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CAODCA | CREDCASCentro de Apoio Operacional de Defesa dos
Direitos das Crianças e dos Adolecentes &Coordenadorias Regionais das Promotorias de Justiça de Defesa da
Educação e dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes
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GUIA: ORIENTAÇÕES PARA A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NO DIA DAELEIÇÃO DO CONSELHO TUTELAR
1. INTRODUÇÃO________________________________________________________________O Processo de Escolha do Conselho Tutelar 2019 teve início 6 meses antes da
data nacional estabelecida para a eleição, com a publicação do edital e a abertura das
inscrições, divulgação dos requisitos para candidatura, fases do procedimento, regras para
divulgação das candidaturas, etc., conforme previsto no art. 7º, caput e § 1º, alínea “a”, da
Resolução Conanda nº 170/2014.
Ultrapassada a fase inicial da fiscalização do processo de escolha realizada
pelo Ministério Público, com análise do edital do processo de escolha, e uma vez concluídas
as etapas iniciais e intermediárias do processo de escolha, com definição dos candidatos
aptos para a eleição, aproxima-se o momento da fiscalização do dia eleição, cabendo ao
Promotor de Justiça zelar pela garantia do livre exercício do sufrágio, sigilo do voto e fiel
cumprimento das regras do certame, conforme disposições da Recomendação CGMP nº
1/2019 e do art. 139 da Lei nº 8.069/90.
Dessa forma, no dia 06 de outubro de 2019, será realizado em todo o país a
eleição unificada dos membros do Conselho Tutelar, que deverá seguir as regras e
procedimentos estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, pela Resolução
Conanda nº 170/2014 e pela Lei Municipal que estabelece a política de atendimento dos
direitos da criança e do adolescente no município, sendo imprescindível a sua fiscalização
pelo membro do Ministério Público, com acompanhamento das atividades eleitorais e seus
desdobramentos no dia da eleição, razão pela qual o CAODCA e as CREDCAs disponibilizam
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o presente documento, com orientações e esclarecimentos para a atuação ministerial no dia
do certame.
Ao final deste documento consta um “check list” que resume os pontos que
merecem maior atenção.
2. ANTES DA VOTAÇÃO_________________________________________________________________
Pode ser útil que o Promotor de Justiça adote algumas providências simples
antes do dia da votação. Trata-se de reunir informações básicas sobre os procedimentos que
serão adotados, as pessoas e entidades envolvidas e sobre alguns detalhes importantes da
legislação local.
Sugere-se ampliar a articulação com as instituições de segurança, como
Guarda Municipal, Polícia Militar e Polícia Civil com vistas à prevenção de situações de boca
de urna e de transporte irregular de eleitores, por exemplo.
Caso alguma irregularidade seja observada já neste primeiro momento, cabe
ao Ministério Público tomar as providências cabíveis, seja a partir da expedição de
Recomendação, seja a partir da propositura da ação cabível.
2.1. Sobre o local e a hora de votação_________________________________________________________________
Solicitar ao Conselho de Direitos de cada um dos Municípios da Comarca que
informe os locais e o horário da votação.
Os locais devem ser de fácil acesso e atender a requisitos essenciais de
acessibilidade. Caso o Promotor de Justiça verifique que algum dos locais escolhidos não é
de fácil acesso ou não é acessível, deve recomendar ao CMDCA que o altere.
Nos casos de municípios que irão utilizar as urnas eletrônicas, relevante
destacar que a Resolução TRE/MG nº 1108/19 previu alguns requisitos específicos para os
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locais de votação, os quais já devem ter sido informados aos cartórios eleitorais, conforme
prevê o art. 7º do referido ato normativo.
Se julgar necessário, pode o Promotor de Justiça designar servidor do
Ministério Público para auxiliar no processo de fiscalização dos locais de votação, no dia da
eleição. Conforme autorizado pela Procuradoria Geral de Justiça, esses servidores terão a
possibilidade de compensar posteriormente as horas trabalhadas.
2.2. Quanto à comissão especial do CMDCA encarregada do processo deescolha_________________________________________________________________Determina a Resolução CONANDA nº 170/2014 que deve ser formada uma
comissão especial, encarregada de realizar o processo de escolha1. É conveniente solicitar
ao CMDCA informações sobre os membros dessa comissão: quem a compõe? Quem é o
presidente? Como o presidente pode ser contatado no dia da votação (telefone e e-mail)?
