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EDIÇÃO Nº 40 OUTUBRO DE 2016 FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL/SC AGRICULTURA SC Página 3 REVISTA AGRICULTURASC | OUTUBRO DE 2016 12 CAMPO FUTURO Projeto gera informações sobre os mercados de arroz e ostra em Santa Catarina liar a capacitação do produ- tor rural à geração de infor- mação para a administra- ção de riscos de preços, de custos e de produção na propriedade rural. Esse é um dos objetivos do projeto Campo Futuro, desenvolvido pelo Senar/SC na esfera estadual. A inicia- tiva é promovida nacionalmente pela Confederação Nacional da Agricul- tura e Pecuária do Brasil (CNA). Florianópolis sediou o primeiro painel sobre ostras do País. Até o momento, foram promovidos 27 pai- néis em todo o Brasil. Em setembro também ocorreu painel com foco na produção de arroz, em Tubarão. O Campo Futuro disponibiliza informações estratégicas para facili- tar a tomada de decisões do produtor rural, mediante o acesso a um com- pleto banco de dados do setor agro- pecuário, com a evolução sistemática dos custos de produção e da rentabili- dade das principais atividades agríco- las e pecuárias e da publicação Ativos do Campo. Segundo o presidente da Faesc, José Zeferino Pedro, a geração de informações compreende quatro ações: realização de painéis com ins- trumentos metodológicos para identi- ficar os sistemas e coeficientes de produção de cada atividade rural em uma região específica; desenvolvi- mento de indicadores com informa- ções de custo de produção e rentabili- dade das culturas agrícolas e da pecuária nos estados; criação de um sistema de informação e consolida- ção das informações geradas pelo projeto de forma acessível ao produ- tor rural e ao público em geral; divul- gação de publicações a partir de aná- lises e relatórios setoriais de desem- penho da agropecuária brasileira. A metodologia dos painéis con- siste na definição da propriedade típica de produção em cada região de estudo. A propriedade típica se refere à realidade mais comum da região e de um determinado produto conside- rado no estudo. Um grupo formado por técnicos e produtores conhecedo- res da realidade local se reúne para construir um sistema de produção mediante um debate aberto. “Juntos, eles montam uma planilha de custos de insumos e receita da faixa mais representativa da produção naquele município”, observou o superinten- dente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi. O município de Florianópolis sediou o primeiro painel sobre ostras do projeto Campo Futuro Em Tubarão o painel abordou os custos da produção de arroz no Estado A OSTRA Durante o painel foi desenvolvido o levanta- mento de custos de produ- ção de ostras com base no preenchimento de uma planilha em conjunto com produtores, professores e técnicos da área. A meto- dologia utilizada foi a de custo operacional efetivo, operacional total e custo total. “Com essas informa- ções, a CNA consegue levantar os principais aspectos que pesam na rentabilidade do produtor e realizar ações junto ao Legislativo e Executivo em Brasília, tentando sanar os problemas identificados”, esclareceu a assessora técnica da Comissão Nacional de Pesca da CNA, Lilian Figueiredo. ARROZ Em Tubarão os trabalhos foram executados pelos pesquisadores do Cepea, Luiz Henrique de Almeida e Fernando Perez Capello, e acompanha- dos pela supervisora do Senar/SC na região sul, Sueli Silveira Rosa. A iniciativa contou com a partici- pação de produtores de arroz de municípios da região. Também participaram desse esforço institu- cional a Embrapa, a Epagri e os Sindicatos Rurais, bem como as cooperativas. O rizicultor Rogério Pessi, presidente do Sindicato Rural de Araranguá, avaliou positiva- mente o projeto. Segundo ele, a iniciativa é de suma importância para o levantamento do custo de produ- ção de arroz, colaborando de forma real para a situa- ção vivenciada na atividade. De acordo com o produtor Rui Geraldinho, outro aspecto importante do painel foi a participa- ção dos municípios da região, favorecendo a inte- gração e a troca de experiências entre os produtores do setor. Também participaram da iniciativa e con- cordam com a metodologia o presidente do Sindicato Rural de Turvo, Donato Favarin, e o presi- dente do Sindicato Rural de Tubarão, José Antônio De Pieri. VIOLÊNCIA NO MEIO RURAL PREOCUPA FAESC E SENAR/SC GESTORES RURAIS Transformação nas relações de trabalho nas propriedades rurais Páginas 06 e 07 SINDICATO EM DESTAQUE Mafra: organização e defesa do agronegócio Página 09 CAMPO FUTURO Projeto gera dados sobre o mercado de arroz e ostra em SC Página 12

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EDIÇÃO Nº 40 OUTUBRO DE 2016

FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL/SC

AGRICULTURA SC

Página 3

REVISTA AGRICULTURASC | OUTUBRO DE 2016 12

CAMPOFUTURO

Projeto gera informações sobre os mercados de arroz e ostra em Santa Catarina

liar a capacitação do produ-tor rural à geração de infor-mação para a administra-

ção de riscos de preços, de custos e de produção na propriedade rural. Esse é um dos objetivos do projeto Campo Futuro, desenvolvido pelo Senar/SC na esfera estadual. A inicia-tiva é promovida nacionalmente pela Confederação Nacional da Agricul-tura e Pecuária do Brasil (CNA).

Florianópolis sediou o primeiro painel sobre ostras do País. Até o momento, foram promovidos 27 pai-néis em todo o Brasil. Em setembro também ocorreu painel com foco na produção de arroz, em Tubarão.

O Campo Futuro disponibiliza informações estratégicas para facili-tar a tomada de decisões do produtor rural, mediante o acesso a um com-pleto banco de dados do setor agro-pecuário, com a evolução sistemática dos custos de produção e da rentabili-dade das principais atividades agríco-las e pecuárias e da publicação Ativos do Campo.

Segundo o presidente da Faesc, José Zeferino Pedro, a geração de informações compreende quatro ações: realização de painéis com ins-trumentos metodológicos para identi-ficar os sistemas e coeficientes de produção de cada atividade rural em uma região específica; desenvolvi-mento de indicadores com informa-ções de custo de produção e rentabili-dade das culturas agrícolas e da pecuária nos estados; criação de um sistema de informação e consolida-ção das informações geradas pelo projeto de forma acessível ao produ-tor rural e ao público em geral; divul-gação de publicações a partir de aná-lises e relatórios setoriais de desem-penho da agropecuária brasileira.

