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CAPÍTULO IV. CONTRIBUIÇÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM NO MERCADO DE TRABALHO E PARA A FORMAÇÃO DE CAPACIDADES. 4.1 Quadro Geral do Processo de Aprendizagem A educação superior, especificamente em relação ao seu aspecto de formação, está dividida em quatro grandes eixos: a) cursos de graduação; b) cursos seqüenciais; c) cursos de extensão; e d) cursos de pós-graduação. Em relação aos cursos de graduação, o seu principal objetivo é a formação de profissionais tanto para a carreira acadêmica quanto para o mercado de trabalho, sendo três os tipos de diploma: 1) o de bacharel, que habilita o portador a exercer uma profissão de nível superior; 2) o de licenciado, que possibilita a formação de professores para atuar na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental ou nas séries finais do ensino fundamental e no ensino médio; e 3) o de tecnólogo, que é um curso superior de curta duração destinado aos profissionais que vão atender a segmentos específicos do mercado de trabalho. Os cursos seqüenciais têm por finalidade possibilitar a ampliação de conhecimentos ou da qualificação profissional dos candidatos que possuem o diploma de nível médio. A Secretaria de Educação Superior 1 (SESU) enfatiza que esses cursos não devem ser confundidos com os cursos tradicionais de graduação, extensão e de pós-graduação, mas simplesmente percebidos como uma alternativa de formação superior a quem não deseja, ou não precisa, fazer um curso tradicional de graduação. Existem dois tipos de cursos seqüenciais: a) os de Formação Específica, que necessitam de autorização e reconhecimento do MEC e nos quais são concedidos diplomas; e b) os de Complementação de Estudos, que não precisam nem de autorização e nem do reconhecimento do MEC e nos quais os alunos recebem certificados. No tocante aos cursos de extensão, eles possuem um caráter eminentemente social, têm que ser ministrados por uma IES, são concedidos certificados, mas não possuem valor acadêmico. Neste sentido, não há qualquer necessidade de credenciamento, autorização ou acompanhamento da parte do MEC, sendo suficiente o fato de uma IES assumir a responsabilidade pela implementação do curso. Os cursos de pós-graduação são classificados em duas categorias distintas: a) pós- graduação Lato Sensu e b) pós-graduação Stricto Sensu. A primeira categoria abrange os cursos de especialização, aperfeiçoamento e aqueles designados como MBA (Master Business Administration) ou equivalentes. Estes cursos objetivam o aperfeiçoamento acadêmico e profissional, têm uma carga horária mínima de 360 horas-aula e nos quais são concedidos certificados. Embora estes cursos não necessitem de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento, eles são obrigados a atender ao que está disposto na Resolução CES/CNE nº01/2001, que estabelece as normas para o seu funcionamento. Em relação aos cursos de pós-graduação Stricto Sensu, eles têm como objetivo central a continuidade da formação científica e acadêmica dos alunos com nível superior. Neste sentido, cada curso de mestrado e de doutorado é avaliado em separado e trienalmente pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que faz parte da administração indireta do MEC. O curso de mestrado acadêmico tem a duração de dois anos e o de doutorado quatro anos, sendo fundamental que o curso tenha nota mínima de três na avaliação da CAPES (as notas variam de um a sete) para ser reconhecido. As universidades públicas paranaenses absorveram, em 2004, um contingente de 72.225 estudantes, sendo que 13.954 estavam matriculados nos cursos de graduação da Universidade Estadual de Londrina e 12.576 nos cursos de graduação da Universidade Estadual de Maringá, representando respectivamente 19,3% e 17,4% do total. Descontando-se o fato de que a 1 A SESU é a unidade do MEC responsável pelo planejamento, orientação, coordenação e supervisão do processo de formulação e implementação da política nacional de educação superior. 49

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CAPÍTULO IV. CONTRIBUIÇÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM NO MERCADO DE TRABALHO E PARA A FORMAÇÃO DE CAPACIDADES.

4.1 Quadro Geral do Processo de Aprendizagem

A educação superior, especificamente em relação ao seu aspecto de formação, está dividida em quatro grandes eixos: a) cursos de graduação; b) cursos seqüenciais; c) cursos de extensão; e d) cursos de pós-graduação. Em relação aos cursos de graduação, o seu principal objetivo é a formação de profissionais tanto para a carreira acadêmica quanto para o mercado de trabalho, sendo três os tipos de diploma: 1) o de bacharel, que habilita o portador a exercer uma profissão de nível superior; 2) o de licenciado, que possibilita a formação de professores para atuar na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental ou nas séries finais do ensino fundamental e no ensino médio; e 3) o de tecnólogo, que é um curso superior de curta duração destinado aos profissionais que vão atender a segmentos específicos do mercado de trabalho. Os cursos seqüenciais têm por finalidade possibilitar a ampliação de conhecimentos ou da qualificação profissional dos candidatos que possuem o diploma de nível médio. A Secretaria de Educação Superior1 (SESU) enfatiza que esses cursos não devem ser confundidos com os cursos tradicionais de graduação, extensão e de pós-graduação, mas simplesmente percebidos como uma alternativa de formação superior a quem não deseja, ou não precisa, fazer um curso tradicional de graduação. Existem dois tipos de cursos seqüenciais: a) os de Formação Específica, que necessitam de autorização e reconhecimento do MEC e nos quais são concedidos diplomas; e b) os de Complementação de Estudos, que não precisam nem de autorização e nem do reconhecimento do MEC e nos quais os alunos recebem certificados. No tocante aos cursos de extensão, eles possuem um caráter eminentemente social, têm que ser ministrados por uma IES, são concedidos certificados, mas não possuem valor acadêmico. Neste sentido, não há qualquer necessidade de credenciamento, autorização ou acompanhamento da parte do MEC, sendo suficiente o fato de uma IES assumir a responsabilidade pela implementação do curso.

Os cursos de pós-graduação são classificados em duas categorias distintas: a) pós-graduação Lato Sensu e b) pós-graduação Stricto Sensu. A primeira categoria abrange os cursos de especialização, aperfeiçoamento e aqueles designados como MBA (Master Business Administration) ou equivalentes. Estes cursos objetivam o aperfeiçoamento acadêmico e profissional, têm uma carga horária mínima de 360 horas-aula e nos quais são concedidos certificados. Embora estes cursos não necessitem de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento, eles são obrigados a atender ao que está disposto na Resolução CES/CNE nº01/2001, que estabelece as normas para o seu funcionamento.

Em relação aos cursos de pós-graduação Stricto Sensu, eles têm como objetivo central a continuidade da formação científica e acadêmica dos alunos com nível superior. Neste sentido, cada curso de mestrado e de doutorado é avaliado em separado e trienalmente pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que faz parte da administração indireta do MEC. O curso de mestrado acadêmico tem a duração de dois anos e o de doutorado quatro anos, sendo fundamental que o curso tenha nota mínima de três na avaliação da CAPES (as notas variam de um a sete) para ser reconhecido.

As universidades públicas paranaenses absorveram, em 2004, um contingente de 72.225 estudantes, sendo que 13.954 estavam matriculados nos cursos de graduação da Universidade Estadual de Londrina e 12.576 nos cursos de graduação da Universidade Estadual de Maringá, representando respectivamente 19,3% e 17,4% do total. Descontando-se o fato de que a 1 A SESU é a unidade do MEC responsável pelo planejamento, orientação, coordenação e supervisão do processo de formulação e implementação da política nacional de educação superior.

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UNESPAR é, na verdade, um conglomerado de doze faculdades estaduais e não uma universidade, a UEL é a primeira no ranking em termos de número de matrículas e a UEM é a primeira em número de cursos. Cabe aqui notar que a UEM e a UEL juntas detêm 31,8% do total de número de cursos existentes nas seis universidades públicas estaduais paranaenses e 36,7% do total de alunos ingressos nestas universidades (ver Tabela 4.1).

Tabela 4.1 - Nº de Cursos de Graduação e de Matrículas nas IES Públicas do Paraná, 2004

UNIVERSIDADES Nº de CURSOS

MATRÍCULA

UNIOESTE 35 10.088

UNICENTRO 31 8.078

UEL 39 13.954

UEM 42 12.576

UEPG 30 9.119

UNESPAR 78 18.440

TOTAL - IEES-PR* 255 72.255

Fonte: SETI, 2005. Obs: IEES-PR – Instituições Estaduais de Ensino Superior do Paraná

A Universidade Estadual de Londrina –UEL

Os currículos dos cursos de graduação da UEL não estão estruturados em ciclo básico e ciclo complementar. Cada curso possui seu Projeto Político-Pedagógico com atividades voltadas especificamente para o seu desenvolvimento desde o início. De uma maneira geral os cursos tem uma duração de 4 anos. Mais da metade dos alunos em 2004 está matriculada em cursos das áreas de Ciências Humanas e Ciências Sociais Aplicadas. (tabela 4.2).

Tabela 4.2 Alunos matriculados por grandes áreas do conhecimento UEL -2004

Área de Conhecimento Alunos

Matriculados em 2004

%

Ciencias Humanas 4.275 30,3%

Ciencias Exatas e Naturais 1.203 8,5%

Ciencias Sociais Aplicadas 3.428 24,3%

Ciencias Tecnológicas 2.667 18,9%

Ciencias da Saúde 2.559 18,1%

Total

14.132 100,0%

Fonte: UEL-Proplan

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Por outro lado a tabela 4.3 revela a distribuição de matriculas em 2004 por cursos. O curso com maior número de matriculas é Direito (8,8 %) vindo em segundo lugar Educação Física (6,1%), seguido de Administração (5,7 %). O curso de Agronomia, que atende um dos setores básicos da região, é o 11º com 3,0% do total de matriculas em 2004.

Tabela 4.3 Alunos matriculados por cursos UEL -2004 Alunos

Matriculados %

Cursos de que fazem parte em 2004

Administração 810 5,7%

Agronomia 423 3,0%

Arquitetura e Urbanismo 329 2,3%

Arquivologia 155 1,1%

Artes Cênicas 139 1,0%

Biblioteconomia 209 1,5%

Biomedicina 81 0,6%

Ciência da Computação 181 1,3%

Ciência do Esporte 120 0,8%

Ciências Biológicas 307 2,2%

Ciências Contábeis 623 4,4%

Ciências Econômicas 585 4,1%

Ciências Sociais 434 3,1%

Comunicação Social - Jornalismo 173 1,2%

Comunicação Social - Relações Públicas 172 1,2%

Desenho Industrial - 89 0,6%

Direito 1.247 8,8%

Educação Artística 184 1,3%

Educação Física 867 6,1%

Enfermagem 245 1,7%

Estilismo em Moda 128 0,9%

Engenharia Civil 351 2,5%

Engenharia Elétrica 198 1,4%

Farmácia 308 2,2%

Filosofia 159 1,1%

Física 236 1,7%

Fisioterapia 246 1,7%

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Geografia 429 3,0%

História 314 2,2%

Letras 650 4,6%

Matemática 282 2,0%

Medicina 503 3,6%

Medicina Veterinária 418 3,0%

Música 83 0,6%

Odontologia 309 2,2%

Pedagogia 686 4,9%

Psicologia 422 3,0%

Química 378 2,7%

Secretariado Executivo 163 1,2%

Serviço Social 375 2,7%

Zootecnia 121 0,9%

Total

14.132 100,0%

Fonte: UEL – Proplan

A procedência dos alunos é obtida quando da realização dos exames vestibulares. A tabela 4.4a referente ao perfil do alunado que ingressou em 2003 mostra que mais da metade deles é oriunda do próprio município de Londrina. Considerando os oriundos da região e do resto do estado do Paraná obtem-se um adicional de cerca de 20%. Ainda que a UEL seja a universidade com o maior percentual de alunos de fora do estado do Paraná (25,6%), pode-se dizer que a sua principal área de influência é o território em torno de Londrina. A tabela 4.4b mostra o quadro em 2005 e parece apontar uma tendência para um aumento do número de alunos de outros estados na UEL. Isso pode ser interpretado como um indicador da extensão da imagem positiva da universidade.

Tabela 4.4a Procedência dos alunos UEL-2003 Procedência Porcentagem

(%)

Município 53,63

Região 16,79

Estado 3,01

Resto do país 25,60

Resto do mundo -

Total 100

Fonte: UEL- Perfil do Aluno Ingressante - 2003

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Tabela 4.4b Procedência dos alunos UEL-2005 Procedência Porcentagem (%)

Município 46,51

Região N. PR 15,73

Estado PR 2,11

Sul de São Paulo 4,36

Outras cidades SP 27,85

Sul de Mato Grosso do Sul 0,17

Outras cidades MS 0,36

Resto do país 2,78

Total 100

Fonte: UEL - Perfil do Aluno Ingressante - 2005

A UEL procura ajudar a adaptação dos estudantes de fora da cidade. Para isso possui o Serviço de Bem Estar da Comunidade Universitária - SEBEC, composto por Assistentes Sociais, Médicos, Dentistas e outros profissionais de apoio, que é responsável pela triagem de alunos que poderão residir na casa do estudante (mantida pela UEL) durante o período que freqüentarem a Instituição. Além de moradia para os estudantes comprovadamente carentes, todos os estudantes dispõem de assistência médica e odontológica.

De uma maneira geral os cursos são rígidos e existem poucos graus de liberdade para os alunos complementarem sua formação com disciplinas optativas de outras áreas. Também a mobilidade entre universidades do Brasil e do exterior, ainda que possível, é praticamente nula.

Até o ano de 2004 para todos os currículos dos cursos de graduação estava prevista uma carga horária que correspondia a 5% (cinco por cento) da carga horária mínima a ser cumprida no curso, de acordo com a legislação vigente, que deveria ser cumprida em Atividades Acadêmicas Complementares, que correspondem à participação do estudante em projetos, monitoria acadêmica, disciplinas especiais, disciplinas eletivas e outras atividades aprovadas pelos Colegiados de Curso. A partir do ano letivo de 2005, os currículos dos cursos estão sendo reestruturados, mantendo-se carga horária de Atividades Acadêmicas Complementares, mas incluindo-se disciplinas optativas. Não é possível quantificar essa carga, pois para cada curso há uma carga horária diferenciada e este processo ainda está em implantação. As disciplinas optativas são ofertadas de acordo com a disponibilidade dos departamentos e a capacitação dos docentes. Cursos feitos em outras Instituições são aceitos desde que haja programas e carga horária coincidentes com os da UEL. Há convênio de Mobilidade Acadêmica com a Universidade Federal do Paraná, com a Middlesex University da Inglaterra e com o Instituto Nacional Poletécnico de Toulouse - França.

A criação de um novo curso na UEL segue uma rotina padronizada em todas as áreas. O processo pode originar-se nos departamentos, mas a criação de um novo curso é proposta por comissões dos Centros de Estudos (conjunto de departamentos equivalente a Faculdades). A aprovação inicial se dá no Conselho de Centro (composto pelo Diretor de Centro, Chefes de Departamento, Coordenadores de Colegiados dos cursos vinculados ao Centro, representantes discentes e de funcionários técnico-Administrativos). Posteriormente há uma avaliação dos recursos necessários à implantação, realizada pela Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN), apreciação do Conselho de Administração e aprovação final pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.

