis

antigênicos característicos, são subdivididos em três gêneros: A, B e C, comumente

referidos como influenza “tipos” A, B e C (BUSH, 2007), entretanto, apenas os tipos

A e B têm relevância clínica em humanos (BEHRENS et al., 2006). Os principais

determinantes antigênicos dos vírus da Influenza A e da Influenza B são as

glicoproteínas de superfície, hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA) (PALESE;

SHAW, 2007). Representação esquemática da partícula viral pode ser vista na

Figura 1.

Os vírus Influenza A são classificados segundo as glicoproteínas (HA e NA).

Até o momento foram descritas 16 HA (H1 a H16) e 9 NA (N1 a N9). Sua completa

nomenclatura inclui o tipo do vírus, o hospedeiro de origem (exceto quando

humano), o local onde foi isolado, o número da cepa e o ano do isolamento, seguido

do subtipo antigênico de HA e NA entre parênteses. Como exemplo pode ser citado

20

o vírus Influenza A/Califórnia/4/2009 (H1N1). Subtipos antigênicos de Influenza B e

Influenza C não têm sido descritos (WRIGHT; WEBSTER, 2007).

As partículas virais são constituídas de 0,8 a 1% de RNA, 70% de proteína,

20% de lipídios, 5 a 8% de carboidratos. Seu genoma é constituído de RNA de fita

simples, polaridade negativa, segmentado, envolvido por um capsídeo protéico de

simetria helicoidal, composto pela proteína matriz e por um envelope lipoprotéico

(SANTOS; ROMANO; WIGG, 2008). Pela sua composição química é sensível ao

calor (56ºC durante 30 minutos), pH ácido (3,0) e solventes lipídicos (SANTOS;

ROMANO; WIGG, 2002).

Os vírus influenza são pleomórficos e, geralmente, se apresentam sob a

forma de partículas esféricas com um diâmetro de cerca de 100nm, mas partículas

filamentosas têm sido frequentemente observadas, com mais de 300nm (PALESE;

SHAW, 2007). As partículas do vírus influenza A possuem espículas denominadas

hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA) com comprimento em torno de 10 a 14 nm

respectivamente. Estas glicoproteínas são encontradas no vírion numa proporção de

quatro HA para cada NA. Embora a HA seja o principal alvo para anticorpos

neutralizantes, anticorpos contra a NA também podem reduzir a ocorrência e

gravidade da doença, e possivelmente, prevenir a infecção, se presente em altos

títulos (BUSH, 2007). A hemaglutinina é o principal antígeno viral que promove a

adsorção da partícula aos resíduos sializados das células do sistema respiratório e

após a endocitose da partícula, induz a fusão do envelope viral à membrana interna

do endossoma, permitindo a liberação do genoma viral no citoplasma celular. A

neuraminidase é outra glicoproteína de superfície e tem atividade de sialidase (cliva

o ácido siálico), sendo fundamental ao brotamento do vírus da superfície celular para

infectar novas células.

O genoma do vírus da Influenza A possui 10 genes em 8 segmentos (BUSH,

2007; BEHRENS et al., 2006). Cada segmento codifica importantes proteínas, cujas

funções encontram-se descritas na Tabela 1.

As proteínas básicas 1 e 2 ( PB1 e PB2) são componentes do complexo

polimerase, tendo como função o reconhecimento do iniciador 7-metil guanina do

RNA mensageiro celular, atividade endonucleásica e extensão da cadeia,

respectivamente. A proteína ácida (PA) completa o complexo polimerase. A

nucleoproteína (NP) tem função de proteção e importação do RNA para o núcleo

celular. A proteína de matriz (M1) tem função estrutural, interage com as RNPs e

21

glicoproteínas de superfície. M2 é uma proteína de membrana, tem função de canal

iônico e montagem. A NS1 é uma proteína não estrutural multifuncional e a

NEP/NS2 atua na exportação nuclear dos RNPs virais. Mais recentemente, outra

proteína foi descoberta, a PB1-F2 (PALESE; SHAW, 2007). Figura 1. Representação esquemática da partícula viral

Fonte: McHardy and Adams, 2009

A maioria das proteínas virais desempenha um papel direto na virulência.

Atualmente, as proteínas mais relacionadas ao potencial patogênico são a HA, PB1,

PB2 e NS1. As mais associadas com o desenvolvimento de resistência a drogas

antivirais são NA e M2 (ARIAS et al., 2009).

22

Tabela 1 – Proteínas do vírus Influenza A e respectivas funções

Segmento Proteínas Função 1 PB2 Componente da RNA polimerase, reconhecimento 2 PB1 Componente da RNA polimerase; atividade de endonuclease e alongamento 3 PA Componente da RNA polimerase 4 HA Glicoproteína de superfície, receptor de ligação, atividade de fusão e

principal antígeno 5 NP Ligação, síntese e importação nuclear de RNA 6 NA Glicoproteína de superfície; atividade de sialidase

M1 Proteína de matriz, interação com as RNPs virais e glicoproteínas de superfície

7

M2 Proteína de membrana, com atividade de canal iônico e montagem NS1 Proteína não estrurural multifuncional. Inibidora da resposta imune inata. 8

NEP/NS2 Proteína de exportação nuclear das RNPs virais do núcleo para o citoplasma celular.

Fonte: Adaptado de Palese e Shaw (2007). Variabilidade e evolução do vírus influenza

Dois aspectos do genoma do vírus da influenza permitem uma grande

flexibilidade de evolução: 1- o vírus tem um genoma segmentado, favorecendo o

rearranjo de segmentos; 2- o complexo polimerase viral não possui nenhum

mecanismo de revisão para corrigir erros de replicação (BUSH, 2007).

Os vírus influenza estão sujeitos a dois tipos de variações antigênicas:

a) Antigenic drift – durante a replicação viral, mutações decorrentes da baixa

fidelidade do complexo polimerase ocorrem gerando mutações pontuais no genoma

da progênie. Tais mutações pontuais podem resultar em mudanças nos aminoácidos

que compõem as glicoproteínas de superfície, particularmente da hemaglutinina.

Surgem então, novas variantes capazes de escapar da imunidade estimulada por

infecção ou vacinação prévia. b) Antigenic shift - são consequência de rearranjos

gênicos caracterizados pela completa substituição de um ou mais segmentos do

genoma viral. Essas alterações se devem ao reagrupamento entre vírus humanos e

vírus que infectam outras espécies animais. Quando ocorrem rearranjos antigênicos

entre amostras humanas e animais, a maioria da população não tem imunidade para

os novos vírus e a doença se dissemina rapidamente, podendo afetar indivíduos de

todas as faixas etárias. As grandes pandemias foram consequência de variações

antigênicas maiores (FORLEO-NETO et al., 2003). Demonstração de como pode

ocorrer variações antigênicas do vírus influenza pode ser observado na Figura 1.

Os vírus Influenza do tipo A infectam humanos, suínos, equinos, aves, focas,

baleias (SANTOS; ROMANO; WIGG, 2008) e caninos (DESHPANDE et al., 2009);

os do tipo B infectam humanos (HUNT, 2009) e focas (OSTERHAUS, 2000) e os do

23

tipo C infectam humanos, suínos (BRASIL, 2009a) e caninos (MANUGUERRA et al.,

1993). Apenas um subtipo de HA e um de NA são reconhecidos na Influenza B

(WRIGHT; WEBSTER, 2007).

O primeiro relato de transmissão interespécies envolvendo porcos ocorreu em

1938, quando Shope apresentou evidência sorológica de transmissão de um vírus

humano a porcos. Maior evidência de transmissão de vírus entre estas duas

espécies ocorreu em 1976, quando um vírus suíno (H1N1) foi isolado de um soldado

que tinha morrido de infecção por influenza em Nova Jersey. Posteriormente este

vírus foi isolado de outros cinco soldados e estudos sorológicos sugeriram que mais

de 500 pessoas foram infectadas (WRIGHT; WEBSTER, 2007).

Figura 2 – Principais mecanismos evolutivos do vírus influenza

Fonte: Adaptado de Glyco Word

Transmissão

A transmissão do vírus ocorre através de gotículas expelidas pelo indivíduo

doente através do espirro ou tosse, ou por contato direto ou indireto, com secreções

Geração de novos virus humanos (H3N2) que possuem hemaglutinina de vírus de influenza aviária

Antigenic shift (Rearranjo gênico)

Mutações pontuais vão se acumulando no genoma ocasionando a emergência de variantes virais

24

respiratórias de pessoas infectadas (NARAIN; KUMAR; BHATIA, 2009). Na influenza

sazonal o indivíduo infectado pode transmitir o vírus um dia antes, até cinco a sete

dias após o início dos sintomas (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND

PREVENTION, 2009a). Pessoas com elevado grau de imunodepressão podem

excretar vírus por semanas ou meses. As crianças, comparadas aos adultos,

também excretam vírus mais precocemente, por longos períodos e com maior carga

viral (BRASIL, 2009a). Na infecção pelo vírus A(H1N1)pdm09, observou-se que a

transmissão de adultos infectados ocorria um dia antes até o 7º dia do início dos

sintomas. Crianças menores de 12 anos de idade transmitiam o vírus um dia antes

até o 14º dia de início dos sintomas (BRASIL, 2009b).

Aspectos clínicos

O período de incubação é de um a cinco dias na influenza sazonal

(WRIGHT; WEBSTER, 2007), e de dois a três dias no caso do vírus da Influenza

A(H1N1)pdm09, podendo se estender até sete dias (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA

SAÚDE, 2009b).

Os principais sintomas da infecção por Influenza são febre, tosse, coriza,

cefaléia, congestão nasal, calafrio, dor no corpo e, algumas vezes, diarréia e vômito

(CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2009b). A maioria dos

pacientes recupera-se em uma semana, sem exigir atenção médica, mas a gripe

pode causar doença grave ou morte (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE,

2009c).

Complicações podem ocorrer em todas as faixas etárias e em indivíduos

saudáveis. Entretanto, idosos, particularmente os com doenças crônicas (asma,

diabetes, cardiopatia, enfisema), crianças de baixa faixa etária e gestante têm um

maior risco de desenvolvê-las (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND

PREVENTION, 2009b). Outras situações de risco de complicações incluem:

imunodepressão, doença renal crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica e

hemoglobinopatias (BRASIL, 2006).

As complicações mais comuns são as pneumonias bacterianas secundárias

e, a mais grave, a pneumonia viral primária, podendo ocorrer as duas

simultaneamente. A gripe pode exacerbar doenças pulmonares, cardíacas e outras

doenças crônicas. Também tem sido associada com encefalopatia, mielite

25

transversa, miosite, miocardite, pericardite, síndrome de Reye (BEHRENS, G. et al.,

2006), e síndrome de Guillain-Barré (HUNT, 2009).

Diagnóstico laboratorial

Para o diagnóstico laboratorial é muito importante a qualidade da amostra que

deve ser coletada de preferência até o 4º ou 5º dia do início dos sintomas.

Dentre as amostras respiratórias, o aspirado de nasofarínge é normalmente mais

adequado do que amostras de swab combinado de orofaringe e nasofaringe. Em

pacientes entubados, secreção traqueal e lavado brônquico, podem ser utilizados

(VAN ZYL, 2006). Em caso de óbito, em situações especiais indicadas pela

vigilância epidemiológica, deverão ser colhidos fragmentos de brônquios e pulmões

(BRASIL, 2009c).

O diagnóstico laboratorial inclui o isolamento viral, ensaios imunoenzimáticos

(EIA) e testes rápidos para o diagnóstico de influenza (RIDTs) para detecção de

antígenos, reação em cadeia da polimerase (RT-PCR), imunofluorescência e

hemaglutinação/ inibição da hemaglutinação. A sensibilidade e a especificidade dos

testes variam entre os diferentes métodos, o tipo de amostra usada e os resultados

devem ser avaliados no contexto das informações clínicas e epidemiológicas. Testes

sorológicos com uma única amostra de sangue não são recomendáveis para o

diagnóstico de Influenza. Geralmente são realizados em pesquisas de saúde pública

utilizando amostras pareadas de sangue, uma na fase aguda da doença e outra na

fase convalescente. Os testes padrão para confirmação da infecção pelo vírus da

Influenza são a reação em cadeia da polimerase e o isolamento do vírus (CENTERS

FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2009c; VAN ZYL, 2006,

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2009d).

O vírus pode ser isolado em ovos embrionados de galinha e em células de

rim canino (MDCK). Os efeitos citopáticos são inespecíficos e vírus da influenza A

podem ser detectados e subtipados do sobrenadante de cultura de células através

das reações de RT-PCR, de imunofluorescência ou de inibição da hemaglutinação

(VAN ZYL, 2006).

Em 2009, foi desenvolvido um protocolo de RT-PCR em tempo real (rRT-

PCR) para detecção do vírus influenza A(H1N1)pdm09, pelo “Centers for Disease

Control and Prevention” (CDC) de Atlanta (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE,

2009e h).

26

Reservatórios naturais

Aves são hospedeiros naturais de todos os subtipos conhecidos de vírus da

influenza A. Surtos de gripe aviária entre aves ocorrem no mundo inteiro. Apesar de

o vírus infectar predominantemente aves, eles podem e têm atravessado a barreira

das espécies e infectado seres humanos. Quando tal fato ocorre, pode desencadear

uma pandemia (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2009d ).

Até 1997, acreditava-se que a transmissão direta de vírus das aves para o ser

humano não poderia acontecer, quando surgiram os primeiros casos de gripe aviária

em humanos em Hong Kong (ENGIN, 2007).

A exposição às aves infectadas, suas excreções e secreções (saliva,

secreção nasal e fezes) ou solo contaminado pode resultar em infecção humana.

Todas as aves são susceptíveis à infecção pelo vírus da influenza A, porém algumas

espécies são mais resistentes do que outras. O vírus tem, contudo, alta capacidade

de transmissibilidade e as aves migratórias contribuem para a disseminação

intercontinental (REVISTA DE SAÚDE PÚBLICA, 2006).

Todos os 16 subtipos de HA e os 9 subtipos de NA da Influenza A são

capazes de infectar aves aquáticas selvagens, resultando num imenso e

permanente reservatório. Nas aves, os vírus podem causar duas formas diferentes

de doença: uma suave que pode passar despercebida, e uma grave, de

disseminação rápida e taxa de mortalidade que pode aproximar-se de 100% dentro

de 48 horas. O vírus H5N1, altamente patogênico, pode sobreviver em fezes de

aves pelo menos 35 dias em baixa temperatura (4ºC) e em temperaturas mais altas

(37ºC) por seis dias (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2006).

Epidemiologia

O impacto das epidemias de influenza é reflexo da interação entre a variação

antigênica viral, o nível de proteção da população para as cepas circulantes e o grau

de virulência dos vírus (FORLEO-NETO et al., 2003). Anualmente, em período interpandêmico, cerca de três a cinco milhões de

pessoas infectadas pelo vírus da influenza apresentam um quadro grave da doença

e 250.000 a 500.000 pessoas evoluem para óbito (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA

SAÚDE, 2009c). Os índices de hospitalização por doença grave são cerca de 3 por

1000 para crianças de 6 a 23 meses e de 9 por 1000, para crianças menores de 6

meses (GRIJALVA et al., 2006). A vacina é a melhor estratégia disponível para a

27

prevenção da gripe e suas consequências, proporcionando impacto indireto na

diminuição do absenteísmo no trabalho e dos gastos com medicamentos para

tratamento de infecções secundárias, das internações hospitalares e da mortalidade

evitável (BRASIL, 2009a).

A primeira vacina contra a gripe foi implementada em 1943, com vírus

inativados de influenza A e B. Como os vírus da influenza estão constantemente

apresentando mutações, as vacinas devem ser anualmente atualizadas, com base

nas cepas circulantes. (TURKINGTON; ASHBY, 1988). A vacina utilizada é

constituída de dois tipos de vírus da Influenza A e um tipo da Influenza B de acordo

com recomendação da Organização Mundial da Saúde (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL

DA SAÚDE, 2011) e indicada para indivíduos com 60 anos de idade ou mais e é

oferecida por meio de campanhas anuais, cujo período deve ser anterior ao período

de maior circulação do vírus na população do país. Está disponível, também, nos

Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) durante todo o ano,

para pessoas consideradas de maior risco para a doença e suas complicações e

familiares que estejam em contato com os referidos pacientes, além de profissionais

de saúde, trabalhadores de asilos e creches, de indígenas a partir de 6 meses de

idade e da população carcerária (BRASIL, 2009a). A despeito de ser o método mais

eficaz para minorar as consequências da infecção por influenza na comunidade, no

momento em que um novo subtipo ou cepa começa a ser transmitido na população

humana, dificilmente haverá uma vacina disponível para uso imediato.

Histórico das Pandemias de influenza

Pandemias de influenza têm sido documentadas pelo menos nos últimos

quatro séculos. No século XX ocorreram três pandemias e várias ameaças de

pandemias: 1918-1919 (gripe espanhola), 1957-1958 (asiática), 1968-1969 (Hong

Kong), 1976 (ameaça de gripe suína), 1977 e 1999 (ameaça de gripe russa), 1977

(ameaça de gripe aviária) (ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE, 2009). A

Figura 3 mostra esquematicamente os períodos pandêmicos e os vírus que

circularam nos respectivos períodos.

Na gripe espanhola, considerada a mais grave de todos os tempos, calcula-se

que cerca de 20 a 40% da população mundial contraiu a infecção e mais de 50

milhões de pessoas morreram (ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE,

2009). Muitas dessas mortes foram causadas por pneumonia bacteriana secundária,

28

mas a gripe espanhola também causou uma forma de pneumonia viral primária, com

extensa hemorragia dos pulmões, que matava em até 24 horas. A maioria das

mortes ocorreu em pessoas jovens e saudáveis de 15 a 35 anos e apenas 1% das

mortes ocorreu em indivíduos com 65 anos ou mais (BEHRENS et al., 2006). Figura 3. Linha do tempo mostrando as pandemias provocadas pelo vírus influenza A

De acordo com a OMS, existem seis fases que caracterizam uma pandemia

de influenza, conforme esquematicamente representado na Figura 4.

Figura 4 – Fases de uma pandemia de influenza Tempo

Infecção Transmissão Infecção Possibilidade Níveis de predominantemente entre humanos humana de eventos atividade animal; sustentada recorrentes sazonal algumas infecções da doença humanas

Fonte: Organização Mundial da Saúde, 2012.

Pós Pandemia

Fase 5-6 Pandemia Pós Pico

Fase 1 a 3

Fase 4

29

O agente etiológico da gripe espanhola foi o vírus Influenza A (H1N1). Este

vírus, de origem suína, espalhou-se em três ondas num período de 12 meses, em

1918-1919, cruzando a Europa, Ásia e América do Norte. A primeira onda, que

começou na primavera de 1918, foi altamente contagiosa, mas não particularmente

mortal. A segunda onda, que começou em setembro, espalhou-se de forma

altamente letal (BEHRENS et al., 2006). Uma terceira onda, de impacto semelhante

ao da segunda, ocorreu na primavera de 1919 (WRIGHT; WEBSTER, 2007).

Em fevereiro de 1957, a gripe asiática foi detectada no extremo oriente e em

maio do mesmo ano seu agente etiológico, o vírus da Influenza A do subtipo H2N2,

foi isolado no Japão (SCHOLTISSEK et al., 1978) e Singapura. Surtos eram

frequentemente explosivos, entretanto, o vírus quando comparado com o vírus da

pandemia de 1918 demonstrou ser responsável por um quadro clínico mais leve e

por um número de mortes bem menor (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE,

2005a).

O mundo estava mais bem preparado para enfrentar uma pandemia, devido

a: 1- Maior conhecimento sobre os vírus da influenza em virtude do avanço da

virologia; 2- Vacinas para epidemias sazonais tinham sido desenvolvidas e

mostravam ser o método mais eficaz de prevenção, reduzindo a influenza sazonal

em dois terços ou mais, nos locais onde era aplicada; 3- Antibióticos estavam

disponíveis para tratamento das complicações, incluindo a pneumonia bacteriana; 4-

O monitoramento virológico da influenza vinha sendo realizado há mais de 10 anos,

através da Rede de Vigilância Global da Influenza (WHO Global Influenza

Surveillance Network) (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2005a). Em agosto

de 1957 já se dispunha de uma vacina, embora em quantidade limitada

(ORGANIZACÃO PANAMERICANA DA SAÚDE, 2009).

Pacientes portadores de doenças crônicas e gestantes eram mais

susceptíveis a desenvolver complicações pulmonares (LOURIA et al., 1957). A

mortalidade apresentou um padrão similar ao das epidemias sazonais, isto é, o

maior número de óbitos ocorreu em crianças e idosos. Durante a primeira onda, o

maior número ocorreu em crianças na idade escolar. Na maioria dos países, uma

segunda onda surgiu de um a três meses após o desaparecimento da primeira,

causando um maior número de pessoas infectadas e óbitos. Ao contrário da primeira

onda, a população mais atingida foi a de idosos, o que justifica o aumento da

mortalidade. Estima-se que mais de dois milhões de pessoas morreram. O maior

30

número de óbitos foi de indivíduos portadores de doença crônica e não de indivíduos

previamente saudáveis, como aconteceu durante a pandemia da gripe espanhola

(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2005a).

Em 1968, onze anos depois da gripe asiática, o vírus influenza A (H2N2)

deixou de circular, sendo substituído pelo A (H3N2), dando origem à gripe de Hong

Kong. Os primeiros sinais de uma nova pandemia foram noticiados no sul da Ásia no

verão de 1968 e um vírus do subtipo H3N2 foi isolado em Hong Kong em julho de

1968. A população mais acometida pela doença foi o grupo de 10 a 14 anos de

idade (WRIGHT; WEBSTER, 2007).

Foi estimado cerca de um milhão de óbitos devido à gripe de Hong Kong.

Nos Estados Unidos, cerca de 50% de todos os óbitos por influenza ocorreram em

indivíduos com menos de 65 anos de idade (BEHRENS et al., 2006). Estudos

soroarqueológicos mostraram que a maioria dos indivíduos nascidos antes de 1893

possuía anticorpos para o subtipo A(H3), antes de terem sido expostos ao novo

vírus pandêmico de 1968 (DOWDLE, 1999), e que a pré-existência de anticorpos

para o subtipo H3 poderia ter protegido os idosos (>77 anos) durante a pandemia de

H3N2, em 1968 (BEHRENS et al., 2006).

Estudos utilizando técnicas de biologia molecular mostraram que o agente

etiológico da gripe espanhola foi um vírus aviário H1N1 que se adaptou ao homem e

foi capaz de se replicar eficientemente no mesmo. Ao contrário do vírus da

pandemia de 1918, os vírus da gripe asiática e da gripe de Hong Kong são produto

de rearranjos gênicos. O vírus da gripe asiática foi produto de rearranjo gênico entre

o subtipo A(H1N1) humano de 1918 e um vírus H2N2 aviário, resultando no novo

vírus H2N2 humano, composto por 3 segmentos do H2N2 aviário (HA, NA e PB1) e

5 segmentos do subtipo A (H1N1). O vírus da gripe de Hong Kong surgiu do

rearranjo gênico entre o subtipo H2N2 humano e um aviário (H3), resultando no

vírus humano subtipo A(H3N2) composto por dois segmentos do vírus aviário (HA e

PB1) e cinco segmentos do de 1918 (BELSHE, 2005).

Em 1997, centenas de pessoas se infectaram com o vírus da gripe aviária A

(H5N1) em Hong Kong. Dessas, 18 pessoas tiveram de ser hospitalizadas e seis

foram a óbito. Em 1999, foi detectado um novo vírus da gripe aviária, o A (H9N2),

que infectou duas crianças em Hong Kong. Apesar dos dois vírus não terem

causado uma pandemia, sua presença nas aves, sua habilidade para infectar os

seres humanos e, potencialmente, tornarem-se transmissíveis entre humanos, são

31

motivos de constante preocupação (ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE,

2009). Do início de 2003 a 28 de janeiro de 2010 foram notificados à Organização

Mundial da Saúde 471 casos confirmados de Influenza A (H5N1) e 282 óbitos em 15

países (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2010b). Outras cepas de influenza

aviária têm causado infecções em humanos: H7N2, H7N3, H7N7 e H9N2.

Entretanto, o H5N1 é o que causa maior preocupação, pois tem sido responsável

pelo maior número de casos com doença grave em humanos e o maior número de

óbitos (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2006).

Na década de 1990, uma tripla recombinação de vírus influenza A (H1)

contendo segmentos de genes de influenza de origem aviária, humana e suína

emergiram e tornaram-se enzoóticos em rebanhos de porcos nos Estados Unidos na

década de 1990 (SHINDE et al., 2009).

Naquele momento sabia-se que a nova influenza, denominada inicialmente de

influenza suína, normalmente causava surtos de gripe entre os suínos e que em

geral, este vírus não infectava o homem, apesar de existirem registros de

transmissão pontual do vírus para os seres humanos, não havendo, entretanto

registro de transmissão deste novo subtipo da influenza suína para pessoas por

meio da ingestão de carne de porco e produtos derivados. É importante salientar

que no período de dezembro de 2005 a fevereiro de 2009, portanto, antes da atual

pandemia, o CDC notificou nos Estados Unidos, 11 casos esporádicos de infecção

em humanos pelo vírus Influenza A (H1N1) de origem suína, em indivíduos de 16

meses a 48 anos de idade. Destes, quatro foram hospitalizados, mas todos se

recuperaram, apesar de alguns deles apresentarem doença severa do aparelho

respiratório inferior e sintomas raros de gripe, como diarréia (SHINDE et al., 2009).

Diante da preocupação global da possibilidade de surgir um novo subtipo

pandêmico do vírus da influenza, os países reunidos na Assembléia Mundial da

Saúde aprovaram em 2003 uma resolução, incentivando a todos os países para a

elaboração de planos para enfrentamento a uma nova pandemia. Em novembro de

2005, o Brasil publicou a primeira versão do Plano de Preparação Brasileiro para

uma Pandemia de Influenza (BRASIL, 2005). O tempo de surgimento de uma nova

pandemia, o subtipo viral e sua patogenicidade são imprevisíveis. O planejamento

pandêmico tem por objetivo tornar os países mais preparados para reconhecer e

gerenciar uma pandemia de gripe. O nível de preparação para o enfrentamento de

uma pandemia de influenza pode ajudar a reduzir a transmissão do vírus, a diminuir

32

o número de casos, hospitalizações e óbitos, e manter os serviços essenciais,

reduzindo o impacto econômico e social da pandemia. Muitos países ganharam

experiência no planejamento e resposta à pandemia depois de lidar com a ameaça,

ou a realidade da síndrome respiratória aguda grave (SARS) e gripe aviária de alta

patogenicidade (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2005b). Pode-se afirmar

que uma das estratégias mais eficazes para o retardo da transmissão viral é a

vigilância virológica e epidemiológica, isto é, a detecção precoce dos primeiros

casos, o bloqueio da transmissão e a intervenção oportuna (DONALISIO, 2006).