A metodologia dos painéis con-siste na definição da propriedade típica de produção em cada região de estudo. A propriedade típica se refere à realidade mais comum da região e de um determinado produto conside-rado no estudo. Um grupo formado por técnicos e produtores conhecedo-res da realidade local se reúne para

construir um sistema de produção mediante um debate aberto. “Juntos, eles montam uma planilha de custos de insumos e receita da faixa mais

representativa da produção naquele município”, observou o superinten-dente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi.

O município de Florianópolis sediou o primeiro painel sobre ostras do projeto Campo Futuro

Em Tubarão o painel abordou os custos da produção de arroz no Estado

A

OSTRADurante o painel foi

desenvolvido o levanta-mento de custos de produ-ção de ostras com base no preenchimento de uma planilha em conjunto com produtores, professores e técnicos da área. A meto-dologia utilizada foi a de custo operacional efetivo, operacional total e custo total. “Com essas informa-ções, a CNA consegue levantar os principais aspectos que pesam na rentabilidade do produtor e realizar ações junto ao Legislativo e Executivo em Brasília, tentando sanar os problemas identificados”, esclareceu a assessora técnica da Comissão Nacional de Pesca da CNA, Lilian Figueiredo.

ARROZEm Tubarão os trabalhos foram executados

pelos pesquisadores do Cepea, Luiz Henrique de Almeida e Fernando Perez Capello, e acompanha-dos pela supervisora do Senar/SC na região sul, Sueli Silveira Rosa. A iniciativa contou com a partici-pação de produtores de arroz de municípios da região. Também participaram desse esforço institu-cional a Embrapa, a Epagri e os Sindicatos Rurais, bem como as cooperativas.

O rizicultor Rogério Pessi, presidente do Sindicato Rural de Araranguá, avaliou positiva-mente o projeto. Segundo ele, a iniciativa é de suma importância para o levantamento do custo de produ-ção de arroz, colaborando de forma real para a situa-ção vivenciada na atividade.

De acordo com o produtor Rui Geraldinho, outro aspecto importante do painel foi a participa-ção dos municípios da região, favorecendo a inte-gração e a troca de experiências entre os produtores do setor. Também participaram da iniciativa e con-cordam com a metodologia o presidente do Sindicato Rural de Turvo, Donato Favarin, e o presi-dente do Sindicato Rural de Tubarão, José Antônio De Pieri.

VIOLÊNCIA NO MEIO RURAL PREOCUPA FAESC E SENAR/SC

GESTORES RURAISTransformação nas

relações de trabalho nas propriedades rurais

Páginas 06 e 07

SINDICATO EM DESTAQUE

Mafra: organização e

defesa do agronegócioPágina 09

CAMPO FUTUROProjeto gera dados sobre o mercado de arroz e ostra em SC

Página 12

Page 2: CAMPO FUTURO Projeto gera informações sobre os mercados de …cms.faesc.com.br/files/revista/REVISTA_AGRICULTURA_SC... · 2019-08-24 · EDIÇÃO Nº 40 OUTUBRO DE 2016 FEDERAÇÃO

Orecém-encerrado processo de

afastamento da presidente

Dilma Rousseff, agora em

caráter permanente, exige uma avalia-

ção isenta e escoimada de apegos ideo-

lógicos. De um lado, é necessário reco-

nhecer que as instituições republicanas

revelaram-se suficientemente fortes e

maduras para cumprir rigorosamente os

preceitos constitucionais e o rito defi-

nido pelo Superior Tribunal Federal.

Apesar disso, cidadãos engajados

nos partidos políticos a favor ou contra o

impeachment levarão décadas discu-

tindo essa matéria, mantendo férreas

posições doutrinárias – uns conside-

rando o episódio um golpe, outros acei-

tando a plena normalidade do estado de

direito.

Nesse período pós-impeachment,

mesmo que perdurem manifestações

públicas nas ruas, ações na Suprema

Corte e a pregação do golpe e não-golpe,

é urgente iniciar um esforço de pacifica-

ção. Obviamente não estamos em luta

armada, mas, não é exagero falar em

pacificação porque a exacerbação pode

chegar a níveis perigosos.

O caminho é acreditar nas institui-

ções e renovar a fé no regime democráti-

co. Levamos séculos para concluir que,

embora imperfeita, a democracia ainda

é o melhor caminho por basear-se nos

princípios da soberania popular e da dis-

tribuição equitativa do poder, na liber-

dade do ato eleitoral, na divisão dos

poderes e no controle da autoridade.

Nesse estágio é necessário desar-

mar os ânimos, abandonar o radica-

lismo das posições ideológicas e esten-

der uma ponte para o diálogo com o obje-

tivo de manter a normalidade institucio-

nal. Não colherão paz nem harmonia

aqueles que, agora, apostam no confron-

to, na violência, na desordem, na disse-

minação do medo e na pregação do

caos.

Nunca antes foi tão essencial o bor-

dão do pavilhão nacional – Ordem e

Progresso – como nessa fase particular-

mente sensível da história brasileira

para a retomada da normalidade da vida

brasileira. Precisamos de paz para resti-

tuir a fé no futuro, a confiança no merca-

do, a coragem de iniciar as reformas, a

ousadia de empreender e a vontade de

acertar.

O País tem pressa. Perdemos muito

tempo com essa crise. Grande parcela

dos avanços sociais dos últimos anos foi

impiedosamente neutralizada pela pre-

sente crise econômica e política.

Necessitamos barrar o rolo compressor

dessa conjuntura e iniciar um gradual e

incessante processo de retomada do

crescimento.

Tudo isso inicia com a pacificação

que deve dominar a mente e os corações

de todos, especialmente daqueles que

detém algum nível de liderança. O pri-

meiro compromisso do líder é com a

paz, a justiça e o futuro.