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Por sua vez as mudanças de grade curricular são propostas pelos Colegiados de Cursos, que são compostos de um representante docente para cada disciplina ofertada no curso (correspondendo a 70% dos integrantes) e representantes discentes e de técnicos administrativos (correspondendo a 30% dos integrantes), coordenador do Colegiado e Coordenador de Estágio que são eleitos pelos integrantes do Colegiado. As mudanças sempre devem ser aprovadas pelo Colegiado de Curso e dependendo da abrangência, se dá a tramitação posterior que pode ser só na Câmara de Graduação (uma alteração em ementa, por exemplo) ou pode ter tramitação idêntica à de criação de curso se implicar em aumento de carga horária, duração, turno de oferta, etc). O órgão máximo que aprova tanto criação quanto reestruturação dos Projetos Político-Pedagógico dos cursos de graduação é o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.

As propostas de mudanças, particularmente as mais radicais, muitas vezes são uma imposição de alterações na legislação que regulamenta os currículos mínimos dos cursos. Os cursos que tem um currículo mínimo determinado pelo Ministério da Educação (federal) são obrigados a se adaptarem às eventuais mudanças que esses currículos venham a sofrer.

De uma maneira geral essa é a grande motivação para alterações nas estruturas curriculares.Como não existe na UEL, bem como na maioria das universidades brasileiras, um órgão que análise as competências dos graduados requeridas pelo ambiente empresarial local, esta avaliação fica a cargo do próprio Colegiado de Curso Embora suponha-se que esse colegiado esteja em sintonia com os anseios da comunidade, nem sempre isso se verifica. Há uma grande inércia e distonia nesse processo, mesmo porque não existem mecanismos para a manifestação desses anseios.

Praticamente não existe na UEL programas de formação profissionalizante especialmente elaborados para atender necessidades especificas da região. Existe pouca coisa desenvolvida pela Pró-Reitoria de Extensão. Esse atendimento vai se manifestar nas ofertas de cursos de especialização que correspondem à pós-graduação lacto senso.

Não existem programas de aprendizagem visando especificamente fomentar a capacidade empreendedora dos estudantes na UEL. No entanto existem seis empresas juniores dentro do arcabouço geral da INTUEL. Na tabela 4.5 elas estão listadas.

De uma maneira geral essas empresas apenas utilizam espaço físico e contam com apoio operacional (luz, água, telefone, e-mail, etc) da universidade. Não há dotações especificas para esse programa, mesmo porque a idéia é que sendo uma atividade empreendedora as empresas devem ser auto-suficientes financeiramente. Em média entre 10 e 20 alunos estão envolvidos com elas. A maioria delas dedica-se a assuntos ligados à administração e planejamento das empresas, mesmo a do curso de psicologia que trata fundamentalmente de questões de gestão de recursos humanos nas empresas. As da área de Biologia dedicam-se essencialmente a questões ambientais.

Tabela 4.5 Empresas Juniores na UEL Nome Curso Ano da fundação

Business Consultoria Administração 1990

Cop Junior Computação 1997

ECAE-UUEL Economia 1999

Elo-Consultoria Psicologia 2003

Bioma-Consultoria Ambiental Biologia 2003

Geossistema Consultoria Geografia 2004

Fonte: www.uel.br

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Em 2006 foram ofertados 93 cursos de especialização na UEL. Esses cursos são considerados pós-graduação lacto senso e geralmente são pagos. Em média são cursos com 360 horas de duração, ministrados nas sextas-feiras das 14:00 às 22:00 e aos sábados pela manhã. Duram em média cerca de um ano. Os alunos são em geral profissionais buscando algum tipo de reciclagem.

Embora não haja uma extensa pesquisa de mercado prévia eles de certa forma refletem a demanda existente. Esses cursos são autofinanciáveis e, uma vez ofertados, podem ser cancelados se o número de inscritos for insuficiente. Os números apresentados na tabela 4.6 mostram que a maioria dos cursos ofertados em 2006 (cerca de 40%) referem-se a Lazer e Outros (essencialmente cursos da área humanística). Apenas 3 cursos forma ofertados na área de Agronegócio. Dada a importância que essa área tem para a base econômica regional era de se esperar uma maior demanda por ela. Esse número reduzido pode, no entanto, estar associado ao custo elevado de cursos nessa área, inadequação do que é ofertado, ou até mesmo simples desinteresse da universidade em ofertá-los. Este é apenas um exemplo de como a interpretação desses números sugere que eles devam estar atendendo apenas parte da demanda existente para formação continuada.

As informações sobre o tipo de alunos e a sua procedência não estão disponíveis. De uma maneira geral, segundo a declaração de alguns professores, são recém-formados e profissionais atuando em empresas e no governo localizadas na região.

Tabela 4.6 Cursos de Especialização na UEL (pós-graduação lacto senso) 2006

Área Temática Número de Cursos

Número de Créditos

Número de Alunos

Agronegócio 3

Tecnologias Industriais 7

Tecnologias da Informação e Comunicações 7

Construção e Engenharia Civil

Meio-Ambiente 1

Turismo

Gestão Pública e Empresarial 16

Saúde e Serviços Sociais 23

Lazer e Esporte 6

Outros 30

360 horas

Em geral ministradas nas sextas-feiras e

sábados

Variando entre 20 e 70 alunos

Total 93

Fonte: www.uel.br

Por outro lado os cursos de pós-graduação stricto senso, são aqueles com maior conteúdo acadêmico,

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Tabela 4.7 Cursos de Mestrado na UEL - 2006 Nome do curso N. de

vagas Carga horária

Conceito CAPES (*)

- Administração 12 900 -----

- Agronomia 45 1.500 4

- Análise do Comportamento 10 930 3

- Biotecnologia 15 900 4

- Ciência Animal 20 1.260 5

- Ciência de Alimentos 16 1.125 5

- Ciências Biológicas 14 1.200 4

- Ciências Sociais 15 960 -----

- Direito Negocial 20 780 4

- Educação 30 720 3

- Educação Física 13 720 3

- Engenharia Elétrica 14 960 3

- Engenharia de Edificações e Saneamento 12 960 3

- Ensino de Ciências e Educação Matemática 20 960 4

- Estudos da Linguagem 10 870 4

- Física 10 1.500 5

- Genética e Biologia Molecular 20 1.125 3

- Geografia, Meio Ambiente e Desenvolvimento 23 1.050 3

- Letras 20 810 4

- Medicina e Ciências da Saúde 20 1.125 3

- Microbiologia 15 1.200 4

- Patologia Experimental 13 870 4

- Química dos Recursos Naturais 36 1.125 3

- Saúde Coletiva 16 1.035 4

- Serviço Social e Política Social 14 945 3

Fonte: www.uel.br

(*) Órgão do Ministério da Educação que avalia os cursos de pós-graduação. Em uma escala cujo melhor valor é 7.8/25

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Tabela 4.8 Cursos de Mestrado na UEL por Área Temática - 2006

Área Temática Número de Cursos

Número anual de vagas

Agronegócio e alimentação 3 81

Tecnologias Industriais 5 95

Tecnologias da Informação e Comunicações

Construção e Engenharia Civil 1 12

Meio-Ambiente 1 23

Turismo

Gestão Pública e Empresarial 2 32

Saúde e Serviços Sociais 5 78

Lazer e Esporte

Outros 8 132

Total 25 453

Fonte: Elaborado a partir da tabela 4.7

Não é possível determinar se os cursos de pós-graduação (mestrado stricto senso) foram criados para cobrir demandas específicas da região. No entanto analisando a sua composição nas tabelas 4.7 e 4.8, nota-se uma maior aderência à base econômica regional. Por exemplo, mais de 30% dos cursos estão nas áreas de Agronegócio e Tecnologias Industriais. O mesmo acontece com os cursos de doutorado apresentados nas tabelas 4.9 e 4.10. Neles a vinculação ao Agronegócio é ainda mais evidente.

Tabela 4.9 Cursos de Doutorado na UEL Nome do curso N. de

vagas Carga horária

Conceito CAPES

- Agronomia 25 2250 4

- Ciência Animal 10 2400 5

- Ciência de Alimentos 14 2100 ----

- Estudos da Linguagem 10 2385 4

- Física 6 2280 5

- Letras 7 3405 4

- Medicina e Ciências da Saúde 10 2940 3

- Microbiologia 10 3000 -----

Fonte: www.uel.br

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Tabela 4.10 Cursos de doutorado na UEL por Área Temática - 2006

Área Temática Número de Cursos

Número anual de vagas

Agronegócio e alimentação 3 49

Tecnologias Industriais 1 6

Tecnologías da Informação e Comunicações

Construção e Engenharia Civil

Meio-Ambiente

Turismo

Gestão Pública e Empresarial

Saúde e Serviços Sociais 2 20

Lazer e Esporte

Outros 2 17

Total

8

92

Fonte: Elaborado a partir da tabela 4.9

A tabela 4.11 mostra uma síntese dos cursos de pós-graduação da UEL em 2006. Há um número expressivo de cursos de especialização que são cursos com maiores características de formação contínua. No entanto, grande parte desses cursos são na área de saúde em decorrência da existência do Hospital Universitário. Esse hospital por receber verbas especificas dos demais níveis de Governo, tem uma dinâmica diferenciada do restante da universidade.

Tabela 4.11 Síntese dos Cursos de Pós-graduação na UEL- 2006 Nível do curso Número de

cursos Total de alunos matriculados

(maio de 2006)

Especialização 96 2046

Mestrado 25 880

Doutorado 8 251

Especialização- Residência Médica 30 100

Especialização – Residência Médica Veterinária 4 30

Especialização – Residência em Fisioterapia 2 8

Especialização – Residência em Enfermagem 5 Nd

Especialização – Residência em Odontopediatria 1 nd

Total

171

3.315

Fonte: www.uel.br

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A Universidade Estadual de Maringá – UEM

A Figura 4.1 mostra a distribuição dos alunos matriculados nos cursos de graduação da UEM por área do conhecimento. De um universo de 12.802 alunos matriculados, pode-se observar que grande parte deste contingente é absorvida por três áreas: o Centro de Tecnologia (CTC) com 25%, o Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CSA) com 22% e o Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH) com 21%, os quais perfazem um total de 68%. Dentre estes, a maior demanda fica por conta da área tecnológica. Já em relação aos cursos com menor demanda, o que está em pior situação é o do Centro de Ciências Biológicas (CCB) com apenas 3%, seguido pelos Centros de Ciências Exatas (CCE) e de Ciências Agrárias (CCA), ambos com 9%, e numa situação um pouco melhor está o Centro de Ciências da Saúde (CCS) com 11% dos alunos matriculados.

Fig. 4.1 – Distribuição dos Alunos Matriculados nos Cursos de Graduação da UEM por Área de Conhecimento, 2005

22%

9%

21%25%

11%3% 9% CSA

CCECCHCTCCCSCCBCCA

Fonte: Elaboração própria com dados da UEM, 2005.

Os dados obtidos na pesquisa, e explicitados na Tabela 4.12, mostram que a maior parte do contingente de alunos da UEM é do próprio município. É interessante notar que tem mais alunos vindos de outras partes do país do que de outros rincões do Paraná. Além disso, dois aspectos devem ser ressaltados: a) a maior demanda da universidade é local e regional e b) há um decréscimo desta demanda, que passou de 79% em 2003 para 73% no ano seguinte, ao mesmo tempo em que houve um aumento de alunos provenientes de outros estados brasileiros.

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Tabela 4.12 – Procedências dos Alunos da UEM, 2003 e 2004 PROCEDÊNCIA 2003

%

2004

%

Município 49 44

Região 30 29

Estado 7 9

Resto do país 13 17

Resto do Mundo 1 1

TOTAL 100 100

Fonte: Elaboração própria com dados da pesquisa.

Um aspecto importante de ser sublinhado é a criação de novos cursos em função das demandas regionais. De fato, a UEM tem criado alguns cursos para atender a algumas demandas específicas. Neste sentido, são exemplos concretos: o Curso de Secretariado Executivo Trilíngüe, criado em virtude do Mercosul; os cursos de Engenharia Mecânica, de Engenharia Alimentos e de Engenharia de Produção, originados a partir da solicitação do Conselho de Desenvolvimento de Maringá, CODEM e da Associação Comercial e Industrial de Maringá, ACIM; e os cursos em Cianorte, Umuarama e Cidade Gaúcha, implantados para atender as solicitações das associações de municípios e das entidades de classe. As alterações curriculares são determinadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, específicas para cada curso, e também por mudanças no perfil do profissional desejado.

A solicitação feita por uma prefeitura, associação de municípios ou entidade de classe é encaminhada ao Departamento, que elabora o projeto pedagógico com a assessoria da Pró-Reitoria de Ensino e da Assessoria de Planejamento. Em geral, há uma comissão responsável pela discussão dos detalhes do projeto, da qual participam os chefes de departamento, os diretores de centro, o assessor para assuntos de graduação e técnicos da Assessoria de Planejamento.

Existem cursos de formação profissionalizante elaborados para cobrir as necessidades específicas da região, sendo exemplos deste tipo de ação: os três cursos tecnológicos nas áreas de Alimentos, Construção Civil e Meio Ambiente que foram criados em Umuarama; o curso de Engenharia Têxtil, um dos quatro existentes no país, foi aberto em Goioerê; o curso de Moda, implantado em função da vocação de Cianorte como um importante pólo de vestuário do Paraná; os cursos de Agronomia, em Umuarama, e de Engenharia Agrícola, na Cidade Gaúcha, foram estabelecidos por causa das especificidades do tipo de solo e da aptidão agrícola da região noroeste do Paraná.

Em 1987, a implantação do mestrado em Ciências Biológicas e em Química foi o início efetivo da pós-graduação stricto sensu na UEM, que a partir de então começou a estimular a criação de novos programas de pós-graduação. Atualmente, a UEM conta com 30 cursos de pós-graduação credenciados pela CAPES, o que é importante para a universidade na medida em que ela fica autorizada a emitir diplomas com validade e reconhecimento em todo o território nacional. Destes 30 cursos de pós-graduação, 22 são de mestrado, distribuídos em 8 áreas do conhecimento, e 8 são de doutorado, divididos em apenas 4 áreas do conhecimento. De acordo com a Tabela 4.13, pode-se verificar que a área de Ciências Agrárias tem uma significativa demanda tanto no mestrado quanto no doutorado, diferentemente do que ocorre na graduação, conforme mencionado acima.

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Tabela 4.13 – Distribuição dos Alunos Matriculados nos Cursos de Mestrado e Doutorado da UEM por Área de Conhecimento, 2004

ÁREAS DO CONHECIMENTO MATRICULADOS MESTRADO

MATRICULADOS DOUTORADO

Ciências Exatas e da Terra 171 52

Ciências Sociais Aplicadas 68 -

Ciências Agrárias 120 107

Ciências da Saúde 115 -

Ciências Biológicas 58 102

Ciências Humanas 90 -

Engenharias 38 50

Lingüística, Letras e Artes 55 -

TOTAL 715 311

Fonte: Elaboração própria com dados da UEM, 2005.

A expansão da pós-graduação na UEM tem sido fruto do esforço da instituição, com o apoio do governo estadual, em estimular os seus docentes a buscar uma melhor qualificação profissional. A Tabela 4.14 mostra claramente que a UEM e a UEL são responsáveis por 100% dos cursos de doutorado e 79,3% dos cursos de mestrado ofertados nas IEES paranaenses, o que mostra o grau de importâncias de ambas entre as universidades públicas paranaenses e também no próprio Paraná, uma vez que as IEES públicas paranaenses estão entre as melhores do estado.

Tabela 4.14 - Nº de Cursos de Mestrado e de Doutorado no Paraná e nas IES Públicas Paranaenses, 2004.

