balanço das exportações e importações brasileiras de

Balanço das Exportações e Importações Brasileiras de

Rochas Ornamentais em 2020

Informe 01/2021 Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais – ABIROCHAS SRTV Sul – Quadra 701 – Conjunto L – nº 38 – Bloco 2 – sala 601 Asa Sul - Brasília / DF – CEP 70340-906 – Edif. Assis Chateaubriand Fone +55 (61) 3033-1478 - Email: [email protected]

Informe ABIROCHAS 01/2021 1

BALANÇO DAS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS

DE ROCHAS ORNAMENTAIS EM 20201

MATERIAIS ROCHOSOS NATURAIS

• Exportações

As exportações brasileiras de materiais rochosos naturais de ornamentação e revestimento somaram US$ 987,4 milhões e 2,16 milhões de toneladas em 2020, de acordo com os dados fornecidos na Comex Stat no início do mês de janeiro/2021. Frente a 2019, o faturamento teve recuo de 2,65%, com variação também negativa de 0,36% para o volume físico dessas exportações. É provável que esses números – e particularmente aqueles especificamente relacionados ao mês de dezembro –, sejam revisados para maior no primeiro balanço mensal de 2021, trazendo o faturamento de 2020 para um patamar até superior a US$ 1 bilhão.

O preço médio das exportações teve uma queda de 2,31%, passando de US$ 468,4/t em 2019 para US$ 457,6/t em 2020. A participação de rochas processadas, no faturamento (80%) e no volume físico (55%) das exportações, manteve os mesmos níveis de 2019. Os principais produtos exportados incluíram chapas de granito, chapas de quartzito, blocos de granito, chapas de mármore e produtos de pedra-sabão, além de blocos de quartzito e produtos de ardósia.

Destacou-se o crescimento e maior participação, nas exportações, das chapas de quartzito e de mármore e dos blocos de quartzito. Destacou-se também que as chapas de quartzito e de mármore e dos produtos de pedra-sabão figuram como os de maior valor agregado nas exportações do setor de rochas.

Registrou-se incremento de quase 50% no volume físico das exportações de blocos de quartzito, que atingiram 90,1 mil de toneladas em 2020 e tornaram-se um concorrente para os produtos de quartzitos “made in Brazil” no mercado internacional, pois estas exportações são sobretudo dirigidas para Itália e China, maiores competidores do Brasil em nosso principal mercado – os EUA. Vale lembrar que os quartzitos maciços, aí incluído o quartzo natural, constituem a principal nova variedade de rocha no mercado mundial do setor, viabilizada economicamente pela otimização de serragem de chapas em teares multifio diamantados.

Em termos gerais, o Espírito Santo permanece como principal estado exportador de rochas; os EUA como principal país de destino das exportações; Vitória (ES) e Santos (SP) como principais portos utilizados para as exportações; e, as chapas, como principal produto exportado.

1 Este texto foi elaborado pelo geólogo Cid Chiodi Filho – Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos, para a ABIROCHAS – Associação Brasileira das Indústrias de Rochas Ornamentais, em 29 de janeiro de 2021, Belo Horizonte – MG. Os dados primários sobre exportações e importações foram obtidos a partir de consulta à Base de dados Comex Stat do MDIC (http://comexstat.mdic.gov.br). Foto: em primeiro plano, peças de Ludson Zampirolli expostas na mostra Brazilian Stones Original Design (Vitória, ES, 2019), elaboradas com o material Enigma da empresa Gramazini.


• Importações

As importações brasileiras de materiais rochosos naturais somaram US$ 13,1 milhões e 40,0 mil toneladas, com variação negativa de respectivamente 18,5% e 14,8% frente a 2019. As rochas processadas, envolvendo sobretudo mármores, calcários (limestones) e travertinos, representaram 59,2% do volume físico dessas importações. O preço médio dessas importações recuou 4,3%, passando de US$ 523,5/t em 2019 para US$ 500,9/t em 2020.

