campanha dízimo florianópolis

Upload: luiz-afonso-thom

Post on 13-Jan-2016

14 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Campanha dizimo

TRANSCRIPT

  • 1Arquidiocese de Florianpolis

    Dzimo:uma experincia de f,

    de esperanae de caridade

    Florianpolis2006

  • 2

  • 3Dzimo e Santidade

    A Igreja no Brasil estabeleceu como meta para o quadrinio 2003-2006: Evangelizar proclamando a Boa-Nova de Jesus Cristo, caminho paraa santidade... A santidade nossa meta: Se o Batismo um verdadeiroingresso na santidade de Deus atravs da insero em Cristo e da habita-o do seu Esprito, seria um contra-senso contentar-se com uma vida me-docre, pautada por uma tica minimalista e uma religiosidade superficial.(...) Os caminhos da santidade so variados e apropriados vocao decada um (Joo Paulo II, NMI, 31). Cada um de ns deve, pois, construir seucaminho ou, para ficar com uma expresso do Papa, deve elaborar umapedagogia da santidade.

    E o que isso tem a ver com o Dzimo?, poder algum perguntar.Tem muito a ver. Em primeiro lugar, os santos, canonizados ou no, sempresouberam usar adequadamente os bens materiais. Usavam-nos na linhapreconizada por So Paulo: Ento, que doravante... os que fazem compras[vivam] como se no estivessem adquirindo coisa alguma, e os que tiramproveito do mundo, como se no aproveitassem (1Cor 7,30-31). O apsto-lo deseja que usemos os bens deste mundo observando sua verdadeirafuno: devem estar a nosso servio, e no ns vivermos em funo deles.

    Dzimo: uma experincia de f, de esperana e de caridade quer ajud-lo a integrar o dzimo em seu caminho de santidade. Com isso, voc devol-ver a Deus o que lhe pertence; aprender a colocar seus bens a servio deseus irmos; e saber dispor do fruto de seu trabalho no s para seu sus-tento e o dos seus, mas tambm para os variados servios que sua comuni-dade pode e deve prestar, notadamente no campo da evangelizao.

    Procurando esse caminho de santidade, tenha certeza: a bno doSenhor pairar sempre sobre voc, sua famlia e sua comunidade.

    Dom Murilo S.R. Krieger, scjArcebispo de Florianpolis

  • 4

  • 5Sumrio

    Introduo ........................................................................ 6

    I. Orientaes para o povo ............................................. 7

    II. Orientaes para a equipe dePastoral do Dzimo .................................................... 22

    III. Passagens bblicas sobre o Dzimo .......................... 30

    IV. Diretrizes arquidiocesanas para aPastoral do Dzimo .................................................... 42

  • 6Introduo

    A Coordenao Arquidiocesana de Pastoral, de acordo com a Equi-pe Arquidiocesana de Pastoral do Dzimo, oferece aos procos e agentesde pastoral de nossas parquias e comunidades, pastorais, movimentos,organismos e colgios catlicos, este subsdio sobre o Dzimo. Move-noso empenho evangelizador. H um entendimento comum de que o Dzimo um mandamento bblico. Como tal, ele tambm um direito que todocristo tem de ofertar uma parcela de seus rendimentos, como meio deagradecer a Deus e de colaborar com sua Igreja. O Dzimo carrega consi-go um convite experincia da verdadeira f em Deus, da confiana naDivina Providncia, da partilha dos bens de produo e de consumo, doempenho por uma sociedade mais justa e mais fraterna, da caridade comos mais pobres, do desapego dos bens materiais, da austeridade e dasobriedade.

    O Dzimo tem uma forte dinmica evangelizadora. O cristo queoferece livre e responsavelmente seu Dzimo, aprende a se tornar verda-deiro ser humano, numa relao de f e de confiana em Deus, de partilhae de solidariedade com os irmos e irms, de respeito aos bens da cria-o e de cultivo de sua interioridade.

    O texto que segue se divide em quatro partes:1. Orientaes para o povo. Na forma de perguntas e respostas, o

    texto oferece diversas orientaes ao povo cristo sobre o senti-do e a destinao, a fundamentao bblica e teolgica, o modo eo lugar de ofertar do Dzimo.

    2. Orientaes para a Equipe de Pastoral do Dzimo. Tambm naforma de perguntas e respostas, so oferecidas diversas orien-taes que podero ajudar na implantao, no fortalecimento ena organizao da Pastoral do Dzimo em nossas parquias ecomunidades

    3. Passagens bblicas sobre o Dzimo e sobre outras ofertas. Ostextos bblicos, aqui coletados, podero servir de meditao espi-

  • 7ritual e de conscientizao pessoal sobre o mandamento bblicodo Dzimo.

    4. Diretrizes Arquidiocesanas para a Pastoral do Dzimo. Prepara-das pela Equipe Arquidiocesana de Pastoral do Dzimo, estasDiretrizes foram aprovadas em reunio geral do clero. Tm aindao objetivo de ir fortalecendo uma caminhada conjunta, em vistade uma linguagem e de uma metodologia comuns em toda aArquidiocese.

    Esperamos que este subsdio possa servir ao povo de Deus emnossa Arquidiocese, de modo a iluminar nossos coraes e conscinciassobre a importncia do mandamento bblico do Dzimo. Como experinciade f, de esperana e de caridade, o Dzimo nos ajudar a sermos certa-mente mais cristos: filhos e filhas de Deus, irmos e irms entre ns,administradores responsveis dos bens da criao e senhores livres denossa prpria vida.

    Por fim, este subsdio poder ser muito til, sobretudo, s equipesparoquiais e comunitrias da Pastoral do Dzimo, no sentido de aprofundarseus conhecimentos bblicos, teolgicos e pastorais sobre esse manda-mento que est presente do incio ao fim das pginas bblicas.

    I. Orientaes para o povo

    No presente captulo, tentaremos responder a algumas perguntasque so feitas sobre o Dzimo, pela maioria do povo de Deus. As respos-tas podero servir para a conscientizao e a motivao das lideranasde nossa Igreja sobre o verdadeiro significado do Dzimo. So teis tam-bm para os membros das equipes da Pastoral do Dzimo, no sentido deajud-los a responder s perguntas que lhes so feitas sobre o Dzimo.

    O que Dzimo?

    Baseados na Palavra de Deus, podemos dizer que, para ns cris-tos de hoje, o Dzimo uma contribuio voluntria, regular, peridica e

  • 8proporcional aos rendimentos recebidos, que todo batizado deve assumircomo obrigao pessoal mas tambm como direito em relao ma-nuteno da vida da Igreja local onde vive sua f. O Dzimo uma formaconcreta de manifestar a f em Deus providente, um modo de viver aesperana em seu Reino de vida e justia, um jeito de praticar a caridadena vida em comunidade. ato de f, de esperana e de caridade. PeloDzimo, podemos viver essas trs importantes virtudes crists, chama-das de virtudes teologais, porque nos aproximam diretamente de Deus.

    O Dzimo compromisso de cada cristo. uma forma de devolvera Deus uma parte daquilo que se recebe. um ato de agradecimento.Representa a aceitao madura e consciente do dom de Deus e a dispo-sio fiel de colaborar com seu projeto de felicidade para todos. Dzimo agradecimento e partilha, j que tudo o que temos e recebemos vem deDeus e pertence a Deus. reconhecimento da soberania de Deus sobretodas as pessoas e sobre todas as coisas, sobre todas as relaes einstituies. reconhecimento de que s Deus o Senhor de nosso di-nheiro, do dinheiro de minha famlia e de minha Igreja.

    Por que, para algumas pessoas, to difciloferecer o Dzimo?

    Vivemos numa sociedade em que o dinheiro e o lucro ocupam olugar de Deus e das pessoas. Jesus Cristo nos adverte que impossvelservir a dois senhores, adorando ao mesmo tempo a Deus e ao Dinheiro(Lc 16,13). Mesmo assim, h cristos que seguem a proposta do mundo.A sociedade materialista e consumista em que vivemos nos ensina a re-ter, concentrar, possuir, ter, ganhar, consumir, acumular. Somos incenti-vados a ter coraes egostas e fechados. O Evangelho, ao contrrio, nosensina que s quem generoso e no tem medo de repartir o que possuiest, de fato, aberto para acolher os benefcios de Deus. So dois projetosbem diferentes: a sociedade consumista e egosta ou o Reino da partilha eda justia. preciso fazer uma escolha entre o Reino de Deus e o reino dodinheiro.

    Mas, h tambm os que no ofertam o Dzimo porque no conhe-cem o seu valor e a sua aplicao e, s vezes, isso nunca lhes foi explica-do adequadamente. Quando descobrem a experincia de comunho epartilha que o Dzimo prope, aceitam e se comprometem com amor.

  • 9Por que partilhar o Dzimo?

    Quantas vezes, na vida, somos chamados a partilhar com osoutros as coisas que temos! Exemplo: Colocar o telefone ou carro disposio do vizinho, em momento de urgncia. Partilhar alegria etristeza com pessoas de nossa confiana. Participar de campanhascomo de agasalho, de alimentos, mutiro e outras. Na Bblia, nos Atosdos Apstolos, temos o exemplo de Barnab. Sua histria mostra comoa vida em comunidade exigia a ruptura com o esprito de posse (At4,36-37). Na comunidade, as pessoas aprendem a confiar de tal modoem Deus e nos irmos e irms, que no precisam mais confiar nascoisas que possuem. O fiel cristo passa a viver de modo novo. Osbens so destinados ao uso de todos.

    Talvez haja ainda em nossas comunidades quem afirme: Maseu sou um bom catlico, uma crist atuante, sou agente de pastoral,freqento os Sacramentos, colaboro nas festas da minha Igreja, parti-cipo todas as vezes que o padre convoca a comunidade para um gestoconcreto, fao mil coisas na Igreja... Mas tudo isso pode acontecersem que haja esprito de partilha. H catlicos participantes que fazemtudo isso, e at de uma forma consciente. Mas nunca experimentarama beleza do Dzimo. isso que est faltando em nossa Igreja, na vidade muitos catlicos. Pois o Dzimo uma experincia maravilhosa devida. uma forma de experimentar Deus. Um exerccio de gratido ede confiana na Divina Providncia.

    Quanto se deve oferecer de Dzimo?

    Deve-se ofertar a Deus o que mandar o nosso corao e o que anossa conscincia falar. O Apstolo Paulo assim escreve: D cada umconforme o impulso de seu corao, sem tristeza nem constrangimento.Deus ama a quem d com alegria (2Cor 9,7). Os israelitas davam dezpor cento do que colhiam da terra e do trabalho. Da vem a palavra Dzimo,que significa dcima parte, dez por cento daquilo que se ganha. Veja comoDeus bom. Ele lhe d tudo. Deixa a voc nove partes para fazer o queprecisar e quiser e pede retorno de somente uma parte. Assim, todos so-mos convidados a ofertar de fato a dcima parte. Mas importante perce-ber o seguinte: Dzimo no esmola, nem sobra, nem migalha, pois Deusde nada precisa. Ele quer nossa gratido. Ele quer que demos com ale-gria, reconhecimento e liberdade. O que se d com alegria faz bem queleque d e quele que recebe.

  • 10

    Embora a palavra Dzimo tenha o significado de dcima parte, oudez por cento, cada pessoa deve livremente definir, segundo os impulsosde seu corao, sem tristeza e nem constrangimento, qual seja o percen-tual de seus ganhos que deve destinar ao Dzimo a ser entregue para asua comunidade. No entanto, a experincia tem comprovado que aquelesque, num passo de f e respondendo promessa de Deus em Malaquias(3,10), optaram pelo Dzimo integral, isto , pela oferta de 10% de tudo oque ganham, no se arrependeram de t-lo feito e nem sentiram falta emseus oramentos. Ao contrrio, sentem-se mais abenoados que antes,quando suas contribuies eram proporcionalmente menores. H muitosdizimistas que do este testemunho: quanto mais se oferece de Dzimo,mais se ganha. Pois, o Dzimo um ato de f em Deus, que no deixa namo os que nele confiam.

    De qualquer modo, cada dizimista deve sentir-se livre diante deDeus para fixar o percentual de sua contribuio. O dizimista no devepreocupar-se com o que sai de seu bolso (se muito ou pouco dinheiro),mas o que sai de seu corao (se pouco ou muito amor a Deus e comunidade).

