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  • OLMPIO RAFAEL CARDOSO

    PERCEPO AMBIENTAL DE ALUNOS DO CURSO DE CINCIAS BIOLGICAS UFRGS/UERGS NO LITORAL NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

    IMB 2011

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL UFRGS UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL - UERGS

  • OLMPIO RAFAEL CARDOSO

    PERCEPO AMBIENTAL DE ALUNOS DO CURSO DE CINCIAS BIOLGICAS UFRGS/UERGS NO LITORAL NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

    IMB 2011

    Monografia apresentada, como pr-requisito para a concluso do curso de graduao em Cincias Biolgicas com nfase em Gesto Ambiental Marinha e Costeira da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul.

    Orientadora: Profa. Dra. Teresinha Guerra

  • OLMPIO RAFAEL CARDOSO

    PERCEPO AMBIENTAL DE ALUNOS DO CURSO DE CINCIAS BIOLGICAS UFRGS/UERGS NO LITORAL NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

    Monografia aprovada, como pr-requisito para a obteno do ttulo de Bacharel em Cincias Biolgicas com nfase em Gesto Ambiental Marinha e Costeira da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul.

    Aprovado em: 08 / 07 / 2011

    BANCA EXAMINADORA

    _________________________________

    Profa. Catarina Silva Pedrozo / UFRGS

    ________________________________

    Profa. Norma Luiza Wrdig / UFRGS

    Coordenador da atividade Trabalho de Concluso II CBM

    ___________________________________

    Prof. Dr. Eduardo Guimares Barboza

  • Dedico a Deus, por sempre guiar meus passos.

    Siga em frente, faa o teu caminho Tenha f em Deus, Ele vai contigo

    No te abandona jamais. (Banda AP21)

    Dedico a minha Famlia.

    Pelo incentivo e esforo incondicional de todos durante esses quatro anos de curso.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo minha orientadora, professora Teresinha Guerra, pela confiana e dedicao, por toda liberdade no desenvolvimento deste estudo e ter acreditado em meu potencial me conduzindo para esta realizao.

    Agradeo ao professor Nelson Flores Machado, pelas horas e apoio disponibilizados. Ao final do prazo de entrega da monografia com tantas perguntas a serem analisadas, suas sabias palavras eram ditas: calma Rafael, tudo se ajeita, mas principalmente por ter mostrado que no to complicado manusear a estatstica e seus programas.

    Ao professor Ren Wollmann pelas palavras elucidativas referente ao complexo lagunar do litoral norte do Rio Grande do Sul. Ao amigo e colega Matias Ritter, que dentre tantas conversas nas manhs de estgio no Museu de Cincias Naturais do CECLIMAR, surgiu idia do trabalho sobre percepo ambiental. Ao amigo e colega Juliano Nunes que me fez interpretar a percepo ambiental com outros olhos, pois vai muito alm do que apenas perceber o ambiente a nossa volta. Ao colega Carlos Vincius, muito mais que colega, mas sim o Brother CaVi, pelas caronas Porto Alegre para a realizao das anlises estatsticas e por todas as horas malucas passadas no apto. durante a elaborao do TCC.

    A todos os alunos do curso que se dispuseram a responder o questionrio deste trabalho, se tornando peas fundamentais para esta elaborao.

    Stella e ao ngelo por toda ateno, disponibilidade e principalmente pacincia no momento da formatao do trabalho. Agradeo as funcionrias do CECLIMAR, Neuza e Nlida, pelas horas que passamos juntos no Museu de Cincias Naturais, pelo aprendizado, por toda pacincia e principalmente pelas sbias palavras nas horas que mais precisei.

    A estas duas dedico: Tem lugares que me lembram, minha vida por onde andei.

    As histrias, os caminhos, o destino que eu mudei... (Rita Lee. Composio: John Lennon E Paul Mc Cartney)

  • Ao meu irmo e dolo Rogrio e minha cunhada Ana Paula pela ajuda de ltima hora na traduo e ajustes do resumo, ajudando no aperfeioamento deste trabalho. A minha irm Simone, meu cunhado Majela e meu sobrinho Mateus por todo incentivo durante essa jornada. A minha pequena grande amiga, companheira e namorada Renata Xavier, que esteve sempre ao meu lado e soube entender minhas ausncias, tua serenidade e tua calma que me acalma, foram essenciais para esta realizao. Aos meus Pais, seu Cardozo e dona Chica e a minha mana gmea Eliane, que sempre foram minha base forte nesta caminhada, o meu muito obrigado por tudo quilo que me instruram e por todos os princpios que me foram passados.

  • Mantenha seus pensamentos positivos, porque seus pensamentos tornam-se suas palavras. Mantenha suas palavras positivas, porque suas palavras tornam-se suas

    atitudes. Mantenha suas atitudes positivas, porque suas atitudes tornam-se seus hbitos. Mantenha seus hbitos positivos, porque seus hbitos tornam-se seus

    valores. Mantenha seus valores positivos, porque seus valores... Tornam-se seu destino.

    (Mahatma Gandhi)

  • RESUMO

    A percepo ambiental uma atividade mental de interao do indivduo com o meio. O estudo dessa percepo de uma determinada populao fundamental para compreender as inter-relaes da mesma com o ambiente. O presente estudo objetiva caracterizar a percepo ambiental dos graduandos (ingressantes e concluintes) do curso de Cincias Biolgicas com nfase em Biologia ou Gesto Ambiental Marinha e Costeira (uma parceria entre as Universidades Federal e Estadual do Rio Grande do Sul). Para o estudo quantitativo e qualitativo, foi aplicado um questionrio contendo setenta perguntas (abertas e fechadas) sobre temtica ambiental e temas especficos da rea (legislao, ambiente costeiro, dentre outros). A amostra foi de sessenta alunos, correspondente a 56,4% dos discentes do curso. As perguntas foram analisadas individualmente e posteriormente submetidas anlise estatstica. Os resultados obtidos demonstram que os alunos tiveram uma percepo ambiental geral dentro do esperado, pois so todos estudantes de Cincias Biolgicas. Entretanto, h uma relao direta entre a evoluo no curso e a melhor percepo ambiental do aluno, que notado, claramente, nas perguntas das temticas especficas. O maior ndice de acerto predominou entre alunos concluintes e alunos que j residiam no litoral antes de ingressarem no curso. Percebe-se, assim, que indivduos criados e/ou nascidos em localidades distintas possuem nveis de percepo ambiental diferenciados. Por fim, o estudo da percepo ambiental realizado com os estudantes de cincias biolgicas atingiu plenamente as expectativas sobre alguns questionamentos a respeito da relao entre os seres humanos e o ambiente. Todos os alunos entrevistados mostraram-se muito preocupados com os problemas ambientais, mas poucos esto, de fato, envolvidos em aes concretas ligadas ao ambiente. Esse estudo, portanto, possibilita propor uma melhoria no curso da graduao em questo, ao inserir educao ambiental de forma multidisciplinar na grade curricular. Almeja-se, assim, proporcionar maior entendimento e envolvimento dos estudantes de graduao de Cincias Biolgicas nas questes ambientais.

    Palavras chaves: Percepo. Percepo ambiental. Educao ambiental.

  • ABSTRACT

    The environmental perception is a mental activity of the individual's interaction with the environment. The study of perception of a given population is critical to understand the interrelationships of the same with the environment. The present study aims to characterize the environmental perception of the students (freshmen and graduating) undergraduate Biological Sciences with emphasis in Biology or Marine and Coastal Environmental Management (a partnership between the Federal and State Universities of Rio Grande do Sul). For the quantitative and qualitative study, a questionnaire was administered containing seventy questions (open and closed) on environmental issues and issues specific to the area (legislation, coastal environment, among others). The sample consisted of sixty students, representing 56.4% of the students of the course. The questions were analyzed individually and then subjected to statistical analysis. The results obtained shown that the students had a general environmental awareness within the expected, as are all students of Biological Sciences. However, there is a direct relationship between evolution in the course and better environmental perception of the student, who is noted clearly in the specific thematic questions. The higher scores predominated among graduating students and students who were living on the coast before entering the course. It can be seen, therefore, that individuals create and / or born in different locations have different levels of environmental perception. Finally, these study held with students of biological sciences has complete attempted the expectations of some questions about the relationship between humans and the environment. All students interviewed were very concerned about environmental problems, but few are actually involved in concrete actions related to the environment. These study, therefore, propose a possible improvement in the graduation course in question, by inserting a multidisciplinary environmental education in the curriculum. Its an expectation, therefore, to provide greater understanding and involvement of undergraduate students of Biological Sciences in environmental issues.

    Key words: Perception. Environmental perception. Environmental education.

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ................................................................................................................................ 10 1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................... 13 1.2 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................................... 14 1.3 OBJETIVOS ESPECFICOS ...................................................................................................... 14 2 MATERIAL E MTODOS .............................................................................................................. 16 2.1 AMOSTRAGEM ........................................................................................................................... 17 2.2 COLETA DE DADOS .................................................................................................................. 19 2.3 ANLISE DOS DADOS .............................................................................................................. 19 2.3.1 Sobre as anlises estatsticas utilizadas ......................................................................... 20 3 RESULTADOS E DISCUSSO ................................................................................................... 21 3.1 PERFIL BSICO DO ENTREVISTADO ................................................................................... 21 3.2 PERFIL DE CIDADANIA AMBIENTAL DO ENTREVISTADO .............................................. 25 3.2.1 Perfil Scio Ambiental dos entrevistados ....................................................................... 26 3.2.2 Perguntas sobre Organizaes no Governamentais.................................................. 28 3.2.3 Perguntas sobre Legislao Ambiental ........................................................................... 30 3.2.4 Perguntas de carter pessoal ............................................................................................. 34 3.2.5 Perguntas relacionadas a conhecimentos especficos ............................................... 42 3.3 ANLISE DOS DADOS .............................................................................................................. 48 4 CONCLUSO .................................................................................................................................. 57 REFERNCIAS .................................................................................................................................. 60 ANEXO................................................................................................................................................. 63

  • 10

    1 INTRODUO

    O ser humano possui discordncia nas interpretaes do meio em que est inserido. Cria imagens prprias de seu contexto ambiental, de acordo com diversas variveis que o rodeiam. Isso corrobora com a atual situao em que a sociedade se encontra do ponto de vista ambiental, pois demonstra atravs de aes que sua conscincia ecolgica est significativamente prejudicada, devido, principalmente, viso antropocntrica que o mesmo perfaz.

