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2 Educando com Arte

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3Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

Elaboração e organização

Prof. Francisco Carlos Franco

Profª Kátia C. de Mello Franco

Profª Maria Cristina Noguerol Catalan

Revisão

Prof. Francisco Carlos Franco

Profª Kátia C. de Mello Franco

Kelli Correa Brito

Fotos

Profª Kátia C. de Mello Franco

Profª Maria Cristina Noguerol Catalan

Ney Sarmento

Ilustrações - sxc.hu

Projeto Gráfico e Impressão

Gaspar Indústria Gráfica

Tel.: (11) 4791-2717

www.graficagaspar.com.br

2ª Edição - Mogi das Cruzes - 2009

É vedada a reprodução total ou parcial desta obra

sem autorização expressa da

Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

Perspectivas Didáticas

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4 Educando com Arte

ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ......................................................................................... 05

1. O ENSINO DE ARTE E A REDE MUNICIPAL

DE ENSINO DE MOGI DAS CRUZES .................................................... 07

2. ENSINANDO E APRENDENDO ARTE ........................................... 11

2.1. A FIGURA HUMANA E SUAS REPRESENTAÇÕES .................................. 12

2.2. JAPÃO: SUA ARTE E CULTURA .............................................................. 15

2.3. A PAISAGEM E SUA DIVERSIDADE ......................................................... 18

3. FUNDAMENTOS PARA APRECIAR ARTE .................................... 21

3.1. A LEITURA CRÍTICA DE ROBERT WILLIAN OTT .................................. 21

3.2. A LEITURA FORMAL DE UMA OBRA DE ARTE ..................................... 26

3.3. LEITURA COMPARATIVA DE IMAGENS ................................................ 29

3.4. UM PROJETO DE ENSINO ................................................................... 33

4. SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS ............................................................... 47

4.1. PÁSSAROS E NANQUIM ......................................................................... 47

4.2. AS FLORES E O LÁPIS DE COR ............................................................... 54

4.3. A GRAVURA ............................................................................................. 59

4.4. BRINQUEDOS COLORIDOS .................................................................. 66

4.5. PRESERVAR PARA LEMBRAR SEMPRE ..................................................... 69

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5Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

O fascínio de uma criança sentada em frente a uma obra de arte talvez não seja o resultado final do nosso projeto de Artes Visuais. Acredito que a propos-

ta vai além, além da apreciação de um quadro, além do conhecimento adquirido pelo aluno durante o ano. O trabalho tem objetivos maiores: os professores se comprometem com a proposta e os pais passam a par-ticipar das atividades e ampliam seus conhecimentos, uma vez que muitos não tiveram essa oportunidade.

O projeto de Artes Visuais, desenvolvido pela rede municipal, democratiza o acesso à arte e permite que alunos, professores e pais vivenciem novas experiências e tragam a arte para dentro de suas vidas. Nossa proposta não é revelar um novo artista plástico, o que pode surgir é claro, mas um cidadão que conhece todo o seu poten-cial, um cidadão crítico que se sensibiliza com a situação do mundo e está disposto a conhe-cer o novo: novas idéias e expressões culturais.

Ao lermos os relatos das escolas no livro Educando com Arte – A arte ao alcance da criança, que publica-mos em 2006, podemos conferir o resultado de todas as ações desenvolvidas nas escolas e o comprometi-mento das equipes escolares que desenvolveram traba-lhos maravilhosos com as crianças.

A cada ano é um passo que avançamos em nos-sa proposta de oferecer o melhor para nossos alunos. Com a formação focada na proposta de cada uma das 19 escolas participantes do projeto neste ano, surgiu a idéia de um livro de atividades para aprimorar o tra-balho dos nossos educadores. É mais uma oportunida-de para ampliar esse olhar já fascinado pela arte nas nossas escolas, é mais um meio para que o professor busque recursos para surpreender nossos alunos com aulas mais dinâmicas e interdisciplinares, tendo a arte como subsídio para melhorar o ensino em todas as áre-as do conhecimento.

Secretaria Municipal de Educação

EDUCANDO COM ARTE

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6 Educando com Arte

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7Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

A Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes desenvolve, desde 2001, o projeto “Educando com Arte”, que tem como obje-tivo a formação artística e estética dos alunos de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Quando se fala em ensino de

Arte, precisamos ter a clareza de que a arte e o saber ensinar arte são fa-tores essenciais no processo de ensino-aprendizagem, estando essas duas dimensões inter-relacionadas, não sendo possível contemplar uma sem a outra. Não basta conhecer a arte, aspecto primordial e de fundamental im-portância no processo educativo, mas tão importante quanto o conhecer é saber ensinar arte. Aquele que ensina precisa viver a arte, ter contato com ela, ser um apreciador encantado pelo que vê, pois só consegue fazer um aluno se apaixonar pelo contexto cultural e artístico, o professor que por ele também for contagiado.

Este projeto teve como proposta esta aproximação, que além de abor-dar aspectos teóricos do Ensino de Arte, também procurou proporcionar aos docentes um contato mais prazeroso com a arte. Assim, o primeiro passo foi mostrar experiências com arte e com o processo educativo que pudessem ser significativas e que servissem de apoio inicial, foram mo-mentos em que o professor vivenciou a experiência artística e estética para posteriormente criar um processo com seus alunos.

Este primeiro contato foi fundamental, pois deu subsídios para que os docentes contemplassem novas possibilidades no processo de ensino-aprendizagem em Arte, tendo como referência a “Abordagem Triangular”, da profª drª Ana Mae Tavares Barbosa, que sugere três eixos norteadores para a aprendizagem em Arte.

Cada eixo foi abordado sempre interligando os seguintes preceitos: o conhecimento sobre a arte e sua história com vista a conhecer os artistas, suas obras, características estilísticas; o momento histórico em que a obra está inserida; a técnica; os elementos construtivos da linguagem visual e, enfim, a dimensão chamada de contextualização, o primeiro eixo apre-sentado na Abordagem Triangular.

Já o segundo eixo, o da apreciação artística, foi o momento em que o foco esteve na apreciação da obra de arte, o que foi desencadeado por estratégias diversas de leitura de obras de arte, procurando atender a proposta específica e a obra, ou obras, que estavam sendo contempla-das. Também chamada de fruição, a apreciação foi abordada associada à contextualização, pois se utilizada de forma isolada, corre-se o risco de se tornar uma atividade estanque e vazia, apenas norteada por perguntas sem relação com o processo de apreciação.

O ENSINO DE ARTE E AREDE MUNICIPAL DE ENSINO DE MOGI DAS CRUZES

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8 Educando com Arte

O terceiro eixo, o do fazer arte, esteve voltado à criação do aluno, enriquecido pelas experiências já vivenciadas, por intermédio de propos-tas diversas, como releituras de obras de arte, ou outros procedimentos que o professor considerasse pertinente para o processo que estava de-senvolvendo. É um erro limitar as atividades do “fazer arte” apenas para releituras, aspecto que foi trabalhado com os professores objetivando que a multiplicidade de propostas expressivas enriquecesse o processo em sala de aula e priorizasse a produção artística do aluno embasada em novos conhecimentos e não na reprodução integral ou parcial de forma mecânica das imagens trabalhadas em sala.

Assim esta proposta, que serviu de referência para a formação e as-sessoria aos profissionais, tem sua estrutura ancorada em três dimensões, ou seja, o ensino de Arte a partir da história, da linguagem da arte e do fazer artístico. Estes preceitos, que também são os fundamentos defen-didos para o ensino de Arte nos Parâmetros Curriculares Nacionais e nos Referenciais Curriculares Nacionais, propõem a utilização de imagens no processo educativo.

A partir destas concepções, em 2008, várias ações formativas e de assessoria foram propiciadas às 19 escolas que participaram do projeto durante período. Este processo foi orientado pelos professores Francisco Carlos Franco, Kátia C. de Mello Franco e Maria Cristina Noguerol Catalan, tendo também como referência as concepções mais atuais para o ensino de Arte: como a “Abordagem Triangular”, da profª drª Ana Mae Tava-res Barbosa (1998, 2005); os processos de leitura de imagem propostos por Robert W. Ott (1999); a leitura comparativa defendida por Edmund Feldman (in BARBOSA, 2000); a construção de projetos para o ensino de Arte, explicitados nas propostas de Fernando Hernández (2000, 2007); o processo de criação da criança explicitado por Richter (2004), entre outros.

A organização do trabalho em 2008 teve três momentos, sendo que o primeiro foi dedicado à apresentação do projeto para os envolvidos e para que as escolas participantes explicitassem suas expectativas e necessidades. O segundo momento foi desenvolvido por meio de en-contros de formação, com vista a atender as escolas que já estavam no projeto no ano anterior, tinham já uma trajetória e apresentavam o de-sejo de aprofundar os conhecimentos; como também, para as unidades escolares que estavam iniciando, em que foram abordados os conceitos principais para iniciar o processo.

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9Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

O terceiro momento foi o de acompanhamento do desenvolvimento do projeto, com visitas em todas as escolas, que foram previamente agen-dadas, pois a equipe escolar, antes do encontro, elencava suas necessida-des e a assessoria buscou atender as especificidades de cada unidade esco-lar. Todo este processo foi desenvolvido de fevereiro a dezembro de 2008.

As escolas municipais que participaram do projeto “Educando com Arte”, em 2008, foram: Profª Wanda de Almeida Trandafilov; Fujitaro Na-gao; Bairro São João, José Alves Santos; Prof. Antonio Paschoal Gomes de Oliveira; Dr. Sergio Benedito Fernandes de Almeida; Profª Etelvina Cáfaro Salustiano; Profª Margareth Unger Lamas Rosa; Geralda Ferraz de Campos; Profª Cenira Araújo Pereira; Prof. Adolfo Martini; Prof. Primo Villar; Leopol-dino Cardoso de Moraes; Prof. Hélio dos Santos Neves; Profª Maria Apare-cida Pinheiro Volpe; Dom Paulo Rolim Loureiro; Profª Cleonice Feliciano; Dr. Milton Cruz e o CCII Profª Haydée Brasil de Carvalho.

Esta publicação objetiva apresentar parte do processo de formação de-senvolvido com as escolas, sendo que no primeiro capítulo são apresenta-das ações formativas atendendo as temáticas solicitadas pelos profissionais da rede de ensino municipal. Vale lembrar que as atividades propostas e desenvolvidas com os professores foram abordadas de uma maneira gene-ralizada partindo das solicitações iniciais das escolas e que cada unidade escolar adaptou, modificou, ampliou, criou novas ações atendendo o pro-jeto educacional da escola.

No segundo capítulo abordamos alguns preceitos teóricos que nortea-ram o projeto, com exemplos práticos para que o leitor consiga, além de co-nhecer as concepções para o ensino de Arte mais atuais; perceber a possibi-lidade da aplicação prática dessas concepções, associando, desta maneira, a teoria com a prática. Já no terceiro capítulo propomos algumas sequên-cias didáticas desenvolvidas a partir de algumas temáticas, como pássaros, brinquedos, flores, patrimônio, meios de transporte, etc; pois notamos que esses temas são frequentemente abordados em escolas do município.

As imagens que compõem este caderno são de Van Gogh, artista que observamos ter uma vasta utilização em várias unidades escolares do muni-cípio, e de artistas plásticos de Mogi das Cruzes ou profissionais que atuam na cidade e que são professores do curso de Artes Plásticas da Universidade Braz Cubas, que gentilmente cederam o direito de imagem de suas obras, sendo eles: Norberto P. Duque, Victor M. Wuo, Martha Rosinha, Kátia Mello Franco, Francisco C. Franco, George Rembrandt Gutlich, Jonathan Medina Furuyama e Benedito Zanivan.

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10 Educando com Arte

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, Ana Mae. Arte;Educação contemporânea.

São Paulo: Cortez, 2005.

______. Tópicos utópicos.

Belo Horizonte: C/ Arte, 1998.

______. A imagem no ensino da Arte.

São Paulo: Perspectiva, 1986.

HERNÃNDEZ, Fernando. Catadores da cultura visual.

Porto Alegre: Mediação, 2007.

______. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho.

Porto Alegre: Artmed, 2000.

OTT, Robert W. Ensinando crítica nos museus. In: BARBOSA,

A. M.(org) Arte-Educação: leitura no subsolo. São Paulo: Cortez, 1999.

RICHTER, Sandra. Criança e pintura: ação e paixão do conhecer.

Porto Alegre: Mediação, 2004.

Francisco Carlos Franco - Doutor em Educação pela PUC–São Paulo.

Professor do curso de Artes Plásticas da Universidade Braz Cubas e do curso de

Pedagogia na UNISUZ.

Kátia C. de Mello Franco - Mestre em Psicologia da Educação pela PUC–

São Paulo. Pós-graduada em Artes Visuais e professora do curso de Artes Plásticas

da Universidade Braz Cubas.

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11Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

D urante o desenvolvimento do projeto “Educando com Arte”, as escolas receberam assessoria para desenvolver seus pró-prios projetos a partir dos temas e objetivos que a equipe escolar desejasse. Para que isso acontecesse, as escolas so-

licitavam ações como visitas, materiais, formações específicas, auxílio no desenvolvimento de técnicas e sequências didáticas relacionadas ao tema escolhido pela equipe. Outro tipo de ação desenvolvida pela equipe de assessoria foi a realização de três encontros com ações que relacionaram a teoria e a prática.

Esses encontros aconteceram nas escolas em seus horários de reunião pedagógica. Para a escolha das ações coletivas foi solicitado que as esco-las elegessem os temas que gostariam de trabalhar dentro deste período letivo, e a partir das solicitações foram selecionados os mais citados, sendo que: para as escolas iniciantes, a temática escolhida foi “A figura humana e suas representações” e para os encontros seguintes, dos quais participaram todas as escolas, foram desenvolvidos os temas: “Cem anos de Imigração Japonesa” e “Paisagens e moradias”, que serão descritos de forma sinteti-zada nos itens a seguir.

ENSINANDO EAPRENDENDO ARTE

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12 Educando com Arte

2.1. A FIGURA HUMANAE SUAS REPRESENTAÇÕESI. A FIGURA HUMANA E A DIVERSIDADE

Para iniciar as atividades sobre o tema figura hu-mana, monte um painel utilizando imagens de revis-ta somente com pessoas de diferentes formas. Após esse procedimento inicial, siga o roteiro de atividades abaixo sugerido:

Observe com os alunos todas as imagens que conseguiram e faça algumas perguntas.

Como são as pessoas ali representadas? (homem, mulher, criança, idoso). Como estão vestidos? Estão so-zinhos ou acompanhados? Qual a cor do cabelo? E o comprimento? Todos são brasileiros?

Agora, monte um grande painel utilizando so-mente reproduções de obras de arte onde apareçam a figura humana. O professor deverá selecionar esse material antecipadamente. É importante garantir uma diversidade que represente os diferentes gru-pos étnicos nos diferentes períodos da história da

arte: arte acadêmica, impressionista, expressionista, cubista, surrealista, naif, etc., para que assim se pos-sa demonstrar os diferentes tipos de representação utilizadas pelos artistas.

Observe com as crianças este novo painel e comente que agora se trata de obras de arte e que cada artista representou a figura humana de diferentes maneiras.

Em duplas os alunos deverão escolher uma das reproduções expostas. Observe cada detalhe da obra escolhida e faça algumas perguntas:

Quem são estas pessoas? Como estão vestidas? Onde estão? Como é a expressão do rosto? Estão ale-gres, tristes, com raiva...

Com a reprodução escolhida as duplas deverão representá-la por meio da expressão corporal. Poden-do neste momento formar um quadro vivo com ex-pressões dos rostos que estão vendo ou com a posição corporal dos personagens que compõem as obras.

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13Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

II. REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA

Apresente uma obra de arte que não apareça a figura humana. Faça a apreciação estética, ou seja, escolha um procedimento de leitura de obra de arte e desenvolva com a sala.