Pandemia de 2009

A partir de 15 de março de 2009, o governo do México observou o aumento

não usual de infecção respiratória aguda grave. De 17 a 26 de abril foram notificados

1.455 casos prováveis de influenza com pneumonia grave, incluindo 84 óbitos, à

Organização Mundial da Saúde (OMS), que em 24 de abril de 2009 notificou aos

países membros a ocorrência de casos humanos de influenza suína que vinham

ocorrendo no México e nos Estados Unidos da América. Neste mesmo dia foi

identificado um novo subtipo do vírus de Influenza suína A(H1N1) classificada como

A/CALIFORNIA/04/2009 que não havia sido detectado previamente em humanos ou

suínos. Observou-se que sua transmissão ocorria de pessoa a pessoa,

principalmente por meio de tosse ou espirro e secreções respiratórias de pessoas

infectadas (BRASIL, 2009d ).

O novo subtipo viral de 2009 era composto por: dois genes (PA e PB2) da

linhagem aviária norte-americana; um gene (PB1) derivado da linhagem sazonal

H3N2; três genes (HA, NP e NS) da linhagem suína clássica norte-americana; e dois

genes (NA e M) da linhagem suína euro-asiática (DAWOOD et al., 2009), conforme

pode ser observado na Figura 3.

O primeiro grupo de triplo rearranjo suíno de vírus influenza A é encontrado

em suínos e pode ocasionalmente ser transmitido aos seres humanos, mas não se

transmite de forma eficiente de humano a humano. Em contraste, o vírus

A(H1N1)pdm09 não provoca epidemia em suínos (embora os porcos possam ser

infectados pela exposição aos seres humanos), mas a transmissão entre os seres

humanos ocorreu de maneira muito rápida e se espalhou por vários países

(BELSHE, 2009). O diferencial entre os subtipos A(H1N1)pdm09 e A (H1N1)

sazonal (circulante na população desde 1977) está especialmente localizado na HA

33

que apresenta distintos perfis de glicosilação e, por conseguinte, uma baixa

identificação antigênica entre as cepas (SETTEMBRE; DORMITZER; RAPPUOLI,

2010). Figura 5- Genótipos do vírus influenza A(H1N1) de linhagem suína americana e influenza A(H1N1)pdm09 em casos recentes nos Estados Unidos.

PB2 - proteína básica 2, PB1 – proteína básica 1, PA – proteína ácida, HA – hemaglutinina, NP –

nucleoproteína, NA – neuraminidase, M – proteína de matrix e NS – proteína não estrutural.

Fonte: Dawood, 2009

Em 25 de abril, seguindo o Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005), a

OMS declarou a pandemia de influenza como Emergência de Saúde Pública de

Importância Internacional (ESP II) e comunicou que o nível de alerta para

caracterizar uma pandemia de influenza estava na fase 3. No Brasil, a definição

inicial de caso suspeito era todo indivíduo que apresentasse febre alta de maneira

repentina (>38ºC) e tosse, podendo estar acompanhada de algum dos seguintes

sintomas: dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dificuldade

respiratória e ter apresentado sintomas até 10 dias após sair da área afetada pela

nova influenza (BRASIL, 2009d). Com a disseminação do vírus para vários países a

34

definição de caso foi se adequando à situação, tendo como base a situação

epidemiológica. Em 27 de abril de 2009, o nível de Emergência de Saúde Pública de

Importância Internacional foi elevado para a fase 4 (BRASIL, 2009e) e em 29 de

abril, para a fase 5. Em 30 de abril de 2009 a OMS adotou como denominação oficial

o termo Influenza A (H1N1), em substituição à denominação anterior de Influenza

Suína (BRASIL, 2009f).

Publicação da Organização Mundial da Saúde (2009f) em 22 de maio mostrou

através da análise de 10.243 casos confirmados por laboratório de infecção pelo

novo vírus influenza A(H1N1)pdm09 em 41 países, incluindo 80 óbitos, que os

principais sintomas da doença eram tosse, febre, dor de garganta, mal estar e

cefaléia; que a maioria dos pacientes apresentava uma síndrome gripal, sem

complicações, curando espontaneamente, mas que o estado clínico do paciente

podia variar de doença leve não febril do trato respiratório superior, à doença grave,

ou pneumonia fatal. De acordo com o “Centers for Disease Control and Prevention”

(2010a), dor no corpo, fadiga e algumas vezes vômito e diarréia também eram

sintomas da infecção pelo novo vírus pandêmico. No dia 7 de maio de 2009 foram

confirmados os primeiros casos do novo vírus Influenza A(H1N1)pdm09 no Brasil:

dois casos em São Paulo, um no Rio de Janeiro e um em Minas Gerais (BRASIL,

2009g) e no dia 9 de maio foi relatado o primeiro caso autóctone no Brasil. O

paciente apresentou sintomas”, após contato com um caso confirmado que havia

retornado do México (BRASIL, 2009h).

Em 11 de junho de 2009, o nível foi elevado da fase 5 para fase 6 (BRASIL,

2009i). Em 22 de junho de 2009 foi confirmado o primeiro caso de Pernambuco,

publicado no dia 24 de junho (BRASIL, 2009j). No dia 16 de julho de 2009, o

Ministério da Saúde declarou transmissão sustentada do vírus no Brasil (BOLETIM

ELETRÔNICO EPIDEMIOLÓGICO, 2009). A partir de 19 de julho de 2009 (Semana

Epidemiológica 29), após a declaração da transmissão sustentada, o Ministério da

Saúde passou a realizar o monitoramento apenas dos óbitos e casos de Síndrome

Respiratória Aguda Grave (SRAG), seguindo as orientações da OMS. Interrompeu a

investigação e notificação de casos leves suspeitos por Influenza A(H1N1), pois não

estava mais recomendada a identificação individual de cada caso suspeito de

influenza pelo novo vírus. No entanto, manteve o monitoramento de informações

sobre os grupos de risco para desenvolvimento de doença grave, assim como o

monitoramento da circulação do vírus no país (BRASIL, 2009c).

35

A coleta do material para o diagnóstico laboratorial passou a ser realizada

apenas dos óbitos, dos casos de SRAG e de surtos de síndrome gripal em

comunidades fechadas (BOLETIM ELETRÔNICO EPIDEMIOLÓGICO, 2010).

Até agosto de 2010, em todo o mundo, mais de 214 países e territórios ou

comunidades relataram casos laboratorialmente confirmados de infecção pelo vírus

influenza A(H1N1)pdm 2009, incluindo pelo menos 18.449 mortes (ORGANIZAÇÃO

MUNDIAL DA SAÚDE, 2010a). A taxa de letalidade no mundo foi estimada em 0,4%

(BAUMEISTER et al., 2010).

No Brasil, no período de 19 de abril a 22 de agosto de 2009 (Semanas

epidemiológicas 16 a 33) foram notificados 34.506 casos de infecção respiratória

com SRAG. Foram confirmados laboratorialmente 5.747 (16,7%) casos de infecção

pelo vírus influenza A(H1N1)pdm09, 917 (2,7%) casos de influenza sazonal e 4.176

(12,1%) casos descartados de influenza. Até o fechamento da coleta de dados dos

autores, restavam 23.668 (68,6%) de casos que ainda estavam sendo investigados.

Dos casos A(H1N1)pdm09 confirmados, 56,5% eram do sexo feminino e a faixa

etária mais atingida foi de 20 a 49 anos (56%). Fora os sintomas que faziam parte da

definição de SRAG, os mais frequentes foram mialgia (62,2%), coriza (54%) e

calafrio (53,4%). A incidência foi de 3.0/100.000 habitantes (OLIVEIRA et al., 2009).

No período de 19 de abril a 18 de julho de 2009 (Fase de contenção no

Brasil) foram notificados no país 12.919 casos de SG e SRAG e confirmados por

critério laboratorial ou clínico-epidemiológico, 4.434 casos, dos quais 1.556 (35%)

apresentavam SRAG. Dentre estes 14,5% evoluíram para óbito. Considerando os

casos confirmados por SG e SRAG a taxa de letalidade foi de 5,1% para o período

de contenção. Dos casos confirmados houve um predomínio do sexo masculino e a

faixa etária mais atingida foi a de 20 a 29 anos (29,3%) (BOLETIM ELETRÔNICO

EPIDEMIOLÓGICO, 2010).

No período de 19 de julho a 2 de janeiro de 2010 (Fase de mitigação no

Brasil) foram notificados 87.171 casos de SRAG e confirmados 44.544 (51,1%). Dos

casos confirmados houve predomínio do sexo feminino (57,2%) e a faixa etária mais

atingida também foi a de 20 a 29 anos (24,3%). A taxa de incidência nacional de

SRAG confirmada pela presença do vírus da influenza A (H1N1)pdm09 foi de 23,3

/100.000 habitantes e a maior incidência foi observada no grupo etário de menores

de 2 anos, seguido do grupo de 20 a 29 anos. A menor incidência ocorreu na faixa

etária acima de 60 anos. Entre os sintomas que definiam o caso de SRAG,

36

destacaram-se mialgia, calafrio, coriza e dor de garganta. Dos casos confirmados,

45,1% dos pacientes apresentavam algum tipo de condição crônica de saúde, sendo

o grupo das pneumopatias crônicas o mais frequente (19,1%), seguido de

cardiopatias, imunossupressão e doenças metabólicas (BOLETIM ELETRÔNICO

EPIDEMIOLÓGICO, 2010).

Em todo o ano de 2009, o Brasil registrou 2.051 óbitos por influenza

pandêmica e uma taxa de mortalidade de 1,1/100.000 habitantes, no sul a taxa de

mortalidade foi de 3,0 /100.000 habitantes e no nordeste 0,1/100.000 habitantes. A

letalidade dentre os casos de SRAG pelo vírus A (H1N1)pdm09 foi de 4,6%. Entre

os óbitos, houve uma predominância do sexo feminino (56,4%) e da faixa etária de

30 a 39 anos, seguida da faixa de 20 a 29 anos. Na distribuição etária das taxas de

mortalidade, a maior taxa ocorreu na faixa de 50 a 59 anos, seguida das faixas de

30 a 39 anos e menores de 2 anos de idade. Das mulheres que evoluíram para

óbito, 26,5% eram gestantes (BOLETIM ELETRÔNICO EPIDEMIOLÓGICO, 2010).

Possivelmente em decorrência do grande número de infectados, associado à

vacinação promovida pelo Ministério da Saúde, houve uma intensa queda no

número de casos. De janeiro a 4 de setembro de 2010, o Brasil notificou 8.366

casos, sendo até então confirmados 773 (9,2%) casos pelo vírus influenza

A(H1N1)pdm09. O nordeste notificou 614 casos sendo 103 (13,3%) confirmados.

Entre os casos confirmados do Brasil, a mediana foi de 24 anos e o sexo feminino foi

responsável por 61,1% dos casos, sendo que 68,9% estavam em idade fértil (10 a

49 anos) e destas 36% eram gestantes. Foram registrados 951 óbitos suspeitos de

influenza pandêmica, sendo 99 (10,4%) confirmados, 793 foram descartados e até o

dia 4 de setembro, 59 continuavam em investigação (BRASIL, 2010a).

No dia 10 de agosto de 2010, a OMS anunciou o fim da pandemia e início

da fase pós-pandêmica (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2010c).

Antivirais

Foram duas as drogas antivirais aprovadas e recomendadas para o

tratamento da nova influenza pandêmica: os inibidores de neuraminidase,

oseltamivir e zanamivir, mais comumente conhecidos pelos nomes comerciais

Tamiflu e Relenza respectivamente. Para os pacientes com sintomas de doença

grave, como dispnéia e febre alta, a OMS recomendou o tratamento com oseltamivir

que deveria começar imediatamente. Para indivíduos com maior risco de

37

desenvolver doença grave, como gestantes, crianças menores de 5 anos de idade,

portadores de doenças crônicas cardiovascular, respiratória ou doença hepática,

diabéticos ou indivíduos imunodeprimidos, transplantados e pacientes com câncer, a

OMS recomendou tratamento com oseltamivir ou zanamivir, logo no início dos

sintomas. Em todos os casos, onde o oseltamivir não estivesse disponível, ou não

pudesse ser usado por qualquer razão, o zanamivir poderia ser empregado

(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2009f).

O oseltamivir liga-se à NA do vírus da influenza, impedindo-a de clivar o ácido

siálico da porção da membrana plasmática no momento do brotamento, bloqueando

o ciclo de infecção (IAMARINO, 2009).

Vacinas

A campanha de vacinação contra o vírus influenza A(H1N1)pdm09 no Brasil

foi realizada em cinco etapas e teve início em 8 de março de 2010. Foram

priorizados os seguintes grupos: trabalhadores dos serviços de saúde envolvidos na

resposta à pandemia, população indígena, gestantes, portadores de doenças

crônicas, crianças saudáveis maiores que seis meses e menores de dois anos de

vida, adultos saudáveis de 20 a 39 anos completos, e população com 60 anos e

mais de idade portadora de comorbidade (BRASIL, 2010b). Foi uma das maiores

campanhas de vacinação no Brasil, onde foram superadas diversidades regionais,

sociais, econômicas e culturais. Foram vacinadas mais de 89,5 milhões de pessoas,

contribuindo, certamente, de forma extremamente importante, para a redução da

incidência no país (BRASIL, 2010c).

Estudos relacionados à susceptibilidade viral ao oseltamivir vêm sendo

realizados. Até o momento, não foram identificadas variações antigênicas

importantes no vírus A(H1N1) pdm09 (Barr et al, (2010). Apesar de algumas

variantes genéticas terem sido relatadas, como a mutação E391K e a mutação

D222G que, segundo alguns autores, está ligada aos casos mais graves, nenhuma

variante tem predominado em um país ou região. De acordo com Adwan (2009), a

análise filogenética do gene HA de 54 cepas do vírus influenza A(H1N1)pdm09

isolados no Oriente Médio também mostraram que antigenicamente estão

relacionados a cepa protótipo da vacina A/California/7/2009(H1N1). Portanto, a cepa

A/California/7/2009-like recomendada para a formulação da vacina pela OMS desde

38

o início da pandemia, continuou a ser recomendada para uso no inverno de 2011, no

hemisfério sul, e também na estação de influenza de 2010-2011 no hemisfério norte

(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2011).

2.2 CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DO VÍRUS INFLUENZA A(H1N1)pdm09

Mutações do vírus da influenza A (H1N1)pdm09 no gene HA

De acordo com Glinsky (2010), foi conduzida uma análise de grande volume

de dados clínicos, epidemiológicos e genômicos para a avaliação da evolução da

pandemia nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália e Japão. A mutação

D222G foi frequentemente detectada, em vírus isolados de casos fatais e a análise

filogenética mostrou que 42,9% das amostras de autópsias de casos confirmados do

vírus A (H1N1)pdm09 possuíam a mutação Q310H. Entretanto, segundo Lee et al.

(2010) a mutação Q310H era comum na época, o que poderia facilmente explicar a

sua maior ocorrência entre os poucos casos fatais analisados, sem a necessidade

de, necessariamente, estar associada com a gravidade. Kawano et al. (2011)

detectaram 23 tipos de mutação no gene HA de amostras de vírus A(H1N1)pdm09

que circularam em Nagasaki, Japão, mas a D222G e a Q310H não foram

detectadas.

Na China, foi detectada a mutação D225G no gene da hemaglutinina do vírus

A(H1N1)pdm09. Foi observado que ela aumentava a virulência do novo vírus em

camundongos. Estudos anteriores realizados com o vírus H1N1 da pandemia de

1918 sugerem que essa mutação está associada à uma dupla especificidade de

ligação do vírus para os receptores de ácido siálico 2,3 e para o ácido siálico 2,6

do hospedeiro. Assim, o vírus com a mutação D225G poderia causar doença mais

grave devido à capacidade de adsorver nas células do trato respiratório inferior,

onde o ácido siálico 2,3 é mais predominante. O ácido siálico 2,6 está mais

presente nas células do trato respiratório superior (LIU et al., 2010, ZHENG et al.,

2010). Na Noruega, no período de maio de 2009 a janeiro de 2010, foram analisadas

61 amostras de casos graves e fatais e 205 amostras de casos leves através de

sequenciamento convencional e pirosequenciamento para detectar a mutação

D222G. Dentre os casos graves e fatais, foi detectado um percentual de 18% (11/61)

39

de amostras apresentando a mutação acima citada e, em contraste, nenhuma das

sequências obtidas a partir dos casos leves apresentaram esta mutação. Nesse

estudo, também foram detectadas as mutações D222E e D222N identificando-se a

co-circulação destes genótipos mutantes com o vírus selvagem 222D (KILANDER,

2010). No mesmo período, foram identificados vírus com a mutação D222G em dois

pacientes em Bordeaux, sudoeste da França, entre 24 internados em unidade de

terapia intensiva por complicações advindas da infecção pelo novo vírus pandêmico

(MALATO et al., 2011). Nesse estudo, foram detectadas também as mutações

S203T, D222E, Y230H, M257I, Q293H, I295V, K305R, V231I e V321F.

Ainda no período de maio de 2009 a janeiro de 2010, foram testadas 458

amostras respiratórias positivas para o vírus influenza A(H1N1)pdm09 que

circularam em Hong Kong, sendo 219 amostras provenientes de casos graves e 239

de casos leves. Nove dos casos graves (4,1%) apresentaram a mutação D222G,

enquanto nos casos leves nenhuma mutação D222G foi detectada. Quatro dos nove

pacientes cujas amostras apresentavam vírus com a referida mutação, foram a óbito,

havendo associação estatisticamente significativa entre a mutação D222G e a forma

grave da doença (p= 0,002). Outras substituições, como D222N (casos graves, n=3;

casos leves, n=1) e D222E (somente em casos leves, n=4) também foram

encontradas (MAK et al., 2010).

Foi realizado o sequenciamento de um segmento parcial de subunidade HA1

de vírus influenza A (H1N1)pdm09 detectados em amostras respiratórias de 273

casos graves e 533 casos leves de diferentes regiões espanholas para monitorar

substituições na posição 222. A mutação D222G foi detectada em vírus de 14 casos

graves (5,12%). A mutação D222E foi detectada em vírus de 47 casos graves

(17,21%) e de 52 casos leves (9,75%) e a mutação D222N ocorreu em vírus de três

casos graves (0,37%), sugerindo que as mutações D222G e D222E nos vírus

pandêmicos circulantes na Espanha estivessem relacionadas com doença

respiratória grave (LEDESMA, 2011).

Na Finlândia, foram analisados os genes HA e NA de vírus pandêmicos

detectados em 138 pacientes. Em dois indivíduos (1,44%) foram detectados vírus

com a mutação D222G e em outro indivíduo a D222Y, todos em estado grave. Não

foi detectada a mutação H274Y no gene da neuraminidase e todos os vírus foram

estreitamente relacionados aos vírus da vacina A/Califórnia/07/2009. Não foram

40

detectadas mudanças nos genes de HA e NA que pudessem levar à seleção de um

vírus com aumento de virulência e de potencial epidêmico (IKONEN et al., 2010).

Miller et al. (2010) sequenciaram a subunidade HA1 do gene HA de 58

amostras de pacientes do oeste da Escócia infectados com vírus influenza

A(H1N1)pdm09. As amostras foram subdivididas em dois grupos: o primeiro era

composto de 32 pacientes, dos quais nove tinham sido hospitalizados, mas haviam

se recuperado e 23 que tinham falecido, e o segundo grupo que era formado por 26

pacientes com quadro clínico leve. Foi detectado um aumento da incidência da

mutação D222G nos pacientes que faleceram (2/23 – 8,7%), quando comparados

com os pacientes que se restabeleceram (0/35 – 0%). Foi observado também um

aumento da incidência de D222N entre os pacientes do primeiro grupo (2/32 – 6,2%),

quando comparados com os pacientes do segundo grupo, formado de casos leves

(0/26 – 0%), não tendo sido detectada a mutação D222N nas amostras dos pacientes

que foram a óbito. Por fim, foram detectadas duas mutações D222E no primeiro

grupo, sendo uma em amostra de paciente que foi a óbito e outra na de um paciente

que foi hospitalizado, mas se recuperou, contra três que foram encontradas em

pacientes com quadro leve, não havendo portanto diferença significativa entre os dois

grupos.

Estudo realizado por Potdar et al. (2010) com vírus da influenza A

(H1N1)pdm09 isolados na Índia no período de maio a setembro de 2009, detectou no

gene HA as mutações S451N e I547T que só haviam sido detectadas na Índia e as

mutações K2E, Q310H, S220T, P100, I338V, D222G já descritas em outros países.

Análises moleculares de cepas circulantes no norte da Grécia revelaram uma série

de variações nas sequências de HA1, algumas das quais foram mais frequentes em

vírus que causaram infecções graves ou fatais. A mutação mais comum foi a D222G.

A análise filogenética confirmou a estreita correspondência da maioria das cepas

circulantes com a A/California/7/09. No entanto, também revelou uma tendência das

cepas de 2010 de acumular variações de aminoácidos e formar novos grupos

filogenéticos. Daí a importância da vigilância molecular constante para monitorar a

patogenicidade de cepas circulantes e avaliar a eficácia da vacina (MELIDOU et al.,

2010).

Em dezembro de 2009, de acordo com dados recebidos e repassados pela

OMS, a prevalência de substituição D222G era inferior a 1,8% (52 detecções entre

mais de 2.755 sequências de HA), mas levando-se em consideração apenas os

41

óbitos, a prevalência subiu para 7,1% (26 casos tinham a substituição D222G em

364 casos fatais analisados). Entretanto, a OMS salientou que a vigilância e o

laboratório vinham dando prioridade para amostras de pacientes hospitalizados e

gravemente doentes o que poderia levar a potenciais viezes (ORGANIZAÇÃO

MUNDIAL DA SAÚDE, 2009g). Análise filogenética dos genes HA e NA de vírus

influenza A(H1N1)pdm09 detectados de 253 pacientes no Japão, mostrou que no

início da pandemia as principais mutações encontradas foram a HA - S220T e NA -

N248D (MORLIGHEM et al., 2011).

Em Cingapura, foi detectada a mutação E391K que, de acordo com Maurer-

Stroh et al. (2010) pode alterar a estabilidade de uma região da HA importante para

a fusão do vírus à célula hospedeira. Vírus com a mutação E391K e N142D no gene

HA, foram detectados na Austrália, Nova Zelândia e Cingapura, no inverno de 2010.

Até o momento tais mutações não parecem representar uma mudança antigênica

significativa, no entanto, poderiam indicar o início de uma variação antigênica do

vírus influenza A(H1N1)pdm09 exigindo talvez uma atualização mais rápida da

vacina (BARR et al., 2010).

No período de abril de 2009 a junho de 2010, análises moleculares de 90

cepas de vírus influenza A(H1N1)pdm09 que circularam no Brasil, das quais 28

provenientes de pacientes que foram a óbito, revelaram uma série de substituições

nas sequências de HA. As cepas eram oriundas de cinco estados: São Paulo (76),

Goiás (7), Piaui (4), Mato Grosso (1), Mato Grosso do Sul (1) e Distrito Federal (1).

Foram encontradas as seguintes mutações: S220T (71%), D239G/N/S (20%),

Y247H (4,5%), E252K (3,3%), M274V (2,2%), Q310H (26,7%) e E391K (12%).

Casos fatais foram associados à mutação D239G (p<0,0001) (FERREIRA et al.,

2011).

De acordo com Mak (2011) em janeiro de 2011, época de inverno em Hong

Kong e tradicional estação da influenza, as mutações E391K e S202T cresceram

rapidamente e tornaram-se a cepa predominante no local, mas ainda não está claro

o seu significado.

Na Argentina, o sequenciamento do genoma completo de 26 cepas de vírus

de Influenza A(H1N1)pdm09 e de oito cepas sequenciadas parcialmente não

mostrou evidências de que a alta taxa de letalidade no país, que foi de 4,5%,

enquanto no resto do mundo foi estimada como menor que 1,0%, pudesse ser

atribuídas a mudanças no vírus. Nenhuma evidência de rearranjo, de mutações

42

associadas à resistência de drogas antivirais e mutações pontuais que pudessem

contribuir para aumentar a virulência do vírus foi observada. Apenas a mutação

S206T no gene de HA, já previamente detectada mundialmente, foi observada

(BAUMEISTER et al., 2010). Entretanto, Barrero et al. (2011) ao sequenciarem 28

cepas do vírus A (H1N1)pdm09, detectados na Argentina, observaram que todas

elas possuíam a mutação S220T no gene HA. Em 228 amostras detectaram cinco

cepas com a mutação H274Y no gene da NA.

No sul da China, foi realizada a caracterização genética do gene HA de 10

cepas do vírus A (H1N1)pdm09 e em 100% delas foram detectadas as mutações

P100S, T214A, S220T e I338V. Outras mutações presentes foram a I208L em 90%

das cepas, E391K e A409V (60%), S145P (40%), D144E (20%) e S340F e H416

(1%) (FAROOQUI et al., 2011).

Mutações do vírus influenza A (H1N1)pdm09 no gene NA

Estudos vêm sendo realizados em relação à resistência às drogas inibidoras

da neuraminidase (oseltamivir e zanamivir). Neste contexto, o pirosequenciamento

tem constituído uma ferramenta rápida e eficaz na vigilância de marcadores de

resistência (LACKENBY et al., 2008; DEYDE et al., 2009; DEYDE et al., 2010). A

mutação de resistência mais comumente encontrada tem sido a H274Y ou H275Y

que significa a substituição do aminoácido histidina (H) pela tirosina (Y) na posição

274 ou 275. Esta substituição altera a capacidade de interação da NA com o

oseltamivir, diminuindo a afinidade entre ambos (IAMARINO, 2009). Atualmente

utiliza-se H274Y para N1 e H275Y para N2 (KAWAY et al., 2009).

Um estudo realizado no Japão entre 2000–2001 com 43 crianças tratadas

com oseltamivir, detectou vírus influenza A (H1N1) com a mutação H274Y, em 16%

(7/43) das crianças (MOSCONA, 2005).

Em 2004, com o objetivo de investigar a resistência ao oseltamivir, foram

analisados vírus de influenza A (H3N2) isolados de 50 crianças no Japão, antes e

durante tratamento com oseltamivir. Foram detectadas mutações no gene de

neuraminidase em vírus de nove crianças (18%). Seis tinham a mutação R292K

(substituição da arginina na posição 292 pela lisina) e dois tinham a mutação E119V

(substituição do ácido glutâmico na posição 119 pela valina), que conferem

43

resistência a inibidores de neuraminidase. Também foi identificada numa criança a

mutação N294S (KISO et al., 2004).