    Cada indivduo percebe, reage e responde diferentemente frente s aes sobre o meio ambiente, sendo assim, faz-se necessrio o estudo da percepo ambiental para que possamos compreender as inter-relaes entre o homem e o ambiente, suas expectativas, satisfaes e insatisfaes, julgamentos e condutas (PALMA, 2005). Ainda tratando de condies de individualidade, Mayfield et al. apud Marczwski (2006, p.18) ressalta que na percepo ambiental, cada homem tem uma imagem do mundo de acordo com suas preferncias, sendo que existe uma conexo entre o meio, comportamento espacial e experincias passadas. Portanto, necessrio perceber o ambiente no qual se est inserido para que possamos aprender a entend-lo e proteg-lo.

    Deste modo, trabalhos de percepo ambiental iro servir como estrutura inicial para a criao de estratgias que busquem a promoo e soluo das questes relacionadas ao meio ambiente e para repensar o mundo enquanto espao de convivncia dos seres humanos entre si e deles com a natureza (OLIVEIRA, 2005).

    Piaget apud Marczwski (2006, p.18) cita que a percepo ambiental parte integrante da vida humana e essencial para o seu desenvolvimento.

    Para compreender a preferncia ambiental de uma pessoa, necessitaramos examinar sua herana biolgica, criao, educao, trabalho e os arredores fsicos. No nvel de atitudes e preferncias de grupo, necessrio conhecer a histria cultural e a experincia de um grupo no contexto do ambiente fsico. Em nenhum dos casos possvel distinguir nitidamente entre os fatores culturais e o papel do meio ambiente fsico. Os conceitos cultura e meio ambiente se superpem do mesmo modo que os conceitos homem e natureza.

    ______________________

    1 MAYFIELD, R. et al. Environmental, perceptio and behaviour. London: Oxford Press, 1972.

    PIAGET, J. The mechanics of Perception. Nova York: Basic Books, 1969.

  • 11

    necessria uma mudana na percepo do ambiente pelo ser humano, pois eminentemente preciso que se leve em considerao o princpio da sustentabilidade, criando assim a conscientizao da sociedade e com isso minimizando os impactos ambientais decorridos pelo homem. imprescindvel que se desperte o interesse pelo cuidado da natureza, seja interesse local, regional ou mundial, pois seria absoluta insensatez se as pessoas cuidassem somente dos seus canteiros e jardins enquanto as grandes florestas no mundo se exterminam, dia-a-dia (LEMES; RITTER; MORAIS, 2007).

    A percepo ambiental poder ajudar na construo de metodologias em educao ambiental, para despertar nas pessoas a tomada de conscincia frente aos problemas ambientais. Com trabalhos de educao ambiental, principalmente aplicando tcnicas de percepo ambienta, possvel realizar trabalhos com bases locais. Isto , saber como os indivduos com que trabalharemos percebem o ambiente em que vivem, suas fontes de satisfaes e insatisfaes (PALMA, 2005).

    Soares (2005) ressalta claramente a proposio da UNESCO de 1973, onde a importncia da pesquisa de percepo ambiental para o planejamento do ambiente j era um assunto discutido a mais de 35 anos atrs, onde diz que uma das dificuldades para a proteo dos ambientes naturais est na existncia de diferenas nas percepes dos valores e da importncia dos mesmos entre os indivduos de culturas diferentes ou de grupos scio-econmicos que desempenham funes distintas, no plano social, nesses ambientes.

    A anlise da percepo ambiental em segmentos de opinio, objetiva gerar condies que visem equacionar no conformidades ligadas rea ambiental identificadas a partir da anlise dos dados da pesquisa (MERIGUETI, 2005). A percepo ambiental pode ser uma poderosa componente gerencial, capaz de possibilitar, a partir dos dados obtidos, a estruturao de intervenes nos segmentos analisados, em situaes denominadas de lacunas de conhecimento e de informaes existentes, mas distorcidas (FERNANDES et al., 2005, FERNANDES; SOUSA; LARANJA, 2004).

    Segundo Marczwski (2006), o estudo da percepo ambiental configura-se em uma ferramenta essencial para a compreenso acerca de comportamentos vigentes e para o planejamento de aes que promovam a sensibilidade e o desenvolvimento de posturas ticas e responsveis perante o ambiente.

  • 12

    No ano de 1978, nas margens da laguna de Tramanda, no municpio de Imb, a UFRGS criou um rgo auxiliar, o Centro de Estudos Costeiros Limnolgicos e Marinhos CECLIMAR, a fim de suprir as lacunas de informaes sobre os ecossistemas naturais do Litoral Norte do Rio Grande do Sul (Figura 1).

    Figura 1 Municpio de Imb, Litoral Norte do RS, Brasil. Fonte: O Autor, 2011.

    Por 20 anos o CECLIMAR foi um centro ligado diretamente Reitoria da Universidade. Em dezembro de 1997, o Conselho do Instituto de Biocincias aprovou a proposta de incluso do CECLIMAR como seu rgo auxiliar. (UFRGS/CECLIMAR 30 ANOS, 2008, p. 05)

    Em trs de maio de 2006, o CECLIMAR passou a sediar o curso de Cincias Biolgicas com nfase em Biologia Marinha e Costeira e nfase em Gesto Ambiental Marinha e Costeira, um curso realizado entre um convnio entre duas universidades, a Federal (UFRGS) e a Estadual (UERGS), onde disponibiliza sua infra-estrutura para projetos de pesquisa desenvolvidos pelo Instituto de Biocincias e por outras unidades da UFRGS (CECLIMAR, 2008)

    O curso de Cincias Biolgicas, com nfase em Biologia Marinha e Costeira ou Gesto Ambiental Marinha e Costeira, atualmente, contm quatro turmas,

  • 13

    totalizando 101 alunos matriculados com freqncia regular, O reconhecimento do curso junto ao sistema de regulao do ensino superior no Ministrio da Educao (e-MEC) encontra-se em anlise3, de acordo com os processos 200909819 e 200909820.

    Por se tratar de um curso novo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em parceria com a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, a proposta deste trabalho visa identificar o perfil de ingressantes e concluintes do curso de Cincias Biolgicas com nfase em Biologia Marinha e Costeira ou Gesto Ambiental Marinha e Costeira, possibilitando a formulao / reformulao dos projetos pedaggicos, ajustando-os s necessidades ambientais / sociais observadas, imprescindveis formao dos profissionais que chegam ao mercado de trabalho.

    Com este trabalho, ser possvel conhecer nossa realidade especfica e, deste modo, definir aes preventivas e corretivas para professores e alunos referentes ao conhecimento ambiental identificadas na pesquisa e gerar aes internas nesta instituio no que concerne ao preparo adequado dos profissionais colocados no mercado de trabalho, visando assim, contribuir no amadurecimento do nosso curso.

    1.1 JUSTIFICATIVA

    Criado pela Lei n 10.861, de 14 de abril de 2004, o Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior (SINAES) formado por trs componentes principais: a avaliao das instituies, dos cursos e do desempenho dos estudantes, atravs da prova do ENADE, Exame Nacional de Desempenho de Estudantes, que tem o objetivo de aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduao em relao aos contedos programticos, suas habilidades e competncias (INEP). A partir de 2009, o ENADE passou a examinar todos os

    __________________

    3 BRASIL. Ministrio da Educao. Sistema de Regulao do Ensino Superior. Disponvel em: . Acesso em: 06 junho. 2011.

  • 14

    universitrios no comeo e no fim do curso, e no s uma amostra selecionada por sorteio, como ocorria anteriormente. Considerando que os estudantes do curso de graduao em Biologia Marinha e Costeira devam compreender as inter-relaes entre o homem e o ambiente, e que suas atuaes como profissionais possam lev-los a atuar de maneira integrada, a proposta deste trabalho ser semelhante ao trabalho desenvolvido pelo ENADE, voltado especificamente anlise da percepo ambiental dos estudantes do Curso de Biologia Marinha e Costeira no CECLIMAR/UFRGS, a fim de identificar (ou no) modificaes no pensamento e na forma de perceber o ambiente (do aluno ingressante para o aluno concluinte) e, se necessrio, implementar, correes no programa proposto ao curso.

    1.2 OBJETIVO GERAL

    O presente estudo objetiva caracterizar a percepo ambiental dos graduandos (ingressantes e concluintes) do curso de Cincias Biolgicas com nfase em Biologia ou Gesto Ambiental Marinha e Costeira da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em convnio com a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul.

    1.3 OBJETIVOS ESPECFICOS

    Avaliar os conhecimentos relativos rea ambiental (dos ingressantes) e os conhecimentos adquiridos (concluintes) durante os nove semestres do curso de Cincias Biolgicas.

    Comparar os conhecimentos referentes temtica ambiental dos alunos nascidos e/ou criados em distintas localidades;

  • 15

    Comparar os conhecimentos referentes temtica ambiental, levando em conta o semestre que o aluno esta cursando;

    Fazer um levantamento do interesse por parte dos alunos aos assuntos da temtica ambiental, comparando as duas nfases do curso em Cincias Biolgicas Marinha e Gesto Ambiental Marinha.

  • 16

    2 MATERIAL E MTODOS

    Este trabalho tem como base terica o modelo metodolgico aplicado por Anjos (2008), do Ncleo de Estudos em Percepo Ambiental / NEPA - UNIVIX, utilizando a filosofia adotada pelo ENADE INEP, o ENADE Ambiental, o qual est diretamente ligado necessidade de conhecer o perfil de cidadania ambiental de estudantes do ensino superior e identificar, avaliar e atuar sobre as possveis disfunes do conhecimento ambiental de graduandos que ingressam, e prximo formao do curso de Biologia Marinha e Costeira e Gesto Ambiental Marinha e Costeira UFRGS/UERGS

    Por se tratar de uma pesquisa exploratria descritiva, o nmero de amostra reduzido, pois o nico objetivo desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idias para consolidar estudos mais especficos, posteriormente. A amostra foi definida pelo critrio de acessibilidade (VERGARA, 2009). Foi estabelecida uma meta de 60 alunos, visando uma anlise que no exclusse elementos importantes, como por exemplo, alunos formados, que estariam se formando ao findar do ano e alunos que entraram no curso no segundo semestre de 2010 (ltimo vestibular).

    Na pesquisa de campo foi utilizado um questionrio, contendo setenta perguntas abertas e fechadas (anexo), adaptadas do modelo desenvolvido pelo Ncleo de Estudos em Percepo Ambiental (ANJOS, 2008), voltado especificamente avaliao da percepo ambiental e social dos alunos do curso de Cincias Biolgicas, com uma tendncia principalmente a verificar uma possvel evoluo do conhecimento ambiental do grupo de alunos concluintes em relao aos ingressantes.

