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Captulo 48

Concreto Autoadensvel

Wellington Longuini Repette Universidade Federal de Santa Catarina C t i - UFSC

Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Introduo I t d Definio O concreto autoadensvel, uma vez lanado, se move por conta prpria e preenche, sem necessitar de nenhuma p p p , interveno, os espaos destinados a ele na frma. Alm disso, no necessitar ser adensado com vibrador, no segrega e no aprisiona ar em excesso. i i Vantagens Como resultado, sua aplicao mais fcil, rpida, requer , p , p , q menos mo-de-obra e representa o fim dos ninhos de concretagem e dos rudos dos vibradores nas obras!Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Introduo I t d

Figura 1 Ninhos de concretagem (bicheiras) frequentes em concretagens com concreto convencional e aplicao do CAA em obra de edifcio, sem possibilidade para a ocorrncia de bicheiras e com reduo da equipe de concretagem para apenas dois operrios

Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Requisitos e caractersticas principais R i it t ti i i iAs caractersticas do concreto fresco mais claramente diferenciam o CAA do concreto convencional. O CAA tem que apresentar elevada fluidez e estabilidade da mistura, que so mensurveis por meio d t propriedades i i de trs i d d bsicas:

habilidade de h bilid d d preenchimento d espaos hi t dos habilidade de passar por restries capacidade de resistir segregao

Outros requisitos comuns ao concreto convencional tambm q so aplicveis ao CAA, como o tempo em aberto, bombeabilidade, acabamento superficial e resistncia mecnica e d bilid d i durabilidade.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Materiais M t i i constituintes tit i tO CAA produzido, fundamentalmente, com os mesmos p , , materiais empregados nos concretos convencionais. Para se apontarem as possveis maiores diferenas, na composio d CAA empregam-se: i do

.

mais finos (mas no necessariamente mais cimento) aditivos dispersantes de grande eficincia, conhecidos p g , como superplastificantes de terceira gerao e p por vezes, aditivo promotor de viscosidade. , p

Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Materiais M t i i constituintes tit i tCimento

todos os tipos de cimento portland empregados na p produo do concreto convencional podem ser p empregados na produo do CAA Cimentos com elevada finura, com elevados teores de , lcalis, e com maiores teores de C3A demandam maior quantidade de aditivo superplastificante e podem apresentar pequena manuteno d fl id d CAA de fluidez do CAA.

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Materiais M t i i constituintes tit i tAdies minerais

Adies so frequentemente utilizadas com o objetivo de se aumentar a quantidade de nas misturas. q De forma geral, consideram-se adies ou finos os materiais com dimenses de partculas menores do p que 0,150 mm, sendo indicado que mais que 75% tenham dimenses menores do que 0,075 mm. Algumas adies mais utilizadas:

Fler calcrio Cinza volante Slica ativa e metacaulimLivro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Materiais M t i i constituintes tit i tAditivos qumicos q

Superplastificantes

So

mais empregados os superplastificantes (dispersantes) de grande eficincia, dentre os quais se destacam os de base policarboxilato. Como regra geral, pode-se dizer que os aditivos indicados para o CAA necessitam promover reduo de gua de no mnimo 20%. empregados para melhorar a resistncia segregao do CAA. Em sua maioria, so produtos base de polissacardeos, dentre os quais se destacam os de ter-celuloseLivro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Promotores de viscosidade

so

Materiais M t i i constituintes tit i tAgregado mido g g

Todo

tipo de agregado mido utilizado no concreto convencional pode ser empregado no CAA. Areias naturais so preferveis por apresentarem gros com forma mais uniforme e arredondada. Areias artificiais, obtidas pela britagem da pedra, so geralmente menos indicadas por apresentarem gros com elevada angulosidade e aspereza superficial o que superficial, causa maior intertravamento das partculas e maior adsoro de gua, aumentando a demanda por pasta e aditivos superplastificantes na composio do CAA. entre 40% e 50% so tpicos para o agregado mido nas argamassas d CAA id do CAA.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Volumes

