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Pedras de Pungo Andongo Capítulo 5

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Pedras de Pungo Andongo

Ca

pít

ulo

5

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5.1 . As Agendas da Agricultura e do Meio

Ambiente são Inseparáveis

Este Estudo Ambiental foi elaborado na fase de

concepção do Master Plan (Plano Director) do Pólo Agro-

industrial de Capanda, no sentido de se proceder a uma

avaliação ambiental que promova a salvaguarda dos atributos

naturais mais relevantes estabelecendo directrizes de uso e

ocupação para os futuros investidores, em consonância com

padrões de exigência mundialmente aceites, inclusive com as

agências multilaterais de financiamento (como o Banco

Mundial – BIRD) bem como, com os requisitos dos princípios

da Carta do Equador e de maneira a assegurar a

sustentabilidade dos empreendimentos implantados.

O estudo visa assegurar que as soluções apresentadas

conformem uma relação directa com a resolução dos

problemas reais identificados, em especial as informações

sobre as consequências ambientais dos projectos, de modo a

permitir que sejam tratadas apropriadamente em tempo útil

durante a fase de implantação do PAC e no decurso das

actividades agro-industriais a serem implantadas.

O PAC comporta obras de infra-estruturas e actividades

agro-industriais, incluindo a implantação de estradas e redes

de transporte de energia, implantação de unidades industriais,

áreas irrigáveis, de culturas agrícolas de sequeiro e de

pecuária. As áreas de implantação dessas obras e actividades

possuem zonas de fragilidade ambiental e as acções têm

influência nas áreas ambientais e de património cultural

protegidas por Lei.

A Lei de Terras (Lei n.º 09/04 de 04 de Novembro), no

seu artigo 16, que trata da protecção do ambiente e

utilização das terras, estabelece:

“A ocupação, o uso e a fruição das terras estão sujeitos

às normas sobre protecção do ambiente, designadamente as

que dizem respeito à protecção das paisagens e das espécies

da flora e da fauna, preservação do equilíbrio ecológico e ao

direito dos cidadãos a um ambiente sadio e não poluído.

A ocupação, o uso e a fruição das terras devem ser

exercidos de modo a não comprometer a capacidade de

regeneração dos terrenos aráveis e a manutenção da

respectiva aptidão produtiva.”

Desta forma, o Estudo Ambiental responde à crescente

procura por tomada de decisões sobre políticas públicas

baseadas nos princípios do desenvolvimento sustentável.

Segundo o Relatório de Desenvolvimento Mundial de

2008, do Banco Mundial, intitulado “Agricultura para o

Desenvolvimento”, a combinação de políticas, inovações

institucionais e investimentos pode ajudar a reduzir o “gap”

entre a produção agrícola e a protecção do meio ambiente e

potenciar a sua capacidade de oferecer serviços ambientais.

Gerir as conexões entre a agricultura, conservação de recursos

naturais e o meio ambiente deve tornar-se parte integrante da

estratégia de desenvolvimento agrícola que visa a adopção de

um sistema de produção agrícola mais sustentável.

Adicionalmente ao seu papel essencial de atender a

procura crescente por alimentos e outros produtos agrícolas, a

agricultura tem um papel fulcral no sequestro de carbono,

gestão de bac ias h idrográf icas e preservação da

biodiversidade. Em sentido inverso, a agricultura é também

grande usuária de recursos naturais, contribuindo para a

redução do nível dos lençóis freáticos, poluição com

agroquímicos, exaustão dos solos e para a mudança climática

global.

A degradação dos recursos naturais mina as bases para

a futura produção agrícola e aumenta a vulnerabilidade a

riscos, propiciando, desse modo, elevadas perdas económicas.

Uma abordagem de políticas integradas é necessária para

atender às agendas da agricultura e do meio ambiente, assim

como as mudanças climáticas e os biocombustíveis.

O Meio Ambiente

e o PAC

Imbondeiros - Angola

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A participação dos produtores na gestão dos sistemas

de irrigação, através de associações de uso da água, na base da

divisão comunitária de custos, outros acordos institucionais e

tecnologias inovadoras (como sensores remotos para medir a

água), ajudam a obter uma recuperação parcial dos custos e a

melhorar a qualidade dos serviços de irrigação.

Muitas inovações tecnológicas promissoras podem

tornar a agricultura mais sustentável, com “tradeoffs”

mínimos entre crescimento económico e redução da pobreza.

Esses exemplos incluem culturas melhoradoras, sementeira

directa, conservação do solo e controlo de pragas mais

baseado na biodiversidade e no controlo biológico do que em

pesticidas. A adopção abrangente de culturas melhoradoras é

um dos casos de maior sucesso na agricultura nas últimas duas

décadas.

Como essas tecnologias são muitas vezes específicas de

um determinado local, o seu desenvolvimento e adopção

requerem abordagens mais descentralizadas e participativas,

muitas vezes envolvendo programas de extensão rural e a

acção colectiva de produtores e comunidades.

Do ponto de vista da gestão ambiental, a criação da

Sociedade de Desenvolvimento do Pólo Agro-industrial de

Capanda - SODEPAC foi, neste sentido, uma decisão acertada

do Executivo Angolano, pois ela poderá propiciar uma acção

mais descentralizada da gestão do PAC e assegurar a efectiva

protecção dos atributos ambientais estratégicos para a

perenização dos investimentos e da produção, para a

manutenção dos recursos naturais, tão importantes para a

subsistência de grande parte das comunidades rurais de

Angola, e para a melhoria da qualidade de vida dos produtores

e residentes na área do PAC.

Para além do estabelecimento de regras de protecção

dos recursos naturais por parte dos empreendedores, foi

elaborado um Plano de Gestão Ambiental da Implantação do

Pólo, onde são definidas obrigações contratuais dos gestores

públicos e dos investidores privados.

É relevante a observância de alguns requisitos

fundamentais de gestão ambiental tais como:

i) Instituições públicas sólidas com recursos materiais e

técnicos capacitados;

ii) Um contínuo aperfeiçoamento legislativo da gestão

ambiental;

iii) Instalação de um processo de gestão ambiental que

assegure o controlo social por parte dos segmentos

organizados da sociedade;

iv) Investimento na preservação “in-situ” (por meio de

um sistema nacional de áreas protegidas) e “ex-situ”

(com a criação de herbários, viveiros, bancos de

germoplasma, etc).

Com a adopção de novos instrumentos legais afins e

com fortalecimento institucional da gestão ambiental do País

os critérios definidos poderão ser revistos.

MetodologiaDe forma simplificada, para o desenvolvimento da

análise ambiental, estão explícitos na Figura 7, os seguintes

procedimentos metodológicos:

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

ÁREAS DESTINADAS ÀCONSERVAÇÃO AMBIENTAL

ZONAGEM DE VARIÁVEIS

MEDIDAS DE DESEMPENHOAMBIENTAL

CARACTERIZAÇÃOAMBIENTAL

IDENTIFICAÇÃO DOSPONTOS CRÍTICOS DAGESTÃO AMBIENTAL

IDENTIFICAÇÃO DOSATRIBUTOS AMBIENTAIS

ESTRATÉGICOS

PLANEAMENTO E GESTÃO

MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO

MITIGAÇÃO E CONTROLO AMBIENTAL

REENQUADRAMENTO AMBIENTALE RESGATE DE PASSIVOS

INFRA-ESTRUTURA E MEDIDASSÓCIO-AMBIENTAIS

ESTRATÉGIA DE PROTECÇÃO DOS ATRIBUTOS

AMBIENTAIS

DIRECTRIZES AMBIENTAIS

Figura 7: Fluxograma da metodologia adoptada no estudo ambiental para o PAC

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5.2. Diagnóstico Ambiental

Durante a fase de Diagnóstico foi possível re-ratificar as informações obtidas dos estudos desenvolvidos em 2006, através do

geoprocessamento das imagens de satélites actuais e visitas de campo. Como resultado, foi produzido um Mapa de Cobertura

Vegetal, como está ilustrado no Mapa 5.