    Este mtodo possibilitar avaliar se ocorre alguma evoluo de conhecimento ambiental de alunos concluintes para alunos ingressantes do curso de graduao, bem como suas competncias para compreender temas exteriores ao mbito especfico sobre percepo ambiental, que se espera que seja mais compreensvel para alunos em semestres mais adiantados no curso. Alm disso, permite identificar o interesse dos alunos sobre temas de educao ambiental e principalmente se a percepo ambiental ou interesse por meio ambiente, est voltada para alunos que optaram pela nfase gesto ambiental ou pela nfase biologia marinha.

  • 17

    A percepo ambiental, segundo Del Rio (1996), refere-se ao processo de interao dos indivduos com o ambiente, envolvendo mecanismos perceptivos e cognitivos. Pessoas criadas nas grandes cidades, muitas vezes no possuem o mesmo contato com o meio ambiente que pessoas que passaram uma grande fase da vida em cidades interioranas ou litorneas, sendo assim, conhecendo o histrico dos entrevistados, como o local de nascimento e/ou criao, podero ser analisadas diferenas em relao percepo ao meio ambiente.

    2.1 AMOSTRAGEM

    As informaes sobre o curso de Cincias Biolgicas foram fornecidas pela COMGRAD BIOMAR. O curso possui 101 alunos atualmente matriculados e com freqncia regular (Tabela 1).

    Tabela 1: Nmero de alunos por semestre do curso de Cincias Biolgicas com nfase em Biologia Marinha e Costeira ou Gesto Ambiental Marinha e Costeira

    Fonte: O Autor, 2011.

    O processo seletivo para o curso de Cincias Biolgicas com nfase em Biologia Marinha e Costeira ou Gesto Ambiental Marinha e Costeira, ainda um processo seletivo especfico (PSE), realizado pela UFRGS em parceria com a

  • 18

    UERGS no segundo semestre de cada ano, abrindo 40 vagas, 20 oriundos da UFRGS e 20 da UERGS.

    A segunda turma do curso, alunos do oitavo semestre e a quinta turma, alunos do segundo semestre, so as turmas que dispem o maior nmero de alunos com freqncia regular. Este decrscimo no nmero de alunos matriculados para prestarem o processo seletivo, ou por desistncia, ou por falta de interesse neste curso, levando em conta, claro, as 40 vagas oferecidas anualmente, sugere diversos questionamentos que poderiam ser melhor estudados. Como por exemplo, a forma de divulgao do PSE, assistncia aos estudantes que vem de outras cidades e estados para residirem em Imb e Tramanda, bem como outros questionamentos que por no ser o tpico principal deste estudo, no sero abordados, mas deveriam ter um cuidado especial.

    A amostra seguindo o critrio de acessibilidade (VERGARA, 2009), que prev uma disponibilidade e interesse por parte dos entrevistados, tanto para responder o questionrio sendo entrevistados pessoalmente, quanto responder o questionrio levando-o para suas residncias para uma entrega posterior, o nmero amostral foi de 60 indivduos (57 alunos atuais e 3 alunos j formados pela primeira turma do curso), totalizando assim, 56,4% do pblico discente e 3% de alunos j formados, correspondendo 59,4% na amostra deste trabalho, como segue na tabela 2. Para este trabalho, os alunos do segundo e quarto semestre foram considerados alunos ingressantes e alunos do sexto e oitavo semestre foram considerados alunos concluintes.

    Tabela 2: Nmero de alunos entrevistados por semestre do curso de Cincias Biolgicas com nfase em Biologia Marinha e Costeira ou Gesto Ambiental Marinha e Costeira

    Fonte: O Autor, 2011.

  • 19

    2.2 COLETA DE DADOS

    Quarenta entrevistas foram realizadas individualmente no horrio do intervalo das aulas no CECLIMAR, local onde ocorre o curso de Cincias Biolgicas, no turno da tarde.

    Por motivo de incompatibilidades de horrios, quarenta questionrios foram distribudos aos alunos, para que fossem respondidos e posteriormente devolvidos secretaria do curso com uma data previamente estabelecida, para facilitar o modo de recolhimento. Apenas vinte questionrios foram posteriormente devolvidos.

    Todos os questionrios continham em anexo, um termo de consentimento, informando os objetivos da pesquisa e autorizando o uso das informaes por eles fornecidas para a elaborao deste trabalho de concluso de curso e de possvel publicao.

    2.3 ANLISE DOS DADOS

    Os dados foram sistematizados atravs do pacote estatstico do Statistical Package for the Social Sciences - SPSS for Windows (Realease 10.0.1) As variveis estatsticas utilizadas foram: mdias, anlise de Cluster e correlao bivariada. Toda a anlise de dados ocorreu em carter annimo, no sendo divulgadas respostas individuais, para que no ocorresse constrangimento dos entrevistados.

    As questes que envolveram respostas abertas foram estruturadas e sistematizadas de modo a permitir a utilizao no programa SPSS, sendo assim, foram tratadas estatisticamente como todas as perguntas fechadas, com exceo das perguntas de nmero 55, uma pergunta fechada onde o entrevistado pode optar por resposta mltipla, e as perguntas de numero 16 e 53, onde todos os entrevistados optaram pelas mesmas respostas, a anlise foi realizada individualmente.

  • 20

    2.3.1 Sobre as anlises estatsticas utilizadas

    O objetivo da anlise de cluster a noo de grau de similaridade (ou dissimilaridade) entre as variveis a serem analisadas, para assim serem agrupadas. Este mtodo pode ser descrito da seguinte forma: dado um conjunto de n indivduos (entrevistados) para os quais existe informao sobre a forma de variveis (perguntas dos questionrios), o mtodo agrupa os indivduos em funo da informao existente, de modo que os indivduos de um grupo sejam to semelhantes quanto possvel (MAGNUSSON, 2003).

    A correlao calcula o quanto as variveis em anlise esto prximas entre si. A correlao nunca pode ser maior do que 1 ou menor do que menos 1. Uma correlao prxima a zero indica que as duas variveis no esto relacionadas. Uma correlao positiva indica que as duas variveis movem juntas, e a relao forte quanto mais a correlao se aproxima de um (MAGNUSSON, 2003).

    Sero efetuadas duas formas de resultados e discusso. Inicialmente so apresentadas uma anlise individual das perguntas e posteriormente sero efetuadas correlaes estatsticas dos dados, para realizar uma anlise mais profunda.

  • 21

    3 RESULTADOS E DISCUSSO

    Os conhecimentos adquiridos ao longo do curso de Cincias Biolgicas passam pelos mais diversificados assuntos, tentando assim, abranger um maior numero de temticas do infinito mundo tanto da Biologia Marinha e Costeira e como da Gesto Ambiental Marinha e Costeira.

    Certamente que, para a elaborao da grade curricular do curso, foram levados em conta diversos parmetros e conhecimentos adquiridos pelos responsveis ao longo de suas carreiras acadmicas. Um exemplo claro seria a realizao da cadeira de Educao Ambiental no oitavo semestre do curso, tendo em vista que os alunos j teriam uma bagagem de conhecimentos adquiridos.

    Por ser um curso de Cincias Biolgicas com duas nfases (Biologia Marinha e Costeira e Gesto Ambiental Marinha e Costeira), o conhecimento referente percepo ambiental e, principalmente, uma avaliao correta do que e como o ambiente a nossa volta, so parmetros fundamentais e primordiais na formao acadmica.

    3.1 PERFIL BSICO DO ENTREVISTADO

    Das 60 entrevistas realizadas, 21 entrevistados eram do sexo masculino, totalizando 35% do total e 39 do sexo feminino, totalizando 65%. A idade dos participantes correspondia entre 18 e 30 anos. O estado civil predominou uma maioria de 57 entrevistados (95%) solteiros e apenas 3 (5%) casados (Figura 2).

  • 22

    Figura 2 Percentual dos entrevistados segundo o sexo, idade e estado civil. Fonte: O Autor, 2011.

    Analisando as perguntas sobre o local de moradia dos entrevistados, podemos verificar que a maioria deles (51 alunos 85%) no so moradores permanentes do municpio de Imb, cidade onde ministrado o curso de Cincias Biolgicas, ou at mesmo em Tramanda, cidade vizinha no Litoral Norte. Quanto ao local de moradia antes de ingressar no curso, os dados foram sistematizados em mesorregies para facilitar o entendimento. Trinta e dois alunos vieram da regio metropolitana de Porto Alegre, seis alunos da regio central do estado, cinco alunos da regio noroeste/nordeste do estado, seis alunos vieram de fora do Rio Grande do Sul, provenientes de Santa Catarina, Paran, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Apenas nove alunos j eram moradores do litoral, o que implica que estes cinqenta e um alunos, apenas esto morando nestes municpios para cursar Cincias Biolgicas com nfase em Biologia ou Gesto Ambiental Marinha e Costeira (Figura 2).

    Quanto ao tempo de moradia no municpio, as respostas coincidem com o tempo que se tem de curso de cada entrevistado. Ou seja, o aluno que est cursando o 2 semestre, no tem ainda um ano de mor adia no municpio atual, da

  • 23

    mesma forma que os alunos do 8 semestre j possuem aproximadamente quatro anos de moradia no municpio de residncia atual (Figura 3).

    Antes de ingressar no curso de Cincias Biolgicas, apenas nove entrevistados j residiam no litoral. Grande maioria oriunda da regio metropolitana (32 entrevistados), muitos vindos do interior do Rio Grande do Sul (13 entrevistados) e inclusive de fora do Estado, vindos de Garopaba SC, Curitiba e Ponta Grossa PR, Niteri RJ, Belo Horizonte MG e Braslia - DF (seis entrevistados) (Figura 3). A proposta inicial do curso foi a de promover uma maior interao entre a Universidade Federal e a Universidade Estadual, bem como promover principalmente o desenvolvimento da regio do litoral norte do Rio Grande do Sul onde esto situadas as duas unidades para o curso de Cincias Biolgicas.

    Com a formao de profissionais capacitados a atuar na rea da biologia marinha e costeira, a proposta de promover o desenvolvimento do litoral norte gacho, deveria em teoria ser suprida, mas na prtica no o que vem acontecendo, isto , analisando somente o perfil bsico dos entrevistados, percebeu-se que 85% das entrevistas so oriundas de outras localidades. claro que se esses futuros profissionais mantivessem a inteno de atuar no litoral norte gacho, para assim promover o desenvolvimento, a proposta inicial do curso seria mantida, mas infelizmente no est acontecendo.