Materiais M t i i constituintes tit i tAgregado grado g g g

Para

a produo de CAA prefervel o emprego de agregados grados de forma regular, de qualquer natureza (litologia) utilizado para concreto convencional Agregados grados com forma irregular, como partculas angulosas e l l lamelares, e com t t l textura spera, d devem ser empregados em uma granulometria mais fina para que seja menor o efeito na fluidez do concreto. j dimenso mxima caracterstica do agregado grado para o CAA , em geral, de 19 mm. O emprego de agregado grado com dimenso mxima caracterstica de 9,5 mm bastante difundido por tender a menor segregao e causar menos bl bloqueio. iLivro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

A

Materiais M t i i constituintes tit i tOutros possveis constituintes: p

Agregados

leves: pode utilizar agregados leves naturais ou artificiais; a absoro de gua deve ser evitada por comprometer a fluidez do CAA. mais comum, mas fib i fibras polimricas ou d vidro t b li i de id tambm so empregadas; teores elevados de fibra causam o aumento do bloqueio na passagem do CAA por q p g p restries

Fibras: o emprego de fibras metlicas de ao carbono o

Pigmentos:

os mesmos pigmentos indicados para concreto convencional podem ser empregados na produo da CAA pigmentado, colorido.

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Mtodos d Mt d de ensaio iOs mtodos de ensaio do CAA diferem dos empregados na avaliao do concreto convencional somente para as determinaes das propriedades no estado fresco. Os mtodos de uso mais difundido so: espalhamento no tronco de cone; escoamento no funil V; anel-J; caixa L; e coluna de segregao. As dimenses dos equipamentos de ensaio e os procedimentos normalizados de ensaio esto apresentados na ABNT NBR15823:2010 Concretos autoadensvel a toadens el nas s as partes 2 a 6 suas 6.

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Mtodos d Mt d de ensaio iEspalhamento p

Emprega-se o cone de Abrams Preenche-se o molda sem adensar o concreto com haste Suspende-se o molde Aps o concreto parar de se mover, mede-se o seu espalhamento, que corresponde mdia aritmtica de duas determinaes dos dimetros aproximados do concreto espalhado, tomadas em direes ortogonais. g

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Mtodos d Mt d de ensaio iEspalhamento p

Figura 2 Ensaio de espalhamento

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Mtodos d Mt d de ensaio iFunil V (tempo de escoamento) ( p )

Preenche-se completamente o interior do funil padro, sem adensamento Abre-se a extremidade inferior do funil Registra-se o tempo necessrio para que escoe pelo funil, determinando-se, determinando se com cronmetro o tempo desde a abertura da cronmetro, extremidade inferior, at que a luz seja visvel atravs da parte superior do equipamento. Para se evitar o efeito de uma eventual segregao do concreto, a determinao do tempo deve ser feita imediatamente aps o preenchimento do funil O tempo normalmente expresso em segundos e relaciona-se s habilidades de preencher e de passar por restrio (estreitamento) do CAA.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Mtodos d Mt d de ensaio iFunil - V (tempo de escoamento) ( p )

Figura 3 Ensaio de tempo de escoamento no funil-V

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Mtodos d Mt d de ensaio iCaixa L

Avalia-se a capacidade do CAA de escoar e de resistir ao bloqueio ao passar entre as armaduras e nos espaos entre as armaduras e as paredes das frmas O concreto vertido, sem adensamento, no compartimento vertical da caixa Quando se abre a porta de conteno entre os compartimentos vertical e horizontal, o concreto, pela ao do seu peso prprio, escoa atravs das barras de ao para dentro do compartimento horizontal, at parar de se mover A altura do concreto H1 medida junto porta de conteno, e a j p H2 na extremidade final do compartimento horizontal A relao H2/H1, chamada de razo de bloqueio, indica a facilidade do concreto em escoar e passar pelas restries impostas pelas barras de ao.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Mtodos d Mt d de ensaio iCaixa L

Como informao adicional para a anlise da facilidade de escoamento do CAA, pode-se medir o tempo gasto pelo concreto para escoar pelo compartimento horizontal Normalmente medemhorizontal. Normalmente, se os tempos para que o concreto escoe a distncias de 200 e 400mm da face da porta de conteno A avaliao visual do concreto traz informaes importantes sobre o seu comportamento. O acmulo de agregado grado junto s barras de restrio indica que o concreto tem baixa resistncia a q bloqueio e coeso insuficiente para mover-se homogeneamente ao redor dos obstculos Para evitar a i fl i d segregao, o t P it influncia da tempo t t l d ensaio total de i no deve ser maior do que 5 minutos.

