cap.8 - forcas, materiais e dispositivos magneticos

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Escola Politécnica de Pernambuco - Notas de aula de Eletromagnetismo 2 – Prof. Helder A. Pereira FORÇAS, MATERIAIS E DISPOSITIVOS MAGNÉTICOS - TÓPICOS DAS AULAS - 1. Forças devido aos campos magnéticos. 2. Torque e momento magnéticos. 3. Dipolo magnético. 4. Magnetização em materiais. 5. Classificação dos materiais magnéticos. 6. Condições de fronteira magnéticas. 7. Indutores e indutâncias. 8. Energia magnética. 9. Circuitos magnéticos.

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Page 1: Cap.8 - Forcas, Materiais e Dispositivos Magneticos

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FORÇAS, MATERIAIS E DISPOSITIVOS MAGNÉTICOS

- TÓPICOS DAS AULAS -

1. Forças devido aos campos magnéticos.

2. Torque e momento magnéticos.

3. Dipolo magnético.

4. Magnetização em materiais.

5. Classificação dos materiais magnéticos.

6. Condições de fronteira magnéticas.

7. Indutores e indutâncias.

8. Energia magnética.

9. Circuitos magnéticos.

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Forças devido aos campos magnéticos

• Há pelo menos três maneiras da força provocada por campos

magnéticos se manifestar:

1. Movimento de partículas carregadas submetidas a um

campo magnético externo.

2. Presença de um elemento de corrente em um campo

magnético externo.

3. Interação entre dois elementos de corrente.

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1. Força sobre partícula carregada:

– Um campo magnético pode exercer força somente sobre uma

carga em movimento.

– Desse modo, a força magnética experimentada por uma

carga Q em movimento, com velocidade u em um campo

magnético B, é dada por

sendo perpendicular à direção da velocidade e à do campo

magnético, portanto, não realiza trabalho.

×=

→→→

BuQFm

0m =⋅→→

ldF

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– Para uma carga Q em movimento, na presença de um campo

elétrico e de um campo magnético simultaneamente, a força

total sobre a carga é dada por

×+=

×+=+=

→→→→

→→→→→→

BuEQF

BuQEQFFF me

Equação da força de Lorentz

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2. Força sobre um elemento de corrente:

– Para determinarmos a força sobre um elemento de corrente

Idl, devido a um campo magnético externo B, partimos das

seguintes expressões

– Uma carga elementar dQ, se movimentando com uma

velocidade u, é equivalente a um elemento de corrente de

condução Idl.

×=

===

→→→

→→

→→

BuQF

udQdt

lddQld

dt

dQlId

m

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– Portanto, temos que

caso a corrente I percorra um caminho fechado L, ou um circuito.

– Devemos ter em mente que o campo magnético produzido pelo elemento de corrente Idl não exerce força sobre ele mesmo.

– O campo B, que exerce força sobre Idl, deve ser gerado por um outro elemento, ou seja, B é externo ao elemento de corrente Idl.

∫→→→

→→→→→

×=

×=

×=

LBlIdF

BlIdBudQFd

m

m

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– Se, ao invés do elemento de corrente em uma linha (Idl), tivermos elementos de corrente em uma superfície (KdS) ou

em um volume (Jdv), temos que

→→→

→→→

×=

×=

BdvJFd

BdSKFd

m

m

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3. Força entre dois elementos de corrente:

– De acordo com a lei de Biot-Savart, ambos os elementos de

corrente geram campos magnéticos.

– Dessa forma, podemos determinar a força d(dF1) sobre o

elemento I1dl1 devido ao campo dB2, gerado pelo elemento de

corrente I2dl2.

