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REN - REDE ELÉCTRICA NACIONAL, S.A. | NOVEMBRO DE 2017
CAPACIDADES INDICATIVAS DE INTERLIGAÇÃO PARA FINS
COMERCIAIS PARA O ANO DE 2018
(ENGLOBANDO AS ESTIMATIVAS DA REN E REE)
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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ÍNDICE
SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................................. 2
1. ÂMBITO ............................................................................................................................ 6
2. METODOLOGIA .................................................................................................................. 7
3. CONTEÚDO ....................................................................................................................... 8
4. BREVE CARACTERIZAÇÃO DO ANO DE 2017 ......................................................................... 9
4.1 Projetos de reforço da RNT ...................................................................................... 9
4.2 Evolução da capacidade de interligação nos primeiros onze meses de 2017 ...... 10
5. PREVISÃO DE EVOLUÇÃO DA RNT E DO PARQUE PRODUTOR EM 2018 ................................ 11
5.1 Perspetivas de evolução da estrutura física da RNT em 2018 .............................. 11
5.2 Perspetivas de evolução do parque eletroprodutor em 2018 .............................. 12
5.3 Plano de Indisponibilidades para 2018 .................................................................. 12
6. PRESSUPOSTOS DE CENARIZAÇÃO E DE CÁLCULO ............................................................. 13
6.1 Situações de rede .................................................................................................... 13
6.2 Cenários da rede de Espanha ................................................................................. 14
6.3 Capacidade técnica das linhas de interligação ...................................................... 14
6.4 Cenários de produção PEGHGT ............................................................................... 15
6.5 Cenários de carga .................................................................................................... 15
6.6 Colocação do parque eletroprodutor Português.................................................... 16
6.7 Indisponibilidades de elementos da rede e do parque eletroprodutor ................ 17
6.8 Metodologia de aumento/redução das trocas ........................................................ 18
6.9 Condições da análise de segurança ........................................................................ 18
7. PRINCIPAIS RESTRIÇÕES TÉCNICAS À CAPACIDADE DE INTERLIGAÇÃO (RESULTANTE APENAS
DE RESTRIÇÕES NA RNT)................................................................................................... 19
7.1 Capacidade Técnica de Interligação ....................................................................... 19
7.2 Condicionamentos do parque eletrorodutor ......................................................... 22
8. CAPACIDADE INDICATIVA PARA FINS COMERCIAIS (RESULTANTE APENAS DE RESTRIÇÕES NA
RNT) ................................................................................................................................ 23
9. AGREGAÇÃO DAS ESTIMATIVAS INDIVIDUAIS DA REN E DA REE ............................................ 26
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 28
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 31
GLOSSÁRIO ......................................................................................................................... 32
ANEXOS ................................................................................................................................. I
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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SUMÁRIO EXECUTIVO
1. O presente relatório, “Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o
Ano de 2018”, dá provimento ao estipulado nos artigos 31.º e 32.º do Regulamento de
Acesso às Redes e às Interligações (RARI), na sua edição de dezembro de 2014, quanto à
determinação dos valores previsionais de capacidade de interligação disponível para fins
comerciais (“NTC”) para o ano seguinte.
Para a determinação do valor de NTC, foi seguida a metodologia aprovada pela Entidade
Reguladora dos Serviços Energéticos (“ERSE”) em 13 de fevereiro de 2007 [2] que tem por
base a deteção do limite máximo do saldo de trocas no conjunto das interligações,
respeitando os critérios de segurança da Rede Nacional de Transporte de eletricidade
(“RNT”), quer em regime normal de operação da RNT, quer em regime de contingência.
As capacidades apresentadas neste relatório refletem as situações mais restritivas
identificadas tanto na RNT como na rede de transporte espanhola, suportadas em
diferentes cenários de funcionamento do sistema elétrico ibérico interligado, considerando
os procedimentos coordenados de troca de informação e de funcionamento operacional do
operador da rede de transporte (ORT) de Portugal e do ORT de Espanha, respetivamente
REN - Rede Eléctrica Nacional, S.A. e Red Eléctrica de España, S.A. Estes procedimentos
foram estabelecidos em 2008 por intermédio da assinatura do “Acordo Conjunto REN-REE
sobre: Cálculo da Capacidade Comercial de Interligação” [3].
Em conformidade com o disposto no artigo 32.º do RARI, a matriz de capacidades que agora
se apresenta, resulta da agregação das estimativas individuais efetuadas pela REN e REE,
correspondendo deste modo ao mínimo dos valores calculados por cada ORT ibérico, para
cada um dos sentidos do fluxo e para cada período.
Importa referir que os valores de NTC contidos nesta matriz não incorporam informação
sobre eventuais reduções induzidas por limitações operacionais impostas pelo parque
eletroprodutor nacional, as quais serão determinadas apenas na gestão operacional da RNT.
Adicionalmente, realça-se o caráter indicativo destes resultados, na medida em que as
ocorrências na operação real do sistema podem diferir das situações típicas consideradas
representativas neste cálculo. Em particular, estas capacidades são, entre outros fatores,
muito dependentes das efetivas indisponibilidades de elementos da RNT que ocorrem em
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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sede de exploração normal das redes de transmissão de energia elétrica, devido,
nomeadamente, a operações de manutenção, entre outras.
2. O cálculo da capacidade comercial de interligação baseia-se numa determinação prévia das
efetivas capacidades técnicas da rede física de Muito Alta Tensão (“MAT”), deduzida de
uma margem de 10 % (com o mínimo de 100 MW) para colmatar incertezas ao nível da
previsão da operação do sistema.
A tabela seguinte ilustra os valores de NTC previstos para 2018, tanto para saldos de trocas
no sentido Espanha→Portugal (importação), como no sentido Portugal→Espanha
(exportação). A determinação dos valores de NTC foi efetuada por período tarifário (horas
de “Ponta e Cheia” e horas de “Vazio”) e apresentada mensalmente sempre que
considerado relevante. Os resultados apresentados a “negrito” e a “itálico” na primeira
coluna, correspondente a cada período tarifário, são referentes aos valores obtidos com o
Plano de Indisponibilidades inativo, ou seja, com todos os elementos das redes de
transporte portuguesa e espanhola disponíveis. Na segunda coluna desse mesmo período
tarifário, são ilustrados os valores das capacidades que resultam da execução do Plano de
Indisponibilidades programadas da REN e da REE (com base nos procedimentos coordenados
de troca de informação e de funcionamento operacional acordado entre os dois ORT).
Embora as indisponibilidades sejam calendarizadas e acordadas entre ambos os operadores
de rede para os períodos mais favoráveis de operação dos sistemas elétricos interligados
(neste trabalho só foram consideradas indisponibilidades com duração superior a 15 dias),
é notório que algumas delas podem induzir reduções de capacidade relativamente aos
valores de NTC calculados na hipótese de total disponibilidade dos elementos das redes.
3. No sentido de trocas Portugal→Espanha, não se prevê que a capacidade de interligação
venha a apresentar valores inferiores a 2 200 MW, a não ser em períodos em que venham a
ocorrer indisponibilidades de elementos de rede e nos quais os valores de capacidade
podem ser reduzidos até cerca de 1 000 MW.
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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CAPACIDADE INDICATIVA DE INTERLIGAÇÃO PARA FINS COMERCIAIS PARA 2018
ENGLOBANDO AS ESTIMATIVAS DA REN E DA REE
(Sem considerar limitações do parque eletroprodutor)
Sentido das trocas Portugal → Espanha Espanha → Portugal
Período tarifário Ponta e Cheia Vazio Ponta e Cheia Vazio
Plano de indisp. programadas de elementos da rede
Inativo Ativo Inativo Ativo Inativo Ativo Inativo Ativo
Janeiro
3100
-
2700
-
1620
-
2160
-
Fevereiro 1800 - - -
Março - 1170 1980
Abril
2610
2160
2430
2160
1620
1440
1890
1710
Maio 2520 2300 - -
Junho
2400
2000
2200
-
2340
1620
2610
2520
Julho - - 1620 2520
Agosto 2400 - 2200 - 2160 1980 2520 2300
Setembro
2700
1750
2600
1900
2250
1620
2790
2700
Outubro 1200 1900 1620 1400
Novembro
2970
1000
2610
2520
1620
-
2250
2160
Dezembro 1980 2520 - 2160
NOTAS:
Em regimes de reduzida produção renovável, em particular de geração eólica, a potência de geração disponível para
exportar pode ser inferior aos valores de capacidade disponibilizados pela RNT.
Em regimes de forte produção renovável, em particular de geração eólica, os valores de capacidade de interligação no
sentido Espanha→Portugal podem ser inferiores aos apresentados, por necessidade de assegurar a reserva de segurança
do sistema.
Para efeitos do cálculo da capacidade de interligação, apenas se consideraram as indisponibilidades com duração superior
ou igual a 15 dias.
Na presença de indisponibilidades fortuitas ou ainda que programadas diferentes das contempladas neste cálculo, os
valores de capacidade técnica de interligação poderão, em alguns períodos do ano de 2018, divergir em relação aos
indicados.
Os valores de capacidade decorrentes da consideração do “Plano de Indisponibilidades Programadas” só são apresentados
quando os mesmos induzem limitações mais gravosas do que na situação de rede com a totalidade dos elementos
disponíveis.
Até à conclusão do eixo a 400 kV entre as subestações de Pedralva e de Vila Nova de Famalicão podem ocorrer limitações
à produção do parque produtor hídrico desta zona e/ou reduções à capacidade de interligação, de forma a garantir o
cumprimento dos “Padrões de Segurança para Planeamento da RNT” [1], face ao acréscimo da potência instalada na
região (num total aproximado de quase 1 000 MW, com a entrada em serviço das centrais de Salamonde II e de Frades II).
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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4. Para trocas no sentido Espanha→Portugal, estima-se que a capacidade de interligação
venha a apresentar, nomeadamente nos períodos com registos mais elevados de carga,
valores mínimos numa gama de ca. 1 600 MW a 2 300 MW, mas que poderão vir a ser
inferiores (da ordem dos 1 200 MW) em presença das indisponibilidades programadas de
elementos de rede. De salientar que na maior parte dos períodos analisados, a restrição de
capacidade de interligação deve-se a desvios angulares de valor elevado entre as
subestações de Alto Lindoso e de Cartelle, em consequência do disparo conjunto das
interligações a 400 kV Alto Lindoso - Cartelle 1 e 2, que partilham os mesmos apoios.