Ao principais fornecedores foram, nesta ordem, Turquia, Itália, Espanha, Indonésia, México, China, Portugal e Grécia, de um total de 31 países. São Paulo, Rondônia e Santa Catarina, com mais de 5.000 toneladas individualmente, foram os principais estados importadores. Santos foi o principal porto de desembarque, com 22,6 mil toneladas registradas em 2020, seguindo-se Rio de Janeiro e Itajaí com mais de 4.000 toneladas cada.

O desempenho dessas importações não faz supor ter havido recuperação franca da construção civil brasileira e de seus insumos em 2020.

MATERIAIS ROCHOSOS ARTIFICIAIS

• Exportações

As exportações brasileiras desses materiais, contabilizadas nas posições 6810.99.00 e 6810.19.00, somaram US$ 10,3 milhões e 11,0 mil toneladas em 2020, com pequena queda do volume físico e praticamente o mesmo faturamento de 2019. Essas exportações foram efetuadas para 17 países, sendo das Américas os 10 principais destinos. Os EUA responderam por US$ 8 milhões do total do faturamento dessas exportações.

• Importações

As importações brasileiras de materiais rochosos artificiais de revestimento somaram US$ 39,1 milhões e 69,2 mil toneladas em 2020, com variação negativa de respectivamente 12,9% e 1,8% frente a 2019. Seu preço médio teve um recuo de 11,3%, passando de US$ 637,6/t em 2019 para US$ 565,4/t em 2020. China, com 65 mil toneladas, e Espanha, com 2,5 mil toneladas, foram nossos principais fornecedores, compondo 97,5% do total do volume físico das importações.

Essas importações também não sinalizam recuperação do mercado interno dos materiais de revestimento, mas sua retração foi bem inferior àquela dos materiais rochosos naturais.

OBSERVAÇÕES

Além dos gráficos e tabelas a seguir apresentados, constam em anexo outros dois documentos de interesse elaborados sobre o setor de rochas ornamentais, a saber:

• Exportações brasileiras de rochas ornamentais se recuperam no 2º semestre de 2020.

• Estimativa da produção e consumo brasileiros de rochas ornamentais em 2020.


00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

RSB 117 110 114 126 173 168 213 196 178 142 223 251 242 297 257 214 221 210 212 187 180

RCB 1,5 1,3 1,5 1,9 1,4 3,6 1,7 1,1 1,9 0,9 1,5 2,6 3,6 4,0 7,3 6,6 5,0 6,0 11,0 14,9 17,3

RP 153 169 224 301 427 619 831 897 775 581 734 746 814 1001 1013 989 912 891 769 811 790

TOTAL 272 280 339 429 601 790 1045 1093 955 724 959 1000 1060 1302 1277 1209 1138 1107 992 1014 987

0

300

600

900

1200

1500

US$

milh

ão

Evolução anual do faturamento das exportações brasileiras de rochas ornamentais – 2000/2020

RSB - blocos de granito; RCB - blocos de mármore; RP - rochas processadas.

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Valores 3,5 5,6 8,1 12,1 14,9 17,2 17,0 13,8 11,3 14,4 14,1 16,5 21,0 21,5 22,6 22,6 21,9 19,1 19,8 20,2

0

5

10

15

20

25

Milh

ões

m2

equ

ival

ente

s (2

cm

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Evolução das exportações brasileiras de chapas serradas - 2001-2020


620.93112

2.03

6

56.7

15

32.0

08

20.2

59

14.1

66

10.7

06

10.2

34

9.38

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6

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100.000

200.000

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Exportações brasileiras por país de destino2020 (US$ 1.000)

813.774

105.

807

25.2

19

10.3

38

9.2

63

6.4

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200.000

300.000

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Pau

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Principais estados exportadores 2020 (US$ 1.000)


557.

507

205.

680

176.

381

22.4

11

9.09

1

3.74

0

3.50

5

1.84

7

838.940

894.132

314.

172

44.4

34

22.0

57

9.16

3

9.15

6

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200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

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Principais portos de embarque - 2020

Valor (US$ 1.000) Volume (t)


384.63620

3.57

6

117.

799

68.3

92

61.1

81

53.3

26

42.6

25

20.3

84

16.2

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5.97

1

5.32

1

2.74

6

2.7

08

2.52

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0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

450.000

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.121

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0

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0

Ou

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Exportações brasileiras por NCM em 2020 (US$ 1.000)

800483

749.

