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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA EMESCAM ELIZA SIMÕES ANTUNES MARIANA NASCIMENTO SILVEIRA CÂNCER POPULACIONAL: REPERCUSSÕES SOCIAIS E QUALIDADE DE VIDA VITÓRIA 2018

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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA

DE VITÓRIA – EMESCAM

ELIZA SIMÕES ANTUNES

MARIANA NASCIMENTO SILVEIRA

CÂNCER POPULACIONAL: REPERCUSSÕES SOCIAIS E QUALIDADE DE VIDA

VITÓRIA

2018

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ELIZA SIMÕES ANTUNES

MARIANA NASCIMENTO SILVEIRA

CÂNCER POPULACIONAL: REPERCUSSÕES SOCIAIS E QUALIDADE DE VIDA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de graduação em fisioterapia da Escola de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia.

Orientadora: Profª. Drª. Giovana Machado Souza Simões

VITÓRIA

2018

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ELIZA SIMÕES ANTUNES

MARIANA NASCIMENTO SILVEIRA

CÂNCER POPULACIONAL: REPERCUSSÕES SOCIAIS E QUALIDADE DE VIDA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de graduação em

fisioterapia da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória

– EMESCAM como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em

Fisioterapia.

Aprovada em: ___/___/______

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________

Profª. Drª. Giovana Machado Souza Simões

Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de

Vitória – EMESCAM

Orientadora.

__________________________________________________

Profª Ma. Raquel Coutinho Luciano Pompermayer

Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de

Vitória – EMESCAM

__________________________________________________

Leo Henrique Cordeiro Pretti

Especialista em Oncologia - Clínica Biosete

Vitória – EMESCAM

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DEDICATÓRIA

Detico-te ó Deus, autor do meu destino e em especial aos meus pais que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse a esta etapa da minha vida.

Eliza Simões Antunes

Dedico primeiramente a Deus e especialmente aos meus pais por serem meu alicerce e estarem sempre presentes na minha vida.

Mariana Nascimento Silveira

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, iluminou

meu caminho, me deu força, saúde e conhecimento para alcançar meus objetivos e

por sempre ter sido socorro presente na hora da angústia. Em especial aos meus

pais, minha avó e meu noivo que sempre me apoiaram, acreditaram e lutaram por

mim, me dando amor, incentivo e apoio incondicional. Agradeço a todos os

professores que me acompanharam durante a graduação e em especial a

Professora Giovana, responsável pela realização deste trabalho. Sou grata a todos

os conhecimentos que adquiri e os ensinamentos que levarei para a vida. A

EMESCAM pela oportunidade de realizar meu sonho, minha formação profissional, e

a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu

sincero, muito obrigada!

Eliza Simões Antunes

Agradeço a Deus, por ter me proporcionado chegar até aqui, me dando força, saúde,

conhecimento e a capacidade de poder superar as dificuldades e alcançar os

objetivos. Agradeço aos meus pais e aos meus avós por toda compreensão, pois

acreditaram, confiaram e investiram em meus sonhos. Aos familiares e amigos que

me apoiaram e me encorajaram a seguir em frente. Agradeço a professora e

orientadora Giovana por proporcionar a oportunidade de realizar esse trabalho.

Agradeço aos professores que me acompanharam na vida acadêmica, por todos os

ensinamentos, paciência e dedicação. A EMESCAM pela oportunidade e a

disponibilidade das ferramentas que me permitiram realizar minha formação

profissional.

Mariana Nascimento Silveira

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RESUMO

O câncer é um importante problema de saúde pública mundial, com altas taxas de crescimento e sendo responsável por 8,8 milhões de mortes por ano no mundo. Seus fatores de risco consistem no uso do tabaco, alcoolismo, má alimentação, sedentarismo, fatores ocupacionais e genéticos, mas o surgimento da neoplasia depende da intensidade e duração da exposição das células aos agentes causadores. Quando o câncer é diagnosticado, mudanças importantes no modo de viver, como alterações físicas e emocionais são prejudicadas, pois enfrentar os diferentes tipos de tratamento para a doença frequentemente associados a efeitos colaterais, traz desconforto, dependência e perda da autoestima, consequentemente alterando sua funcionalidade e diminuindo a qualidade de vida do paciente. Com a finalidade de estudar melhor a população portadora de neoplasia maligna, nossa pesquisa teve como propósito avaliar a funcionalidade e qualidade de vida de pacientes oncológicos. Para o desenvolvimento desta pesquisa foram realizadas buscas bibliográficas e um estudo de campo. No referencial teórico mostramos o processo da divisão celular e seu crescimento normal e anormal no que implica ao câncer, identificamos a incidência do câncer mundialmente e no Brasil, mostramos os tipos de tratamento, e o que podem resultar em complicações tanto físicas quanto psíquicas para os pacientes. A pesquisa de campo se caracterizou por um estudo observacional transversal, realizado no setor de quimioterapia do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória, englobando 32 pacientes, onde identificamos que o perfil sócio demográfico foi em sua grande maioria do sexo feminino, fase adulta, casadas e com ensino fundamental incompleto. Observamos uma qualidade de vida insatisfatória referente aos domínios Aspectos Físicos e Aspectos Emocionais com o Questionário SF36 e de acordo com a Capacidade Funcional obtivemos resultado razoável com o Índice de Karnofsky. Os achados ressaltam a necessidade de uma maior atenção a essa população, sendo importante salientar a melhoria do controle da doença, além da qualidade de vida dos pacientes oncológicos.

Palavras-Chave: Câncer. Tratamento. Qualidade de vida.

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ABSTRACT

Cancer is a major public health problem worldwide, with high growth rates and accounting for 8.8 million deaths per year worldwide. Its risk factors are the use of tobacco, alcoholism, poor diet, sedentary lifestyle, occupational and genetic factors, but the appearance of the neoplasia depends on the intensity and duration of exposure of the cells to the causative agents. When cancer is diagnosed, important changes in the way of living, such as physical and emotional changes are impaired, as they face the different types of treatment for the disease often associated with side effects, brings discomfort, dependence and loss of self-esteem, consequently changing its functionality and decreasing the quality of life of the patient. In order to better study the population with malignant neoplasia, our research aimed to evaluate the functionality and quality of life of cancer patients. For the development of this research were carried out bibliographical searches and a field study. In the theoretical framework we show the process of cell division and its normal and abnormal growth in what implies cancer, we identify the incidence of cancer worldwide and in Brazil, we show the types of treatment and what can result in both physical and psychic complications for the patients. The field research was characterized by a cross-sectional observational study carried out in the chemotherapy sector of the Santa Casa de Misericórdia Hospital in Vitória, comprising 32 patients, where we identified that the socio demographic profile was mostly female, adult, married to incomplete elementary school. We observed an unsatisfactory quality of life regarding the Physical Aspects and Emotional Aspects domains with Questionnaire SF36 and according to Functional Ability we obtained a reasonable result with the Karnofsky Index. The findings highlight the need for greater attention to this population, and it is important to highlight the improvement of disease control, as well as the quality of life of cancer patients.

Keywords: Cancer. Treatment. Quality of life.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

IACR International Agency for Research on Cancer

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

M Metástase

N Linfonodo

OMS Organização Mundial da Saúde

QV Qualidade de vida

SIM Sistema de Informações de Mortalidade

T Tumor

UICC União Internacional Contra o Câncer

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SUMÁRIO

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................... 9

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 11

2.1 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, CLÍNICOS E QUALIDADE DE VIDA DE

PACIENTES COM CÂNCER ..................................................................................... 11

3 ARTIGO CIENTÍFICO ............................................................................................ 21

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 33

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34

APÊNDICES ............................................................................................................. 38

APÊNDICE A – Carta de Anuência ......................................................................... 38

APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ............................ 40

APÊNDICE C – Ficha de coleta de dados do perfil dos indivíduos ................... 41

APÊNDICE D – Ficha de parâmetros hemodinâmicos ........................................ 42

ANEXOS ................................................................................................................... 43

ANEXO A – Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida -SF-36 ... 43

ANEXO B – Escala Karnofsky Performace Status ................................................ 49

ANEXO C – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.................................... 50

ANEXO D – Capa da Revista Brasileira de Cancerologia .................................... 53

ANEXO E – Normas da Revista Brasileira de Cancerologia ................................ 54

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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum

o crescimento desordenado de células, que se dividem rapidamente, sendo muito

agressivas e podendo invadir outras regiões do corpo (INSTITUTO NACIONAL DO

CANCER, 2016).

Suas causas são variadas, podendo ser encontradas no meio externo referindo-se

aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural, ou podem ser

herdadas, na maioria das vezes pré-determinadas, e estão ligadas à capacidade do

organismo de se defender das agressões externas (VINEIS; WILD, 2014).

A progressão da doença se encontra em um andamento preocupante mundialmente,

dessa forma, programar estratégias de prevenção reduz os casos de câncer;

constatar a neoplasia em tempo e tratar rapidamente aumenta a sobrevida dos

pacientes. Diante disso, foram realizados muitos progressos na prevenção e

similarmente no tratamento da doença, mas o acesso a esses avanços é desigual,

pois em muitos países, o câncer é diagnosticado muito tarde e o tratamento é caro

ou inacessível (CESTARI; ZAGO, 2005; NEAL et al., 2015).

Acredita-se que o impacto da doença e de seu tratamento influencia na vida dos

pacientes, havendo uma queda na capacidade funcional e nos aspectos

psicológicos, pois os agentes citostáticos juntamente ao medo produzem efeitos não

desejáveis, alterando a qualidade de vida dos mesmos (MILLER et al., 2016;

DESANTIS et al., 2014).

Devido a essas considerações, nota-se que o diagnóstico de câncer somado à

ansiedade, ao medo, às manifestações da doença e de seu tratamento, poderá

influenciar e modificar a qualidade de vida dos pacientes e consequentemente

alterar a funcionalidade.

Para o desenvolvimento deste estudo, foi realizado primeiramente um levantamento

bibliográfico sobre o assunto e posteriormente a pesquisa de campo, incluindo

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pacientes com diferentes neoplasias, no setor de quimioterapia do Hospital Santa

Casa de Misericórdia de Vitória, descritos nos capítulos 2 e 3 deste estudo.

O capítulo 2 é composto pelo referencial teórico intitulado ‘’Aspectos

epidemiológicos, clínicos e qualidade de vida de pacientes com câncer’’, onde foram

abordadas as questões da epidemiologia, fisiopatologia da doença, diagnóstico,

estadiamento, capacidade funcional dos pacientes, bem como as vias de

tratamentos.

O capítulo 3 traz o artigo científico elaborado pelas autoras, intitulado em ‘’avaliação

da funcionalidade e qualidade de vida de pacientes oncológicos submetidos ao

tratamento quimioterápico’’, cujo objetivo foi avaliar a funcionalidade e qualidade de

vida de pacientes oncológicos no setor de quimioterapia do Hospital Santa Casa de

Misericórdia de Vitória.