    A primeira turma de formandos deste curso ocorrida em 2010, apenas corroborou com este fato. Dos 27 formados, apenas quatro permanecem residindo no litoral norte gacho.

    O esperado, que os nove entrevistados que j residiam no litoral, segundo este trabalho, permaneam e coloquem em prtica tudo o que aprenderam ou aprendero ao longo destes quatro anos e meio de estudos, pois somente assim podero fazer jus a principal proposta deste curso, que promover o desenvolvimento do Litoral Norte gacho.

  • 24

    Figura 3 - Percentual dos entrevistados segundo o municpio de residncia, tempo de residncia no municpio e local de residncia antes de ingressar no curso.

    Fonte: O Autor, 2011.

    O curso de Cincias Biolgicas nos possibilita a escolha de uma nfase para seguir a partir do sexto semestre, a nfase biologia marinha e costeira e a nfase gesto ambiental marinha e costeira. Ambas capacitam e formam profissionais capazes de elaborar, coordenar e executar projetos, trabalhos, anlises e experimentos, laudos, pareceres tcnicos, consultorias e assessorias, abrangendo organismos e ecossistemas marinhos e costeiros; manejo, uso e controle dos seres vivos e reas naturais, com explorao econmica planejada e controlada.4

    __________________

    4 UFRGS. Centro de Estudos Costeiros, Limnolgicos e Marinhos. Curso de Biologia Marinha. Disponvel em: . Acesso em: 06 junho. 2011.

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    A maioria (60%) dos entrevistados respondeu que a opo pela nfase do curso ser a biologia marinha e costeira e a escolha pela gesto ambiental marinha e costeira foi 30%, no entanto, 10% dos ingressantes ainda no optaram ou ainda no sabem em qual nfase iro optar e seguir a partir do sexto semestre (Figura 4).

    Figura 4 - Opo pela nfase de escolha no curso. Fonte: O Autor, 2011.

    3.2 PERFIL DE CIDADANIA AMBIENTAL DO ENTREVISTADO

    Rogrio Borba define muito bem o perfil de cidadania ambiental, referente a pequenas atitudes que todo cidado pode e deve cumprir.

    [...] cidadania ambiental pode e deve ser praticada em vrias esferas de atuao. No dia-a-dia, em pequenas aes, tais como: 1- economizar gua do chuveiro ou da pia, evitando longos banhos ou no lavando o carro com mangueira; 2- no produzir tanto lixo, controlando o consumo de bens e produtos, principalmente aqueles feitos ou embalados em materiais de difcil decomposio ou reaproveitamento, bem como no jogar lixo em vias pblicas; 3- utilizar transporte pblico, ou veculo prprio com tecnologia que polua menos o meio ambiente; 4- consumir menos luz, usando lmpadas fluorescentes, utilizando racionalmente os equipamentos eletro-eletrnicos, tanto em casa, quanto no trabalho; 5- respeitar o espao pblico, lembrando sempre que patrimnio de todos. (BORBA, 2007, p.3).

    A anlise do perfil de cidadania ambiental nos possibilita conhecer o histrico de cada entrevistado, a fim de responder lacunas simples de como o entrevistado percebe e reage a aes do meio ambiente como cidado. As perguntas foram

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    sistematizadas em grupos com o intuito de facilitar o tratamento das mesmas e separ-las por assuntos.

    3.2.1 Perfil Scio Ambiental dos entrevistados

    Os assuntos ligados a temtica ambiental a partir do momento que os entrevistados comearam sua vida estudantil, eram em sua maioria freqentes (24 entrevistados), uma parcela respondeu eventualmente (23 entrevistados), outra parcela respondeu raramente (12 entrevistados) e apenas uma pessoa respondeu nunca serem tratados assuntos ligados a temtica ambiental na vida escolar, o que representou 2% do total das entrevistas (Figura 5).

    A pergunta de nmero 15, onde o entrevistando questionado se j fez algum curso ou j participou de algum evento voltado especificamente s questes do meio ambiente, grande maioria (55 entrevistados) respondeu que sim, os outros cinco entrevistados responderam o contrrio (Figura 5), mas todos os entrevistados (100%) concordam que informaes sobre meio ambiente na formao profissional (atual ou futura) so importantes, o que questionado na pergunta 16.

    Figura 5 - Percentual das perguntas 14 e 15. Fonte: O Autor, 2011.

  • 27

    Segundo Vasconcellos (1997), a presena, em todas as prticas educativas, da reflexo sobre as relaes dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com seus semelhantes condio imprescindvel para que a Educao Ambiental ocorra. questionado ao entrevistado, o melhor momento e como deve ser introduzido e abordado a temtica ambiental para o estudante.

    Grande maioria (73,3%) concorda que a temtica ambiental deve ser abordada em todas as disciplinas, e 56,6% acreditam que a temtica ambiental deve ser aplicada da Educao Infantil at o Ensino Superior e 26,6% dos entrevistados acreditam que a temtica ambiental deve ser abordada em uma disciplina especfica.

    A pergunta que mais chamou a ateno, principalmente porque todos os entrevistados so estudantes do curso de Cincias Biolgicas, foi a de nmero 19, para identificar em que ms se comemora a Semana Nacional do Meio Ambiente.

    Segundo o decreto n 86.028, de 27 de maio de 1981, instituda a Semana Nacional do Meio Ambiente, comemorado em todo territrio nacional no ms de junho, pois no dia 05 deste ms, se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente.5

    Apenas 13 entrevistados responderam que junho era o ms que se comemorava a Semana do Meio Ambiente, correspondendo a apenas 21,6% do total das entrevistas. Dos 13 acertos, nove correspondem a alunos concluintes (6 e 8 semestre do curso), os outros quatro so alunos considerados ingressantes (2 e 4 semestre do curso) (Figura 6). Agora apenas rest a saber se esse conhecimento foi ou no adquirido ao longo deste curso. Pelos resultados das pessoas que no acertaram ou no sabiam (47 entrevistados 78,4%) em que ms se comemora a Semana do Meio Ambiente, me arrisco a dizer que esse conhecimento especfico no adquirido ao longo do curso, ou apenas passa despercebido.

    No oitavo semestre ministrada a disciplina de Educao Ambiental, obrigatria para os estudantes que optam pela nfase Biologia Marinha e eletiva para os estudantes que optam pela nfase Gesto Ambiental. Ao longo dessa disciplina abordado contedos referente Semana do Meio Ambiente, corroborando o fato de que dos treze que acertaram essa questo, nove esto cursando ou j cursaram a disciplina de educao ambiental.

    _________________

    5 FIGUEIREDO, J. Cmara Dos Deputados. Instituio da Semana Nacional do Meio Ambiente em todo Territrio Nacional.Disponvel em: . Acesso em: 06 junho. 2011.

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    Figura 6 - Percentual dos entrevistados que acertaram, erraram ou no souberam/no responderam em que ms se comemora a Semana Nacional do Meio ambiente.

    Fonte: O Autor, 2011.

    3.2.2 Perguntas sobre Organizaes no Governamentais

    Segundo Plnio Bocchino, diretor de marketing da SOS Mata Atlntica, (GWERCMAN, 2004):

    "ONGs so as ferramentas que a populao tem para participar da sociedade. At 20 anos atrs, participar da sociedade era sinnimo de votar ou ser membro de um partido poltico. Hoje, quem est insatisfeito pode entrar para uma ONG. L encontrar pessoas unidas por uma causa comum, lutando por ideais que consideram relevantes e, at por isso, focadas e especializadas nesses temas - sejam eles a utilizao de bicicletas nas cidades, a construo de casas populares ecologicamente corretas ou a promoo do teatro nas periferias.

    Das sessenta entrevistas realizadas, 48% dos alunos conhecem alguma ONG que atue na rea ambiental no municpio de residncia, e 68% dos entrevistados confiam nos trabalhos realizados pelas ONGs que se dedicam rea do meio ambiente.

    Dos entrevistados, 18,3% so filiados a alguma ONG ambientalista, mas a maioria dos entrevistados (58%) estariam dispostos a contribuir mensalmente para uma elas, levando em conta, claro, que o cadastro da ONG ambientalista, a ser realizado por rgos competentes, onde ficam esclarecidos, por exemplo, quais atividades por ela desempenhada, origem dos recursos financeiros que s mantm, seus dirigentes e nmero de filiados, seja essencial para assegurar a transparncia

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    e fiscalizao, sendo esta a alternativa onde 75% do total de entrevistados optaram. Isso significa que praticamente todos entrevistados esto preocupados com a transparncia das ONGs ambientalistas (Figura 7).

    Figura 7 - Percentual das perguntas envolvendo ONGs ambientalistas Fonte: O Autor, 2011.

    Nos tempos atuais, existem inmeros meios de comunicao e informao, como os jornais, telejornais, revistas, internet, livros e outros. Praticamente todas as informaes que queremos obter podem ser encontradas facilmente na internet. Basta apenas utilizar ferramentas disponveis e de qualidade como o sistema de busca e pesquisa Google. Nas perguntas 25 e 26, o entrevistado questionado se tem costume de acessar algum site que trate sobre meio ambiente e se possui o hbito de ler jornal.

  • 30

    Analisando as respostas, vimos que hoje em dia, cada vez mais comum o acesso internet para se buscar maiores informaes. Dos entrevistados, 83,3% possuem o costume de acessar algum site que trate sobre a temtica ambiental e apenas 13,3% dos entrevistados tm o costume de ler jornal todos os dias, porm 36,6% nem sempre lem jornal e 33,3% no possuem o costume de ler jornal.

    3.2.3 Perguntas sobre Legislao Ambiental

    As perguntas a seguir, exigem um pouco mais de conhecimentos referente legislao ambiental. A cadeira de legislao ambiental ministrada no sexto semestre do curso, sendo assim, apenas 37 alunos dos 60 entrevistados j passaram por esta disciplina, o que pode justificar o grande percentual de erros em algumas perguntas.

    A pergunta que obteve o maior ndice de erro foi referente a crime ambiental (pergunta n 67). Apenas 11 entrevistados acertaram esta pergunta (Figura 8).

