câmara municipal de curitiba - cmc.pr.gov.br · vereadores: jonny stica, felipe braga côrtes,...

47
Câmara Municipal de Curitiba ATAS DAS REUNIÕES ATA DA 4ª AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PLANO DIREITOR DE CURITIBA SOBRE MOBILIDADE URBANA E TRANSPORTE DA COMISSÃO DE URBANISMO, OBRAS PÚBLICAS E TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO, REALIZADA NO DIA SETE DE AGOSTO DE DOIS MIL E QUATORZE, SOB A PRESIDÊNCIA DO VEREADOR JONNY STICA. Às 14h30 dá-se início à reunião com a presença dos seguintes dos Srs. Vereadores: Jonny Stica, Felipe Braga Côrtes, Bruno Pessuti e Toninho da Farmácia; com a ausência do Vereador Hélio Wirbiski. O SR. PRESIDENTE (Paulo Salamuni):- Boa tarde a todos os meus concidadãos, aos técnicos e gestores da nossa Prefeitura, da Câmara Municipal, servidores efetivos desta Casa, dos coletivos dos gabinetes dos vereadores. Vamos declarar aberta esta Audiência Pública sobre mobilidade urbana e transporte, que é uma iniciativa da Comissão de Urbanismo e Obras Públicas, e TI- Tecnologia da Informação - da Câmara Municipal de Curitiba. Eu, de antemão, já faço a menção aos Vereadores presentes. Costumo dizer que é algo natural, consuetudinário, ouso e costumo, a própria Casa nesta Legislatura, que tenta resgatar definitivamente a confiança, a credibilidade, que ficou um pouco arranhada há algum tempo, colocando as pessoas certas nos lugares certos. Então, nesse sentido, sabemos que as Comissões Permanentes da Casa são proporcionais às bancadas que são eleitas, porque lembramos que o poder deste País emana do povo e em seu nome é exercido por representantes eleitos pelo povo. Nesse sentido o Presidente da Comissão de Urbanismo e Obras Públicas, uma das dez comissões permanentes e agora recentemente, com a mudança da tecnologia de informações, é o Vereador, já no seu segundo mandato, arquiteto que estagiou no IPPUC, que foi líder estudantil na PUC, e da mesma forma hoje preside esta comissão, o Jonny Stica, do Partido dos Trabalhadores. Lembrando que solicitei pessoalmente, pela amizade que nutro, pela estima que tenho pela família, porque fui colega do seu pai, tenho esse privilégio de ter sido colega do irmão de um, do pai de outro. Da mesma forma quero saudar o Vereador Felipe Braga Côrtes, que a exemplo desses colegas dá uma inestimável contribuição. A formação profissional do Felipe Braga Côrtes é engenheiro civil,

Upload: hoanghanh

Post on 01-Dec-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Câmara Municipal de Curitiba

ATAS DAS REUNIÕES

ATA DA 4ª AUDIÊNCIA PÚBLICA DOPLANO DIREITOR DE CURITIBA SOBREMOBILIDADE URBANA ETRANSPORTE DA COMISSÃO DEURBANISMO, OBRAS PÚBLICAS ETECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO,REALIZADA NO DIA SETE DE AGOSTODE DOIS MIL E QUATORZE, SOB APRESIDÊNCIA DO VEREADOR JONNYSTICA.

Às 14h30 dá-se início à reunião com a presença dos seguintes dos Srs.Vereadores: Jonny Stica, Felipe Braga Côrtes, Bruno Pessuti e Toninho daFarmácia; com a ausência do Vereador Hélio Wirbiski.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Salamuni):- Boa tarde a todos os meusconcidadãos, aos técnicos e gestores da nossa Prefeitura, da Câmara Municipal,servidores efetivos desta Casa, dos coletivos dos gabinetes dos vereadores. Vamosdeclarar aberta esta Audiência Pública sobre mobilidade urbana e transporte, que éuma iniciativa da Comissão de Urbanismo e Obras Públicas, e TI- Tecnologia daInformação - da Câmara Municipal de Curitiba. Eu, de antemão, já faço a mençãoaos Vereadores presentes. Costumo dizer que é algo natural, consuetudinário, ouso ecostumo, a própria Casa nesta Legislatura, que tenta resgatar definitivamente aconfiança, a credibilidade, que ficou um pouco arranhada há algum tempo,colocando as pessoas certas nos lugares certos. Então, nesse sentido, sabemos que asComissões Permanentes da Casa são proporcionais às bancadas que são eleitas,porque lembramos que o poder deste País emana do povo e em seu nome é exercidopor representantes eleitos pelo povo. Nesse sentido o Presidente da Comissão deUrbanismo e Obras Públicas, uma das dez comissões permanentes e agorarecentemente, com a mudança da tecnologia de informações, é o Vereador, já no seusegundo mandato, arquiteto que estagiou no IPPUC, que foi líder estudantil na PUC,e da mesma forma hoje preside esta comissão, o Jonny Stica, do Partido dosTrabalhadores. Lembrando que solicitei pessoalmente, pela amizade que nutro, pelaestima que tenho pela família, porque fui colega do seu pai, tenho esse privilégio deter sido colega do irmão de um, do pai de outro. Da mesma forma quero saudar oVereador Felipe Braga Côrtes, que a exemplo desses colegas dá uma inestimávelcontribuição. A formação profissional do Felipe Braga Côrtes é engenheiro civil,

Vereador do PSDB que compõe esta comissão a qual já presidiu no passado recente,e insistiu na colocação na tecnologia da informação em uma Comissão permanente enesta Comissão para ficar bem alocado. Então, também da mesma forma fazer esseregistro. O nosso mais novo integrante é o Vereador Bruno Pessuti, do PSC, que éengenheiro mecânico também. O Bruno também preside a Comissão Permanente,pela primeira vez nesta Casa, de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável etambém faz parte desta comissão. Então, é uma comissão que está bem abalizada.Solicito aos presentes., para podermos dar início a esta Audiência Pública, que fazparte do mosaico que está sendo tecido para o Plano Diretor da Cidade, não há umaúnica reunião, uma única forma de fazer. Nós gostaríamos de dar uma ampladivulgação. Hoje mesmo a CBN e outras rádios desse porte, a imprensa toda,colocaram muito claramente a importância dessa audiência pública. Eu agradeço.Vou passar a presidência ao Vereador Jonny. Faço um registro ao EngenheiroAntônio Borges dos Reis, que por alguns mandatos foi colega, sempre Vereador, a(E)

exemplo do Vereador Felipe Braga Côrtes, que postula uma vaga na Assembleia.Esperamos que logre êxito porque é um quadro capacitado para o povo do Paraná.Sejam bem-vindos, está aberta a reunião. Agora a condução dos trabalhos fica porconta do nosso Presidente da Comissão de Urbanismo, Vereador Jonny Stica. 

(Passa a Presidência para o Vereador Jonny Stica) 

O SR. PRESIDENTE:- Boa tarde a todos. Sejam todos bem-vindos.Vereadores aqui presentes, da Comissão de Urbanismo, a todos vocês, sejam deentidades, de profissionais ligados a área de mobilidade, transporte, ou de umaforma geral habitantes da Cidade de Curitiba preocupados com o futuro de nossaCidade, num momento ímpar e caro a este Parlamento. Um momento de maiorestima deste Parlamento, de carinho, que é pensar o futuro de Curitiba. Umaoportunidade única nesta Legislatura, porque não são todas as Legislaturas quepodem rever o Plano Diretor, é a cada dez anos. Então, estamos num desafioenorme, de rever o Plano Diretor de Curitiba. Esse desafio acontece a cada dez,conforme prevê o Estatuto das Cidades, que regimenta isso e coloca como direito edever das Câmaras Municipais, discutir o assunto junto com o Poder Executivo, daforma mais ampla de democrática possível. Por isso, é muito importante aparticipação de todos vocês. O tema de hoje é mobilidade urbana e transporte, umdos temas que talvez mais nos preocupe, que preocupa a Cidade de Curitiba, porquede fato a Cidade tem um índice muito grande de motorização. São em torno decinquenta mil veículos ano sendo incorporados na Cidade. Então, há um inchaço decarros na Cidade, que acompanha mais do que o crescimento da população. É umaumento do próprio índice de motorização. Isso está culminando num trânsito maislento, numa diminuição da qualidade de vida, uma maior poluição da Cidade.Temos muitos carros com uma pessoa somente, e na condução, o restante do carrovazio, na maioria dos deslocamentos, emitindo fumaça, poluição, CO2, e o que

acontece é que isso é incalculável numa Cidade. Há estudos que tentam codificar oprejuízo, que é um congestionamento. Além de tudo é a diminuição da qualidade devida. Então, esse é o desafio. E como resolvemos isso? Resolvemos pelo queCuritiba é conhecida, como já teve em seu passado, no explendor, e ficoureconhecida em todo mundo como Cidade planejada, com projeto, com vontade deinovar, de fazer diferente, de colocar o que é de melhor na Cidade. Temos exemplosem cidades de todo mundo em que se incentiva o transporte alternativo, seja debicicleta que foi tema da última audiência. Mesmo sendo parte do tema demobilidade, achamos por bem, Sr. Presidente, que fosse feita naquela ocasião, naúltima audiência, antes do recesso, simplesmente bicicleta. Porque é um tema quetem conseguido evoluir muito em Curitiba, é uma meta da Prefeitura em triplicar onúmero de ciclovias. Está sendo feito. Já começamos com a ciclofaixa, as faixascalmas. É um modal que tende a ser o futuro da Cidade também. Transporte coletivoé fundamental. Não dá para pensar numa cidade sem uma rede de transportecoletivo inovador, integrada a todos os demais, com faixas exclusivas, para que sejasempre mais rápido utilizar um ônibus do que um carro, utilizar um metrô do queum carro. Enfim, a prioridade para o transporte coletivo. E tem o próprio veículo,que não é somente incentivando o transporte alternativo coletivo que vamosmelhorar as vidas. Acho que são importantes algumas obras sim, mas nunca vaiacompanhar a demanda e o crescimento dos carros. No entanto, com algumas obrasvocê consegue diminuir muito o trânsito, como as trincheiras na Linha Verde, comomergulhões na Cidade, que Curitiba ainda não tem essa cultura, mas em algumascidades conseguiram melhorar muito o trânsito, a exemplo de Madri, onde todacidade é costurada por mergulhões e você sai de um ponto a outro a 500m de(K)

distância, 1 km de distância, saindo da principal área de trânsito. Então, é possívelsim também soluções para o carro. Agora, tudo isso custa muito, depende deprojeto, depende do empenho de gestores para que possam alinhar isso à esferamunicipal, estadual, federal, na busca de recursos. E, somente com projetos se buscarecursos no Brasil, porque há muitos recursos, mas poucos projetos. E nessa área demobilidade nós tivemos o maior incremento da história de Curitiba agora com ometrô, quatro bilhões e meio. E deve ser a primeira referência, talvez não umprojeto que seja consenso de todos, mas é um projeto que vai conectar o CIC aoSanta Cândida, vai passar pelo Centro, vai ligar de certa forma a Cidade. Seintegrarmos isso a outros modais, a outros eixos de transporte coletivo, talvez osradiais, é um debate técnico, mas podemos ficar por horas discutindo aqui qual seriaa melhor solução. Mas, o importante nesse momento é ouvirmos nossos convidadospalestrantes.

O SR. PAULO SALAMUNI:- Vereador Jonny Stica, em cima do que V.Exa.fala, nós não podemos esquecer que fizemos uma revisão da Lei Orgânica doMunicípio de Curitiba recentemente, no final da legislatura passada. E, nessarevisão, fizemos uma opção clara, os representantes do povo, foi votado aqui, comaudiências públicas, que o coletivo se sobreporá aqui ao individual, que a alternativa

de modal haverá de acontecer aqui na Cidade. E, para isso, tem um custo essaimplantação. Tem um ônus! Isso não vai acontecer por osmose. Isto que nós vamosbuscar, que o coletivo sempre tenha preferência em relação ao individual. Isso estána Lei Orgânica, que é a Constituição da Cidade.

O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Presidente Paulo Salamuni. É de fatomuito importante essa alteração na nossa Lei Orgânica, muito desejada há muitosanos na Cidade, nesse parlamento em especial. Era um tema que sempre entrava napauta, mas não era concluído, e tivemos a felicidade de concluir. Eu gostaria dechamar os nossos convidados para a Mesa, e depois da fala deles passaremos para aparticipação popular, que contribui de forma organizada com o Plano Diretor,porque estamos filmando tudo, taquigrafando. Tudo isso está sendo registrado eenviado ao CAU- Conselho de Arquitetura, que assinou um convênio com a nossainstituição, Câmara Municipal de Curitiba, e tudo isso está sendo sistematizado paraque as ideias não sejam apenas registradas, mas de fato se tornem lei. Nós queremosproduzir um documento com todas as sugestões dadas aqui. É um processodemocrático, assim como é feito aqui, no Conselho, e todos estão convidados aparticipar. Vejo muitos que estão sempre participando, o Milton Gonçalves, váriaspessoas que aqui continuam a participar, também lá no Conselho de Arquitetura,onde a cada duas audiências é feita a sistematização. E essa proposta de textosistematizada será enviada ao Poder Executivo, à Prefeitura, para que possa ter umregistro popular, documento da Câmara Municipal, com a participação social,popular. E na inauguração do plano do Poder Executivo, que é o responsável de fatopor essa proposta enviada à Câmara, ou seja, a Prefeitura que elabora a proposta queé enviada à Câmara, seja anexada desde o início, ideias que já venham da CâmaraMunicipal, junto com a Cidade ouvida, para que não seja aquele processo atrasado,antigo, onde a Câmara recebe o projeto no final do ano, em dez dias aprova tudo,numa audiência, para que apenas conste que houve participação, mas não houve defato. Nós queremos fazer diferente, vamos ouvir, a cada quinze dias estamosfazendo as audiências. Talvez esse prazo mude um pouco, até por conta de umanecessidade eleitoral, porque são quatorze candidatos aqui da Câmara e isso faz comque repensemos o calendário. Mas, vamos continuar fazendo as audiências, isso serádivulgado, temos o Facebook, temos o site da Câmara, onde é possível acontribuição, e temos todo o canal direto também com a Prefeitura, que o IPPUC(M)

também tem o seu site e faz todas as sugestões. A próxima data do grupo de estudosdo Conselho de Arquitetura será dia 16 de agosto. Então, quem quiser já anotar nasua agenda, isso tudo tem lá no nosso site. Gostaria de chamar os convidados: ValterFanini, que é vice-presidente do Senge/PR, Sindicato dos Engenheiros, e assessor depolíticas públicas do CREA/PR; Olga Mara Prestes, representante da Urbs, que éarquiteta da área de projetos da Urbs; a Luiza Simonelli, Secretária de Trânsito,sempre presente aqui na Câmara, e vai dar uma contribuição também muitoespecial. Chamo também à Mesa os representantes do IPPUC, que representamneste ato o Sérgio Pires, presidente da instituição: a Ariadne Mattei Manzi,

supervisora de planejamento do IPPUC; o Márcio Augusto Teixeira, coordenador demobilidade urbana. Então, a Mesa está bastante completa, nós optamos por fazermais sugestões com um menor tempo cada dessa vez, por conta da complexidade dotema de mobilidade. Também gostaria de registrar a presença dos VereadoresMauro Ignacio, presidente da Comissão de Educação, Cultura e Turismo, e Professora Josete, membro da Comissão de Serviço Público. Agora passo a palavraao Valter Fanini, para a sua explanação. Fanini, pedimos que seja feita a suaapresentação em quinze minutos. Depois será feita a apresentação de quinzeminutos também da Luiza e as demais apresentações de dez minutos, para que dêtempo de ouvirmos todos os convidados e, se possível, concluirmos às 17h. Com apalavra o Valter Fanini, para que possamos iniciar os trabalhos.

