captando a centelha da fé

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É nossa esperança que esta compilação os orientará́ a apreciar o modo de apresentação dos ensinamentos da Fé, a atitude que deve dirigir aqueles responsáveis pela aceitação de novos crentes, a necessidade de educar os recém-registrados bahá'ís, de aprofundá-los nos ensinamentos bahai e em especial, o ensino aos indigenas.

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CAPTANDO A CENTELHA

DA FÉ

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CAPTANDO A

CENTELHA DA

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CAPTANDO A

CENTELHA DA

FÉ Compilação dos Escritos de Shoghi Effendi e da Casa Universal de Justiça sobre a Impor­

tância do Ensino às Massas

1986 Editora Bahá'í

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© Copyright Assembléia Espiritual Nacional dos Bahá'ís do Brasil

Tradução dos Textos ainda não publicados em português: Rolf von Czékus

Revisão: Ceres Araújo

l.a Edição — Julho/1986

Editora Bahá'í R. Eng. Gama Lobo, 267 20551 — Rio de Janeiro — RJ

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SUMÁRIO

I. Escritos de Shoghi Effendi 7

II. Escritos da Casa Universal de Justiça 62

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ESCRITOS DE SHOGHI EFFENDI

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Introdução

Recentemente fizemos uma compilação dos escritos do Guardião e de cartas escritas em seu nome, a respeito da importância e na­tureza do trabalho de ensino entre as massas. Anexo encontra-se uma cópia desta compila­ção que, sinceramente, recomendamos a vocês para atento estudo. Os excertos foram organi­zados cronologicamente.

É nossa esperança e crença que esta com­pilação os orientará e ajudará a apreciar me­lhor o modo de apresentação dos ensinamen­tos da Fé, a atitude que deve dirigir aqueles responsáveis pela aceitação de novos crentes, a necessidade de educar os recém-registrados bahá'ís, de aprofundá-los nos ensinamentos e de apartá-los gradualmente de suas velhas lealdades, a necessidade de manter um equi­líbrio apropriado entre a expansão e a conso­lidação, a importância da participação dos

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crentes nativos de cada país no trabalho de ensino e na administração dos assuntos da comunidade, a elaboração de orçamentos den­tro das capacidades financeiras da comuni­dade, a importância de fomentar o espírito de auto-sacrifício nos corações dos amigos, a me-ritória meta de cada comunidade nacional tornar-se auto-suficiente, a preferência de in­dividualidade de expressão à uniformidade absoluta, dentro da estrutura da Ordem Admi­nistrativa, e o valor duradouro da dedicação e devoção quando envolvidas no trabalho de ensino.

Estamos confiantes que a implementação destes princípios, como expostos nos escritos do Guardião, os ajudará em seu trabalho de ensino.

(Carta da Casa Universal de Justiça, da­tada de 11.05.67, dirigida às Assembléias Espirituais Nacionais.)

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1. "Que qualquer um que sinta o impulso, entre os participantes desta cruzada, que abrage todas as raças, todas as Repúblicas, classes e denominações da totalidade do he­misfério ocidental, se levante e, se as circuns­tâncias o permitirem, dirija a atenção em espe­cial e, eventualmente, conquiste a adesão sem reservas das raças negra, indígena, esquimó e judaica, para a sua Fé. Na presente hora, ne­nhum serviço mais meritório e louvável pode ser prestado à Causa de Deus, do que um es­forço bem-sucedido para realçar a diversidade dos membros da comunidade bahá'í america­na aumentando as fileiras da Fé através do registro de membros destas raças. A mistura destes elementos, sumamente diferentes da raça humana, harmoniosamente entrelaçados na estrutura de uma fraternidade bahá'í, que a todos abrange, e assimilados pelo processo dinâmico de uma Ordem Administrativa divi­namente designada, e todos contribuindo com

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sua parcela para o enriquecimento e glória da vida comunitária bahá'í, é certamente uma conquista cuja contemplação deve alegrar e emocionar todo coração bahá'í."

(De uma carta escrita pelo Guardião aos crentes americanos, datada de 25 de de­zembro de 1938)

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2. "Número reduzido, falta de instrutores hábeis e modéstia de recursos, não devem de­sencorajá-los ou detê-los. Devem lembrar-se da história gloriosa da Causa, que. . . foi estabe­lecida por almas dedicadas que, em saia maio­ria, não eram nem ricas, nem bem educadas, mas cuja devoção, zelo e auto-sacrifício supe­raram todo obstáculo e conquistaram vitórias miraculosas para a Fé de Deus. Tais vitórias espirituais podem agora ser conquistadas pe­los amigos para a índia e Burma. Que se dedi­quem — jovens e velhos, homens e mulheres, similarmente — e saiam, estabelecendo-se em novas cidades; que viajem e ensinem, a des­peito de falta de experiência, e estejam asse­gurados que Bahá'u'lláh prometeu ajudar a todos aqueles que se levantam em Seu Nome.

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Sua força os sustentará; a própria fraqueza deles é sem importância."

(De uma carta datada de 29 de junho de 1941, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da ín­dia e Burma)

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3. "Muitas são as almas que, nesta Santa Causa, sem meios materiais ou conhecimen­to, incendiaram os corações de outros com o amor divino e prestaram à Fé serviços impe-recíveis. O Guardião espera que possam fazer o mesmo."

(De uma carta datada de 5 de outubro de 1941, escrita em nome de Shoghi Effen­di à Assembléia Espiritual Nacional da índia e Burma)

* * *

4. "Não há dúvida que a Causa deve ser en­sinada às classes' mais pobres e lhes deve ser dada toda a oportunidade para segui-la. Mais particularmente, a fim de demonstrar ao povo nossa fundamental ausência de preconceito,

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tanto preconceito de classe como qualquer ou­tro tipo de preconceito. Entretanto, ele sente que a questão eminente é confirmar pessoas de capacidade e habilidade reais — qualquer que seja o nível social a que pertençam — porque a Causa necessita agora, e sempre ne­cessitará mais, progressivamente, de almas de grande habilidade, que possam apresentá-la ao público em geral, administrar seus sempre-crescentes afazeres e contribuir para seu pro­gresso em todos os campos."

(De uma carta datada de 30 de outubro de 1941, escrita em nome de Shoghi Effen-di a um crente individual)

* * *

5. "O que é talvez mais glorioso a respeito de nossas atividades atuais em todo o mundo, é que nós, um grupo de número reduzido, não possuindo apoio financeiro nem o prestígio de grandes nomes, estejamos, em nome de nossa amada Fé, avançando num ritmo tão rápido, e demonstrando às gerações presentes e futu­ras, que são as qualidades dadas por Deus à nossa religião que a estão erguendo e não o apoio passageiro de fama e poder mundanos. Tudo isto virá mais tarde, quando tenha

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sido demonstrado, sem a menor sombra de dúvida, que o que ergueu ao alto o es­tandarte de Bahá'u'lláh foi o amor, o sacrifí­cio, e a devoção de Seus humildes seguidores, e a mudança de Seus ensinamentos operaram em seus corações e suas vidas."

(De uma carta datada de 20 de junho de 1942, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional das Ilhas Britânicas)

* * *

6. "O contato inicial já estabelecido, nos anos finais do primeiro século bahá'í, em obe­diência ao mandato de 'Abdu'1-Bahá, com os índios Cherokee e Oneida na Carolina do Nor­te e Wisconsin, com os índios patagônios, me­xicanos, incas e os maias, na Argentina, Mé­xico, Peru e Yucatán respectivamente, deverá, à medida que as comunidades latino-ameri­canas aumentam em estrutura e força, ser consolidado e expandido. Um esforço especial deve ser empregado a fim de assegurar a ade­são irrestrita de membros de algumas de suas tribos à Fé, sua subseqüente eleição a seus conselhos, e seu apoio franco aos esforços or­ganizados que terão de ser feitos, no futuro,

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pelas Assembléias Nacionais projetadas, para a conversão em grande escala das raças indí­genas à Fé de Bahá'u'lláh."

(De uma carta datada de 5 de junho de 1947. escrita por Shoghi Effendi aos cren­tes americanos)

* * *

7. "Nem deve, qualquer um dos pioneiros, neste estágio inicial da construção das comu­nidades nacionais bahá'ís, descuidar-se do requisito prévio fundamental para qualquer empreendimento de ensino bem-sucedido, que é adaptar a apresentação dos princípios fun­damentais de sua Fé ao ambiente cultural e religioso, às ideologias e ao temperamento das diversas raças e nações a quem são exortados a esclarecer e a atrair. As suscetibüidades des­tas raças e nações... diferindo largamente em seus costumes e padrões de vida, devem sempre ser cuidadosamente consideradas e} de maneira nenhuma,, negligenciadas."

(De uma carta datada de 5 de junho de 1947, escrita por Shoghi Effendi aos cren­tes americanos:)

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8. "A razão primária para alguém se tomar bahá'í deve ser, naturalmente, porque veio a crer que as doutrinas, os ensinamentos e a Ordem de Bahá'u'lláh são as coisas corretas para este estágio da evolução do mundo. Os próprios bahá'ís, como um corpo, têm uma grande vantagem: eles estão sinceramente convencidos que Bahá'u'lláh está certo; têm um plano e estão tentando segui-lo. Preten­der, porém, que são perfeitos, que os bahá'ís do futuro não terão cem vezes mais maturi­dade, serão mais ponderados, mais exemplares em sua conduta, seria tolice."

(De uma carta datada de 5 de julho de 1947, escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)

* * *

9. "As notícias do mui bem-sucedido Con­gresso realizado em Santiago, o agradaram muito. Agora, que mais crentes latinos estão ativos e começando a assumir responsabilida­des, o trabalho prosseguirá em uma base mais permanente, visto que pioneiros de uma terra estrangeira nunca podem substituir os cren­tes nativos, que devem sempre constituir o

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alicerce de qualquer desenvolvimento futuro da Fé em seu país."

(De uma carta datada de 30 de janeiro ds 1948, escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)

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10. " . . . Grande paciência tem que ser em­pregada ao lidar com os membros de algumas das raças primitivas que são como crianças. Eles são inocentes de coração e certamente têm tido um péssimo exemplo, em muitos cris­tãos, de uma abordagem meramente merce­nária à religião; mas logo que seus corações e mentes se tornam iluminados com a Fé, po­dem se tornar ótimos crentes."

(De uma carta datada de 29 de abril de 1948 escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional das Ilhas Britânicas)

* * *

11. "Podemos, verdadeiramente, dizer que esta Causa capacita as pessoas a alcançar o impossível! Pois os bahá'ís, em toda a par-

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te, na sua maioria, são pessoas sem grandes distinções quer seja de riqueza ou de fama, e no entanto, quando fazem o esforço e saem em nome de Bahá'u'lláh para divulgar Sua Fé, tornam-se, cada um, tão eficientes quan­to um exército! Testemunhem o que Mustafá Roumie realizou em Burma e um punhado de pioneiros alcançou em uma década na Amé­rica Latina! É a qualidade de devoção e auto-sacrifício que trás recompensas no serviço des­ta Fé, em vez de meios, habilidade e apoio fi­nanceiro."

(De uma carta datada de 11 de maio de 1948, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da Aus­trália e Nova Zelândia)

* * *

12. "O trabalho que está sendo feito por di­versos bahá'ís, incluindo nosso querido cren­te indígena que retornou dos Estados Unidos a fim de ser pioneiro entre seu próprio povo, ao ensinarem os índios canadenses, é um dos mais importantes campos de atividade sob sua jurisdição. O Guardião espera que dentro em breve muitos destes canadenses originais to­marão parte ativa nos afazeres bahá'ís e se le-

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vantarão para redimir seus irmãos da obs-curidade e desânimo em que caíram."

(De uma carta datada de 23 de junho de 1950, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional do Ca­nadá)

* * *

13. "Toda investida em novos campos, cada multiplicação de instituições bahá'ís, deve ser igualada por um entranhar mais profundo das raízes que sustenta a vida espiritual da comu­nidade e asseguram seu desenvolvimento sa­dio. Desta necessidade vital, sempre presente, a atenção jamais deve ser desviada, nem, sob quaisquer circunstâncias, deve ela ser negli­genciada ou subordinada à tarefa não menos vital e urgente de assegurar a expansão exter­na das instituições bahá'ís. Que esta comuni­dade . . . possa manter o equilíbrio apropriado entre estes dois aspectos essenciais de seu de­senvolvimento . . . é a esperança ardente de meu coração..."

