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...,,-~ tp- Ministério da Agricultura e do Abastecimento 15: Janeiro,2000 Caracterização de solos no município de Campo Novo, RO

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...,,-~tp-Ministério

da Agriculturae do Abastecimento

15:Janeiro,2000

Caracterização de solos no municípiode Campo Novo, RO

República Federativa do Brasil

PresidenteFernando Henrique Cardoso

Ministério da Agricultura e do Abastecimento

MinistroMarcus Vinícius Pratini de Moraes

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

PresidenteAlberto Duque Portugal

DiretoresDante Daniel Giacomelli Scolari

Elza Angela Battaggia Brito da CunhaJosé Roberto Rodrigues Peres

Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia

Chefe Geral

Nelson Ferreira Sampaio

Chefe Adjunto de Administração

Eliete de Jesus Barbosa Lima

Chefe Adjunto de P & DSamuel José de Magalhães Oliveira

Exemplares desta publicação podem ser solicitados à:Embrapa RondôniaBR 364, KM 5,5, Caixa Postal 406Telefones: (069) 222-1985 e 222-3080CEP 78.900-970 - Porto Velho - RO

Embrapa Rondônia. Documentos, 47

Tiragem: 200 exemplares

Comitê de Publicações

Claudio Ramalho Townsend - PresidenteSamuel José de Magalhães OliveiraJosé Nilton Medeiros CostaAngelo Mansur MendesCalixto Rosa NetoMarília LocatelliAdemilde de Andrade Costa - Secretária

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Normalização: Léa Aparecida/Simara Gonçalves - Biblioteca/DINEditoração eletrônica: João Porto (estagiário)Revisão gramatical: Wilma Inês de França Araújo e

Ademilde de Andrade Costa

LEÔNIDAS, Francisco das Chagas

CDD 631.4

Caracterização de solos no município de Campo Novo, RO /Francisco das Chagas leônidas, Antônio Neri A. Rodrigues, RogérioSebastião C. da Costa. - Porto Velho: EMBRAPA-CPAF Rondônia,2000.

12p. (EMBRAPA-CPAF Rondônia. Documentos, 47).

1. Perfil do solo. 2. Reconhecimento do solo. 3. Campo Novo - RO.1.Rodrigues, Antônio Neri A. 11.Costa, Rogério Sebastião C. da. 111.Título.IV. Série.

© Embrapa - 2000

Introdução- Descrição da área- Relevo- Vegetação- Clima

Metodologia

Resultados e discussão

Conclusões

Referências bibliográficas

Sumário

55667

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Identificação e caracterização de solos nomunicípio de Campo Novo, RO*

Francisco das Chagas Leônidas'Antônio Neri A. Rodrigues'

Rogério Sebastião C. da Costa'

Introdução

Os levantamentos de solos têm sido um dos meios pararelacionar e interpretar características morfológicas dos solos nocampo, juntamente com dados analíticos obtidos em laboratório, osquais, permitem uma avaliação do seu potencial, visando o usoracional ou conservação e manejo, e adaptando-se ao pragmatismodo campo.

Os resultados de um levantamento podem ser utilizados paradiversos fins. Entretanto, a mais importante aplicação é naatividade agrícola, no sentido mais amplo.

Portanto, considerando tais observações, o referido trabalhoteve como objetivo a identificação e caracterização dos solos maisrepresentativos do município de Campo Novo, RO.

- Descrição da área

A área em estudo encontra-se entre as coordenadas10°02'35" e 10°25'27" de latitude Sul e 63°49'30" de longitudea Oeste de Greenwich, cujas denominações locais são: SãoSebastião li, Nova Vida e Rio Branco, ambas no município deCampo Novo. O acesso por via terrestre utiliza-se a R0421,distante aproximadamente 100 km da sede do município deAriquemes.

1 Eng. Agr., M.Sc., Embrapa Rondônia, Caixa Postal 406, CEP 78900-970, Porto Velho, RO."Trabalho realizado com apoio do INCRA Rondônia.