    A maioria (70%) desconhecia que causar dando biblioteca, museu ou similar um crime ambiental. Segundo a legislao vigente, a Lei de Crimes Ambientais, est na constituio ds de 1998, na lei de n 9.60 5, de 12 de fevereiro. O artigo 62 da seo IV diz que destruir, inutilizar ou deteriorar arquivo, registro, museu, biblioteca, faz parte dos crimes contra o ordenamento urbano e patrimnio cultural, e so crimes ambientais.6

    Cinco alunos que acertaram a resposta so estudantes do 2 semestre do curso, isto , no fizeram a disciplina de legislao ambiental, mas de alguma forma j possuem este conhecimento, os outros seis so alunos concluintes (6 e 8 semestre), tendo cursado a disciplina que aborda esta temtica.

    Quando o entrevistado questionado se pode ou no recorrer ao Ministrio Pblico para resolver problemas de carter ambiental, cinqenta e seis alunos responderam que sim, podem recorrer ao Ministrio Pblico, trs disseram ao contrrio, que no podem recorrer ao Ministrio Pblico e um aluno optou por no responder (Figura 8).

  • 31

    Segundo o ex-presidente do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis), Eduardo Martins, que redigiu a apresentao da Lei de Crimes Ambientais de 1998, afirma: a lei boa, mas, para ficar tima, todos devem participar da sua implementao, seja atravs de denncias ao IBAMA, ao rgo ambiental do Estado ou ao Ministrio Pblico seja atravs do exerccio dirio dos direitos de cidado. Afinal, a Constituio garante que o meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e que incumbe ao poder pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes. 6

    Aproveitando as sabias palavras de Eduardo Martins, o aluno questionado sobre de quem a responsabilidade legal / competncia para zelar / fiscalizar assuntos relacionais com o meio ambiente? A maioria dos entrevistados, trinta e cinco alunos, responderam que a responsabilidade era de algum rgo legal, tanto federal, estadual ou municipal, surgindo assim nas respostas, diversos rgos, como por exemplo, o IBAMA, o ICMBio, FEPAM, secretarias municipais, estaduais e federais, dentre outras. As respostas esto certas, mas temos que lembrar que a responsabilidade no somente dos rgos legais.

    Apenas 31,6% dos alunos responderam que esta responsabilidade de todos ns (Figura 8), sendo assim, ns temos o dever tambm de zelar e fiscalizar. Faz parte da constituio da Repblica Federal artigo 225: "Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes." (BRASIL, 2011).

    ____________________

    6 MARTINS, E. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, IBAMA. Lei

    de Crimes Ambientais. Disponvel em: . Acesso em: 06 junho. 2011.

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    Figura 8 - Grfico representando o percentual das perguntas 27, 67 e 68. Fonte: O Autor, 2011.

    A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), criada em 1999, o rgo central do Sistema Estadual de Proteo Ambiental (SISEPRA), responsvel pela poltica ambiental do RS. A pergunta de nmero 33 questiona ao entrevistando sobre o que representa a sigla SEMA? Das sessenta entrevistas, 24 alunos ou erraram a resposta ou no sabiam e deixaram em branco, os outros 36 alunos acertaram (Figura 9).

    Nessa pergunta, vale ressaltar que alm da sigla SEMA representar a Secretaria Estadual do Meio Ambiente aqui no Rio Grande do Sul e em todos os estados, ela tambm representou a Secretaria Especial do Meio Ambiente, um rgo federal criado em 1973 e extinto em 1989 com a criao do IBAMA. Apenas 3 alunos responderam que SEMA significa Secretaria Especial do Meio Ambiente, o que tambm foi considerado certo. Como a pergunta 33 aberta, isto , no contm as opes de resposta e a Secretaria Especial do Meio Ambiente estar extinta h 22 anos, que por este fato, no ser mais usado esta denominao, apenas representa que os trs alunos que acertaram, certamente possuem mais interesse nesta rea.

  • 33

    Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o rgo ambiental competente licencia a localizao, instalao, ampliao e a operao de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradao ambiental, considerando as disposies legais e regulamentares e as normas tcnicas (CONAMA, 1997).

    perguntado aos alunos se eles sabem para que serve o licenciamento ambiental. Trinta e oito entrevistados responderam conforme o descrito acima e acertaram a resposta. Nove responderam errado e treze optaram por no responder a pergunta (Figura 9). Dos 38 alunos entrevistados, trinta e dois alunos so concluintes, apenas seis alunos so ingressantes.

    Continuando na mesma linha de pensamento, a pergunta de nmero 53, indaga se deve ou no as grandes construes em reas urbanas ter seus impactos ambientais previamente avaliados. Todos alunos responderam que sim, que as grandes construes devem ter seus impactos previamente avaliados (Figura 9).

    Todo e qualquer empreendimento, principalmente se for uma grande construo na rea urbana, deve conter o estudo de impacto ambiental e o relatrio de impacto ambiental (EIA/RIMA), para assim obter a licena prvia, antes de ser liberada a licena ambiental.

    Em qualquer momento, a licena ambiental pode ser modificada, suspensa ou cancelada, toda vez que ocorrer violao ou inadequao de quaisquer condicionantes ou normas legais, isto , se uma empresa poluente no provar que tem todos os meios de tratamento contra a poluio que ela produz, ela ser embargada, sendo assim, qualquer cidado que souber de alguma irregularidade poder fazer a denuncia aos rgos competentes. Ento, um cidado pode sim impedir uma empresa poluente de ser implantada.

    Referente a esse assunto, perguntado ao entrevistado (pergunta 38), se um cidado comum pode impedir que uma empresa poluente seja implantada. Trinta e quatro alunos responderam que sim (56,6%), sendo estes, tanto alunos ingressantes (13 alunos), quanto concluintes (21 alunos). Vinte e seis alunos responderam que no e apenas dois optaram por no responder a pergunta (Figura 9).

    questionado ao entrevistado (pergunta 48) se a poda de rvores nas reas pblicas pode ser realizada livremente pelos cidados? Apenas dois alunos

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    responderam que sim, os outros 58 (96,6% do total), responderam que no (Figura 9).

    Antes de qualquer ao tomada em via pblica, deve-se solicitar autorizao ao rgo competente municipal. Essa solicitao analisada pelos responsveis que podem ser engenheiro ambiental, bilogo ou engenheiro agrnomo.

    Figura 9 Percentual referente s perguntas envolvendo o tema Legislao Ambietal. Fonte: O Autor, 2011.

    3.2.4 Perguntas de carter pessoal

    As perguntas a seguir no possuem uma resposta correta, apenas para se ter uma idia sobre a opinio dos entrevistados sobre diversos assuntos ligados a rea ambiental e posteriormente correlacionar a fim de descobrir linhas de pensamento.

    Pergunta 28 - Voc concorda que as empresas (na pessoa de seus diretores e gerentes) devem responder penalmente (priso) pelos seus impactos ambientais negativos ao meio ambiente?

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    Quarenta e oito alunos responderam que sim, Os outros 11 alunos, acreditam que a empresa na pessoa de seus diretores e gerentes, no deve responder penalmente pelo impacto ambiental negativo ao meio ambiente. Dos onze alunos, seis so concluintes e cinco ingressantes, a opinio tanto de alunos ingressantes, quanto de concluintes no se diferem muito nessa pergunta.

    Pergunta 29 - Voc acha que precisamos de mais leis para proteger o meio ambiente ou as j existentes so suficientes?

    Trinta alunos responderam que necessrio aplicar as leis que existem e criar novas leis, vinte e cinco respondeu que basta apenas aplicar as leis j existentes e trs acreditam apenas que precisamos de mais leis.

    Pergunta 30 - Os movimentos comunitrios do bairro onde voc reside, tm demonstrado preocupao com a discusso de problemas ambientais que afetam a populao local?

    A maioria dos entrevistados (27 alunos) desconhecem os movimentos comunitrios do bairro de residncia, quinze alunos disseram que os movimentos no demonstram preocupao com a discusso de problemas ambientais que afetam a populao local, os outros dezoito alunos, responderam que sim, o tempo todo e s vezes esses movimentos comunitrios tm demonstrado essa preocupao.

    Pergunta 31 - Voc j participou (ou participa) de alguma ao junto ao movimento comunitrio do bairro onde voc reside?

    Do total, 78,3% dos entrevistados, nunca participaram de alguma ao junto ao movimento comunitrio do bairro de residncia, apenas 11 alunos j participaram e dois optaram por no responder a questo.

    Pergunta 32 - J participou de alguma Audincia Pblica que tratou especificamente de assunto ligado ao meio ambiente?

    A maioria dos alunos (29) j participou de alguma Audincia Pblica que tratasse especificamente de assunto ligado ao meio ambiente, quinze alunos nunca participaram, mesmo sabendo que esta seria realizada e dezesseis alunos, pelo fato de no ter conhecimento de ao com tal objetivo, nunca participaram.

    Pergunta 34 - Segundo sua avaliao pessoal, os rgos ambientais (federal, estadual e municipal) vm atuando (fiscalizao, medio da poluio educao ambiental etc.) de forma efetiva no municpio onde voc reside?

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    A maioria dos alunos respondeu que no (31 entrevistas), que os rgos ambientais no vm atuando de forma efetiva nos seus municpios de residncia.

    Pergunta 35 - Segundo sua avaliao pessoal, as secretarias de educao (estadual e municipal) vm apoiando efetivamente aes nas escolas do municpio onde voc reside, voltadas para a discusso da temtica ambiental?

    Dezenove alunos (maioria nessa resposta) responderam que no acompanham esse assunto, quinze acreditam que no, dezoito acreditam que as secretarias atuam parcialmente e apenas oito acreditam que sim, que as secretarias vm apoiando aes nas escolas do municpio de residncia.

    Pergunta 36 - Voc aceitaria dividir a Amaznia em reas de preservao (intocveis) e reas de explorao pelo particular?

    Trinta e sete alunos responderam que no aceitariam dividir a Amaznia em reas de preservao e reas de explorao, seis dividiriam por brasileiros ou estrangeiros e dezessete dividiriam apenas para brasileiros.

    Pergunta 39 - Acredita que h alguma relao entre os nveis de poluio de uma regio e a sade da populao no local?

    Apenas um aluno acredita que no exista relao entre os nveis de poluio e a sade da populao, os outros 59 alunos, acreditam que sim.

    Pergunta 40 - Na sua opinio, as empresas do municpio onde voc reside vm apoiando iniciativas relacionadas com a temtica ambiental?

    Trinta e dois alunos acreditam que as empresas no apiam iniciativas relacionadas com a temtica ambiental, apenas trs disseram que sim (dois moradores da cidade de Imb e um de Capo da Canoa), o restante acredita que este apoio parcial (25 alunos).