Antevê-se que, mesmo após 2018 e em alguns períodos do ano, no sentido
Espanha→Portugal continuem a ocorrer valores de capacidade de interligação inferiores a
2 000 MW. Efetivamente, só após a entrada em serviço da futura linha de interligação a
400 kV Ponte de Lima – Fontefría é que se prevê poder incrementar a capacidade de
interligação, em particular no sentido Espanha→Portugal, de forma a se obter de forma
sustentada valores mínimos de capacidade de interligação de 3 000 MW (em ambos os
sentidos), objetivo que se encontra contemplado no âmbito do desenvolvimento do
Mercado Ibérico de Eletricidade – MIBEL.
5. Até à conclusão do eixo a 400 kV entre as subestações de Pedralva e de Vila Nova de
Famalicão, e decorrente do já verificado aumento da potência de produção instalada na
região do Minho (num total aproximado de quase 1 000 MW com a entrada em serviço das
centrais de Salamonde II e de Frades II), os valores de capacidade agora enunciados podem
vir a ser inferiores em cenários de elevada produção nesta região e/ou ocorrerem situações
com restrição de produção, por forma a garantir o cumprimento dos “Padrões de Segurança
para Planeamento da RNT” [1].
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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1. ÂMBITO
Este relatório, elaborado pela REN – Rede Eléctrica Nacional, S.A. (doravante denominada
REN), enquanto concessionária da Rede Nacional de Transporte (RNT), dá provimento aos
artigos 31.º e 32.º do Regulamento de Acesso às Redes e às Interligações (RARI), na sua edição
de dezembro de 2014.
Segundo o n.º 2 do citado artigo 31.º, o operador da rede de transporte em Portugal
continental “… deve efetuar os estudos necessários à determinação da capacidade de
interligação disponível para importação ou exportação que pode ser utilizada livremente para
fins comerciais, referida no n.º 1, simulando diferentes cenários de produção e consumo para
diferentes regimes de hidraulicidade e eólicos”. Também de acordo com o n.º 4 do mesmo
artigo, os estudos relativos à determinação da capacidade de interligação devem abranger
“… cada um dos meses do próximo ano civil”.
A REN, nos termos dos artigos 33.º e 40.º do RARI, irá publicar e manter disponível na sua
página de Internet os valores indicativos de capacidade de interligação para fins comerciais
e atualizá-los-á sempre que haja alterações que o justifique.
As análises técnicas realizadas neste estudo debruçaram-se apenas sobre a rede portuguesa,
incluindo as linhas de interligação, em sintonia com os critérios de segurança acordados entre
a REN e a Red Eléctrica de España, SA (doravante denominada por REE) no “Acordo conjunto
REN-REE sobre: Cálculo da Capacidade Comercial de Interligação” [3]. Em consequência, os
valores de capacidade resultantes desta análise são em seguida confrontados com os
calculados e disponibilizados pelo operador de rede de transporte espanhola, REE, a fim de
se obter uma matriz de capacidades comerciais de interligação para o ano de 2018, em que
os valores finais de capacidade passarão a ser os mais restritivos no conjunto das análises
efetuadas por cada uma das empresas.
Deve salientar-se o carácter indicativo destes valores, visto que os mesmos são estimados
com uma larga antecipação no tempo e têm por base situações típicas consideradas
representativas do funcionamento dos sistemas elétricos ibéricos interligados, enquanto na
operação real do sistema podem ocorrer situações particulares, quer de alocação do parque
produtor, quer de indisponibilidades de elementos da rede, que alterem de modo mais ou
menos significativo os valores agora apresentados.
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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2. METODOLOGIA
A metodologia para a determinação da capacidade de interligação anual que serviu de base
ao presente estudo, foi aprovada pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (“ERSE”)
em 13 de fevereiro de 2007 [2] e tem por base a deteção do limite máximo do saldo de trocas
no conjunto das interligações, a partir do qual os critérios e regras de segurança mencionados
em [2] e [3] deixam de ser respeitados, quer em regime normal de operação da RNT quer em
regime de contingência.
Em janeiro de 2008 a REN e a REE celebraram o já referido “Acordo conjunto REN-REE sobre:
Cálculo da Capacidade Comercial de Interligação”, no qual estipularam um conjunto de
procedimentos operacionais necessários à realização destes estudos. De forma a dar
cumprimento a este acordo, para a realização do presente cálculo a REN e a REE trocaram,
entre si, as topologias de rede, os cenários de geração/consumo, as ordens de mérito do
parque produtor Ibérico em cenários de importação/exportação e o Plano de
Indisponibilidades de elementos de rede e do parque produtor antevistos para o ano de 2018.
Efetivamente, o processo de cálculo da capacidade de interligação divide-se em dois níveis
de análise:
- Identificação de eventuais violações dos limites térmicos de capacidade dos
elementos da RNT, tanto para o funcionamento da rede em condições de
disponibilidade total dos seus elementos (regime ‘n’), como em condições de
contingência (regimes ‘n-1’ e ‘n-2’). Para determinar o valor de carga nos elementos
da RNT em função da variação imposta para o saldo de potência de interligação,
utilizou-se o modelo de aproximação linear (DC1) incluído na ferramenta informática
PSS/E de simulação de redes. A necessidade desta aproximação prende-se com o
elevado número de situações típicas de operação analisadas, que tornaria o processo
de cálculo bastante pesado/demorado se o mesmo fosse feito em modelo de
simulação AC2. No entanto, verifica-se que, do ponto de vista do trânsito nos
elementos da RNT, este modelo simplificado apresenta resultados bastante fiáveis;
- Confirmação ou retificação dos valores de capacidade de interligação com base no
modelo AC, através da verificação do cumprimento do critério de desvio angular
1 “Direct Current”, i.e., corrente contínua. 2 “Alternating Current”, i.e., corrente alternada.
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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máximo entre duas subestações após contingência e o de aceitabilidade de perfis de
tensão.
Os trânsitos de potência, perfis de tensão e desvios angulares obtidos para a situação mais
limitativa em cada período do ano analisado, apresentam-se nos esquemas unifilares
colocados em anexo.
Os ensaios para a deteção de sobrecargas em regime de contingência ‘n-1’ e ‘n-2’ foram
limitados, por razões práticas, a valores de troca de 4 000 MW em ambos os sentidos. De
facto, análises posteriores dedicadas a investigar as desfasagens angulares e os perfis de
tensão vieram mostrar que, num número considerável de cenários, não serão aceitáveis
valores de capacidade superiores a cerca de 4 000 MW com a estrutura da rede ibérica
prevista para 2018.
3. CONTEÚDO
Para além da indicação dos valores da capacidade de interligação técnica, que resulta das
simulações da rede física de Muito Alta Tensão (MAT) para os vários cenários de rede, e da
disponível para fins comerciais, no sentido da exportação e da importação, este relatório
divulga ainda a seguinte informação para cada mês/conjunto de meses:
A topologia de rede portuguesa, através do esquema unifilar com a indicação do valor
dos trânsitos em cada elemento da rede, perfis de tensão e desvios angulares, para a
situação limite de capacidade de troca, tanto no sentido de importação como no
sentido de exportação (para obter informação mais detalhada acerca da rede
consultar a “Caracterização da RNT” [4], disponível na página de internet da REN);
As cargas em cada subestação da RNT em três diferentes situações do diagrama de
carga: horas de ponta, cheia e vazio;
Os planos de produção do parque eletroprodutor português da grande térmica e
grande hídrica, de acordo com a ordem de mérito previsional e tendo em conta os
regimes hidrológicos;
O volume considerado de ‘produção excluindo a grande hídrica e a grande térmica’
(PEGHGT), quer a ligada em MAT, quer a ligada a 60 kV ou a redes de tensão inferior;
A capacidade técnica de transporte de cada linha de interligação.
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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Pretende-se que este conjunto abrangente de informação, para além de preencher os
requisitos do artigo 32.º do RARI, disponibilize também uma fonte alargada e coerente de
informação que torne o conteúdo deste relatório facilmente interpretável e compreensível
por terceiros.
4. BREVE CARACTERIZAÇÃO DO ANO DE 2017
4.1 Projetos de reforço da RNT
Para efeitos deste cálculo foi considerado um conjunto de projetos de reforço da RNT, que
contribuem para a integração de nova geração, a melhoria do abastecimento dos consumos
e a flexibilidade de adaptação da rede a novos perfis de alocação do parque produtor em
ambiente de mercado.
Deste conjunto de reforços, que apresentam igualmente um impacto positivo na segurança
global do sistema e/ou na manutenção e/ou melhoria da capacidade de interligação,
destacam-se os seguintes:
Remodelação com reforço da sua capacidade de transporte, das linhas a 400 kV
Recarei - Feira, Lavos – Rio Maior, Batalha – Paraimo, Pego – Rio Maior e
Falagueira - Cedillo. Este incremento, associado à necessidade de renovação do ativo,
permite dotar a rede de maior flexibilidade de operação;
Segundo autotransformador 400/150 kV, de 450 MVA, da subestação de Tavira. A
instalação desta segunda unidade permite continuar a assegurar a articulação entre
as redes de 400 e de 150 kV no sotavento algarvio, mesmo em caso de
indisponibilidade/contingência da, até agora, única unidade instalada, melhorando
assim as condições para o abastecimento a consumos nesta zona do Algarve, bem
como para a capacidade de escoamento da produção ligada na área de influência das
subestações de Tavira e de Estoi;
Reatância ‘shunt’ da Feira. Este equipamento vem reforçar a capacidade do ORT em
controlar o perfil das tensões na RNT, que tem vindo a apresentar valores elevados
em períodos de operação do sistema de considerável duração, contribuindo, por um
lado, para um controlo adequado desses níveis de tensão na rede, e por outro para a
salvaguarda da segurança da operação da RNT.
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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4.2 Evolução da capacidade de interligação nos primeiros onze meses de 2017
Os valores de capacidade (horários) efetivamente disponíveis no mercado diário (MIBEL) já
verificados no corrente ano de 2017 (até meados de novembro de 2017) encontram-se
reproduzidos nos dois gráficos de barras que se seguem.
