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Campo visualEduardo Fratari Paes Leme 1 Universidade Braz Cubas/ Tecnologia em ptica e optometria Email: [email protected]

ResumoEsse texto tem por finalidade auxiliar o estudante de optometria em entender o procedimento de avaliao do campo visual, bem como os mtodos de avaliao e interpretao dos resultados. Palavras-chaves Campo visual, campimetria, tela de Ansler, optometria.

I.

INTRODUO

escotoma absoluto que corresponde ao ponto cego de Mariotte, cuja rea correspondente a insero do nervo ptico (disco ptico). Para facilitar o entendimento imagine que o campo visual uma ilha, e seus limites so delimitados pela mar, o centro e ponto com maior altitude a posio da fvea, onde existe maior sensibilidade em virtude da alta densidade de clulas cone, medida que se distncia da regio foveal a sensibilidade menor, e quando est na periferia praticamente nula (figura 1).

A avaliao do campo visual uma alternativa psicofsica para a definio e quantificao da rea retiniana funcional, sua aplicao muito importante para a documentao do campo visual, deteco de perdas visuais secundria a glaucomas, retinopatias e desordens neuro-oftalmolgicas. A campimetria um meio de medir a sensibilidade estmulos de luz branca projetados sobre um fundo, com a finalidade de localizar o campo visual. A medida pode ser esttica ou cintica, quando a posio do objeto no move frente ao campo visual, estamos discutindo sobre campimetria esttica, est estimulao requer intensidade mais baixa ao nvel central do campo e mais alta na periferia, por outro lado, a estimulao por meio de um objeto que move frente o campo visual uma avaliao cintica. Um campo visual normal tm limites monoculares por volta de 90 temporalmente, 60 nasalmente, 55 superiormente e 75 inferiormente, com um pequeno

Figura 1: Exemplo de campimetria de um olho esquerdo. Para esta descrio dizemos que o contorno formado pelas taxas de sensibilidade visual denominado de isptera, com forme a forma desta pode ser possvel quantificara a extenso e posio dos defeitos do campo visual. A terminologia aplicada na avaliao dos campos visuais define: y Contraes como defeito onde qualquer estmulo no percebido, so geralmente defeitos perifricos.

1. Possui graduao em Tecnologia em ptica e Optometria pela Universidade Braz Cubas (2006). Atualmente professo da Universidade Braz Cubas e mestrando pela Universidade de Mogi das Cruzes, atuando principalmente nos seguintes temas: diabetes melitos, catarata, homeostase do olho, estrabismos e instrumentao mdica.

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y

Depresso como defeito perifrico do campo visual, que gera a deformao da isptera. Escotama como mancha cega, com bordas definidas dentro do campo visual.

III.

AVALIAO DO CAMPO VISUAL PELA TELA DE AMSLER

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As modalidades de campimetria so campimetria manual ou computadorizda, dentre a modalidade manual, podemos destacamos a pantala tangente, tela de Amsler e camipetria de confrontao e teste de campo visual pelo campmetro de Goldmann. A campimetria computadorizada a forma mais sofisticada de avaliar o campo visual, sendo que podem ser realizadas por duas tcnicas: suprathresold e full threschold. II. CAMPIMETRIA COM A UTILIZAO DA PANTALA TANGENTE.

A tela de Amsler (figura 3) uma metodologia bem simples e de baixo custo, este exame possibilita a avaliao de 10 do campo visual central, que corresponde regio macular, a tela de Amsler pode ser confeccionada com a distribuio de linhas verticais e horizontais a uma distncia entre elas de 0,5cm sobre uma folha de papel, com a finalidade de formar uma grade, no centro desta grade deve haver um ponto que define a posio central, este teste deve ser feito com viso monocular e sob o uso de correo para viso de perto, o paciente deve ter em mos lpis ou caneta.

A pantala tangente (figura 2) um mtodo que possibilita a avaliao de 30 centrais do campo visual, est metodologia requerem: uma pantala tangente desenhada para a distncia de 1 metro, uma vara de colorao preta com ponta esfrica branca, um oclusor e um gabarito para transcrio dos resultados. Para a realizao do teste o paciente deve estar distncia de 1 metro da pantala com correo visual, e fixao ao nvel central da mesma. Aps a acomodao do paciente, o mesmo deve ser orientado a olhar o ponto central com ateno, e que ser apresentado a ele estmulos com a vara preta de ponta branca sobre a pantala, sendo que ele deve falar e indicar a posio do ponto branco. O examinador deve observar se o paciente mantm a fixao durante o exame, e deve ser apresentado estmulos com distncia a cada 15.