Por fim, no último capítulo, serão descritas as considerações finais deste estudo,

seguido das referências bibliográficas, apêndices e anexos pertinentes ao trabalho.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, CLÍNICOS E QUALIDADE DE VIDA DE

PACIENTES COM CÂNCER

As células normais de todo organismo vivo coexistem em perfeita harmonia

funcional, citológica e histológica, esta harmonia está voltada no sentido da

manutenção da vida, e estão agrupadas em tecidos, os quais formam os órgãos

(INSTITUTO NACIONAL DO CANCER, 2016).

A maioria das células normais cresce, multiplica-se e morre de maneira ordenada,

porém, nem todas as células normais são iguais, algumas nunca se dividem, como

os neurônios, outras dividem-se de forma rápida e contínua como as células do

tecido epitelial. Portanto, o crescimento celular não implica necessariamente na

presença de malignidade, podendo simplesmente responder as necessidades

específicas do corpo (SILVA; SERAKIDES; CASSALI, 2004; TOMASETTI, 2017).

Em contrapartida, o crescimento das células cancerosas é diferente do crescimento

das células normais, em vez de morrerem, continuam crescendo de uma forma

desorganizada, formando outras novas células anormais, dividindo-se de uma forma

rápida, agressiva e incontrolável e espalhando-se para outras regiões do corpo,

resultando no que é chamado de câncer (INSTITUTO NACIONAL DO CANCER,

2011).

No crescimento de células normais, tem-se um aumento localizado e autolimitado do

número de células de tecidos normais que formam o organismo, causado por

estímulos fisiológicos ou patológicos, sendo que o efeito causado pelos estímulos é

reversível. No crescimento de células anormais, tem-se uma massa anormal de

tecido, cujo crescimento é quase autônomo, persistindo dessa maneira excessiva

após o término dos estímulos que o provocaram. As neoplasias malignas

correspondem a essa forma não controlada de crescimento celular e, na prática, são

denominados tumores, podendo ser benignos ou malignos (MARTINCORENA;

CAMPBELL, 2015).

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Os tumores benignos têm seu crescimento de forma organizada, geralmente lenta,

apresentando limites bem nítidos e se assemelham ao seu tecido original. Apesar de

não invadirem os tecidos vizinhos, podem comprimir os órgãos e tecidos adjacentes.

Já os tumores malignos manifestam com autonomia maior e são capazes de invadir

tecidos vizinhos e provocar metástases, podendo ser resistentes ao tratamento e

causar a morte do hospedeiro (MARTINCORENA; CAMPBELL, 2015; MUNHOZ et

al., 2016).

De acordo com o documento World cancer report 2014 da International Agency for

Research on Cancer (IACR), é verificado a progressão da doença em um ritmo

considerado alarmante em todo o mundo, onde teve incidência de óbitos no ano de

2010 de 81%, com aumento no ano de 2015 para 86%, prevalecendo os cânceres

de pulmão, mama, próstata, colo retal, estômago e fígado (TORRE et al., 2016;

FERLAY et al., 2015).

Estima-se, para o Brasil, nos anos de 2018-2020, a ocorrência de 600 mil casos

novos de câncer, para cada ano, refletindo o perfil de um país que possui os

cânceres de próstata, pulmão, mama, cólon e reto os mais incidentes, apresentando

ainda elevadas taxas para os cânceres do colo do útero, estômago e esôfago. Os

mais frequentes em homens serão o de próstata (31,7%), pulmão (8,7%), intestino

(8,1%), estômago (6,3%) e cavidade oral (5,2%), e nas mulheres, os cânceres de

mama (29,5%), intestino (9,4%), colo do útero (8,1%), pulmão (6,2%) e tireoide

(4,0%) estarão entre os principais (INSTITUTO NACIONAL DO CANCER, 2018).

No Espírito Santo, estima-se 11.540 mil novos casos, sendo o câncer de próstata,

traquéia, brônquio, pulmão e intestino o mais comum entre os homens e nas

mulheres o câncer de mama, colo de útero, traquéia, brônquios e pulmão mostram

ser os mais prevalentes para o ano de 2018. (INSTITUTO NACIONAL DO CANCER,

2018).

Segundo o levantamento com base nos números do Sistema de Informações de

Mortalidade (SIM), o câncer representa a segunda causa de óbitos registrados no

país, ficando apenas atrás das doenças cardiovasculares, que são as principais

causas de morte em mulheres e homens no Brasil (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

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Entretanto, em algumas cidades brasileiras o câncer já se tornou a principal causa

de morte em 516 dos 5.570 municípios. Os dados mostram que a maior parte das

cidades onde o câncer já é a principal causa de morte está localizada em regiões

mais desenvolvidas do País, justamente onde a expectativa de vida e o Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) são maiores. Dos 516 municípios onde os tumores

matam mais, 80% ficam no Sul (275) e Sudeste (140). No Nordeste, estão 9%

dessas localidades (48); no Centro-Oeste, 34 (7%); e no Norte, 19 (4%)

(CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2018).

As contínuas transições demográficas e epidemiológicas globais sinalizam uma

carga crescente de câncer nas próximas décadas, no qual, é esperado que o

impacto do câncer na população corresponda a 80% dos mais de 20 milhões de

casos novos estimados para 2025 (TORRE et al., 2016; WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 2016).

O processo de envelhecimento tem uma estreita relação com as neoplasias, pois

quanto maior a idade, maior o aumento das doenças degenerativas, mas não

somente com a idade, o câncer surge associado a diversos fatores de risco existente

na população, como hábitos alimentares, hereditariedade e fatores ambientais, e

programar estratégias de prevenção e evitar fatores de risco podem reduzir os casos

de câncer em até 50% (FALANDRY et al., 2014).

Hábitos de vida inadequados como, estresse do dia a dia, sedentarismo e má

alimentação, contribuem para a produção de radicais livres no organismo. Tais

moléculas contém grande quantidade de elétrons em suas estruturas, tornando-a

extremamente instável e reativa. Seus componentes podem causar lesão tecidual,

danos no DNA, peroxidação lipídica, mutação e desnaturação de enzimas e

elevação de íons de ferro e cálcio que podem vir a gerar uma variedade de doenças,

inclusive o câncer (DIAS; MOURA; D’ANGELIS, 2011; MERTEN et al., 2017).

O uso de tabaco é um fator importante para a mortalidade por câncer, tendo um

desafio crucial de controle, em incentivar os adultos a pararem de fumar e

desencorajar os jovens a iniciar. No ano 2000, cerca de 4,9 milhões de mortes foram

relacionadas ao tabaco, no qual, 50% ocorreram nos países desenvolvidos e os

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outros 50% em países em desenvolvimento. Em 2020, se as tendências atuais

continuarem, 9 milhões de pessoas morrerão de causas relacionadas ao tabaco, e 7

milhões delas serão nos países em desenvolvimento (LOPEZ et al., 2006;

LATIMER, 2018).

O consumo excessivo de álcool é um fator importante para o câncer da cavidade

oral, faringe, laringe, esôfago e fígado, com o risco variando de acordo com o local

da doença, mas aumentando para todos os locais com o maior consumo, resultando

em cerca de 5% de mortalidade em países de baixa e média renda (LOPEZ et al.,

2006).

O tabagismo, principalmente se associado ao consumo de álcool e precárias

condições de nutrição, aumentam o risco de desenvolvimento de neoplasia

pulmonar de 10 a 30 vezes. A proporção de pacientes com câncer de pulmão com

50 anos ou menos é estimada em no máximo 12%, além disso, a neoplasia

pulmonar deixou de ser uma doença quase exclusivamente masculina e tornou-se

cada vez mais comum entre as mulheres (FRANCESCHINI; JAMNIK; SANTORO,

2017).

Um risco aumentado de desenvolver certos tipos de câncer pode ser herdado no

material genético passado de geração em geração, respondendo por até 4% de

todos os tipos de câncer no mundo. Mulheres com certas mutações no gene BRCA1

têm um risco vitalício de cerca de 70% de desenvolver câncer de mama ou de

ovário. Cerca de 20 síndromes de câncer causadas por defeitos de um único gene

são conhecidas, no entanto, são as suscetibilidades cujos detalhes genéticos são

em grande parte desconhecidos, que aumentam os riscos de câncer em

quantidades muito menores, mas ocorrem amplamente na população. É provável

que as interações com o ambiente que causam mutações de chance adicionais

sejam fundamentais para o desenvolvimento do câncer em pessoas com esses

traços genéticos (STEWART; KLEIHUES, 2003).

De acordo com o Ministério da Saúde, os riscos para o câncer de mama, são

aqueles referentes à vida reprodutiva da mulher, como a menarca precoce, primeira

gestação acima dos 30 anos, o uso de anticoncepcionais orais, menopausa tardia,

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utilização de terapia de reposição hormonal e o fator idade continua sendo um dos

mais importantes, sendo que a incidência do câncer de mama aumenta rapidamente

até os 50 anos e, posteriormente, o mesmo ocorre de forma mais lenta (WIELSOE;

KERN; JORGENSEN, 2017; KAMINSKA et al., 2015).

Além disso, comer produtos ricos em gordura, levando ao excesso de peso ou de

obesidade, bem como produtos processados contendo uma variedade de

substâncias químicas, usadas para melhorar o sabor ou preservar alimentos, pode

ser um fator promotor do processo de transformação neoplásica nas células da

glândula mamária (KAMINSKA et al., 2015).

O organismo humano encontra-se exposto a múltiplos fatores carcinogênicos, com

efeitos aditivos ou multiplicativos e a predisposição individual tem um papel decisivo

na resposta final, porém não é possível definir em que grau ela influencia a relação

entre a dose e o tempo de exposição ao carcinógeno e a resposta individual à

exposição (KURDISTANI et al., 2015).

Independente da fase em que o câncer é descoberto há necessidade de se

classificar cada caso de acordo com a extensão do tumor. O método utilizado para

essa classificação é chamado de estadiamento e sua importância está na

constatação de que a evolução da doença é diferente quando a mesma está restrita

ao órgão de origem ou quando se estende a outros órgãos. Estadiar um caso de

neoplasia maligna significa avaliar o seu grau de disseminação, com isso, há regras

internacionalmente estabelecidas, que estão em constante aperfeiçoamento. O

sistema de estadiamento mais utilizado é o preconizado pela União Internacional

Contra o Câncer (UICC), denominado Sistema TNM de Classificação dos Tumores

Malignos. Esse sistema baseia-se em três critérios para avaliar o estágio do câncer,

tal como, tumor (T) indicando o tamanho do tumor primário e a disseminação para

outras áreas, linfonodo (N) descrevendo se existe disseminação da doença para os

linfonodos regionais ou se há evidência de metástases em trânsito, e metástase (M)

indicando se existe presença de metástase em outras partes do corpo. Esses

parâmetros recebem graduações, geralmente de T0 a T4; N0 a N3; e de M0 a M1,

respectivamente (AMIN et al., 2017).