O aluno deve escolher um dos fragmentos da obra de arte e se colocar nela. Para esta atividade, os alunos podem utilizar a técnica do lápis de cor.

Algumas obras sugeridas para este trabalho:

• Tarsila do Amaral - “EFCB - Estrada de Ferro Cen-tral do Brasil” e “São Paulo” (conforme apresen-tado acima)

• Cândido Portinari - “Brodowski”, “Paisagem” e “Paisagem de Brodowski“

• Paul Cézanne - “O Mar em L’Estaque”

• Georges Braque - “Maisons à L’Estaque”Ainda em duplas, os alunos deverão desenhar o

rosto de seu colega, observando os detalhes do traço e de sua expressão.

Faça uma exposição dos desenhos em forma de painel e verifique se os alunos conseguem adivinhar quem são os colegas desenhados.

SAIBA+Essas imagens poderão ser encontradas nos sites:

www.itaucultural.org.br

www.tarsiladoamaral.com.br

www.ocaiw.com

www.artcyclopedia.com

www.portinari.org.br

SÃO PAULOÓleo/ tela 67 x 90cm, Tarsila do Amaral - 1.924

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14 Educando com Arte

IV – O BONECO GIGANTE

Em um único grupo, os alunos deverão montar um grande painel com o boneco em tamanho natu-ral, utilizando a técnica de colagem.

Em um papel pardo, com cerca de um metro e meio, um dos alunos da sala deverá deitar e um outro aluno desenhará o contorno de seu corpo, formando uma silhueta.

A sala toda participará da proposta. O preen-chimento poderá ser feito com a colagem de recor-tes de revista, o que possibilita a pesquisa de cores, formas e texturas.

Ao terminar, os alunos devem batizar o boneco com nome e sobrenome.

Entregue a letra da música “Gente tem sobreno-me”, de Toquinho, e cante com os alunos.

III. COMPOSIÇÃO COM PARTES DO CORPO

Cada aluno deverá desenhar o contorno de uma das mãos ou de um dos pés. Em seguida, utilizando revistas, deverão preencher todo o espaço interno do contorno realizado com recortes de sua escolha: po-derão utilizar olhos, nariz, boca, mãos, pés etc.

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15Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

2.2. JAPÃO: SUA ARTE E CULTURAI. CENAS DO COTIDIANO

Comece a sequência didática com uma exposição de diferentes imagens da arte japonesa.

Apresente os trípticos (composições organiza-das em três partes que unidas por uma moldura formam uma única imagem) e faça a apreciação e a contextualização da obra.

Como se tratam de cenas do cotidiano, é impor-tante reforçar as observações sobre como viviam, como se vestiam, etc.

II. MUITOS OLHARES SOBRE UM MESMO LUGARApresente a série das 36 vistas do Monte Fuji, de

Katsuhita Hokusai (1760-1849).Explique sobre o Monte Fuji e sua importância

para a cultura japonesa.Utilizando a técnica da aguada, os alunos podem

fazer uma composição em eles se coloquem no Mon-te Fuji. Apresente outros símbolos importantes e sig-nificativos para a cultura japonesa, como crisântemo, carpas, etc.

Tríptico Oriental - Bosque de bambú

TRÍPTICO“A Crucificação de Cristo”, pintado pelo flamengo

Jan van Dornicke no início do

século XVI.

CADA ALUNO DEVERÁ DIVIDIR O SULFITE EM TRÊS PARTES E CRIAR UM TRÍPTICO.

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16 Educando com Arte

II. A CULTURA JAPONESA E SEUS SÍMBOLOSApresente algumas das representações simbólicas mais importantes da

cultura japonesa, como por exemplo: crisântemo, carpas, cerejeira.

n CarpasA carpa significa a coragem e a capacidade de atingir os mais altos

desígnios, pela sua força e determinação em superar todos os obstácu-los. É o símbolo apropriado para estimular o indivíduo a ultrapassar as dificuldades da vida.

Dentro da arte japonesa, vários artistas representaram carpas. Você pode encontrá-las no site www.man-pai.com

Crie uma composição com carpas, utilizando a técnica da isopogravura (para saber mais sobre esta técnica, consulte a página 61).

A gravura é uma técnica muito utilizada na arte japonesa. É a arte de converter uma superfície plana em matriz. O material dessa matriz pode variar e determina o tipo de gravura que está sendo executada. Podemos fazer: xilogravura em madeira, gravura em metal, litogravura em pedra e serigrafia em telas de poliéster.

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17Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

n CrisântemoEstas flores tão belas, representam a proteção, a

esperança e a compreensão dos limites da vida.Utilizando a técnica de colagem, faça uma com-

posição com crisântemos.

Carimbagem/ Baixo Relevo

Material:• Uma prancha de isopor não muito grande;

• Tinta aquarela.

Procedimentos:• O desenho que se deseja estampar é feito dire-

tamente no isopor com caneta hidrocor já sem tinta, marcando bem;

• A tinta deve ser espalhada sobre a superfície de maneira uniforme, acumulando-se nas linhas do desenho que se ressaltam contra o fundo escava-do, baixo relevo;

• Na prancha, então é aplicada a tinta sobre uma folha de papel, de modo similar a um carimbo, daí o nome carimbagem;

• A cada impressão, a matriz deve ser limpa e deve-se aplicar uma nova camada de tinta.

SAIBA+ Muitas imagens sobre a arte e cultura japonesa e outras informações e sugestões de sites podem ser encontrados em:

http://www.crmariocovas.sp.gov.br

As imagens do Monte Fuji podem ser encontradas no site:

http://www.man-pai.com

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18 Educando com Arte

2.3. A PAISAGEM E SUA DIVERSIDADEInicie a conversa com os alunos perguntando o

que eles entendem sobre paisagem. Quais tipos de paisagens mais gostam e como é a paisagem onde fica a casa deles.

Forme grupos na sala e entregue um conjunto de imagens com diferentes paisagens. Eles deverão observar todas as imagens e escolher a que mais gos-tam. Quem se sentir à vontade poderá mostrar para os demais colegas qual escolheu e explicar o porquê da escolha.

Para montar os conjuntos é necessário sele-cionar várias imagens com paisagens. É interes-sante garantir uma diversidade de fontes, colo-cando reproduções de obras de arte, fotografias e desenhos de diferentes gêneros, como: praia, mar, cidade, grandes centros urbanos, rio, cam-po, vila, etc. No conjunto de imagens deverá cons-tar a obra “São Paulo”, de Tarsila do Amaral, (pág. 13), pois será necessária para a próxima proposta.

Em seguida, apresente algumas comandas (con-junto de orientações a serem cumpridas) e eles deve-rão procurar as imagens a serem solicitadas.

ComandasSeguem algumas sugestões de comanda para

que os alunos se apropriem dos diferentes tipos de imagens:

• Separe as imagens de acordo com o gênero (cam-po, praia, cidade);

• Separe as imagens que são reproduções de foto-grafias das que são de pintura;

• Separe as monocromáticas das policromáticas;

• Quais são vistas de cima e de baixo, etc.Apresente uma imagem com vista de cima para

baixo e faça uma apreciação, ela favorecerá a discus-são sobre uma outra linguagem, que é a fotográfica e que apresenta muitas possibilidades para a obser-vação e o registro em diferentes ângulos.

Vista Aérea - Centro de Mogi das Cruzes.

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19Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

MUSEU DO IPIRANGA - SÃO PAULO

ESTAÇÃO DA LUZ - SÃO PAULO

Fotos: arquivo

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20 Educando com Arte

I. PLANOSMostre a obra “São Paulo”, de Tarsila do

Amaral, e peça para que os alunos a encontre em seu conjunto. Assim que os grupos estiverem com a imagem, faça uma apreciação mais aprofundada, identificando o tipo de paisagem, cores, linhas, elementos figurativos, planos.

Para encerrar, conte a história da obra e da autora. Mais informações sobre a obra poderão ser encontradas no site oficial da artista: www.tarsiladoamaral.com.br

Dentre as imagens do conjunto, eles deverão se-lecionar uma que apresente pelo menos três planos e mostrá-la aos colegas.

Cada grupo receberá um envelope contendo um

fragmento de imagem e deverá completar a paisa-gem com três planos, utilizando recortes de revistas.

II. COMPOSIÇÃO MONOCROMÁTICASaia com os alunos para a área externa da escola.

Entregue para cada um deles um retângulo vazado para que eles observem os detalhes da paisagem,

Em seguida, entregue outros três retângulos com celofane colorido, em três cores diferentes na parte vazada. Peça para que observem a paisagem monocromática.

Eles deverão escolher um dos pontos da área ob-servada e reproduzir em papel utilizando lápis de cor ou giz de cera, escolhendo uma das cores do celofane para desenvolver uma composição monocromática.

SAIBA+ Para selecionar as imagens, você poderá consultar os sites:

www.itaucultural.org.br

www.tarsiladoamaral.com.br

www.ocaiw.com

www.artcyclopedia.com

www.portinari.org.br

SEM CELOFANE

COM CELOFANE VERMELHO

Para a confecção dos retângulos:

Retângulo: 11 x 15cmRecorte vazado: 3 x 7cm

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FUNDAMENTOSPARA APRECIAR ARTE

3.1. A LEITURA CRÍTICA DE ROBERT WILLIAN OTT

Um dos primeiros métodos de leitura de imagens divulgados no Brasil foi o sistema Image Watching desenvolvido por Robert Willian Ott, profes-sor da Penn State University, na Pensilvânia, Estados Unidos.

Uma sugestão de leitura de imagem pode ser realizada a partir do procedimento elaborado pelo pesquisador norte-americano, que sugere cinco níveis no processo de leitura e tem como foco fazer a relação entre a imagem e a realidade do aluno. Acompanhe a seguir os passos sugeri-dos por Ott.

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22 Educando com Arte

DESCREVERReserve um tempo para que o observador e a obra se relacionem, para

que este contato faça com que a obra “entre” no observador. Para isso, é necessário que os olhos percorram toda a imagem com atenção, aprovei-tando tudo o que a imagem pode oferecer. Você pode pedir que os alunos descrevam o que estão vendo, montando assim um inventário da imagem.

ANALISARAgora busque os detalhes, o professor deve fazer perguntas que levem

os alunos a observarem os elementos da linguagem visual: formas, compo-sição, texturas, cores, linhas, materiais utilizados, suportes, técnica.

INTERPRETARA imagem certamente irá provocar inúmeras possibilidades interpreta-

tivas, sendo importante que todos os alunos expressem suas sensações e emoções. Cabe ao professor direcionar estas interpretações aos seus obje-tivos de ensino, estimulando sempre novas interpretações.

FUNDAMENTARA partir das diferentes interpretações é hora de buscar dados que pos-

sam ensinar sobre a imagem. O professor poderá elaborar junto aos seus alunos uma lista de perguntas sobre a obra, que pode conter, até mesmo, curiosidades sobre o artista, sobre o tema, sobre a técnica, sobre o proces-so de criação, a época em que a obra foi realizada ou sobre a época que ela retrata. Após esse processo, o docente pode oferecer aos alunos materiais de pesquisa ou relatos que possam informar sobre as curiosidades explici-tadas pelos educandos, levando em conta sempre os níveis de interesse e de conhecimento da turma.

TECENDO ESTRELASVincent van Gogh

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23Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

TRÊS PARES DE SAPATOSVincent van Gogh, 1886, óleo sobre tela, 49 x 72 cm.

The Fogg Art Museum, Universidade de Harvard, Cambridge - Inglaterra

Disponível no site www.artmuseums.harvard.edu/fogg e www.dominiopublico.gov. br

REVELARDepois de tanta informação é natural que os alunos estejam com von-

tade de produzir arte também. O professor deverá discutir com os alunos que novas idéias surgem a partir de tudo que eles viram e aprenderam e propor que expressem essas idéias. Procure discutir com eles como essas idéias podem ser comunicadas, não se prenda a reproduções, crie!

Uma leitura sobre Van GoghVamos ilustrar este método de leitura da imagem com duas obras de Vincent Van Gogh, artista muito apreciado e utilizado na rede munici-pal de ensino e que nos oferece inúmeras obras de excelente qualida-de e valor expressivo.A leitura de imagens não deve ser realizada de forma fria, seguindo ou obe-decendo esquemas ou sequências rígidas. Sugerimos em seguida um roteiro para o professor organizar-se para o trabalho com o aluno, não devendo transformar a leitura em um questionário sobre a obra. O processo deve transcorrer de forma lúdica. A partir desta idéia e das orientações de Ott, poderemos iniciar a leitura da seguinte maneira:

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I. DESCREVENDOPara começar, visualizaremos os aspectos formais das obras:

Observe as linhas: Como estão dispostas? São suaves? Aparecem nitidamente ou estão absorvidas pela pintura? Como são as cores? Destacam alguma parte da obra? São fortes, suaves, apresentam contrastes? São colocadas de forma chapada ou houve uma preocupação em retratar o claro e o escuro? Você acha que as cores têm algum significado nestas obras?

Você ainda pode descrever a textura, a profundidade, as marcas das pinceladas, as formas utilizadas, entre outros.

II. ANALISANDOA atenção agora será voltada aos aspectos conceituais:

Qual a técnica utilizada? Qual o tema utilizado pelo artista? Como o artista organiza as figuras em sua composição? Existe uma preocupação com a simetria? Como os olhos se movimentam ao observar esta obra?

III. INTERPRETANDOValorize os aspectos pessoais:

Qual mensagem você acha que o artista queria passar com estas obras? Quais sentimentos elas transmitem?

Dê novos títulos a essas obras.

Imagine as pessoas que usaram estes sapatos. Onde elas estariam? O que elas estariam fazendo quando os calçavam?

Arquivo

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IV. FUNDAMENTANDOAdicione conhecimentos relativos ao tema, asso-

cie-o a fatores sócio-históricos:

Quem era o artista que realizou a obra? Onde viveu e em que época? Quais outros temas e obras foram realizados pelo artista? De qual movimento artístico participou? Qual técnica utilizava para compor sua obra?

V. REVELANDOUtilizando como base as informações e os con-

ceitos aprendidos a partir das imagens, peça para que os alunos desenhem:

• Seus sapatos depois de usados;

• Os sapatos de Van Gogh sendo usados por al-guém;

• O caminho que os sapatos percorreram antes de serem retirados dos pés.

Van Gogh pintou estes quadros em Paris, en-tre 1888 e 1889, e eles não são os únicos sobre o tema. Pode-se perceber nestas imagens a forte in-fluência da vivência que o artista trouxe das zonas rurais da Holanda .

A aparência deles e suas marcas nos contam um pouco sobre a vida de quem os usa, os cami-nhos difíceis que percorreram e a humildade de sua

vida. Talvez não transmitissem a mesma mensagem se estivessem calçados ou se fosse possível entendê-los como parte de uma cena.

Na verdade, estes sapatos foram comprados para servirem de modelo para a pintura. Van Gogh os comprou no Mercado das Pulgas de Paris, França. Antes de pintá-los, usou-os um pouco e molhou-os na chuva para envelhecê-los. O artista realizou várias obras inspiradas nestes sapatos.

SAIBA+Sobre Van Gogh e sua obra, consulte o site:

www.mestres.folha.com.br

As propostas de Robert Willian Ott estão no livro “Arte-Educação: Leitura no Subsolo”, de Ana Mae Barbosa (org), da Editora Cortez.

UM PARDE SAPATOS

Óleo sobre tela. 37,5 x 45 cm. 1885.

Van Gogh Museum, Amsterdam, Vincent van

Gogh Foundation

Disponível no site www.dominiopublico.gov.br, com o nome original em inglês “A pair of shoes”

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3.2. LEITURA FORMAL DEUMA OBRA DE ARTE

Para podermos contemplar uma obra de arte é preciso conhecer os códigos que os artistas utilizam para se expressar por meio da imagem. São diversos os elementos que compõem a linguagem visual e que precisam ser conhecidos, pois o conhecimento desses recursos nos auxiliam a compreender e usufruir me-lhor da produção visual que foi historicamente pro-duzida em tempos e espaços diversos.