    Pergunta 41 - No seu ponto de vista, a mdia (jornais, TV, rdios, internet) dedica a ateno devida aos assuntos ligados temtica ambiental?

    A maioria dos entrevistados (41 alunos) respondeu que no, a mdia no dedica a ateno devida aos assuntos ligados temtica ambiental. 19 alunos acreditam que sim.

    Pergunta 42 - Quando voc pensa na palavra "indstria", que palavra vem primeiro sua cabea?

    Essa pergunta, por ser uma pergunta aberta na elaborao do questionrio, foi subdividida em trs categorias (indstria, progresso/desenvolvimento e poluio),

  • 37

    somente para facilitar o manejo dos dados, sendo assim, quarenta alunos responderam que a primeira palavra que vem cabea seria algo referente poluio, como por exemplo: Fumaa, poluio e degradao. Doze alunos responderam parmetros referentes a desenvolvimento/progresso e apenas oito responderam parmetros que estavam ligados indstria, como por exemplo: a prpria palavra indstria (citada cinco vezes), chamin e grande prdio.

    Pergunta 43 - Uma empresa geradora de resduos deve ser a responsvel pela eliminao do mesmo, ou esta ao deve ser responsabilidade do Governo?

    Trinta e trs entrevistados responderam que essa responsabilidade da prpria empresa, o restante, vinte e seis, respondeu que a responsabilidade deveria ser tanto da empresa, quanto do governo, de ambas.

    Pergunta 44 Ao adquirir um produto no mercado, o que orienta a sua compra?

    Como elaborado na pergunta 42, aqui tambm as respostas foram classificadas em grupos para melhor serem discutidas. Os grupos so: Preo, Qualidade e respostas voltadas ao Meio Ambiente. Certamente pela dominncia de estudantes sem renda fixa e grande maioria ainda dependerem dos pais para estar estudando, a maior parte das respostas envolveu basicamente o preo dos produtos na orientao das compras (41 alunos), seis responderam que a qualidade do produto o que orienta a compra e doze tiveram as respostas voltadas ao meio ambiente, como por exemplo, a quantidade de embalagem, se ou no algum produto orgnico e etc.

    Pergunta 45 - Voc considera a qualidade de vida (ponto de vista ambiental) do municpio onde voc reside como:

    Boa parcela dos alunos considera a qualidade de vida boa dos municpios de residncia, predominando um total de 26 alunos, apenas um aluno considera tima a qualidade de vida, este aluno, residente da cidade de Capo da Canoa. Trinta e trs alunos consideram regular ou ruim a qualidade de vida de suas cidades atuais.

    Pergunta 47 - Voc acha que os carros com mais de 15 anos em circulao deveriam ser taxados por polurem mais que outros veculos mais novos?

    Trinta e cinco alunos responderam que sim, que os carros mais antigos devem ser taxados por polurem mais, os outros vinte e cinco foram contra.

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    Pergunta 49 - Na(s) atividade(s) que desenvolve no seu trabalho / estgio voc identifica algo que poderia fazer / sugerir em termos de melhoria das condies ambientais?

    Quarenta e sete alunos dizem que nas atividades desenvolvidas no trabalho ou estgio, algo poderia fazer ou sugerir em termos melhoria nas condies ambientais, sete responderam que no e onze responderam que sim, mas ainda no conseguiram convencer os outros a adot-la.

    Pergunta 50 - Na sua casa o assunto meio ambiente tratado? Mesmo sendo todos estudantes de biologia, o assunto meio ambiente ainda assim no tratado sempre pelos estudantes em suas casas, predominando a resposta quase sempre (27 alunos) e poucas vezes com oito entrevistas, apenas 25 alunos tratam sempre sobre esse assunto em suas casas.

    Pergunta 51 No seu dia-a-dia, voc considera que causa algum dano ao meio ambiente?

    Essa pergunta torna-se bastante polmica, pois at onde em nosso dia-a-dia, agredimos o meio ambiente? Ser que apenas ao acordar j no estamos causando algum dano, ao lavar as mos com detergente, ao sair de carro, ao consumir produtos com diversas embalagens. Apenas quatro estudantes responderam que no causam nenhum dano ao meio ambiente no seu dia-a-dia, estudantes concluintes (sexto e oitavo semestre), o restante (56 alunos) respondeu que sim, causam algum dano ao meio ambiente no dia-a-dia.

    Pergunta 52 - Qual seu grau de incmodo quanto aos problemas relacionados abaixo:

    No questionrio, foram relacionados 12 problemas (poluio do ar, poluio da gua, esgoto no tratado, destruio dos mangues, poluio sonora, ocupao desordenada das encostas, lixo no acondicionado, degradao do solo, uso abusivo de agrotxicos, poluio visual, desmatamento e recursos minerais) a fim de saber qual o grau de incomodo por parte do entrevistado, com as seguintes alternativas, incomoda muito, apenas incomoda ou incomoda pouco (Tabela 3).

  • 39

    Tabela 3: Grau de insatisfao do entrevistado referente a diversos setores e seus problemas relacionados.

    Fonte: O Autor, 2011.

    Pergunta 54 - Para mudar a situao de incmodo quanto a algum problema ambiental, que atitude tomaria?

    Predominou a resposta em fazer algum contato com rgo de controle ambiental, com 31 alunos, o restante foi bem dividido, como participar de uma manifestao (sete alunos), participar de abaixo assinados (um aluno), informar a imprensa (sete alunos), participar de alguma audincia pblica (cinco alunos), fazer a filiao em alguma ONG ambientalista (4 alunos), participar de uma reunio convocada pela comunidade (dois alunos) e at tomar outras atitudes (trs alunos).

    Pergunta 55 - Dos problemas ambientais do Planeta Terra, quais voc gostaria de obter informaes?

    A figura 10 demonstra que dos diversos problemas ambientais que o aluno poderia optar em escolher para obter maiores informaes, a problemtica ambiental que se destacou foi poluio das guas (37 alunos interessados). O El Nin foi o problema ambiental de menos interesse conforme demonstrado abaixo, com apenas 21 alunos interessados em obter maiores informaes.

  • 40

    Figura 10 - Parmetros analisados na pergunta 55. Fonte: O Autor, 2011.

    Pergunta 57 - Voc considera que o Governo: Trinta e seis alunos consideram que o governo, no investe, no atua e no

    cumpre as normas ambientais. Vinte e trs alunos acreditam que o governo investe no meio ambiente, mas ainda causa poluio e apenas um aluno respondeu que o governo no investe em meio ambiente e no cumpre as normas.

    Pergunta 58 - Voc acha que pode haver desenvolvimento econmico e social sem efeitos / impactos sobre o Meio Ambiente?

    Vinte e sete entrevistados responderam que sim, vinte e oito responderam que no, pois os impactos so o preo a ser pago pela sociedade e apenas cinco entrevistados respondeu que desenvolvimento no esta ligado a problemtica ambiental, sendo estes, quatro ingressantes e um concluinte.

    Pergunta 59 - Voc aceitaria um nvel adicional de poluio no municpio onde voc mora se isso assegurasse um maior nmero de empregos?

    Praticamente todos os alunos foram contra ao nvel adicional de poluio, a para assegurar um maior nmero de empregos, totalizando 53 entrevistas. Seis

  • 41

    alunos aceitariam esse nvel adicional e apenas um aluno optou por no responder a questo.

    Pergunta 60 - Para as empresas que medem a sua prpria poluio, consideras que:

    Apenas cinco alunos acreditam que as empresas divulgam com transparncia todos os resultados, vinte e quatro alunos, acreditam que somente alguns dos resultados divulgados so completos e a maioria, 31 alunos, responderam que os valores divulgados no so completos.

    Pergunta 63 - Se fosse determinado por lei o dever de cada morador separar seu prprio lixo, voc obedeceria?

    O ato de selecionar o resduo deve ser entendido como um mediador de um processo amplo e profundo da educao ambiental. Mais do que a introduo de um novo hbito, a separao de resduos, deve desencadear uma discusso sobre o prprio conceito que esta populao tem do seu lixo. (PORTO ALEGRE, 1993).

    Certamente por serem estudantes de cincias biolgicas, o ato de separar o lixo ser til, foi alternativa que a maioria escolheu (58 alunos), os outros dois, optaram pela segunda alternativa, que separar esse lixo, mas intil.

    Acredito que esta resposta, est ligada ao fato de muitas cidades do litoral norte ainda no possurem a coleta seletiva.

    Se cada um faz a sua parte, todos se beneficiam dos resultados, como por exemplo: Diminui a explorao de recursos naturais, reduz o consumo de energia, diminui a poluio do solo, da gua e do ar, prolonga a vida til dos aterros sanitrios, possibilita a reciclagem de materiais que iriam para o lixo, diminui os custos da produo, com o aproveitamento de reciclveis pelas indstrias, dentre outros.

    Pergunta 64 - Onde voc considera que deveriam ser aplicados os recursos decorrentes da venda dos materiais obtidos em uma coleta seletiva de lixo?

    A maioria dos alunos (27) optaram pela resposta de nmero um, que os recursos decorrentes da venda dos materiais obtidos em uma coleta seletiva de lixo devem ser aplicados no prprio municpio que produziu o lixo, quinze alunos optaram que este recurso deve ser empregado nos bairros mais carentes do municpio, dez alunos responderam que este recurso deve ser encaminhado para o governo a fim de ser aplicado a atividades ambientais e oito alunos destinariam este

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    recurso a ONGs ambientalistas que atuam no municpio onde foi produzido este recurso.

    Pergunta 65 - Voc pagaria mais por um produto que causasse menos danos ao meio ambiente?

    J era esperada por alunos de biologia a resposta positiva referente a esta pergunta. Cinqenta e trs alunos responderam que pagariam a mais por um produto que causasse menos danos ao meio ambiente, seis responderam que no e apenas um aluno optou por no responder a questo.

    Pergunta 66 - Voc acha que os transgnicos / organismo geneticamente modificados interferem no meio ambiente como um todo, alm de causar mal sade? Trinta e nove alunos responderam que os transgnicos / organismo geneticamente modificados interferem no meio ambiente como um todo, alm de causar mal sade e vinte e um acreditam o contrrio, que no interferem no meio ambiente.

    Pergunta 69 - Algumas empresas informam sociedade que possuem um Sistema de Certificao Ambiental. Em sua opinio este fato :

    Praticamente todos os alunos concordam que a certificao ambiental somente vlida se for conferida por algum rgo ambiental (88,3%).