Mapa 5: Cobertura Vegetal

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Os principais resultados do diagnóstico

ambiental foram:

a) Recursos naturais mais relevantes, identificados

como “atributos ambientais estratégicos”:

i) Recursos hídricos (superficiais e subterrâneos);

ii) Solo;

iii) Biodiversidade existente – importante para a

subsistência de grande parte da população;

iv) Monumentos naturais (Pungo Andongo e Pedras

Ginga).

b) Procura crescente de energia e água como resultado

do crescimento populacional e do rápido processo de

urbanização verificado nos últimos 6 anos. Isto implica o

aumento da procura de energia e água para abastecimento,

bem como a de água para o regadio previsto no PAC, que

conformarão um cenário de usos múltiplos dos recursos

hídricos disponíveis. Assim, a implantação do Pólo Agro-

industrial de Capanda associada às actividades existentes na

área exige a adopção de medidas de controlo e gestão.

c) A área do PAC, do ponto de vista do regime hídrico

pode ser dividida em duas partes (ANTÓNIO et al., 2006): as

unidades hidrológicas do Cuije e Lombe, que são perenes, e as

unidades hidrológicas do Lutete e outras de menor porte, que

são intermitentes e totalmente dependentes do regime

pluviométrico da região. Destaca-se que, actualmente, o rio

Lombe, após o tributo do rio Malanje, apresenta sinais visíveis

de poluição, por excesso de matéria orgânica lançada pelos

esgotos sem tratamento da cidade de Malanje – sendo a

proliferação de macrófitas (localmente denominadas de

“Papiros”) um dos principais indicadores. Caso não sejam

tomadas medidas de tratamento dos esgotos urbanos, e se

não houver controlo do lançamento de resíduos fertilizantes

no rio Lombe, essa situação poderá agravar-se, com riscos

potenciais de comprometimento da geração de energia

devido à proliferação de macrófitas na albufeira de Capanda.

d) Na área do PAC são encontrados solos arenosos e

áreas alagadas que necessitam de medidas de maneio e

conservação, para protegê-las dos processos erosivos e

consequente perda do potencial de fertilidade.

e) Durante a fase de diagnóstico ambiental constatou-

se que as áreas de protecção ambiental (Parques Nacionais,

Reservas Naturais etc.) não estão interligadas, o que conduz ao

empobrecimento genético das espécies existentes nos

biomas. Igualmente, as comunidades rurais de Angola,

especialmente as que ocupam o perímetro do PAC, dependem

da biodiversidade para a sua subsistência (energia, palha,

alimento, remédios e comércio). Assim, a protecção da

biodiversidade existente assegurará a implantação de

corredores de biodiversidade entres as Unidades de

Conservação, garantirá a subsistência das comunidades rurais

(evitando conflitos com os produtores) e proporcionará a

salvaguarda das áreas produtivas contra o surgimento de

pragas e doenças.

f) O complexo de Pungo Andongo, formado pelo

afloramento rochoso do mesmo nome e pelas Pedras Ginga,

são monumentos naturais protegidos pela legislação nacional.

Ele é considerado um elemento importante da história e da

cultura de Angola, além de ser considerado (juntamente com a

Palanca Negra) um marco da identidade nacional. A sua

protecção está associada ao seu potencial para ecoturismo e

pela possibilidade de existência de sítios arqueológicos.

g) A análise multi-temporal da expansão urbana das

cidades próximas ao PAC comprovou um processo de

urbanização acelerada. As cidades de Malanje e Cacuso,

experimentaram nos últimos seis anos, um crescimento da

expansão urbana, da ordem de 50% e 38%, respectivamente.

Torna-se necessário que a SODEPAC, como órgão gestor do

PAC adopte medidas de controlo, em coordenação com as

autoridades locais, das actividades que serão implantadas na

periferia dessas áreas urbanas, e que o Governo Provincial

reveja os Planos Directores locais por forma a disciplinar o uso

e ocupação das áreas, com o propósito de evitar conflitos com

as actividades económicas previstas.

5.3. Estratégia de Protecção dos Atributos

Ambientais

Áreas para conservação ambientalUm desafio para identificação de áreas prioritárias para

a conservação é seleccionar aquelas que favoreçam a

ocorrência de padrões biológicos (espécies), ambientais

(como solo e água) e processos (como dispersão e migração).

Os corredores de biodiversidade, por exemplo, atendem a

esses requisitos na medida em que ao interligar áreas

preservadas possibilitam processos de dispersão vegetal e

migração da fauna, propiciando a perpetuação de espécies e a

preservação dos recursos ambientais.

A partir da análise das características físicas e bióticas da

área, foram propostas áreas para a conservação ambiental. O

emprego da expressão “conservação ambiental” tem o

propósito de evitar que se impeça a adopção de práticas e

actividades vitais à vocação primordial da área, ou seja a

implantação do PAC. A conservação ambiental tem como

princípio o uso sustentável dos recursos naturais, e diferencia-

se da preservação ambiental, onde geralmente, é proibido o

exercício de actividades económicas.

Pedras de Pungo Andongo

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As diferentes categorias de áreas de conservação

ambiental propostas têm o propósito de explicitar que atributo

ambiental está a ser priorizado para que os decisores

(técnicos, gestores e políticos) e usuários saibam da relevância

do atributo a ser protegido.

As categorias de áreas para conservação,

dentro dos limites do PAC são:

- Áreas de Protecção de Mananciais – APMs - A

vegetação ao longo dos cursos de água e ao redor de

lagos e reservatórios são corredores ecológicos

naturais. Assim, é imprescindível que no PAC as

actividades e instalações agro-industriais não utilizem

essas áreas. É importante ressaltar que será alvo de

protecção, a vegetação ribeirinha, seja florestal,

“savánica” ou herbácea, com influência fluvial

permanente ou sazonal. Propõe-se uma faixa mínima

de 30 metros que deve ser mais larga em casos

específicos como a albufeira da Hidroeléctrica de

Capanda (que será de 500 metros) e naqueles em que

existam recomendações a partir de estudos técnicos,

como por exemplo, no caso de áreas alagadas como

várzeas (terras marginais inundadas periodicamente

pela água dos rios) onde o limite da zona preservada

deve corresponder à cota máxima de inundação.

- Corredor de Biodiversidade – CB - O rio Cuije

joga um papel importante como um corredor de

biodiversidade entre o Parque Nacional da Cangandala,

o rio Kwanza, o Parque Nacional da Kissama, e a Reserva

Natural do Luando. Em função disso é proposta uma

faixa marginal de 150 metros ao longo do rio Cuije para

assegurar a interligação da biodiversidade.

-

- Áreas de Protecção de Encostas – APEs –

Esta categoria de áreas para conservação, inclui os

cumes de morros e encostas íngremes (declive > 30%).

Além da prevenção de erosões e aluimentos de terras, a

vegetação que cobre esses terrenos mais altos e

inclinados costuma apresentar características distintas

da cobertura de áreas planas adjacentes formando

ecossistemas peculiares e devendo também, por isso

ser protegida.

- Áreas de Protecção de Afloramentos

Rochosos – APRs - A parte oeste do Planalto

deMalanje caracteriza-se pela irregularidade e

aspereza do terreno, com altitudes variáveis entre 600 e

950 metros com “montes-ilha” ou “inselbergs” com

formações graníticas de grande beleza panorâmica,

sendo citadas nos relatórios governamentais como

m o n u m e n t o s n a t u r a i s p r o p i c i a d o r e s d o

desenvolvimento do ecoturismo. Propõe-se que a

envolvente desses “inselbergs” seja protegida, como

zona de amortecimento das actividades agrícolas

intensivas, em faixas mínimas de 150 metros segundo a

projecção horizontal das pedras.