Mutação subtipo específica de neuraminidase a inibidores de neuraminidase

tem sido notificada durante passagens in vitro e clínicas. Estudo realizado por Abed

et al. (2006) no Canadá, avaliou o impacto de várias mutações de NA (E119A/G/V,

H274Y, R292K e N294S) nos perfis de susceptibilidade a diferentes inibidores de NA

(oseltamivir, zanamivir e peramivir) usando proteínas de NA recombinante da

influenza A/WSN/33 (H1N1) e A/Sydney/5/97-like (H3N2). No subtipo N1, a mutação

E119V conferiu resistência cruzada ao oseltamivir, zanamivir e peramivir, ao passo

que resistência somente ao oseltamivir foi conferida pela mesma mutação no subtipo

N2. A mutação N294S conferiu resistência ao oseltamivir em ambos os subtipos, N1

e N2, ao passo que a mutação H274Y conferiu resistência ao oseltamivir e peramivir

só no subtipo N1.

Durante as estações de influenza de 2007 e 2008, a resistência entre os vírus

de influenza A (H1N1) ao oseltamivir aumentou, significativamente, pela primeira vez

no mundo. Amostras da Influenza A (H1N1) detectadas no período de 2007 a 2009

através da Vigilância da Influenza nos Estados Unidos foram testadas pelo CDC

para determinar a resistência ao oseltamivir através do ensaio de inibição da

atividade neuraminidásica e pelo método de pirosequenciamento. De 1.155 vírus da

influenza A (H1N1) testados, 142 (12,3%) eram resistentes ao oseltamivir. Nenhuma

exposição ao oseltamivir foi informada antes do diagnóstico de influenza nas

amostras coletadas, sugerindo que a resistência não teve ligação com o uso da

referida droga. Dados obtidos de 182 casos de vírus sensíveis ao oseltamivir,

quando comparados com os resistentes à mesma droga, não mostraram nenhuma

diferença significativa em relação às características demográficas, nem sintomas

clínicos (DHARAN, 2009).

Estudo realizado em Toronto no Canadá, também durante a estação de

influenza de 2007-2008, por Eshaghi et al. (2009), utilizando sequenciamento de

Sanger, demonstrou que 17% (82/474) dos vírus de influenza A (H1N1) isolados,

carregavam a mutação H274Y associada à resistência ao oseltamivir.

No dia 25 de janeiro 2008, a OMS foi notificada oficialmente por autoridades

norueguesas sobre um alto índice de resistência ao oseltamivir em vírus influenza A

(H1N1) de pacientes antes da estação de influenza em novembro e dezembro 2007

44

na Noruega. De 16 vírus isolados, 12 (75%) eram resistentes ao oseltamivir

(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2008).

Na Oceania, sudeste da Ásia e sul da África, foram examinadas 264 amostras

de vírus da influenza A (H1N1) coletadas em 2008, para verificar a sensibilidade ao

oseltamivir, zanamivir e peramivir, utilizando um teste de fluorescência de inibição da

neuraminidase. Os vírus com reduzida sensibilidade ao oseltamivir foram analisados

por pirosequenciamento. A frequência da mutação H274Y, que confere resistência

ao oseltamivir, aumentou significativamente após maio de 2008, resultando em uma

proporção global de resistência entre as amostras de influenza A (H1N1) de 64%

(168/264), apesar de este subtipo representar apenas 11,6% de todos os isolados

entre os vírus identificados em 2008 (HURT et al., 2009).

No período de 2 de novembro a 27 de dezembro de 2008, a OMS recebeu a

notificação de alta prevalência de vírus de influenza A (H1N1) resistentes ao

oseltamivir detectada em diversos países: (19/19) no Canadá, (97/100) nos Estados

Unidos, (4/5) no México, (8/8) na Alemanha, (9/9) na Noruega, (5/5) na Espanha,

(36/37) no Reino Unido, (132/133) na Coréia e (34/35) no Japão. No total, 13 países

notificaram casos de influenza A (H1N1) resistentes ao oseltamivir, dando um

percentual de 92% (350/379) entre as amostras analisadas (ORGANIZAÇÃO

MUNDIAL DA SAÚDE, 2009h).

De outubro de 2008 a janeiro de 2009, 308 isolados de influenza, de 26

estados dos Estados Unidos, foram testados para resistência a medicamentos

antivirais no CDC. De 190 vírus de influenza A (H1N1) testados, 185 (97.4%) eram

resistentes ao oseltamivir e todos eram sensíveis a zanamivir. Todos 41 vírus de

influenza A (H3N2) e todos 77 vírus de influenza B testados eram sensíveis ao

oseltamivir e zanamivir (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION,

2009e). De dezembro de 2008 a 24 de janeiro de 2009, trinta países notificaram à

OMS a detecção de 1.291 isolados de influenza A (H1N1) resistentes ao oseltamivir

(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2009a).

Estudo realizado na Noruega, no período de 2007-2008, com 265 pacientes

com vírus A (H1N1), 183 (67,3%) dos quais eram resistentes ao oseltamivir, mostrou

que a resistência não estava associada ao uso prévio de drogas antivirais, e que os

sintomas e índices de hospitalização e a transmissibilidade não eram diferentes

entre os vírus sensíveis e os resistentes ao oseltamivir (HAUGE et al., 2009).

45

Alguns estudos estão analisando a capacidade de replicação, transmissão e

infectividade dos vírus mutados resistentes ao oseltamivir em relação aos vírus que

não sofreram as respectivas mutações. Segundo Aoki; Boivin e Roberts (2007) vírus

com substituição na neuraminidase conferindo susceptibilidade reduzida ao

oseltamivir eram replicados com dificuldade in vitro, e estes mutantes geralmente

reduziam a infectividade e transmissibilidade, quando comparados com vírus

selvagem em modelos animais. Entretanto, posteriormente, Baz et al. (2010),

concluíram que a mutação H274Y não interfere aparentemente na aptidão viral, e

virulência de vírus de influenza A (H1N1), como o A/Brisbane/59/2007-like.

Figura 6 – Prevalência dos vírus influenza A (H1N1) sazonal resistentes ao oseltamivir.

Fonte: OMS - Julho de 2008

Com a instalação da pandemia em 2009, os inibidores da neuraminidase

foram largamente usados para o tratamento e quimioprofilaxia do vírus da influenza

A(H1N1)pdm09. Estudos vêm sendo realizados para verificar a resistência desse

vírus aos inibidores da neuraminidase e a maioria desses vírus tem mostrado ser

sensível a esse grupo de drogas (CHEN et al., 2011). No entanto, casos de

resistência ao oseltamivir já foram relatados na Dinamarca, Hong Kong, Japão e

Canadá foram notificados à OMS no final de julho de 2009. Todos os vírus

resistentes tinham uma mutação característica na posição 274/275 (ORGANIZAÇÃO

MUNDIAL DA SAÚDE, 2009i).

46

A possibilidade de resistência ao oseltamivir se disseminar tem sido uma

preocupação. Embora tenha sido focada no surgimento de resistência devido ao

tratamento, há relatos de resistência viral aos inibidores da neuraminidase entre

indivíduos sem história prévia de uso destas drogas. Anteriormente acreditava-se

que tais vírus teriam menos infectividade e transmissibilidade em seres humanos, o

que não se confirmou (MOSCONA, 2009). De acordo com Le et al. (2010) foi

observado no Vietnan que os vírus A(H1N1)pdm09 com a mutação H274Y,

resistentes ao oseltamivir podem replicar e causar doença em pessoas saudáveis,

mesmo na ausência de exposição prévia aos inibidores da neuraminidase.

Em agosto de 2009, o CDC detectou resistência ao oseltamivir em dois

pacientes imunossuprimidos infectados com o vírus da influenza A(H1N1)pdm09 em

Seattle, Washington. Os dois pacientes foram tratados com oseltamivir e tiveram

eliminação de vírus prolongada por, pelo menos, dois meses. Inicialmente o vírus

mostrou ser sensível ao oseltamivir, e a resistência se desenvolveu

subsequentemente, com o surgimento da mutação H274Y durante o tratamento

(CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2009f).

Também em agosto de 2009, o CDC identificou a mutação H274Y em

amostras de duas adolescentes que receberam oseltamivir como profilático na

Carolina do Norte, Estados Unidos. Na neuraminidase, uma segunda mutação I223V

também foi detectada. Este foi o primeiro relato de resistência ao oseltamivir em

casos de vírus influenza A (H1N1)pdm09 com vínculo epidemiológico (CENTERS

FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2009g ).

No período de primeiro de setembro de 2009 até 13 de fevereiro de 2010,

algumas amostras de influenza foram testadas no CDC para resistência aos

inibidores de neuraminidase (oseltamivir e zanamivir). Os resultados da prova de

resistência antiviral mostraram que 1/1 da amostra de influenza sazonal A (H1N1) e

1,3% (48/3691) das amostras de Influenza A(H1N1)pdm09 eram resistentes ao

oseltamivir e que nenhuma das amostras testadas de Influenza A (H3N2) e Influenza

B apresentavam resistência a esse inibidor de neuraminidase. Quanto à resistência

ao zanamivir foram testadas 1.305 amostras de Influenza A(H1N1)pdm09 e todas

eram sensíveis à referida droga (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND

PREVENTION, 2010a).

Em outubro de 2009, foram detectados quatro casos infectados por vírus

resistentes de Influenza pandêmica em pacientes imunocomprometidos numa

47

enfermaria de oncologia hematológica num hospital da Carolina do Norte. Os

autores concluíram que a proximidade geográfica, a convivência por um

determinado período, a presença da mutação H274Y e a similaridade na sequência

viral fortemente sugeriam a transmissão nosocomial do vírus resistente e que o

imediato isolamento, poderia prevenir novas infecções (CHEN et al., 2011).

Até o dia 17 de fevereiro de 2010 foram notificados à OMS 248 casos de

infecção pelo vírus influenza A(H1N1)pdm09 resistentes ao oseltamivir. Todos

possuíam a mutação H274Y. De 248 casos, 23% estavam associados ao

tratamento, 6% associados à profilaxia, 24% eram pacientes imunodeprimidos, 6%

não tinham associação conhecida com tratamento ou provável transmissão pessoa a

pessoa e 41% dos casos tinham sido notificados preliminarmente, sem dados

completos dos pacientes (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2010d).

Estudo realizado por Souza et al. (2010) em pacientes oncológicos

hospitalizados no Rio de Janeiro, mostrou que os pacientes permaneciam

eliminando os vírus por um período prolongado, mas não detectou nenhum vírus

resistente. Corroborando esses achados ao analisarem amostras de 1.608 pacientes

hospitalizados com infecção pelo vírus influenza A(H1N1)pdm09, Harvala et al.

(2011) detectaram 10 (0,62%) amostras cujos vírus eram resistentes ao oseltamivir.

Todos os pacientes eram imunocomprometidos. Kawano et al. (2011) detectaram

pela primeira vez em Nagasaki, Japão, uma cepa de vírus A(H1N1)pdm09 com a

mutação H274Y entre 75 cepas isoladas.

A impossibilidade de uso do oseltamivir como uma opção de tratamento pode

ter consequências profundas. Para reduzir este risco, o uso de oseltamivir deve ser

restringido à profilaxia e tratamento de casos graves e pessoas sob maior risco de

complicações. As reservas de antivirais devem ser diversificadas, e dosagens ideais

e terapias de combinação devem ser urgentemente estudadas. Portanto, é essencial

monitorar e controlar a resistência aos inibidores de neuraminidase (LE et al., 2010),

para orientar o uso eficiente dessa droga.

A falta de estudos sobre os vírus influenza A(H1N1)pdm09 que circularam na

nossa região em relação à presença, ou ausência de mutações, implicadas na

infectividade ou na resistência ao oseltamivir motivaram a realização deste estudo.

48

2.3 OUTRAS VIROSES RESPIRATÓRIAS

As infecções respiratórias agudas (IRA) são responsáveis por considerável

morbidade e mortalidade no mundo inteiro, principalmente em crianças, idosos e

pacientes imunocomprometidos (RABONI et al., 2011), provocando

aproximadamente 30% de todos os óbitos infantis nos países em desenvolvimento,

(THOMAZELL et al., 2007). Frequentemente são causadas por vírus (COSTA et al.,

2006). Em adultos, os vírus respiratórios estão entre os principais agentes

causadores de pneumonia (De ROUX et al., 2004).

Os vírus influenza são uns dos patógenos mais importantes, pela alta taxa de

morbidade e mortalidade e pela sua capacidade de provocar epidemias e

pandemias. Entretanto, vários vírus podem ocasionar um quadro clínico semelhante,

denominado síndrome gripal ou “influenza-like illness” (ILI) (KELLY; BIRCH, 2004),

cuja definição inclui febre e pelo menos um sintoma respiratório (tosse e / ou dor de

garganta) e um sintoma constitucional (dor de cabeça, mal-estar, mialgia, calafrios

ou suor, ou fadiga) ( BELLEI et al., 2008). Dentre tais patógenos figuram vírus

respiratório sincicial (RSV), adenovírus (AdV), rhinovírus (RV), coronavírus (HCoV)

e enterovírus (EV) (TURKINGTON; ASHBY, 1988), metapneumovírus (HMPV),

(KELLY; BIRCH, 2004), bocavírus humano (HBoV) (PILGER et al., 2011) e o

parechovírus humano (PeV), descrito anteriormente como echovírus 22 e 23

(HARVALA; SIMMONDS, 2009) e vírus parainfluenza (PIV) (CENTERS FOR

DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2011).

Vírus Respiratório Sincicial (RSV)

O RSV pertence à família Paramyxoviridae e foi isolado pela primeira vez em

1956. São vírus envelopados, não segmentados, dotados de genoma composto por

RNA de fita simples, com polaridade negativa. Encontra-se classificado um único

sorotipo e dois subgrupos A e B (COLLINS; CROWER, 2007). Globalmente é uma

das principais causas de infecção do trato respiratório inferior em crianças (D’ELIA et

al., 2005). Em muitas regiões constitui a principal etiologia como causa de

pneumonia e bronquiolite em crianças menores de um ano. Portanto, é considerado

um dos patógenos mais importantes para o desenvolvimento de vacinas (COLLINS;

CROWER, 2007). Originalmente, era considerado como um patógeno apenas

pediátrico. Contudo, recentemente, tem se mostrado como uma relevante causa de

49

infecções respiratórias, em idosos e adultos sob maior risco (MURATA; FALSEY,

2007).

A transmissão viral ocorre através do contato direto com secreções de

indivíduos infectados, ou objetos contaminados. As pessoas infectadas normalmente

transmitem o vírus por um período de três a oito dias. Entretanto, algumas crianças

e imunocomprometidos podem transmitir o vírus por até quatro semanas. O período

de incubação é de quatro a seis dias, podendo variar de dois a oito dias. A maioria

das pessoas saudáveis se recupera da infecção por RSV em uma a duas semanas.

Os sintomas geralmente iniciam com coriza e diminuição do apetite. Tosse, espirros

e febre normalmente surgem de um a três dias depois. Sibilos também podem

ocorrer. Em crianças muito pequenas, irritabilidade, diminuição da atividade e

dificuldades respiratórias podem ser os únicos sintomas da infecção (CENTERS

FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2010b). Entre os vírus respiratórios

é o mais frequente nos casos de otite média aguda (HEIKKINEN; THINT;

CHONMAITREE, 1999). Após a infecção natural, a proteção contra reinfecção é de

curta duração e estas são frequentemente observadas em crianças menores de dois

anos. Reinfecções em adultos também ocorrem, porém, clinicamente brandas

(SILVA et al., 2009).

Estudo realizado em crianças de baixa renda e menores de cinco anos,

atendidas em hospital pediátrico no Recife, evidenciou sua maior circulação no

período de abril a julho, durante a estação chuvosa, atingindo seu pico no mês de

maio (BEZERRA et al., 2011).

Evidências epidemiológicas indicam que o impacto da infecção por RSV em

idosos pode ser similar àquela ocasionada pela gripe (FALSEY; WALSH, 2005).

Até o momento não existe vacina licenciada (SLULLENDER, 2001). O uso de

imunoprofilaxia passiva com anticorpos monoclonais reduz o número de

hospitalizações em crianças sob risco (MEJIAS; RAMILLO, 2008).

Metapneumovírus

Os Metapneumovírus humanos (HPMV) também pertencem à família

Paramyxoviridae, subfamília Pneumovirinae, gênero Metapneumovirus, possuindo

similaridades com o RSV na sua organização genômica, estrutura viral,

antigenicidade e sintomas clínicos (SILVA et al., 2009). Foi descrito pela primeira

vez em 2001, quando foi isolado em 28 crianças holandesas, que apresentavam

50

desde doença do trato respiratório superior à bronquiolite grave e pneumonia (VAN

DER HOOGEN, 2001).

São vírus envelopados, cujo genoma é constituído de RNA de fita simples,

não segmentados, polaridade negativa (COLLINS; CROWER, 2007). Através da

análise genética foi caracterizado em dois grupos A e B e posteriormente, em dois

subgrupos cada: A1, A2 e B1, B2, respectivamente (BROOR; BHARAJ; CHAHAR,

2008). Estudo realizado na Austrália, no período de 2001 a 2004, mostrou a

circulação simultânea dos quatro subgrupos de HMPV, com um subgrupo diferente

predominando a cada ano. O subgrupo mais comum foi o B1 (MACKAY et al., 2008).

A infecção viral apresenta como característica o acometimento pulmonar,

associado, principalmente, aos casos de bronquiolite e pneumonia. (SILVA et al.,

2009). Tem distribuição mundial e suas manifestações clínicas podem variar de um

quadro leve do trato respiratório superior até doença grave. A infecção por

metapneumovírus humano ocorre em todas as idades (KELLY; BIRCH, 2004). Em

geral, os adultos apresentam sintomas brandos de resfriado, como tosse, rinorréia,

rouquidão, dor de garganta e, algumas vezes, febre. Entre os casos graves, são

comuns a bronquiolite, asma exarcebada e pneumonia, embora quadros de diarréia,

exantema, vômito, disfagia, conjuntivite e otite média já tenham sido descritos

(SANTOS; ROMANO; WIGG, 2008).

Em estudo realizado na cidade de Aracaju, abrangendo 111 crianças

menores de três anos e com infecção aguda do trato respiratório inferior foi

encontrada uma prevalência de 17% e, em oito (7%) a presença de infecção múltipla

com o RSV (co-infecção) (CUEVAS et al., 2003). Na cidade de Curitiba, foi

detectado o HPMV em 6,4% das 156 crianças hospitalizadas com IRA (DEBUR et

al., 2007). Achados semelhantes foram relatados em Campinas por Silva et al.

(2008). Na cidade do Recife a maior frequência ocorre em crianças menores de

cinco anos, nos meses de julho a outubro, atingindo seu pico no mês de agosto

(BEZERRA et al., 2011).

A infecção natural induz proteção parcial contra a doença. Não há proteção

cruzada contra as diferentes cepas do vírus (BROOR; BHARAJ; CHAHAR, 2008).

O desenvolvimento de vacinas eficientes para imunização contra o HSRV e HMPV

deve ser prioritário, bem como o aperfeiçoamento das terapias para recuperação de

pacientes infectados (SILVA et al., 2008).

51

Enterovírus

Os enterovírus humanos são membros da família Picornaviridae e estão entre

os vírus RNA mais simples. Constituem causa comum de doenças respiratórias,

embora as infecções sejam frequentemente subclínicas. As infecções respiratórias

por enterovírus ocorrem mais no trato respiratório superior, (como um resfriado

comum e crupe) do que no trato respiratório inferior (como a pneumonia)

(PALLANSCH; ROOS, 2007). Clinicamente, os quadros respiratórios causados por

enterovírus não diferem daqueles produzidos pelos vírus que causam infecção

respiratória primária, como os rhinovírus, RSV, influenza, parainfluenza, adenovírus.

Os principais sorotipos que causam infecções respiratórias são o Coxackie A21 e

A24, Coxsackie B4 e B5, Echovírus 4, 9, 11, 20, 25 e provavelmente 1-3, 6-8, 16, 19

e 22. Os enterovírus, 68 e 71 estão associados com quadros de pneumonia e

bronquiolite, respectivamente. Os casos graves ocorrem mais em crianças de faixa

etária baixa (GOMES et al., 1997). O enterovírus 68 foi isolado inicialmente em 1962

na Califórnia, em quatro crianças com doença respiratória (OBERSTE et al., 2004).

Rhinovírus

Os rhinovírus (RV) pertencem à família Picornaviridae, e foram agrupados

inicialmente em rhinovírus humano A (RV-A) e rhinovírus humano B (RV-B)

(TURNER; COUCH, 2007). Entretanto, durante o inverno de 2004, no estado de

Nova York, uma alta incidência de ILI com resultados negativos em testes

moleculares e em cultura de vírus, levou Lamson et al. (2006) a analisar através de

um novo ensaio multiplex, 79 amostras previamente negativas e esclareceu o

diagnóstico de 26 delas, sendo detectada uma grande frequência de rhinovírus,

metade dos quais pertenciam a um grupo genético que ainda não tinha sido

caracterizado, diferente dos RV-A e RV-B. Para avaliar se esse novo grupo circulava

fora do estado de Nova York foi realizado um estudo com amostras respiratórias da

África, Ásia, Austrália e Europa que tinham resultado negativo na avaliação

diagnóstica de rotina. Foi evidenciada a circulação global desse novo grupo (RV-C)

e sua associação com surtos de doença respiratória aguda e com infecção severa

do trato respiratório inferior em crianças (BRIESE et al., 2008).

Os rhinovírus são vírus não envelopados de RNA de fita simples, e de

polaridade positiva. Análises filogenéticas indicam a presença de 74 sorotipos do

grupo A e 25 sorotipos no grupo B (TURNER; COUCH, 2007). Tornaram-se

52

conhecidos como o vírus do resfriado comum porque estão implicados em

aproximadamente 50% das infecções do trato respiratório (BRIESE et al., 2008).

São associados a complicações do trato respiratório superior, como sinusite e otite

média. Estudos clínicos relatam que é o segundo agente associado à pneumonia e

bronquiolite em lactentes (HAYDEN, 2004).

Estudo realizado por Bellei et al. (2008), quando foram analisadas 420

amostras de lavados nasais de pacientes adultos com IRA e/ou ILI nos anos de

2001 a 2003, atendidos no ambulatório de um Hospital Universitário de São Paulo,

mostrou que dos vírus respiratórios detectados, 30,9% era influenza e 19,6% era

rhinovírus e que o pico de atividade dos dois vírus era concomitante. Esses

resultados destacam as implicações de outros vírus na etiologia das infecções

respiratórias na estação da influenza.

Swabs nasais de 47 idosos com sintomas de gripe ou resfriado que residiam

em Botucatu (São Paulo) foram colhidos entre 2002 e 2003 e testados para os vírus

da influenza A e B, rhinovírus, metapneumovírus e vírus respiratório sincicial. HPV

foi detectado em 28,6% das amostras (14/47) e HMPV em 2% (1/47). Os demais

vírus testados não foram detectados. Entre os RV, nove foram sequenciados, sendo

seis amostras pertencentes ao grupo A, uma ao grupo B e duas ao grupo C. De

acordo com os autores, a alta incidência de RV durante a estação da gripe,

necessita de estudos posteriores para avaliar o impacto desse vírus entre os idosos

(WATANABE et al., 2011b).

Coronavírus

Os coronavírus humanos (HCoV) pertencem à ordem Nidovirales, família

Coronaviridae e gênero Coronavírus. São vírus envelopados constituídos de RNA de

fita simples, de polaridade positiva e não segmentado. São os maiores vírus RNA

(SANTOS; ROMANOS; WIGG, 2008). Até o momento, cinco coronavírus (HCoV-

229E, HCoV-OC43, SARS-CoV, HCoV-NL63 e HCoV HKU-1) que infectam os seres

humanos têm sido identificados, dos quais, quatro (HCoV-229E, HCoV-OC43,

HCoV-NL63 e HCoV-HKU-1) circulam continuamente na população humana

(FIELDING, 2011). Os primeriros detectados, na década de 1960 foram os HCoV-

229E e HCoV-OC43 (VAN DER HOEK; PYRC; BERKHOUT, 2006) e o SARS-CoV,

HCoV-NL63 e HCoV HKU-1 foram descritos em 2003, 2004 e 2005, respectivamente

(VAN DER HOEK, 2007).

53

Os coronavírus causam doença do trato respiratório superior e

ocasionalmente, do trato respiratório inferior (CABEÇA; BELLEY, 2012). Até o

SARS-CoV ser identificado como o agente etiológico da síndrome respiratória aguda

grave (SARS), não foi dada muita importância aos dois coronavírus já conhecidos.

Acreditava-se que eles causavam apenas infecções leves do trato respiratório

superior em crianças, e que somente prematuros e crianças com doenças crônicas

poderiam desenvolver infecções graves do trato respiratório inferior. O isolamento do

SARS-CoV e a identificação de dois novos coronavírus HCoV-NL63 (FOUCHIER et

al., 2004) e HCoV-KHU1 levaram a estudos sobre o impacto clínico-epidemiológico

de infecções causadas por todos os coronavírus, que podem ser associadas com

manifestações respiratórias e extrarespiratórias, incluindo o envolvimento do sistema

nervoso central. Considerando a sua capacidade de recombinação, a circulação

desses vírus deve ser monitorada para detectar precocemente a identificação de

cepas particularmente virulentas e, dessa forma, facilitar o desenvolvimento de

medidas preventivas e terapêuticas adequadas (PRINCIPI; BOSIS; ESPOSITO,

2010).

Em Hong Kong, China, HCoV foram detectados em 26 (4,4%) de 587

crianças estudadas: 15 (2,6%) foram positivas para HCoV-NL63, 9 (1,5%) foram

positivas para HCoV-OC43 e 2 (0,3%) positivas para o HCoV-229E Além de causar

a doença do trato respiratório superior, o HCoV-NL63 pode provocar crupe,

exacerbação da asma, convulsão febril e febre alta. Ainda é um patógeno importante

que contribui para a hospitalização de crianças, e foi estimado ter causado a cada

ano, 224 admissões em hospital por 100.000 habitantes, com idade menor ou igual a

6 anos, em Hong Kong (CHIU et al., 2005). Dentre 4.181 aspirados pacientes com

infecção aguda do trato respiratório, 2,1% pacientes apresentaram infecção por

HCoV, sendo 13 (0,3%) positivos para HCoV-KHU-1, 17 (0,4%) positivos para

HCoV-NL63, 53 (1,3%) positivos para HCoV-OC43 e 4 (0,1%) positivos para HCoV-

229E. A infecção do trato respiratório superior foi a forma mais comum de

apresentação do HCoV-KHU-1, apesar de ter provocado também pneumonia,

bronquiolite e exarcebação asmática (LAU et al., 2006).