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- Relevo

As áreas consideradas geomorfologicamente, encontram-secompreendidas entre o planalto dissecado sul da Amazônia e parteda depressão interplanáltica da Amazônia, conformeRADAMBRASIL (1978).

O planalto dissecado sul da Amazônia é uma unidadeconstituída de relevo dissecado em cristais, com vertentes bempronunciadas, que se comportam como relevo residual. Ocupaparte Centro-oriental da área e é "drenado" pelos rios Candeias,Jamari e Ji-Paraná, apresentando-se bem encaixado com barrancosem suas margens. A depressão interplanáltica da Amazôniacaracteriza-se por constituir uma superfície rebaixada, entulhadapor uma drenagem incipiente que proporciona dissecação do relevoem colina e interflúvios tabulares.

- Vegetação

Quanto ao revestimento florístico, pertence a florestatropical densa, predominantemente equatorial subperenifólia,composta de árvores de grande porte, com muitos estratos eencontra-se em áreas com dois a três meses de estação seca.

O estrato superior é constituído de árvores emergentes, comalturas que podem atingir 50 m, com bom diâmetro no tronco erepresentadas principalmente por leguminosas, moráceas,sapotáceas e lecitidáceas. No estrato mediano, encontram-seárvores com altura média de 15m com dossel mais ou menoscontínuo. Em alguns locais há concentração de babaçu (Orbignyaspeciosa) (EMBRAPA, 1983).

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- Clima

Segundo o sistema de Kõppen, a área fica submetida aogrupo de clima tropical chuvoso, enquadrando-se no tipo AWcaracterizando-se por apresentar um total pluviométrico anualoscilando entre elevado e moderado com nítido período de estiagem(Bastos & Diniz, 1982).

Metodologia

o trabalho teve início com a interpretação dos materiaiscartográficos gerados pelo RADAMBRASIL (1978), e levantamentode reconhecimento de média intensidade e aptidão agrícola dasterras de Rondônia. Realizou-se viagens de reconhecimento da áreae posteriormente tradagens, para "checagens" das unidades demapeamento e sua ocorrência em campo. Posteriormente, apósseleção de pontos, procedeu-se a coleta de amostras de solo nasprofundidades de 0-20 e 20-40 cm e encaminhadas ao laboratório,cujos procedimentos foram conforme Manual de Métodos deAnálises de Solos (EMBRAPA, 1979).

Resultados e discussão

Quanto aos solos, as unidades de mapeamento detectadasnas referidas localidades de acordo com RADAMBRASIL (1978),predominam o Podzólico Vermelho-Amarelo, álicos e distróficos,Latossolos Vermelho-Amarelo, álico e poucas manchas de soloLitólicos distróficos. Este levantamento a nível exploratório é degrande importância e objetiva uma avaliação qualitativa de recursosde solos de regiões com a finalidade de identificar áreas de menorou maior potencial de desenvolvimento em antecipação alevantamentos em escala maior.

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No entanto, visando um nível mais categórico dasinformações dos solos de Rondônia, realizou-se um levantamentode reconhecimento de média intensidade dos solos do Estado(EMBRAPA, 1983). Esta modalidade de levantamento, visa aavaliação qualitativa e quantitativa de recursos de solos de umaregião, objetivando subsidiar a elaboração de projetos dedesenvolvimento agrícola ou seleção de áreas para colonização.

De acordo com EMBRAPA (1983), quanto a ocorrência desolos, a área é representada predominantemente por PodzólicosVermelho-Amarelo álico, Latossolo Vermelho-Amarelo álico eLatossolo Vermelho-Escuro distrófico, em menor proporção.

O PVa 25 constitui a unidade de mapeamento descrita comoPodzólico Vermelho-Amarelo álico latossólico moderado, texturamédia com cascalho/argilosa fase floresta equatorial subperenifóliacom babaçu e relevo ondulado a forte ondulado.