UNIVERSIDADES Nº de CURSOS MESTRADO

Nº de CURSOS DOUTORADO

TOTAL - IEES-PR* 58 18

UNIOESTE 4 -

UNICENTRO - -

UEL 24 10

UEM 22 8

UEPG 7 -

UNESPAR 1 -

Fonte: elaboração própria com dados da SETI, 2005;

Obs: IEES-PR* – Instituições Estaduais de Ensino Superior do Paraná

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4.2 A inserção dos estudantes no mercado de trabalho regional

A Universidade Estadual de Londrina –UEL

Até onde pode ser apurado não há um serviço específico na UEL para facilitar a inserção de seus formandos no mercado de trabalho. Seja no mercado regional seja no nacional. Alguns cursos exigem que os estudantes cumpram um estágio em empresas, mas fica a cargo do estudante conseguir esse estágio. Existem escritórios locais de instituições que procuram intermediar a demanda das empresas por estagiários e as demandas dos estudantes. No entanto essas instituições têm um caráter estadual, como é o caso do CIEE, Centro de Integração Escola-Empresa, ou até mesmo um caráter nacional, Instituto Evaldo Lodi (IEL) da Federação das Indústrias.

Apesar do louvável esforço dessas instituições tais estágios são muito criticados pelos estudantes. De uma maneira geral eles sentem-se explorados e consideram que as empresas os empregam apenas por serem uma fonte de mão-de-obra barata.

Como já foi visto anteriormente, a oferta de novos cursos, alteração de currículos e mesmo a oferta de cursos de especialização responde a uma noção intuitiva das demandas do mercado de trabalho ao invés de uma sistemática apuração das reais demandas e necessidades. Por outro lado a pouca preocupação com a empregabilidade dos formandos também contribui para o baixo grau de conhecimento do assunto.

Um fato novo, ainda que incipiente, é o inicio de um programa de acompanhamento dos egressos da UEL. Esse acompanhamento é uma das exigências determinadas pelo Ministério da Educação no âmbito do SINAES, Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. A UEL é uma das universidades pioneiras nesse acompanhamento com a criação do Portal do Egresso. Esse portal, alojado dentro do site da universidade, pretende ser o canal de comunicação com os egressos. Com base nas informações voluntariamente fornecidas nesse portal é possível ter uma idéia do que acontece com os ex-alunos da universidade. Essa base de dados abrange os formandos entre 1998 e 2003. De um universo de 12 mil formandos nesse período, 2253 responderam até agosto de 2005. Ainda que possa haver um viés nesses resultados em decorrência de ser voluntário o cadastramento e a reposta aos questionários e também pelo fato da maioria das respostas terem sido de formandos de anos recentes, é bastante promissor o inicio de coleta desse tipo de informação.

Com base nessas informações é possível saber que dos ex-alunos que informaram endereço, cerca de 27% continuam residindo em Londrina. Quando se consideram as áreas em que foram formados as duas mais importantes são Ciências Humanas e Ciências da Saúde que em conjunto respondem por cerca de 71 % desses egressos. A tabela 4.15 apresenta esses dados

Tabela 4.15 Egressos da Uel (1998/2003) que permaneceram na região 2006 Tipos de Cursos (%)

Ciências Humanas 45,12

C. Exatas e Naturais 8,34

C. Sociais Aplicadas 12,72

C. Tecnológicas 7,15

C. da Saúde 26,64

Fonte: UEL - Acompanhamento do Egresso-2006.

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Apesar de tentativas como o apoio às Empresas Junior, parece não haver estimulo à permanência de talentos formados pela UEL na região. O percentual de egressos que deixaram Londrina (cerca de 75%) com menos de 10 anos de formados é muito elevado. Um reparo a esse número é que como ele refere-se apenas à Londrina, não é possível saber se essas pessoas de fato saíram da região ou residem em outras cidades vizinhas.

A leitura do relatório Acompanhamento do Egresso 2006, também revela uma grande insatisfação desses ex-alunos com a pouca possibilidade de cursar disciplinas eletivas em seus cursos, dificuldades de absorção encontradas no mercado de trabalho e, de uma maneira geral, insatisfação com as poucas oportunidades de conjugar teoria e prática ao longo do período de formação.

A Universidade Estadual de Maringá – UEM

A UEM é reconhecida em toda a região como a principal fonte de criação de mão-de-obra qualificada. No decorrer dos seus trinta e cinco anos de existência, celebrados em 2005, ela já disponibilizou para o mercado de trabalho mais de trinta mil profissionais nas mais diversas áreas de conhecimento. De fato, a UEM vem fazendo um esforço significativo para se tornar, cada vez mais, uma universidade reconhecida em âmbito nacional e estadual. Para tanto, a ampliação do número de cursos, a criação da pós-graduação (lato sensu e stricto sensu), a implantação de novas formas de ensino, como é o caso do ensino à distância, o aumento do número de vagas, etc. fazem parte das mudanças operadas pela UEM para atingir o seu objetivo.

Em face destas transformações sofridas pela universidade, a questão do ingresso dos alunos no mercado de trabalho não poderia deixar de ser ignorada na medida em que ela passa a ser alvo de preocupações por parte da administração central. No que tange a este aspecto específico, a UEM dispõe de uma Coordenadoria de Estágios, subordinada à Pró-Reitoria de Ensino (PEN), que objetiva encaminhar, orientar e formalizar a participação de estudantes da graduação prática de estágio nas empresas, tanto de pequeno quanto de médio porte. Os estágios nas empresas da região, embora não sejam obrigatórios, são uma importante experiência de trabalho, na qual os estudantes são remunerados, desenvolvem um aprendizado prático, e estabelecem contatos profissionais, principalmente dentro da própria empresa. Neste sentido, existem contratos formais firmados entre empresas e a UEM que asseguram aos seus alunos uma experiência profissional no mercado de trabalho.

Este é o único mecanismo que a UEM dispõe para o ingresso dos seus alunos no mercado de trabalho. Em função disso, torna-se importante tecer dois comentários com base nas informações obtidas: o primeiro deles é o fato de a UEM, apesar dos contratos firmados com as empresas, não ter nenhum programa de acompanhamento dos seus alunos em seus estágios profissionais. Além disso, parece não haver por parte da universidade a preocupação com as informações provenientes destes alunos, o que poderia, no mínimo, ser matéria de reflexão a respeito do conteúdo e da maneira pela qual estão sendo ministradas as disciplinas. Já o segundo aspecto é o da UEM não dispor de informações básicas, tais como o número de estudantes que fazem estágio e de quais áreas do conhecimento eles vêm, a respeito do seu próprio corpo discente. Tudo isso leva a crer que há uma certa displicência em relação a esta questão do ingresso dos alunos no mercado de trabalho, que deveria estar sendo olhada com atenção.

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Um outro aspecto importante, e complementar ao que foi mencionado acima, a ser ressaltado é o fato da UEM não oferecer nenhum programa específico de apoio aos seus alunos no que se refere ao mercado de trabalho. É bem verdade que a UEM está em sintonia com grande parte das universidades brasileiras, que também não disponibilizam aos seus estudantes informações necessárias e práticas acerca do mercado de trabalho. Entretanto, isso não é justificativa para permanecer do mesmo jeito, pois a UEM poderia perfeitamente não só oferecer programas com informações úteis sobre as carreiras (oportunidades de emprego, dicas para entrevistas, montagem de currículos, ajuda para encontrar o emprego mais adequado às habilidades do estudante, etc.), como também tirar proveito disso ao fazer um acompanhamento de perto de seus alunos, sendo as informações obtidas utilizadas na política educacional da própria universidade.

4.3 Promoção da aprendizagem ao longo da vida, desenvolvimentos e formação profissional contínua

De acordo com o MEC (Ministério de Educação e Cultura), a educação continuada é uma forma de se promover, após a formação básica, o aprimoramento acadêmico e profissional de um indivíduo2. Neste sentido, os cursos de especialização, aperfeiçoamento e MBAs (Master of Business Administration) são considerados pela legislação brasileira como sendo cursos de educação continuada.

A Universidade Estadual de Londrina –UEL

Não há programas específicos de aprendizagem continua na UEL. O mais próximo são os cursos de Especialização. Como já foi visto anteriormente esses cursos destinam-se a profissionais desejosos de complementar e/ou aperfeiçoar os seus conhecimentos. Por serem cursos que devem ser autofinanciáveis e também por servirem com fonte de complementação salarial para os professores eles tentam se adaptar às demandas do mercado.

Esse tipo de curso tradicionalmente sofre restrições internas decorrentes da cultura de que uma universidade pública não deve cobrar de seus alunos. No entanto, essa resistência vem sendo gradativamente vencida e o atrativo da complementação salarial aliado a um diálogo mais objetivo com os alunos tem permitido a sua expansão na UEL.

Está em andamento um programa de cooperação multiinstitucional centrado no chamado Fórum de Desenvolvimento de Londrina. Nesse Fórum, instituído pela Prefeitura Municipal de Londrina, tem papel fundamental as instituições locais como a CODEL,Companhia de Desenvolvimento de Londrina a ADETEC, Associação de Desenvolvimento Tecnológico de Londrina e Região. A UEL participa como membro integrante.

A Universidade Estadual de Maringá – UEM

A UEM oferece vários cursos de especialização nas mais diversas áreas do conhecimento. Esses cursos são pagos e direcionados a um público que deseja se reciclar e, ao mesmo tempo, aprofundar seus conhecimentos profissionais. Esses cursos têm sido uma boa fonte de renda para as universidades, que podem aplicar os recursos obtidos em melhorias na própria universidade. Conforme a tabela 4.16 pode-se notar que em 2004 foram ofertados cinqüenta e sete cursos de especialização, sendo que 75% deles foram ofertados somente em três setores: Centro de

2 A este respeito consultar: http//: www.mec.gov.br.

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Ciências da Saúde CCS), Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CSA) e o Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH).

Tabela 4.16 – Cursos de Especialização na UEM, 2004. CENTROS Nº DE CURSOS MATRICULADOS

Centro de Ciências da Saúde (CCS) 14 239

Centro de Ciências Biológicas (CCB) 7 149

Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CSA) 14 464

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH) 15 494

Centro de Ciências Exatas (CCE) 1 14

Centro de Tecnologia (CTC) 5 158

Centro de Ciências Agrárias (CCA) 1 42

Total 57 1.560

Fonte: UEM, 2005.

4.4 Mudanças na provisão da educação

A Universidade Estadual de Londrina –UEL

Até agora parece não existir na UEL um esforço no sentido de alterar o padrão de fornecimento da educação. Na sua essência as aulas continuam majoritariamente presenciais. Por não utilizar amplamente as tecnologias de ensino à distância também não há investimento na capacitação nessa área.

O grande investimento nessa área é feito por uma universidade privada, UNOPAR, Universidade Norte do Paraná. Essa universidade baseia a sua expansão no ensino à distância via satélite. Também desenvolve um amplo programa de pesquisa na tecnologia de educação à distância e conta no momento com mais de 80 mil alunos em todo o território nacional.

A Universidade Estadual de Maringá – UEM

A UEM tem na flexibilização curricular uma diretriz para a construção de seus projetos pedagógicos de cursos, o que gera possibilidades de oferta de disciplinas em regime anual, semestral, trimestral, modular ou outra forma de oferta em consonância com as especificidades dos cursos. Além destes, a UEM ainda possui três outros mecanismos, cujo objetivo é o de possibilitar essa flexibilização e diversificação de oferta. São eles:

1. A regulamentação da mobilidade estudantil entre instituições estaduais, nacionais e internacionais, reunidas nas seguintes normas: a) Normas para intercâmbio de alunos entre instituições públicas, nacionais de educação superior (Resolução nº 127/97-CEP); b) Normas para intercâmbio de alunos de instituições estrangeiras e liberação de alunos da universidade instituições no exterior (Resolução nº 008/99-CEP); e c) Normas do programa paranaense de mobilidade estudantil (Resolução nº 037/04-CEP).

2. Em função do seu compromisso com o desenvolvimento regional, a UEM, além de atuar no Campus Sede, localizado no Município de Maringá, desenvolve cursos nos níveis da

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Educação Básica e Educação Superior e atividades de ensino, pesquisa, extensão e cultura nos seguintes campi e bases de pesquisa: a) Campus do Arenito, localizado no município de Cidade Gaúcha (Resolução nº 036/89-COU, de 18/12/89, ratificada pela Resolução nº 024/03-COU, de 01/09/03); b) Campus Regional do Noroeste, localizado no município de Diamante do Norte (Resolução nº 036/89-COU, de 18/12/89, alterada pela Resolução nº 044/98-COU, de 29/06/98, ratificada pela Resolução nº 024/03-COU, de 01/09/03); c) Campus Regional de Cianorte, localizado no município de Cianorte (Resolução nº 044/98-COU, de 29/06/98, ratificada pela Resolução nº 024/03-COU, de 01/09/03); d) Campus Regional de Goioerê, localizado no município de Goioerê (Resolução nº 044/98-COU, de 29/06/98, ratificada pela Resolução nº 024/03-COU, de 01/09/03); e) Campus Regional de Umuarama, localizado no Município de Umuarama (Resolução nº 024/03-COU, de 01/09/03); f) Fazenda Experimental de Iguatemi, localizada no distrito de Iguatemi, no município de Maringá; g) Base Avançada do NUPELIA, localizada no município de Porto Rico; e h) Centro de Pesquisa em Aqüicultura, localizado no distrito de Floriano, no município de Maringá.

3. A UEM foi credenciada pelo MEC, através da Portaria nº 3.242 de 18/10/04, para ofertar cursos à distância, cujo principal objetivo é a ampliação da oferta de vagas para cursos superiores, o que facilitaria o acesso à educação superior a um considerável contingente populacional.

Especificamente em relação aos cursos de Educação à Distância, a UEM montou uma estrutura organizacional que é composta por um Núcleo de Educação à Distância (NEAD), localizado no Campus Sede, e por Pólos Regionais de Educação à Distância (PREAD), os quais reúnem os Centros de Educação à Distância, que estão localizados nos municípios e instituições credenciadas por meio de convênios com a UEM.

O Núcleo de Educação a Distância (NEAD) é o órgão responsável pela organização da educação à distância na UEM. Neste sentido, foi implementado um sistema interativo que viabiliza não somente os cursos de educação à distância, como também amplia as possibilidades de atendimento aos cursos presenciais e de educação continuada. Além da organização, o NEAD ainda tem a função de assessorar professores, departamentos e demais órgãos da universidade na produção de material didático e no gerenciamento dos recursos técnicos e tecnológicos de suporte aos cursos de educação à distância ofertados. Cabe aqui ressaltar que a infra-estrutura para o funcionamento dos cursos de educação à distância foram viabilizados com recursos do MEC, que tem apoiado este tipo de iniciativa com o objetivo de ampliar as possibilidades de acesso à educação superior no país.

Os Pólos Regionais de Educação a Distância (PREAD) são estruturados nos diversos Campi da UEM e em IES públicas conveniadas com a universidade. Eles possuem infra-estrutura de apoio e recursos tecnológicos e são responsáveis pela implementação, monitoramento e avaliação das atividades técnicas, didáticas e pedagógicas, desenvolvidas nos Centros de Educação a Distância (CEAD). Atualmente, a UEM conta com doze Pólos Regionais de Educação à Distância espalhados pelo estado do Paraná: Pólo de Cascavel; Pólo de Cianorte; Pólo de Cidade Gaúcha; Pólo de Diamante do Norte; Pólo de Goioerê; Pólo de Guarapuava; Pólo de Londrina; Pólo de Maringá; Pólo de Paranavaí; Pólo de Ponta Grossa; Pólo de Sarandi; e Pólo de Umuarama.