Nas estações inverno - primavera de 2003-2004 e 2004-2005, o HCoV foi

detectado em 5,7% pacientes italianos admitidos em Hospital com síndrome

respiratória aguda. As infecções foram causadas, respectivamente, por HCoV-OC43,

HCoV-229E e HCoV-NL63 em 25 (53,2%), 10 (21,3%) e 9 (19,1%) dos pacientes.

54

Além disso, 3 (6,4%) dos pacientes foram infectados por cepa não tipada. Co-

infecção com outros vírus respiratórios foi detectada em 14 (29,8%) dos 47

pacientes. Esses casos foram associados mais frequentemente com síndrome

respiratória grave, quando comparados com os casos de infecção única pelo HCoV

(p=0,002) (GERNA et al., 2006).

Parainfluenza

Os vírus parainfluenza (PIV) pertencem à família Paramyxoviridae, subfamília

Paramyxovirinae e gêneros Respirovírus (sorotipos 1 e 3) e Rubulavirus (sorotipo 2 e

subtipos 4a e 4b) (SANTOS; ROMANOS; WIGG, 2008). São constituídos de RNA de

fita simples e polaridade negativa. Cada um dos sorotipos tem características

clínicas e epidemiológicas diferentes. O vírion varia de tamanho (diâmetro médio

entre 150 e 200 nm) e forma, é instável no meio ambiente e facilmente inativado

com água e sabão.

Os quatro sorotipos virais podem causar infecções respiratórias e reinfecções,

particularmente o sorotipo 3 (HALL, 2001). O PIV-1 é a principal causa de crupe em

crianças, enquanto o PIV-2 é menos frequente. O PIV-3 é mais frequentemente

associado com bronquiolite e pneumonia. O PIV-4 é detectado com frequência, mas

normalmente causam doença mais branda (CENTERS FOR DISEASE CONTROL

AND PREVENTION, 2011).

Em lactentes, os vírus parainfluenza causam comumemente doença do

aparelho respiratório inferior. Podem causar doença grave do trato respiratório

inferior, como pneumonia, bronquite e bronqueolite, especialmente em idosos e

pacientes imunocomprometidos. Podem causar reinfecções por toda a vida. Estas

infecções, normalmente, ocorrem no trato respiratório superior provocando resfriado

e dor de garganta (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION,

2006). Em crianças, o tipo mais comum da doença consiste em faringite, rinite,

tosse e rouquidão, geralmente, com febre que dura de dois a três dias. Os piores

sintomas são observados mais frequentemente à noite (KARRON; COLLINS, 2007).

Como ocorre com outros vírus respiratórios, pode provocar otite média aguda

(HEIKKINEN; CHONMAITREE, 2003).

Inquéritos sorológicos mostraram que aproximadamente 75% das crianças a

partir dos cinco anos de idade têm anticorpos para o PIV-1 e PIV-2 e 90% a 100%

delas, tem anticorpos para o PIV-3 (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND

55

PREVENTION, 2011). Segundo Hall (2001), os parainfluenzavírus tipos 1 e 2

causam epidemias que ocorrem em ciclos a cada dois anos no outono, enquanto

que as infecções com o tipo 3 ocorrem anualmente, principalmente na primavera e

verão.

Bocavírus humano

O bocavírus humano (HBoV) pertence à família Parvoviridae, subfamília

Parvovirinae, gênero Bocavirus. Foi detectado pela primeira vez na Suécia, em

espécimes respiratórios (ALLANDER et al., 2005). Desde então, tem sido associado

a doenças do trato respiratório inferior e superior e doença gastrointestinal em

pacientes adultos e pediátricos, e apresenta distribuição global. (VALADARES,

2010). Entretanto, uma alta frequência de co-infecção tem sido descrita e a

patogenicidade viral ainda não se encontra totalmente esclarecida (CHOW; HUANG;

ESPER, 2008).

Trata-se de um vírus não envelopado, de simetria icosaédrica, medindo de 18

a 26 nanômetros de diâmetro. O genoma viral é composto por DNA de fita simples,

sentido positivo ou negativo com aproximadamente 5.3 Kb. Até o momento, estudos

mostram a existência de três tipos de HBoV (HBoV1, HBoV2 e HBoV3) sendo que

somente o HBoV1 está associado à infecção respiratória aguda (SILVA et al.,

2010). O HBoV-2 foi identificado pela primeira vez por Kapoor et al. (2009) e o

HBoV-3 por Arthur et al. (2009).

Na Espanha, Vicente et al. (2007), analisaram 520 amostras de aspirado de

nasofaringe de crianças com IRA e detectaram 40 amostras positivas (7,7%) para o

HBoV. Dessas, 25 (62,5%) mostraram co-infecção com outros vírus, sendo o mais

frequente o RSV (13). Amostras de 259 crianças internadas com sibilos expiratórios

agudos e média de idade de 1,6 anos, na Suécia, mostraram que 19% delas eram

positivas para o HBoV, mas esse vírus foi detectado isoladamente em apenas 5%

das crianças (ALLANDER, 2007). Estudo semelhante foi realizado por Valadares

(2010) em São Paulo, abrangendo crianças menores de dois anos, detectou 47

(4,7%) amostras positivas para HBoV e dessas, 27 (57,4%) amostras apresentaram

co-infecção com outros vírus respiratórios.

Foram analisadas 397 amostras de aspirado nasofaríngeo de pacientes com

diagnóstico de IRA atendidos ambulatorialmente no Pará, tendo sido detectado o

HBoV em três amostras de crianças menores de um ano. Uma delas apresentou co-

56

infecção com o RSV. O percentual de positividade obtido na investigação se revelou

inferior ao descrito na literatura, entretanto, vale ressaltar que os estudos já

publicados tinham sido realizados com pacientes hospitalizados (SILVA et al., 2010).

Segundo Pilger et al. (2011), a taxa de incidência do HBoV em amostras

respiratórias de crianças com infecção respiratória aguda é de 3 a 19%. Estudo

realizado pelo grupo com 455 amostras de aspirado de nasofaringe de 453 crianças

menores de dois anos, admitidas na emergência pediátrica em Porto Alegre,

detectou 60 (13,2%) amostras positivas para o HBoV.

Adenovírus

Os Adenovírus, na maioria das vezes, causam doenças respiratórias, no

entanto, dependendo do sorotipo infectante, podem causar várias outras doenças,

como gastroenterites, conjuntivite, cistite e doença exantemática. Os sintomas de

doença respiratória causada por adenovírus variam de síndrome do resfriado

comum à pneumonia, crupe e bronquite. Lactentes jovens, especialmente pacientes

com o sistema imunológico comprometido são mais suscetíveis a complicações

graves da infecção por adenovírus. Surtos de adenovírus associados a doenças

respiratórias têm sido mais comuns no final do inverno, primavera e início do verão,

no entanto, infecções por adenovírus podem ocorrer durante todo o ano. O período

de incubação no caso de infecções do trato respiratório é entre 2 e 14 dias

(CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2010c).

Os adenovírus pertencem à família Adenoviridae, gênero Mastadenovírus

(SANTOS; ROMANOS; WIGG, 2002), o genoma viral é constituído por DNA de

dupla fita e é protegido por capsídeo icosaédrico. Foram isolados e caracterizados

em 1953 (ROWE et al., 1953; HILLEMAN; WERNER, 1954). Um total de 51

sorotipos foram identificados. Esses 51 sorotipos foram classificados em 6

subgrupos (espécies de A a F) (BERCK, 2007). Alguns sorotipos, como o 3, 4, e 7

são mais comumente associados com doença respiratória aguda. Os profissionais

de saúde devem pensar em adenovírus como possível causa de casos graves de

pneumonia, e surtos de pneumonia de etiologia desconhecida (CENTERS DISEASE

CONTROL AND PREVENTION, 2010c).

Nos Estados Unidos, as doenças respiratórias agudas estão mais

frequentemente associadas aos adenovírus tipo 4 e 7 e mais recentemente ao

adenovírus 14. Surtos de adenovírus têm sido mais comuns no final do inverno,

57

primavera e início do verão; entretanto, a infecção pelo adenovírus pode ocorrer

durante todo o ano (CENTERS DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2010c). Parechovírus

Os parechovírus humanos pertencem à família Picornaviridae (VERBOON-

MACIOLEK et al., 2008), e não possuem envelope (DREXLER et al., 2009). Devido

às suas propriedades morfológicas e clínicas foram classificados inicialmente como

sendo do gênero enterovírus: o parechovírus humano 1 (PeV1) foi descrito como

Echovírus 22 e o parechovírus humano 2 (PeV2) como Echovírus 23 (HARVALA;

SIMMONDS, 2009). Entretanto, eles mostraram ser bem distintos dos demais

enterovírus no que concerne à organização do seu genoma e replicação e formaram

um novo gênero (JOKI–KORPELA; HYYPIÃ, 2001).

Com base em estudos genéticos e sorológicos, existem os seguintes tipos de

PeV: PeV-1, PeV-2, PeV-3, PeV-4 e PeV-5 (WATANABE et al., 2007) e PeV-6 (DE

VRIES et al, 2008). O PeV apresenta heterogeneidade genética e antigênica e um

número de tipos distintos circula amplamente nas populações humanas em todo o

mundo (HARVALA; SIMMONDS, 2009). De acordo com Chieochansin et al (2011),

há 16 genótipos reconhecidos, com distribuição global.

Estudos soroepidemiológicos têm demonstrado que a prevalência de

anticorpos PeV1 é surpreendentemente elevada, superior a 95% na população

adulta. De acordo com dados atuais, o PeV1 causa principalmente infecções

gastrointestinais e respiratórias, no entanto, podem causar doenças graves, como

miocardite e encefalite. Infecções por PeV2 parecem ser raras (JOKI–KORPELA;

HYYPIÃ, 2001). Estudo realizado por Harvala et al (2008), para investigar o

envolvimento dos parechovírus em doenças respiratórias foi realizado em

Edimburgo, na Escócia. Um total de 3.844 amostras respiratórias de 2.200

indivíduos foram coletadas de janeiro a dezembro de 2007. Foram detectadas 33

amostras positivas de 27 indivíduos (1,2%).

Diagnóstico diferencial

Apesar do diagnóstico de doenças virais ter melhorado significativamente nos

últimos 15 anos com o desenvolvimento das técnicas de PCR, a identificação do

agente etiológico das doenças respiratórias virais tem sido feita quase que

exclusivamente em crianças. Em idosos a frequência de identificação da etiologia

58

viral encontra-se abaixo de 40% (JARTTI et al., 2011). De acordo com Leung et al.,

(2009), o fato de grande parte de IRAs não ter seus agentes etiológicos identificados

pode ser devido às limitações dos ensaios de diagnóstico, ou devido a uma

proporção de IRAs ser causada por patógenos ainda desconhecidos.

Júven et al (2000) na Finlândia, pesquisaram 17 microorganismos entre vírus

e bactérias, em aspirado de nasofaringe de 254 crianças com pneumonia. O agente

etiológico foi detectado em 85% dos casos e destes 62% dos pacientes apresentava

infecção viral e 30% tinha evidência de infecção viral e bacteriana. Dentre os vírus

detectados o RSV (29%) e RV (24%) foram os agentes mais comuns associados

com a pneumonia. Dupla infecção viral foi detectada em 35 pacientes.

Na Índia, no período de abril de 2005 a março de 2007 foram coletados 301

aspirados de nasofaringe de crianças atendidas no ambulatório ou internadas em

hospitais de Nova Deli com problemas respiratórios. Um ensaio de PCR multiplex

detectou 130 vírus respiratórios em 106 (35,2%) amostras, sendo 61 (46,9%) RSV,

22 (16,9%) PIV3, 17 (13,1%) PIV2, 11 (8,5%) HMPV, 10 (7,7%) PIV1 e nove (6,9%)

FLUA (BHARAJ et al., 2009).

Utilizando um ensaio de RT-PCR multiplex, com cinco tubos de misturas de

primers capazes de detectar 17 diferentes vírus respiratórios, Wang et al (2010)

analisaram amostras de nasofaringe de 817 crianças menores de 9 anos com

infecção respiratória aguda, coletadas no período de outubro de 2006 a setembro de

2008, em Shangai, China. Foi detectado um único vírus em 373 amostras (45,7%) e

em 113 amostras (13,8%) foram detectados de dois a quatro vírus, perfazendo um

total de 486 amostras positivas. Ao todo, 618 vírus foram detectados, sendo o mais

frequente o RSV (19,4%), seguido do HBoV (19,3%), FLUA e FLUB (17,5%) PIV1, 3

ou 4 (12,5%), RV (11,8%), HMPV (7,1%), AdV (7%), HCoV (3,9%) e EV (1,8%).

Entre os 113 pacientes diagnosticados com múltipla infecção viral, os patógenos

mais presentes foram o HBoV, RSV, RV e AdV.

Aspirados de nasofaringe de 407 crianças menores de cinco anos com IRA

atendidas em Hospital Infantil na cidade do Recife, Pernambuco, no período de abril

de 2008 a março de 2009, foram analisadas por Bezerra et al. (2011). Foram

detectados os seguintes vírus: RSV (37,3% dos pacientes), AdV (24,8%), RV

(18,9%), HBoV (18,7%) e HMPV (10,3%). Coinfecções com um ou mais patógenos

foram detectadas em 161 amostras (39,6%). O RSV apresentou uma alta frequência

59

na estação chuvosa (abril a julho) e o HMPV de agosto a outubro, ambos mostrando

um padrão sazonal bem definido.

Depois da instalação da nova pandemia de influenza foi realizada a análise

de 58 aspirados de nasofaringe de crianças de 28 dias a 12 anos com doença

respiratória grave, internadas em Hospital de Porto Alegre, no período de 30 de julho

a 1 de setembro, utilizando-se a reação de imunofluorescência. O kit utilizado

detecta os vírus FLUA, FLUB, AdV, PIV-1, PIV-2, PIV-3 e RSV. Dos exames

realizados, 26 (44,8%) foram positivos para os vírus analisados. Destes, foram

detectados 18 (69,2%) casos de RSV, seis (23,2%) de FLUA, um (3,8%) de PIV-1 e

um (3,8%) de PIV-3. A associação de vírus foi verificada em cinco casos (19,6%)

para RSV e FLUA. Dos casos analisados, confirmou-se que três (5,2%) eram do

novo subtipo de Influenza H1N1 (CARNEIRO; KRUMMENAUER; MACHADO, 2010).

Também com o objetivo de determinar a etiologia viral durante a pandemia de

2009, estudo utilizando a técnica de PCR foi realizado em amostras coletadas de 98

crianças e 61 adultos internados num Hospital Sentinela de São Paulo, Brasil, com

suspeita de infecção pelo vírus pandêmico, no período de agosto a novembro de

2009. Foi detectado o vírus influenza A(H1N1)pdm09 em 19,5% (31/159), sendo

23% (14/61) em adultos e 18,4% (17/92) em crianças. As amostras negativas para

influenza A sazonal e pandêmica foram testadas para RV, HMPV, AdV e RSV.

Foram positivas para pelo menos um vírus, 61% (97/159) e 3,7% (6/159)

apresentaram coinfecção com múltiplos vírus. No total, 64,8% (103/159) de etiologia

viral foi determinada. A frequência de identificação viral nas crianças de até 12 anos

foi significativamente mais alta quando comparada com os adultos (p=0,0021). A

influenza A sazonal foi detectada em 6,2% (10/159) das amostras e dentre as

amostras que foram negativas para influenza A, 52,54% (62/118) foram positivas

para outros vírus respiratórios. Desses, 22,88% foram positivos para RV, 20,34%

para HMPV, 2,54% para AdV e 1,69% para RSV. Seis amostras (5,08%),

apresentaram coinfecção com dois vírus, sendo quatro (RV/ HMPV), um (AdV/RSV)

e um (AdV/RV) (WATANABE et al., 2011a).

Entre maio e agosto de 2009 foram testados em Buenos Aires, Argentina,

3.476 aspirados de nasofaringe para alguns vírus respiratórios, tendo sido positivas

para um dos vírus, 1.553 amostras (44,68%). Destas, 367 era influenza A, sendo

330 identificadas através de RT-PCR como vírus A(H1N1)pdm09, 30 amostras não

foram tipadas e duas foram identificadas como influenza A (H3N2) sazonal. Ao todo

60

foram detectados 1.158 vírus, uma vez que ocorreram três casos de infecções

duplas de FLUA–RSV no mês de junho. O RSV esteve presente em 1.142 amostras

(73,5%), PIV3 em 37 (2,4%) e AdV em 12 (0,7%). Não foram detectados IPV1, PIV2,

nem FLUB, apesar de terem sido testados (BARRERO et al., 2011).

No período de maio a dezembro de 2009 foram coletadas amostras

respiratórias de 171 pacientes internados com IRA no Hospital das Clínicas da

Universidade do Paraná. As amostras foram testadas para o vírus influenza A

(H1N1)pdm09 através da reação de rRT-PCR, de acordo com o protocolo CDC e

os outros vírus respiratórios através de uma reação RT-PCR multiplex, que permite a

detecção simultânea de vários agentes. Vírus respiratórios foram detectados de 129

amostras (75%), sendo 67 casos diagnosticados como vírus influenza

A(H1N1)pdm09 (39%) e 62 (36%) diagnosticados como outros vírus respiratórios.

O vírus da influenza A sazonal foi detectado em 15 amostras (9%). Considerando

apenas as amostras positivas, o maior percentual de detecção dos outros vírus

respiratórios foi: RSV (13,1%), RV (10%), HMPV (9,3%), PIV3 (5,4%), AdV (5,4%),

HCoV (3,8%), FLUB (0,7%), PIV1 (0,7%) e PIV2 (0,7%). Coinfecões virais foram

mais raras entre os casos do vírus influenza A (H1N1)pdm09 (1%) do que entre

outros vírus respiratórios (8%) (RABONI et al., 2011).

Zuccotii et al. (2011) estudaram 575 crianças menores de 15 anos,

hospitalizadas de dezembro de 2008 a dezembro de 2009, na cidade de Milão, com

infecção respiratória aguda. Amostras das referidas crianças foram testadas para

vírus respiratórios obtendo-se um percentual de positividade de 51%. A frequência

de detecção dos vírus foi: RSV 34,1%, HBoV 6,8%, HMPV 5%, influenza A sazonal

5%. O FLUB não foi detectado. No período de abril de 2009 até o final do estudo foi

detectado o vírus influenza A(H1N1)pdm09 em 11,6% das amostras.

Linde et al., 2009 ao analisar a súbita interrupção da propagação da influenza

pandêmica na Suécia levantou a hipótese de ter sido provocada por um aumento na

circulação de rhinovírus que teria competido com o vírus influenza A(H1N1)pdm09.

A falta de estudos sobre os vírus da influenza que circularam em Pernambuco

durante a última pandemia relacionados à resistência a drogas antivirais, aspectos

clínicos, epidemiológicos e moleculares, bem como a falta de dados sobre outros

vírus respiratórios que circularam no estado no mesmo período, levando os

profissionais de saúde à hipótese diagnóstica de infecção pelo vírus influenza

A(H1N1)pdm09, despertaram o interesse para a execução deste trabalho.

61

3 OBJETIVOS 3. 1 Objetivo Geral: Investigar aspectos clínicos, epidemiológicos e moleculares das infecções por

Influenza A(H1N1)pdm09, bem como a frequência de outros vírus respiratórios

circulantes no estado de Pernambuco, durante o período pandêmico (maio de 2009

a maio de 2010).

3. 2 Objetivos Específicos:

1. Determinar a frequência de vírus influenza A(H1N1)pdm09 no estado de

Pernambuco, no período de maio de 2009 a maio de 2010.

2. Estudar aspectos clínico-epidemiológicos apresentados pelos pacientes

infectados pelo vírus influenza A(H1N1)pdm09, no período de maio de

2009 e maio de 2010.

3. Investigar a frequência de outros vírus respiratórios em casos suspeitos

de infecção pelo vírus influenza A(H1N1)pdm09 com resultado

laboratorial negativo.

4. Caracterizar o gene hemaglutinina em amostras positivas para o vírus

pandêmico.

5. Investigar a prevalência do marcador de resistência ao oseltamivir,

H274Y no gene da Neuraminidase.

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Desenho do estudo

Foi realizado um estudo descritivo, transversal, no período de maio de 2009 a

maio de 2010.

62

4.2 Local do estudo

A coleta dos swabs combinados de nasofaringe e orofaringe foi realizada em

hospitais do estado de Pernambuco que atenderam pacientes com suspeita clínica

de influenza pandêmica. No caso de pacientes que faleceram em decorrência da

doença, foram coletados fragmentos de brônquios e pulmões no Serviço de

Verificação de Óbito do Estado (SVO).

4.3 População de estudo

Indivíduos com síndrome gripal, com síndrome respiratória aguda grave e

indivíduos que evoluíram para óbito, atendidos nas Unidades Hospitalares do estado

de Pernambuco, com suspeita de infecção pelo vírus da Influenza A(H1N1)pdm09,

cujas amostras clínicas (swab combinado de nasofaringe e orofaringe ou tecidos de

brônquios e de pulmões) foram coletadas no período de maio de 2009 a maio de

2010. Os dados sócio-demográficos dos pacientes foram resgatados das Fichas de

Investigação: INFLUENZA HUMANA POR NOVO SUBTIPO (PANDÊMICO) e do

Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Do Ministério da Saúde.

4. 4 Variáveis 4. 4. 1 Variáveis dependentes

Infecção pelo vírus da Influenza A sazonal ou pelo vírus A(H1N1)pdm09.

Mutação no gene HA associadas à infectividade viral.

Mutação H274Y no gene NA associada à resistência ao oseltamivir.

Infecção por outros microrganismos.

4.4.2 Variáveis independentes

Dados sócio-demográficos e clínico-epidemiológicos:

Sexo: masculino e feminino

Faixa etária: - ≤ 2 anos, 3 a 5 anos, 6 a 9 anos, 10 a 19 anos, 20 a 29 anos, 30 a 39

anos, 40 a 49 anos, 50 a 59 anos e ≥ 60 anos.

Sintomas: Febre, tosse, mialgia, coriza, dor de garganta, calafrio, artralgia, dispnéia,

diarréia, conjuntivite, outros sintomas.

63

Grupos de risco: Gestantes, pneumopatias, cardiopatias, doenças metabólicas,

doenças renais, hemoglobinopatias e imunodeprimidos.

4.5 Operacionalização da Pesquisa

A coleta das amostras clínicas foi realizada em Unidades Hospitalares do

estado de Pernambuco que atendiam casos suspeitos de infecção pelo vírus

influenza A(H1N1)pdm09, e, de acordo com o Ministério da Saúde deveria,

preferencialmente, ser feita até três dias do início dos sintomas (fase aguda da

doença), tendo sido estendida até 7 dias após o início dos sintomas. Nos casos de

óbito, a coleta de fragmentos de brônquios e de pulmões foi realizada no Serviço de

verificação de óbito (SVO). Após a coleta, as amostras foram encaminhadas ao

Laboratório Central de Pernambuco (LACEN-PE), onde foram registradas e

permaneceram congeladas a -80ºC até posterior encaminhamento para o Instituto

Evandro Chagas (IEC) em Belém, Laboratório de Referência Regional e um dos três

Centros Nacionais para Influenza (OPAS/OMS) (BRASIL, 2008), cuja área de

abrangência é a região nordeste. Lá as amostras foram processadas para o

diagnóstico laboratorial do vírus influenza A(H1N1)pdm09 e vírus influenza A

sazonal, segundo o protocolo do CDC.

A caracterização genética e o diagnóstico diferencial para outros vírus

respiratórios foram realizados no Laboratório de Referência Nacional para Influenza,

o Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo da Fundação Oswaldo Cruz, Rio

de Janeiro.

Para execução deste trabalho, diferentes protocolos e técnicas foram

utilizados. O fluxograma contendo as etapas envolvidas no desenvolvimento do

presente estudo encontra-se ilustrado na Figura 5.

Os ensaios realizados seguiram protocolos mundialmente estabelecidos.

Para o diagnóstico do vírus A(H1N1)pdm09 e Influenza A sazonal foi realizada a

metodologia de PCR em tempo real (sistema TaqMan, seguindo o protocolo do

CDC/Atlanta). Foram utilizados o QIAamp® Viral RNA Mini Kit (Qiagen) para

extração do RNA, e o kit Primer and Probe Set da Invitrogen para a detecção do

RNA viral. Para o sequenciamento do gene HA foi utilizado o método de Sanger,

precedido de uma reação de RT-PCR, utilizando-se o kit SuperScript IIITM One-step

RT-PCR with Platinum Taq-DNA Polymerase (Invitrogen), de acordo com Protocolo

CDC para Influenza. As sequências foram analisadas e editadas utilizando-se o

64

programa Sequencher, e alinhadas com sequências de outros vírus disponíveis no

banco de dados do GenBank (http://www.ncbi.nlm.nih.gov), utilizando o programa

Mega 4.0 (TAMURA et al., 2011).

O pirosequenciamento para detecção da mutação H274Y no gene NA foi

precedido de uma reação de RT-PCR, utilizando-se o kit SuperScript IIITM One-step

RT-PCR with HiFi Taq system (Invitrogen), de acordo com Protocolo do CDC,

utilizando o método de análise SNP e o equipamento PyroMark Q-96 ID (DEYDE et

al., 2009)

Figura 7 – Fluxograma das etapas e técnicas utilizadas na realização do estudo

65

Técnicas utilizadas

Extração de RNA viral (RNAv) para o diagnóstico de Influenza (Protocolo CDC)

O RNAv foi extraído a partir de 140 µL do espécime biológico. Para obtenção

do ácido nucléico foi utilizado o QIAamp® Viral RNA Mini Kit (QIAGEN, Germany),

seguindo-se rigorosamente as orientações do fabricante. O método consiste em três

principais etapas: 1) extração - onde se utiliza o tampão AVL com RNA carreador

para inativar RNAses e liberar o RNAv. Condições tamponantes são, então,

ajustadas para permitir uma ligação do RNA à membrana de sílica em gel “QIAamp”;

2) lavagem - realizada em duas etapas sucessivas para eliminar os contaminantes,

utilizando-se os tampões AW1 e AW2, contendo etanol absoluto; 3) eluição - no final

do processo o RNAv foi eluído em tampão AVE (pH 8,0) num volume de 80 µL e

estocado a -80°C até o momento de uso. Foi utlizado na detecção do vírus de

influenza A, incluindo o A(H1N1)pdm09, no sequenciamento do gene HA e no

pirosequenciamento. Esta técnica baseia-se na capacidade que a sílica tem de

formar ligação com o RNAv em meios com alta concentração de sal combinada à

centrifugação em alta velocidade (8.000 a 14.000 rpm).