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Sabe-se que, quanto antes o câncer for detectado e tratado, mais bem sucedido o

tratamento tende a ser, com grande possibilidade de cura e prolongamento da vida

útil, porém durante o tratamento, a qualidade de vida pode diminuir

consideravelmente, devido a muitos efeitos colaterais agudos e de curta duração,

variando de acordo com os fatores clínicos e características do paciente (LAFAYE et

al., 2014).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), qualidade de vida (QV) é definida

como percepção individual de vida sobre os valores, objetivos, padrões e interesses

no âmbito da cultura. Refere-se ao bem-estar global, incluindo componentes físicos,

emocionais, mentais, sociais e comportamentais, foi introduzida como um ponto final

para comparações de tratamento em muitos tipos de câncer, particularmente em

estágios avançados. A QV é também, como um indicador precoce de progressão da

doença, o melhor entendimento dos elementos que compõem essa percepção pode

auxiliar o profissional de saúde a definir intervenções que contemplem a

integralidade do paciente, e não se restrinjam à abordagem da doença e do

tratamento (SCHLOSSER; CEOLIM, 2012).

O apoio social é um importante contribuinte para a qualidade de vida global, isso,

porque as pessoas com câncer avançado relatam ter sido apoiadas por seu entorno

social, com recursos fornecidos por outras pessoas. E estas apresentam níveis

elevados de qualidade de vida. Estudos mostram que pessoas com câncer, e que

são altamente ativas socialmente, tem um melhor enfrentamento da doença. Este

apoio social é um contribuinte importante para a qualidade de vida em geral de

pessoas recém-diagnosticadas com câncer. Para os profissionais de saúde, o apoio

social seria uma avaliação completa do paciente recentemente diagnosticado.

Sugere-se que esses profissionais também concentrem atenção na avaliação e

controle de função física, fadiga, depressão, dor e outros problemas fisiológicos a

partir do momento do diagnóstico (RODRIGUEZ; MAYO; GAGNON, 2013).

Após o diagnóstico de câncer confirmado, é discutido as melhores opções de

tratamentos que podem ter intenções curativas ou paliativas para os pacientes, pois

cada um tem sua particularidade e através disso, observa-se as necessidades e

possibilidades terapêuticas. Os principais são as cirurgias, quimioterapia e

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radioterapia, podendo ser usadas em conjunto, variando apenas quanto à

suscetibilidade dos tumores a cada uma das modalidades terapêuticas e à melhor

sequência de sua administração (MILLER et al., 2016; AGUIAR et al., 2016).

Em sua fase inicial o câncer pode ser controlado ou curado, através do tratamento

cirúrgico, que na maioria dos casos é o tratamento inicial e de escolha para vários

tipos de cânceres. A cirurgia é considerada curativa quando indicada nos casos

iniciais da maioria dos tumores sólidos, tratando-se de um tratamento radical, que

compreende a remoção do tumor primário com margem de segurança e, se

indicada, a retirada dos linfonodos das cadeias de drenagem linfática do órgão sede

do tumor primário. É considerada paliativa, com a finalidade de reduzir a população

de células tumorais ou de controlar sintomas que põem em risco a vida do paciente

ou comprometem a qualidade da sua sobrevivência (LI et al., 2017; GILCHRIST et

al., 2009).

A radioterapia é uma forma de tratamento que utiliza as radiações ionizantes no

combate as neoplasias, com o objetivo de atingir células malignas, impedindo a sua

multiplicação por mitose e/ou determinando a morte celular. Pode ser utilizada com a

intenção curativa, prevenindo recidiva tumoral ou paliativa (DERER et al., 2016;

GALLANT et al., 2018).

Outro recurso é a quimioterapia, com uso de medicamentos administrados em

intervalos regulares, que variam de acordo com os esquemas terapêuticos. Pode ser

indicada como tratamento exclusivo ou como forma de complementar o efeito da

cirurgia e/ou da radioterapia, nesses casos, quando aplicada antes da cirurgia,

recebe o nome de quimioterapia neoadjuvante, e nas situações em que é

administrada após a cirurgia, é chamada de quimioterapia adjuvante. Sua aplicação

é feita em ciclos, que podem durar entre uma e oito semanas, sendo repetidos

conforme a tolerância do paciente, dependendo dos efeitos adversos dos

medicamentos empregados e de suas doses (CHEN; CHANG; CHENG, 2017).

A maioria dos agentes quimioterápicos atua de forma não específica, afetando tanto

células malignas quanto normais, particularmente as células de rápido crescimento,

como as gastrointestinais, capilares e as do sistema imunológico, explicando os

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efeitos colaterais como náuseas, perda de cabelo e susceptibilidade maior às

infecções (GANDHI; TEKADE; CHOUGULE, 2014).

Nos últimos anos, a imunoterapia mediada por células T, tornou-se uma terapia

conhecida, que proporciona a estimulação do sistema imunológico por meio do uso

de substâncias que alteram a resposta biológica. Os efeitos das terapias

direcionadas, juntamente com a quimioterapia convencional e a radioterapia, na

indução da imunidade antitumoral ajudarão a contribuir para o avanço de estratégias

combinadas que aumentam a taxa de resposta clínica completa e duradoura em

pacientes (JOHNSON; JUNE, 2017; ZLOZA, 2017).

A imunoterapia é classificada em ativa e passiva, de acordo com as substâncias

utilizadas e os seus mecanismos de ação. Na imunoterapia ativa, substâncias

estimulantes e restauradoras da função imunológica e as vacinas de células

tumorais são administradas com a finalidade de fortalecer a resistência ao

crescimento tumoral. Na imunoterapia passiva, anticorpos antitumorais ou células

mononucleares exógenas são administradas, com intuito de proporcionar

capacidade imunológica de combate a doença (INSTITUTO NACIONAL DO

CANCER, 2018).

Com esses métodos de tratamento citados, um terço dos pacientes consegue ser

curado através de medidas locais, que são eficazes quando o tumor ainda não

sofreu metástase por ocasião do tratamento. Todavia, nos demais casos, a

neoplasia caracteriza-se pelo desenvolvimento precoce de micrometástases,

indicando a necessidade de uma abordagem sistêmica, que pode ser efetuada, em

cerca de 60-70% dos casos com a quimioterapia, que tem como objetivo primário

destruir as células neoplásicas, preservando as normais (LUISI et al., 2006; SHER et

al., 2015).

A atividade física também tem efeitos positivos no tratamento oncológico e na

qualidade de vida desses pacientes. Quando realizada de maneira regular, vem

demonstrando ser um opositor aos efeitos deletérios do tratamento, o que ocorre por

meio de uma redução da frequência cardíaca de repouso e em atividade, melhora do

transporte de oxigênio, ganho de força muscular, redução da fadiga e depressão,

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entre outras variáveis, resultando em uma melhoria das condições cardiovasculares

(GELL et al., 2017).

Diante da magnitude do câncer e da possibilidade de alguns pacientes evoluírem

para estágios terapeuticamente incontroláveis, sem nenhuma perspectiva de cura,

os cuidados deixam de ter como premissa a preservação da vida e tornam-se

indispensáveis a maximização do conforto em sentido amplo e a preservação da

dignidade do paciente, havendo necessidade de identificar fatores que possam estar

associados a melhora ou a piora de sua qualidade de vida. Isso permitirá o

planejamento de ações por meio das quais se maximizem os fatores que possam

influenciar a melhora da qualidade de vida dos pacientes, com o intuito de prevenir,

eliminar ou minimizar os que contribuem para piorá-la (SCHMIDT et al., 2012;

FALLER et al., 2013).

Os pacientes oncológicos que recebem cuidados paliativos apresentam algumas

características comuns como, dor intensa, desconforto respiratório, náuseas,

inapetência, além de sofrimentos emocional e espiritual importantes, visto que se

encontram em um período de angústia frente à limitação dos tratamentos e a

limitação da funcionalidade no seu dia a dia (ESPÍNDOLA et al., 2017).

Diante disso, as intervenções fisioterapêuticas, muitas vezes podem reverter ou

melhorar as deficiências encontradas nos pacientes oncológicos, melhorando sua

capacidade de realizar tarefas diárias e reduzir sua perda funcional, adaptando-se

ao meio externo em qual o vive (GILCHRIST et al., 2009).

A expansão das intervenções fornecidas aos pacientes e sobreviventes de câncer,

deve ser acompanhada pela aplicação adequada de medidas novas e existentes,

que descrevem o estado relacionado á saúde a partir de perspectivas biológicas,

pessoais e sociais, distúrbios em todos os domínios da estrutura corporal e função,

atividades e participação. Dessa forma, com o intuito de avaliar a funcionalidade e a

qualidade de vida de pacientes com câncer e tentar contribuir aos conhecimentos

científicos a respeito desse assunto, foi realizado o estudo intitulado “Avaliação da

funcionalidade e qualidade de vida de pacientes oncológicos submetidos ao

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tratamento quimioterápico” que foi resultado do projeto de pesquisa realizado pelas

pesquisadoras descrito a seguir.

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3 ARTIGO CIENTÍFICO

Avaliação da Funcionalidade e Qualidade de Vida de Pacientes Oncológicos

submetidos ao Tratamento Quimioterápico

Evaluation of the Functionality and Quality of Life of Oncological Patients

submitted to Chemotherapy Treatment

Evaluación de la Funcionalidad y Calidad de Vida de Pacientes Oncológicos

sometidos al Tratamiento Quimioterápico

ELIZA SIMÕES ANTUNES¹; MARIANA NASCIMENTO SILVEIRA² ; GIOVANA

MACHADO SOUZA SIMÕES³

¹Graduanda do Curso de Fisioterapia da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de

Misericórdia de Vitória (EMESCAM), Vitória, Espírito Santo, Brasil,

²Graduanda do Curso de Fisioterapia da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de

Misericórdia de Vitória (EMESCAM), Vitória, Espírito Santo, Brasil.

³Professora Doutora Adjunta do curso de graduação em Fisioterapia (EMESCAM)

Resumo

Introdução: O câncer é uma enfermidade crônica e multicausal, seu diagnóstico traz

mudanças na sobrevida dos pacientes com alterações importantes. Objetivo: O objetivo do

estudo foi avaliar a funcionalidade e a qualidade de vida de pacientes oncológicos,

submetidos ao tratamento quimioterápico. Método: Trata-se de um estudo observacional

transversal, utilizando uma amostra aleatória de 32 pacientes realizando quimioterapia. O

perfil sócio demográfico dos pacientes foram coletados a partir de uma ficha de avaliação, a

qualidade de vida foi avaliada através do questionário SF-36 e a capacidade funcional foi

avaliada pelo índice de Karnofsky. Resultado: Na análise da qualidade de vida obteve-se

resultados negativos nos domínios limitações por aspectos físicos e aspectos emocionais, e de

acordo com a capacidade funcional observou-se uma alteração razoável. Conclusão:

Analisamos que o câncer leva a alterações negativas na qualidade de vida dos pacientes, mas

não interfere totalmente na funcionalidade dos mesmos.

Palavras-chave: Qualidade de vida; Funcionalidade; Quimioterapia.

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Abstract

Introduction: Cancer is a chronic and multicausal disease, its diagnosis brings about changes

in the survival of patients with important alterations. Objective: The aim of this study was to

evaluate the functionality and quality of life of cancer patients undergoing chemotherapy.

Method: This is a cross-sectional observational study using a random sample of 32 patients

undergoing chemotherapy. The socio-demographic profile of the patients was collected from

an evaluation form, the quality of life was assessed through the SF-36 questionnaire and the

functional capacity was assessed by the Karnofsky index. Results: In the analysis of the

quality of life, negative results were found in the areas of limitations due to physical aspects

and emotional aspects, and according to functional capacity a reasonable change was

observed. Conclusion: We analyzed that cancer leads to negative changes in patients' quality

of life, but does not totally interfere with their functionality.