(De uma carta datada de 30 de dezembro de 1948, escrita por Shoghi Effendi à As­sembléia Espiritual Nacional da Austrá­lia e Nova Zelândia)

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14. "Shoghi Effendi está também extrema­mente ansioso para que a Mensagem alcance os habitantes aborígenes das Américas. Estes povos, em geral oprimidos e incultos, devem receber dos banais uma medida especial de amor e todo esforço deve ser feito para ensi­ná-los. Seu registro na Fé enriquecerá a eles e a nós, e demonstrará nosso princípio da Uni­dade da Humanidade muito melhor que pa­lavras ou a ampla conversão das raças domi­nantes jamais o poderá."

(De uma carta datada de 11 de julho de 1951, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da Amé­rica Central e das Antilhas)

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15. "Sua Assembléia está solicitada a dirigir e salvaguardar as atividades de nossa Fá em uma área realmente vasta e impressionante. Mas a própria novidade do trabalho, a opor­tunidade para a conquista espiritual, a gran­de necessidade do povo, tanto de origem eu­ropéia como aborígene, de ouvir sobre Ba-há'u'lláh, é estimulante e desafiante e deve suscitar o melhor em cada crente.

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O Guardião sente que esforços especiais devem ser feitos para registrar os povos pri­mitivos da América do Sul na Causa. Estas almas, freqüentemente tão exploradas e des­prezadas, merecem ouvir sobre a Fé e se tor­narão uma grande vantagem da Fé quando seus corações forem esclarecidos."

(De uma carta datada de 11 de julho de 1951, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual da América do Sul)

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16. "Ele ficou muito satisfeito ao ouvir so­bre os passos iniciais que vocês tomaram pa­ra ensinar aos índios. Ele acrescenta uma su­gestão (não sabe se é praticável ou não): po­de-se fazer contato com índios que foram mais ou menos assimilados à vida do elemento bran­co do país e vivem em cidades ou as visitam? Estas pessoas, descobrindo os bahá'ís sincera­mente desprovidos de qualquer preconceito — ou aquela atitude ainda pior, a condescendên­cia — não somente poderiam se interessar por nossos ensinamentos, mas também pode­riam nos ajudar a alcançar seu povo da ma­neira adequada.

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É um grande erro acreditar que porque as pessoas são iletradas ou vivem vidas primiti­vas, são desprovidas ou de inteligência ou de sensibilidade. Pelo contrário, elas podem mui­to bem olhar para nós, com os males de nossa civilização, com sua corrupção moral, suas guerras ruinosas, sua hipocrisia e vaidade, co­mo pessoas que merecem ser observadas tanto com suspeita como com desprezo. Devemos en­contrá-los como iguais, desejando-lhes o bem, como pessoas que admiram e respeitam sua descendências antiga, e que sentem que elas se interessarão, como nós o estamos, por uma religião viva e não pelas formas mortas das igrejas atuais."

(De uma carta datada de 21 de setembro de 1951, escrita em nome de Shoghi Ef-fendi ao Comitê Nacional de Ensino das Américas)

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17. "O Guardião ficou felicíssimo ao ouvir falar do excelente trabalho que alguns ba-há'ís estão fazendo com os esquimós e índios, e considera seu espírito extremamente exem­plar. Estão prestando um serviço muito maior

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do que eles mesmos têm noção, cujos resulta­dos serão vistos, não só no Canadá, mas de­vido à sua repercussão, em outros países onde populações primitivas devem ser ensinadas."

(De uma carta datada de 8 de junho de 1952, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional do Ca­nadá)

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18. "Ele ficou especialmente contente de ver que membros de sua Assembléia têm viajado e entrado em contato com os amigos, num esforço para aprofundar sua compreensão do trabalho administrativo e também seu conhe­cimento da Fé em geral. Ele sente que espe­cialmente agora, na América Latina, esta aproximação íntima amorosa e amistosa, fa­rá mais para promover o trabalho do que qualquer outra coisa. De fato, ele iria ao pon­to de aconselhar sua Assembléia a que evitas­se inundar os amigos com circulares e bole­tins desnecessários. Devem ter sempre em mente a diferença genuína entre os povos do Sul e os povos do Norte; usar as mesmas téc­nicas, como aquelas adotadas nos Estados Uni­dos, seria desastroso porque a mentalidade e

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os antecedentes de vida são bem diferentes Por mais que os amigos necessitem de admi­nistração, esta deve lhes ser levada de forma aprazível pois, de outra forma, não serão ca­pazes de assimilá-la e ao em vez de consolidar o trabalho, descobrirão que alguns dos cren­tes dele se alheiam.

Sempre que se sentirem desencorajados, devem se lembrar de quantos anos levou para que a administração se estabelecesse tão bem quanto está agora na América do Norte. Os problemas se repetem e nos estágios primários, nos EE.UU., o corpo dos crentes estava mui­to imprecisamente unido, muitos dos amigos estavam, como o estão agora na América La tina, afiliados a vários cultos mais ou menos progressivos, dos quais haviam vindo para a Fé e dos quais não podiam ser subitamente desligados; tiveram que ser apartados e edu­cados; a mesma coisa vocês devem fazer ago­ra. Portanto, ele os urge a serem muito paci­entes com os crentes e, através de consulta amorosa e educação, insistirem gradualmen­te que as velhas lealdades devem dar lugar ao grande e todo satisfatório vínculo que agora encontraram com Bahá'u'lláh e Sua Fé.

Instrutores experientes são a maior neces­sidade da Fé em toda a parte, e sem dúvida

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em sua área também. Uma alma sábia e de­dicada pode muitas vezes dar vida a uma co­munidade inativa, atrair novas pessoas e ins­pirá-las a maiores sacrifícios. Ele espera que. além do que quer que sejam capazes de rea­lizar durante os próximos meses, vocês sejam capazes de manter em circulação alguns, real­mente bons, instrutores bahá'ís."

(De uma carta datada de 30 de junho de 1952, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da Amé­rica Central)

* * *

19. "Ele avalia inteiramente o fato de que os fiéis ainda estão um tanto ligados aos diferen­tes cultos dos quais vieram; este é um proble­ma com o qual a Fé sempre se defronta em uma nova região; existiu durante muito tem­po na América e parece fazer parte do cresci­mento da Causa. Ele sente que sua Assem­bléia pode permitir-se ser paciente com os amigos, enquanto, ao mesmo tempo, os educa numa compreensão mais profunda da Causa. À medida que cresce a conscientização deles do verdadeiro significado de Bahá'u'lláh, eles

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se afastarão das velhas idéias e darão sua to­tal adesão a Seus ensinamentos."

(De uma carta datada de 30 de junho de 1952, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da Amé­rica do Sul)

* * *

20. "Regozijo compartilhar comunidades ba-há'ís Oriente Ocidente emocionantes rela­tórios façanhas alcançadas grupo heróico pioneiros bahá'ís labutando diversos ampla­mente espalhados territórios africanos... re-memorativos similiar episódios relatados Bí­blia Atos rápida dramática propagação Fé in­termédio rompedores alvorada Idade Heróica Dispensaçao Bahá'í. Realizações maravilhosas assinalando surgir estabelecimento ordem ad­ministrativa Fé América Latina eclipsadas. Façanhas imortalizando recentemente lança­da cruzada continente Europeu ultrapassa­das. .. Número africanos convertidos durante últimos quinze meses... origem protestante católica paga letrados üetrados ambos sexos representando não menos dezesseis tribos ul­trapassou marca duzentos.

Raios efulgentes triunfante Causa Deus . . . rapidamente despertando continente pene-

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trando ritimo acelerado regiões isoladas infre-qüentadas homens brancos envolvendo suas almas radiantes até agora indiferentes persis­tentes atividades humanitárias missões cris­tãs influência civilizadora autoridades civis."

(De um telegrama datado de 5 de janei­ro de 1953, enviado por Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional dos Esta­dos Unidos)

* * *

21. "Eu saúdo com coração jubiloso a con­vocação do continente africano na primeira das quatro Conferências Intercontinentais de Ensino, que constituem os pontos culminantes das celebrações de âmbito mundial do Ano Santo que comemora o centésimo aniversário do nascimento da Missão do Fundador de nos­sa Fé. Dou as boas-vindas, com braços abertos, ao inesperado grande número de representan­tes da pura de coração e espiritualmente re­ceptiva raça negra, tão ternamente amada por 'Abdu'1-Bahá, por conversão à Fé de Seu Pai, Ele, profundamente a ansiava e cujos interes­ses Ele tão ardentemente defendeu no decorrer de Sua memorável visita ao continente norte-americano. Lembro-me, nesta histórica oca­sião, das significativas palavras proferidas pe-

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Io próprio Bahá'ulláh que, como atestado pe­lo Centro do Convênio, em Suas Escrituras, 'comparou os povos de cor à pupila negra do olho', através da qual 'brilha a luz do espírito.' Sinto-me especialmente satisfeito pela subs­tancial participação nesta Conferência memo­rável, de membro de uma raça habitando em um continente que, na maioria dos casos, re-teve sua simplicidade primitiva e permaneceu sem se contaminar pelos males de um flagran­te materialismo, feroz e canceroso, solapando a estrutura da sociedade humana, tanto no Oriente como no Ocidente, corroendo os ór­gãos vitais dos povos e raças conflitantes que habitam os continentes americano, europeu e asiático e, infelizmente, ameaçando de engol­far, em uma única convulsão catastrófica, a totalidade do gênero humano. Aplaudo a pre-poderância dos membros desta mesma raça em uma Conferência tão significativa, um fe­nômeno sem precedentes nos anais das Con­ferências Bahá'ís realizadas durante mais de um século, e um bom augúrio para uma multiplicação correspondente no número de representantes das raças amarela, vermelha e morena do gênero humano, habitando respec­tivamente no Extremo Ocidente e nas ilhas do Oceano Pacífico do Sul, uma, multiplicação

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destinada, em última análise, a levar a um equilíbrio apropriado os diversos elementos étnicos abrangidos pela grandemente diversi­ficada, mundialmente abrangente, Confrater-nidade Bahá'í."

(De uma mensagem datada de fevereiro de 1953, dirigida por Shoghi Effendi à Conferência Intercontinental Africana)

* * *

22. "Ele espera que, durante este próximo ano, vocês... se dediquem, tanto quanto pos­sível, à consolidar as novas Assembléias (em Uganda) e a ajudar os novos crentes a gradu­almente compreender melhor a Administração e sua aplicação na vida comunitária bahá'í. Tato, amor e paciência serão sem dúvida ne­cessários e não se deve esperar que estes no­vos crentes façam tudo da mesma maneira que as antigas e testadas comunidades. Na verdade, individualidade de expressão, dentro da estrutura da Ordem Administrativa, é pre­ferível a uma uniformidade grande demais."

(De uma carta datada de 26 de abril de 1953, escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)

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23. "Ele ficou muito feliz em saber que Char-lottetown não só conseguiu o status de Assem­bléia, mas que os crentes lá são em sua maio­ria independentes economicamente, pois esta é uma base sólida para a expansão do traba­lho em qualquer lugar, especialmente em um lugar tão difícil como este."

(De uma carta datada de 20 de junho de 1953, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional do Ca­nadá)

* * *

24. " . . . Ele sente que uma grande força potencial reside nestes novos crentes africa­nos. Sem dúvida, o seu Comitê se defrontará com problemas, devido a inexperiência de al­gumas destas pessoas em assuntos adminis­trativos, mas, através de orientação amorosa e da sabedoria daqueles que estão associados com eles no local, estas coisas menos impor­tantes podem ser resolvidas satisfatoriamente e, o mais importante, o estabelecimento de Assembléias e Grupos, pode ser levado avan­te com sucesso."

(De uma carta datada de 4 de junho de 1953, escrita em nome de Shoghi Effendi ao Comitê Britânico Africano)

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25. "Ao registrar novos crentes, devemos ser sábios e gentis, e não colocar tantos obstáculos em seu caminho que sintam ser impossível aceitar a Fé. Por outro lado, uma vez que lhes é outorgada a qualidade de membro na Comu­nidade dos seguidores de Bahá'u'lláh, deve lhes ser demonstrado que se espera deles que vivam de acordo com Seus Ensinamentos e que evidenciem os sinais de um caráter nobre de conformidade com Suas Leis. Muitas1 ve­zes, isto pode ser feito gradualmente, após o novo crente ter sido registrado."