EDITORIAL

02 REVISTA AGRICULTURASC | OUTUBRO DE 2016

AgriculturaSC é um informativo da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina

e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural � Administração Regional de Santa Catarina

DIRETORIA DA FAESC 2015/2019Presidente: José Zeferino Pedrozo1º Vice-Presidente: Enori Barbieri

2º Vice-Presidente: Milton Graciano Peron1º Vice-Presidente de Secretaria:

João Francisco de Mattos2º Vice-Presidente de Secretaria:

João Romário Carvalho1º Vice-Presidente de Finanças:

Antônio Marcos Pagani de Souza 2º Vice-presidente de Finanças:

José Antônio de Pieri

VICE-PRESIDENTES REGIONAISAdelar Maximiliano Zimmer (Extremo-Oeste), Américo do Nascimento (Oeste), Vilson Antônio Verona (Meio Oeste),

Mauro Kazmierczak (Planalto Norte), Lindolfo Hoepers (Vale do Itajaí), Márcio Cícero Neves Pamplona (Planalto Serrano)

e Vilibaldo Michels (Sul).

CONSELHO FISCAL EFETIVOFernando Sérgio Rosar, Gilmar Antônio Zanluchi e

Donato FavarinCONSELHO FISCAL SUPLENTES

Nilton Goedert, Fabrício Luiz Stefani e Dionício Scharf

CONSELHO ADMINISTRATIVO DO SENAR/SCPresidente do Conselho Administrativo - Gestão

2015/2018 - José Zeferino Pedrozo

CONSELHEIROS: Walter Dresch (Titular)Luis Sartor (Suplente)

Representantes: Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (FETAESC)

Marcos Antônio Zordan (Titular)Neivo Luiz Panho (Suplente)

Representantes: Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)

Ricardo de Gouvêia (Titular)Cinthya Monica da Silva Zanuzzi (Suplente)

Representantes: Agroindústria

Daniel Klüppel Carrara (Titular)Adilcio Pedro Pazetto (Suplente)

Representantes: Senar Administração Central

CONSELHO FISCALRita Marisa Alves (Titular)

Pedro Cavalheiro de Almeida (Suplente)Representantes: Senar Administração Central

Tatiane Mecabô Cupello (Titular)Gilberto Modesto da Silva (Suplente)

Representantes: Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc)

Joãozinho Althoff (Titular)Acir Veiga (Suplente)

Representantes: Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc)

DIRETORIA:Superintendente: Gilmar Antônio Zanluchi

Edição: Caroline da Costa FigueiredoRedação: Caroline da Costa Figueiredo, Marcos A. Bedin,

Aline Thais Gunsett, Kaehryan Fauth, Lisiane Kerbes e Silvania Cuochinski

Diagramação: Multi Design

Tiragem: 4.300 exemplares

Impressão: Grá�ca Arcus

José Zeferino Pedrozo: Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc)

SEM PACIFICAÇÃO NÃO VAMOS A LUGAR NENHUM

REVISTA AGRICULTURASC | OUTUBRO DE 2016 03

SEGURANÇA RURAL

Violência no campo preocupa entidades do agronegócio

ssaltos, furtos, sequestros,

tiroteios já fazem parte do

cotidiano da população da

zona rural há algum tempo e isso tem

provocado uma mudança nos hábi-

tos e costumes dos moradores do

interior de Santa Catarina. Agora, os

itens de segurança que são comuns

na área urbana, passaram a fazer

parte do cenário das propriedades

rurais. Alarmes, câmeras, cercas elé-

tricas, entre outros itens dividem o

espaço com equipamentos agrícolas

em sítios, chácaras e fazendas.

Preocupados com a violência

na área rural, representantes da

Federação da Agricultura e Pecuária

do Estado de Santa Catarina (FAESC)

e do Serviço Nacional de Aprendiza-

gem Rural (SENAR/SC) participa-

ram, em setembro, de reunião no

Centro Administrativo do Governo

do Estado.

A FAESC e o SENAR propuse-

ram uma parceria com o Governo do

Estado de Santa Catarina, visando a

elaboração de uma cartilha de segu-

rança voltada para áreas e atividades

rurais, baseada em estatísticas, em

entrevistas com detentos e nas

observações realizadas nas proprie-

dades rurais. Defenderam, também,

um programa de monitoramento pre-

ventivo por câmeras, como as que

hoje estão presentes no meio urbano,

para diminuir as ocorrências ilícitas

no campo, além de reivindicar uma

presença mais ostensiva do policia-

mento no meio rural.

O presidente do sistema FAESC

e SENAR/SC José Zeferino Pedrozo

observa que, embora apenas 16% da

população de Santa Catarina resida

em áreas rurais, o agronegócio conti-

nua sendo o maior gerador de divi-

dendos para o Estado. Ele enfatiza,

no entanto, que o policiamento, em

razão da densidade demográfica,

privilegia as áreas urbanas em detri-

mento das rurais.

O dirigente ressalta as medidas

de segurança que podem advir dos

próprios produtores rurais e aumen-

tar o nível de segurança no campo,

tais como evitar o plantio de vegeta-

ções que impeçam a visão da área

externa, a utilização de cães de guar-

da, anotar a placas de carros estra-

nhos que não possuem o costume de

passar pelo local, conhecer bem os

funcionários da propriedade, dificul-

tar o acesso à propriedade colocando

cadeados nas porteiras, entre outras

medidas que podem ser eficientes no

combate à bandidagem. Importante

ressaltar a necessidade de fazer o

registro de Boletim de Ocorrência

sempre que houver furtos nas pro-

priedades rurais. "Foi-se a época em

que no campo podia-se confiar em

todos, em que se dormia de portas e

janelas abertas", diz o dirigente.

Pedrozo defende que a Polícia

Militar Ambiental receba a missão

adicional de reprimir a criminalidade

e investigar bandidos e organizações

criminosas que agem no campo. “A

PM Ambiental é a força policial de

maior presença no campo, onde famí-

lias rurais estão sendo atacadas de

dia e de noite por bandidos que agem

em dupla ou em bando, roubam valo-

res financeiros, máquinas, gado, insu-

mos agrícolas e equipamentos”, jus-

tifica.

“Nós, produtores, nos sentimos

inseguros e vulneráveis às ações de

quadrilhas que atuam no meio rural,

uma vez que as propriedades, na

maioria das vezes, são afastadas da

cidade. Além do prejuízo material,

fica o trauma, pois muitos relatos dão

conta de que os assaltantes agem

com violência e usam armamento

pesado. De nossa parte, estamos sem-

pre em contato com o governo e acre-

ditamos que, atuando de forma cole-

tiva, juntamente com a inteligência

da nossa eficiente polícia, vamos des-

manchar essas organizações crimi-

nosas que atuam na zona rural de

nosso Estado".