Figura 1

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– Dessa forma, as densidades de fluxo magnético geradas

pelos elementos de correntes são dadas por

– Portanto, as forças exercidas pelos campos externos nos

elementos de corrente são dadas por

03

21

2122203

21

21111

4e

πµ

π R

RldIBd

R

RldIBd

→→→

→→→ ×

−=

∫∫→→

→→→

→→

→→→

×=×=

×=×=

211222121112

1222121112

e

e

LLBldIFBldIF

BldIFdBldIFd

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– Substituindo as expressões dos campos magnéticos externos

obtemos

2112

3

21

2121

21021

3

21

2121

21012

1 2

1 2

4

4

→→→

→→→

−=

××

−=

××

=

∫ ∫

∫ ∫

FF

R

RldldII

F

R

RldldII

F

L L

L L

πµ

πµ

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Exercícios

1. Uma partícula carregada de massa 1 kg e carga 2 C, parte da

origem, com velocidade inicial zero, em uma região onde

E=3âz V/m. Determine:

a) A força sobre a partícula.

b) O tempo que a partícula leva para alcançar o ponto

P (0, 0, 12).

c) A velocidade e a aceleração da partícula em P.

d) A energia cinética da partícula em P.

2. Uma partícula carregada se move com uma velocidade uniforme

4âx m/s em uma região onde E=20ây V/m e B=B0âz Wb/m².

Determine B0 tal que a velocidade da partícula permaneça

constante.

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Exercício

3. Uma espira retangular, percorrida por uma corrente I2, é

colocada paralelamente a um fio infinitamente longo, percorrido

por uma corrente I1, como mostrado na figura 2. Determine:

a) A expressão da força sobre a espira.

b) A força sobre o fio infinitamente longo,

se I1=10 A, I2=5 A, ρ0=20 cm, a=10 cm e

b=30 cm.

Figura 2

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Torque e momento magnéticos

• Tendo considerado a força sobre uma espira de corrente em um

campo magnético, podemos determinar o torque sobre ela.

• Se a espira for colocada paralelamente a um campo magnético,

ela sofre uma força que tende a girá-la.

• O torque T, ou momento mecânico de força sobre a espira, é o

produto vetorial entre a força F e o braço de alavanca r, ou seja,

onde a unidade do torque é dada em Newton-metro.

→→→

×= FrT

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• Considerando uma espira retangular, de comprimento l e largura

w, submetida a um campo magnético uniforme, temos

Figura 3

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• Ou seja, nenhuma força é exercida na espira como um todo.

• Entretanto, Fo e -Fo agem em diferentes pontos sobre a espira e,

com isso, geram um conjugado.

( ) ( ) ( ) ( )

0yoyoyxyx

14

xxz

32

xxz

=−=−=

×−×=

×=

∫∫

−−

→→→

âFâFâIlBâIlB

âBIdzââBIdzâ

BlIdF

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• Se a normal ao plano da espira faz um ângulo α com B, o torque

sobre a espira é dado por

Figura 4

ααα sensenseno BISBIlwwFT ===→→

S = l w => Representa a

área da espira.

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• Definimos

como o momento dipolo magnético da espira em A m².

• O momento dipolo magnético é o produto entre a corrente e a

área da espira. Sua direção é perpendicular à espira.

• Dessa forma, temos que

nISâm =→

→→→

×= BmT

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• Essa expressão é geralmente aplicável para determinar o torque

sobre uma espira plana, em qualquer formato, embora tenha

sido obtida para uma espira retangular.

• A única limitação é que o campo deve ser uniforme.

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Exercício

4. Uma bobina retangular, de área 10 cm², é percorrida por uma

corrente de 50 A e está sobre o plano 2x + 6y - 3z = 7, tal que o

momento magnético da bobina está orientado para fora da

origem. Calcule seu momento magnético.

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Dipolo magnético

• Um ímã, ou uma espira filamentar de corrente, é usualmente

referido como dipolo magnético.

Figura 5

• Podemos determinar o campo

magnético B em um ponto P (r, θ, φ)

devido a uma espira circular,

percorrida por uma corrente I, da

seguinte forma:

― Determinando A.

― Simplificando a expressão

encontrada para campos

distantes (r >> a).

― Determinando B.

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• Dessa forma, encontramos

( )θr3

0 sencos24

ââr

mAB θθ

π

µ+=×∇=

→→→

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• Podemos fazer um comparativo das expressões determinadas

para os campos elétrico e magnético da seguinte forma

Figura 6

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• Um ímã, ou uma espira filamentar de corrente, é usualmente

referido como dipolo magnético.