No sentido Portugal→Espanha verifica-se a existência de valores de capacidade de
interligação disponível para o mercado sustentadamente na ordem dos 2 500 MW ou até
mesmo superior em cerca de 80 %
do tempo, apresentando um
significativo acréscimo face a 2016.
Os valores observados no sentido
Espanha→Portugal revelam
também uma tendência
sustentável de valores iguais ou
superiores a 1 500 MW em mais de
90 % do tempo e iguais ou
superiores a 2 000 MW em
aproximadamente 60 % do tempo.
Constata-se, ainda assim, a
persistência de valores inferiores a
1 500 MW de capacidade de
interligação no sentido
Espanha→Portugal em cerca de
10 % do tempo. Na sua grande
maioria, estes valores reduzidos de
capacidade verificam-se em cenários desfavoráveis do parque eletroprodutor português
(períodos de menor carga e de maior produção renovável, nomeadamente eólica).
A médio prazo, prevê-se vir a alcançar de forma sustentada o valor mínimo de 3 000 MW para
NTC entre Portugal e Espanha em ambos os sentidos, para o que é fundamental a colocação
em serviço da futura linha de interligação a 400 kV Ponte de Lima – Fontefría, para além da
conclusão do eixo a 400 kV no Minho entre a subestação de Pedralva e a zona do Porto
(através de Ponte de Lima e de Vila Nova de Famalicão).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
< 1000 [1000-1500[ [1500-2000[ [2000-2500[ [2500-3000[ ≥ 3000
% d
o a
no
Classes (MW)
Capacidade comercial de exportação (MW)(sentido Portugal -> Espanha)
2010
2013
2016
2017(até 19 Nov)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
< 1000 [1000-1500[ [1500-2000[ [2000-2500[ [2500-3000[ ≥ 3000
% d
o a
no
Classes (MW)
Capacidade comercial de importação (MW)(sentido Espanha -> Portugal)
2010
2013
2016
2017 (até 19 Nov)
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5. PREVISÃO DE EVOLUÇÃO DA RNT E DO PARQUE PRODUTOR EM 2018
5.1 Perspetivas de evolução da estrutura física da RNT em 2018
O mapa que se apresenta em seguida dá uma
panorâmica da estrutura da RNT que se prevê
em serviço no final de 2018.
Do conjunto de projetos de investimento da
RNT para 2018, como mais impactantes ao
nível da capacidade de interligação
destaca-se alguns reforços da capacidade de
transporte na rede de 400 kV,
nomeadamente das linhas Riba d’Ave –
Recarei 1 e Rio Maior – Alto de Mira,
facultando um incremento no valor da
capacidade de interligação e/ou redução nas
atuais restrições impostas à produção de
centrais em determinados cenários.
Numa perspectiva temporal mais alargada,
dada a sua importância ao nível das
capacidades de interligação, destaca-se
ainda, na zona do Minho, o eixo a 400 kV
entre as atuais subestações de Pedralva e de
Vila Nova de Famalicão, o qual cria condições
para o estabelecimento da futura
interligação Ponte de Lima – Fontefría, reforça a segurança de abastecimento aos consumos
da zona Minho litoral, como também introduz na RNT a capacidade de rede suficiente para
não prejudicar os atuais valores de capacidade de interligação3 e escoar sem restrições a
produção de toda a região do Minho, em particular a das novas centrais de Salamonde II e
Frades II.
3 Até à concretização deste eixo podem ocorrer limitações à produção do parque produtor hídrico desta zona e/ou reduções à capacidade de interligação, de forma a garantir o cumprimento dos “Padrões de Segurança para Planeamento da RNT” [1].
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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5.2 Perspetivas de evolução do parque eletroprodutor em 2018
No que diz respeito à potência instalada em grandes centrais, térmicas ou hídricas, não se
antevê qualquer alteração para o ano de 2018.
Quanto à PEGHGT, perspetiva-se que, nas suas várias componentes, durante o ano de 2018
os níveis globais de potência instalada apresentem um crescimento moderado.
5.3 Plano de Indisponibilidades para 2018
Os elementos da RNT que constam do Plano de Indisponibilidades programadas previsto para
o ano 2018 e que podem vir a ter reflexos mais significativos na capacidade de interligação4,
são apresentados na Tabela 2.
Tabela 2-Programa de indisponibilidades previstas para 2018 em elementos
da RNT com influência na capacidade de interligação.
Elemento da RNT (linhas ou autotransformadores)
Tensão [kV] Período
considerado
Bemposta – Lagoaça 1 220 fev a mar
Armamar – Recarei 400 mar
Pereiros – Rio Maior 1 220 mar
Pocinho – Aldeadávila 1 220 abr
Recarei – Vila Nova de Famalicão 400 abr
Pocinho – Saucelle 220 mai
Palmela – Sines 3 / Fanhões * 400 jun
Riba d’Ave – Recarei 1 400 jun a ago
Picote – Lagoaça 1 220 jun e ago
Pereiros – Rio Maior 2 / Pombal 220 jul a out
Rio Maior – Alto de Mira 400 ago a out
Sines – Ferreira do Alentejo 400 set e out
Ferreira do Alentejo – Alqueva 400 nov e dez
* Apenas ficará indisponível o troço de linha entre a zona do ‘T’ e a subestação de Sines.
Quando às indisponibilidades do parque gerador, elas são assumidas de acordo com a
informação fornecida pelos produtores, considerando-se, para este estudo, apenas aquelas
que poderão ter impacto no valor de NTC desde que tenham uma duração superior a metade
4 Para efeitos de simulação, apenas foram consideradas as indisponibilidades de elementos da rede cuja duração seja superior a 15 dias.
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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do período de tempo analisado. Mais especificamente, os grupos considerados indisponíveis
para efeitos deste trabalho são:
um grupo na central termoelétrica a gás natural do Ribatejo, no período de abril a
maio;
um grupo na central termoelétrica a gás natural de Lares, no período de abril a maio;
um grupo na central termoelétrica a carvão do Pego, no período de abril a maio;
um grupo na central termoelétrica a carvão de Sines, no período de junho a julho;
um grupo da central hidroelétrica de Foz Tua, no período de abril a maio e no de
junho a julho;
um grupo na central hidroelétrica da Aguieira, no período de agosto;
o grupo 4 da central hidroelétrica de Miranda, no período de agosto;
um grupo na central hidroelétrica de Alto Lindoso, no período de agosto e no de
setembro a outubro.
6. PRESSUPOSTOS DE CENARIZAÇÃO E DE CÁLCULO
6.1 Situações de rede
Para cada mês, não considerando o Plano de Indisponibilidades Programadas para 2018, são
avaliadas três situações de carga (ponta, cheia e vazio), conjugadas com dois regimes
hidrológicos (húmido e seco) e dois cenários de produção eólica (10 % e 65 % da potência
instalada), e ainda para as duas situações de troca (importação e exportação), perfazendo
um total de 288 potenciais situações para simulação. Da análise de anos passados constata-se
a existência de meses com comportamentos similares entre si ao nível do perfil de geração,
capacidade dos elementos da RNT e dos consumos, tendo-se assim procedido à agregação de
alguns meses num total de seis períodos, com consequente redução para 144 no número de
cenários em estudo.
Contudo, assumindo-se por experiência anterior que algumas das situações não se revelam
limitativas, ou que a restrição é imputável ao parque eletroprodutor (nomeadamente as
importações nos regimes de forte produção renovável e cargas de vazio), foram excluídos das
análises 40 desses casos. Nos quadros de detalhe apresentados em anexo esses casos são
referidos como “n.s.” (não simulado).
-
Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
14
6.2 Cenários da rede de Espanha
Por parte da REE e tendo presente o “Acordo conjunto REE-REN sobre: Cálculo da Capacidade
Comercial de Interligação”, recebeu-se a topologia, o perfil de geração/consumo e a ordem
de mérito das centrais relativos a cinco períodos do ano de 2018, assim como o plano de
indisponibilidades programadas de elementos da rede espanhola para o referido ano.
6.3 Capacidade técnica das linhas de interligação
A Tabela 3 ilustra a capacidade técnica de transporte de cada uma das linhas de interligação
em condições normais de operação de acordo com [1].
Tabela 3 – Capacidade técnica das linhas de interligação em MAT1
kV Linha
Capacidade em regime nominal
[MVA]
Inverno Verão
400
Alto Lindoso – Cartelle 1 1660 1390
Alto Lindoso – Cartelle 2 1660 1390
Lagoaça - Aldeadávila 1706 1469
Falagueira – Cedillo 2 1663 1400
Alqueva – Brovales 2 1386 1280
Tavira – Puebla de Guzmán 2 1386 1386
220
Pocinho – Aldeadávila 1 435 374
Pocinho – Aldeadávila 2 435 374
Pocinho – Saucelle 430 360
130 Lindoso – Conchas 3 131 90
1 A capacidade técnica de cada linha de interligação resulta do menor valor entre os troços português e espanhol, tendo em conta as características de projeto da linha e o equipamento de painéis terminais.
2 A capacidade destes circuitos é limitada, sempre ou em alguns períodos, por equipamento dos painéis terminais.
3 Linha que em regime normal de operação está desligada.
-
Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
15
6.4 Cenários de produção PEGHGT
A PEGHGT, para efeitos do presente relatório, inclui a seguinte geração: eólica, mini-hídrica,
cogeração, solar e outras. Atendendo à previsão de uma reduzida evolução da sua potência
instalada ao longo de 2018, foi considerado um valor de potência instalada constante ao longo
do ano. Na tabela seguinte, são ilustrados os principais dados sobre esta produção.
Tabela 4 – Cenários de potência PEGHGT instalada em 2018
Tipo Potência [MW]
Eólica 5250
Mini-hídrica* 620
Cogeração 1450
Solar 500
Outros 280
* Inclui 180 MW de PRO hídricas com potência inferior a 30 MW
Registe-se que os valores apresentados traduzem, à data de publicação deste relatório, a
melhor previsão possível, tendo presente, não só a informação contida nos pedidos de
ligação, como também o contacto regular com os promotores.
6.5 Cenários de carga
Os diferentes cenários previsionais de consumo (situações de carga de horas de ponta, de
cheia e de vazio) para cada período do ano de 2018 analisados neste trabalho, são
apresentados em detalhe na Tabela 5.