(De uma carta datada de 25 de junho de 1953, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional das Ilhas Britânicas)

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26. "Deve, à medida que ganha ímpeto, des­pertar os seletos e reunir os espiritualmente famintos entre os povos do mundo, assim co­mo criar uma percepção da Fé não só entre os líderes políticos da sociedade de nossos dias, mas, também, entre os pensadores, os eruditos em outras esferas de atividade humana. De­ve, à medida que se aproxima de seu clímax, levar a tocha da Fé a regiões tão remotas, tão

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atrasadas, tão inóspitas, que nem a luz do cristianismo ou do islamismo tenha, após a re­volução de séculos, até agora alcançado. De­ve, à medida que se aproxima de sua conclu­são, preparar o caminho para a colocação, so­bre uma fundação inexpugnável, da base es­trutural de uma Ordem Administrativa, cuja estrutura deve, ao longo de Cruzadas sucessi­vas, ser laboriosamente erigida através de to­do o globo e que deve reunir sob sua sombra protetora povos de todas as raças, idiomas, credos, cores e nações."

(De uma carta datada de 18 de julho de 1953, escrita por Shoghi Effendi à Assem­bléia Espiritual Nacional dos Estados Unidos)

* *

27. " . . . conquistar para a Fé novos recru­tas, para o exército do Senhor das Hostes que vagarosa mas firmemente, avança . . . é tão essencial para a salvaguarda das vitórias que o grupo de heróicos Conquistadores Bahá'ís estão conquistando no decorrer de suas diver­sas campanhas em todos os continentes do globo.

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Tal fluxo constante de reforços é absolu­tamente vital e de extrema urgência, pois na­da além do vitalizante influxo de sangue no­vo, que irá reanimar a Comunidade Bahá'í mundial, pode salvaguardar os troféus que, com tão grande sacrifício e envolvendo o gas­to de tanto tempo, esforço e riqueza, estão ago­ra sendo conquistados em territórios virgens pelos corajosos Cavalheiros de Bahá'u'lláh?

cujo privilégio é o de constituírem a ponta de lança dos batalhões em avanço que, em diver­sos locais e em circunstâncias muitas vezes adversas e extremamente desafiadoras, estão competindo, uns com os outros, para a con­quista espiritual dos territórios e ilhas ainda não conquistados na superfície do globo.

Este fluxo, além disso, prognosticará e apressará o advento do dia que, como profe­tizado por 'Abdu'1-Bahá, testemunhará a en­trada em tropas de pessoas de diversas nações e raças no mundo bahá'í — um dia que, visto em sua perspectiva apropriada, será o prelúdio daquela hora desde a muito esperada quando uma conversão em massa por parte destas mesmas nações e raças., e com um resultado direto de uma cadeia de eventos, momentosos e possivelmente de natureza catastrófica e que por enquanto ainda não podem ser nem vaga-

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mente visualizados, subitamente revoluciona­rá a sorte da Fé, transtornará o equilíbrio do mundo e reforçará um milhar de vezes a for­ça numérica, assim como o poder material e a autoridade espiritual da, Fé de Bahá'u'lláh."

(De uma carta datada de 18 de julho de 1953, escrita por Shoghi Effendi à Assem­bléia Espiritual Nacional dos Estado?, Unidos)

* *

28. "O amado Guardião ficou muito feliz ao saber do sucesso do instituto para ensinar as crianças indígenas. Ele sente que este é um ótimo método de implantar os ensinamentos da Fé nos corações e nas mentes de crianças pequenas, a fim de que possam crescer e se desenvolver em homens e mulheres fortes e viris que servirão à Causa. Da mesma forma, através deste trabalho, ele espera que serão capazes de atrair alguns dos pais."

(De uma, carta datada de 18 de fevereiro de 1954, escrita em nome de Shoghi Effen­di a um crente individual)

* * *

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29. "O espírito dos crentes africanos é mui­to comovente, muito nobre, e de fato apresen­ta um desafio a seus compaheiros bahá'ís em todo o mundo. Parece que Deus dotou estas raças, vivendo no assim chamado continente 'negro', com grandes faculdades espirituais e, ademais, com faculdades mentais que, à me­dida que eles amadurecem na Fé, contribui­rão imensamente para o todo, de um extremo ao outro do mundo bahá'í . . .

Em seus comunicados aos bahá'ís de Uganda, tenham a bondade de assegurá-los das orações do Guardião, de sua profunda afeição por eles e dizer-lhes que está orgulhoso deles, de seu espírito e suas vitórias'."

(De uma carta datada de 11 de maio de 1954, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da África Central e Oriental)

* * *

30. " . . . A total finalidade dos pioneiros ao saírem para a África é de ensinar às pessoas de cor e não às pessoas brancas. Isto não sig­nifica que devam recusar de ensinar às pes­soas brancas, o que seria uma atitude tola. Entretanto, significa que devem constante-

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mente ter em mente que é ao africano nativo que estão agora levando a Mensagem de Ba-há'u'lláh em seu próprio país e não para pes­soas do estrangeiro para que lá emigraram permanente ou temporariamente e são uma minoria, muitos deles, a julgar pelos seus atos, uma minoria muito desaradável."

(De uma carta datada de 4 de junho de 1954, escrita em nome de Shoghi Effendi ao Comitê Britânico Africano)

* * *

31, "A África está verdadeiramente desper­tando e se encontrando e, sem dúvida, tem a dar uma grande mensagem e uma grande contribuição a fazer para o progresso da civi­lização mundial. De acordo com o grau em que seus povos aceitaram a Bahá'u'lláh, serão eles abençoados, fortalecidos e protegidos."

(De uma carta datada de 4 de junho de 1954, escrita em nome de Shoghi Effendi ao Comitê Britânico Africano)

* * *

32. "Em relação com o trabalho de ensino em toda a, área do Pacífico, ele acredita intei-

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ramente que, em muitos casos, a sociedade branca é difícil de se interessar por alguma coisa além de suas próprias atividades super­ficiais. Os bahá'ís têm que se identificar, por um lado, tanto quanto razoavelmente pude­rem, com a vida das pessoas brancas, a fim de não serem condenados ao ostracismo, cri­ticados e eventualmente expulsos de seus ar­duamente conquistados postos de pioneiros. Por outro lado, devem ter em mente que o objetivo primordial de lá viverem, é de ensinar

a Fé à população nativa. Devem fazer isto com tato e discreção, a fim de não perderem o di­reito à sua posição segura nestas ilhas que, freqüentemente, são de tão difícil acesso.

Julgamento correto, muita paciência e indulgência, fé e nobreza de conduta, devem distinguir os pioneiros e auxiliá-los no cum­primento do objetivo da sua, jornada a estes lugares distantes."

(De uma carta datada de 16 de junho de 1954 escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da Aus­trália e Nova Zelândia)

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33. "No trato com pessoas que ainda estão atrasadas com relação aos nossos padrões civi-

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lizados, e em muitos casos guiados por um sis­tema tribal que tem fortes injunções próprias, ele sente que devem ser tanto diplomático-; como indulgentes... Não devemos ser dema­siadamente rigorosos, impondo nossas opi­niões a pessoas ainda vivendo em ordens so­ciais primitivas."

(De uma carta datada de 17 de junho de 1954, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembéia Espiritual Nacional das Ilhas Britânicas)

# * *

34. "Ele sente que o trabalho de ensino em Uganda deve agora ser concentrado, princi­palmente, na consolidação."

(De uma carta datada de 13 de dezem­bro de 1955, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional das Ilhas Britânicas)

* * *

35. "Acima de tudo, os maiores esforços de vem ser exercidos por uma Assembléia para familiarizar os crentes recentemente registra­dos com as verdades fundamentais e espiri-

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tuais da Fé, com as origens, os desígnios e propósitos, assim como o processo de uma Ordem Administrativa divinamente designa­da; de familiarizá-los mais amplamente com a história da Fé, de instilar neles uma com­preensão mais profunda dos Convênios tanto de Bahá'u'lláh como de 'Abdu'1-Bahá, de enri­quecer sua vida espiritual, estimulá-los a um maior esforço e participação mais íntima no ensino da Fé como na administração de suas atividades, e de inspirá-los a fazer os necessá­rios sacrifícios para a promoção de seus vitais interesses. Pois à medida que o corpo dos con­fessos partidários da Fé é aumentado, e a bass da estrutura de sua Ordem Administrativa é ampliada, e a fama da ascendente comunida­de se espalha por toda a parte, um progresso paralelo deve ser alcançado, para que os fru­tos já acumulados perdurem, na vivificação espiritual de seus membros e no aprofunda­mento de sua vida interior."

(De uma carta datada de 26 de junhD de 1956, escrita por Shoghi Effendi à Assem­bléia Espiritual Nacional do Canadá)

* * *

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36, "Alguns dos territórios são, praticamen­te, exclusivamente árabes, com uma minoria européia, de antecedentes muçulmanos e uma avançada civilização e cultura próprias. De­vem ser abordados com métodos de ensino adequados à mentalidade do povo. Por outro lado, muitos dos outros países correspondem a um povo atrasado, do ponto de vista da civili­zação moderna, porém pessoas muito mais sensíveis a valores espirituais, na realidade muito mais preparadas para abraçar a Men­sagem de Bahá'u'lláh e levantar-se em seu serviço, como vimos tão maravilhosamente demonstrado durante os últimos quatro anos na história da Causa na África. Estas pessoas também devem ser ensinadas de uma manei­ra que sejam atraídas para a Causa.

Os bahá'ís africanos já registrados reque­rerão aprofundamento na Administração du­rante os próximos anos, a fim de melhor pre­pará-los para o dia que inevitavelmente virá quando cada protetorado, país e ilha, possuirá sua própria Assembléia Espiritual Nacional. De acordo com o grau do sucesso de sua As­sembléia em assentar uma base firme na época presente, dependerá a rapidez do desenvolvi­mento da Fé nestes diferentes países e a pres­teza dos crentes de assumirem, independente­mente, o seu trabalho bahá'í nacional.

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Como ele mencionou muitas vezes a pere­grinos e em suas comunicações a amigos na África do Norte, ele deseja que se dê atenção especial nesta área aos berberes. De fato, todo esforço deve ser feito para registrar tantas mi­norias berberes na Fé quanto possível, assim como as outras raças entre os habitantes do país."

(De uma carta datada de 2 de julho de 1956, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da Áfri­ca Noroeste)

* * *

37. "O trabalho mais importante de todos é treinar os crentes africanos como instrutores e administradores, a fim de que possam levar a Mensagem para seus próprios povos e estar em condição de assentar bases firmes e dura­douras para as futuras Assembléias em todas as partes destes vastos territórios. Toda outra atividade passa a ser insignificante compara­da com esta.

É apenas natural que a ajuda e conselho dos pioneiros seja necessária por algum tempo ainda, devido à sua longa experiência na Fé e seu conhecimento mais profundo de seus En-

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sinamentos, em virtude não só do período de tempo que têm sido bahá'ís e capazes de es­tudá-los, mas ao fato de que tantos Ensina­mentos estão em inglês e os puderam estudar.

A tradução constante de mais literatura em línguas africanas é igualmente muito im­portante pois os novos crentes estão prontos e ansiosos para aprender e têm que ter os meios colocados à sua disposição.

Ele espera que sua Assembléia venha a ser capaz de providenciar um fluxo de instrutores itinerantes e de pioneiros que vá constante­mente aos centros fracos nos novos territórios, para consolidar a Fé e estabelecer novas As­sembléias, para ensinar e encorajar as pessoas e levar-lhes tanto a luz como o amor de Bahá' u'lláh.".

(De uma carta datada de 4 de julho de 1956, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da Áfri­ca do Sul e Oeste)

* *

38. "Sinto-me confiante que sua Assembléia postada agora no limiar de um período de ex­pansão sem igual dará, através de seus altos esforços, um tremendo ímpeto ao processo his-

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tórico que foi posto em andamento nos anos recentes, e atrairá, através de suas realizações, as múltiplas bênçãos de Bahá'u'lláh.

O caminho que são agora chamados a seguir é longo, íngreme e espinhoso. À medida que o trabalho no qual estão empenhados se desenvolve e é firmemente consolidado, indi­víduos e instituições hostis à Fé e ciumentos de seu crescente prestígio, irão se esforçar ao máximo para solapar as bases que agora es­tão sendo assentadas por vocês e para extin­guir a luz que tem sido acesa de modo tão bri­lhante, por pioneiros, residentes e crentes re­centemente registrados, em toda a parte dos territórios agora incluídos dentro de sua ju­risdição."