    O Dzimo deve ser mensal, bimestral ou anual?

    Em princpio, o Dzimo deve ser oferecido cada vez que se recebealgo: o salrio, uma doao ou o resultado de uma venda importante. Demodo geral e prtico, podemos dizer que a oferta do Dzimo deve sermensal. Para que o Dzimo funcione de verdade, na comunidade, na par-quia e na diocese, voc deveria contribuir mensalmente. Assim como vocrecebe seu salrio todo ms, assim tambm mensalmente deveria fazersua oferta do Dzimo. Por isso, necessrio educar-se para separar men-salmente a sua contribuio. Se o catlico, que recebe mensalmente oseu salrio, no se educar para o Dzimo mensal, ele ir dar, uma ou outravez, aquilo que sobrar. Mas, isso no Dzimo, mesmo que seja umagrande quantia. Se desse mensalmente apenas 1%, mas com alegria econscincia, seria melhor.

    Sendo uma contribuio regular e peridica, e proporcional ao gan-ho de cada dizimista, o Dzimo deve ser entregue na comunidade com amesma regularidade com que acontece o recebimento desses ganhos. Acontribuio mensal de cada dizimista favorece tambm a organizaoda Pastoral do Dzimo, na comunidade, na parquia e na diocese. Saben-do quanto recebe mensalmente de Dzimo, a Igreja pode fazer seus ora-

  • 11

    mentos e previses, bem como pode prestar contas regulares ao povo.Como se v, a Igreja como uma grande famlia, que precisa saber quan-to vai entrar de receita, para poder prever suas despesas e investimentos.

    Quem colabora com movimentos de Igreja est dispensadode ofertar seu Dzimo comunidade paroquial?

    Muitos pensam que pelo fato de trabalharem nas pastorais e movi-mentos da Igreja estariam dispensados do Dzimo. Outros colaboram atmesmo com uma contribuio mensal com um movimento de Igreja, paraformarem um pequeno fundo, para manterem o movimento, para retiros,confraternizaes, passeios. Nenhuma destas pessoas est dispensadada contribuio bblica do Dzimo. Ao contrrio, esses fiis deveriam seros primeiros a dar testemunho de sua vida crist. preciso considerarque no existiriam movimentos e grupos de Igreja, se no existisse a Igre-ja. A Igreja que foi instituda por Cristo, como sinal e instrumento de seuReino. Como membros desta Igreja e cristos conscientes, ativos, todostm a obrigao e o direito de oferecerem a ela, em sua comunidade paro-quial, com convico, o seu Dzimo.

    Todos tm liberdade de colaborarem com seus grupos e movimen-tos, mas se todos pensassem e agissem assim, esquecendo a realidademais fundamental que a comunidade paroquial, a Igreja no conseguiriaexpressar sua real natureza a comunho de todos em Cristo e deixariade ter o necessrio para sua misso primeira a obra da evangelizao.

    Se contribuo com o Dzimo, como ficam as ofertasnas missas e em outras ocasies?

    Elas devem continuar, pois demonstram a gratido das pessoas poraquilo que receberam de Deus durante a semana ou a graa da missacelebrada, ou os sacramentos recebidos. Como bonito um gesto es-pontneo de gratido, sem a preocupao de quanto se d! Isso vale tam-bm para as coletas especiais, determinadas pela CNBB e pelo VaticanoII, para coletas emergenciais, em favor de pessoas necessitadas. Se de-vssemos fazer uma comparao entre Dzimo e ofertas, diramos: Asofertas feitas nas coletas so de carter espontneo e espordico. O Dzimo de carter obrigatrio e regular. Entre Dzimo e ofertas, o Dzimo temmaior valor!

    A liturgia prev um momento em que somos convidados a ofereceros nossos dons diante do altar do Senhor, e nesse momento ningum

  • 12

    deve comparecer de mos vazias (Dt 16,10-17). Oferecemos o que tra-zemos em nosso ntimo e tambm fazemos a nossa oferenda material. o momento de oferecer a Deus tudo o que somos e temos, o que pode-mos e fazemos. o momento de lhe oferecer o trabalho da nossa sema-na. No participar desse momento especial da liturgia no participar daMissa plenamente. Mas, quando fazemos a nossa oferta na Missa, nonos isentamos de contribuir com o nosso Dzimo e nem mesmo de daresmolas e praticar outras obras de caridade.

    Qual o destino certo para o Dzimo?

    O Dzimo dos fiis deveria ser a mais importante fonte de receita deuma comunidade, de uma parquia e de uma diocese. Ainda temos mui-tas parquias que confiam em aluguis, festas, eventos, como meio dearrecadao. Deveremos tomar decididamente o caminho bblico de con-fiar em Deus, confiando no Dzimo, e vice-versa, confiar no Dzimo, confi-ando em Deus. S assim seremos uma Igreja ao mesmo tempo pobre esimples, comunitria e participativa.

    O Dzimo tem um destino certo, direcionado para seis dimensesda obra evangelizadora:

    a) Dimenso Litrgica: despesas com o culto (missas, celebraes,sacramentos): folhas de canto, toalhas, velas, luz e som, flores,materiais de limpeza, etc.

    b) Dimenso Pastoral: despesas com as pastorais da comunidade(catequese, juventude, famlia, etc.): material e encontros de for-mao, assemblias, retiros, hospedagens, viagens, assessori-as, assinatura de jornais e revistas, livros, etc.

    c) Dimenso Comunitria: despesas com a manuteno do pes-soal e do patrimnio da comunidade: salrio de funcionrios epadres, manuteno da casa paroquial, material de secretaria,reforma e cuidados com a igreja e prdios paroquiais, aquisiode terrenos para novas comunidades, construo de novos tem-plos, etc.

    d) Dimenso Social: despesas com a promoo humana e social,atendimento aos pobres, pastorais sociais, casas de acolhimen-to de crianas abandonadas, idosos, cursos de promoo hu-mana, casas de recuperao de drogados, etc.

    e) Dimenso Missionria: despesas com atividades missionrias:colaborao com parquias pobres da prpria diocese ou de ou-

  • 13

    tra regio do pas, salrio de nossos missionrios em lugares demisso, gastos com misses populares, eventos ecumnicos,eventos de presena da Igreja junto a outras igrejas e religies ejunto sociedade civil, etc.

    f) Dimenso Vocacional: investimento na formao das lideranasparoquiais (cursos de teologia, de pastoral, de catequese, de bblia,retiros, encontros...), colaborao na formao dos padres (se-minrios diocesanos), dos diconos (escola diaconal) e dos mi-nistros e ministras (escola de ministrios).

    Como se v, para que a comunidade, a parquia e a diocese sejambastante vivas, dinmicas e participativas, para que possam fazer frente atantos compromissos da evangelizao, necessria a contribuio doDzimo de todos os seus fiis.

    Onde devo levar o Dzimo?

    Diz o livro do Deuteronmio: Ento, ao lugar que o Senhor, vossoDeus, escolheu para estabelecer nele o seu nome, ali levareis todas ascoisas que vos ordeno: vossos holocaustos, vossos sacrifcios, vossosdzimos, vossas primcias e todas as ofertas escolhidas que tiverdes pro-metido por voto ao Senhor (Dt 12,11s). O Dzimo pertence a Deus e notemplo que deve ser entregue, ou seja, na parquia onde vivemos regular-mente nossa f. Levar um auxlio a um pobre, fazer um donativo a umainstituio beneficente, colaborar com campanhas de solidariedade, con-tribuir com movimentos de Igreja e/ou movimentos sociais... tudo isso soobras muito boas e agradveis a Deus. Mas no so o Dzimo, no podemsubstitu-lo e no nos isentam do nosso Dzimo mensal, que deve serofertado parquia, que o lugar prprio onde nos alimentamos da Pala-vra e da Eucaristia e dos outros sacramentos da salvao.

    Portanto, o Dzimo deve ser levado igreja. Pode ser entreguena secretaria paroquial ou numa caixa de recebimento do Dzimo queh na igreja, ou ser entregue a algum da Pastoral do Dzimo ao finaldas missas e celebraes. Algumas parquias tm o costume de co-brar o Dzimo atravs das contas de gua ou de luz ou de boletosbancrios. Nesse caso, uma percentagem do Dzimo, mesmo que m-nima, usada para cobrir despesas com esses servios. Alm de desviodo Dzimo do fiel, isso no est de acordo com o mandamento bblicode levar o Dzimo ao templo.

    O fiel no s tem a obrigao bblica de levar o Dzimo igreja, mastem o direito de cumprir esse mandamento, que, bem praticado, poder

  • 14

    ser experimentado como um prazer, uma alegria e um ato de gratido.Alm disso, h, em algumas parquias, o costume de alguns fiis sarempelas ruas para receberem o Dzimo das famlias. Tambm aqui, s vezesse d ao cobrador uma percentagem do que consegue arrecadar. Issotambm fere o sentido bblico do Dzimo. O ideal, que todas as nossasparquias deveriam buscar, conscientizar o povo, para que cada fiel v igreja levar o seu Dzimo. Cada um deveria oferecer livre e alegremente oseu Dzimo na comunidade onde vive sua f.

    Os membros da Pastoral do Dzimo podem (e at devem) ir de casaem casa. No para cobrar o Dzimo, mas para: levar alguma mensagemda parquia; entregar o Jornal da Arquidiocese, por exemplo; lembrar ocompromisso com o Dzimo; entregar o relatrio mensal da prestao decontas, etc.

    O fiel pode escolher a comunidade onde entregarseu Dzimo?

    Sim. No mundo urbano em que vivemos, o fiel pode escolher a igre-ja, a comunidade ou parquia de sua preferncia. Seja para as celebra-es de missa ou para outros sacramentos, seja tambm para a oferta doDzimo, o fiel que mora em cidades onde h mais de uma parquia, podeescolher a igreja de sua preferncia. Diversos motivos podem motiv-lo aessa escolha: proximidade de sua casa, facilidade de horrio e de estaci-onamento, engajamento com determinados servios pastorais, simpatiacom padres e agentes pastorais, etc. O local onde freqenta as celebra-es e/ou onde presta servios pastorais, tambm o local onde poderofertar seu Dzimo.

    O que tem o Dzimo a ver com Deus?

    O povo judeu foi o primeiro povo da histria humana a acreditar emum s Deus, que governa todo o Universo. Foi tambm o primeiro povo aacreditar que, se o ser humano vive, por vontade e querer desse Deus,que criou o ser humano imagem e semelhana (Gn 1,26). Por essemotivo passou a fazer parte da vida desse povo a retribuio, o agradeci-mento. Todo judeu oferecia a dcima parte de seus bens, como retribui-o dos bens recebidos de Deus.

    Como ns, cristos, temos nossas razes nesse povo judeu, herda-mos dele certas formas de homenagear o nosso Deus, que acreditamos

  • 15

    ser o Pai de todas as pessoas. O Dzimo uma das mais antigas formasde retribuio do ser humano a Deus. No podemos deixar de reconhecerque, com o passar do tempo, tais formas de retribuio foram deturpadas.O Dzimo, que inicialmente era um meio de agradecimento a Deus e, as-sim, uma forma de solidariedade com os necessitados, atravs da medi-ao da Igreja, comunidade de f e de amor, passou a ser uma obrigao,uma imposio. Dessa maneira, o Dzimo foi perdendo o verdadeiro sen-tido que tinha no princpio.

    Atualmente, a Igreja pretende redescobrir seu verdadeiro sentido,para que ns, cristos, possamos entender melhor o porqu do Dzimo.Ele no inveno humana e sim um dos mandamentos bblicos e umexcelente meio de vivermos as trs grandes virtudes chamadas teologais:a f, a esperana e a caridade. As virtudes teologais so chamadas as-sim, porque nos pem em relao direta com Deus ou porque nos levama fazer o que faz o prprio Deus. Como sabemos, a Igreja formada porpessoas que devem unir-se em comunidade. Em outras palavras, cadamembro da Igreja e deve sentir-se responsvel pelos outros que for-mam a Igreja. Deus Pai de todos e quer a plena realizao de todos.Ora, ningum pode chegar a essa realizao sozinho. Por isso, o sentidodo Dzimo hoje riqussimo, pois um dos meios pelos quais cada cris-to demonstra sua responsabilidade para manter a Igreja a que pertence,seja a Igreja-Templo, como tambm a Igreja-Povo.