2.3. Sobre os candidatos_________________________________________________________________No desempenho do papel de fiscal do processo de escolha dos membros do
Conselho Tutelar, é importante que o Parquet solicite ao CMDCA o nome dos candidatos
habilitados a participar da fase de votação.
Caso o processo de escolha conte com outras fases, como avaliação
psicológica ou teste de conhecimentos, a inabilitação em alguma destas impede que o
nome do candidato conste nas urnas, motivo pelo qual será essencial que essa informação
seja solicitada após finalizadas as etapas do processo que antecedem à eleição.
Nesse ponto, interessante recordar que é essencial que o CMDCA empreenda
esforços para que ao menos 10 (dez) candidatos participem da fase de votação. Dessa
forma, caso o número de candidatos aptos à eleição seja inferior a dez, o CMDCA deverá
1Art. 7º, §1º, “d”, Res. 170, Conanda.
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suspender o trâmite do processo de escolha e reabrir prazo para inscrição de novas
candidaturas, sem prejuízo da garantia de posse dos novos conselheiros ao término do
mandato em curso (art. 13, § 1º, da Res. Conanda nº 170/2014).
2.4. Quanto às condutas vedadas na divulgação das candidaturas_________________________________________________________________É imprescindível que o membro do Ministério Público tenha consigo a(s) lei(s)
municipal(is) e o edital que regulamenta o processo de escolha, uma vez que esses
documentos firmarão o parâmetro segundo o qual será analisada a regularidade do
certame. Na leitura desse documento, um dos pontos que merecem atenção é a previsão
de condutas permitidas e vedadas aos candidatos.
Isso porque embora os candidatos devam divulgar suas candidaturas para a
comunidade, tal qual no processo eleitoral, algumas condutas lhes são vedadas. Porém,
para saber exatamente quais são as práticas proibidas, é imprescindível consultar a
legislação local. Note que a Lei nº 8.069/90 traz apenas uma disposição genérica:
Art. 139, §3º No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, évedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitorbem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes depequeno valor.
Por sua vez, a Resolução CONANDA nº 170/14 dispõe da seguinte forma:
Art. 8º A relação de condutas ilícitas e vedadas seguirá o disposto nalegislação local com a aplicação de sanções de modo a evitar o abuso dopoder político, econômico, religioso, institucional e dos meios decomunicação, dentre outros.
Caso a legislação do município seja omissa em cuidar do assunto, deve o
membro do Ministério Público se orientar a partir do art. 139, §3º, do ECA. Frisa-se que, no
que tange às condutas vedadas aos candidatos, não se aplica a legislação eleitoral por não
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se tratar, tecnicamente, de uma eleição para o Legislativo/Executivo, mas de um processo
de escolha para membros do Conselho Tutelar, que está submetido regime jurídico próprio.
Por fim, vale destacar que, além das vedações contidas no artigo 139 da Lei nº
8.069/90 e na legislação local, o Promotor de Justiça deverá notar que é também proibida a
formação de chapas entre os candidatos. É preciso, contudo, distinguir essa vedação da
possibilidade de voto múltiplo, isto é, de o CMDCA deliberar que o eleitor poderá assinalar
mais de um candidato na cédula.
2.5 Quanto aos eleitores_________________________________________________________________Em regra, o processo de escolha ocorrerá mediante sufrágio universal e
direto, pelo voto facultativo e secreto dos eleitores do município. Essa previsão deve
constar da lei municipal.
Se no Município houver mais de um Conselho Tutelar, é preciso verificar como
a legislação local ou o CMDCA fez a divisão dos eleitores. Isto é, se houve a divisão do
município em regiões administrativas, ou nomenclatura equivalente, e os eleitores foram
alocados ali, por exemplo, conforme seu zoneamento eleitoral.
Pode ocorrer, porém, que a lei municipal preveja uma eleição indireta, a partir
dos votos das entidades cadastradas no Conselho de Direitos. Embora não seja ilegal, trata-
se de uma situação excepcional e pouco recomendável. Neste caso, é preciso verificar a
regularidade do registro das entidades. Por se tratar de situação excepcional, este guia não
tratará especificamente da eleição indireta, devendo os Promotores de Justiça
encarregados de fiscalizar votações neste sistema, se necessitarem de auxílio, entrar em
contato com o CAODCA ou com a respectiva CREDCA.