693

115.

352

104.

843

89.7

32

93.1

07

75.8

87

36.6

33

32.6

74

20.8

21

17.2

24

12.

073

9.19

9

0

100000

200000

300000

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600000

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2516

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0

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2516

.110

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Ou

tro

s

Exportações brasileiras por NCM em 2020 (toneladas)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2018 58,9 67,7 79,5 96,0 77,0 78,1 55,2 90,4 95,8 100,5 94,5 99,0

2019 70,2 64,6 88,4 83,9 100,4 83,0 100,2 103,9 89,7 77,7 73,6 76,4

2020 61,3 58 81 67 72,8 57,9 94,2 107,0 106 92,9 100,2 89,1

0

30

60

90

120

150

US$

milh

ões

Exportações mensais do setor de rochas ornamentais2018-2020


2018 142,2 116,8 174,1 227,9 156,8 181,1 138,6 160,8 224,3 267,6 203,7 201,1

2019 128,5 142,6 180,5 153,8 222,9 159,8 229,4 236,6 181,4 165,1 159,2 193,4

2020 135,4 132,5 158,2 130,5 213,3 158,1 240,4 212,1 241,5 182,9 165,4 187,4

0

80

160

240

320

400

1.0

00 t

on

elad

as

Exportações mensais do setor de rochas ornamentais



2018 58,9 126,6 206,1 302,2 379,2 457,2 512,4 602,8 698,6 799,1 893,5 992,5

2019 70,2 134,8 223,2 307,1 407,5 490,6 590,7 694,7 784,3 862,1 935,7 1012,1

2020 61,3 119,3 200,4 267,3 340,2 398 492,3 599,2 705,1 798,0 898,3 987,4

0

200

400

600

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Exportações acumuladas do setor de rochas

JanJan-Fev

Jan-Mar

Jan-Abr

Jan-Mai

Jan-Jun

Jan-JulJan-Ago

Jan-Set

Jan-Out

Jan-Nov

Jan-Dez

2018 -13,10 -7,10 -17,10 -10,50 -18,10 -19,30 -23,10 -21,70 -18,90 -16,00 -13,00 -10,40

2019 19,40 6,50 8,30 1,70 7,50 7,30 15,30 15,30 12,30 7,90 4,70 2,00

2020 -12,70 -11,50 -10,30 -12,90 -16,50 -18,90 -16,70 -13,70 -10,40 -7,70 -4,20 -2,70

-30,00

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10,00

20,00

30,00

%

Taxas de variação do faturamento das exportações brasileiras de rochas ornamentais



2018 4,9 8,2 12,3 17,4 21,6 26,0 31,3 37,2 41,4 44,5 49,4 53,5

2019 3,8 6,1 9,9 13,5 17,9 21,4 26,1 30,8 34,2 37,9 43,0 46,0

2020 4,4 6,8 10,0 12,7 14,8 16,9 19,8 22,6 26,3 31,5 35,2 40,0

0,0

20,0

40,0

60,0

1.00

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nel

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Importações brasileiras acumuladas de materiais rochosos naturais


2018 7 13,5 18,1 21,8 26,9 31,2 37,1 41,5 47,3 53,7 60,0 64,1

2019 7,9 14,6 20,3 24,3 29,7 36,1 42,3 48,0 53,6 59,9 65,5 70,5

2020 8,4 17,4 25,2 28,4 32,2 34,8 37,7 43,5 49,9 55,4 62,7 69,2

0

10

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40

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as

Importações brasileiras acumuladas de materiais rochosos artificiais



2020 4,4 2,4 3,2 2,7 2,0 2,2 2,9 2,8 3,7 5,1 3,8 4,5

0,0

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6,01.