O SR. VALTER FANINI:- Boa tarde a todos. É um prazer estar aquirepresentando simultaneamente o Sindicato dos Engenheiros e o CREA/PR, ondeexerço funções bastante distintas, em uma sou vice-presidente, na outra sou assessorde políticas públicas. Mas atendemos ao chamamento da Câmara para esse debate econtribuir com as ideias dos engenheiros sobre uma questão urbana, uma questãoespecificamente da mobilidade. É um tema complexo, intrincado, de difícilabordagem, uma abordagem que seja significativa e ampla, que aborde todas as suasvariantes. Por isso, geralmente costumamos abordar esse tema por setores, ou porpartes, ou por aspectos. Eu preparei uma exposição aqui que, obviamente, não erapara quinze minutos, então não sei o que vou fazer. Mas vou começar a falar e emalgum momento vou interromper, né? Então, vamos lá. Na realidade, eu queriacolocar aqui quais são os desafios para o planejamento na mobilidade em Curitiba eRegião Metropolitana. Temos um modelo de planejamento que não é um modeloúnico, ele se desenvolveu na história de Curitiba, começa com maior intensidade em1940, 1943, e se prolonga até hoje com diferentes lógicas; nunca tivemos umalógica única de planejamento, trafegamos por várias lógicas de planejamento quetiveram resultados diferentes. Então, queria abordar sob dois aspectos os desafiospara o planejamento: a primeira parte, o processo de formação do sistema demobilidade. Afinal de contas, nós temos o sistema de mobilidade em Curitiba que(L)

funciona, foi objeto de planejamento e também de não planejamento. Gostaria demostrar o que é planejamento e o que é não planejamento. E, na segunda parte, quedesafios que representa avançar nesse processo. Nós temos uma história, umalógica, um processo que nós temos que avançar. A cidade muda, a dinâmica dacidade muda, a dimensão da cidade muda e o que você fez no passado não te lançapara compensações concretas e seguras para o futuro. Então, essa é minha tentativaaqui que vou fazer rapidamente. Então, vou falar sobre esse processo de formaçãodo sistema de mobilidade de Curitiba, pelo viés, três viés: a criação dos espaçosviários, a formação de infraestrutura e o sistema de transporte público. Vou passarrapidamente só colocando a lógica desse processo, talvez a ONG possa colocardepois com mais detalhes os fatos. Então, é fundamental, toda mobilidade se dá emcima de espaços, nós queremos espaços públicos em Curitiba e Região

Metropolitana, estamos criando sob diversas óticas, a primeira delas e a maisfamosa é a lógica estabelecida pelo Plano Agache em 1941, 1943, com o princípioda carta de Atenas, com a distribuição da cidade em setores funcionais. Ele propôs omodelo viário para Curitiba na visão radiocêntrica e com vias perimetrais, ou seja,uma série de vias diametrais e radiais, que esse desenho era o desenho que mais seadequava ao modelo da cidade multifuncional separada espacialmente em suasfunções. Esse era o modelo que se aplicava no mundo inteiro, não era só emCuritiba, esse era o modelo de urbanismo da época, carta de Atenas, a ideia de viasperimetrais, de vias radiais, um centro comercial forte, zonas industriais, zonas deserviço, centro cívico, zona de lazer, zona de habitação, parques, essa lógica. Então,ele produziu efeitos benéficos, muitos efeitos, nós temos além de reservas deespaços interessantes em Curitiba, exerceu uma enorme influência na organizaçãoviária. Não se figurou sistema perimetral, isso não foi implantado, mas o queefetivamente foi implantado é o plano das avenidas que já tinha sido estabelecidoem 1942, já vinha sendo estudado pela Prefeitura de Curitiba e foi reafirmado peloPlano Agache como sistema diametral e sistema radial. O que aconteceu? O Plano(Inaudível) que é dentro do Plano Agache, abriu enormes espaços viários que são osfundamentos hoje da circulação viária de Curitiba. Se você pega a 7 de setembro,que é um corredor de transporte, ele foi aberto aí, a Visconde de Guarapuava, todosistema reticulado, que se dá ao sul de Curitiba, ocupando as partes mais planas,foram estruturados núcleos para a ideia do Plano Agache, mas pelo instrumento queo Plano Agache criou do plano de avenidas que já havia sido gestado dentro daPrefeitura de Curitiba, ele abriu os grandes espaços viários que nós estamos usandoaté hoje, ou seja, ele foi até a Kennedy, por ali, ele incorporou uma série dediretrizes que já estavam estabelecidas, Avenida Paraná, Kennedy, mudou todas asradiais, que eram os caminhos antigos, ele deu uma ordem, então, mais para o PlanoAgache, o plano das avenidas prestou esse grande serviço a Curitiba, e é fruto de umplanejamento estabelecido, formal, histórico e extremamente importante paraCuritiba. Então, nós deveríamos usar esse Plano Agache, (inaudível) o maior porteem termos de sistema estrutural hoje ainda em Curitiba. Então, nós estamos falandode espaço viário, de função viária, mas depois do Agache e (inaudível), em 1964, oPlano Serete que muda completamente a lógica, eu não vou entrar em detalhes dalógica urbanística, que desmonta a lógica dos setores especializados, divisão(Inaudível) para uma lógica mais orgânica e proponho uma exposição da cidade emeixos, mas eu posso dizer, o plano Serete apesar do impacto que ele teve, ele nãoteve o impacto em abrir novos espaços viários, ele teve o impacto de reformular,formar infraestrutura viária, isso vamos ver depois, mas não abriu grandes espaçosviários, o que ele abriu efetivamente de porte, importantíssimo, são as viasconectoras, as cinco, um, dois, três, quatro, cinco, e a quinta aqui que virou o eixode adensamento nova Curitiba. Então, o que nos deixa como legado de espaçoviário, o 64, o Serete e todas suas modificações, efetivamente foram as conectoras.Porque tudo que foi implantado, em termos de mobilidade, que são os grandes

corredores, as vias prioritárias, que fazem conexão entre eixos, tudo isso os dois(I)

passos viários já preestabelecidos lá no Agache, ou em processo de parcelamento dosolo. Saindo de Curitiba, temos dois grandes momentos estruturantes em termos dosistema viário, que é o Plano Agache. Em termos de Região Metropolitana, é umaformação mais tardia. Somente em 76 crescia um processo de planejamentometropolitano e o primeiro desenho de propostas, que é mais ou menos umareprodução da Carta de Atenas, mas na escala regional, ou seja, a especialização dascidades em torno do polo, e a sua conexão através do sistema viário. Tambémproduziu uma série de diretrizes viárias, aí já mais no entorno ali, duas linhas decontorno, e uma série de vias que estão aí, algumas implantadas, e outras ainda emprojetos, e outras esquecidas nos cadernos de planejamento e enterradas nabiblioteca da Comec, talvez, mas pouco implantadas. Mas é importante dizer queproduziu uma realidade de reserva de espaços importantes já na época, em 76. Esseplano regional foi revisitado somente em 2000, quando a entidade metropolitana fezo primeiro documento tentando redefinir o que é o sistema de área metropolitana. Oprimeiro documento, e uma das poucas deliberações do conselho deliberativo daRegião Metropolitana, que assinou na época o governador do Estado, com JaimeLerner e tudo o mais, porque isso foi uma tentativa de dizer o que é metropolitano eo que não é metropolitano. Quem quiser visitar esse documento está lá, ele define oque é metropolitano e porque é metropolitano. Ele é um importante documento degestão, e passou a ser usado pela Comec, na época, como instrumento para gerir epreservar alguns espaços e definir o tipo de intervenções em algumas vias que eramditas como vias com função metropolitana. É um instrumento até hoje de gestão noâmbito da Comec. Somente em 2006, tardiamente, a partir de um estudo que se fezfísico territorial para uma nova abordagem dos limites da expansão da metrópole, ouseja, considerando que Curitiba e a Região Metropolitana é um espaçoabsurdamente condicionado sobre o aspecto físico territorial por questões de baciasde mananciais e por formações geológicas importantes que não podem ser ocupadas,percebendo que a lógica e as propostas de 76 não poderiam mais funcionar, eraimpossível conter Curitiba dentro dos limites. O derramamento que não se desejava,no outro município, já tinha acontecido, e você já não tinha Curitiba uma cidademetropolitana, era necessário não mais imaginar o conjunto de cidades autônomas,mas sim você estruturar uma metrópole, e essa metrópole se expandiria em algumadireção. E a única direção possível era ao Sul/Leste. O presidente faz uma propostade um novo conjunto de diretrizes viárias que estão aqui, basicamente à Leste, e umoutro conjunto de conexão com cidades já estabelecidas, que novamente redefinemum conjunto de espaços de vias novas que darão sustentação a uma nova metrópole,daqui a trinta, quarenta, ou cinquenta anos, ao mesmo tempo preenchem o vazio deconexão para o tecido urbano que se formou no entorno e nunca foi estruturado, enunca foi conectado a Curitiba, ou entre si. Em 2006 se refaz essa leitura e tem umanova contribuição de abertura de novos espaços viários para a formação de umarede de transporte, aí sim, ela não define qual é a função, só define qual é o espaço

viário, porque a função precisa ir muito além, precisa abrir o modelo de uso do solopara a grande metrópole, coisa que ainda nós não temos. Você não constrói modelode transporte e modelos do sistema viário se você não controla o modelo detransporte. O modelo de transporte é um modelo de uso do solo metropolitano,ainda não está construído. Além disso, os municípios tardiamente, principalmenteAraucária, Pinhais, fizeram os seus planos viários e reservaram espaços na RegiãoMetropolitana. Todos os demais municípios só fizeram isso a partir da década de 90,início da década de 2000, tardiamente. Observar aqui que (inaudível) se dá muitoem Curitiba. Curitiba, além dos dois projetos históricos de reserva de espaço viário,sistematicamente, trabalha com os decretos de diretrizes viárias sempre abrindo econectando alguma via. Sempre que você vai fazer o parcelamento do solo você vaitopar com uma diretriz viária que não faz parte de um grande plano de sistemaviário, mas é um modelo mais de gestão viária do que de planejamento viário. Isso(J)

também vem construindo espaços viários interessantes em Curitiba. Então, querodizer o seguinte: nós temos um processo histórico que construiu muitos espaçosviários, nós temos uma quantidade de espaços viários já reservados, já sob domíniopúblico e temos um outro conjunto de espaços viários delineados como diretrizesainda na mão dos proprietários e que não passaram para o domínio do poderpúblico. E essa é uma questão nossa: nós vamos dominar essas áreas, nós vamosassumir essas áreas de interesse público e vamos reservá-las, ou vamos deixá-lasprioritariamente sendo decadentes, sendo ocupadas por efetivos interesses privados.Bom, além dos planos, existem outros processos sem planejamento que geram maisespaços viários que os planejamentos. O planejamento gerou os espaços viários,mas o não planejamento gerou mais espaço viário do que o planejamento. Osantigos caminhos que têm ene aqui, se pegarmos a República Argentina,rurais,Anita Garibaldi, Erasto Gaertner, todos esses são antigos caminhos, né, que são,dentro ) corredores, não foram objetos de planejamento, são caminhos(inaudívelantigos, caminhos históricos. As faixas de domínio de linha de transmissão, né,quantas nós temos na Avenida das Torres, as rodovias estaduais e federais, faixa dedomínio das antigas ferrovias, em vias de acesso aos loteamentos formam a maiorparte dos espaços viários. Esse último aqui eu diria que forma 80% dos espaçosviários, porque toda a Região Metropolitana, todas as cidades da RegiãoMetropolitana, Pinhais, Piraquara, Colombo, Almirante Tamandaré, Fazendo RioGrande, quem definiu os espaços viários foram os loteadores, não foi o PoderPúblico, o Poder Público carimbou uma planta, onde se estabeleceu o conjunto deespaços viários. Curitiba, a partir do plano de avenidas, que acho que formam todosos grandes bairros, também, o processo foi o mesmo, defoi o processoparcelamento. Graças a Deus, em Curitiba, pelo menos a Prefeitura exigia acontinuidade das ruas, o que não acontece na Região Metropolitana, nos municípiosda Região Metropolitana, que nem há continuidade das vias, cada loteamento tem asua via e uma não continua depois da outra. Então, é uma tentativa "herculhera"você tentar hoje fazer mobilidade nos municípios do entorno. Então, nós temos o

processo histórico que nos delegou um conjunto de espaços viários. O que nósfazemos com esses espaços viários? Quando eu digo o que nos fazemos com essesespaços viários, vou dizer como nós formamos infraestrutura sobre os espaços. Omesmo espaço viário, dependendo a função que você dê a ele, ele muda acaracterística. A República Argentina foi um caminho de carroça, depois foi umavia geral, de uso geral, depois foi uma linha de ponto, depois foi uma viapavimentada de uso geral e depois foi um corredor de transporte com vias locais dealta densidade. Então, o mesmo espaço viário pode assumir funções diferentes aolongo do tempo, depende de que tipo de cidade, de que tipo de ordenamento, quetipo de organização que você queira dar a ele. Então, isso foi sendo mudar de acordocom o projeto de planejamento. Desculpe entrar agora numa questão um pouco...Mais cinco minutos? O que eu ia dizer aqui é o seguinte: a infraestrutura vai sendocriada da lógica o seguinte. A lógica da infraestrutura é como adéqua a forma naestrutura dessa via entre com obra para adequar a modalidade que vou operar. Se elaé uma calçada, se ela é uma via exclusiva para pedestre, se ela é para bicicleta, se épara ônibus, se ela é para uso geral. Então, vejam só, quando eu abro o espaço viárionem sempre eu definir qual é a infraestrutura que eu vou colocar neste lugar. Ainfraestrutura vai depender do tipo de função que eu queira dar e essa função estámudando o tempo todo e depende de que cidade, de que ordenamento, de uso que euesteja dando para a cidade. Isso pode mudar o tempo todo. Um corredor deautomóvel posso, dependendo da política q eu adoto para a cidade, no dia seguinteposso chamá-la numa rua de pedestre. Então, não há uso definitivo para os espaçosviários. Eu posso mudar com o tempo e isso nós temos que perceber noplanejamento, nada é permanente na cidade. A cidade tem que ser feita o tempotodo e mudada para os interesses de quem habita, para a sua economia. Quanto aessa lógica do uso da via, posso estar dando pela função, pela modalidade, possoestar dando pela hierarquia. Se eu quero que a via seja uma via de acessibilidade ouse ela seja uma via de mobilidade. O que é uma via de acessibilidade? Uma via de(P)