Figura 7

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Magnetização em materiais

• Sabemos que um dado material é composto de átomos.

• Cada átomo pode ser considerado como constituído de elétrons

orbitando em torno de um núcleo central positivo.

Figura 8

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• Os elétrons também giram em torno de seus próprios eixos.

• Portanto, um campo magnético interno é gerado pelos elétrons

que orbitam em torno do núcleo ou pela rotação dos elétrons em

torno de si mesmos.

Figura 9

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• Esses dois movimentos eletrônicos geram campos magnéticos

internos Bi que são similares ao campo magnético produzido por

uma espira de corrente.

Figura 10

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• Sem um campo externo B aplicado ao material, a soma dos

momentos de dipolo magnético é igual a zero devido à orientação

aleatória dos mesmos.

Figura 11

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• Quando um campo externo B é aplicado, os momentos

magnéticos dos elétrons tendem a se alinhar com B, tal que o

momento magnético líquido é diferente de zero.

Figura 12

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• Se há N átomos em um dado volume ∆v e o k-ésimo átomo tem

um momento de dipolo magnético igual a mk, temos que

representando a densidade de polarização magnética do meio.

v

m

M

N

k

k

v ∆=

∑=

→∆

→1

0lim

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• Um meio para o qual M não é zero em nenhum ponto é dito

magnetizado.

• Para um volume diferencial dv’, o momento magnético é dado

por

• Desse modo,

'dvMmd→→

=

'4

'4 3

0

2

R0 dvR

RMdv

R

âMAd

π

µ

π

µ→→→

→ ×=

×=

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• Integrando dA por todo o volume e considerando que

∫ ∫→→→→

→→→

×−=×∇

×∇−×∇=

∇×

∇=

v S

dSFdvF

R

MM

RRM

RR

R

'''

''11

'

1'

3

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• Temos que

onde:

∫∫→→

+='

m0

'

m0 '4

'4

Sv

dSR

Kdv

R

JA

π

µ

π

µ

→→→

×∇= MJm

Representa a densidade de

corrente de magnetização ligada,

em um volume, em A/m².

nâMK ×=→→

m

Representa a densidade de

corrente ligada em uma

superfície, e ân é o vetor normal à

superfície.

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• No espaço livre, temos que M=0, logo

onde Jf representa a densidade de corrente livre em um volume.

→→

→→→→

=

×∇=×∇ f

0

f ou JB

JHµ

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• Em um meio material M é diferente de zero, dessa forma

ou

→→→→

→→→→

×∇+×∇=

=+=

×∇

MH

JJJB

mf

+=

→→→

MHB 0µ

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• Para materiais lineares, temos que

→→

= HM mχ

Representa a susceptibilidade

magnética do meio

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• Dessa forma

( )→→

→→→

=+=

+=

HH

HHB

rµµχµ

χµ

0m0

m0

1

Representa a permeabilidade relativa

do meio

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Classificação dos materiais magnéticos

• Em geral, podemos usar a susceptibilidade magnética (χm) ou a

permeabilidade magnética relativa (µr), para classificar os

materiais em termos de suas propriedades magnéticas, ou de

seu comportamento magnético.

• Um material é dito não magnético se χm=0 (ou µr=1).

• Ele é magnético caso essa condição não se verifique.

• Espaço livre, ar e materiais com χm=0 (ou µr≈1) são considerados

não-magnéticos.

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• Em termos genéricos, os materiais magnéticos podem ser

agrupados em três categorias principais, são elas:

1. Diamagnéticos

2. Paramagnéticos

3. Ferromagnéticos

Figura 13

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• O diamagnetismo ocorre em materiais em que os campos magnéticos, devido aos movimentos de translação dos elétrons em torno do núcleo e de rotação dos elétrons em torno de seus próprios eixos, se cancelam mutuamente.

• Desse modo, o momento magnético permanente (ou intrínseco) de cada átomo é zero, e os materiais são fracamente afetados pelo campo magnético.