De referir que os regimes de carga simulados visam abranger um largo conjunto de cenários
representativos da operação do Sistema Elétrico Nacional (“SEN”), não sendo considerados
para este efeito cenários mais exigentes (ponta máxima/vazio mínimo, cuja ocorrência tem
uma duração mais limitada no conjunto das horas do ano).
-
Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
16
Tabela 5 – Valores de carga, em MW, por cada patamar do diagrama de cargas para 2018
Mês Ponta Cheia Vazio
Janeiro
8130 6430 4160 Fevereiro
Março
Abril 6740 5770 3810
Maio
Junho 6990 5920 3990
Julho
Agosto 6470 5640 3970
Setembro 6770 5880 3930
Outubro
Novembro 8170 6510 4250
Dezembro
6.6 Colocação do parque eletroprodutor Português
A alocação da produção das centrais para satisfazer o consumo foi efetuada tendo em conta
as orientações das Diretivas Europeias sobre a prioridade das energias renováveis e as
tendências mais recentes dos mercados, incluindo a evolução do preço da tonelada de CO2.
A produção PEGHGT é colocada como prioritária, sendo a produção eólica simulada para dois
cenários de produção: 10 % e 65 % da sua potência instalada. A produção mini-hídrica é
simulada de acordo com as produtibilidades típicas do regime hidrológico em causa e da sua
distribuição mais usual pelos períodos tarifários.
A variabilidade hidroelétrica é considerada através da simulação de cenários húmidos e secos,
representando, respetivamente, regimes de maior e menor produção por parte das centrais
hídricas.
Refira-se, no entanto, que nos períodos em que existam condições para uma elevada
produção hidroelétrica na região do Minho, poderão ocorrer situações com restrição de
-
Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
17
produção nesta região para garantir as condições de segurança de operação da RNT. Tal
deve-se ao facto de as novas centrais de Salamonde II e de Frades II (com um total de potência
instalada ca. 1 000 MW) poderem, do ponto de vista do centro eletroprodutor, ter condições
para colocar esta potência sem que estejam ainda concluídos os reforços de rede previstos,
designadamente o novo eixo a 400 kV no Minho entre as subestações de Pedralva e de Vila
Nova de Famalicão. Após a conclusão deste eixo, ao qual falta o troço zona de Ponte de Lima
– Vila Nova de Famalicão, serão ultrapassadas as referidas restrições de geração.
No que concerne à colocação das centrais térmicas, é tido em consideração o nível de emissão
de CO2, a tecnologia existente e o rendimento associado à central. A tendência de evolução
do preço da tonelada de CO2 faz com que o diferencial de custos da geração com base nas
centrais a carvão relativamente às de gás natural se torne reduzido, mantendo-se, no
entanto, a tendência verificada nos últimos anos de um menor custo de produção por parte
das centrais a carvão.
Nesse sentido, para efeitos do cálculo indicativo da capacidade de interligação para 2018, a
alocação dos grupos térmicos foi realizada com vantagem para a tecnologia baseada no
carvão em detrimento da do gás natural.
Pretende-se que esta ordem de colocação das centrais reflita um conjunto abrangente e
representativo de cenários de operação do SEN, tão próximo quanto possível das reais
condições de funcionamento do mercado. No entanto, não só a evolução do preço dos
combustíveis e da tonelada de CO2, como também alterações substanciais das estratégias de
alguns operadores, pode levar a eventuais ajustes dos padrões considerados típicos na
presente estimativa e, consequentemente, a desvios efetivos no valor da capacidade de
interligação estimado.
6.7 Indisponibilidades de elementos da rede e do parque eletroprodutor
Em relação às indisponibilidades programadas de linhas e transformadores, apenas foram
consideradas as indisponibilidades superiores a 15 dias com influência na capacidade de
interligação, tanto para estrutura física da RNT como também para os elementos da rede
espanhola com influência na operação da rede portuguesa.
Tendo em conta o possível impacto que as indisponibilidades de elementos de rede podem
ter na capacidade de interligação, o passado recente demonstra que, por dificuldades por
-
Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
18
vezes alheias às operadoras das redes, nem sempre é possível proceder à sua concretização
na data inicialmente prevista, fator que pode alterar os resultados agora publicados.
No que diz respeito ao parque eletroprodutor português, o plano de geração e a definição
das ordens de mérito por período tiveram em conta os períodos de indisponibilidades
programadas dos grupos geradores com impacto na capacidade de interligação (apenas foram
consideradas indisponibilidades com duração superior a metade do período em análise e com
impacto no valor da NTC).
6.8 Metodologia de aumento/redução das trocas
O limite de saldo de trocas entre Portugal e Espanha apresentado neste documento para cada
período do ano de 2018, é obtido a partir de uma situação de rede base (cenário em que o
saldo de trocas é nulo) por redução (importação) ou por incremento (exportação) da produção
do parque eletroprodutor português em regime ordinário, e com uma atuação coordenada,
mas em sentido oposto, no parque eletroprodutor espanhol.
O ‘redespacho’ de geração dos parques eletroprodutores português e espanhol é efetuado
tendo em conta a estimativa dos custos variáveis das centrais, respeitando os mínimos
técnicos de cada uma delas, e tendo em conta os critérios de colocação do parque produtor.
De referir que a ordem de mérito das centrais espanholas foi transmitida pela REE.
6.9 Condições da análise de segurança
Para cada uma das situações de rede, foi efetuada a verificação dos valores de carga nos
equipamentos da RNT, tanto em regime normal, como em regime de contingência ‘n-1’ e
‘n-2’ (neste último caso apenas foram consideradas as contingências mencionadas em [2]).
Em regime normal de operação, não foi registada qualquer violação dos limites de
aceitabilidade de carga e de tensão.
Em regime de contingência, e numa primeira fase, foi analisada a evolução dos trânsitos nos
elementos da RNT relevantes5 para a determinação da capacidade de troca. Para além de se
terem simulado ciclicamente os disparos de todos os elementos da rede portuguesa, foram
também efetuadas algumas contingências sobre a rede espanhola para observar a sua
influência na alteração dos trânsitos nos elementos da RNT.
5 Elementos cuja variação de trânsito é superior a 1 % da variação do saldo de trocas.
-
Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
19
Os ensaios para a deteção de eventuais sobrecargas em regime de contingência ‘n-1’ e ‘n-2’
foram limitados, por razões práticas, a 4 000 MW de troca em qualquer dos sentidos
(imp./exp.). De facto, as análises posteriores desenvolvidas mostram que, num número
considerável de cenários, não serão aceitáveis valores de capacidade superiores a 4 000 MW
com a estrutura de rede prevista ao longo de 2018.
7. PRINCIPAIS RESTRIÇÕES TÉCNICAS À CAPACIDADE DE INTERLIGAÇÃO (RESULTANTE APENAS DE RESTRIÇÕES NA RNT)
7.1 Capacidade Técnica de Interligação
No Quadro 1, é ilustrado o valor obtido para a estimativa da capacidade técnica de
interligação da RNT nas horas de “ponta e cheia” e de “vazio” para o ano de 2018, tendo em
conta apenas as restrições em elementos da RNT. As indisponibilidades de meios de geração
com impacto na capacidade de interligação encontram-se contempladas, quer nos planos de
produção, quer nas ordens de mérito desta análise. Complementarmente, apresentam-se em
anexo esquemas unifilares com as situações de rede que dão origem aos valores indicados.
Os valores apresentados ilustram a capacidade prevista para 2018, tanto para saldos de trocas
no sentido Portugal→Espanha (exportação), como no sentido inverso (importação). A
determinação destes valores foi efetuada por período tarifário (horas de “Ponta e Cheia” e
horas de “Vazio”) e é apresentada mensalmente sempre que considerado relevante. Os
resultados representados a “negrito” e a “itálico” na primeira coluna, correspondente a cada
período tarifário, são referentes aos valores obtidos com o Plano de Indisponibilidades
Inativo, ou seja, com todos os elementos das redes de transporte portuguesa e espanhola
disponíveis. Na segunda coluna desse mesmo período tarifário, são ilustradas as capacidades
que resultam da aplicação do Plano de Indisponibilidades programadas da REN e da REE para
o ano de 2018 (o qual é disponibilizado à REN com base nos procedimentos coordenados de
troca de informação e de funcionamento operacional acordado entre os dois ORT) sempre
que os resultados obtidos forem mais restritivos e desde que a sua duração seja igual ou
superior a 15 dias.
-
Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
20
QUADRO 1 – CAPACIDADE TÉCNICA DE INTERLIGAÇÃO PARA 2018
VALORES RESULTANTES APENAS DE RESTRIÇÕES NA RNT
(Sem considerar limitações do parque eletroprodutor e da rede de Espanha)
Sentido das trocas Portugal → Espanha Espanha → Portugal
Período tarifário Ponta e Cheia Vazio Ponta e Cheia Vazio
Plano de indisp. programadas de elementos da rede
Inativo Ativo Inativo Ativo Inativo Ativo Inativo Ativo
Janeiro
3700
-
3000
-
1800
-
2400
-
Fevereiro - - - -
Março - 1300 2200
Abril
2900
2400
2700
2400
1800
1600
2100
1900
Maio 2800 2600 - -
Junho
4000
-
4000
-
2600
1800
2900
2800
Julho - - 1800 2800
Agosto 4000 - 4000 - 2400 2200 2800 2600
Setembro
4000
2300
4000
-
2500
1800
3100
3000
Outubro 2300 - 1800 3000
Novembro
3300
2200
2900
2800
1800
-
2500
2400
Dezembro 2200 2800 - 2400
NOTAS:
Em regimes de reduzida produção renovável, em particular de geração eólica, a potência de geração disponível para
exportar pode ser inferior aos valores de capacidade disponibilizados pela RNT.
Em regimes de forte produção renovável, em particular de geração eólica, os valores de capacidade de interligação no
sentido Espanha→Portugal podem ser inferiores aos apresentados, por necessidade de assegurar a reserva de segurança
do sistema.
Para efeitos do cálculo da capacidade de interligação, apenas se consideraram as indisponibilidades com duração superior
ou igual a 15 dias.
Na presença de indisponibilidades fortuitas ou ainda que programadas diferentes das contempladas neste cálculo, os
valores de capacidade técnica de interligação poderão, em alguns períodos do ano de 2018, divergir em relação aos
indicados.