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Importações brasileiras mensais de materiais rochosos naturais


2020 8,4 9,0 7,9 3,2 3,8 2,6 3,0 5,8 6,4 5,5 7,2 6,5

0,0

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7,0

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ton

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as

Importações brasileiras mensais de materiais rochosos artificiais



2018 56,1 121,7 198,6 291,9 366,5 441,9 494,4 581,4 675,0 773,8 865,5 962,4

2019 67,9 131,3 217,7 300,0 398,1 479,4 577,3 678,2 766,2 841,9 913,2 988,0

2020 59,0 115,7 195,0 260,7 332,6 389,5 482,4 588,0 692,0 782,2 880,6 967,4

0

200

400

600

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1000

1200

1400

US$

milh

ão

Saldo acumulado da balança comercial do setor de rochas ornamentais


EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS SE RECUPERAM NO 2º SEMESTRE DE 2020

Geól. Cid Chiodi Filho

Depois de um fraco desempenho no 1º semestre, motivado pela pandemia do Covid-19, as exportações brasileiras de rochas evidenciaram expressiva recuperação no 2º semestre, fechando 2020 nos mesmos patamares de faturamento e volume físico registrados em 2018 e 2019. Foi um feito notável, pois a queda do faturamento do 1º semestre, frente ao mesmo período de 2019, alcançou quase 19%.

Exportações brasileiras de rochas ornamentais no 1º e 2º semestres de 2020

Período Faturamento

(US$ milhão)

Volume Físico

(1.000 t)

Média Mensal do Faturamento

(US$ milhão)

1º Semestre 398,0 928,0 66,3

2º Semestre 589,4 1.229,7 98,2

Os resultados alcançados em 2020 atestam a força da construção civil, bem como a capacidade de resposta e estreita integração, do setor de rochas, a esse importante vetor de mobilização da economia mundial. Parece não ter sido diferente o comportamento do setor de rochas no mercado interno, o que é sugerido pelo comportamento das importações brasileiras de materiais rochosos naturais e artificiais de revestimento.

O incremento da participação de produtos com maior valor agregado nas exportações, especialmente de chapas de quartzitos maciços, mármores e pedra-sabão, nesta ordem, foi responsável pela estabilização do faturamento das exportações brasileiras de rochas em 2019 e 2020, interrompendo uma tendência de queda registrada de 2014 a 2018. O incremento sustentável dessa exportações, para além do patamar de US$ 1 bilhão, também só ocorrerá mediante crescimento da participação de produtos com maior valor agregado, não relativos a chapas, mas a produtos acabados.

Evolução das exportações brasileiras do setor de rochas ornamentais

Período Faturamento

(US$ milhão)

Volume Físico

(1.000 t)

Variação Anual do Faturamento (%)

2018 992,5 2.196,2 -10,4

2019 1.014,3 2.165,4 +2,2

2020 987,4 2.157,7 -2,7

Mais do que resultado de programas institucionais de fomento e promoção das exportações, sem dúvida importantes, saltos quantitativos mais apreciáveis só ocorrerão pela capacitação de oferta e comercialização de produtos acabados pelas empresas exportadoras. Os principais mercados-alvo estão nas Américas e muito especialmente nos EUA. A participação direta de exportações brasileiras para o mercado árabe ainda é muito restrita, mas poderia ser


sensivelmente amplificada, tanto com o fornecimento de chapas quanto de produtos acabados.

As exportações de blocos de algumas rochas estratégicas, entre as quais atualmente se destacam quartzitos maciços e mármores, apenas para citar os principais, acabam por anular a decantada vantagem competitiva da geodiversidade brasileira no mercado internacional.

A notável e incontornável expansão da internet, inclusive turbinada pela pandemia da Covid-19, entre outras quebras de paradigmas, sugere a perda da importância anteriormente atribuída aos eventos presenciais do setor de rochas, destacando-se neste caso as grandes feiras internacionais. No curto e médio prazos (2021 e 2022), tais eventos poderão ser também afetados pelo contingenciamento das viagens internacionais, a depender do avanço da vacinação e dos seus resultados na população mundial.

Acredita-se que os dados relativos especificamente às exportações do mês de dezembro de 2020 serão revisados pela SECEX na divulgação dos resultados a serem consolidados para o mês de janeiro de 2021, possivelmente ampliando as exportações para um patamar até superior a US$ 1 bilhão. Revisões desta natureza têm constituído prática recorrente na apuração das exportações ao longo dos últimos dois anos.

