cândido rangel dinamarco - instituições de direito processual civil - volume i - livro i - os...

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INSTITUIÇOES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Volume I - Livro I - Os Fundamentos e as Institui!es Fundamentais Sumário LIVRO I - OS FUNDAMENTOS E AS INSTITUIÇÕES FUNDAMENTAIS ........................................................ 9 PREFÁCIO................................................................................................................................................................. 12 LIVRO I - OS FUNDAMENTOS E AS INSTITUIÇÕES FUNDAMENTAIS ...................................................... 17 TÍTULO I - O DIREITO PROCESSUAL CIVIL.................................................................................................... 17 CAPÍTULO I -AS GRANDES PREMISSAS........................................................................................................... 17 1. SOLUÇÃO IMPERATIVA DE CONFLITOS ......................................................................................................................17 2. O DIREITO PROCESSUAL CIVIL...................................................................................................................................18 3. DIREITO FORMAL SEM FORMALISMO.......................................................................................................................18 !. DIREITO PROCESSUAL E DIREITO MATERIAL............................................................................................................19 ". DOIS PLANOS DISTINTOS #INFRA N. "I$.....................................................................................................................2% &. O DIREITO PROCESSUAL MATERIAL..........................................................................................................................21 7. INSTITUTOS PROCESSUAIS PARTICULARMENTE INFLUENCIADOS PELO DIREITO MATERIAL.................................23 8. DIREITO P'(LICO.......................................................................................................................................................23 9. DENOMINAÇÃO............................................................................................................................................................ 2! 1%. A CI)NCIA PROCESSUAL CIVIL................................................................................................................................2! 11. A TEORIA GERAL DO PROCESSO..............................................................................................................................2" 12. DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL #INFRA N. 7!$.......................................................................................2& 13. DIREITO PROCESSUAL CIVIL INTERNACIONAL........................................................................................................2& 1!. DIREITO PROCESSUAL CIVIL COMPARADO..............................................................................................................27 1". O  RAMO  *URIDICO A  T+CNICA A  CI)NCIA  E  A  ARTE .............................................................................................28 1&. INSTRUMENTO +TICO E NÃO PURAMENTE T+CNICO...............................................................................................3% CAPITULO II -A LEI PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................................ 3% 17. A NORMA PROCESSUAL CIVIL E SEU O(*ETO..........................................................................................................31 18. NORMAS PROCESSUAIS E NORMAS PROCEDIMENTAIS............................................................................................32 19. NORMAS SECUNDÁRIAS............................................................................................................................................33 2%. NORMAS  PROCESSUAIS  CIVIS  COGENTES  OU  DISPOSITIVAS ...................................................................................33 21. FONTES FORMAIS DA NORMA PROCESSUAL CIVIL..................................................................................................3! 22. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL....................................................................................................................................3" 23. TRATADOS INTERNACIONAIS...................................................................................................................................3" 1

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    INSTITUIOES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Volume I - Livro I - Os Fundamentos eas Institui!es Fundamentais

    Sumrio

    LIVRO I - OS FUNDAMENTOS E AS INSTITUIES FUNDAMENTAIS ........................................................ 9

    PREFCIO ................................................................................................................................................................. 12

    LIVRO I - OS FUNDAMENTOS E AS INSTITUIES FUNDAMENTAIS ...................................................... 17

    TTULO I - O DIREITO PROCESSUAL CIVIL .................................................................................................... 17

    CAPTULO I -AS GRANDES PREMISSAS ........................................................................................................... 17

    1. SOLUOIMPERATIVADECONFLITOS......................................................................................................................17

    2. ODIREITOPROCESSUALCIVIL...................................................................................................................................18

    3. DIREITOFORMAL SEMFORMALISMO.......................................................................................................................18

    !. DIREITOPROCESSUALEDIREITOMATERIAL............................................................................................................19

    ". DOISPLANOSDISTINTOS#INFRA N. "I$.....................................................................................................................2%

    &. ODIREITOPROCESSUALMATERIAL..........................................................................................................................21

    7. INSTITUTOSPROCESSUAISPARTICULARMENTEINFLUENCIADOSPELODIREITOMATERIAL.................................23

    8. DIREITOP'(LICO.......................................................................................................................................................23

    9. DENOMINAO............................................................................................................................................................2!

    1%. A CI)NCIAPROCESSUALCIVIL................................................................................................................................2!

    11. ATEORIAGERALDOPROCESSO..............................................................................................................................2"

    12. DIREITOPROCESSUALCONSTITUCIONAL#INFRA N. 7!$.......................................................................................2&

    13. DIREITOPROCESSUALCIVILINTERNACIONAL........................................................................................................2&

    1!. DIREITOPROCESSUALCIVILCOMPARADO..............................................................................................................27

    1". ORAMO*URIDICO AT+CNICA ACI)NCIAEAARTE.............................................................................................281&. INSTRUMENTO+TICOENOPURAMENTET+CNICO...............................................................................................3%

    CAPITULO II -A LEI PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................................ 3%

    17. ANORMAPROCESSUALCIVILESEUO(*ETO..........................................................................................................31

    18. NORMASPROCESSUAISENORMASPROCEDIMENTAIS............................................................................................32

    19. NORMASSECUNDRIAS............................................................................................................................................33

    2%. NORMASPROCESSUAISCIVISCOGENTESOUDISPOSITIVAS...................................................................................3321. FONTESFORMAISDANORMAPROCESSUALCIVIL..................................................................................................3!

    22. A CONSTITUIOFEDERAL....................................................................................................................................3"

    23. TRATADOSINTERNACIONAIS...................................................................................................................................3"

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    2!. ALEI..........................................................................................................................................................................3&

    2". LEISFEDERAISORDINRIAS.....................................................................................................................................37

    2&. LEISCOMPLEMENTARESFEDERAIS.........................................................................................................................39

    27. CONSTITUIESELEISESTADUAIS.........................................................................................................................39

    28. REGIMENTOSINTERNOSDOSTRI(UNAIS.................................................................................................................!%

    29. A*URISPRUD)NCIA- USOS-E-COSTUMES*UDICIRIOS..........................................................................................!%

    3%. CON,ECIMENTODALEIPROCESSUAL.....................................................................................................................!2

    31. INTERPRETAOEINTEGRAODALEIPROCESSUALCIVIL................................................................................!2

    32. ASDIMENSESDALEIPROCESSUALCIVIL NORMASDESUPERDIREITO..............................................................!!

    33. DIMENSOESPACIALDALEIPROCESSUALCIVIL. TERRITORIALIDADE................................................................!!

    3!. DIMENSOTEMPORALDALEIPROCESSUALCIVIL. VIG)NCIAEEFICCIA...........................................................!7

    3". INCIOEFIMDAVIG)NCIADALEIPROCESSUALCIVIL..........................................................................................!7

    3&. EFICCIADALEIPROCESSUALCIVILNOTEMPO....................................................................................................!837. REGRASDEDIREITOPROCESSUALCIVILINTERTEMPORAL...................................................................................!9

    38. CONTA PRESERVAODAGARANTIADETUTELA*URISDICIONAL#REMISSOAODIREITOPROCESSUAL

    MATERIAL$......................................................................................................................................................................"%

    TTULO II - O ACESSO *USTIA E A TUTELA *URISDICIONAL ............................................................. "1

    CAPTULO III - OS CONFLITOS E A ORDEM *URDICA *USTA .................................................................. "1

    39. TUTELA*URISDICIONALAPESSOASOUGRUPOS- AOAUTOROUAOR+U- CONTRAOPROCESSOCIVILDO

    AUTOR............................................................................................................................................................................."1

    !%. PROCESSOCIVILDERESULTADOS..........................................................................................................................."3

    !1. SISTEMADEPROMESSASELIMITAES................................................................................................................."3

    !2. AUNIVERSALI/AODATUTELA*URISDICIONALEASONDASRENOVAT0RIAS..................................................""

    !3. ACESSO*USTIA...................................................................................................................................................."&

    !!. OSCONFLITOS#CRISES*URDICAS INFRA N. "8$.................................................................................................."7

    !". MEIOSALTERNATIVOSDEACESSO*USTIA#*USTIAPARA*URISDICIONAL$..................................................."8!&. EUIVAL)NCIAFUNCIONAL- OVALORSOCIALDACONCILIAO DAMEDIAOEDAAR(ITRAGEM..............&%

    CAPTULO IV - OS ESCOPOS DO PROCESSO CIVIL E A T+CNICA PROCESSUAL ................................ &1

    !7. A(ANDONODAVISOPURAMENTE*URDICADOPROCESSOCIVIL.......................................................................&1

    !8. OFUNDAMENTALESCOPOSOCIAL. PACIFICAO.................................................................................................&2

    !9. OUTROESCOPOSOCIAL. EDUCAO.......................................................................................................................&3

    "%. ESCOPOSPOLTICOS.................................................................................................................................................&3"1. OESCOPO*URDICODOPROCESSOCIVIL- ASTEORIASUNITRIAEDUALISTADOORDENAMENTO*URDICO

    #SUPRA N. "$...................................................................................................................................................................&!

    "2. ESCOPOSDOPROCESSOCIVILET+CNICAPROCESSUAL........................................................................................&7

    2

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    "3. OSPROCESSOS PROVIMENTOSEPROCEDIMENTOSCOMOT+CNICAS...................................................................&7

    "!. EUIL(RIOENTREEIG)NCIASCONTRAPOSTAS..................................................................................................&9

    "". CERTE/A PRO(A(ILIDADEERISCOEMDIREITOPROCESSUALCIVIL..................................................................7%

    CAPTULO V - ESP+CIES DE TUTELAS *URISDICIONAIS E A REALIDADE DOS CONFLITOS ....... ...71

    "&. ASSITUAESDAVIDA ODIREITOSU(STANCIALEAST+CNICASPROCESSUAIS................................................71

    "7. PROVIMENTOS*URISDICIONAIS...............................................................................................................................72

    "8. ASCRISES*URDICASEASTUTELASCOGNITIVAEEECUTIVA............................................................................73

    "9. TUTELAPREVENTIVA REPARAT0RIAOUSANCIONAT0RIA- TUTELAINI(IT0RIA- TUTELAESPECFICAOU

    INESPECFICA#RESSARCIT0RIA$....................................................................................................................................7!

    &%. ENTREATUTELAINDIVIDUALEACOLETIVA.........................................................................................................7&

    &1.MEIOS

    PROCESSUAIS

    ADEUADOS

    ...........................................................................................................................78&2. TUTELAS*URISDICIONAISDEURG)NCIA................................................................................................................78

    &3. TUTELAS*URISDICIONAISDIFERENCIADAS- COGNIOSUMRIA#INFRA NN. 771 77! 777 E97&$.................81

    &!. ESCOL,ADATUTELA*URISDICIONALADEUADA.................................................................................................81

    &". ESP+CIESDEPROCESSOS..........................................................................................................................................82

    &&. DISPONI(ILIDADEEINDISPONI(ILIDADENASESCOL,AS.......................................................................................83

    TTULO III - O PROCESSO CIVIL (RASILEIRO .............................................................................................. 83

    CAPTULO VI - O MODELO PROCESSUAL CIVIL (RASILEIRO ................................................................. 83

    &7. SISTEMAPROCESSUALEMODELOPROCESSUAL.....................................................................................................8!

    &8. ODIREITOPROCESSUALCIVILEOMITODASFAMLIASDODIREITO...................................................................8!