- Conectores Ambientais – CAs - Entre as áreas

de conservação ambiental propõe-se a manutenção ou

criação de faixas de vegetação nativa com pelo menos

50 metros de largura, propiciando o fluxo génetico por

toda a área do PAC e mitigando os impactos da retirada

da cobertura vegetal nativa para implantação de

actividades antrópicas, em especial áreas de agricultura

intensiva. Essas faixas serão denominadas conectores

ambientais, destacando-se o seu papel de interligar

fragmentos de vegetação nativa.

Palanca Negra no interior do Parque Nacional da Cangandala.

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Vendedoras ambulantes

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O Mapa 6 ilustra as áreas destinadas à Conservação Ambiental que representam 27,5% da área do PAC.

Mapa 6: Áreas para a Conservação Ambiental

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O Quadro 9 apresenta a superfície ocupada para cada categoria de “Áreas para Conservação Ambiental” em relação ao total

da gleba destinada ao PAC:

5.4. Zonagem Ambiental

Durante a fase de diagnóstico, foi possível estabelecer uma zonagem ambiental (Mapa 7) a partir das características

antrópicas e físico-bióticas da área, com objectivo de definir as condicionantes ambientais específicas para a ocupação e facilitar o

planeamento das actividades.

Áreas de preservação de Mananciais - APM

Corredor de Biodiversidade - CB

Áreas de preservação de Encostas

Áreas de preservação de Afloramentos rochosos

Conectores Ambientais - 50 metros

TOTAL DE ÁREAS PARA CONSERVAÇÃO AMBIENTAL

Área para uso e actividades

Área com manchas urbana/localidades

TOTAL DA ÁREA DO PAC

50.000

2.000

50.000

10.400

1.600

113.000

293.000

5.000

411.000

12.1

0.4

12.1

2.5

0.4

27.5

71.3

1.2

100%

ÁREAAPROXIMADA

(em ha)

%DO TOTAL

CATEGORIAS DAS ÁREAS PARACONSERVAÇÃO AMBIENTAL

Quadro 11: Superfície Ocupada de cada Categoria de Áreas para Conservação Ambiental

Paisagem do Interior de Angola

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Mapa 7: Zonagem Ambiental da Área do PAC

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As zonas identificadas e as directrizes ambientais

específicas podem ser assim descritas:

Zona I

Unidades hidrográficas dos rios Lutete, Magila, Chilombo e

Mucoso – sub-bacia do rio Lucala – doravante denominada

Zona Lutete. As directrizes ambientais específicas para a Zona

Lutete são:

- Adoptar medidas de conservação do solo para controlo da

erosão, em função dos declives acentuados e da propensão do

solo à erosão;

- Priorizar o regadio em função do deficit hídrico anual. As

áreas de regadio com pivots não devem exceder 6% de declive;

- Estimular a produção de água através do pagamento de

serviços ambientais aos produtores que construam pequenas

barragens e promovam o cultivo ao longo das drenagens

naturais;

- Exigir a apresentação de Planos de Recuperação de Áreas

Degradadas – PRAD aos futuros concessionários que

pretendam explorar calcário por mineração;

- Apoiar, através da extensão rural os pequenos produtores

rurais e a agricultura familiar.

Zona II

Unidades hidrográficas dos rios Luxilo, Mutula e outros

afluentes directos do rio Kwanza na área do PAC – doravante

denominada Zona Pungo Andongo. As directrizes ambientais

específicas para a Zona Pungo Andongo são:

- Proteger uma faixa de 500 metros ao longo da albufeira da

Hidroeléctrica de Capanda, para assegurar a continuidade do

corredor de biodiversidade e proteger a mata de Panda.

- Impedir a implantação de infra-estruturas (estradas

secundárias e terciárias, redes de adução de água e redes de

transporte de energia), o desmatamento e a exploração de

pedreiras ao redor dos monumentos naturais do complexo de

Pungo Andongo, numa faixa de 150 metros, com o propósito

de proteger o património cultural, assegurar o futuro uso para

ecoturismo e garantir a integridade de eventuais sítios

arqueológicos;

- Assegurar a protecção da vegetação ciliar dos cursos de água

entre as Pedras de Pungo Andongo e a albufeira.

Zona III

Unidade hidrográfica do rio Lombe, e outros afluentes directos

do rio Kwanza na área do PAC – doravante denominada Zona

Lombe. As directrizes ambientais específicas para a Zona

Lombe são:

- Reservar áreas para a implantação de equipamentos públicos

– Estações de Tratamento de Águas

Residuais (ETARs) na área do PAC;

- Fazer démarches junto do Governo Provincial para implantar

a ETAR de Malanje. Esse equipamento beneficiará os

pequenos agricultores que utilizam a água dos rios Lombe e

Malanje para abastecimento e regadio, além de reduzir

sensivelmente a quantidade de matéria orgânica desses rios;

- Assegurar que as estradas a serem implantadas respeitem a

drenagem natural e a topografia locais, através do traçado das

mesmas e da garantia de implantação de sistemas de

drenagem pluvial.

Zona IV

Unidade hidrográfica do rio Cuije – ora denominada Zona

Cuije. As directrizes ambientais específicas para a Zona Cuije

são:

- Implantar o corredor de biodiversidade, por meio de uma

faixa de protecção de 150 metros, no rio Cuije;

- Controlar a expansão dos bairros rurais que estão localizados

na bacia hidrográfica do rio Cuije;

- Assegurar a adopção de técnicas de regadio adequadas para

solos arenosos;

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Quedas de Calandula

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Alunos numa sala de aulas

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Os aspectos sociais aqui abordados têm como objectivo

fornecer informações que permitam uma avaliação dessa

temática sob quatro perspectivas:

- Como elemento definidor de um ambiente favorável

ao investimento, como por exemplo, a

existência ou não de conflitos ou tensões sociais;

- Condições de habitabilidade e desenvolvimento

humano existentes, a exemplo de aspectos ligados

aos serviços sociais como saúde e educação;

- Como base para a competitividade dos futuros

negócios, em aspectos de empregabilidade e capital

humano, principalmente;

- Relações a estabelecer entre os investidores e as

comunidades.

S ã o va l o re s i n e re n t e s a o PA C , a v i s ã o d e

desenvolvimento integrado - económico, social e ambiental e,

as questões sociais que além de serem críticas para a

sustentabilidade dos negócios, estão inseridas no contexto

ético de uma acção empresarial responsável.

6.1. Aspectos Demográficos Gerais

A província de Malanje tem registado expressivas taxas

de crescimento populacional, de 3,04 % a.a. em média, na

última década, chegando a cerca de 1,2 de milhões de

habitantes. O PAC está inserido nessa dinâmica, estendendo-

se por três dos seus municípios: Cacuso – onde se situa a maior

parte do perímetro do PAC; Malanje – Capital da Província; e

Cangandala.

O Município de Cacuso, localizado a 70 km da Capital –

Malanje, na zona planáltica da Província, e a 350 km de Luanda,

possui uma população de 98.000 habitantes .27

O Município de Malanje, distante 423 km de Luanda,

integra administrativamente a Província de Malanje. A

população do Município é de 545.358 habitantes . 27

O Município de Cangandala está situado na região Sul

de Malanje, e dista cerca de 28 km da Capital da província, com

uma população de 46.585 habitantes27.

No perímetro do PAC foi realizado um levantamento

social da região, em Junho de 2012, e foram identificados 186

bairros rurais, com uma população total estimada em 68.208

habitantes, distribuídos pelos 3 municípios: Cacuso com

23.983 habitantes, Malanje com 22.920 habitantes e

Cangandala com 21.305 habitantes . 28

A existência destas populações que deverão ser as

beneficiárias privilegiadas dos investimentos a realizar no PAC,

constitui por si só, desafios e oportunidades para o

desenvolvimento do território.