Figura 2: Tela de Ansler Logo que o paciente est devidamente acomodado a uma distncia de 30 a 40cm de distncia da tela de Amsler o mesmo deve fixar o ponto central, e observar a existncia de reas negras, ou com distoro das linhas, se as linhas verticais e horizontais so paralelas, e se os quadrados so de tamanhos regulares. O resultado a prpria tela que o paciente assinalou a poro que representa a localizao do defeito de campo visual. Campo visual por confrontao um teste rudimentar para a avaliao do campo visual perifrico, por meio deste possvel suspeitar anomalias relacionadas perda de campo, sua tcnica bastante simples e requer um oclusor e uma caneta ao lpis, sendo que o paciente deve estar com correo ptica. Para a realizao deste procedimento coloque duas cadeiras uma em frente da outra, o paciente deve sentar em cadeira, e o examinador na outra, o paciente deve observar um objeto a distncia de 50cm, como o prprio dedo por exemplo, o mesmo deve manter total fixao neste objeto, e ocluir o olho direito com o oclusor, o examinador deve movimentar a caneta com tampa vermelha a frente do campo visual de fora para dentro nas posies: nasal, temporal, superior, inferior, inferonasal, inferotemporal, superonasal e superotemporal. Os resultados devem ser sem alterao de campo ou restrio de campo visual.

60 cm

30 graus

1 metro

Figura 2: Na figura um esquema de examinao do campo visual pela pantala tangente, o paciente est com o olho esquerdo ocluido 1 metro de distncia de uma pantala de 60cm de dimetro a qual possibilita a avaliao de 30 graus do campo visual, uma vara com ponta branca indica a posio a cer testada e marcas na pantala indica a posio de avaliao.

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IV.

CAMPIMETRO DE GOLDMANN

O campmetro de Goldmann foi o primeiro aparelho concebido especialmente para a avaliao completa do campo visual, este instrumento possibilita a avaliao do campo visual central e perifrico por meio de tcnicas cinticas e estticas e configura-se como teste padro para validao de campmetros, possibilita a troca da intensidade e tipo de iluminao, e viabiliza testes de reas isoladas do campo visual. Dentre as desvantagens destacam o tempo consumido no teste que gera tdio, no h parmetros de padronizao para o tempo de examinao, velocidade ou localizao dos estmulos. O controle do campmetro de Goldman leva em conta o tamanho do estmulo, ajuste da iluminao O tamanho do estmulo pode ser variado em seis configuraes: 0 = 1/16 mm2 I = 1/4 mm2 II = 1 mm2 III = 4 mm2 IV = 16 mm2 V = 16 mm2 A intensidade dada em unidades de candela/pi x m2 , onde a escala expressa pelo logaritmo base 10 em passos de 0.1 e 0.5 unidades logartmicas, no entanto usado a terminologia nmero e letra expressa na tabela Smbolo Logaritmo A 0,1 B 0,2 C 0,3 D 0,4 E 0,5 1 0,5 2 1,0 3 1,5 4 2,0 5 2,5 No entanto os valores tpicos do brilho so: 4e=1000 asb, 3e= 315 asb, 2e=100asb e 1e= O resultado do teste deve ser transcrito para o papel especfico do campmetro, contendo nome do paciente, data, prescrio de uso, tamanho da pupila, olho que foi testado e cooperao do paciente (figura 4).

Figura 4: Folha de resultado de uma campimetria manual pelo capmetro de Goldmann. A formao das ispteras segue a seguinte hierarquia de transcrio: I-2e azul I-3e laranja I-4e vermelho II-4e verde III-4e roxo IV-4e marrom V-43 Preto Os valores de referncia para indivduos abaixo de 50 anos e acima de 50 anos (ver tabela), caso os resultados dos estmulos so significantemente mais claros, ou com presena de escotomas, o procedimento deve ser repetido em virtude dos valores falso-negativo e falso-positivos, ou confirmado a perda de campo visual. Paciente abaixo de 50 anos de idade Perifrico I-4e Intermedirio I-3e Central I-2e Paciente abaixo de 50 anos de idade Perifrico II-4e Intermedirio I-43 Central I-2e ou I-3e V. CAMPIMETRIA COMPUTADORIZADA

A aplicao mtodos computadorizados em campimetria teve a finalidade melhorar os resultados e padronizar os testes, e diminuir o tempo de examinao. Atualmente existem vrias marcas de campmetros computadorizados, sendo que o princpio de funcionamento e interpretao dos resultados semelhante. De modo controverso em comparao com o permetro de Goldman a alterao do estmulo