    Pergunta 70 - Onde voc deposita as pilhas e lmpadas fluorescentes usadas?

    Quarenta e oito alunos descartam as pilhas e lmpada fluorescente usadas em locais definidos para recolhimento desses materiais. Ainda assim, sete alunos descartam incorretamente esse material, no lixo domstico, quatro devolvem loja onde o mesmo foi comprado e um optou por no responder a questo.

    3.2.5 Perguntas relacionadas a conhecimentos especficos

    As perguntas a seguir so relacionadas a conhecimentos especficos sobre dado assunto, sendo assim, em todas elas existe uma resposta correta.

  • 43

    No mapa seguinte (Figura 12), est representada a parcela de Tramanda e Imb que possui a coleta e tratamento de esgoto, correspondendo a aproximadamente 20% da cidade, sendo que apenas Tramanda possui esse servio. O municpio de Tramanda possui 42 mil moradores, mas na temporada de frias, chega a receber 500 mil veranistas. Segundo o Comit de Gerenciamento da Bacia Hidrogrfica do Rio Tramanda, o tratamento de esgotos na sua maioria na forma de fossas (80% das moradias).

    questionado ao entrevistado na pergunta 46, qual o percentual de esgoto sanitrio produzido / coletado em Imb e Tramanda que tratado? Apenas sete alunos acertaram a questo Foi considerado respostas entre 10 e 30 %, respostas certas, mesmo criando parmetros com possibilidade de erro de 10% a mais ou para menos, o ndice de acerto foi muito baixo. Vinte e cinco alunos responderam de forma incorreta e vinte e oito optaram por no responder a questo (Figura 11). Dos alunos que acertaram a resposta, cinco so alunos concluintes do curso e os outros dois so alunos ingressantes.

    Figura 11 - Percentual dos acertos e erros da pergunta 46. Fonte: O Autor, 2011.

  • 44

    Figura 12 Mapa de Tramanda e Imb, representando na rea hachurada em amarelo a parcela beneficiada pelo sistema de coleta e tratamento de esgotos

    Fonte: Campello, 2006.

    Muitos problemas ambientais esto presentes nas cidades, principalmente em cidades litorneas, onde diversos seguimentos da sociedade como as indstrias, o comrcio, a prpria populao, o governo e at a agricultura so os principais responsveis por esses problemas.

    As cidades de Tramanda e Imb sofrem um impacto no perodo de vero, pois as cidades no so devidamente preparadas para comportar uma exploso populacional, mesmo que temporria. Existem inmeros fatores que comprometem o meio ambiente, como a produo do lixo e esgoto e a poluio por parte de todos moradores, sendo eles temporrios ou no.

    A agricultura tambm um dos grandes causadores de impactos ambientais. Segundo Balsan (2006), a gua tambm um fator que sofre influncia da modernizao da agricultura, contaminada pelo uso de fertilizantes, adubos

  • 45

    inorgnicos e agrotxicos, proveniente do uso e descarte incorreto em nossos mananciais.

    A indstria tambm um dos principais causadores de problemas ambientais, mas estes segmentos esto presentes ao longo do rio Tramanda, apenas em pequenos empreendimentos.

    O entrevistado foi questionado na pergunta de nmero 56, dentre os segmentos da sociedade citados, para enumerar de 1 a 5, onde o 1 ser considerado o maior responsvel e o 5 o menor responsvel pela gerao dos problemas ambientais no municpio onde se reside, os segmentos so: Indstria, comrcio, populao, governo e agricultura.

    Conhecendo o litoral norte e sabendo que todos os entrevistados so moradores residentes dessa rea, foi estipulado duas respostas corretas para serem comparadas s respostas dos alunos. Apenas 19 alunos (12 concluintes e 7 ingressantes) responderam que a ordem correta dos responsveis pela gerao dos problemas ambientais so, agricultura em primeiro lugar, populao em segundo lugar, comrcio em terceiro lugar, governo em quarto lugar e agricultura em quinto lugar. Ou populao em primeiro lugar, comrcio em segundo lugar, agricultura em terceiro lugar, governo em quarto lugar e indstria em quinto lugar (Figura 13).

    Dos 41 alunos que erraram essa resposta, praticamente todos optaram pela indstria ser o maior responsvel pela gerao de resduo nos municpios de residncia. Isso apenas demonstra a falta de conhecimento do local de residncia, no sabendo que praticamente todos os empreendimentos so de pequeno porte.

    Figura 13 - Percentual dos acertos e erros referente pergunta 56. Fonte: O Autor, 2011.

  • 46

    A figura 14 mostra os pontos de captao de gua superficial pela Companhia Rio Grandense de Saneamento CORSAN. O ponto seis mostra a Lagoa dos Veados, local de captao para o municpio de Imb e o ponto oito mostra o local de captao da lagoa Emboaba para o municpio de Tramanda. Alm destas captaes, existe tambm postos de captao de gua subterrnea, atravs de poos, o que ajudam a suprir o abastecimento pblico.

    A captao de gua na lagoa Emboaba vem acontecendo h mais de 30 anos para o municpio de Tramanda. Existe um controle dirio de diversos parmetros, como qualidade e nvel da gua, embora, mesmo com a grande exploso demogrfica no municpio, esses parmetros se mantiveram estveis nos ltimos anos, levando assim a entender que certamente a lagoa Emboaba ir suprir com essa demanda por mais de trinta anos (Informao verbal)7.

    A reposio de gua em reservatrios superficiais (o caso da lagoa Emboaba) se d de uma forma bastante rpida, dependendo do volume de chuvas e da manuteno do lenol fretico. Para se ter dados precisos, necessrio medir o volume da lagoa, o consumo da populao e a taxa de reposio do recurso hdrico (Informao verbal)8.

    A pergunta de nmero 61 questiona o entrevistado referente aos rios que abastecem o municpio de residncia, perguntando daqui a quantos anos estes j no sero mais suficiente para abastecer a demanda da populao. Um aluno respondeu que daqui h cinco anos eles no sero mais suficientes para abastecer a necessidade da populao, seis alunos optaram por mais dez anos, dezessete alunos, responderam que por mais quinze anos, dez alunos responderam que por mais vinte anos os rios sero capazes de suprir a demanda do municpio, nove responderam que sero suficiente pelos prximos trinta anos e dezesseis alunos responderam que o rio que abastece a cidade de residncia, ser suficiente para o abastecimento por mais de trinta anos (Figura 15). Segundo as informaes anteriores, os recursos hdricos que abastecem as cidades litorneas, iro suprir certamente por mais de trintas anos esta demanda. Dos dezesseis alunos que acertaram a resposta, doze so alunos concluintes e apenas quatro so ingressantes.

    _________________

    7 Informao fornecida por Mariana Bock, funcionria da CORSAN de Tramanda, em junho de 2011. 8 Informao fornecida por Ren Duque Wollmann, mestre em Gesto e Conservao de Espaos

    Naturais e auditor ambiental, em junho de 2011.

  • 47

    Figura 14:Imagem dos Pontos de Captao de gua Superficial da CORSAN na Bacia Hidrogrfica do Rio Tramanda.

    Fonte: Souza, 2008.

    Figura 15 - Percentual das respostas da pergunta 61. Fonte: O Autor, 2011.

  • 48

    Qual dos segmentos entre abastecimento pblico, indstrias e agricultura demanda mais gua? 35% dos entrevistados disseram que o abastecimento pblico o segmento que mais demanda gua, 18,3% optaram pelas indstrias, e 40% pela agricultura, apenas quatro alunos optaram por no responder a questo.

    A maior demanda por gua no Brasil, a agricultura, sobretudo irrigada, com cerca de 65% do total, podendo chegar a 80% da demanda em determinadas regies do pas, o uso domstico responde por 18% da gua, seguido pela indstria e, por ltimo, a pecuria. Isto , a falta de conhecimentos especficos, est presente tanto no aluno concluinte, quanto no aluno ingressante. Dos vinte e quatro alunos que optaram corretamente, quinze alunos so concluintes e nove so alunos ingressantes.

    Dos vinte e quatro alunos que optaram corretamente, quinze alunos so concluintes e nove so alunos ingressantes.

    3.3 ANLISE DOS DADOS

    Com a aplicao da correlao de Pearson, uma ferramenta estatstica sofisticada, que compara as semelhanas ou dessemelhanas entre os fatores, analisando-os dois a dois (correlao bivariada), onde neste trabalho, esta anlise foi efetuada segundo a comparao das respostas dos alunos do curso de Cincias Biolgicas do Litoral Norte, foi encontrado semelhanas em praticamente todos os entrevistados.

    Os valores aplicados para as anlises bivariadas na correlao de Pearson iro seguir o modelo para interpretao, segundo Santos (2007), que nos fornece uma base para referncia (Figura 16).

    Das 1800 correlaes (entre os entrevistados) estabelecidas neste trabalho, 1695 relaes obtiveram um nvel de significncia de 0,01 (muito significante) e 75 relaes bivariadas obtiveram um nvel de significncia de 0,05 (significante), sendo assim, a hiptese (relaes bivariadas) que esto sendo testadas so provavelmente verdadeiras, segundo a correlao de Pearson.

  • Apenas 30 correlaes apresentaram valores ntimos positivos, expressdessa forma que as amostras analisadas no esto prximas entre si, isto , no existe correlao entre as respostas dos entrevistados.

    Por se tratar de um questionrio contendo 70 perguntas, abertas e fechadas, abrangendo os mais diversos assuntos daamostra, estudantes da biologia, j era de se esperar que as correlaes fossem altas, pois mesmo comparando ingressantes e concluiespecficas, onde o entrevistado necessita de maiores conhecimentoimprescindveis para se medir essa diferena entre os estudantes.

    Para fazer uma anlise mais minuciosa desta correlao, a fim de comparar os estudantes do curso de Cincias Biolgicas da UFRGS/UERGS vamos apenas trabalhar com os parmetros que 5%.

    Mesmo tendo mais de 98% de correlao entre os alunos, estes 1,66% representaram caractersticas interessantes.

    Das trinta correlaes sem nvel de significncia, 25 eram entre ingressantes e concluintes, o que demonstra ter uma diferena entreingressantes e concluintes.

    Figura 16 - Parmetros estabelecidos segundo seus coeficientes na correlao de Pearson

    Apenas 30 correlaes apresentaram valores ntimos positivos, expressdessa forma que as amostras analisadas no esto prximas entre si, isto , no existe correlao entre as respostas dos entrevistados.