Keywords: Quality of life; Functionality; Chemotherapy.

Resumen

Introducción: El cáncer es una enfermedad crónica y multicausal, su diagnóstico trae

cambios en la supervivencia de los pacientes con alteraciones importantes. Objetivo: El

objetivo del estudio fue evaluar la funcionalidad y la calidad de pacientes oncológicos,

sometidos al tratamiento quimioterápico. Método: Se trata de un estudio observacional

transversal, con una dosis aleatoria de 32 pacientes realizando quimioterapia. El perfil socio

demográfico de los pacientes fue solicitado a partir de una ficha de evaluación, una

evaluación de calidad fue hecha a través del cuestionario SF-36 y la evaluación funcional fue

evaluada por el índice de Karnofsky. Resultado: En el análisis de la calidad de vida de los

resultados encontrados en los últimos cinco días por medio del examen físico y psicológico, y

de acuerdo con la funcionalidad funcional observada en un único cambio razonable.

Conclusión: El análisis de resultados lleva a cambios negativos en la calidad de los pacientes,

pero no interfiere totalmente en su propia aplicación.

Palabras clave: Calidad de vida; Funcionalidad; Quimioterapia.

Instituição: Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória –

EMESCAM

Correspondência: Avenida Nossa Senhora da Penha, 2190, Santa Luiza, Vitória, ES. Cep:

29045-402

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INTRODUÇÃO

Atualmente o câncer é considerado uma patologia multifatorial e classificada como crônico

degenerativa, constituindo um importante problema de saúde pública em países desenvolvidos

e em desenvolvimento, merecendo cada vez mais pesquisas com a finalidade de obter melhor

qualidade e humanização na assistência aos pacientes com essa doença. Estima-se que, para o

ano de 2030, o número de casos novos anuais seja de 27 milhões, cerca de 60% ocorrerão nos

países em desenvolvimento.¹,²

O diagnóstico de câncer traz mudanças importantes na sobrevida, com alterações físicas e

emocionais devido ao desconforto, dependência e perda da autoestima. Além disso, o paciente

enfrenta diferentes tipos de tratamento, tais como cirurgias, tratamentos radioterápico e

quimioterápico, que são benéficos na remoção e/ou ataque às células malignas, sendo que

algumas dessas intervenções pode não ter especificidade e danificar tecido normal,

desencadeando efeitos duradouros e adversos, restringindo a sua participação no cotidiano.³

A interação entre os fatores relacionados ao estado emocional e atividade diária relacionados

à própria doença e seu tratamento representam uma combinação que podem influenciar na

funcionalidade do paciente oncológico, contribuindo para o declínio da qualidade de vida

(QV), gerando insatisfação do indivíduo com sua realidade familiar, social e ambiental.4

Grande parte dos pacientes apresenta perda de energia, alterações metabólicas, redução da

capacidade física. Dessa maneira, recebem recomendações de repouso e restrições para

atividades diárias, fator contraditório, pois ao invés de melhorar o quadro clínico, a

inatividade física contribuirá ainda mais na perda do desempenho motor e fisiológico. À

medida que tais eventos se perpetuam, há um aumento da incapacidade funcional, agindo

diretamente na autonomia dos pacientes, tornando-os dependentes e privando-os de realizar

suas atividades básicas e instrumentais cotidianas.1,5

A progressão da incapacidade em realizar as atividades de vida diária, são fatores refletidos à

diminuição da qualidade de vida dos pacientes submetidos à quimioterapia. Nesse sentido, o

presente estudo tem como objetivo avaliar a funcionalidade e a qualidade de vida de pacientes

oncológicos, submetidos ao tratamento quimioterápico, aplicado a Classificação Internacional

de funcionalidade, Incapacidade e Saúde com o Índice de Karnofsky e o Questionário SF-36.

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MÉTODOS

O presente estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CEP) da Escola Superior de

Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM), sob número do parecer

2.246.601, respeitadas as normas estabelecidas nas Diretrizes e Normas Regulamentadoras de

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da resolução 466/12.

Trata-se de uma pesquisa observacional transversal, realizada no setor de quimioterapia do

Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória após a assinatura da Carta de Anuência pelo

responsável do referido local. Para a realização do presente estudo foi utilizado uma amostra

aleatória de 32 pacientes, realizando o tratamento quimioterápico no período entre dezembro

de 2017 até janeiro de 2018.

Foram excluídos os pacientes com presença de alterações cognitivas que impossibilite a

realização da avaliação e pacientes que optaram por não responder os questionários

apresentados.

Foram incluídos pacientes de ambos os sexos, idade superior a 18 anos, com indicação para a

realização do tratamento adjuvante e que aceitaram assinar o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE).

Os voluntários foram convidados a participar do estudo mediante os esclarecimentos

necessários através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o qual foi assinado em

caso de aceite, incluindo o paciente na pesquisa.

Inicialmente foi realizada uma entrevista com preenchimento da ficha de avaliação, elaborada

pelas autoras da referida pesquisa; contendo dados pessoais, clínicos, antecedentes familiares

e exame físico. Após a entrevista, foi realizado a avaliação da qualidade de vida, com o

questionário SF-36, formado por 36 itens, englobados em 8 escalas ou domínios: capacidade

funcional, aspectos físicos, dor, estado geral da saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos

emocionais e saúde mental, apresentando um escore final de 0 á 100, onde o zero corresponde

ao pior estado geral de saúde e o 100 corresponde ao melhor estado geral de saúde. Foi

aplicada a escala Karnofsky que classifica os pacientes de acordo com o grau de suas

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inaptidões ou deficiências funcionais com um escore de 0 a 100, onde 100 corresponde a

nenhuma evidência de doença e 0 à morte.

Para caracterização do perfil sócio demográfico dos pesquisados foram analisadas as

seguintes variáveis: sexo, estado civil, cidade, profissão, contato com agrotóxicos, uso de

EPI’s, nível de escolaridade e religião. Para avaliação clínica dos pacientes foram

consideradas as seguintes variáveis: frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão

arterial, náuseas, vômitos, tratamentos realizados, motivo de internação, medicamentos em

uso, tabagista e etilista.

Trata-se de uma análise descritiva, feita através de tabelas de resumos de dados, porcentagem,

média e desvio padrão.

RESULTADOS

A amostra foi constituída por 32 pacientes que se encontravam em tratamento quimioterápico,

com idade média de 55 ± 11 anos, com idade mínima de 25 e máxima 76 anos. Os pacientes

entrevistados foram caracterizados quanto ao sexo, procedência, estado civil, nível de

escolaridade, profissão, tabagismo, etilismo, tipo do câncer, tratamentos realizados, sintomas,

bem como a funcionalidade e qualidade de vida.

Conforme descritos na tabela 1, o predomínio do câncer é do sexo feminino 23 (71,9%),

sendo 09 (28,1%) sexo masculino. Quanto a procedência, 17 (53,1%) pacientes procediam da

Grande Vitória, 11 (34,4%) eram do interior do Estado e 4 (12,5%) de estados diferentes. Em

relação ao estado civil, verificou-se que 15(46,9%) eram casados. Os dados encontrados

mostram que 10 (31,3%) respondentes possuíam o ensino fundamental incompleto, 08 (25%)

com ensino médio completo. De acordo com a profissão 5 (15,6%)‘’do lar’’, seguido por 04

(12,5%) domésticas. Outro dado encontrado mostrou que 26 (81%) não eram tabagista e 30

(94%) não eram etilista.

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Tabela 1. Caracterização do Perfil da Amostra

N (%)

Sexo Feminino 23 71,9

Masculino 9 28,1

Procedência Grande Vitória 17 53,1

Interior 11 34,4

Outros Estados 4 12,5

Estado Civil Casado 15 46,9

Divorciado 3 9,4

Solteiro 9 28,1

Viúvo 4 12,5

Sem informação 1 3,1

Escolaridade Ensino Fundamental Completo 4 12,5

Ensino Fundamental Incompleto 10 31,3

Ensino Médio Completo 8 25

Ensino Médio Incompleto 3 9,4

Ensino Superior 4 12,5

Sem informação 3 9,4

Profissão Administrador 1 3,1

Advogado 2 6,3

Aposentado 3 9,4

Assistente Contábil 1 3,1

Autônomo 3 9,4

Aux. De laboratório 1 3,1

Aux. De serviço gerais 1 3,1

Carpinteiro 1 3,1

Desempregado 1 3,1

Diarista Do lar 1 3,1

Do lar 5 15,6

Doméstica 4 12,5

Lavrador 3 9,4

Pedagoga 1 3,1

Pedreiro 1 3,1

Salgadeira

Soldador

1

1

3,1

3,1

Vigilante 1 3,1

Tabagismo Não 26 81

Sim 6 19

Etilismo Não 30 94

Sim 2 6

Na tabela 2, verificou-se que o tipo de câncer mais encontrado foi o de mama (47%), seguido

pelo colo de útero (13%), estômago (6%), e outros (33%). Entre os outros tipos de câncer

citam-se: amígdala, pulmão, próstata, leucemia, intestino, etc. Constatou-se que 19 (59,4) dos

pacientes oncológicos não realizaram a radioterapia e 20 (63%) realizaram o tratamento

cirúrgico. Dos sintomas apresentados, observa-se que os pacientes não apresentaram vômitos

(71,9%) e náuseas (53,1%).

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Na tabela 3, estão presentes os dados descritivos (média e desvio padrão) relativos aos

resultados obtidos nas escalas de índice de Karnofsky, destacando o escore com média 70,

mais próximo da pontuação máxima (100), sendo considerado uma alteração razoável na

capacidade funcional dos pacientes oncológicos. No questionário SF-36, possuem oito

domínios que são avaliados de 0 a 100, onde quanto menor a nota pior a qualidade de vida, na

qual foi observado pior desempenho nos domínios Limitações por aspectos Físicos e Aspectos

emocionais.

Tabela 2. Dados Clínicos e dos sintomas

N (%)

Tipos de Câncer Amígdala 1 3

Astrocitoma

difuso

1 3

Colo do utero 4 13

Pulmão 1 3

Estômago 2 6

Gastrointestinal 1 3

Intestino 1 3

Linfoma 1 3

Lingua 1 3

Mama 15 47

Medula 1 3

Osso 1 3

Próstata 1 3

Leucemia 1 3

Tratamentos Realizados

Radioterapia

19

59,4 Não

Sim 13 40,6

Cirurgia Não 12 38

Sim 20 63

Vômitos Não 23 71,9

Sim 9 28,1

Náuseas Não 17 53,1

Sim 15 46,9

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Tabela 3. Escores obtidos do Índice de Karnofsky e nos domínios de SF-36 dos pacientes em

quimioterapia.