6.2. Condições de Vida e Serviços Sociais

Foram destacados aqui 4 elementos fundamentais,

nomeadamente, as questões ligadas ao trabalho e renda, à

educação, à saúde e às infra-estruturas.

Ocupação e Renda nos Bairros Rurais

A actividade económica das populações está assente na

agricultura familiar de subsistência, com recurso a práticas

rudimentares. A região já foi importante produtora agrícola e

esta experiencia prévia mantém-se culturalmente enraizada

entre os actuais habitantes.

Por outro lado, a ausência de uma agricultura moderna

e empresarial exigirá que se preste uma atenção adequada à

capacitação das pessoas e à sua integração no trabalho.

27Fonte: Ministério de Planeamento – Programa de Desenvolvimento dos Serviços Básicos da População 2010 – Dados de 2009.28Fonte: DIAGONAL/CESO – Levantamento da população dos bairros rurais do interior do PAC, Junho de 2012.

Aspectos Sociais

Bairro rural do interior do PAC

Mercado de venda de alimentos na região do PAC.

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Os principais produtos cultivados nas áreas rurais do

PAC são: mandioca, batata-doce, batata rena, ginguba

(amendoim) e feijão. Foram identificados outros produtos

como: abóbora, couve, repolho, quiabo, milho, tomate e

cebola, mas em quantidades bem menores. Além disso,

cultivam-se frutas em ínfima escala: laranja, maracujá, manga,

banana, goiaba e abacate. Em ordem decrescente de

importância, as fontes de rendimento das famílias provêm da

venda dos produtos cultivados, de produtos processados da

mandioca, do carvão, do trabalho noutras lavras (prestação de

serviços), revenda de produtos industrializados adquiridos nos

centros urbanos e alguns da pesca, principalmente nas

margens do Kwanza.

Educação

O sistema de ensino oficial do País está organizado em 4

níveis: Ensino Pré-escolar, Ensino Primário (que vai da iniciação

até a 6ª classe), Ensino Secundário (sendo o 1º ciclo da 7ª a 9ª

classe e o 2º ciclo da 10ª a 13ª classe) e o Ensino Superior. A

gestão do Ensino Primário e Secundário é assegurada pelo

Ministério da Educação através da Direcção Provincial de

Educação, Ciência e Tecnologia de Malanje. O Ensino Superior

é gerido pelo Ministério do Ensino Superior da Ciência e da

Tecnologia, através dessa mesma Direcção Provincial.

A rede de ensino presente nos bairros rurais assenta

quase que exclusivamente no ensino primário indo na maioria

dos casos até a 4ª classe. Este modelo em boa parte reflecte a

distribuição etária na província de Malanje, onde crianças de 5

a 14 anos, representam cerca de 70% do total de indivíduos

com idade entre 5 e 19 anos. Contudo, a região ainda tem um

passivo elevado de pessoas analfabetas (15 anos ou mais) que

chega a quase 48%, segundo o levantamento do IBEP . 29

Portanto, esse é um desafio a ser equacionado.

Além disso, as classes superiores do ensino primário e

secundário ocorrem nos centros urbanos, como Malanje,

Cacuso, Cangandala e Lombe, trazendo um segundo desafio,

que é, além da ampliação da rede na área rural, facilitar a

mobilidade das crianças com vias de melhor qualidade e

preferencialmente, com alguma solução para transporte

escolar. Dadas as condições actuais, essas crianças têm que

migrar para os centros urbanos, aumentando os

constrangimentos das infra-estruturas nessas localidades.

Observa-se ainda, um esforço no que diz respeito à

formação técnica de jovens, inclusive na área agrária: o IMAM-

Instituto Médio Agrário de Malanje, que prepara técnicos na

área agrária, o CEFOPROF - Centro de Formação Profissional

de Construção Civil e Indústria em Cacuso, e a futura UEA -

Unidade Educacional Agrícola que se instalará dentro do PAC,

além de outras iniciativas em implantação nas Fazendas Pedras

Negras e Quizenga, ambas tuteladas pela Gesterra, que

possuem uma vertente educacional.

Nos bairros rurais as famílias atribuem uma importância

relevante aos estudos dos seus filhos. É bastante clara a

necessidade de estudar, como premissa para a melhoria das

condições de vida, e este serviço público é muito procurado e

citado como prioridade pela população. Existem algumas

situações que, actualmente, dificultam a permanência dos

alunos nas escolas, sobretudo das meninas, que podem ser

revertidas com programas consistentes na área da educação e

assistência social (a exemplo da merenda escolar).

Saúde

A precariedade das condições sócio-económicas,

ambientais e dos serviços de saúde reflecte-se directamente

no perfil de morbimortalidade da população de todos os

municípios da província de Malanje. Este quadro agrava-se

para a população das áreas rurais, devido a ausência de

medicamentos e equipamentos de saúde, a dificuldade de

acesso e fixação dos profissionais, por falta de habitação, más

condições das estradas e a ausência de transporte público.

Crianças em actividades educativas.

Criança escrevendo no quadro.

Pesagem de criança na região do PAC.

29Fonte: IBEP – Inquérito Integrado sobre o Bem-Estar da População, Relatório de 2010, com dados levantados em 2008-2009.

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68

Nos dados obtidos junto dos serviços de saúde,

identifica-se uma predominância de doenças relacionadas

com a qualidade da água e saneamento básico. Uma grande

maioria dos bairros não tem acesso a água potável e/ou

tratamento de efluentes, o que, por consequência, propicia a

exposição e posterior adoecimento por contaminações

infecto-parasitárias.

Nesta área, vale ressaltar o potencial de trabalho com

agentes comunitários de saúde, que por serem agentes locais

e grandes conhecedores da própria realidade, são

profissionais muito eficientes na prevenção de doenças e na

orientação da população. Há experiências importantes de

capacitação de parteiras que tem melhorado a saúde

materno-infantil e esforços recentes de reabilitação e

ampliação de equipamentos de saúde.

6.3. Infra-Estruturas

Vias de Acesso

As estradas principais pavimentadas encontram-se em

óptimo estado, mas o acesso às comunidades localizadas na

área do PAC é precário, sendo efectuado em estradas de terra

em mau estado de conservação, o que dificulta a mobilidade

das populações. Os bairros não são abrangidos por transportes

públicos, sendo atendidos por serviços ocasionais de

transporte particular de custo elevado para a maioria da

população. Por esta razão, na maioria dos casos, a população

desloca-se a pé.

Acesso à Água

A situação do abastecimento de água às comunidades é

grave. A água é utilizada basicamente para consumo próprio,

tendo uso económico praticamente nulo. Muitos dos bairros

rurais, não têm acesso à água potável, e não existe uma

consciência social para tratar a água (ex. ferver a água). Uma

considerável parcela dos bairros ainda utiliza rios e lagos

próximos como principal fonte de água. Os poços (ou

cacimbas) são outra fonte de água muito utilizada por essas

populações. Vale ressaltar, que em épocas de estiagem, a

maior parte dos poços secam e o abastecimento de água

torna-se mais escasso. Os bairros afectados por esta situação

adoptam o rio como fonte alternativa de abastecimento de

água.

6.4. Desafios e Potencialidades

Diante da realidade encontrada nos bairros, bem como

da percepção e da vontade de desenvolvimento expressa pelas

populações, a SODEPAC no âmbito das suas atribuições e

responsabilidades, tem um papel importante e contínuo para

a inserção dessas populações nos benefícios sociais e

económicos que resultarão da implantação do PAC.

Conforme expresso na sua visão e missão, a SODEPAC

prevê uma contínua articulação com o Executivo, nas suas

diversas instâncias, com empresas privadas e organismos

multilaterais, no sentido de atrair apoio à execução de

programas na área social de maneira a mitigar as carências e

melhorar a qualidade de vida das populações.

