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Capa “O ambiente e as doenças do trabalho” Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho Jefferson Benedito Pires de Freitas

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Page 1: Capa O ambiente e as doenças do trabalho Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho Jefferson Benedito Pires de Freitas

Capa

“O ambiente e as doenças do trabalho”

Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho

Jefferson Benedito Pires de Freitas

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PRAGUICIDAS

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PRAGUICIDAS

• Os praguicidas são substâncias químicas usadas com o propósito de eliminar ou controlar a população de seres vivos indesejáveis para o ser humano.

• Estes podem ser insetos, fungos, plantas, roedores, entre outros.

• Quando usados na lavoura são genericamente denominados agrotóxicos ou agroquímicos.

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PRAGUICIDAS• Inseticidas

1 – Organofosforados• São derivados orgânicos dos ácidos fosfórico, tiofosfórico e

ditiofosfórico. Atuam como inseticidas e acaricidas e são muito usados na agricultura.

• Podem ser absorvidos pelas vias oral, dérmica e respiratória.

• Exs: Tabun e o Sarin que são produzidos para uso militar com objetivo de uso em guerra química. Azinfós, carbofenotion, paration metílico e etílico, disulfoton, dimetoato, fention, malation, triclofon para uso agricola. Estes 2 últimos são permitidos para formulações domésticas.

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PRAGUICIDAS

• Inseticidas1 – Organofosforados

– Estes inseticidas agem inibindo a acetil-colinesterase, bloqueando a ação desta enzima sobre a acetil-colina, levando a um grande acúmulo deste neuro mediador nas sinapses dos neurônios colinérgicos.

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PRAGUICIDAS

• Inseticidas1 – Organofosforados

– Quadro clínico– miose (pupila puntiforme)– visão borrada– Sialorréia– Sudorese– tosse com grande quantidade de secreções brônquicas e

broncoespasmo– náuseas, vômitos, dores em cólicas, diarréias, disúria e dispnéia

intensa. – câimbras, dores musculares, elevação da pressão arterial e a

síndrome neurológica: confusão mental ,ansiedade, anorexia, ataxia, convulsões, depressão cardio-respiratória e coma.

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PRAGUICIDAS

• Inseticidas1 – Organofosforados

– Tratamento é feito com medidas de suporte à vida e a administração de sulfato de atropina. Esta deve ser ministrada em doses elevadas, inicialmente com doses de 2 a 4 mg IM ou EV, e novas doses de 1 a 2 mg podem ser ministradas com intervalos de 10 a 30 minutos, conforme a gravidade do quadro e a resposta a dose inicial do medicamento, até obter-se sinais de atropinização.

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PRAGUICIDAS

• Inseticidas1 – Organofosforados• Prevenção e controle

– A primeira medida é a substituição dos organofosforados por outras classes de inseticidas, ou pelo menos à representantes menos perigosos desta classe.

– Acesso restrito e o seu preparo deve ser feito por uma pessoa habilitada.

– Proteção de pele (roupa e chapéu), nebulizar o produto a favor do vento, e usar máscara para proteção respiratória.

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PRAGUICIDAS

• Inseticidas1 – Organofosforados

• Prevenção e controle – Do ponto de vista médico devem ser realizados

dosagens periódicas da atividade da colisterase, de preferência a intra-eritrocitária (verdadeira) ou a total.

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PRAGUICIDAS

• Inseticidas2 – Carbamatos

• São derivados orgânicos do ácido carbâmico. Como exemplos pode-se citar o carbaril, propoxur (Baygon®), aldicarb, carbofuran.

• São utilizados na lavoura e, alguns de menor perigo, tem sido utilizados em domesticamente.

• Agem como inibidores da colinesterase de forma muito parecida com os organofosforados, mas ao contrário destes, a ligação com a enzima é reversível.

• O quadro clínico é idêntico aos dos inseticidas organofosforados

• Como tratamento é usado o Sulfato de Atropina de forma idêntica aos inseticidas organofosforados.

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PRAGUICIDAS

• Inseticidas3 – Piretróides

• São derivados sintéticos ou semi-sintéticos de piretrinas naturais (inseticidas naturais de plantas).

• Alta eficiência em concentrações baixas e não persistência no meio ambiente.

• Tanto as piretrinas (naturais) quando os piretróides (sintéticos) são neurotóxicos especialmente a nível de sistema nervoso central, pois interagem com os canais de sódio das membranas das células nervosas produzindo hiperexitabilidade dos neurônios.

• Comum o desenvolvimento de quadros alérgicos potencialmente graves aos piretróides. Em pessoas predispostas

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PRAGUICIDAS

• Inseticidas4 - Organoclorados

• Quimicamente podem ser derivados de clorobenzeno (DDT, DDD, metoxicloro), do ciclohexano (BHC, lindano) e do ciclodieno (aldrin, dieldrin, endrin, heptaclor, clordano).

• No passado foram muito usados tanto na agricultura como nas campanhas de saúde pública, mas seu uso foi progressivamente restrito, chegando a proibição total em muitos países, inclusive no Brasil, tendo em vista a sua alta persistência no meio ambiente.