Para a posterior pesquisa de outros vírus respiratórios (vírus RNA e DNA),

uma nova extração foi realizada, utilizando o kit Magna Pure.

Extração de ácidos nucléicos para o diagnóstico diferencial

Foi realizada utilizando-se o sistema de extração de ácidos nucléicos e pós-

eluição com o kit Magna Pure LC Total Nucleic Acid Isolation Kit e o equipamento

MagNA Pure LC 2.0, da Roche, seguindo as instruções do fabricante. Este método

baseia-se na propriedade de ligação de moléculas de RNA e DNA à partículas

magnéticas. O DNA e RNA se ligam as partículas magnéticas de sílica (MGPs) na

presença de sal caotrópico com pH maior que 7.0. As MGPs apresentam uma

superfície vítrea (sílica) e um núcleo magnético.

A primeira etapa da extração foi realizada colocando em cada poço da placa

do equipamento MagNAPure, 300 µL do tampão de lise/ligação, 3 µL de controle

interno do kit Fast track (CI) e 200 µL das amostras respiratórias. Foi extraído um

controle negativo do Fast track para cada série de 12 amostras.

66

Em seguida foram colocados os descartáveis no MagNaPure e os reagentes

nos volumes descritos na tela de trabalho ao rack de reagentes e o equipamento foi

programado para fazer a extração. No final do processo, obtivemos o RNA e DNA

eluídos no volume de 100 µL.

4.5.1 Ensaio de RT-PCR em tempo real (rRT-PCR) para detecção do vírus

influenza A(H1N1)pdm09.

A técnica é composta das seguintes etapas: a) Extração do Ácido Nucléico; b)

Preparação das misturas de reação; c) Aplicação dos controles negativos; d)

Aplicação das amostras; e) Termociclagem – amplificação; f) Visualização, análise e

interpretação dos resultados.

Nas reações foram utilizados o Invitrogen SuperScriptTMIII Platinum One-

Step Quantitative RT-PCR System, kit com rox e o Kit Primer and Probe Set da

Invitrogen. Os iniciadores e as sondas do Kit Primer and Probe Set (Invitrogen)

utilizadas na reação, são específicos para detecção de: a) gene da matriz, que

permite a detecção de todos os subtipos de Influenza A; b) do gene da NP

específico para a variante A(H1N1)pdm09; c) da porção HA1 do gene HA também

específica da linhagem pandêmica e d) o gene housekeeping da RNase P, como

controle interno. As reações com cada conjunto de sondas e iniciadores foram feitas

em tubos separados nas seguintes condições de amplificação para o termociclador

7.500 da Applied, 50ºC/30min, 95ºC/2min, seguidos por 45 ciclos de 92ºC/15seg e

55ºC/35seg conforme recomendações do protocolo do Centers for Disease Control

and Prevention (CDC), disponível em

<http://www.who.int/csr/resources/publications/swineflu/CDCRealtimeRTPCR_Swine

H1Assay-2009_20090430.pdf.>. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2009e).

O Kit Primer and Probe Set da Invitrogen é composto de painel com os

seguintes iniciadores e sondas - Sequência (5’>3’):

a) InfA que detecta todos Influenza A: InfA Forward GAC CRA TCC TGT CAC CTC TGA C 40 µM InfA Reverse AGG GCA TTY TGG ACA AAK CGT CTA 40 µM InfA Probe1 TGC AGT CCT CGC TCA CTG GGC ACG 10 µM

67

b) InfAsw que detecta especificamente todo Influenza A, linhagem suína SW InfA Forward GCA CGG TCA GCA CTT ATY CTR AG 40 µM SW InfA Reverse GTG RGC TGG GTT TTC ATT TGG TC 40 µM SW InfA Probe2 CYA CTG CAA GCC CA”T” ACA CAC AAG CAG GCA 10 µM

c) AH1sw que detecta Influenza A, subtipo H1 suíno SW H1 Forward GTG CTA TAA ACA CCA GCC TYC CA 40 µM SW H1 Reverse CGG GAT ATT CCT TAA TCC TGT RGC 40 40 µM SW H1 Probe2 CA GAA TAT ACA “T”CC RGT CAC AAT TGG ARA A 10 µM

d) RP detecta RNAse P humana – controle positivo da extração Rnase P Forward AGA TTT GGA CCT GCG AGC G 40 µM Rnase P Reverse GAG CGG CTG TCT CCA CAA GT 40 µM Rnase P Probe1 TTC TGA CCT GAA GGC TCT GCG CG 10 µM

As reações foram realizadas com um volume final de 25µL contendo, 5,5 µL de

H2O RNAse free, 0,5 µL de cada oligonucleotídeo iniciador específico, 0,5 µL da

sonda específica, 0.5 µL de SuperScriptTM III RT/Platinum® Taq Mix, 12,5µL de

tampão de reação 2X PCR Master Mix, e 5 µL de RNAv.

Em seguida foi feita a análise da reação usando o 7.500 Software v 2.0.5

(Applied Biosystems).

4.5.2 Sequenciamento do gene HA, utilizando o método de Sanger

A caracterização genética dos vírus foi realizada em três etapas principais: a)

extração do RNA viral (RNAv); b) amplificação do RNAv pela técnica de Reação em

Cadeia da Polimerase precedida de Transcrição Reversa (RT-PCR); e c) reação de

sequenciamento.

Amplificação do RNA através da Reação em Cadeia da Polimerase precedida de

transcrição reversa (RT-PCR)

A Reação em Cadeia da Polimerase precedida de transcrição reversa (RT-

PCR) em uma única etapa foi realizada utilizando-se o kit SuperScript IIITM One-step

RT-PCR with Platinum Taq-DNA Polymerase (Invitrogen) de acordo com Protocolo

CDC para Influenza (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2009j), disponível em

<http://www.who.int/csr/resources/publications/swineflu/GenomePrimers_20090512.

pdf.> As reações de RT-PCR foram feitas para um volume final de 25µL contendo,

12,5µL de tampão de reação 2X (contendo 0,4mM de cada dNTP, 2,4mM de

MgSO4), 2,0 µL de H2O RNAse free, 2,0 µL de cada oligonucleotídeo iniciador

68

específico (5 µM), 0,5 µL de inibidor de ribonuclease (RNAse OUT), 1,0 µL de mix

RT/Taq (SuperScriptTM III RT/Platinum Taq) e 5 µL de RNAv. Cada conjunto de

amostras submetido à amplificação foi acompanhado de um controle negativo.

Após a adição do RNAv a mistura foi para o termociclador, obedecendo a

seguinte ciclagem: 48°C por 45 min, 94°C por 2 minutos, 40 ciclos de 94°C por 20

segundos, 50°C por 30 segundos e 72°C por 1 minuto, finalmente 72°C por 7

minutos e 4°C até a retirada da placa do equipamento.

Iniciadores e sondas utilizados na reação:

Primers Forward pb 5’

HA1 460 tgt aaa acg acg gcc agt ata cga cta gca aaa gca ggg g

HA2 598 tgt aaa acg acg gcc agt acr tgt tac ccw ggr gat ttc a

HA3 865 TGT AAA ACG ACG GCC AGT ACR TGT TAC CCA GGR GAT TTC

HA4 604 tgt aaa acg acg gcc agt agr atg rac tat tac tgg ac

HA5 417 tgt aaa acg acg gcc agt tgg atg gta ygg tta yca yca

HA6 574 tgt aaa acg acg gcc agt aag atg aay acr car ttc aça g

Primers Reverse pb 5’

HA1 460 cag gaa aca gct atg acc tca tga ttg ggc cay ga

HA2 598 cag gaa aca gct atg acc gaa akg gga grc tgg tgt tta

HA3 865 CAG GAA ACA GCT ATG ACC TCT TTA CCY ACT RCT GTG AA

HA4 604 cag gaa aca gct atg acc ttc tkc att rta wgt cca aa

HA5 417 cag gaa aca gct atg acc tca taa gty cca ttt ytg a

HA6 574 cag gaa aca gct atg acc gtg tca gta gaa aça agg gtg ttt

Ao término da amplificação os produtos da RT-PCR foram analisados por meio

de eletroforese utilizando o E-Gel® 2% agarose (GP) da Invitrogen, conforme

instrução do fabricante (www.invitrogen.com/content/sfs/manuals/egel_qrc.pdf).

Os produtos que apresentaram a banda de interesse no E-gel, foram purificados

utilizando o kit comercial QIAquick PCR Purification spin columns (QIAGEN,

Canadá), de acordo com o protocolo fornecido pelo fabricante. Neste procedimento

o DNA é adsorvido à membrana de sílica da coluna na presença de altas

concentrações de sal, enquanto contaminantes passam através da coluna. Após

69

lavagens as impurezas são eliminadas e o DNA puro é eluído em tampão Tris. Após

a purificação o produto eluído foi armazenado a -20° C.

Reação de sequenciamento

Depois de purificados os produtos da RT-PCR foram sequenciados usando-

se o Kit Big Dye® terminator v 3.1 Cycle Sequencing (Applied Biosystem). Este

ensaio é baseado no sequenciamento de Sanger, onde ocorre uma reação de

polimerização contendo nucleotídeos sem o grupo hidroxil 3` terminal da pentose

(didesoxinucleotídeos) e quatro diferentes fluoróforos associados às bases Adenina

(A), Timina (T), Citosina (C) e Guanina (G), respectivamente. A presença das bases

modificadas bloqueia o processo de elongação, a partir da adição do nucleosídeo,

gerando produtos intermediários com a extremidade 5` fluorescente. No ensaio

foram utilizados os seguintes primers:

___________________________________________

Primer M13 F - tgt aas acg acg gcc agt

Primer M13 R - cag gaa aca gct atg acc____

Foram preparadas duas misturas de reação Mistura 1: composta de 11,5 µL

de água livre de RNAse, 2 µL de tampão de diluição e 4µL de Big Dye, perfazendo

um total de 17,5 µL. Mistura 2: preparados dois tubos, um com o primer M13

F(Forward) e outro com o primer M13 R (Reverse). Cada tubo foi composto de 17,5

µL da mistura 1, e 1 µL do primer respectivo. No final foi adicionado 1,5 µL do

fragmento purificado. Esta mistura foi processada em termociclador automático

(Máster Cycler, Eppendorf, Birkmann Instrument) onde foram realizados 30 ciclos a

96°C por 10 segundos, 50°C por 5 segundos e 60°C por 4 minutos.

Purificação do produto da reação de sequenciamento

Após a reação de sequenciamento os produtos marcados foram submetidos a

purificação pelo método de precipitação BigDye X-terminator (Applied Biosystems),

de acordo com orientação do fabricante, com a finalidade de retirar o excesso de

reagentes não incorporados na reação de (como íons de sal, ddNTPs

(didesoxinucleotídeos) não incorporados e dNTPs), além de garantir a linearidade

das sequências.

70

Sequenciador automático

Os produtos purificados foram analisados no sequenciador automático

ABIPrism 3130 XL (Applied Biosystem), onde o DNA purificado é injetado nos

capilares do sequenciador através de injeção eletrocinética. Esta técnica é baseada

no método de terminação de cadeia por didesoxirribonucleotídeos (Sanger et al.,

1977). Os contigs das sequências nucleotídicas obtidas para o gene da HA foram

montados com o auxílio do programa Sequencher (Gene codes).

Alinhamento das sequências e construção da árvore filogenética

Os eletroferogramas com a extensão *.ab1, gerados pelo sequenciador,

foram analisados com o uso do programa Sequencing Analises® (Applied

Biosystems), tendo sido avaliada a viabilidade das sequências obtidas. Para a

construção dos contigs das sequências, os arquivos com extensão *ab1 foram

inseridos em um projeto, criado com o programa Sequencher (Gene Codes, Ann

Arbor, USA). Este permite a comparação e montagem dos segmentos gênicos, com

base em sequências referência para o gene HA. As sequências foram alinhadas

utilizando o software MEGA v.5.0.5 (TAMURA et al., 2011) utilizando-se sequências

nucleotídicas de variantes virais depositadas no GenBank.

A análise filogenética foi realizada utilizando o programa MEGA v.5.0.5. As

árvores filogenéticas foram construídas com uso do método de agrupamento de

vizinhos- Neighbor-Joing, NJ (Saitou e Nei, 1987), com re-amostragem – “bootstrap”,

1000 repetições (Felsenstein, 1985). As distâncias evolucionárias foram calculadas

com base na distância p e de todas as posições que continham lacunas de

alinhamento (gaps) e dados perdidos foram eliminados apenas com a utilização da

opção Pairwise deletion. O aminoácido número 1 foi definido como o primeiro

aminoácido codificante. Os nucleotídeos foram numerados, utilizando-se a cepa

A/Califórnia/07/2009 como referência. A sequência inicia-se no primeiro codon

codificante e é composta de 566 aminoácidos.

4.5.3 Pirosequenciamento do gene NA para a detecção da mutação H274Y

Reação em Cadeia da Polimerase precedida de transcrição reversa (Pyro - RT-PCR)

71

Nesta reação foi utilizada a Superscript III HiFi Taq (Invitrogen) para

amplificação do H1N1pdm-N1 fragmento C, de acordo com o protocolo

disponibilizado pela OMS através do link

<http://www.who.int/csr/resources/publications/swineflu/NA_DetailedPyrosequencing

_20090513.pdf.> e (DEYDE et al., 2010).

Primers utilizados na Pyro- RT- PCR (20µM) que têm como gene alvo o vírus

(H1N1)pdm09 -N1 – fragmento C (marcador de resistência):

_________________________________________________________________ Uni-sw- N1-B-F780 5’- GGG GAA GAT TGT YAA ATC AGT YGA – 3’

Uni-sw-N1-B-R1273-biotinilado 5’- CWA CCCA GAA RCA AGG YCT TAT G - 3’

__________________________________________________________________________

À mistura contendo 25 µLde 2x Reaction Mix, 1 µL da enzima Super Script III

HiFi Taq, 1 µL do iniciador direto (20 µM), 1 µL do iniciador reverso biotinilado (20

µM), 0,5 µL do inibidor de RNAse e 16,5 µL de água livre de nucleases, foram

adicionados 5 µL do RNAv extraído, totalizando um volume final de 50 µL.

Em seguida a mistura com o RNAv foi para o termociclador, onde estava

programada a seguinte ciclagem: 50°C por 30 minutos para a transcrição reversa e a

PCR, 94°C por 2 minutos para desnaturação, 45 ciclos de (94°C por 15 segundos

para desnaturação, 55°C por 30 segundos para anelamento e 68°C por 60 segundos

para extensão), depois 68°C por 5 minutos para extensão final e por fim 4°C.

Purificação do produto de PCR e Reação de pirosequenciamento

Os produtos da RT-PCR foram analisados por meio de eletroforese utilizando-

se o E-Gel® 2% agarose (GP) da Invitrogen, conforme instrução do fabricante. Os

que apresentaram a banda de interesse, ou seja, os que presumidamente tinham a

fita biotinilada, foram purificados.

Reação de ligação - Foi colocado numa placa 60 µL de uma mistura de beads de

estreptavidina, com tampão de ligação (QIAGEN) e água e mais 20 µL de produto

biotinilado. A placa foi para o vortex por 10 minutos para que houvesse a ligação da

biotina do produto amplificado com a estreptavidina. Depois a placa foi colocada na

workstation e o suporte com as sondas foi introduzido na mesma, aspirando através

72

de vácuo, toda a mistura. Em seguida as sondas contendo as fitas biotiniladas foram

lavadas com álcool a 70% que foi aspirado por 20 segundos, com uma solução

desnaturante (NaOH) para separação das fitas não biotiniladas, aspirada por 20

segundos, e com um tampão de lavagem para terminar a purificação do produto que

foi aspirado também por 20 segundos.

Reação de anelamento – Numa placa do pirosequenciador foi colocado 40 µL do

Iniciador do Pirosequenciamento (100µM) diluído com tampão de anelamento

(QIAGEN), cujo alvo é o resíduo H274:

___________________________________________________________________

Uni-sw - N1-B-F804 seq, 5’ - GYT GAA TGC MCC TAA TT – 3’

Em seguida foram colocadas as beads de estreptavidina. A placa foi para o

vortex por 20 segundos e em seguida para o termobloco onde permaneceu por 2

minutos a 80°C. Depois ficou na temperatura ambiente por 5 minutos. Enquanto isso

foi preparado o cartucho do PyroMark Q96 ID, com os seguintes reagentes: guanina,

citosina, timina, substrato, adenina e enzima, de acordo com a posição

recomendada no protocolo. Para análise quantitativa da mutação H274Y, a alteração de codon CAC →

TAC foi investigada. A corrida foi realizada no modo SNP (single nucleotide

polymorphism) para detecção da alteração destacada em negrito. Através desta

técnica, qualquer amostra que apresente uma porcentagem menor do que 10 % de

T (mutante) é considerado selvagem, se apresentar um resultado maior que 10% é

considerado uma mistura verdadeira de variantes selvagem e mutantes, devendo

ser confirmado o ensaio (SOUZA et al., 2011).

4.5.4 Diagnóstico diferencial de influenza A através de PCR em tempo real (rRT – PCR multiplex)

A primeira etapa do diagnóstico diferencial consistiu na extração do ácido

nucléico que foi realizada por um sistema automatizado da Roche, seguida de uma

reação PCR em tempo real precedida de transcrição reversa (RT-PCR) em um único

tubo. Foi utilizado o kit Fast track21 plus®), capaz de detectar 23 patógenos

respiratórios, cujas informações podem ser obtidas através do link <

73

http://www.mikrogen.de/english/deutschland/products/testing-ystems/testsystem/respiratory-

21-plus-24.html>.

Reação de rRT- PCR multiplex utilizando o kit Fast track21 plus®

O kit Fast track21 plus® é constituído de seis misturas de iniciadores e

sondas para a detecção de patógenos respiratórios e dos seguintes controles:

interno, negativo, positivo para vírus e positivo para bactérias. Os demais reativos

para a reação de RT-PCR fazem parte do kit AgPath- ID ™ One Step RT-PCR

(Applied Biosystems).

Tubos Contém

Flu/ Rhino PP

Mistura de iniciador/sonda para FLUA,FLU B, FLUA (H1N1)pdm09 e RV

COR PP Mistura de iniciador/sonda para HCoV63, Cor43, Cor229 e CorKHU1

Para2/3/4 PP

Mistura de iniciador/sonda para Para 2, 3, 4 e IC (controle interno)

Bo/MP/Pf1 PP

Mistura de iniciador/sonda para HMPV A e B, HboV e Mycoplasma pneumoniae (Mpneu).

RS/ EPA PP Mistura de iniciador/sonda para RSVA, RSV A RSV B, AdV, EV e PEV

RespBac PP Mistura de iniciador/sonda para Chlamydia pneumoniae (Cpneu), Streptococcus pneumoniae (Spneu), Staphylococcus aureus (Saur) e Haemophilus influenzae (HiB)

PC Controle positivo (mistura de plasmídeo para Flu A, B, Flu A (H1N1)pdm09, RV, Cor63, Cor43, Cor229, CorKHU1, Para 1, 2, 3, 4, HMPV, HboV, Mpneu, RSV, ADV, EV e PEV)

PC Res Bac

Controle positivo: mistura de plasmídeo para Res Bac PP ( mistura de plasmídeos para Cpneu, Spneu, Saur e HiB)

NC Controle negativo (em agente desnaturante)

IC Controle interno (em agente desnaturante) Neste ensaio, o RNA viral é transcrito em cDNA usando um iniciador

específico mediado por uma etapa de transcrição reversa seguida imediatamente

por reação em cadeia da polimerase em tempo real. Inicialmente ocorre a

desnaturação do DNA, seguida da etapa de anelamento, onde os iniciadores e as

sondas hibridizam-se especificamente ao alvo. Na fase de extensão, as sondas

específicas para cada vírus e duplamente marcadas com fluoróforos são clivadas,

graças a atividade nuclease da enzima Taq polimerase e emitem sinal fluorescente.

Esse sinal fluorescente é revelado pelo termociclador em tempo real através do Ct

(ciclo no qual a fluorescência emitida atravessa o ponto de corte do teste). O ponto

74

de corte do teste é denominado threshold e deve ser ajustado na fase exponencial

da reação. As amostras positivas apresentam sinal de fluorescência emitido acima

do ponto de corte. Quanto menor o valor de Ct, maior a concentração das moléculas

alvo na amostra.

No procedimento técnico, inicialmente foi preparada a mistura de reação,

contendo1,5 µL de cada mistura de iniciadores e sondas, 12,5 µL de tampão 2X RT-

PCR e 1µL da mix de enzima 25X RT-PCR ( kit AgPath-ID™ One step RT-PCR).

Em seguida foram colocados 15 µL da mistura de reação nos devidos poços da

placa, e adicionados 10 µL de ácidos nucléicos. Foram utilizados controle positivo e

controle negativo do kit. A placa foi coberta com adesivo óptico e centrifugada por 1

minuto a 1.000 rpm. Em seguida foi colocada no equipamento de PCR em tempo

real ABI7500 e executado o programa Fast track contemplando os seguintes ciclos:

50°C por 15 minutos para a transcrição reversa, 95°C por 10 minutos para ativação

enzimática e 40 ciclos de 95°C por 8 segundos e 60°C por 34 segundos para

amplificação. A leitura da fluorescência é feita no passo 60ºC por 34 segundos de

cada ciclo. Para cada amostra, foi verificada a forma das curvas de amplificação

(logarítmica), para cada vírus. E o valor de cada Ct.

4.6 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Centro de Ciências da Saúde

da Universidade Federal de Pernambuco, registro CEP/CCS/UFPE nº 219/10 (Anexo

A). Foram obtidas cartas de anuência da Diretoria Geral de Vigilância

Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde de Pernambuco e do

Laboratório Central de Saúde Pública - LACEN-PE (Anexos B e C). Não foi

necessário o Termo de consentimento livre e esclarecido.

4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Na busca de associações entre as variáveis foi utilizado o teste Qui-quadrado

de Pearson com correção de Yates, e quando necessário o teste de Fisher. Para as

variáveis contínuas foi utilizado o teste T de Student. O nível de significância

adotado na análise dos testes estatísticos foi 5% (p<0,005) e o software utilizado foi

o STATA na versão 9.0.

75

5 RESULTADOS

5.1 ARTIGO 1

CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DOS VÍRUS INFLUENZA A (H1N1)pdm09 DETECTADOS NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL, NO PERÍODO DE MAIO DE 2009 A MAIO DE 2010

Artigo a ser submetido à Revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz

76

CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DOS VÍRUS INFLUENZA A (H1N1)pdm09

DETECTADOS NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL, NO PERÍODO DE MAIO DE 2009 A MAIO DE 2010

Maria José Couto Oliveira 1,2, Fernando do Couto Mota 3, Marilda M Siqueira 3, Maria

de Lourdes Aguiar Oliveira3, Thiago Moreno Lopes e Souza 3, Milena Mesquita 3,

Priscilla da Silva Born 3, Paola Cristina Resende Silva 3, Wyller Alencar de Mello 4,

Vera Magalhães da Silveira 2.

1 Laboratório Central de Pernambuco (LACEN-PE) Setor de Virologia, Recife,

Pernambuco, Brasil 2 Programa de Pós-graduação de Medicina Tropical, Universidade Federal de

Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil. 3 Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz,

Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil. 4 Instituto Evandro Chagas, Belém, Pará, Brasil.

Endereço para correspondência:

Maria José Couto Oliveira

Rua do Espinheiro, 360, Apto. 1801 – Espinheiro

Recife – PE, CEP 52020-020

e-mail: [email protected]

77

RESUMO

O vírus Influenza A(H1N1)pdm09 causou considerável morbidade e mortalidade no

mundo. Apesar do fim da pandemia de 2009, o vírus ainda circula na população

humana. O objetivo deste estudo foi investigar a frequência de resistência ao

oseltamivir, realizar a caracterização molecular dos vírus influenza A(H1N1)pdm09

circulantes no estado de Pernambuco e compará-los com outras amostras

representativas do Brasil e do mundo, coletadas durante o período da pandemia.

Foi realizado um estudo transversal entre casos de indivíduos com suspeita de

influenza pandêmica, atendidos nos hospitais de Pernambuco. Um total de 118

amostras foi investigado por pirosequenciamento para verificar a presença do

marcador de resistência antiviral H274Y, no gene da neuraminidase (NA). Além

disso, o gene da hemaglutinina (HA) de 31 amostras foi sequenciado pelo método

de Sanger et al. (1974) para verificar a presença de mutações. Os resultados do

pirosequenciamento demonstraram que nenhuma das amostras investigadas

possuía o marcador de resistência ao oseltamivir H274Y. Análises filogenéticas

mostraram alta similaridade entre as amostras de Pernambuco e aquelas que

circularam em outras regiões. Corroborando com outros achados, a cocirculação de

distintas linhagens de influenza A(H1N1)pdm09 foi demonstrada e todos os

agrupamentos (clusters) da árvore filogenética estavam estreitamente relacionados

à cepa protótipo da vacina A/Califórnia/07/09.

Palavras chaves: Influenza A(H1N1)pdm09, resistência ao oseltamivir, mutações,

hemaglutinina.

78

ABSTRACT

Worldwide, the influenza A(H1N1)pdm09 virus caused considerable morbidity and

mortality. Despite the end of 2009 pandemic, the virus still circulates within the

human population. The aim of this study was to investigate the frequency of

oseltamivir resistance and the molecular characterization of circulating influenza

A(H1N1)pdm09 viruses from Pernambuco State (PE), in comparison to other

Brazilian and worldwide representatives samples collected in the course of the

pandemic. A retrospective cross-sectional study was conducted among suspected

cases of pandemic influenza attended at PE reference hospitals. A total of 118

respiratory samples were submitted to the identification of the NA mutation H274Y, a

marker of antiviral resistance by pyrosequencing. Furthermore, HA gene of 31

samples was sequenced by the Sanger method in order to identify important

signature residues and unique mutations. Pyrosequencing results demonstrated that

none of the investigated samples bear the oseltamivir resistance mutation H274Y in

NA gene. Finally phylogenetic analysis showed a high similarity between PE samples

and those that circulated elsewhere. Corroborating previous findings, the co-

circulation of distinct lineages of influenza A(H1N1)pdm09 was demonstrated and all

clusters of phylogenetic tree were close related to the prototype vaccine strain

A/California/07/09.