Neste momento estão em construção cerca de 188 km

de vias secundárias e terciárias e 196 km de linhas de

transporte de energia para as comunidades e áreas produtivas,

sob a coordenação da SODEPAC. Também faz parte das

acções sociais da SODEPAC, a promoção continuada da

melhoria dos serviços nas áreas da saúde, educação e

habitação.

Integrado nos Programas Sociais previstos, faz parte do

Plano de Acção da SODEPAC para 2012, a expansão do

Programa de Agricultura Familiar, que foi pioneiramente

implantado em dez bairros da região, para mais dez novos

bairros, atingindo no total, cerca de 11.450 pessoas.

As populações têm uma boa expectativa em relação à

implantação dos novos empreendimentos, têm na educação

uma conquista importante e, portanto, estão motivadas a

serem integradas na dinâmica do desenvolvimento do PAC.

Via de acesso aos bairros rurais em condições precárias.

Fonte de água para consumo humano em condições inadequadas.

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69

Participação de uma comunidade durante os estudos de diagnóstico social da Diagonal/Ceso

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Silos e fábrica de farinha de milho – Fazenda Pungo Andongo

Ca

pít

ulo

7

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72

Ao longo deste documento foi descrito todo o potencial

produtivo do PAC com destaque para a disponibilidade de 293

mil hectares, aptos para o desenvolvimento agro-produtivo e

as condições ambientais (edafo-climáticas, relevo e altitude).

Com a utilização de técnicas agro-produtivas modernas

e disponíveis, a área, com figurino proposto, tem um potencial

de produção que pode atingir anualmente:

- Mais de 1,4 milhões de toneladas de grãos;

- 47 mil toneladas de carne de frango e bovina;

- 82 mil toneladas de mandioca para consumo “in

natura” e industrialização;

- 32 mil toneladas de hortícolas para consumo “in

natura” e industrialização;

- 14,0 mil toneladas de frutícolas para consumo “in

natura” e industrialização;

- 215 mil toneladas de açúcar e 33 mil m³ de etanol;

- 192 mil metros cúbicos de madeira para energia

(lenha e carvão) e serração para diversos fins.

Existe procura plena para a produção projectada, seja

para o mercado interno que importa aproximadamente 80%

dos alimentos que consome, seja para o mercado externo que

está em expansão devido ao crescimento da população

mundial.

O PAC é um programa concebido para integrar todos os

elos da cadeia produtiva, ou seja, desde os insumos (inputs)

até a industrialização da produção, sob a condução da sua

entidade gestora – a SODEPAC.

A designação e institucionalização da SODEPAC, além

de lhe conferir o papel de agência de desenvolvimento local,

proporciona ao investidor uma prespectiva de estabilidade de

longo prazo, nos aspectos económicos, sociais e ambientais.

O PAC, cujos principais objectivos estão também

inscritos em vários planos e programas governamentais de

desenvolvimento económico e social, detém condições

privilegiadas para investimentos agro-produtivos, tais como:

i) Relativa proximidade do principal mercado

consumidor do País (Luanda);

ii) Localizado numa região particularmente bem dotada

de infra-estruturas rodoviár ias, ferroviár ias,

aeroportuárias, de energia eléctrica e recursos hídricos;

iii) Infra-estruturas locais de acesso e distribuição de

energia eléctrica às áreas produtivas e às comunidades;

iv) Condições ambientais (savana de altitude) similares

à dos locais onde existem tecnologias desenvolvidas

para agricultura em clima tropical, como é o caso da

savana noutros países africanos e da região Centro-

Oeste do Brasil;

v) Infra-estruturas de investigação agronómica, uma

razoável rede de capacitação de recursos humanos,

serviços de apoio e extensão rural;

vi) Empreendimentos agropecuários de referência já

implantados ou em implantação (Fazenda Pungo

Andongo, Pedras Negras, BIOCOM, Projecto Quizenga,

Projecto de Avicultura e CAM- Companhia de Alimentos

de Malanje.

7.1. Infra-Estruturas de Transporte, Energia

Eléctrica e Recursos Hídricos

Transporte – As infra-estruturas de transporte que

atendem o PAC são: aeroporto de Malanje, com voos

comerciais regulares e pista pavimentada de 2.000 metros;

aeroporto da Hidroeléctrica de Capanda, com pista

pavimentada de 2.500 metros; Caminhos de Ferro Luanda-

Malanje, com estações em Malanje, Lombe e Cacuso, a

necessitarem de melhorias em equipamentos de transbordo

para que se adequem ao tipo de produção e de insumos para

PAC; Rodovias asfaltadas: EN 230 (Luanda – Malanje passando

por Quizenga e Cacuso), EN 322 (Dondo – Cacuso, passando

pela : Hidroeléctrica de Capanda), EN 140 (Malanje – Ponte do

rio Kwanza, passando por Cangandala) e em fase de

construção cerca de 173 km de rodovias secundárias e

terciárias (ES) para acesso aos bairros e áreas produtivas.

Energia Eléctrica – O PAC pode aceder à energia

eléctrica proveniente da Hidroeléctrica de Capanda que gera

520 MW. A jusante de Capanda, encontra-se em processo de

construção a Hidroeléctrica de Laúca que terá capacidade de

geração de 2.067 MW, com previsão de entrar em operação

em 2016, o que induzirá a disponibilização de mais energia

para o PAC a partir da Hidroeléctica de Capanda. O transporte

de energia é actualmente feito através redes de média e alta

tensão com subestações em Capanda, Cacuso e Malanje. Além

disso, foram iniciadas obras de ampliação destas subestações e

a instalação de cerca de 162 km de linhas de transporte dentro

do PAC, para abastecer os bairros e áreas produtivas.

Recursos Hídricos – Além do Rio Kwanza a região é

banhada por outros cursos de água. Encontram-se em fase de

estudo de engenharia o melhor aproveitamento dos recursos

hídricos com vista a ampliar o potencial de áreas irrigadas na

região do PAC.

Porquê e

como Investir

no PAC

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73

7.2. Participação Institucional - Entidades

Angolanas de Pesquisa e Ensino, de Âmbito

Nacional e na Área do PAC

Outro aspecto positivo do Pólo é a disponibilidade de

instituições relacionadas com o agronegócio, que em sinergia

e cooperação com os actores públicos e privados e também

com instituições internacionais, deverão gerar um efeito

multiplicador no que diz respeito à inovação tecnológica,

difusão do conhecimento e capacitação, tanto para a

agricultura familiar como empresarial:

- IDA - Instituto de Desenvolvimento Agrário, com

unidades de extensão rural na Província;

- IIA - Instituto de Investigação Agronómica, unidade na

Cidade de Malanje dentro do perímetro do PAC, com

laboratórios de solos, de biotecnologia e de sementes;

- CEFOPROF –Centro de Formação Profissional de

Construção Civil e Indústria, localizado em Cacuso com

formação em diversas áreas;

- IMAM- Instituto Médio Agrário de Malanje, localizado

no Quéssua, zona de influência do PAC, que prepara

técnicos agrários;

- UEA - Unidade Educacional Agrícola a ser instalada

para a realização de testes e validações de pacotes

tecnológicos, treinamento e capacitação. Esta UEA

contará com a participação da Embrapa – Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária, entidade

conceituada no desenvolvimento de tecnologias para

produção em clima tropical além de outras empresas de

pesquisa de países africanos. Desta Unidade partirá a

acção de assistência técnica aos produtores.

7.3. Fontes de Financiamento e Instituições

de Crédito

O Executivo tem incentivado o investimento no

agronegócio através da criação de vários instrumentos

financeiros disponíveis na carteira de algumas instituições de

crédito, podendo-se citar: BPC - Banco de Poupança e Crédito,

BCI - Banco de Comércio e Industria, Banco SOL, BAI - Banco

Angolano de Investimento e BDA - Banco de Desenvolvimento

de Angola que é o principal financiador do agronegócio do

País.