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Mtodos d Mt d de ensaio iCaixa L

Unidades: mm Barras: 3 x O12mm Distncia: 35mm

600

Figura 4 E Fi Ensaio d caixa-L i da i LLivro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Mtodos d Mt d de ensaio iAnel-J (Anel Japons)

Consiste em um anel metlico, com 300 mm de dimetro e 120 mm de altura, com dezesseis barras de ao de 10 mm de dimetro igualmente distribudas ao longo do seu permetro O ensaio consiste em realizar a determinao do ensaio de escoamento no tronco de cone (item 48.3.1), posicionando o anelJ equidistante das bordas do tronco de cone Aps o concreto ter cessado de escoar, medem-se a abertura no espalhamento e por vezes tambm a altura do concreto no centro e, vezes, do anel A diferena de abertura no espalhamento obtido nos ensaios de p anel-J e no espalhamento sem restrio (sem o anel-J) indica a resistncia do concreto ao bloqueio e o principal resultado obtido no ensaio com anel-J. anel J.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Mtodos d Mt d de ensaio iAnel-J (Anel Japons)

Figura 5 E Fi Ensaio d anel-J i do lJLivro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Mtodos d Mt d de ensaio iAvaliao da segregao

A segregao a separao dos constituintes do concreto A segregao compromete o desempenho mecnico e a durabilidade do d bilid d d CAA Algumas formas de avaliar a segregao:

Di t ib i d agregados e existncia d Distribuio dos d i t i de gua li livre noensaio de espalhamento (observao visual)

Distribuio dos agregados nos corpos de prova de CAAendurecido

Ensaio de coluna de segregao

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Mtodos d Mt d de ensaio iAvaliao da segregao

Figura 6 Segregao avaliada no ensaio de espalhamento, com exsudao da gua e afundamento dos agregadosLivro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Mtodos d Mt d de ensaio iAvaliao da segregao

Figura 7 Deteco da segregao em no concreto endurecido concreto sem segregao (direita) e com afundamento dos agregados ( esquerda).

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Mtodos d Mt d de ensaio iAvaliao da segregao

Preenchimento

Repouso (20 minutos)

Separao

Peneiramento (abertura 5 mm) e lavagem

Secagem superficial e pesagem

Figura 8 Aparato e execuo do ensaio da coluna de segregao

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Mtodos d Mt d de ensaio iAvaliao da segregao

mT m

2( m B m T ) SR 100 mB mTOnde: Onde: - SR ndice de resistncia segregao - mB a massa dos agregados da base - mT a massa dos agregados do topo

mB

Figura 9 Determinao do ndice de segregao (SR)

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Classificao com base no estado fresco Cl ifi b t d fDe forma geral geral, concretos autoadensveis devem necessariamente ter desempenho satisfatrio frente aos ensaios de espalhamento, funil-V e caixa-L, alm da baixa segregao. A classificao dos CAA de acordo com os critrios apresentados no Quadro 1 define os requisitos mnimos e a indicao dos parmetros para adequao do CAA s diferentes aplicaes aplicaes.

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Classificao com base no estado fresco Cl ifi b t d fQuadro 1 Ensaios e classificao para CAA (parte 1) Classes e valores limites de acordo com as normas NBR15823 e EN12530 (valores em mm) SF1 550 a 650 SF2 660 a 750 SF3 - 850 (valores em segundos) VS1 - 2 VS2 - > 2 (valores em mm) PJ1 - 25 PJ2 - 50

Propriedade avaliada

Parmetro avaliado e mtodo de ensaio Fluidez pelo mtodo do espalhamento (Cone de Abrams) Viscosidade plstica aparente t500 (Cone de t (C d Abrams) Habilidade passante p p pelo anel J

Habilidade de preenchimento Habilidade de preenchimento Habilidades de preenchimento e de passagem por restries

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Classificao com base no estado fresco Cl ifi b t d fQuadro 1 Ensaios e classificao para CAA (parte 2) Parmetro avaliado e mtodo de ensaio t d d i Classes e valores limites de acordo com as normas NBR15823 e EN12530 (H2/H1) PL1- 0,80, com 2 barras de d ao PL2 - 0,80, com 3 barras de ao (valores em segundos) VF1 - < 9 VF2 - 9 a 25 (valores em %) SR1 - 20 SR2 - 15