    &9. ELEMENTOSRELEVANTESPARAAIDENTIFICAODOMODELOPROCESSUALCIVIL.........................................8"

    7%. OPENSAMENTO*URDICOPROCESSUAL(RASILEIRO............................................................................................8"

    71. ELEMENTOSPARAAIDENTIFICAODOMODELOPROCESSUALCIVIL(RASILEIRONOPLANO

    CONSTITUCIONALENOT+CNICO-PROCESSUAL............................................................................................................8772. OMODELOCONSTITUCIONALDOPROCESSOCIVIL(RASILEIRO#SUPRA N. 12 EINFRA NN. 7! SS.$..................88

    73. OMODELOINFRACONSTITUCIONALDOPROCESSOCIVIL(RASILEIRO#T+CNICO-OPERACIONAL$.....................9%

    CAPTULO VII -OS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS PRINCPIOS E GARANTIAS DO

    PROCESSO CIVIL .................................................................................................................................................... 92

    7!. PROCESSOECONSTITUIO....................................................................................................................................92

    7". VALORSISTEMTICODOSPRINCPIOS- OPROCESSOCOMODIREITOP'(LICO..................................................937&. TUTELACONSTITUCIONALDOPROCESSOCIVIL-PRINCPIOSEGARANTIASCONSTITUCIONAIS.........................9!

    77. PRINCPIOSGERAISEREGRAST+CNICAS- OSPRINCPIOSFORMATIVOSDOPROCESSO.....................................9"

    78. OSPRINCPIOSCONSTITUCIONAISDOPROCESSOCIVIL#PRINCPIOSGERAIS$.....................................................9&

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    79. PRINCPIODAINAFASTA(ILIDADEDOCONTROLE*URISDICIONAL.......................................................................97

    8%. AIMPARCIALIDADEDO*UI/EASGARANTIASDO*UI/NATURAL.........................................................................98

    81. O*UI/NATURAL.......................................................................................................................................................99

    82. PRINCPIODAIGUALDADE......................................................................................................................................1%1

    83. AGARANTIACONSTITUCIONALDAIGUALDADEEOSPRIVIL+GIOSDOESTADONOPROCESSOCIVIL

    (RASILEIRO...................................................................................................................................................................1%3

    8!. OPRINCPIODOCONTRADIT0RIOESUADUPLADESTINAO............................................................................1%"

    8". CONTRADIT0RIOEPARTES....................................................................................................................................1%"

    8&. OCONTRADIT0RIONOPROCESSOEECUTIVO.....................................................................................................1%7

    87. CONTRADIT0RIOETUTELACOLETIVA.................................................................................................................1%7

    88. CONTRADIT0RIOE*UI/.........................................................................................................................................1%8

    89. PRINCPIODALI(ERDADEDASPARTES.................................................................................................................11%

    91. PRINCPIODAPU(LICIDADEDOSATOSPROCESSUAIS..........................................................................................11"92. PRINCPIODODUPLOGRAUDE*URISDIO........................................................................................................11&

    93. EIG)NCIACONSTITUCIONALDEMOTIVAODASSENTENASEDEMAISDECISES*UDICIRIAS#INFRA N.

    1.223$............................................................................................................................................................................119

    9!. ACONVERG)NCIADOSPRINCPIOSEGARANTIASCONSTITUCIONAISDOPROCESSOCIVIL. DEVIDOPROCESSO

    LEGAL............................................................................................................................................................................12%

    9". OACESSO*USTIACOMOPRINCPIO-SNTESEEO(*ETIVOFINAL...................................................................122

    9&. INTERPRETAOSISTEMTICAEEVOLUTIVADOSPRINCPIOSEGARANTIASCONSTITUCIONAISDOPROCESSO

    CIVIL..............................................................................................................................................................................12297. TUTELA*URISDICIONALAOSPRINCPIOSEGARANTIASCONSTITUCIONAISDOPROCESSOCIVIL.....................123

    CAPTULO VIII - PASSADO E FUTURO DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL (RASILEIRO

    TEND)NCIAS .......................................................................................................................................................... 12!

    98. TR)SFASESMETODOL0GICASNA,IST0RIADOPROCESSOCIVIL......................................................................12"

    99. OSGRANDESMESTRESDEDIREITOPROCESSUALCIVIL#PANORAMAINTERNACIONAL$...................................12&

    1%%. ACI)NCIAPROCESSUALCIVIL(RASILEIRANASEGUNDAMETADEDOS+CULOI ENAPRIMEIRAMETADEDOS+CULO.............................................................................................................................................................131

    1%1. LIE(MAN AESCOLAPROCESSUALDESOPAULOEOMODERNOPROCESSOCIVIL(RASILEIRO.................133

    1%2. SUCESSO,IST0RICADASFONTESFORMAISDODIREITOPROCESSUALCIVIL(RASILEIRO...........................13&

    1%3. DOISC0DIGOSSU(STANCIALMENTEANLOGOS................................................................................................137

    1%!. OCONSTITUCIONALISMOEAA(ERTURAPARAAPERSPECTIVAMETA*URDICADOPROCESSOCIVIL#A

    S+TIMAFASEDA,IST0RIADOPROCESSOCIVIL(RASILEIRO$..................................................................................138

    1%". INFLU)NCIASDOPROCESSOCIVILDACOMMONLA........................................................................................139

    1%&. AL(ORESDEUMAINTEGRAOLATINO-AMERICANA.......................................................................................1!%

    1%7. TEND)NCIASMODERNASDOPROCESSOCIVIL(RASILEIRO PROGN0STICOSEASPIRAES..........................1!1

    II - SMULASVINCULANTES. ........................................................................................................................................143

    III - ACELERAODOPROCESSO. .................................................................................................................................143

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    IV - AESEXECUTIVASLATOSENSU. .........................................................................................................................144

    V - EFETIVIDADEDATUTELAJURISDICIONAL. ..............................................................................................................144

    TTULO IV - OS INSTITUTOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................ 1!"

    CAPTULO I- INSTITUTOS FUNDAMENTAIS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL .............................. 1!"

    1%8. DOSFUNDAMENTOSAOSINSTITUTOSFUNDAMENTAIS.......................................................................................1!"

    1%9. *URISDIO#INFRA NN. 117-132$.......................................................................................................................1!&

    11%. PROCESSO#INFRA NN. 38&-392$.........................................................................................................................1!&

    111. OO(*ETODOPROCESSOEALIDE.......................................................................................................................1!7

    112. AOEDEFESA#INFRA NN. "39-""9$.................................................................................................................1!7

    113. DEMANDA#INFRA NN. !3%-!"8$..........................................................................................................................1!8

    11!. A*URISDIOCOMOINSTITUTOCENTRALDOSISTEMA....................................................................................1!8

    11". OSMEIOS#PROVASE(ENS$ #INFRA NN. 721-72!$..............................................................................................1!9

    11&. COISA*ULGADA#INFRA NN. 9"2-97%$................................................................................................................1!9

    LIVRO II - A FUNO DO ESTADO NO PROCESSO *URISDIO .......................................................... 1"%

    TTULOV - *URISDIO E PODER.......................................................................................................................1"%

    CAPTULO - A *URISDIO CIVIL.....................................................................................................................1"%117. CONCEITO- A*URISDIONOUADRODOPODERESTATAL............................................................................1"%

    118. INEVITA(ILIDADE.................................................................................................................................................1"2

    119. DEFINITIVIDADE#IMUNIDADE$.............................................................................................................................1"3

    12%. ATIVIDADESECUNDRIAOUPRIMRIA...............................................................................................................1"3

    121. DIMENSESDA*URISDIO.................................................................................................................................1"!

    122. ESP+CIESDE*URISDIO.....................................................................................................................................1""

    123. *URISDIOVOLUNTRIA....................................................................................................................................1"&

    12!. *URISDIOCIVILOUPENAL...............................................................................................................................1"712". *URISDIOCOMUMOUESPECIAL......................................................................................................................1"8

    12&. *URISDIOINFERIOROUSUPERIOR...................................................................................................................1"8

    127. *URISDIODEDIREITOOUDEE4IDADE.........................................................................................................1"9

    128. UNIDADEDA*URISDIOEPLURALIDADEDOS0RGOSUEAEERCEM COMPET)NCIA............................1"9

    129. OESTADO*UI/EOS*U/ESNOEERCCIODA*URISDIO.............................................................................1&%

    13%. IMPESSOALIDADE IMPARCIALIDADEEINDELEGA(ILIDADE.............................................................................1&1

    131. PODERESEDEVERESDO*UI/..............................................................................................................................1&2

    132. LIMITAES*URISDIOEAOSEUEERCCIO5 TERRITORIALIDADE.........................................................1&2

    CAPTULO I - A *URISDIO E OS DEMAIS ESTADOS COMPET)NCIA INTERNACIONAL ........ .1&3

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    133. AUTOLIMITAODOPODERPORNORMASDEDIREITOINTERNO.....................................................................1&3

    13!. ECLUSOPORINVIA(ILIDADE...........................................................................................................................1&!

    13". ECLUSOPORDESINTERESSE............................................................................................................................1&"

    13&. ECLUSOPORRA/ESDECONVIV)NCIAINTERNACIONAL.............................................................................1&"

    137. ACOMPET)NCIADO*UI/(RASILEIRO................................................................................................................1&&

    138. COMPET)NCIAINTERNACIONALCONCORRENTE................................................................................................1&7

    139. DOMICLIODOR+U...............................................................................................................................................1&7

    1!%. PASDECUMPRIMENTODAO(RIGAO.............................................................................................................1&8

    1!1. ATOSPRATICADOSNO(RASILOUFATOSAUIOCORRIDOS.............................................................................1&8

    1!2. COMPET)NCIAINTERNACIONALECLUSIVA......................................................................................................1&8

    1!3. IM0VEISSITUADOSNO(RASIL............................................................................................................................1&9

    1!!. INVENTRIOSEPARTIL,AS.................................................................................................................................1&9

    1!". PRORROGAODACOMPET)NCIAINTERNACIONAL.........................................................................................1&91!&. ETINODOPROCESSO......................................................................................................................................17%

    1!7. LITISPEND)NCIAESTRANGEIRA...........................................................................................................................171

    1!8. COMPET)NCIAINTERNACIONALEDIREITOSU(STANCIALESTRANGEIRO.......................................................172

    TTULO VI - 0RGOS E ORGANISMOS ENCARREGADOS DA *URISDIO ........................................ 172

    CAPTULO II- OS 0RGOS DA *URISDIO E SUA INDEPENDENCIA ORGANI/AO

    *UDICIRIA ............................................................................................................................................................ 172

    1!9. CONCEITOEENUADRAMENTOSISTEMTICO- ATUTELACONSTITUCIONALDAORGANI/AO*UDICIRIA

    .......................................................................................................................................................................................173

    1"%. O*UDICIRIOENTREOSPODERESDOESTADO.................................................................................................17!

    1"1. LIN,AS-MESTRASDAORGANI/AO*UDICIRIA..............................................................................................17"

    1"2. CONTE'DODASNORMASDEORGANI/AO*UDICIRIA..................................................................................17&

    1"3. COMPET)NCIALEGISLATIVA...............................................................................................................................17&

    1"!. A*USTIAEA5MAGISTRATURA.........................................................................................................................1771"". AUTONOMIADOPODER*UDICIRIO+INDEPEND)NCIADOS*U/ES................................................................177

    1"&. PERODOSDETRA(AL,OFORENSE.....................................................................................................................179

    CAPTULO III - OS ORGAOS DA *URISDIO ESTRUTURA *UDICIRIA (RASILEIRA ....... .... ....179

    1"7. N'MEROFEC,ADODE0RGOS*URISDICIONAIS...............................................................................................18%

    1"8. DIMENSESDAESTRUTURA*UDICIRIA(RASILEIRA........................................................................................181

    1"9. ESTRUTURA*UDICIRIA OMODELO(RASILEIRO.............................................................................................1811&%. 0RGOSDECONVERG)NCIAE0RGOSDESUPERPOSIO..............................................................................183

    1&1. AS*USTIASESUAESTRUTURA...........................................................................................................................183

    1&2. *U/OSSINGULARESNA*URISDIOCIVILINFERIOR........................................................................................18"

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    1&3. ACOMPOSIODOSTRI(UNAIS...........................................................................................................................18&

    1&!. ADIVISO*UDICIRIA(RASILEIRA LIN,ASGERAIS.........................................................................................18&

    1&". CONCEITODEFORO..............................................................................................................................................188

    1&&. OSFOROSEMSEGUNDOGRAUDE*URISDIO...................................................................................................188

    1&7. OSFOROSEMPRIMEIROGRAUDE*URISDIO..................................................................................................188

    1&8. *U/OS...................................................................................................................................................................19%

    1&9. *U/OSDAMESMAESP+CIEOUDEESP+CIESDIFERENTES................................................................................19%

    17%. FOROSREGIONAISEVARASDISTRITAIS..............................................................................................................191

    CAPTULO IV - O ESTATUTO CONSTITUCIONAL DA MAGISTRATURA E A INDEPENDENCIA DOS

    *U/ES ...................................................................................................................................................................... 191

    171.O

    ESTATUTO

    CONSTITUCIONAL

    DA

    MAGISTRATURA

    .........................................................................................191172. ASCARREIRAS*UDICIRIAS.................................................................................................................................192

    173. RECRUTAMENTODE*U/ES.................................................................................................................................193

    17!. OINGRESSONASCARREIRAS*UDICIRIAS CONCURSO.....................................................................................193

    17". OUTROSMODOSDERECRUTAMENTO..................................................................................................................193

    17&. OUINTOCONSTITUCIONAL................................................................................................................................19!