ENCONTROParticiparam da reunião o

secretário da Casa Civil Nelson

Serpa, o secretário de Segurança

Pública Cesar Augusto Grubba, o

secretário da Agricultura Moacir

Sopelsa, o delegado geral da Polícia

Civil Artur Nitz, o coronel da Polícia

Militar Paulo Henrique Hemm, os

diretores da FAESC Enori Barbieri

(vice-presidente), Clemerson José

Argenton Pedrozo (assessor jurídi-

co), Márcio Cícero Neves Pamplona

(vice-presidente regional e presi-

dente do Sindicato Rural de Lages),

Fernando Sérgio Rosar (presidente

do Sindicato dos Produtores Rurais

de Campos Novos), Donato Favarin

(presidente do Sindicato Rural de

Turvo), Gilmar Antônio Zanluchi (su-

perintendente do SENAR e represen-

tante da Associação de Produtores

de Água Doce).

ARepresentantes da Faesc e do Senar/SC estiveram presentes durante reunião no Centro Admnistrativo do Governo do Estado para debater a violência no campo

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SITUAÇÃO DA MAÇA

04 REVISTA AGRICULTURASC | OUTUBRO DE 2016

Faesc acompanha audiência pública do Senado Federal em São Joaquim

Questões mercadológicas e fitossanitárias relaciona-das à cultura da maçã esti-

veram em pauta no mês de setembro, em São Joaquim, durante audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura do Senado Federal. A sessão foi presidida pela senadora Ana Amélia Lemos e teve a participa-ção da Faesc.

O presidente da Faesc José Zeferino Pedrozo e o vice-presidente Antônio Marcos Pagani de Souza defenderam reivindicações. Uma delas é o subsídio de juros no financi-amento da cobertura (proteção dos pomares) de tela antigranizo e outras intempéries climáticas. A segunda reivindicação é o apoio para o seguro dos pomares contra o granizo.

O terceiro pedido é um pro-grama para erradicação do cancro europeu, uma doença que devastou pomares do Rio Grande do Sul (com 70% de infestação) e já atinge a pro-dução catarinense, infestando 40% dos pomares de Fraiburgo e 1% dos pomares de São Joaquim.

Os dois dirigentes elogiaram a iniciativa da senadora gaúcha Ana Amélia, que tem defendido com com-petência o agronegócio brasileiro. No

início do ano, Pedrozo e Pagani atua-r a m j u n t o a o M i n i s t é r i o d a Agricultura, em Brasília, para impe-dir o ingresso da maçã chinesa no mercado brasileiro. A questão era de natureza comercial e fitossanitária porque a China convive com pragas que já foram erradicadas no Brasil e pratica preços muito baixos porque mantém subsídios ao produtor – o que é condenado pela Organização Mundial do Comércio.

Por isso, a Faesc alertou que a abertura do mercado brasileiro para a fruta da China prejudicaria as con-dições de competitividade dos pro-dutores catarinenses. “O Ministério da Agricultura entendeu a gravidade da situação e proibiu a importação, salvaguardando a sanidade do mer-cado interno brasileiro”, assinalam.

Pedrozo e Pagani destacaram que a Faesc trabalha para que o pomi-cultor catarinense produza frutas de alta qualidade, empregando tecnolo-gias que respeitem o meio ambiente e a saúde do produtor e do consumi-dor, praticando uma fruticultura sus-tentável que legará às futuras gera-ções um ambiente preservado e equi-librado. Lembram que o desenvolvi-mento comercial da cultura da

macieira deu-se no início da década de 1970 e, até então, o mercado bra-sileiro era abastecido totalmente por maçã importada principalmente da Argentina. O Brasil começou a apare-cer nas estatísticas internacionais na década de 1980, sendo que em 2001 atingiu a autossuficiência.

STATUS

O Brasil é o único país livre de pragas conhecidas como traça-da-maçã ou cyndia pomonella. Santa Catarina responde por mais da metade da safra brasileira de maçã e 75% dos produtores do País. Cerca de 1.700 produtores geram 650 mil toneladas por ano, movimentando mais de 2,3 bilhões de reais e susten-tando 40 mil empregos durante a colheita.

Os principais importadores da maçã in natura do Brasil são Holanda, Reino Unido, Bangladesch, Alemanha, Irlanda, França, Portugal e Espanha. Os principais comprado-res do suco de maçã são Estados Uni-dos, Japão, África do Sul, Trinidad e Tobago, Holanda, Alemanha, México e Porto Rico. As receitas cambiais totalizaram 54 milhões de dólares no ano passado.

O presidente da Faesc e do Conselho de Administração do Senar/SC José Zeferino Pedrozo rece-beu, em setembro, o título de cidadão honorário de Fraiburgo e a proclamação de presidente de honra do Sindicato Rural do município. A homenagem foi proposta pelo vereador Gerson de Matia. A sessão solene ocorreu na Câmara de Vereadores de Fraiburgo.

A frente do Sistema Faesc e Senar/SC, Pedrozo auxilia na defesa dos direitos dos produtores rurais cata-rinenses e promove o acesso gratuito à capacitação ao homem do meio rural. O reconhecimento como cidadão honorário veio em agradecimento aos serviços prestados em prol do desenvolvimento do agronegócio do muni-cípio.

Pedrozo dedicou o reconhecimento a equipe do Sistema Faesc e Senar/SC. Segundo ele, os resultados alcançados são o reflexo da dedicação diária de todos. “É gratificante receber essa homenagem. Isso nos incentiva a continuarmos trabalhando em defesa dos produtores rurais”, agradeceu Pedrozo.

Pedrozo agradeceu as homenagens e dedicou o reconhecimento aos colegas de equipe do Sistema Faesc e Senar/SC

José Zeferino Pedrozo recebe o título de cidadão honorário de Fraiburgo Santa Catarina é o único Estado brasileiro livre de febre

aftosa sem vacinação e também de peste suína clássica. O Estado destaca-se como maior produtor e exportador nacional da carne suína no País. Diante desse cenário positivo, constantemente, novas empresas interessadas em exportar a carne suína visitam o Estado catarinense a fim de conhecer a produção e iniciar novas negociações.