    O que tem a ver Dzimo com Bblia?

    A resposta imediata : tem tudo a ver! Primeiro, porque o Dzimo um mandamento bblico, uma expresso da vontade de Deus que acom-panha toda a histria da revelao divina, do Antigo ao Novo Testamento,do incio ao fim da Bblia. Seria preciso negar a Palavra de Deus, se noquisssemos entender e praticar o Dzimo. Segundo, porque, com a pr-tica do mandamento do Dzimo, a Igreja consegue ter fundos financeirossuficientes para investir em grandes e ousados projetos de evangelizao.O anncio da Palavra de Deus a todas as pessoas e naes feito, emgrande parte, graas aos recursos provenientes do Dzimo. Terceiro, por-que, nos tempos mercantilistas e consumistas em que vivemos, a prticado Dzimo vem se tornando uma das expresses mais significativas desantidade, de despojamento e austeridade, de pobreza e simplicidade,enfim, um sinal de prtica da Palavra, sinal de que nossa confiana posta no Deus nico e verdadeiro e no nos deuses deste mundo.

  • 16

    O que tem o Dzimo a ver com as virtudes crists?

    Todos conhecemos o grande valor que as igrejas evanglicas doao Dzimo. Nisso temos muito a aprender com elas. Centrando toda a suaevangelizao na fora da Palavra de Deus, no ensino e no estudo dasEscrituras, elas encontram no Dzimo no apenas um mtodo de angariarfundos para suas comunidades e parquias. Fazem do Dzimo um sinalde f, de esperana e de amor.

    O Dzimo sinal de f e confiana na Divina Providncia, o nicoDeus que merece nossa total adorao. Ningum pode servir a dois se-nhores, porque, ou odiar um e amar o outro, ou se apegar a um edesprezar o outro. Vocs no podem servir a Deus e ao Dinheiro (Lc16,13). O dinheiro chamado tambm de deus. Seu nome Mamon. Emvez de adorar Mamon, o deus-dinheiro denunciado por Jesus como o doloconcentrador de renda, responsvel pelas mortes de tantas pessoas queno tm acesso aos bens da vida emprego, alimentao, moradia, sa-de, educao, segurana, etc. , em vez de adorar Mamon, os seguidoresde Jav e de Jesus se entregam somente causa do Evangelho. Noacumulam, no retm. Confiam que, graas partilha do Dzimo, Deusno lhes deixar faltar o necessrio para suas vidas e o bem de suasfamlias. O Dzimo um ato de esperana, porque atravs de sua prticavamos estabelecendo um novo jeito de ser Igreja, uma comunidade dacomunho e da participao, sinal e instrumento de uma nova sociedade,de um mundo justo e fraterno, em que todos possam ter assegurados osdireitos fsicos, sociais e econmicos, que garantam a todos a felicidadeprojetada por Deus para todos os seus filhos e filhas. O Dzimo um atode caridade, porque por sua prtica consegue-se viver, em duas verten-tes, o mandamento novo do amor: a comunho fraterna entre os mem-bros da comunidade e o cuidado com os pobres e carentes do mundo quenos cerca.

    Considerando que as trs virtudes teologais a f, a esperana e acaridade so a sntese da vida crist, a qual se desenvolve unicamentena escuta e na observncia da Palavra de Deus, teramos ento no Dzimo,assim vivido, uma das exigncias nucleares do Evangelho.

    O que tem o Dzimo a ver com a obra da evangelizao?

    Uma das novidades da histria da evangelizao em nosso pas oavano das igrejas evanglicas, sobretudo as do ramo pentecostal, que

  • 17

    nestas ltimas dcadas cresceram bastante. Podemos concluir que, en-tre outros fatores, muito desse crescimento depende do Dzimo. A ofertadizimal que o fiel faz mensalmente sua comunidade forma a base desustentao financeira da vida comunitria e da expanso do Evangelho.Podemos supor que, se nossos fiis catlicos fizessem a oferta do Dzimoreal sua comunidade, se as comunidades dessem o Dzimo de suasreceitas s parquias, se as parquias contribussem com o Dzimo desuas entradas para a diocese que , desde o Novo Testamento, confor-me a teologia do Conclio Vaticano II, a poro do Povo de Deus em que serealiza toda a Igreja de Jesus Cristo podemos supor, ento, que nossasdioceses teriam condies de investir em muitos projetos modernos eousados de evangelizao: compra de rdios e canais de televiso, aqui-sio de terrenos e construo de templos em reas de populao cres-cente, envio de missionrios para regies carentes de recursos humanose financeiros, cursos de formao de lideranas, etc.

    Quando, porm, o Dzimo retido no bolso do fiel ou no caixa dacomunidade ou da parquia, e no passa adiante, fecha-se o canal decomunicao entre Deus providente e a obra da evangelizao, e a Pala-vra de Deus deixa de ser anunciada.

    O que tem o Dzimo a ver com a santidade crist?

    Uma palavra-chave da evangelizao do novo milnio , no dizerdo papa Joo Paulo II, em sua carta Novo millennio ineunte, a santida-de. Ser santo significa ser diferente, no entrar no jogo do mundo, teruma proposta diferente, um estilo proftico de vida. Vivemos em umasociedade que pe sua segurana no dinheiro e seu prazer em gastos,que destri ou polui os bens da criao divina, que acumula e retm osbens de produo, e que, por isso, produz mortes e mais mortes, ofe-recidas ao altar do deus-dinheiro, o Mamon condenado por Jesus. Serdiferente, ser santo, em uma sociedade materialista e consumista, ser pobre, simples, austero. saber partilhar do pouco que se tem. repassar adiante os dons da vida.

    O projeto de Jav, anunciado no Antigo Testamento, o Reino de Deus,iniciado por Jesus no Novo Testamento, tem na oferta do Dzimo umaplataforma de lanamento. Poderamos, pois, concluir que contraditrioler a Bblia e anunciar o Reino de Deus, e no contribuir com o prprioDzimo.

  • 18

    Que relao existe entre Dzimo e dinheiro?

    Se o Dzimo fosse apenas uma campanha financeira, com vistas aarrecadar dinheiro, no teria sentido e nem deveria existir. Por intermdiodo Dzimo, o cristo reconhece que deve retribuir a Deus uma parte dosbens que lhe so dados pelo mesmo Deus. Dzimo ato de f e de grati-do a Deus. No esmola, porque Deus no mendigo. Dzimo ato decaridade e partilha para com a Igreja. No taxa nem imposto que se devapagar Igreja, pois a Igreja no um clube de prestao de servios.Dzimo no pagamento de sacramentos ou de servios prestados pelaIgreja ou pelo padre. Dzimo no se paga, se oferece. No se cobra, serecebe. Antes de mexer com o bolso, o Dzimo toca o corao.

    Antes de tudo, o Dzimo a manifestao da corresponsabilidadede cada um para com a comunidade crist, da qual faz parte. Quandoalgum devolve o Dzimo, pe em prtica a Palavra de Deus que diz:Ofertai o Dzimo (Ml 3,10). Portanto, ele deve ser feito no como umaobrigao imposta, mas sim como reconhecimento de que vem de Deustudo o que se tem e se possui. Todas as coisas pertencem a Deus, mes-mo que estejam em poder de determinada pessoa. Essa atitude deve le-var cada um de ns conscientizao de que fazemos parte de umacomunidade pela qual cada qual de ns responsvel. Oferecer o Dzimono quer dizer isentar-se de outras responsabilidades para com a comu-nidade. Pelo contrrio, deve ser o incio de uma nova relao do fiel paracom a Igreja, principalmente com a comunidade onde vive.

    Quais os efeitos que a oferta do Dzimo produzna pessoa e na comunidade?

    O Dzimo como a semente. Lanado em terreno frtil, germina,brota e cresce, e com o tempo produz frutos bons e abundantes. Com aevangelizao paroquial do Dzimo, observa-se que cresce, no coraodo dizimista e na comunidade participativa, o esprito de fraternidade e deamor ao prximo. Traos e gestos de caridade, generosidade e partilha seevidenciam a cada dia. Percebe-se ainda que as pessoas, ao fazerem aexperincia do Dzimo, vivenciam, em suas casas e em diferentes am-bientes, o fato de que nada lhes falta, principalmente o necessrio parasua sobrevivncia. Essas pessoas, diante da sua caminhada crist e gra-as ao trabalho necessrio de evangelizao do Dzimo, se tornamdizimistas, porque entenderam a Palavra de Deus. Perceberam o sentidoe objetivo do Dzimo. Descobriram que o Dzimo um ato de louvor. um

  • 19

    agradecimento a Deus, por tudo o que temos e somos. Pois Deus nos-so Pai e a Igreja nossa me e ns somos seus filhos e filhas.

    O Dzimo um compromisso com Deus, com a Igreja e com ospobres. O dizimista algum que aprendeu a repartir. Seu Dzimo umapartilha dos bens de Deus, do que se tem e no do que sobra. Por isso, oDzimo deve vir, como diz a Bblia, das nossas primcias, isto , de nossosprimeiros frutos. Deus no precisa de nossas coisas e do nosso dinhei-ro, mas quer nos educar generosidade e partilha. O Dzimo leva-nos aimitar Deus na generosidade: educa-nos para a vida de comunidade etorna-nos irmos e irms de todos. O Dzimo um gesto de amor, louvore gratido a Deus. um ato de f em Deus e confiana na comunidade.Quem semeia com largueza tambm colher com largueza (2Cor 9,6).Dai e vos ser dado. Uma medida boa, socada, sacudida e transbordanteser colocada na dobra da vossa veste (Lc 6,38).

    Se voc j fez a experincia do Dzimo: Parabns! Persevere sem-pre... Se ainda no dizimista: No tenha medo! Faa a experincia ever a promessa de Deus se cumprir na sua vida (Ml 3,10-12). Procureem sua Parquia a Equipe de Pastoral do Dzimo. Deus o aguarda, commuito amor! Quem vai sair ganhando, ao final de tudo, voc!

    Qual a bno que acompanha a oferta do Dzimo?

    As pessoas que no tm conhecimento a respeito do Dzimo svezes reagem de forma estranha, at mesmo com crtica: o padre agoras quer falar de dinheiro. Muita gente no sabe que o Dzimo vem acom-panhado com uma promessa de bno divina. Em muitas passagens daBblia, o prprio Deus pede o Dzimo, isto , a dcima parte do que aspessoas tm ou produzem. Deus quer que o seu povo no confie nosbens do mundo, mas somente no seu amor. Deus pede ao seu povo quepartilhe com a comunidade aquilo que fruto da bondade divina.

    Dzimo no taxa, porque a Igreja no um clube. Dzimo no imposto, porque a Igreja no uma sociedade qualquer. Dzimo ofertade gratido a Deus e de partilha com a comunidade. Dzimo no paga-mento antecipado por servios que, depois, se poderia cobrar da Igreja.Como se o dizimista tivesse direito a servios especiais! Dzimo no sepaga, Dzimo se oferece. Dzimo no se cobra, Dzimo se recebe. SDeus o Senhor de todas as coisas. Dele recebemos tudo. Por mais quealgum entregue seu Dzimo a Deus e Igreja, nunca conseguir passarna frente do amor de Deus por ns.

  • 20

    A opo pelo Dzimo como uma colheita: ns devemos acreditar.Deus fonte de toda a criao, e tudo o que Deus-Pai realiza nas pes-soas e no mundo, ele o faz por meio de Jesus Cristo. O Dzimo comouma semente. Nela temos a garantia e segurana de que produzir frutos.

    Os irmos e irms de nossa Igreja comearo a falar coisas novas.Olharo as construes feitas em mutiro e diro com alegria: isto frutodo nosso esforo e do nosso trabalho comunitrio. A vamos comear aver uma nova Igreja ou uma nova maneira de ser Igreja. Com isso, acatequese muda, a mentalidade e a prtica egostas se acabam e surgemos resultados. As celebraes comeam a ter mais vida. As crianas, osjovens e os adultos se tornaro diferentes, porque sero transformadospela confiana na Palavra de Deus e pela experincia do amor de Deus.

    Pode-se dizer que todo dizimista evangelizador?