Aqui destacamos alguns dos principais elementos da linguagem visual para serem trabalhados em sala de aula com vista a proporcionar aos alunos o conhe-cimento dos códigos da cultura visual, elementos que possibilitarão aos educandos uma aproximação mais consistente da produção artística visual. Para isso, ire-mos abordar alguns conceitos da visualidade e fazer uma análise da obra “Caminho da roça“, do artista Duque (Norberto P. Duque).

Duque é professor universitário e artista plástico com muitos trabalhos em pintura e escultura.

CAMINHO DA ROÇA - óLEO SOBRE TELA - NORBERTO P. DUQUE

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PONTO - é um sinal gráfico que pode ser trabalhado de maneiras di-versas que causam diferentes sensações, como a sensação de movimento, volume, luz e sombra, entre outros.

LINHAS – as linhas são elementos que muitos artistas utilizam em suas composições plásticas. As linhas causam sensações e sentimentos no obser-vador, dependo de sua natureza e de sua disposição no espaço, podem re-presentar movimento, graça, elegância, agressividade, tensão, etc. Podemos observar em uma pintura se o artista utilizou linhas retas. Se essas são verti-cais, podem dar uma sensação de movimento e altura; já as horizontais, po-dem representar a amplitude, o descanso e as inclinadas podem propiciar ao expectador uma sensação de instabilidade, movimento ou vitalidade. Uma sequência de linhas retas é chamada de linha quebrada, que comumente é percebida por sua agressividade e tensão. As linhas curvas geralmente dão a sensação de alegria, vibração. Uma sequência de linhas curvas, que cha-mamos de linha sinuosa ou ondulada, pode contemplar por seu movimen-to, graça e elegância. Na obra “Caminho da roça”, percebemos algumas linhas na cerca, no tronco da árvore que está em primeiro plano, as monta-nhas que compõem o fundo da obra e, até mesmo, no trajeto do caminho.

COR - as cores estão presentes no mundo e exercem certa influên-cia sobre as pessoas, podendo, de acordo com a cultura ou a época, ter sentidos e significados diferentes. O estudo da cor no contexto artístico é fundamental, pois as cores proporcionam sensações e sentimentos que estimulam e influenciam nossa percepção perante a obra.

O estudo das cores deve partir do círculo cromático, que facilita o en-tendimento de alguns conceitos e a visualização de alguns preceitos liga-dos às cores, as harmonias, etc. Na obra de Duque, notamos que a cor que predomina é o verde, pois a temática é rural com muita vegetação. Porém, notamos que o caminho, que tem uma tonalidade que deriva dos tons castanhos (marrom) mais avermelhados e as flores da árvore que estão em primeiro plano são em cores quentes, provocando assim um forte contraste com o verde e o azul do céu, que são cores frias. No fundo, o telhado da casa, de cor vermelha, também dá um forte contraste com as tonalidades verdes que o rodeiam. É interessante notar que estas cores mais fortes (cores quentes) compõem os espaços que mais chamam a atenção do es-pectador por serem mais intensas e vibrantes.

LUZ, SOMBRA E VOLUME – os objetos dão a sensação de volume por meio dos efeitos de luz e sombra, chamado de efeito claro-escuro. Se o artista utiliza este recurso em sua obra, devemos observar a direção da luz, sua natureza (natural – sol ou artificial – vela, lâmpada, etc), a intensidade da luz e da sombra (forte, média ou fraca) e a sombra projetada, ou seja, a sombras que os objetos iluminados projetam em alguma superfície, em ou-tros objetos, etc. No quadro “Caminho da roça”, constatamos que há uma luz natural (solar) que incide do lado direito do espectador, o que podemos notar pela sombra da árvore, do homem e do cavalo que se projetam no chão da direita para a esquerda. Também podemos verificar os efeitos de luz e sombra nas montanhas, pois as partes que estão voltadas para o lado direito estão recebendo a luz, ficando assim mais claras. Já as partes que estão do lado oposto, que não estão expostas aos raios solares, estão mais escuras. Na árvore que está num plano mais afastado, próxima do homem e do cavalo, notamos com clareza como o efeito de luz e sombra dão a sensação de volume, uma vez que percebemos com clareza as cores mais claras irem gradativamente ficando mais escuras.

Estudando os

elementos

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Uma atividade que pode ser desenvolvida a par-tir da obra do artista Duque é a observação de vários ambientes para que o aluno perceba que vemos as coisas como estão representadas pelo artista. Assim, se quisermos representar a profundidade, devemos utilizar os mesmos recursos.

Um bom exercício para perceber a profundi-dade no desenho é sobrepor elementos e fazer com que o aluno perceba que os elementos que fi-cam mais próximos encobrem parcialmente os que estão atrás. Para isso, o professor pode sugerir que o aluno desenhe uma paisagem e depois procure em revistas elementos para compor seu trabalho, recortando e colando sobre o desenho imagens selecionadas em revistas, jornais, etc. Essa compo-sição pode ter várias camadas, o que vai fazer com que o aluno sobreponha muitas formas, processo

este que o ajudará a perceber que a sobreposição é um recurso que dá a sensação de profundidade e para que ele também consiga observar esta utiliza-ção nas obras de artistas plásticos, em fotografias, imagens publicitárias, entre outros.

Para um exercício mais aprofundado, o pro-fessor pode partir da leitura da obra “Caminho da roça” e propor que o aluno elabore um desenho que tenha vegetações, mas que seja de sua criação, e, com elementos de sua preferência (podem ser árvo-res, coqueiros, flores, montanhas, moradias, etc). O trabalho também deve ter como base compositiva seis planos, ou seja, da mesma maneira como Duque utilizou em sua obra, como por exemplo: plano 1 – a árvore florida; plano 2 – o homem a cavalo; plano 3 – a casa; plano 4 – o conjunto de árvores; plano 5 – as montanhas e plano 6 – o céu.

Vamos procurar em revistas, elementos para compor nosso trabalho

SAIBA+ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual. São Paulo: Pioneira.

OSTROWER, Fayga. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campos.

PERSPECTIVA - é a representação do fenômeno que nos dá sensação de profundidade, ou seja, de que os objetos estão se afastando. Também temos a perspectiva tonal, que, por meio das cores, nos dá a sensação de profundidade em uma obra. Essa sensa-ção é possível porque o artista, quando se utiliza des-te recurso, pinta com cores mais intensas os objetos que estão mais próximos e vai, gradativamente, cla-reando os que vão se distanciando do primeiro plano da obra. Na pintura, temos a representação desses dois tipos de perspectiva: a linear e a tonal. Podemos perceber a perspectiva linear em vários espaços, prin-cipalmente nos que compõem o caminho (a estrada), pois a cerca vai diminuindo seu tamanho conforme vai ficando mais afastada e no próprio caminho, que vai ficando mais estreito quanto mais fica distante. A perspectiva tonal pode ser notada nas montanhas que quanto mais afastadas mais claras, azuladas e nebulosas vão ficando, dando a sensação que estão mais distantes. A sensação de profundidade que a tela propicia deriva da utilização destes recursos. Tam-bém podemos observar o recurso da sobreposição de figuras, que dá a sensação de afastamento, o que se pode verificar quando observamos o homem mon-

tado no cavalo, pois logo se percebe que ele está na frente e encobrindo parte das árvores que estão atrás.

OUTROS RECURSOS VISUAIS - textura, pro-porção, superfície, composição, forma, espaço, mo-vimento, etc.

A análise formal da obra de arte nos permite en-tender quais os recursos que o artista utilizou para compor sua obra, sendo de fundamental importân-cia que no processo de ensino-aprendizagem em Arte os alunos aprendam a fazer este tipo de análise.

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3.3. LEITURA COMPARATIVADE IMAGENS

A leitura comparativa de obras de arte é uma proposta de Edmund Feldman (in BARBOSA, 1986), que defende que o aprendizado de Arte implica em desenvolver a técnica, a crítica e a criação, processos esses que contemplam várias dimensões, como as so-ciais, as antropológicas, as criativas, etc.

Em sua proposta, Feldman (in BARBOSA, 1986), defende que o desenvolvimento crítico voltado para a arte é fundamental, pois a capacidade crítica se desenvolve por meio do ato de ver, que deve estar associado a princípios éticos, estéticos e históricos, o que se efetiva por meio de quatro processos, que têm sua especificidade, mas estão interligados, sen-do eles: “[...] prestar a atenção ao que vê, descri-ção; observar o comportamento do que se vê, aná-lise; dar significado à obra de arte, interpretação; decidir acerca do valor de um objeto de arte, julga-mento.” (BARBOSA, 1986, p. 44).

Esse processo, para Feldman, se concretizaria por intermédio da leitura de obras de arte e, segundo Bar-bosa (1986), ele nunca propõe a leitura de apenas uma obra de forma isolada, mas sim de duas ou mais obras simultaneamente para que o educando faça

análises e tire suas conclusões, seja para perceber ques-tões visuais similares ou para estabelecer diferenças.

Essa proposta nos permite inúmeras possibi-lidades de intervenção e mediação artística e esté-tica com os alunos, pois vários aspectos podem ser contemplados no método comparativo, como estilo, época, padrões sociais e históricos, materiais e téc-nicas, linguagens, elementos visuais, etc. Cabe ao professor destacar os aspectos que deseja trabalhar com a sala, destacando aqueles que estejam em con-sonância com as temáticas que está desenvolvendo com os alunos, ou seja, o professor deve ter uma intenção e a clareza do motivo pelo qual está pro-pondo a análise das obras e quais as dimensões que deseja que os alunos contemplem.

Aqui iremos fazer um breve ensaio sobre uma das várias possibilidades que o método comparativo propi-cia como forma de exemplificar e reconhecer o poten-cial educativo dessa estratégia de leitura proposta por Feldman. Para isso, utilizaremos as obras de Vincent Van Gogh, Albert Dürer e Jonathan Furuyama Medi-na, contemplando as diferentes formas que os artistas utilizaram para se representar em seus autorretratos.

Gravuras: Jonathan M. Furuyama

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30 Educando com Arte

AUTORRETRATOSObserve os autorretratos dos artistas Albert Dürer,

Van Gogh e Jonathan Furuyama, com vista a contem-plar as obras segundo os seguintes parâmetros:

Aspectos formais – os artistas utilizam diversos elementos visuais, mas de formas distintas. Exemplo disso é o efeito de luz e sombra que todas as obras apresentam, sendo que na obra de Dürer, a luz e a sombra foram trabalhadas de forma realista, procu-rando representá-las de acordo com a realidade vi-sual que observamos na natureza. Na obra de Van Gog, percebemos que o artista utiliza claro-escuro, mas sem grande preocupação com sua relação com a realidade visual, dando uma ênfase maior no ros-to e um pouco no casaco. Já no autorretrato de Jo-nathan percebemos que os efeitos de luz e sombra foram construídos por meio das linhas, sem muitas definições das massas, de forma vibrante e intensa. Também podemos estabelecer comparações entre as obras quanto à figura e o fundo, a sensação de pro-fundidade, as cores, a composição, entre outros.

Aspectos históricos e estilísticos – as com-parações entre as obras também podem ser feitas por meio da análise da época em que foram reali-zadas e seu estilo, sendo que Dürer é um artista do

período do Renascimento, época marcada por mui-tas transformações históricas e artísticas, sendo re-tomados os preceitos da arte e da literatura grega e romana, entre outros aspectos. Já a obra de Van Gogh se constituiu em um período em que os artistas buscavam alternativas para compor seus trabalhos, pois após a descoberta da fotografia, a representação da realidade visual, que até então era foco de grande parte dos artistas, passou a ser realizada por outra lin-guagem, a fotográfica. Na obra de Jonathan, diferente das anteriores, por ter sido realizada em 2007 e que apresenta uma técnica diferente dos demais, o artista utiliza a gravura para expressar de forma intensa as inquietações do homem e o mundo atual. Cabe aqui uma observação, Jonathan é um artista da região. Aqui apresentamos artistas de épocas diferentes com influências e características próprias, o que deve ser valorizado pelo professor no processo educativo por meio de pesquisas, debates, seminários, etc.

Cabe ao professor mediar o processo de leitu-ra comparativa de acordo com seus objetivos e com a temática que estiver desenvolvendo. Em seguida, apontamos algumas das muitas possibilidades de comparação entre obras de arte, estratégia que poten-cializa o processo educativo de Arte em sala de aula.

Gravuras: Jonathan M. Furuyama

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SéRIE PAIxõESDA ALMAXilogravuras

Jonathan M. Furuyama

Jonathan Furuyama é professor universitário e artista plástico. Recebeu prêmios em salões de arte no Brasil e também participou de bienais internacionais de gravura.

RETRATOSEXERCÍCIO DE LEITURA COMPARATIVA

Utilizaremos agora retratos realizados pelos artis-tas Jonathan Furuyama e Benedito Zanivan:

Observer as obras dos artistas e responda:

O que vemos nas imagens? O que as obras têm em comum? Quais as diferenças entre elas? Qual a técnica utilizada pelos artistas? Quais os elementos da linguagem visual mais se destacam nas obras? Você já viu pessoas como as retratadas pelos artistas? Por que o artista representou os rostos desta maneira? O que sinto observando estas imagens? Quais sentimentos e sensações me causam?

Observe as expressões faciais das pessoas

retratadas e escolha um dos estilos e um perso-

nagem para retratá-lo da forma que achar mais

interessante (triste, alegre, com raiva, etc). A arte

propicia inúmeras possibilidades que podem dire-

cionar o olhar do aluno para grandes descobertas.

Para demonstrar isso, podemos fazer uso de mais

uma gravura de Jonathan Furuyama, em que o ar-

tista valoriza as expressões faciais para compor sua

obra, o professor pode propor aos alunos diversas

atividades com foco no rosto humano.

Observação das expressõesfaciais nos autorretratos

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Benedito Zanivan é professor

universitário e desenhista.

ORLANDO VILAS BOAS E MAHATMA

GHANDICaricaturas de

B. Zanivan - 2008

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3.4. UM PROJETO DE ENSINO Para exemplificar um processo de criação de projeto de artes, utilizare-

mos trechos do projeto das professoras Amabile Luz Rodrigues e Irani de Araujo Rocha, elaborado sobre orientação da professora Kátia C de Mello Franco para compor seu trabalho de Graduação Interdisciplinar do Curso de Artes Plásticas concluído em 2008. O projeto foi apresentado a princí-pio para ser aplicado com crianças em situação de abrigamento, mas após as devidas alterações pode ser destinado a crianças de qualquer idade na escola formal, pois dedica-se a considerar a importância da valorização do indivíduo como ser sensível e participante de um grupo. Foi necessário também retirar do trabalho os textos de apoio e as imagens, pois como um trabalho acadêmico estas imagens e textos estavam protegidos pela lei dos direitos autorais, mas para a transcrição para este livro, a utilização não é permitida mesmo que se faça referência às suas fontes, porém todos foram substituídos por indicações de onde podem ser encontrados.

AUTO RETRATO

Albert Dürer

1498

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JUSTIFICATIVATodos os seres humanos são racionais, pensantes, e também vulnerá-

veis e influenciáveis pela realidade que os cercam: aquilo que está ao nosso redor, aquilo que vivenciamos, lemos, ouvimos, praticamos, pessoas com as quais convivemos... Dão-se aí, as diferentes culturas: costumes e mani-festações artísticas, formas de vida, expressão e comunicação, e as relações intelectuais e sociais dos povos. Mas, sabemos também, que os conflitos sociais, as inversões de valores, a exclusão racial, social, etc., vão muito além da “questão cultural” puramente dita [...].

Diante disso, defendemos um projeto voltado a uma educação em Arte, já que a Arte, considerada também como um patrimônio histórico e cultural de todos, além de contribuir na formação global do ser, de sua sensibilidade, enquanto humano e pertencente a uma sociedade globa-lizada, proporciona também, condições para a compreensão do mundo que os cerca, da realidade de cada indivíduo, que, por consequência, interfere na realidade do coletivo.