acessibilidade é uma via dedicada ao acesso. A prioridade é acessar e não sedeslocar e a outra, a prioridade é deslocar e não acessar. Curitiba tem feito muitobem isso. Esse é o gráfico que representa tudo isso e não vou entrar no mérito, masquando você tem mobilidade você não tem acessibilidade, porque as duas coisas nãopodem viver juntas. Seu eu tenho via para deslocamento, ela não pode ser prioritáriapara acessar e se ela serve para acessar, ela não pode servir para deslocar, porqueessas duas coisas entram em conflito. As vias centrais são vias para acessibilidade eas vias laterais, as vias externas, são via para a mobilidade. Por isso que a via centralconcentra todo o comércio e a via externa só tem residências, que demandam umdécimo da acessibilidade que demanda o comércio. Então, tem lógica? (Inaudível)...é um exemplo bem acabado da boa distribuição dessas funções da acessibilidade. OPlano Agache era explícito em mobilidade e implícito de acessibilidade. Eu não vouentrar no mérito. O Plano Serete já é o contrário, ele é explícito em acessibilidade eimplícito em mobilidade. Ele não faz as duas coisas e nenhum dos dois fez as duas

coisas simultaneamente. Agora o que eu digo é que você tem que fazer as duascoisas simultaneamente. Talvez esse seja o grande passo que Curitiba tem que dar, aexplicitação das duas coisas. E se tem explicitado muito a questão da acessibilidade,ou seja, o sistema (inaudível)... todo sistema viário, ou seja, o uso do solo é definidopara definir o padrão de acesso, mas o padrão de deslocamento, de mobilidade, nãoestá sendo definido. E isso é uma falha, porque tem um ...(inaudível) no processo deintervenção, porque a intervenção eu faço a cada momento, já que o espaço viárioestá ali, a intervenção que é difícil definir. O Plano de Desenvolvimento Integrado,pelo contrário, ela é implícito em mobilidade e explícito em acessibilidade. Osistema viários dos municípios são de planejamento local. Eu vou passar para oprocesso de ajuste de transporte público. Nunca tivemos um plano de longo prazo,ele foi sendo formado por um processo de reajustes sucessivos e eu colocaria aqui osistema de vias radiais... (inaudível) Aqui embaixo vou ter mais o metrô, ou seja, eufiz sempre ajustes sucessivos a partir de uma percepção do crescimento da demanda.A pergunta é, eu posso continuar fazendo intervenções no sistema de transporte apartir da verificação de acertos, erros e reajustes, sem ter ideia de qual é o modelofuturo de transporte que eu vou ter? Esse é o desafio que coloco aqui, que sãodesafios para o plano de Curitiba. Vou listar quais são os grandes desafios...(inaudível). Até hoje fomos muito intuitivos e acertamos, porque ninguém pode tirardo planejamento, que é fundamental. Se você tirar você aniquila todo o processo decriatividade. Mas depois da intuição vem a dimensão e você tem que adotar modelosquantitativos. O arquiteto projeta uma residência mas atrás tem que vir umengenheiro dizendo qual é a dimensão das vigas ou da estrutura. Se você nãodimensionar a edificação, por mais bem planejada que tenha sido, cairá. A partir devocê intuir qual é o melhor modelo de uso do solo, mas todas as infraestruturas detodas as redes têm que ser quantificadas e calculadas e aí é um trabalho obviamentemais de engenheiros. O engenheiro também é urbanista. O advogado e o sociólogotambém são urbanistas, enfim urbanista não é só o arquiteto. A questão dourbanismo talvez seja a disciplina mais multidisciplinar que exista. Então, o grandedesafio é você partir para quantificar e saber onde estar falhando hoje, apesar de serfeito conceitualmente na dimensão. A dimensão dele não dá conta das viagens queele atrai nem no corredor e nem nas vias rápidas. Cada corredor desses precisaria tersessenta metros para dar conta das viagens que ele atraí, tanto o corredor do ônibusquanto os corredores laterais do tráfego em geral. Se tivéssemos dimensionado láatrás saberíamos que em dois mil e poucos ele estouraria a capacidade. Precisamosseguir no Plano os modelos quantitativos, além dos modelos efetivos que sãoindispensáveis. Orientar de forma efetiva o investimento, nós não temos o plano,(G)

o plano móvel que foi feito em Curitiba ele chega no conjunto de diretrizes, ele nãoé plano executivo. Ele não orienta a ação do setor Poder Público, precisa avançar epara avançar, o plano executivo precisa quantificar, eu preciso definir um modelo deocupação do solo para a cidade metropolitana. Eu tenho o modelo do uso do solopara Curitiba. E esse modelo foi estruturado para a região metropolitana inteira, por

que o modelo de transporte que funcione para Curitiba será morto, sufocado,liquidado pela demanda da região metropolitana. Então não adianta criar um modelode transporte para Curitiba hoje. Curitiba tem hum milhão e setecentos, no ano de2020 a população no entorno, o cidadão da cidade metropolitana curitibana, terámetade de fora, metade para dentro, se eu fizer só com o território curitibano euvou..(término do tempo).

O SR. BRUNO PESSUTI:- Para concluir.O SR. VALTER FANINI:- ..relacionar o modelo de ocupação da região

metropolitana, é o modelo de transporte. Todas as figuras que eu mostrei para você,elas são todas efetivas. Eu participei muitas delas, entendeu do sistema viáriometropolitano, estive envolvido com os técnicos e nós sabemos as limitações quetemos, nunca foram notados os instrumentos que nós pudéssemos avançar e oplanejamento a partir dos anos 80, perdeu toda no campo político, perdeu e ficoutido como uma coisa da ditadura, planejar era coisa de militar, quer dizer, perdeuprestígio. Então o módulo metropolitano extinguir, foi deixado esvaziar, hoje temquatro técnicos, hoje já tem uma centena imaginem você deixar o órgão responsávelpelo departamento metropolitano e se extinguir, se esvaziar, morrer sozinho. Bomvamos para o próximo: redesenhar a rodoviária de Curitiba, redesenhar o transportecom a rede do transporte público, estabelecer prioridades funcionais ou seja, nãoadianta eu abrir o espaço qualquer, tenho que saber quais são as funções. As funçõesiram dizer qual é a dimensão, que função ela usa, e dentro da função qual é a formana hierarquia, e se ela é prioridade para transporte público, se ela é prioridade parauso geral para carga. Um entra e sai, contrato que passa e tudo mais, e seguirterminando o seguinte: não adianta você ter um plano, eu não vou fazer os planos,plano só serve se fizer um pacto em cima desse plano. Se eu fizer um pacto de umplano muito bem elaborado, bem fundamentado tecnicamente, com todos osurbanistas...(inaudível término do tempo)...vai perguntar para o CAU, vai perguntaronde está, como está os estudos, que justifique essa ou aquela intervenção e nãotem. Então era isso, isso tudo para dar um salto no planejamento, esse salto se daráem nível de região metropolitano e acho que Curitiba, pela fragilidade da estruturaque foi instalada no Estado hoje, que não tem nada e quase nenhuma importânciapor ser região metropolitana. Acho que Curitiba tem que assumir essaresponsabilidade, e provocar e cobrar que se inicie um processo mais rigoroso doplanejamento metropolitano, ou até fazer. É isso aí pessoal, obrigado

O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Fanini. O tempo que ultrapassou não éculpa do Fanini, quem passou para ele era que tinha mais tempo. Vamos chamar aLuiza Simonelli, nossa secretária do trânsito, para que possa também falar a todosnós, quinze minutos.

A SRA. LUIZA SIMONELLI:- Obrigada, Vereador Jonny Stica, VereadorBruno Pessuti e Vereador Mauro Ignácio, Vereador Toninho e o Luiz Felipe queteve que sair, acho que primeiramente tenho que parabenizar essa comissão, porconta desta discussão tão oportuna, tão necessária e tão madura, tão oxigenada que

está esta Câmara Municipal, tão responsável e a população hoje entende que é o(A)

momento, que a Câmara merece este momento de deslumbre, este momentobrilhante que vive por conta de todas as discussões que tem trazido e pelamaturidade que tem hoje por conta do que passou e do que está vivendo nestemomento. Então, quero parabenizar os Vereadores jovens de mandato, os jovens deidade também que estão aqui, Fanini parabéns pela exposição. Não há o que se falarem qualquer tipo, como bem disse o Fanini, qualquer mudança em planejamento.Mas eu lá na Secretaria tenho me deparado com algumas situações atípicas e aquitem todo o meu grupo técnico, estão aqui comigo, em que pese termos falado emvias arteriais. Aqui fazendo um particular, uma amiga minha um dia me disse que ocasamento dela não deu certo, durou vinte anos. Claro que deu certo. Durou vinteanos e não deu certo? Então, o transporte coletivo de Curitiba por muito tempo eledeu certo. Brilhantemente o Prefeito Jaime Lerner foi buscar essa ideia dascanaletas, de se agregar a faixa exclusiva para aquele ônibus, ele deu certo, saturou.Nos anos 90 foi uma vinda muito grande de pessoas do interior do Paraná por contade toda a magia que Curitiba tinha até então. As pessoas vieram para ter uma vidamelhor, uma qualidade de vida melhor. A Região Sul é exemplo disso. Então, deucerto aquele tempo, aquele período daquele transporte coletivo de massa, elefuncionou perfeitamente. Hoje vivemos outros momentos e é necessário avançarpara essa questão de outros modais para que a mobilidade exista, para que eu possaconsumir, se for o caso, melhor, para que eu possa me divertir melhor, para que eupossa ter um momento de lazer, mas para que eu possa ir a um parque, ir a umsupermercado eu preciso de locomoção, eu preciso chegar lá. Hoje nós vemos pelafacilidade e tivemos uma notícia esta semana que para nós foi muito comemorada epara a economia nem tanto, o baixo índice de venda de veículos. Pela altamotorização de Curitiba isto é por nós que militamos na área do não motorizado,não é Danilo? E pelo privilégio daquele que tem o veículo, e aqui não satanizar oveículo de forma nenhuma, porque se eu quiser ir a Morretes comer o Barreadoobviamente vou de carro, não vou ser hipócrita e dizer que o veículo é um maldesnecessário para a sociedade. Não, temos veículos de emergência, precisamos dosveículos motorizados, mas que ele não seja tão vislumbrado a ponto de cada umnuma casa... hoje de manhã conversando com uma pessoa do Bairro Novo, ele medisse: "na minha casa somos em três e temos cinco veículos". Então, é uma coisadesenfreada "eu tenho porque é patrimônio. Eu tenho porque é negócio fácil, euvendo, faço negócio rápido com o veículo, é patrimônio, é dinheiro". Em função detudo isso, é necessário que haja o planejamento para que as gestões que virão e queestão aqui, a gestão do Prefeito Gustavo Fruet que é muito empenhada nisso,parabenizar os colegas do IPPUC, a Ariadne, o Márcio, a própria Olga da Urbs quetem se debruçado sobre o estudo de como ter um transporte coletivo melhor, ter essamobilidade assegurada nos próximos anos, mas também com muitaresponsabilidade. Sabe por que, Fanini? Uma coisa que você falou, muitointeressante, temos que pensar nos grandes momentos da Cidade, mas nestes

grandes momentos, está aqui o Maurício Rasera, que é um grande Engenheiro,nosso Diretor de Engenharia; o Limeres, que é o meu Chefe de Gabinete, um grandeArquiteto também, nós temos nos debruçado dia a dia com a necessidade depequenos aparatos que resolvem o problema daquela via, por exemplo, umarotatória na Rua Antônio Brito, próximo do CT do atlético. Aquele aparato vairesolver o problema naquele momento, Vereadora Professora Josete. O metrô é umgrande modal esperado por nós? É. Daqui a cinco, seis anos estará pronto, vairesolver parte dos problemas da cidade em termos de mobilidade. Em oito, dezminutos me desloco do Sítio Cercado ao Centro da cidade. Isso é espetacular, éfantástico, é muito bom. Mas até lá temos que resolver pequenos problemas que nãoforam ajustados e não foram feitos ao longo de décadas pelas gestões anteriores, édesde o alargamento de uma via, até essa rotatória que precisa, até o semáforo que éjustificadamente e comprovadamente necessário. Então, o desafio de trocar a peçado avião com ele em voo. É uma coisa muito complicada para uma gestão como anossa que veio e que se deparou com este momento necessário. E por determinaçãolegal a discussão do Plano Diretor é até um privilégio para nós que estamos aqui nagestão, um vereador jovem como o Vereador Jonny Stica, que é um grande arquitetomilitante da causa de interesse público, porque além de tudo, hoje o meu Diretor deEngenharia, o Maurício Rasera, perguntou para o Limeres: "Limeres como é queestá a discussão na questão da possível especulação imobiliária?" Porque muitas(V)

vezes, dentro do Plano Diretor, há uma especulação de interesse. Então, tudo issoenfrentamos no dia a dia. Como enfrentar a melhoria da Cidade? Como enfrentaruma condição melhor para todos os pontos da Cidade, pensando em melhorar, emelhorando e planejando. Este é um desafio, vou dizer a vocês. Cada vez que vouao CIC, ao Tatuquara e ao Sítio Cercado, confesso a vocês que volto um poucoentristecida como aconteceram às vistas da administração, tanta irregularidade. Ehoje as pessoas estão morando, estão vivendo e temos que ter todo um molde ecuidado para a segurança jurídica, mas para que as pessoas consigam ir e vir. Voupegar um típico exemplo da Rua São José, sítio Cercado. Não tem uma árvore narua, todas as vias são rebaixadas, o comércio foi vindo, as pessoas foram vindo, elesrebaixaram para que fossem comércio, para que ninguém estacionasse na via. Então,tudo isso foi acontecendo sem o devido planejamento e estamos pagando um preçomuito alto hoje. A via é estreita, se estaciona dos dois lados, o coletivo nãoconsegue passar, e coisas nais sérias vão acontecendo. E temos enfrentado a altamotorização, como bem disse o Vereador Jonny Stica, seria o maior número dehabitantes por veículo, a Capital, temos enfrentado essa questão da motorização, osaltos índices de acidentes, especialmente com idoso. A qualidade de vida do idosonessa última década melhorou, ela é visível. Ele consegue ter mais acesso e ter umaqualidade de vida melhor, ele está vivendo mais, mas está morrendo atropelado. Issoé uma maluquice o que está acontecendo. Ele consegue ter uma qualidade de vidamelhor, a questão física e mental melhorou pelo tratamento que ele teve acesso, pelacondição que melhorou neste País, pela condição de educação, mas ele está