    Pela organizao da Pastoral do Dzimo e pela oferta mensal doDzimo, todos saem ganhando: a comunidade e o dizimista. A comunida-de se torna renovada e evangelizadora. Pelo Dzimo, os fiis ajudam aIgreja a cumprir sua misso de evangelizar. Por isso, quem contribui como Dzimo tambm evangelizador. Mesmo que no possa ou no saibaanunciar a Palavra de Deus, mesmo que no possa sair de sua casa e desua terra para ir pelo bairro e pelo mundo a anunciar o Evangelho, o/adizimista um evangelizador, uma evangelizadora. Porque estar susten-tando a obra evangelizadora dos/das agentes de pastoral, das/doscatequistas, dos ministros e ministras, dos animadores e animadoras degrupos de reflexo. O prprio ato de ofertar o Dzimo revela que algum foievangelizado e se tornou evangelizador.

    Com a oferta do Dzimo, a Igreja se torna tambm mais viva e parti-cipativa. Ter mais motivos para celebrar sua vida e sua f. Pelo Dzimo,os fiis ajudam a liturgia da Igreja, colaboram para a manuteno da igre-ja, para a celebrao da missa e dos outros sacramentos, para a compradas coisas necessrias para uma celebrao bonita e festiva (paramen-tos, objetos sagrados, livros, folhetos, flores, velas, etc.). Mesmo que nopossa participar da equipe de liturgia e de celebrao, o/a dizimista tam-bm celebrante. Sua oferta sua celebrao. Seu Dzimo acompanha osacrifcio que Cristo ofereceu ao Pai na cruz e que a Igreja celebra emcada missa.

  • 21

    Pode-se dizer que todo dizimista catequista?

    Com a oferta do Dzimo, a comunidade se torna toda elacatequizadora. com a oferta do Dzimo de seus fiis que a parquiaconsegue comprar todos os materiais necessrios para a catequese dascrianas, adolescentes e jovens. Pelo Dzimo de seus fiis, a parquiaconsegue investir na formao permanente de seus/suas catequistas ena formao de novos catequistas. Por isso, quem contribui com o Dzimo catequista. Mesmo que no saiba dar catequese, nem possa tirar umpouco de seu tempo para esse trabalho to central na vida da Igreja, serdizimista ser tambm catequista. Pois por meio de sua oferta que aIgreja mantm essa frente to significativa da evangelizao.

    Com a oferta do Dzimo de seus fiis, a comunidade se torna solid-ria e samaritana. A Igreja tem a misso de socorrer a necessidade daspessoas pobres. Ela tem a misso de anunciar um Reino de justia e paz.Por isso, atua em muitas frentes de organizao social. So muitas asPastorais Sociais que ela mantm. De mil maneiras, uma parquia sedebrua sobre as carncias do povo. Quem dizimista, mesmo que notenha tempo, disposio, carisma e coragem para esse tipo de atividade,ser, mesmo assim, no fundo, um profeta, um samaritano, um transfor-mador da realidade. Porque atravs de sua oferta que a Igreja realizaesse tipo de atividades.

    Como vimos, todo dizimista, pelo simples fato de sua oferta mensal,j um evangelizador, um liturgista, um catequista e um agente da pasto-ral social da Igreja. claro, porm, que no basta oferecer o Dzimo. Quandose abre o bolso para repartir o dinheiro, porque o corao j foi abertopara repartir o tempo, as qualidades e os talentos, a fim de se engajar navida da Igreja e na obra da evangelizao.

  • 22

    II. Orientaes para a Equipede Pastoral do Dzimo

    At aqui nosso assunto girou em torno de informaes necessriaspara o dizimista. Daqui por diante, iremos nos deter sobre a Equipe Paro-quial ou Comunitria da Pastoral do Dzimo. O que e o que faz a Equipede Pastoral do Dzimo? Qual sua importncia e sua tarefa? Quem delapode fazer parte? So algumas perguntas que sero respondidas a se-guir. Pode parecer que isto interesse somente aos membros dessa pas-toral. Mas voc perceber que isto interessa a todos os fiis. Comece-mos, pois, com a pergunta:

    Qual o objetivo da Equipe de Pastoral do Dzimo?Embora a conseqncia natural da implantao do Dzimo seja um

    aumento de receita, um crescimento na arrecadao paroquial, no deveser esse o objetivo da organizao da Pastoral do Dzimo. Isso deve ficarbem claro logo no incio: a Equipe de Pastoral do Dzimo nunca deveria tero objetivo, nem mesmo a conotao, de resolver o problema de caixa daparquia. Toda parquia tem, com efeito, outras fontes de renda, que noso o Dzimo: festas, eventos promocionais, aluguis, doaes, etc. Emprincpio, uma parquia poderia sobreviver sem o Dzimo. Mas, a, noestaria sendo a Igreja de Jesus Cristo, a Igreja da Palavra de Deus, quenos ensina muitas coisas sobre a prtica do Dzimo. Como vimos acima,o Dzimo questo de f, de prtica do Evangelho, de confiana em Deusprovidente.

    Por isso, o principal objetivo da Equipe de Pastoral do Dzimo evangelizar sobre o Dzimo. E isso deve ser feito de modo tal que o Dzimose torne, de fato, a principal fonte de renda da parquia. Na verdade, parasermos fiis Bblia, o Dzimo deveria ser a nica fonte de renda de umacomunidade de f. Ento, ele seria sinal de partilha e de comunho, aexemplo das primeiras comunidades crists.

    Se o Dzimo fosse bem organizado, no se despenderia tanta ener-gia, cansaos e tenses (quando no at divises) com outras preocupa-

  • 23

    es. Mas, para que haja uma boa organizao do Dzimo, necessriamuita evangelizao. A Equipe de Pastoral do Dzimo tem essa misso:conscientizar os paroquianos sobre sua responsabilidade para com a co-munidade paroquial onde vivem e da qual fazem parte. Nesse sentido,importante trabalho deve ser feito exatamente junto s lideranas das pas-torais, grupos e movimentos.

    Os objetivos da Equipe de Pastoral do Dzimo so:a) Conscientizar os fiis sobre a dimenso bblica, teolgica e espi-

    ritual do Dzimo;b) Mostrar que o Dzimo um ato de f, de esperana e de cari-

    dade;c) Testemunhar a alegria de uma vida agradecida a Deus, atravs

    da oferta mensal do Dzimo.d) Apresentar o Dzimo como condio central da experincia de

    comunho e participao e, portanto, da experincia de ser e deagir como Igreja.

    Um dos lemas da Equipe da Pastoral do Dzimo e um dos sonhosde todo dizimista : Que haja igualdade em tudo e para todos.

    Qual a importncia da Pastoral do Dzimo para a Parquia?

    Para que acontea uma Pastoral de Conjunto dinmica e atuante necessrio que todos contribuam. A participao no meramente finan-ceira, mas implica tambm na doao pessoal de talentos e do prpriotempo comunidade. A Equipe da Pastoral do Dzimo tem preponderante-mente o papel de conscientizar cada participante da comunidade sobresua responsabilidade em contribuir em todos os sentidos para com essamesma comunidade e toda a Igreja. Nesse sentido, caber Equipe dePastoral do Dzimo prover a comunidade com os recursos materiais ne-cessrios a toda a obra evangelizadora.

    Todo mundo sabe que sem dinheiro no se faz nada. Para qualquertipo de evangelizao, preciso contar no somente com pessoas e suaboa vontade, mas tambm com dinheiro. preciso investir na formaode lideranas, na catequese das crianas, adolescentes e jovens, em via-gens e hospedagens para cursos e estudos, no pagamento de salriojusto aos padres e outros agentes de pastoral, nos materiais para a cele-brao. Tudo isso, e muito mais, deve ser bancado pela comunidade. AIgreja no vive de subsdios do governo, nem de coletas feitas entre as

  • 24

    grandes empresas, nem das doaes dos ricos. A Igreja vive da generosi-dade de seus fiis. Quanto mais a comunidade puder contar com recur-sos financeiros, mais ela poder aplicar na obra evangelizadora. Conse-guir esses recursos, eis o carisma de quem participa da Equipe de Pasto-ral do Dzimo!

    Quais as tarefas prprias da Equipe da Pastoral do Dzimo?

    O seu papel primordial o de ser conscientizadora. A ela cabe lem-brar sempre aos fiis o compromisso do Dzimo como questo de f e deconfiana na Divina Providncia. Mas h tarefas a serem executadas. Ta-refas de cadastro de dizimistas, arrecadao do Dzimo ao final das mis-sas, redao e remessa de correspondncias diversas aos dizimistas,confeco de cartazes, visitas, participaes eventuais nas celebraescomemorativas do Dzimo e muitas outras iniciativas que podem surgir.No se pode esquecer um fator muito importante: a prestao de contas,regular e peridica, das arrecadaes e dos gastos ocorridos.

    Quem pode ser membro da Equipe da Pastoral do Dzimo?Pelo tipo de tarefas mencionadas, parece que somente deveriam

    ser membros desta Pastoral os executivos, advogados, contadores, se-cretrias e profissionais administrativos. Se considerarmos apenas astarefas de organizao, cadastro e organizao, seria at provvel quefosse assim. Mas importante lembrar que a principal funo da Equipeda Pastoral do Dzimo o de ser conscientizadora da necessidade detodos serem dizimistas. Qualquer pessoa que tenha boa vontade e quesaiba evangelizar (e isso tarefa de todo cristo!) pode ser membro daEquipe da Pastoral do Dzimo!

    No se pode esquecer que a Igreja no uma empresa, um clubede servios, uma organizao qualquer. Ela a comunidade dos servido-res e servidoras de Deus, dos seguidores e seguidoras de Cristo, dosinstrumentos do Esprito Santo. Mais que a nossa tarefa, conta a graa deDeus! Por isso, toda pessoa que participa regularmente da comunidadepode ser membro da Equipe Paroquial da Pastoral do Dzimo. A condioessencial para ser membro da Equipe Paroquial a de ser um/a dizimistaconsciente, o que implica em freqncia e participao assduas, inde-pendente de status social, intelectual ou profissional.

    O administrador econmico (tesoureiro) membro da equipe dedzimo.

  • 25

    A Equipe da Pastoral do Dzimo deve insistirpara uma pessoa ser dizimista?

    No se deve insistir no sentido de pegar-lhe no p. Deve-se, pormevangeliz-la. O que devemos fazer mostrar para a pessoa as vanta-gens e deix-la livre. Devemos ser rigorosos conosco mesmos no sentidode sermos fiis ao nosso Dzimo, de testemunharmos a graa de poderoferec-lo mensalmente, e de nos engajarmos na conscientizao dosirmos e irms a respeito do Dzimo. Oferecer a todos o mximo de infor-maes e testemunhos. Depois disso, deixar que Deus opere no coraoda pessoa. Devemos fazer a nossa parte: a conscientizao.

    Quando o dizimista desiste, deve ser cobrado?

    Muitas vezes, a pessoa faz a opo pelo Dzimo levada pela emo-o do momento. Passada a emoo, no se sente mais motivada a con-tribuir. Por isso importante uma conscientizao que atinja o corao e arazo. Uma pessoa conscientizada dificilmente interrompe sua contribui-o; ao contrrio, a aumentar. A conscientizao deve levar o dizimista auma deciso pessoal, espontnea, brotada do corao, a partir de umaexperincia de f na Divina Providncia e de gratido a Deus, Criador eSenhor de todas as coisas.

    Cobrana em casa? Dzimo no se paga, se oferece; no se cobra,se recebe. Por fidelidade Bblia, deve-se orientar para que a pessoa en-tregue seu Dzimo na comunidade. O povo de Deus na Bblia, seja noAntigo, seja no Novo Testamento, ia ao Templo fazer a oferta de seu Dzimo.Se a pessoa participa da comunidade, no h razo de algum ir at suacasa para receber o Dzimo. Mas bom que a equipe visite as casas paradivulgar o Dzimo, para orientar as famlias a participarem da comunidadee se tornarem dizimistas. Atravs desse trabalho missionrio, a equipeatrai as famlias para a comunidade. Mais importante que ofertar o Dzimo participar da vida da comunidade. O Dzimo conseqncia de umaopo por Deus, pelo Evangelho, pelo Reino, pela Igreja. Sem a vida da fem Deus e da unio com a comunidade, o Dzimo se torna um peso, umaobrigao.