Key words: Influenza A(H1N1)pdm09, oseltamivir resistance, hemagglutinin

mutations.

79

Em abril de 2009, a Organização Mundial da Saúde (OMS) notificou a

ocorrência de casos humanos de influenza que ocorreram no México e nos Estados

Unidos da América tendo sido identificado um vírus Influenza A subtipo H1N1 de

origem suína. Dentro de poucos meses o vírus circulou por todo o mundo, sendo

responsável pela primeira pandemia do século XXI e por mais de 18.000 mortes

(WHO 2010d). Os primeiros casos do vírus influenza A(H1N1)pdm09 no Brasil foram

confirmados em 7 de maio de 2009 e dois dias depois foi relatada a transmissão

autóctone desse vírus no país. No estado de Pernambuco, região nordeste do Brasil,

o primeiro caso foi confirmado em junho de 2009.

Os vírus influenza são conhecidos por suas altas taxas de mutação

principalmente nos genes da hemaglutinina (HA) e da neuraminidase (NA), gerando

cepas variantes com características antigênicas distintas em relação as

propriedades virais, tais como especificidade de ligação aos receptores sializados,

virulência ou patogenicidade (Arias et al. 2009). O gene HA apresenta a mais alta

taxa de mutação e a proteína que ele codifica está diretamente associada aos

primeiros passos do sucesso da infecção viral (Wagner et al. 2002). Muitos autores

têm monitorado as mutações no gene HA dos vírus influenza A(H1N1)pdm09, entre

as quais a mutação D222G que tem sido associada a casos graves ou fatais,

possivelmente devido a mudança na especificidade de ligação do vírus com o ácido

siálico α2-6 para o α2-3, mais predominantemente encontrado no trato respiratório

inferior de humanos (Liu et al. 2010, Zheng et al. 2010). Essa mutação foi detectada

em 18% dos casos graves e fatais na Noruega (Kilander 2010) em 8,7% na Escócia

(Miller et al. 2010), 5,12% na Espanha (Ledesma 2011), 4,1% em Hong Kong (Mak

et al. 2010), 1,4% na Finlândia (Ikonen et al. 2010).

Mutações no gene NA podem levar a perda de sensibilidade à terapia anti-

influenza utilizada no momento, baseada na inibição da atividade neuraminidásica

viral (Abed et al. 2006, Aoki et al. 2007). Estudos anteriores à pandemia de 2009

mostraram resistência do vírus influenza A (H1N1) sazonal humano ao oseltamivir

em vários países (Dharan et al. 2009; Eshaghi et al. 2009; Moscona et al. 2005).

Com a introdução do novo vírus influenza A(H1N1)pdm09 rearranjado na população

mundial, do amplo uso dos antivirais e os altos índices de resistência historicamente

detectados, tornou-se primordial a avaliação dos níveis de resistência nos vírus

emergentes. Consequentemente, muitos grupos iniciaram estudos a fim de

80

identificar mutações importantes, seguir a evolução dos principais genes e

determinar a antigenicidade e susceptibilidade do novo vírus ao oseltamivir.

Diante do impacto do vírus influenza A(H1N1)pdm09 e também das

peculiaridades da circulação de vírus respiratórios em diferentes regiões do país,

este estudo visa investigar a frequência de resistência ao oseltamivir, realizar a

caracterização molecular dos vírus influenza A(H1N1)pdm09 circulantes no estado

de Pernambuco e compará-los com outras amostras representativas do Brasil e do

mundo, coletadas durante o período da pandemia. Após a coleta, as amostras de

casos suspeitos de infecção pelo vírus influenza A(H1N1)pdm09 (triplo swabs

combinados e fragmentos de tecidos de pacientes que foram a óbito), foram

colocadas em meio de transporte, congeladas no Laboratório Central de

Pernambuco e posteriormente enviadas ao Instituto Evandro Chagas no estado do

Pará para realização do diagnóstico por RT-PCR em tempo real, de acordo com o

protocolo do CDC (Atlanta, USA), disponível em:

<http://www.who.int/csr/resources/publications/swineflu/CDCRealtimeRTPCR_Swine

H1Assay-2009_20090430.pdf>. As amostras positivas para o vírus influenza

A(H1N1)pdm09 foram encaminhadas para o Laboratório de Vírus Respiratórios e

Sarampo da Fiocruz, para realização deste estudo.

Um total de 118 amostras positivas de influenza A(H1N1)pdm09 foram

pirosequenciadas a fim de verificar a presença da mutação H274Y no gene NA, de

acordo com Deyde et al.(2010). O RNA foi extraído diretamente de 140 μL das

amostras clínicas, usando o kit QIAamp® Viral RNA Mini Kit (Qiagen, Germany), de

acordo com a orientação do fabricante. O volume final da eluição foi 80 μL. A

amplificação do fragmento C influenza A(H1N1)pdm09-N1 foi realizada usando a

SuperScript III One-step RT-PCR with HiFi Taq system (Invitrogen) de acordo com o

protocolo do CDC, disponível em <

http://www.who.int/csr/resources/publications/swineflu/NA_DetailedPyrosequencing_

20090513.pdf>. Após purificação, os amplicons foram analisados no Pyromark Q-96

ID (Qiagen, Germany), usando o modo SNP (single nucleotide polymorphism). Para

análise quantitativa da mutação H274Y no gene HA a alteração de codon CAC →

TAC foi investigada por pirosequenciamento. Através desta técnica, toda amostra

que apresente uma porcentagem menor do que 10 % de “T “(mutante) na primeira

posição do codon é considerada selvagem e consequentemente sensível ao

tratamento com oseltamivir”. Por outro lado, todos os valores acima de 10% são

81

considerados uma mistura de tipos selvagem e mutante, com uma sensibilidade

reduzida à droga (Souza et al. 2011).

Foi realizada a caracterização genética de 31 amostras representativas de

distintas fases da pandemia (início, meio e fim). O gene da HA, foi amplificado por

RT-PCR, utilizando-se SuperScript IIITM One-step RT-PCR with Platinum Taq-DNA

Polymerase (Invitrogen, USA) e foi sequenciado de acordo com protocolo da OMS

para influenza, disponibilizado em

http://www.who.int/csr/resources/publications/swineflu/GenomePrimers_20090512.p

df. Após purificação (Motta et al. 2006) os produtos foram sequenciados usando o

ABI Prism Big Dye Terminator Cycle Sequencing Ready Reaction (Applied

Biosystems, USA) com o ABI 3130 XL capillary automatic DNA analyzer (Applied

Biosystems). Todas as sequências do gene HA foram editadas usando o software

Sequencher v.4.10 (Gene Codes, Ann Arbor, USA) e alinhadas com o protótipo da

vacina A/California/07/2009 e outras sequências disponíveis no GenBank

(www.ncbi.nlm.nih.gov), usando o módulo Clustal W do pacote Molecular

Evolutionary Genetics Analyses (MEGA), version 5.0.5 (Tamura et al. 2011). As

sequências das 31 amostras obtidas neste trabalho estão disponíveis no GenBank,

códigos de acesso CY103911-CY103941.

O marcador de resistência da mutação H274Y não foi detectado em nenhuma

das 118 amostras avaliadas no estudo, estando de acordo com dados anteriormente

obtidos, sugerindo uma baixa frequência de resistência dos vírus influenza

A(H1N1)pdm09 ao oseltamivir, quando comparada com amostras sazonais (Souza

et al. 2010; Malato et al. 2011; Chen et al. 2011; Harvala et al. 2011 e Kawano et al.

2011).

Vinte e uma das 31 sequências de HA obtidas através do sequenciamento

automático foram de amostras de pacientes hospitalizados e dois deles evoluíram

para óbito. As sequências apresentaram várias mutações quando comparadas com

a A/California/07/2009 e estão listadas na Tabela I. No total, catorze mutações foram

identificadas das quais P100S e I338V foram encontradas em todas as sequências

avaliadas. A mutação S220T foi detectada em 23 amostras, sendo que a maioria (15

amostras) foi encontrada em pacientes hospitalizados, enquanto que de nove

mutações Q310H detectadas, seis pertenciam a esse subgrupo. Vale ressaltar que

enquanto a mutação D114N foi mais frequentemente encontrada em pacientes

82

ambulatoriais, as mutações N277K, K325E, Q310R, Y368F e I550L foram

detectadas apenas em pacientes que necessitaram de hospitalização.

Com o objetivo de detectar uma possível associação entre o quadro clínico do

paciente e um fundo genético, buscamos no gene HA, os marcadores de virulência

D222G (WHO, 2009) e Q310H (Glinsky et al. 2010). O primeiro não foi detectado

neste estudo e o segundo foi detectado em proporções similares nos dois grupos

(28,6% e 30,0% nos pacientes ambulatoriais e hospitalizados, respectivamente), não

sendo possível associar essa mutação com os casos graves e fatais. Estes

resultados corroboram com os resultados obtidos anteriormente com amostras

brasileiras, indianas e canadenses (Lee et al. 2010; Potdar et al. 2010; Graham et al.

2011). As mutações P100S e I338V foram identificadas em todas as amostras dos

dois grupos. Particularmente a mutação P100S tem sido associada com uma

excreção viral prolongada, sendo possível recuperar os vírus de pacientes durante

um período de até dois meses (Souza et al. 2010).

As relações filogenéticas entre as amostras de Pernambuco e outras

amostras brasileiras isoladas recentemente podem ser vistas na Figura I. Amostras

de Pernambuco foram agrupados em dois grandes “clusters” (um principal e um

menor), agrupadas junto com outras amostras brasileiras, coletadas no mesmo

período, de outros estados distantes de Pernambuco, como Santa Catarina ou Rio

Grande do Sul, no sul do Brasil. Os dois grupos são constituídos de alguns

subgrupos menores, a maioria deles caracterizada por mudança de um único

aminoácido. Todas as amostras são altamente similares ao protótipo vacinal, em

concordância com outras publicações (Ikonen et al. 2010; Melidou et al. 2010; Barr

et al. 2010). Notavelmente, a maioria das amostras de Pernambuco apresentou a

mutação S220T, mas somente sete amostras eram similares ao protótipo da vacina

para tal resíduo (Figura 1, grupamento inferior). Do contrário, todas as amostras do

grupo inferior apresentaram a mutação Q310 H/R, sendo que só duas amostras que

possuíam essa mutação faziam parte do grupo principal superior:

A/Pernambuco/175/09 e A/Pernambuco/414/09. Em relação aos subgrupos, aqueles

caracterizados pelas mutações D114N, P199Q e K325E foram construídos

basicamente com amostras de Pernambuco (incluindo a mais antiga amostra

enraizando cada subgrupo) as quais poderiam indicar pelo menos uma cadeia de

transmissão Figura 1).

83

Neste estudo não detectamos a mutação H274Y por pirosequenciamento,

indicando que todas as amostras eram sensíveis ao oseltamivir. Foi descrito o perfil

genético do vírus influenza A(H1N1)pdm09 coletados no estado de Pernambuco no

período de 2009-2010. Não houve diferença significativa entre as sequências do

gene HA das amostras de Pernambuco com sequências de amostras de outras

regiões brasileiras - amostras de diferentes regiões foram agrupadas juntas. Esses

subgrupos regionais formados por amostras coletadas entre julho/2009 e abril/2010,

são indicativos da cocirculação de linhagens, o que não só é esperado, mas foi

anteriormente observado (Galiano et al. 2011).

Apesar da declaração do final da pandemia pela OMS, o vírus continua

circulando globalmente, provocando, algumas vezes, óbitos. O monitoramento

contínuo da evolução viral e da resistência ao oseltamivir, são primordiais para a

vigilância da gripe em todo o mundo, e os resultados aqui descritos contribuem para

uma melhor compreensão das características genéticas dos vírus influenza

A(H1N1)pdm09 que circularam no nordeste do Brasil, durante o período pandêmico.

Agradecimentos:

À Dra. Marilda Siqueira por disponibilizar o Laboratório de Vírus Respiratórios

e do Sarampo do IOC-FIOCRUZ – Rio de Janeiro, para realização deste estudo.

Suporte Financeiro:

Instituto Oswaldo Cruz /Fundação Oswaldo Cruz.

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Pacientes Resíduo Ambulatório

(n=10) Hospitalizados

(n=21)

Total (n=31)

S88F - 01 1* S91N 01 02 3

P100S 10 21 31 S101N 01 02 2 D114N 03 02 5 P199Q 01 06 7 S220T 08 15 23 N277K - 01 1* Q310H 03 06 9 Q310R - 01 1 K325E - 04 4 I338V 10 21 31 Y368F - 01 1 I550L - 01 1

* Óbito

88

Alagoas - Mar 2010

CY072089 A/Rio de Janeiro/88/2010 2010/03/04

HM624015 A/Sao Paulo/15463/2010 2010/03/08

Paraná - 2010

CY080261 A/Shantou/8049/2010 2010/01/05

CY096274 A/Melbourne/INS475/2010 2010/08/31

Chile - Aug 2010

CY103912 A/Pernambuco/117/2009 2009/07/23

GQ915023 A/Sao Paulo/55312/2009 2009/08/05

CY103914 A/Pernambuco/175/2009 2009/08/05

CY103915 A/Pernambuco/177/2009 2009/08/05

CY103917 A/Pernambuco/231/2009 2009/08/09

CY103932 A/Pernambuco/592/2009 2009/09/18

CY103941 A/Pernambuco/82/2009 2009/07/02

CY072074 A/Alagoas/115/2010 2010/03/05

CY103926 A/Pernambuco/458/2009 2009/08/28

CY103930 A/Pernambuco/567/2009 2009/09/12

CY052048 A/Rio Grande do Sul/4509/2009 2009/07/18

CY103937 A/Pernambuco/688/2009 2009/11/04

CY103933 A/Pernambuco/609/2009 2009/09/22

CY103936 A/Pernambuco/66/2009 2009/06/29

CY103920 A/Pernambuco/402/2009 2009/08/19

CY074045 A/Argentina/HNRG49/2009 2009/06/16

CY052350 A/Santa Catarina/460/2009 2009/06/10

CY103928 A/Pernambuco/518/2009 2009/09/04

CY103938 A/Pernambuco/732/2010 2010/01/14

CY072087 A/Bahia/231/2010 2010/04/01

CY103940 A/Pernambuco/768/2010 2010/04/15

CY103939 A/Pernambuco/744/2010 2010/03/06

GQ368665 A/Mato Grosso/2329/2009 2009/05/28

HQ595285 A/Sao Paulo/89876/2009 2009/10/19

GQ368667 A/Distrito Federal/2611/2009 2009/06/05

CY060444 A/Bahia/12606/2009 2009/08/18

CY103918 A/Pernambuco/247/2009 2009/08/11

CY063510 A/Boston/145/2009 2009/07/09

CY054283 A/Santa Catarina/459/2009 2009/06/11

CY103923 A/Pernambuco/42/2009 2009/06/27

CY103916 A/Pernambuco/181/2009 2009/08/05

HQ595263 A/Goias/69870/2009 2009/08/25

CY103911 A/Pernambuco/107/2009 2009/07/17

CY103919 A/Pernambuco/397/2009 2009/09/24

CY103929 A/Pernambuco/565/2009 2009/09/11

HQ228042 A/Finland/592/2009 2009/06/23

CY052050 A/Rio Grande do Sul/4782/2009 2009/07/20

HQ595260 A/Piaui/69692/2009 2009/08/25

GQ414764 A/Sao Paulo/2056/2009 2009/05/20

CY075379 A/Chile/3586/2009 2009/07/03

CY103922 A/Pernambuco/414/2009 2009/08/20

CY060452 A/Santa Catarina/6235/2009 2009/07/26

CY103921 A/Pernambuco/409/2009 2009/08/21

Bahia - Mar 2010

CY103913 A/Pernambuco/126/2009 2009/07/25

CY103934 A/Pernambuco/624/2009 2009/09/24

CY103925 A/Pernambuco/447/2009 2009/08/30

Rio de Janeiro - Aug 2009

CY103935 A/Pernambuco/643/2009 2009/10/03

HQ595252 A/Distrito Federal/62652/2009 2009/08/13

CY103924 A/Pernambuco/431/2009 2009/08/27

CY072088 A/Rio de Janeiro/491/2010 2010/02/18

HQ595234 A/Sao Paulo/50280/2009 2009/07/27

CY103927 A/Pernambuco/513/2009 2009/09/03

CY051988 A/Norway/2917/2009 2009/08/11

CY103931 A/Pernambuco/590/2009 2009/09/18

CY054281 A/Rio de Janeiro/9685/2009 2009/08/10

FJ969540 A/California/07/2009 2009/04/09

91

80

66

54

56

60

71

68

51

64

59

50

73

53

55

64

63

0.001

S220T

Q310H

K325E

P199Q

D114N

E391K

S101N

Bottom cluster

Main cluster

89

Figura 1 - Árvore filogenética (Neighbor-Joing) de sequências completas do gene HA do vírus influenza A(H1N1) pdm09. Algumas sequências disponíveis no GenBank foram incluídas para representar grupos distintos que circularam no mundo durante o período de 2009 – 2010. A data de coleta está exibida após a identificação de cada amostra. A amostra protótipo A/Califórnia/07/2009 foi utilizada para a raiz da árvore. ✟: Paciente foi a óbito.

90

5.2 ARTIGO 2

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E VIROLÓGICOS DA INFECÇÃO POR

INFLUENZA A (H1N1)PDM 09 E FREQUÊNCIA DE OUTROS VÍRUS

RESPIRATÓRIOS NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL: 2009 – 2010

Artigo a ser submetido à Revista Journal of Clinical Virology

91

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E VIROLÓGICOS DA INFECÇÃO POR

INFLUENZA A (H1N1)PDM 09 E FREQUÊNCIA DE OUTROS VÍRUS

RESPIRATÓRIOS NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL: 2009 - 2010

Maria José Couto Oliveira1,2+, Marilda M Siqueira3, Maria de Lourdes Aguiar

Oliveira3, Fernando do Couto Motta3, Sharon Carney3, Marli Tenório Cordeiro1,2,

Wyller Alencar de Mello4, Vera Magalhães2.

1 Setor de Virologia, Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN-PE), Secretaria

de Saúde do Estado de Pernambuco, Recife, PE, Brasil. 2 Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical de Universidade Federal de

Pernambuco, Recife, PE, Brasil. 3 Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz,

Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil. 4 Instituto Evandro Chagas, Belém, Pará, Brasil.

+Endereço para correspondência:

Maria José Couto Oliveira

Rua do Espinheiro, 360, Apto. 1801 – Espinheiro

Recife – PE, CEP 52020-020

e-mail: [email protected]

92

RESUMO

As infecções respiratórias agudas podem ser causadas por diferentes patógenos e

relevantes padrões de morbidade e mortalidade podem ser observados

especialmente nos grupos de risco. Os padrões epidemiológicos da infecção por

influenza A(H1N1)pdm09 e a prevalência de outros vírus respiratórios foram

investigados no Estado de Pernambuco, durante o período pandêmico 2009-2010.

Neste estudo seccionado, amostras biológicas (swabs de orofaringe e nasofaringe

e/ou fragmentos de pulmão) de 705 casos suspeitos de influenza foram testadas por

reação em cadeia da polimerase em tempo real (rRT-PCR) para influenza

A(H1N1)pdm09 (Protocolo CDC), e uma sub-amostra (146 Influenza A negativa) foi

testada para a presença de outros vírus respiratórios. Dados clínicos e

epidemiológicos foram coletados usando formulário padronizado. Análises

descritivas/bivariadas (Qui-quadrado e/ou teste exato de Fisher e teste T de Student)

foram realizadas, e a significância foi considerada quando p<.005. A frequência de

infecção por influenza A(H1N1)pdm09 foi 26,4%; sendo significantemente superior

no sexo masculino (p=0.023) e na faixa etária entre 6 e 19 anos (p<0.001). Além

disso, 12 pacientes (6.4%) entre os 186 casos confirmados, evoluíram para o óbito.

Na subamostra Influenza A negativa, outros vírus foram detectados em 53 (36,3%):

Rhinovírus (41,0%), Coronavírus (16,1%), Metapneumovírus (14,3%), Parainfluenza

(8,9%), Bocavírus (7,1%), Vírus Respiratório Sincicial (5,4%), Influenza B (3,6%),

Adenovírus (1,8%) e Enterovírus (1,8%). Infecções múltiplas foram encontradas em

três casos. A magnitude da pandemia em Pernambuco foi menor do que no sul e

sudeste do Brasil. Além do vírus influenza A(H1N1)pdm09, outros patógenos

respiratórios circularam em 2009-2010 durante o período pandêmico, e parecem ser

responsáveis por cerca de um terço dos casos agudos de infecção respiratória com

sintomatologia de IRA. Apesar da importância do PCR em tempo real como

ferramenta diagnóstica, estes resultados devem ser interpretados no contexto

clínico-epidemiológico. Novos estudos estão sendo desenvolvidos para avaliar o

impacto desses outros patógenos em saúde pública.

Palavras chave: Influenza, vírus respiratórios, infecção respiratória aguda,

parainfluenza, coronavírus, metapneumovírus, bocavírus, adenovírus, rhinovírus,

vírus respiratório sincicial.

93

ABSTRACT

Acute respiratory infections can be caused by different pathogens and relevant

morbid-mortality patterns can be found especially some risk groups. The

epidemiological features of influenza A(H1N1)pdm09 and the prevalence of other

respiratory infections were investigated in Pernambuco state, during the 2009-2010

pandemic period. In this cross-sectional study, biological samples (nasopharyngeal

swab/lung fragments) from 705 Influenza suspected cases were tested by real time

PCR for influenza A(H1N1)pdm09 (CDC protocol) and a subsample (146 FluA-

negative) was tested for the presence of respiratory viruses. Epidemiological/clinical

data were collected using a standardized formulary. Descriptive/bivariate analyses

(Chi-square and/or Fisher exact test and T-test) were performed and significance

was considered as p<.005. The prevalence of influenza A(H1N1)pdm09 infection was

26.4%; being significantly higher among males (p=.023) and those aged between 6-

19 years (p>.001). Moreover 12 patients (6.4%) died. In the Influenza A - negative

subsample, other viruses could be detected in 53 (36.3%), as follows: Rhinovirus

(41,0%), Coronavirus (16.1%), Metapneumovirus (14.3%), Parainfluenza (8.9%).

Bocavirus (7.1%), Respiratory syncytial virus(5.4%), Influenza B (3.6%), Adenovirus

(1.8%), and Enterovirus (1.8%). Multiple infections were found in 3 cases. The

magnitude of Flu pandemic in Pernambuco was lower than in South/Southeast of

Brazil. Besides influenza A(H1N1)pdm09, other respiratory pathogens were

circulating during 2009-2010 Influenza season, and seemed to be responsible for

about one third of non-FluA clinical cases. Despite rRT-PCR importance as a

diagnostic tool, these results should be interpreted according to the

clinical/epidemiological contexts. New studies are under development to assess the

Public Health impact of these other pathogens.

Key-words: Influenza, Respiratory viruses, acute respiratory infection, Parainfluenza,

Coronavirus, Metapneumovirus, Bocavirus, Rhinovirus, Respiratory Syncytial Vírus.

94

INTRODUÇÃO

Mundialmente, as infecções respiratórias agudas (IRA) são uma importante

causa de morbimortalidade, principalmente entre alguns grupos, tais como idosos,

crianças e pacientes imunocomprometidos.1,2 A maioria dessas infecções é de

etiologia viral3 e clinicamente similar às infecções por influenza, sendo

conjuntamente denominadas “influenza-like illness” (ILI).4 Além do influenza (FLU), 5

outros vírus estão associados com ILI, como o vírus respiratório sincicial (RSV),6

rhinovírus (RV),7 coronavírus (CoV),8 parainfluenza (PIV) 1 a 4,9 adenovírus

(AdV),10 enterovírus (EV),11 parechovírus (PeV)12 e os mais recentemente

identificados metapneumovírus (HMPV)13 e bocavírus (HBoV).14

Recentemente, a reação em cadeia da polimerase em tempo real rRT-PCR)

tem sido empregada para detecção de múltiplos patógenos respiratórios.15-19

Entretanto, a relevância clínica dessas infecções no contexto da saúde pública ainda

se encontra sob investigação, especialmente no Brasil, onde os dados são muitos

escassos. 2

O objetivo deste estudo foi avaliar os aspectos virológicos e epidemiológicos

da infecção por influenza A(H1N1)pdm09 em Pernambuco, durante o período de

maio de 2009 a maio de 2010, assim como investigar a prevalência de outros

patógenos virais em casos clínicos de infecção respiratória aguda (IRA) negativos

para influenza A.

MÉTODOS

Desenho do estudo e População alvo

Neste estudo transversal, 705 pacientes com IRA foram investigados,

compreendendo o período de maio de 2009 a maio de 2010. Os indivíduos foram

atendidos em hospitais de referência do estado de Pernambuco para casos

suspeitos de influenza pandêmica. Até julho de 2009, o critério para a classificação

dos casos suspeitos consistiu na presença de febre >38ºC (ainda que apenas

referida) tosse e contato direto com pessoas infectadas ou viajantes para áreas com

casos confirmados de influenza A(H1N1)pdm09, nos últimos 10 dias. Após a

evidência da transmissão sustentada do vírus no Brasil (semana epidemiológica

29/09), o critério passou a contemplar apenas os casos com síndrome respiratória

95

aguda grave (SRAG), caracterizados pela presença de dispnéia, febre >38ºC e

tosse, assim como casos fatais.19 Durante a hospitalização, amostras clínicas

(swabs combinados de orofaringe e nasofaringe e/ou fragmentos de pulmão) foram

coletadas visando a realização de testes laboratoriais. Para a detecção de outros

patógenos virais, uma subamostra composta por 146 casos negativos para influenza

A (FLUA) foi aleatoriamente selecionada, sendo representativa das diversas

semanas epidemiológicas.

Detecção de Influenza A (H1N1)pdm09 e outros vírus respiratórios

Para a detecção do vírus influenza A (H1N1)pdm09, o RNA foi extraído

usando o kit QIAamp® Viral RNA Mini Kit (QIAGEN , Germany), e a reação em

cadeia da polimerase em tempo real (rRT-PCR) foi realizada, segundo o protocolo

desenvolvido pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, EUA)21

(acessível em

<http://www.who.int/csr/resources/publications/swineflu/CDCRealtimeRTPCR_Swine

H1Assay-2009_20090430.pdf>). Estes ensaios foram realizados no Instituto

Evandro Chagas (Belém, Pará, Brasil).