O LVa 9 representa o Latossolo Vermelho-Amarelo álico amoderado, textura muito argilosa fase pedregosa 111, florestaequatorial subperenifólia com babaçu e relevo ondulado.

As unidades de mapeamento PVa 25 e LVa 9 representamaproximadamente, 60% da área da região em estudo, e apresentamfertilidade natural, variável de alta a baixa, devendo-se adotarmedidas de controle a erosão hídrica e especiais cuidados com amecanização.

Em decorrência, sugere-se o uso desses solos com culturasperenes e principalmente com emprego de práticasconservacionistas.

Outra unidade de mapeamento LEd descrita como latossoloVermelho-Escuro distrófico, a moderado, textura argilosa, fasefloresta equatorial subperenifólia e relevo suave ondulado, ocorremna localidade em menor proporção.

Para auxiliar as modalidades de levantamento de solos dareferida área, um exploratório esc. 1:1.000.000 (RADAMBRASIL) eo 'de reconhecimento de média intensidade esc. 1:500.000(EMBRAPA, 1983), realizou-se viagem a campo, ocasião em que

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foram feitas coletas de amostras extras dos principais solos dareferida área, cujos resultados analíticos revelam as característicasquímicas descritas na Tabela 1.

TABELA 1 - Resultados de análise química de amostras extras das áreas:São Sebastião 11,Nova Vida, Rio Branco e Campo Novo.

Amostra Local Profundi- pH P K+ Ca++ AI+++ AI++ + MOdade (H20) rnq/drrr' + + H+

Mg++C Mal c/drn" g/Kg

01 Campo 0-20 em 4,7 2,0 0,16 0,90 5,30 1,10 16,00Novo

02 Campo 20-40 em 4,7 0,17 0,80 5,00 1,30 15,60Novo

03 Campo 0-20 em 6,4 4 0,31 6,00 1,80 0,00 22,60Novo

04 Campo 20-40 em 5,0 0,21 2,50 3,00 0,10 10,70Novo

05 Rio 0-20 em 4,9 3 0,14 3,10 5,60 0,10 18,50Branco

06 Rio 20-40 em 4,5 0,05 0,90 5,40 0,60 7,80Branco

07 Nova 0-20 em 4,2 5 0,09 1,50 6,30 0,80 18,50Vida

08 Nova 20-40 em 4,2 3 0,07 0,70 5,40 1,00 15,60Vida

09 Campo 0-20 em 4,7 8 0,14 2,10 5,30 0,30 21,30Novo

10 S. 0-20 em 4,3 2 0,11 1,50 7,30 0,90 25,80Sebas-tião

11 S. 20-40 em 4,5 0,02 0,20 6,90 1,50 19,70Sebas-tião

12 S. 0-20 em 5,7 4 0,23 4,90 3,30 0,00 20,50Sebas-tião

13 S. 0-20 em 6,1 14 0,51 5,80 4,00 0,00 22,10Sebas-tião

14 S. 0-20 em 5,6 6 0,07 4,70 4,30 0,00 12,30Sebas-tião

15 S. 20-40 em 5,3 6 0,06 3,30 4,10 0,00 11,50Sebas-tião

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TABELA 2 - Valores de soma de bases (SI. CTC, saturação de bases (V) esaturação de alumínio (Sat. AI+ + + I. das respectivas

amostras extras.