    Em vez de cobrar, cabe Equipe de Pastoral do Dzimo receber oDzimo dos fiis. Para isso, deve prever os meios e momentos possveis:ou na secretaria paroquial; ou numa caixa coletora do Dzimo; ou marcan-do presena no incio e final das missas e celebraes. Quem atua na

  • 26

    Equipe de Pastoral do Dzimo no deve preocupar-se em atingir o bolsodos fiis, mas o corao deles. De sua parte, o dizimista no deve preo-cupar-se com o que sai de seu bolso (se muito ou pouco), mas o que saide seu corao (se pouco ou muito amor a Deus e comunidade). Oproblema no est no bolso, mas no corao.

    E quando o dizimista atrasa?

    A Equipe de Pastoral do Dzimo deve preparar uma mensagem es-pecial para todos os dizimistas em atraso, lembrando-lhes o compromis-so que assumiram na comunidade. Deve ser uma mensagem de lem-brana e orientao, nunca de cobrana. O melhor mesmo fazer umavisita para saber o que aconteceu.

    A Equipe de Pastoral do Dzimo deve prever algumas maneirasde lembrar o dizimista de seu compromisso com Deus e a Igreja. Porexemplo:

    a) Enviar-lhe mensalmente (ou semestralmente, pelo menos) peloCorreio ou entregar-lhe em casa um relatrio da prestao decontas da economia da parquia ou comunidade;

    b) Enviar-lhe pelo Correio mensagem pelo aniversrio natalcio e decasamento;

    c) Enviar-lhe pelo Correio mensagem de Natal e de Pscoa;d) Enviar-lhe pelo Correio ou entregar-lhe em casa o jornal da par-

    quia e/ou da diocese (o Jornal da Arquidiocese entregue pelaequipe do Dzimo em muitas parquias);

    e) Enviar-lhe pelo Correio ou entregar-lhe em casa o carn, no inciode cada ano;

    f) Animar mensalmente a Missa do Dizimista, oferecendo-a na in-teno de todos os dizimistas, lendo, na orao dos fiis, o nomedos dizimistas aniversariantes do ms (nascimento e casamen-to), entregando uma breve mensagem ao povo, entoando algunscantos sobre o tema;

    g) Enfim, buscar meios criativos de manter o dizimista atento e cons-ciente de seu compromisso.

    Deve ser feita cobrana em casa?

    Se quisermos ser fiis ao projeto de Deus em sua revelao sobre oDzimo, deveramos orientar o dizimista a entregar seu Dzimo na comuni-

  • 27

    dade. Se o dizimista participa da Comunidade, no h razo de algum irat sua casa para receber o Dzimo. Mas, bom que a equipe visite ascasas para divulgar o Dzimo, para orientar as famlias a participarem nacomunidade e se tornarem dizimistas. Atravs deste trabalho missionrio,a equipe atrai as famlias para a comunidade.

    A Equipe de Pastoral do Dzimo deve prever os meios para recebero Dzimo dos fiis: a) ou na secretaria paroquial; b) ou numa caixa coletorado Dzimo; c) ou marcando presena no incio e final das missas e cele-braes.

    No fica ainda a impresso de que a Pastoral do Dzimo sejana verdade uma forma de resolver o problema da faltacrnica de dinheiro nas Parquias?

    No. A falta crnica de dinheiro nas parquias conseqncia daausncia de uma slida e segura Pastoral do Dzimo. A causa da falta dedinheiro o egosmo das pessoas, a mentalidade consumista e dinheiristade nossa sociedade, , enfim, a falta de conscientizao da responsabili-dade de todo batizado em participar e cooperar para sustentar a vida desua comunidade de f. O problema no est no bolso, mas no corao.Quem atua na Pastoral do Dzimo no deve preocupar-se em atingir obolso dos fiis, mas o corao deles. Tambm o dizimista no deve preo-cupar-se com o que sai de seu bolso (se sai muito ou pouco), mas o quesai de seu corao (se sai pouco ou muito amor a Deus e comunidade).

    O Dzimo no uma questo de dinheiro, de falta ou sobra de di-nheiro. O Dzimo uma questo de f. Se a Pastoral do Dzimo realizarsua misso, no como meio de angariar dinheiro, mas como evangelizao,o povo comear a entender. Nosso povo tem corao aberto, tem umgrande amor a Deus e Igreja, tem desejo de participar. Mas no admiteser enganado. Por isso, tambm importante a prestao de contas, comtransparncia e constncia.

    Qual a palavra certa Pagar ou oferecer o Dzimo?Cobrar ou receber o Dzimo?

    Por tudo o que se viu at aqui, percebe-se que o Dzimo um ato deliberdade. Embora a Palavra de Deus na Bblia o apresente como manda-mento e obrigao, e at mesmo use o verbo pagar, importante lem-brar que Deus nunca obriga ningum. De fato, o Dzimo uma obrigao.Mas uma obrigao que brota do corao agradecido. Por isso, muito

  • 28

    importante mudarmos tambm nossa maneira de nos referirmos aoDzimo. Se ele no nem taxa nem imposto, ele no deve ser nem pagonem cobrado. Se o Dzimo uma oferta agradecida, a devoluo de umaparte recebida, um ato livre de f, esperana e caridade, ento ele ofere-cido pelo fiel e recebido pela comunidade. muito importante que a Equi-pe de Pastoral do Dzimo comece a mudar o jeito de falar do Dzimo.Dzimo no se paga, se oferece. Dzimo no se cobra, se recebe. Dzimono taxa, nem imposto, nem esmola. Dzimo devoluo, gratido, ato de amor a Deus, Igreja e aos irmos e irms.

    Deve-se cobrar dez por cento de cada dizimista?

    No se deve cobrar nada de ningum. O Dzimo deve nascer docorao. verdade que a Bblia fala em Dzimo, que quer dizer exatamen-te dez por cento. Mas a Palavra de Deus no deve ser peso para ningum.Deve-se apenas anunciar a Palavra salvadora do Senhor e convidar aspessoas a pratic-la, sem terem medo de se entregar totalmente vonta-de de Deus e de acreditar no seu projeto libertador. Fica na conscinciadas pessoas darem o Dzimo que puderem. Mesmo que no seja exata-mente dez por cento, dever ser chamado de Dzimo, porque a ofertaque tal ou tal outro fiel quer e pode oferecer.

    Como explicar s pessoas que o Dzimo no dinheiropara o bolso do padre?

    A nica maneira de fazer calar alguns preconceitos que se espalha-ram no meio do povo apresentar fielmente a prestao de contas doDzimo. preciso que o povo saiba para onde vai o seu Dzimo. Que eleparticipe das decises quanto aos gastos, que veja as reformas da igreja,da casa e do salo paroquial, que participe de inauguraes, que controleas entradas e sadas das contas paroquiais. Quanto ao dinheiro para opadre, preciso esclarecer que o proco e outros padres que atuam naparquia recebem seu salrio mensal, que , evidentemente, retirado doDzimo. Nesse sentido, bom lembrar o texto de 1Cor 9,4-14, onde se falada justia e da dignidade do salrio para quem trabalha na evangelizao.

    Pode-se aceitar outros bens em lugar do dinheiro?

    Sim, desde que se trate do Dzimo mensal que o fiel quiser e puderoferecer. Isso pode acontecer sobretudo em reas agrcolas, onde os agri-cultores nem sempre tm dinheiro mo, porque dependem das vendas

  • 29

    de cada safra. preciso considerar, contudo, que esse tipo de ofertacomplica bastante o trabalho da Equipe de Pastoral do Dzimo. Pois podeacontecer que os produtos oferecidos in natura (alimentos, por ex.) notenham utilidade imediata, correndo o risco de se perderem. Por isso, aconselhvel insistir que o Dzimo seja oferecido em dinheiro, pois assimsua aplicao mais facilitada.

    Como explicar que parte do Dzimo vai para a Arquidiocese?

    Deve-se entender que a Igreja uma comunho de pessoas reuni-das em pequenas comunidades e que estas comunidades formam umarede, que a parquia, e que as parquias formam a diocese, e que asdioceses todas juntas formam a Igreja de Cristo espalhada por todo omundo. Quem sustenta a parquia so as comunidades. Quem sustentaa (arqui)diocese so as parquias. O ideal seria que o Dzimo fosse re-passado adiante. Assim como os fiis mantm as comunidades com seuDzimo, estas deveriam repassar o seu Dzimo para a parquia. Esta, porsua vez, deveria repassar o seu Dzimo para a diocese, e assim por diante. claro que do jeito que est nossa economia, ainda no possvel nosorganizarmos assim. Vive-se de festas, rifas, bingos, aluguis, aplices,exatamente porque o Dzimo no posto fielmente em prtica por todosos catlicos. Uma boa evangelizao sobre o Dzimo nos tornaria maisfiis comunho de bens proposta pelo Evangelho.

    Para qu o Dzimo, se as festas do mais dinheiro?

    As festas do dinheiro para quem? Para as distribuidoras de bebi-das, para os camels, para os supermercados que as abastecem. Umapergunta se faz necessria: Nossas festas de Igreja so evangelizadoras?H um descontentamento generalizado no interior de nossas comunida-des quanto s festas: exigem muita preparao; provocam cansao eestresse; s vezes criam divises e fofocas na comunidade; roubam otempo que poderia ser usado na catequese, na orao, na evangelizao,na formao de novos ministros, nos grupos de reflexo; facilitam o con-sumo de drogas, o exagero em bebidas e os namoros irresponsveis;favorecem a prtica de desvio de dinheiro; desagradam os vizinhos porcausa do barulho. Por vezes, a condio de realiz-las passa por rela-es indevidas da Igreja com empresas comerciais e poderes pblicos:vantagens, desvios de recursos pblicos, doaes interesseiras. Rela-es em que a Igreja se vende ao mercado e ao poder.

  • 30

    Alm disso, as festas distorcem o sentido bblico de festa e dissemi-nam a idia de que a Igreja uma empresa de fazer dinheiro. Atrapalhamas relaes ecumnicas, uma vez que os membros de outras igrejas cris-ts nos vem como adoradores do deus-dinheiro e promotores de vcios.Fazer festa um ato profundamente bblico e cristo. Mas no para fazerdinheiro, nem para facilitar os vcios. As festas dos israelitas e dos primei-ros cristos eram ocasio de celebrar a vida, a f e a organizao dopovo. Eram marcadas pelo esprito da alegria e da partilha.

    No se pode nem se deve acabar de vez com as festas. Mas, como incentivo da Pastoral do Dzimo e o aumento do Dzimo dos fiis, serpossvel diminuir drasticamente o nmero delas e a preocupao que noscausam. Mais que tudo isso, importante considerar que o Dzimo ummandamento bblico e, por isso, favorece grandemente a experincia def em Deus e de partilha com os irmos e irms.

    III. Passagens bblicassobre o Dzimo

    So muitssimas as passagens bblicas que falam sobre o Dzimo.Por sua Palavra, Deus nos convida:

    a) a confiar nele, que o nico Senhor de tudo (ato de f);b) a colaborar com ele na instaurao de uma nova sociedade (ato

    de esperana);c) a promover partilha e comunho de bens, a fim de que no haja

    mais pessoas necessitadas (ato de caridade);d) a ser-lhe agradecidos, porque ele a fonte de todo bem (ato de

    agradecimento).Nos textos que seguem, podemos conferir essa divina proposta:

  • 31

    1. Textos do Antigo Testamento:

    Gn 14,18-20 (o sacerdote Melquisedec abenoa Abro, que lheoferece o Dzimo): 18Melquisedec, rei de Salm, trouxe po e vinho e, comosacerdote de Deus Altssimo, 19abenoou Abro, dizendo: Bendito sejaAbro pelo Deus Altssimo, Criador do cu e da terra. 20Bendito seja oDeus Altssimo, que entregou os inimigos em tuas mos. E Abro lhe deuo Dzimo de tudo.

    Gn 28,20-22 (depois de seu sonho, em Betel, Jac faz um voto aoSenhor): 20Jac fez um voto, dizendo: Se Deus estiver comigo e me pro-teger nesta viagem, dando-me po para comer e roupa para vestir, 21e seeu voltar so e salvo para a casa de meu pai, ento o Senhor ser meuDeus. 22Esta pedra que erigi em estela ser transformada em casa deDeus e dar-te-ei o Dzimo de tudo que me deres.