Mínimo

Máximo

Média

Desvio padrão

Índice de Karnofsky

40

100

70

17

SF-36

Componente Físico

Capacidade Funcional 0 100 39 26

Limitação por Aspectos

Físicos

0 100 16 22

Dor 0 100 58 26

Componente Mental

Estado Geral de Saúde 10 92 55 19

Vitalidade 15 90 54 19

Aspectos Sociais 0 100 62,1 26,5

Apectos Emocionais 0 100 15,6 31,7

Saúde Mental 4 96 59 23

DISCUSSÃO

Quando se pensa em doença, independente do órgão acometido e dos efeitos causados no

organismo pela mesma há um conjunto de sentimentos que se encontram diretamente

associado. O momento em que uma pessoa recebe um diagnóstico geralmente é decisivo em

sua vida, porque a partir de então, tem a possibilidade de reformular aspectos importantes.

Compreender o perfil dos pacientes é essencial, pois permite que os profissionais da saúde

otimizem os cuidados prestados, pois cada pessoa necessita de um tempo particular e

subjetivo para lidar com as consequências desse diagnóstico e estabelecer formas de lidar com

a situação.

Em relação ao perfil dos pacientes, no presente estudo encontramos uma população com

predomínio do sexo feminino, autodeclaradas casadas e com nível de escolaridade

incompleto. Tais características também foram encontradas por Simão et al (2017)6 em um

estudo realizado no Hospital Universitário de Minas Gerais.

O nível de escolaridade está associado ao diagnóstico tardio do câncer, reduzindo as chances

de cura, relacionada às dificuldades de acesso aos serviços de saúde, à falta de informação

sobre os fatores de risco e a prevenção, e até à negação da possibilidade de ter câncer, o que

se confirma no estudo de Rodrigues (2007)7.

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Dentre os fatores de risco modificáveis, identificamos que 81% não fumavam e 94% não

bebiam, acordando com a pesquisa de Costa et al (2017)8, que relataram que cerca de 85% das

participantes não possuíam o hábito de consumir bebida alcóolica e nenhuma possuíam o

hábito de fumar.

Em contrapartida, Haldorsen et al (2017)9, evidenciaram cargas fatoriais estatisticamente

significativas na tríade tabaco, álcool e o câncer, e no estudo de Simão et al (2017)6

foi

observado uma pequena diferença nas porcentagens, onde 49,1% não fumavam e 45,5% não

bebiam, não corroborando com o presente estudo que mostrou porcentagens opostas. Este fato

pode ser explicado pela predominância do câncer de mama no nosso estudo, no qual dispõe

outros fatores de risco com mais relevância, reafirmando o disposto na literatura 10

.

Diante disso, pela amostra ter sido composta em número maior pelo sexo feminino, a

ocupação das pacientes teve predominância em ser ‘’do lar’’, como visto também em maioria

no estudo de Magalhães et al (2017)11

.

Conforme Tavares et al (2018)12

, o câncer de mama e colo uterino são os que mais

acometem mulheres no contexto mundial, o que foi constatado em nossa pesquisa. O câncer

de mama, juntamente com os cânceres de pulmão e colo retal, aparecem entre os mais

incidentes em países de alta renda, enquanto o câncer de colo do útero supera os demais tipos

em países de baixa renda12

.

Em relação aos sintomas que o tratamento propicia, foi possível observar em nossa pesquisa o

predomínio dos pacientes que não apresentaram vômitos e náuseas, não sendo observado no

estudo de Chan e Ismail (2014)13

,que evidenciaram as náuseas e vômitos como os efeitos

colaterais mais temidos e angustiantes entre os pacientes, sendo que as náuseas tiveram uma

prevalência maior em comparação aos vômitos, que permaneceu como o mais preocupante

sintoma. Schein et al (2016)14

, também relataram o mesmo, constando que 60% dos pacientes

avaliados apresentaram náuseas durante o tratamento quimioterápico e 35% acompanhados de

vômitos.

Em relação à funcionalidade dos pacientes oncológicos, o nosso estudo apresentou um escore

de 70 de média no Índice de Karnofsky, classificando-os aptos para atividades normais,

podendo ou não ter alguns esforços e/ou apresentarem alguns sintomas da doença. Conforme

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30

o estudo realizado por Costa et al (2017)15

, houve piora significativa em relação ao

comprometimento funcional dos pacientes, não corroborando com o nosso estudo. Pode ser

explicado pelo fato que na nossa pesquisa a escala de funcionalidade foi aplicada uma vez e

na pesquisa de Costa em dois ciclos.

Na avaliação da qualidade de vida, nos domínios de Limitações nos Aspectos Físicos e

Aspectos Emocionais, encontramos uma pontuação desfavorável, constatando que o

diagnóstico de câncer, a evolução da doença, os tratamentos e a internação são fatores que

predispõem alterações. Resultados similares foram encontrados no estudo de Costa et al

(2017)15

, que demonstrou piora significativa em relação a qualidade de vida dos pacientes.

Todavia, Schlosser e Ceolim (2012)16

, mostraram que quando os pacientes eram questionados

quanto à auto avaliação da saúde, 34% classificaram-na como "muito boa" ou "boa", 44%

apontaram que era "nem ruim nem boa", 22% disseram que era "muito ruim" ou "fraca". Este

caso pode ser explicado pela subjetividade e a relatividade da qualidade de vida, e outro ponto

relevante como justificativa para essa diferença é o fato que no estudo de Schlosser e Ceolim

a amostra foi composta por 80 enquanto no nosso estudo a amostra foi de 32 pacientes16

.

CONCLUSÃO

Em suma, a partir deste estudo observou-se que as neoplasias exercem influência negativa na

qualidade de vida dos pacientes, considerando que a qualidade de vida está diretamente

relacionada com o resultado do tratamento, e tratando-se de um processo de percepção e de

satisfação do indivíduo com sua realidade familiar, social e ambiental.

Em relação a funcionalidade, as neoplasias não influenciam por completo, considerando uma

alteração razoável na funcionalidade dos pacientes, realizando suas atividades, podendo ou

não ter dificuldade de realizar algumas tarefas e sentir os sintomas da doença. Mas, um índice

elevado não é preditor de sobrevivência, pois os pacientes estão sujeitos às variações abruptas.

Frisamos que os resultados do presente estudo devem ser analisados com prudência, uma vez

que o número da amostra não nos permite avaliar a qualidade de vida e a funcionalidade de

forma adequada.

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REFERÊNCIAS

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O câncer é uma preocupação mundial e desesperadora para quem tem a doença e

não a quer dentro de si. Descontrola o emocional completamente, a tristeza se

instala e a ansiedade junta com uma mistura de sentimentos que psicologicamente

abala os sentidos da vida de qualquer ser. Os pensamentos ficam distantes, o chão

foge dos pés e é bastante angustiante para os familiares tentarem confortar seus

entes queridos buscando uma forma de cura o mais breve possível.

Esses pacientes ficam em um estado automático, acordam de manhã já com esta

preocupação e se deitam a noite, sem qualquer certeza. O diagnóstico do câncer

impõe grande impacto emocional ao paciente e seus familiares, principalmente

quando evolui para um estágio avançado, sem nenhuma perspectiva de cura

alterando além do estado emocional, o estado físico, social e espiritual, refletindo

angústia que eles enfrentam em todos os estágios da doença como o medo da

cirurgia, a incerteza do prognóstico, os efeitos dos tratamentos e o enfrentamento da

possibilidade da reincidência e da morte, merecendo a atenção dos profissionais da

área de saúde.

Uma das razões que ocorre queda do bem estar do paciente exposta no estudo são

os sintomas que o tratamento propicia, tal como as náuseas e vomitos, além da

insatisfação decorrente da queda de cabelo provinda do tratamento, por esse motivo

novas estratégias de tratamento devem, portanto, incidir não só sobre a melhoria do

controle da doença e prolongar a sobrevivência, mas também contribuir para manter

a qualidade de vida do paciente.

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APÊNDICES

APÊNDICE A – Carta de Anuência

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APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O Sr. (a) está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa “AVALIAÇÃO DA FUNCIONALIDADE E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES ONCOLÓGICOS SUBMETIDOS AO TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO”. Esse trabalho tem como objetivo avaliar a funcionalidade e a qualidade de vida dos pacientes oncológicos submetidos ao tratamento quimioterápico. O protocolo será aplicado uma única vez com cada paciente, durante a sessão de quimioterapia, no período de 2 meses. E serão utilizados os seguintes procedimentos:

Para avaliação inicial do protocolo será usado um formulário semi-estruturado para coleta de informações pessoais (obtidas por uma entrevista) e a situação da doença atual (obtidas pela leitura do prontuário).

Questionário SF-36 para avaliar a qualidade de vida através da percepção da doença pelo ponto de vista do próprio paciente nos aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, emocionais e saúde mental.

Para avaliação da situação diária dos pacientes, será utilizado um formulário semi-estruturado para anotações das informações clínicas.

Para avaliação da funcionalidade, incapacidade e saúde sera aplicado a escala Karnofsky Performance Status.

Por se tratar de uma pesquisa com humanos, é considerado risco mínimo de acordo com a Resolução 466/12. O participante poderá apresentar desconforto ao responder os questionários, o que será minimizado pelo menor tempo de aplicação do mesmo. Outra forma de garantir a integridade dos voluntários será a monitoração da quantidade de oxigênio (através de um oxímetro portátil de dedo), pressão arterial, frequências cardíaca e respiratória.

Quando você aceitar participar, estará contribuindo para a ampliação do conhecimento científico. O (A) Sr. (a) não será identificado, de modo a garantir o sigilo, e depois de consentir em sua participação o Sr. (a) poderá desistir de continuar do estudo, tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, seja antes ou depois da coleta dos dados, independente do motivo e sem nenhum prejuízo a sua pessoa. O (a) Sr.(a) não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma remuneração. Os resultados da pesquisa serão analisados e publicados, mas sua identidade não será divulgada, sendo guardada em sigilo. Para qualquer outra informação, o (a) Sr. (a) poderá entrar em contato com a pesquisadora Giovana Machado Souza Simões, no endereço Avenida Nossa Senhora da Penha, 2190, Santa Luiza, Vitória/ES, pelo, email: [email protected],telefone (27) 998832952, das alunas: email: [email protected],telefone (27) 999099598, email: [email protected], telefone (27) 996881996, ou poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa – EMESCAM no endereço Av. N. S. da Penha, 2190, Santa Luiza - Vitória - ES - 29045-402 pelo telefone (27) 3334- 3586.

