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110-(14) declaradas perdidas a favor do Estado, bem como os objectos que lenham servido ou estivessem destinados a servir para a pnitica da infrac<;:iioe ainda 0 produto que resulte dessa mesma infrac<;:iio. ARTIG033 (Penas acessorias) As san<;:6esprevistas na presente Lei podem ser aplicadas concomitantemente com uma ou mais das seguintes penas acessorias: a) priva<;:iiodo direito de participar em concurso publico que tenham por objecto 0 fomecimento de bens e servi<;:osou a atribui<;:iiode licen<;:a; b) encerramento, total ou parcial, do estabelecimento ate a verifica<;:iiode que a situa<;:iioque motivou a aplica<;:iio da pena e da san<;:iioacess6ria se en contra corrigida; c) suspensiio ou cancelamento da licen<;:a. CAPITULO IX Disposit;oes Finais ARTIG034 (Normas subsidiarias) Em tudo 0 que nao estiver expressamente previsto na presente Lei, aplica-se subsidiariamente as normas constantes das Leis do Ambiente, de Minas, Regulamento de Seguran<;:a Tecnica e de Saude para Actividades GeoI6gico-Mineiras, Regulamento de Transporte Automovel, Regulamento ·sobre Gestao de Residuos, Conven<;:6es Intemacionais e Protocolos ratificados por Mo<;:ambique. ARTIG035 (Competencia regulamentar) Compete ao Conselho de Ministros regulamentar a presente Lei, no prazo de 180 dias, ap6s a data da sua publica<;:iio. ARTIG036 (Revogagao) E revogada toda legisla<;:ao que contrarie a presente Lei. ARTlG037 (Entrada em vigor) A presente Lei entra em vigor na data da sua publica<;:ao. Aprovada pela Assembleia da Republica, aos 11 de Novembro de 2010. A Presidente da Assembleia da Republica, Veronica Nataniel Macamo Dlhovo. Promulgada em 4 de Janeiro de 2011. Publique-se. o Presidente da Republica, ARMANDo EMtuO GUEBUZA. Lei n.o 7/2011 de 11 de Janeiro Havendo necessidade de criar 0 regime jurfdico do voluntariado e actividades afins, que assenta na tradi<;:ao e na hist6ria do povo mo<;:ambicano, consubstanciado no respeito, ISERIE-NUMERO I solidariedade e ajuda mutua, ao abrigo do disposto no n.o 1 do artigo 179 da Constitui<;:iio, a Assembleia da Republica determina: CAPITULO I Disposit;6es Gerais ARTIGOI (Objecto) A presente Lei estabelece 0 regime juridico do voluntariado e de realiza<;:aode actividades afins prestadas por pessoa singular ou colectiva, de direito publico ou privado, que tenha em vista o interesse publico. ARTIG02 (Ambito) A presente Lei aplica-se a' todo 0 cidadao, as entidades nacionais e estrangeiras que promovem 0 voluntariado na Republica de Mo<;:ambique. ARTIG03 (Definigao) Considera-se voluntariado, para efeitos da presente Lei, a pratica livre de ac<;:6esde interesse social e comunitario, no ambito de projectos, program as e outras formas de interven<;:ao para 0 beneflcio dos individuos e da comunidade, praticadas por entidades singulares e colectivas, publicas ou privadas, sem fins lucrativos. ARTIG04 (Natureza jurfdica) 1. 0 voluntariado niio gera vinculo laboral ou afim, mas 0 prestador pode ser ressarcido junto a entidade promotora, pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho do servi<;:o voluntario. 2. As despesas a serem ressarcidas ao voluntario devem ser com pro vadas junto a entidade promotora. ARTlG05 -... (Valor social) o Estado reconhece 0 valor social do voluntariado como expressao livre, activa e solidaria de promo<;:iioda cidadania e garante a sua autonomia e pluralismo. ARTIG06 (Princfpios fundamentais) o voluntariado obedece aos princfpios da solidariedade, da participa<;:ao, da coopera<;:ao, da complementaridade, da gratuitidade, da responsabilidade e da convergencia, que se materializam atraves da: a) solidariedade de todos os cidadaos que realizem ac<;:6es . de voluntariado a favor de quem necessita; b) interven<;:ao das entidades promotoras do voluntariado em materias respeitantes aos domfnios em que os voluntarios realizam a sua actividade; c) possibilidade de as entidades promotoras do voluntariado estabelecerem rela<;:6es e program as de ac<;:ao concertada; d) coopera<;:ao entre entidades que estejam estatutaria e legalme~te definidas;

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110-(14)

declaradas perdidas a favor do Estado, bem como os objectosque lenham servido ou estivessem destinados a servir para apnitica da infrac<;:iioe ainda 0 produto que resulte dessa mesmainfrac<;:iio.