• Os materiais cujos átomos têm um momento magnético permanente diferente de zero podem ser ou paramagnéticos ou ferromagnéticos.

• O paramagnetismo ocorre em materiais para os quais os campos magnéticos produzidos pelos movimentos de translação dos elétrons em torno do núcleo e de rotação dos elétrons em torno de seus próprios eixos não se cancelam completamente.

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• O ferromagnetismo ocorre em materiais para os quais os átomos

têm momento magnético permanente relativamente grande.

• São denominados materiais ferromagnéticos porque o material

mais conhecido dessa categoria é o ferro.

• Outros materiais são o cobalto, o níquel e seus compostos.

• De forma distinta dos materiais diamagnéticos e dos

paramagnéticos, os materiais ferromagnéticos apresentam as

seguintes propriedades:

– São capazes de serem magnetizados fortemente por um

campo magnético.

– Retêm um grau considerável de magnetização quando

retirados do campo.

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– Perdem suas propriedades ferromagnéticas e tornam-se

materiais paramagnéticos lineares quando a temperatura fica

acima de um certo valor (temperatura Curie).

– São não-lineares, isto é, a relação constitutiva B=µ0µrH não se

verifica para materiais ferromagnéticos porque µr depende de

B e não pode ser representado por um único valor.

• Embora B=µ0(H+M) seja válida para todos os materiais, inclusive

os ferromagnéticos, a relação entre B e H depende da

magnetização prévia do material ferromagnético, isto é, sua

história magnética.

• Ao invés de termos uma relação linear entre B e H, somente é

possível representar essa relação pela curva de magnetização ou

curva B-H.

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Figura 14

Curva B-H

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Figura 14

Material desmagnetizado

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Figura 14

Curva inicial de magnetização

Page 45: Cap.8 - Forcas, Materiais e Dispositivos Magneticos

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Figura 14

Ponto de saturação

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Figura 14

Histerese

Atraso de B em relação

à diminuição de H

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Figura 14

Densidade de fluxo remanente

Causa de ímâs

permanentes

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Figura 14

Intensidade de campo coercitiva

HC = 0

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Figura 14

Laço de histerese

O formato varia de um

material para outro

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Figura 14

Laço de histerese

A área representa a energia

perdida por unidade de

volume durante um ciclo de

magnetização

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Exercício

5. Em uma certa região (µ=4,6µ0),

encontre:

a) Χm.

b) H.

c) M.

mWb/m²10 zâeBy−

=

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Condições de fronteira magnéticas

• São definidas como as condições que o campo H, ou B, deve

satisfazer na fronteira entre dois meios diferentes.

• Fazemos uso da lei de Gauss para campos magnéticos e da lei

circuital de Ampère.

IdlHdSB =⋅=⋅→→→→

∫∫ e0

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• Considerando a fronteira entre dois meios magnéticos 1 e 2

caracterizada, respectivamente, por µ1 e µ2, temos

( ) 0

22

N2N1

T2N2T1N1

=∆−=

∆+∆−∆+∆=⋅∫→→

SBB

hBSBhBSBSdB πρπρ

Meio 1 (µ1)

Meio 2 (µ2)

B2

B2T

B2N

B1

B1T

B1N

∆h

∆S

θ1

θ2

Figura 15

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• Ou seja, a componente normal de B é contínua na fronteira.

• Dessa forma, em relação a H, obtemos que

2211N2N1 coscos θθ BBBB =⇒=

N22N11

N2N1

HH

BB

µµ =

=A componente normal de H é

descontínua na fronteira.

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• Aplicando

IldH =⋅→→

∫Meio 1 (µ1)

Meio 2 (µ2)

a

d

b

c

∆w

∆h

H2

H2T

H2N

H1

H1T

H1N

θ1

θ2

X X X X X

Corrente na superfície da fronteira

e normal ao caminho.

K

Figura 16

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• Temos que

( )KHH

wKwHH

wK

hHwH

hH

hHwH

hHldH

=−

∆=∆−

∆=

∆+∆−

∆−

∆−∆+

∆=⋅∫

→→

T2T1

T2T1

N2T2N2

N1T1N1

22

22

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• Ou seja, a componente tangencial de H na superfície é

descontínua.