Consentimento Pós–Informação: Eu,_____________________________________________________,RG_____________, fui informado sobre o que o pesquisador quer fazer e porque precisa da minha colaboração, e entendi a explicação. Por isso, eu concordo em participar do projeto, sabendo que não vou ganhar nada e que posso sair quando quiser. Este documento é emitido em duas vias que serão ambas assinadas por mim e pelo pesquisador, ficando uma via com cada um de nós. Vitória,____de___________________de_______

__________________________________ _______________________________________ Assinatura do participante Assinatura do Pesquisador Responsável

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APÊNDICE C – Ficha de coleta de dados do perfil dos indivíduos

P:_________________________________________________________

1 - Idade______ 2 – Sexo _________ 3 – Estado Civil:_______________

4 – Cidade______________________ Interior: ( )Sim ( )Não

5 - Nível de Escolaridade_____________________________________

6 - Profissão________________ Trabalhador Rural: ( ) Sim ( ) Não

Contato com Agrotóxico: ( ) Sim ( ) Não

Uso de EPI’s: ( ) Sim ( ) Não

7 – Tratamentos Realizados:

( ) Quimioterapia. Quantas

sessões:__________________________________________

( ) Radioterapia. Quantas Sessões:

__________________________________________

( ) Procedimento Cirúrgico. Qual:

____________________________________________

8 – Motivo da internação:

__________________________________________________

9 – Tipo de Câncer:

______________________________________________________

10 – Medicamentos em Uso:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________

11 – Tabagismo: ( )Sim ( )Não. Carga Tabágica:_____________________

12 – Etilismo: ( )Sim ( )Não. Tempo de Consumo:____________________

13 – Religião:______________________________

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APÊNDICE D – Ficha de parâmetros hemodinâmicos

P: _______________________________________________________

a) Sinais Hemodinâmicos:

FR____________ FC___________ PA__________

b) Alterações:

Vômitos ( ) Náuseas ( )

OBS.:_______________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

_________________

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ANEXOS

ANEXO A – Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida -SF-36

1- Em geral você diria que sua saúde é:

Excelente Muito Boa Boa Ruim Muito Ruim

1 2 3 4 5

2- Comparada há um ano atrás, como você se classificaria sua idade em geral, agora?

Muito Melhor Um Pouco Melhor Quase a Mesma Um Pouco Pior Muito Pior

1 2 3 4 5

3- Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso, quando?

Atividades Sim, dificulta muito

Sim, dificulta um

pouco

Não, não dificulta de

modo algum

a) Atividades Rigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos.

1 2 3

b) Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa.

1 2 3

c) Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3

d) Subir vários lances de escada 1 2 3

e) Subir um lance de escada 1 2 3

f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

g) Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3

h) Andar vários quarteirões 1 2 3

i) Andar um quarteirão 1 2 3

j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

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4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou com alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde física?

Sim Não

a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2

c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades. 1 2

d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex. necessitou de um esforço extra).

1 2

5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)?

Sim Não

a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2

c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz.

1 2

6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, amigos ou em grupo?

De forma nenhuma Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?

Nenhuma Muito leve Leve Moderada Grave Muito grave

1 2 3 4 5 6

8- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal (incluindo o trabalho dentro de casa)?

De maneira alguma Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

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9- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma resposta que mais se aproxime de maneira como você se sente, em relação às últimas 4 semanas.

Todo Tempo

A maior parte do tempo

Uma boa parte do tempo

Alguma parte do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nunca

a) Quanto tempo você tem se sentindo cheio de vigor, de vontade, de força?

1 2 3 4 5 6

b) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa?

1 2 3 4 5 6

c) Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode anima-lo?

1 2 3 4 5 6

d) Quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranqüilo?

1 2 3 4 5 6

e) Quanto tempo você tem se sentido com muita energia?

1 2 3 4 5 6

f) Quanto tempo você tem se sentido desanimado ou abatido?

1 2 3 4 5 6

g) Quanto tempo você tem se sentido esgotado?

1 2 3 4 5 6

h) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz?

1 2 3 4 5 6

i) Quanto tempo você tem se sentido cansado?

1 2 3 4 5 6

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10- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)?

Todo Tempo

A maior parte do tempo

Alguma parte do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nenhuma parte do tempo

1 2 3 4 5

11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?

Definitivamente verdadeiro

A maioria das vezes verdadeiro

Não sei A maioria das

vezes falso

Definitiva- mente falso

a) Eu costumo obedecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas

1 2 3 4 5

b) Eu sou tão saudável quanto

qualquer pessoa que eu conheço

1 2 3 4 5

c) Eu acho que a minha saúde vai

piorar

1 2 3 4 5

d) Minha saúde é excelente

1 2 3 4 5

CÁLCULO DOS ESCORES DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA Fase 1: Ponderação dos dados

Questão

Pontuação

01 Se a resposta for 1 2 3 4 5

Pontuação 5,0 4,4 3,4 2,0 1,0

02 Manter o mesmo valor

03 Soma de todos os valores

04 Soma de todos os valores

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05 Soma de todos os valores

06 Se a resposta for 1 2 3 4 5

Pontuação 5 4 3 2 1

07 Se a resposta for 1 2 3 4 5 6

Pontuação 6,0 5,4 4,2 3,1 2,0 1,0

08 A resposta da questão 8 depende da nota da questão 7 Se 7 = 1 e se 8 = 1, o valor da questão é (6)

Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 1, o valor da questão é (5) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 2, o valor da questão é (4) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (3) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 4, o valor da questão é (2) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (1)

Se a questão 7 não for respondida, o escorre da questão 8 passa a ser o seguinte:

Se a resposta for (1), a pontuação será (6) Se a resposta for (2), a pontuação será (4,75) Se a resposta for (3), a pontuação será (3,5) Se a resposta for (4), a pontuação será (2,25) Se a resposta for (5), a pontuação será (1,0)

09 Nesta questão, a pontuação para os itens a, d, e, h, deverá seguir a seguinte orientação:

Se a resposta for 1, o valor será (6) Se a resposta for 2, o valor será (5) Se a resposta for 3, o valor será (4) Se a resposta for 4, o valor será (3) Se a resposta for 5, o valor será (2) Se a resposta for 6, o valor será (1)

Para os demais itens (b, c, f, g, i), o valor será mantido o mesmo

10 Considerar o mesmo valor.

11 Nesta questão os itens deverão ser somados, porém os itens b e d deverão seguir a seguinte pontuação: Se a resposta for 1, o valor será (5) Se a resposta for 2, o valor será (4) Se a resposta for 3, o valor será (3) Se a resposta for 4, o valor será (2) Se a resposta for 5, o valor será (1)

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Fase 2: Cálculo do Raw Scale Domínio: Valor obtido nas questões correspondentes – Limite inferior x 100

Variação (Score Range) Na fórmula, os valores de limite inferior e variação (Score Range) são fixos e estão

estipulados na tabela abaixo.

Domínio Pontuação das questões correspondidas

Limite inferior Variação

Capacidade funcional

03 10 20

Limitação por aspectos físicos

04 4 4

Dor 07 + 08 2 10

Estado geral de saúde

01 + 11 5 20

Vitalidade 09 (somente os itens a + e + g + i)

4 20

Aspectos sociais 06 + 10 2 8

Limitação por aspectos emocionais

05 3 3

Saúde mental 09 (somente os itens b + c + d + f + h)

5 25

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ANEXO B – Escala Karnofsky Performace Status

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ANEXO C – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

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ANEXO D – Capa da Revista Brasileira de Cancerologia

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ANEXO E – Normas da Revista Brasileira de Cancerologia

Informações gerais

A Revista Brasileira de Cancerologia (RBC) é uma publicação trimestral, editada pelo

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), que tem por finalidade

divulgar trabalhos relacionados a todas as áreas do controle do câncer. São aceitos para

publicação textos em português, inglês e espanhol. O processo de avaliação dos trabalhos é

realizado por meio de revisão por pares (peer review). São aceitos diversos tipos de trabalho

como, por exemplo: artigos originais, artigos de revisão, relatos e série de casos, artigos de

opinião, resumos, resenhas, cartas ao editor, debate e entrevista.

Não são cobrados quaisquer taxas ou encargos para o processamento ou a publicação

do manuscrito na Revista.

Os manuscritos devem ser inéditos e destinarem-se exclusivamente à RBC, não sendo

permitida sua apresentação simultânea a outro periódico. Os conceitos e as opiniões expressos

nos artigos, bem como a exatidão e a procedência das citações, são de exclusiva

responsabilidade do(s) autor(es). Manuscritos que se referem a partes de uma mesma pesquisa

têm a submissão desencorajada por essa Revista.

Os manuscritos publicados passarão a ser propriedade da RBC, sendo vedada tanto sua

reprodução, mesmo que parcial, em outros periódicos, como sua tradução para publicação em

outros idiomas, sem prévia autorização.

Os manuscritos aceitos para publicação poderão ser modificados para se adequarem ao

estilo editorial-gráfico da Revista, sem que, entretanto, nada de seu conteúdo técnico-

científico seja alterado.

No caso de o manuscrito incluir tabelas e ilustrações previamente publicadas por

outros autores e em outros veículos, é dever do autor fornecer comprovante de autorização de

reprodução, assinado pelos detentores dos seus direitos autorais.

Os leitores de periódicos biomédicos merecem ter a confiança de que o que estão

lendo é original, a menos que exista uma declaração clara de que o artigo está sendo

republicado por escolha do autor e do editor (como pode acontecer com textos históricos ou

referenciais).

Quando o manuscrito submetido já foi em grande parte publicado em outra revista ou

está parcialmente contido ou estreitamente relacionado com outro manuscrito submetido ou

aceito para publicação em outra revista, o(s) autor(es) deve(m) deixar isso claro, na carta de

submissão, bem como fornecer uma cópia do referido material para análise do editor. Quando

parte do material do manuscrito já tiver sido apresentada em uma comunicação preliminar, em

simpósio, congresso etc., esse fato deve ser citado como nota de rodapé na página de título, e

uma cópia do texto da apresentação deve acompanhar a submissão do manuscrito.

Na submissão de manuscritos ou resumos resultados de pesquisa, é obrigatória a

inclusão de declaração de que a pesquisa foi aprovada ou isenta de submissão por um Comitê

de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição a que se vinculam os autores ou, na falta deste, por

outro CEP indicado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde.

Caso a pesquisa tenha sido submetida e aprovada pelo CEP, é preciso enviar a cópia do

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documento de aprovação e, quando necessário, o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE).

Os pacientes têm direito à privacidade, fato que não deve ser infringido sem um

consentimento informado. As informações de identificação pessoal não devem ser publicadas

em descrições escritas, fotografias, genealogias e relatos de caso, a menos que a informação

seja essencial para propósitos científicos e que o paciente (ou seus pais ou tutores) outorgue

um consentimento informado por escrito, autorizando a publicação.

Devem omitir-se detalhes de identificação se não forem essenciais, mas os dados do

paciente nunca deverão ser alterados ou falsificados numa tentativa de conseguir o anonimato.

O anonimato completo é difícil de conseguir, devendo-se obter o consentimento informado se

houver alguma dúvida. Por exemplo, mascarar a região ocular em fotografias de pacientes é

uma proteção inadequada para o anonimato.

A RBC, ao reconhecer a importância do registro e da divulgação internacional, em

acesso aberto, de informações sobre estudos clínicos, apoia as políticas para registro de

ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Comitê Internacional de

Editores de Periódicos Médicos (International Committee of Medical Journal Editors -

ICMJE). Dessa forma, serão aceitos para publicação apenas os artigos de pesquisas clínicas

que tenham recebido um número de identificação em um dos registros de ensaios clínicos

validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis

no sítio do ICMJE (http://www.icmje.org).

A RBC adota as “Recomendações para a elaboração, redação, edição e publicação de

trabalhos acadêmicos em periódicos médicos” do ICMJE (http://www.icmje.org). O

manuscrito, incluindo tabelas, ilustrações e referências, deve seguir a versão mais recente

desses requisitos. Os autores devem consultar o site do ICMJE para obterem as versões mais

recentes do documento.