    177. DIFERENTESNVEISOUCLASSES.........................................................................................................................19"

    178. PROMOESALTERNADASPORMERECIMENTOEPORANTIG4IDADE.............................................................19"

    179. REMOES............................................................................................................................................................19&18%. GARANTIASDOS*U/ES........................................................................................................................................19&

    181. ATRPLICEGARANTIA SUALEGITIMIDADEDEMOCRTICAESUARELATIVIDADE.........................................197

    182. VITALICIEDADE.....................................................................................................................................................197

    183. INAMOVI(ILIDADE................................................................................................................................................198

    18!. IRREDUTI(ILIDADEDEVENCIMENTOS................................................................................................................199

    18". IMPEDIMENTOSDOS*U/ES#IMPARCIALIDADE$................................................................................................199

    18&. DEVERESDO*UI/..................................................................................................................................................2%%

    187. SNTESEDASGARANTIAS IMPEDIMENTOSEDEVERES.......................................................................................2%%188. AINDEPEND)NCIAFUNCIONALDO*UI/..............................................................................................................2%1

    189. OCONTROLEDA*USTIAEDAMAGISTRATURA...............................................................................................2%1

    19%. ESCOLASDAMAGISTRATURA..............................................................................................................................2%3

    DINAMARCO, Cndido Rangel; Instituies de Direito Processual Ciil, ol! ", #ditora Mal$eiros,S%o Paulo& '(("

    C)NDIDO RAN*#+ DINAMARCO Pro-essor .itular de Direito Processual da /aculdade deDireito da 0niersidade de S%o Paulo e Desem1argador a2osentado do .ri1unal de 3ustia do#stado de S%o Paulo! /oi Procurador de 3ustia do #stado! #s2eciali4ou5se em DireitoProcessual Ciil na 0niersidade #statal de Mil%o, Itlia, 6unto ao Pro-! #nrico .ullio +ie1man!Integrou a Comiss%o de Reis%o dos C7digos, do Ministrio da 3ustia!

    7

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    5 Alm de artigos e cola1oraes em re5istas 6ur8dicas, no Pa8s e no estrangeiro, autordos seguintes liros& 9Direito Processual Ciil9 :"; 93ui4ado #s2ecial de Pe?uenas Causas9:"@=>, em coo2era%o; 9Manual de Direito Processual Ciil9, de #nrico .ullio +ie1man :tradu%oe notas; 'a ed!, "@, e 9Manual das Pe?uenas Causas9 :"@=>!

    Por esta #ditora 2u1licou, alm deste Instituies de Direito Processual Ciilecu%o Ciil : :B ed!, '((">;A Instrumentalidade do Processo :' ed!, '((">;Interen%o de .erceiros :';" ed!, '(((>;+itiscons7rcio : ed!, '((">;Manual dos 3ui4ados C8eis :' ed!, '((">;A Re-orma do C7digo de Processo Ciil :=" ed!, '((">;.eoria *eral do Processo :"

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    #SC+AR#CIM#N.O AO +#I.ORsta o1ra -oi 2rogramada 2ara ser com2osta de ?uatro olumes, trWs dos ?uais s%o agoraentregues ao 2E1lico leitor! #s2eramos o-erecer o ?uarto olume no 2rimeiro semestre de '((',incluindo o estudo da eecu%o ciil, das medidas de urgWncia e do 2rocesso 2erante os tri1unais:recursos, a%o rescis7ria, incidentes etc!>!

    A #DI.ORA e o A0.OR!

    Agradecimento&a Ana +Ecia Pereira Santos 2ela minuciosa reis%o, 2elas util8ssimas sugestes e so1retudo 2orsua a1negada 2aciWncia diante das ra1ugices de um autor eigente!

    P+ANO DA ORA

    olume I

    Livro I - Os Fundamentos e as Institui!es Fundamentais

    .X.0+O I 5 O DIR#I.O PROC#SS0A+ CII+

    CAPX.0+O " 5 AS *RAND#S PR#MISSASCAPI.0+O "" 5 A +#I PROC#SS0A+ CII+

    .I.0+O II 5 O AC#SSO Y 30S.IGA # A .0.#+A 30RISDICIONA+

    CAPX.0+O III 5 OS CON/+I.OS # A ORD#M 30RXDICA 30S.ACAPI.0+O I 5 OS #SCOPOS DO PROC#SSO CII+ # A .CNICA PROC#SS0A+CAPI.0+O 5 #SPCI#S D# .0.#+AS 30RISDICIONAIS # A R#A+IDAD# DOS CON/+I.OS

    .X.0+O III 5 O PROC#SSO CII+ RASI+#IRO

    CAPX.0+O I 5 ( MOD#+O PROC#SS0A+ CII+ RASI+#IROCAPX.0+O II 5 OS /0NDAM#N.OS CONS.I.0CIONAIS& PRINCXPIOS # *ARAN.IAS DOPROC#SSO CII+CAPI.0+O III 5 PASSADO # /0.0RO DO DIR#I.O PROC#SS0A+ CII+ RASI+#IRO&.#NDKNCIAS

    .X.0+O I 5 OS INS.I.0.OS /0NDAM#N.AIS

    CAPX.0+O IQ 5 INS.I.0.OS /0NDAM#N.AIS D# DIR#I.O PROC#SS0A+ CII+

    +iro II 5 A /un%o do #stado no Processo& 3urisdi%o

    .I.0+O 5 30RISDIGJO # POD#R

    CAPI.0+O Q 5 A 30RISDIGJO CII+CAPI.0+O QI 5 A 30RISDIGJO # OS D#MAIS #S.ADOS& COMP#.KNCIA IN.#RNACIONA+

    .X.0+O I 5 ZR*JOS # OR*ANISMOS #NCARR#*ADOS DA 30RISDIGJO

    CAPI.0+O QII 5 OS OR*JOS DA 30RISDIGJO # S0A IND#P#NDKNCIA& OR*ANILAGJO30DICIRIA;

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    CAPX.0+O QIII 5 OS ZR*JOS DA 30RISDIGJO& #S.R0.0RA 30DICIRIA RASI+#IRA;CAPX.0+O QI 5 O #S.A.0.O CONS.I.0CIONA+ DA MA*IS.RA.0RA# A IND#P#NDKNCIA DOS 30IL#S;

    .X.0+O II 5 A DIS.RI0IGJO DO #Q#RCXCIO DA 30RISDIGJO& COMP#.KNCIA

    CAPX.0+O Q 5 O #Q#RCXCIO DA 30RISDIGYO& COMP#.KNCIA .#ORIA *#RA+;CAPI.0+O QI 55 COMP#.KNCIA DOS .RI0NAIS D# S0P#RPOSIGJO;CAPX.0+O QII 5 COMP#.KNCIA DA 30S.IGA COM0M;CAPI.0+O QIII 5 COMP#.KNCIA .#RRI.ORIA+;CAPX.0+O QIQ 5 COMP#.KNCIA D# 30XLO;CAPI.0+O QQ 5 COMP#.KNCIA IN.#RNA DOS ZR*JOS 30DICIRIOS;CAPX.0+O QQI 5 COMP#.KNCIA ASO+0.A O0 R#+A.IA;CAPX.0+O QQII [ PR##NGYO;CAPX.0+O QQIII 5 COMP#.KNCIA DOS /OROS R#*IONAIS;

    .X.0+O III 5 O #Q#RCXCIO DA 30RISDIGJO CII+& S#RIGOS PARA+#+OS

    CAPX.0+O QQI 5 A.IIDAD#S PARA+#+AS AO #Q#RCXCIO DA 30RISDIGYO;CAPX.0+O QQ 5 S#RIGOS COMP+#M#N.AR#S Y 30RISDIGJO& OS A0QI+IAR#S DA30S.IGA;CAPX.0+O QQI 5 /0NGH#S #SS#NCIAIS Y 30S.IGA& O MINIS.RIO P+ICO;CAPI.0+O QQII 5 /0NGH#S #SS#NCIAIS Y 30S.IGA& O ADO*ADO;CAPX.0+O QQIII 5 O0.RAS /0NGH#S #SS#NCIAIS Y 30S.IGA;

    olume II

    +iro III 5 O Mtodo de #erc8cio da 3urisdi%o& Processo&

    .I.0+O IQ 5 PROC#SSO CII+& CONC#I.O # /0NGJO&

    CAPX.0+O QQIQ 5 O CONC#I.O D# PROC#SSO # S#0 R#*IM# 30RIDICO;CAPX.0+O QQQ 5 #SPCI#S D# PROC#SSOS # S#0S R#S0+.ADOS : O PROC#SSO # AIDA DOS DIR#I.OS>;

    .X.0+O Q 5 /ORMAGJO DO PROC#SSO CII+ # +I.ISP#NDKNCIA&

    CAPX.0+O QQQI 5 A /ORMAGJO DO PROC#SSO CII+ # A +I.ISP#NDKNCIA;CAPI.0+O QQQII 5 #/#I.OS PROC#SS0AIS DA +I.ISP#NDKNCIA;CAPI.0+O QQQIII 5 #/#I.OS S0S.ANCIAIS DA +I.ISP#NDKNCIA;

    .X.0+O QI 5 A D#MANDA # O O3#.O DO PROC#SSO CII+

    CAPI.0+O QQQI 5 A D#MANDA;CAPI.0+O QQQ 5 R#+AGH#S #N.R# D#MANDAS;CAPI.0+O QQQI 5 C0M0+AGJO D# D#MANDAS;CAPI.0+O QQQII 5 O O3#.O DO PROC#SSO CII+;

    .X.0+O QII 5 R#+AGJO 30RXDICA PROC#SS0A+ CII+

    CAPI.0+O QQQIII 5 R#+AGJO 30RXDICA PROC#SS0A+;

    .I.0+O QIII 5 S03#I.OS DO PROC#SSO CII+

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    CAPI.0+O QQQIQ 5 O 30IL NO #Q#RCXCIO DA 30RISDIGJO;CAPI.0+O Q+ 5 OS A0QI+IAR#S DA 30S.IGA NO #Q#RCXCIO DAS /0NGH#SCOMP+#M#N.AR#S;CAPX.0+O Q+I [ PAR.#S;CAPI.0+O Q+II 5 AGJO # D#/#SA& SXN.#S# DAS POSIGH#S DAS PAR.#S NO PROC#SSO;

    CAPI.0+O Q+III [ +I.ISCONSZRCIO;CAPX.0+O Q+I 5 AS IN.#R#NGH#S D# .#RC#IROS;CAPX.0+O Q+ 5 O MINIS.RIO P0+ICO COMO PAR.# NO PROC#SSO CII+;