    Lv 27,30-34 (entre os mandamentos que o Senhor deu a Moiss,no monte Sinai, est o Dzimo): 30Todo o Dzimo do pas tirado das semen-tes da terra e dos frutos das rvores pertence ao Senhor, como coisaconsagrada. 31Se algum quiser resgatar parte do Dzimo, ter de acres-centar um quinto. 32Os dzimos do gado grado e mido, cada dcimoanimal que passar sob o cajado do pastor, ser consagrado ao Senhor.33No se olhar se bom ou ruim, nem se trocar. Mas se for trocadoambos ficaro consagrados, tanto o animal novo como o que foi trocado,e no podero ser resgatados. 34Estes so os mandamentos que o Se-nhor deu a Moiss, no monte Sinai, para os israelitas.

    Nm 18,20-32 (o Senhor Deus apresenta os direitos dos sacerdo-tes e levitas, descendentes de Aaro): 20O Senhor disse para Aaro: Tuno ters herana em sua terra, nem haver parte para ti em seu meio. Eusou tua parte e tua herana entre os israelitas. 21Aos levitas dou comoherana os dzimos em Israel em troca do servio que cumprem, o servi-o da tenda de reunio. 22Os israelitas j no devero aproximar-se datenda de reunio, para no incorrerem em pecado e morrerem. 23S oslevitas faro o servio da tenda de reunio, e s eles sero responsveispelas faltas. uma lei perptua, vlida para vossos descendentes. Oslevitas no tero herana entre os israelitas, 24porque lhes dou por heran-a os dzimos que os israelitas devem entregar ao Senhor . por isso quelhes digo: no tero herana entre os israelitas. 25O Senhor falou a Moi-ss: 26"Fala aos levitas e dize-lhes: Quando receberdes dos israelitas oDzimo, que vos dou como herana, descontareis um tributo para o Se-nhor, correspondente dcima parte do Dzimo. 27Ser considerada como

  • 32

    vosso tributo, como se fosse trigo tirado da eira ou vinho do lagar. 28Damesma forma deveis descontar tambm vs o tributo do Senhor de todosos dzimos que receberdes dos israelitas. Dareis esse tributo do Senhorao sacerdote Aaro. 29De qualquer dom recebido descontareis o tributo doSenhor, isto , sempre a melhor parte do que foi consagrado. 30Dize-lhestambm: Uma vez descontada a parte melhor, o Dzimo ser para os levi-tas como o produto da eira ou o produto do lagar. 31Podereis com-lo emqualquer lugar, tanto vs como vossas famlias, porque o salrio querecebeis pelo servio que prestais na tenda de reunio. 32Uma vez des-contada a parte melhor como tributo, j no incorrereis em culpa. Noprofaneis o que os israelitas consagraram, para no morrerdes.

    Dt 12,5-11 (atravs de Moiss, o Senhor d orientaes sobre olocal do culto e a oferta do Dzimo): 5Ao contrrio, freqentareis o lugar,que o Senhor vosso Deus escolher entre todas as tribos, para nele fixar oseu nome. 6Para l levareis vossos holocaustos e sacrifcios, vossosdzimos, vossas contribuies pessoais, votos e ofertas espontneas bemcomo os primognitos de vossas vacas e ovelhas. 7Ali comereis na pre-sena do Senhor vosso Deus, alegrando-vos juntamente com vossas fa-mlias por todos os bens com que o Senhor vosso Deus vos houver aben-oado. 8No fareis cada um como bem entender, como fazemos aqui agora,9porque ainda no chegastes ao descanso e herana que o Senhor vos-so Deus vos dar. 10Mas passareis o Jordo e habitareis na terra que oSenhor vosso Deus vos dar em herana. Quando vos tiver dado repousocontra todos os inimigos que vos cercam, e morardes em segurana,11ento, ao lugar que o Senhor vosso Deus houver escolhido, a fim de neleestabelecer o seu nome, para l que levareis tudo que vos mando, osholocaustos, os sacrifcios, os dzimos, as contribuies pessoais e asofertas escolhidas dos votos que tiverdes prometido ao Senhor. 12L vosalegrareis na presena do Senhor vosso Deus, com vossos filhos e vos-sas filhas, vossos escravos e escravas, bem como o levita que estiver emvossas cidades, pois ele no recebeu nem parte nem herana juntoconvosco.

    Dt 12,17-19 (continuam as orientaes sobre o local do culto e aoferta do Dzimo): 17No poders comer em qualquer das cidades osdzimos do trigo, do vinho e do leo, nem os primognitos das vacas eovelhas, nem nada do que ofereas em cumprimento de um voto, nemdas ofertas espontneas, nem das contribuies pessoais. 18Somente napresena do Senhor teu Deus, no lugar que o Senhor teu Deus tiver esco-lhido, poders com-las com teu filho e filha, teu escravo e escrava, e o

  • 33

    levita que morar nas cidades, alegrando-te na presena do Senhor teuDeus, com os bens que tua mo tiver adquirido. 19Guarda-te de esquecero levita enquanto viveres no pas.

    Dt 14,22-29 (orientaes sobre o Dzimo anual e trienal: como eonde ofertar o Dzimo? como levar o Dzimo a um santurio, quando semora longe?) 22Pors parte o Dzimo de todo fruto de tuas semeaduras,produzido pelo campo cada ano. 23Comers na presena do Senhor teuDeus, no lugar que tiver escolhido para ali estabelecer seu nome, o Dzimodo trigo, do vinho e do leo, bem como os primognitos do gado bovino eovino, para aprenderes a temer sempre o Senhor teu Deus. 24Mas, se ocaminho for longo demais, de modo que te seja impossvel lev-los at l,porque o lugar escolhido pelo Senhor para nele fixar seu nome afastadodemais e ele vos cumulou de muitos bens, 25venders o Dzimo e, levandoo dinheiro em tuas mos, irs ao lugar escolhido pelo Senhor teu Deus.26Com o dinheiro comprars o que desejares: bois, ovelhas, vinho ou ou-tro licor fermentado, enfim tudo o que te agradar. Comers l na presenado Senhor, alegrando-te com a famlia. 27Mas no abandones o levita quemora na cidade, pois ele no tem parte nem herana como tu. 28No fim detrs anos, pors de lado todos os dzimos da colheita do ano, depositan-do-os dentro da cidade. 29E vindo o levita que no tem parte nem heranacomo tu, e o estrangeiro, o rfo e a viva que estiverem em tua cidade,comero saciedade para que o Senhor teu Deus te abenoe em todasas tuas empresas.

    Dt 26,12-13 (o Dzimo separado para os pobres): 12Quando tive-res acabado de separar o Dzimo de todos os produtos no terceiro ano,que o ano do Dzimo, tu o colocars disposio do levita, do estrangei-ro, do rfo e da viva, para que tenham na cidade comida para saciarem-se. 13Dirs, ento, perante o Senhor teu Deus: Retirei de minha casa oque era consagrado e tambm dei ao levita, ao estrangeiro, ao rfo e viva, conforme o mandamento que me deste.

    1Sm 8,10-18 (ao povo que, contra a vontade divina, pedia um rei,Samuel fala em nome de Deus, chamando a ateno sobre os direitosque o rei ir exigir: o Dzimo que era de direito divino passar ao rei):10Samuel transmitiu todas as palavras do Senhor ao povo que lhe pediaum rei. 11Disse-lhes: Este ser o direito do rei que reinar sobre vs: Eletomar os vossos filhos para os empregar nos seus carros e cavalos epara correrem frente do seu carro. 12Vai tambm fazer deles os chefesde mil e os chefes de cinqenta, para lavrarem as suas terras e fazerem

  • 34

    sua colheita, para fabricarem armas de guerra e apetrechos para os car-ros. 13Tomar igualmente vossas filhas para perfumistas, cozinheiras epadeiras. 14Tomar vossos melhores campos, vinhas e olivais, para osdar aos funcionrios. 15Cobrar o Dzimo das searas e vinhas para dar aseus ulicos e funcionrios. 16Tomar tambm os vossos servos e ser-vas, a fina flor da vossa juventude, e os jumentos, e os far trabalhar parasi. 17Exigir o Dzimo dos rebanhos e vs mesmos sereis seus servos.18E se ento um dia pedirdes socorro por causa do rei que tiverdes esco-lhido para vs, o Senhor naquele dia no vos atender.

    2Cr 31,2-12 (no contexto da reorganizao do culto de Israel, apso retorno do exlio, importante a oferta do Dzimo): 2Ezequias colocou asdiversas classes de sacerdotes e levitas em seus respectivos postos,designando para cada um dos sacerdotes e levitas as suas tarefas, naimolao dos holocaustos e dos sacrifcios pacficos, na execuo de hi-nos e aes de graas e no servio s portas do acampamento do Se-nhor. 3De suas propriedades o rei contribua para os holocaustos, tantopara os holocaustos de cada manh e cada tarde, como para os dos s-bados, dos incios de cada ms e das festas, tudo de acordo com asprescries da Lei do Senhor. 4Ele ordenou ao povo que morava em Jeru-salm, que dessem as contribuies aos sacerdotes e aos levitas, paraque estes pudessem se dedicar integralmente ao cumprimento da Lei doSenhor. 5Quando esta ordem se espalhou, os israelitas ofereceram emabundncia as primcias do trigo, do vinho, do azeite, do mel e de todos osprodutos do campo. Pagaram tambm o Dzimo de tudo, em abundncia.6Tambm os israelitas que moravam nas cidades de Jud, entregaram oDzimo do gado bovino e ovino e levaram as ofertas votivas, que foramconsagradas ao Senhor seu Deus, e foram depositadas em pilhas, umaao lado da outra. 7No terceiro ms comearam a estocar e no stimo msterminaram. 8Quando Ezequias e os maiorais chegaram e viram aquelesmontes, louvaram o Senhor e Israel, seu povo. 9Ezequias perguntou aossacerdotes e levitas a respeito daqueles montes. 10Quem respondeu foiAzarias, o chefe dos sacerdotes, da famlia de Sadoc. Ele disse: Desdeque comeou a entrega das contribuies ao templo do Senhor, come-mos vontade e ainda sobrou muita coisa, pois o Senhor abenoou opovo e assim nos sobrou toda esta quantidade. 11Ento Ezequias deuordem para construir salas de depsito na rea do templo; e a ordem foicumprida. 12Depois as contribuies, os dzimos e as ofertas votivas fo-ram entregues religiosamente e a guarda das mesmas foi confiada aolevita Conenias, cujo imediato era seu irmo Semei.

  • 35

    Ne 10,36-39 (entre os compromissos que o povo assume diantede Deus, est o Dzimo): 36Comprometemo-nos tambm a levar cada ano casa do Senhor as primcias de nossa terra e os primeiros frutos dequalquer rvore, 37bem como os primognitos de nossos filhos e de nos-sos rebanhos, como est escrito na Lei. Levaremos casa de nosso Deus,aos sacerdotes que nela exercem o ofcio, as primeiras crias do rebanhobovino, ovino e caprino. 38Igualmente levaremos aos sacerdotes, nas de-pendncias do templo de nosso Deus, a primeira massa de po e do pro-duto de cada rvore, do vinho e do azeite; e daremos o Dzimo das planta-es aos levitas; sero os levitas que iro recolher os dzimos em todasas cidades dentro da rea de nossa religio. 39Um sacerdote, da descen-dncia de Aaro, acompanhar os levitas na arrecadao dos dzimos; eos levitas levaro o Dzimo do Dzimo casa de nosso Deus, na reparti-o do tesouro.

    Ne 12,44 (Neemias defende os direitos e deveres dos sacerdotese levitas na organizao do Dzimo): Naquele tempo as dependncias,nas quais se depositavam as provises, as ofertas, as primcias e osdzimos foram confiadas aos cuidados de homens, que deviam recolheras contribuies provenientes dos campos anexos s cidades e destina-das legalmente aos sacerdotes e levitas. que Jud se alegrava ao ver ossacerdotes e os levitas exercendo suas funes.

    Ne 13,4-5 (Neemias fala sobre a organizao do Dzimo): 4Antesdisso, o sacerdote Eliasib, que controlava os aposentos anexos do templode nosso Deus, sendo parente de Tobias, 5ps disposio deste umagrande sala, na qual anteriormente se guardava a farinha para o sacrifcio,o incenso, apetrechos diversos, os dzimos dos cereais, o vinho e o azei-te, ou seja, as contribuies destinadas aos levitas, porteiros e cantores,bem como as quotas destinadas aos sacerdotes.