Propriedade avaliada

Habilidades de preenchimento e d hi t de passagem por restries Habilidades de preenchimento e de passagem por restries Resistncia R i t i segregao esttica

Habilidade passante pela caixa L (sob fluxo confinado)

Viscosidade plstica aparente pelo funil V Resistncia segregao pela coluna de segregao ou pelo ensaio da peneira*

* Mesmas classes e valores para a NBR 15823-1:2010 e para a EN12350. No entanto, o ensaio preconizado pela NBR o da coluna de segregao, e o da EN12350-11 o do ensaio da peneira.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Referncias de uso em funo da classificao do CAA l ifi d

Figura 10 Indicao das classes de CAA para cada uso (adaptado de WALRAVEN, 2005)Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

DosagemAlguns princpios bsicos (estado fresco):

Para se conseguir elevada fluidez, a pasta do concreto deve lubrificar ep q g g que espaar adequadamente os agregados, de forma q o atrito interno entre os mesmos no comprometa a capacidade do concreto de escoar

To importante quanto a fluidez, a sua manuteno durante o temponecessrio para a aplicao do CAA

Para que o CAA apresente resistncia segregao dinmica, a pastadeve ter viscosidade suficientemente elevada, a fim de manter os agregados em suspenso

Para aumentar a reteno de gua e a viscosidade da mistura,empregam-se mais finos no CAA do que no concreto convencional

as viscosidades da pasta e da argamassa devem ser suficientes para que oconcreto escoe homogeneamente atravs das restries, com coeso.

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DosagemAlguns princpios bsicos (estado fresco):

Figura 11 Ilustrao dos principais fatores que governam o bloqueio do CAA pelos agregados gradosLivro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

DosagemMtodos utilizam as seguintes estratgias:

Preenchimento dos espaos entre os agregados p g g

Controle da segregao empuxo Incorporao de agregados nas fases menoresExemplos: Mtodo de Okamura (Japo) Mtodo Repette-Melo (UFSC-Brasil)

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Dosagem Mt d R Mtodo Repette-Melo (UFSC B il) tt M l (UFSC-Brasil)

Desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC; Etapas bsicas: Pasta: incorporam-se partculas finas mistura cimento-gua (relaogua/cimento para a resistncia desejada) no teor necessrio para que no haja exsudao e segregao

Argamassa: na pasta, incorporam-se os agregados midos obtendo-sea relao agregado mido/argamassa e o teor de aditivo superplastificante, definidos para que a argamassa atenda aos requisitos de espalhamento e escoamento no funil V (de argamassa).

C Concreto: o d fi i d relao agregado grado/concreto e o t t definio do l d d / t teor d desuperplastificante so obtidos por ensaios no concreto, nos ensaios de espalhamento, funil V e caixa L.

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DosagemValores tpicos:

No h restries para os teores dos materiais componentes doCAA. CAA

Para CAA produzidos com a incorporao de finos e de materiaiscomumente empregados no concreto convencional, tem-se, em geral:

teor de cimento entre 350 a 450 kg/m3; incorporao de partculas finas entre 150 e 250kg/m3; relao gua/finos (em volume) entre 0,8 e 1,10; volume d agregado mido na f d argamassa entre 35% l de d id frao de te 50%; e

volume de agregado grado no concreto entre 25 e 35%.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Caractersticas no estado endurecido C t ti t d d idResistncias compresso e trao

O comportamento do CAA compresso e trao bastante similar aodos concretos convencionais A resistncia trao do CAA pode ser convencionais. ligeiramente maior do que do concreto convencional

Figura 12 Relao entre a resistncia compresso e a resistncia trao (ensaio de compresso diametral) de diferentes CAA em comparao com a faixa de previso referente ao Model Code 90 (HOLSCHEMACHER, 2004)Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Caractersticas no estado endurecido C t ti t d d idMdulo de elasticidade

CAA com menor teor de agregado grado podem apresentar reduo demdulo de elasticidade em at 10% do valor obtido para o concreto convencional de mesma resistncia compressoMdulo de elasticidade (G d GPa)

Faixa de mdulo de elasticidade de acordo com o CEB-FIB Model Code 90

Figura 13 Relao entre a resistncia compresso e o mdulo de elasticidade (ensaio em cubo) de diferentes CAA em comparao com a faixa de previso referente ao Model Code 90 (HOLSCHEMACHER, 2004)Resistncia compresso mdia (MPa) Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Caractersticas no estado endurecido C t ti t d d idRetrao e fluncia A retrao do CAA, no geral, pode ser de 5% a 15% maior do que a doconcreto convencional de mesma resistncia compresso;

No h resultados conclusivos que atestem a maior fluncia do CAA emrelao ao concreto convencional. Contudo, a maior retrao e a possvel maior fluncia do CAA devem ser fatores de anlise, particularmente para as ,p p estruturas em concreto protendido.