ARTIG033

(Penas acessorias)

As san<;:6esprevistas na presente Lei podem ser aplicadasconcomitantemente com uma ou mais das seguintes penasacessorias:

a) priva<;:iiodo direito de participar em concurso publicoque tenham por objecto 0 fomecimento de bens eservi<;:osou a atribui<;:iiode licen<;:a;

b) encerramento, total ou parcial, do estabelecimento ate averifica<;:iiode que a situa<;:iioque motivou a aplica<;:iioda pena e da san<;:iioacess6ria se encontra corrigida;

c) suspensiio ou cancelamento da licen<;:a.

CAPITULO IX

Disposit;oes Finais

ARTIG034

(Normas subsidiarias)

Em tudo 0 que nao estiver expressamente previsto na presenteLei, aplica-se subsidiariamente as normas constantes das Leis

do Ambiente, de Minas, Regulamento de Seguran<;:aTecnica ede Saude para Actividades GeoI6gico-Mineiras, Regulamentode Transporte Automovel, Regulamento ·sobre Gestao deResiduos, Conven<;:6es Intemacionais e Protocolos ratificadospor Mo<;:ambique.

ARTIG035

(Competencia regulamentar)

Compete ao Conselho de Ministros regulamentar a presenteLei, no prazo de 180 dias, ap6s a data da sua publica<;:iio.

ARTIG036

(Revogagao)

E revogada toda legisla<;:aoque contrarie a presente Lei.

ARTlG037

(Entrada em vigor)

A presente Lei entra em vigor na data da sua publica<;:ao.

Aprovada pela Assembleia da Republica, aos 11 deNovembro de 2010.

A Presidente da Assembleia da Republica, Veronica NatanielMacamo Dlhovo.

Promulgada em 4 de Janeiro de 2011.

Publique-se.

o Presidente da Republica, ARMANDoEMtuOGUEBUZA.

Lei n.o 7/2011

de 11 de Janeiro

Havendo necessidade de criar 0 regime jurfdico dovoluntariado e actividades afins, que assenta na tradi<;:aoe nahist6ria do povo mo<;:ambicano, consubstanciado no respeito,

ISERIE-NUMERO I

solidariedade e ajuda mutua, ao abrigo do disposto no n.o 1 doartigo 179 da Constitui<;:iio, a Assembleia da Republicadetermina:

CAPITULO IDisposit;6es Gerais

ARTIGOI

(Objecto)

A presente Lei estabelece 0 regime juridico do voluntariadoe de realiza<;:aode actividades afins prestadas por pessoa singularou colectiva, de direito publico ou privado, que tenha em vistao interesse publico.

ARTIG02

(Ambito)

A presente Lei aplica-se a' todo 0 cidadao, as entidadesnacionais e estrangeiras que promovem 0 voluntariado naRepublica de Mo<;:ambique.

ARTIG03

(Definigao)

Considera-se voluntariado, para efeitos da presente Lei, apratica livre de ac<;:6esde interesse social e comunitario, noambito de projectos, program as e outras formas de interven<;:aopara 0 beneflcio dos individuos e da comunidade, praticadaspor entidades singulares e colectivas, publicas ou privadas, semfins lucrativos.

ARTIG04

(Natureza jurfdica)

1. 0 voluntariado niio gera vinculo laboral ou afim, mas 0prestador pode ser ressarcido junto a entidade promotora, pelasdespesas que comprovadamente realizar no desempenho doservi<;:ovoluntario.

2. As despesas a serem ressarcidas ao voluntario devem sercom pro vadas junto a entidade promotora.

ARTlG05-...(Valor social)

o Estado reconhece 0 valor social do voluntariado como

expressao livre, activa e solidaria de promo<;:iioda cidadania egarante a sua autonomia e pluralismo.