    Ne 13,10-13 (Neemias censura desleixo com o Dzimo e com acasa de Deus): 10Tambm fui informado de que havia omisso na entregadas contribuies devidas aos levitas e que estes por isso se tinham reti-rado, cada qual para sua propriedade rural isto tanto os levitas como oscantores encarregados das funes sagradas. 11Censurei os homens doConselho, dizendo: Por que a casa de Deus vem sendo tratada com taldesleixo? E convoquei os levitas e os fiz voltar s funes. 12Da todosem Jud passaram a levar aos depsitos os dzimos dos cereais, do vi-nho e do azeite. 13Confiei a administrao dos depsitos ao sacerdoteSelemias, ao escriba Sadoc e ao levita Fadaas; e para assistente nomeei

  • 36

    Han, filho de Zacur, filho de Matanias. Eles eram considerados como dig-nos de confiana e a eles cabia fazer as distribuies entre seus colegas.

    Tb 1,6-8 (logo no incio de sua histria, Tobias faz referncia a seucompromisso com o Dzimo): 6Muitas vezes, eu sozinho ia a Jerusalm,por ocasio das festas, em obedincia ao preceito eterno, imposto a todoo Israel. Acorria a Jerusalm com as primcias dos frutos e dos animais,com os dzimos dos rebanhos e a primeira tosquia das ovelhas. 7Entrega-va tudo aos sacerdotes, descendentes de Aaro, para o altar. Aos levitas,que desempenhavam suas funes em Jerusalm, entregava o Dzimodo trigo, do vinho, do leo, das roms, do figo e dos outros frutos. Seisanos em seguida, oferecia, em dinheiro, o segundo Dzimo, indo anual-mente apresent-lo em Jerusalm. 8O terceiro Dzimo, eu o dava aos r-fos e s vivas e o distribua aos proslitos que se uniram aos israelitas.Fazia-lhes esta oferta de trs em trs anos. Ns a comamos, em confor-midade com a prescrio contida a respeito na Lei de Moiss, e tambmconforme as recomendaes feitas por Dbora, a me de nosso pai, poismeu pai havia morrido, deixando-me rfo.

    Jt 11,13 (no discurso de traidora informante que faz ao generalinimigo Holofernes, Judite apresenta lio indireta aos prprios judeus,sobre o descuido com o Dzimo): At as primcias do trigo e os dzimos dovinho e do azeite, consagrados para os sacerdotes que permanecem emJerusalm diante de nosso Deus, at isso decidiram consumir, embora anenhuma pessoa do povo seja lcito sequer tocar estas coisas com asmos.

    1Mc 3,49 (nas lutas pela defesa do pas, Judas Macabeu contacom o Dzimo do povo): Trouxeram tambm os ornamentos sacerdotais,as primcias e os dzimos, e fizeram vir os nazireus, que tinham completa-do o tempo de seu voto.

    1Mc 10,25-31 (entre as liberdades que o rei Demtrio ofereceu aopovo de Israel, atravs de Jnatas Macabeu, est a livre oferta do Dzimo):25Escreveu-lhes nestes termos: O rei Demtrio nao dos judeus, sau-daes. 26Tendes observado os tratados concludos conosco,permanecestes em nossa amizade e no vos unistes a nossos inimigos.Disto estamos informados e nos alegramos. 27Continuai agora a guardarfidelidade para conosco e vos concederemos benefcios em recompensado que fareis por ns. 28Vamos conceder-vos muitas imunidades e voscumularemos de favores. 29Desde j vos desobrigo, e dispenso todos osjudeus dos tributos, dos impostos sobre o sal e do ouro das coroas. 30Quan-

  • 37

    to tera parte dos produtos do solo e a metade dos frutos das rvores,que tenho o direito de recolher, deixo de receb-los por hoje e para o futu-ro, na terra de Jud e nos trs distritos que lhe so anexos, bem como aSamaria e na Galilia. Isto, a partir dos dias de hoje, para sempre. 31Jeru-salm ser um lugar santo e isento, assim como seus arredores. Tam-bm os dzimos e as oferendas no estaro sujeitos a taxas.

    1Mc 11,32-36 (continuam as regalias do rei Demtrio ao povo ju-deu): 32O rei Demtrio a Lstenes, seu pai, saudaes! 33Resolvemosprestar benefcios nao dos judeus por serem nossos amigos, mos-trando-se justos conosco, e por causa dos bons sentimentos que nos tmtestemunhado. 34Ns lhes confirmamos a posse do territrio da Judia,bem como dos trs distritos de Aferema, Lida e Ramataim. Esses distri-tos, com todas as suas dependncias, foram separados da Samaria eanexados Judia, em favor de todos os que oferecem sacrifcios emJerusalm. Ns os isentamos das taxas que o rei anteriormente recebiacada ano, correspondentes aos produtos do solo e aos frutos das rvo-res. 35Quanto aos outros direitos que temos sobre os dzimos, e os tribu-tos que nos pertencem, assim como sobre as salinas e as coroas quenos so devidas, a tudo renunciamos em seu favor, de hoje em diante.36Nenhuma destas concesses ser revogada, nem agora nem em tem-po algum.

    Am 4,4-5 (o profeta Ams condena o culto sem converso, criticaas festivas romarias que servem para praticar idolatria: Dzimo sem justi-a social no tem sentido): 4Ide a Betel e pecai! A Guilgal e multiplicaivossos pecados! Pela manh oferecei vossos sacrifcios e ao terceiro diaos dzimos! 5Queimai po fermentado como sacrifcio de louvor, proclamaioferendas voluntrias, anunciai-as, porque assim que gostais, israelitas! orculo do Senhor.

    Ml 3,8-10 (o profeta Malaquias porta-voz de Deus, ao reclamarque o povo o est enganando, por no fazer a oferta do Dzimo): 6Sim, eu,o Senhor, no mudei, mas vs no deixastes de ser filhos de Jac! 7Des-de o dia de vossos pais vos afastastes de meus preceitos e no osguardastes. Voltai a mim e eu voltarei a vs! diz o Senhor Todo-podero-so. Mas vs dizeis: Como voltaremos? 8Pode um homem enganar aDeus? Pois vs me enganais! E dizeis: Em que te enganamos? Emrelao ao Dzimo e contribuio. 9Vs estais sob a maldio e continuaisa me enganar, vs, o povo todo. 10Trazei o Dzimo integral para o tesouro afim de que haja alimento em minha casa. Provai-me nisto - diz o Senhor

  • 38

    Todo-poderoso para ver se eu no abrirei as janelas do cu e no derra-marei sobre vs bno em abundncia. 11Por vs mandarei ao gafanho-to, que no vos destrua os frutos do campo, para que a vinha no fiqueestril no campo diz o Senhor Todo-poderoso. 12Todas as naes vosproclamaro felizes, porque sereis uma terra de delcias diz o SenhorTodo-poderoso.

    2. Textos do Novo Testamento:

    Mt 23,23-24 (Jesus condena a oferta do Dzimo, quando este no acompanhado de amor e justia): 23Ai de vs, escribas e fariseus hip-critas, que pagais o Dzimo da hortel, da erva-doce e do cominho, masno vos preocupais com o mais importante da Lei: a justia, a misericr-dia e a fidelidade! isso o que importa fazer, sem contudo omitir aquilo.24Guias cegos, que filtrais um mosquito e engolis um camelo!

    Lc 11,42 (Jesus condena a oferta do Dzimo, quando este no acompanhado de amor e justia): Ai de vs, fariseus, que pagais o Dzimoda menta e da arruda e de todo legume, mas negligenciais a justia e oamor de Deus! isso que necessrio, sem omitir aquilo.

    Lc 18,11-12 (Jesus condena a oferta do Dzimo, quando este no acompanhado de humildade): 11O fariseu rezava, de p, desta maneira: meu Deus, eu te agradeo por no ser como os outros homens, queso ladres, injustos, adlteros, nem mesmo como este cobrador de im-postos. 12Jejuo duas vezes por semana, pago o Dzimo de tudo que pos-suo.

    Hb 7,1-28 (no contexto do sacerdcio de Cristo, prefigurado noAntigo Testamento, o autor da carta exalta a perfeio do sacerdcio deMelquisedec, de origem misteriosa, prefigurao de Cristo, anterior e su-perior a Abrao; por comparao e anttese, fala tambm da imperfeiodo sacerdcio levtico (de Levi e de Aaro); mostra que, tanto a Melquisedeccomo aos sacerdotes descendentes de Levi e Aaro, eram oferecidos oDzimo): 1Este Melquisedec, rei de Salm, sacerdote de Deus Altssimo,saiu ao encontro de Abrao que regressava da derrota dos reis, e o aben-oou. 2Foi a ele que Abrao ofereceu o Dzimo de todos os seus despojos;ele, conforme indica seu nome, primeiro foi rei da justia e depois rei deSalm, isto , rei de paz. 3 Sem pai, sem me, sem genealogia, seusdias no tm comeo, sua vida no tem fim. Assemelhando-se assim aoFilho de Deus, permanece sacerdote para sempre. 4 Considerai, pois, agrandeza daquele a quem at o patriarca Abrao deu o Dzimo de seus

  • 39

    esplios mais ricos. 5 Os filhos de Levi revestidos do sacerdcio, na quali-dade de filhos de Abrao, tm por misso receber o Dzimo legal do povo,isto , de seus irmos. 6 Naquele caso, porm, foi um estrangeiro querecebeu os dzimos de Abrao e abenoou o detentor das promessas. 7Ora, indiscutvel: o inferior que recebe a bno do superior. 8 Alm domais, aqui os levitas, que recebem o Dzimo, so homens mortais. L,porm, se trata de algum do qual se atesta que vive. 9 Por fim tambmLevi, que recebe os dzimos, pagou, por assim dizer, na pessoa de Abrao.10

    Pois ele j estava em germe no ntimo de Abrao, quando aconteceu oencontro com Melquisedec. 11Se a consumao tivesse sido realizada pelosacerdcio levtico (pois sob ele o povo recebeu a Lei), que necessidadehavia ainda de outro sacerdote segundo a ordem de Melquisedec e nosegundo a ordem de Aaro? 12 Pois, transferido o sacerdcio, foroso que se faa tambm a mudana da Lei. 13 Pois bem: aquele a quem seaplicam estas palavras, de outra tribo, da qual ningum se consagrou aoservio do altar. 14 Pois notrio que Nosso Senhor nasceu de Jud, acuja tribo Moiss nada disse a respeito do sacerdcio. 15 Isto se tornaainda mais evidente, se semelhana de Melquisedec se levanta outrosacerdote, 16 institudo no segundo a norma de uma lei que se baseia nacarne, mas segundo a fora de vida indestrutvel. 17 Pois dele se d estetestemunho: Tu s sacerdote para sempre segundo a ordem deMelquisedec. 18 Com isto est abolida a antiga legislao devido suaineficcia e inutilidade. 19 Pois a Lei nada consumou, sendo mera introdu-o a uma esperana melhor, pela qual nos aproximamos de Deus. 20 Eno foi feito sem juramento. Aqueles foram constitudos sacerdotes semjuramento 21 mas este com o juramento daquele que lhe disse: O Senhorjurou e no se arrepender: Tu s sacerdote para sempre. 22 Em conse-qncia Jesus se fez garantia de um testamento superior. 23 Alm disso,os primeiros sacerdotes foram feitos em grande nmero, porquanto a morteno permitia que permanecessem para sempre. 24 Este, porque vive parasempre, possui um sacerdcio eterno. 25 por isso que lhe possvellevar a termo a salvao daqueles que por ele vo at Deus. Ele vive sem-pre para interceder em seu favor. 26 Tal com efeito o Sumo Sacerdoteque nos convinha: santo, inocente, sem mcula, separado dos pecadorese mais alto do que os cus. 27Pois no necessita, como os sumos sacer-dotes, oferecer cada dia vtimas, primeiro por seus prprios pecados edepois pelos pecados do povo. Ele o fez uma nica vez, oferecendo-se asi mesmo. 28 porque a Lei fez sumos sacerdotes homens sujeitos fraqueza, mas a palavra do juramento, que sucedeu Lei, constituiu oFilho eternamente perfeito.