morrendo na esquina da casa dele, na panificadora, por conta da alta motorização dacidade, por conta do índice de álcool e velocidade. Então, são desafios, e tenhoconversado muito com o Vereador Mauro Ignacio e com o Vereador Toninho, mastemos que ter a lombada. E esses dias conversando com o Francisco, nossoadministrador Regional, no Cajuru ele nos dizia que ele foi buscar uma pessoa quevinha da Alemanha passear em Curitiba e a pessoa se assustou com tantas lombadas,e perguntou o que era aquilo. É redutor de velocidade. E ele nunca ouvir falar dissona vida. Para nós, se fôssemos atender aqui, temos mil e quinhentos pedidos delombadas em Curitiba. Não sei se tem alguém aqui da escola do Legislativo, masparabéns a todos, porque temos feito um trabalho com a assessoria dos Vereadores eisso tem reduzido muito, por conta do quê? As pessoas entenderam. Ah, lombada,lombada, lombada, tem que ter um estudo técnico para ver o que a via precisa.Enfim, a Cidade andando, crescendo, de uma forma irregular às vistas e a grandeoportunidade que esses Vereadores jovens, como a Vereadora Josete que está aqui,que é militante da causa pública,que sabe que muitas transformações estão dentrodas escolas, onde todos já passamos, ainda assim é um grande desafio da gestão doPrefeito Gustavo Fruet, que tem sido corajoso e como diz ele, nunca dizendo tantonão na vida dele, mas com tanta propriedade e certeza do que está dizendo. É umdesafio extraordinário. Vou aqui dizer a vocês, tenho dito isso sem nenhum tipo depreocupação, porque os infratores de Curitiba são muitos. Até os engravatados.Demais gente, vocês não têm ideia do número. Temos trinta mil autos de infraçãopor conta de radares instalados em Curitiba. Temos pedido de mais de mil pontos deradar em Curitiba. Ao mesmo tempo que se fala que Curitiba é uma Cidade que éindústria da multa, as pessoas veem o aparelho eletrônico como uma forma dereduzir a velocidade e uma forma de garantir mobilidade e segurança. Então, dizer(E)

para vocês que a discussão do Plano Diretor é muito oportuna. Parabenizar aCâmara Municipal por essa discussão, os dois Vereadores que compõem acomissão. A Casa todo neste momento, com este auditório cheio de qualidade • Naverdade, quem está aqui numa tarde, de uma quinta-feira discutindo mobilidade paraa sua cidade, é porque não está só pensando em si, está pensando em um momentodiferenciado, pensando num planejamento, viver melhor não só para si, mas para oseu filho, neto, para a cidade como um todo. Então, gostaria de parabenizar opúblico seleto que está aqui, discutindo. Parabenizar os Vereadores. Estou muitotranquila, estou lá na Setran por um tempo, mas enquanto estiver tenham a certezaque quero sim militar na causa pública em conjunto com a Câmara Municipal, commuita responsabilidade. Sem falatório, não gosto muito dessa coisa da entrevista, doblog, isso me faz mal. Cada vez que venho falar aqui a vocês, falo que é difíciltrocar a peça do avião com ele voando. A gente não acerta tudo. Eu disse esses dias:penso eu que não seja pretensão do Prefeito, nem de nenhum Secretário resolvertudo o que não foi resolvido ao longo de décadas. Uma Cidade como Curitiba quecresceu sem o seu devido planejamento nas últimas duas décadas. Por isso, estamospagando um preço muito caro. E as pessoas que estão lá precisam dessa segurança,

precisam chegar nos seus locais. Trabalham, lutam, e para aquele que adquiri oveículo em sessenta vezes para ele é um grande patrimônio. Agora como vai chegara Secretária de Trânsito e diz a eles, ou qualquer outro Secretário, que o veículoindividual não é privilegiado. Você desmonta a vida da pessoa. "Nossa, compreimeu gol 1.6 em sessenta vezes, estou pagando quatrocentos reais e está me dizendoque não tem valor nenhum para a Cidade?" É difícil dizer isso para essa pessoa.Enfim, fico à disposição, nem tanto porque tenho um compromisso, já haviaavisado, mas se tiver alguma intervenção neste momento, não sei se é possível,estou à disposição. Agradeço a vocês e dizer que estamos aí com uma dificuldadegrande, porém com vontade, com força e com muita vontade. Obrigada. (Palmas).

O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Secretária Luiza. Gosto muito do seu jeitode fazer as coisas, já te falei isso. Não só dá para observar quando você fala, masnas ações da Prefeitura você tem colocado as coisas para funcionar. Até porque senão tiver um pouco dessa cultura arrojada, a máquina não anda. Isso é uma questãode personalidade mesmo, e ajuda muito a gestão. Parabéns. Vou tentar fazer isso daforma mais cautelosa, para não gerar um passivo jurídico, mas fico impressionadode ver o Jaruga, Josete, Toninho, Antônio Borges dos Reis, Felipe Braga Cortes,quatro candidatos que poderiam estar na rua fazendo campanha, mas estão aqui naaudiência pública. Isso me deixa bastante contente. Passo a palavra para a Ariadne,ela que está representando aqui o Presidente Sérgio Pires, ela que é da supervisão deprojeto do IPPUC. Também o Márcio, que vai fazer explanação sobre mobilidade,ele que é coordenador de mobilidade urbana do IPPUC. Então, passamos a palavraao IPPUC - Instituto de Pesquisa Planejamento Urbano de Curitiba.

A SRA. ARIADNE MATTEI MANZI:- Gostaria de agradecer aoportunidade para a Câmara Municipal. Dizer que é sempre muito bom a gentepoder apresentar o nosso trabalho. Com isso, ter o espaço e principalmente aparticipação de pessoas que não sejam oficialmente do corpo técnico da Prefeitura émelhor ainda. Então, o Márcio vai fazer a apresentação e depois passamos aresponder algumas perguntas. Obrigada.

O SR. MÁRCIO TEIXEIRA:- Boa tarde a todos. Sou engenheiro civil doIPPUC, hoje coordeno a parte de mobilidade urbana. A apresentação que eu trouxe

é rápida, sucinta, é para mostrar o que está sendo previsto para essa gestão em(K)

termos de mobilidade, em termos de obras. Lógico que tudo que eu vou explanaraqui tem uma relação direta com a estruturação existente da Cidade, tem umarelação direta com a revisão do Plano Diretor e do Plano Setorial de Mobilidade quevai acontecer a sua revisão após a formalização da revisão do Plano. Hoje temos,como bem mostrou o Walter, uma estruturação macro, que a partir da década de 70vem se consolidando na Cidade, que são os eixos estruturais de transporte, eixonorte/sul, leste/oeste, Marechal Floriano. Hoje nós estamos trabalhando com oprojeto do metrô. O projeto do metrô é um dos projetos que nós conseguimos emBrasília, junto ao Ministério das Cidades, com o programa PAC-2, recursos para oinício da sua implantação nessa gestão do Prefeito Gustavo Fruet. A conclusão da

Linha Verde, os projetos já estão prontos há algum tempo, e nós conseguimosrecursos para concluir, e colocar o transporte coletivo para rodar como estavaprevisto há bastante tempo. Quanto ao corredor leste/oeste, estamos trabalhandocom um projeto de afastamento, de desalinhamento das estações para implantaçãoda linha direta, Ligeirão, o ônibus azul, para dar maior celeridade e regulação nostempos da linha, e agilidade para chegar aos destinos sem precisar usar os ônibusparadores, que são aqueles que param a cada quatrocentos, quinhentos metros numaestação tubo. Um projeto grande no qual estamos trabalhando é a melhoria decapacidade de todo o sistema da linha Inter II. É uma linha muito importante para aCidade de Curitiba. Em termos de demanda, a Inter II, junto com a linha InterbairrosII é a segunda mais demandada da Cidade, e hoje essa linha sofre muito comatrasos, em função do trânsito. Então, há algum tempo nós estamos estudando juntoa Urbs e Setran melhorias possíveis para esse trajeto, além da questão do sistema,das estações, dos ônibus. Então, um complexo de medidas que pretendemoscomplementar. Quanto ao PAC II, temos aqui um volume de recursos já garantidos,na ordem de cinco bilhões e duzentos milhões de reais. Os volumes de maior portesão os relacionados ao metrô, que é de quatro bilhões e meio. Recursos para a LinhaVerde, trezentos e dezoito milhões, conclusão e desalinhamentos na linhaleste/oeste, reforma de terminais. Quanto a linha Inter II, num primeiro momento,setenta milhões. Setenta milhões, porque é o que temos de projeto hoje, doExecutivo, pronto, que possa ser colocado na rua para executar as obras. Mas, já háuma negociação com o Governo Federal levando à Caixa Econômica Federal ostermos de referência para contratação do restante dos projetos que faltam paraconcretizar os planos para a linha Inter II. E aqui, mostrando algumas imagens daLinha Verde, a antiga BR-116, como era. Aqui mostramos o BRT em operaçãohoje. E como Curitiba sempre fez, trabalhando com planejamento, sistema viário,transporte e uso do solo, a ideia é que a Linha Verde seja uma linha adensada,principalmente no entorno das estações para que, quem venha morar tenhafacilidade de usar o transporte coletivo nessa via muito importante para a Cidade. Eaqui, um breve gráfico sobre a questão da Linha Verde. Temos aqui, não sei se dá(M)

para enxergar muito bem, mas entre o Atuba e a Victor Ferreira do Amaral são osrecursos previstos para o PAC II, para a conclusão das obras. Já mais ao sultínhamos o recurso do PAC da Copa, que foi feito da região do Pinheirinho até aIzaac Ferreira da Cruz, recursos PAC Copa; essas obras já foram entregues. E agoracom os recursos do PAC II vamos da Izaac Ferreira da Cruz até o Contorno Sul.Temos a negociação também, já há algum tempo conversando com o pessoal daComec, da extensão da canaleta de ônibus do Contorno Sul até a Fazenda RioGrande; e ali vai ter mais algumas estações, algumas transposições em desníveis,trincheiras, viadutos, que isso já tem alguma coisa e já está sendo implantado pelaconcessionária da rodovia, a Planalto Sul, que é a concessionária que detém aconcessão para esse trecho rodoviário, a partir do Contorno Sul. Aqui tem algumasimagens de como vão ficar alguns pontos da Linha Verde. Essa aqui é a Estação

Tarumã, que vai ficar na Victor Ferreira do Amaral. Vamos ter integração do ônibusexpresso da Linha Verde com uma nova estação de ônibus, um mini terminal quevai haver em nível na Victor Ferreira. Só para quem quiser se localizar, aqui ésentido norte, sentido Centro, e aqui é sentido Pinhais, tá? Vamos ter, para osveículos, uma trincheira passando embaixo de todo esse complexo. Então, em nível,vai haver o transporte coletivo; na Linha Verde, aquela configuração já conhecidadas vias laterais, a canaleta; e uma integração temporal entre os modais que vão seintegrar nesse complexo aqui muito voltado ao transporte coletivo. Mas o carro estásendo privilegiado; a partir do momento que isso aqui é um grande nó hoje notrânsito, o carro vai ter a possibilidade de passar por baixo, o transporte individualvai passar por baixo sem maiores problemas. Aqui a Estação CIC/Sul, que vai ser aúltima estação, ou a primeira estação, a partir do sul, do metrô. O metrô, pelosnossos planos, pelo que já está meio definido no edital de licitação do metrô essaestação vai ficar elevada; em nível, vai haver uma grande estação de transporte deônibus, para fazer a integração com o metrô; e o transporte individual vai passar porbaixo também dessa estação. Essa estação vai ficar na altura da Rua Nicola Pelanda,que seria essa aqui mais abaixo, ou essa aqui. Aqui um corte, mostrando como vaiser essa estação, ela vai ser elevada, o metrô, nesse ponto da BR, ou da LinhaVerde, vem elevado; o transporte público de ônibus integrando com esse metrô; e otransporte individual passando por baixo. Então, aqui, essa imagem é bastanteconhecida, né, como vão ficar as linhas do metrô. Vamos ter uma linhaPinheirinho/Atuba cruzando toda a Linha Verde; e outras linhas auxiliares, que éuma que já está em funcionamento, que é a Linha 1, que é do Terminal Pinheirinhoaté a Estação Central, e da Estação Central, uma outra linha, da Estação Central atéo Terminal Atuba. Hoje existem onze quilômetros de canaletas já implantadas etemos aí mais nove quilômetros para implantar na Linha Verde; demanda estimadade quarenta e cinco mil passageiros/dia. Esse aqui é o mapa da estruturação dotransporte de média capacidade de Curitiba. O que essas linhas em vermelho maisgrossas representam é a diferença de demanda. Hoje temos uma grande demandanesse corredor Centro/Pinheirinho, que é o que vai ser atendido pelo metrô. Assimcomo do Centro até o Santa Cândida também tem uma demanda bastantesignificativa. Hoje, no Corredor Sul, temos em média duzentos e sessenta milpassageiros por dia. Em comparação, temos aqui o ramo norte da linha expressa,com cento e vinte mil passageiros/dia; menos da metade da pressão que existe hojesobre o eixo sul do transporte coletivo. Aqui é uma imagem mostrando algumasintervenções que vamos fazer principalmente com relação aos terminais: aimplantação do Terminal CIC/Norte; reforma de outros terminais, como o Campinado Siqueira; implantação da Estação Central; pequena reforma no terminal Vila(L)

Oficinas; a implantação do novo terminal Capão da Imbuia; novo terminal CIC-Sul;a reforma no terminal CIC; então, são essas as principais intervenções. Outraintervenção importante também já relacionada ao projeto inter 2 é o terminal Hauer,que vai ser totalmente nivelado. A ideia para esse plano, com esses recursos do PAC