Em relação aos Centros de Educação à Distância (CEAD), eles são articulados com os Pólos Regionais e fazem parte da estrutura organizacional responsável pela execução dos trabalhos referentes ao acompanhamento, desenvolvimento das atividades presenciais, individuais e coletivas do processo de ensino e aprendizagem dos alunos a eles vinculados. A principal responsabilidade dos CEADs está na infra-estrutura física para atendimento aos alunos.

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Tabela 4.17 - Pólos Regionais, Centros de Educação à Distância Credenciados pela UEM e Cursos Ofertados, 2006

Município

CEAD

Pólo de

Vinculação

Cursos

Oferecidos

Município

CEAD Pólo de

Vinculação Cursos

Oferecidos

Alto Paraná Paranavaí Normal Superior Maringá Maringá Administração

Amaporã Paranavaí Normal Superior Moreira Salles Goioerê Normal Superior

Assis Chateaubriand Goioerê Normal Superior Munhoz de Melo Sarandi Normal Superior

Barbosa Ferraz Goioerê Normal Superior Nossa Sra. das

Graças Sarandi -

Bela Vista do Paraíso Sarandi Normal Superior Nova Aliança do Ivaí Paranavaí Normal Superior

Boa Esperança Goioerê Normal Superior Nova Cantu Goioerê Normal Superior

Bom Sucesso Sarandi Normal Superior Nova Londrina Diamante do Norte Normal Superior

Cafeara Sarandi Normal Superior Paraíso do Norte Cidade Gaúcha Normal Superior

Califórnia Sarandi Normal Superior Paranapoema Paranavaí Normal Superior

Cascavel Cascavel Administração Paranavaí Paranavaí Normal Superior

Centenário do Sul Sarandi Normal Superior Perobal Umuarama Normal Superior

Cianorte Cianorte Adm. e Normal Superior Planaltina do Paraná Diamante do Norte Normal Superior

Cidade Gaúcha Cidade Gaúcha Adm. e Normal

Superior Ponta Grossa Ponta Grossa Administração

Coronel Vivida Umuarama Normal Superior Porto Rico Diamante do Norte Normal Superior

Cruzeiro do Oeste Umuarama Normal Superior Quinta do Sol Cianorte Normal Superior

Diamante do Norte Diamante do Norte Adm. e Normal

Superior Rancho Alegre

D’Oeste Goioerê -

Engenheiro Beltrão Cianorte Normal Superior Rolândia Sarandi Normal Superior

Goioerê Goioerê Adm., Normal

Superior e Ciências Biológicas

Rondon Cidade Gaúcha Normal Superior

Guaporema Cidade Gaúcha Normal Superior Santa Cruz do Monte Castelo Diamante do Norte Normal Superior

Guaraci Sarandi - Santa Fé Sarandi Normal Superior

Guarapuava Umuarama Adm. e Normal Superior Santa Isabel do Ivaí Diamante do Norte Normal Superior

Indianópolis Cidade Gaúcha Normal Superior Santo Antônio do Caiuá Paranavaí Normal Superior

Janiópolis Goioerê Normal Superior Santo Inácio Sarandi Normal Superior

Japurá Cidade Gaúcha Normal Superior São Carlos do Ivaí Cidade Gaúcha Normal Superior

Juranda Goioerê Normal Superior São João do Caiuá Paranavaí Normal Superior

Jussara Cianorte Normal Superior São Jorge do Patrocínio Umuarama Normal Superior

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Lidianópolis Sarandi Normal Superior São Manoel do Paraná Cidade Gaúcha Normal Superior

Loanda Diamante do Norte Normal Superior Sarandi Sarandi Normal Superior

Londrina Londrina Administração Tamboara Paranavaí Normal Superior

Mamborê Goioerê Normal Superior Tapejara Cianorte Normal Superior

Maria Helena Umuarama Normal Superior Terra Rica Diamante do Norte Normal Superior

Marialva Sarandi Normal Superior Tuneiras do Oeste Cianorte Normal Superior

Mariluz Goioerê Normal Superior Umuarama Umuarama Adm. e Normal Superior

Fonte: Elaboração própria com dados obtidos na UEM, 2006.

A tabela 4.17 mostra os PREADs, os CEADs e os cursos de educação à distância ofertados pela UEM em 2006. Pode-se notar que estes cursos abrangem 66 municípios paranaenses, sendo que a oferta está limitada a duas áreas específicas do conhecimento: administração e normal superior. O número de vagas oferecidas para o curso de administração é de 750, enquanto que para o curso normal superior o número é de 2.100, o que perfaz um total de 2.850 vagas.

Torna-se importante ressaltar que a UEM, através do seu PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) para o período de 2006-2010, documento este que contempla a filosofia de trabalho, a missão, os objetivos, as metas e ações da instituição para aquele período de tempo, ressalta a necessidade de se garantir a oferta do ensino à distância para o ensino de graduação e, ao mesmo tempo, implantar novos cursos à distância nas áreas de Letras, História, Física, Ciências Biológicas e Administração. No tocante ao ensino de pós-graduação, os objetivos são a oferta de dezesseis cursos de especialização à distância (2 pelo Centro de Ciências da Saúde; 10 pelo Centro de Ciências Sociais Aplicadas; e 14 pelo Centro de Tecnologia) e a regulamentação de cursos de pós-graduação stricto sensu à distância. Os cursos de graduação em Letras, História, Física e Ciências Biológicas, tiveram seus projetos pedagógicos aprovados pelo MEC e encontram-se em fase de avaliação dos aspectos orçamentários, com oferta prevista para o ano de 2007.

As informações obtidas na pesquisa apontam para o fato de que não há tensão entre cursos presenciais e virtuais. No que tange ao aspecto financeiro, os cursos de educação à distância não disputam recursos orçamentários destinados aos cursos presenciais, uma vez que eles vêm sendo financiados, através de projetos previamente aprovados, pelo MEC. Cabe aqui sublinhar que este financiamento também inclui a infra-estrutura para que estes cursos possam funcionar plenamente. Neste sentido, a construção do NEAD, a aquisição de equipamentos para produção, geração e transmissão de videoconferência, os equipamentos de informática e material didático foram viabilizados com recursos do MEC.

Um outro aspecto importante captado pela pesquisa está baseado no argumento de que os recursos tecnológicos adquiridos e os materiais produzidos para a realização dos cursos à distância impactarão positivamente os cursos presenciais, que ganharão em qualidade principalmente pela utilização das tecnologias de informação e de comunicação disponibilizadas.

No que se refere aos aspectos didáticos, as respostas obtidas na pesquisa também foram unânimes em apontar que não há concorrência entre os cursos de uma e de outra modalidade, posto que todos os projetos pedagógicos obedecem às mesmas diretrizes estabelecidas, tanto pela Universidade quanto pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), embora existam especificidades para cada curso. Entretanto, a questão central é a discussão acerca da modalidade de oferta de curso e de seu projeto pedagógico, seja ele presencial seja ele de educação à distância.

Cabe aqui salientar que a coerência institucional em face da provisão educacional multiterritorial é garantida através de instrumentos próprios, que norteiam os projetos pedagógicos

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dos diferentes cursos, os instrumentos de gestão acadêmica, administrativa e financeira. Estes instrumentos são discutidos e aprovados nos seguintes fóruns: Conselho Universitário, Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão e Conselho de Administração, além das instruções normativas provenientes da Reitoria, suas Assessorias e Pró-Reitorias.

4.5 Melhorar o sistema de aprendizagem da região

A Universidade Estadual de Londrina –UEL

Uma visão coerente do sistema educativo ao nível regional parece não existir institucionalmente na UEL. Não obstante a participação constante em vários foruns buscando o desenvolvimento da região, parece que ainda não existe uma diagnostico das reais necessidades educacionais no nível superior para a região. Isso talvez seja fruto de processo inicial de construção de um projeto de desenvolvimento regional

A Universidade Estadual de Maringá – UEM

A UEM sublinha ter uma visão coerente do sistema de educação regional na medida em que há uma colaboração com o governo estadual, através da SETI, e, ao mesmo tempo, suas ações estão, em grande medida, direcionadas para as suas áreas de influência, sendo os projetos de extensão para a área rural e os cursos de ensino à distância exemplos concretos de sua inserção na região.

No que diz respeito a oferta e a demanda de cursos de educação superior na região, as informações obtidas na pesquisa mostram que a UEM não parece ter uma idéia muito clara do que seja este processo, uma vez que a oferta de cursos de graduação nos municípios de sua área de influência tem sido condicionada pela solicitação das prefeituras municipais. Neste sentido, a universidade se utiliza dos dados existentes sobre a demanda por educação superior na municipalidade e, ao mesmo tempo, verifica se esta demanda está de acordo com a sua proposta de desenvolvimento regional. Além dos cursos presenciais nos seus campus, a UEM também está presente em vários municípios com cursos de capacitação e de educação continuada, conforme mencionado anteriormente. A demanda por estes cursos tem nas prefeituras, associações de municípios, organizações não-governamentais as suas principais fontes. É bem verdade que o atendimento a esta demanda é de interesse tanto do governo do Paraná quanto do governo federal.

Um aspecto importante a ser salientado é que a cooperação entre as universidades é praticamente inexistente em relação a análise da demanda e oferta por educação superior. Tal como mencionado acima, o contato é feito diretamente com as prefeituras, associações, etc. e também com a SETI, havendo portanto pouco contato entre as universidades do Paraná no que tange a esta questão específica. Isso não significa em absoluto que não haja formas de cooperação entre a UEM e outras IES paranaenses, uma vez que existem formas de parcerias entre estas instituições (consórcios, termos de cooperação, etc.), sendo bons exemplos a capacitação, feita pela UEM, dos professores da Universidade Estadual do Centro-Oeste e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Campo Mourão, e também o consórcio assinado com a Faculdade de Ciências e Letras de Paranavaí e a UNICENTRO para ofertar educação a distância.

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4.6 Conclusão

Uma das conclusões positivas deste item é que ainda que com dificuldades as universidades da região tem contribuído para a elevação dos níveis gerais de qualificação da força-de-trabalho na região. Há um razoável grau de colaboração com outras instituições, como é o caso da Prefeitura Municipal de Londrina, Associações de Municípios, SEBRAE e mesmo entre as universidades, como é o caso de cursos ministrados em comum pela UEL e UEM.

A contrapartida é que a oferta de cursos e a reformulação dos existentes na maioria dos casos não segue uma estratégia planejada nem pelas universidades e nem pelos demais atores do desenvolvimento regional. O conhecimento das demandas especificas colocadas para as universidades deixa muito a desejar seja por parte dos usuários seja por parte das próprias universidades. Isso é particularmente mais acentuado no caso de Londrina. O resultado dos workshops realizados nas duas cidades ilustra este ponto.

A Universidade Estadual de Londrina –UEL

Durante o segundo workshop realizado entre a UEL e os seus usuários foi perguntado quais os pontos fortes e fracos bem como as oportunidades e ameaças relacionados com a contribuição do ensino e da aprendizagem para o mercado de trabalho e para as competências da região. Os resultados estão sintetizados abaixo:

Pontos fortes

• Potencialização das competências regionais

• Promoção do desenvolvimento sustentável

• Formação de mão-de-obra especializada – cursos-

• Referencia para atração de empresas inovadoras

• Suporte da INTUEL para as competências regionais

Pontos fracos

• Ausência da avaliação dos projetos – falta uma direção um norte

• Ausência de uma política institucional que incentive o potencial regional

Oportunidades

• UEL- pró-ativa, geradora do desenvolvimento social e cientifico

• Existência da INTUEL

• Recursos de empresas para o desenvolvimento de pesquisas especificas

• Políticas publicas estaduais e federais; recursos para o desenvolvimento de projetos

Ameaças

• Resistência interna dos municípios às inovações

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• Descontinuidade política dos poderes locais

O fato curioso no resultado do debate sobre essa questão específica é que a maioria das colocações pouco tem a ver com a questão central colocada ao grupo. Sendo um grupo eclético, com representantes dos diversos segmentos da comunidade e da universidade a expectativa era de que as demandas específicas fossem explicitadas. A julgar pelas respostas parece que nem a universidade e, paradoxalmente, nem aqueles que demandam força-de-trabalho qualificada não sabem exatamente o que precisam.

A Universidade Estadual de Maringá – UEM

Pontos Fortes

A capacitação do corpo docente.

A integração UEM com o meio externo.

Pontos Fracos

A dificuldade na flexibilização curricular

Co-responsabilidade para o desenvolvimento regional

Oportunidades

Revisão de métodos e sistemas

Envolvimento da classe política e sociedade

Ameaças

Política Governamental

Falta de autonomia da universidade

A burocracia interna e externa.

Recursos humanos e físicos

71

CAPÍTULO V. CONTRIBUÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL CULTURAL E PARA O AMBIENTE REGIONAL

5.1 Desenvolvimento social

Torna-se importante sublinhar que diferentemente das universidades de primeiro mundo, que têm melhores condições infra-estruturais e financeiras e, portanto, podem oferecer uma gama bastante diversificada de serviços e atividades, as universidades brasileiras, de um modo geral, não dispõem das mesmas condições, o que significa que o escopo de suas ações é bem mais reduzido e a sua contribuição para o desenvolvimento social do meio em que elas estão inseridas é mais limitada.

A Universidade Estadual de Londrina – UEL Embora a comunidade possa utilizar os equipamentos da UEL (bibliotecas, salas de

conferência, etc) na prática os procedimentos necessários para essa utilização colocam algumas dificuldades e exigem perseverança por parte dos interessados. No caso das bibliotecas a utilização é fácil, elas são públicas. Para outros espaços, como as salas de conferência, o procedimento é diferente conforme o usuário. No caso de solicitação de órgão público o atendimento é imediato desde que o equipamento esteja disponível. No caso dos demais membros da comunidade as salas podem ser cedidas mediante taxa de manutenção regulamentada por Resolução, após o pedido ser examinado pela Assessoria Jurídica e pelo Conselho de Administração, que é quem defere ou indefere a solicitação. Ou seja, há uma tramitação relativamente complexa dentro da UEL e a decisão final pertence a um dos mais altos níveis de decisão da universidade.

Um dos pontos fortes da UEL, no entanto, é a prestação de serviços sociais. A UEL presta serviço de saúde, por exemplo, através do Hospital Universitário, HU, Serviço de Pronto Atendimento do Hospital Central, HC, Clínica Odontológica Universitária, COUNP, como também serviço jurídico, através do Escritório de Assessoria Jurídica, EAJ e, também outros serviços, isoladamente ou em convênio com outras instituições ou órgãos públicos, como a Prefeitura Municipal.

O Hospital Universitário é um órgão suplementar da UEL. Foi criado em 1971 e atualmente é o único hospital público de grande porte do Norte do Paraná. Além das funções de hospital-escola ele é integrante do SUS, Sistema Unificado de Saúde da rede publica brasileira. A sua infra-estrutura conta com 333 leitos, 120 salas de consulta, 7 salas cirúrgicas, atendimento de pronto-socorro permanente em várias áreas especializadas. Também mantém outros serviços vinculados tais como: Hemocentro Regional, Fisioterapia, Unidades de Terapia Intensiva, Banco de Leite Humano, Centro de Controle de Intoxicações, Núcleo de Vacinações, Central de Quimioterapia. O hospital é referencia em várias especialidades. 1

Os números a seguir ilustram a importância regional do Hospital universitário. O atendimento médio mensal revela: 1.150 internações, 12.000 atendimentos ambulatoriais, 7.000 atendimentos de pronto-socorro, 600 cirurgias. Além disso, o hospital é local de estágio para 4 cursos de graduação e 14 de pós-graduação.