    .I.0+O QI 5 O PROC#DIM#N.O # OS A.OS PROC#SS0AIS CIIS

    CAPI.0+O Q+I 5 ( PROC#DIM#N.O NO PROC#SSO CII+ RASI+#IROCAPI.0+O Q+II 5 A.OS PROC#SS0AIS CIISCAPI.0+O Q+III 5 A.OS D# COM0NICAGJO PROC#SS0A+& CI.AGJO # IN.IMAGJOCAPX.0+O Q+IQ 5 A.OS D# COOP#RAGJO 30RISDICIONA+& AS CAR.ASCAPX.0+O + 5 A /ORMA DOS A.OS PROC#SS0AIS CIISCAPI.0+O +I 5 PRALOS PROC#SS0AIS CIISCAPI.0+O +II 5 D#/#I.OS DOS A.OS PROC#SS0AIS # DO PROC#DIM#N.O

    .I.0+O Q 5 OS M#IOS INS.R0M#N.AIS DO PROC#SSO CII+

    CAPI.0+O +III5 OS M#IOS INS.R0M#N.AIS DO PROC#SSO CII+& PROAS # #NS

    .X.0+O QI 5 OS PR#SS0POS.OS # AS CRIS#S

    CAPI.0+O +I 5 PR#SS0POS.OS D# ADMISSII+IDAD# DA .0.#+A 30RISDICIONA+ CII+CAPX.0+O + 5 ZN0S DA INICIA.IA # D##R D# IMP0+SOCAPX.0+O +I 5 AS CRIS#S DO PROC#SSO CII+& S0SP#NSJO # #Q.INGJO DOPROC#SSO 5INCID#N.#S CRX.ICOS

    .X.0+O QII 5 O R#*IM# /INANC#IRO DO PROC#SSO CII+

    CAPX.0+O +II 5 O C0S.O DO PROC#SSO CII+ # OS #NCAR*OS DA S0C0M\NCIACAPI.0+O +III 5 ASSIS.KNCIA 30DICIRIA

    O+0M# III

    +IRO I 5 O PROC#SSO CII+ D# CONF#CIM#N.O

    .X.0+O QIII 5 O PROC#SSO CII+ D# CONF#CIM#N.O

    CAPI.0+O +IQ 5 O PROC#SSO CII+ D# CONF#CIM#N.O& CONC#I.O # .#MAS/0NDAM#N.AIS

    .X.0+O QIQ 5 .#ORIA *#RA+ DA PROA

    CAPI.0+O +Q 5 A PROA CII+& ISAO SIS.#M.ICA

    CAPI.0+O +QI 5 O3#.O DA PROACAPI.0+O +QII 5 ]N0S DA PROACAPX.0+O +QIII 5 /ON.#S CONCR#.AS # M#IOS D# PROACAPX.0+O +Q^ 5 A+ORAGJO DA PROA CII+CAPX.0+O +Q 5 A PR#S0NGJO # A PROA

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    .X.0+O QQ 5 PR#SS0POS.OS # CRIS#S NO PROC#SSO CII+ D# CONF#CIM#N.O

    CAPI.0+O +QI 5 PR#SS0POS.OS D# ADMISSII+IDAD# DO 30+*AM#N.O DO MRI.OCAPX.0+O +QII 5 S0SP#NSJO DO PROC#SSO CII+ D# CONF#CIM#N.OCAPX.0+O +QIII 5 #Q.INGJO DO PROC#SSO CII+ D# CONF#CIM#N.O

    .X.0+O QQI 5 A .0.#+A 30RISDICIONA+ NO PROC#SSO CII+ D# CONF#CIM#N.O

    CAPI.0+O +QIQ 5 A .0.#+A 30RISDICIONA+ NA S#N.#NGA D# MRI.OCAPX.0+O +QQ 5 .0.#+A 30RISDICIONA+ D#C+ARA.ZRIACAPX.0+O +QQI 5 .0.#+A 30RISDICIONA+ COND#NA.ZRIA :INC+0SI# AMANDAM#N.A+>CAPX.0+O +QQII 5 .0.#+A 30RISDICIONA+ CONS.I.0.IACAPI.0+O +QQIII 5 /A+SAS S#N.#NGAS D# MRI.OCAPI.0+O +QQI 5 CORR#+AGJO #N.R# A .0.#+A 30RISDICIONA+ # A D#MANDA

    .X.0+O QQII 5 OS R#S0+.ADOS DO PROC#SSO CII+ # S0A IM0NILAGJO 5 COISA30+*ADA MA.#RIA+

    CAPI.0+O +QQ 5 COISA 30+*ADA

    .I.0+O QQlll 5 OS PROC#DIM#N.OS NO PROC#SSO CII+ D# CONF#CIM#N.O #MPRIM#IRO *RA0 D# 30RISDIGJO

    CAPI.0+O +QQI 5 PROC#DIM#N.OS

    +IRO 5 O PROC#DIM#N.O COM0M NO PROC#SSO CII+ RASI+#IRO D# PRIM#IRO*RA0 D# 30RISDIGJO

    .X.0+O QQI 5 O PROC#DIM#N.O ORDINRIO

    CAPX.0+O +QQII 5 AS /AS#S DO PROC#DIM#N.O ORDINRIOCAPX.0+O +QQIII 5 A P#.IGJO INICIA+ # A PROPOSI.0RA DA D#MANDACAPX.0+O +QQIQ 5 D#/#RIM#N.O O0 IND#/#RIM#N.O DA P#.IGJO INICIA+CAPX.0+O +QQQ 5 CI.AGJO

    CAPX.0+O +QQQI 5 IN.IMAG_#SCAPI.0+O +QQQII 5 R#SPOS.A Y D#MANDA INICIA+CAPI.0+O +QQQIII 5 CON.#S.AGJOCAPI.0+O +QQQI 5 AS #QC#GH#S RI.0AISCAPX.0+O +QQQ 5 R#CON#NGJOCAPX.0+O +QQQI 5 AGJO D#C+ARA.ZRIA INCID#N.A+CAPX.0+O +QQQII 5 O0.RAS R#SPOS.AS DO R0CAPX.0+O +QQQIII 5 ]N0S D# R#SPOND#R # #/#I.O DA R##+IACAPX.0+O +QQQIQ 5 A /AS# ORDINA.ZRIA # O SAN#AM#N.O DO PROC#SSO 530+*AM#N.O CON/ORM# O #S.ADO DO PROC#SSO

    PREF#CIO

    #ste o liro de min$a ida!

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    N%o estou a a-irmar mritos nem a 2ro2or com2araes com outros escritos meus e muito menoscom as noteis o1ras de direito 2rocessual ciil 2rodu4idas no rasil e no mundo ao longo demais de um sculo de ciWncia do 2rocesso! e6o nestas Instituies de direito 2rocessual ciil omeu 2r72rio es2el$o, o es2el$o da min$a ida de 2rocessualista, das min$as re-lees,conices, dEidas, acilaes e erros! 3 se 2assaram mais de ?uarenta anos desde ?uando,guiado 2elo Mestre +u8s #0++IO D# 0#NO IDI*A+, no terceiro ano da /aculdade do +argo

    de S%o /rancisco, comecei a sentir min$as 2rimeiras curiosidades e uma enorme 2er2leidadediante desse unierso desa-iador ?ue o 2rocesso ciil! ienciei o 2rocesso como 2romotor de6ustia, como 6ui4 e como adogado! #sse tem sido um longo estgio de a1sor%o de conceitos e2rinc82ios, de tomadas de 2osi%o e so1retudo de 1usca de solues! #stou conencido de ?ue o2rocesso ciil, como toda tcnica, s7 ser uma 1oa tcnica na medida em ?ue -or ca2a4 deo-erecer solues 1oas 5 2rocesso 6usto o 2rocesso ?ue 2rodu4 solues 6ustas! Continuoa2rendendo conceitos, reerenciando 2rinc82ios, desendando estruturas e 1uscando solues1oas, mediante o longo e intenso a2rendi4ado ?ue a docWncia da disci2lina durante trinta anosem min$a el$a e sem2re noa Academia! esse o unierso de imagens es2el$adas nas 2resentes Instituies! #las -oram escritas a 2artirde 2ensamentos e conceitos 6 ensinados em aulas, e2ostos em liros e artigos, sustentadosem 2areceres, de-endidos em arra4oados e im2ostos em decises! S%o o es2el$o de meusacertos e desacertos, ou o es2el$o de min$a ida de 2rocessualista! O liro de min$a ida,2ortanto!N a realidade, duas -oram as idas dos 2rocessualistas da min$a gera%o!Como todos de meu tem2o, nasci 2ara a ciWncia 2rocessual em um clima de intenso a2ego `distin%o entre a -un%o do 2rocesso e a do direito material, de eagerado culto ao alor da a%oentre os institutos 2rocessuais, de um 4elo irracional 2elos interesses do autor sem acorres2ondente 2reocu2a%o 2elos do demandado, de um 2acato con-ormismo diante dasine-iciWncias do sistema e de um constantemente renegado, mas inconscientemente cultiadoculto ` -orma! Os rumos ?ue durante nossas idas tomou a ciWncia do 2rocesso 2useram5nos a

    re2ensar nosso modo de er o sistema 2rocessual, 2ara 2odermos marc$ar no mesmocom2asso das mutantes eigWncias da sociedade 2or um 2rocesso ciil mais e-etio e dinmico 5o ?ue -omos o1rigados a -a4er 2agando o 2reo de alguns atos de $umilde 2enitWncia eineitaelmente -a4endo algumas correes de rota! /oi no curso dessas ?uatro dcadas ?uetomou ulto o moimento mundial 2ela 1andeira da e-etiidade do 2rocesso, es2ecialmente nao1ra grandiosa dos condotttieri MA0RO CAPP#++#..I e I..ORIO D#N.I! #ste, na0niersidade de Paia e a?uele, em /lorena e no mundo, 2assaram a discorrer so1re a 6ustiasocial a ser 2romoida 2elos canais do 2rocesso, so1re as ideologias ?ue deem estar 2resentesna con-igura%o dos institutos 2rocessuais, so1re a indis2ensel consciWncia dos interesses dosconsumidores dos serios 6udicirios, so1re a camin$ada da 3ustia ao encontro do cidad%o,so1re a im2eriosidade da uniersali4a%o do acesso ` 6ustia etc!

    O 6oem ?ue $o6e se inicia rece1e 6 os -rutos maduros dessa eolu%o multi-acetria e seusol$os 6 se a1rem 2ara a ciWncia 2rocessual 2ela 72tica do 2rocesso agili4ado, coletii4ado,$umani4ado! Os ?ue 2rodu4iram antes dessa eolu%o, encerrando sua ida de 2rocessualistasem $aerem rece1ido o so2ro dos noos entos, tam1m ieram em 2a4 de es28rito e n%o2assaram 2or essa es2cie de 2roa%o! Min$a gera%o de 2rocessualistas -icou a caalo deuma -ase de mudana de mtodo e isso -oi ao menos angustiante 2ara ?uem 6 $aia assimiladoos 2ensamentos e uma is%o inerentes `s el$as colocaes metodol7gicas; ?uase de re2ente,imo5nos atro2elados 2or r2idas trans-ormaes no sistema, ?ue nos co1raram uma reis%ogeral, se n%o ?uisssemos -icar ` margem com saudosistas lamentaes! O ?ue $a8amosa2rendido e ensinado deiou de ser a erdade uniersal e aceita!Fa8amos a2rendido ?ue o 2rocesso um instrumento meramente tcnico a serio do direito

    su1stancial, n%o tendo o 6ui4 ?ual?uer com2romisso com o alor do 6usto& se sua sentena -osse2ortadora de alguma in6ustia, ensinaram5nos, ?ue -osse esta de1itada ao legislador e n%o a ele,a ?uem cum2re eclusiamente im2or a lei con-orme -ora 2osta em igor 5 merecia eecra%o ecaricatas $umil$aes a -igura do 1on 6uge Magnot! Condicionaram5nos tam1m a nosem2en$armos na 1usca de conceitos muito 2recisos e delimitaes muito seguras entre os