Em setembro, uma comitiva com sócios de uma distribui-dora do norte da China visitaram três frigoríficos no Estado: A Cooperativa Central Aurora Alimentos e o Frigorífico Ecofrigo, em Chapecó, e o Frigorífico Catarinense, em Braço do Norte.

O primeiro contato com os potenciais exportadores foi efetu-ado por meio do Sindicato Rural de Braço do Norte. “Contamos com o total apoio da Faesc para facilitar a vinda dos empresários a fim de apresentar a produção de carne suína de Santa Catarina e, possivelmente, alcançar novos clientes na China”, comentou o pre-sidente do Sindicato, Edemar Della Giustina.

De acordo com o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, a Federação intermediou a vinda dos empresários para o Estado com o intuito de facilitar a expansão da exportação da carne suína.

REVISTA AGRICULTURASC | OUTUBRO DE 2016 05

DESTAQUE NO ESTADO

Viveiro Florestal Duffatto ganha Prêmio SC pela educação

empresa Viveiro Florestal Duffatto, de Maicon Diego Duffecky, de Monte Castelo,

foi a vencedora do Prêmio Santa Catarina pela Educação, na categoria Programa de Educação Corportativa – Microempresa/Pequeno porte. Além do Viveiro, mais seis empresas do setor econômico representado pelo Sistema Faesc e Senar/SC parti-ciparam do Prêmio.

A iniciativa é da Fiesc, por meio do Movimento Santa Catarina pela

Educação, com o objetivo de reco-nhecer as empresas por suas práticas educacionais de elevação da escolari-dade e de melhoria da qualificação profissional, bem como programas de estágio.

Para Duffecky, ganhar o prêmio consolidou um trabalho que iniciou em 2005 em parceria com o Projeto Micro Bacias 2, da Epagri, e foi apri-morado em 2008 com o Programa Empreendedor Rural (PER) do Senar/SC. “A motivação da equipe de

trabalho, com colaboradores capaci-tados, nos torna uma empresa com-petitiva no mercado. Estamos evi-tando o êxodo rural, capacitando os jovens para o trabalho profissional, além de preservarmos o meio ambi-ente”, relatou.

De acordo com o presidente do Sistema Faesc e Senar/SC, José Zeferino Pedrozo e o superinten-dente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, o Sistema apoia iniciativas que promovam a educação, principal-mente a fim de ampliar a qualificação no meio rural, garantindo a perma-nência no campo.

A Faesc e o Senar/SC integram o Movimento Santa Catarina pela Educação, com assento no Conselho de Governança e no Comitê Técnico Estadual, representados, respectiva-mente, pelo presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo e o superin-tendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi. O Senar/SC tam-bém tem assento nas Câmaras Re-gionais de Educação do Movimento das sete regiões em que tem repre-sentação.

AO superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, durante reunião do Comitê Técnico Estadual

A visita realizada no Frigorífico Aurora Chapecó (FACH I),foi acompanhada pelo gerente da unidade, Antônio Wanzuit

Comitiva em visita no Frigorífico Ecofrigo, em Chapecó

Comitiva de empresários visita frigoríficos catarinenses

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tem dificuldades. O Senar/SC pre-

tende auxiliar na melhora dessa con-

dição por meio da capacitação”,

explicou.

Ramthum destacou que o pro-

grama motiva os empresários rurais

a implantar soluções tanto na parte

técnica como operacional a partir da

elaboração de um novo modelo de

gestão de pessoas. “Eles saem do

treinamento com uma nova cultura

organizacional, muito mais profissi-

onal e organizada”.

O supervisor de agropecuária

da BRF de Concórdia, Ricardo Luis

Pierozan, destacou que a mão de

obra externa tornou-se uma neces-

sidade na propriedade rural de mui-

tos integrados. “O programa auxilia

na gestão rural e na organização.

Estamos muito felizes com o resul-

tado”, explanou Pierozan.

NA PRÁTICA Elisandra Renosto De Carli, de

33 anos, possui uma propriedade

rural ao lado do marido há cerca de

um ano na Linha Tateto, interior de

Concórdia. O casal possui quatro

aviários e aloja 144 mil aves por

lote. Elisandra foi convidada a parti-

cipar do curso e relatou satisfação

com os conhecimentos adquiridos.

Segundo ela, três pontos fundamen-

tais foram melhorados após ade-

quar as técnicas indicadas durante o

programa. “Tivemos uma evolução

na comunicação, conseguimos dimi-

nuir os atritos ocasionados pelo cho-

que de gerações e o meu marido

aprendeu a dele-

gar as funções e

dividir as tare-

fas. Tudo isso

tornou o ambi-

ente de trabalho

mais harmonio-

so. Com certeza

os re-sultados

virão na produ-

ção também”,

c o n s i d e r o u

Elisandra.

O produtor rural Jones Paulo

Gasparetto produz aves e gado de

leite em Sede Figueira, interior de

Chapecó. Segundo ele, há 60 anos o

avô iniciou a produção, passando de

pai para filho. A família é integrada

da BRF há 40 anos. Gasparetto

explicou que o Programa Gestores

Rurais está possibilitando na

melhor visualização das escolhas

tomadas no dia a dia. “É uma exce-

lente troca de experiências. Apren-

demos como escolher a pessoa ade-

quada para cada função e isso dimi-

nui a rotatividade de colaboradores.

Está sendo muito produtivo. Tenho

certeza que sairemos daqui muito

mais esclarecidos”, afirmou.

REVISTA AGRICULTURASC | OUTUBRO DE 2016 07

Programa qualifica para transformar as relações de trabalho nas propriedades rurais

Os empresários rurais receberam orientações sobre como executar a gestão de pessoas em suas propriedades

Turma de Chapecó iniciou o programa no mês de setembro

Encerramento da turma de Palmitos ocorreu no final do mês de setembro

Os participantes de Concórdia apresentaram os resultados obtidos

Em Palmitos os participantes apresentaram os avanços que obtiveram em suas propriedades

GESTORES RURAIS

06 REVISTA AGRICULTURASC | OUTUBRO DE 2016

Com o objetivo de aperfei-

çoar os gestores rurais

para administrar a proprie-

dade adotando princípios da ges-

tão democrática e participativa de

forma sustentável, diminuindo a

rotatividade de funcionários e auxi-

liando no aumento dos indicadores

de resultados, o Senar/SC desen-

volve o Programa Gestores Rurais

(GR).