Resistncia aderncia da armadura A resistncia de aderncia da armadura ao CAA maior ou no mnimo damesma ordem que a observada para o concreto convencional Quando convencional. verificado, o aumento da aderncia explicado pelo fato de o CAA apresentar menos gua livre para se acumular na interface com o ao em decorrncia do efeito parede e h maior homogeneidade do concreto na interface com a armadura (SKARENDAHL, 2003; BOEL et al., 2010)Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Produo P d e aplicao li Produo O controle da produo do CAA deve ser mais rigoroso do que oempregado na produo de concreto convencional;

O que seriam pequenas alteraes nos materiais e na forma de produodo concreto convencional pode causar alteraes substanciais no comportamento do CAA, p p , principalmente no estado fresco; p ;

O teor de gua dos agregados um dos aspectos menos controlados nasusinas e que mais afetam a qualidade do CAA;

Alt no cimento, seja d f b i t ou d ti afetam Alteraes i t j de fabricante de tipo, f tsignificativamente o desempenho do CAA;

O mesmo ocorre com trocas de fornecedores de agregados, de adiesminerais e de aditivos;

O tempo de mistura necessrio para a estabilizao do CAA pode serp para a p produo do concreto superior a trs vezes o necessrio p convencionalLivro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Produo P d e aplicao li Produo O controle da produo do CAA deve ser mais rigoroso do que oempregado na produo de concreto convencional;

No caminho betoneira, a carga de CAA geralmente menor do que a deconcreto convencional. Um balo com capacidade de 8 m3 usualmente carregado com at 6 m3 de concreto, de forma a evitar perdas durante o g , p transporte por vias em aclive;

A incorporao dos aditivos pode ocorrer integral ou parcialmente na usina,ou imediatamente antes do lanamento do concreto;

Como o atrito do CAA com a parede e as facas misturadoras do balo muito menor do que o verificado para o concreto convencional, a vida til desses equipamentos aumentada e menor o custo de manuteno de caminhes e bombas

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Produo P d e aplicao li Aplicao Transporte: O bombeamento uma das formas mais eficazes de transportedo CAA;

Frmas: Para obras convencionais de edifcios residenciais, a concretagem delajes e vigas (com at 60 cm de altura) pode ser realizada sem a necessidade de alterao das frmas dimensionadas para o concreto convencional;

O CAA pode ser utilizado em llajes macias e llajes mistas d ti d tili d j i j i t do tipovigota/tavela;

Alm das caractersticas do CAA, a velocidade de preenchimento dasfrmas governa a magnitude das presses em suas faces laterais

Na concretagem com bomba, deve-se evitar projetar o concreto para,p p podem ser elevadas e dentro das frmas, pois a presses resultantes p causar danos.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Produo P d e aplicao li Aplicao Lanamento: Como o CAA apresenta maior volume de argamassa e maiorresistncia segregao do que o concreto convencional, pode sofrer queda livre de at 5 m sem que haja falhas no concreto;

Recomenda se que a movimentao horizontal do CAA no seja Recomenda-sesuperior a 7 m para evitar sua segregao;

Apesar da maior capacidade de reter gua, prudente que, antes dolanamento do CAA seja feita a molhagem d superfcies que o l t d CAA, j f it lh das f i recebero;

Mesmo com o concreto no estado fresco, interrupes de concretagempodem gerar juntas de baixa qualidade, j que no h vibrao para costurar o concreto nas interfaces das vrias camadas de concretagem.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Produo P d e aplicao li Aplicao Nivelamento e cura: O CAA no precisa ser sempre autonivelante, e a operao deespalhamento e nivelamento pode ser importante para proporcionar o acabamento desejado, particularmente nas lajes;

Como no h gua exsudada o concreto fica muito suscetvel a exsudada,fissurar por retrao plstica;