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controlado manualmente, o estmulo em permetros computadorizados conhecido com threshold, com variao da intensidade de brilho controlada em uma seqencia lgica, durante o teste, o primeiro estmulo apresentado de 6 decibis (dB) de iluminao, caso o paciente no veja inicialmente a intensidade aumenta para 4 dB at que possa ver, assim o valor pode ser determinado. A confiana frente ao teste dada por um ndice de confiabilidade. Para a determinao computado pelo nmero de perdas de fixao (quando o paciente olha para outro estmulo), estmulos tambm so apresentados frente ao ponto cego fisiolgico, onde o paciente no deve ver nada, caso o paciente responda ao estmulo, computada a perda de fixao. O teste para ser confivel deve ter uma taxa de perda de fixao inferior 20%. Outro indicador o nmero de erros falso positivos (quando pressionado o boto da mquina quando um estmulo sonoro no acompanhado de estmulo luminoso). Por outro lado muitas vezes o paciente v um estmulo em um determinado ponto, e em novos estmulos sobre o mesmo ponto o paciente no consegue ver, este fenmeno conhecido com erro falso positivo. A soma dos erros falso positivos e falso negativos deve ser inferior 33%, para garantir confiana ao teste. A interpretao deste tipo de teste pode ser realizada por meio de duas tcnicas, em primeiro lugar a escala de tons de cinza, est representao grfica facilita a visualizao dos pontos de perda de campo(preto), baixa sensibilidade(escalas de cinza) e alta sensibilidade (branco). Outra forma de visualizar os resultados por meio da representao da matriz de nmeros referente ao valor dos limiares de viso (Theresholds). Existem dois mtodos de apresentao dos thresholds full-thresholds e suprathresholds, a primeira forma so apresentados uma vasta gama de intensidades de estmulos, o segundo define a intensidade de estimulao de acordo com padres de normalidade, possibilitando menor consumo de tempo, porem menor acurcia. No passado a aplicao de estmulos eram de um nico comprimento de onda, porem, em virtude de questes anatomo-fisiolgicas, existem duas vias paralelas de conduo da informao da retina ao crtex, as vias magnocelular e parvocelular. A via parvocelular, conduz informaes sobre cor, discriminao de freqncia espacial ,e discriminao fina; a via magnocelular contribui predominantemente com a discriminao de movimento e contraste. Por meio de evidncias grupos especficos de clulas gaglionares so lesionadas peloo glaucoma, estmulos especficos para essas vias permitem a deteco precoce, para tal, est a premissa do desenvolvimento de campmetros computadorizados de curto comprimento de onda {short-wavelength automated perimetry (SWAP)}. A via magnocelular responde melhor a estmulos com comprimento de onda azul, e a via parvocelular responde melhor a comprimentos de onda verde e vermelho. Comercialmente no Brasil esses equipamentos so equipados com estmulo azul e verde (blue and yellow).

Figura 5. Visualize na poro superior do campo visual o defeito arqueado, tambm conhecido como Bjerrum. Em uma campimetria muito importante a avaliao dos fatores como correo ptica, posio frente ao aparelho e capacidade cognitiva do paciente; um paciente sem o uso correo ptica pode apresentar uma campimetria suscitando uma depresso ou baixa sensibilidade, por outro lado o paciente sentado de maneira incorreta com a cabea levemente inclinada pode apresentar uma contrao na poro superior do campo, muitas vezes pacientes idosos ou com problemas mentais vo realizar o teste, para eles necessrio levar em conta o tempo de resposta e o entendimento sobre a conduo do exame. A campimetria muito til na avaliao de doenas oftalmolgicas como glaucoma (figura 5), retinopatia diabtica, retinose pigmentria; doenas neurooftalmolgicas tambm podem alterar o campo visual classicamente se estuda as hemianopsias, perdas de campo visual ligadas a patologias que atentam a via visual primria (figura 6). VI.[1] COSTA,

BIBLIOGRAFIA

Vital Paulino. Perimetria computadorizada: um guia bsico de interpretao. Colaborado por Celso Antnio de Carvalho. Rio de Janeiro: Rio Med, 1995. 133p.

[2] GROSVENOR, Theodore. Primary care optometry. 4. ed. Boston: BH, 2002. 649p., ll. [3] OLIVEIRA, Regina Carvalho de Salles. Auxiliarde oftalmologia. So Paulo: ROCA, 2000. v. 2. 412p., ll. (Srie Atualidades Oftalmologia).

[4] VAUGHAN, Daniel et al. Oftalmologia geral. Ilustrado por Laurel V. Schaubert. 3. ed. So Paulo: Atheneu, 1990. 438p., Il