A iniciativa tem como foco capa-

citar os gestores rurais para gerir

pessoas. A estrutura do programa

compreende 80 horas/aula, dividi-

das em 10 encontros, com duração

de oito horas. Segundo o superin-

tendente do Senar/SC, Gilmar

Antônio Zanluchi, o GR foi criado

em 2015 pelo Senar/PR para aten-

der a demanda solicitada pela

empresa BRF Brasil Foods, inicial-

mente para as cadeias de suínos e

aves. “Atualmente é aplicável em

todas as cadeias produtivas”, expli-

cou.

Em Santa Catarina, as primei-

ras turmas foram nos

municípios de Concór-

dia, Palmitos e Chape-

có, executadas em par-

ceria com os Sindica-

tos Rurais e as empre-

sas do setor agrope-

cuário. Outras turmas

iniciarão nos próximos

meses no Estado.

A iniciativa aborda

a gestão de pessoas na

propriedade rural; co-

mo conhecer a equipe

de trabalho; relaciona-

mento de equipe e comunicação;

processo de feedback; provisão de

recursos humanos; integração e

aprendizagem; rotinas de trabalho;

geração e análise de informações;

planejamento estratégico e plano

de ação.

Para o prestador de serviço em

instrutoria, Lorival Zanluchi, cui-

dar da postura profissional e da

maneira como se expressa são fun-

damentais no processo de auxílio

ao funcionário, pois as pessoas

devem ser treinadas para que pos-

sam obter o maior prazer possível

em um trabalho bem feito e se

desenvolver como indivíduos.

O supervisor do Senar/SC na

região Oeste, Helder Barbosa,

explicou que a entidade custeou

todas as despesas com material

instrucional, serviços de instrutoria

e alimentação. “O Senar/SC fica

imensamente satisfeito ao ver que

iniciativas como essa surtem efei-

tos positivos no dia a dia das pro-

priedades rurais”, complementou.

De acordo com o prestador de

serviço em instrutoria Valdir Airton

Ramthum, a área de recursos huma-

nos é muito vasta. “Os profissio-

nais têm domínio da parte operaci-

onal com conhecimento técnico de

altíssimo padrão, mas no relacio-

namento com as pessoas ainda exis-

O programa iniciou em Santa Catarina com a turma de Concórdia

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ARTIGO

08 REVISTA AGRICULTURASC | OUTUBRO DE 2016

Ocenário para a safra

2016/17, em termos de

clima, é mais favorável ao

produtor catarinense. A tendên-

cia de ocorrência do fenômeno

La Niña nos próximos meses, que

embora represente irregularida-

des na precipitação, que pode tra-

zer prejuízos caso ocorra seca em

fases decisivas do desenvolvi-

mento da cultura, como a flora-

ção, gira ainda em um cenário de

normalidade e não cria expecta-

tiva de grandes perdas no Estado.

Entre as principais causas

desse aumento de área estão os

preços de milho que, em Santa

Catarina, como no resto do país,

tiveram comportamento atípico

na safra 2015/16, haja vista que

as cotações internacionais, prin-

cipalmente da Bolsa de Chica-

go, vinham influenciando siste-

maticamente o comportamento

dos preços internos, e não o

desempenho da safra, como

ocorreu neste ano. Outro as-

pecto relevante foi a forte que-

bra da safra brasileira e a inten-

sificação das exportações, o que

provocou a diminuição da oferta

interna do grão e consequente

elevação dos preços no país. A

elevação dos preços trouxe

alento aos produtores de milho,

que há tempos vinham obser-

vando sua margem reduzir, ao

mesmo tempo em que ocasio-

nou problemas à produção de

proteína animal, especialmente

suínos e aves, via elevação dos

custos de produção.

O milho silagem também

deverá aumentar sua área plan-

tada na safra 2016/17. Espera-se

que cerca de 211 mil hectares

sejam plantados, cerca de 1,83%

mais do que em relação 2015/16.

A produção deverá ser de 8,3

milhões de toneladas, 2,45%

maior do que a do ano safra ante-

rior. A dinâmica de crescimento

dessa cultura no Estado tem se

dado de forma a atender a

demanda da produção leiteira,

aumentando e concorrendo em

área com o milho grão, fumo e

feijão nas regiões onde a produ-

ção leiteira tem apresentado cres-

cimento nos últimos anos.

Para a cultura da soja tam-

bém é esperado aumento da área,

cerca de 1,65% em relação à safra

anterior, totalizando cerca de 646

mil hectares. O aumento da pro-

dutividade em 4%, deverá resul-

tar em uma produção de 2,2

milhões de toneladas. As regiões

onde são esperados os maiores

incrementos de área são Concór-

dia, Curitibanos, Ituporanga e

Campos de Lages. Nas regiões

de Concórdia e Curitibanos há

predominância de terras de pri-

meira, de fácil mecanização e

expansão da produção de soja. Já

na região de Campos de Lages,

há uma tendência de abertura de

novas áreas com estabeleci-

mento do plantio de soja.

Para o arroz irrigado na safra

2016/17 espera-se um aumento

de 0,45% da área plantada. Isso

porque para a cultura do arroz as

áreas já estão consolidadas, não

havendo grandes alterações,

mesmo que o mercado esteja

favorável ao produtor. O clima

propício tenderá a promover pro-

dutividades superiores às obser-

vadas no ano passado, resul-

tando em produção de 1,1

milhões de toneladas no ano que

se inicia.

Para o feijão 1ª safra as esti-

mativas iniciais indicam que a

área da safra 2016/2017 deverá

ser de 46.328ha, isso é cerca de

4,5% menor do que na safra pas-

sada. Essa expectativa confirma

o comportamento histórico da

cultura em nosso estado que, a

cada ano vem perdendo espaço

para outras culturas. Em produ-

ção, é previsto aumento de

6,46%, passando das 83.601 tone-

ladas em 2015/16, para cerca de

88.999 toneladas em 2016/17.