A UEL possui também o Laboratório de Produção de Medicamentos, LPM. Ele é o maior laboratório público do estado do Paraná e contribui com as políticas de saúde publica tanto do governo federal como do estadual, na produção de medicamentos básicos a baixo custo.

Também integram a UEL o Colégio de Aplicação e a Fazenda Escola. O primeiro é uma instituição de ensino para o 1º. E 2º. Grau gerido pela Secretaria de Estado da Educação como

1 ADETEC Cadernos setoriais O ensino superior em Londrina.

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escola-laboratório. A fazenda além de apóias as atividades de ensino e pesquisa da UEL também realiza trabalhos em parceria com as cooperativas e com as empresas produtoras na área da agropecuária da região.

A Universidade Estadual de Maringá – UEM

O caso da UEM não é uma exceção à regra geral das universidades brasileiras. A sua contribuição para o desenvolvimento social praticamente se restringe em disponibilizar para a sociedade local a sua infra-estrutura física, apesar do grande déficit de salas de aula, anfiteatros e salas de conferências. Deste modo, a UEM colabora para que as mais variadas atividades possam ser viabilizadas.

Embora certamente existam limitações, a UEM, como tantas outras universidade brasileiras, principalmente as públicas, poderiam e deveriam ampliar os seus serviços para a comunidade. Neste sentido, o acesso irrestrito à biblioteca, cursos de verão, possibilidade de se utilizar as áreas de lazer, programas de trabalho voluntário e etc. deveriam fazer parte do rol de serviços oferecidos pela UEM.

5.2 Desenvolvimento cultural

A Universidade Estadual de Londrina – UEL A UEL procura apoiar atividades culturais, artísticas e esportivas. Além de cursos

regulares de graduação como o de Artes Cênicas, Música, Design Gráfico, e Ciência do Esporte. existem programas de educação artística – música, artes plásticas (visuais) – desenvolvidos com a comunidade, como por ex. o “Programa de Orquestra Jovem”. Também possui equipes de esportes com participação em jogos universitários, bem como possui área e equipamentos esportivos. A propósito, há um Centro de Educação Esportiva no Campus. Também patrocina através de convênio com o Instituto Airton Senna atividades esportivas para crianças. A UEL tem vinculado ao seu Centro de Letras e Ciências Humanas o Museu Histórico de Londrina.

Embora não adquira obras de arte, a UEL disponibiliza espaços e desenvolve programas de exposição com artistas regionais e com a própria comunidade universitária. Por outro lado um dos cinemas históricos de Londrina, o cine Ouro Verde, tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional, é responsabilidade da UEL.

Também existem muitas iniciativas culturais desenvolvidas em parcerias com órgãos públicos e instituições privadas, como o Festival Internacional de Teatro e o Festival de Música, bem como programas cinematográficos no Cine Contour/UEL.

A maior parte dessa atividade cultural da UEL está concentrada na Casa de Cultura da UEL. Ela existe desde 1971 e passou a ser institucionalmente um órgão suplementar da UEL em 1978. Atualmente ela conta com cerca de 114 funcionários dos quais 52 pertencem à Orquestra Sinfônica. Ela é composta por divisões especializadas: artes cênicas, artes plásticas, música (que engloba as atividades da orquestra sinfônica e dos corais), cinema (que cuida do cine Ouro Verde).

A Universidade Estadual de Maringá – UEM

Os grupos artístico-culturais e a Diretoria de Cultura (DCU) da UEM têm sistematicamente proporcionado programas de formação e dado apoio às iniciativas culturais. Estas atividades também propiciam aos grupos amadores da cidade e da região um espaço para apresentar e divulgar os seus trabalhos. Para tanto, a UEM, através da DCU, tem procurado estabelecer parcerias com a Prefeitura Municipal, a Sociedade Eticamente Responsável, as Receitas Federal e

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Estadual, e o Núcleo Regional de Educação com o intuito não só de realizar as atividades artísticas e culturais, como também de viabilizar patrocínios para os artistas da cidade e região, proporcionando eventos em locais privilegiados e abertos à comunidade.

Um aspecto interessante e importante de ser salientado é o fato de haver integrantes da própria comunidade em todas as atividades artísticas e culturais oferecidas pela UEM para a sociedade local. É interessante notar na tabela 5.1 que há uma expressiva participação da comunidade nestas atividades, além delas contarem com a participação de membros da comunidade e professores, técnicos e alunos da própria universidade.

Tabela 5.1 – Atividades Artísticas e Culturais em 2004 UEM Integrantes Discriminação Nº. de

Apresentações Público

Docentes Discentes Técnicos Comunidade

Área de artes cênicas*

17 883 - - - -

Área de artes musicais*

3 235 - - - -

Coral 15 5.000 1 14 1 4

Teatro Universitário

13 22.000 1 8 - 4

Dança folclórica 38 55.730 3 17 3 12

Sapateado 22 21.000 1 14 1 4

Grupo de Artes Plásticas

5 21.500 1 - - 15

Oficina de dança 28 11.460 1 1 - 19

Grupo de artes industriais

- - 1 2 - 12

Projeto Cantos e Encantos

47 5.000 1 - 2 1

Total 188 142.808 10 56 7 71

Fonte: UEM, 2005

Obs.: * São grupos externos à Diretoria de Cultura, embora realizem apresentações na UEM, com o apoio desta Diretoria.

A DCU oferece os seguintes cursos permanentes: Desenho Artístico Básico, Linguagem Visual, Cerâmica Básico; Cerâmica Avançada; Porcelana e Faiança; Balé Clássico (primeiro ano); e Balé Clássico (V a IX). Além destes cursos, existem outros cursos de extensão oferecidos pela UEM, especificamente pela DCU para a comunidade, que são: A Expressão Plástica - Sob a Ótica da Linha e da Cor; Técnica TAP - Sapateado Básico; Técnica TAP - Sapateado Avançado; Oficina Básica de Formação do Ator; Jazz Infantil 2004; Jaz 2004; Danças Folclóricas e Populares Infanto-juvenis; Dança de Salão; Curso de Locução e Comunicação; e Iniciação à Fotografia Digital.

A tabela 5.2 mostra claramente que a UEM oferece vários tipos de cursos e eventos para a comunidade. Conforme salientado anteriormente, há a participação de integrantes da comunidade, de professores, alunos e de técnico-administrativos da universidade. Cabe aqui

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sublinhar que existem vários eventos, sempre abertos à comunidade, que contam com uma expressiva participação da sociedade.

Tabela 5.2 – Realização de Cursos e Eventos na UEM, 2004. PARTICIPANTES

CURSOS/EVENTOS NÚMERO DOCENTES TÉCNICOS COMUNIDADE BENEFICIÁRIOS

Simpósio 124 146 22 13 2.530

Curso de extensão 132 168 77 38 2.696

Encontro 76 105 29 26 1.238

Palestra 52 48 64 97 2.603

Semana acadêmica 183 249 78 53 5.461

SUBTOTAL 567 716 270 227 14.528

OUTROS EVENTOS: Jornada 8 22 - - 48

Seminário 62 101 30 21 1.097

Exposição 1 4 1 1 -

Ciclo de debates 33 284 28 12 1.724

Workshop 4 - 3 - 93

Mostra de Artes 5 5 - - 64

Mini-curso 21 12 17 7 373

Oficina 4 4 3 - 63

Mesa redonda 10 - - - 83

Fórum 8 40 2 11 308

Conferência 28 19 16 2 761

SUBTOTAL 184 491 100 54 4.614

TOTAL 751 1.207 370 281 19.142

Fonte: UEM, 2005.

5.3 Sustentabilidade ambiental

A Universidade Estadual de Londrina – UEL

Não há muita informação sobre a implantação de algum tipo de sistema de gestão ambiental no campus. Existe um projeto em atividade sobre controle de lixo, inclusive resíduos químicos e lixo hospitalar, bem como educação ambiental, através de projeto educacional de coleta seletiva de lixo e, prática da coleta na própria UEL.

A UEL participa do Núcleo de Coordenação do Fórum Permanente de Planejamento para o Desenvolvimento de Londrina, ao qual estão envolvidas 40 entidades, em colaboração direta ao Poder Público Municipal, que atualmente desenvolve discussões sobre o Programa Arco Norte, relativo ao desenvolvimento regional. Há também estudos de pesquisa e monitoramento das bacias hidrográficas da região realizados pela UEL.

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A Universidade Estadual de Maringá – UEM

Em função da região norte do Paraná ser uma área com “vocação” agrícola, o meio ambiente é uma parte importante da preocupação das universidades e a UEM não é exceção à regra. A gestão ambiental é particularmente uma fonte constante de preocupação. Os grupos de pesquisa existentes sobre a questão ambiental exercem uma forte “cobrança” da instituição, sendo os resíduos dos laboratórios, por exemplo, um alvo bem recente dessa cobrança por qualidade.

A UEM, especificamente no seu campus de Maringá, tem um programa denominado Pró-Resíduos que lida com a questão do lixo coletado. As zeladoras executam o trabalho de separação, sendo então o material reciclado e reutilizado na própria universidade. Entretanto, o aspecto mais importante é o trabalho de formação e orientação que este programa propicia na região de influência na UEM na medida em que ele ensina a tratar com os diferentes tipos de resíduo.

Torna-se importante sublinhar que existem iniciativas de colaboração entre a UEM e outros agentes para o apoio da sustentabilidade ambiental da região. Um exemplo concreto disso é o projeto de educação ambiental nos trinta municípios próximos de Maringá, em cooperação com o programa PRÓ-AMUSEP, realizado por meio de um curso de especialização, financiado pelo CNPq, que terá como resultados finais um amplo diagnóstico ambiental da região e um programa de formação de educadores ambientais. Cumpre observar que outros cursos de especialização (Latu-sensu) com um caráter ambiental já foram realizados pela UEM. Além disso, deve ser mencionado ainda um grande programa de pesquisa e extensão em cooperação com a ITAIPU Binacional com relação à sustentabilidade do grande lago da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Este trabalho é desenvolvido pelo NUPÉLIA (Núcleo de Pesquisa em Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura), que pertence ao Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UEM.

O NUPÉLIA tem desenvolvidos projetos de pesquisa em ambientes aquáticos, cujo foco está centrado nos aspectos da qualidade da água, diversidade, abundância e ecologia de diferentes comunidades aquáticas e terrestres, com o apoio financeiro não só das agências de fomento como, por exemplo, a FINEP e o CNPq, como também de órgãos do setor elétrico, principalmente Furnas Centrais Elétricas S.A., Itaipu Binacional e a Eletrobrás S.A. Um aspecto importante de ser ressaltado aqui é o fato de outros núcleos ligados à questão ambiental, tais como o GEMA (Grupo de Estudos Multidisciplinares do Ambiente) e o GESA (Grupo de Estudos Socioambientais), abordarem outras áreas do saber e também contarem com financiamento de órgãos e agências nacionais.

5.4 Conclusões

A Universidade Estadual de Londrina – UEL

O segundo workshop realizado na UEL considerou que na perspectiva estratégica (pontos fracos, ameaças, pontos fortes e oportunidades) relacionada como desenvolvimento social, cultural e da entorno regional os seguintes pontos:

Pontos fortes

• Espaço e apoio à realização de atividades culturais

• Pluralidade e diversidade de idéias

• Universidade como catalisador do ambiente cultural regional

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Pontos fracos

• Dificuldade de operacionalizar propostas

Oportunidades

• Aproximação com outros parceiros e terceiro setor

• Aproveitamento da legislação de incentivos à cultura:

o Nível federal – lei Rouanet

o Nível municipal – Promic

• Valorização da cultura local

Ameaças

• Risco de perda de foco e excelência acadêmica

A Universidade Estadual de Maringá – UEM

Pontos Fortes

O interesse que a UEM e o governo municipal de Maringá têm em manter parcerias na área cultural, o que vem sendo sistematicamente explorado.

A parceria existente entre a UEM e os governos locais.

Pontos Fracos

A dificuldade de atrair as empresas para fomentar as atividades culturais. Isso desestimula os setores que cuidam da cultura e torna os esforços para viabilizar a produção artístico-cultural muito maiores. O resultado prático disso é a inviabilidade da divulgação cultural e, principalmente, a exclusão da população aos bens artísticos e culturais.

Pouca colaboração entre a UEM e as universidades da região.

Oportunidades

As pessoas estão mais cientes não só das atividades que são oferecidas pela UEM como também do papel desta como promotora destas atividades.

As novas tecnologias ambientais podem melhorar a sustentabilidade ambiental na UEM e, ao mesmo tempo, servir de estímulo para o desenvolvimento de novas soluções técnicas locais.

Ameaças

Falta de sinergia entre universidade e sociedade.

Falta de vontade política.

Influência da política partidária na distribuição de recursos.

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Falta de recursos para financiamento de todas as áreas de conhecimento.

Os recursos existentes são direcionados por demandas específicas e as áreas prioritárias de pesquisa seguem o interesse comercial que, isoladamente, não promovem o desenvolvimento econômico e social. Tais atitudes são resultado da falta de coordenação de políticas para a ciência e de políticas públicas para o desenvolvimento socioeconômico.

Falta de investimento em estruturas que permitam maior integração entre universidade e sociedade.

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CAPÍTULO VI. CAPACITAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO REGIONAL

6.1 Mecanismos para promover a inserção regional da universidade

A Universidade Estadual de Londrina - UEL

A liderança na condução do processo de desenvolvimento regional não se encontra na universidade. Esse é um processo com uma dimensão política mais profunda e recebe contribuições do governo do estado do Paraná e dos órgãos públicos locais, como é o caso da Prefeitura de Londrina ou através de consórcios intermunicipais públicos e ou privados como é o caso da Terra Roxa Investimentos.

O diagnóstico das potencialidades locais tem sido feito prioritariamente com a colaboração do governo do estado, como por exemplo, no diagnóstico Leituras Regionais elaborado pelo IPARDES (órgão da secretaria de Planejamento do estado do Paraná) ou por instituições locais como a ADETEC e a Fundação Terra Roxa (consórcio privado de investimentos)

O papel chave da universidade nessas estratégias é sempre citado pelas demais instituições regionais. No entanto ao ser questionada sobre isso a UEL, embora se reconheça importante, diz não saber se os responsáveis pelo planejamento estratégico da região reconhecem esse papel.

Um dos indicadores dessa importância sempre é revelado pelos gastos e investimentos feitos pelo governo estadual que é o responsável pela manutenção da UEL, pela fundação Araucária (estadual) e também pelo governo federal através de bolsas de estudo para a graduação – iniciação científica – e, pós-graduação, com as bolsas para a pós-stricto sensu.

Por outro lado está em fase de implantação um projeto referente ao Sistema de Avaliação das IES públicas do Paraná, cujo término de implantação é previsto para o segundo semestre de 2006.