Os valores de capacidade decorrentes da consideração do “Plano de Indisponibilidades Programadas” só são apresentados
quando os mesmos induzem limitações mais gravosas do que na situação de rede com a totalidade dos elementos
disponíveis.
Até à conclusão do eixo a 400 kV entre as subestações de Pedralva e de Vila Nova de Famalicão podem ocorrer limitações
à produção do parque produtor hídrico desta zona e/ou reduções à capacidade de interligação, de forma a garantir o
cumprimento dos “Padrões de Segurança para Planeamento da RNT” [1], face ao acréscimo da potência instalada na
região (num total aproximado de quase 1 000 MW, com a entrada em serviço das centrais de Salamonde II e de Frades II).
-
Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
21
No sentido de Portugal para Espanha (exportação), constata-se a existência de valores de
capacidade na gama dos 2 700 a 4 000 MW, não considerando as indisponibilidades dos
elementos de rede nem as restrições da rede de transporte espanhola. Os valores mais
reduzidos resultam de restrições na linha de interligação a 400 kV Lagoaça – Aldeadávila, na
região do Douro Internacional, em períodos de forte produção hidroelétrica.
Há que referir poderem vir a ocorrer valores de capacidade ainda mais reduzidos, como
resultado do já verificado aumento da potência de produção hidroelétricas instalada na
região do Minho (centrais de Salamonde II e Frades II) sem que se esteja concluído o eixo a
400 kV entre as subestações de Pedralva e de Vila Nova de Famalicão.
No sentido de Espanha para Portugal (importação), à semelhança do que tem ocorrido nos
anos anteriores, os valores mais restritivos identificados são impostos por diferença angular
entre duas instalações após contingência, nomeadamente por disparo da linha dupla de
interligação Alto Lindoso – Cartelle 1 e 2. Ao longo do ano de 2018, não considerando as
indisponibilidades de elementos de rede nem as restrições da rede de transporte espanhola,
perspetivam-se valores mínimos de capacidade de trocas na gama dos ca. 1 800 a 3 100 MW.
Face ao plano de indisponibilidades previsto para 2018, é de esperar reduções na capacidade
de interligação para valores mínimos da ordem dos ca. 2 200 e 1 300 MW, respetivamente
para saldos de troca no sentido de Portugal para Espanha e de Espanha para Portugal.
Salienta-se que a significativa redução da estimativa da capacidade de trocas no sentido de
Portugal para Espanha (de 4 000 MW para 2 300 MW no mês de setembro e outubro) encontra-
se associada à indisponibilidade da linha a 400 kV Ferreira do Alentejo - Sines.
A existência de desvios angulares elevados encontra-se associada a valores significativos de
trânsito nas linhas de interligação, que são motivados pela natural circulação de energia
entre as redes portuguesa e espanhola e que aumentam com o próprio incremento do
montante de trocas com Espanha.
Esta situação foi já identificada em estudos anteriores de planeamento conjunto entre a REN
e a REE, apenas ficando ultrapassada com o reforço da interligação entre Portugal e Espanha,
designadamente após a concretização da linha de interligação a 400 kV Ponte de
Lima – Fontefría.
-
Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
22
7.2 Condicionamentos do parque eletrorodutor
A capacidade de interligação disponível para trocas comerciais de energia elétrica entre
Portugal e Espanha é condicionada, não só por restrições ao nível da estrutura física da RNT,
como também por limitações do parque produtor, cuja origem tem duas razões distintas:
1. Sentido Portugal→Espanha: Em períodos de menor afluência/armazenamento hídrico,
a potência disponível por parte destes centros produtores será, em termos médios,
necessariamente inferior à potência instalada, facto que, combinado com uma fraca
produção PEGHGT e períodos de consumo mais elevados, pode levar à ocorrência de
situações de limitação na capacidade do parque produtor português para efeitos de
exportação.
2. Sentido Espanha→Portugal: Cenários de elevada produção PEGHGT conjugados com
níveis de consumo reduzidos podem vir a inviabilizar tecnicamente a redução de
produção em Portugal, por necessidade de assegurar a reserva de segurança do
sistema. Efetivamente, o nível de potência PEGHGT instalada, nomeadamente de
natureza eólica, induz, nos períodos de maior produção, a necessidade de dotar o
sistema de uma reserva operacional adicional, tendo vindo a limitar com alguma
frequência os valores de capacidade de importação em períodos de carga reduzida.
Para o ano de 2018, à semelhança do que tem vindo a acontecer em anos passados, prevê-se
que estas situações possam ocorrer em algumas horas do ano. No entanto, tendo presente a
incerteza associada à energia disponível nos aproveitamentos hídricos e eólicos nacionais ao
longo do ano de 2018, considerou-se prudente não incluir as limitações decorrentes do parque
eletroprodutor nos valores indicativos de capacidade comercial de interligação publicados
neste documento. Estes deverão ser atualizados nos cálculos efetuados ao nível da gestão
diária do sistema, os quais, com informação mais próxima das condições reais de exploração,
incorporam melhores previsões no que respeita à realidade operacional do SEN.
Até à conclusão do já referido eixo a 400 kV entre as subestações de Pedralva e de Vila Nova
de Famalicão, estima-se que possa vir a ser necessário impor restrições relativamente à
potência máxima a injetar na rede por parte das centrais localizadas na região do Minho,
tendo em consideração o acréscimo verificado ao valor da potência de produção instalada na
região (num total aproximado de quase 1 000 MW, com a entrada em serviço das centrais de
Salamonde II e de Frades II).
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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8. CAPACIDADE INDICATIVA PARA FINS COMERCIAIS (RESULTANTE APENAS DE RESTRIÇÕES NA RNT)
Os valores de capacidade indicativa para fins comerciais são calculados a partir dos resultados
da análise técnica que incidiu sobre a rede física de MAT (Quadro 1, citado no ponto 7),
retirando-se uma margem de 10 %, com o mínimo de 100 MW, para fazer face aos desvios de
regulação entre os sistemas Ibéricos e à incerteza inerente aos respetivos perfis de carga e
de geração.
Nestes pressupostos, foi elaborada a estimativa da capacidade de interligação, para
importação e para exportação, considerando apenas as restrições na RNT, que se ilustra no
Quadro 2.
Da observação dos valores deste quadro ressaltam os seguintes principais comentários:
Trocas no sentido Portugal → Espanha (exportação)
Para a maior parte dos cenários e não se considerando as indisponibilidades dos elementos
da rede ibérica, não se prevê que a capacidade de interligação venha a ser inferior a
2 400 MW, antevendo-se mesmo superior a 3 000 MW em diversos períodos do ano. De
referir que valores de capacidade inferiores a 3 000 MW devem-se sobretudo ao seguinte:
- Montantes de produção elevados no Minho, nomeadamente nas novas centrais de
Salamonde II e de Frades II, antes de concluído o eixo a 400 kV entre as subestações
de Pedralva e de Vila Nova de Famalicão;
- Elevada produção hidroelétrica em certas situações particulares de menor
consumo, em que as contingências da linha dupla a 400 kV Alto Lindoso – Cartelle
1 e 2, podem conduzir a sobrecargas na linha a 400 kV Lagoaça - Aldeadávila.
As indisponibilidades programadas das linhas a 400 kV Ferreira do Alentejo – Sines e
Alqueva – Ferreira do Alentejo, podem vir a provocar fortes reduções na capacidade de
interligação para valores da ordem dos 2 000 MW.
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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QUADRO 2 - CAPACIDADE INDICATIVA DE INTERLIGAÇÃO PARA FINS COMERCIAIS PARA 2018
VALORES RESULTANTES APENAS DE RESTRIÇÕES NA RNT
(Sem considerar limitações do parque eletroprodutor e da rede de Espanha)
Sentido das trocas Portugal → Espanha Espanha → Portugal
Período tarifário Ponta e Cheia Vazio Ponta e Cheia Vazio
Plano de indisp. programadas de elementos da rede
Inativo Ativo Inativo Ativo Inativo Ativo Inativo Ativo
Janeiro
3330
-
2700
-
1620
-
2160
-
Fevereiro - - - -
Março - 1170 1980
Abril
2610
2160
2430
2160
1620
1440
1890
1710
Maio 2520 2340 - -
Junho
3600
-
3600
-
2340
1620
2610
2520
Julho - - 1620 2520
Agosto 3600 - 3600 - 2160 1980 2520 2340
Setembro
3600
2070
3600
-
2250
1620
2790
2700
Outubro 2070 - 1620 2700
Novembro
2970
1980
2610
2520
1620
-
2250
2160
Dezembro 1980 2520 - 2160
NOTAS:
Em regimes de reduzida produção renovável, em particular de geração eólica, a potência de geração disponível para
exportar pode ser inferior aos valores de capacidade disponibilizados pela RNT.
Em regimes de forte produção renovável, em particular de geração eólica, os valores de capacidade de interligação no
sentido Espanha→Portugal podem ser inferiores aos apresentados, por necessidade de assegurar a reserva de segurança
do sistema.
Para efeitos do cálculo da capacidade de interligação, apenas se consideraram as indisponibilidades com duração superior
ou igual a 15 dias.
Na presença de indisponibilidades fortuitas ou ainda que programadas diferentes das contempladas neste cálculo, os
valores de capacidade técnica de interligação poderão, em alguns períodos do ano de 2018, divergir em relação aos
indicados.
Os valores de capacidade decorrentes da consideração do “Plano de Indisponibilidades Programadas” só são apresentados
quando os mesmos induzem limitações mais gravosas do que na situação de rede com a totalidade dos elementos
disponíveis.
Até à conclusão do eixo a 400 kV entre as subestações de Pedralva e de Vila Nova de Famalicão podem ocorrer limitações
à produção do parque produtor hídrico desta zona e/ou reduções à capacidade de interligação, de forma a garantir o
cumprimento dos “Padrões de Segurança para Planeamento da RNT” [1], face ao acréscimo da potência instalada na
região (num total aproximado de quase 1 000 MW, com a entrada em serviço das centrais de Salamonde II e de Frades II).
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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Trocas no sentido Espanha → Portugal (importação)
Os limites à capacidade de interligação no sentido Espanha→Portugal, cujos valores
mínimos se prevê que oscilem entre os ca. 1 600 e os 2 800 MW, têm como principal causa
desvios angulares de valor elevado entre as subestações de Alto Lindoso e de Cartelle,
em consequência do disparo conjunto das duas linhas de interligação a 400 kV
Alto Lindoso - Cartelle 1 e 2, que partilham os mesmos apoios.