A inespecificidade dos códigos fiscais que abrigam rochas processadas, no Capítulo 68 da NCM, continuará não permitindo discriminar e avaliar a evolução qualitativa das exportações de rochas acabadas e semiacabadas.

• Números das Exportações e Importações de Rochas em 2020

1. Brasil: principais produtos exportados em 2020 Participação % no faturamento

NCM Participação Produtos

6802.93.90 39% Chapas de granitos

6802.99.90 21% Chapas de quartzito

2516.12.00 12% Blocos de granito

6802.91.00 7% Chapas de mármore

6802.29.00 6% Chapas de pedra-sabão

2506.20.00 5,4% Blocos de quartzito

6803.00.00 4,3% Produtos de ardósia

Outras 5,3%

2. Brasil: Principais incrementos entre os principais produtos exportados 2020/2019

NCM Faturamento Peso Produtos

2506.20.00 +37% +49% Blocos de quartzito

6802.91.00 +16% +25% Chapas de mármore

6802.99.90 +8% +15% Chapas de quartzito


3. Brasil: menores quedas do preço médio entre os principais produtos exportados – 2020/2019

NCM % de Queda Produtos

6803.00.00 -4,8% Produtos de ardósia

6802.99.90 -6,4% Chapas de quartzito

6802.29.00 -6,9% Chapas de pedra-sabão

6802.91.00 -7,1% Chapas de mármore

6802.93.90 -8,0% Chapas de granitos

2506.20.00 -8,2% Blocos de quartzito

4. Brasil: incremento do preço médio entre os principais produtos exportados – 2020/2019

NCM Incremento Produtos

2515.12.10 +33% Blocos de mármore

5. Brasil: variação do preço das exportações - 2020/2019

• Geral -2,3%

• Rochas processadas -4,6%

• Rochas silicáticas e silicosas brutas -1,5%

• Rochas carbonáticas brutas +31,2%

6. Exportações: principais portos de embarque em 2020 Volume físico (1.000 t)

• Vitória (ES) 894,1

• Santos (SP) 840,0

• Rio de Janeiro (RJ) 314,0

• Outros 109,6

7. Brasil: principais estados exportadores em 2020 Faturamento (US$ milhão)

• Espírito Santo 813,8

• Minas Gerais 105,8

• Ceará 25,2

• Outros 42,6


8. Brasil: principais países de destino das exportações em 2020 - Faturamento (US$ milhão)

• EUA 621,0

• China 122,0

• Itália 56,7

• México 32,0

• Reino Unido 20,3

• Outros 135 países 135,4

9. Brasil: maiores preços médios das exportações em 2020 (US$/kg)

• Australia 1,59

• Nova Zelândia 1,44

• Cingapura 1,40

• Israel 1,19

• Rússia 1,07

• Canadá 1,06

• Suíça 0,94

• Suécia 0,87

• Arábia Saudita 0,87

• Vietnã 0,86

10. Brasil: principais destinos das exportações de materiais rochosos artificiais em 2020 - Faturamento (US$ 1.000)

• EUA 8,8

• Argentina 0,47

• Paraguai 0,43

• Uruguai 0,25

• Bolívia 0,18

• Outros 23 países 0,17


11. Exportações: principais produtos em perspectiva para 2021

• Chapas e blocos de quartzito maciço

• Chapas e blocos de mármore

• Produtos de pedra-sabão

• Chapas de granito

12. Brasil: importações de materiais rochosos naturais em 2020

Valor (US$ 1.000) Peso (1.000 t)

20.016 39,0

13. Brasil: importações de materiais rochosos artificiais em 2020

Valor (US$ 1.000) Peso (1.000 t)

39.134 69,2


ESTIMATIVA DA PRODUÇÃO E CONSUMO BRASILEIROS DE ROCHAS ORNAMENTAIS EM 2020

Geól. Cid Chiodi Filho

As referências compiladas junto a agentes produtivos do setor de rochas não sugerem ter havido flutuação significativa da produção brasileira de rochas ornamentais em 2020. Depois de uma queda acentuada no 1º semestre, recuperaram-se no 2º semestre a demanda do mercado interno e o nível das exportações, para um patamar anual compatível ao de 2018.