Para a detecção de múltiplos patógenos respiratórios, a extração de ácido

nucléico foi realizada usando o kit Magna Pure LC Total Nucleic Acid Isolation

(Roche Diagnostics), seguido por RT- PCR em tempo real, onde foi usado o kit Fast

track21 plus® (Laboratoires Réunis – Luxemburgo). Este ensaio é capaz de detectar

23 patógenos respiratórios: FLUA, FLUB, FLUA(H1N1)pdm09, RV, HCoV229,

HCoV63, HCoV43 e HCoV KHU; PIV-2, PIV-3, PIV-4 HBoV, HMPV, PIV-1, AdV, EV,

PeV, RSV; Chlamydia pneumoniae, Haemophilus influenzae, Staphylococcus aureus

and Streptococcus pneumoniae. Somente vírus foram considerados nesta

investigação. Estes ensaios foram realizados no Laboratório de Vírus Respiratórios e

do Sarampo da Fundação Oswaldo Cruz (IOC, FIOCRUZ), Rio de Janeiro.

Análise Estatística

Análises descritivas/ bivariadas (Qui-quadrado e/ou teste exato de Fisher e

teste T para médias) foram realizadas usando o programa STATA, versão 9.0.

Possíveis associações entre as infecções pesquisadas e as variáveis demográficas,

clínicas e epidemiológicas foram analisadas e consideradas significativas, quando

p<0,005.

96

Aspectos Éticos

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas do Centro de

Ciências da Saúde da UFPE. RESULTADOS

Aspectos demográficos, clínicos e epidemiológicos da infecção por Influenza

A(H1N1)pdm09

Os aspectos demográficos, clínicos e epidemiológicos dos casos de infecção

pelo vírus influenza A(H1N1)pdm09 encontram-se descritos na Tabela 1.

No período do estudo, 839 casos de influenza foram notificados e foram

coletadas amostras clínicas de 705 indivíduos (84,0%). Destes, 453 (64,3%) e 252

(35,7%) eram do sexo feminino e masculino, respectivamente, e a média de idade

foi 29,4 (±19) anos (3 meses a 89 anos). Em 67,4%, as amostras foram coletadas

em até 3 dias após o início dos sintomas e em 7,2% depois de 8 dias. Dos 705

indivíduos, 209 (29,6%) foram positivos para influenza A pelo teste do CDC e 186

(26,4%) foram positivos para influenza A(H1N1)pdm09. Destes, 23,4% (106/453)

eram do sexo feminino e 31,7% (80/252) do sexo masculino, com média de idade de

24,6 (±15,6) anos (faixa de um mês a 82 anos). Uma frequência significativamente

superior foi encontrada entre aqueles na faixa etária de 6 a 9 anos (p<0.001).

Os sintomas mais frequentes foram febre, tosse e dispnéia, de acordo com o

critério de classificação de casos do Ministério da Saúde. Dois picos no número de

casos de influenza A(H1N1)pdm09 foram observados: o primeiro na semana

epidemiológica 26 (13 casos) e o segundo entre as semanas 30 e 38 (113 casos)

(Figura 1). Durante a pandemia de influenza, as gestantes constituíram um dos principais

grupos de risco para a forma mais grave da doença.22 No Estado de Pernambuco,

entre 307 mulheres em idade fértil (entre 15 e 49 anos), 72 (23,5%) (IC: 18,7% a

28,2%) foram positivas para o vírus influenza A(H1N1)pdm09. De 79 gestantes, 22

(27,8%) foram positivas para influenza A (H1N1)pdm09 e três foram à óbito.

Óbitos por Influenza A(H1N1)pdm09

As características demográficas e epidemiológicas dos casos de óbitos por

influenza A(H1N1)pdm09 encontram-se descritas na Tabela 2.

97

Entre os casos fatais (n=35), influenza A(H1N1)pdm09 foi detectado em 12

indivíduos (34,3%; 8 em 2009 e 4 em 2010). A doença acometeu ambos os sexos,

na faixa etária entre 4 e 53 anos de idade. Nas três gestantes que faleceram (casos

4, 7 e 12 com 21, 28 e 23 anos, respectivamente) a gravidez foi o único fator de

risco apresentado.

Outras infecções respiratórias virais

Entre as 146 amostras negativas para influenza A(H1N1)pdm09 (Figura 2),

outros patógenos respiratórios foram detectados em 53 indivíduos (36,3%) (Tabela

3).

Os vírus mais prevalentes foram rhinovírus (n=23), metapneumovírus (n=8) e

Coronavírus OC43 (n=8). Entre os casos de infecção por rhinovírus, a média de

idade foi 23,1 (15,3) anos, com maior prevalência no sexo masculino (19,6%). O

pico dos casos ocorreu entre julho e setembro – o período de maior circulação de

influenza A(H1N1)pdm09 e notificação de casos de IRA. Em três amostras, infecção

dupla viral, Rhinovírus + Bocavírus; Rhinovírus + Metapneumovírus e Influenza B +

Coronavírus OC43 foram observadas. Ainda, entre os cinco casos fatais que foram

submetidos ao PCR multiplex, apenas RSV foi encontrado em uma única amostra de

uma criança de 2 anos.

DISCUSSÃO

A frequência de infecções por influenza A(H1N1)pdm09 em Pernambuco

durante 2009-2010, foi 26,4%, de modo que a magnitude da pandemia em nosso

estado foi inferior àquela observada no Sul e Sudeste do Brasil.22 Estes resultados

corroboram com outros achados em diferentes regiões do país.2 Segundo o Serviço

de Vigilância do Estado de Pernambuco, 846 casos suspeitos foram notificados

entre maio 2009 e maio 2010, e o coeficiente de mortalidade por 100.000 habitantes

foi da ordem de 0,1 em 2009 e 0,04 em 2010 (comunicação oral).

Em Pernambuco, a frequência de infecções foi significativamente mais alta

entre os indivíduos do sexo masculino do que no feminino (p=0,023), contrastando

com o perfil previamente descrito no Brasil.2,24 Achados similares também foram

observados em relação à idade. Em Pernambuco uma maior frequência foi

98

encontrada na faixa entre 6-19 anos (p<0,001). No Brasil os adultos jovens (entre 20

a 29 anos) foram os mais acometidos no período 2009-2010.24

De acordo com a literatura nacional e internacional,25 aqueles com idade ≥60

anos apresentaram frequência de infecção pelo vírus influenza A(H1N1)pdm09

inferior, quando comparados aos mais jovens. Como previamente publicado, este

evento parece ser devido à prévia exposição viral e imunidade cruzada entre os

vírus influenza, especialmente entre aqueles nascidos antes de 1957.26

Conforme observado nas demais regiões brasileiras,23 a presença de

doença respiratória crônica foi o principal fator de risco na casuística estudada,

sendo relatada por 40,4% dos indivíduos. Apesar da pequena amostra de

gestantes, cerca de 1/3 foi infectada por influenza A(H1N1)pdm09, incluindo três

casos fatais. Estes dados corroboram com a literatura, onde a gestação figura como

um importante fator de risco para a evolução clínica mais graves e óbito nesta

categoria de exposição, decorrentes da infecção por influenza.27, 28

Entre os casos suspeitos, somente 29,4% foram positivos para influenza A.

Os demais 496 casos permaneceram com etiologia desconhecida. No Brasil, o

menor índice de confirmação laboratorial de casos suspeitos foi observado na

Região Nordeste (32,3%).23 Muitos fatores podem ter contribuído para a baixa

frequência de detecção de influenza A(H1N1)pdm09 no estado: i) coleta tardia da

amostra – em alguns casos após o sétimo dia dos sintomas; ii) o material clínico

(swab de nasofaringe que é menos sensível do que aspirado para detecção por

PCR;29 iii) a temperatura inadequada durante o transporte, o que pode ter

comprometido a qualidade da amostra.

Para elucidar a etiologia dos casos de IRA, negativos para influenza A, uma

subamostra de 146 amostras foi investigada para a presença de outros 18

patógenos virais. O principal achado deste estudo foi que ao utilizar a abordagem de

PCR em tempo real multiplex, foi possível elucidar cerca de 40,0% destes casos,

onde o Rhinovírus foi o vírus mais prevalente (41,0%). Em estudo conduzido na

Suíça entre transplantados e paciente imunocomprometidos, o Rhinovírus foi o

segundo vírus respiratório mais frequente (22,6%) após o Coronavírus (32,2%).18

Resultados semelhantes foram também encontrados na Suécia onde os autores

levantaram a hipótese de que esta alta prevalência poderia ter contribuído para

reduzir a circulação de influenza A(H1N1)pdm09.30,31 Em nossa subamostra, 3

(2,0%) infecções virais múltiplas foram detectadas: RV + HMPV, RV + HBoV e FLUB

99

+ HCoV-OC43. A frequência foi mais baixa do que aquelas encontradas em outros

estudos, conduzidos em crianças,17,29,32,33 porém, similar ao encontrado em São

Paulo (3,77%).34 Devido ao pequeno tamanho da amostra e à baixa prevalência dos

patógenos pesquisados não fomos capazes de investigar possíveis associações

entre estas infecções e as variáveis clínico-epidemiológicas, a fim de conhecer

melhor o perfil destas infecções e a sua importância sob a perspectiva da saúde

pública.

O diagnóstico das doenças virais teve um grande impulso nos últimos 15 anos

com o advento da PCR. Entretanto, a maioria dos estudos têm sido desenvolvidos

em crianças.35 Apesar da praticicidade da rRT-PCR como ferramenta diagnóstica,

devido a sua alta sensibilidade, os resultados das infecções múltiplas devem ser

interpretados no contexto dos dados clínico-epidemiológicos.

Agradecimentos:

À Dra. Marilda Siqueira por disponibilizar o Laboratório de Vírus Respiratórios

e do Sarampo do IOC-FIOCRUZ – Rio de Janeiro, para realização deste estudo.

Suporte Financeiro:

Instituto Oswaldo Cruz /Fundação Oswaldo Cruz.

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Tabela 1. Características clínico - epidemiológicas da população de estudo e dos casos de infecção por Influenza A (H1N1)pdm09. Pernambuco, maio de 2009-maio de 2010.

Variáveis

N Casos positivos para

o vírus influenza A (H1N1)pdm09(N=186)

Sexo Masculino 252 (35,7%) 80 (31,7%)1 Feminino 453 (64,3%) 106 (23,4%) Faixa etária2

Menos de 2 anos 37 (5,3%) 07 (18,9%) De 3 a 5 anos 24 (3,4%) 03 (12,5%) De 6 a 9 anos 31 (4,4%) 15 (48,4%)3

De 10 a 19 anos 128 (18,2%) 53 (41,4%) De 20 a 39 anos 311 (44,2%) 77 (24,8%) De 40 a 49 anos 64 (9,1%) 14 (21,9%) De 50 a 59 anos 49 (7,0%) 11 (22,4%) 60 anos e mais 59 (8,4%) 06 (10,2%)

Co-morbidades Doença respiratória crônica 99 (14,0%) 40 (40,4%) Cardiopatia 35 (5,0%) 05 (14,3%) Doença metabólica crônica 19 (2,7%) 05 (26,3%) Doença renal crônica 08 (1,1%) 01 (12,5%) Imunodepressão 22 (3,1%) 06 (27,3%) Hemoglobinopatias 08 (1,1%) 03 (37,5%) Outras comorbidades 147 (20,9%) 46 (31,3%) Sinais e sintomas

Febre 667 (94,6%) 184 (98,9%) Tosse 664 (94,2%) 179 (96,2%) Dispnéia 520 (73,8%) 142 (76,3%) Coriza 426 (60,4%) 107 (57,5%) Mialgia 402 (57,0%) 102 (54,8%) Dor de garganta 347 (49,6%) 86 (46,2%) Calafrio 272 (38,6%) 70 (37,6%) Artralgia 181 (27,1%) 35 (18,8%) Diarréia 88 (12,5%) 19 (10,2%) Conjuntivite 44 (6,2%) 10 (5,4%) Outros 128 (18,2%) 43 (23,1%)

Óbitos 35 12 Intervalo entre o início dos sintomas e coleta da amostra

≤ 3 dias 467 (67,4%) 133 (72,3%) 4 a 7 dias 176 (25,4%) 40 (21,7%) ≥ 8 dias 50 (7,2%) 11 (6,0%)

1p = 0.023; 22 pacientes sem informação da idade; 3p<.001 4 Uma caso de outro estado, detectado em PE

104

Tabela 2 – Casos fatais por Influenza A(H1N1)pdm09 no Estado de Pernambuco, Brasil. Maio 2009-Maio 2010. Amostra

# Idade (anos)

Sexo Mês/ Ano

Intervalo entre primeiros sintomas

e hospitalização (dias)

Intervalo entre

primeiros sintomas e óbito (dias)

Fator de Risco

1 27 Feminino 8/09 5 10 Desconhecido 2 50 Feminino 8/09 3 14 Desconhecido 3 53 Masculino 9/09 5 5 Desconhecido 4 28 Feminino 9/09 5 20 Gestação 5 40 Masculino 10/09 9 12 Desconhecido 6 4 Feminino 10/09 3 6 Desconhecido 7 21 Feminino 11/09 SI* 22 Gestação 8 24 Masculino 12/09 4 6 Obesidade, asma 9 29 Masculino 3/10 8 29 Obesidade

10 47 Masculino 4/10 7 7 Desconhecido 11 31 Masculino 4/10 5 5 Desconhecido 12 23 Feminino 4/10 2 6 Gestação

*SI – sem informação

Fonte: SINAN, Ministério da Saúde

Tabela 3 – Frequência de outros patógenos virais entre os casos de IRA no Estado de Pernambuco, Brasil. Maio 2009-Maio 2010.

N=146 Patógenos Virais N (%)

Negativo 93 (63,7%)

Positivo 53 (36,3%)

Outros patógenos virais 56 #

Rhinovírus 23 (41,0%)

Metapneumovírus 08 (14,3%)

Coronavírus 43 08 (14,3%)

Bocavírus humano 04 (7,1%)

Vírus Respiratório Sincicial 03 (5,4%)

Influenza B 02 (3,6%)

Parainfluenza 2 02 (3,6%)

Parainfluenza 3 02 (3,6%)

Parainfluenza 1 01 (1,8%)

Adenovírus 01 (1,8%)

Enterovírus 01 (1,8%)

Coronavírus HKU 01 (1,8%)

* 53 amostras e 56 vírus detectados (3 amostras com infeção múltipla)

105

Figura 1 – Distribuição de casos de IRA e de Influenza A(H1N1)pdm09, segundo a semana epidemiológica. Pernambuco, Brasil, Maio 2009- Maio 2010.

0

5

10

15

20

25

30

35

4045

50

55

60

65

70

75

80

85

17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21

Vírus A(H1N1)pdm09 Casos de IRA

Figura 2 – Fluxograma das amostras testadas para outros vírus respiratórios

Amostras testadas para o Vírus Influenza A

705

Amostras positivas

209

Amostras negativas

496

Ca s o s

Semanas epidemiológicas

146 amostras testadas

para outros vírus

106

6 CONCLUSÕES

- Na casuística estudada, não foram identificados vírus com a substituição

H274Y, corroborando achados de outros países sobre a baixa frequência de vírus

influenza A(H1N1)pdm09 resistentes ao oseltamivir. Entretanto, tal vigilância deve

ser encorajada.

- O pirosequenciamento constitui uma ferramenta importante para identificar

marcadores associados à resistência aos antivirais de uma forma rápida e em maior

escala.

- Uma alta similaridade entre as amostras investigadas e o protótipo vacinal

A/Califórnia/7/2009 foi encontrada, confirmando que, até o presente momento, não

foram observadas mudanças antigênicas importantes no vírus influenza

A(H1N1)pdm09.

- A frequência do vírus influenza A(H1N1)pdm09 em Pernambuco foi de

26,4%, inferior ao observado no Brasil (38,6%) e no nordeste (32,2%).

- Em Pernambuco, uma frequência significativamente superior de casos

positivos foi encontrada entre indivíduos do sexo masculino e na faixa etária de 6 a 9

anos, seguida da faixa de 10 a 19 anos.

- Com o uso de RT-PCR em tempo real, multiplex, foi possível identificar ao

menos um vírus respiratório em 36,3% dos casos clínicos, negativos para Influenza

A. Desta forma, tal ferramenta poderia ser empregada no esclarecimento diagnóstico

(diferencial), sobretudo nos casos de óbito. Ainda permitiria melhor conhecer a

importância clínico-epidemiológica destes vírus e seu respectivo impacto em Saúde

Pública.

- Excluindo os vírus influenza A, os rhinovírus foram os mais frequentes entre

os vírus detectados (41,0%), seguidos dos coronavírus (16,1%), e metapneumovírus

(14,3%). Esse achado é importante porque reforça a necessidade do diagnóstico

107

laboratorial para esclarecer a etiologia da IRA e também porque até então não havia

nenhum relato de outros vírus respiratórios detectados nos casos suspeitos de

influenza pandêmica no estado de Pernambuco.

- A maior circulação de rhinovírus ocorreu nos meses de julho, agosto e

setembro, coincidindo com a circulação do vírus influenza A(H1N1)pdm09. A de

coronavírus nos meses de julho e agosto.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

- O monitoramento epidemiológico e virológico para conhecimento precoce

dos vírus respiratórios que estão circulando devem ser realizados rotineiramente,

utilizando-se técnicas moleculares mais sensíveis para nortear as medidas de

prevenção e controle a serem tomadas e mostrar a necessidade de produção de

vacinas para determinados patógenos.

- A caracterização genética dos vírus respiratórios, especialmente dos vírus

da influenza, deve ser repetida periodicamente, pois a vigilância genética permite a

detecção de mutações associadas à resistência aos antivirais e a detecção precoce

dos sítios antigênicos que são selecionados para os vírus escaparem das barreiras

imunológicas.

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128

APÊNDICE A – VERSÃO DO ARTIGO 1 EM INGLÊS

A ser submetido à Revista: Memórias do Instituto Oswaldo Cruz

GENETIC CARACTERIZATION OF THE INFLUENZA A (H1N1)09 PDM VIRUSES

IN PERNAMBUCO STATE, BRAZIL, DURING THE PERIOD OF MAY 2009 TO

MAY 2010.

Maria José Couto Oliveira 1,2, Fernando do Couto Motta 3, Marilda M Siqueira 3,

Maria de Lourdes Aguiar Oliveira3 , Thiago Moreno Lopes e Souza 3, Milena

Mesquita 3, Priscilla da Silva Born 3, Paola Cristina Resende Silva3, Wyller Alencar

de Mello4, Vera Magalhães da Silveira2

1 Virology Sector, Central Public Health Laboratory of Pernambuco (LACEN-PE),

Recife, PE, Brasil 2 Postgraduate Program in Tropical Medicine, Federal University of Pernambuco,

Recife, PE, Brasil. 3 Respiratory Viruses and Measles Laboratory of Oswaldo Cruz Institute, Fiocruz,

Rio de Janeiro, Brazil. 4 Evandro Chagas Institute, Belém, Pará, Brasil.

Address correspondence to:

Maria José Couto Oliveira

Rua do Espinheiro, 360, Apto. 1801 – Espinheiro

Recife – PE, CEP 52020-020

e-mail: [email protected]

129

SUMMARY

The influenza A(H1N1)pdm09 virus caused considerable morbidity and mortality

worldwide. Despite the end of 2009 pandemic, the virus still circulates within the

human population. The aim of this study was to investigate the frequency of

oseltamivir resistance and the molecular characterization of circulating influenza

A(H1N1)pdm09 viruses from Pernambuco State (PE), in comparison to other

Brazilian and worldwide representatives samples collected in the course of the

pandemic. A retrospective cross-sectional study was conducted among suspected

cases of pandemic influenza attended at PE reference hospitals. A total of 118

respiratory samples were submitted to the identification of the NA mutation H274Y, a

marker of antiviral resistance by pyrosequencing. Furthermore HA gene of 31

samples was sequenced by the Sanger method in order to identify important

signature residues and unique mutations. Pyrosequencing results demonstrated that

none of the investigated samples bear the oseltamivir resistance mutation H274Y in

NA gene. Finally phylogenetic analysis showed a high similarity between PE samples

and those that circulated elsewhere. Corroborating previous findings, the co-

circulation of distinct lineages of influenza A(H1N1)pdm09 was demonstrated and all

clusters of phylogenetic tree were close related to the prototype vaccine strain

A/California/07/09.

Key words: Influenza A(H1N1)pdm09, oseltamivir resistance, haemagglutinin

mutations

130

In April 2009, the WHO notified the occurrence of a novel human influenza

cases in Mexico and in the United States, which was further identified as an influenza

A(H1N1) of a swine origin. Within few months, the virus had spread worldwide,

provoking the first pandemic of the 21st century, accounting for more than 18,000

enrolled deaths (WHO, 2010). In Brazil, the first cases were confirmed by real time

RT-PCR on the 7th of May 2009 and two days later the indigenous transmission of

A(H1N1)pdm09 influenza virus was noticed. In Pernambuco State (PE), Northeast

Brazil, the first case was confirmed in June.

Influenza viruses are well recognized by their high mutation rates, especially in

haemagglutinin (HA) and neuraminidase (NA) genes, generating variants

antigenically distinct in concern to viral properties, such as the specificity for sialic

acid receptors, virulence or pathogenicity (Arias et al. 2009). The HA gene presents

the highest mutation rates and the respective protein is directly associated to the first

steps of a successful infection (Wagner et al. 2002). Many authors has monitored

mutations in the HA gene of A(H1N1)pdm09 influenza viruses, among which, the

mutation D222G have been associated with severe or fatal cases, possibly as a

consequence of a shift on the viral binding specificity from alfa2-6 to alfa 2-3, the last

more frequently found in the lower respiratory tract of humans (Liu et al. 2010; Zheng

et al., 2010). This mutation was identified among 18.0% of severe/fatal cases in

Norway (Kilander 2010), 8.7% in Scotland (Miller et al. 2010), 5.2% in Spain

(Ledesma 2011), 4.1% in Hong Kong (Mak et al. 2010) and 1.4% in Finland (Ikonen

et al. 2010).

Mutations in NA can lead to loss of sensitivity to currently used anti-influenza

therapy, based on viral neuraminidase activity inhibition (Abed et al., 2006; Aoki et

al., 2007). The resistance rates of seasonal influenza A(H1N1) viruses were

identified in different countries by studies carried out previous to the pandemic

(Dharan et al. 2009; Eshaghi et al. 2009; Moscona et al. 2005). The worldwide

dissemination of the reassorted A(H1N1)pdm09 influenza virus in the human

population associated with the broad use of neuraminidase inhibitors and the high

levels of resistance historically observed in the H1N1 subtype, became crucial for the

evaluation of the levels of resistance in the emerging virus. In addition, many groups

initiated studies in order to identify important mutations, following the evolution of the

main genes and determining the antigenicity and susceptibility of the new virus to

oseltamivir.

131

Taking into account the impact of influenza A (H1N1)pdm09 as well as the

peculiarities of respiratory viruses circulation in the different regions of the country,

this study seeks to investigate the frequency of oseltamivir resistance and the

molecular characterization of circulating influenza A(H1N1)pdm09 viruses from

Pernambuco State (PE), in comparison to other Brazilian and worldwide

representatives samples collected in the course of the pandemic.

After collection, the suspected influenza A(H1N1)pdm09 specimens (triple

combined swabs and tissue fragment from deceased patients) were aliquoted and

frozen in transport medium at Pernambuco Central Laboratory (LACEN-PE) and then

sent to Evandro Chagas Institute in Para State for real time RT-PCR detection of

Influenza A(H1N1)pdm09 . The molecular diagnosis was carried out using the

detection protocol developed by CDC (Atlanta, USA), available at:

http://www.who.int/csr/resources/publications/swineflu/CDCRealtimeRTPCR_SwineH

1Assay-2009_20090430.pdf>. The influenza A(H1N1)pdm09 confirmed positive

samples were sent to the Respiratory and Measles Laboratory at Fiocruz for to

realize this study.

A total of 118 influenza A(H1N1)pdm09 positive samples were

pyrosequenced, in order to check for the presence of the H274Y mutation (NA gene),

according to Deyde et al. (2010). Total RNA was extracted directly from 140 μL of

clinical specimen using the Qiamp Viral RNA mini kit (Qiagen, Germany) as

described in the manufacture's manual. The final elution volume was 80 μL. The

influenza A(H1N1)pdm-N1 fragment C amplification were performed using the

SuperScript III One-step RT-PCR with HiFi Taq system (Invitrogen) protocol from

CDC, available from: <

http://www.who.int/csr/resources/publications/swineflu/NA_DetailedPyrosequencing_

20090513.pdf>. After purification, the amplicons were analyzed on the Pyromark Q-

96 ID (Qiagen, Germany), using the SNP (single nucleotide polymorphism) mode. To

carry out the quantitative analysis of H274Y mutation in the NA gene, we investigated

the codon change CAC → TAC by pyrosequencing. All samples presenting less than

10% of “T” at the first position of the codon is considered wild, and consequently,

sensitive to oseltamivir treatment. Conversely, all values above 10% are considered

as a mixture of wild and mutant types, with reduced sensitivity to the drug (Souza et

al. 2011).

132

The genetic characterizations from thirty-one samples, representatives of

distinct phases – beginning, middle and end of the pandemic, were performed. The

HA gene was amplified by RT-PCR using SuperScript III One-step RT-PCR with

Platinum Taq-DNA Polymerase (Invitrogen, USA) protocol from WHO, available at

http://www.who.int/csr/resources/publications/swineflu/GenomePrimers_20090512.p

df. After purification (Motta et al, 2006), the products were directly sequenced using

the ABI Prism Big Dye Terminator Cycle Sequencing Ready Reaction (Applied

Biosystems, USA) with an ABI 3130 XL capillary automatic DNA analyzer.

Sequences of total HA genes were edited using the Sequencher software, version

4.10 (Gene Codes, Ann Arbor, USA) and aligned with the vaccine prototype

A/California/07/2009 and other sequences available in GenBank

(www.ncbi.nlm.nih.gov) using the Molecular Evolutionary Genetics Analyses software

(MEGA), version 5.0.5 (Tamura et al. 2011). The phylogenetic analysis was

performed using the neighbor-joining method. The thirty-one sequences generated in

this study are available in the GenBank database under the accession numbers

CY103911-CY103941.

The resistance marker H274Y was not detected in any of 118 samples

evaluated in this study, which is in agreement with previous data, suggesting a very

low frequency of resistance in influenza A(H1N1)pdm09 in comparison to seasonal

viruses (Souza et al. 2010; Malato et al. 2011; Chen et al. 2011; Harvala et al. 2011

and Kawano et al. 2011).