As situações de limitação por desvio angular são consequência do elevado montante de
produção na zona da Galiza (nomeadamente renovável) e/ou elevados montantes de
consumo para bombagem nas centrais hidroelétricas na região do Minho (Salamonde II,
Frades e Frades II num total de potência instalada até cerca de 1 200 MW). Estas
limitações apenas serão ultrapassadas com a construção da nova linha de interligação
Ponte de Lima - Fontefría.
De realçar que, considerando a injeção na rede da produção das novas centrais
hidroelétricas de Salamonde II e de Frades II (com uma potência instalada de
aproximadamente 1 000 MW) antes da conclusão do eixo a 400 kV entre as subestações
de Pedralva e de Vila Nova de Famalicão, antecipa-se, para regimes de elevada produção
na região do Minho, a necessidade de impor limitações à geração do parque
eletroprodutor desta zona e/ou proceder a reduções na capacidade de interligação para
valores inferiores aos apresentados, de forma a garantir o cumprimento dos “Padrões de
Segurança para Planeamento da RNT” [1]. Estas restrições serão ultrapassadas após a
entrada em serviço do referido eixo entre as subestações de Pedralva e de Vila Nova de
Famalicão.
As indisponibilidades previstas para 2018, nomeadamente das linhas a 400 kV
Armamar – Recarei, Riba d’Ave – Recarei 1 e Rio Maior – Alto de Mira, induzirão reduções
na estimativa da capacidade de interligação para valores da ordem de 1 200 a 1 600 MW.
Como já referido neste relatório, montantes elevados de produção de natureza eólica em
períodos de menor carga (horas de vazio), pode levar a que a capacidade de importação
seja reduzida para valores inferiores aos apresentados no Quadro 2. Estes cenários podem
ser ainda mais gravosos, caso as afluências hídricas sejam relativamente elevadas.
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
26
9. AGREGAÇÃO DAS ESTIMATIVAS INDIVIDUAIS DA REN E DA REE
Em conformidade com o disposto no artigo 32.º do RARI, a capacidade de interligação
disponível entre Portugal e Espanha para fins comerciais (Quadro 3), deverá corresponder ao
mínimo dos valores calculados por cada operador do sistema de transporte de eletricidade
ibérico, para cada sentido do fluxo e para cada período.
No sentido de exportação (PT→ES) prevê-se que os valores mais reduzidos de capacidade
ocorram no período do Verão e sejam da ordem dos 2 200 MW, não considerando o plano de
indisponibilidades dos elementos da rede.
No sentido de importação (ES→PT) estima-se que as situações mais limitativas, com valores
mínimos na ordem dos 1600 MW, ocorram fundamentalmente devido a desvios angulares
elevados entre os barramentos de 400 kV das instalações de Alto Lindoso e Cartelle, em
resultado do disparo simultâneo das linhas de interligação Alto Lindoso – Cartelle 1 e 2. Como
já salientado, este conjunto de limitações ficará ultrapassado após a entrada em serviço da
nova linha de interligação Ponte de Lima - Fontefría.
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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QUADRO 3 - CAPACIDADE INDICATIVA DE INTERLIGAÇÃO PARA FINS COMERCIAIS PARA 2018
TABELA COMPARATIVA DAS ESTIMATIVAS INDIVIDUAIS DA REN E REE
(Sem considerar indisponibilidades programadas de rede)
Sentido das trocas Portugal → Espanha Espanha → Portugal
Período tarifário Ponta e Cheia Vazio Ponta e Cheia Vazio
REN REE Mín. REN REE Mín. REN REE Mín. REN REE Mín.
Janeiro
3330 3100 3100 2700 2900 2700 1620 2600 1620 2160 2800 2160 Fevereiro
Março
Abril
2610 3000 2610 2430 2700 2430 1620 3200 1620 1890 3000 1890
Maio
Junho 3600 2400 2400 3600 2200 2200 2340 3400 2340 2610 3100 2610
Julho
Agosto 3600 2400 2400 3600 2200 2200 2160 3400 2160 2520 3100 2520
Setembro
3600 2700 2700 3600 2600 2600 2250 3300 2250 2790 3200 2790
Outubro
Novembro 2970 3100 2970 2610 3000 2610 1620 2900 1620 2250 2800 2250
Dezembro
NOTAS:
Em regimes de reduzida produção renovável, em particular de geração eólica, a potência de geração disponível para
exportar pode ser inferior aos valores de capacidade disponibilizados pela RNT.
Em regimes de forte produção renovável, em particular de geração eólica, os valores de capacidade de interligação no
sentido Espanha→Portugal podem ser inferiores aos apresentados, por necessidade de assegurar a reserva de segurança
do sistema.
Para efeitos do cálculo da capacidade de interligação, apenas se consideraram as indisponibilidades com duração superior
ou igual a 15 dias.
Na presença de indisponibilidades fortuitas ou ainda que programadas diferentes das contempladas neste cálculo, os
valores de capacidade técnica de interligação poderão, em alguns períodos do ano de 2018, divergir em relação aos
indicados.
Os valores de capacidade decorrentes da consideração do “Plano de Indisponibilidades Programadas” só são apresentados
quando os mesmos induzem limitações mais gravosas do que na situação de rede com a totalidade dos elementos
disponíveis.
Até à conclusão do eixo a 400 kV entre as subestações de Pedralva e de Vila Nova de Famalicão podem ocorrer limitações
à produção do parque produtor hídrico desta zona e/ou reduções à capacidade de interligação, de forma a garantir o
cumprimento dos “Padrões de Segurança para Planeamento da RNT” [1], face ao acréscimo da potência instalada na
região (num total aproximado de quase 1 000 MW, com a entrada em serviço das centrais de Salamonde II e de Frades II).
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
28
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os valores de capacidade técnica de interligação calculados pela REN para o ano 2018
situam-se, de uma forma geral, numa ordem de grandeza semelhante ao estimado em 2016
para 2017. De referir, no entanto, que os valores estimados para o ano de 2017 eram um
pouco inferiores em alguns períodos do ano, fruto de alterações topológicas de duração
prolongada que se encontravam previstas para a RNT, designadamente no âmbito da
remodelação da subestação do Carregado.
Com base na agregação das estimativas individuais efetuadas pela REN e pela REE,
metodologia a que ambos os operadores das redes de transporte se encontram subordinados
e a qual determina a capacidade indicativa de interligação para fins comerciais para 2018
(Quadro 4), constata-se que as situações mais limitativas às trocas comerciais entre Portugal
e Espanha, num ou noutro sentido, poderão ter origem em valores calculados, quer pela REN
quer pela REE.
No sentido de trocas Portugal→Espanha, não se prevê que a capacidade de interligação venha
a apresentar valores inferiores a 2 200 MW, a não ser em períodos em que venham a ocorrer
indisponibilidades de elementos de rede e nos quais os valores de capacidade podem ser
reduzidos até cerca de 1 000 MW.
Para trocas no sentido Espanha→Portugal, estima-se que a capacidade de interligação venha
a apresentar, nomeadamente nos períodos com registos mais elevados de carga, valores
mínimos numa gama de ca. 1 600 MW a 2 300 MW, mas que poderão vir a ser inferiores (da
ordem dos 1 200 MW) em presença das indisponibilidades programadas de elementos de rede.
De salientar que na maior parte dos períodos analisados a restrição de capacidade de
interligação deve-se a desvios angulares de valor elevado entre as subestações de Alto
Lindoso e de Cartelle, em consequência do disparo conjunto das duas linhas de interligação
a 400 kV Alto Lindoso - Cartelle 1 e 2, que partilham os mesmos apoios.
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
29
QUADRO 4 - CAPACIDADE INDICATIVA DE INTERLIGAÇÃO PARA FINS COMERCIAIS PARA 2018
ENGLOBANDO AS ESTIMATIVAS DA REN E DA REE
(Sem considerar limitações do parque eletroprodutor)
Sentido das trocas Portugal → Espanha Espanha → Portugal
Período tarifário Ponta e Cheia Vazio Ponta e Cheia Vazio
Plano de indisp. programadas de elementos da rede
Inativo Ativo Inativo Ativo Inativo Ativo Inativo Ativo
Janeiro
3100
-
2700
-
1620
-
2160
-
Fevereiro 1800 - - -
Março - 1170 1980
Abril
2610
2160
2430
2160
1620
1440
1890
1710
Maio 2520 2300 - -
Junho
2400
2000
2200
-
2340
1620
2610
2520
Julho - - 1620 2520
Agosto 2400 - 2200 - 2160 1980 2520 2300
Setembro
2700
1750
2600
1900
2250
1620
2790
2700
Outubro 1200 1900 1620 1400
Novembro
2970
1000
2610
2520
1620
-
2250
2160
Dezembro 1980 2520 - 2160
NOTAS:
Em regimes de reduzida produção renovável, em particular de geração eólica, a potência de geração disponível para
exportar pode ser inferior aos valores de capacidade disponibilizados pela RNT.
Em regimes de forte produção renovável, em particular de geração eólica, os valores de capacidade de interligação no
sentido Espanha→Portugal podem ser inferiores aos apresentados, por necessidade de assegurar a reserva de segurança
do sistema.
Para efeitos do cálculo da capacidade de interligação, apenas se consideraram as indisponibilidades com duração superior
ou igual a 15 dias.
Na presença de indisponibilidades fortuitas ou ainda que programadas diferentes das contempladas neste cálculo, os
valores de capacidade técnica de interligação poderão, em alguns períodos do ano de 2018, divergir em relação aos
indicados.
Os valores de capacidade decorrentes da consideração do “Plano de Indisponibilidades Programadas” só são apresentados
quando os mesmos induzem limitações mais gravosas do que na situação de rede com a totalidade dos elementos
disponíveis.
Até à conclusão do eixo a 400 kV entre as subestações de Pedralva e de Vila Nova de Famalicão podem ocorrer limitações
à produção do parque produtor hídrico desta zona e/ou reduções à capacidade de interligação, de forma a garantir o
cumprimento dos “Padrões de Segurança para Planeamento da RNT” [1], face ao acréscimo da potência instalada na
região (num total aproximado de quase 1 000 MW, com a entrada em serviço das centrais de Salamonde II e de Frades II).