ARTIG06

(Princfpios fundamentais)

o voluntariado obedece aos princfpios da solidariedade, daparticipa<;:ao, da coopera<;:ao, da complementaridade, dagratuitidade, da responsabilidade e da convergencia, que sematerializam atraves da:

a) solidariedade de todos os cidadaos que realizem ac<;:6es. de voluntariado a favor de quem necessita;

b) interven<;:ao das entidades promotoras do voluntariado

em materias respeitantes aos domfnios em que osvoluntarios realizam a sua actividade;

c) possibilidade de as entidades promotoras do voluntariado

estabelecerem rela<;:6es e program as de ac<;:aoconcertada;

d) coopera<;:ao entre entidades que estejam estatutaria e

legalme~te definidas;

11 DE JANEIRO DE 2011

e) nao contrapresta~ao salarial pelo exercfcio do seu servi~o;

f) convergencia e harrnoniza~ao da ac~ao do voluntiriocom a cultura da comunidade local.

ARTIG07

(Seguro de risco)

Sempre que as ac~6es praticadas em regime de voluntariadopossam perigar a vida ou por em causa a integridade fisica, ouainda, que possam acarretar eventuais riscos para a p'essoavoluntaria. as entidades publicas ou privadas promotoras devemprovidenciar urn seguro que cubra a totalidade dos riscos a queo voluntario se encontra exposto.

CAPITULO IIDireitos e Deveres do Voluntario

ARTIG08

(Direitos)

1. Sao direitos do voluntario:

a) exercer 0 servi~o voluntario em condi~6es de seguran~a;

b) ter acesso a programas deforma~ao. tendo em vista 0aperfei~oameri.to do servi~o voluntirio;

c) faltar justificadamente, se for empregado. ate.3 dias.por motivo do curnprimento de rniss6es urgentes emsitua~6es de emergencia. calamidade publica ouequiparadas;

d) receber da entidade promotora indernniza~6es, subsidiose pens6es. bem como outras regalias definidaslegal mente, emcaso de acidentes ou doen~ascontraidas no exercfcio do servi~o voluntirio;

e) estabelecer com a entidade promotora rela~6es mutuasde coordena~ao, indicando claramente 0 conteudo,natureza e dura~ao do servi~o voluntario que vairealizar; .

f) ser reembolsado das importancias despendidas noexercicio de uma actividade programada pelaentidade promotora. desde que inadiaveis edevidamente justificadas. dentro dos limiteseventualmente estabelecidos pela mesma entidade.

2. As faltas justificadas,. ate 3 dias. previstas na alinea c)con tam, para todos os efeitos, como tempo de servi~o prestadoa entidade empregadora e nao implicam a perda de remunera~ao.

ARTIG09

(Deveres)

Sao deveres do voluntirio:

a) observar os princfpios deontol6gicos pelos quais se regeo servi~o do voluntiuiado, designadamente 0 respeitopela vida privada de todos quanto se beneficiam;

b) observar as normas que regulam 0 funcionament~ daentidade promotora na qual presta colabora~ao e dosrespectivos programas ou projectos;

c) actuar de forma diligente, isenta e solidaria;

d) participar em programas de forma~ao que eventualmentepossam ser organizados, destinados ao correctodesenvolvimentodo servi~o voluntario;

e) colaborar com os demais colegas da entidadepromotora, respeitando as suas op~6es e seguindo asorienta~6es do respectivo pessoal tecnico;

.L"\ ••. : __

110-(15)

g) utilizar devidamente a identifica~ao como voluntariono exercfcio da sua actividade.

ARTIGO 10

(Respons.abilidades da entidade promotora)

Entre a entidade promotora e 0 voluntario deve serestabelecido urn acordo onde conste 0 seguinte:

a),a defini~ao do iimbito do servi~o voluntirio, tendo emconta 0 perfil do voluntirio, os dominios da actividadepreviamente definidos pela entidade promotora. oscriterios de participa~ao nas actividades por elapromovidas, a sua dura~ao e as formas de cessa~ao;

b) as condi~6es de acesso aos locais onde deve serdesenvolvido 0 servi~o voluntirio, tais como: lares,estabelecimentos prisionais e hospitalares, entreoutros;

c) realiza~ao das ac~6es de forma~ao destinadas ao borndesenvolvimento do servi~o voluntario e suaavalia~ao peri6dica;

d) 0 modo de resolu~ao de conflitos entre a entidadepromotora e 0 voluntario.

CAPITULO III

Pessoas Colectivas do Servi~oVoluntcirio

ARTIGO 11

(Qualiflca~ao)

Qualificam-se como pessoas colectivas de servi~o voluntirio,as pessoas juridicas de direito publico e privado, sem finslucrativos, desde que 0 seu objecto social e normas estatutariasatendam os requisitos definidos na presente Lei.