  • 40

    Textos do Antigo e do Novo Testamento sobre ofertas:

    Alm dessas passagens bblicas sobre o Dzimo, em outras passa-gens bblicas Deus nos convida a sermos generosos em nossas ofertas:

    Gn 4,4: Abel, por sua vez, ofereceu os primeiros cordeirinhos e agordura das ovelhas. E o Senhor olhou para Abel e sua oferta.

    Ex 25,1-2: 1O Senhor falou a Moiss: 2"Dize aos israelitas queajuntem ofertas para mim. Recebereis a oferta de todos os que deremespontaneamente.

    Ex 35,29: Todos os israelitas, homens e mulheres, dispostos acontribuir para as obras que o Senhor tinha mandado executar por meiode Moiss, trouxeram ao Senhor contribuies espontneas.

    Dt 16,10: Celebrars ento a festa das Semanas em honra doSenhor teu Deus, com ofertas espontneas que fars na medida em queo Senhor teu Deus te houver abenoado.

    Es 2,68: Muitos dos chefes de cls, ao chegar ao templo do Se-nhor em Jerusalm, fizeram doaes voluntrias para a casa de Deus,para que esta pudesse ser reconstruda no seu lugar.

    Sl 20,3: Lembre-se de todas as tuas oferendas e receba com agradoteu holocausto!

    Eclo 35,6-8: 6No te apresentes diante do Senhor de mos vazias,7pois todos esses sacrifcios lhe so devidos por seu mandamento. 8Aoferenda do justo uma oferenda de gordura sobre o altar, e seu perfumese eleva at o Altssimo.

    Is 1,13: No continueis a trazer oferendas vazias! Lc 21,1-4: 1Levantando os olhos, Jesus viu os ricos depositando

    ofertas na caixa de esmolas. 2Viu tambm uma viva pobre que deposita-va duas moedinhas, 3e comentou: Em verdade vos digo que esta pobreviva deu mais do que todos. 4Pois todos eles deram, como oferta feita aDeus, do que lhes sobrava; ela porm, na sua pobreza, deu tudo que tinhapara o sustento.

    At 2,42-47: 42Freqentavam com assiduidade a doutrina dos aps-tolos, as reunies em comum, o partir do po e as oraes. 43De todosapoderou-se o medo vista dos muitos prodgios e sinais que faziam osapstolos. 44E todos que tinham f viviam unidos, tendo todos os bens emcomum. 45Vendiam as propriedades e os bens e dividiam o dinheiro com

  • 41

    todos, segundo a necessidade de cada um. 46Todos os dias se reuniamunnimes no Templo. Partiam o po nas casas e comiam com alegria esimplicidade de corao, 47louvando a Deus entre a simpatia de todo opovo. Cada dia o Senhor lhes ajuntava outros, a caminho da salvao.

    1Cor 16,1-4: 1Quanto coleta em favor dos santos, fareis comodeterminei nas igrejas da Galcia. 2No primeiro dia da semana, ponha cadaum de parte em sua casa o que bem lhe parecer, de modo que no sefaam as coletas depois de eu chegar. 3E quando estiver presente, envia-rei aqueles que vs aprovardes, com cartas para levarem vossa ddiva aJerusalm. 4E se parecer bem que tambm eu v, eles iro comigo.

    2Cor 8,1-15: 1Tambm quero, irmos, fazer-vos conhecer a graade Deus dada s igrejas da Macednia. 2Provadas com tantas tribulaes,transbordaram de alegria, e a extrema pobreza se converteu na riquezade sua generosidade. 3Dou testemunho de que segundo suas possibilida-des, e mesmo alm delas, contriburam por iniciativa prpria 4e nos pedi-ram insistentemente lhes dssemos a graa de participarem do socorroem favor dos santos. 5E ultrapassaram nossa expectativa. Primeiro de-ram-se a si mesmos ao Senhor e, depois, a ns pela vontade de Deus.6Por isso recomendei a Tito que levasse a termo entre vs a obra de cari-dade, como havia comeado. 7Assim como sois ricos em tudo, na f, napalavra, na cincia, em toda obra de zelo e na caridade que nos une a vs,assim tambm sede nesta obra generosa. 8No digo como quem manda,mas desejava que, pela solicitude para com os outros, provsseis a sin-ceridade de vossa caridade. 9Vs conheceis a graa de Nosso SenhorJesus Cristo. Sendo rico, se fez pobre por vs, a fim de vos enriquecercom sua pobreza. 10Dou-vos apenas um conselho. o que vos convm.H um ano fostes os primeiros no s a comear esta obra, mas os pri-meiros a sugeri-la. 11Agora, portanto, terminai a obra, para que prontidoem querer corresponda igual prontido em concluir segundo as posses.12A boa vontade em dar do que se tem, no do que no se tem, semprebem aceita. 13Pois no se trata de aliviar os outros s custas de vossanecessidade; mas se trata de que agora, com eqidade, 14vossa farturasupra a escassez dos outros, para eles, por sua vez, aliviarem com suafartura vossa penria, 15segundo est escrito: Nem quem muito recolheu,tinha em abundncia; nem quem pouco recolheu, sentiu falta.

    Concluindo:Como se v, se fssemos arrancar da Bblia as pginas em que ela

    fala do Dzimo e das ofertas, teramos um livro esfarrapado. impossvel

  • 42

    ser cristo, sem viver o Dzimo. impossvel viver a Palavra de Deus,sem praticar a oferta do Dzimo. impossvel dizer sim a Deus, quandose diz no ao Dzimo.

    IV. Diretrizes Arquidiocesanaspara a Pastoral do Dzimo

    Preparadas pela Equipe Arquidiocesana da Pastoral do Dzimo, elastm o objetivo de ir fortalecendo uma caminhada conjunta, em vista deuma linguagem e de uma metodologia comuns em toda a Arquidiocese eforam aprovadas em reunio geral do clero.

    Da Fundamentao1 As Diretrizes aqui apresentadas em relao ao Dzimo tm por

    objetivo dar unidade de linguagem e de metodologia Pastoral do Dzimona Arquidiocese de Florianpolis.

    2 O Dzimo uma prescrio bblica (Gn 14,18-20; 28,22; Lv 27,30;Ml 3,6-12; Mt 23,23; Hb 7,5; 2Cor 9,6-12 etc.): gratido a Deus, confianana Divina Providncia, assistncia aos pobres, solicitude para com o tem-plo, sustento dos ministros religiosos.

    3 Ele tem razes na tradio da Igreja e responde ao dever dos fiisde socorrer s necessidades da Igreja (CDC c. 222).

    4 A implantao e fortalecimento do Dzimo meio evanglico epastoral para fortificar a conscincia da Igreja como comunidade de f,culto e caridade.

    5 Deve-se usar o termo Dzimo, dada a tradio bblica. Sejausada, tambm, a expresso ofertar o Dzimo, ao invs de pagar oDzimo, j que no se pode pagar a Deus por tudo o que dele recebemos.De outro lado, vale a expresso receber o Dzimo, em vez de cobrar oDzimo.

  • 43

    5.1 No ensino e na divulgao do quinto mandamento da Igreja,use-se a seguinte formulao: Partilhar o Dzimo segundo asorientaes da Igreja diocesana.

    6 O Dzimo e as coletas so as duas formas mais significativas efundamentais para a manuteno da vida eclesial das comunidades.

    7 O Dzimo, alm de manifestao do sentimento religioso, ex-presso de gratido a Deus pelos dons recebidos, de solidariedade paracom os pobres, de colaborao com a ao evangelizadora da Igreja e desobriedade no uso dos bens da criao.

    8 O Dzimo diferente da oferta feita nas celebraes, por ocasioda coleta. A coleta tem sentido litrgico de participao nas oferendas doaltar. Isso vale tambm para as coletas especiais, determinadas pela CNBBe pelo Vaticano, para coletas emergenciais, em favor de pessoas neces-sitadas. As ofertas feitas nas coletas so de carter espontneo e espor-dico. O Dzimo de carter obrigatrio e regular.

    9 Todas os outros meios de manuteno da vida eclesial (festas,bingos, almoos, campanhas, etc.) so supletivos. No devem servir parao sustento normal da comunidade. importante recuperar o sentido religi-oso e espiritual das festas dos padroeiros. As festas tenham carter decelebrao e de confraternizao.

    10 O Dzimo tem carter pessoal e no familiar.11 Apesar do termo usado Dzimo, isto , dcima parte no se

    determina o valor a ser ofertado.11.1 Sabendo que biblicamente o Dzimo dez por cento de tudo

    o que do Senhor recebeu, o prprio dizimista estabelecer ovalor a ser ofertado como seu Dzimo mensal.

    11.2 Em regies agrcolas, a juzo dos responsveis pela Pastoraldo Dzimo, podero ser aceitos, como Dzimo, produtos agro-pecurios, em lugar do numerrio em espcie.

    11.3 Permanece sempre o critrio bblico: Cada um d segundoa deciso do seu corao (2Cor 9,7).

    12 A motivao ltima e mais profunda da implantao do Dzimono financeira, mas evanglica, teolgica e pastoral. A oferta do Dzimodeve favorecer ao fiel a experincia mais explcita da f, da esperana e dacaridade.

    13 O Dzimo tem um destino certo, est direcionado para seisdimenses da obra evangelizadora:

  • 44

    a) Dimenso Litrgica: despesas com o culto (missas, celebraes,sacramentos): folhas de canto, toalhas, velas, luz e som, flores,materiais de limpeza, etc.

    b) Dimenso Pastoral: despesas com as pastorais da comunidade(catequese, juventude, famlia, etc.): material e encontros de for-mao, assemblias, conselhos pastorais, retiros, hospedagens,viagens, assessorias, assinatura de jornais e revistas, livros, etc.

    c) Dimenso Comunitria: despesas com a manuteno do pes-soal e do patrimnio da comunidade: salrio de funcionrios epadres, manuteno da casa paroquial, material de secretaria,reforma e cuidados com a igreja e prdios paroquiais, aquisiode terrenos para novas comunidades, construo de novos tem-plos, etc.

    d) Dimenso Social: despesas com a promoo humana e social,atendimento aos pobres, pastorais sociais, casas de acolhimen-to de crianas abandonadas, idosos, cursos de promoo hu-mana, casas de recuperao de drogados, etc. Uma porcenta-gem do Dzimo dever ser destinada promoo humana.

    e) Dimenso Missionria: despesas com atividades missionrias:colaborao com parquias pobres da prpria diocese ou de ou-tra regio do pas, salrio de nossos missionrios em lugares demisso, gastos com misses populares, eventos ecumnicos,eventos de presena da Igreja junto a outras igrejas e religies ejunto sociedade civil, etc.

    f) Dimenso Vocacional: investimento na formao das lideranasparoquiais (cursos de teologia, de pastoral, de catequese, de bblia,retiros, encontros...), colaborao na formao dos padres (se-minrios diocesanos), dos diconos (escola diaconal) e dos mi-nistros e ministras (escola de ministrios).

    Da Organizao e Funcionamento

    14 Cada comunidade (Matriz e capelas) ter a sua equipe de Pas-toral do Dzimo.

    15 Caber ao proco acompanhar os trabalhos da Pastoral doDzimo em todas as suas etapas, zelando para que tudo seja feito deacordo com estas Diretrizes.

  • 45

    16 A Pastoral do Dzimo exige uma ao contnua, quer para moti-var os dizimistas, quer para atingir os que desconhecem o alcance dessaPastoral.

    16.1 necessria uma constante formao dos membros da equi-pe que estiverem a servio dessa Pastoral.

    17 Institua-se o domingo mensal do Dzimo, no qual as missas ecelebraes incluam um canto, orao ou mensagem sobre o Dzimo,respeitada sempre a liturgia prpria do domingo. Nessas ocasies, sejamrecordados os dizimistas aniversariantes do ms.

    18 Na Catequese dever haver uma gradual e fundamentada ex-plicao sobre o Dzimo.

    19 Implante-se, em todas as comunidades, em unidade com aPastoral Catequtica, o Dzimo infantil.

    20 A oferta do Dzimo poder ocorrer:20.1 na prpria Igreja, por ocasio das celebraes, tornando-se

    ento necessria a presena de um/a agen