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
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Antevê-se que, mesmo após 2018 e em alguns períodos do ano, no sentido Espanha→Portugal
continuem a ocorrer valores de capacidade de interligação inferiores a 2 000 MW.
Efetivamente, só após a entrada em serviço da futura linha de interligação a 400 kV Ponte
de Lima – Fontefría é que se prevê poder incrementar a capacidade de interligação, em
particular no sentido Espanha→Portugal, de forma a se obter de forma sustentada valores
mínimos de capacidade de interligação de 3 000 MW (em ambos os sentidos), objetivo que se
encontra contemplado no âmbito do desenvolvimento do Mercado Ibérico de Eletricidade –
MIBEL.
Acresce ainda que, até à conclusão do eixo a 400 kV entre as subestações de Pedralva e de
Vila Nova de Famalicão, e decorrente do já verificado aumento da potência de produção
instalada na região do Minho (num total aproximado de quase 1 000 MW com a entrada em
serviço das centrais de Salamonde II e de Frades II), os valores de capacidade agora
enunciados podem vir a ser inferiores em cenários de elevada produção nesta região e/ou
ocorrerem situações com restrição de produção, por forma a garantir o cumprimento dos
“Padrões de Segurança para Planeamento da RNT” [1].
As previsões de valores de capacidade comercial de interligação agora apresentadas, quer no
sentido Portugal→Espanha, quer no sentido Espanha→Portugal, têm caráter indicativo,
tendo em conta que os valores podem ser temporariamente diferentes em virtude da
existência de outras indisponibilidades não programadas tanto ao nível dos elementos de
rede como ao nível de grupos de geração, assim como da necessidade de dispor da adequada
geração para cumprir o critério de segurança de reserva operacional do sistema.
ACPR - Planos de Rede O responsável
Pedro Alcaria António Pitarma
Tiago Rodrigues
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
31
BIBLIOGRAFIA
[1] – “Padrões de Segurança para Planeamento da RNT” – Portaria n.º 596/2010, de 30 de
Julho.
[2] – “Metodologia dos estudos para a determinação da capacidade de interligação”,
Dez. 2006 – Aprovado pela ERSE em carta ‘E-Tecnicos/2007/50/JR/Msb’, de Fev. 2007.
[3] – “Acordo conjunto REN-REE sobre: Cálculo da Capacidade Comercial de Interligação”,
Janeiro 2008.
[4] – “Caracterização da Rede Nacional de Transporte para efeitos de acesso à Rede |
Situação a 31 de Dezembro de 2016”, Março de 2017.
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Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
32
GLOSSÁRIO Carga – Valor, num dado instante, da potência ativa fornecida em qualquer ponto de um sistema, determinada por uma medida instantânea ou por uma média obtida pela integração da potência durante um determinado intervalo de tempo. A carga pode referir-se a um consumidor, um aparelho, uma linha, ou uma rede.
ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
Indisponibilidade – Situação em que um determinado elemento, como um grupo, uma linha, um transformador, um painel, um barramento ou um aparelho, não se encontra apto a responder em exploração às solicitações de acordo com as suas características técnicas e parâmetros considerados válidos.
LAL.CTL 1 – Linha Alto Lindoso – Cartelle 1
LAL.CTL 2 – Linha Alto Lindoso – Cartelle 2
LAL.PDV – Linha Alto Lindoso – Pedralva
LAL.RA 2 – Linha Alto Lindoso – Riba d’Ave 2
LAMM.LGC – Linha Armamar - Lagoaça
LAV.BRO – Linha Alqueva – Brovales
LBL.RJ – Linha Batalha – Ribatejo
LCG.FN 2 – Linha Carregado – Fanhões 2
LFA.OQ – Linha Ferreira do Alentejo - Ourique
LLGC.AAV – Linha Lagoaça – Aldeadávila
LPDV.RA – Linha Pedralva – Riba d’Ave
LPM.MP.SN – Linhas Palmela – Monte da Pedra e Monte da Pedra - Sines
LPM.SN 2 – Linha Palmela – Sines 2
LPN.AAV 2 – Linha Pocinho – Aldeadávila 2
LRA.RR 2 – Linha Riba d’Ave – Recarei 2
MIBEL – Mercado Ibérico de Electricidade
Muito Alta Tensão (MAT) – Tensão entre fases cujo valor eficaz é superior a 110 kV.
PEGHGT – Produção excluindo Grande Hídrica e Grande Térmica. RARI – Regulamento de Acesso às Redes e às Interligações.
Rede – Conjunto de subestações, linhas, cabos e outros equipamentos elétricos ligados entre si com vista a transportar a energia elétrica produzida pelas centrais até aos consumidores.
-
Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
33
Rede Nacional de Transporte (RNT) – Compreende a rede de muito alta tensão, rede de interligação, instalações do Gestor de Sistema e os bens e direitos conexos.
REN – Rede Eléctrica Nacional, S.A.
REE – Red Eléctrica de España
SEN – Sistema Elétrico Nacional
Subestação – Posto destinado a algum dos seguintes fins:
Transformação da corrente elétrica por um ou mais transformadores estáticos, cujo secundário é de alta tensão;
Compensação do fator de potência por compensadores síncronos ou condensadores, em alta tensão.
-
Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
i
ANEXOS
o Perfis de Consumo em cada Ponto de Entrega da RNT ii
o Planos de produção iv
o Capacidade Técnica de Importação sem indisponibilidades viii
o Capacidade Técnica de Exportação sem indisponibilidades ix
o Capacidade Técnica de Importação com indisponibilidades x
o Capacidade Técnica de Exportação com indisponibilidades xi
o Esquemas Unifilares xii
-
Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
ii
Nota: os regimes de carga simulados visam abranger um largo conjunto de cenários representativos da operação do Sistema Elétrico Nacional (“SEN”), não sendo considerados para este efeito cenários mais exigentes (ponta máxima/vazio mínimo cuja ocorrência tem uma duração mais limitada nas horas do ano).
Valor de Consumo Simulado para os Pontos de Entrega da RNT para o ano de 2018 [MW] Valor de Consumo Simulado para os Pontos de Entrega da RNT para o ano de 2018 [MW]
Ponto de entrega Janeiro/Fevereiro/Março Abril/Maio Junho/Julho
Ponta Cheia Vazio Ponta Cheia Vazio Ponta Cheia Vazio
Alcochete 55.5 51.5 42.3 46.0 46.2 38.7 44.5 42.8 36.8
Alqueva 33.9 24.3 15.4 28.1 21.8 14.1 46.5 43.9 17.2
Alto São João 61.1 45.8 29.6 50.7 41.1 27.1 59.1 52.8 35.2
Alto de Mira 247.7 184.3 116.9 205.4 165.4 107.1 171.5 161.4 105.8
Batalha 221.6 179.8 125.3 183.7 161.3 114.7 190.9 167.5 138.2
Bodiosa 112.0 90.8 64.6 92.9 81.5 59.2 104.2 77.5 43.8
Canelas 283.4 199.4 124.7 235.0 178.9 114.2 226.5 166.4 113.8
Carrapatelo 27.4 23.4 13.9 22.7 21.0 12.7 19.9 17.8 9.7
Carregado 132.7 117.1 76.6 110.0 105.1 70.2 126.4 112.8 79.6
Carriche 196.8 159.2 97.9 163.1 142.8 89.6 149.9 126.8 87.6
Carvoeira 110.3 61.3 28.8 91.4 55.0 26.4 70.7 53.3 23.7
Castelo Branco 47.9 37.9 24.7 39.7 34.0 22.7 41.7 34.8 25.2
Chafariz 51.5 42.8 31.2 42.7 38.4 28.6 31.5 31.5 22.1
Custóias 203.5 173.3 112.4 168.7 155.5 102.9 162.1 147.8 104.6
Ermesinde 178.1 142.9 87.4 147.6 128.2 80.0 122.9 110.0 77.1
Estarreja 226.8 182.4 124.0 188.0 163.7 113.6 234.6 174.4 129.8