Acentuou-se a produção de rochas carbonáticas (mármores) e silicosas (quartzitos maciços e quartzo natural), que se somou à das rochas silicáticas para notabilizar ainda mais a geodiversidade brasileira dos materiais naturais de ornamentação e revestimento. Reafirmou-se a preferência para rochas de massa branca a acinzentada. Mais recentemente, foram valorizados e mais demandados os granitos negros, lembrando-se que os materiais acinzentados são também muito utilizados para arte funerária (lápides).

Deve-se enfatizar que os dados de produção do setor de rochas são estimativos, com convencionalmente acontece para atividades pulverizadas entre micro e pequenas empresas.

Perfil da produção brasileira por tipo de rocha - 2020

Tipo de Rocha Produção (Mt) Participação (%)

Granito e similares 4,0 44,5

Mármore e Travertino 2,3 25,6

Ardósia 0,4 4,4

Quartzito Foliado 0,2 2,2

Quartzito Maciço 1,5 16,7

Pedra Miracema 0,2 2,2

Outros (Basalto, Pedra Cariri, Pedra-Sabão, Pedra Morisca etc.) 0,4 4,4

Total estimado 9,0 100

Distribuição estadual da produção de rochas ornamentais no Brasil - 2020

Região UF Produção (t)) Tipo de Rocha

Sudeste

Espírito Santo 2.800.000 Granito e mármore

Minas Gerais 1.800.000 Granito, pegmatito, ardósia, quartzito foliado, quartzito maciço, pedra-sabão, pedra-talco, serpentinito, mármore e basalto

Rio de Janeiro 200.000 Granito, mármore e pedra Paduana (gnaisse)

São Paulo 80.000 Granito, quartzito foliado

Sul

Paraná 200.000 Granito e mármore

Rio Grande do Sul 140.000 Granito, basalto e quartzito

Santa Catarina 120.000 Granito, ardósia e mármore

Centro-Oeste

Goiás 200.000 Granito, quartzito foliado, serpentinito

Mato Grosso 50.000 Granito


Distribuição estadual da produção de rochas ornamentais no Brasil - 2020

Região UF Produção (t)) Tipo de Rocha

Mato Grosso do Sul

60.000 Granito e mármore

Nordeste

Bahia 1.200.000 Granito, pegmatito, mármore, travertino, arenito e quartzito maciço

Ceará 1.000.000 Granito, pegmatito, limestones e pedra Cariri (calcário plaqueado)

Paraíba 460.000 Granito e conglomerado

Pernambuco 150.000 Granito e quartzito

Alagoas 160.000 Granito

Rio Grande Norte 200.000 Mármore e granito

Piauí 100.000 Pedra Morisca (arenito arcosiano) e ardósia

Norte

Rondônia 20.000 Granito

Roraima 20.000 Granito e anortosito

Pará 30.000 Granito

Tocantins 10.000 Granito, chert (quartzito), serpentinito

Total Brasil 9.000.000

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO BRASILEIRA DE ROCHAS VOLTADA PARA OS MERCADOS INTERNO E EXTERNO – 2013-2020

Período Mercado Externo (t) Mercado Interno (t) Produção Total (t)

2013 3.600.000 (+20,0%) 6.900.000 (+10,0%) 10.500.000 (+13,0%)

34,3% 65,7% 100%

2014 3.437.000 (-4,5%) 6.693.000 (-3,0%) 10.130.000 (-3,5%)

33,9% 66,1% 100%

2015 3.260.000 (-5,0%) 6.240.000 (-7,0%) 9.500.000 (-6,2%)

34,3% 65,7% 100%

2016 3.400.000 (+4,5%) 5.900.000 (-5,0%) 9.300.000 (-2,1%)

36,6% 63,4% 100%

2017 3.240.000 (-4,7%) 6.000.000 (+2,0%) 9.240.000 (-1,0%)

35% 65% 100%

2018 3.000.000 (-7,0%) 6.000.000 (0%) 9.000.000 (-2,6%)

33% 67% 100%

2019 3.000.000 (0%) 6.200.000 (+3,3%) 9.200.000 (+2,2%)