• Agem no Sistema Nervoso Central, até hoje os mecanismos de ação não estão perfeitamente estabelecidos.

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PRAGUICIDAS

• Inseticidas4 - Organoclorados

• Como compostos liposolúveis e de biotransformação lenta, se acumulam nas gorduras do organismo e no meio ambiente. Não se sabe claramente se este fato pode trazer riscos a longo prazo.

• Em intoxicações agudas o paciente apresenta alterações de SNC que vão de tonturas, desorientação, hiperexcitabilidade, parestesias de língua, lábio, mãos e face até tremores musculares, convulsões e depressão respiratória.

• Em intoxicações crônicas pode levar a lesões renais e hepáticas.

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PRAGUICIDAS

• Fungicidas1 - Pentaclorofenol e nitrofenóis• São fungicidas que, além do uso agrícola, foi usado

como conservante de madeira, mas atualmente tem seu uso restrito no Brasil.

• O pentaclorofenol também é conhecido como “pó da China”.

• Agem desacoplando as fosforilação oxidativa da formação de ATP, levando a um déficit formação energética (ATP) em todas as células e um aumento a temperatura corporal (perda térmica da energia dos substratos ).

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PRAGUICIDAS

• Fungicidas1 - Pentaclorofenol e nitrofenóis

• O quadro clínico para exposições a pequenas doses é caracterizado por uma fraqueza muscular, anorexia e letargia.

• Em doses maiores o paciente apresenta hipertermia, sudorese, desidratação, irritação da pele (se há absorção cutânea) e mucosas. A evolução pode ser fatal com temperaturas corpóreas que podem atingir até 42 °C e convulsões, coma e morte por colapso cardiorespiratório.

• Sintomático, e em caso de hipertermia deve-se dar banho frio ou mesmo gelado no indivíduo.

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PRAGUICIDAS

• Herbicidas1 - Bipirídicos• Este grupo de herbicidas é constituído do Paraquat e Diquat,

sendo que pela importância toxicológica destacaremos o Paraquat.

• O paraquat através de mecanismo de formação de radicais livres com o oxigênio leva uma agressão tecidual maciça.

• Alguns dias após a ingestão ocorre uma fibrose pulmonar maciça progressiva levando a uma parenquimatização com bronquite terminal proliferativa, alveolite obliterativa, hemorragia e edema pulmonar.

• Há ainda lesões hepáticas e renais graves.

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PRAGUICIDAS

• Herbicidas1 - Bipirídicos• Inicia-se com cefaléia e hiperestesia e evolui rapidamente

para tremores, cólicas com diarréias hemorrágicas, proteinúria, oligúria ou anúria, dispnéia intensa e morte.

• No caso de ingestão por via oral, pode-se tentar diminuir a absorção ministrando terra de Fuller (preparado de argila), ou na falta desta pode-se usar argila comum (terra de jardim). Depois da argila dar um purgante. Deve-se repetir o ciclo argila-purgante por até 12 vezes. Também deve-se ministrar tratamento sintomático e administração de corticóides e antibióticos. Também é indicado a realização de hemodiálise.

• Se o paciente ingeriu doses elevadas, pode-se tentar a exsangüíneo-transfusão.

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PRAGUICIDAS

• Rodenticidas1 - Anticoagulantes• São usados derivados dos cumarínicos ( cumacloro –

Warfarin®, o cumafeno – Fumarin®, cumafuril – Racumin®) e da indantiona (difacinona – Ramik® pindona – Pival®), normalmente preparados em forma de isca.

• As intoxicações são em geral conseqüentes da ingestão destas iscas acidentalmente por crianças ou por tentativa de suicídio.

• São inibidores competitivos da Vitamina K, levando a uma inibição da síntese de protrombrina. A intoxicação pode advir de uma ingestão única ou continuada por alguns dias, pois os efeitos são cumulativos.

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PRAGUICIDAS

• Rodenticidas1 - Anticoagulantes

• A morte ocorre por hemorragias internas após 3 a 12 dias depois do início do efeito na síntese da protombrina.

• Vitamina K e transfusões de sangue nos casos graves.

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PRAGUICIDAS

• Rodenticidas2 - Fluoroacetato de sódio• É um sal orgânico branco muito solúvel na água, usado

também em formulações em alimentos ou não. Tem seu uso proibido no Brasil, mas em conseqüência da facilidade de sua fabricação e de seu baixo preço e alta eficiência, há fabricação e uso clandestino deste produto no Brasil.

• É biotransformado a fluorcitrato que por sua vez inibe o ciclo de Krebbs levando a um déficit de produção de energia. É absorvido por via oral e distribuído rapidamente por todo corpo.

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PRAGUICIDAS

• Rodenticidas2 - Fluoroacetato de sódio

• Parestesias e fraqueza intensa, sensação de dispnéia, vômitos, diarréia, tremores generalizados, confusão mental, incoordenação motora. Evolui em horas para, arritmias graves, paralisia flácida total, convulsões, acidose, metabólica e parada respiratória. Laboratorialmente apresenta intensa hipokalemia e pode apresentar ainda hipocalcemia e hiperglicemia.

• A respiração assistida, o tratamento da acidose e a reposição de potássio são as bases do tratamento.