• Se a fronteira está livre de corrente, ou os meios não são

condutores, então K=0 e

• Dessa forma, temos que

T2T1 HH =

2

T2

1

T1

µµ

BB= A componente tangencial de B é

descontínua na fronteira.

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• No caso geral,

considerando que ân12 representa o vetor unitário normal à

interface e orientado do meio 1 para o meio 2.

• Se a fronteira está livre de corrente, ou os meios não são

condutores, então K=0, logo temos que

T2T1

→→

= HH2

T2

1

T1

µµ

→→

=BB

→→→

− KâHH n1221

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• Considerando uma fronteira onde não há qualquer fonte de

corrente na superfície da interface de separação, temos que

Meio 1 (µ1)

Meio 2 (µ2)

B2

B1

θ1

θ2

2211

N2N1

coscos θθ BB

BB

=

=

2

22

1

11

2

T2

1

T1

T2T1

sensen

µ

θ

µ

θ

µµ

BB

BB

HH

=

=

=

ân12

Figura 17

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• Dessa forma,

• Essa expressão representa a lei da refração para linhas de fluxo

magnético.

2

1

2

1

2

2

1

1

tg

tgou

tgtg

r

r

µ

µ

θ

θ

µ

θ

µ

θ==

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Exercícios

6. A região 1, descrita por 3x + 4y ≥ 10, é um espaço livre, enquanto que a região 2, descrita por 3x + 4y ≤ 10, é um material magnético para o qual µ≈10µ0. Assumindo que a fronteira entre o material e o espaço livre seja livre de corrente, determine B2, se B1 = 0,1âx + 0,4ây + 0,2âz Wb/m².

7. Um vetor unitário normal apontando da região 2 (µ=2µ0) para a região 1 (µ=µ0) é ân21 = (6âx + 2ây - 3âz)/7. Se H1 = 10âx + ây + 12âz A/m e H2 = H2xâx - 5ây + 4âz A/m, determine:

a) O vetor H2x.

b) A densidade de corrente K na interface.

c) Os ângulos que B1 e B2 fazem com a normal à interface.

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Indutores e indutâncias

• Um circuito, ou um caminho fechado condutor, que é percorrido

por uma corrente I gera um campo magnético B.

• Este campo B gera um fluxo

que atravessa cada espira do circuito.

∫→→

⋅=S

SdBψ

Figura 18

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• Se o circuito tiver N espiras idênticas, definimos o fluxo

concatenado (λ) como

• Ainda, se o meio que circunda o circuito é linear, o fluxo

concatenado é proporcional à corrente que o gerou, ou seja,

onde L é uma constante de proporcionalidade denominada

indutância do circuito.

• A indutância L é uma propriedade que é função da geometria do

circuito.

ψλ N=

LII =→∝ λλ

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Figura 19

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• Um circuito, ou parte de um circuito, que tem uma indutância édenominado indutor.

• Podemos definir a indutância L de um indutor como a razão entre o fluxo magnético concatenado e a corrente através do indutor, ou seja,

• O fluxo concatenado é gerado pelo próprio indutor.

• A unidade de indutância é o henry (H), que é equivalente àunidade de webers/ampère (Wb/A).

I

N

IL

ψλ== Comumente referida como auto-

indutância.

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• Podemos considerar a indutância como uma medida da

quantidade de energia magnética que pode ser armazenada

dentro de um indutor.

• A energia magnética (em joules) armazenada em um indutor é

expressa como

2

m2

m

2

2

1

I

WLLIW =→=

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• Se, ao invés de termos um circuito, tivermos dois circuitos

percorridos por correntes I1 e I2, uma interação magnética

existirá entre os circuitos.

• Quatro componentes de fluxo (ψ11, ψ12, ψ21 e ψ22) são geradas.

Figura 20

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• O fluxo ψ12 representa o fluxo que passa através do circuito 1

devido à corrente I2 no circuito 2.