(De uma carta datada de 6 de julho de 1956, escrita por Shoghi Effendi à Assem­bléia Espiritual Nacional da África Cen­tral e Oriental)

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39. "A questão de seu orçamento, levantada em sua carta, é de grande importância. Apesar do número que vocês representam e do entu­siasmo dos bahá'ís, sua Assembléia tem que enfrentar o fato de que ela representa uma

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Comunidade muito pobre, financeiramente. Qualquer orçamento super-ambicioso, que im­portaria em um encargo financeiro opressivo sobre os amigos, seria sumamente imprudente, porque, a menos que seja alcançado, lhes dará no fim do ano um sentimento de intensa frus­tração.

Ele acha que o que vocês delinearam é de­masiado. Sua Assembléia terá que, particular­mente durante o primeiro ano de sua existên­cia, ser menos ambiciosa com respeito a pro­jetos envolvedo dinheiro, e devotar-se especial­mente a encorajar os amigos, reforçando as bases das Assembléias locais, ajudando os Grupos a alcançarem o status de Assembléia, e aprofundando a educação dos amigos africa­nos na Fé sob todos os aspectos que possa

As outras Assembléias Espirituais Nacio­nais, como sabem, estão tendo seus próprios problemas financeiros; e, embora não ha­ja objeção em apelar a elas para lhes darem alguma ajuda, o Guardião duvida muito que estejam em situação de aumentar mui subs­tancialmente seus fundos atualmente."

(De uma carta datada de 6 de julho de 1956, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da Áfri­ca Central e Oriental)

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40. "O Amado Guardião ficou muito feliz de rever o mapa, com suas anotações nele, mos­trando o número de bahá'ís indígenas. Ele sente que esta é uma vitória real da Fé, já que o Mestre falou tantas vezes da força de cará­ter e capacidade latente dos povos originais do continente Americano. Portanto, o desper­tar de alguns deles é um decisivo momento histórico na atividade da Fé, assim como na vida destas pessoas."

(De uma carta datada de 31 de julho dp 1956, escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente individual)

* * *

41, "Ele sente que os persas podem dar suma assistência ao trabalho de ensino, onde quer que se estabeleçam; porém devem ir na quali­dade de pioneiros e estabelecer residência onde possam prestar o melhor serviço para a Causa de Deus. Traz pouco benefício para a Fé ter grandes grupos de persas estabelecidos em uma cidade e assim constituírem uma As sembléia. Quando eles se mudam, a Assem­bléia perece. O que necessitamos em todas as áreas são crentes nativos. Os pioneiros devem

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ser em minoria e auxiliar os nativos a om-brear as responsabilidades da Fé."

(De uma carta datada de 17 de fevereiro de 1957, escrita em nome de Shoghi Effen • di à Assembléia Espiritual Nacional da Pérsia)

* * *

42. "Estimular o processo da conversão tanto dos negros como dos índios america­nos e assegurar sua participação ativa na administração dos afazeres das comunidades bahá'ís; . . ."

(Da Mensagem à Convenção, datada de abril de 1957, escrita por Shoghi Effendi às quatro Convenções Bahá'ís America­nas)

* * *

43. "À medida que formulam seus planos e os realizam em prol do trabalho que lhes foi confiado no curso dos próximos anos, ele de­seja que tenham em mente, particularmente a necessidade de ensinar os Maoris. Estes des-

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cobridores originais da Nova Zelândia são de uma fina raça e um povo admirado por suas nobres qualidades; esforço especial deve ser feito, não somente para contatar os Maoris nas cidades e atraí-los para a Fé, mas para ir a suas vilas e viver entre eles e estabelecer Assembléias nas quais pelo menos a maioria dos crentes sejam Maoris, se não todos. Isto, na realidade, seria um feito meritório."

(De uma carta datada de 27 de junho de 1957, escrita em nome de Shoghi Effend' à Assembléia Espiritual Nacional da Nova Zelândia)

* *

44. "Ele espera que haja muito mais ativi­dade de ensino durante o presente ano e que os baháls latino-americanos sintam, cada vez mais, que esta é sua Fé e que, conseqüente­mente, sua obrigação primordial é divulgá-la entre seu próprio povo. Por maiores que sejam os serviços prestados pelos pioneiros e por inesquecíveis que sejam os feitos por eles al­cançados, não podem substituir o elemento nativo que deve constituir o alicerce da Comu­nidade, levax avante seus próprios afazerc

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construir suas próprias instituições, apoia-seus próprios fundos, publicar sua própria li­teratura, etc. A mãe dá à luz a criança, porém a criança tem que crescer por si mesma. Quan­to mais velha se torna, quanto mais respon­sável é por seus próprios atos. Os amigos la­tino-americanos' estão rapidamente atingindo a maioridade e estão mostrando isto pela ma­neira com que estão se levantando para servir à Fé, para demonstrá-la, para sacrificar-se por ela, para protegê-la e consolidá-la."

(De uma carta datada de 3 de julho de 1957, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional do Bra­sil, Peru, Colômbia, Equador e Venezuela)

* * *

45. "À medida que a situação no mundo, e em sua parte dele (África do Sul e Oeste), está progressivamente piorando, os amigos não po­dem perder tempo para se erguerem a níveis mais altos de devoção e serviço e, especialmen­te, de conscientização espiritual. É nosso de­ver redimir tantos de nossos semelhantes quanto nos for possível, cujos corações estão esclarecidos; antes que alguma grande catás-

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trofe os surpreenda, na qual serão ou irreme­diavelmente tragados ou surgirão purificados e fortalecidos e prontos para servir. Quanto mais crente existirem para sobressair como faróis na escuridão, quando quer que este tempo chegue, tanto melhor; daí a suprema importância do trabalho de ensino nesta épo­ca . . .

Como ele escreveu à Assembléia da Áfri­ca Central e Oriental, ele sente que os amigos devem ser muito cuidadosos para não colocar obstáculos no caminho daqueles que desejara aceitar a Fé. Se tornarmos os requisitos de­masiadamente rigorosos, esfriaremos o entu­siasmo inicial, repeliremos os corações e ces­saremos de expandir rapidamente. O essen­cial é que o candidato a registro creia em seu coração na verdade de Bahá'u'lláh. Se ele é le­trado ou iletrado, informado de todos os Ensi­namentos ou não, é totalmente irrelevante. Quando a chispa de fé existe, a Mensagem es­sencial lá está e, gradualmente, tudo o mais pode lhe ser adicionado. O processo de educar pessoas de diferentes costumes e origens deve ser feito com a maior paciência e compreensão, e não lhes devem ser impostas regras e regu­lamentos, exceto onde um fundamento essen­cial está em discussão. Ele está seguro que

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sua Assembléia é capaz de levar avante seu trabalho neste espírito e de inflamar os cora­ções a flamejarem através do fogo do amor de Deus, em vez de apagar as primeiras fagu-ihas com baldes cheios de informações e regu­lamentos administrativos."

(De uma carta datada de 9 de julho de 1957, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da Áfri­ca do Sul e Oeste)

* * *

46. "Ele sente que as metas que vocês mes­mos estabeleceram para seu Plano de Sete Anos são excelentes. O trabalho mais impor­tante de todos, naturalmente, é o de confirmar tantos novos crentes quanto possível, onde quer e quem quer que sejam, dando especial atenção aos africanos, que são o real propósito da presença dos pioneiros neste Continente."

(De uma carta datada de 14 de julho de 1957, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional do No­roeste da África)

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47. "Não é suficiente trazer as pessoas à Fé; deve-se educá-las e aprofundá-las em seu amor por elas e no seu conhecimento de seus ensi­namentos, após se terem declarado. Como os bahá'ís são poucos em número, especialmente os instrutores ativos, e há grande quantidade de trabalho a ser feito, a educação destes novos crentes é, freqüentemente, tristemente negligenciada e os resultados são vistos, como as resignações que tiveram recentemente."

(De uma carta datada de 18 de julho de 1957, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional do Ca­nadá)

* * *

48. "A tarefa mais importante é, natural­mente, o trabalho de ensino; em todas as ses­sões sua assembléia deve lhe dar detalhada atenção, considerando tudo o mais de impor­tância secundária. Não só devem ser desen­volvidas muitas assembléias novas, além de grupos e centros isolados, mas também aten­ção especial deve ser focalizada no trabalho de converter os índios à Fé. A meta deve ser assembléias totalmente de índios, de modo que estes habitantes originais da terra, tão

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explorados e reprimidos, possam perceber que são iguais e consortes nos afazeres da Causa de Deus, e que Bahá'u'lláh é o Manifestante de Deus para eles.

O empreendimento importantíssimo, di­rigido a conquistar a adesão irrestrita dos membros de várias tribos dos indígenas ameri­canos à Causa de Bahá'u'lláh e a assegurar sua participação ativa e constante na condu­ta de seus afazeres administrativos, deve, do mesmo modo, ser seriamente considerado e tenazmente levado avante."

(De uma carta datada de 28 de julho de 1957, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da Amé­rica Central e México)

49. "Ele ficou especialmente feliz ao ver que alguns dos crentes indígenas estavam presen­tes à convenção. Ele atribui a maior importân­cia ao ensino da Fé aos habitantes nativos das Américas. O próprio 'Abdu'1-Bahá decla­rou quão grandes são suas potencialidades, e é direito deles, e o dever dos bahá'ís não-indíge-nas, assegurar que recebam a Mensagem de

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Deus para este dia. Um dos objetivos mais me-ritórios de sua Assembléia deve ser o estabele­cimento de Assembléias Espirituais totalmente indígenas. Outras minorias devem, do mesmo modo, ser especialmente procuradas e ensina­das. Os amigos devem ter em mente que em nossa Fé, ao contrário de todas as outras sociedades, a minoria, para compensar o que pode ser encarado como um status inferior, recebe atenção especial, amor e considera­ção. . .

À medida que formulam as metas que de­vem receber sua atenção indivisa durante os próximos anos, ele os urje a ter em mente a mais importante de todas, a saber, a multi­plicação das Assembléias Espirituais, dos gru­pos e dos centros isolados; isto assegurará tanto amplitude como profundidade às bases que estão assentando para os futuros Corpos Nacionais independentes. Os crentes devem ser solicitados a considerar individualmente as necessidades de sua região imediata, e de saí­rem para ser pioneiros em cidades e vilas dis­tantes. Devem ser encorajados por sua Assem­bléia a se recordarem que pessoas modestas, muitas vezes pessoas pobres e obscuras, mu­daram o curso do destino humano mais do que pessoas que principiaram com riqueza,

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faina e segurança. Foi um Peneirador de Tri­go que, nos primeiros dias de nossa Fé, se le­vantou e se tornou um herói e mártir, não os sábios sacerdotes de sua cidade!"

(De uma carta datada de julho de 1957, escrita em nome de Shoghi Effendi a uma das Assembléias Espirituais Nacio­nais da América Latina)

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50. "Ele sente que aqueles que são respon­sáveis pela aceitação de novos crentes devem considerar que a qualificação mais importan­te e fundamental para a aceitação é o reco­nhecimento da posição de Bahá'u'lláh hoje em dia por parte do requerente. Não podemos esperar que pessoas que são iletradas (o que não é um reflexo de suas habilidades ou capa­cidades mentais) tenham estudado os Ensi­namentos, especialmente quando, para come­çar, tão pouca literatura encontra-se disponí­vel em sua própria língua, e que captem todas as suas ramificações, do mesmo modo que um africano, digamos em Londres, é esperado de fazer. O importante é o espírito da pessoa, o reconhecimento de Bahá'u'lláh e de Sua po-

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sição no mundo neste dia. Os amigos, portan­to, não devem ser demasiadamente rigorosos, ou descobrirão que a grande onda de amoroso entusiasmo com que as pessoas africanas se volveram para a Fé, muitos deles já a aceitan­do, esfriará; sendo muito sensíveis, sentirão de alguma forma sutil, que são rejeitados, e o trabalho sofrerá.

O propósito das novas Assembléias Nacio­nais na África, e o propósito de qualquer corpo administrativo, é o de levar a Mensagem às pessoas e alistar os sinceros sob o estandarte da Fé.