A RBC também adota as recomendações do “Comitê de Ética em Publicações” para os

aspectos éticos no processo de editoração e publicação de artigos científicos. Os códigos de

conduta e diretrizes para editores e revisores estão disponíveis na página do COPE na Internet

(http://publicationethics.org/).

Conflitos de interesses devem ser reconhecidos e mencionados pelos autores. Entre

essas situações, menciona-se a participação societária nas empresas produtoras das drogas ou

de equipamentos citados ou utilizados no trabalho, assim como em concorrentes da mesma.

São também consideradas fontes de conflito os auxílios recebidos, as relações de

subordinação no trabalho, as consultorias etc.

A submissão do manuscrito à RBC deve ser feita por e-mail para [email protected],

com o texto integral, tabelas, gráficos, figuras, imagens, parecer do CEP e o TCLE, se

aplicável, e de acordo com as normas da Revista. A “carta de submissão” individual e

assinada por cada um dos autores (modelo disponível em http://www.inca.gov.br/rbc) deve

também ser enviada nessa oportunidade.

CATEGORIA DOS MANUSCRITOS

São considerados para publicação os seguintes tipos de manuscritos:

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• Artigos Originais - são artigos nos quais são informados os resultados obtidos em pesquisas

originais de natureza empírica ou experimental, utilizando abordagens quantitativas ou

qualitativas. Também são considerados originais as pesquisas de conteúdo histórico e os

artigos metodológicos cujo foco seja os processos de coleta, análise e interpretação dos dados.

Como estrutura, devem apresentar o formato introdução, método, resultados, discussão e

conclusão. O máximo de laudas é 25 (vinte e cinco) para estudos quantitativos e 30 (trinta)

para qualitativos, incluindo folha de rosto, resumos, corpo do manuscrito e referências.

Figuras, tabelas e gráficos não devem ultrapassar 5 (cinco) e cada uma delas deve ocupar 1

(uma) lauda.

• Revisão da Literatura - trata-se de revisão sistematizada e atualizada da literatura sobre um

tema ou problema específico. Devem ser descritos os tipos de revisão (narrativa, integrativa

ou sistemática), os métodos e procedimentos adotados para a realização do trabalho. A

interpretação e conclusão dos autores devem estar presentes. Como estrutura deve apresentar

o formato introdução, método, resultados, discussão e conclusão. O máximo de laudas é 35

(trinta e cinco), incluindo folha de rosto, resumos, corpo do manuscrito e referências. Figuras,

tabelas e gráficos não devem ultrapassar 5 (cinco) e cada uma delas deve ocupar 1 (uma)

lauda.

• Relato de Casos/Série de Casos - é a descrição detalhada e análise crítica de um ou mais

casos, típicos ou atípicos, baseado em revisão bibliográfica ampla e atual sobre o tema. Deve

conter: folha de rosto, resumo, palavras--chave, introdução, exposição do caso, discussão,

conclusão e referências. O máximo de laudas é 15 (quinze), incluindo folha de rosto, resumos,

corpo do manuscrito e referências. Figuras, tabelas e gráficos não devem ultrapassar 4

(quatro) e cada uma delas deve ocupar 1 (uma) lauda.

• Artigo de Opinião - trata-se de opinião qualificada dos autores sobre tema específico em

controle do câncer. Não necessita de resumos. Deve apresentar a seguinte estrutura: folha de

rosto, introdução, desenvolvimento (com subseções, quando for o caso), conclusão e

referências. O máximo de laudas é 10 (dez), incluindo folha de rosto, resumos, corpo do

manuscrito e referências. Figuras, tabelas e gráficos não devem ultrapassar 2 (duas) e cada

uma delas deve ocupar 1 (uma) lauda.

• Resenha - resenha crítica de livro relacionado ao campo temático do controle do câncer,

publicado nos últimos três anos. O máximo é de 4 (quatro) laudas, incluindo referências,

quando houver.

• Resumos de dissertações, de teses e de trabalhos científicos - trata-se da informação sucinta

de pesquisas originais. Portanto, deve conter a natureza e os propósitos da pesquisa e a

descrição objetiva da metodologia, resultados e conclusões. Sua finalidade é a transmissão da

produção científica de jovens pesquisadores. As teses e dissertações devem ter sido

defendidas e aprovadas nos últimos dois anos e os trabalhos científicos apresentados em

eventos científicos nos últimos 12 (doze) meses. Devem conter entre 150 e 250 palavras e

seguir as normas da Revista quanto à elaboração de resumos. • Entrevistas - depoimentos de

profissionais de saúde, pesquisadores e gestores cujas histórias de vida, pesquisas e

realizações sejam relevantes para a área de controle do câncer. O máximo é de 10 (dez)

laudas, devendo conter um resumo curricular da personalidade entrevistada de no máximo

250 palavras. A demanda para publicar uma entrevista será sempre de iniciativa do editor

científico.

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• Debate - artigo teórico com análises de temas conjunturais, de interesse imediato, de

importância para a área de controle do câncer elaborado por especialista convidado que é

acompanhado por comentários críticos assinados por dois especialistas também convidados,

seguida de resposta do autor do artigo principal. O máximo de laudas é 5 (cinco) para o artigo

principal. Os comentários críticos não deverão ultrapassar 3 (três) laudas, o mesmo

acontecendo com a resposta do autor. Figuras, tabelas e gráficos não devem ultrapassar 2

(duas) e cada uma delas deve ocupar 1 (uma) lauda.

• Cartas ao Editor - críticas ou comentários breves sobre temas relacionados ao controle do

câncer, preferencialmente vinculados a artigo publicado na Revista. No caso de críticas a

trabalhos publicados em fascículo anterior da Revista, a carta é enviada aos autores para que

sua resposta possa ser publicada simultaneamente. As cartas podem ser resumidas pela

editoria, mas serão mantidos os pontos principais. O máximo é de 4 (quatro) laudas.

PREPARO DO MANUSCRITO

O original deve ser escrito na terceira pessoa do singular com o verbo na voz ativa

(ABNT.NBR-6028, 2003, p.2). O processador de textos utilizado deve ser o Microsoft Word,

fonte Times New Roman, tamanho 12, margens de 30 mm em ambos os lados, espaço duplo

em todas as seções, tamanho do papel A4 (210 x 297mm) e páginas numeradas a partir da

introdução. Não são aceitas notas de rodapé. O preparo do manuscrito deve seguir as

“Recomendações para elaboração, redação, edição e publicação de trabalhos acadêmicos em

periódicos médicos” do ICMJE. A versão atualizada desse documento pode ser encontrada no

endereço eletrônico http://www.icmje.org. A última tradução para o português (2014) pode

ser acessada em http://www.icmje. org/recommendations/translations/portugese2014.pdf.

Recomenda-se que a estrutura dos manuscritos obedeça às diretrizes de redação científica de

acordo com delineamento da pesquisa. As diretrizes para redação de ensaios clínicos, revisões

sistemáticas e estudos observacionais podem ser acessadas no site da iniciativa EQUATOR

Network (http://www.equator-network.org/). Em caso de dúvida sobre o preparo do

manuscrito, sugerimos consultar os respectivos tipos de manuscritos publicados em edições

pretéritas da RBC.

PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES SOBRE A REDAÇÃO DE UM MANUSCRITO

- ARTIGO ORIGINAL E REVISÃO

1. Página de título ou folha de rosto

Deve conter: a) título do artigo com até 100 caracteres, exceto títulos de resumos de tese,

dissertação e de trabalhos apresentados, alternando letras maiúsculas e minúsculas, em

português, inglês e espanhol; b) título abreviado com até 40 caracteres; c) nome(s) por

extenso do(s) autor(es). A designação de autoria deve ser baseada nas deliberações do

ICMJE, que considera autor aquele que contribui substancialmente na concepção ou no

planejamento do estudo; na obtenção, na análise e/ou interpretação dos dados; assim como na

redação e/ou revisão crítica e na aprovação final da versão publicada. Em estudos

institucionais (de autoria coletiva) e estudos multicêntricos, os responsáveis devem ter seus

nomes especificados e todos considerados autores devem cumprir os critérios acima

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mencionados; d) indicar para cada autor, em nota de rodapé, a categoria profissional, o mais

alto grau acadêmico, o(s) nome(s) do(s) departamento(s) e instituição(ões) a que o trabalho

deverá ser atribuído, endereço eletrônico, cidade, estado e país; e) nome, endereço e telefone

do autor responsável pela correspondência sobre o manuscrito; f) descrição da contribuição

individual de cada autor no manuscrito (ex.: ... trabalhou na concepção e na redação final e ...

na pesquisa e na metodologia); g) agradecimentos: os demais colaboradores, que não se

enquadram nos critérios de autoria acima descritos, devem ter seus nomes referidos nesse

item especificando o tipo de colaboração. Os autores são responsáveis pela obtenção de

autorização escrita das pessoas nomeadas nos agradecimentos, já que se pode inferir que as

mesmas concordam com o teor do trabalho; h) declaração de conflito de interesses (escrever

“nada a declarar” ou revelar quaisquer conflitos); i) para trabalhos subvencionados, identificar

o patrocinador e número de processo (se houver).

2. Resumo e descritores (palavras-chave)

Todos os artigos deverão conter resumos estruturados em português, inglês e espanhol,

acompanhados dos descritores nos respectivos idiomas. A terminologia para os descritores

deve ser denominada no artigo como a seguir: palavraschave, key words e palabras clave.

Cada resumo deverá conter no mínimo 150 palavras e no máximo 250, e as seções introdução,

objetivo(s), metodologia, resultados e conclusão. Os descritores são palavras fundamentais

que auxiliam na indexação dos artigos em bases de dados nacionais e internacionais. Para

determinar os descritores, deve-se consultar a lista de Descritores em Ciências da Saúde

(DeCSLILACS - http://decs.bvs.br) elaborada pela Bireme. Os resumos devem vir

acompanhado de no mínimo três e no máximo seis descritores. No resumo, não devem ser

feitas citações de referências, nem se deve incluir abreviaturas, bem como quadros, tabelas ou

figuras. A primeira letra de cada palavra dos títulos deve estar em caixa alta (exceto artigos e

preposições) e os nomes dos autores devem vir por extenso, e não apenas indicados pelas

iniciais. No caso de resumos de trabalhos apresentados em eventos de controle do câncer que

forem submetidos para publicação na RBC, caberá aos autores proceder à adequação às

normas da Revista antes de encaminhá--los, sendo de sua inteira responsabilidade a precisão e

correção da linguagem.

3. Introdução

Deve ser objetiva, com definição clara do problema estudado, destacando sua importância e as

lacunas do conhecimento; a revisão de literatura deve ser estritamente pertinente ao assunto

tratado no estudo, de modo a proporcionar os antecedentes para a compreensão do

conhecimento atual sobre o tema e evidenciar a importância do novo estudo. Deve conter o(s)

objetivo(s) do estudo ou a(s) hipótese(s) a ser(em) testada(s).