A identificação das necessidades regionais não é uma preocupação direta da UEL. Ainda que existam alguns mecanismos formais (como as representações formais em diferentes órgãos regionais), de uma maneira geral, o diagnóstico de necessidades da região é feito quase que individualmente por professores ou então pela equipe de algum projeto. A UEL tem uma Divisão na Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, PROPPG que procura identificar necessidades para a produção de conhecimentos através de projetos de pesquisas. Essa tarefa, no entanto, é difícil de ser realizada. A coordenação das atividades da UEL relacionadas com os seus compromisso regionais é realizada através da Pró-reitoria de Extensão, PROEX, que coordena as atividades de extensão e que correspondem à inserção da UEL na comunidade.

A Universidade Estadual de Maringá - UEM

O compromisso da UEM com o desenvolvimento regional está assegurado no seu Estatuto e Regimento Geral. O Conselho Universitário da UEM ao definir, em setembro de 2005, a nova missão e a visão de futuro da universidade, conforme consta da Resolução nº 21/2005, deixou explícito o comprometimento da UEM com o desenvolvimento da sua própria região. Neste sentido, a sua missão é “Produzir conhecimento por meio da pesquisa; organizar, articular e disseminar os saberes por meio do ensino e da extensão, para formar cidadãos, profissionais e lideranças para a sociedade”, enquanto a sua visão de futuro é “tornar a UEM, nos próximos cinco anos, uma instituição de excelência na formação de profissionais e pesquisadores, capazes de atender às necessidades e aos anseios da sociedade, de forma geral, e aos da comunidade onde ela está inserida” (UEM, 2005).

Embora o comprometimento da UEM com o desenvolvimento regional tenha sido recentemente endossado, ele não é propriamente uma novidade na história da universidade

79

na medida em que desde os anos 80 a sua inserção no ambiente regional tem se efetivado. Da fato, data do fim da década de 80 que a UEM consolidou o seu papel na região através de abertura dos seguintes campi: Cianorte, Goioerê, Diamante do Norte, Cidade Gaúcha e Porto Rico. Mais recentemente foi criado um novo campus na Cidade de Umuarama, sendo que todos eles estão situados na macrorregião noroeste do Paraná, que é área de influência da universidade.

Cabe aqui sublinhar principalmente o fato da UEM participar ativamente de três importantes instituições: Conselho de Desenvolvimento de Maringá (CODEM); Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (AMUSEP); e Instituto Tecnológico de Maringá (ITM). O Conselho é uma entidade sem fins lucrativos, criado por lei municipal, cujo poder é somente deliberativo e consultivo, que presta assessoria à Secretaria de Indústria e Comércio de Maringá e que congrega cento e quatro entidades empresariais. Além disso, este CODEM possui doze câmaras setoriais em que são discutidos os assuntos relacionados ao desenvolvimento do Município de Maringá. Por sua vez, a AMUSEP envolve trinta municípios do norte do Paraná, setecentas mil pessoas e tem Maringá como sede. Neste caso, a UEM participa intensamente do Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Região da AMUSEP (PRÓ-AMUSEP), que tem por objetivo a transformação econômica e social desta região, a busca pela inclusão de todos os seus cidadãos, e o estímulo à participação da comunidade para melhorar os indicadores de qualidade de vida. Já o ITM é uma instituição mista, responsável pela gestão do parque tecnológico de Maringá, denominado de Maringá Tecnópole, que ainda está em fase de implantação.

A participação ativa nestas três frentes mostra bem o grau de envolvimento da UEM com a região e os seus mecanismos “externos” utilizados na promoção do desenvolvimento regional. Por outro lado, a UEM dispõe de mecanismos “internos” que a impelem a se envolver com meio externo. Neste sentido, o Escritório de Negócios; a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, com seus projetos, cursos e eventos implementados através da sua Coordenadoria de Serviços e Desenvolvimento Regional (CSD) e do Departamento de Cultura (DCU), tem atingido um público significativo; a FADEC (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico), órgão autônomo criado para dar agilidade aos contratos entre os pesquisadores da UEM e o setor produtivo; alguns institutos, tais como o ITAM (Instituto Tecnológico de Agricultura e Meio Ambiente) e o IPESE (Instituto de Pesquisa Socioeconômicas), vinculados respectivamente aos setores de Ciências Agrárias e de Ciências Sociais Aplicadas, que produzem pesquisa e assessoria à comunidade da região.

Torna-se importante ressaltar que o envolvimento da UEM na região é muito mais um compromisso da própria instituição do que outra coisa qualquer. Entretanto, isso não é totalmente institucionalizado na medida em que ainda depende bastante da visão e da vontade política do atual gestor. De fato, a UEM se envolve nas questões regionais, coopera com os agentes regionais em prol do desenvolvimento local, mas esse envolvimento nunca foi contínuo, posto que ao longo de sua história houve várias interrupções na interação da UEM com o meio exterior, basicamente em função da diferença de concepção dos seus gestores.

O financiamento é um mecanismo tremendamente importante para a promoção do envolvimento da UEM na região. Conforme verificado nos capítulos anteriores, a maior parte dos recursos tem no estado do Paraná, através da Fundação Araucária e da Unidade de Gestão Financeira (UGF), ambas subordinadas à SETI (Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná) a sua principal fonte, sendo estes recursos disponibilizados através de participação em editais públicos. Cumpre notar que os fundos estaduais, embora fundamentais, são insuficientes para dar conta de todas as necessidades existentes da região. Além destas fontes, existem outras, geralmente federais, que auxiliam no envolvimento da universidade na região, mas elas ainda são mais escassas que as estaduais.

A UEM é, com toda a certeza, considerada um elemento-chave no processo de desenvolvimento regional. Cabe aqui ressaltar que todos os estudos feitos para a região partem do princípio de que é importante aproveitar a capacidade de ciência e tecnologia existente na universidade como forma de alavancar o desenvolvimento da região. Portanto, a concepção

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estratégica do desenvolvimento regional está centrada na tecnologia de ponta em função do potencial já identificado e da possibilidade de sua intensificação, que poderá ser viabilizada através de cooperação regional e internacional. Neste sentido, dois estudos, elaborados por importantes agentes regionais e com a participação da UEM, merecem ser mencionados: uma avaliação do potencial de conhecimento regional, elaborado pelo CODEM com o objetivo de subsidiar o projeto de Criação da Maringá Tecnópole, que atualmente está em fase de implantação; e um amplo levantamento de toda a capacidade de geração e uso de inovações tecnológicas na região de Maringá, que foi elaborado pelo IDR (Instituto para o Desenvolvimento Regional). Desse estudo foi gerado um programa, denominado Programa de Desenvolvimento Regional (PDER), cuja ênfase recaía sobre as novas tecnologias.

Além dos mecanismos tradicionais para promover o envolvimento da universidade na região, existem outros, igualmente importantes, que devem ser explorados, como é o caso da participação de representantes da universidade em conselhos das agências de desenvolvimento regional, em comitês das prefeituras, etc. Na realidade, estes outros mecanismos são muito bem explorados pela UEM, que participa ativamente do CODEM, do PRÓ-AMUSEP e de tantos outros fóruns de desenvolvimento da região. Apesar disso, existe um outro aspecto que ainda está muito longe do ideal, que é a utilização, por parte da sociedade civil, da infra-estrutura da UEM. De fato, o acesso aos laboratórios, às bibliotecas, aos serviços esportivos, etc. é praticamente inexistente, o que talvez possa ser explicado pelo parcial desconhecimento que a sociedade local tem da universidade.

6.2 Promover o diálogo regional e unir iniciativas de marketing

A Universidade Estadual de Londrina – UEL

A comunicação entre a UEL e os atores regionais conta com mecanismos institucionalizados. Assim, por exemplo, existem os Sites da universidade, a Rádio Universidade e um Órgão de Apoio especialmente para tratar da comunicação da UEL com a comunidade interna e externa, de modo a dar conhecimento de suas atividades. Além disso através das relações de parceria entre a UEL e entidades regionais e entidades de classe essa comunicação ocorre. No entanto, essa comunicação deve ser insuficiente uma vez que um número relevante desses atores regionais diz que não sabe o que é produzido na UEL e o que fazer para ter acesso aos seus trabalhos e produtos. No Conselho Universitário, órgão máximo da universidade, há participação de trabalhadores e do setor patronal, de caráter deliberativo, e há também o Conselho de Integração Universidade Sociedade, com participação da sociedade civil organizada, de caráter consultivo.

No entanto entre os vários conselhos em que participa formalmente, a UEL está presente em uma iniciativa das mais promissoras para o desenvolvimento regional que é o Fórum Permanente de Planejamento Estratégico para o Desenvolvimento Sustentável de Londrina. Esse Fórum é uma iniciativa da prefeitura municipal de Londrina e pretende ser o organismo de planejamento estratégico para a cidade. Criado recentemente, novembro de 2005, ele conta com um Comitê de Implantação composto pelas seguintes instituições:

o Associação Comercial e Industrial de Londrina – ACIL

o Associação de Desenvolvimento Tecnológico de Londrina e Região – ADETEC

o Companhia de Desenvolvimento de Londrina – CODEL

o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE

o Sociedade Rural do Paraná – SRP

o Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP

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Além desse Comitê há um Núcleo de Coordenação das diversas Câmaras temática e entre os seus participantes está a UEL. Assim sendo parece existir um potencial muito grande para a difusão dos trabalhos da UEL dentro do plano estratégico de Londrina. Talvez um mecanismo como esse que é parte formal mas que também terá grande parte de caráter informal possa ser mais eficiente nessa difusão.

Por outro lado, um importante mecanismo de difusão de informações é o transito do pessoal docente trabalhando em diferentes instituições do setor público /e ou privado em períodos anteriores. Essa rotatividade entre diferentes papeis contribui para o estabelecimento de redes de relações entre os diferentes órgãos, redes essas que apesar do caráter informal que geralmente possuem são eficientes para o estabelecimento de eventuais projetos em conjunto. Infelizmente esse mapeamento a UEL não possui. Também não se conhece iniciativas da UEL no sentido de associar-se com outras instituições para promover o seu próprio marketing e também o marketing da região.

A Universidade Estadual de Maringá - UEM

A participação ativa da UEM, através de seus representantes, nos diversos fóruns existentes, principalmente nos do CODEM, do PRÓ-AMUSEP, do IDR e, atualmente, o do ITM, acerca do desenvolvimento de Maringá é um importante mecanismo para a promoção da interlocução com os demais atores da região. Além desses mecanismos, o Escritório de Negócios, que intermedeia o processo de relacionamento da universidade com o setor produtivo no que refere as possibilidades de parceria entre ambos, é um esforço salutar da UEM para facilitar o diálogo com os outros agentes regionais.

Recentemente, a UEM lançou, junto à sociedade, uma publicação denominada de “Guia de Fontes – competências, serviços, consultorias”. Este volume disponibiliza uma lista de laboratórios, serviços especializados e habilidades existentes na universidade, cujo objetivo é o de proporcionar uma ligação mais prática e eficiente com a sociedade local e regional. Este exemplo mostra a tentativa da UEM em estreitar os canais com o meio exterior, superando as barreiras internas.

Apesar da existência de canais de comunicação entre a UEM e o seu meio exterior, esses canais ainda são insuficientes para a promoção da região. O aspecto mais interessante disto tudo é o fato de não existir nenhuma iniciativa de ambos os lados, setor produtivo e universidade, para negociar com o governo estadual possibilidades de se empreender campanhas de marketing para a promoção da pesquisa realizada na região, da própria universidade e, consequentemente, dos atrativos da região em questão.

6.3 Avaliação e planejamento do impacto do sistema regional de educação superior

A única avaliação do impacto econômico direto das universidades na economia regional foi feita diretamente pela SETI. Foi utilizada uma metodologia clássica de avaliação de impacto tendo como instrumental a matriz de contabilidade social do estado do Paraná. Obteve-se uma avaliação do impacto econômico das universidades sobre o total da economia do estado. O efeito multiplicador total (direto, indireto e induzido) de seus gastos foi calculado como sendo da ordem de 2,34 sobre a renda e de 2,54 sobre o emprego para o agregado da economia do Paraná1.

A Universidade Estadual de Londrina – UEL A UEL começa a estruturar-se para avaliar esse impacto. O primeiro conjunto

de informações colhidas é sobre a origem dos seus estudantes. Isso é obtido durante o ingresso. Por outro lado, o destino dos formandos começa agora a ser avaliado.Há estimativa através de acompanhamento do egresso que em torno de 50% dos formados permanecem na região. 1 Rolim & Kureski (2006)

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A Universidade Estadual de Maringá - UEM

Torna-se importante salientar que os dados obtidos na pesquisa mostram que a UEM não realizou nenhuma avaliação do impacto de suas atividades na sua própria região. Esse aspecto reveste-se de grande importância na medida em que denota não somente que a universidade não tem uma idéia real do impacto que ela mesma produz na região, como também uma fragilidade administrativa, que corrobora com o fato de que o envolvimento regional da UEM, conforme salientado anteriormente, depende muito da visão e da vontade política do atual gestor. Além do mais, o auto-desconhecimento propicia ações ineficientes por parte da instituição de ensino superior.

6.4 Capacidade institucional para inserção regional

A Universidade Estadual de Londrina – UEL

A UEL vem tomando iniciativas no sentido de melhorar o seu compromisso com a região. Entre elas estão a criação do escritório de propriedade intelectual, a criação de uma divisão de formação e transferência de tecnologia na Administração Central, na criação e ampliação da Incubadora Tecnológica. E na criação do Conselho de Integração Universidade Sociedade.

Por outro lado, desde 2002 a UEL está engajada em um processo de elaboração do seu Plano Estratégico Institucional, PEI, esse processo vem sendo realizado de forma participativa no interior da comunidade para alocação dos recursos; custeio e investimentos em função do seu Projeto Político-Pedagógico Institucional,PPPI. Este PPPI, por sua vez vem sendo discutido dentro da UEL desde 2000. O grupo de trabalho responsável pela sua elaboração em documento apresentado ao Conselho de Ensino e Pesquisa em agosto de 2002 considerou os quatro pontos abaixo como centrais para a elaboração do PPPI.

• A ausência de uma política institucional que limite o papel da prestação de serviços e defina os objetivos da extensão na UEL, discussão imprescindível para o reconhecimento do compromisso social a ser estabelecido por toda e qualquer universidade pública;

• A indisposição para o debate sobre o ensino pago nos cursos de pós-graduação ministrados pela UEL propiciando o não cumprimento, por parte do Estado, de suas obrigações com a manutenção da Universidade pública, gratuita e de qualidade;

• O processo de ensino-aprendizagem exclusivamente centrado no professor e marcado por uma visão fundada nos conteúdos isolados das disciplinas, estruturado através de uma malha burocrática que dificulta o diálogo interdisciplinar e prejudica a análise das demandas cotidianas dos discentes no decorrer do curso (avaliação, trancamento, freqüência, transferência de turno etc.);

• A dicotomia existente entre uma concepção fundada no conhecimento científico versus um conhecimento tecnicista que fragmenta a formação do profissional e limita sua possibilidade de intervir para transformar a realidade social, fator que contribui para dissociar o ensino da pesquisa e da extensão. Esta dicotomia compromete a formação do profissional, não para o imprevisível e indeterminado mercado de trabalho, subordinado aos ditames de uma produtividade e competitividade pautadas pelo lucro imediato, mas sim para o mundo do trabalho, em que o profissional revela a sua competência específica associando-a à conduta crítica e ética.