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3. NO DIA DA VOTAÇÃO
3.1. Urnas vazias e em local que garanta o sigilo do voto_________________________________________________________________O exercício da fiscalização do processo de escolha dos membros do Conselho
Tutelar pelo Ministério Público se inicia pela verificação das urnas. Sejam eletrônicas2, sejam
físicas ou por meio de sistema digital3, deve ser verificado se elas não contêm votos. Sendo
físicas, se possível, é conveniente que o membro do Ministério Público acompanhe a
lacração das urnas, podendo, se for o caso, assinar o lacre.
Em seguida, deve o Ministério Público observar se o local de votação
assegura o sigilo do voto. A urna não pode estar disposta de modo que alguém consiga
verificar como o eleitor votou.
Visando à disponibilização de um recurso dinâmico de comunicação para
solução ágil de eventuais dúvidas, às vésperas da data da eleição será criado um grupo de
whatsapp composto apenas por Promotores de Justiça que assim o desejarem, observada a
finalidade específica já mencionada.
No dia da votação, os Coordenadores do CAODCA e CREDCAs também
estarão à disposição das Promotorias de Justiça pelos telefones:
Cargo Nome Telefone
Coordenadora do CAODCA Paola Domingues Botelho Reis de Nazareth (31) 98387-1467
2 Lista dos Municípios que receberão urnas eletrônicas para o Processo de Escolha do Conselho Tutelar 2019:Além Paraíba, Alvinópolis, Araxá, Barbacena, Betim, Brasília de Minas, Carandaí, Carlos Chagas, Cássia,Conceição das Alagoas, Conceição do Mato Dentro, Congonhas, Diamantina, Estrela do Sul, Francisco Sá,Inhapim, Itamonte, Ituiutaba, Iturama, Jaboticatubas, Janaúba, Januária, Jequitinhonha, João Pinheiro,Leopoldina, Lima Duarte, Manhuaçu, Mutum, Nanuque, Nova Serrana, Ouro Preto, Passos, Pedro Leopoldo,Pirapora, Pouso Alegre, Santa Maria do Suaçuí, São Francisco, São Lourenço, São Sebastião do Paraíso, Serro,Teófilo Otoni, Turmalina.
3 Como no caso dos municípios que utilizarão o sistema criado pela Empresa de Informática e Informação doMunicípio de Belo Horizonte (PRODABEL)
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Coordenador da CREDCA-TM André Tuma Delbim Ferreira (34) 99125-2529
Coordenador da CREDCA-APN Cleber Couto (34) 99224-6508
Coordenadora da CREDCA-SM Cíntia Roberta Gomes de Lima (35) 99988-0108
Coordenador da CREDCA-VRD Marco Aurélio Romeiro Alves Moreira (33) 99907-2218
Coordenador da CREDCA-NM Danniel Librelon Pimenta (38) 98812-1010
Coordenadora da CREDCA-VJM Mayra Conceição Silva (33) 99972-0702
3.2. Candidatos_________________________________________________________________Os candidatos aptos a serem votados devem ser aqueles habilitados segundo
o Conselho de Direitos nas fases anteriores. Conforme já mencionado, caso o processo de
escolha conte com etapas de conhecimentos específicos, documentação ou avaliação
psicológica, a inabilitação em alguma dessas fases impede a participação na etapa de
votação. É recomendável que o CMDCA disponibilize uma lista com os nomes dos
candidatos habilitados, colocando-a em lugar visível aos eleitores.
3.3. Eleitores_________________________________________________________________Reforçando o já referido, cabe à lei municipal dispor sobre quem serão os
eleitores ao cargo de conselheiro tutelar. Em regra, podem votar pessoas maiores de 16
anos, eleitoras do Município. Entretanto, algumas leis municipais exigem cadastramento
prévio dos eleitores para participação no processo eleitoral.
Os municípios que irão utilizar o sistema de unas eletrônicas estão sendo
devidamente orientados pelos cartórios eleitorais no que tange à distribuição dos eleitores
nos locais de votação, motivo pelo qual se torna desnecessário tratar desse tópico.