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    institutos do 2rocesso, sem ?ual?uer 2reocu2a%o com o ngulo eterno do sistema e, 2ortanto,sem 2ensarmos na e-iciWncia deste em -ace dos con-litos ?ue angustiam 2essoas e insta1ili4amgru2os e sociedades; 6amais cuidaram de colocar5nos a 2ro1lemtica dos con-litos ?ue2ermanecem sem solu%o e 2essoas ?ue so-rem leses e os males da litigiosidade contida,2or?ue o 2rocesso sem2re -oi assim e tem suas irremo8eis limitaes, n%o se 2odendo as2irara solues ?ue estiessem alm das 2ossi1ilidades do sistema e das -oras de seus o2eradores

    tradicionais!uando nos demos conta, essas erdades eternas estaam minadas de morte& entraam no1ur1urin$o de uma usinagem de alta 2ress%o e 2rinci2iaam a sair na outra 2onta com noas-eies, ou em outras estes, ou sim2lesmente sendo lanadas no de27sito de materialim2restel! ( 2ensamento moderno camin$ou 2ara a a-irma%o de um intenso coe-iciente ticoe deontol7gico no sistema 2rocessual, es2ecialmente endereado ao es28rito do 6ui4, de ?uem$o6e todos es2eram um solene com2romisso de reali4ar 2rocessos 6ustos e ?uos e terminar o2rocesso com a o-erta de uma e-etia 6ustia su1stancial aos litigantes! Camin$ou tam1m 2ara auniersali4a%o da tutela 6urisdicional, em 1usca da redu%o dos res8duos con-lituosos n%o6urisdicionali4eis 5 e-eitos da 2o1re4a, da ignorncia e de um atico con-ormismo!N%o -oi sem angEstias, incerte4as e riscos ?ue nossas idas mudaram! #sse o 2reo a ser2ago 2or ?uem ie em duas 2ocas e n%o ?uer ser se2ultado entre as 2ginas iradas do liroda Fist7ria! #is como e 2or ?ue os 2rocessualistas de min$a gera%o -oram o1rigados a ierduas idas em uma ida s7!Na realidade, este liro 2ortanto o resultado de min$as duas idas de 2rocessualista?uero ?ue este liro 2ossa ser o16eto de trWs leituras!A 2rimeira leitura ?ue ele se destina a ter a leitura da didtica e do a2rendi4ado! Por?ue acima de tudo um curso de direito 2rocessual, ele 2recisa ser su-icientemente claro, alm decom2leto na e2lica%o dos 2rinc82ios, conceitos, institutos e normas, a 2onto de ser entendido2elo 2rinci2iante ainda des2roido de 2remissas no es28rito e, 2ortanto, necessitado dee2licaes ?ue 2rinci2iem 2elas ra84es! Da8 a e2lica%o dos -undamentos legitimadores do

    2r72rio direito 2rocessual e do 2rocesso mesmo, como con6unto de tcnicas destinadas aeliminar con-litos; da8 o em2en$o em demonstrar os modos como direito e 2rocesso se associamem -ace do o16etio de o-erecer tutela 6urisdicional a ?uem tier ra4%o; da8 a 2ro2osta de umaleitura moderna de el$os 2rinc82ios instalados na Constitui%o e na consciWncia dos 2oos; e da8o ineitel risco de `s e4es di4er o 71io, 2ara mel$or ser entendido 2elos 2rinci2iantes! #ste um liro dedicado so1retudo aos meus estudantes e a eles ?ue o endereo em 2rimeiro lugar!A segunda leitura es2erada a leitura 2ro-issional! Como 2ro-issional de intensa militncia no2rocesso, 2rocuro retratar a?ui uma e2eriWncia de ?uarenta anos, associando solues aconceitos, sem -icar s7 nestes e sem deiar de er o ?ue se 2assa na realidade do dia5a5dia2erante os tri1unais! Da8 as in-ormaes 6uris2rudenciais, as -iguraes e os eem2los de carter2rtico intercalados no teto, com ista ` sua utilidade 2ara adogados, 2romotores de 6ustia e

    magistrados!A terceira leitura a dos estudiosos em 1usca de 2ro-undidade no con$ecimento do direito2rocessual ciil! So1re cada tema, cada instituto, cada 2olWmica de ?ue ten$o con$ecimento,tratei de eternar meus 2ontos5de5ista, consciente do risco de errar e do 2erigo das cr8ticas a?ue me e2on$o! N%o ?uero di4er erdades eternas, mas n%o me resigno a 2ermanecer nas2lan8cies sem entos dos entendimentos 2ac8-icos! Ao assumir uma entre duas ou mais 2osiesconstru8das ao longo da $ist7ria da min$a ciWncia, ou ?uando ouso 2ro2or 2ensamentos noos,sei ?ue alguma tur1ulWncia ir, mas sei tam1m ?ue sem esses tremores ou a1alos a ciWncian%o camin$a! Dos destinatrios dessa terceira leitura es2ero a $omenagem de uma aceita%ogenerosa ou de sua cr8tica racional, na ?ual sa1erei er os moimentos de uma ciWncia ?ue n%ose estagna, n%o se con-orma com erdades sa1idas e ?uer manter5se in?uieta diante dos

    2ro1lemas a resoler!#ste liro tee rias origens!#le -oi constru8do so1re a 1ase dos 2lanos de aula ?ue im ela1orando, am2liando, atuali4ando ecorrigindo nessa ida de trinta anos 6unto aos estudantes do +argo de S%o /rancisco! Ys e4es,res2ondendo ` indaga%o de um 6oem ?ue se inicia, o 2ro-essor W5se o1rigado a 1uscar

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    e2licaes mel$ores, associar conceitos ou mesmo 2enitenciar5se de erros! N%o erra ?uemnada -a4 e nada di4! Muito do ?ue a?ui est escrito tee origem em cursos de 27s5gradua%o,?ue 2or 8ndole e destina%o deem ser a1ertos ao dilogo e ao mais am2lo dos de1ates, sendonocio o docente ?ue se 2reocu2a em e2or suas erdades, sem sa1er ?ue a erdade nemsem2re est onde ele 2ensa ?ue est! Sem2re comeo meus cursos di4endo aos mestrandos edoutorandos ?ue e6o em nosso con8io um la1orat7rio ao ?ual leo meus con$ecimentos de

    colega mais adiantado, as teses ?ue ela1orei, min$as conices e tam1m min$as dEidas!Muitas de min$as su2osies 2uderam ali ser desenolidas, muitas 2ro2ostas -orama2rimoradas, muitos enganos -oram corrigidos e muitas dEidas, des-eitas! A tese Ainstrumentalidade do 2rocesso, ?ue me aleu a titularidade acadWmica de direito 2rocessual ciil, 2ara mim o mais grati-icante dos -rutos desses de1ates!Como natural, este liro tam1m -ruto de uma eolu%o cultural desenolida 2elos2ensadores de meu 2a8s e do mundo todo! N%o se -a4 ciWncia 2or saltos e ningum 2ensaso4in$o, ainda ?uando se iluda ao crer ?ue est 2ensando so4in$o :CARN#+0..I>! O ?ueescreo eu, o ?ue escreeram meus antecessores e o ?ue continuar a ser escrito s%o 2assosde uma camin$ada cu6o comeo se con$ece ra4oaelmente mas cu6a consuma%o, n%o ocorrer6amais, en?uanto o $omem -or $omem e en?uanto o gWnio $umano -or ca2a4 de criar! .odos2rocuramos criar algo, mas de2endemos todos do ?ue 6 -oi criado antes!Com a consciWncia dessa 2e?uene4 $ist7rica do ?ue em um liro se di4 e das limitaes criatiasde ?uem n%o mais ?ue um entre os mil$ares de construtores de uma ciWncia, sei ?ue tam1malgo de mim 2r72rio est nesse liro; como elo de uma longa corrente ou mero 2asso de umacamin$ada de ?ue todos 2artici2amos, ele -oi tam1m alimentado 2elo 2roduto de min$as2r72rias re-lees e do modo como, em min$as duas idas de 2rocessualista, $o6e e6o meuinstrumento de tra1al$o! #ssa a 2rinci2al mola 2ro2ulsora da 2rodu%o cient8-ica 5 a es2eranade er 2rogredir as 2r72rias idias, sem o o1cecado temor inerente a um sentimento deautocr8tica ?ue ini1e o 2rogresso da ciWncia!#ste liro tem tam1m a sua $ist7ria!

    uma $ist7ria muito 2essoal, ?ue me agrada contar a2esar do risco de tra4er tdio aos leitores!O son$o de 2rodu4i5lo 2arecia uma ?uimera -ugidia ?ue se a-asta e se a-asta sem2re ?ue2ensamos camin$ar ao seu encontro! N%o -ui ca2a4 de conciliar a reda%o de min$as Instituiescom as atiidades de 2romotor de 6ustia, 6ui4 do .ri1unal de Alada, desem1argador ouadogado! #m determinado momento, ousei! Por trWs anos consecutios isolei5me durantelongos 2er8odos em uma 2e?uena il$a ao Sul da Itlia, onde em um c$al e longe dassolicitaes 2ro-issionais consegui dar cor2o ao son$o! Col$o $o6e o -ruto dessas -ugas, mas amem7ria das 2r72rias -ugas tam1m uma saudade ?ue alimenta! Saudade da 2e?ueninaCanneto, da il$a de +i2ari, do ar?ui2lago das Il$as #7lias; saudade de don *ennaro, ?ue nosacol$ia $os2italeiro entre os -iis da 2ar7?uia de San Cristo-oro; do ?uitandeiro Mic$ele, ?uesem2re nos endia mais do ?ue ?uer8amos com2rar; do 1ar do .ano, onde tomaa meus

    ca-e4in$os dirios em meio aos seus comentrios so1re os Eltimos -atos da 2ol8tica e do -ute1ol;da -am8lia /onti, ?ue nos $os2edou em sua Residence +a irlletta 5 Mimmo, Rita, Ariana e Ro1erta-oram testemun$as do meu tra1al$o e da min$a alegria ao escreer este liro, ?uase tanto?uanto a +A8s e nossos -il$os!A $ist7ria deste liro inclui tam1m o modo como -oi escrito! No re-Egio em ?ue me a1riguei,contei somente com meus 2r72rios a2ontamentos de aula, com min$a mem7ria so1re os temas adesenoler e com a o1ra de .F#O.]NIO N#*RJO! As glosas adicionadas 2elo grandeadogado 2aulista a cada artigo do C7digo de Processo Ciil aleram5me como indica%o dos2ro1lemas ?ue surgem 2erante os tri1unais e in-orma%o so1re como eles est%o sendoresolidos! Orgul$o5me em di4er ?ue em alguma medida este liro a condensa%o sistemticados 2ontos suscitados no monumental C7digo de Processo Ciil e legisla%o 2rocessual em

    igor!#la1orado desse modo, este liro n%o contm re-erWncias doutrinrias e n%o 2retendo ?ue elese6a uma -onte de 2es?uisa! Se o estudante, meu 2rimeiro leitor, ca2tar 1em as mensagens ?uel$e transmito, sua inicia%o estar consumada e ele 2oder de2ois -ormar suas 2r72riasconices mediante outras leituras ?ue -ar! Ao segundo leitor, o o2erador do 2rocesso, estou

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    conencido de ?ue as colocaes conceituais e os in-ormes de 6uris2rudWncia -ornecidos 2oder%otra4er alguma a6uda Etil ao eerc8cio 2ro-issional! Ao terceiro leitor, ?ue se 2reocu2a com2ro-undidades, es2ero ?ue cada a-irma%o -eita se6a reeladora de uma tomada de 2osi%o emrela%o a temas atuais ou eternos da ciWncia 2rocessual! Como ato de res2eito a esses trWsleitores, cuidei somente de identi-icar 2ensamentos de autores ?ue me 2recederam, mediantesim2les indica%o do nome de cada um e com o o16etio de a-astar ?ual?uer sus2eita de

    indeidos a2ossamentos de idias al$eias!#s2ero ?ue este liro ten$a tam1m bo seu -uturo!Deus me dW ida, -oras e $umildade su-icientes 2U recol$er as o1seraes, sugestes ecr8ticas ?ue certamente ir%o e sa1er analis5las ao a2er-eioamento das idias ?ue asInstituies 2ro2em! #sse um im2eratio do camin$ar incessante dos con$ecimentoscient8-icos! As res2ostas de cr8tica sadia s%o t%o animadoras ?uanto as mani-estaes de a2oio,-a4endo 2arte da gl7ria de ?uem escree! A misria de ?uem escree a ?ue em do silWncio eda indi-erena!