Sua Assembléia não deve nunca perder isto de vista, nem por um momento, e deve prosseguir expandindo corajosamente o qua­dro de membros das comunidades sob sua jurisdição e gradualmente educar os amigos tanto nos Ensinamentos como na Adminis­tração. Nada poderia ser mais trágico do que o estabelecimento destes grandes corpos ad­ministrativos vir a abafar ou atolar o traba­lho de ensino. Os primeiros crentes, tanto no oriente como no ocidente, devemos sempre nos lembrar, praticamente nada sabiam com­parado com o que o bahá'í médio sabe a res­peito de sua Fé hoje em dia, no entanto, fo­ram eles que deram seu sangue, aqueles que

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se levantaram e disseram: 'Eu creio,' não exi­gindo provas e muitas vezes nunca tendo lido uma única palavra dos Ensinamentos. Por­tanto, aqueles responsáveis pela aceitação de novos registros devem estar seguros de uma coisa — que o coração do requerente foi toca­do pelo espírito da Fé. Tudo o mais pode ser construído gradualmente sobre esta base.

Ele espera que durante o próximo ano seja possível, cada vez mais, aos instrutores bahá'ís africanos circularem entre os recém-registrados bahá'ís e aprofundarem seu conhe­cimento e compreensão dos Ensinamentos."

(De uma carta datada de 8 de agosto de 1957, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da Áfri­ca Central e Oriental)

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51. "Em primeiro lugar e antes de mais nada, o processo vital da conversão dos africanos de­ve adquirir um impulso tal que ultrapassará qualquer outro até então testemunhado na história bahá'í da África. Qualquer barreira impedindo a execução deste dever preeminen-te deve ser determinadamente eliminada. Si-

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multaneamente, a emergência de novos cen­tros, a conversão de grupos em Assembléias e a multiplicação das próprias Assembléias, deve ser acelerada, a uma proporção sem preceden­tes . . . A instituição do Fundo Nacional, tão vital e essencial para o progresso ininterrupto destas atividades deve, particularmente, ser assegurado do entusiástico, sempre crescente e universal apoio da massa dos crentes, para cujo bem-estar e em cujo nome, estas ativida­des beneficientes foram iniciadas e foram rea­lizadas. Todos, não importa quão modestos os seus recursos, devem participar. Do grau de auto-sacrifício envolvido nestas contribuições individuais dependerá diretamente a eficácia e a influência espiritual que estas instituições administrativas nascentes, chamadas à exis­tência através do poder de Bahá'u'lláh e em virtude do Desígnio concebido pelo Centro de Seu Convênio, irão exercer. Um esforço conti­nuado e tenaz deve, doravante, ser feito pela massa dos confessos sustentadores da Fé, cujo número em muito ultrapassa aquele de seus irmãos residindo nas áreas administradas pe­las outras três Assembléias Espirituais Regio­nais, para capacitar as comunidades sob sua jurisdição a se tornar auto-suficientes e asse­gurar um fluxo contínuo de fundos à Tesou-

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raria que agora está em extrema necessidade de substancial apoio financeiro."

(De uma carta datada de 8 de agosto de 1957, escrita por Shoghi Effendi à Assem­bléia Espiritual Nacional da África Cen­tral e Oriental)

52. "O Mestre comparou os índios de seus países aos antigos nômades árabes por ocasião do aparecimento de Maomé. Dentro de um curto período de tempo, tornaram-se exemplos destacados de educação, cultura e civilização para o mundo inteiro. O Mestre sente que ma­ravilhas similares ocorrerão hoje se os índios forem ensinados corretamente e se o poder do Espírito penetrar da maneira correta em suas vidas."

(De uma carta datada de 22 de agosto de 1957, escrita em nome de Shoghi Effendi à Assembléia Espiritual Nacional da Amé­rica Central e México)

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53. "Ele ficou realmente muito feliz ao saber da maneira tão ativa com que os bahá'ís ca-

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nadenses se dedicaram a este importantíssimo assunto do ensino aos índios.

Ele atribui a maior importância a este assunto, já que o Mestre falou da força laten­te de caráter destes povos e sente que quando o Espírito da Fé tiver uma oportunidade de operar entre eles, produzirá resultados extra­ordinários."

(De uma carta datada de 19 de outubro de 1957, escrita em nome de Shoghi Ef-fendi à Assembléia Espiritual Nacional do Canadá)

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II

ESCRITOS DA CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA

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Introdução

O maravilhoso avanço progressivo da Causa de Deus no decorrer das décadas passa­das, enriqueceu extraordinariamente a comu­nidade mundial do Máximo Nome. Também, deu lugar a novos e até certo ponto impre­vistos desafios. Tanto as vitórias de ensino como as subseqüentes preocupações similares dos crentes e instituições, estão refletidas nas comunicações fluindo ao Centro Mundial de todas as partes do globo. Reiteradamente a orientação do Corpo Supremo de nossa Fé fluiu em numerosas mensagens que tanto exaltam os triunfos da Causa como oferecem recomendações para enfrentar as novas si­tuações e necessidades por elas criadas.

À medida que o ritmo do trabalho de en­sino ganha ímpeto há uma crescente urgên-

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cia e importância de se aplicar esta visão es­clarecedora ao trabalho à mão. Por este mo­tivo coligimos vários excertos de cartas escri­tas pela Casa Universal de Justiça ou em seu nome, com referência ao ensino às massas e assuntos afins e estamos compartilhando uma cópia com cada um de vocês.

Grande parte deste material lhes será fa­miliar; algum será novo. Todo ele será visto sob um novo prisma quando lido conjuntamen­te neste formato. Preocupações suo resolvidas, equívocos desaparecem, e nossa visão é estimu­lada pelo fluxo límpido de sua inspiração divi­na. Nós os solicitamos e a seu Corpo a estuda­rem-no em conjunto com a compilação suma­mente valiosa preparada pela Casa de Justiça durante o Plano de Nove Anos, composta de ex certos dos escritos de Shoghi Effendi e de car­tas escritas em seu nome, concernentes à im­portância e escopo do trabalho de ensino entre as massas de diversos países e seus habitantes aborígenes e nativos. Foi liberada em 11 de maio de 1967 e desde então publicada em vá­rias línguas e formatos.

Encorajamos vocês a usarem este mate­rial em seus contatos com as Assembléias Es­pirituais Nacionais, os membros dos Corpos Auxiliares e os crentes, como acharem conve-

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niente e de acordo com as circunstâncias de suas diferentes áreas de serviço.

Com amorosas saudações bahá'ís, Centro Internacional de Ensino

cc: As Mãos da Causa de Deus Corpos Continentais de Conselheiros (Escritórios Centrais)

(Carta do Centro Internacional de Ensi­no, datada de 26.06.85, dirigida aos Cor­pos Continentais de Conselheiros.)

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1, "Quando as massas do gênero humano estão despertas e ingressam na Fé de Deus, um novo processo é posto em andamento e o crescimento de uma nova civilização tem iní­cio. Vejam o aparecimento do Cristianismo e do Islã. Estas massas são a plebe, mergulhada em suas próprias tradições, todavia receptiva à nova Palavra de Deus, através da qual, quando verdadeiramente se mostra sensível a ela, torna-se tão influenciada que transforma aqueles que entram em contato consigo.

Os padrões de Deus são diferentes da­queles dos homens. De acordo com os padrões dos homens, a aceitação de qualquer causa por pessoas de distinção, de fama e posição reconhecidas, determina o valor e a grandeza desta causa. Porém, nas palavras de Ba-há'u'lláh: "O chamado e a Mensagem que transmitimos nunca foram destinados a atin­gir ou beneficiar apenas um país ou somente um povo. A humanidade inteira deve aderir firmemente a qualquer coisa que lhe tenha

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sido revelada e concedida." Ou, ainda, 'Ele dotou cada alma com a capacidade para re­conhecer os sinais de Deus. Como teria Ele podido, de outro modo, cumprir Seu teste­munho aos homens — se sois dos que ponde­ram Sua Causa em seus corações?" Em paí­ses onde o ensino às massas foi bem sucedido, os bahá'ís despenderam seu tempo e esforços nas áreas das aldeias do mesmo modo como haviam anteriormente feito nas metrópoles e cidades. Os resultados mostram quão impru­dente é concentrar-se somente em um seg­mento da população. Cada Assembléia Nacio­nal, portanto, deve de tal maneira equilibrar seus recursos e harmonizar seus esforços que a Fé de Deus seja ensinada não somente àqueles que estão facilmente acessíveis, mas a todos os segmentos da sociedade, por mais remotos que possam estar.

As pessoas simples do mundo — e elas formam a grande maioria de sua população — têm o mesmo direito de conhecer a Causa de Deus como as demais. Quando os amigos estiverem ensinando a Palavra de Deus, de­vem ter o cuidado de dar a Mensagem com a mesma simplicidade com que é enunciada em nossos Ensinamentos, Em seus contatos devem mostrar amor genuíno e divino. O co­ração de uma alma iletrada é extremamente

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sensível; qualquer traço de preconceito por parte do pioneiro ou instrutor é imediatamen­te percebido.

Ao ensinar entre as massas, os amigos de­vem ser cuidadosos para não enfatizar os as­pectos caritativos e humanitários da Fé como um meio de conseguir declarações. A ex­periência tem mostrado que quando são ofe­recidas facilidades tais como: escolas, dispen-sários, hospitais ou mesmo roupas e alimento, ao povo que está sendo ensinado, muitas com­plicações surgem. O motivo primordial deve sempre ser a reação do homem à mensagem de Deus e o reconhecimento de Seu Mensa­geiro. Aqueles que se declaram bahá'ís devem ficar encantados com a beleza dos Ensina­mentos e tocados pelo amor de Bahá'u'lláh. Os declarantes não necessitam conhecer to­das as provas, história, leis e princípios da Fé, mas devem, durante o processo de se decla­rarem além de captar a centelha da Fé, ficar basicamente informados a respeito das Figu­ras Centrais da Fé, assim como a respeito da existência de leis que devem seguir e de uma administração a que devem obedecer.

Após a declaração, os novos crentes não devem ser deixados para fazer o que quise­rem. Através de correspondência e envio de visitantes, através de conferências e cursos

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de treinamento, esses amigos devem ser for­talecidos pacientemente e ajudados amorosa­mente a evoluírem para uma completa ma­turidade bahá'í. O amado Guardião, referin­do-se aos deveres das Assembléias Bahá'ís com a assistência ao crente recém-declarado, escreveu: ' . . . os membros de cada Assem­bléia devem esforçar-se, por meio de sua pa­ciência, seu amor, seu tato e sabedoria, para estimular o recém-chegado, após sua admis­são, à maturidade bahá'í e conquistá-lo gra­dualmente para uma aceitação sem reservas a tudo que foi ordenado nos Ensinamentos."

(De uma carta datada de 13 de julho de 1964, escrita pela Casa Universal de Jus­tiça a todas as Assembléias Espirituais Nacionais)

* *

2. "Graças às esplêndidas vitórias na con­versão em larga escala, que a Fé de Ba-há'u'lláh ingressou em uma nova fase de seu desenvolvimento e estabelecimento em todo o mundo. É imperativo, conseqüentemente, que o processo de ensino às massas' não só seja mantido, mas acelerado. A estrutura do comi­tê de ensino que cada Assembléia Nacional po-

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de adotar para assegurar os melhores resulta­dos no âmbito de seu trabalho de ensino, é um assunto deixado inteiramente à sua discreção, mas uma estrutura de ensino eficiente terá que existir, de modo que as tarefas sejam le­vadas a cabo com presteza e de acordo com os princípios administrativos de nossa Fé. Dentre os crentes nativos de cada país, instruto­res viajantes competentes devem ser selecio­nados e projetos de ensino elaborados. Nas palavras de nosso amado Guardião, comen­tando a respeito do trabalho de ensino na América Latina: 'Apoio vigoroso e continuado deve ser dado às atividades meritórias e vi­talmente necessárias, iniciadas pelos instruto­res viajantes... nativos, . . . os quais, à me­dida que a enorme tarefa progride, devem progressivamente suportar o impacto da res­ponsabilidade pela propagação da Fé em seus torrões nativos.'

