capítulo 34. reajustamento do coeficiente de importações

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Universidade Federal de Alagoas Faculdade de Economia Administração e Contabilidade Disciplina: Economia Brasileira I Professor: Prof. Dr. Fábio Guedes Gomes Estudante: Éden de Oliveira Santana Furtado, Celso, 1920-2004. Formação Econômica do Brasil/Celso Furtado. - 34. Ed.- São Paulo: Companhia das Letras, 2007. Capítulo 34. Reajustamento do coeficiente de importações Liberadas as importações no pós-guerra e tendo a oferta externa regulação, segundo Furtado, o coeficiente de importações aumenta em 1947, quinze por cento. Os preços relativos foram restabelecidos no mesmo patamar de 1929, a população teve sua demanda estimulada ao consumo de produtos importados. A situação brasileira era incapaz de atender essa demanda. Era necessário corrigir o desequilíbrio. As soluções que se apresentavam eram, desvalorização da moeda e introdução de controles seletivos das importações. A política que foi tomada, segundo Furtado foi a segunda tomada com aparente desconhecimento. As autoridades brasileiras tinham temor a alta de preços, pois os preços das importações estavam aumentando e isso em conjunto com a desvalorização da moeda amentavam a intranquilidade da sociedade de forma crescente.

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Page 1: Capítulo 34. Reajustamento do coeficiente de importações

Universidade Federal de AlagoasFaculdade de Economia Administração e Contabilidade

Disciplina: Economia Brasileira IProfessor: Prof. Dr. Fábio Guedes Gomes

Estudante: Éden de Oliveira Santana

Furtado, Celso, 1920-2004. Formação Econômica do Brasil/Celso Furtado. - 34. Ed.- São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

Capítulo 34. Reajustamento do coeficiente de importações

Liberadas as importações no pós-guerra e tendo a oferta externa

regulação, segundo Furtado, o coeficiente de importações aumenta em 1947,

quinze por cento.

Os preços relativos foram restabelecidos no mesmo patamar de 1929, a

população teve sua demanda estimulada ao consumo de produtos importados.

A situação brasileira era incapaz de atender essa demanda. Era necessário

corrigir o desequilíbrio.

As soluções que se apresentavam eram, desvalorização da moeda e

introdução de controles seletivos das importações. A política que foi tomada,

segundo Furtado foi a segunda tomada com aparente desconhecimento. As

autoridades brasileiras tinham temor a alta de preços, pois os preços das

importações estavam aumentando e isso em conjunto com a desvalorização da

moeda amentavam a intranquilidade da sociedade de forma crescente.

A consequência da política de manutenção cambial teve suas

consequências onde conservou-se o desequilíbrio e o volume das importações

tinha de ser reduzidos.

Era necessário dar liberdade as importações de bens consumo

acabados e dessa forma aumentar a oferta desses bens dentro do Brasil, para

que através da regulação da taxa de cambio pudesse favorecer, mas a

insuficiência das divisas tornou-se impraticável essa política, segundo Furtado.

Page 2: Capítulo 34. Reajustamento do coeficiente de importações

A política cambial que tinha objetivos de combater a alta dos preços,

atuou como redutora de importações no que diz respeito aos produtos

manufaturados de consumo, e nisso trouxe bens de capital e de matérias

primas para dentro da economia. Isso favoreceu o setor industrial em duas

vertentes, redução da concorrência externa através do controle das

importações e partes das matérias-primas e equipamentos eram adquiridos a

preços baixos.

A indústria foi favorecida com esses investimentos, no que diz respeito

ao mercado interno. Isso favoreceu o mercado interno e as importações no

período de 1945 e 1950 elevou-se apenas sete por cento. Enquanto isso os

produtos manufaturados aumentaram cerca de cinquenta e quatro por cento. A

indústria ao aumentar sua produtividade transferiu para a população uma

relativa baixa de preços.

Os empresários brasileiros obtiveram benefícios através das

importações de equipamentos e matérias-primas a baixos preços, segundo

Furtado e isso não foi fruto de uma distribuição de renda estático, mas

apropriação por partes de empresários de parte do aumento real da

coletividade. O baixo preço dos produtos importados, não beneficiou todos os

setores, mas exclusivamente o setor industrial, concentrando na indústria

devido a capacidade de absorção de divisas.

A política cambial, que proporcionou a baixa do preços dos

equipamentos, assegurou proteção contra concorrentes do exterior e deu

possibilidade de que aumentos na produção da economia fossem capitalizados

no setor industrial.

Portanto a política cambial acompanhada de controle das importações,

resultou não somente concentração industrial nas mãos dos empresários, mas

ampliou uma gama de oportunidades de investimentos a esses empresários.