    ARCADAS D# S%o /RANCISCO, -eereiro de '(("

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    Livro I - OS FUNDA"ENTOS E AS INSTITUI$ES FUNDA"ENTAIS

    .I.0+O I 5 o direito 2rocessual ciil& CAPX.0+O I 5 as grandes 2remissas; CAPI.0+O II 5 a lei2rocessual ciil! .I.0+O II 5 o acesso ` 6ustia e a tutela 6urisdicional! CAPX.0+O III 5 os con-litose a ordem 6ur8dica 6usta; CAPX.0+O I 5 os esco2os do 2rocesso ciil e a tcnica 2rocessual;CAPX.0+O 5 es2cies de tutelas 6urisdicionais e a realidade dos con-litos! .X.0+O III 5 o

    2rocesso ciil 1rasileiro& CAPI.0+O I 5 o modelo 2rocessual ciil 1rasileiro; CAPX.0+O II 5 os-undamentos constitucionais& 2rinc82ios e garantias do 2rocesso ciil; CAPX.0+O III 52assado e-uturo do direito 2rocessual ciil 1rasileiro& tendWncias! .I.0+O I 5 os institutos -undamentais&CAPX.0+O IQ 5 institutos -undamentais de direito 2rocessual ciil!

    T%tulo I - O DIREITO PROCESSUAL CIVILCa&%tulo I -AS 'RANDES PRE"ISSAS

    "! solu%o im2eratia de con-litos 5 '! o direito 2rocessual ciil 5 ! direito -ormal, sem -ormalismo5 B! direito 2rocessual e direito material 5 =! dois 2lanos distintos 5 ! o direito 2rocessual material 5

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    2oderes do 6ui4, endereados a -a4er cum2rir rigorosamente as suas decises, so1 2ena de oeerc8cio do 2oder -icar truncado 5 decidindo mas n%o im2ondo a e-etia%o do decidido! Ae-etiidade do 2rocesso um dos temas de maior desta?ue no 2rocesso ciil moderno! Como sed em todos os setores do eerc8cio do 2oder estatal, o 6ui4 atua no 2rocesso de modo ineitel,o ?ue signi-ica ?ue a e-etiidade de suas decises n%o dee de2ender da 1oa5ontade dossu6eitos enolidos :dis2osi%o a o1edecer> nem da sua 2ria dis2osi%o a aceitar os resultados

    -uturos! O 2rocesso n%o resulta de ?ual?uer a6uste de ontades entre os litigantes e, 2ara terin8cio, 1asta a iniciatia de um deles! O outro, c$amado a 2artici2ar, 2oder ser mais ou menosdiligente e 2ode at omitir5se 2or com2leto :reelia etc!>, mas sua ontade indi-erente 2ara ?ueo 2rocesso se reali4e ou 2ara ?ue 2rodu4a os resultados ade?uados em cada caso!#istem 2ossi1ilidades de solu%o de con-litos 2or terceira 2essoa e sem a marca daim2eratiidade! S%o os c$amados meios alternatios de solu%o dos con-litos, re2resentados2ela ar1itragem, 2ela concilia%o e 2ela media%o, de grande utilidade social e -ortementeincrementados 2elo direito moderno! O direito estimula a autocom2osi%o 2or ato de 1oa5ontadede am1os os enolidos :transa%o> ou de um deles :renEncia, su1miss%o> mas, ?uando 2ornen$um desses meios se c$ega ` 2aci-ica%o, n%o $ como eliminar o con-lito sem a resigna%oe sem o 2rocesso ciil!

    2. o direito processual civil

    Direito 2rocessual o con6unto de 2rinc82ios e normas destinados a reger a solu%o de con-litosmediante o eerc8cio do 2oder estatal :in-ra, n! ""! #sse 2oder, ?uando a2licado ` -un%o deeliminar con-litos e 2aci-icar 2essoas ou gru2os, constitui o ?ue se c$ama 6urisdi%o e esta a-un%o do 6ui4 no 2rocesso! #m todos os 2oos, mas notadamente no #stado5de5direito, natural?ue o eerc8cio da 6urisdi%o se su1meta a um com2leo con6unto de regras 6ur8dicas destinadasao mesmo tem2o a assegurar a e-etiidade dos resultados :tutela 6urisdicional>, a 2ermitir a2artici2a%o dos interessados 2elos meios mais racionais e a de-inir e delimitar a atua%o dos

    6u84es, im2ondo5l$es deeres e im2edindo5l$es a 2rtica de ecessos e a1usos! #ssas regras,2ostas 2elo #stado de modo im2eratio, s%o regras de direito e inculam todos os su6eitos do2rocesso! #las integram o direito 2rocessual, como ramo do ordenamento 6ur8dico nacional!O1ser5las dar e-etiidade a um alor muito ealtado no #stado democrtico moderno, ?ue o deido 2rocesso legal 5 sistema constitucional e legal de disci2lina e limitaes ao eerc8cio do2oder :in-ra, n! >!O direito 2rocessual, assim entendido, a2resenta5se nas su1es2cies direito 2rocessual ciil edireito 2rocessual 2enal!No sistema 1rasileiro o direito 2rocessual ciil o res2onsel 2elo eerc8cio da 6urisdi%o comre-erWncia a 2retenses -undadas em normas de direito 2riado :ciil, comercial> e tam1m2E1lico :administratio, tri1utrio, constitucional>! Nisso o 2rocesso ciil 1rasileiro di-erencia5se de

    im2ortantes modelos euro2eus e latino5americanos em ?ue $ certas limitaes relacionadascom o #stado em 6u84o! Nosso sistema o da c$amada 6urisdi%o una e tam1m o #stado sesu6eita aos 6ui4es integrantes do Poder 3udicirio e `s regras do direito 2rocessual ciil! A?uiineiste o contencioso administratio e o 2rocesso di-erenciado 2ara certas causas regidas 2elodireito 2E1lico! #cluem5se do m1ito do 2rocesso ciil 1rasileiro, eclusiamente, as causas denature4a 2enal!#sses contornos do direito 2rocessual ciil tornam di-8cil delimitar de modo 2ositio o m1ito desua incidWncia, sendo usual a a-irma%o de ?ue ele o ramo do direito 2rocessual destinado adirimir con-litos em matria n%o52enal!.am1m essa coloca%o im2er-eita! Os lit8gios regidos 2elo direito do tra1al$o ou 2elo eleitorals%o eclu8dos do m1ito do 2rocesso ciil comum, em1ora condu4idos mediante as regras de um

    2rocesso ciil lato sensu! muito grande a a2lica%o su1sidiria das normas do 2rocesso ciilcomum ao tra1al$ista :C0, art! !

    3. direito formal, sem formalismo.

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    O direito 2rocessual eminentemente -ormal, no sentido de ?ue de-ine e im2e -ormas a seremo1seradas nos atos de eerc8cio da 6urisdi%o 2elo 6ui4 e de de-esa de interesses 2elas 2artes!A eigWncia de -ormas no 2rocesso um 2en$or da segurana destas, destinado a dare-etiidade aos 2oderes e -aculdades inerentes ao sistema 2rocessual :deido 2rocesso legal>; o?ue se renega no direito -ormal o -ormalismo, entendido como culto irracional da -orma, comose -ora esta um o16etio em si mesma! /orma a e2ress%o eterna do ato 6ur8dico e reela5se

    no modo de sua reali4a%o, no lugar em ?ue dee ser reali4ado e nos limites de tem2o 2arareali4ar5se! O2e5se conceitualmente ` su1stncia do ato, ?ue se re2resenta 2elo seu conteEdo,aria caso a caso e corres2onde ao encamin$amento a ser dado ao 2rocesso e ao lit8gio emcada situa%o es2ec8-ica!A sentena dee conter relat7rio, motia%o e decis7rio, sendo nula se n%o motiada! .al omodo t82ico de reali4a%o desse ato, ou a sua -orma eigida 2elo direito :Const!, art! , me! IQ;CPC, arts! "" e B=@>! Mas o conteEdo de cada uma dessas suas 2artes estruturais ser o ?uecada caso concreto im2user, sendo ?ue no decis7rio estar o 6ulgamento da causa a ser ditado2elo 6ui4! .oda sentena deer ser com2osta da?uelas trWs 2artes, mas cada uma a2resentarum conteEdo su1stancial corres2ondente ao caso e com2osto 2elo 6ui4 segundo seu lireconencimento!0ma das caracter8sticas do 2rocesso ciil moderno o re2Edio ao -ormalismo, mediante a-lei1ili4a%o das -ormas e inter2reta%o racional das normas ?ue as eigem, segundo oso16etios a atingir! de grande im2ortncia a regra da insBrumentalidade das -ormas, conce1ida2ara condu4ir a essa inter2reta%o e consistente na a-irma%o de ?ue, reali4ado 2or algum modoo o16etio de determinado ato 2rocessual e n%o ocorrendo 2re6u84o a ?ual?uer dos litigantes ouao correto eerc8cio da 6urisdi%o, nada $ a anular ainda ?uando omitido o 2r72rio ato oureali4ado com transgress%o a eigWncias -ormais! N%o $ nulidade sem 2re6u84o :CPC, arts! 'BBe 'B, "5 e '5>! As eigWncias -ormais est%o na lei 2ara assegurar a 2rodu%o de determinadosresultados, como meios 2reordenados a -ins& o ?ue su1stancialmente im2orta o resultadoo1tido e n%o tanto a regularidade no em2rego dos meios :in-ra, rln! !

    4. direito processual e direito material

    Conceitual e -uncionalmente, direito 2rocessual o2e5se a direito material, ou su1stancial!

    #le n%o cuida de ditar normas 2ara a ade?uada atri1ui%o de 1ens da ida aos indi8duos, nemde disci2linar o con8io em sociedade, mas de organi4ar a reali4a%o do 2rocesso em si mesmo!A tcnica da solu%o de con-litos 2elo #stado 5 ou se6a, o 2rocesso 5 est de-inida nas normasintegrantes de um es2ec8-ico rano 6ur8dico, ?ue o direito 2rocessual ciil! Ao esta1elecer comoo 6ui4 dee eercer a 6urisdi%o, como 2ode ser eercida a a%o 2or a?uele ?ue 2retende alguma2roidWncia do 6ui4 e como 2oder ser a de-esa do su6eito tra4ido ao 2rocesso 2ela cita%o, odireito 2rocessual n%o esta1elece norma alguma, destinada a determinar o teor dos 6ulgamentos;nem -ia critrios ca2a4es de de-inir ?ual dos litigantes tem direito ao 1em da ida 2retendido:direito ` tutela 6urisdicional> e ?ual deles $ de su2ortar a derrota!3urisdi%o, a%o, de-esa e 2rocesso s%o as ?uatro grandes categorias 6ur8dicas ?ue com2em onEcleo estrutural do direito 2rocessual :os seus institutos -undamentais> :in-ra, nn! "(@ ss!>! #m

    torno delas gira todo o conteEdo dogmtico dessa ciWncia! .utela 6urisdicional a 2rote%o ?ue,2or meio do 2rocesso e 2elo eerc8cio da 6urisdi%o, o #stado d ao su6eito ?ue tier ra4%o nolit8gio :in-ra, nn! ss!>!A institui%o de normas contendo critrios 2ara a solu%o de con-litos :critrios 2ara seu6ulgamento> constitui tare-a do direito su1stancial, ?ue integrado 2elo direito ciil, comercial,