Estoi 140.6 109.1 82.8 116.5 97.9 75.8 150.6 136.8 93.1
Estremoz 54.7 38.6 19.1 45.4 34.7 17.5 44.8 35.8 23.7
Évora 85.6 68.6 44.8 70.9 61.6 41.0 65.6 58.0 39.9
Fafe 137.2 103.7 56.2 113.7 93.1 51.4 114.2 79.1 48.6
Falagueira 56.8 47.0 34.5 47.1 42.1 31.6 52.9 45.6 36.7
Fanhões 157.2 137.8 109.7 130.4 123.6 100.5 146.4 145.1 97.6
Feira 133.3 96.9 55.6 110.5 87.0 50.9 115.4 70.5 53.7
Fernão Ferro 178.6 131.3 85.0 148.1 117.8 77.8 112.8 114.7 78.7
Ferreira do Alentejo 74.0 60.8 31.2 61.3 54.6 28.6 68.9 63.8 50.8
Ferro 81.2 58.8 38.9 67.3 52.8 35.6 61.1 48.9 34.3
Frades 11.7 8.3 5.4 9.7 7.5 4.9 18.5 7.3 4.4
Lavos 158.9 155.8 154.9 131.7 139.8 141.9 153.7 161.9 142.2
Macedo de Cavaleiros 41.6 35.3 26.7 34.5 31.7 24.5 29.6 27.6 16.3
Mogadouro 11.3 9.2 6.6 9.4 8.2 6.0 7.5 6.9 5.2
Mourisca 227.7 191.2 107.0 188.8 171.6 98.0 211.5 169.4 100.2
Oleiros 199.4 149.7 88.5 165.3 134.3 81.1 159.2 118.9 73.2
Ourique 11.2 8.3 5.5 9.3 7.5 5.0 9.6 8.7 6.4
Paraimo 88.2 73.1 52.1 73.1 65.6 47.7 77.9 72.5 48.7
Pedralva 21.5 17.4 9.1 17.8 15.6 8.3 19.1 15.5 10.9
Penela 18.2 17.3 9.3 15.1 15.5 8.5 17.8 15.2 9.6
Pereiros 199.5 160.8 113.3 165.4 144.3 103.8 156.9 140.1 99.1
Pocinho 31.2 24.8 17.5 25.8 22.3 16.1 22.1 19.8 11.8
Pombal 78.1 58.5 35.7 64.8 52.5 32.7 74.1 54.3 33.8
Portimão 81.4 67.7 53.6 67.4 60.8 49.1 90.3 87.2 56.7
Porto Alto 47.1 37.9 24.7 39.1 34.0 22.7 52.3 45.6 26.7
Prelada 94.5 77.5 49.0 78.3 69.5 44.9 73.6 64.7 46.2
Recarei 133.9 96.8 53.2 111.0 86.9 48.7 94.0 63.1 36.4
Riba D'Ave 372.9 260.1 131.4 309.1 233.4 120.4 329.4 218.5 101.7
Rio Maior 143.5 110.1 78.9 119.0 98.8 72.3 106.4 104.2 70.8
Sacavém 193.4 156.8 110.8 160.4 140.7 101.5 168.5 135.5 106.5
Santarém 87.3 67.8 44.5 72.3 60.8 40.7 83.1 76.1 51.6
Sete Rios 202.6 160.9 103.8 168.0 144.4 95.1 196.6 145.2 103.1
Setúbal 214.6 199.3 163.7 177.9 178.8 149.9 210.0 202.1 173.6
Sines 99.1 89.5 78.0 82.1 80.3 71.5 89.1 90.8 89.1
Tábua 31.2 25.5 15.4 25.9 22.9 14.1 25.5 19.6 13.2
Tavira 24.9 19.3 14.5 20.7 17.3 13.2 28.9 26.3 18.0
Torrão 75.0 59.9 36.2 62.2 53.7 33.2 62.0 51.5 32.7
Trafaria 109.7 85.1 57.2 90.9 76.3 52.4 78.8 73.6 52.1
Trajouce 240.6 202.5 141.1 199.4 181.7 129.2 183.0 168.0 121.9
Tunes 121.6 98.5 78.2 100.8 88.3 71.6 154.5 139.3 88.2
V. P. Aguiar 22.8 17.5 12.8 18.9 15.7 11.8 17.8 14.4 8.2
Valdigem 111.4 80.3 56.4 92.4 72.1 51.6 84.4 75.3 48.6
Valpaços 34.0 30.7 23.5 28.2 27.6 21.6 24.4 21.8 12.4
Vermoim 321.1 251.2 147.8 266.2 225.4 135.4 271.9 234.6 167.8
Vila Chã 94.4 75.1 38.9 78.2 67.4 35.6 85.3 69.0 41.6
Vila Fria 199.0 163.2 123.5 165.0 146.5 113.1 161.7 147.6 115.0
Zambujal 135.2 104.4 73.4 112.1 93.7 67.2 126.9 89.7 65.1
Zêzere 213.2 171.4 111.6 176.7 153.8 102.2 187.3 168.7 130.5
Clientes MAT
Artlant 14.3 10.1 1.7 11.9 9.1 1.6 11.7 10.6 1.2
Lusosider 5.4 4.0 2.3 4.5 3.6 2.1 5.4 4.2 1.8
Maia 94.0 65.2 4.6 77.9 58.5 4.2 85.4 71.6 2.9
Neves Corvo 30.4 25.3 4.6 25.2 22.7 4.2 27.0 25.5 3.5
Petrogal 22.4 19.2 4.6 18.5 17.2 4.2 23.4 23.3 18.9
Quinta do Anjo 13.4 7.1 3.4 11.1 6.3 3.1 17.1 9.5 2.9
Refer - Ermidas-Sado 3.6 2.0 0.2 3.0 1.8 0.2 3.1 1.6 0.2
Refer - Fatela 0.9 0.5 0.2 0.7 0.4 0.2 0.9 0.5 0.2
Refer - Fogueteiro 5.4 3.0 0.6 4.5 2.7 0.5 6.3 3.7 0.6
Refer - Gouveia 2.7 1.5 0.6 2.2 1.4 0.5 2.7 1.6 0.2
Refer - Monte da Pedra 2.7 1.5 0.2 2.2 1.4 0.2 3.1 1.6 0.2
Refer - Mortágua 2.7 1.5 0.2 2.2 1.4 0.2 2.2 1.2 0.2
Refer - Pegões 4.0 1.5 0.2 3.3 1.4 0.2 3.1 1.6 0.2
Refer - Quinta Grande 3.6 1.5 0.2 3.0 1.4 0.2 3.1 2.1 0.2
Refer - Rodão 0.9 0.5 0.2 0.7 0.5 0.2 1.8 1.6 0.2
Refer - Saboia 1.8 1.0 0.2 1.5 0.9 0.2 2.2 1.6 0.2
Refer - Sobral 2.2 1.5 0.2 1.9 1.4 0.2 2.2 1.6 0.2
Refer - Urrô 1.8 1.0 0.2 1.5 0.9 0.2 1.8 1.2 0.2
Seixal-Longos 125.7 94.5 8.0 104.2 84.8 7.3 107.9 84.9 8.8
Total 8130 6430 4160 6740 5770 3810 6990 5920 3990
-
Capacidades Indicativas de Interligação para Fins Comerciais para o Ano de 2018
iii
Nota: os regimes de carga simulados visam abranger um largo conjunto de cenários representativos da operação do Sistema Elétrico Nacional (“SEN”), não sendo considerados para este efeito cenários mais exigentes (ponta máxima/vazio mínimo cuja ocorrência tem uma duração mais limitada nas horas do ano)
Valor de Consumo Simulado para os Pontos de Entrega da RNT para o ano de 2018 [MW]
Ponto de entrega Agosto Setembro/Outubro Novembro/Dezembro
Ponta Cheia Vazio Ponta Cheia Vazio Ponta Cheia Vazio
Alcochete 41.2 40.8 36.6 43.1 42.5 36.2 55.7 52.1 43.2
Alqueva 43.1 41.8 17.1 45.1 43.6 16.9 34.1 24.6 15.7
Alto São João 54.7 50.3 35.0 57.3 52.5 34.7 61.4 46.4 30.3
Alto de Mira 158.8 153.8 105.3 166.1 160.3 104.2 248.9 186.6 119.5
Batalha 176.7 159.6 137.5 184.9 166.3 136.1 222.7 182.0 128.0
Bodiosa 96.4 73.8 43.6 100.9 77.0 43.1 112.6 91.9 66.0
Canelas 209.7 158.5 113.2 219.4 165.3 112.1 284.8 201.9 127.4
Carrapatelo 18.4 16.9 9.7 19.2 17.7 9.6 27.5 23.6 14.2
Carregado 117.0 107.4 79.2 122.4 112.0 78.4 133.4 118.5 78.3
Carriche 138.7 120.8 87.2 145.1 126.0 86.3 197.7 161.1 100.0
Carvoeira 65.5 50.7 23.6 68.5 52.9 23.4 110.8 62.1 29.5
Castelo Branco 38.6 33.2 25.1 40.4 34.6 24.8 48.2 38.4 25.3
Chafariz 29.2 30.0 22.0 30.5 31.3 21.8 51.8 43.3 31.9
Custóias 150.0 140.9 104.0 157.0 146.8 103.0 204.5 175.5 114.8
Ermesinde 113.7 104.8 76.7 119.0 109.3 75.9 179.0 144.6 89.3
Estarreja 217.2 166.2 129.1 227.3 173.2 127.8 227.9 184.7 126.7
Estoi 139.4 130.3 92.7 145.8 135.9 91.7 141.3 110.5 84.6
Estremoz 41.4 34.2 23.6 43.3 35.6 23.3 55.0 39.1 19.6
Évora 60.7 55.2 39.7 63.6 57.6 39.3 86.0 69.5 45.8
Fafe 105.7 75.3 48.4 110.6 78.5 47.9 137.8 105.0 57.4
Falagueira 49.0 43.5 36.5 51.2 45.3 36.2 57.0 47.6 35.2
Fanhões 135.5 138.2 97.1 141.8 144.1 96.2 158.0 139.5 112.1
Feira 106.8 67.2 53.5 111.8 70.1 52.9 134.0 98.1 56.8
Fernão Ferro 104.5 109.3 78.3 109.3 113.9 77.5 179.5 132.9 86.8
Ferreira do Alentejo 63.8 60.7 50.5 66.7 63.3 50.0 74.4 61.6 31.9
Ferro 56.6 46.6 34.1 59.2 48.6 33.8 81.6 59.5 39.8
Frades 17.1 6.9 4.4 17.9 7.2 4.4 11.8 8.4 5.5
Lavos 142.3 154.2 141.5 148.9 160.8 140.1 159.6 157.7 158.2
Macedo de Cavaleiros 27.4 26.3 16.2 28.7 27.4 16.1 41.8 35.7 27.3
Mogadouro 7.0 6.6 5.2 7.3 6.9 5.1 11.4 9.3 6.7
Mourisca 195.7 161.4 99.7 204.8 168.3 98.7 228.8 193.6 109.3
Oleiros 147.4 113.3 72.9 154.2 118.1 72.1 200.3 151.6 90.5
Ourique 8.9 8.3 6.3 9.3 8.6 6.3 11.2 8.4 5.6
Paraimo 72.1 69.1 48.4 75.5 72.0 47.9 88.6 74.0 53.2
Pedralva 17.7 14.7 10.9 18.5 15.4 10.8 21.6 17.6 9.3
Penela 16.5 14.5 9.6 17.2 15.1 9.5 18.3 17.5 9.5
Pereiros 145.2 133.5 98.6 152.0 139.2 97.6 200.5 162.8 115.7
Pocinho 20.4 18.9 11.7 21.4 19.7 11.6 31.3 25.1 17.9
Pombal 68.6 51.8 33.6 71.7 54.0 33.2 78.5 59.2 36.5
Portimão 83.5 83.1 56.4 87.4 86.6 55.8 81.8 68.5 54.8
Porto Alto 48.4 43.5 26.6 50.7 45.3 26.3 47.3 38.4 25.3
Prelada 68.2 61.6 46.0 71.3 64.3 45.5 94.9 78.4 50.1
Recarei 87.0 60.1 36.2 91.1 62.7 35.9 134.6 98.0 54.3
Riba D'Ave 304.9 208.2 101.2 319.0 217.0 100.1 374.7 263.3 134.3
Rio Maior 98.5 99.2 70.4 103.1 103.5 69.7 144.2 111.5 80.7