A cura deve ser iniciada o mais cedo possvel e mantida pelo prazo desete dias. O mesmos procedimentos utilizados para o concreto t di Os di t tili d t convencional podem ser empregados para a cura do CAA;

Desforma e retirada do escoramento:

A desforma do CAA deve ser feita com os mesmos cuidadosdispensados ao concreto convencional;

O nmero de reutilizaes das frmas pode ser aumentado peloemprego do CAA.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Utilizao Utili Com relao ao concreto convencional o CAA possibilita: convencional,

grande reduo da mo-de-obra e do tempo de concretagem; melhor acabamento da superfcie; facilidade de aplicao; reduo de rudo grande capacidade de preenchimento de peas estreitas, de difcilacesso e com elevada densidade de armadura, dentre outras vantagens

Exemplos de aplicao so a execuo de pisos e pavimentos, reservatrios com ausncia de juntas frias, revestimento de tneis, construo i d t i li d d casas com concretagem i t industrializada de t nica, d t dentre inmeras outras. Usado tanto para concretagens in loco como em indstrias de prpr fabricados.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Utilizao Utili

Figura 14 Elementos de concreto densamente armados, onde o CAA o material a ser empregado para facilitar a concretagem e eliminar a ocorrncia de falhas.

Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Utilizao Utili

Figura 15 Utilizao de CAA em obra convencional, eliminando falhas de concretagem e promovendo reduo significativa da mo-de-obra (REPETTE, 2005)

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Utilizao Utili

Figura 16 Aplicao de concreto autoadensvel na concretagem de laje e viga em Florianpolis, sendo a concretagem realizada por apenas dois operrios (REPETTE, 2005).

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Utilizao obras emblemticas Utili b bl tiTorre Burj Dubai: CAA com espalhamento de 550 mm; elevada resistncia, compresso (classe C80); relao gua/aglomerante de 0,30; bombeado a aproximadamente 600 m de altura sem estaes intermedirias.

Figura 17 Torre Burj Dubai, executada com CAA bombeado a aproximadamente 600 m de altura sem estaes de interrupo. No detalhe, o conjunto de bombas utilizado na construo do edifcio.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Utilizao obras emblemticas Utili b bl tiPonte Akashi Kaikyo (Japo): maior ponte suspensa do mundo, com vo principal de 1991m; CAA permitiu a concretagem ininterrupta dos tneis de ancoragem; espalhamento no local de aplicao foi de 550-650 mm; 240.000m3 de concreto; reduo de prazo de construo de 2,5 para 2 anos; bombeado b b d por 200 m e l lanado a uma altura d 3 m sem segregao. d lt de

Figura 18 Ponte Akashi Kaikyo, no Japo, com visualizao do bloco de ancoragem cujos tneis forma produzidos com CAA, totalizando 240.000 m3.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Utilizao obras emblemticas Utili b bl tiEdifcio Trump Tower (Chicago, USA): concretagem, sem interrupes, da laje de embasamento com dimenses em planta de 61m por 20 1m e 3m de embasamento, 20,1m altura; 69 MPa de resistncia compresso aos 28 dias; um total de 3800 m3 de CAA em 24 horas - recorde de concretagem nica naquele pas.

Figura 19 Execuo da laje de embasamento em CAA do edifcio Trump Tower, nos Estados Unidos.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Utilizao pr-moldados Utili ld dPr-moldados: o uso de CAA nas empresas de pr-moldados crescente, inclusive no Brasil Na Holanda e na Frana estima se que mais de 50% do Brasil. Frana, estima-se concreto empregado nessas empresas j sejam autoadensveis.

Figura 20 Aplicao de CAA na indstria de pr-moldados.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Tpicos de interesse especial T i d i t i lRobustez das misturas O concreto autoadensvel mais sensvel, menos robusto, do que oconcreto convencional;

Dentre as principais fontes de variabilidade do CAA, destacam-se ascaractersticas do agregado mido, como teor de pulverulentos e teor umidade, e as alteraes das propriedades e dos teores do cimento e dos , p p aditivos;

A variao na quantidade de gua o fator que mais afeta o CAA na linhade produo;

Em grande parcela, a robustez do concreto corresponde sua maior oumenor sensibilidade frente s alteraes na quantidade de gua;