32,6% 67,4% 100%

2020 3.000.000 (0%) 6.000.000 (-3,2%) 9.,0200.000 (-2,2%)

33,0% 67,0% 100%


Perfil tecnológico e capacidade instalada do parque brasileiro de serragem de chapas - 2020

UF Teares

Multilâmina de Aço Operantes

Teares Multifio

Diamantados

Teares Multilâmina Diamantados

Talha-Blocos

Multidisco

Capacidade de Serragem (106 m2/ano)

Espírito Santo 350 330 16 6 70,0

São Paulo 10 6 - -

Rio de Janeiro 6 4 - -

Paraná 4 2 1 -

Minas Gerais 12 1 4 -

Rio Grande do Sul 8 2 - -

Bahia 14 2 25 6

Ceará 25 6 - 6

Pernambuco 4 1 - -

Santa Catarina 4 5 - -

Alagoas 6 - - -

Pará 2 - - -

Paraíba 7 1 - 2

Goiás 3 - - -

Rio Grande do Norte 5 - 1 2

Sergipe 2 - 3 -

Mato Grosso 3 - - -

Rondônia 5 - - 1

Roraima 2 - - -

Total 470 360 50 23

Capacidade Serragem (106 m2/ ano)

30,0 53,0 5,0 2,0 90,0

Consumo interno aparente de rochas ornamentais

e de revestimento no Brasil - 2020

Tipo de Rocha Consumo

(106 m2 equivalentes) * Participação (%)

Granito 30,0 44,0

Mármore e Travertino 21,0 31,0

Ardósia 4,5 6,8

Quartzitos Maciço e Foliado 5,3 7,9

Outros 3,9 5,9

Mármores importados 1,1 1,7

Aglomerados importados 1,8 2,7


(*) Chapas com 2 cm de espessura equivalente.


Distribuição do consumo interno aparente de rochas ornamentais no Brasil,

por estados e regiões - 2020

UF / Região Consumo (106 m2 equivalentes) *

Participação (%)

São Paulo 30,4 45,0

Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais 14,9 22,0

Região Sul 9,5 14,0

Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste 12,8 19,0


*Chapas com 2 cm de espessura equivalente.

BRASIL: REPARTIÇÃO DA PRODUÇÃO, INTERCÂMBIO E CONSUMO INTERNO DE ROCHAS ORNAMENTAIS 2015-2020 (valores em 1.000 t)

Parâmetros 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Produção de rochas brutas 9.500 9.300 9.240 9.000 9.200 9.000

Importação de rochas brutas 20,3 19,3 22,1 18,1 17,2 16,3

Disponibilidade de rochas brutas 9.520,3 9.319,3 9.262,1 9.018,1 9.217,2 9016,3

Exportação de rochas brutas 970,6 1.083,5 1.046,6 1.066,8 984,2 962,3

Rochas brutas para processamento 8.549,7 8.235,8 8.215,5 7.951,3 8.233,0 8054,0

Rejeito de processamento (41%) 3.505,4 3.360,9 3.368,4 3.260,0 3.375,5 3.302,1

Produção de rochas processadas 5.044,3 4.874,9 4.847,1 4.691,3 4.857,5 4751,9

Importação de rochas processadas* 106,2 103,9 98,1 99,4 116,5 92,9

Disponibilidade de rochas processadas

5.150,5 4.978,8 4.945,2 4.790,7 4.974,0 4.844,8

Exportação de rochas processadas 1.353,0 1.375,4 1.311,5 1.130,0 1.169,3 1.195,4

Consumo interno 3.797,5 3.603,4 3.633,7 3.660,7 3.804,7 3.649,4

Consumo em m2 equivalente x 1.000.000**

70,3 66,7 67,3 67,8 70,5 67,6

Consumo per capita (m2 x 2 cm espessura)***

0,34 0,32 0,32 0,32 0,33 0,32

Consumo per capita (kg)*** 18,52 17,28 17,28 17,28 18,03 17,28

(*) inclui materiais rochosos artificiais; (**) 54 kg/m2; (***) 212,6 milhões habitantes em 2020.

balanço das exportações e importações brasileiras de

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