Todo indivíduo, desde o nascimento, nas mais diversas culturas e civili-zações, de uma forma ou de outra, tem contato com a arte, mas nem sem-pre estas primeiras experiências com a arte ocorrem da melhor forma: nem do ponto de vista cultural, devido às dificuldades de acesso, nem dentro do contexto formal de educação – a escola – especialmente em se tratando do Brasil, onde a educação, dentre outros fatores, recebe pouca atenção. [...] a Arte engloba fatores determinantes que auxiliam no desenvolvimento do ser, de sua sensibilidade, incentivando-o a descobrir o seu lugar no mun-do, o seu “eu”, tanto pessoal, quanto socialmente falando, despertando-o para a compreensão e descoberta da realidade, e das “realidades” diversas, o que por consequência, contribuirá, e muito, na melhoria das relações so-ciais como um todo, principalmente na inserção destes na sociedade como sujeitos dignos de direitos e com deveres de cidadãos.

Segundo o Parâmetro Curricular Nacional (2001) para o ensino de Arte:

O conhecimento da arte abre perspectivas para que o aluno tenha uma

compreensão de mundo no qual a dimensão poética esteja presente: a

arte ensina que é possível transformar continuamente a existência, que

é preciso mudar referências a cada momento, ser flexível. Isso quer di-

zer que criar e conhecer são indissociáveis e a flexibilidade é a condição

fundamental para aprender. [...] O ser humano que não conhece arte

tem uma experiência de aprendizagem limitada, escapa-lhe a dimensão

do sonho, da força comunicativa dos objetos a sua volta, da sonoridade

instigante da poesia, das criações musicais, das cores e formas, dos gestos

e luzes que buscam o sentido da vida. (BRASIL, 2001, p. 20-21)

Optamos por realizar um projeto que contemple quatro eixos prin-cipais: o “Eu”, “O Outro”, “A Gente” e, como finalização, o “Eu, Tu, Ele, Nós...”, que também é título deste projeto.

Inicialmente, a partir desses eixos fundamentais, buscaremos a aborda-gem de problemas concretos presentes na realidade dos educandos, objeti-vando a ampliação da reflexão – num sentido de reflexão-ação-reflexão – e construção do conhecimento, da criticidade, da sensibilidade e da compre-ensão do seu lugar no mundo, tendo por base o ensino de Arte, a partir do conhecer, do vivenciar, do apreciar, do se expressar, que estarão presentes nas manifestações e criações próprias e de outros, nas mais diversas lingua-gens que a arte abrange – a visual, a plástica, a musical, do movimento, da dança, da poética, do teatro, dentre outras linguagens.

PROJETO DE

ENSINO

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OBJETIVOS GERAISO projeto, através da concepção do retrato em suas manifestações

artísticas (autorretrato, retrato individual e retrato em grupo), busca in-serir o aluno num processo de descoberta artística, desenvolvendo suas potencialidades, fazendo um resgate histórico-cultural de forma contínua, assegurando o direito de acesso e participação na criação artística, desmis-tificando a visão de arte para poucos.

São objetivos do projeto:

• Estudar / pesquisar a história das artes. Discutir coletivamente os tópicos de interesse;

• Estudar / pesquisar as diversas manifestações artísticas. Discutí-las e ex-perimentá–las, utilizando–as como mecanismo de aprendizado e cresci-mento pessoal, bem como conteúdo complementar às Artes Plásticas;

• Frequentar exposições, fazendo do “ver”, mecanismo de desenvolvimen-to de uma cultura individual e global;

• Produção e exposição de obras, fruto do estudo, discussão e experimen-tação realizados pelos educandos. Diversificar o mesmo, enriquecendo–o com outras vertentes artísticas.

PROCEDIMENTOS METODOLóGICOSOs procedimentos metodológicos adotados serão: análise dos saberes

que os educandos possuem; atividade dialogada promovendo a leitura com-parativa da obra de arte por meio de reproduções impressas; contextualiza-ção das obras e artistas; produção por meio da experimentação de técnicas e materiais; roda de conversa; comparação de obras com outras lingua-gens artísticas; utilização de imagens presentes no dia-a-dia do educan-do (propagandas veiculadas pela mídia) e diagnóstico de forma contínua.

Para que sejam cumpridos os objetivos, avaliamos que o educador deve estar preparado para se adequar à metodologia aplicada para uma melhor articulação entre conteúdos e educando.

SAIBA+Autorretrato - Você pode encontrar a definição de autorretrato no site do Instituto Itaú Culturalwww.itaucultural.org.br

“Autorretrato”, de Velazquezwww.bbc.co.uk

Biografia de Velazquezmestres.folha.com.br

“Eu mesmo: retrato-paisagem”, de Henri Rousseauwww.sunrisemusics.com/rosseau.htm

Biografia de Henri Rousseauwww.netsaber.com.br

“Autorretrato sem barba”, de Van Goghwww.angelfire.com

Biografia de Van Goghbiografias.netsaber.com.br

AUTO-RETRATO Diego Velázquez

1599 - 1660

Óleo sobre lienzo, 45 x 38 cm

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS• Apreciar, contextualizar, adquirir conhecimentos a partir da realização de

leitura formal, comparativa e interpretativa de obras de arte e de ima-gens diversas;

• Pesquisar, ler, interpretar e compreender músicas, frases, poemas, sone-tos e /ou outros artigos literários;

• Realizar o “fazer artístico”, produzindo obras de arte através de pintura, recorte e colagem;

• Refletir e pesquisar sobre o “eu”, meus gostos e minhas qualidades.

CONTEÚDO

• Autorretrato: apreciação e conceito;

• Biografia de Diego Velázquez, Vincent Van Gogh e Rousseau;

• Características do barroco, pós-impressionismo e simbolismo.

ATIVIDADE 1APRECIAR E CONHECER

“AUTORRETRATO”

DESENVOLVIMENTOAtravés da apreciação de diversos autorretratos e o embasamento te-

órico a respeito do tema (o que é um autorretrato), os alunos, realizarão a leitura das imagens inicialmente apresentadas pelo educador: “Auto-retra-to” – 1640, Velázquez; “Auto-retrato sem barba” – 1889, Van Gogh; “Eu mesmo: retrato-paisagem” – 1890, Rousseau.

PRIMEIRA

ETAPA

AUTO-RETRATO SEM BARBAVan Gogh

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EU MESMO: RETRATO-PAISAGEM1890, Rousseau

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Leitura comparativa

Após a observação, o educador realiza, junto aos alunos, a leitura comparativa entre as três imagens apresentadas.

ROTEIRO DE LEITURA

Como as pessoas foram representadas dentro destas obras?

O que estas obras têm em comum? Elas são diferentes?

Foram produzidas no mesmo período? O que faz com que pensem dessa maneira?

A forma que os artistas representam as imagens é igual? Justifique.

No que se refere à composição, o que vocês podem dizer a respeito das linhas, cores, texturas?

Quais as sensações e emoções que estas obras provocam?

As pessoas representadas sofreriam preconceitos hoje em dia? Por que?

Se fossem escolher apenas uma dessas imagens, qual escolheria? Por que?

Ao término da leitura das obras e das indaga-ções surgidas, o educador, em uma conversa infor-mal, insere informações importantes a respeito de cada período da Arte em que as obras foram pro-duzidas e as tendências, incluindo algumas infor-mações a respeito dos autores que as produziram. Seria interessante que o professor trouxesse para a sala de aula outros autorretratos realizados por outros artistas para demonstrar como cada um se representa de diferentes formas.

ATIVIDADE 2PESQUISAR, REFLETIR E FAZER “ARTE”

“EU POR MIM MESMO”

DESENVOLVIMENTOApós a leitura, o educador apresentará um ob-

jeto, até então oculto, e pedirá para que os alunos tentem descobrir o que seria tal objeto. Ele poderá, também, dar pistas com base na temática envolvi-da “autorretrato”. Por fim, por descoberta ou não, o objeto deverá ser revelado, o que no caso seria um espelho. A partir disto, se propõe uma produ-ção artística – composição – sobre o tema “autor-retrato”, onde cada um, a partir da observação de seu rosto no espelho, irá representá-lo, através da pintura a guache com pincel e da maneira que de-sejar, sua autoimagem. Aqui, o educador deverá incentivar o trabalho com as cores com base nas técnicas observadas.

ATIVIDADE 3LEITURA POéTICA, REFLExIVA, CORO EM GRUPO

“SENHAS”

DESENVOLVIMENTOApós ouvirem e acompanharem a letra da mú-

sica “Senhas”, de Adriana Calcanhoto, deverá ser aberta uma roda de conversa, onde, pela mediação do orientador, irá discutir-se a questão do “eu” pro-priamente dito, dos gostos desse “eu” individual, onde cada um pode relatar seu próprio “eu”, entre qualidades e “defeitos”, gostos e preferências. O professor poderá finalizar esta atividade com canto em coro. Essa música pode ser substituída por qual-quer outra que fale de pessoas e que esteja relacio-nada às vivências dos educandos.

Eu não gosto de bom gostoEu não gosto de bom sensoEu não gosto dos bons modosNão gostoEu aguento até rigoresEu não tenho pena dos traídosEu hospedo infratores e banidosEu respeito conveniênciasEu não ligo pra conchavosEu suporto aparênciasEu não gosto de maus tratosMas o que eu não gosto é do bom gostoEu não gosto de bom sensoEu não gosto dos bons modosNão gostoEu aguento até os modernosE seus segundos cadernosEu aguento até os caretasE suas verdades perfeitas [...]Eu aguento até os estetasEu não julgo a competênciaEu não ligo para etiquetaEu aplaudo rebeldiasEu respeito tiraniasE compreendo piedadesEu não condeno mentirasEu não condeno vaidades [...]Eu gosto dos que têm fomeDos que morrem de vontadeDos que secam de desejoDos que ardem...

“SENHAS”de Adriana Calcanhoto (trechos)

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Tendo por base as atividades realizadas até então, o professor poderá propor a seleção de um material individual de forma a representar, onde cada um, através de pesquisa, irá depositar materiais (objetos, textos, palavras, desenhos, recortes). Será uma caixa que conterá a partir daí, informações a seu respeito (quem sou eu?; do que gosto?; fico feliz quando...; fico triste quando...; desejo...; preciso de...; etc.). Essa pesquisa poderá englobar: visual (recortes e colagens de imagens, figuras, ou, pintura, desenho, etc); lin-guagem poética, seja através de letras de músicas, poemas, textos de autores ou próprios, ou objetos significativos. A pesquisa para esta proposta, em for-ma de reflexão sobre o “eu”, inicia-se aqui, de forma apenas reflexiva, pois será na atividade seguinte que os alunos já com o material pesquisado, irão iniciar a montagem da “caixa” com a mediação do educador.

ATIVIDADE 4Produção artística

“CAIXA DE PANDORA”

DESENVOLVIMENTOO educador apresentará aos alunos o texto “Mito

de Pandora”, descrito ao lado e que pode ser encon-trado em: http://recantodasletras.uol.com.br

Após a apresentação do texto e discussão sobre ele com o material pesquisado, cada aluno irá trans-formar a sua caixa num objeto artístico.

Os materiais necessários para esta atividade ser-virão apenas como base para a produção artística da caixa, cabendo aos alunos inserir nesta os elementos com os quais tiveram mais identificação.

Em círculo, cada aluno mostrará sua produção aos demais participantes do grupo, optando por re-velar ou não o conteúdo da caixa.

O Mito de PandoraZeus – o deus supremo da mitologia grega - é fru-to de uma complicada teogonia que se assemelha à genealogia humana. Bravo e vingativo, o deus dos gregos casou-se inúmeras vezes gerando uma sucessão de deuses menores: Apolo, Hebe, Her-mes, as Musas, etc.

Diz-se do estranho chefe do Olimpo que havia ódio em seu coração e que tinha prazer em castigar os ho-mens. E que certa vez, para vingar-se de certo huma-no de nome Prometeu que roubara uma faísca do sol para com ela iluminar a inteligência humana, o mal humorado superintendente celeste resolve castigá-los fazendo-os perder-se para sempre por meio de uma mulher extremamente bela, detentora de todos

os dons, Pandora, a primeira mulher!

Ela é criada e enviada para Epimeteu (o que vê depois), embora Prometeu (o previdente) houvesse aconselha-do seu irmão a não aceitar nenhum presente de Zeus de quem desconfiava muito. Ela traz consigo do Olim-po um presente de núpcias para Epimeteu: uma arca de ouro hermeticamente fechada.

Segundo Hesíodo, o poeta camponês, Pandora teria aberto a caixa levada pela curiosidade femi-nina de onde saem todas as desgraças e calami-dades para os homens que viviam tranquilos e fe-lizes até então. Ao fechá-la, depois, rapidamente, conseguiu prender em seu interior a esperança que por séculos ficaria encerrada como uma pro-messa de retorno aos felizes e ditosos tempos da infância da espécie humana sobre a Terra.

A curiosa lenda traz consigo muitos aspectos interes-santes relacionados com outras lendas e crendices que fazem parte de outras culturas e com muitos precon-ceitos que até hoje existem.

Sobre a curiosidade da primeira mulher, que muito tem a ver com a indiscrição (e que não é somente feminina), e as consequências desastrosas de um de-feito tão generalizado, pode-se dizer que na história real do ser humano essa curiosidade transformou-se num terrível defeito que tem causado muitas desgraças e calamidades. A curiosidade conduz ao intrometimento, à indiscrição, à superficialidade, à vulgaridade, ao efêmero. Compreensível no homem pré-histórico e nas crianças, que de certa forma re-produzem a evolução da espécie desde os primeiros tempos, e também nos homens de ciência em suas investigações, é inaceitável para o homem de hoje quando o torna distante de si mesmo, atento a tudo quanto ocorre ao seu redor, mas alheio ao que ocor-re com ele próprio, com sua própria pessoa.

O mito de Pandora pode nos levar a muitas conclu-sões: desde a inutilidade de um deus vingativo até a necessidade humana de transcender estados inferio-res de evolução, passando, também, pela necessida-de de rever os preconceitos que existem em relação à mulher cuja graça e beleza não poderia nunca ser o invólucro do pecado e da desgraça especialmente encomendados por um Zeus duvidoso.

A esperança, providencialmente encerrada na caixa de Pandora, residiria na possibilidade da superação das condições humanas a partir da evolução pesso-al de cada indivíduo que sentisse a necessidade de construir um mundo melhor para si mesmo e para a humanidade do futuro.

Escrito por: Nagib Anderáos Neto

Publicado no Recanto das Letras em 01/09/2005

www.nagibanderaos.com.br

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS• Conceituar retrato individual.

• Promover a leitura comparativa de retratos individuais produzidos em diferentes épocas.

• Contextualizar essas obras discutindo coletivamente os tópicos de inte-resse, atentando-se para suas semelhanças e diferenças.

• Analisar a diversidade, a importância das diferenças e discutir preconceitos.

• Produzir um retrato individual de um membro do grupo através da téc-nica de monotipia (com esta técnica consegue-se a reprodução de um desenho ou mancha de cor numa prova única, daí o nome “monotipia”).

• Pesquisar e exemplificar outras técnicas de impressão.

CONTEÚDO

• Conceito de retrato individual;

• Aprofundamento de leitura de obra de Arte;

• Diversidade X Preconceito;

• Monotipia e técnicas de impressão.

ATIVIDADE 1DIVERSIDADE E PRECONCEITO: CONTExTUALIZAR

Atividade dialogada sobre o conceito de retrato individual e técnicas de gravura. Leitura comparativa de quatro gravuras de Cândido Portinari e um breve histórico do artista.