Enquanto o vital trabalho de ensino pro­gride, cada Assembléia Nacional deve sempre ter em mente que a expansão e a consolida­ção são processos inseparáveis que devem ir juntos. A interdependência destes processos é melhor elucidada na passagem seguinte dos escritos do amado Guardião: 'Toda investida em novos campos, cada multiplicação de ins­tituições bahá'ís, deve ser igualada por um

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entranhar mais profundo das raízes que sus­tentam a vida espiritual da comunidade e as­seguram seu desenvolvimento sadio. Desta ne­cessidade vital, sempre presente, a atenção jamais deve ser desviada, nem, sob quaisquer circunstâncias, deve ela ser negligenciada ou subordinada à tarefa não menos vital e ur­gente de assegurar a expansão externa das instituições bahá'ís. Que esta comunidade... possa manter o equilíbrio apropriado entre estes dois aspectos essenciais de seu desenvol­vimento . . . é a esperança, ardente de meu co­ração.' Assegurar que a vida espiritual do crente individual é enriquecida continuamen­te, que as comunidades locais estejam tornan­do-se progressivamente conscientes de seus deveres coletivos e que as instituições de uma administração em desenvolvimento estejam eficientemente operando, é, conseqüentemen­te, tão importante como expandir a novos campos e recolher as multidões à sombra da Causa.

Estes objetivos somente podem ser alcan­çados quando cada Assembléia Espiritual Na­cional tomar as providências apropriadas para todos os amigos serem aprofundados no conhecimento da Fé. As Assembléias Espiri­tuais Nacionais em consulta com as Mãos da Causa, que são os Porta-Estandartes do Plano

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de Nove Anos, devem se valer da ajuda dos Membros dos Corpos Auxiliares, os quais jun­tamente com os instrutores viajantes selecio­nados pela Assembléia ou seus Comitês de Ensino, devem ser continuamente encoraja­dos a dirigir cursos de aprofundamento em Institutos de Ensino e a fazer visitas regula-res a Assembléias Espirituais Locais. Os visi­tantes, quer sejam Membros dos Corpos ou instrutores viajantes, devem, em tais ocasiões, reunir-se não só com as Assembléias Locais mas, naturalmente, com os meinbros da co­munidade local, coletivamente em reuniões gerais e até, se necessário, individualmen­te em seus lares.

Os assuntos a serem discutidos em tais reuniões com a Assembléia Local e os amigos devem incluir, entre outros, os seguintes pon­tos:

1. A extensão da difusão e envergadura da Fé hoje em dia;

2. A importância das orações obrigató­rias diárias (pelo menos a oração curta);

3. A necessidade de educar as crianças baháls nos Ensinamentos da Fé e de encorajá-las a memorizar algumas das orações;

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4. Estimular a juventude a participar da vida comunitária através de pa­lestras, etc, e de terem suas próprias atividades, se possível;

5. A necessidade de aterem-se às leis do casamento, isto é, a necessidade de ter uma cerimônia bahá'í, de obte­rem o consentimento dos pais, de observarem monogamia; fidelidade após o casamento; do mesmo modo a importância de abstinência, de to­das as bebidas e drogas intoxicantes;

6. O Fundo local e a necessidade dos amigos compreenderem que o ato voluntário de contribuir para o Fun­do é tanto um privilégio como uma obrigação espiritual. Também deveria haver debate dos vários métodos que poderiam ser seguidos pelos amigos para facilitar suas contribuições e os meios franqueados à Assembléia na utilização de seu Fundo local para servir os interesses de sua comuni­dade e da Causa;

7. A importância da Festa de Dezenove Dias e o fato de que deve ser uma ocasião alegre e o ponto de reunião de toda a comunidade;

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8. A maneira de eleição, com tantas sessões de treinamento quanto ne­cessárias, incluindo o ensino de métodos simples de votação para ile-trados, tais como ter uma casa cen­tral como o local de votação e provi­denciar para que uma pessoa alfabe­tizada, ainda que só uma criança, es­teja presente nesta casa durante o dia inteiro, se necessário;

9. Por último, porém não de menos destaque, o importantíssimo traba­lho de ensino, tanto na localidade como nos centros vizinhos, assim como a necessidade de continuamente aprofundar os amigos nos fundamen­tos da Fé. Os amigos devem ser le­vados à compreender que ao ensina­rem a Fé para outros, devem não só aspirar a ajudar a alma sedenta a unir-se à Fé, mas também em torná-la uma instrutora da Fé e seu esteio operante.

Todos os pontos acima, naturalmente, devem ser ressaltados dentro da estrutura da importância da Assembléia Espiritual Local, que deve ser encorajada a dirigir vigorosa­mente sua atenção a estas funções vitais e a

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tornar-se o genuíno coração da vida comuni­tária de sua própria localidade, mesmo que suas reuniões sejam oneradas com os proble­mas da comunidade. Os amigos* locais devem compreender a importância da lei da consulta e conscientizarem-se de que é à Assembléia Espiritual Local que devem se volver, sujei­tando-se à suas decisões, apoiando seus pro­jetos, cooperando irrestritamente com ela em sua tarefa de promover os interesses da Cau­sa, e procurando seu conselho e orientação na solução de problemas pessoais e na adjudica­ção de contendas, caso alguma surja entre os membros da comunidade."

(De uma carta datada de 2 de fevereiro de 1966, escrita pela Casa Universal de Justiça a todas a,s Assembléias Espiri­tuais Nacionais Engajadas no Trabalho de Ensino às Massas.)

* * *

3. "É nossa esperança e crença que esta com­pilação os orientará e ajudará a apreciar me­lhor o modo de apresentação dos ensinamen­tos da Pé, a atitude que deve dirigir aqueles responsáveis pela aceitação de novos crentes, a necessidade de educar os recém-registrados

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bahá'ís, de aprofundá-los nos ensinamentos e de apartá-los gradualmente de suas velhas lealdades, a necessidade de manter um equi­líbrio apropriado entre a expansão e a conso­lidação, a importância da participação dos crentes nativos de cada país no trabalho de ensino e na administração dos assuntos da comunidade, a elaboração de orçamentos den­tro das capacidades financeiras da comuni­dade, a importância de fomentar o espírito de auto-sacrifício nos corações dos amigos, a meritória meta de cada comunidade nacional tornar-se auto-suficiente, a preferência de in­dividualidade de expressão à uniformidade absoluta, dentro da estrutura da Ordem Ad­ministrativa, e o valor duradouro da dedica­ção e devoção quando envolvidas no trabalho de ensino."

(De uma carta, datada de 11 de maio de 1967, escrita pela Casa Universal de Jus­tiça às Assembléias Espirituais Nacionais)

4. "Muitas Assembléias Espirituais Nacionais, na execução de seus planos para a expansão e consolidação, verificaram ser necessário a

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escolha de vários crentes para o serviço como instrutores viajantes. Embora apreciemos os serviços valiosos que estes instrutores viajan­tes já prestaram, ainda assim estamos pro­fundamente conscientes dos problemas com os quais suas Assembléias Nacionais se depa­ram em seu desejo de levar a cabo seus pro­gramas de ensino com a maior presteza pos­sível. A finalidade desta carta é chamar sua atenção para o fato de que estes problemas bem poderiam ser minimizados se a escolha de tais instrutores fosse feita com grande cuidado e discreção.

Deve-se compreender que pessoas que em sua maior parte são iletradas não podem ter o benefício de ler por si próprias a palavra es­crita e de derivar diretamente dela o sustento espiritual que necessitam para o enriqueci­mento de suas vidas bahá'ís. Tornam-se, por­tanto, em grande parte dependentes de seus contatos com instrutores visitantes. O calibre espiritual ou a qualidade moral destes instru­tores assume, portanto, grande importância. A Assembléia Espiritual Nacional ou os Co­mitês de Ensino responsáveis pela escolha destes instrutores devem ter em mente que sua escolha deve depender, não só do conhe­cimento ou compreensão dos ensinamentos por parte dos instrutores, mas primariamen-

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te de seu espírito puro e seu genuíno amor pela Causa, e sua capacidade de transmitir este espírito e amor para outros.

. . . Que resultados maravilhosos serão em breve testemunhados nas áreas sob sua juris­dição se planejarem meios para assegurar, tanto quanto as circunstâncias o permitam, que os instrutores viajantes que estão encora­jados a circular entre os amigos sejam to­dos . . . almas puras e santificadas, motivados tão somente por devoção verdadeira e auto-sacrifício em seus serviços à Sagrada Causa de Deus."

(De uma carta datada de 26 de outubro de 1967, escrita pela Casa Universal de Justiça às Assembléias Espirituais Nacio­nais Engajadas no Ensino às Massas)

* * *

5. "A meta, predominante do trabalho de en­sino, no presente momento, é a de levar a mensagem de Bahá'u'lláh a todas as camadas da sociedade humana e a todas as ocupações. Uma resposta ávida aos ensinamentos fre­qüentemente será encontrada nas esferas mais inesperadas e qualquer resposta deste

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tipo deve ser rapidamente levada avante, pois o sucesso em uma área fértil desperta uma resposta naquelas que estavam inicialmente desinteressadas.

A mesma apresentação dos ensinamentos não atrairá a todos; o método de expressão e a maneira de abordagem deve ser variada de acordo com a perspectiva e os interesses do ouvinte. Uma maneira de abordagem que te­nha a intenção de interessar a todos, geral­mente resultará na atração da classe média, deixado ambos os extremos intocados. Não se deve poupar nenhum esforço para assegurar que a Palavra curadora de Deus alcance os ricos e os pobres, os instruídos e os iletrados, os velhos e os jovens, o devoto e o ateísta, os moradores das colinas e ilhas remotas, os ha­bitantes das cidades apinhadas, o homem de negócios do subúrbio, o trabalhador nas fa­velas, o homem tribal, nômade, o lavrador, o estudante universitário; todos têm que ser, conscientemente, abrangidos pelos planos de ensino da Comunidade Bahá'í.

Enquanto que planos devam ser cuidado­samente feitos e todo meio útil adotado na promoção deste trabalho, suas Assembléias nunca devem deixar que tais planos eclipsem a verdade brilhante de que o que atrai as con­firmações divinas é a pureza de coração, o

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desprendimento, a retidão, a devoção e o amor do instrutor e é o que o capacita, por mais ignorante que ele seja no aprendizado das coi­sas do mundo, a conquistar os corações de seus semelhantes paxá a Causa de Deus."

(De uma carta datada de 31 de outubro de 1967, escrita pela Casa Universal de Justiça às Assembléias Espirituais Nacio­nais)

* * *

"Vocês realizaram um início auspicioso durante os primeiros anos do Plano, e para que agora estes troféus conspícuos não fujam de suas mãos, sua atenção tem que estar fo­calizada nas exigências mais urgentes do mo­mento, a de manter o equilíbrio entre con­quistar novos convertidos e aprofundar o co­nhecimento dos crentes na história e nos fun­damentos da Fé. Sua Assembléia Nacional de­ve inspirar os amigos através de suas cartas, seu conselho sábio e amoroso, e suas visitas pessoais, de modo a que se tornem imbuídos com o espírito da Fé e do amor de seus ensina­mentos. Sob sua orientação devem se levan­tar e, se necessário? serem treinados para fu-

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turas atividades de pionerismo através do país. Devem estar constantemente em con­tato com a massa dos crentes. Sua supervisão de um programa de aprofundamento, a ser executado em escala nacional, deve ser vigo­roso e constante. É somente desta forma que suas Assembléias Espirituais Locais podem ser fortalecidas, podem tornar-se firmes e só­lidas e não mais dependerem da presença de um único pioneiro."

(De uma carta datada de 15 de dezembro de 1968, escrita pela Casa Universal de Justiça a uma Assembléia Espiritual Na­cional)

* * *

7. "As Assembléias Espirituais Nacionais es­tão em melhor situação para avaliar o traba­lho global da Fé em suas áreas e foram in­cumbidas da responsabilidade primordial de guiar a expansão e a consolidação.

Como sabem, o amado Guardião enfati­zou que estes são processos gêmeos do traba­lho de ensino e devem ir juntos. Tanto seria errado enfatizar a expansão às custas da con­solidação, como enfatizar a consolidação às

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custas da expansão. Deve haver um equilíbrio. Porém, um pedido de ênfase pela Assembléia Espiritual Nacional a qualquer um dos pro­cessos, não implica na cessação do outro.

Os crentes individualmente são pedidos a transmitir a Mensagem e a se engajarem em atividades individuais de ensino. Entretanto, atividades de ensino organizadas pela Assem­bléia Espiritual Nacional estão totalmente sob a sua orientação e serão conduzidas à sua pró­pria discrição, como as circunstâncias o indi­carem.