ARTIGO 12

(Objecto social da pessoa colectiva do servi~o voluntario)

No objecto social da pessoa colectiva do servi~o voluntariodeve constar 0 seguinte:. '-

a) prom~ao do voluntariado;

b) desenvolvimento da democracia, da cidadania e respeitopelos Direitos Humanos;

c) prom~ao da aSsistencia social e saude publica;

d), participa~ao em actividades de prepara~ao e resposta adesastres naturais ou outros;

e) promo~ao da cultura, defesa e conserva~ao dopatrim6nio hist6rico e artistico;

f) defesa e preserva~ao do meio ambiente.

ARTIGO 13

(Reconhecimento juridlco)

A pessoa colectiva do servi~o voluntario e constituida ereconhecida nos termos da legisla~ao em vigor.

110-(16)

ARTIG015

(Parcerias)

As pessoas colectivas do servi<;o voluntano podem firmarparcerias com institui<;6es governamentais e pri vadas,estabelecendo 0 vinculo de coopera<;ao para execu<;ao e fomentodas actividades de interesse publico.

ARTIGO16

(Fiscalizac;ao)

A execu<;ao do objecto de parceria e acompanhada efiscalizada por:

a) orgao de administra<;ao publica da area de realiza<;ao daactividade voluntaria;

b) orgaos da pes so a colectiva publica ou privada daentidade promotora parceira na coopera<;ao ..

CAPITULO IV

Disposi~oes FinaisARTIGOl?

(Proibic;ao)

E proibida as pessoas colectivas do servi<;o vo1untario aparticipa<;ao em cam,panhas de natureza polftico-partidario oueleitorais.

ARTIG018

(Adesao de outras pessoas colectivas)

As pessoas colectivas de direito privado sem fins lucrativos,constituidas e reconhecidas com base noutros textos legais,podem adquirir 0 estatuto de pessoa co1ectiva de servi<;ovoluntario, desde que observem os requisitos estabelecidos napresente Lei.

ARTIGO19

(Regulamentac;ao)

Compete ao Conselho de Ministros a regu1amenta<;ao dapresente Lei, no prazo de 180 dias, contados da data da suaentrada em vigor.

ARTIG020

(Entrada em vigor)

A presente Lei entra em vigor 90 dias apos a sua publica<;ao.

Aprovada pela Assembleia da Republica, aos 14 deDezembro de 2010.

A Presidente da Assembleia da Republica, Veronica NatanielMacamo Dlhovo.

Promulgada em 4 de Janeiro de 2011.

Publique-se.o Presidente da Republica, ARMANDOEMfuo GUEBUZA.

I SERlE - NUMERO 1

Lei n.O8/2011

de 11 de JaneirQ

Havendo necessidade de dinamizar 0 processo de cobran<;a

de dividas tributarias e incentivar os sujeitos passivos a

normalizar a sua situa<;ao tributaria, ao abrigo do disposto na

alinea v) do n.o 2 do artigo 179 da Constitui<;ao, a Assembleia

da Republica determina:

ARTIGOI

(Ambito de aplicac;ao e objecto)

E concedido 0 perdao de quaisquer multas, juros, custas de

processo executivo e demais acrescimos legais decorrentes de

impostos nacionais e autarquicos ou de incumprimento de

obriga<;6es acessorias, cuja divida tenha sido constituida ate 31

de Dezembro de 2010.

ARTIG02

(Condic;oes do perdao)

o perdao a que se refere a presente Lei e concedido sob a

condi<;ao do sujeito passivo proceder a regu1ariza<;ao do imposto

em divida, ate 31 de Dezembro de 2011.

ARTIG03

(Regulamentac;ao)

Compete ao Govemo regulamentar a presente Lei, para vigorar

a partir de 1 de Janeiro de 2011 a 31 de Dezembro de 2011.

ARTIG04

(EntradlUW'l vigor).,A presente Lei entra em vigor a 1 de Janeiro de 2011.

Aprovada pel a Assembleia da Republica, aos 15 deDezembro de 2010.

!

A Presidente da Assembleia da Republica, Veronica NatanielMacamo Dlhovo.

Promulgada em 4 de Janeiro de 2011.

Publique-se.

o Presidente da Republica, ARMANDOEMilio GUEBUZA.

Pr~-11.75,OO MT

!MPRENSANACIONALDEMoc;AMBIQUE,E.P.