O BDA, instituição criada com o objectivo de apoiar e

financiar acções que contribuam para o crescimento

económico sustentado do País, tem como vocação, contribuir

para o aumento da riqueza nacional, melhoria contínua do

bem-estar das populações e a consolidação da economia

nacional.

Pode ler-se no site do BDA :30

“As autoridades angolanas têm vindo a promover um

conjunto de políticas e instrumentos destinados à criação de

um ambiente propício para o crescimento e desenvolvimento,

que favoreçam o relançamento económico, através da criação

de incentivos financeiros para o sector agrícola.

O BDA, no âmbito das suas atribuições estatutárias,

constitui-se num instrumento privi legiado para o

financiamento do desenvolvimento da economia angolana,

especialmente no tocante aos investimentos do sector privado

nacional que actua preferencialmente no sector produtivo,

inseridos nas cadeias produtivas priorizadas pelo Governo,

proporcionando desta forma o aumento da riqueza, a

consolidação da economia de mercado e a democratização

económica.

Neste contexto, para apoiar o relançamento económico

da agricultura e pecuária no País, o BDA elaborou alguns

programas de financiamento com taxas de juro atractivas que

visam apoiar o empresariado nacional”.

Os Programas de Financiamento do BDA

ligados ao agronegócio são:

Agricultura- Programa de Financiamento para a Produção de

Sementes de Cereais e Leguminosas de Qualidade;

- Programa de Financiamento para a Produção em

Escala de Cereais e Leguminosas;

- Programa de Financiamento para Produção,

Descaroçamento e Prensagem de Algodão;

- Programa de Financiamento para a Mecanização

Agrícola;

- Programa de Financiamento para a Produção e

Transformação da Mandioca;

Pecuária- Programa de Financiamento para a Caprinicultura e a

Ovinicultura;

- Programa de Financiamento para a Suinicultura;

- Programa de Financiamento para Avicultura de Corte e

de Postura;

- Programa de Financiamento para a Bovinicultura de

Corte e de Leite;

Agro-indústria- Programa de Financiamento para a Industrialização de

Produtos Agrícolas;

- Programa de Financiamento para a Indústria de

Produtos Pecuários e Serviços de Apoio à Pecuária.

30Fonte: Dado citado em HTTP://www.bda.ao/agricultura-pecuária-e-agro-industria/ (acessado em 26 de Junho 2012).

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74

Existem também entidades multilaterais de crédito –

Banco Mundial (BIRD) e Banco Africano de Desenvolvimento

(BAD), que dispõem de linhas de crédito específicas para

atendimento a governos a elas afiliados.

Para além destas, as entidades a seguir indicadas,

dispõem de programas específicos para financiar aquisições

de bens e serviços destinados a exportação para países

terceiros.

- China (Eximbank- Banco de Exportação e Importação);

- Brasil (BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento

Económico e Social);

- Portugal;

- EUA (Eximbank- Banco de Exportação e Importação);

- Espanha;

- Alemanha (KfW – Kreditanstalt für Wiederaufbau ou

Banco de Desenvolvimento);

- Japão (Eximbank – Banco de Exportação e

Importação).

Vale lembrar que, projectos de grande porte, também

podem ser financiados pela banca privada e por fundos de

investimento internacionais.

7.4. Requisitos para Participar

O primeiro passo para os interessados em investir no

PAC é contactar a SODEPAC, a entidade gestora, com

competência para aprovar os projectos de investimentos

propostos e na sequência transmitir os direitos de exploração

sobre as parcelas de terra, regulamentar o seu uso e fruição,

bem como efectuar o ordenamento rural.

Após manifestação do interesse pelo investidor e

enquadramento da respectiva proposta pela SODEPAC, tem

início o processo conducente à implantação do projecto. Para

tal, são necessários os “Passos para o Investimento”, conforme

demonstrado na Figura 8.

7.5. Precauções e Desafios

Não obstante o acelerado processo de crescimento, os

diversos programas governamentais em execução e as

melhorias que se verificam no País, os interessados em investir

no agronegócio em Angola devem prestar particular atenção a

algumas especificidades que devem ser consideradas nos

planos de negócios, destacando-se dois aspectos relevantes:

- A necessidade de estabelecer a visão da cadeia

produtiva em que se pretende investir, uma vez que em Angola

as cadeias não estão consolidadas, resultando daí a

necessidade de controlar o ciclo completo da produção, desde

os insumos (inputs) até à colocação dos produtos no mercado;

- Apesar da vocação histórica angolana de trabalho na

terra, pela razões anteriormente aduzidas, há necessidade de

investimentos na capacitação da mão-de-obra no e para o

trabalho, pois há pouca tradição de agricultura empresarial.

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75

Apresentação da intenção de investimento e

avaliação das áreas disponíveis;

Avaliação do PNP pela SODEPAC

(autoriza/complementa informações/não

autoriza);

Avaliação do PND pela SODEPAC (aprova/pede

informações/modificações/não autoriza);

Apresentação de Compromisso de Financiamento à

SODEPAC;

Implantação do Projecto.

Apresentação do Plano de Negócios Preliminar (PNP) e comprovativo de capacidade técnica e financeira;

Apresentação do Plano de Negócios Definitivo (PND);

Apresentação do comprovativo da aprovação do projecto pela ANIP - Agência Nacional para o Investimento Privado (caso necessário);

Celebração do contrato de Concessão de direitos de exploração da terra;

Figura 8: Passos para o Investimento

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Hidroeléctrica de Capanda

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78

Este ponto, descreve o Quadro Legal e as Políticas

Públicas que balizam o âmbito das acções propostas para o

desenvolvimento do Pólo Agro-industrial de Capanda . 31

8.1 . PAC e SODEPAC

Constituição do Pólo Agro-industrial de

CapandaCriado pelo Conselho de Ministros através do Decreto

36/08 de 3 de Junho, o Pólo Agro-industrial de Capanda ocupa

uma área de cerca de 411 mil hectares, localizada na Província

de Malanje, na Bacia do Médio Kwanza, na margem direita do

rio, próximo da Hidroeléctrica de Capanda.

Sociedade de Desenvolvimento do Pólo

Agro-industrial de Capanda (SODEPAC)O Executivo Angolano, avaliando o potencial da área do

PAC, criou a SODEPAC, sociedade anónima de capitais

públicos, com a missão específica de regulamentar, gerir e

monitorar as actividades a desenvolver na área do Pólo. É

ainda objectivo da sociedade promover o surgimento e

expansão do agronegócio e contribuir para o desenvolvimento

socioeconómico das comunidades rurais. Uma das suas

principais atribuições é a selecção de projectos de

investimento, concessão de direitos de exploração de terras e

permissão de instalação de empreendimentos que atendam

aos objectivos que nortearam a criação do PAC.

O PAC com esta dinâmica pretende tornar-se numa

experiência bem sucedida que possa ser replicada noutras

regiões de Angola.

8.2 . Agências Governamentais Relacionadas

com o PAC

ANIP - Agência Nacional para o Investimento Privado,

organismo do Executivo Angolano responsável pela regulação

e controlo dos investimentos privados (nacionais e

estrangeiros).

BDA - Banco de Desenvolvimento de Angola,

instituição financeira pública que tem como objectivo apoiar e

financiar acções que contribuam para o crescimento

económico sustentado.

BNA - Banco Nacional de Angola, Banco Central.

GESTERRA - Gestão de Terras Aráveis, empresa

pública, tutelada pelo MINADERP, criada para gerir as reservas

de terras aráveis de Angola.

Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e

das Pescas (MINADERP)

Ministério do Ambiente (MINAMB)

Ministério do Comércio (MINCO)

Ministério das Finanças (MINFIN)

Ministério da Economia (MINEC)

Ministério da Geologia e Minas e Indústria

(MINGMI)

Ministério da Energia e Águas (MINEA)

8.3 . Legislação de Interesse para o PAC

Lei de Terras (Lei n.º 09/04, de 09 de Novembro) http://www.saflii.org/ao/legis/num_act/ldt105.pdf

Resolução n.º 69/07, de 10 de Agosto que

aprova o PDPAC – Plano de Desenvolvimento do

Pólo Agro-Industrial de Capanda e autoriza a

constituição da SODEPAC (I Série n.º 96)

Decreto n.º 36/08, de 03 de Junho que constitui e

cria o Pólo Agro-Industrial de Capanda (I Série n.º 100)

Constituição da SODEPAC a 18 de Abril de 2008

(III Série n.º111)

Quadro Legal e

Políticas Públicas

31Nota-se que não se pretende aqui esgotar o tema, mas simplesmente salientar as principais normas que regem o comportamento económico e social com influência directa sobre o PAC.

Ministério das Finanças – MINFIN. Luanda

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Lei das Sociedades Comerciais (Lei n.º 01/04,

de 13 de Fevereiro)

Lei de Águas (Lei n.º 06/02, de 21 de Junho)http://www.saflii.org/ao/legis/num_act/ld74.pdf

Lei de Bases do Ambiente (Lei n.º 05/98, de 19

de Junho) http://www.minamb.gov.ao/VerLegislacao.aspx?id=323

Lei de Bases do Desenvolvimento Agrário (Lei n.º 15/05, de 07 de Dezembro)http://www.governo.gov.ao/VerLegislacao.aspx?id=82

Lei de Bases do Investimento Privado (Lei

n.º 20/11, de 20 de Maio)http://www.governo.gov.ao/VerLegislacao.aspx?id=293

Lei dos Recursos Biológicos Aquáticos (Nova Lei das Pescas) (Lei n.º 06-A/04, de 08 de

Outubro) http://www.governo.gov.ao/VerLegislacao.aspx?id=124

8.4 . Sistema Tributário – Impostos

Imposto Industrial (II): Este imposto incide sobre os lucros das actividades

comerciais e industriais (taxa 30%) e sobre as

actividades agrícolas, silvícolas e pecuárias (taxa 20%).

Imposto sobre os Rendimentos do

Trabalho (IRT): Todos aqueles que desenvolvem actividades laborais

remuneradas estão sujeitos a essa tributação. A

taxa é variável e progressiva, variando entre 5% e 17%.

Contribuições para a Segurança Social

(CSS): Incidem sobre os salários e remunerações acessórias

em geral. Taxa de 8% para as entidades patronais e

3% para os trabalhadores.

Imposto sobre Aplicação de Capitais (IAC)

Imposto do Selo (IS): Varia entre 0,05% e 25%. Os valores e alíquotas são

regulamentados pela Tabela Geral do Imposto do

Selo. http://www.casadeangola.com.pt/legis/Imposto%20de%20Selo.pdf.

Imposto sobre o Consumo (IC): O IC incide sobre determinados tipos de mercadorias,

produzidas no País ou importadas e sobre o

consumo de água, energia e serviços diversos.http://www.gcl.co.ao/gca/index.php?id=83.

Estatuto dos Grandes Contribuintes: Destinado àqueles que possuam um peso significativo

na arrecadação de receitas fiscais ou que

desenvolvam operações de maior complexidade.

8.5 . Legislação Laboral e Questões

Migratórias

Lei Geral do Trabalho (Lei n.º 02/00, de 11 de

Fevereiro):http://www.governo.gov.ao/VerLegislacao.aspx?id=376

Tipos de Vistos:a) Visto Ordinário: Este tipo de vistos destina-se a

autorizar a entrada em Angola. Não permite o

exercício de qualquer actividade remunerada no País;

b) Visto de Trabalho: Destina-se a cidadãos

estrangeiros não residentes que pretendam

desenvolver

qualquer actividade remunerada em Angola;

c) Visto Privilegiado: Permite a entrada e permanência

em Angola a cidadãos estrangeiros que

pretendam apresentar e implementar propostas de

investimento, nos termos da nova Lei do

Investimento Privado, aí figurando como investidores.http://www.sme.ao/

8.6 . Relações Comerciais Internacionais

Decreto de Importação de Transgénicos (Dec. n.º 92/04, de 14 de Dezembro):www.cbd.int/doc/world/ao/ao-nbsap-01-pt.pdf.

Lei de Sementes (Lei n.º 07/05, de 11 de Agosto): http://www.saflii.org/ao/legis/num_act/lds122.pdf.

Lei de Sanidade Animal (Lei n.º 04/04, de 13 de

Agosto): http://faolex.fao.org/docs/pdf/ang49571.pdf.

8.7 . Links Úteis

http://jusvi.com/artigos/34139

http://www.planejamento.gov.br/hotsites/ppp/conteudo/ppp_mundo/mundo.html

http://www.advogado.adv.br/artigos/2005/andresgarciagonzalez/parceria.htm

http://jus.com.br/revista/texto/7448/parcerias-publico-privadas-ppp

http://vsites.unb.br/face/eco/cpe/TD/255Oct02ACunha.pdf

http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/seguros/seguro-

rural

http://www.lce.esalq.usp.br/seguroagricola/

http://www.omundodosseguros.com/pluizgomes/as_bases_do_seguro_colheitas.html

79

Por do sol nas Pedras de Pungo Andongo

Page 31: Capítulo - sodepacangola.com · 53 A participação dos produtores na gestão dos sistemas de irrigação, através de associações de uso da água, na base da divisão comunitária

80

a) O Executivo Angolano tem vindo a desenvolver um esforço notável de reconstrução nacional centrado na reabilitação e construção de infra-estruturas básicas, económicas e sociais e na revisão do quadro legal reitor da actividade económica e social, optimizando a utilização dos investimentos públicos e canalizando-os para a potenciação do investimento privado, o fomento ao empresariado nacional, a criação de emprego e a melhoria do bem-estar das populações.

b) Neste contexto foi criado o Pólo Agro-industrial de C a p a n d a – PA C e a p r o v a d o o s e u P l a n o d e Desenvolvimento que, além da dinamização da economia e promoção da melhoria da qualidade de vida das populações directamente afectadas, tem como metas, o aumento da segurança alimentar, a substituição de importações de alimentos, a geração de renda, emprego e c o n h e c i m e n t o l o c a l , n u m a p e r s p e c t i v a d e desenvolvimento rural integrado e de acordo com o conceito de produção sustentada, produzindo assim um modelo com potencial de replicação noutras zonas do País.

c) Para a implantação e gestão do PAC, e para que os potenciais investidores disponham de um interlocutor local, provedor das orientações necessárias ao seu estabelecimento e apoio tecnológico, foi constituída, a 18 de Abril de 2008, a Sociedade de Desenvolvimento do Pólo Agro-industrial de Capanda – SODEPAC, em cumprimento da decisão do Conselho de Ministros na sua 6ª Sessão Ordinária de 27 de Junho de 2007. Trata-se de uma Sociedade Anónima de capitais públicos regida pelas normas do direito privado.

d) A Missão da SODEPAC é organizar, desenvolver e gerir o PAC através da criação e manutenção de infra-estruturas económicas e sociais, da mobilização do investimento privado, da busca de incentivos fiscais e financeiros, do apoio na formação de mão-de-obra qualificada, na oferta de assistência técnica e da criação de facilidades logísticas.

e) Neste sentido a SODEPAC liderou e coordenou estudos da região do PAC envolvendo os aspectos agronómicos de modo abrangente, incluindo as cadeias produtivas, marcos legais, instrumentos de crédito e logística, os aspectos ambientais e os aspectos sociais, identificando as principais culturas, os módulos de exploração técnica e economicamente viáveis, definindo as inter-relações com o meio ambiente e envolvendo as comunidades desta região, visando estabelecer o Master Plan (Plano Director) da área.

f) Alguns destaques fundamentais do posicionamento do PAC incluem:

1. Proximidade do principal mercado consumidor – Luanda – através de infra-estruturas rodoviárias, Caminho-de-Ferro Luanda-Malanje e os aeroportos de Malanje e Capanda;