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Em relação aos municípios que não irão utilizar as urnas eletrônicas, o
TRE/MG autorizou a cessão dos cadernos de eleitores, em mídia digital4, bem como o
empréstimo de urnas de lona, a todos os que apresentarem solicitação ao cartório eleitoral
da respectiva zona eleitoral (Resolução TRE/MG nº 1.108/19). O arquivo digital do caderno
de eleitores conterá os nomes dos eleitores cadastrados no município até o dia 05 de julho
de 2019 (Resolução TRE/MG nº 1108/19), com as respectivas datas de nascimento e bairro
do local de votação do eleitor. Dessa forma, faz-se necessário que o CMDCA, com a maior
urgência possível, apresente ao cartório eleitoral solicitação do caderno de eleitores e das
urnas de lona, a fim de possibilitar um processo eleitoral mais transparente e seguro.
Naqueles municípios menores em que houver apenas um conselho tutelar,
sugere-se que os locais de votação sejam separados por ordem alfabética (exemplo:
eleitores com as iniciais A a C votam no local X; eleitores com as iniciais D a F, no local Y e
assim por diante), a fim de que os cadernos eleitorais sejam de fato um instrumento que
assegure a unicidade do voto.
Em municípios maiores, em que houver mais de um local de votação, sugere-
se que o CMDCA faça a divisão dos cadernos eleitorais inicialmente por bairros e, em
segundo lugar, por ordem alfabética (exemplo: no município que tiver 3 pontos de votação,
os eleitores deverão ser separados pelo seu bairro de votação, que é a informação fornecida
pela TRE e, no local de votação, deve-se observar a divisão por ordem alfabética).
Quando houver mais de um Conselho Tutelar, é preciso verificar se há na lei
ou em ato do CMDCA zoneamento da votação (exemplo: eleitores dos bairros A e B votam
no 1º Conselho; dos bairros C e D votam no 2º Conselho e assim por diante).
4 Conforme informado pelo TRE/MG, a mídia a ser fornecida será em formato que possibilitará a utilização defiltros pelo CMDCA, a fim de que seja o caderno de eleitores adequado ao formato necessitado pelo Conselho.
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Em todos esses casos, sobretudo naqueles em que houver mais de um local
de votação, é imprescindível que haja, por parte do CMDCA, a divulgação junto aos eleitores
dos locais de votação de cada um. Em relação aos municípios que utilizarão as urnas
eletrônicas, relevante destacar que a informação sobre o local de votação dos eleitores
estará disponibilizada na página eletrônica do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais.
3.3.1. Documentos aptos a comprovar a condição de eleitor_________________________________________________________________Em regra, desde que o CMDCA se utilize do caderno de eleitores cedido pela
Justiça Eleitoral, para votar basta a apresentação de documento oficial com foto, mesmo
desacompanhado de Título de Eleitor. São considerados documentos oficiais: Carteira de
Identidade; Carteira Profissional; Carteira de Trabalho; Carteira Nacional de Habilitação;
Passaporte; ou Certificado de Reservista.
Porém, caso não seja possível a utilização do caderno de eleitores do Tribunal
Regional Eleitoral ou sendo prevista em lei municipal a necessidade de prévio
cadastramento ou de apresentação de outros documentos, é possível que o CMDCA
disponha de forma diversa em edital, exigindo o título de eleitor. Considerando as
limitações por vezes enfrentadas pelos Conselhos de Direitos e o fato de que não se trata de
uma eleição organizada pela Justiça Eleitoral, não se pode aplicar rigidamente o
entendimento do Supremo Tribunal Federal exposto na ADI 4467, que dispensou a
apresentação do Título de Eleitor para a votação. A situação, embora similar, não é idêntica.
3.4. Voto simples ou múltiplo_________________________________________________________________É preciso atentar para a lei local, que poderá prever o voto em apenas um
candidato ou o voto múltiplo, no qual o eleitor escolhe até cinco candidatos. Cabe à lei local
definir o sistema a ser adotado ou, sendo ela silente, ao CMDCA, por meio de resolução ou
do edital.