ATIVIDADE 2FAZER ARTÍSTICO: RETRATO INDIVIDUAL EM MONOTIPIA

“O OUTRO AO MEU LADO”

DESENVOLVIMENTOProdução artística em duplas: Retrato Individual em Monotipia. Ativi-

dade dialogada sobre outros processos de impressão.Realiza-se a atividade de produção em duplas. Cada um recebe uma

chapa de acrílico ou um pedaço de plástico grosso e o convite de olhar o outro através deste material. Feito isto, marcam na chapa com a caneta para acetato os principais traços fisionômicos do parceiro. Do lado inverso ao da marcação, aplicam tinta e realizam a impressão em papel de seda. Parte-se então para outras experimentações com a mesma matriz. O edu-cador orienta a produção exemplificando outros processos de impressão.

SEGUNDA

ETAPA

SAIBA+ Conceito de retrato pode ser encontrado em www.itaucultural.org.br

MULATO ,1942

Cândido Portinari Gravura a ponta-seca/papel, 11.5 x 9.3cm (I), 14.7 x 11cm (S), Rio de Janeiro, RJ www.portinari.org.br

CABEÇA DE MENINA 1944

Cândido Portinari Gravura - monotipia/papel, 24.7 x 21.8cm. Rio de Janeiro, RJ , Sem data www.portinari.org.br

MOLEQUE COM CHAPéU DE JORNAL 1948

Cândido Portinari Gravura a guache e monotipia/papel, 31.3 x 23.3cm, Montevidéu www.portinari.org.br

MULHER CHORANDO 1948 - CâNDIDO PORTINARI

Gravura - monotipia/papel , 35 x 24.5cm, Montevidéu www.portinari.org.br

Você pode encontrar um histórico e todos os processos de gravura, com definições sobre cada uma das técnicas em:

www.CASADACULTURA.ORG

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS• Apreciar, contextualizar, adquirir conhecimentos a partir da realização de

leitura formal, comparativa e interpretativa de obras de arte e de ima-gens diversas (fotográficas);

• Realizar o “fazer artístico”, produzindo obras fotográficas;

• Refletir e pesquisar sobre a importância das ações coletivas;

• Desenvolver o ser sensível a partir das experiências visuais pós-contextu-alização de imagens.

CONTEÚDO

• Retrato em grupo: apreciação e conceito;

• Noções básicas de fotografia;

• Apreciação de livros e biografia de Sebastião Salgado;

• Execução de Pinhole (câmera fotográfica artesanal);

• Experimentação: pesquisa e prática fotográfica artesanal;

• Processo de revelação em estúdio fotográfico (visita).

TERCEIRA

ETAPA

OS DESPEJADOSCândido Portinari, óleo s/ tela,37x65 cm - 1934

www.portinari.org.br

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A partir das indagações que surgirão no decorrer do processo, o educador poderá aproveitar para inserir um texto, uma música, uma poesia que fale da impor-tância da convivência em grupo, um exemplo para isso é o texto “Tecendo a manhã”, de João Cabral de Melo Neto. De acordo com a faixa etária, muitas outras pro-duções podem ser utilizadas. A partir da leitura, pro-voca-se novas indagações, que deverão ser discutidas pelo grupo de educandos em torno da temática “o grupo”: o que significa o termo; quais são os diversos tipos de grupos existentes; como funciona o relacio-namento entre os grupos dentro de um determinado contexto (sociedade, casa, escola, etc); qual a impor-tância de um grupo ou porque é importante viver em grupo; dentre outras questões que poderão surgir du-rante a atividade, aliadas à reflexão do texto de apoio.

Ao término desta etapa, poderá ser proposto aos educandos que elaborem uma composição através do recorte e colagem de figuras, imagens e palavras a respeito da temática discutida, retra-tando os grupos em que vivem.

ATIVIDADE 1RETRATO EM GRUPO: APRECIAÇÃO E CONCEITO

“GENTE DA GENTE”

DESENVOLVIMENTO Num primeiro momento, apresentam-se aos

educandos as três obras a fim de que se realize uma observação silêncios e, em seguida, a leitura compa-rativa entre as obras apresentadas.

OS DESPEJADOSCândido Portinari

OPERÁRIOSTarsila do Amaral

POGROMLasar Segall - 1937

OPERÁRIOSTarsila do Amaral, óleo s/tela 150x205 cm - 1933

www.fcm.unicamp.br

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ATIVIDADE 2LEITURA E REFLExÃO

“SONHAR JUNTOS” DESENVOLVIMENTO

Num primeiro momento, serão expostos os tra-balhos artísticos realizados na atividade anterior, ao invés do próprio autor justificar a escolha daquele ou daqueles determinados grupos para comporem sua obra, outros componentes do grupo realizarão a lei-tura das obras dos demais, de modo formal e subjeti-vo, e tentarão justificar o porquê daquela escolha. Ao final deste processo, os próprios autores confirmarão se as “leituras” realizadas pelo outro, se aproxima-ram de suas reais intenções ou não, e, senão, quais foram elas então.

Num segundo momento, o orientador distribuirá cópias da letra da música “Prelúdio”, de Raul Seixas e

do texto “Mito de Ícaro” descrito na página seguinte e disponível em:www.algosobre.com.br/mitologia/icaro.html

Após ouvirem a canção, em roda de conversa e com a mediação do educador, relaciona-se a letra da música ao texto e a tudo visto até então, como forma de reflexão, levantamento de questões e opi-niões a respeito da temática principal. Esta atividade deverá ser finalizada com um coro, acompanhado ou não da música original.

“Sonho que se sonha sóÉ só um sonho que se sonha sóMas sonho que se sonha junto érealidade”PRELÚDIO

(Raul Seixas)

POGROMLasar Segall - 1937

www.pitoresco.com.br

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Ícaro

Era filho de Dédalo e de uma escrava de Minos cha-mada Naucrata. Seu pai, discípulo de Hermes e reno-mado inventor, realizava seu trabalho em Atenas até que certo dia começou a temer que seu ajudante e sobrinho Ácale lhe sobrepujasse no ofício.

Enciumado, atirou o jovem do alto de Acrópole matando-o. Por esse crime foi condenado ao exílio, partindo para Creta, reino de Minos, onde realizou muitas obras sendo a mais célebre o Labirinto. Foi nessa construção que o soberano, irritado porque o arquiteto havia favorecido os amores de sua esposa, Pasífae, encerrou Dédalo e Ícaro juntamente com o Minotauro .

Os dois ali permaneceram até que Dédalo fabricou dois pares de asas artificiais amarrando as penas caídas dos pássaros que sobrevoavam o Labirinto e colando-as a seguir com grossa camada de cera. Al-çaram vôo juntos, deixando o cárcere para traz, po-rém Ícaro, empolgado com a possibilidade de voar, esqueceu-se da recomendação do pai em não se aproximar em demasia do sol. Inebriado pela sensa-ção das alturas, cada vez mais o jovem se acercava do astro até que, a cera que fixava as asas começaram a se derreter e Ícaro despencou dos céus ao mar mor-rendo afogado.

ATIVIDADE 3:CONHECER, ExPERIMENTAR, FAZER

“ME VEJO NO QUE VEJO”

DESENVOLVIMENTOContinuando ainda sob a mesma temática “gru-

po”, o educador apresentará imagens relacionadas ao tema, agora sob uma nova perspectiva: o mundo da fotografia. Podem ser utilizadas reproduções das fotos de Sebastião Salgado ou mesmo fotos de jor-nais ou revistas que apresentem grupos.

Em seguida, de forma breve e de acordo com a faixa etária com que se está trabalhando, o educador introduzirá comentários a respeito da história da fo-tografia, os elementos que envolvem o ato de foto-grafar (escrever com a luz), tanto do ponto de vista técnico (a questão da luz, do enquadramento, foca-lização, nitidez), quanto do ponto de vista subjetivo (o “olhar” do fotógrafo, a mensagem a ser passada); e do ponto de vista social (o objeto, pessoa ou local a ser fotografado, a temática que o envolve).

E, principalmente, qual a finalidade de se foto-grafar. Para a atividade a seguir, o professor poderá utilizar uma máquina fotográfica ou para um melhor entendimento e aproveitamento da nova linguagem conhecida, o educador poderá propor a construção de uma câmara fotográfica artesanal (Pinhole).

Propõe-se como projeto de fotografia, uma pes-quisa, onde os alunos registrarão imagens de grupos.

SAIBA+Você pode aprender a fazer uma câmera artesanal, com uma lata de leite em pó, no Projeto da UNESP, disponível em:

http://www2.fct.unesp.br/livredidatico/lata.htmhttp://www2.fct.unesp.br/livredidatico/lata.htm

“La caída de Ícaro” de Jacob Peter Gowy 1636-37

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS• Visitação ao museu. Identificar retratos expostos. Analisar técnicas e ma-

teriais utilizados;

• Reconhecer a importância dos museus e a preservação de obras;

• Ampliação de repertório;

• Organizar exposição do material produzido com a temática “Retratos”;

• Utilizar outras linguagens artísticas para representar o que foi aprendido;

• Analisar a diversidade e a importância das diferenças.

ATIVIDADE 1

“ACESSO A CULTURA, DIREITO DE TODOS!”

DESENVOLVIMENTOAtividade externa dialogada sobre o conceito de acervo museológico

e a importância dos museus. Visitação à Pinacoteca do Estado de São Paulo. Tomando como base a experiência de visitação, além das questões a respeito do conteúdo aprendido, o educador deverá formular indaga-ções a respeito do acesso a Arte:

ROTEIRO DE VISITAÇÃO

Quais obras desta sala são retratos?

Por que estas obras estão no museu?

Todo mundo vem ao museu? Por quê?

Você imaginava que um museu fosse assim? Explique.

O que acha de como as obras são expostas? Consegue compreender alguma lógica? Entende os recursos de linguagem (textos)?

As obras vistas no transcorrer das aulas ajudaram na ampliação do repertório?

Visitaria um museu, se tivesse oportunidade?

ATIVIDADE 2

“TUDO JUNTO E MISTURADO...”

DESENVOLVIMENTODeixa-se a critério do grupo se a produção será individual, em duplas

ou grupos. Após a escolha, os alunos deverão reproduzir sua turma, seu grupo de amigos da escola desenhando e pintando.

ATIVIDADE 3PREPARANDO-SE PARA ExPOR

“GENTE FOI FEITA PRA BRILHAR”

Confecção de moldura dos trabalhos realizados. Montagem e organi-zação da exposição, observando os critérios adotados.

QUARTA

ETAPA

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SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS

4.1. PÁSSAROS E NANQUIMO nanquim é uma técnica que tem sua origem na China, tendo se

expandido para a Europa, através de Marco Polo. Teve uma utilização va-riada em culturas orientais, sendo aplicado em papel, pergaminhos e telas de seda. Na Europa, esta técnica ganhou um outro teor, principalmente, no campo da ilustração, sendo utilizada de forma intensa na ilustração de livros e outras publicações.

Porém, ainda, hoje, verificamos a utilização do nanquim por muitos artistas, que buscam nessa técnica uma forma de se expressar por meio de linhas, texturas, etc. O nanquim possibilita ao artista uma extensa gama de possibilidades expressivas, pois os contrastes entre o preto e branco, que a técnica possibilita, proporciona efeitos diversos, ora mais veementes com traços e formas mais agressivas, como para desenhos mais suaves, como o pontilhismo, por exemplo.

Há várias maneiras de utilizar o nanquim na produção artística, mere-cendo destaque:

SAIBA+ GARCEZ, Lucília e OLIVEIRA, Jô. Explicando arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.

HALLAWELL, Philip. À mão livre 2: técnicas de desenho. São Paulo: Melhoramentos, 2000.

BICO-DE-PENATécnica que, na Antiguidade, tinha como ins-

trumento o bambu ou uma pena de ganso. Atual-mente, temos muitos materiais, como as tradicio-nais penas e as canetas, que são excelentes para trabalhos com pontos. Também importantes são as hachuras, imagens criadas com linhas cruzadas e sobrepostas que possibilitam efeitos, como vo-lume, planos, entre outros.

TéCNICA AGUADAConsiste em utilizar o nanquim como tinta básica,

só que diluindo a tinta com água, procedimento que é a base da técnica da aquarela. A diferença é que na aquarela a tinta não seca tão rapidamente como com o nanquim, que tem um pigmento mais forte, sendo mais adequado quando se deseja realizar trabalhos monocromáticos, principalmente com preto. Vale lembrar que para esta técnica é necessário utilizar um papel com uma gramatura maior (mais grosso) que permita a utilização da água e que não o danifique.

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NA PRÁTICAPara exemplificar essa técnica, utilizaremos um

bico de pena realizado pelo professor universitá-rio e artista plástico Francisco C. Franco, intitulado “Natureza I”.

NATUREZA I Franco – 2004

Bico de pena

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Observe a riqueza de detalhes utilizada na obra a seguir e pergunte aos alunos:

Quais animais aparecem nestas obras?

Quais tipos de plantas você pode ver?

Você pode definir quantos tipos diferentes de flores estão representadas nestas obras?

Qual a figura que mais se destaca?

Quantas cores você vê?

Como o artista mostra os diferentes tipos de texturas?

Você gostaria que a obra fosse colorida?

Quais cores você colocaria? Em quais lugares?

Qual é a temática utilizada na obra?

Imagine um som para essa obra, combine com seus colegas e reproduza-o coletivamente.

Os pássaros e outros animais que aparecem na obra parecem estar em harmonia ou em perigo?

Você pode associar a imagem à letra da música “Passaredo”, de Francis Hime e Chico Buarque do Holanda, que também utiliza inúmeros tipos de pássaros e que poderá desencadear uma pesquisa e uma comparação com a obra. As duas, música e pintura, estão dizendo a mesma coisa? Qual mensagem expressam?

Passaredo

Ei, pintassilgo

Oi, pintaroxo

Melro, uirapuru

Ai, chega-e-vira

Engole-vento

Saíra, inhambu

Foge asa-branca

Vai, patativa

Tordo, tuju, tuim

Xô, tié-sangue

Xô, tié-fogo

Xô, rouxinol sem fim

Some, coleiro

Anda, trigueiro

Te esconde colibri

Voa, macuco

Voa, viúva

Utiariti

Bico calado

Toma cuidado

Que o homem vem aí

O homem vem aí

O homem vem aí

Ei, quero-quero

Oi, tico-tico

Anum, pardal, chapim

Xô, cotovia

Xô, ave-fria

Xô, pescador-martim

Some, rolinha

Anda, andorinha

Te esconde, bem-te-vi

Voa, bicudo

Voa, sanhaço

Vai, juriti

Bico calado

Muito cuidado

Que o homem vem aí

O homem vem aí

O homem vem aí

PASSAREDO

(Francis Hime - Chico Buarque/1975-1976)

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NATUREZA II Franco – 2004

Bico de pena

Francisco C. Franco é professor universitário e artista plástico, já participou de diversas exposições, ilustrou livros e desenvolve seu trabalho artístico, principalmente, com nanquim e tinta óleo.

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A natureza é o foco da temática destas obras e vários são os assuntos que podem ser desencadeados por essas imagens, como por exemplo, a preserva-ção do meio ambiente, os diferentes ecossistemas, os animais presentes no ambiente do qual o aluno faz parte, entre outros.

Dependendo do foco escolhido pelo professor várias atividades podem ser realizadas. Aqui escolhe-remos a temática “pássaros”. Nossa sugestão didá-tica será:

1. Leve as crianças para observar a natureza, sente ao ar livre e, se possível deite com eles sobre um gramado e deixe o ambiente envolvê-los. Peça para que olhem o céu e o seu movimento. Não te-nha pressa, esse momento será muito importante. Ouçam os sons, peça que observem os pássaros que voam, o vento, o colorido das plantas e flores. Per-gunte se eles sentem o cheiro da natureza.

2. Busque focar a visão agora nos passarinhos e borboletas que estão no ambiente.

3. Leve para a sala fotos de diferentes pássaros. Deixe que eles escolham seu preferido e busque com eles informações sobre esse pássaro.