2, é remodelar alguns terminais da cidade que hoje estão bastante prejudicados, umlayout totalmente diferenciado, moderno e mais funcional, melhorando a qualidadedo sistema. Com relação ao afastamento que tinha comentado no eixo leste-oeste,nós temos um croqui aqui mostrando como é esse afastamento. Até então, porexemplo, no eixo boqueirão, nós trabalhamos com o desalinhamento, essedesalinhamento causou um certo desconforto ao usuário do transporte, que foinecessária a colocação de gradis na canaleta e esse usuário teria que percorrer umcaminho um pouco maior para chegar ao tubo. Os comerciantes também se sentiramum pouco segregados em função dos gradis, impossibilidade do pedestre chegarcom mais facilidade em seus comércios, então, nós estudamos junto com a Urbs aquestão do afastamento das estações e não do desalinhamento, o afastamento vaipermitir a ultrapassagem do ligeirão pelo centro, vai criar uma área compartilhadaadjacente à estação tubo na área compartilhada pedestre/veículo, porque a viacentral de uma estrutural é uma via de acessibilidade, não é uma via de mobilidade,como disse o Valter. Então, nós entendemos que não há problema que o carrocompartilhe, lógico, vai haver aqui separadores para o carro não ficar livre paraparar, estacionar, o carro vai ter que passar numa grande lombadona e vaicompartilhar, para mostrar que a preferência nesse ponto é o transporte público, opedestre. Então, aqui uma imagem, uma perspectiva de como ficariam essas linhasafastadas; aqui você tem o compartilhamento, carro/pedestre, mas com a preferênciaao pedestre, sem dúvida, o carro aqui é secundário nesse sistema, ele é necessáriopassar, mas ele é secundário, a prioridade é do pedestre, isso é bem claro aquiquando o usuário vai utilizar essa região. Com relação à ciclomobilidade, nósestamos trabalhando junto com o projeto do afastamento das estações do BRTleste-oeste, a implantação das linhas calmas, então, o setor de ciclomobilidade lá doIPPUC está estudando a implantação, já foi implantado um trecho na 7 de setembroe está sendo estudado agora no eixo leste-oeste a possibilidade da implantação davia calma também, junto com a Setran. Está sendo pensado muito com relação àbicicleta pelo fato da via calma, no eixo estrutural, ser uma via de acessibilidade enão de passagem, então, não há problema algum, no nosso ponto de vista, que abicicleta seja incorporada a esse complexo que é voltado ao transporte coletivo e aopedestre. Aqui nós temos uma imagem da futura estação central da Linha Verde ede outras linhas que a Urbs está estudando incorporar nesse complexo aqui na frenteda Câmara e vai haver integração com o metrô também nessa estação central.Estação central que vai ser moderna, vai atender toda demanda e vai haver aintegração com o futuro metrô. Já falando um pouco de terminais também, que estãoprevistos nesses recursos do PAC 2, é a implantação do terminal Tatuquara, na ruaPresidente João Goulart, que é um grande complexo de obras, que vai trazer umbenefício muito grande à região e contempla a rua da cidadania Tatuquara e oCMUM, que é a unidade de saúde 24h do Tatuquara. Além de que estamostrabalhando com o projeto executivo de estruturação na rua Presidente João Goulart,que é uma rua bem singela hoje, tem um domínio de tráfego cada vez mais

aumentado. Aliás, essa região é um objeto de profundo estudo lá dentro do(I)

IPPUC, principalmente com relação à circulação e ao transporte coletivo. Então,gera-nos muita preocupação o atendimento às necessidades nessa região. Temosestudado bastante melhorias para essa área. Aqui, só mostrando a linha direta InterII, que é esse grande anel, que vai passar por vinte e nove bairros e vai ter umapopulação atendida de setecentos e vinte mil habitantes. É um mix de intervençõespara duas linhas, a linha direta Inter II e o Interbairros II. Aqui algumas intervençõesbem delineadas, a implantação de alguns binários, Olga Balster/Nivaldo Braga,Camões/Germano Mayer, a trincheira da Nossa Senhora Aparecida, que vai serlicitada em breve, a reformulação do Terminal Campina do Siqueira e do TerminalHauer. Aqui algumas imagens em perspectiva dessas intervenções previstas nessesterminais, um conceito diferente do que hoje existe em termos de arquitetura. Aquiuma perspectiva da trincheira da Nossa Senhora Aparecida com a ArturBernardes/Mário Tourinho. Vai facilitar bastante o deslocamento da linha Inter II,porque ela sofre muito nesse eixo. O pessoal da Urbs nos relata grande dificuldadede se transitar nesse eixo. Mas essa não vai ser a única intervenção na via. Estamosestudando uma nova transposição invisível sob a Praça dos Anjos, que vai fazer umgrande complexo viário junto com a trincheira da Nossa Senhora Aparecida para darceleridade à linha. Vai haver uma faixa exclusiva para esse linha nesse corredorArtur Bernardes/Mário Tourinho. Aqui, eu não vou esmiuçar porque o tempo éexíguo. As intervenções previstas para a linha, aqui tem um detalhe um pouco(inaudível) em termos de extensão em vias atendidas. Espero ter atendido ascuriosidades de todos e muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Márcio. Foi bom que trouxe bastanteimagens. Com a palavra a Sra. Olga Prestes, arquiteta da área de projetos da Urbs,por dez minutos.

A SRA. OLGA PRESTES:- Boa tarde a todos. Vou só complementar umpouco o que o Márcio falou a respeito do transporte público da Cidade. Eu souarquiteta da Urbs e faço parte da equipe de mobilidade que está trabalhando narevisão do Plano Diretor. Primeiro, queria falar um pouco dos números. Acho queestá meio-claro aqui no slide, mas o importante desses dois gráficos é queatualmente 45% de todas as pessoas da Cidade utilizam o transporte coletivo. Afrota de carro é de aproximadamente 1,3 milhões. Esse número representa 82% dafrota motorizada em Curitiba. Então, 82% da frota motorizada é representada porveículos individuais. E apenas 1% é representada por ônibus. Isso significa que nóscarregamos 45% da população com apenas 1% da frota. Então, o objetivo da Urbs eo objetivo da Prefeitura é melhorar esses índices para atrair cada vez mais o usuáriodo veículo individual ao transporte coletivo. Todo mundo sabe que a Cidade nãotem como expandir mais. Então, acreditamos que deve haver uma melhorasignificativa no transporte coletivo com o objetivo de atrair os usuários do carro.Porque não basta você proibir o usuário. Primeiro, você tem que oferecer a melhoriapara depois sugerir essa mudança. Então, alguns números do transporte coletivo.(J)

Temos aproximadamente dois milhões e trezentos mil passageiros transportadosnuma frota operante de mil, novecentos e trinta veículos, a tarifa é única dois reais esetenta e a região metropolitana de vinte e nove municípios onde treze municípiossão integrados com o transporte. Então, esses treze municípios representam 73% daregião metropolitana. Contando para vocês a respeito da distância e do porquê atarifa de Curitiba aumentou é que atualmente o sistema metropolitano integrado temuma média de distância de trinta e dois quilômetros, enquanto Curitiba tem apenas11,5 quilômetros. Então, com o passar do tempo, nesses últimos dez anos, asintegrações metropolitanas aumentaram e as distâncias aumentaram. Com a tarifaúnica a nossa tarifa não é mais autossuficiente. Então, atualmente ela tem umsubsídio de 18% onde o Estado entra com 72,5% e o município 37,5% e asgratuidades aumentaram também. As gratuidades representam 14,5% da tarifa,deficiente físico, carteiro, policial, todos têm gratuidade no sistema. O eixo sul é oeixo mais carregado da cidade. Então, o que aconteceu no transporte nos últimosdez anos? A primeira alteração que teve em 2004 foi que mudamos do valetransporte para a bilhetagem eletrônica. Isso foi um grande avanço. Em 2008 a gentetrabalhou num projeto que foi a ampliação da capacidade do Inter II. Então,entraram em operação os ônibus biarticulados para a linha Inter II, as estações tubosforam ampliadas. Em 2009 considera-se a maior alteração no transporte relacionadaao Plano Diretor foi trabalhado todo o uso de solo, foi feita uma alteração nalegislação da Linha Verde que era uma rodovia e foi totalmente modificado. Então,em 2009 foi implantada a Linha Verde. Com a Linha Verde houve a primeiraintegração temporal. Então, hoje nós temos uma integração temporal facilitada pelouso da bilhetagem eletrônica. O sistema de transporte hoje tem 92% de integraçãono sistema e apenas 8% não está integrado. Muitas pessoas perguntam por que obilhete eletrônico não pode ser utilizado e a integração pode ser feita em qualquerlugar? Pode, mas vai representar um acréscimo de 13% nas tarifas. Então, porenquanto estamos trabalhando com a Linha Verde, com o item um que tem aintegração temporal, quem está no item um tem duas horas para pegar o outroônibus, senão vai ser descontado outro crédito no bilhete. Então, aqui alguns pontosespecíficos na estação Santa Quitéria, na Artur Bernardes, estamos implantando naCruz do Pilarzinho. Essas integrações temporais. Então, elas vão ser bem lentamenteimplantadas para não representar nenhum acréscimo na tarifa. Hoje representamcinquenta mil integrações por mês e atualmente 55% dos usuários apenas temcartão. Vocês acompanharam a corrida que foi dos ônibus, porque agora só estãoaceitando cartão. Então, a estrutura ainda não está preparada para que todas as(P)

pessoas da cidade, ao mesmo tempo, queiram fazer o cartão. Então, essaimplantação está sendo bem gradual. Esse diagrama mostra como que a velocidadedo sistema foi diminuindo ao longo das décadas. Cada cor representa uma década.Falando especificamente da cor verde, tanto do Expresso, que é uma linha direta,como em todas as modalidades. A velocidade diminuiu consideravelmente e em2009 quando foi implantada a Linha Verde. Foi feito um monitoramento do que

significa você ter um Ligeirão em ganho de velocidade e a velocidade foirecuperada de 18km/hora para 26,6km/hora. A partir dessa constatação a Prefeituratomou essa iniciativa do início da implantação do Ligeirões na cidade. O que é oLigeirão? É uma linha expressa que para em determinados pontos e tem a prioridadeno semáforo. Com isso foi agregada uma qualidade ao sistema, a pessoa se deslocaem menor tempo, com maior conforto e com maior confiabilidade, porque ela temcerteza que vai chegar no horário porque o ônibus está numa canaleta exclusiva enão vai ter um conflito com o automóvel. Em 2011, seguindo esse princípio, foiimplantado o Ligeirão na Marechal e aí já dentro de uma nova visão, com aciclofaixa ao lado da canaleta. Dentro da canaleta se tornou muito perigoso, pelaquestão da ultrapassagem. Nunca foi permitido que os ciclistas usassem a canaleta,mas com a implantação do Ligeirão essa situação ficou muito mais crítica, porquecoloca muito mais em risco a vida do ciclista. Foi implantada a ciclofaixa ao longoda canaleta, tendo em vista que o desejo do ciclista é usar a canaleta, a Marechal.Esqueci de falar que pela primeira vez foi implantado o ônibus com vinte e oitometros, visando sempre melhorar a qualidade do sistema. Nessa mesma linha houveum projeto de implantação do Ligeirão Norte Sul. Estamos trabalhando naimplantação do Ligeirão, o Terminal do Santa Cândida está todo em obra. As obrasda João Gualberto e da Sete de Setembro já estão prontas e tinha a intenção devoltar da Praça do Japão, porém, não sei se vocês lembram que houve uma grandeparticipação da população sendo contra essa implantação na Praça do Japão e aPrefeitura decidiu voltar aqui nas imediações da Eufrásio Correia. Aquele terminalque o Márcio mostrou será uma integração de todos os ônibus expressos da cidade.Eles vão fazer uma integração nesse ponto, inclusive com a linha do metrô. No quediz respeito a sustentabilidade, estão sendo trabalhado os ônibus híbridos e na LinhaVerde os ônibus com combustível alternativo, nesse caso o óleo de soja. Entãohaverá ganhos consideráveis na questão da emissão e mesmo na economia de diesel.Junto, na Linha Verde, pela primeira vez voltado ao transporte, foi pensado emsoluções sustentáveis, com reciclagem da água da chuva, recomposição da área,implantação de ciclovias, tudo junto num mesmo projeto. Fazíamos isso de formaisolada e aqui pela primeira vez fizemos o projeto inicial contemplando tudo. Foiimplantado em 2012 a CCO, que é para monitorar toda a cidade, controlar a frota deônibus, veículos particulares e informações ao usuário. Esse jeito é como aparece ainformação na tela do CCO, então, os controladores podem saber com exatidão ondeo ônibus está. O ônibus pode receber algumas mensagens se está atrasadas ou se(G)

está adiantada. Os agentes de trânsitos tem palm top da fiscalização de transportecom essas informações, graças a todo esse monitoramento que foi possível o

aplicativo para smartphone, para oferecer aos usuários as mesmas informações,outros abrindo o sistema para que todos tivessem acesso. Aqui os terminais recebeminformação da CCO quanto ao atraso de ônibus, horário de ônibus enfim, os taisavisos nas ruas, os painéis de mensagens variáveis. Aqui eu fiz um resumo daspropostas que os projetos que estão em andamento, que é o Inter II, o BRT Leste

Oeste e em algumas faixas exclusivas, falando um pouquinho do BRT que o Márciojá falou então eu vou pular, aqui um exemplo da faixa exclusiva que foi implantadana XV, então é o começo. Essa faixa exclusiva está sendo super pouco polêmica,todos estamos muito empenhados que isso continue porque é um ganho no sistemade transporte, é um ganho para o usuário do transporte principalmente e eu sei quenós não podemos ir totalmente contra o veículo, mas seu eu escolho dirigir umcarro, eu sozinha, acho que o coletivo deve ter prioridade, então se eu estou apertadaaqui é uma escolha que eu faço. Se eu for de ônibus, eu tenho a prioridade nosistema. Desde o primeiro Plano Diretor, esse era o princípio básico priorizar otransporte coletivo, acho que nós perdemos isso um pouquinho mas agora vamostentar recuperar. Aqui só para falar um pouquinho dos picos de transporte coletivo eque toda a frota é dimensionada pela hora pico, então estamos trabalhando no PlanoDiretor para ter alguma medidas para diminuir isso, essa demanda em horário depico. Esse alongamento de horário ou tarifas especiais no horário fora do pico, nãosabemos ainda. Era isso então, muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE:- Muito obrigado, Olga. Queria agradecer todos osnossos palestrantes de hoje, primeiro sem dúvida para o enriquecimento do debatetécnico também o Fanini, a Ariadne, o Márcio, a Olga, Luiza enfim todos quecontribuíram. Antes de abrir, gostaria de entregar um documento, na verdade doisdocumentos ao IPPUC, que nós vamos fazer também via protocolo são as propostasque tem chegado aqui na Câmara para o Plano Diretor. Então a primeira é domovimento do passe livre que trata-se de um estudo técnico referente a parceriapública, popular, tarifa zero, proposta do movimento passe livre com umaspropostas de todos que alinham esta política de tarifa zero. E a outra proposta quenós vamos entregar é do arquiteto Maurício Machuca, que é um documento queapresenta soluções para o problemas do plano massa de Curitiba. Esse documento o

arquiteto faz um breve resumo do que é o plano massa, com uma resenha histórico eapresenta alguns questionamentos e possíveis soluções nesta linha do plano massa.