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    agrrio, administratio, am1iental, tri1utrio, -inanceiro, econmico, eleitoral etc!, residindo2rinci2almente nos res2ectios C7digos e leis es2ec8-icas :entre as ?uais, modernamente, as leisam1ientais, o C7digo de De-esa do Consumidor, o #statuto da Criana e do Adolescente etc! >!As normas su1stanciais dirigemse aos su6eitos ientes em sociedade e esta1elecem critrios2ara a atri1ui%o de 1ens a eles :!g!, as normas so1re 2ro2riedade ou 2osse, as ?ueesta1elecem a o1riga%o de re2arar 2or danos contratuais ou etracontratuais, as ?ue ditam

    san%o 2ara iolaes aos deeres entre cn6uges ou transgresses ` $igide4 do meio5am1ienteetc!>! Disci2linam tam1m a coo2era%o de 2essoas em atiidades de interesse comum, como sed nas leis so1re sociedades mercantis, 2artidos 2ol8ticos etc!As normas 2rocessuais entram em o2era%o ?uando algum su6eito, lamentando ao #stado 6ui4um estado de coisas ?ue l$e desagrada e 2edindo5l$e uma solu%o -aorel medianteinoca%o do direito material, 2rooca a instaura%o do 2rocesso! A reali4a%o do 2rocesso,como atiidade con6unta de ao menos trWs su6eitos :6ui4, autor e ru>, constitui o16eto das normasde direito 2rocessual!F normas de direito 2rocessual inseridas em cor2os legislatios 2re2onderantementesu1stanciais, como o caso de tradicionais artigos do C7digo Ciil so1re a2roa :arts! "", "=," ss!, B etc!>! Do mesmo modo, em leis 2rocessuais encontramse algumas dis2osies denature4a su1stancial 55 !g!, o C7digo de Processo Ciil dis2ondo so1re a indeni4a%o deida2elo litigante de m5- :arts! "5"@>! F tam1m leis ?ue num s7 cor2o tra4em dis2osiessu1stanciais e 2rocessuais, como a +ei do Di7rcio, a +ei de +oca%o de Im7eis 0r1anos, oC7digo de De-esa do Consumidor etc!; isso assim acontece, com 2lena legitimidade sistemtica,deido ` integra%o do 2rocesso e direito material num s7 conteto glo1al de tutela, sendo `se4es de toda coneniWncia disci2linar num s7 cor2o algum instituto de direito su1stancial e osmodos como $ de ser tratado 2osto em lit8gio 2erante o Poder 3udicirio! Ca1e ao intr2reteconsciente a tare-a de se2arar as normas 2rocessuais das su1stanciais, 2rinci2almente 2ara ?ue2ossa tratar ade?uadamente umas e outras, a 2artir dos 2ressu2ostos metodol7gicos 2r72rios acada um desses cam2os do sa1er 6ur8dico :so1re a norma 2rocessual& in-ra, nn! e "< ss!>!

    5. dois planos distintos (Infra, n. 5I)

    Precisamente 2or?ue as normas 2rocessuais n%o se destinam a disci2linar diretamente asrelaes inter2essoais ou intergru2ais na ida comum, nem a criar, modi-icar ou etinguir direitossu16etios, assim tam1m n%o tem essa -un%o o seu destinatrio 2rinci2al 5 o 6ui4! Nascem assituaes su16etias su1stanciais, inariaelmente, do concreto acontecimento de algum ato ou-ato 2reisto em norma 6ur8dica geral 5 como o direito de 2ro2riedade e-eito da ocorrWncia dealgum dos modos de a?uisi%o, de-inidos no C7digo Ciil :originrios, deriados>, como o crditonasce do mEtuo ou do dano causado, como o direito ` se2ara%o 6udicial em da 2rtica de atosdesonrosos ou grae iola%o aos deeres do matrimnio etc! O deedor n%o o 2or?ue o 6ui4 o

    $a6a constitu8do tal, mas 2or?ue 6 o era antes do 2rocesso e da sentena; o 2ossuidor n%o setorna dono 2or o1ra da sentena ?ue 6ulga 2rocedente a a%o de usuca2i%o mas 2or?ue, tendoeercido a 2osse ade?uada 2or tem2o su-iciente, a lei ciil o considera assim; etc! As sentenas6udiciais limitam5se a reelar essas situaes criadas 2ela ida e regidas 2elo direito material,eliminando dEidas e alendo como 2alara -inal a res2eito :coisa 6ulgada>! #las n%o criamsituaes 6ur8dicas noas! Direitos e o1rigaes 2reeistem ao 2rocesso! # -acto oritur 6us!isto desse modo, o tra1al$o do 6ui4 consiste a2enas :a> na 1usca da erdade dos -atos atrasda 2roa, :1> no en?uadramento desses -atos no modelo genrico de-inido em lei :-attis2ecie> e:c> na e2licita%o e e-etia%o da norma concreta emergente da ocorrWncia do -ato concreto!Mesmo nos casos em ?ue o 6ui4 constitui alguma situa%o 6ur8dica noa, 2ostulada 2ela 2arte:!g!, sentena ?ue decreta a se2ara%o 6udicial ou o di7rcio>, o direito ` modi-ica%o 6ur8dica

    o2erada 2elo 6ui4 2reeiste ` sentena! O 6ui4 institui entre as 2artes o status de diorciados maso direito a essa modi-ica%o 2recedente ao 2rocesso e ` sentena!Assim com2osto, o ordenamento 6ur8dico diide5se em dois 2lanos distintos, interagentes masautnomos e cada ?ual com sua -un%o es2ec8-ica! Ys normas su1stanciais com2ete de-inirmodelos de -atos ca2a4es de criar direitos, o1rigaes ou situaes 6ur8dicas noas :-attis2ecie>,

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    alm de esta1elecer as conse?fWncias es2ec8-icas da ocorrWncia desses -atos :sanctiones 6uris>!As normas 2rocessuais ditam critrios 2ara a desco1erta dos -atos releantes e reela%o danorma su1stancial concreta emergente deles, com ista ` e-etia%o 2rtica das solues ditadas2elo direito material! Do 6ui4 es2era5se a -iel e correta reela%o das normas su1stanciaisconcretas, 2artindo do teto das leis e alendo5se de critrios racionais e realistas 2ara ainter2reta%o leg8tima e socialmente ade?uada! Seu racioc8nio 2arte de normas gerais, assim

    2es?uisadas, e c$ega ` norma do caso concreto, ?ue ele 2r72rio n%o cria mas deria%oda?uelas!Y corrente dualista do ordenamento 6ur8dico, assim con-igurada, o2em5se as unitrias, ?uetendem a a-irmar a 2artici2a%o do 6ui4 na cria%o das normas concretas, 2ressu2ondo ainsu-iciWncia da lei material 2ara a institui%o de direitos, o1rigaes e demais situaes 6ur8dicasentre as 2essoas :in-ra, n! =">!

    6. o direito processual material

    A autonomia do direito 2rocessual e sua locali4a%o em 2lano distinto da?uele ocu2ado 2elodireito material n%o signi-icam ?ue um e outro se encontrem con-inados em com2artimentosestan?ues! #m 2rimeiro lugar, 2or?ue o 2rocesso uma das ias 2elas ?uais o direito materialtransita rumo ` reali4a%o da 6ustia em casos concretos; ele um instrumento a serio dodireito material! De2ois, 2or?ue eistem signi-icatias -aias de estrangulamento, ou momentosde intersec%o, entre o 2lano su1stancial e o 2rocessual do ordenamento 6ur8dico!A escalada de autonomia cient8-ica do direito 2rocessual, -ruto dos estudos 2rinci2iados emmeados do sculo QIQ, deiou -ora de dEida ?ue o direito 2rocessual tem sua ida 2r72ria eca1e5l$e uma miss%o social e 6ur8dica di-erente, em rela%o ao direito su1stancial! Seus esco2os,ou o16etios 2r72rios :sociais, 2ol8ticos e 6ur8dicos>, s%o 1em de-inidos e n%o se con-undem comos deste :in-ra, nn! B; a27ia5se em -undamentos metodol7gicos ?ue n%o s%o os mesmos dodireito su1stancial : direito 2E1lico, -ormal, n%o 2artici2a da cria%o de direitos>; e tem seu

    2r72rio o16eto material, ?ue s%o as categorias 6ur8dicas relacionadas com a atiidade destinada aeliminar con-litos! As categorias 6ur8dicas 2rocessuais, aglutinadas em torno de seus institutos1sicos :6urisdi%o, a%o, de-esa e 2rocesso>, s%o recon$ecidas uniersalmente como realidadesinde2endentes do direito su1stancial e das situaes regidas 2or ele! #ssas con?uistasmetodol7gicas 2rinci2iaram com o recon$ecimento da autonomia da a%o em -ace do direitosu16etio material :n%o mais $aida 2or inerWncia deste> e da rela%o 6ur8dica 2rocessual em-ace da rela%o su1stancial controertida entre os litigantes :ela di-ere desta em seus su6eitos,em seu o16eto e em seus 2ressu2ostos& Osar on floU> :in-ra, nn! @ e =((5=(">! Fo6e n%o $margem 2ara duidar da autonomia do direito 2rocessual e de sua coloca%o em 2atamar distintoda?uele em ?ue se situam as normas e relaes 6ur8dico5materiais!uando 2orm se 2assa das es2eculaes a1stratas 2ara a o1sera%o das concretas situaes

    de con-litos entre indi8duos ou gru2os :crises 6ur8dicas>, 2erce1e5se uma 2roimidade muitosigni-icatia entre certos institutos -rancamente 2rocessuais e a situa%o de direito su1stancialem rela%o ` ?ual o 2rocesso atuou ou dee atuar! #sses institutos 5 a%o, com2etWncia, -ontes enus da 2roa, coisa 6ulgada e res2onsa1ilidade 2atrimonial 5 s%o res2onseis 2or situaes?ue se con-iguram -ora do 2rocesso e di4em res2eito diretamente ` ida das 2essoas emsociedade, nas suas relaes com as outras ou com os 1ens ?ue l$es s%o Eteis ou dese6ados; es7 num segundo momento eles s%o o16eto das tcnicas do 2rocesso, a sa1er, ?uando um2rocesso se instaura e ent%o se 2ensa nas atiidades a serem desenolidas 2ara sua atua%o!A a%o, a com2etWncia, a 2roa, a coisa 6ulgada e a res2onsa1ilidade 2atrimonial, rece1endo dodireito 2rocessual 2arte de sua disci2lina :na sua tcnica>, mas tam1m di4endo res2eito asituaes dos su6eitos -ora do 2rocesso :`s e4es, at antes dele>, com2em um setor a ?ue a

    doutrina 6 denominou direito 2rocessual material :C$ioenda>! #las s%o, 2ortanto, institutos1i-rontes& s7 no 2rocesso a2arecem de modo e2l8cito em casos concretos, mas s%o integrados2or um intenso coe-iciente de elementos de-inidos 2elo direito material e 5 o ?ue maisim2ortante 5 de algum modo di4em res2eito ` 2r72ria ida dos su6eitos e suas relaes entre e si