(De uma carta datada de 13 de dezembro de 1971, escrita pela Casa Universal de Justiça a um crente individual)

* * *

8. "Neste estágio de desenvolvimento da Fé, existem muitas experiências novas sendo rea­lizadas no campo de ensino e também no tra­balho de consolidação. É óbvio que nem todas estas experiências terão sucesso. Muitas têm grandes méritos, enquanto outras, pouco ou nenhum. Entretanto, no presente período de transição e crescimento rápido da Causa, deve­mos diligentemente procurar pelo mérito de

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todo método delineado para ensinar e apro­fundar as massas."

(De uma carta datada de 22 de março de 1973, escrita pela Casa Universal de Jus­tiça a um crente individual)

* *

9 " . . . consolidação verdadeira é garantir que o amor de Bahá'ulláh e a devoção à Sua Fé estão firmemente enraizados nos corações dos crentes; esta é a, base essencial para a adição subseqüente de crescente conhecimen­to dos Ensinamentos e o desenvolvimento da maneira de vida bahá'í."

(De uma carta datada de 3 de novembro de 1974, escrita pela Casa, Universal de Justiça a uma Assembléia Espiritual Na­cional)

* * *

10 "A Casa de Justiça.. . nos instruiu para ressaltar que a proclamaçao, a expansão e a consolidação são na, realidade três aspectos di­ferentes do ensino, os quais, até certo ponto, fundem-se um no outro e, conseqüentemente,

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em um amplo grau, compete a cada As­sembléia Espiritual Nacional de decidir como irá alocar estes diferentes aspectos a comitês, levando em consideração o volume de traba­lho e a condição de cada país."

(De uma carta datada de 27 de fevereiro de 1975, escrita em nome da Casa Uni­versal de Justiça a uma Assembléia Espi­ritual Nacional)

^ % ^

11. "Nós, também, concordamos com a ob­servação que fazem... a respeito da concen­tração dos 'esforços de ensino' do Corpo Con­tinental de Conselheiros no fortalecimento de Assembléias Espirituais Locais. Recomenda­mos que os urjam a ler cuidadosamente a car­ta que estamos prestes a liberar para todas as Assembléias Espirituais Nacionais do mundo e pedimos que encorajem os Conselheiros a tentarem alcançar um equilíbrio entre as ati­vidades de ensino patrocinadas localmente e os projetos orientados nacionalmente, que deve­riam ser executados pela Assembléia Espiri­tual Nacional e seus comitês, dentro dos limi­tes de mão de obra e de recursos financeiros à

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sua disposição e com uma presteza que capa­citaria a consolidação a ser efetiva.

Deveria ser ressaltado aos Conselheiros que a concentração de todos os esforços de en­sino nas Assembléias Espirituais Locais, como indicaram em sua carta à vocês, não é nem prático nem sábio."

(De uma comunicação datada de 13 de maio de 1975, escrita pela Casa Univer­sal de Justiça ao Centro Internacional de Ensino)

12. "Ensinar a Fé abarca muitas atividades diferentes, todas as quais são vitais para o su­cesso, e cada uma das quais fortalece as ou­tras. Repetidamente o amado Guardião enfa­tizou que expansão e consolidação são aspec­tos gêmeos e inseparáveis do ensino que de­vem avançar simultaneamente; não obstante, ainda ouve-se crentes discutindo as virtudes de um versus o outro. O propósito do ensino não está completo quando uma, pessoa declara que aceitou a Bahá'u'lláh como o Manifestante de de Deus para esta era; o propósito do ensino é atrair seres humanos para a Mensagem divi­na e de tal modo imbuí-los com seu espírito que se dediquem a seu serviço, e este mundo

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se tornará outro mundo e seu povo outro povo. Tendo isto em mente, uma declaração de fé é meramente um marco ao longo do ca­minho — se bem que muito importante. Ensi­nar pode também ser comparado ao acender um fogo, o fogo do amor, nos corações dos ho­mens. Se um fogo somente queima enquanto o fósforo é mantido junto a ele, não se pode dizer verdadeiramente que tenha sido aceso; para estar aceso deve continuar a queimar es­pontaneamente. Daí em diante mais combus­tível pode ser adicionado e a chama pode ser abanada, mas um fogo verdadeiramente ace­so, mesmo se deixado só por um período, não será apagado pelo primeiro sopro do vento.

O objetivo, portanto, de todas as institui­ções e instrutores bahá'ís, é avançar continua­mente para novas áreas e camadas da socie­dade, com tal perfeição que, quando a cente­lha da fé inflama os corações dos ouvintes, o ensino dos crentes prossegue até que, e mes­mo após, ombrearem suas responsabilidades como bahá'ís e participarem tanto no ensino como no trabalho administrativo da Fé.

Existem agora muitas áreas no mundo onde milhares de pessoas aceitaram a Fé tão rapidamente que têm estado além da capaci­dade das comunidades bahá'ís existentes con­solidar adequadamente estes progressos. O po-

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vo nestas áreas deve ser progressivamente aprofundado em sua compreensão da Fé, de acordo com planos bem elaborados, de modo que suas comunidades possam, assim que pos­sível, se tornar fontes de grande apoio para o trabalho da Fé e começar a manifestar o pa­drão de vida bahá'í."

(De uma carta datada de 25 de maio de 1975, escrita pela Casa Universal de Jus­tiça para todas as Assembléias Espiri­tuais Nacionais)

* * *

13. "A meticulosidade com que seu Comitê Nacional de Ensino e Consolidação e seus sub-comitês estão indo ao encalço das metas do Plano que lhes foram atribuídas é digna de grande louvor. É a esperança da Casa Uni­versal de Justiça que os excelentes planos que foram adotados sejam implementados, por mais difícil e desafiadora que a tarefa possa ser. Estes projetos nacionalmente orientados, entretanto, devem ser apoiados por atividades de ensino localmente patrocinadas, levadas a cabo por Assembléias Espirituais Locais. Combinando os dois níveis de atividades ba-há'ís, e procurando obter a colaboração

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dos Conselheiros para proverem a guia e o estímulo aos membros do Corpo Au­xiliar e seus ajudantes no nível local, serão ob­tidos excelentes resultados e suas altas aspira­ções quanto ao trabalho de expansão e conso­lidação serão plenamente realizadas."

(De uma carta datada de 7 de outubro de 1975, escrita pela Casa Universal de Jus­tiça a uma Assembléia Espiritual Nacio­nal)

* * *

14. "É tranqüilizador saber que o objetivo básico do ensino é promover a Causa de Deus — não meramente para aumentar números a bem de números. Entretanto, ao aplicar este princípio, deve-se ter cuidado a fim de que não nos tornemos tão rígidos que excluamos de nossos registros aquelas almas que estão à espera, as quais foram tocadas pelo espírito da Fé sem serem muito instruídas a respeito de todos os Ensinamentos.

Uma Assembléia Espiritual Local deve ser formada em qualquer localidade onde residam nove ou mais crentes adultos. O fato de que alguns deles não têm conhecimento sólidos da Fé não é razão para retardar a formação da

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Assembléia, meramente uma questão que deve ser tratada separadamente.

(De uma carta datada de 23 de novembro de 1975, escrita pela Casa Universal de Justiça para uma Assembléia Espiritual Nacional)

* * *

15. "Há naturalmente, muitas maneiras de se ensinar e cada crente deveria seguir os mé­todos para os quais sente ter mais aptidão. A questão importante não é tanto o método, como o entusiasmo, a eficácia e a devoção, com a qual o trabalho de ensino é levado a cabo."

(De uma comunicação datada de 16 de de­zembro de de 1976, escrita apela Casa Uni­versal de Justiça ao Centro Internacional de Ensino)

* * *

16. ".. .Nesta etapa de desenvolvimento da Causa, é essencial que diligentemente procure­mos pelo mérito em todo método delineado para ensinar e aprofundar as massas."

(De uma carta datada de 26 de fevereiro de 1978, escrita em nome da Casa Univer­sal de Justiça a um crente individual)

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17. "O trabalho de ensino, tanto o organiza do pelas instituições da Fé, como aquele que é o fruto da iniciativa individual, deve ser ativa­mente levado avante, de modo que haja nú­meros crescentes de crentes, conduzindo mais países ao estágio de entrada em tropas e final­mente à conversão em massa.

Este trabalho de ensino deve incluir pronta, meticulosa e contínua consolidação, de modo que todas as vitórias sejam salvaguar­dadas, o número de Assembléias Espirituais Locais seja aumentado e as bases da Causa re­forçadas."

(De uma carta datada do Ridván de 1978, escrita pela Casa Universal de Justiça aos baháls do mundo)

* *

18. "A Fé de Deus não avança em um ritmo uniforme. Algumas vezes é como o avanço do mar quando a maré está enchendo. Encon­trando um banco de areia, a água parece ser retida, porém, com uma nova onda, avoluma-se e avança, inundando para além da barreira que a havia detido por algum tempo. Se os amigos tão somente persistirem em seus es-

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forços, o efeito acumulativo de anos de traba­lho aparecerá repentinamente."

(De uma carta datada de 27 de julho de 1980, escrita pela Casa Universal de Jus­tiça a uma Assembléia Espiritual Na­cional)

* * *

19. "Sua profunda preocupação a respeito da relativa inatividade de uma larga porção da, comunidade bahá l . . . no campo de ensi­no, é compartilhado por sua Assembléia Espi­ritual Nacional e é expressado em sua cor­respondência e relatórios ao Centro Mundial. A Casa de Justiça, entretanto, ressalta que há muitas maneiras diferentes de ensinar a Fé e cada crente tem liberdade de adotar o método que considera ser mais efetivo. A as­sembléia Nacional, embora tendo a responsa­bilidade de encorajar todos os crentes em seus serviços, não pode determinar que todos os amigos adotem os mesmos métodos. Deve, todavia, prevenir-se contra os extremos que alguns possam chegar em seu entusiasmo e que, a longo prazo, poderiam prejudicar a Causa."

(De uma carta datada de 5 de outubro de 1980, escrita, em nome da Casa Uni­versal de Justiça a um crente individual)

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20. "...Como sabem, o amado Guardião encorajou o pronto registro dos novos cren­tes após suas declarações e não a criação de obstáculos para sua aceitação. Após a declara­ção, é imperativo dar-se prosseguimento com o aprofundamento e pode ser que alguns ve­nham a afastar-se. Todavia, aqueles que per­manecem são os verdadeiros frutos do esfor­ço de ensino e podem incluir pessoas de gran­de mérito que poderiam ter sido perdidas para a Causa através de prematuros julga­mentos arbitrários."

(De uma carta datada de 18 de novembro de 1980, escrita em nome da Casa Uni­versal de Justiça a um crente individual)

* * *

21. "Os problemas com que estão se defron­tando para se manterem em contato com os crentes sob sua jurisdição não são inusitados, especialmente naquelas áreas onde grandes números de bahá'ís se registraram na Fé, O objetivo importante que se deve ter em men­te é de continuamente procurar meios para alcançar este fim. A seleção e o treinamento de crentes chaves é um método que teve su­cesso e, desde que vocês foram capazes de

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prontamente reunir equipes de ensino na cam­panha mencionada anteriormente, talvez pos­sam utilizar tais equipes para a consolidação daquelas áreas."

(De uma carta datada de 16 de março de 1981, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a uma Assembléia Espiritual Nacional)

* * *

22. "O segundo problema ocorre mais fre­qüentemente em países tais como aqueles na África, onde há entrada em tropas. Em tais países é comparativamente fácil de trazer grandes números de novos crentes para a Fé, e isto é uma experiência tão emocionante que instrutores visitantes muitas vezes tendem a preferir fazer isso do que a ajudar com o trabalho de consolidação. Contudo, é em con­solidação que instrutores viajantes do exterior muitas vezes podem ser mais úteis à comuni­dade. A Casa de Justiça acredita que este pro­blema pode ser atenuado por seus Comitês, se incutirem nos instrutores viajantes que eles devem aderir estritamente às orientações que lhes forem dadas pelos comitês de ensino e Assembléias Espirituais do lugar, e subor-

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dinarem seus próprios desejos à necessidade de prestarem seus serviços nos campos onde forem mais urgentemente necessitados. Deve ser ressaltado, especialmente se forem desig­nados para o trabalho de expansão, que de­vem recordar-se que consolidação é um ele­mento essencial e inseparável do ensino e se forem a uma área remota e registrarem, cren­tes aos quais ninguém será capaz de visitar outra vez em futuro próximo, bem poderão es­tar fazendo um desserviço àquelas pessoas e à Fé. Dar às pessoas esta gloriosa Mensagem e então deixá-las abandonadas, produz decep­ção e desilusão, de modo que, quando vem a ser possível levar a cabo o ensino correta­mente planejado àquela área, os instrutores bem poderão encontrar as pessoas resistentes à Mensagem. O primeiro instrutor, que foi des­cuidado da consolidação, em vez de plantar e nutrir as sementes da fé, de fato 'inoculou' as pessoas contra a Mensagem Divina e tor­nou o ensino subseqüente muito mais difícil.