Também nós temos as propostas que estão chegando via site, então nós vamosfazendo um protocolo disso também na sequência, também temos um grupo do

debate no facebook, enfim várias formas de fazer participação. Então vou entregarpara a Ariadne as propostas e depois nós faremos via protocolo. E abrindo asinscrições aqui chegou a Hariana , ela vai fazendo as inscrições, já chegou aqui a do

abro a palavra ao Danilo Herek por cinco minutos.Danilo Herek, (A) e jáO SR. DANILO HEREK:- Obrigado, Vereador Jonny Stica, boa tarde a

todos. Eu trabalho na Setran, sou Coordenador de Mobilidade não Motorizada, queera um compromisso de campanha do Prefeito Gustavo Fruet, que era criar umdepartamento de não motorizados na Setran. Então, promessa cumprida, lá estou eutentando fazer o meu papel. Eu queria fazer algumas considerações brevementesobre as explanações. Realmente o sistema trinário é uma, como expôs o Fanini, érealmente uma... existe um equívoco no entendimento hoje da população, para queserve isso, acho que é importante debatermos esse assunto que o sistema trinário

tem a rápida que vai, a rápida que vem, a canaleta do expresso e as vias lentas queservem justamente para acesso e não para mobilidade, como bem lembrou o Fanini.Então, estamos hoje num certo embate com a população com relação a via calma,que está sendo muito mal interpretada como um empecilho. Isso não é verdade, éuma maneira de redistribuirmos esse espaço que é público, é de todos. Então,estamos tentando trabalhar um novo conceito, uma nova maneira de compartilharesse espaço, sem necessariamente segregar. Por isso da velocidade um pouco maisbaixa para prover segurança para o ciclista, para que consigamos uma convivênciaharmoniosa entre automóveis e ciclistas. Uma outra questão muito importante determos essa via lenta, essa via calma, essa faixa preferencial de ciclista, é justamentecomo bem lembrou a Olga, temos muitos ciclistas na canaleta e isso é um riscogigante e uma tradição de vinte anos. Então, a via lenta tem essa questão também detirar o ciclista da canaleta priorizando mais o transporte coletivo e dando segurança,porque o acidente com o ônibus geralmente é fatal. Queremos evitar esse tipo desituação dando um espaço específico para o ciclista. Outra questão também que bemlembrou a Olga é uma divisão de transportes, estamos no momento que todo oespaço é para o automóvel, na verdade 22% de deslocamentos são feitos através deautomóvel. Se não estou enganado eles ocupam cerca de 80% do espaço viário. Ouseja, na minha matemática esse espaço está muito mal distribuído. Então, é isso,quando me refiro a uma redistribuição de espaço público é exatamente isso,começarmos a incentivar outros modais de transportes alternativos, caminhadas ebicicletas e realmente priorizar o transporte coletivo, não existe mágica, o espaçoviário é finito não temos como ampliar a capacidade viária, é o que está aí. E todosos dias saem mais carros das concessionárias para as ruas. Ou seja, a tendência épiorar e não melhorar. Então, realmente essa gestão está sendo muito corajosa,trabalhando essas questões polêmicas, mas que tecnicamente, todos os técnicosconcordam com essas decisões, porque entendemos que a maior parte das pessoasestão se deslocando de transporte coletivo e alguma parte através de bicicleta. Outraquestão que é muito polêmica e que aconteceu muito na Rua XV é a questão deestacionamento nas vias, também vale uma ressalva, uma observação. Com muitapropriedade falava o Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, que em constituiçãonenhuma do mundo você vai encontrar lá a obrigatoriedade do estado em fornecerespaço para o cidadão estacionar em via pública. Se o espaço é público e vocêestaciona o seu automóvel lá você está usando como fim privado. Então, precisamosrepensar isso, que um carro que fica o dia inteiro parado lá tendo a necessidade àsvezes de uma fluidez, de usar por um outro modal, o espaço está lá sendo malutilizado e é essa a questão Então, a pessoa tem o direito de ir de automóvel, não é(V)

uma demonização do automóvel, como bem lembra a Luiza, mas não podemosceder esse espaço em detrimento do coletivo. E é o que estamos tentando reverter,essa lógica que infelizmente a sociedade não compreende, ou seja, esses 22% depessoas que se deslocam de automóvel não estão entendendo muito bem isso, mas amatemática por enquanto está contra isso. Uma outra questão Márcio, que temos

trabalhado lá com vocês, junto com o Antônio Miranda, é essa integração entremodal. Entendemos também que no caso podemos eliminar um alimentador para umtrabalhador que mora a dois, três quilômetros do terminal, que é uma maneira devocê tirar um pouco desse sobrecarregamento que já está nos alimentadores. Então,tem que ter realmente, terá, se conseguirmos tudo certinho, o espaço para a bicicletadentro dos terminais para ter essa integração entre modais. Lembrando que opedestre é a prioridade, sempre foi e sempre vai ser. Ele sofre de uma inalterávelcondição de fragilidade, ou seja, o pedestre sempre vai ter a prioridade, isso nãopodemos mudar. Na realidade vemos as coisas um pouco diferentes. Eu queriapropor duas reflexões. A primeira delas é com relação à lombada. Eu considero alombada a prova física da falta de consciência do motorista. Se ele fizesse a partedele não seria necessário lombada. Então, gostaria que a Casa repensasse essaquantidade enorme de pedidos para lombada que é bem complicado. E por fim,temos um número assustador de mortos no trânsito no Brasil. São mais de cinquentamil mortes por ano. Então pergunto a vocês: se caísse só no Brasil trezentos boeingspor ano, o que seria da indústria aeronáutica? Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE:- Marcelo Araújo, presidente da Comissão de Trânsito,Transporte e Mobilidade da OAB.

O SR. MARCELO ARAÚJO:- Na fala da Secretária me chamou umcomentário que ela fez que essas intervenções, tanto grandes quanto pequenas daCidade, é como você tivesse trocando a peça de um motor do avião em voo. Eu achoque aí que está a grande diferença do mecânico e do médico, que me faz lembraruma piada, que diz o seguinte: o médico foi até o mecânico com a sua moto porqueela estava com problema no sistema de alimentação, no cilindro. E o mecânicotrocou e cobrou cinco mil reais. Mas o mecânico teve um problema de coração eprocurou esse médico, que disse: vai ter que fazer um transplante de coração que vaicustar cinquenta mil reais. O mecânico perguntou: me diz uma coisa, eu fiz tua motofuncionar, respirar e te cobrei cinco. Você vai fazer a mesma coisa. A diferença é aseguinte, quero ver você trocar a peça com a moto ligada. É o que eu vou ter quefazer. Não adianta. É difícil imaginar que a cidade vai parar para resolver osproblemas. Podemos dizer que o vírus Ebola tomou conta da Cidade, vamos sair evai dar tempo de fazer isso. Não vai acontecer. Temos a expectativa que todomundo reclama quando a Litoral Sul faz obras na ida para Santa Catarina,geralmente na temporada. Só que fazemos uma audiência em Joinville, que todahora se incomoda, ou seja, com as pessoas é a mesma coisa, elas continuam usandoa rodovia quando a ponte cai, mesmo quando tem que fazer obra. Ou seja, aesperança, a expectativa de que a cidade pare para as obras acontecerem é irreal. Ouseja, quem se propõe a administrar a cidade sabe que vai fazer o papel de médico enão de mecânico. Não dá para desligar o motor e esperar as coisas acontecerem.Sejam pequenas intervenções como uma unha encravada ou um transplante decoração, ele vai ter que estar em funcionamento, os demais órgãos terão que estarfuncionando. A respeito da questão da aquisição de carro como um investimento

como patrimônio. Isso é muito relativo. Se você comprar um apartamento detrezentos mil reais, você vai conseguir alugá-lo por mil e quinhentos reais por mês.Se você comprar um carro de trinta mil, você aufere esse valor alugando por cemreais a diária, que é a média, em quinze dias, ou seja, 10% do valor você adquire umautomóvel e obtém esse valor equivalente à locação de um mês de um apartamentode quinhentos mil. Como patrimônio não preciso dizer que o apartamento é melhor.Agora, por que as pessoas compram carro, salvo o setor de locação? Compram(E)

para usar. Aqui, Danilo, você acabou de falar uma coisa importante: asconcessionárias estão cheias de carro, porque o Governo Federal entende que aindústria automobilística precisa existir para o País girar, diferente do que o Serrafez na época, em que era Ministro da Saúde, e disse: "eu não quero o tributo dofumo, porque eu vou gastar mais com a saúde". Aí eu vejo um conflito entre oMinistério da Fazenda e o Ministério das Cidades, onde está o Denatran. Porque oMinistério da Fazenda diz: "eu quero a indústria automobilística". Ele junta tambémcom o financiamento, como falou a Secretária, em sessenta vezes, para as pessoascomprarem carro e esse mercado girar. Quem puder comprar vai comprar, e vaicomprar para usar. Porque os quatrocentos reais que tem que colocar todo dia naconta da financeira, não vai usar o transporte coletivo, vai usar aquilo que estápagando. Porque ele sabe que daqui três meses, cinco meses, assim como esseaparelho aqui (Mostra aparelho de celular), você não compra para ganhar dinheirocom ele, porque em menos de um ano vai valer 10% do que você pagou, o carro temacontecido isso. Ninguém mais compra carro para ganhar dinheiro, é para usar. E sevocê o tem, vai usar. Então, o primeiro acordo que tem que chegar é tornar inviávela compra do carro, e melhorar a compra da bicicleta, já que está falando tanto daquestão da ciclo mobilidade. Porque hoje, assim com minha namorada no mêspassado trouxe uma bicicleta de Miami por trezentos dólares, uma Shuim, que aquivocê nem encontra, custaria dois mil reais. Significa que se você trouxer duasbicicletas dessa de Miami, você ganha a viagem. Em compensação, se você forcomprar ela aqui no Jaime, ou na Briquita, você não consegue nem comprar abicicleta. Ou seja, é uma disparidade bastante grande para quem quer dar esseestímulo para a compra de outro modal. Foi falado também, recentemente, peloPoder Executivo a respeito da carona solidária. Temos que ter muito cuidado comessa perspectiva, da carona solidária. Até que ponto ela não é um estímulo aotransporte remunerado irregular. Por que a carona solidária implica em não haverqualquer tipo de remuneração, ou mesmo compartilhamento de valores. Isso não soueu quem está falando. No concurso da Polícia Rodoviária Federal de 2006 fez essapergunta, se uma pessoa que levava as crianças do vizinho e dividiam ocombustível, se isso estaria inserido na questão do transporte remunerado, e aresposta foi sim. Então, significa que você vai para a mesma faculdade, ao seja, parao mesmo local, e de alguma forma divide, não é eminentemente gratuito, eu achoque é uma questão de repensar. Porque senão pode, eventualmente, incidir notransporte remunerado irregular, onde tem várias outras consequências em uma

concessão do poder público. Lógico, cabe um monte de outras discussões aqui. Atéo modal que não foi discutido, mas já foi objeto de discussão nesta Casa, que é oskate, que apesar não ser classificado como veículo, é uma forma de deslocamentoque tem sido muito utilizado. Vereador, obrigado pela oportunidade. (Palmas).

O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Marcelo Araújo. O Gustavo, do CAU, quetem nos ajudado na sistematização do plano, conduzindo o trabalho com a FernandaRocha, com o José Fernando, o Toninho, toda equipe do CAU.

O SR. GUSTAVO:- Boa tarde a todos. Só para registrar algumaspreocupações que nós arquitetos temos. Aí é uma exemplo essa discussão do PlanoDiretor em temas, diferente do que está acontecendo no Executivo, porque a genteconsegue discutir um pouco mais com profundidade algumas questões, de distribuire nivelar esse conhecimento com a população de maneira geral. Mas uma coisa éimportante ser dita: um assunto sempre tem haver com outro. Falamos de RegiãoMetropolitana, falamos de metrô, falamos sobre meio ambiente, sobre ocupação eplanejamento ou não da Cidade. São assuntos de outras audiências públicas. Maselas influem também na mobilidade, no transporte coletivo como mostrado portodos os palestrantes aqui. Quero fazer três apontamentos grandes, gerais, a respeitodisso. O primeiro foi na tua fala, Vereador Jonny Stica. Curitiba vive o momento derevisão do Plano Diretor. Diferente de 2004 este Plano Diretor é uma revisão doPlano Diretor. Não é uma ajuste de Curitiba a lei do Estatuto das Cidades. Por quê?Porque o zoneamento de Curitiba era de 2000, e a lei do Plano Diretor é de 2004.Você ajustou o Plano Diretor segundo a ótica do Estatuto das Cidades a questões(K)

de planejamento que já aconteciam em Curitiba. Então, há uma grande importânciaaqui, e isso acontece a cada dez anos. E é importante lembrar outra coisa, que já foicolocada em várias outras reuniões e audiências públicas, Curitiba não tem maisespaços grandes ociosos, portanto, nós temos que pensar em qualificar os nossosespaços construídos, porque eles não existem mais. E tudo isso envolve uma coisamuito importante que foi colocado, o planejamento. Em várias apresentações sefalou, "não há planejamento". Tem que haver planejamento! Nós, como arquitetos eurbanistas, acredito que o pessoal do CREA também, os engenheiros, isso é nacontramão do processo. Não tem mais, isso é incabível. E na questão doplanejamento eu queria colocar várias questões. Por exemplo, planejar Curitiba sempensar a Região Metropolitana é ineficaz, é injusto, seja para a população deCuritiba, ou seja para a população da Região Metropolitana. Há uma série deinstrumentos que estão previstos no Plano Diretor de Curitiba, mas que não foramregulamentados. Por quê? Porque ele buscou atender uma lei federal, não a umplanejamento como instrumento de indução e crescimento ordenado para qualificaro espaço. Quais são eles? Estudo de impacto de vizinhança, polo gerador de tráfego,relatório ambiental preliminar, todos esses são instrumentos. Por exemplo, se eu voufazer um projeto, como arquiteto, para uma família, eu nunca vou lá e faço primeiroo desenho, o croqui da casa, e falo: "Aqui está tua casa, me pague que você vaiviver bem ali". Não, você discute com o teu cliente. "Aqui é melhor você ter um

jardim... Aqui é melhor você ter o seu quarto, vai aproveitar a paisagem, aqui vai termais sombra, etc.". Enfim, você discute o seu projeto. E o EIV, o RAP e o PGT,entre outros instrumentos, é a forma do empreendedor fazer um shopping center,fazer qualquer tipo de empreendimento, um programa habitacional muito grande,você vai levar duas mil pessoas, você vai discutir com a a cidade, o cliente e oinvestidor. Vai levar trinta milhões de reais para prejudicar o ambiente, paraprejudicar a cidade, aí envolve o planejamento do sistema viário, da mobilidade evários outros, tem que ter um instrumento de estudo das causas, do que vaiacontecer para que o investidor faça um investimento de trinta milhões de reais, jáque o poder público não pode pagar tudo, e ele tem a contrapartida. Então, "você vaifazer a rótula na frente do estádio, ou você vai fazer alguma outra coisa nessesentido". Esses instrumentos nós estamos reivindicando há um bom tempo quesejam regulamentos, e isso é importante para a qualidade de vida da cidade. É umacontrapartida dos investidores para isso. E é importante pensar nisso também sobrea densidade de um shopping numa determinada região, se o sistema viário estácarregado ou não, se o transporte coletivo está carregado ou não. E é importantelembrar uma outra questão que colocamos, pode parecer utopia, que são as metas.Nós já falamos de Carbono Zero. Temos que fazer um plano de mobilidadesustentável, porque, só para dar um exemplo, a Holanda está implementando umafaixa que carrega... São três faixas pintadas no chão que dividem o trânsito, e elaestá sendo implementada, já está acontecendo. Já está em teste na Holanda, em queela carrega a energia solar, ilumina de dia e de noite o veículo. Existem célulasfotovoltaicas que pegam a luz do farol, e o carro elétrico que trafega naquela faixa,recarrega. O que pedimos? Que Curitiba seja inovadora, que ela continua usando datecnologia como a bilhetagem eletrônica, como várias coisas que nós, curitibanos,fomos importantes, e o planejamento de Curitiba é inovar, e colocar isso como umameta a ser perseguida nessa questão da mobilidade sustentável. Muito obrigado.(Palmas)