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A Comissão Especial deve informar aos eleitores acerca de tais peculiaridades
(inclusive por meio de cartazes nos locais de votação), de modo a se buscar a regularidade
da votação e evitar a anulação de votos.
3.5 Votos válidos e inválidos_________________________________________________________________A apuração dos votos também deve considerar a norma local e as regras
previstas no edital, especialmente no que tange ao voto simples e ao voto múltiplo.
Sendo prevista a votação em apenas um candidato (voto simples), a votação
em mais de um implica em nulidade do voto. Caso se preveja a votação em até cinco
candidatos – voto múltiplo, o eleitor poderá escolher de um a cinco nomes (ou números).
Caso assinale mais candidatos do que o permitido, o voto é considerado nulo.
Também são considerados nulos: a) os votos em cédula não autenticada ou
em formato diferente da oficial; b) votos cujo sigilo tenha sido violado (exemplo: eleitor que
fotografa o foto ou que entra acompanhado na cabine; c) votos contidos em cédulas a partir
das quais não seja possível aferir a vontade do eleitor (rasura, nome ou número do
candidato ilegível ou assinalado em local inadequado etc.)
Diante de alguma ocorrência, deve a Comissão Especial ser acionada a fim de
decidir sobre a validade do voto.
4. A fiscalização_________________________________________________________________Durante a votação o Ministério Público deve se atentar às condutas vedadas
pelo ECA e pela legislação local aos candidatos.
Caso verifique a formação de chapas, deverá o Ministério Público impugnar
as candidaturas administrativamente, a partir de representação ao CMDCA ou
judicialmente. Caso observe a propaganda irregular, deverá o Ministério Público reunir
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elementos sobre a autoria das condutas, eventualmente acionando a Polícia Militar,
realizando lavratura de REDS e indicação de testemunha, por exemplo. Caso elas sejam
imputáveis a candidatos, deverá realizar a impugnação da candidatura, administrativa ou
judicialmente; caso não seja possível relacionar diretamente o candidato, deverá o
Ministério Público tomar as medidas necessárias a fazer cessar a conduta irregular, se
necessário utilizando-se do auxílio das forças policiais.
5. CHECK LIST_________________________________________________________________Sugere-se que as providências abaixo, caso ainda não tenham sido, sejam
adotadas para cada Município integrante da Comarca em relação à qual o Promotor de
Justiça seja responsável por fiscalizar o processo de escolha.
5.1. Antes do dia da votação_________________________________________________________________
⃝ Solicitar ao CMDCA cópia da lei local.
⃝ Verificar as condutas vedadas aos candidatos pela lei local.
⃝ Verificar se a lei local determina o voto direto ou indireto.
⃝ Providenciar a afixação das listas contendo os nomes dos candidatos habilitadosem local visível.
⃝ Solicitar ao CMDCA que informe o nome e o contato dos membros daComissão Eleitoral.
⃝ Solicitar ao CDMCA que informe o local e o horário da votação.
⃝ Solicitar ao CMDCA o nome dos candidatos aptos a participar da votação.
⃝ Checar se o CMDCA providenciou junto ao Cartório Eleitoral da respectivazona eleitoral o caderno de eleitores em mídia digital contendo a relação deeleitores no município e se já providenciou a sua impressão, bem como oempréstimo das urnas de lona.
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⃝ Checar se o CMDCA divulgou os locais de votação aos eleitores.
5.2. No dia da votação_________________________________________________________________
⃝ Verificar se as urnas estão vazias.
⃝ Acompanhar a lacração das urnas.
⃝ Verificar se as urnas estão colocadas em local e de maneira que o sigilodo voto seja garantido.
⃝ Verificar se houve a formação de chapas.
⃝ Verificar a regularidade dos eleitores (pessoas maiores de 16 anos,eleitores do Município, e na hipótese de haver mais de um Conselho, se estãovotando no local correto) quando provocado.
⃝ Verificar se está ocorrendo propaganda irregular.
⃝ Verificar a regularidade dos votos. Atentar para as causas de nulidade dosvotos.
⃝ Acompanhar a apuração.
⃝ Verificar se é possível a presença, ao menos, dos candidatos ou dos seusrepresentantes no local de apuração.
⃝ Verificar se o número de cédulas utilizadas acrescido das inutilizadas éigual ao número de votos apurados.
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