4. Agora é hora de desenhar. Deixe que os alu-nos desenhem todos os pássaros que quiserem. Ofe-reça um sulfite tamanho A4 dividido em quatro partes e peça para que desenhem ocupando bem o espaço.

5. Depois ofereça mais uma folha de papel e peça para que façam um fundo para colocar seus pássaros na mata. Você estará partindo de uma obra em preto e branco e produzindo um trabalho policromático.

Se quiser, pode preservar a intenção do artista e produzir obras em apenas duas cores. Você pode produzir também aves e borboletas e montar um móbile sobre um jardim florido para que eles pare-çam estar voando.

SAIBA+ Você pode encontrar pássaros maravilhosos em uma reportagem disponível na internet sobre os vinte pássaros mais coloridos do mundo. Com o material encontrado no site, fotos e textos, você pode produzir cartões para motivar os alunos e encantá-los com a variedade de possibilidades. O endereço do site é:

http://bocaberta.org

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PÁSSAROS COLORIDOSEste trabalho também pode ser desenvolvido a

partir das obras do artista plástico Victor M. Wuo, valorizando o desenho da plumagem, as cores, a tex-tura, etc. O artista plástico e professor universitário Victor Wuo, especialista em artes e desenhista desde criança, tem seus trabalhos espalhados por diversas partes do mundo.

Victor M. Wuo é artista plástico e professor universitário.

Obras: Victor M. Wuo

Muitas vezes, o nanquim é utilizado para ilus-

trar ou para fazer desenhos a partir de hachuras,

diferentes tipos de traços que definem texturas nas

imagens desenhadas. Você pode sugerir que os

alunos façam um desenho e depois o preencham

com vários tipos de hachuras.

Você pode desenhar com canetas hidrocores

e conseguir belíssimos resultados com hachuras.

Trabalhando com Preto e Branco

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4.2. AS FLORES E O LÁPIS DE CORO lápis de cor é o material mais popular e de fácil acesso na produ-

ção de trabalhos artísticos. No âmbito escolar é uma das técnicas mais exploradas nas aulas de Arte, tendo, no mercado, uma grande varieda-de de materiais com preços diversos. Para o uso escolar, os fabricantes oferecem uma linha mais resistente e macia, que permite ao aluno a realização de trabalhos com efeitos diversos, como luz e sombra, pers-pectiva tonal, entre outros.

Vários artistas utilizaram a técnica do lápis de cor em suas obras, mere-cendo destaque os trabalhos realizados por Cândido Portinari (1903-1957), um dos principais expoentes do modernismo no Brasil. Nos 21 desenhos com lápis de cor que realizou para uma edição do livro “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes, demonstra o potencial expressivo que o lápis de cor possibilita, longe da idéia que muitas pessoas têm que o lápis de cor é um material “menor”, limitado e inexpressivo.

RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS

MISTURA DE CORES – com o lápis de cor podemos misturar as cores sobrepondo-as. Para isso, é preciso trabalhar com uma menor intensidade e força com o lápis, deixando a pintura mais transparente.

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Ana Luiza de Mello Franco - Trabalhos realizados com lápis de cor - sombreado.

SOMBREADO – o efeito de sombreado se consegue trabalhando com a intensidade com que seguramos o lápis, ou seja, quanto mais intenso e forte for nosso traço, maior será o preenchimento do espaço e mais densa será a pintura e, quanto menor for a intensidade, mais transparente ficará o trabalho. Assim, podemos gradativamente partir de uma pintura mais densa para a mais transparente, procedimento que nos proporcionará um efeito de sombreado. Para que consigamos este efeito é recomendável que o lápis esteja bem afiado e seja utilizado lateralmente, com uma leve inclinação.

TRACEJADO & HACHURAS – fazer linhas tracejadas sobrepostas que se cruzam. Essa técnica permite a utilização de variações tonais de uma mesma cor e com cores diferentes. São múltiplas as possibilidades que o tracejado nos permite, pois podemos fazer várias combinações de linhas e cores, sendo que cada uma nos proporciona um efeito diferente.

AGUADA – existem lápis de cor com pigmentos que são solúveis em água, chamados de lápis aquareláveis, que possibilitam transfor-mar os traços em áreas pintadas. Também nessa técnica são múltiplas as possibilidades, podendo mesclar áreas tracejadas com pintadas ou aguadas, entre outros.

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Copo de Leite – Martha Rosinha - Lápis de cor

Utilizaremos como suporte para nossa atividade,

as flores pintadas com lápis de cor da artista plástica

Martha Rosinha. Em seus trabalhos, a artista aplica o

lápis de cor sobre lindas flores, usando como suporte

um papel colorido.

Para trabalhar a mesma técnica e o mesmo tema

com os alunos, o professor poderá partir da obser-

vação do real.

Para dar um enfoque maior à técnica, o profes-

sor poderá mostrar outros artistas que também tra-

balharam com lápis de cor, como Candido Portinari,

Alfredo Volpi, entre outros.

Se o interesse do professor estiver mais volta-

do à temática, ele poderá começar por artistas que

também pintaram flores. Podemos tomar como

exemplo obras de Monet, Djanira Motta e Silva,

Renoir, Van Gogh, Aldemir Martins, entre muitos

outros. Aproveite esta variedade para realizar uma

leitura comparativa, mostrando, principalmente,

que é possível representar artisticamente um mes-

mo elemento de formas diferentes.

O professor poderá levar os alunos a obser-

varem as obras com cuidado, elaborando uma

lista de perguntas que poderiam ser feitas a

partir das imagens. A técnica, a composição, a

disposição dos elementos, as cores e a temática

também devem ser exploradas.

A conversa pode ficar muito mais interessante

se associada às experiências dos alunos, seus gostos

sobre as flores e cores de sua preferência.

O mesmo elemento de fomas diferentes

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O professor poderá pedir para que cada aluno traga uma flor para a sala de aula, que servirá para um exercício de observação, com vista a per-ceber as diferenças e semelhanças entre elas.

O próximo passo deve ser uma observação minuciosa de seus detalhes: percebendo o formato de suas pétalas, como estão dispostas, se têm miolo ou pistilo, suas cores e formas, se apresentam variações tonais, se são mes-cladas ou uniformes, etc.

Agora cada um deve escolher apenas uma flor e levá-la até a sua mesa para desenhá-la. Se a atividade for se prolongar muito, as flores naturais poderão ser substituídas por fotos ou imagens impressas de flores foto-grafadas e ainda não desenhadas pelo aluno. Nesse momento, o professor deverá distribuir um quarto da folha de papel sulfite para que cada um desenhe, ocupando todo o espaço do papel, sua flor, observando cada detalhe e tentando reproduzí-la de acordo com suas forma e cores, utili-zando, para isso, o lápis de cor.

Dependendo da faixa etária dos alunos, o professor poderá, antes de fazer o exercício anterior, mostrar as diferentes formas de experimentar os efeitos do lápis de cor, conforme apresentado acima, utilizando a mistura de cores, o tracejado ou hachuras, a aguada ou o sombreamento; ob-servando as flores da artista e tentando descobrir como ela conseguiu os efeitos em suas obras.

Com os desenhos prontos, o professor poderá pedir para que eles re-cortem e montem uma composição coletiva, que pode ser um jardim ou uma floreira, e completem com outros elementos, utilizando o mesmo procedimento de observar o real, reproduzir dentro de uma proporção es-tipulada e colorir com o lápis de cor. Eles poderão compor o trabalho final com joaninhas, borboletas, besouros ou outros insetos que harmonizem a composição ou que possam fazer parte da ambientação escolhida.

Martha Lucia Cardoso Rosinha é arquiteta e professora universitária, tem diversos trabalhos artísticos em lápis de cor e aquarela.

Ciclame - Martha Rosinha - Lápis de cor

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Recomenda-se aqui que a ambientação, jardim ou floreira, deve ser realizada com a mesma técnica do resto da composição, pois por ser o lápis de cor uma técnica que produz efeitos suaves, se misturada a vasos, floreiras ou outros elementos feitos de recor-tes de E.V.A. ou de outro tipo de tinta, o resultado final pode não ficar plasticamente adequado, pois a pintura das flores se tornará “apagada” pelas cores densas dos outros materiais.

Numa outra atividade com lápis de cor, você po-derá retomar as obras da artista e sugerir atividades individuais com composições de flores organizadas ou observadas em um jardim ou em uma foto, pintando com lápis de cor sobre um papel colorido para ob-servar um novo efeito. A cor do papel pode ser forte, mas não escura. Papéis muito lisos, como o papel es-pelho (dobradura), não propiciam um bom resultado, o melhor seria um papel sulfite mais grosso ou papel canson branco ou colorido, que favorece o trabalho e possibilita excelentes resultados. Você pode experi-mentar papéis diferentes, como o verge ou um pa-pel reciclado. É bom lembrar que antes de iniciar uma nova técnica, não importa qual seja ela, o ideal é sem-pre primeiro experimentar o material e o suporte para descobrir suas possibilidades expressivas.

A partir desta atividade, os alunos terão am-pliado seu repertório visual e perceberão as diver-sas possibilidades para desenhar uma simples flor, desvencilhando-se do estereotipo da tão tradicional “margaridinha” desenhada por todos, inclusive pelo professor.

Atividades de construções tridimensionais de flores, com colagens, assemblage* ou papietagem*, após esta atividade, podem proporcionar experiên-cias interessantes.

SAIBA+ Assemblage – Técnica em que qualquer material pode ser incorporado a uma obra de arte, criando um novo conjunto sem que se perca o sentido original do trabalho.

*Papietagem – técnica de colagem que é uma ramificação do papel machê e consiste em colar papel sobre papel. O papel deve ser rasgado em pequenos pedaços. Sem uso de tesoura para a melhor junção das fibras. Pode ser feita com filtros de café usados, sem excesso de pó e bem secos.

Obra: George R. Gutlich

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4.3. A GRAVURAA gravura é uma prática artística muito antiga e apresenta várias moda-

lidades. Podemos nomear a gravura como uma técnica em que a obra de arte é produzida ou reproduzida a partir de uma matriz. Cada impressão é única em si, a gravura deve ser assinada e numerada, uma a uma, com-pondo assim uma edição restrita diferenciando-se de processos gráficos que têm um grande número de tiragens num processo automático sem a participação do artista.

Após a impressão, cada gravura passa pelo olhar do artista, que irá interferir nos efeitos visuais ou nos tons e cores, se assim achar necessá-rio, podendo até mesmo acrescentar ou eliminar elementos da obra em questão, alterando a matriz para uma nova impressão. No momento em que o artista considera a imagem como pronta, ele determina qual será a quantidade de cópias a serem tiradas. As gravuras editadas são assinadas, numeradas e datadas pelo próprio artista. É comum que a numeração apa-reça na parte inferior esquerda da gravura - 3/50, por exemplo - indica o número do exemplar (3) e o total de cópias que foram produzidas (50).

São várias as modalidades e tipos de gravura ou técnicas distintas de reproduzir uma obra. As mais conhecidas e utilizadas pelos artistas são: Gravura em Metal, Litografia, Xilografia, Linóleo e Serigrafia.

SéRIE: PAIxõES DA ALMAJonathan M. Furuyama

2004 Xilogravura

Você poderá vivenciar o processo de impressão sozinho ou com seus alunos no Museu Lasar Segall, que oferece programas educativos, oficinas, visitas monitoradas e programas para a família. Conheça o museu e os programas que ele oferece gratuitamente no site: www.museusegall.org.br

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GRAVURA EM METAL A técnica do Metal é realizada a partir da “gra-

vação” de uma imagem sobre uma chapa de cobre. Os meios de se obter uma imagem sobre a chapa são muitos, sendo possível desenhar sobre a placa de cobre polida com um instrumento de ponta metálica semelhante a uma agulha, chamada de ponta seca. O procedimento consiste em desenhar com esta ponta seca, produzindo sulcos que irão reter a tinta. A pres-são realizada pela impressão irá transferir o desenho para o papel, sendo necessário o uso de uma prensa.

A gravura em metal também pode ser produzida a partir de banhos de ácido que irão corroer a cha-pa de cobre preparada para recebê-los. Os banhos de ácidos e a ponta seca, muitas vezes são utiliza-dos juntos, produzindo efeitos de textura visuais e de graduações de tonalidades infinitas. Um exemplo é o trabalho realizado por George Gütlich.

LITOGRAFIANa litografia, a matriz é uma pedra litográfica

também polida como o cobre e que deverá receber banhos corrosivos que formarão sulcos para reter a tinta que será impressa no papel. O desenho que formará a imagem é realizado com materiais oleosos, como o lápis litográfico ou tintas à base de óleo espe-cial para esse procedimento.

O processo de gravação na pedra litográfica se dá, primeiramente, através da utilização do mate-rial oleoso, com o qual se elabora a imagem. Este material pode ter várias formas diferentes. Como a pedra é sensível a materiais oleosos, o artista isola as partes que ficarão em branco, sendo que so-mente as partes desenhadas sofreram a ação do ácido. Depois deste procedimento, a pedra recebe-rá a tinta para a gravação, que precisará de uma prensa para sua impressão.

xILOGRAVURA OU xILOGRAFIA A xilogravura é uma técnica de gravura que uti-

liza a madeira como matriz e pode ser impressa manualmente, sendo utilizada desde tempos re-motos na estamparia de tecidos na Índia e para a impressão de orações budistas no Japão e na Chi-na. Na Europa, se tornou mais frequente no final da Idade Média, em meados do século XIV para a impressão de baralhos e imagens sacras.

Começou a ganhar um maior destaque a partir do século XV, sendo utilizada para gravar textos e imagens para a impressão de livros. Neste período, vários artistas adotaram esta técnica com prima-zia, merecendo destaque o artista plástico Albre-cht Dürer (1471-1528), artista nórdico do período renascentista, que adaptou a criação de formas utilizando as hachuras na técnica de gravação na

madeira, procedimento que possibilitava nuances de luz e sombra no trabalho. Dürer é reconheci-do como o primeiro artista que utilizou a gravura como forma de arte maior.

Com a criação dos tipos móveis por Gutemberg, a xilogravura ficou restrita a ilustrações, sendo uma técnica utilizada até os dias atuais por muitos artis-tas, tendo vários expoentes em diversos países. No Brasil, tivemos e, ainda hoje, temos vários gravado-res que deixaram uma produção significativa em xi-logravuras, dentre os quais destacamos as obras de Oswaldo Goeldi e Lasar Segall. A xilogravura também é utilizada na ilustração da Literatura de Cordel.

Você pode conhecer os artistas e visualizar suas obras nos sites:www.pitoresco.com/brasil/goeldi.htmwww.museusegall.org.br

PROCEDIMENTO TÉCNICOPrepara-se a prancha de madeira e transfere-se o

desenho, o que pode ser feito por meio de uma fo-lha de carbono para marcar previamente o desenho e onde serão realizados os cortes na madeira.

Vários materiais podem ser utilizados para abrir sulcos na madeira e realizar o entalhe, mas os instrumentos específicos destinados a essa técnica são as goivas, ferramentas que têm lâminas de di-versos cortes e desenhos. As goivas são utilizadas de acordo com o entalhe e o traço que se deseja realizar. Este material não é adequado para traba-lhos escolares práticos com crianças, por ser muito cortante e pontiagudo.

Ao entalhar a madeira, as áreas cavadas ficarão abaixo do nível das áreas não desbastadas, sendo que estas últimas receberão a tinta no momento da impressão. Assim, a parte entalhada ficará branca e a parte que não foi cavada ficará na cor que o artista escolheu para a impressão de seu trabalho. É mais comumente utilizada a cor preta, proporcionando o contraste entre o branco e preto, uma das principais características desta técnica. Alguns artistas utilizam papéis coloridos para a impressão e escolhem várias cores para suas impressões.