Na prtica, as aes mais convencionais e efetivas para conferir robustezao CAA so o aumento do teor de finos e o uso de aditivo promotor de viscosidade.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Tpicos de interesse especial T i d i t i lPresso nas frmas A presso que o concreto exerce nas frmas depende dos fatoresusualmente considerados, como, por exemplo, a densidade do concreto, as dimenses das peas e a altura de lanamento;

Quanto maior o espalhamento, maior a presso exercida nas frmas peloCAA; ;

Quanto mais rapidamente o concreto se estruturar, ganhar consistncia,mais rapidamente ocorre a diminuio da presso imposta nas frmas;

A presso nas f frmas tende a ser igual presso hidrosttica, medida t d i l hid tti didque se aumenta a velocidade de concretagem at um patamar de aproximadamente 2 m/h;

Nos casos de concretagens com velocidades acima de 2 m/h, para efeitosprticos e por segurana, deve-se adotar a presso nas frmas como sendo hidrosttica.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Tpicos de interesse especial T i d i t i lPresso nas frmas

Figura 21 Relao entre a presso efetiva e a presso hidrosttica exercida nas frmas por CAA de diferentes espalhamentos coluna com dimetro de 0 25 m altura de 0,25 m, concretagem de 3 m e velocidade de 27 m/h (TEJEDA-DOMINGUEZ, LANGE & DAMBROSIA, 2005).Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Tpicos de interesse especial T i d i t i lAcabamento superficial Aplicando-se conhecimento tcnico e valendo-se de experimentao, possvel obterem-se superfcies com grande qualidade, incluindo as que apresentam relevo de grande complexidade;

Figura 22 S Fi Superfcies em relevo obtidas com CAA f i l btid CAA.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Tpicos de interesse especial T i d i t i lAcabamento superficial Para a obteno de superfcies mais bem acabadas, indica-se: preparar o concreto em misturados que minimizem a incluso de ar; produzir concretos com menor tenso de escoamento, pois h maiorfacilidade de as bolhas de ar ascenderem superfcie do concreto;

promover o lanamento de menores alturas, evitando-se aincorporao de ar;

possibilitar q o concreto escoe horizontalmente na p p p que pea, permitindoque durante esse movimento haja a liberao das bolhas de ar aprisionadas na mistura e no lanamento;

selecionar agentes desmoldantes que possibilitem a mobilidade dasbolhas de ar, evitem manchas e no causem heterogeneidade quanto reteno de gua na superfcie das frmas.

Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Tpicos de interesse especial T i d i t i lVariabilidade das p p propriedades mecnicas nas estruturas Os aspectos que mais afetam a variabilidade nas peas confeccionadascom CAA so:

A forma de lanamento do concreto deve-se evitar incorporar ar epermitir que o ar saia enquanto o concreto estiver em movimento;

A tenso de escoamento deve ser reduzida para permitir amovimentao das bolhas de ar;

A geometria das peas maior variabilidade para peas esbeltas esbeltas. Resultados experimentais reportados p Hastenpflug & Repette (2008), p p por p g p ( ),permitiram concluir que, em vigas, a variabilidade do CAA pode ser maior do que a do concreto convencional vibrado, mas, em pilares, a tendncia que seja menor.Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Tpicos de interesse especial T i d i t i lVariabilidade estruturas das p p propriedades mecnicas nas

Figura 23 Variabilidade da resistncia compresso em pilares ( esquerda) e vigas ( direita) concretados com CAA de espalhamento 60 cm (T1C e T1B), 80 cm (T2C e T2B) e concreto convencional de com abatimento de 100 mm. Todos concretos C60 (HASTENPFLUG & REPETTE, REPETTE 2008)Livro Concreto: Cincia e Tecnologia Editor: Geraldo C. Isaia

Consideraes finais C id fi i O CAA tem grandes chances d se t t d h de tornar o concreto convencional d t i l dofuturo; seu uso se difundir para a construo de estruturas corriqueiras de edificaes;

Para que o uso do CAA seja mais difundido, alguns avanos devemocorrer, com destaque para o aprimoramento na produo e a reduo dos preos de comercializao;

O CAA apontado como a maior inovao na rea de materiais deconstruo das ltimas duas dcadas, alm de ser considerado o catalisador de maior potencial para promover a alterao tecnolgica do setor da construo em direo sua maior industrializao. Acima de tudo, o concreto autoadensvel concreto. ,

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