    Por se tratar de um questionrio contendo 70 perguntas, abertas e fechadas, abrangendo os mais diversos assuntos da temtica ambiental e tendo como amostra, estudantes da biologia, j era de se esperar que as correlaes fossem altas, pois mesmo comparando ingressantes e concluintes, apenas as perguntas

    o entrevistado necessita de maiores conhecimentopara se medir essa diferena entre os estudantes.

    Para fazer uma anlise mais minuciosa desta correlao, a fim de comparar os estudantes do curso de Cincias Biolgicas da UFRGS/UERGS vamos apenas trabalhar com os parmetros que no obtiveram nveis de significncia entre 1% e

    Mesmo tendo mais de 98% de correlao entre os alunos, estes 1,66% representaram caractersticas interessantes.

    Das trinta correlaes sem nvel de significncia, 25 eram entre ingressantes , o que demonstra ter uma diferena entre o conhecimento

    ingressantes e concluintes.

    Parmetros estabelecidos segundo seus coeficientes na correlao de PearsonFonte: Santos (2007).

    49

    Apenas 30 correlaes apresentaram valores ntimos positivos, expressando dessa forma que as amostras analisadas no esto prximas entre si, isto , no

    Por se tratar de um questionrio contendo 70 perguntas, abertas e fechadas, temtica ambiental e tendo como

    amostra, estudantes da biologia, j era de se esperar que as correlaes fossem ntes, apenas as perguntas

    o entrevistado necessita de maiores conhecimentos, foram para se medir essa diferena entre os estudantes.

    Para fazer uma anlise mais minuciosa desta correlao, a fim de comparar os estudantes do curso de Cincias Biolgicas da UFRGS/UERGS vamos apenas

    no obtiveram nveis de significncia entre 1% e

    Mesmo tendo mais de 98% de correlao entre os alunos, estes 1,66%

    Das trinta correlaes sem nvel de significncia, 25 eram entre ingressantes o conhecimento de

    Parmetros estabelecidos segundo seus coeficientes na correlao de Pearson.

  • 50

    Para se ter dados mais precisos referente a estas correlaes existentes entre os alunos do curso de Cincias Biolgicas, foi utilizado a anlise de Cluster, a fim de agrupar os indivduos em funo das respostas do questionrio aplicado.

    Com a anlise de Cluster efetuada e tendo os grupos formados segundo suas respostas, saberemos se os parmetros, como por exemplo, origem do entrevistado (local de nascimento e/ou criao), semestre de estudo (ingressante ou concluintes), opo de escolha na nfase do curso (gesto ou biologia) influenciam no interesse pela temtica ambiental e se estes parmetros encontram-se agrupados ou no.

    Avaliando a anlise de Cluster (Figura 17), percebe-se a formao de dois grandes grupos. Grupo um: alunos ingressantes e Grupo dois: alunos concluintes. Em ambos os grupos, existem excees, isto , grupos correlacionados de ingressantes no grande grupo de concluintes e grupos correlacionados de concluintes no grande grupo de ingressantes.

  • 51

    Figura 17 - Anlise de Cluster, rea em vermelho o grupo de concluintes e rea em amarelo o grupo dos ingressantes. Em azul pontilhado as excees inseridas nos grandes grupos.

    Fonte: O Autor, 2011.

    ANLISE DE CLUSTER

    DENDROGRAMA

    Rescaled Distance Cluster Combine

    C A S E 0 5 10 15 20 25 Label Num +---------+---------+---------+---------+---------+

    PESS3 3 PESS46 46 PESS19 19 PESS11 11 PESS12 12 PESS13 13 PESS29 29 PESS10 10 PESS23 23 PESS39 39 PESS9 9 PESS16 16 PESS8 8 PESS36 36 PESS41 41 PESS32 32 PESS49 49 PESS55 55 PESS30 30 PESS26 26 PESS40 40 PESS37 37 PESS35 35 PESS42 42 PESS27 27 PESS34 34 PESS50 50 PESS51 51 PESS28 28 PESS33 33 PESS18 18 PESS52 52 PESS59 59 PESS17 17 PESS43 43 PESS60 60 PESS5 5 PESS56 56 PESS20 20 PESS24 24 PESS25 25 PESS14 14 PESS21 21 PESS15 15 PESS22 22 PESS53 53 PESS58 58 PESS38 38 PESS31 31 PESS48 48 PESS6 6 PESS47 47 PESS4 4 PESS54 54 PESS1 1 PESS7 7 PESS2 2 PESS44 44 PESS45 45 PESS57 57

    Ingressantes

    Concluintes

  • 52

    No grande grupo de ingressantes, existe a exceo de trs grupos menores de concluintes correlacionados entre si. Da mesma forma, existe um grupo de ingressantes correlacionados entre si e dois alunos tambm ingressantes inseridos no grande grupo de concluintes. Primeiramente sero analisadas as correlaes do grupo de concluintes inseridos no grande grupo de ingressantes. Seis estudantes (trs do oitavo semestre e trs do sexto semestre) formam um pequeno grupo, trs estudantes (um formado, um do oitavo semestre e um do sexto semestre) formam outro pequeno grupo e dois alunos (um formando e outro do oitavo semestre) formam o ltimo pequeno grupo inserido no grande grupo de ingressantes (Figura 18).

    Figura 18 - Anlise de Cluster, em azul os pequenos grupos inseridos no grande grupo de ingressantes.

    Fonte: O Autor, 2011.

  • 53

    Observando o dendrograma acima, os trs grupos de concluintes esto correlacionados entre si, mostrando que a linha de pensamento, segundo as respostas efetuadas no questionrio, so as mesmas. Este agrupamento especfico entre os alunos concluintes deve-se pelo fato destes grupos estarem em semestres mais adiantados que os alunos ingressantes, no estando espalhados entre eles, e sim em grupos especficos. Em uma segunda anlise, existem alunos ingressantes correlacionados com alunos concluintes, diferente da primeira anlise, em apenas um grupo os alunos ingressantes esto correlacionados entre si (dois alunos do segundo semestre e um aluno do quarto semestre) (Figura 19). Os outros dois alunos que foram encontrados inseridos no grande grupo de concluintes esto isolados, isto , suas respostas do questionrio usado na correlao, obtiveram respostas semelhantes aos alunos concluintes.

    Analisando em especfico os dois alunos ingressantes, um oriundo do litoral, criado e nascido no litoral, isto , seu nvel de conhecimento especfico referente a temas envolvendo esta regio, maior que alunos oriundos de outras localidades.

    Como algumas perguntas envolviam a temtica especifica desta regio, apenas os alunos que esto em semestres mais avanados possuem esta informao, pois esta obtida ao longo do curso. Estas perguntas deram origem aos dois grandes grupos, os ingressantes e concluintes, pois se sabe que os alunos ingressantes ainda no receberam esta informao no curso,

    Estes alunos analisados em separado, por um ser oriundo desta regio e ter respostas correlacionadas com as respostas dos concluintes. Certamente, estas informaes so obtidas nos estudos e em sua vivncia e formao no litoral.

  • 54

    Figura 19 - Anlise de Cluster, em azul o pequeno grupo e os dois alunos inseridos no grande grupo de concluintes.

    Fonte: O Autor, 2011.

    Embora o segundo ingressante (aluno do segundo semestre), encontrar-se inserido no grande grupo de concluintes e no ser oriundo do litoral, mas sim da regio metropolitana, se deve ao fato de ter mais interesse na rea ambiental, ou no esperar que as informaes sobre o ambiente seja obtida apenas com os professores, ou at mesmo por ter mais contato com os alunos concluintes e estar inserido neste grupo, de alguma forma.

    No existe algum diferencial pelo interesse na temtica ambiental entre os alunos que optaram pela nfase gesto ou pela nfase biologia marinha. Este fato pode ser explicado, pois mesmo existindo esta escolha pela nfase, que ocorre no sexto semestre, praticamente todas as cadeiras so feitas por todos os alunos e estes caminham juntos at o final do curso, no existindo conhecimentos distintos

  • 55

    entre gestores e bilogos. Todos tm a oportunidade de fazer as cadeiras da nfase que no foi a de sua escolha.

    Analisando as localidades de nascimento e/ou de criao dos alunos antes de ingressar no curso, de alguma forma, este fato influenciou diretamente as respostas por eles efetuadas, pois a maioria das pessoas oriundas do litoral esto espalhados no dendrograma, mas agrupados entre s, o que caracteriza que as respostas esto correlacionadas tambm de acordo com a localidade de nascimento e/ou criao dos alunos (Figura 20), da mesma forma acontece com as pessoas vindas da regio metropolitana e vindas de fora do Rio Grande do Sul, este fato no ocorre com as pessoas vindas do Centro Oeste, Centro Ocidental, Nordeste e Noroeste do estado.

    Corroborando que os estudantes oriundos do Litoral possuem um maior nvel de conhecimento referente temtica ambiental e conhecimentos especficos, a maioria dos alunos que j residiam nesta regio, esto correlacionadas na parte inferior do dendrograma (Figura 20), justamente na parte dos alunos concluintes, sendo eles concluintes ou no.

  • 56

    Figura 20 - Anlise de Cluster, em destaque os grupos correlacionados por local de nascimento e/ou criao antes de ingressar no curso. Em vermelho, vindos da regio metropolitana, em preto, alunos

    do litoral e em azul, alunos vindos de fora do RS. Fonte: O Autor, 2011.

    Rescaled Distance Cluster Combine

    C A S E 0 5 10 15 20 25 Label Num +---------+---------+---------+---------+---------+

    PESS3 3 PESS46 46 PESS19 19 PESS11 11 PESS12 12 PESS13 13 PESS29 29 PESS10 10 PESS23 23 PESS39 39 PESS9 9 PESS16 16 PESS8 8 PESS36 36 PESS41 41 PESS32 32 PESS49 49 PESS55 55 PESS30 30 PESS26 26 PESS40 40 PESS37 37 PESS35 35 PESS42 42 PESS27 27 PESS34 34 PESS50 50 PESS51 51 PESS28 28 PESS33 33 PESS18 18 PESS52 52 PESS59 59 PESS17 17 PESS43 43 PESS60 60 PESS5 5 PESS56 56 PESS20 20 PESS24 24 PESS25 25 PESS14 14 PESS21 21 PESS15 15 PESS22 22 PESS53 53 PESS58 58 PESS38 38 PESS31 31 PESS48 48 PESS6 6 PESS47 47 PESS4 4 PESS54 54 PESS1 1 PESS7 7 PESS2 2