• Se B2 é o campo devido à I2 e S1 é a área do circuito 1, então

Figura 21

∫→→

⋅=

1

212

S

SdBψ

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• Definimos a indutância mútua M12 como a razão entre o fluxo

concatenado λ12 = N1ψ12 sobre o circuito 1 devido à corrente I2 no

circuito 2, ou seja,

Figura 22

2

121

2

1212

I

N

IM

ψλ==

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• De maneira similar, a indutância mútua M21 é definida como o

fluxo concatenado do circuito 2 por unidade de corrente I1, ou

seja,

Figura 23

1

212

1

2121

I

N

IM

ψλ==

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• Se o meio que circunda os circuitos é linear, ou seja, ausência de

material ferromagnético, temos que M12=M21.

• A indutância mútua é expressa em henrys (H).

• Dessa forma, a auto-indutância dos circuitos 1 e 2,

respectivamente, podem ser definidas como

onde ψ1=ψ11 + ψ12 e ψ2= ψ21 + ψ22.

2

22

2

222

1

11

1

111 e

I

N

IL

I

N

IL

ψλψλ====

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• A energia total no campo magnético é a soma das energias

devido a L1, L2 e M12 (ou M21), ou seja,

• O sinal positivo é considerado se as correntes I1 e I2 fluem tal que

os campos magnéticos dos dois circuitos se reforçam.

• Se as correntes fluem de tal modo que seus campos magnéticos

se opõe, o sinal é considerado negativo.

2112

2

22

2

111221m2

1

2

1IIMILILWWWW ±+=++=

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• Um indutor é um condutor montado com formato adequado para

armazenar energia magnética.

• Exemplos típicos de indutores são toróides, solenóides, linhas de

transmissão coaxial e linhas de transmissão de fios paralelos.

• A indutância de cada um desses indutores pode ser determinada

pelo seguinte procedimento:

– Escolhe-se um sistema de coordenadas apropriado.

– Considera-se que o indutor é percorrido por uma corrente I.

– Determina-se B a partir da lei de Biot-Savart, ou a partir da

lei de Ampère, desde que se constate presença de simetria.

– Calcula-se o fluxo magnético.

– Determina-se o valor da indutância.

I

NL

ψ=

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• Em um indutor, tal como uma linha de transmissão coaxial ou

uma linha de transmissão de fios paralelos, a indutância

produzida pelo fluxo interno ao condutor é denominada

indutância interna (Lin).

• Enquanto que a produzida pelo fluxo externo é denominada

indutância externa (Lext).

• A indutância total L é dada por

de forma que

extin LLL +=

µε=CLext

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Energia magnética

• Considere um volume diferencial em um campo magnético.

Figura 25

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• Seja o volume coberto com lâminas metálicas condutoras nas

superfícies do topo e da base percorridas por uma corrente ∆I.

• Assumimos que toda a região está preenchida com tais volumes

diferenciais.

Figura 26

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• Dessa forma, cada volume diferencial tem uma indutância de

onde ∆I=H ∆y.

• Com isso, temos que

I

zxH

IL

∆∆=

∆=∆

µψ

vHW

zyxHILW

∆=∆

∆∆∆=∆∆=∆

2

m

22

m

2

1

2

1

2

1

µ

µ

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• A densidade de energia magnetostática wm, em J/m³, é definida

como

• Desse modo, a energia em um campo magnetostático em um

meio linear é dada por

que é similar à equação da energia para um campo

elestrostático.

µµµ

22

1

2

1 22m

0

m limB

BHHv

Ww

v

===∆

∆=

→∆

∫∫∫ =⋅==→→

dvHdvHBdvwW2

mm2

1

2

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Exercícios

8. Calcule a auto-indutância, por unidade de comprimento, de um

solenóide infinitamente longo.

9. Um solenóide muito longo, com seção reta de 2 x 2 cm, tem um

núcleo de ferro (µr=1000) e 4000 espiras/metro. Se o solenóide

for percorrido por uma corrente de 500 mA, determine:

a) Sua auto-indutância por metro.

b) A energia armazenada, por metro, nesse campo.