Twenty-one out of thirty-one HA sequences obtained through automatic

sequencing came from hospitalized patients and two of then evolved to death. The

sequences presented several mutations in comparison to A/California/07/2009, which

are listed in Table I. In total, fourteen mutations were identified from which P100S

and I338V were found in all evaluated sequences. The mutation S220T was detected

in 23 samples, the majority (15 samples) from hospitalized patients, wheras Q310

was detected in six out of this subgroup. It is noteworthy that whereas mutation

D114N was most frequently found in the outpatient group, single mutations N277K,

K325E, Q310R, Y368F and I550L were detected only in patients requiring

hospitalization.

Aiming to identify any possible association between the clinical status of the

patient and genetic background, we sought for the putative virulence markers D222G

(WHO, 2009) and Q310H (Glinsky et al. 2010) in the HA gene. The former was not

133

detected in this study and the latter was detected in similar proportions in both patient

groups (28.6% and 30% for outpatient and hospitalized groups, respectively). We

could not associate this mutation with severe or fatal cases. These results

corroborate the results previously reported with Brazilian and Indian samples (Lee et

al. 2010; Potdar et al. 2010). The mutations P100S and I338V were identified in all

samples from both groups in this study, being characteristic of samples from PE.

Notably, mutation P100S was associated with extended viral shedding, with the

recovery of virus from patients being possible over a period of two months (Souza et

al. 2010).

Phylogenetic relationships between PE samples and other recent brazilian

isolates can be seen in Figure 1. PE samples were spread in two large clusters (main

and lower clusters), being grouped together with other Brazilian samples collected at

the same period from States further away from Pernambuco State, such as Santa

Catarina or Rio Grande do Sul, in the South of Brazil. The two clusters were

composed of some minor subclusters most of then characterized by single amino

acid changes. All samples were highly similar to the vaccine prototype, in agreement

with recent publications (Ikonen et al. 2010; Melidou et al. 2010; Barr et al. 2010).

Notably, the majority of PE samples presented the mutation S220T with only seven

samples being similar to the vaccine prototype for such a residue (Figure1, bottom

cluster). Otherwise, all samples in the bottom cluster presented the mutation

Q310H/R, with this mutation being found in only two samples in the main upper

cluster: A/Pernambuco/175/09 and A/Pernambuco/414/09. Regarding the

subclusters, those characterized by mutations D114N, P199Q and K325E were

constituted basically with samples from PE (including the oldest sample rooting each

subcluster), which could indicate at least two transmission and evolution chains

contained within the State (Figure1).

In this study, the genetic profile of influenza A(H1N1)pdm09 virus collected in

PE state during 2009-2010 has been described. There was no significant difference

in PE HA sequences when compared with those from other Brazilian regions -

samples from distinct regions were extensively grouped together. These regional

subclusters, formed by samples collected between July/2009 and April/2010, are

indicative of co-circulation of lineages, which is not only expected, as previously

observed (Galiano et al., 2011). In addition, we did not identify the mutation H274Y

by pyrosequencing , indicating that all samples were sensitive to oseltamivir.

134

Even after the WHO statement prompting the end of the pandemic, influenza

A(H1N1)pdm09 still circulates throughout the world, even provoking fatal cases. The

continuous monitoring of viral evolution and the emergence of oseltamivir resistance

are pivotal for worldwide influenza surveillance, and the findings depicted here

contribute to a better understanding of the genetic characteristics of influenza

A(H1N1)pdm09 virus that circulated in the Northeast of Brazil during the pandemic

period.

Acknowledgements

This work was realized in the Respiratory Viruses and Measles Laboratory and was

supported by IOC/FIOCRUZ.

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138

Table I – Influenza A(H1N1)pdm09 HA aminoacid substitutions among hospitalized and

outpatient patients attended at Pernambuco reference hospitals, Brazil, 2009-2010.

Patient Type Residue Outpatients

(n=10) Hospitalized

(n=21)

Total (n=31)

S88F 01 1 S91N 01 02 3

P100S 10 21 31 S101N 01 02 2 D114N 03 02 5 P199Q 01 06 7 S220T 08 15 23 N277K - 01 1 Q310H 03 06 9 Q310R - 01 1 K325E - 04 4 I338V 10 21 31 Y368F - 01 1 I550L - 01 1

139

Alagoas - Mar 2010

CY072089 A/Rio de Janeiro/88/2010 2010/03/04

HM624015 A/Sao Paulo/15463/2010 2010/03/08

Paraná - 2010

CY080261 A/Shantou/8049/2010 2010/01/05

CY096274 A/Melbourne/INS475/2010 2010/08/31

Chile - Aug 2010

CY103912 A/Pernambuco/117/2009 2009/07/23

GQ915023 A/Sao Paulo/55312/2009 2009/08/05

CY103914 A/Pernambuco/175/2009 2009/08/05

CY103915 A/Pernambuco/177/2009 2009/08/05

CY103917 A/Pernambuco/231/2009 2009/08/09

CY103932 A/Pernambuco/592/2009 2009/09/18

CY103941 A/Pernambuco/82/2009 2009/07/02

CY072074 A/Alagoas/115/2010 2010/03/05

CY103926 A/Pernambuco/458/2009 2009/08/28

CY103930 A/Pernambuco/567/2009 2009/09/12

CY052048 A/Rio Grande do Sul/4509/2009 2009/07/18

CY103937 A/Pernambuco/688/2009 2009/11/04

CY103933 A/Pernambuco/609/2009 2009/09/22

CY103936 A/Pernambuco/66/2009 2009/06/29

CY103920 A/Pernambuco/402/2009 2009/08/19

CY074045 A/Argentina/HNRG49/2009 2009/06/16

CY052350 A/Santa Catarina/460/2009 2009/06/10

CY103928 A/Pernambuco/518/2009 2009/09/04

CY103938 A/Pernambuco/732/2010 2010/01/14

CY072087 A/Bahia/231/2010 2010/04/01

CY103940 A/Pernambuco/768/2010 2010/04/15

CY103939 A/Pernambuco/744/2010 2010/03/06

GQ368665 A/Mato Grosso/2329/2009 2009/05/28

HQ595285 A/Sao Paulo/89876/2009 2009/10/19

GQ368667 A/Distrito Federal/2611/2009 2009/06/05

CY060444 A/Bahia/12606/2009 2009/08/18

CY103918 A/Pernambuco/247/2009 2009/08/11

CY063510 A/Boston/145/2009 2009/07/09

CY054283 A/Santa Catarina/459/2009 2009/06/11

CY103923 A/Pernambuco/42/2009 2009/06/27

CY103916 A/Pernambuco/181/2009 2009/08/05

HQ595263 A/Goias/69870/2009 2009/08/25

CY103911 A/Pernambuco/107/2009 2009/07/17

CY103919 A/Pernambuco/397/2009 2009/09/24

CY103929 A/Pernambuco/565/2009 2009/09/11

HQ228042 A/Finland/592/2009 2009/06/23

CY052050 A/Rio Grande do Sul/4782/2009 2009/07/20

HQ595260 A/Piaui/69692/2009 2009/08/25

GQ414764 A/Sao Paulo/2056/2009 2009/05/20

CY075379 A/Chile/3586/2009 2009/07/03

CY103922 A/Pernambuco/414/2009 2009/08/20

CY060452 A/Santa Catarina/6235/2009 2009/07/26

CY103921 A/Pernambuco/409/2009 2009/08/21

Bahia - Mar 2010

CY103913 A/Pernambuco/126/2009 2009/07/25

CY103934 A/Pernambuco/624/2009 2009/09/24

CY103925 A/Pernambuco/447/2009 2009/08/30

Rio de Janeiro - Aug 2009

CY103935 A/Pernambuco/643/2009 2009/10/03

HQ595252 A/Distrito Federal/62652/2009 2009/08/13

CY103924 A/Pernambuco/431/2009 2009/08/27

CY072088 A/Rio de Janeiro/491/2010 2010/02/18

HQ595234 A/Sao Paulo/50280/2009 2009/07/27

CY103927 A/Pernambuco/513/2009 2009/09/03

CY051988 A/Norway/2917/2009 2009/08/11

CY103931 A/Pernambuco/590/2009 2009/09/18

CY054281 A/Rio de Janeiro/9685/2009 2009/08/10

FJ969540 A/California/07/2009 2009/04/09

91

80

66

54

56

60

71

68

51

64

59

50

73

53

55

64

63

0.001

S220T

Q310H

K325E

P199Q

D114N

E391K

S101N

Bottom cluster

Main cluster

140

Figure1: Neighbor-Joining phylogenetic tree of complete HA gene sequences of A(H1N1)pdm09 viruses. Some sequences downloaded from GenBank were included to represent distinct clusters circulating in the world during 2009-2010 period. The collection date is displayed after the sample identification of each sample. The prototype sample A/California/07/2009 was used to root the tree. ✟: deceased patient.

141

APÊNDICE B – VERSÃO DO ARTIGO 2 EM INGLÊS

SUBMETIDO À REVISTA: Journal of Clinical Virology

EPIDEMIOLOGICAL AND VIROLOGICAL ASPECTS OF INFLUENZA A(H1N1)PDM09 INFECTIONS AND FREQUENCY OTHER RESPIRATORY VIRUSES IN PERNAMBUCO STATE, BRAZIL: 2009-2010

Maria José Couto Oliveira1,2+, Marilda M Siqueira3, Maria de Lourdes Aguiar

Oliveira3, Fernando do Couto Motta3, Marli Tenório Cordeiro1,2, Sharon Carney 3,

Wyller Alencar de Mello4, Vera Magalhães da Silveira2.

1 Virology Sector, Central Public Health Laboratory of Pernambuco (LACEN-PE),

Recife, PE, Brazil. 2 Postgraduate Program in Tropical Medicine, Federal University of Pernambuco,

Recife, PE, Brazil. 3 Respiratory Viruses and Measles Laboratory of Oswaldo Cruz Institute, Fiocruz,

Rio de Janeiro, Brazil. 3 Evandro Chagas Institute, Belém, Pará, Brasil.

+Address correspondence to:

Maria José Couto Oliveira

Rua do Espinheiro, 360, Apto. 1801 – Espinheiro

Recife – PE, CEP 52020-020

e-mail: [email protected]

142

ABSTRACT

Acute respiratory infections can be caused by different pathogens and relevant

morbid-mortality patterns can be found among some risk groups. The

epidemiological features of influenza A(H1N1)pdm09 and the prevalence of other

respiratory infections were investigated in Pernambuco state, during the 2009-2010

pandemic period. In this cross-sectional study, biological samples (nasopharyngeal

swab/lung fragments) from 705 Influenza suspected cases were tested by real time

PCR for influenza A(H1N1)pdm09 (CDC protocol) and a subsample (146 FluA-

negative) was tested for the presence of respiratory viruses. Epidemiological/clinical

data were collected using a standardized formulary. Descriptive/bivariate analyses

(Chi-square and/or Fisher exact test and T-test) were performed and significance

was considered as p<.005. The prevalence of influenza A(H1N1)pdm09 infection was

26.4%; being significantly higher among males (p=.023) and those aged between 6-

19 years (p>.001). Moreover 12 patients (6,4%) died. Among InfluenzaA-negative

subsample, other viruses could be detected in 53 (36.3%), as follows: Rhinovirus

(41,0%), Coronavirus (16.1%), Metapneumovirus (14.3%), Parainfluenza (8.9%).

Bocavirus (7.1%), Respiratory syncytial virus (5.4%), Influenza B (3.6%), Adenovirus

(1.8%) and Enterovirus (1.8%). Multiple infections were found in 3 cases. The

magnitude of Flu pandemic in Pernambuco was lower than in South/Southeast of

Brazil. Besides influenza A(H1N1)pdm09, other respiratory pathogens were

circulating during 2009-2010 Influenza season, and seemed to be responsible for

about one third of non-FluA clinical cases. Despite its importance as a diagnostic

tool, these results should be interpreted according to the clinical/epidemiological

contexts. New studies are under development to assess the Public Health impact of

these other pathogens.

Key-words: Influenza, Respiratory viruses, acute respiratory infection, Parainfluenza,

Coronavirus, Metapneumovirus, Bocavirus, Rhinovirus, Respiratory Syncytial Vírus.

143

INTRODUCTION

Globally, acute respiratory infections (ARI) are an important cause of morbidity

and mortality, especially among some groups, such as elderly, children and

immunocompromised patients.1,2 Most of these infections have a viral etiology3 and

are clinically similar to Influenza infections, being altogether referred as influenza-like

illness (ILI).4 Besides Influenza,5 other viruses are associated with ILI like respiratory

syncytial virus (RSV),6 Rhinovirus(RV),7 coronavirus (HCoV),8 parainfluenza (PIV)

viruses 1-4,9 adenovirus (AdV)10, enterovirus (EV),11 parechovirus (PeV)12 and the

lately identified metapneumovirus (HMPV)13 and bocavirus (HBoV).14 Recently, real

time PCR have been developed for detection of multiple respiratory pathogens.15-19

However, the clinical and public health relevance of these infections are still under

study, especially in Brazil, where data is very scarce. 2

The aim of this study was to explore the virological and epidemiological

aspects of influenza A(H1N1)pdm09 infections in Pernambuco during the 2009-2010

pandemic period as to investigate the prevalence of other viral pathogens in FluA-

negative clinical cases.

METHODS

Study design and population

This retrospective cross-sectional study, 705 ARI patients were investigated from

May 2009-May 2010. Subjects were attended at reference hospitals from

Pernambuco state. Until July, 2009 case classification criteria consisted of fever

>38ºC, cough and directed contact with travelers to areas with confirmed influenza

A(H1N1)pdm09 in the last 10 days. After sustained viral transmission in Brazil (epi

week 29/09), criteria included severe acute respiratory cases, characterized as the

presence of dyspnea, fever >38ºC and cough as well as fatal cases19. During

hospitalization, clinical samples (Nasopharyngeal swabs and/or lung fragments) were

collected for lab testing. For other viral pathogens detection, a subsample composed

of 146 FluA-negative cases was selected, representative of epidemiological weeks.

144

Influenza A (H1N1)pdm09 and other respiratory viruses detection

For Influenza A(H1N1)pdm09, RNA was extracted by using the kit QIAamp®

Viral RNA Mini Kit (QIAGEN Inc., CA) and real time RT-PCR was conduced

according to the CDC protocol 21 (accessible in

<http://www.who.int/csr/resources/publications/swineflu/CDCRealtimeRTPCR_

SwineH1Assay-2009_20090430.pdf>). These assays were performed at Evandro

Chagas Institute (Belém, Pará state, Brazil).

For real time detection of multiple respiratory viral pathogens, the nucleic acid

extraction was carried out using the Magna Pure LC Total Nucleic Acid Isolation Kit

(Roche Diagnostics), followed by Fast track21 plus® kit (Laboratoires Réunis –

Luxemburgo). This test is able to detect 23 respiratory pathogens as seasonal FLUA,

FLUB, FLUA(H1N1)pdm09, RV, HCoV229, HCoV63, HCoV43 e HCoV KHU; PIV-2,

PIV-3, PIV-4 HBoV, HMPV, PIV-1, AdV, EV, PeV, RSV; Chlamydia pneumoniae,

Haemophilus influenzae, Staphylococcus aureus and Streptococcus pneumoniae.

Only viruses were considered in this investigation. These assays were performed at

Respiratory Virus Laboratory from Oswaldo Cruz Foundation (IOC, FIOCRUZ), Rio

de Janeiro.

Statistical Analyses

Descriptive and bivariate (Chi-square, Fisher exact test and T-test) analyses

were performed using STATA software, version 9.0. Putative associations between

viral infections and demographic, clinical and epidemiological variables were

assessed and significance was established when p <.005.

Ethical aspects

This study was approved by the Health Sciences CENTERS from the Federal

Pernambuco University IRB.

RESULTS

Demographic, clinical and epidemiological features of Influenza A(H1N1)pdm09

infections

145

The demographic, clinical and epidemiological features of Influenza

A(H1N1)pdm09 infections are shown in Table I.

Within the studied period, 839 Flu cases were notified and samples were

collected from 705 subjects (84.2%). From these, 453 (64.3%) and 252 (35.7%) were

from female and male gender, respectively, and the mean age was 29,4 (±19) years

(range 3 months to 89 years). In 67.4%, samples were collected up to 3 days after

the first symptoms and in 7.2% after 8 days. From the 705 subjects, 209 were

influenza A positive at CDC test and 186 (26,4%) were positive for influenza

A(H1N1)pdm09. From these, 106 (23.4%) were females and 80 (31.7%) were males,

with mean age of 24,6 (±15.6) years (range 1 month to 82 years). A significantly

higher prevalence was found among those aged between 6-19 years (p<.001). The

most frequent symptoms were fever, cough, dyspnea, according to the case

classification criteria from the Brazilian MoH. Two peaks on the number of influenza

A(H1N1)pdm09 cases were observed: the first at the epidemiological week 26 (13

cases) and the second between weeks 30 and 38 (113 cases) (Figure 1).

During the Flu pandemics, pregnant women were one of the main risk groups

for severe outcomes.22 In Pernambuco state, among 307 women at reproducing

age, 23.5% (CI: 18.7% a 28.2%) were positive for influenza A(H1N1)pdm09. From

these, 22 (27.8%) were pregnant. From 79 pregnant, 22 (27.8%) were positive for

influenza A (H1N1)pdm09.

Influenza A(H1N1)pdm09 fatal cases

The demographic and epidemiological characteristics of influenza

A(H1N1)pdm09 fatal cases are described in Table II. Among fatal cases (35),

influenza A(H1N1)pdm09 were detected in 12 (34.3%) subjects (8 in 2009 e 4 in

2010). The diseases occurred in both genders and the age range was of 4-53 years.

In the two pregnant women who died (cases 4, 7 and 12, with 21, 28 and 23 years,

respectively) pregnancy was the only reported risk factor.

Other viral respiratory infections

Among the 146 influenza A(H1N1)pdm09-negative samples, other respiratory

pathogen was detected in 53 (36.3%) of subjects (Table III).

146

The most prevalent viruses were Rhinovirus (n=23), metapneumovirus (n=8) e

Coronavirus OC43 (n=8). Within the Rhinovirus cases mean age was 23.1 15.3

years, with major prevalence among males (19.6%). The peak of cases occurred

between July and September - the period of higher influenza A(H1N1)pdm09

circulation and notification of ARI cases. In three samples, double Rhinovirus +

Bocavirus; Rhinovirus + Metapneumovirus e Influenza B + Coronavirus OC43 were

observed. Furthermore, among the 5 fatal cases which were submitted to multiplex

testing, other viral pathogens were found in only one sample (RSV).

DISCUSSION

The prevalence of influenza A(H1N1)pdm09 infection during 2009-2010 in

Pernambuco was 26.4%, in such a way that the magnitude of Flu pandemics in our

state was significantly lower than those observed in the South and Southeast of

Brazil.22 The findings corroborate other reports on the different regional profiles in the

country.2 According to the Pernambuco Vigillance Surveillance Service, 846

suspected cases were notified between may 2009 – 2010. The mortality coefficient

per 100.000 habitants was 0.1 in 2009 and 0.04 in 2010 (oral communication ).

In Pernambuco, the frequency of infections was significantly higher among

males than in females (p=0,023), contrasting with the profile previously described in

Brazil.2,24 Similar figures were also found for age strata. Whereas in Pernambuco the

most affected subjects were aged between 6-19 years (p<.001), national data

identified the young adults ranged between 20 a 29 years, the main affected group

within the 2009-2010 period.24 According to the national 2 and international

literature,25 those aged ≥60 years showed lower prevalence of viral infection than

their counterparts. As previously published, these event seem to be due to previous

exposition and acquired cross-immunity between Flu viruses, especially among those

born before 1957.26

Chronic respiratory disease was the main risk factor, reported by 40.4% of

subjects, as also observed in national data.23 Despite the small sample composed of

pregnant women, about 1/3 was infected by influenza A(H1N1)pdm09, including

three fatal cases. These findings corroborate the literature, where pregnancy figures

147

as one of the most important risk groups for severe disease and outcomes from

Influenza infections.27, 28

Among the influenza A(H1N1)pdm09 suspected cases, only 29.4% were

positive for the pandemic Flu. The remaining 496 cases had their etiology unknown.

In Brazil, the lower rate of laboratory confirmation was seen in the Northeast region

(32.3%).23 Many factors can have contributed to the low frequency of influenza

A(H1N1)pdm09 detection: i) late sample collection - in some cases, even after the

7th Day after the symptoms; ii) the clinical material (nasopharyngeal swab, which is

less sensitive than aspirate for PCR detection;29 iii) inadequate temperature along

transportation, which could have compromised sample quality.

In order to elucidate the etiology of those FluA negative ARI cases, we tested

a subsample of 146 samples for the presence of other 18 viral pathogens. The main

finding of this study was that by using this real time RT-PCR multiplex approach, we

were able to elucidate about 40.0% of these cases, from which Rhinovirus was the

most prevalent viral pathogen (41.0%). In a Swiss study carried out among

transplanted and immunocompromised patients Rhinovirus was the second most

frequent respiratory virus (22.6%), after Coronavirus infections (32.2%).18 Similar

findings were also found in Sweden and the authors raised the hypothesis that this

high RV prevalence could have contributed to lowering influenza A(H1N1)pdm09

circulation.30,31 In our subsample, 3 (2,0%) multiple viral infections were detected: RV

+ HMPV, RV + HBoV e FLUB + HCoV-OC43. The frequency was lower than those

found in studies among children from elsewhere,17,29,32,33 but similar to the those

found in São Paulo (3.77%).34 Unfortunately, due to the small sample and low

prevalence, we were not able to explore putative associations between viral

infections and other demographic and epidemiological characteristics, in order to

better know the profile of these infections and their importance under the public

health perspective. Other study is under development in order to assess these

information.

In the PCR era, the diagnosis of viral diseases had improved significantly in

the last 15 years. However, most studies had been carried out among children.35 In

this context and with special regard to multiple infections, it is relevant to consider

that, despite the relevance of real time PCR as a very remarkable diagnostic tool,

results should be interpreted in the light of clinical data and epidemiological

plausibility, due to the high sensitivity of this technique.

148

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05

10152025303540455055606570758085

1718 192021 2223 242526 2728 2930 313233 3435 363738 3940 414243 4445 4647 484950 5152 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1112 131415 1617 181920 2122

Vírus influenza A(H1N1)pdm09 IRA cases

Figure 1 – Distribution of ARI and Influenza A(H1N1)pdm09 cases according to the

epidemiological week. Pernambuco, Brazil, May 2009- May-2010.

Epidemiological Week

C a s e s

152

Table I. Demographic, clinical and epidemiological features of Influenza A

(H1N1)pdm09 infections in the state of Pernambuco, Brazil. May 2009- May 2010.

Variables

N

Positive cases for influenza A

(H1N1)pdm09 Gender

Males 252 (35,7%) 80 (31,7%)a Females 453 (64,3%) 106 (23,4%)

Age range (years)b ≤ 2 37 (5,3%) 07 (18,9%) 3 - 5 24 (3,4%) 03 (12,5%) 6 - 9 31 (4,4%) 15 (48,4%)c

10 - 19 128 (18,2%) 53 (41,4%) 20 - 39 311 (44,2%) 77 (24,8%) 40 - 49 64 (9,1%) 14 (21,9%) 50 - 59 49 (7,0%) 11 (22,4%)

≥60 59 (8,4%) 06 (10,2%) Comorbidities Chronic respiratory disease 99 (14,0%) 40 (40,4%) Cardiopathy 35 (5,0%) 05 (14,3%) Chronic metabolic disease 19 (2,7%) 05 (26,3%) Chronic renal disease 08 (1,1%) 01 (12,5%) Immunodeficiency 22 (3,1%) 06 (27,3%) Hemoglobinopathy 08 (1,1%) 03 (37,5%) Other comorbidities 147 (20,9%) 46 (31,3%) Signals and symptoms

Fever 667 (94,6%) 184 (98,9%) Cough 664 (94,2%) 179 (96,2%) Dyspnea 520 (73,8%) 142 (76,3%) Sore nose 426 (60,4%) 107 (57,5%) Myalgia 402 (57,0%) 102 (54,8%) Throat ache 347 (49,6%) 86 (46,2%) Calafrio 272 (38,6%) 70 (37,6%) Arthralgia 181 (27,1%) 35 (18,8%) Diarrea 88 (12,5%) 19 (10,2%) Conjunctivitis 44 (6,2%) 10 (5,4%) Others 128 (18,2%) 43 (23,1%)

Deaths 35 12 Interval between the first symptom and sample collection (days)

≤ 3 467 (67,4%) 133 (72,3%) 4 a 7 176 (25,4%) 40 (21,7%) ≥ 8 50 (7,2%) 11 (6,0%)

ap = 0.023; b2 patients have no age record ; cp<.001

153

Table II –Influenza A(H1N1)pdm09 fatal cases in the state of Pernambuco. May 2009-May 2010.

Sample

# Age Gender Month/

year Interval between

first symptom and hospitalization

(days)

Interval between first symptom and death (days)

Risk factor

1 27 Female 8/09 5 10 Unknown 2 50 Female 8/09 3 14 Unknown 3 53 Male 9/09 5 5 Unknown 4 28 Female 9/09 5 20 Pregnancy 5 40 Male 10/09 9 12 Unknown 6 4 Female 10/09 3 6 Unknown 7 21 Female 11/09 - 22 Pregnancy 8 24 Male 12/09 4 6 Obesity, asthma 9 29 Male 3/10 8 29 Obesity

10 47 Male 4/10 7 7 Unknown 11 31 Male 4/10 5 5 Unknown 12 23 Female 4/10 2 6 Pregnancy

Source: SINAN, MoH, Brazil

Table III – Frequency of other respiratory viral pathogens among ARI cases in the state of Pernanmbuco. May 2009-May 2010.

N=146 Viral pathogens N (%)

Negative 93 (63,7%)

Positive 53 (36,3%)

Any viral pathogen 56

Rhinovírus 23 (41,0%)

Metapneumovirus 08 (14,3%)

Coronavirus 43 08 (14,3%)

Human Bocavirus 04 (7,1%)

Respiratory syncytial virus 03 (5,4%)

Influenza B 02 (3,6%)

Parainfluenza 2 02 (3,6%)

Parainfluenza 3 02 (3,6%)

Parainfluenza 1 01 (1,8%)

Adenovirus 01 (1,8%)

Enterovirus 01 (1,8%)

Coronavirus HKU 01 (1,8%)

154

ANEXOS

ANEXO A – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

155

ANEXO B – CARTA DE ANUÊNCIA DO LACEN - PE

156

ANEXO C – CARTA DE ANUÊNCIA DA DIRETORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL

157

ANEXO D – FICHA DE INVESTIGAÇÃO INFLUENZA HUMANA POR NOVO SUBTIPO (PANDÊMICO)

158