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Boletim Número 20 – maio de 2017 Cana-de-açúcar: geração de bioeletricidade nas usinas do Protocolo Agroambiental Paulista o No Brasil, o market share da hidroeletricidade é de 61,21% do consumo total de energia elétrica; o Essa importante fonte de energia tem sido afetada pela modificação e irre- gularidade do regime pluviométrico, fomentando outras alternativas; o Nesse cenário, ocupam espaço as fontes de energia com origem na bio- massa, como os resíduos sólidos urbanos e os agroindustriais; o Para os resíduos agroindustriais, o bagaço da cana-de-açúcar se destaca; o Na safra 2015/16, esse resíduo da produção brasileira de açúcar e etanol alcançou 166,40 milhões de toneladas; o O Estado de São Paulo, principal produtor de cana-de-açúcar, açúcar e eta- nol do país, respondeu por 55,2% do volume total de bagaço produzido; o O bagaço destina-se a geração de bioeletricidade tanto para alimentar o processo de produção de açúcar e etanol, quanto para abastecer a rede de distribuição de energia; o Estima-se que a geração de bioeletricidade alcance 165 TWh ao ano até 2024, ou quase duas usinas de Itaipu; o As usinas signatárias do Protocolo Agroambiental Paulista participam desse mercado e seus os resultados serão comentados a seguir: o Nos últimos oito anos, a potência instalada para geração de bioeletrici- dade, das usinas signatárias do Protocolo Agroambiental do Estado de São Paulo, evoluiu de 1.865 MW para 5.125 MW; ou seja, incremento de 175% no período (Figura 1).

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Boletim

Número 20 – maio de 2017

Cana-de-açúcar: geração de bioeletricidade nas usinas do

Protocolo Agroambiental Paulista

o No Brasil, o market share da hidroeletricidade é de 61,21% do consumo total

de energia elétrica;

o Essa importante fonte de energia tem sido afetada pela modificação e irre-

gularidade do regime pluviométrico, fomentando outras alternativas;

o Nesse cenário, ocupam espaço as fontes de energia com origem na bio-

massa, como os resíduos sólidos urbanos e os agroindustriais;

o Para os resíduos agroindustriais, o bagaço da cana-de-açúcar se destaca;

o Na safra 2015/16, esse resíduo da produção brasileira de açúcar e etanol

alcançou 166,40 milhões de toneladas;

o O Estado de São Paulo, principal produtor de cana-de-açúcar, açúcar e eta-

nol do país, respondeu por 55,2% do volume total de bagaço produzido;

o O bagaço destina-se a geração de bioeletricidade tanto para alimentar o

processo de produção de açúcar e etanol, quanto para abastecer a rede de

distribuição de energia;

o Estima-se que a geração de bioeletricidade alcance 165 TWh ao ano até

2024, ou quase duas usinas de Itaipu;

o As usinas signatárias do Protocolo Agroambiental Paulista participam desse

mercado e seus os resultados serão comentados a seguir:

o Nos últimos oito anos, a potência instalada para geração de bioeletrici-

dade, das usinas signatárias do Protocolo Agroambiental do Estado de

São Paulo, evoluiu de 1.865 MW para 5.125 MW; ou seja, incremento de

175% no período (Figura 1).

Boletim

Número 20 – maio de 2017

Figura 1 - Número de usinas signatárias que produzem e exportam energia e a potência instalada. Fonte: Elaborada pelas autoras a partir de dados do Protocolo Agroambiental, 2016.

o Na safra 2007/08, do total de usinas signatárias, 23,9% exportou a ener-

gia para a rede de distribuição, enquanto na safra 2015/16 esse percen-

tual foi de 58% (Figura 2);

Figura 2 - Produção total e Exportação de energia. Fonte: Elaborada pelas autoras a partir de dados do Protocolo Agroambiental, 2016.

0

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2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16

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ero

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sinas

Safra

Signatárias Signatárias exportadoras Potência total instalada

em

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2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16

em

milhão M

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Safra

Produção total de energia Energia exportada

Boletim

Número 20 – maio de 2017

o Na quantidade produzida, ocorreu um aumento de 3,02 vezes da produ-

ção de energia em MWh entre as safras 2007/08 e 2015/16;

o Quando considerada a distribuição regional da exportação de bio-

eletricidade, são destaques as regiões de São José de Rio Preto, Campi-

nas, Ribeirão Preto, Bauru e Araçatuba, que juntas representaram 64,5%

do total exportado no Estado de São Paulo (Figura 3).

Figura 3 - Exportação de Energia das Unidades Industriais de Cana-de-açúcar Signatárias do Protocolo Agroambiental, por RA, Estado de São Paulo, Safra 2015/16.Safra 2015/16. Fonte: Dados da pesquisa.

REFERÊNCIAS

RAMOS, R. C.; Nachiluk. K. Geração de Bioenergia de Biomassa da Cana-de-açúcar nas Usinas Signatárias ao Pro-

tocolo Agroambiental Paulista, Safra 2015/2016. Analises e Indicadores do Agronegócio., São Paulo, v. 12, n. 4, abr.

2017. Disponível em: < http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=14278>. Acesso em: mai. 2017.

Expediente: Instituto de Economia Agrícola | Diretor: Celso Vegro | Redação: Rejane Cecília Ramos e Katia Nachiluk | Editoração: Darlaine Janaína de Souza | Revisão: André Yamagami

São José do Rio Preto(15,1%)

Campinas(13,9)%

Ribeirão Preto(12,3%)

Bauru(11,8%)

Araçatuba(11,4%)

Barretos(9,8%)

Presidente Prudente

(7,9%)Franca(6,7%)

Marília(5,7%)

Central(2,8%)

Sorocaba(2,7%)

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