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A discussão, como se vê, é de longa data na UEL e os quatro pontos refletem questões centrais para um maior engajamento da universidade nas suas relações com a região e com a sociedade como um todo. Esse debate evoluiu para a realização do PEI. Não está claro até onde esses quatro pontos foram aprofundados, no entanto, aparentemente o PEI entrou em um processo de planejamento continuado que se consubstancia na programação das despesas da UEL.

Independente de como esteja o processo no momento é importante a sua existência e o realce dos pontos considerados básicos para o debate.

A Universidade Estadual de Maringá - UEM

Embora a questão regional seja um forte componente dentro da UEM, não houve mudanças nas gestões da universidade para dar respostas aos compromissos gerados pelas necessidades regionais. É certo que determinadas mudanças possam ocorrer no staff administrativo como resultado das próprias questões internas da universidade, mas nunca em virtude de uma demanda específica como as necessidades regionais.

Quanto ao plano estratégico para a região, não há nada parecido na UEM. O que de fato existe é o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), que tem que ser aprovado pelo Conselho Universitário. Ele é o documento que identifica a Instituição, no que diz respeito a sua filosofia de trabalho, à missão a que se propõe e aos objetivos, metas e ações que desenvolve e/ou que pretende desenvolver num determinado período de tempo, geralmente com a duração de quatro anos. Os principais planos de desenvolvimento para a região de Maringá e sua área de influência foram elaborados, conforme mencionado anteriormente, pelo CODEM e pelo PRÓ-AMUSEP e contaram com a participação da UEM, uma vez que ela participa ativamente destes dois fóruns.

Conforme mencionado anteriormente, existem alguns canais de comunicação entre a UEM e o meio externo, sendo importante salientar que estes canais variam de acordo com a situação, ou seja, em determinados casos, geralmente mais técnicos, o Escritório de Negócios é o caminho mais natural, em outros, os contatos são feitos através de contatos pessoais entre pesquisadores e empresários, e ainda em outras situações, por meio de serviços específicos. Cumpre aqui salientar que estes serviços específicos foram facilitados pela contribuição da universidade para a formação de uma infra-estrutura regional baseada na tecnologia da informação e da comunicação.

6.5 Gestão dos recursos humanos e financeiros

A Universidade Estadual de Londrina – UEL

A rigor não existe uma dimensão regional na política de recursos humanos da universidade. Os recursos que a universidade recebe são geridos a partir da adminstração central em especial pela Pro-reitoria de Planejamento, PROPLAN.

Para captar novos recursos existem duas divisões (uma na Pró-reitoria de pesquisa e Pós-graduação,PROPPG e outra na Pró-reitoria de Planejamento, PROPLAN) para formatação de projetos institucionais para captação de recursos para pesquisa, especialmente as novas linhas financiamento das agências de fomento.

A Universidade Estadual de Maringá - UEM

As informações coletadas na pesquisa confirmam que a dimensão regional não é incorporada pela política de recursos humanos da UEM. A universidade não forneceu informações sobre a sua estratégia para a captação de recursos adicionais.

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6.6 Criar uma nova cultura de organização

A Universidade Estadual de Londrina – UEL

Não existem informações sobre o grau de interesse que as questões regionais despertam a ponto de influenciar as atividades de ensino. Em termos de P & D ele começa a evoluir. No entanto, a UEL reconhece a existência de grandes obstáculos de índole cultural dificultando o estabelecimento desses compromissos regionais. Isso porque se entende que a Universidade é produtora de conhecimento universal, fundamentalmente pesquisa básica, também aplicada, mas voltada para questões universais. Não obstante, reconhece-se que os cursos de graduação e pós-graduação não estão primordialmente voltados para a formação de profissionais que se integrem ao mundo do mercado de trabalho e sim para uma formação com um caráter mais acadêmico e teórico.

Alguns desses pontos foram mencionados no 2º workshop realizado na UEL. Quando questionada se havia na universidade um esforço no sentido de aumentar a capacitação institucional e criar uma nova cultura organizacional para promover a sua inserção regional, foram mencionados os pontos fortes e fracos e também as seguintes ameaça e oportunidades:

Pontos fortes

• Diversidade de áreas de conhecimento na UEL

Pontos fracos

• Tradição em trabalhar de forma compartimentalizada

Oportunidades

• Mudanças legais para maior participação da universidade na geração de inovações

Ameaças

• Falta de capacitação do corpo funcional para a criação de uma nova cultura organizacional

A Universidade Estadual de Maringá – UEM

A UEM, ao longo dos últimos anos, sofreu transformações significativas, o que não poderia deixar de ocorrer em função das próprias transformações ocorridas no país, no Paraná e, principalmente, no setor educacional. Em relação a este último aspecto, as discussões sobre os entraves e as soluções para o sistema universitário brasileiro geraram algumas mudanças que, por sua vez, afetaram a vida de todas as universidades no país, e a UEM não foi exceção à regra. Apesar de todas as transformações ocorridas, a dimensão regional continuou tendo um papel de destaque na UEM.

As informações obtidas na pesquisa mostram que o interesse regional vem sendo integrado tanto nas atividades de docência, quanto nas de P&D da UEM em boa medida, uma vez que há uma certa percepção coletiva na instituição de que a dimensão regional é importante e faz parte da vida da própria universidade. Cumpre aqui salientar que esses dados coletados na pesquisa podem estar sujeitos a erros, posto que essa incorporação da dimensão regional depende muito da área do pesquisador em questão. De fato, em determinadas áreas, tais como ciências agrárias e ciências biológicas, a questão regional é muito mais forte e, portanto, presente do que, por exemplo, na área de ciências humanas.

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Há o reconhecimento na UEM de que existem barreiras culturais dificultam o estabelecimento de compromissos regionais dentro da própria universidade. Na realidade, o principal obstáculo, do ponto de vista dos pesquisadores, é a falta de valorização dada pelos empresários ao trabalho de pesquisa empreendida na universidade e, ao mesmo tempo, a dificuldade das pequenas e médias empresas da região, devido ao seu limitado orçamento, ter um dispêndio significativo com pesquisa, algo considerado, na maior parte das vezes, supérfluo por eles.

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Capítulo VII. CONCLUSÕES: INDO ALÉM DO RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO

Conforme pôde ser verificado ao longo deste relatório, as universidades da região norte do Paraná, especificamente a Universidade Estadual de Londrina, UEL e a Universidade Estadual de Maringá, UEM, têm uma estreita ligação com a região, sendo o desenvolvimento desta, em grande medida, fruto da ativa participação delas nos problemas regionais.

Embora esta participação seja visível, ainda há muito a ser feito. De fato, as relações entre as universidades estaduais do norte paranaense e a sociedade civil precisam ser mais estimuladas de modo que as restrições de ambas as partes possam ser superadas, o que favoreceria, de um modo geral, a todos e as atividades produtivas em particular, uma vez que estas necessitam cada vez mais de capital humano qualificado (os alunos formados) e das pesquisas e inovações desenvolvidas na academia.

Tanto a UEL quanto a UEM estão abertas à sociedade, uma vez que os seus espaços podem ser utilizados pela população local, há uma considerável promoção de atividades culturais, e cursos e programas são oferecidos para os diversos segmentos sociais. Entretanto, estas universidades, apesar de todo o progresso feito nas últimas décadas, estão muito longe do nível alcançado pelas universidades dos países desenvolvidos e do que elas, com poucas mudanças, podem oferecer.

7.1 Lições do processo de auto-avaliação

Práticas e metodologias promissoras para o fortalecimento da capacidade de construção regional.

Apesar do vínculo das universidades com a região e do fato delas serem as mais importantes e pujantes universidades públicas estaduais, a estrutura voltada para a pesquisa e o desenvolvimento e a inovação pode ser considerada ainda incipiente na medida em que elas ainda estão distantes da realidade das melhores universidades brasileiras e, principalmente, estrangeiras. Mais importante ainda é que mesmo com essas restrições, há um grande volume de conhecimento acumulado que não consegue chegar aos potenciais utilizadores.

Dentro deste contexto, algumas práticas ou metodologias parecem promissoras no sentido de que elas parecem estimular uma nova cultura voltada para o desenvolvimento regional e que está assentada na parceria entre universidade e setor produtivo. Embora ainda existam vários obstáculos a serem superados, é notório o esforço da UEL e da UEM em estreitar os laços com as empresas e, ao mesmo tempo, mostrar claramente para o meio que as cerca o que se faz e produz dentro da academia. As incubadoras tecnológicas, o Escritório de Negócios, por exemplo, são iniciativas destas universidades para fomentar a cooperação com o mundo empresarial e os resultados, ainda que tímidos, começam a aparecer e, por conseguinte, a sinalizar de que os canais de ligação entre universidade e setor produtivo podem e devem ser ampliados.

Um aspecto importante de ser salientado, e que está relacionado ao comentário acima, é a necessidade das universidades promoverem um melhor intercâmbio com a sociedade civil de modo que esta fique ciente não só da sua importância como do seu potencial de P&D em prol do desenvolvimento regional. Além da “conscientização” do meio que as cercam para o que é realizado no mundo acadêmico, é preciso também que as universidades tenham iniciativas para participar e acompanhar o que acontece no setor produtivo, sendo os parques tecnológicos um bom

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exemplo, uma vez que há a possibilidade de um maior entrelaçamento de acadêmicos com empresários.

Ambas as universidades tem um bom desempenho no que tange aos aspectos culturais. Neste sentido, vários tipos de cursos e eventos são oferecidos para toda a sociedade. Há a participação de integrantes da comunidade, de professores, de alunos e de técnico-administrativos da universidade tantos nos eventos quanto nos cursos, que costumam ter uma expressiva participação da sociedade.

Sinergias existentes entre as intenções e os objetivos das instituições e da região. Conflitos de interesse.

Toda região almeja alcançar um elevado padrão econômico, social e cultural em que a sua população residente possa desfrutar de uma excelente qualidade de vida. Por sua vez, as universidades, de um modo geral, estão centradas em objetivos estritamente acadêmicos. Embora os objetivos sejam distintos, as universidades certamente podem contribuir para a melhoria do patamar de vida de sua região através do que elas têm de melhor a oferecer: a qualidade dos profissionais que ela forma, as pesquisas desenvolvidas em seus campi e a transferência dos seus resultados para a sociedade. Além disso, elas também podem fornecer ao meio que a cerca uma ampla variedade de atividades culturais, que acabam por fazer parte do calendário cultural promovido pela municipalidade.

As sinergias entre as intenções e os objetivos das universidades do Norte do Paraná e da região são visíveis. Entretanto, essas sinergias não são lineares, ou seja, há frequentemente dissonância entre as universidades, os governos e os demais atores regionais, na medida em que as primeiras se pautam basicamente por critérios acadêmicos, ao passo que os segundos são guiados por interesses políticos e os demais, em especial os vinculados às atividades econômicas, pautam-se pela lógica do mercado. Na realidade, as universidades, conforme foi verificado ao longo do relatório, dependem bastante de verbas estaduais e federais, o que vem a ser uma severa restrição para a uma atuação mais abrangente e independente na sua própria região. No entanto se as sinergias são visíveis enquanto discurso a sua praxis é muito difícil.

Os incentivos para que as IES se tornem mais comprometidas com a região.

Um dos grandes problemas para o engajamento das IES na região é a falta de incentivos para os professores. Na realidade esse não é um problema restrito às universidades estaduais paranaenses. Ele está presente na maioria das universidades públicas brasileiras. O quadro institucional vigente a partir da legislação e das instituições federais não traz incentivos às inserções regionais. As instituições nacionais de fomento tem como critério de seleção e concessão de bolsas e financiamentos a excelência acadêmica segundo padrões internacionais. O mesmo acontece com a maioria dos editais de concursos de propostas de pesquisa. Raramente eles contemplam a possibilidade de tratamento de questões regionais.

Dentro do estado do Paraná a legislação e as instituições também agem de forma semelhante. As pesquisas desenvolvidas na região são, em grande parte, financiadas pelo estado do Paraná, através da Fundação Araucária e da UGF, sendo ambas subordinadas à SETI (Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior). Esses recursos, além de escassos, são aplicados em função de uma diretriz política, que é temporária e que muitas vezes está divorciada dos reais interesses e necessidades da própria região. Os editais de chamamento para propostas de pesquisa nem sempre trazem como prioridade o tratamento das questões especificamente regionais. Por outro lado, muitos órgãos públicos e instituições de pesquisa do estado tendem a contratar consultores e instituições de pesquisa pertencentes a universidades de fora do estado. Ao adotarem essa políticas

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as instituições também contribuem para o desincentivo ao estudo de questões regionais pelas universidades paranaenses e para a dificuldade da formação de capacity building no estado.

Os recursos estaduais destinados às universidades, por sua vez, estão relacionados a uma série de fatores específicos, tais como o número de alunos, de professores e pesquisadores, de cursos oferecidos, etc., que não tem nada a ver com as questões regionais. De fato, não há qualquer tipo de incentivo para que professores e pesquisadores insiram ou adotem a temática regional em suas atividades acadêmicas, sendo importante destacar que as próprias universidades estaduais, especificamente a UEL e a UEM, não estimulam que seu staff incorpore esta prática.

Os principais desafios a serem enfrentados por diferentes tomadores de decisão

O principal desafio a ser enfrentado pelo conjunto de diferentes atores regionais está na formação de um consenso a respeito dos problemas e do futuro da região. Embora existam os conselhos de desenvolvimento nas cidades de Londrina e Maringá, que funcionam com autonomia e relativamente sem grandes entraves, eles não estão suficientemente instrumentalizados para conceber um plano de desenvolvimento para atender as necessidades da região que esteja em sintonia com o próprio plano de desenvolvimento das universidades. Na realidade, as diferentes “percepções de mundo”, das universidades e do setor produtivo, são obstáculos reais que precisam ser vencidos para que todos ganhem, principalmente a região.

Um outro desafio, que está intrinsecamente relacionado ao anterior, é o das universidades assumirem o papel de liderança no processo de desenvolvimento regional. Apesar delas participarem dos conselhos de desenvolvimento, dos institutos de tecnologia, das associações de municípios e de programas de desenvolvimento de suas regiões, o seu papel no processo de desenvolvimento regional ainda está muito aquém do que poderia ser. Obviamente que o excesso de burocracia e os impedimentos da legislação universitária são barreiras significativas, mas existe também uma certa comodidade inerente ao universo acadêmico que torna a participação das universidades junto à sociedade mais difícil.

Desafios importantes também estão presentes na área de formação de profissionais. Embora as universidades pautem-se por valores universais na elaboração de currículos e na criação de cursos, elas não tem informações precisas sobre o que a região espera de seus alunos e também qual o destino dos alunos formados nem em qual setor de atividades e em que lugar eles estão residindo. Os cursos são criados, os currículos são reformulados sem que haja uma investigação profunda sobre a demanda que existe sobre esses conhecimentos. Também vinculado a esse desafio maior está a ampliação da oferta de formação continua para os profissionais já formados.

A disponibilização dos conhecimentos já acumulados nas universidades e o direcionamento de pesquisas para as necessidades regionais é, também, um grande desafio para as universidades. Talvez o maior problema esteja justamente na solução dos problemas de comunicação com os usuários. A grande questão a ser respondida é: como fazer chegar ao empresário típico da região os conhecimentos acumulados na universidade que podem aumentar a sua competitividade?