Amostra Local S CTC V Sat. AI+ ++C Mal c/drn? % %

01 Campo Novo 1,1 6,4 17,2 50,002 Campo Novo 0,9 5,9 15,3 59,103 Campo Novo 6,3 8,1 77,8 0,004 Campo Novo 2,7 5,7 47,4 3,605 Rio Branco 3,2 8,8 36,4 3,006 Rio Branco 1,6 7,9 20,3 33,007 Nova Vida 0,8 6,2 12,9 52,608 Nova Vida 2,2 7,5 29,3 12,009 S. Sebastião 1,6 8,7 17,9 36,010 S. Sebastião 0,2 7,1 2,8 88,211 S. Sebastião 5,1 8,4 60,7 0,012 S. Sebastião 6,3 10,3 61,2 0,013 S. Sebastião 4,4 8,7 50,6 0,014 S. Sebastião 3,3 7,4 44,6 0,015 S. Sebastião 0,9 5,9 15,3 59,1

Conclusões

o pH em água das amostras de solos analisadas, variou de4,2 a 6,4 unidades.

Os teores de fósforo disponível variaram de 1 a 14 mq/drn".Cerca de 33% das amostras apresentaram o caráter álico,

26% entróficas e 41 % distróficas.Os levantamentos de solos existentes para subsidiar a

avaliação qualitativa e quantitativa da ocorrência de solos dareferida área, indicam que mais de 60% da área é representada porPodzólico Vermelho-Amarelo álico e Latossolo Vermelho-Amareloálico. No entanto, a melhor opção para a exploração desses solos éatravés de consórcios com culturas perenes, por serem os que maisse aproximam das condições naturais do ecossistema, e buscando-se a implantação de sistemas auto-sustentáveis. De acordo comALVIM (1978), esses consórcios estabelecem equilíbrio, mantendo-se praticamente inalterados com os anos, e, sob o ponto de vistaagronômico, são capazes de produzir para o homem mais do que anatureza produz, evitando a degradação do solo à erosão, e

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mantendo a reciclagem de nutrientes. Embora sem seleção genéticae sem insumos, as fruteiras perenes nativas da Amazôniaapresentam em geral bons rendimentos.

Alguns sistemas agroflorestais têm sido testados emRondônia, visando o aproveitamento total das potencialidades dosolo. Embora vários sistemas tenham sido implantados pelospróprios produtores, sem acompanhamento técnico, há evidênciasde êxito para uns e aprimoramento para outros. Culturas perenesconsorciadas com espécies florestais, têm-se evidenciadopromissoras como por exemplo: café, pimenta-do-reino, seringueirae espécies florestais.

Outra opção interessante para melhor aproveitamento dasreferidas áreas são os sistemas agrossilvopastoris, onde utiliza-se ocultivo de gramíneas e leguminosas menos exigentes comcomponentes arbóreos. Resultados de pesquisas mostram espéciesforrageiras com mais desempenho em solos ácidos entre elas:Stylosanthes guyanensis, Desmodium ovalifolium, Pueraria sp.,Centrosema sp., as quais poderão ser utilizadas puras ouconsorciadas com gramíneas já adaptadas à região. Neste sentidosugere-se o uso integrado de medidas conservacionistas, que visema manutenção da potencialidade produtiva dos solos.

Referências bibliográficas

ALVIM, P. de T. Perspectiva para produção agrícola na regiãoAmazônica. Interciência, v.3, n. 4, p.243-251, 1978.

BASTOS, T. X.; DINIZ, T. D. de A. S. Avaliação do clima doestado de Rondônia para desenvolvimento agrícola. Belém:EMBRAPA-CPATU, 1982. 28p. (EMBRAPA-CPATU. Boletim dePesquisa, 4).

EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação deSolos (Rio de Janeiro, RJ). Levantamento de reconhecimento demédia intensidade dos solos e aptidão agrícola das terras deRondônia. Rio de Janeiro: EMBRAPA SNLCS, 1983. 1.v.

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EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação deSolos. (Rio de Janeiro, RJ). Manual de Métodos de Análise deSolo. Rio de Janeiro: Embrapa SNLCS, 1979. 1v.

BRASIL. Ministério das Minas e Energia. Departamento Nacionalde Produção Mineral. Projeto Hadarnbrasil. Folha SC-20 PortoVelho. Rio de Janeiro, 1978. 663p. (Levantamento deRecursos Naturais, 16).

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