4. Método

Deve ser claramente descrito como e por que o estudo foi realizado. O detalhamento de como

o estudo foi realizado deve permitir que o leitor possa reproduzir a pesquisa realizada. O

método inclui a descrição das técnicas de coleta, seleção, análise e interpretação dos dados. Se

alguma organização foi paga ou contratada para ajudar na condução da pesquisa (como, por

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59

exemplo, na coleta ou no gerenciamento dos dados), isso deve ser detalhada na Seção de

método. Descrever o processo de seleção dos sujeitos da pesquisa, os critérios de inclusão e

exclusão e a descrição da população-alvo. Nos estudos quantitativos, os métodos estatísticos

devem ser descritos com detalhes suficientes para que o leitor possa julgar sua adequação e

conferir os resultados. Definir os termos estatísticos, as abreviações e os símbolos. Se for

usado algum pacote de programa estatístico especifique a versão utilizada. Nos estudos

qualitativos, detalhar o processo de análise, síntese e interpretação dos dados. Quando forem

relatados experimentos com seres humanos, indicar se os procedimentos seguidos estiveram

de acordo com os padrões éticos do CEP em seres humanos da instituição que aprovou a

pesquisa, com a Declaração de Helsinque (última versão de 2013) e com as Resoluções nº.

466/2012 e nº. 510/2016 do Conselho Nacional de Revista Brasileira de Cancerologia 2017;

63(1): 55-79 59 Saúde. Não usar os nomes dos pacientes, as iniciais ou os números de

registro, especialmente no material ilustrativo. No caso de experimentos envolvendo animais,

indicar se foram seguidas as normas das instituições, dos Conselhos Nacionais de Pesquisa ou

de alguma lei nacional sobre uso e cuidado com animais de laboratório. Dessa seção, também

faz parte a menção do documento indicando o número de protocolo do CEP da instituição a

que se vinculam os autores e que aprovou o estudo realizado.

5. Resultados

Apresentar os resultados relevantes de acordo com o objetivo do trabalho e registrando

primeiro os resultados principais ou os mais importantes. Devem ser descritos somente os

resultados encontrados, sem incluir interpretações ou comparações. Fornecer as informações

referentes aos desfechos primários e secundários identificados na Seção de métodos.

Apresentar os resultados, as tabelas e as ilustrações em sequência lógica, atentando para que o

texto complemente e não repita o que está descrito em tabelas e ilustrações. Restringir tabelas

e ilustrações àquelas necessárias para explicar o argumento do artigo e para sustentá-lo. Usar

gráficos como uma alternativa às tabelas com muitas entradas; não duplicar os dados em

gráficos e tabelas. Evitar uso de termos técnicos de estatística, tais como: “random” (que

implica uma fonte de aleatorização), “normal”, “significante”, “correlação” e “amostra” de

forma não técnica. Definir os termos estatísticos, abreviações e símbolos.

6. Discussão

Deve conter a interpretação dos autores, comparar os resultados com a literatura, relacionar as

observações a outros estudos relevantes, apontar as limitações do estudo, enfatizar os aspectos

novos e importantes do estudo e as conclusões derivadas, incluindo sugestões para pesquisas

futuras. A discussão, eventualmente, pode ser redigida junto com os resultados se for de

preferência do autor, em especial nos estudos qualitativos. Não repetir em detalhe dados ou

outros materiais colocados nas seções de “introdução” ou “resultados”.

7. Conclusão

Deve ser fundamentada nos resultados encontrados e vinculada aos objetivos do estudo.

Afirmações não qualificadas e conclusões não apoiadas por completo pelos dados não devem

constar nessa seção. Evitar fazer alusão a estudos que não tenham sido concluídos.

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Estabelecer novas hipóteses, quando estiverem justificadas claramente como tais.

Recomendações para a prática, quando apropriadas, poderão ser incluídas.

8. Referências

Devem ser numeradas no texto por números arábicos, em sobrescrito (ex.: A extensão da

sobrevivência, entre outros1 ), de forma consecutiva, de acordo com a ordem que são

mencionadas pela primeira vez no texto e sem menção aos autores. A mesma regra aplica-se

às tabelas e legendas. No caso de citação sequencial, separar os números por traço (ex.: 1-2);

quando intercalados, use vírgula (ex.: 1,3,7). As referências devem ser verificadas nos

documentos originais. Quando se tratar de citação de uma referência citada por outro autor

deverá ser utilizado o termo “apud”. A exatidão das referências é de responsabilidade dos

autores. Deve-se constar apenas referências relevantes e que realmente foram utilizadas no

estudo. As referências não podem ultrapassar o número de 25 (vinte e cinco), salvo as

revisões de literatura, nas quais serão aceitas até 35 (trinta e cinco). Não devem ser incluídas

referências no resumo e na conclusão. As referências devem seguir os padrões resumidos no

documento original em inglês do Comitê Internacional de Editores de Periódicos Médicos

(ICMJE) intitulado Recommendations for the Conduct, Reporting, Editing and Publication of

Scholarly Work in Medical Journals: Sample References

(https://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html) ou os padrões apresentados na

íntegra na publicação Citing Medicine 2nd Edition (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/

books/NBK7256/). Serão apresentadas as ocorrências mais comuns de referências por tipos de

material referenciado. Algumas observações listadas abaixo são fruto de ocorrências em

artigos de periódicos submetidos à publicação. Para a padronização dos títulos dos periódicos

nas referências, é utilizado como guia o LocatorPlus, fonte de consulta da National Library of

Medicine, que disponibiliza, na opção Journal Title, o título e/ou a abreviatura utilizada. Em

60 Revista Brasileira de Cancerologia 2017; 63(1): 55-79 algumas fontes, o título já vem

padronizado (PubMed, LILACS e MEDLINE). Caso não seja utilizada a forma padrão de

preferência, informá-lo por extenso evitando utilizar uma abreviatura não padronizada que

dificulte sua identificação. Para a indicação de autoria, incluem-se os nomes na ordem em que

aparecem na publicação até 6 (seis) autores, iniciando-se pelo sobrenome seguido de todas as

iniciais dos prenomes separando cada autor por vírgula (1). No caso de a publicação

apresentar mais de 6 (seis) autores, são citados os seis primeiros; utiliza-se vírgula seguida da

expressão et al. (2). Quando o sobrenome do autor incluir grau de parentesco - Filho,

Sobrinho, Júnior, Neto - este deve ser subsequente ao último sobrenome: João dos Santos de

Almeida Filho - Almeida Filho JS, José Rodrigues Junior - Rodrigues Junior J. Para

padronização de títulos de trabalhos, utilizam-se letras minúsculas em todo o período, com

exceção da primeira palavra que começa, sempre, com letra maiúscula. Fogem à regra nomes

próprios, nomes de pessoas, nomes de ciências ou disciplinas, instituições de ensino, países,

cidades ou afins, e nomes de estabelecimentos públicos ou particulares.

9. Tabelas

As tabelas são utilizadas para exibir informações de maneira concisa e de fácil visualização.

A inclusão de dados ou informações em tabelas, em vez de descritas no texto, tem como

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finalidade reduzir o tamanho do texto. Numerar as tabelas sequencialmente de acordo com a

ordem de sua citação no texto e dar um título curto a cada uma. As tabelas deverão ser

apontadas no corpo do texto, porém enviadas em laudas separadas. Definir para cada coluna

um cabeçalho abreviado ou curto. Colocar as explicações no rodapé das tabelas e não no

cabeçalho. Explicar, em notas de rodapé, todas as abreviações não padronizadas usadas em

cada tabela. Utilizar símbolos para explicar as informações (letras do alfabeto ou símbolos

como *, §, †,‡). Não enviar as tabelas como imagem para que seja possível proceder à sua

edição. Identificar medidas estatísticas de variações, tais como: desvio-padrão e erro-padrão.

Constatar que cada tabela esteja citada no texto por sua numeração e não por citação como:

tabela a seguir, tabela abaixo. Se forem usados dados de outra fonte, publicada ou não, obter

autorização e agradecer por extenso. O uso de tabelas grandes ou em excesso, em relação ao

texto, pode produzir dificuldade na forma de apresentação das páginas.

10. Ilustrações (figuras)

A RBC é uma publicação em preto e branco e, por isso, todas as ilustrações serão

reproduzidas nesse padrão. As imagens devem ser digitalizadas, em branco e preto (tons de

cinza), não excedendo o tamanho de 20 x 25 cm. As letras, os números e os símbolos devem

ser claros e legíveis, de tal forma que suportem reduções necessárias para publicação. Não

colocar os títulos e as explicações nas ilustrações e sim nas legendas. Se forem usadas

fotografias de pessoas, os sujeitos não devem ser identificáveis ou suas fotografias devem

estar acompanhadas por consentimento escrito para publicação. As ilustrações devem ser

numeradas de acordo com a ordem em que foram citadas no texto. As ilustrações deverão ser

apontadas no corpo do texto, porém enviadas em laudas separadas. Se uma ilustração já foi

publicada, agradecer à fonte original e enviar a autorização escrita do detentor dos direitos

autorais para reproduzir o material. A autorização é requerida, seja do autor ou da companhia

editoral, com exceção de documentos de domínio público.

As ilustrações devem ser fornecidas da seguinte forma:

• Arquivo digital em formato .TIFF, .JPG, .EPS, com resolução mínima de:

- 300 dpi para fotografias comuns.

- 600 dpi para fotografias que contenham linhas finas, setas, legendas etc.

- 1.200 dpi para desenhos e gráficos.

11. Nomenclatura

Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura biomédica, assim como

abreviaturas e convenções adotadas em disciplinas especializadas. Os originais em língua

portuguesa deverão estar em conformidade com o novo Acordo Ortográfico, assinado em

1990.

RESUMO DOS REQUISITOS TÉCNICOS PARA SUBMISSÃO DE MANUSCRITOS

Antes de enviar o manuscrito por e-mail, para [email protected], confira se as Instruções para

Autores disponíveis em www.inca.gov.br/rbc foram seguidas e verifique o atendimento dos

itens listados a seguir:

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• Submeter o arquivo integral do manuscrito em Microsoft Word. • Usar espaço duplo em

todas as partes do documento.

• Começar cada seção ou componente em uma nova página.

• Revisar a sequência: página-título/folha de rosto; resumos e descritores; introdução;

métodos, resultados, discussão; conclusão; referências; tabelas, quadros, figuras com legendas

(apontadas no corpo do texto, mas cada uma em laudas separadas).

• De três a seis palavras-chave e respectivas key words e palabras clave.

• Referências: numeradas, em sobrescrito, na ordem de aparecimento no texto, corretamente

digitadas, e não ultrapassando o número de 25 (vinte e cinco); no caso de revisão 35 (trinta e

cinco). Verificar se todos os trabalhos citados estão na lista de referências e se todos os

listados estão citados no texto.

• Apresentar ilustrações, fotos ou desenhos separados (20 x 25 cm máximo).

• Incluir a carta de submissão disponível nas Instruções para Autores. Caso o manuscrito

tenha mais do que um autor, cada um deles deverá preencher e assinar a carta, e o autor

responsável pela submissão deve enviá-las digitalizadas em formato pdf junto com o arquivo

do manuscrito para [email protected].

• Incluir permissão para reproduzir material previamente publicado ou para usar ilustrações

que possam identificar indivíduos.

• Incluir autorização escrita das pessoas nomeadas nos agradecimentos, quando aplicável.

• Incluir documento comprovando a aprovação do trabalho por CEP ou TCLE, quando

aplicável.