Ao mesmo tempo que as advertências da­das acima devem ser cuidadosamente conside­radas pelos Comitês Continentais de Pioneiros, nada deve ser feito para diminuir o zelo dos amigos para se levantar a fim de levar a cabo a injunção de Bahá'u'lláh para ir de lugar a lugar. O seu desejo de se oferecer como instru-

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tores viajantes deve ser encorajado pelos Co­mitês Continentais de Pioneiros, na medida em que isto estiver a seu alcance, e quando os ami­gos tiverem se voluntariado, devem ser amo­rosamente guiados, de modo que os máximos resultados sejam obtidos de suas visitas.

(De uma carta datada de 16 de abril de 1981, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a todos os Comitês Continen­tais de Pioneiros)

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23. "A consolidação é uma parte tão vital do trabalho de ensino como a expansão. É este aspecto do ensino que ajuda os crentes a aprofundarem seu conhecimento e compre­ensão dos Ensinamentos e inflama a sua de­voção a Bahá'u'lláh e a Sua Causa, de modo que, por sua própria vontade, continuarão o processo de seu desenvolvimento espiritual promoverão o trabalho de ensino, e fortalece­rão o funcionamento de suas instituições ad­ministrativas. A consolidação apropriada é es­sencial à preservação da saúde espiritual da comunidade, à proteção de seus interesses, à preservação de seu bom nome, e, em última análise, para o continuação do próprio traba­lho de expansão.

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Se uma Assembléia Espiritual Nacional verifica que seu Comitê Nacional de Ensino não pode devotar suficiente atenção ao tra­balho de consolidação, não deveria hesitar em nomear, adicionalmente, comitês especiais para a consolidação. As atividades que estão dentro desta categoria incluem a organização da rota percorrida periodicamente por instru­tores viajantes especializados em trabalho de consolidação; a realização de escolas de verão e inverno, institutos e conferências de fim de semana; o início e o funcionamento de esco­las tutelares; a disseminação de literatura bahá'í e o encorajamento de seu estudo pe­los amigos; e a organização de cursos e ins­titutos especiais para membros de Assembléias Espirituais Locais.

Nos cursos para membros de Assembléias Locais deve ser dada atenção especial ao sig­nificado da Assembléia e a importância de participar de suas reuniões; às funções e aos deveres dos oficiais da Assembléia, especial­mente àqueles do secretário, do desempenho apropriado de cujas responsabilidades depen­de em grande parte o funcionamento eficien­te da Assembléia; à importância de tornar a Palavra de Deus facilmente acessível aos ami­gos e de realizar aulas regulares de aprofun­damento onde os Ensinamentos podem ser es-

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tudados e discutidos; à necessidade vital da oração e ao valor de realizar-se reuniões para orações matinais, onde e quando viável; à rea­lização apropriada das Festas de Dezenove Dias e à comemoração dos Dias Sagrados Bahá'ís e aniversários; à necessidade de se dar atenção especial à educação das crianças; e ao valor de se organizar reuniões sociais, tais como pique-niques, encorajando os amigos a se associa­rem, assim como com seus amigos não-bahá'-ís, em amor e fragrância.

As atividades de consolidação fomentam o desenvolvimento espiritual individual dos amigos, ajudam a unir e fortalecer a vida co­munitária bahá'í, estabelecem novos padrões sociais para os amigos, e estimulam o trabalho de ensino."

(De uma carta datada de 17 de abril de 1981, escrita em nome da Casa Universal de Justiça às Assembléias Espirituais Na­cionais)

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24. "Você afirma que sua Assembléia Espi­ritual Local decidiu parar o esforço de ensino às massas temporariamente, entretanto, não menciona outros tipos de empenhos de ensi-

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no. Ao mesmo tempo que é verdade que a ex­pansão e a consolidação devem ir juntas, co­mo menciona, isso não significa necessaria­mente que a atividade de ensino é limitada às massas. Você pode querer buscar junto a sua Assembléia um esclarecimento da decisão dela e recomendar que um esforço intensivo seja feito para levar a cabo tanto atividade de ensino como de consolidação. Independen­temente da ação que sua Assembléia tome, entretanto, nada impede que continue com seus próprios esforços de ensino, tanto atrain­do novos interessados como confirmando aqueles que já aceitaram a Bahá'u'lláh, sob a orientação, naturalmente, de sua Assembléia Local.

Você escreve que há um mal-entendido em toda.. . a respeito de ensino. Você pode, se desejar, compartilhar seus pensamentos com sua Assembléia Espiritual Nacional, vis­to que esta instituição é totalmente conscien­te da importância do processo dual de ensino e consolidação."

(De uma carta datada de 23 de março de 1982, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um crente individual)

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25. "Grande cuidado e discreção deve ser exercida na escolha de instrutores que esta­rão contatando pessoas, as quais, em sua maioria, são iletradas e não podem se benefi­ciar da leitura, por si mesmas, da palavra es­crita e são grandemente dependentes do que ouvem. Instrutores, sejam eles do lugar ou de fora, deveriam ser agudamente conscientes disto. O calibre espiritual e a qualidade moral destes instrutores, é de grande importância e, particularmente, deveriam ser de espíritD pu­ro e ter um amor genuíno pela Causa. Deve­riam ter a capacidade de transmitir este es­pírito e este amor para outros. Além disto, deveriam evitar métodos de coação em seus esforços para obter declarações de fé. A Casa de Justiça sugere que o seguinte excerto de uma carta recentemente escrita em seu no­me a um crente individual, esclarecerá mais este ponto:

'É verdade que Bahá'u'lláh impõe a todo bahál o dever de ensinar Sua Fé. Ao mesmo tempo, entretanto, somos proibi­dos de fazer prosélitos, assim é importante que todos os crentes compreendam a di­ferença entre ensinar e fazer proselitismo. É uma diferença significante e em alguns países onde ensinar uma religião é per-

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mitido, mas fazer proselitismo é proibido, a distinção é feita pela lei do país. Fazei proselitismo implica em exercer pressão indevida sobre alguém para mudar sua Fé. Também é entendido geralmente que envolve a feitura de ameaças ou a oferta de benefícios materiais como um induzi-mento à conversão. Em alguns países, es­colas ou hospitais missionários, a despei­to de todo o bem que fazem, são observa­dos com suspeita e até aversão pelas au­toridades locais, porque são considerados induzimentos materiais para a conversão e, portanto, instrumentos para fazer pro­selitismo.

Bahá'u'lláh, em As Palavras Ocultas, diz: "Ó Filho do Pó! Sábios são aqueles que não falam salvo se tenham quem ouça, assim como o portador da taça, que só oferece quando encontra quem a deseje, e o apaixonado que não exclama das pro­fundezas de seu coração antes de fitar a beleza de sua bem-amada...", e na pá­gina 100 de O Advento da Justiça Divi­na, uma carta que é essencialmente vol­tada a exortar os amigos para cumpri­rem suas responsabilidades de ensinar a Fé, Shoghi Effendi escreve: 'Devem ter

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cuidado, entretanto, em todas as ocasiões, para que, em seu zelo em promover os in­teresses internacionais da Fé, não frus­trem seu desígnio e, por qualquer ato que pudesse ser interpretado como tentativa de fazer prosélitos ou lhes exercer inde­vida pressão, afastem aqueles cuja ade­são à sua Causa desejam conquistar.' Al­guns bahá'ís, às vezes, ultrapassam os li­mites apropriados, mas isto não altera o princípio evidente.

A responsabilidade dos bahá'ís de ensi­nar a Fé é muito grande. A contração do mundo e a corrida progressiva dos acon­tecimentos requer que aproveitemos toda oportunidade nos dada para tocar os cora­ções e as mentes de nossos semelhantes A Mensagem de Bahá'u'lláh é a guia de Deus para a humanidade a fim de supe­rar as dificuldades desta era de transição e avançar para a próxima etapa de sua evolução, e os seres humanos têm o direito de ouvi-la. Aqueles que a aceitam ficam sujeitos ao dever de passá-la adiante para seus semelhantes. A vagarosidade da res­posta do mundo causou e está causando grande sofrimento; daí a pressão histórica sobre os bahá'ís para exercerem todo es-

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forço para ensinar a Fé por amor a seus semelhantes. Devem ensinar com entu­siasmo, convicção, sabedoria e cortesia mas sem pressionar seu ouvinte, tendo em mente as palavras de Bahá'u'lláh: '"Acautelai-vos para que não contendais com pessoa alguma; antes, com modos bondosos e a mais* convincente exorta­ção, esforçai-vos para tornar cada um consciente da verdade. Se vosso ouvinte atender, terá atendido em seu próprio proveito, e se não, afastai-vos dele e dirigi vossa face à sagrada Corte de Deus, sede de resplandencente santida­de." (Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh, CXXVIII)

Com respeito à prática de apressar con­tatos a assinar cartões de registro, sem, como se diz, lhes dar tempo para considerar o passo que estão dando, devemos ter em mente que a assinatura e um cartão, no sentido de que representa o registro da data de declaração de fé e dados sobre o declarante, é para satis­fazer requisitos administrativos, possibilitando o registro do novo crente na comunidade. As implicações mais profundas da declaração de fé estão entre o indivíduo e Deus. A Casa de Justiça nos solicita a compartilhar os seguintes

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excertos de cartas escritas em nome de Sho-ghi Effendi que relacionam-se com o assunto:

'O processo de se tornar um bahá'í é ne­cessariamente vagaroso e gradual. O es­sencial não é que o novato deva ter um conhecimento completo e detalhado da Causa, algo que, obviamente, é impossível na grande maioria dos casos, mas que de­va, por um ato de sua própria vontade, es­tar disposto a sustentar e seguir a ver­dade e a orientação exposta nos Ensina­mentos e, assim, abrir seu coração e sua mente para a realidade do Manifestante.' ' . . . os amigos devem ser muito cuidadosos para não colocarem obstáculos no cami­nho daqueles que desejam aceitar a Fé. Se fizermos as exigências demasiadamente rigorosas, esfriaremos o entusiasmo ini­cial, repeliremos os corações e cessaremos de expandir rapidamente. A coisa essen­cial é que o candidato a registro deva crer em seu coração na verdade de Bahá'u'-lláh. Quer seja letrado ou iletrado, infor­mado de todos os Ensinamentos ou não, é totalmente irrelevante. Quando a centelha da fé existe, a Mensagem essencial aí está, e, gradualmente, tudo o mais pode ser adi­cionado.'

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Você questionou se é apropriado o regis­tro de pessoas que têm caráter duvidoso ou são mentalmente débeis ou fracas. A aceita­ção de uma pessoa na comunidade bahá'í não deve ser baseada ao fato se está levando uma vida exemplar, mas, sim, se a Assembléia está razoavelmente certa de que é sincera em sua declaração de fé em Bahá'u'lláh, e que tem conhecimento das leis que afetariam sua con­duta pessoal, a fim de que não entre na, comu­nidade equivocada. A questão de instabilida­de mental não tem relação com a aceitação de um registro a menos que seja de tal na­tureza que afete a capacidade do declarante de julgar se ele crê ou não em Bahá'u'lláh."

(De uma carta datada de 5 de maio de 1982, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um crente individual)

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26. "Como você bem sabe, através de repe­tidas declarações nas Escrituras, a expansão e consolidação são processos indispensáveis do trabalho de ensino que vão juntos. Todavia, o grau em que um processo pode receber maior ênfase do que o outro, durante um tempo es­pecífico, sob circunstâncias específicas, é uma

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questão a ser determinada pela Assembléia Espiritual interessada ou seu comitê de ensi­no. A Casa de Justiça tem certeza que suas perguntas sobre a situação em sua área podem ser respondidas através de consulta com a en­tidade responsável pela orientação das ativi­dades de ensino."

(De uma carta datada de 9 de julho de 1984 escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um crente individual)

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