Após a finalização da matriz, espalha-se uma fina camada de tinta com um rolinho de borracha e posi-ciona-se o papel sobre a matriz com a tinta aplicada, pressionando e friccionando o papel, processo que pode ser manual, com uma colher de pau ou outro material liso e sem arestas para não danificar o papel. O papel utilizado para a impressão pode ser vegetal, de seda, de arroz, etc. Em ateliês apropriados para este fim, normalmente, os artistas utilizam prensas para fazer as cópias. Pode-se fazer várias cópias utili-zando-se a mesma matriz.

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SAIBA+Para visualizar o processo de Isoporgravura com detalhes e ilustrações do passo-a-passo desta técnica, você pode acessar o link educativo do Museu Mineiro em: coisasquepodemosfazer.blogspot.com/2008/01/gravura-em-isopor-usada-como-um-recurso.html

Produzir uma xilogravura na escola com crian-

ças pequenas pode não ser uma tarefa recomen-

dável, devido à dificuldade que o material oferece.

Porém, para que eles experimentem a sensação de

reproduzir várias cópias a partir de uma mesma

matriz, podendo interferir no resultado da grava-

ção e nas cores, podemos utilizar uma adaptação

rudimentar do procedimento da xilogravura. Para

isso, trocamos a madeira por uma bandeja de iso-

por, a tinta gráfica por guache e as goivas por pa-

litos ou canetas sem tinta, e a partir daí teremos

produzido uma Isoporgravura. A gravura em isopor

é usada como um recurso artístico e didático que

reconstrói o processo da xilogravura. A partir des-

ta produção, o professor, além de trabalhar com o

procedimento artístico e a criação, poderá também

ampliar seu percurso trabalhando com o nosso fol-

clore, por meio da análise e produção de Cordéis.

O processo consiste em:

Utilize o isopor adequado para esse procedimen-

to, o do tipo prensado, encontrado em bandejas de

frios vendidos em supermercados ou em lojas de em-

balagens. Retire a parte da aba da bandeja, deixando

apenas a superfície plana e lisa.

Desenhe sobre a placa, calcando uma pon-

ta de caneta sem tinta ou um lápis para formar

sulcos profundos, mas que não vazem a bandeja.

Após realizar o desenho, passe tinta guache so-

bre a placa com pincel ou rolinho de espuma. Você

poderá produzir uma gravura monocromática, apli-

cando uma única cor ou poderá aplicar várias cores

realizando uma composição colorida.

Não demore muito para que a tinta não seque,

depois posicione a placa e sobreponha a ela uma folha

de papel. Para que a tinta seja transferida, pressione

delicadamente o verso da folha. Não esfregue para

não deslocar as cores ou manchar os traços realizados.

Se o resultado não for satisfatório, o aluno po-

derá lavar a placa e retrabalhar os traços ou ampliar

os detalhes do desenho, assim como os gravadores

fazem em suas obras. Se o resultado agradar, nova-

mente é só lavar a placa, aplicar a tinta e imprimir

quantas cópias desejar.

Folclore e produção de Cordéis

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MONOTIPIA E NANQUIM - KÁTIA C DE MELLO FRANCO - MATRIZ

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63Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

No exemplo abaixo, realizado

por Kátia C. de Mello Franco, além

da impressão da monotipia, foi

aplicado após a secagem detalhes

com nanquim.

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LINóLEOEsta técnica assemelha-se ao entalhe da Xi-

logravura, porém no lugar da madeira para pro-duzir a matriz é utilizado um material sintético - placas de borracha, chamadas “linóleo”. O res-tante do procedimento é idêntico à xilogravura. Esta técnica foi muito utilizada por artistas mo-dernos, como Picasso, por exemplo.

Abaixo, para ilustrar o processo, você pode ob-servar a gravura, realizada por Kátia C. de Mello Fran-co a partir da sobreposição de matrizes de linóleo, em que foram aplicadas diferentes cores. Imagens como esta que não se relacionam com a realidade, ou seja, não-figurativas, também podem ser apreciadas e contempladas em processos de leitura de imagens. A seguir, exemplificamos uma atividade nessa perspectiva.

Observe a obra e responda:

Qual tipo de sensação a imagem causa?

Quais cores aparecem na obra?

As cores são de uma mesma tonalidade ou apresentam efeitos de claro e escuro?

As cores estão isoladas ou sobrepostas?

Você observa algum ponto de luminosidade na imagem?

Você consegue lembrar de alguma coisa quando a vê?

Existe alguma figura na imagem?

Alguém pode estar ali?

Se você pudesse acrescentar alguma coisa na imagem, o que colocaria?

Que história você inventaria a partir desta imagem?

Você já viu algo parecido com esta imagem?Kátia C. Mello Franco

Vento - 2006 – Linóleo

A partir da observação da imagem, pode ser

sugerido que os alunos produzam carimbos com

o desbaste de alguma estrutura, como a de uma

borracha, uma esponja de espuma, um legume ou

uma superfície de isopor. Após esse procedimento,

elabore uma composição em que sobreponham

sua produção, carimbando/imprimindo com a ma-

triz em diferentes posições, entintada com guache

de diferentes cores. Vale lembrar que a cada im-

pressão e troca de cor, a matriz precisa ser limpa.

Carimbos

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MONOTIPIAOutro tipo de gravura realizada pelos artistas é a monotipia, que

pode ser adaptada para experiências artísticas com alunos. A monotipia é uma técnica muito simples, que consiste em reproduzir um desenho ou uma mancha de cor em uma única cópia, daí vem o seu nome mo-notipia.

Na monotipia não é possível, como nas outras técnicas de gravu-ra, interferir sobre o resultando da impressão, modificando a matriz. A modificação cria um novo resultado, mas impossível de ser reproduzido inúmeras vezes. Assim, seu resultado é sempre único e, muitas vezes, surpreendente, pois na sua passagem para o papel as cores e os efeitos se misturam, criando formas, muitas vezes, imprevisíveis.

O artista plástico Jonathan M. Furuyama produziu uma série intitulada “Paixões da Alma”(como podemos ver na página 59), decorrente de estudos realizados desde 2004, em que produziu monotipias, que, segundo ele, fazem parte de um estudo sobre os temperamentos humanos. Estas monotipias foram desenvolvi-das a partir de uma prancha de vidro plana coberta com uma fina camada de tinta gráfica. A folha de papel foi colocada sobre essa camada de tinta e por meio de pressões sobre o papel, a tinta foi transferida, revelando assim a imagem.

Kátia C. Mello Franco é professora universitária, como artista plástica realiza trabalhos em gravura e aquarela e já participou de exposição e salões de arte. principalmente, com nanquim e tinta óleo.

Como o artista utiliza uma única cor, o profes-

sor pode oferecer aos alunos carbono e sulfite. O

processo se inicia colocando o carbono entre duas

folhas de sulfite. O aluno deverá desenhar sobre o

verso de uma das folhas e o desenho sairá na outra.

Para uma experiência colorida, o carbono

pode ser substituído por uma folha pintada com

giz de cera. Para isso, cubra toda a superfície de

uma folha de sulfite com uma camada bem grossa

de giz de cera, variando de cor em determina-

dos espaços, que podem ser manchas ou listas,

desde que não fique nenhum espaço em branco.

Posicione uma folha de sulfite, coloque a folha

pintada voltada para o sulfite e desenhe no verso

da pintura. O desenho será transferido/impresso

na folha que está embaixo com efeitos das cores

que foram trabalhadas anteriormente.

A monotipia também pode ser feita sobre outros

suportes, um deles e que permite a pesquisa artística

na escola é a monotipia realizada sobre o plástico. Aqui

apresentamos um roteiro para orientar a atividade:

• O primeiro passo é realizar o desenho no tama-

nho desejado e sobre ele deve ser colocado um

papel celofane amassado e novamente esticado;

• Depois a tinta deve ser distribuída sobre a superfí-

cie plástica;

• Antes da secagem, é necessário sobrepor o pa-

pel para onde a imagem será transferida lembrando

que a imagem ficará posicionada de forma inversa.

Monotipia, giz de cera e plástico

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4.4. BRINQUEDOS COLORIDOSO artista plástico George R. Gutlich tem, entre

seus inúmeros trabalhos, uma série chamada “Brin-quedos”. Selecionamos alguns da série para ativida-des sobre brinquedos coloridos. Primeiro, você ob-servará uma gravura em metal realizada pelo artista e depois, duas outras obras realizadas na técnica de pintura a óleo.

GRAVURA – GEORGE GUTLICHAqui, daremos um enfoque na questão dos

brinquedos como elementos do cotidiano, bus-cando uma abordagem relacionada à leitura de imagem voltada à cultura visual. A partir da obser-vação das obras, o professor poderá fazer os seguin-tes questionamentos e propor atividades:

Em sua casa existem brinquedos? Onde eles ficam? Qual é o seu preferido?

Quais tipos de brinquedos você mais tem? Existem brinquedos na sua casa que não são seus? De quem são? Como eles são?

Descreva os brinquedos que você vê nas obras de George Gütlich? Voce já brincou com algum deles?

Por que você acha que eles foram desenhados assim?

O artista utiliza efeitos de luz e sombra? Como você observa isso?

Como foram distribuídas as cores?

Quais as semelhanças e diferenças você pode observar entre os brinquedos que você conhece e os que você observa nas obras do artista?

Os brinquedos de hoje são iguais aos que o artista pintou?

Todos os elementos que aparecem nas obras são brinquedos?

É possível imaginar de quem são estes brinquedos? Será que eles existem até hoje?

Você gostaria de brincar com eles? Por quê? Que tipo de brincadeira você inventaria para utilizá-los?

Existem brinquedos que são só para meninas ou só para meninos? Quem determina isso? Menino pode brincar de boneca? E menina pode brincar de bola?

Apenas as crianças brincam? Do que os adultos brincam?

Será que todas as crianças do mundo brincam? Como serão os brinquedos de outros povos e de outras épocas?

Pergunte a seus pais ou avós do que eles brincavam e como eram feitos seus brinquedos?

O artista não coloca nenhuma figura humana em suas obras, quem você colocaria ali brincando?

O que se pode criar com base nas imagens acima?

É possível inventar histórias para cada uma, criar personagens que possam brincar com estes brinquedos?

George R. Gutlich artista plástico, pintor e professor universitário, já participou de exposições e salões de arte em várias partes do mundo. É possível encontrar mais informações sobre o artista no endereço: www.iar.unicamp.br/galeria/george_gutlich

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O professor pode sugerir que os alunos escrevam, desenhem, dramati-zem, dancem, modelem uma cena dessa história.

Peça para que os alunos tragam para a sala de aula seus brinquedos, depois organize com eles composições com agrupamentos de diferentes brinquedos e peça para que eles desenhem como o artista fez, colocan-do os brinquedos como foco, distribuindo as figuras pelo papel. Como a técnica que o artista utiliza é a de pintura a óleo e este material não é apropriado para as atividades escolares por conter componentes tóxicos, a tinta deve ser substituída pelo guache ou pela tinta acrílica que são solúveis em água. Deixe que desenhem em papéis grandes. Será uma experiência agradável. Eles poderão desenhar também de memória um dos brinquedos que eles não têm mais e que gostariam de registrar.

Essa atividade pode desencadear o processo de resgate às brincadeiras tradicionais de nossa cultura de diversas épocas, sendo que o professor pode pesquisar e trazer para sala de aula propostas de brincadeiras e brin-quedos que possam ser experimentados por todos ou solicitar aos alunos que pesquisem com alguma pessoa de sua família uma brincadeira dife-rente, que eles ainda não conhecem para que possam aprender e ensinar aos seus colegas.

Outra sugestão é fazer com que as crianças construam seus próprios brinquedos, a internet oferece diversos modelos feitos com papel ou sucata, mas o interessante mesmo é deixar que os alunos inventem e criem brinque-dos com materiais inusitados e com utilizações diferentes para o seu uso.

Vários artistas já pintaram brinquedos e brincadeiras, entre eles Brue-guel, Milton Dacosta e Portinari, sendo que este último conta em sua obra com séries de diversas representações de crianças brincando, todas dispo-níveis no site www.portinari.org.br

SéRIE BRINQUEDOS - GEORGE R. GUTLICH

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SéRIE BRINQUEDOS - GEORGE R. GUTLICH - óLEO SOBRE TELA

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4.5. PRESERVAR PARALEMBRAR SEMPRE

EDIFÍCIOS

PARTE I - HISTóRIA DA MINHA ESCOLA E SEU ENTORNO

• Entregue um quebra-cabeça com a foto da facha-da da escola e peça para que cada grupo monte o seu. Para a produção do quebra-cabeça: é im-portante que as fotos sejam de diferentes ângulos (frente, lateral direita e esquerda, de baixo...), re-produzidas em papel fotográfico ou papel sulfite 40g e coladas em papel cartão para, então, serem recortadas em forma de quebra-cabeça.

• Após a montagem, os alunos deverão reconhecer e fazer comentários a respeito da foto.

• Conte um pouco da história da escola: sobre sua fundação, a pessoa que dá nome a escola (patro-no), os primeiros alunos. Se houver documentos históricos sobre a escola, tais como: informativos, fotos, registro de antigos alunos; mostre aos alu-nos e fale sobre a importância de se preservar a história.

• Em seguida, os grupos deverão se posicionar no local de onde provavelmente foram tiradas as fo-tos e lá farão um desenho do que estão obser-vando, o que pode ser desenvolvido por meio da técnica de lápis de cor ou do giz de cera. Dirija as observações para as cores, linhas e formas.

• Para encerrar, monte um painel com a história da escola: fotos antigas e atuais e os desenhos dos alunos.

PARTE II – PATRIMôNIOPara montar esta atividade, poderão ser utiliza-

das as reproduções deste livro. Seguem como suges-tões: Convento e Igreja da Ordem Primeira e Terceira do Carmo, Casarão do Chá, Arquivo Histórico e Bi-blioteca Pública Municipal, Escola Estadual Coronel Almeida, Igreja Matriz Nossa Senhora de Sant’Anna, Igreja São Benedito, Comando de Policiamento da Área Metropolitana – CPAM/12, Capela Santo Al-berto, Capela de São Sebastião, Casarão do Carmo, Corporação Musical Santa Cecília, Museu Histórico Profª Guiomar Pinheiro Franco, Theatro Vasques.

• Entregue aos alunos reproduções dos diferentes edifícios históricos que temos em Mogi das Cruzes.

• Cada grupo receberá um conjunto contendo cer-ca de 13 fotos para observar e dizer se conhecem ou já foram em algum destes locais.

• Cada grupo escolherá uma das fotos com que mais se identificou e o professor contará a histó-ria do edifício. Comente que estes edifícios tam-bém têm uma história, assim, como a escola.

• Faça uma pesquisa antecipada sobre a história do bairro em que está localizada a escola.

• Pergunte aos alunos se no bairro tem algum edi-fício que eles consideram importante e peça uma pesquisa. A pesquisa individual, acompanhada de desenhos, também fará parte do painel da escola e de seu entorno.

• Comente que só é possível contar todas estas histórias porque alguém ainda se lembra delas ou porque um dia alguém achou importante es-crever e guardá-las em algum lugar, num livro, num documento, em fotos, etc. Isso faz com que outras gerações possam ter acesso um dia, assim como eles.

• Mostre uma foto ampliada, por exemplo, a da casa da Profª Guiomar Pinheiro Franco, conte sua história, sua importância enquanto edificação e que hoje esta casa se tornou um Museu Histórico. Um local onde se guarda muitas histórias da famí-lia que ali morou e que faz parte da nossa cidade.

• Explique para as crianças o que é o Museu e que existem diferentes tipos de museus, que variam de acordo com seu acervo.

“O museu é uma instituição permanente, aberta ao público, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, que adquire, conserva, pesquisa, expõe e divulga as evidências materiais, os bens representativos do homem e da natureza, com a finalidade de promover o conhecimento, a educação, o lazer”ICOM –Conselho Internacional de Museus

SAIBA+ Para encontrar as fotos antigas você poderá consultar:

- Livro “Memória Fotográfica de Mogi das Cruzes”, de Isaac Grinberg. Editora Ex Libris: São Paulo, 1986.