Em rendimento também é espe-

rado incremento de 11,28%. Nos

últimos anos, boa parte dos pro-

dutores têm optado por substituir

os cultivos de feijão por soja ou

milho, com menor risco de per-

das de rentabilidade pela volatili-

dade dos preços.

Estimativa Inicial da safra de verão 2016/17 dos principais grãos de SC

Glaucia de Almeida Padrão: Economista, Dra. – Epagri/Cepa - [email protected]

João Rogério Alves: Engenheiro-agrônomo, MSc. – Epagri/Cepa - [email protected]

Para a safra 2016/17 de

milho, é esperado um

incremento de 1,57% na

área plantada de milho grão,

que combinado ao aumento

da produtividade em 7,96%,

deverá resultar em uma

produção 9,65% maior que o

ano safra anterior. A área

total destinada ao plantio

desta cultura deverá ser

equivalente à 374,5 mil

hectares e uma produção de

2,9 milhões de toneladas.

om forte presença na comu-

nidade desde 1968, o Sindi-

cato Rural de Mafra conta

com uma diretoria dinâmica. Seus

associados se dedicam para - cada

vez mais - aprimorar conhecimentos

e competências nas atividades de

pecuária de corte e leite, suinocultu-

ra, avicultura, ovinocultura e agricul-

tura em geral.

O primeiro presidente da enti-

dade foi Waldir Reusing que, em

1973, entregou o cargo para o

segundo presidente, José Waldemar

Ruthes, o qual permaneceu na presi-

dência até 2010, ano em que faleceu

e foi substituído pelo atual presiden-

te, João Romário Carvalho, médico

veterinário e produtor rural que já

atuou como vereador, prefeito e depu-

tado estadual.

“Nossa instituição tem uma dire-

toria e um conselho fiscal coesos e

atuantes. Isso nos deixa à vontade

para trabalhar e permite que as deci-

sões sejam do colegiado”, relatou

Carvalho. De acordo com o presiden-

te, grande parte dos associados têm

colaboradores em suas propriedades

e eles, certamente, se beneficiam do

Sindicato com os serviços de asses-

soria para o registro dos emprega-

dos, recolhimentos de taxas e tribu-

tos, entre outros.

“A população de Mafra sabe da

nossa luta: dedicamos todas as for-

ças no objetivo de firmar a importân-

cia do agronegócio para o município

e todos reconhecem que a nossa enti-

dade é a grande responsável por sua

organização, assistência e defesa”,

atestou Carvalho.

EVENTOS E PROJETOS

Tendo como principais parceiros

a Faesc, o Senar/SC, a Associação

Comercial e Industrial de Mafra

(ACIM), a Associação Riomafrense

de Criadores de Caprinos e Ovinos

(ARCCO), a Empresa de Pesquisa

Agropecuária e Extensão Rural de

Santa Catarina (Epagri) e a Compa-

nhia Integrada de Desenvolvimento

Agrícola de Santa Catarina (Cidasc),

o Sindicato Rural de Mafra promove

a Exposição Feira Agropecuária –

nos meses de maio e setembro – e,

anualmente, realiza o Leilão Gené-

tica, viagem de estudos para a

Expointer e conta também com tur-

mas do Pronatec com foco na Horti-

cultura Orgânica e Bovinocultura de

Leite.

Em sua programação anual, inclui

os programas Com Licença Vou à

Luta, Sol Rural, Saúde da Mulher

Rural, Cidadania Rural e os seminá-

rios Pecuária de Corte, Previdência

Social Rural e Produção e Manejo de

Ovinos.

Mantém convênios com plano de

saúde, clínica médica, laboratório,

ótica, dentista, academia de ginásti-

ca, despachante, advogada e psicó-

loga que concedem descontos e pres-

tam atendimento aos associados. No

planejamento da atual diretoria figu-

ram projetos de ampliação do nú-

mero de integrantes ligados à institu-

ição, aumento da gama de serviços

prestados, acréscimo de novos con-

vênios aos já existentes e promoção

de melhorias constantes na estrutura

do Parque de Exposições José

Waldemar Ruthes, espaço que orgu-

lha a entidade e toda a população

mafrense.

SINDICATO EM DESTAQUE

Mafra: organização e defesa do agronegócio

REVISTA AGRICULTURASC | OUTUBRO DE 2016 0909

CDinâmica e dedicada, a diretoria do Sindicato Rural de Mafra tem atuação marcante

A sede da entidade está instalada na RuaDr. Mathias Piechnick, no Centro de Mafra

O atual presidente da instituição,João Romário Carvalho, assumiu o cargo em 2010

- Presidente: João Romário Carvalho

- Vice-presidente: Rogério Gislon

- Secretário: Antonio Cidral da Costa

- Segunda Secretária: Claudia Ruthes

- Tesoureiro: Domingos Cesar Herbst - Segundo Tesoureiro:

Sadi Evers

CONSELHO FISCALEfetivos:

José Antonio Raldi Sobrinho, Leôncio Puchalski e Celso Albrecht

Suplentes: Adilson Antonio Baumgartner,

Lidvina Becker e Claudio Puchalski

DIRETORIA

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APRENDENDO NA PRÁTICA

10 REVISTA AGRICULTURASC | OUTUBRO DE 2016

Com o objetivo de habilitar as mulheres rurais a empreen-derem, além de desenvolver

competência de gestão para aplica-ção no seu próprio negócio, conside-rando as oportunidades existentes, o Senar/SC, em parceria com os Sindicatos dos Produtores Rurais dos municípios, desenvolve o programa Com Licença Vou a Luta (CLVL).

Sandra Pagnoncelli, de 40 anos, produtora rural na linha Ervalzinho, em Ouro Verde, é uma das participan-tes do programa. Segundo ela, a inici-ativa possibilitou aprofundar conhe-cimentos. “pensamos que estamos fazendo tudo certo, mas quando pro-cura qualificação, percebe que há muito para aprender”, relatou.

“O programa aborda temas co-mo empreendedorismo, gestão fi-nanceira, planejamento do negócio, legislação e liderança. É dividido em cinco encontros com módulos de oito horas por semana e os temas são tra-balhados para serem aplicados obje-tivamente à realidade vivenciada na propriedade pelas produtoras”, des-tacou o supervisor do Senar/SC na região Oeste, Helder Jorge Barbosa.