Finalmente um dos maiores desafios a ser enfrentado tanto pelas universidades como pelas autoridades governamentais está na mudança das culturas internas em ambas as esferas no sentido de liberar e incentivar a busca de complementações salariais por parte dos professores. Um sistema que remunerasse os professores pelas tarefas efetivamente realizadas e os deixasse livres para buscar complementação salarial através de pesquisas, consultorias e cursos de curta duração ao invés de uma remuneração única, provavelmente traria maior interação com a região.

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7.2 Pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças para aumentar a contribuição que as IES fazem para a região.

Neste item a opção foi manter o resultado dos workshops realizados nas universidades. O leitor irá perceber que existem pontos comuns e pontos específicos para cada universidade

Contribuição das atividades de pesquisa para a inovação regional: Universidade Estadual de Londrina, UEL

Pontos fortes

• Diversidade de cursos

• Centro de inovações (INTUEL e outros)

• Elevado número de pesquisas

• Centro de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias

• Instituição consolidada, recursos humanos e infra-estrutura

• Desenvolvimento de metodologias próprias para o desenvolvimento regional

Pontos fracos

• Produção cientifica “engavetada”

• Falta de cultura de inovação

• Infra-estrutura sucateada

• Estrutura não preparada para se relacionar com a iniciativa privada

• Inexistência de cursos para atender demanda de mercado (gestão pública, engenharia química, engenharia mecânica, engenharia de alimentos,...)

• Baixa interação com o setor produtivo

• Estrutura pesada e corporativa

• Falta de interação entre as universidades públicas e privadas

• Pouca interação da pós-graduação (pesquisa) com outras instituições de P&D regionais

Oportunidades

• Universidade transformadora da realidade regional

• Lei de inovação

o Federal

o Lei estadual de inovação sendo discutida

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• Criação de softwares livres

• Necessidade do mercado a busca de inovação

• Resgate do papel da universidade pública em prol da comunidade

• Participar de maneira pro-ativa no projeto Arco norte

• Participação da UEL nos movimentos de integração regional (Fórum desenvolvimento + Terra Roxa)

• Ampliar o relacionamento da UEL com o setor produtivo

• Autonomia

Ameaças

• Outras instituições públicas e privadas ocupando os espaços da UEL

• Dependência de recursos públicos

• Perda de recursos humanos para outros centros

• Duplicidade de pesquisa

Universidade Estadual de Maringá – UEM

Pontos Fortes

• A UEM tem se fortalecido ao longo dos últimos anos. Ela tem um corpo de professores bem qualificado, os quais tem produzido pesquisa aplicada e básica, tendo esta, em determinadas áreas do conhecimento, reconhecimento nacional e internacional.

• A UEM tem prestado serviços de consultoria e tem atuado com muito mais intensidade na sua região.

• A UEM, ciente de suas dificuldades no relacionamento com as empresas, está tentando superar os obstáculos existentes, melhorando os canais existentes com o meio exterior.

• A UEM tem estado envolvida nas questões locais e regionais (de sua área de influência).

Pontos Fracos

• Os mecanismos de transferência dos resultados da pesquisa ainda são muito incipientes.

• A legislação estadual paranaense direcionada para as universidades públicas limita bastante as iniciativas dos seus pesquisadores, que não se sentem estimulados para estabelecer parcerias com a iniciativa privada.

• É necessário um modelo e uma estrutura própria para incentivar e facilitar a colaboração entre a UEM e as empresas.

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• A colaboração com as empresas está, na maioria dos casos, restrita ao fornecimento dos serviços.

Oportunidades

• Uma maior integração com o meio externo pode gerar novas possibilidades de pesquisas, além de se estar atendendo, cada vez mais, às demandas regionais.

• A política de C&T implementada pela SETI pode estimular a UEM a ter um maior número de projetos de P&D, ampliar a sua colaboração com o setor produtivo e, consequentemente, tornar claro para todos que a atividade de P&D é um atributo essencial da universidade.

Ameaças

• A existência de um descompasso entre a necessidade de uma produção científica cada vez mais elevada, o que é uma exigência do próprio Ministério da Educação (MEC) através da CAPES (Coordenação para o Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior), a sua agência de fomento que regula toda a pós-graduação no país, e as demandas regionais, uma vez que nem sempre é possível conciliar produção acadêmica com o atendimento de uma demanda específica.

• Os preconceitos de ambos os lados, da universidade em relação ao setor produtivo e vice-versa, podem se constituir, caso nada seja feito para combatê-los, num verdadeiro obstáculo para uma integração da UEM com o meio externo.

• A incerteza de futuros financiamentos pode interromper ou atrasar os esforços feitos para a melhoria da infra-estrutura científica e do número de projetos de P&D, sendo que a maior parte atende à demanda regional.

Contribuição do ensino e da aprendizagem para o mercado de trabalho e para as competências da região

Universidade Estadual de Londrina –UEL

Pontos fortes • Potencialização das competências regionais

• Promoção do desenvolvimento sustentável

• Formação de mão-de-obra especializada – cursos-

• Referência para atração de empresas inovadoras

• Suporte da INTUEL para as competências regionais

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Pontos fracos

• Ausência da avaliação dos projetos – falta uma direção um norte

• Ausência de uma política institucional que incentive o potencial regional

Oportunidades

• UEL- pró-ativa, geradora do desenvolvimento social e cientifico

• Existência da INTUEL

• Recursos de empresas para o desenvolvimento de pesquisas específicas

• Políticas públicas estaduais e federais; recursos para o desenvolvimento de projetos

Ameaças • Resistência interna dos municípios às inovações

• Descontinuidade política dos poderes locais

Universidade Estadual de Maringá – UEM

Pontos Fortes

• A capacitação do corpo docente.

• A integração UEM com o meio externo.

Pontos Fracos

• A dificuldade na flexibilização curricular

• Co-responsabilidade para o desenvolvimento regional

Oportunidades

• Revisão de métodos e sistemas

• Envolvimento da classe política e sociedade

Ameaças

• Política Governamental

• Falta de autonomia da universidade

• A burocracia interna e externa.

• Recursos humanos e físicos

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Desenvolvimento social, cultural e do meio ambiente regional

Universidade Estadual de Londrina – UEL

Pontos fortes

• Espaço e apoio à realização de atividades culturais

• Pluralidade e diversidade de idéias

• Universidade como catalisador do ambiente cultural regional

Pontos fracos

• Dificuldade de operacionalizar propostas

Oportunidades

• Aproximação com outros parceiros e terceiro setor

• Aproveitamento da legislação de incentivos à cultura:

o Nível federal – lei Rouanet

o Nível municipal – Promic

• Valorização da cultura local

Ameaças

• Risco de perda de foco e excelência acadêmica

Universidade Estadual de Maringá – UEM

Pontos Fortes

• O interesse que a UEM e o governo municipal de Maringá têm em manter parcerias na área cultural, o que vem sendo sistematicamente explorado.

• A parceria existente entre a UEM e os governos locais.

Pontos Fracos

• A dificuldade de atrair as empresas para fomentar as atividades culturais. Isso desestimula os setores que cuidam da cultura e torna os esforços para viabilizar a produção artístico-cultural muito maiores. O resultado prático disso é a inviabilidade da divulgação cultural e, principalmente, a exclusão da população aos bens artísticos e culturais.

• Pouca colaboração entre a UEM e as universidades da região.

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Oportunidades

• As pessoas estão mais cientes não só das atividades que são oferecidas pela UEM como também do papel desta como promotora destas atividades.

• As novas tecnologias ambientais podem melhorar a sustentabilidade ambiental na UEM e, ao mesmo tempo, servir de estímulo para o desenvolvimento de novas soluções técnicas locais.

Ameaças

• Falta de sinergia entre universidade e sociedade.

• Falta de vontade política.

• Influência da política partidária na distribuição de recursos.

• Falta de recursos para financiamento de todas as áreas de conhecimento.

• Os recursos existentes são direcionados por demandas específicas e as áreas prioritárias de pesquisa seguem o interesse comercial que, isoladamente, não promovem o desenvolvimento econômico e social. Tais atitudes são resultado da falta de coordenação de políticas para a ciência e de políticas públicas para o desenvolvimento socioeconômico.

• Falta de investimento em estruturas que permitam maior integração entre universidade e sociedade.

7.3 O caminho à frente: a elaboração de uma estratégia política para o futuro da região.

As políticas que estão sendo elaboradas e implementadas para a região têm como pressuposto fundamental a idéia de que a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação serão elementos-chave para o desenvolvimento regional. Os Parques Tecnológicos são vistos como potenciais alavancas para a economia regional e essas iniciativas tem tido o suporte de todos os atores, principalmente as universidades. Cabe aqui sublinhar que os conselhos (CODEL e CODEM) e a agência de desenvolvimento (ADETEC) foram o fórum de discussão destas políticas, tendo as universidades um papel colaborativo e não de liderança, conforme foi destacado anteriormente. É bem verdade que o governo estadual, por meio da SETI e do TECPAR, tem apoiado estas iniciativas no entanto, não foram concebidas e, portanto, não fazem parte de uma deliberada estratégia de desenvolvimento do governo paranaense para a região. Os agentes lideres desse processo tem sido as autoridades e atores locais. Na realidade, os Parques Tecnológicos podem não só contribuir para o desenvolvimento regional, como também servir para que as universidades e o setor produtivo possam estreitar os laços e superar os preconceitos existentes em ambos os lados no que se refere a um trabalho em conjunto.

Uma outra dimensão, nem sempre colocada como prioritária pelos formuladores de política, é a formação do capital humano regional. Segundo Lundvall, a maior contribuição das universidades é a qualidade do profissional que elas disponibilizam para a comunidade1. Assim

1 Lundvall (2002)

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sendo aprofundar a percepção de quais são os conhecimentos e habilidades necessários para a região, serão fundamentais para o aperfeiçoamento da formação propiciada pelas universidades. Também aqui, a explicitação dessas necessidades requer um esforço de todos os atores regionais.

Será muito difícil, face ao quadro atual, que as universidades assumam a liderança na formulação de um projeto de desenvolvimento para a região. Isso, como vem sendo salientado, está nas mãos das lideranças locais. As universidades tem participado do processo, no entanto, as estratégias em elaboração precisam explicitar o que esperam concretamente da universidade enquanto formadora do capital humano da região e enquanto produtora e difusora do conhecimento que irá favorecer o aumento da produtividade e, consequentemente, da competitividade do aparelho produtivo regional. Nunca é demais lembrar que os principais atores regionais – as universidades, as lideranças políticas, os produtores, demais atores- são regidos por lógicas diferentes. A difícil arte de construir regiões2 está na sintonia dessas lógicas para construir um projeto concreto de desenvolvimento para a região.

2 Conforme Boisier (1992)

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Universidade Estadual de Londrina, UEL. Página web www.uel.br

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ANEXOS

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Anexo 1 - Relação de Abreviaturas

ACIL:Associação Comercial e Industrial de Londrina ACIM: Associação Comercial e Industrial de Maringá ADETEC: Associação de Desenvolvimento Tecnológico de Londrina e Região AMUSEP: Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense ANEEL: Agência Nacional de Energia Elétrica C&T: Ciência e Tecnologia CAD: Conselho de Administração CAPES: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CCA: Centro de Ciências Agrárias CCB: Centro de Ciências Biológicas CCE: Centro de Ciências Exatas CCH: Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes CCS: Centro de Ciências da Saúde CDS: Coordenadoria de Desenvolvimento Regional CEAD: Centro de Educação à Distância CEE: Conselho Estadual de Educação CEP: Conselho de Ensino e Pesquisa CES: Coordenadoria de Ensino Superior CESUMAR: Centro Universitário de Maringá CIEE: Centro de Integração Empresa-Escola CNE: Conselho Nacional de Educação CNPq: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CODEL: Companhia de Desenvolvimento de Londrina CODEM: Companhia de Desenvolvimento de Maringá CODINES: Conselho de Dirigentes de Instituições de Ensino Superior COPATEM: Comissão Permanente de Assessoramento ao Desenvolvimento de Inventos COU: Conselho Universitário DCU: Departamento de Cultura DCU: Diretoria de Cultura DITT: Divisão de Informação e Transferência de Tecnologia EMBRAPA: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária FADEC: Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico FAUEL: Fundação da Universidade de Londrina FIEP: Federação das Indústrias do Paraná FIESP: Federação das Indústrias do Estado de São Paulo FINEP: Financiadora de Estudos e Projetos FJP: Fundação João Pinheiro FPM: Fundo de Participação dos Municípios GEMA: Grupo de Estudos Multidiciplinares do Ambiente GESA: Grupo de Estudos Socioambientais IAP:Instituto Ambiental do Paraná IAPAR: Instituto Agronômico do Paraná IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMS: Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços IDH – M:Índice de Desenvolvimento Humano para os Municípios IDR: Instituto para o Desenvolvimento Regional IEL: Instituto Evaldo Lodi IES: Instituição de Ensino Superior INFOCAPES: Informativo da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior INPI: Instituto Nacional de Propriedade Industrial INTUEL: Incubadora Internacional de Empresas de Base Tecnológica IPARDES: Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social

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IPEA: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPESE: Instituto de Pesquisas Socioeconômicas ITAM: Instituto Tecnológico de Agricultura e meio Ambiente ITEDES: Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento Social ITM: Instituto Tecnópole Maringá LDB: Lei Darcy Ribeiro LPM: Laboratório de Produção de Medicamentos MBAs: Master of Business Administration MCT: Ministério de Ciência e Tecnologia MEC: Ministério da Educação MHU: Ministério da Habitação e Urbanismo MTB: Ministério do Trabalho NEAD: Núcleo de Educação à Distância NUPÉLIA: Núcleo de Pesquisa em Limnologia OPDT: Observatório de Prospecção e Difusão de Tecnologia OTRPC: Órgão de Transferência dos Resultados de Pesquisa para a Comunidade P & D: Pesquisa e Desenvolvimento PDER: Programa de Desenvolvimento Regional PDI: Plano de Desenvolvimento Institucional PEA: População Economicamente Ativa PEI: Plano Estratégico Institucional PEN: Pró-Reitoria de Ensino PIB: Produto Interno Bruto PNUD: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PPC: Paridade do Poder de Compra PPG: Pró-Reitoria de Pesquisa e pós-graduação PPPI: Projeto Político-Pedagógico Institucional PREAD: Pólos Regionais de Educação à Distância PROEX: Pró-Reitoria de Extensão PROPLAN: Pró-Reitoria de Planejamento PROPPG: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação RAIS: Relação Anual de Informações Sociais REPARTE: Rede Paranaense de Incubadoras e Parques Tecnológicos RMC: Região Metropolitana de Curitiba SEBEC: Serviço de Bem Estar da Comunidade Universitária SEBRAE: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas SECEX: Secretária de Comércio Exterior SEFA: Secretária Executiva da Fazenda SEMA: Secretaria do Meio ambiente do Estado SENAI: Serviço nacional de Aprendizagem Industrial SESU: Secretária de Educação Superior SETI: Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior SINAES: Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior STN: Secretária do Tesouro Nacional SUS: Sistema Unificado de Saúde Tecnopar: Parque Tecnológico de Maringá TECPAR: Instituto de Tecnologia do Paraná TIB: Tecnologia Industrial Básica UEL: Universidade Estadual de Londrina UEM: Universidade Estadual de Maringá UEPG: Universidade Estadual de Ponta Grossa UFG: Unidade de Gestão Financeira UGF: Unidade Gestora do Fundo Paraná UNESPAR: Universidade do Estado do Paraná UNICENTRO: Universidade Estadual do Centro-Oeste

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UNIOESTE: Universidade Estadual do Oeste do Paraná

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