- Departamento Histórico da Prefeitura de Mogi das Cruzes.

- Site do COMPHAP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Paisagístico de Mogi das Cruzes). www.comphap.pmmc.com.br

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PARTE III – O PATRIMôNIO ONTEM E HOJE

• Peça aos alunos que tragam fotos antigas e atuais de sua casa ou textos em que seus familiares des-crevam como era sua casa.

• Monte um grande painel com estas fotos e, junto com os alunos, observe todas as mudanças que ocorreram com o passar dos anos (cor, linha, am-pliação ou redução na construção, novos elemen-tos no entorno da casa, poluição visual, etc).

• Em seguida, apresente os mesmos conjuntos de fotos anteriores dos edifícios históricos de Mogi das Cruzes, mais um conjunto com fotos anti-gas dos mesmos edifícios e peça para que eles coloquem lado a lado. Comente que nem sem-pre estes edifícios foram assim. Com o passar dos anos e pela ação do homem, a paisagem vai se modificando.

• Com a ajuda dos alunos, monte um painel do “antes e depois” com um dos conjuntos de fotos para que observem o que mudou na cidade, as-sim como em sua casa (ou na escola).

• Relacione todas as mudanças.

• Aproveite para falar sobre a importância da pre-servação dos prédios, não pichar, não escrever nas paredes ou sujar. As mudanças podem e de-vem acontecer, mas com responsabilidade.

MONUMENTOS

PARTE IV – OS OBJETOS E MONUMENTOS QUE CONTAM HISTóRIAS

Os monumentos públicos expostos pela cidade também estão relacionados à memória e ao patrimô-nio. Foram criados em homenagem a alguém ilustre ou para comemorar um fato histórico cultural impor-tante para a comunidade.

Dia 18 de abril é o Dia Internacional dos Mo-numentos e Sítios. Esta data, criada pelo ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios) e aprovada pela UNESCO, tem como objetivo valorizar os monumentos e sítios arqueológicos nas cidades e bairros históricos.

• Comente com os alunos que os objetos também contam uma história. Encontre na escola algum objeto que tenha uma história relacionada à sua fundação: objetos de antigos professores, primei-ro diário de classe, primeiros documentos, uma mesa ou cadeira significativa, etc.

• Mostre o objeto aos alunos e levante alguns questionamentos, desde o tipo de material que foi utilizado para a confecção, passando para sua utilização prática até chegar ao valor sentimental de memória e histórico. Eles, individualmente ou coletivamente, deverão registrar tudo o que foi observado.

• Após o registro das observações, conte a história de cada um deles e a importância de se preservar para que possamos lembrar sempre.

• Peça aos alunos que tragam de casa um objeto que pertença a ele ou da família que tenha uma história. Quem se sentir a vontade poderá contar o significado de seu objeto, começando pelo pro-fessor.

• Explique que, também para marcar um aconteci-mento ou homenagear pessoas, são produzidos objetos, só que neste caso muitas vezes são bem maiores. Como por exemplo, as placas comemo-rativas e os monumentos.

• Junto com os alunos procure pela escola a placa de sua fundação. Observe o texto, se há outros recursos visuais, como imagens, material com que foi produzido, formas, cores, etc.

• Apresente aos alunos as fotos de alguns monu-mentos públicos existentes na cidade. Como suges-tão citamos os seguintes monumentos: Aviador, Bandeirante, Expedicionário, Imigrante Japo-nês, Mãe Grávida, Obelisco e Pirâmide Humana.

Agora, os alunos deverão pensar em possí-

veis modificações para os edifícios e seu entorno.

Entregue para cada dupla uma cópia em preto e

branco de uma das fachadas dos edifícios na qual

deverão interferir com recorte e colagem sobre um

novo fundo também por eles elaborado.

Modificações

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CONHEÇA ALGUNS MONUMENTOS E EDIFÍCIOS HISTÓRICOS EM MOGI DAS CRUZES

CONVENTO E IGREJA DA ORDEM PRIMEIRA DO CARMO E IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DO CARMOA igreja da Ordem Terceira, construída no fim do século XVII, tem seu forro pintado em estilo barroco paulista, de autor desconhecido e possui um belo retábulo em madeira entalhada no estilo Barroco-Rococó. O forro da nave possui primorosas pinturas ilusionistas no estilo das igrejas barroco-mineiras e a pintura do forro da sacristia com detalhes de influência asiática. Ambas as igrejas foram tombadas e restauradas pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). As igrejas tiveram as obras de restauro iniciadas na década de 70 com a colaboração da Prefeitura, e foram concluídas em 1984.

Rua São João, s/nº - Largo do Carmo - Centro Histórico

PARTE V - VISITA

• Agende uma visita orientada ao Museu e aprovei-te para passar pelos prédios históricos e monu-mentos trabalhados em aula.

• Lembre-se de levar as fotos que foram trabalha-das em sala de aula para a identificação no local.

• Para uma visita educativa eficiente é preciso tomar alguns cuidados. É necessário fazer um trabalho antes, durante e após a visita, para que a mesma não se torne apenas uma excur-são ou passeio. Apesar da aula externa ser mui-to lúdica, esta deverá estar sempre associada ao trabalho em sala de aula para que ocorra a sistematização e a construção do conhecimen-to. Os alunos deverão ser preparados sobre o local a ser visitado e, durante o percurso, de-verão ser motivados a questionar e levantar hipóteses sobre o que está sendo observado e apresentado. A proposta não pode ser encer-rada no local. Ao retornarem para a escola, é necessário avaliar o que foi aprendido e trans-formar todo esse novo conhecimento em uma nova produção, que poderá ser feita por meio de diferentes textos. Nesse caso, sugerimos um de-poimento por escrito sobre o que aprenderam, acompanhado de uma representação plástica.

• Este depoimento e a representação plástica pode-rão compor um grande painel.

Após a apreciação estética, conte a história e

o significado de cada um dos monumentos.

Explique o que é um monumento e peça que

eles criem um em escala menor em homenagem

ou comemoração a algum momento ou pessoa.

Para a composição tridimensional, sugerimos

materiais como argila, sucata, caixas. Lembrando

que após a confecção do monumento, deverá ser

feito o acabamento pensando em texturas e cores

que seriam significativas ao tema.

Ao terminarem, os alunos deverão dar nome a

sua criação. Monte uma exposição na sala com as

fotos dos monumentos da cidade e peça para que

eles contem aos demais colegas da sala, a história

sobre seus mini-monumentos.

Significado

Cristina Noguerol

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IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DE SANT’ANNAA Igreja Matriz de Nossa Senhora Sant’Anna marca o Centro Histórico inicial da cidade de Mogi das Cruzes. Construída no mesmo local da primeira capela do povoamento, a atual Igreja Matriz de Nossa Senhora de Sant’Anna data de 1952 e foi idealizada pelo Monsenhor Roque Pinto de Barros, vigário da Paróquia. O projeto inspirado na arquitetura romana dos primeiros templos cristãos compõe-se de uma nave principal ladeada por duas torres. O adro externo é formado por um conjunto de três pórticos em arco.

Praça Cel. Benedito de Almeida, s/n.º, Centro Histórico

IGREJA SÃO BENEDITO SANTUÁRIO DO SENHORBOM JESUS DE MATOSINHOS

Construída em taipa de pilão e taipa de mão no final do século XVIII e início do XIX. Conhecida pelo nome de Igreja São Benedito devido a imagem do

santo existente em seu interior, é uma típica igreja colonial brasileira. No altar-mor possui uma imagem do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, esculpida em

madeira, datada da construção da Igreja.

Rua Dr. Ricardo Vilela, s/n.º - Largo Bom Jesus, Centro Histórico

CASARÃO DO CHÁ Edifício representativo da imigração japonesa no Brasil, o Casarão do Chá foi construído todo em madeira com paredes em taipa de bambu e sem pregos, seguindo as técnicas japonesas. A obra, de autoria de Kazuo Hanaoka, datado de 1942, abrigava uma fábrica de chá. Em 1985, foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional.

Estrada do Nagao, Km 3 - acesso pelo Km 10 da Estrada Mogi-Salesópolis - Cocuera

Fotos: Cristina Noguerol

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ARQUIVO HISTóRICO E BIBLIOTECAPÚBLICA MUNICIPALConstruído em 1860 em estilo neoclássico, sediou a Câmara Municipal até 1929. A obra edificada pelo construtor Veríssimo Afonso Fernandes atualmente sedia o Arquivo Histórico “Historiador Isaac Grinberg” e a Biblioteca Pública Municipal “Benedicto Sérvulo de Sant’Anna”.

Rua Coronel Souza Franco, n.º 993, Centro Histórico

E.E. CEL. BENEDITO DE ALMEIDAConstruído em 1901, projeto de autoria do arquiteto José Van Humbeeck, seu prédio faz parte de um conjunto de projetos implantados em 5 municípios do Estado de São Paulo. É o único representante da Arquitetura Escolar Paulista do início do século XX em nossa cidade, tendo sofrido acréscimo apenas do pátio coberto e sanitários em sua parte externa. O prédio foi tombado em 2002 pelo Conselho do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT). Atualmente, a escola oferece Ensino Fundamental (1ª a 4ª série).

Rua Dr. Paulo Frontin, 240, Centro Histórico

Fotos: Cristina Noguerol

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17º BATALHÃO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULOConstruído em 1900, revela as características da arquitetura do Brasil República, com amplas janelas, molduras, frontão e muros. Abrigava o Fórum na parte superior e a Cadeia Pública na parte inferior. Hoje é a sede do 17º Batalhão da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Rua Coronel Souza Franco, n.º 1010, Centro Histórico

CAPELA DE SANTO ALBERTO

Situada na Serra do Itapeti, existem divergências quanto a data de construção da capela.

Existem referências que situam sua construção no século XVII,

por volta de 1611. Faz parte (com pequenas variações)

de um grupo de capelas rudimentares do período

colonial, construídas entre os séculos XVII e XVIII que se

caracterizam por apresentarem a capela-mor e a nave num

mesmo corpo de construção, dividido em partes por um

arco-cruzeiro.

Estrada Santo Antonio, 280, Lambari

CASARÃO DO CARMOEsta construção do século XIX, em estilo colonial de taipa de pilão e taipa de mão, tinha o objetivo de servir como residência à família Bourroul. A partir dos anos 30, o Casarão abrigou diversas atividades, chegando a servir como velório municipal.

Rua José Bonifácio, n.º 516, Largo do Carmo, Centro Histórico

Fotos: Cristina Noguerol

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CORPORAÇÃO MUSICAL SANTA CECÍLIAEdifício em Estilo Eclético, construído em 1933, para abrigar a Corporação Musical Santa Cecília, fundada em 22 de novembro de 1926.

Rua Dr. Corrêa, n.º 522, Largo do Carmo, Centro Histórico

MÃE GRÁVIDAMonumento, popularmente conhecido como “Mãe Grávida”, é uma obra de Manabu Mabe, um dos mais importantes artistas plásticos do mundo. Foi inaugurado em 1969 para comemorar o cinquentenário da Imigração Japonesa.

Sociedade dos Agricultores de Cocuera - Estrada Mogi-Salesópolis, km 9 - Cocuera

CAPELA DE SÃO SEBASTIÃODedicada a São Sebastião, a Capela foi edificada em memória ao escravo Sebastião, enforcado em 1839 por agredir seu senhor. Construída em 1902, a capela guarda em seu interior uma cruz erguida originalmente para guardar a lembrança deste triste episódio.

Rua Dr. Antonio Cândido Vieira, s/n.º, Centro Histórico

Ney Sarmento

Fotos: Cristina Noguerol

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MUSEU HISTóRICO“PROFª. GUIOMAR PINHEIRO FRANCO”Único exemplar remanescente de casa assobradada em estilo colonial da cidade, construída, provavelmente, na segunda metade do século XVIII. É caracterizado como uma típica construção paulista, tanto pelos materiais empregados, quanto pelo seu estilo. Neste tipo de construção, geralmente, no térreo se instalava um comércio, e a residência ocupava apenas o pavimento superior

A partir de 2002, através de convênio com a administração municipal, a residência passou a receber a denominação de Museu Histórico “Profa. Guiomar Pinheiro Franco”, nome de sua última moradora.

Rua José Bonifácio, n.º 202, Centro Histórico

THEATRO VASQUESInaugurado em 1902, como teatro, acabou abrigando a Câmara Municipal em duas oportunidades, a primeira de 1936 a 1937, quando foi fechado pelo Estado Novo, e a segunda a partir de 1948. Em 1980, o edifício passou por uma reforma e foi reinaugurado como Teatro Municipal “Paschoal Carlos Magno”. Em 2002, após nova reforma, o Teatro voltou a se chamar “Theatro Vasques”.

Rua Dr. Corrêa, nº 515 - Largo do Carmo, Centro Histórico

Cristina Noguerol

Ney Sarmento

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ExPEDICIONÁRIOHomenagem de Mogi das Cruzes aos seus heróis integrantes da Força Expedicionária Brasileira - FEB, que participaram da 2ª Guerra Mundial

Erguido originalmente na Praça Oswaldo Cruz, no ano de 1955. O monumento contém os seguintes dizeres: “Mogi das Cruzes - Aos seus heróis”.

Rua Olegário Paiva, Shangai

AVIADORMonumento inaugurado no

dia 06 de fevereiro de 1949, em homenagem aos aviadores

Joaquim Frederico Mulheise e Wilson Abreu, vítimas do acidente aéreo ocorrido no

dia 1º de setembro de 1948, aniversário da cidade. Os jovens

participavam da solenidade jogando papéis picados e flores

sobre a multidão que participava das comemorações quando o

motor do avião sofreu uma pane e caiu. Há uma placa de bronze

com os seguintes dizeres: “Cumprimos o nosso dever -

Joaquim J. F. Mulheise e Wilson A. Abreu + 01/09/1949”, e a

reprodução, também em bronze, da hélice partida do avião.

Rua Dr. Corrêa - Largo Bom Jesus, Centro Histórico

BANDEIRANTEO monumento que retrata o Bandeirante Gaspar Vaz, fundador da Vila de Sant’Ana das Cruzes de Mogi-Mirim é de autoria do artista plástico Belini Romano, e foi doado pela Aços Vilares em comemoração aos 40 anos do funcionamento da empresa na cidade. Está localizado na rodovia Mogi-Dutra, bem na entrada da cidade. A escultura,confeccionada em aço inoxidável, tem 13 metros altura e 5 de largura, pesa 3 toneladas.

Rodovia Mogi-Dutra, Jd. Aracy

Fotos: Cristina Noguerol

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OBELISCOSitua-se no primitivo local do primeiro povoamento da Vila de Sant’Anna das Cruzes de Mogy Mirim. Foi inaugurado em 1º de setembro de 1935 na primeira comemoração oficial ao aniversário de Mogi das Cruzes. O local que pode ser considerado como “marco-zero” da cidade.

Praça Coronel Almeida - Centro Histórico

PIRâMIDE HUMANAObra do artista Lúcio Bittencourt, esculpida em aço inox, representa a união dos povos, formadores da cidade. Com mais de 5 metros de altura, pesando aproximadamente 2 toneladas, foi doada ao município pelo Grupo Samed.

Av. Vereador Narciso Yague Guimarães, Jd. Santista

IMIGRANTE JAPONÊSErguido para perpetuar o início da imigração japonesa no Brasil, foi inaugurado no dia 07 de setembro de 1969, ano em que se comemorou o 50º aniversário da imigração.

Obra do artista mogiano Antônio Josephus Maria Van de Wiel, representa a população imigrante que se dedica ao setor de agricultura no município. A mulher carrega uma criança nas costas e o homem com a enxada no ombro. A Praça foi remodelada seguindo o estilo oriental.

Praça dos Imigrantes, Jd. Santista

Maria Cristina Noguerol Catalan, mestre em artes pela ECA USP e professora universitária.

Fotos: Cristina Noguerol

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