O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Gustavo. Gostaria de registrar a presençada Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura - ASBEA, do Keiro; tambémdo Presidente do CAU - Conselho de Arquitetura e Urbanismo, Jeferson DantasNavolar; o Walfrido Prado, da Secretaria de Assuntos Metropolitanos; do RobertoCaledoni; da Libina da Silva Rocha, Presidente da Associação dos Moradores dasVilas; da Glaucia Pereira do Nascimento, do Projeto Cidade em Debate, daUniversidade Federal do Paraná; e da Loreine Vacari, Diretora da Secretaria dePolíticas Públicas do Sindicato dos Arquitetos dos Urbanistas. Obrigado pelapresença de todos. Também registramos a presença do Élcio, da Assessoria da Casa,que já foi vereador da Casa. Vamos passar então para o próximo convidado, o(M)

Milton Gonçalves, arquiteto.O SR. MILTON GONÇALVES:- Boa tarde a todos. Tenho algumas

considerações a respeito da parte da mobilidade. Curitiba tem que ter coragem eatitude para mudar esse panorama, porque, se não fizermos algo agora, em dez anos

vamos estar pior do que São Paulo é hoje; e para recuperarmos isso, não serãoapenas outros dez anos, vamos precisar de cinquenta anos para resolver o problema.Então, temos que começar a ter políticas um pouco mais, talvez, agressivas ecorajosas. E eu cito alguns exemplos. Temos que, por exemplo, em Curitiba hoje éproibido fazer um prédio residencial com apartamentos, a não ser quitinetes, quenão tenham vaga de garagem, estamos obrigando que todos os apartamentos queestão sendo feitos em Curitiba tenham vaga de garagem. Se estamos indo numapolítica de desestimular o carro, ao mesmo tempo estamos fazendo uma política queobriga o cara; e se ele não usa o carro, ele vai alugar. E tem que fazer justamente ocontrário. Os apartamentos que tenham mais de uma vaga de carro, que seja oneradoduplamente, ou triplamente, para se gerar um fundo, e que esse fundo vá se reverterpara o transporte público, seja no IPTU de vaga de garagem mais alto, algumapolítica nós temos que começar a tomar, não só... Porque se formos ficar discutindoaqui só caixa de rua, caixa de rua, caixa de rua, não vamos resolver. Eu gostaria quenós, ao invés de IPI zero para carro, tivéssemos IPI de 40%, e ter IPI zero, porexemplo, para a bicicleta, coisa que hoje o IPI é mais caro. Outras coisas tambémimportantes. Por exemplo, temos que pensar a Cidade. Citaram o exemplo ali doSítio Cercado e vários outros bairros onde foi feito um adensamento de formaincorreta. As caixas de rua. Hoje em dia estamos privilegiando o dono doempreendimento comercial a ter uma caixa de rua mínima, um prédio enorme, umlote enorme, e num futuro crescimento da região não temos como passar uma via detransporte público porque a caixa de rua é estreita. E hoje temos a possibilidade deainda fazermos alguns eixos estruturais porque lá no passado tínhamos uma diretrizque dizia que o tamanho de caixa de rua era muito maior do que é o padrão de hoje,para se pensar na Cidade no futuro, para no futuro poder duplicar uma rua, poderfazer uma canaleta exclusiva, uma faixa preferencial. Para quem não sabe, faixapreferencial não é uma novidade, temos por exemplo ali na Wenceslau Braz umafaixa preferencial há muitos anos. Só que, como aquilo lá é muito antigo, apopulação talvez não ache que aquilo lá é uma faixa preferencial. E lá foi pensado jáa longo prazo para ser uma avenida que vá servir para um futuro, para ainda tercapacidade de demanda e conseguir agrupar todo o transporte e dar vazão paraaquilo lá. Outra coisa que acho que é importante a Cidade começar a pensar: sempreestivemos um passo atrás de não querer estragar a paisagem urbana; então, Curitibaé uma das cidades talvez mais atrasada das capitais em relação a viadutos,trincheiras, passarelas, porque nunca quisemos estragar a paisagem urbana. Eu achoque isso é uma coisa que tem que ser repensada. Porque existem diversos pontos deconflito em Curitiba que seriam... Temos uma Linha Verde, que é um local paraescoamento, você chega, por exemplo, ali na PUC, você chega lá na FagundesVarela, onde o trânsito inteiro para por causa de um sinaleiro e não flui. E hojetemos um congestionamento na Linha Verde maior do que quando era a BR-116,que tinha um monte de sinaleiros. Então, isso tem que ser repensado, essa questãoda mobilidade. E uma outra coisa que não posso me furtar é de criticar o IPPUC. É

um instituto de pesquisa e planejamento, desculpem, o IPPUC não tem o objetivo deficar fazendo projeto de terminal de ônibus de forma de arquitetura. Isso, para mim,tem que ser projeto, concurso público para isso. O IPPUC tem que planejar aCidade, coisa que há muito tempo não tem sido feito nesta Cidade. Então, se oIPPUC quer ser novamente um órgão de vanguarda, está na hora de deixar de ladoprancheta e começar a trabalhar dados, começar a trabalhar planejamento da Cidade;e não para ficarmos apagando incêndios que estão ocorrendo, é não deixarmos osincêndios ocorrerem e fazermos um planejamento de verdade. Obrigado. (Palmas).

O SR. PRESIDENTE:- O Milton sempre muito aplaudido; talvez seja daépoca que você era presidente do DCE da PUC. Tive o privilégio de ser o seusucessor lá na presidência do DCE da PUC. Próxima convidada, Sra. Débora,(L)

arquiteta formada pela PUC, também encaminhada na história do urbanismo, dotrânsito.

A SRA. DÉBORA FOLLADOR:- Bem, eu gostaria de compartilhar comvocês a expectativa que me trouxe aqui, por se tratar de uma audiência demobilidade, então, principalmente, sobretudo considerando que é para revisão doPlano Diretor, eu vim aqui esperando uma discussão da temática, na linha doplanejamento para revisão do plano. Então, eu imaginava que nós fossemos discutir,por exemplo, questão do uso do solo, como estamos levando essa questão emconsideração à mobilidade, questão das outras políticas setoriais de habitação, desaneamento, como estamos vinculando isso, está integrando essa discussão àmobilidade, quais são os instrumentos que vão fomentar a mobilidade na revisão,como vamos articular a mobilidade, os instrumentos, como vimos em outrosmunicípios que fizeram a revisão há pouco tempo. Quando o Márcio coloca lá quehá uma demanda estimada para as linhas, eu fiquei me perguntando: como assim?Como você pode dizer que tal linha tem uma grande demanda, tem uma demandasuperior às demais, se nós não temos uma pesquisa de OD? Então, ela é pautada emquê? Eu acho que a fala do Fanini estava indo muito bem na questão doplanejamento, acho que poderíamos ter aproveitado mais a discussão, porque achoque ela iria fomentar muito essa questão da revisão. Então, eu coloco aqui trêsperguntas que, por gentileza, eu gostaria que fossem respondidas. Primeiro: como oIPPUC e a Urbs estão considerando essa temática na revisão do plano? Ou seja,quais as diretrizes, princípios, objetivos, que serão pautados ali no Plano Diretorconsiderando que o Plano Diretor é o principal instrumento de um Município? Apartir dele que nós vamos colocar os demais, a partir dele que será orientado odesenvolvimento, então, gostaria primeiro que fosse esclarecido esse ponto.Segundo: quais são esses instrumentos que estão sendo considerados, como vamospoder aproveitá-los na visão da questão de mobilidade, se há a compatibilizaçãodessas questões. E o terceiro ponto, que já foi colocado pelo meu colega deprofissão, o Gustavo, com relação aos polos geradores de tráfego. Como estão sendoanalisados dentro do Plano Diretor? Porque eu confesso que fiquei muitopreocupada, se o IPPUC e a Urbs estão considerando que a mobilidade vai ser

tratada no plano no sentido de colocar projetos pontuais e considerando que oIPPUC é o instituto de planejamento, nós viemos aqui para discutir audiência demobilidade e, no final das contas, é para saber quais os projetos que estão sendofeitos ou elaborados, então, isso me gerou uma grande preocupação. É isso.

O SR. PRESIDENTE:- Anunciar a presença do Vereador Pier Petruzziello,que é o Presidente da Comissão de Legislação e Justiça da Casa, tambémrepresentando o Vereador Rogério Campos, o Ricardo, obrigado pela presença.Passamos a palavra ao Fernando Henrique Neves, que também é arquiteto.

O SR. FERNANDO HENRIQUE NEVES:- Boa tarde. Eu sou arquiteto doInstituto Federal do Paraná, mestrado em engenharia da construção civil pela UFPRe tenho uma linha pesquisa em mobilidade urbana, espaços urbanos. Então, eugostaria de fazer duas considerações que eu achei importantes aqui para a audiência,uma com relação às ferrovias que hoje existe uma parte da rede de ferrovias quecruza a malha urbana aqui de Curitiba e nós temos uma rodoferroviária localizadano centro da Cidade que é utilizada basicamente para linha turística e paratransporte de cargas. Então, para linha turística é um bom uso, mas para transportede carga nós vemos que é ineficiente, uma coisa que o IPPUC já teve algunsprojetos, anos atrás, para fazer um contorno ferroviário para desviar o transporte(I)

de carga do Centro da Cidade, mas não se viabilizou por aspectos relacionados alicenciamento ambiental. Porém, a rede de ferrovia na malha urbana tem um grandepotencial para a mobilidade urbana, para projetos futuros. Gostaria de ver maisprojetos nesse sentido de utilizar as ferrovias, ou o desvio das ferrovias, enfim,alguma coisa que tenha mais lógica do que a atual situação. A outra consideraçãoque eu gostaria de fazer para a audiência, como disse a colega ali, é uma sugestãopara as pesquisas de origem/destino. A gente que trabalha na Universidade compesquisa de mobilidade urbana é fundamental a pesquisa de origem/destino. A gentevê casos do MIT, Instituto de Tecnologia de Massachusetts, até tem um viéstecnológico, tem um grupo que está ligado à tecnologia de informação aqui, que elesutilizaram os aparelhos celulares das pessoas para fazer essa pesquisa deorigem/destino. Ou seja, utilizando-se da tecnologia para implementar noplanejamento da mobilidade urbana. Essas são as considerações que eu gostaria defazer. Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Fernando. Com a palavra o Sr. SérgioCaporasso, jornalista.

O SR. SÉRGIO CAPORASSO:- Boa tarde a todos, agradeço a oportunidade.O meu nome é Sérgio Caporasso e moro em Santa Felicidade. O assunto que eugostaria de comentar aqui é o seguinte, a Prefeitura e o IPPUC são extremamentecaolhos em relação ao Norte da Cidade. Tudo o que se faz em Curitiba é a Zona Sul,é o Sítio Cercado, é a Cidade Industrial, é isso, é aquilo. O metrô vem de lá. E oNorte da Cidade? Eu vim aqui falar simplesmente do Mossunguê, Santa Felicidadee São João, que é a Zona Norte de Curitiba. Essa é a zona mais arborizada e a zonamais verde de Curitiba. E temos para Santa Felicidade apenas um acesso, que é a

Avenida Manoel Ribas. Acho que 95% de vocês não sabem porque só existe aAvenida Manoel Ribas. O prefeito anterior falou: eu melhorei a Fredolin Wolf. Masninguém vem lá da Mateus Leme para Santa Felicidade. Não, mas tem BR. Quemvem do Portão para Santa Felicidade? Santa Felicidade é um polo turístico. Temosem Santa Felicidade um número de empregos que é muito maior do que a da CidadeIndustrial. É um dado que vocês não conhecem. E a maioria de vocês não conhecemporque só existe a Avenida Manoel Ribas como acesso. Temos, infelizmente, oParque Barigui, a Manoel Ribas, o Parque Tingui e o Parque Tanguá. Já sugerimos,há mais de vinte anos, alternativas para que surjam novas oportunidades de acesso,mas sempre foi negado qualquer conversação com relação a isso, porque ninguémquer passar num parque, ninguém quer cortar num parque. Então, fecha SantaFelicidade. Ou, transforma aquilo em município, faz a divisa do Rio Barigui do ladode Curitiba, e Passaúna do lado Norte. Pronto, se transforma num novo município evamos procurar alternativas. Já que a Prefeitura e o IPPUC sempre tiveram mávontade com o Norte da Cidade. Quem conhece o Pilarzinho também, aquelaburaqueira infernal. A melhoria que fizeram na Fredolin Wolf, da ponte do RioBarigui até a Mateus Leme, é uma vergonha. Não tiraram os postes do local. Aquelarua que os colonos usaram aqui no século retrasado é onde passou o asfalto.Gastaram uma fortuna para fazer aquela porcaria lá. Eu acho que aquele foi umprojeto de um tratorista embriagado. A rua Mina do Ouro, de um lado tem umacalçada de setenta centímetros com um poste no meio, e se um cadeirante chegar aliele vai ter que descer na rua para ultrapassar o poste que está em cima da calçada. Edo outro lado tem oito metros de calçada porque no meio da rua tinha um(J)

pinheiro. Deixaram o pinheiro! Fizeram uma ruazinha de três metros e meio e opinheiro no meio. Agora, cortaram o pinheiro e deveriam ter arrumado aquelaporcaria e não arrumaram. Aquilo está do mesmo jeito. E muitas outras obras quesão feitas em Santa Felicidade e na região Norte é feita esporadicamente. Nóspedimos há três anos o projeto viário para o IPPUC, do norte da cidade,principalmente Santa Felicidade, até hoje não obtivemos. Tivemos duas reuniões,inclusive com este jovem que fez a apresentação, o Márcio, na regional de SantaFelicidade, com a comunidade discutindo a duplicação da Avenida Manoel Ribas ea melhoria da Manoel Ribas. Vão fazer exatamente o que o IPPUC e a prefeituraquer. Querem deixar os postes da Manoel Ribas com aquela instalação paraguaiacom os potes dá oito metros do alinhamento da rua, o que se pode fazer ali? Jásugerimos que se houver muita dificuldade em desenvolver o projeto é só tirar fotode Canela, de Gramado, de Nova Trento, está lá o projeto pronto! E por que não sefaz? Ninguém sabe por que Santa Felicidade tanta gente que vai lá, restaurantes paratrês mil pessoas! Todos os políticos conhecem que Santa Felicidade é o centro dereunião e de jantares políticos, mas na hora de decidir o que o bairro não apareceninguém! E estamos nós, os moradores e a Carst há mais de vinte anos e da Assispbrigando para a melhoria daquele bairro. A Secretaria de Turismo nunca fezabsolutamente nada, porque a Festa da Uva aquele terreno é de propriedade da