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    e com os 1ens da ida! Constituem 2ontes de 2assagem entre o direito e o 2rocesso, ou se6a,entre o 2lano su1stancial e o 2rocessual do ordenamento 6ur8dico :Calamandrei>!A2roa, 2or eem2lo! no 2rocesso ?ue se desenole toda sua dinmica e nele ?ue2rodu4ir sua e-iccia institucionali4ada! Mas as -ontes de 2roa, ou se6a, as 2essoas e coisasca2a4es de -ornecer in-ormaes ao 6ui4 ?ue 6ulgar, s%o elementos eternos ao 2rocesso, -a4em2arte da ida comum e a2enas em um segundo tem2o ser%o tra4idas a ele e utili4adas como

    meios instrumentais! #m seu as2ecto esttico, as -ontes de 2roa residem no direito su1stancial:in-ra, n! !A 2ro2osta de distin%o entre um direito 2rocessual -ormal e um direito 2rocessual material contacom o aal da mais 2restigiosa o4 doutrinria em 2rocesso ciil! 9 2reciso eitar a crena de?ue lei 2rocessual se6a sinnimo de lei -ormal 9 :C$ioenda>! #sse 2ensamento tee o mrito dea1rir camin$o 2ara a 2erce2%o de ?ue eistem normas de duas nature4as a in-luenciar de mododireto certos institutos 2rocessuais! S%o 2rocessuais su1stanciais as ?ue outorgam ao su6eitocertas situaes eteriores ao 2rocesso e ?ue nele re2ercutir%o de algum modo se ier a serinstaurado! S%o 2rocessuais 2uras, ou 2rocessuais -ormais, as ?ue o2eram eclusiamente 2elolado interno do 2rocesso e nele eaurem sua e-iccia, disci2linando os atos e relaes inerentesao 2rocesso e n%o lanando e-eitos diretos 2ara o lado eterno, ou se6a, so1re a ida das2essoas :2!e!, normas so1re a -orma dos atos 2rocessuais, 2ra4os, 2rocedimentos ade?uados,recursos etc! >!3 se sustentou no 2assado, em -ormosa doutrina, ?ue o 2r72rio direito material seria em simesmo um direito 6usticial material :materielles 3usti4rec$t, 3ames *oldsc$midt> 5 entendido estecomo o as2ecto 2rocessual do direito su1stancial :Calamandrei>! As normas de direito material,?uando releantes 2ara a decis%o de uma causa 2osta em 6u84o, transmudar5se5iam em normasde direito 6usticial material, tendo 2or destinatrio o 6ui4! 3 n%o se trataria de normas de conduta

    2ara os litigantes, mas de normas de 6ulgamento 2ara o 6ui4! Pelos seus eageros, 2or renegar aent%o -lorescente e 6 itoriosa teoria da rela%o 6ur8dica 2rocessual e es2ecialmente 2or con-litarcom o dogma da autonomia do direito 2rocessual, essa doutrina n%o so1reieu 2or muito tem2o:+ie1man>! Contri1ui contudo 2ara ?ue $o6e, a2lacados os radicalismos autonomistas e2roclamada a relatiidade do 1inmio direito 2rocesso, 2ossa5se c$egar ` 2erce2%o danecessidade do eame 1i-ocal de alguns institutos a 2artir de 2remissas do direito material e comos ol$os na 2articular in-luWncia ?ue eerce so1re concretas situaes 6ur8dico5su1stanciais 5em1ora 2rocessuais e n%o materiais se6am os re-leos imediatos desse eame e mesmo com aconsciWncia de ?ue, em si mesmos, esses institutos s%o de direito 2rocessual! A moderna is%odo direito 2rocessual material n%o se con-unde, em suas 2remissas e em suas 2ro2ostas, com omaterielles 3usti4rec$t!

    inerente ao direito 2rocessual material a conergWncia de normas su1stanciais e 2rocessuais adisci2linar os institutos, em si mesmos 2rocessuais, ?ue 2reenc$em as -aias deestrangulamento eistentes entre os dois 2lanos do ordenamento 6ur8dico! #le , 2ois, o con6untode normas e 2rinc82ios de direito material e de direito 2rocessual disci2linadores dos institutos2rocessuais ?ue diretamente se relacionam com o direito ` tutela 6urisdicional :a%o,com2etWncia, -ontes e nus da 2roa, coisa 6ulgada material, res2onsa1ilidade 2atrimonial>! Seuo16eto material integrado 2or esses institutos ?ue, em1ora 2rocessuais em ra4%o de sua direta2artici2a%o na ida do 2rocesso, s%o diretamente in-luenciados 2elos elementos e 2eladisci2lina da rela%o 6ur8dica material a ser e-etiada mediante este! #m tem2os atuais2raticamente n%o usual -alar em direito 2rocessual material, mas o conceito metodologicamente leg8timo e concorre muito e-ica4mente 2ara o 1om entendimento do regime

    6ur8dico das categorias ?ue o integram!O desta?ue `s -aias de estrangulamento e ao direito 2rocessual material ital 2ara a corretacom2reens%o do tema da diis%o do ordenamento 6ur8dico em dois 2lanos -uncionalmentedistintos, sem a ilus%o de ?ue se6am estan?ues! Priar o su6eito da 2ossi1ilidade de lear ao3udicirio as suas 2retenses :a%o>, ou 2ri5lo do 6ui4 2reiamente com2etente em certos

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    casos :6ui4 natural>, ou dos meios esta1elecidos em lei 2ara ?ue o1ten$a a tutela a ?ue tierdireito :1ens, -ontes de 2roa>, ou ainda da esta1ilidade do 6ulgado ?ue o 1ene-icia :coisa6ulgada> su1trair5l$e ou redu4ir sua 2ossi1ilidade de acesso ` 6ustia 5 e, na 2rtica, isso 2odee?uialer a im2or5l$e uma situa%o contrria aos ditames de direito material e `s garantiasconstitucionais!

    7. institutos processuais particularmente influenciados pelo direito material

    A rigor, todo o sistema 2rocessual constitui re-leo da ordem 6ur8dico5material, ` ?ual instrumentalmente coneo :in-ra, n! ="> 5 sendo seus institutos conce1idos e modelados comista ` atua%o das normas da?uele e reali4a%o dos resultados 2rticos ?ue elas 2receituam!Por isso, natural ?ue as normas su1stanciais e os elementos concretos de cada causa tra4ida a6u84o :?ualidade das 2artes, -undamento 6ur8dico5material, nature4a do 1em 2retendido etc!>alguma in-luWncia 2ro6etem so1re o modo como em cada caso os institutos 2rocessuais secom2ortam! aria muito o grau dessa intensidade e institutos eistem ?ue n%o rece1em ?ual?uerin-luWncia 2erce2t8el ou releante 5 como a -orma dos atos 2rocessais :CPC, arts! "=B ss!>,nulidades :art! 'B etc>, 2ra4os e sua contagem :arts! ", deer de lealdade das 2artes :art!"B, incs!l5I>, litigncia de m5- e re2ress%o a ela :CPC, arts! "5"@>, 2oderes do 6ui4 :art! "'=>,seu im2edimento ou sus2ei%o :arts! "B5"=>, etin%o do 2rocesso 2or a1andono oudesistWncia :art! ', sua sede :domic8lio do ru, art! B CPC>,-undamento 6ur8dico5material do 2edido :2!e!, as demandas -undadas em direito real& art! =>,nature4a do o16eto :im7el, sem2re art! =>; c> o 2rocesso s7 se etingue 2or acordo entre as

    2artes ou 2or -ora de algum ato de dis2osi%o de direito ?uando a matria -or suscet8el detransa%o segundo as regras su1stanciais 2ertinentes :CC, art! ""; CPC, art! ', incs! II, III, >;d> o 2rocesso monit7rio s7 admiss8el em rela%o a 2retenses a rece1er din$eiro, ou coisas-ung8eis, ou determinado 1em m7el :art! "!"('5a>; e> o 2rocedimento sumrio reserado 2aracausas com alor at inte salrios m8nimos ou enolendo 2retenses -undadas em certascategorias 6ur8dico5su1stanciais, ?ue a lei 2rocessual enuncia :art! '; -> a anteci2a%o de tutelade2ende da urgente necessidade de ?uem a 2ede e su-iciente 2ro1a1ilidade de eistWncia do seudireito :art! '; etc!

    . direito p!"lico

    O direito 2rocessual ciil ramo es2ec8-ico do direito 2rocessual, ?ue 2or sua e4 se instala nagrande rore do direito 2ela ertente do direito 2E1lico! Suas normas, 2or se destinarem adisci2linar o eerc8cio do 2oder 2elo #stado e os modos como os interessados s%o admitidos acola1orar nessa atiidade, s%o inariaelmente de direito 2E1lico, n%o5o1stante 2ossam ser dedireito 2riado as ?ue regem os con-litos a serem solucionados atras do 2rocesso! Podem ser

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    de direito 2E1lico ou 2riado as normas ?ue regem a situa%o concreta em 6ulgamento, ou se6a,as ?ue regem o con-lito :direito administratio, tri1utrio, ciil, comercial etc!& su2ra, n! '>; mas as2rocessuais, ?ue comandam a reali4a%o dos atos do 6ui4, dos litigantes e dos auiliares da?ueleno 2rocesso, essas s%o inariaelmente de direito 2E1lico!Ser de direito 2E1lico signi-ica ?ue as normas 2rocessuais n%o disci2linam neg7cios ouinteresses con-litantes entre o #stado e as 2artes, mas o modo como o 2oder eercido! (

    #stado 6ui4n%o 2ersegue concretos interesses seus em con-ronto com o dos litigantes, nem se 2e nomesmo 2lano ?ue eles no 2rocesso! #erce im2eratiamente o 2oder, tendo 2or contra2osi%o oestado de su6ei%o dos litigantes :su6ei%o a im2ossi1ilidade de im2edir o eerc8cio do 2oder2or outrem>! /alando de 2oder e de su6ei%o ao seu eerc8cio, estamos -alando de direito 2E1lico!

    #. denominao

    A ad6etia%o ciil, como isto, n%o corres2onde a ?ual?uer liga%o enciclo2dica do direito2rocessual ciil ao direito ciil e mesmo ao direito 2riado como um todo! Por outro lado,modernamente 2re-ere5se -alar em direito 2rocessual e n%o direito 6udicirio, como no 2assado-oi& na /aculdade de Direito de S%o Paulo $aia at $ 2oucas dcadas as ctedras de direito6udicirio ciil, denomina%o ?ue eio a ser su1stitu8da 2ela atual! O ad6etio 6udicirio, ?ue 2elagra-ia sugere a idia de algo 2r72rio aos 6ui4es, etimologicamente associa5se tam1m a 6udicium,?ue a denomina%o latina 2ara o ?ue $o6e se denomina 2rocesso 5 o ?ue insinua at mesmouma e?uialWncia ao ad6etio da 2re-erWncia atual :2rocessual>!No direito -rancWs, ainda $o6e 2ro-undamente in-luenciado 2or ises 2andectistas antecedentesaos 2rogressos cient8-icos do direito 2rocessual, a disci2lina denominada droit 6udiciaire 2ri, o?ue indu4iria a crena numa su2osta negatia do carter 2E1lico do direito 2rocessual! /ala5seainda em 2rocdure ciile, locu%o ?ue transmigrou 2ara a Itlia e lea os italianos, mesmomodemamente, a re-erir5se ao sistema 2rocessual como 2rocdura ciile! #m idioma inglWs, a

    matria designada 2or ciil 2rocedure! #m alem%o, Liil2ro4elrec$t!1$. % ci&ncia processual civil

    Como todo ramo 6ur8dico, o direito 2rocessual ciil constitui o16eto de uma ciWncia es2ec8-ica! Odireito 2rocessual des2ertou como ciWncia na segunda metade do sculo QIQ, a 2artir de ?uando2de ser de-inido seu o16eto es2ec8-ico e esta1elecido seu mtodo 2r72rio! At ent%o era $aidoe tratado como mero a2Wndice do direito 2riado e c$amado direito ad6etio 2or?ue n%o l$eatri1u8am os 6uristas o 2redicado da autonomia& o ad6etio n%o tem ida 2r72ria e n%o 2assa deuma ?ualidade do su1stantio, sem2re de2endente da eistWncia deste 2ara ?ue 2ossa eistir! O2rocesso, na?uela is%o sincrtica, n%o 2assaria de mero modo de eerc8cio dos direitos!

    .em5se 2or ciWncia o con6unto de con$ecimentos ordenados segundo mtodo 2r72rio, comade?ua%o ` realidade o1serada, certe4a ?uanto aos resultados das inestigaes e coerWnciaunitria dos 6u84os alcanados :Miguel Reale>; alm disso, toda ciWncia tem seu 2r72rio o16etomaterial, ?ue a distingue das demais! O 2rocesso ciil s7 se alou ` condi%o cient8-ica, assimdelineada, a 2artir de ?uando a1soreu como seus certos institutos e, construindo seu 2r72riomtodo, 2de gan$ar a coerWncia unitria dos conceitos a-irmados!O o16eto material da ciWncia do 2rocesso, ?ue numa is%o mais aga e genrica o con6unto detodas as normas 2rocessuais, consiste mais 2recisamente nos institutos, ou categori