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Exercício

10.Dois anéis circulares coaxiais de raios a e b (b>a) estão

separados por uma distância h (h >> a, b) como mostrado na

figura 27. Determine a indutância mútua entre os anéis.

Figura 27

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Exercício

11.Determine a indutância mútua de duas espiras circulares

coplanares e concêntricas de raios 2 m e 3 m.

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Circuitos magnéticos

• O conceito de circuitos magnéticos está baseado na resolução de

alguns problemas de campo magnético utilizando a abordagem

de circuitos.

• Dispositivos magnéticos como toróides, transformadores,

motores, geradores e relés podem ser considerados circuitos

magnéticos.

• A análise desses circuitos é simplificada se uma analogia entre

circuitos elétricos e magnéticos for explorada.

• Uma vez feito isso, podemos diretamente aplicar conceitos de

circuitos elétricos para resolver circuitos magnéticos análogos.

Page 83: Cap.8 - Forcas, Materiais e Dispositivos Magneticos

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• Resumo da analogia entre circuitos elétricos e magnéticos

Figura 28

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• Analogia entre um circuito elétrico e um circuito magnético

Figura 29

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• Definimos a força magnetomotriz (fmm), em ampères-espiras,

como

• A fonte de fmm em circuitos magnéticos é usualmente uma

bobina percorrida por uma corrente.

• Definimos também relutância, em ampères-espiras/weber, como

onde l e S são, respectivamente, o comprimento médio e a área

da seção reta do núcleo magnético.

∫→→

⋅==ℑ ldHNI

S

l

µ=ℜ

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• O recíproco da relutância é a permeância.

• A relação básica para elementos de circuitos é a lei de Ohm

(V=RI), ou seja,

• Baseado nisso, as leis de Kirchhoff de corrente e de tensão

podem ser aplicadas aos nós e às malhas de um determinado

circuito magnético da mesma forma como em um circuito

elétrico.

• As regras de soma de tensões e de combinação de resistências

em série e em paralelo também são válidas para fmm’s e

relutâncias.

ℜ=ℑ ψ

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• Para n elementos de circuito magnético em série, temos

• Para n elementos de circuito magnético em paralelo, temos

n

n

ℑ++ℑ+ℑ+ℑ=ℑ

====

...

...

321

321 ψψψψ

n

n

ℑ==ℑ=ℑ=ℑ

++++=

...

...

321

321 ψψψψψ

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• Algumas diferenças entre circuitos elétricos e magnéticos devem

ser destacadas:

– Diferentemente de um circuito elétrico onde flui corrente I, o

fluxo magnético não flui.

– A condutividade (σ) é independente da densidade de corrente

(J) em um circuito elétrico, enquanto que a permeabilidade

(µ) varia com a densidade de fluxo magnético (B) em um

circuito magnético. Isso porque materiais ferromagnéticos,

não lineares, são normalmente utilizados na maioria dos

dispositivos magnéticos práticos.

• Apesar dessas diferenças, o conceito de circuito magnético é útil

como uma análise aproximada dos dispositivos magnéticos

práticos.

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Exercício

12.O núcleo toroidal da figura 30 tem ρ0=10 cm e uma seção reta

circular com a=1 cm. Se o núcleo é feito de aço (µr=1000) e tem

uma bobina com 200 espiras, calcule a intensidade de corrente

que irá gerar um fluxo de 0,5 mWb no núcleo.

Figura 30

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Exercício

13.O toróide da figura 31 tem uma bobina com 1000 espiras

enroladas em torno de seu núcleo. Se ρ0=10 cm e a=1 cm, qual a

corrente necessária para estabelecer um fluxo magnético de

0,5 mWb:

a) Se o núcleo é não magnético ?

b) Se o núcleo tem µr=500 ?

Figura 31

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Exercício

14.No circuito magnético da figura 32, calcule a corrente na bobina

que irá gerar uma densidade de fluxo magnético de 1,5 Wb/m²

no entreferro de ar, assumindo que µr=50, e que todos os

trechos do núcleo tenham a mesma área de seção reta de

10 cm².

Figura 32