2. Disponibilidade de água e energia;

3. Condições edafo-climáticas favoráveis à implantação da produção de várias "commodities" agrícolas;

4. Empresas Âncora em implantação facilitando a activação de cadeias produtivas de produção e de serviços de apoio;

5. Disponibilidade de tecnologia para agricultura em climas tropicais e acção continuada da SODEPAC no apoio à produção através da realização de testes de validação, definição de pacotes tecnológicos e assistência técnica;

6. Presença Institucional da SODEPAC, enquanto entidade gestora do PAC na aprovação dos projectos e concessão do direito de exploração de terras, na preservação da integridade ambiental, na activação de Programas Sociais, em parceria com actores públicos e privados e na garantia da estabilidade de longo prazo;

7. Cenário de procura crescente por produtos alimentares, acompanhando a melhoria das condições de vida no País. Entre os vinte maiores itens de importação angolana em 2011, oito deles foram produtos alimentares, sendo que o quarto foi o frango e o sexto foi a farinha de trigo;

8. Executivo angolano atribuindo ao agronegócio, o papel de agente fundamental na promoção da diversificação da economia, na capacidade de geração de oportunidades de trabalho e renda na área rural e no alcance da Segurança Alimentar do País, visando o combate à fome e redução da pobreza, adoptando para o efeito, Políticas Públicas que favorecem o seu desenvolvimento.

Este Livro é aqui disponibilizado de maneira a oferecer a potenciais investidores informações orientadoras sobre a região e suas potencialidades.

O PAC reúne condições únicas em Angola para a realização bem

sucedida de projectos de investimento agro-industriais:

Sín

tese

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A elaboração deste documento contou com a prestimosa colaboração de entidades públicas ao nível Nacional, Provincial e Municipal, de Técnicos que laboram nas áreas de interesse do PAC, da Sociedade Civil, Organizações não Governamentais, Agricultores Locais e Autoridades Tradicionais, e de Entidades Privadas, com especial destaque a:

Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas – MINADERP - Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística - Departamento de Estudos, Projectos e Planeamento - Direcção Nacional de Agricultura, Pecuária e Floresta - Instituto de Desenvolvimento Florestal – IDF - Gestão de Terras Aráveis – GESTERRA S.A.

Ministério das Finanças – MINFIN - Serviço Nacional das Alfândegas

Banco Nacional de Angola – BNA

Ministério da Educação – MED

Ministério do Urbanismo e Construção – MINUC

Agencia Nacional para Investimento Privado – ANIP

Banco de Desenvolvimento de Angola – BDA

Instituto Nacional de Estatística – INE

Governo Provincial de Malanje - Gabinete do Governador- Direcção Provincial de Agricultura- Direcção Provincial de Educação - Direcção Provincial de Obras Públicas- Direcção Provincial de Saúde - Hospital Provincial de Malanje- Administração Municipal de Cacuso e as suas repartições - Administração Municipal de Cangandala e as suas repartições - Administração Municipal de Malanje e as suas repartições

Instituto de Desenvolvimento Agrário – IDA (Unidade Malanje)

Instituto de Investigação Agronómica – IIA (Unidade Malanje)

Instituto Médio Agrário de Malanje – IMAM

Centro de Formação Profissional de Construção Civil e Indústria- CEFOPROF (Unidade Cacuso)

Empresas fornecedoras de insumos e equipamentos agrícolas de Angola, Brasil, Portugal, Espanha, etc.

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Figuras, Gráficos, Mapas e Quadros

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Figura 1: Figura 2: Figura 3: Figura 4: Figura 5: Figura 6: Figura 7: Figura 8:

SODEPAC – Organigrama.................................................................................................................................................17Fluxograma global de produtos das Cadeias Produtivas...................................................................................................23Fluxograma geral das Potenciais Cadeias Produtivas........................................................................................................24Tolerância à falta de chuvas de acordo com a textura dos solos.........................................................................................29Calendário Agrícola..........................................................................................................................................................30Distribuição de classes de uso das terras do PAC..............................................................................................................31Fluxograma da metodologia adoptada no estudo ambiental para o PAC..........................................................................53Passos para o Investimento..............................................................................................................................................75

Os vinte principais produtos importados em 2011 em milhares de dólares americanos.................................................21Distribuição anual das chuvas mensais medidas na Estação Meteorológica de Malanje.................................................29

Gráfico 1: Gráfico 2:

Mapa 1: Mapa 2: Mapa 3: Mapa 4:Mapa 5:Mapa 6:Mapa 7:

Quadro 1: Quadro 2: Quadro 3: Quadro 4: Quadro 5: Quadro 6: Quadro 7: Quadro 8: Quadro 9: Quadro 10: Quadro 11:

Angola – Evolução do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH...................................................................................11Importação de produtos alimentares e agrícolas mais representativos de 2008 a 2011 e sua participação .........no volume total importado (em mil toneladas)...............................................................................................................21Classificação das terras de acordo com a capacidade produtiva......................................................................................32Projecção da Produção do PAC.......................................................................................................................................41Condições de Financiamento.........................................................................................................................................43Módulos de Produção - Indicadores de Viabilidade Económica......................................................................................43Investimentos para a Implantação de 1,0 ha de Hortícolas, Frutícolas e Mandioca.........................................................44Áreas de produção de Hortícolas, Frutícolas e Mandioca – Indicadores da Viabilidade Económica.................................44Empresas Âncora - Indicadores de Viabilidade Económica.............................................................................................47 Actividades Correlacionadas - Indicadores de Viabilidade Económica..........................................................................49 Superfície Ocupada de cada Categoria de Áreas para Conservação Ambiental..............................................................59

Divisão Político – Administrativa de Angola.......................................................................................................................14Perímetro do PAC com Infra-estruturas............................................................................................................................15Declives............................................................................................................................................................................33Capacidade de Uso das Terras...........................................................................................................................................34Cobertura Vegetal.............................................................................................................................................................54Áreas para a Conservação Ambiental................................................................................................................................54Zonagem Ambiental da Área do PAC.................................................................................................................................54

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Sociedade de Desenvolvimento

do Pólo Agro-Industrial de Capanda - SODEPAC

Carlos António Fernandes

Presidente do Conselho de Administração

Manuel Godinho Domingos

Administrador

João André

Administrador

Marco Rossan Brandão

Director de Desenvolvimento Agrário

João Alexandre de Lira Cavalcanti

Director de Desenvolvimento Social

Carlos Campelo Vaz Junior

Director de Gestão de Terrenos Rurais

Razia Mamad

Apoio Administrativo/Financeiro

Escritório Sede

Rua Comandante Dangereux S/N.º - Malanje

Telefones: (+244) 251 201803/4/5

Escritórios de Representação

Rua da Administração Municipal S/N.º - Cacuso

Telefone: (+244) 251 201806

Projecto Nova Vida, Rua 5/Nº 201 - Luanda

Telefones: (+244) 222 005997 / 222 010497

Telefax: (+244) 222 101509

E-mails: e [email protected]

[email protected]

www.sodepacangola.com

Elaboração

Coordenação Geral: SODEPAC

Assistência Técnica

Construtora Norberto Odebrecht, sucursal Angola

Luiz Felipe Carneiro da Cruz

Planeamento e Coordenação técnica

Agronegócio

Campo Consultoria e Agronegocios Ltda.

Cezar Augusto Rizzi

Coordenador

Aspectos Sociais

Diagonal Empreendimentos e Gestão de Negócios Ltda

Vanessa Bega Menezes

Coordenadora

CESO Consultores Internacionais SARL

Luis Lacerda

Coordenador

Aspectos Ambientais

NCA Engenharia, Arquitectura e Meio Ambiente Ltda.

Otto Ribas

Coordenador

Projecto gráfico e diagramação

Alex Silva

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Pedras de Pungo Andongo

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www.sodepacangola.com