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Page 1: CÂMARA TÉCNICA ORIENTAÇÃO FUNDAMENTADA Nº …§ão... · Enfermagem podem aferir os sinais vitais e anotar os parâmetros na escala, entretanto, compete ao Enfermeiro realizar

CÂMARA TÉCNICA

ORIENTAÇÃO FUNDAMENTADA Nº 065/2017

Assunto: Escala de MEWS.

1. Do fato

Solicitação de esclarecimentos sobre a quem compete a avaliação do protocolo de

MEWS, se ao Auxiliar/Técnico de Enfermagem ou Enfermeiro.

2. Da fundamentação e análise

Esclarecemos que a Enfermagem segue regramento próprio, consubstanciado na Lei

do Exercício Profissional (Lei no 7.498/1986) e seu Decreto regulamentador (Decreto

94.406/1987), além do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE). Neste

sentido, a Enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde

humana, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais.

Neste sentido, Segundo Tavares et. al. (2012), os pacientes admitidos em unidade de

terapia intensiva (UTI) têm variável morbimortalidade e geralmente apresentam sinais de

alerta alguns dias antes da sua internação. As alterações fisiológicas, que traduzem

deterioração clínica, podem denunciar precocemente os pacientes reais ou potencialmente

críticos e que necessitam de monitorização especial nas enfermarias. A demora na

identificação desses pacientes implica no atraso de intervenção e, assim, no aumento da

mortalidade hospitalar. Vários estudos demonstraram que os escores de alerta precoce,

utilizados à beira do leito, constituem uma ferramenta simples na identificação de pacientes

com risco iminente de morte, beneficiando-se, assim, de admissão à UTI. (Disponível em

file:///C:/Users/Home/Desktop/Orientações%20Fundamentadas_Junho%202017/Escala%20d

e%20MEWS/Artigo%20Escala%20de%20MEWS.pdf).

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Escala de Alerta Precoce Modificada (EAPM) ou MEWS em inglês, é uma escala

baseada em parâmetros simples que indicam o quão desviado da fisiologia um paciente pode

estar. Está relacionada com mortalidade e pode ter seus valores alterados até 72 h antes de

admissão em UTI. Não substitui o julgamento clínico, mas funciona como sinal de alerta e

pode direcionar mais precocemente atenção.

A MEWS é calculada para cada paciente, usando os cinco parâmetros vitais ou

fisiológicos: nível de consciência (SNC); frequência cardíaca (FC); pressão arterial sistólica

(PAS); frequência respiratória (FR); temperatura (temp.). Valores ≥ 3 implicam em uma

avaliação e revisão do paciente pelo Enfermeiro.

Essa escala permite uma melhor comunicação, oferece autonomia profissional aos

enfermeiros e melhora a relação enfermagem-médico que se repercute no melhor atendimento

ao paciente.

O Decreto nº 94.406/87, que regulamenta a Lei do Exercício Profissional de

Enfermagem 7.498/86, estabelece como atividades privativas do Enfermeiro:

[...]

Art. 8º Ao Enfermeiro incumbe:

I – privativamente:

[...]

g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida;

h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam

conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões mediatas;

[...]

II – como integrante da equipe de saúde:

a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde;

b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de

saúde;

[...]

Art. 12 O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo

orientação e acompanhamento do trabalho de enfermagem em grau auxiliar, e

participação no planejamento da assistência de enfermagem, cabendo-lhe

especialmente:

Art. 13 O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza

repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de enfermagem, sob supervisão, bem

como a participação em nível de execução simples, em processo de tratamento,

cabendo-lhe especialmente:

[...] Art. 15. As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta lei, quando exercidas em

instituições de saúde, públicas e privadas, e em programas de saúde, somente podem

ser desempenhadas sob orientação e supervisão de Enfermeiro.

[...] (BRASIL, 1986; 1987, grifo nosso).

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O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem estabelece responsabilidades e

deveres dos profissionais de Enfermagem:

[...]

Art. 5º – Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade,

dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade;

Art. 12 – Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de Enfermagem livre

de danos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência;

Art. 13 – Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e

somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para

si e outrem;

[...] (CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2007).

Considerando a fundamentação apresentada e observando o disposto na Legislação do

Exercício Profissional de Enfermagem entendemos que Auxiliares e Técnicos de

Enfermagem podem aferir os sinais vitais e anotar os parâmetros na escala, entretanto,

compete ao Enfermeiro realizar a avaliação da escala de alerta de MEWS.