De acordo com a prestadora de serviço em instrutoria, Rosa Marina Seghetto, o CLVL possibilita um novo olhar para as atividades de cada propriedade. “Elas identificam outras possibilidades de renda, reco-nhecendo o real valor da atividade atual. Exploram potenciais antes des-percebidos e conseguem auxiliar com melhores resultados na adminis-tração da propriedade”, descreveu.

Para o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, a presença do trabalho feminino nas propriedades rurais é realidade. Diante disso, o Senar/SC promove, constante-

mente, programas de aprimora-mento profissional buscando incen-tivar a gestão nas mulheres do campo.

O superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, ressaltou que a intenção é elevar a autoestima das mulheres para despertar o poten-cial pessoal e profissional, além de proporcionar atividades que pos-sibilitem a independência finan- ceira, construindo a autoconfian- ça com reflexos na qualidade de vida. “Tudo isso contribui para o aumento da renda familiar com melhorias na eficiência da gestão”.

Com Licença Vou à Luta estimula o empreendedorismo em produtoras

Turmas do Programa Empreendedor Rural visitam propriedadesOsni Roberto de Souza, de 42

anos, é produtor rural na localidade de Barreiros, em Palmeira, na região serrana de Santa Catarina. Há aproxi-madamente dois meses aderiu ao Programa Empreendedor Rural (PER), desenvolvido pelo Senar/SC. “Aprendi a elaborar planejamento estratégico para cada atividade. Isso possibilita analisar a viabilidade e efetividade das ações e decisões rela-cionadas a minha propriedade”, con-tou.

Assim como Souza, outros 20 produtores rurais de Palmeira e 25 de Campo Belo do Sul participam de turmas do PER e, em setembro, visi-taram propriedades de referência na produção de gado de corte e olericul-tura, nos municípios de Lages e Bom Retiro. De acordo com a supervisora do Senar/SC na região do planalto serrano, Stephanye Fanton, a visita

teve como objetivo apresentar proje-tos inovadores implantados em pro-priedades rurais.

Conforme a facilitadora da tur-ma de Palmeira, Marlinde Hoepers, foi observado os pontos fortes e fra-cos de cada propriedade. “A visita possibilita a visualização das oportu-nidades de organização e gestão dos negócios, além de contribuir para a definição e elaboração de planos de negócio”, reforçou.

O PER é oferecido para produto-res rurais de Santa Catarina de ma-neira totalmente gratuita. A estrutura do programa compreende encontros semanais com duração de 8 horas cada, totalizando 136 horas com dura-ção aproximada de quatro meses. Segundo o presidente da Faesc, José Zefereno Pedrozo, o programa tem contribuído para que sejam feitas melhorias significativas nas proprie-dades.

Turma de Palmeira durante visita em propriedades no município de Bom Retiro

A turma de Campo Belo do Sul visitou propriedades em Lages

Atuando na prevenção de doen-ças das mulheres do meio rural o Senar/SC, em parceria com os

Sindicatos Rurais e as Secretarias de Saúde dos municípios, promove o pro-grama especial “Saúde da Mulher Rural”. A iniciativa tem como objetivo orientar as mulheres do campo sobre a importância em cuidar da saúde e preve-nir doenças de colo de útero. No mês de setembro cerca de 300 mulheres de Bela Vista do Toldo e Itaiópolis participaram do programa.

As produtoras tiveram acesso a exames Papanicolau, atendimento no espaço beleza, palestras educativas e kits saúde. “Todas as atividades são vol-tadas à conscientização sobre os hábi- tos saudáveis que possam contribuir com a melhoria da qualidade de vida e o bem-estar das mulheres”, explicou a coordenadora do programa no Estado, Estela Macedo.

“A intenção é gerar oportunidades de educação, prevenção e diagnóstico do câncer do colo do útero nas comunida-des, levando conhecimentos que possibi-litem a mudança de atitude favorecendo para uma melhor qualidade de vida”, res-saltou o superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi.

Programa promove acesso a exames preventivos para mulheres do meio rural

SAÚDE DA MULHER RURAL

REVISTA AGRICULTURASC | OUTUBRO DE 2016 11

Senar/SC, Sindpesca e Capitania dos Portos iniciam curso de Aquaviário

Iniciativa estimula o autocuidado em produtoras rurais

Habilitar pescadores com as competências para a inscrição de Aquaviário na categoria de pescador profissional (POP), no nível de habilitação 1, para o exercício da capacidade exclusiva na função de pescador em embarcação de pesca de qualquer porte e tipo de navegação. Esse é um dos objetivos do primeiro curso de formação de Aquaviários (CFAQ-III-CM/N1) desenvol-vido pelo Senar/SC em parceria com o Sindicato dos Pescadores do Estado de Santa Catarina (Sindipesca), de Joinville, e a Delegacia da Capitania dos Portos, em São Francisco do Sul.

A qualificação iniciou em setembro e encerra no mês de novembro. “O treinamento qualificará os pescadores para que, durante um ano de embarque, consolidem o conhecimento, o entendimento e a proficiência necessária para exercer a função de patrão de embarcações de pesca com AB menor ou igual a 10 e de potência propulsora até 170 kW, empregadas na nave-gação interior e na navegação costeira, conforme definido pela Capitania dos Portos de sua jurisdição”, esclareceu o instrutor Lúcio Cavalcante.

Com o objetivo de levar as produtoras rurais a reconhecer os comportamentos que fortalecem e enfraquecem o sistema imunológico, a fim de estimular a mudança de atitude para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, o Senar/SC promove o programa “Plantando Saúde”. Em setembro os municípios de Irineópolis e Itaiópolis tiveram ações do progra-ma.

Durante o evento foram abordadas as princi-pais doenças crônicas não transmissíveis, causas e consequências. De acordo com o superinten-dente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, as atividades relacionadas à saúde têm caráter edu-cativo e preventivo e são consideradas prioritá-rias, por possibilitar a aquisição de conhecimen-tos, o desenvolvimento de habilidades pessoais e sociais e mudanças de atitudes que favorecem uma melhor qualidade de vida nas comunidades rurais.

Mais de 150 mulheres participaram da iniciativa em Itaiópolis

As produtoras rurais de Bela Vista do Toldo tiveram acesso a palestras

As mulheres são incentivadas a desenvolver o espírito de liderança e gestão em suas propriedades