igreja e o dia que a igreja passar a chave no portão vamos na Festa da Uva emColombo. Nada é feito em Santa Felicidade. Nós não temos uma praça, nós nãotemos um centro de convenções, nós não temos um espaço público, o turista que vailá come polenta e risoto e é colocado no meio da avenida porque não tem um bancode praça! Aquilo é uma vergonha pra Curitiba! O projeto da Copa andou para tudoquanto é lado, foram lá discutir, Santa Felicidade era o único local que estavapreparado para receber os turistas! Tem uma rede de restaurante monstruosa, oTrieste um estabelecimento que pode receber qualquer seleção do mundo, é classe'a', é nível FIFA, hoje nós temos um gramado que veio, a cobertura do campo daHolanda é o melhor campo do Brasil, os vestiários todos de granito. Sabe o que opessoal da Copa fez? Não colocou nem no roteiro os restaurantes de SantaFelicidade, o pessoal que se preparou para receber os turistas não receberamninguém ! O número de pessoas que vão almoçar, jantar ou festejar em SantaFelicidade vem diminuindo ano a ano, porque você pega um engarrafamento naponte do Rio Barigui quando vai e pega um engarrafamento na ponte do Bariguiquando você volta, porque tem esse gargalo nas Mercês e só tem a Avenida ManoelRibas! O que é isso?! Até quando nós vamos... Ou esse pessoal pensa que lá só temcarroceiros. As carrocinhas terminaram em 1970 e nós estamos até hoje esperandoalgum benefícios! E não vem nada. A única coisa que foi feita nos últimos sessentaanos foi aquele pedacinho da Via Vêneto, o resto é a lambança de passar umacamadinha de asfalto e botar o meio frio sem base. Eu moro na Avenida ManoelRibas há quarenta anos, a maior parte do trecho da Manoel Ribas não tem base depedra. Passa um caminhão, um carro mais pesado lá, treme a janela da minha casa.Agora, quando vão duplicar, querem fazer a duplicação até o Campo do Iguaçu, doCampo do Iguaçu até Campo Magro três pistas. Convoquei o Prefeito de CampoMagro para ir nessa reunião, porque o município de Campo Magro ia serprejudicado. Como mais de sessenta mil pessoas do município de Campo Magrovão entrar em Curitiba num espaço de três metros? Aí a desculpa era que não tinhacaixa suficiente. Falamos com a urbanista, e é engenheira, fomos tirar a medida daManoel Ribas, a parte mais estreita tinha dezenove metros tinha dezenove metros(P)

e setenta e cinco, a pista tem doze metros, poderia muito bem... agora tem quecolocar bicicleta. Não tem o que fazer porque tem que colocar ciclovia.

O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Sr. Sérgio. Concedemos a palavra ao LuizAndreas

O SR. LUIZ ANDREAS:- Boa tarde. Gostaria de explorar três pontos queacho que são essenciais na nossa discussão de hoje, quanto a mobilidade urbana,transporte na cidade de Curitiba em prol do desenvolvimento da cidade. Acho quetemos que pensar em três coisas que talvez não tenham sido postas na pauta nessasúltimas revisões. Questionando diretamente os modais de transporte que estão sendoabordados na revisão do Plano Diretor e obviamente os usuários, as pessoas. Modaissão vários, quais são esses modais e qual é a rede de conexão entre eles? Podemospensar em ônibus, em veículos privados, nos pedestres, na inclusão de bicicletas,

que estão sendo feito meio que de última hora, como experimento, após odesenvolvimento algumas décadas atrás. Mas qual é a escala da cidade? Qual é aescala que devemos pensar nessa integração desses modais com a malha do tecidourbano da cidade? Será que é só Curitiba? Será que é só resolver um problema hojede escoamento de problemas, de trânsito demais, do transporte coletivo de massacom pouca qualidade? Acho que o ponto de vista crucial de uma discussão de PlanoDiretor não é esse, não é apenas resolver um problema, mas sim visar conexões dacidade não só introspectivamente, só Curitiba, mas visar o crescimento da cidade.Obviamente que com a Região Metropolitana e até Estados próximos e demaisregiões. Pensando em Curitiba e Região Metropolitana, quais são as vias principaisde acesso que temos hoje? São várias e cada uma tem um foco. E quais são as viasde saída? Quais são esses modais de transporte? Quem sabe um projeto de metrôresolva boa parte dos problemas que temos hoje, mas não acho que sinceramente vairesolver da maneira que está sendo pensada hoje, talvez como escoamento dasolução de um problema. Vejo muito mais a longo prazo essas conexões que estoutentando explicar. Em função de quê essas conexões? Em função só social nosentido de melhorar a qualidade de vida, cultural, no sentido de preservação decostumes da história de Curitiba? Cultural no sentido de turismo? Acho fundamentala gente pensar nesse ponto o Plano Diretor também. Não só o econômico também,como interesse de comércio e de indústrias, a aplicação de tecnologias em todosesses estudos. Essa integração que quero dizer não seria só de carros particulares,ônibus, bicicletas ou metrô, acho que não para por aí, acho que deveríamos pensarem Curitiba como uma metrópole e com expansão de megalópole, enfim, odesenvolvimento de Curitiba daqui cem, duzentos anos, não só pensar hoje emresolver um problema. Quais são esses municípios do entorno? Qual é a relação e atendência futura? Acho que logicamente o crescimento da metrópole, então vejo anecessidade de expensões futuras e crescimento das cidades com o meio externo.Pensar em coisas que estão sendo esquecidas. Por mais que não pertença a Curitiba,por exemplo o aeroporto, isso é fundamental para o desenvolvimento da economiaou as zonas hidroviárias e ferroviárias, como o colega havia questionado. Elas estãosendo esquecidas e são fundamentais para o desenvolvimento da economia nãoabandonar ferrovias e nem as zonas portuárias, por mais que sejam em Paranaguá,em Antonina, são regiões que estão completamente deterioradas hoje por váriospontos de vista e isso é fundamental para o desenvolvimento do Estado do Paraná ede Curitiba. Acho fundamental pensarmos nessas conexões. E a questão doaeroporto, o turismo vem muito de fora, do exterior, temos que conectar. O metrô,no meu ponto de vista, e um trajeto crucial seria a conexão com o aeroporto,(G)

logicamente que vai beneficiar de certa forma um pouco mais o município do que osoutros mas é uma relação e conexões de redes. Outro ponto fundamental, quero serbreve e já estou me estendendo um pouco as estações de metro, nesse projeto demetro esse lançamento inicial nós temos um eixo norte/sul, mas quais são asprevisões das próximas estações, das próximas linhas de metro. Nós não podemos

pensar só em uma linha agora, em atender uma demanda como eu disse deescoamento, não é essa a intenção. Então as estações de metro eu penso não sócomo: Elasah, é um ponto de embarque e desembarque como uma estação tubo.tem que ser pensadas como um terminal, igual os terminais que nós temos hoje sóque muito mais complexas. Elas tem que integram ônibus, tem que integrar metro,tem que integrar transporte de bicicleta, outros veículos. Então as estações de metroelas tem que serem pensadas no local, no espaço físico da cidade como conectorasde outras linhas futuras de metro. Então quais são essas linhas, onde que está oprojeto, no terreno de quem vai acontecer isso, se nós não pensarmos agora vai gerarum custo imenso no futuro de desapropriações (término do tempo)....um projeto deexecução, nós acabamos encerrando o projeto, inviabilizando ele por causa decustos. E outra coisa bem simples também é a questão de grades. Questão de gradescomo imobiliário urbano que colocam ali nas vias de próximas as estações tubos. Agrade ela segrega, a grade é o imobiliário urbano que suprima. Ela prima tanto hojepelo circulário, acho que a grade ela impede a mobilidade, acho que a grade é umelemento que ela não pode constar nas calçadas jamais, as calçadas são para ospedestres. Então a grade impede, acho que nós temos que resolver isso comeducação...(término do tempo).

O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Luiz Andreas, sempre presente aqui nasessão do plano. Nós temos só mais cinco falas, então são três falas da plateia, maisdois Vereadores incluídos, então são cinco falas e nós terminamos em 25 min. aaudiência que está próxima e previsto que eram 17h, agora faltam dez para as cinco,então acho que vai dar tempo. Próximo convidado, peço escusas ao Urandy que erao anterior, mas me perdi na lista, Urandy Ribeiro do Val, que é comerciante noHauer.

O SR. URANDY RIBEIRO DO VAL:- Em primeiro lugar eu gostaria dechamar a atenção de todas as pessoas presentes, pelo que eu pude observar, sãotodos jovens. Primeiro que vocês vão envelhecer e espero que envelheçam como eu,que tenho 80 anos e pretendo chegar nos cem ou mais. Mas vivendo numa cidadeem que ela possa oferecer condições em todos os sentidos. Em primeiro lugar eupediria aos senhores todos que planejam estudo e pensam em Curitiba que tambémpensem no envelhecimento, que a cidade seja preparada. Principalmente que hojeCuritiba é uma cidade que o índice de nascimento de idosos, porque o idoso passa aser idoso aos 60 anos, ele é superior o índice de renascimento de crianças, certo?Então é muito importante que se pensa na cidade para pessoas idosas, que serãovocês no futuro. Na continuidade, como comerciante e observador eu tenho algumascolocações que seria e já se falou e tem-se falado muito que nada acontece. Eu nãoouvi até hoje uma reunião paraíso, o reordenamento dos horários de comércio,escola, indústria, serviços. Isso é uma necessidade que se faz, eu por diversas vezesjá tive oportunidades aqui na Praça Carlos Gomes, um horário de 17h45 às seis até19h15 fica insuportável aquele tubo. Mas depois das 19h15 fica folgado, quer dizer,está faltando um reordenamento de horário do comércio e da indústria. A outra coisa

que eu gostaria de colocar é sobre a questão do bendito sinal amarelo. Existe uma(A)

falta de educação imensa da população, há uma necessidade de se investir empublicidade principalmente junto as crianças, mostrando que o sinal amarelo é paratirar o pé. Aqui em Curitiba o sinal amarelo é para acelerar. Deu sinal amarelo,todos os carros aumentam a velocidade, é um absurdo isso! Eu não vejo nada denoticiário em jornal, em televisão, não vejo político, não vejo ninguém abordarsobre esse aspecto. Há uma necessidade de se pensar em educar o povo. Nãoprecisamos de leis, leis temos demais, o que não temos é educação. Povo educadonão precisa de lei, eu acho que tem que se educar o povo e se fazer campanhaseducativas nesse sentido, principalmente com a criança. Muitos dos senhores nãolembram quando foi lançado aqui em Curitiba, nem tinham nascido ou eramcriancinhas, quando se lançou o programa do lixo que não é lixo. Foi um sucesso,por quê? Porque essa campanha foi feita com as crianças pequenas. Nessa ocasião,eu tenho duas netas que hoje tem quase quarenta anos, elas não me permitiram queeu jogasse o meu palito de fósforo, na época eu fumava, na rua. Quantas vezes elasme fizeram, eu despercebidamente joguei e elas me fizeram pegar o palito de volta.Hoje elas são umas ferrenhas defensoras, por quê? Porque fizeram as campanhasnas escolas muito bem feitas. Então, há uma necessidade de se pensar também nisso.Talvez, essa colocação não tenha nada a ver com isso. Por último, na apresentaçãofoi falado sobre o Terminal do Hauer. Eu tenho uma birra com aquele terminalporque eu tenho o meu comércio ali do lado. Eu vi fazerem uma reforma e gastaremtrês milhões e meio. Com três milhões e meio eu teria feito três terminais daquele, eestá uma porcaria. Eu gostaria que revessem melhor, porque ali temos uma praça,tem o INSS que pode sair dali porque aquele terreno era da prefeitura e foi cedidoao INSS, para que se amplie ali, inclusive, com locais para deixar bicicletas, deixarmotos, deixar skates, deixar o próprio carro e que não se tire o retorno, porque maiscedo ou mais tarde vamos ter que ir de ônibus para o Centro da cidade fazendo umretorno ali. Como eu sugeri a Urbs de no horário de pico ter o ônibus azul saindo doTerminal do Carmo. Seria isto.

O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Urandy. Com a palavra Jackson Nicolodi,da OAB.

O SR. JACKSON NICOLODI:- Boa tarde, Vereador Jonny Stica, VereadorBruno Pessuti e demais vereadores membros da Mesa, senhores e senhoras. O queeu entendo, o que eu vislumbrei hoje dos ensinamentos aqui prestados, é que apassagem de ônibus custa dois reais e oitenta centavos, enquanto o litro do álcool namédia está dois reais. Fazendo uma conta mais ou menos simples, para quatropessoas de uma família que utilize o mesmo veículo no mesmo dia, de passagem deônibus ele gastaria em torno de dez reais e oitenta centavos, com este mesmo valorele pode rodar até 20km. Então, o que eu sugiro é uma forma talvez até, elogiando aproposta já feita, de subsídio do ônibus abaixando a tarifa, que é um doscomplicadores na utilização do transporte público, assim como a superlotação. Poroutro lado também, aproveitando o Sérgio Caporasso, que tão bem conhece a região

do Pilarzinho, é interessante, e concordo com ele que essa região norte,principalmente a região do Pilarzinho, é uma região diferenciada. E aqui vou talvezlevantar a bandeira das minorias, a minoria daquele que precisa do carro. Nem todoschegam aos oitenta anos com a mesma vitalidade daquele que me antecedeu na(V)

palavra. Na região do Parque Tanguá o que temos? A Rua Domingos Antônio Moroe a Fredolin Wolf descendo. Só existe uma linha de ônibus que serve ali daDomingos Antônio Moro até o final dela, que é a Linha Primavera. Só que entre aDomingos Antônio Moro e a parte debaixo do Parque Tanguá por exemplo, que é aMargarida de Conto Gava, para você vencer do pátio de estacionamento, debaixo doParque Tanguá até a Domingos Antônio Moro são quase noventa metros. Noventametros, meus senhores, são dez por cento do que temos de Matinhos a Curitiba, paravencer em duas quadras. Então, quem mora, por exemplo, na Bernardo Berman, queé muito interessante, para você chegar na Bernardo Berman você não chega comGPS, porque nos mapas do Município de Curitiba consta uma rua entre a BernardoBerman e a Margarida de Conto Gava, só que fisicamente ela nunca existiu. Então,para quem mora nessa rua, tem que descer mais de setenta metros, ou vai para oParque Tanguá, sobe toda aquela parte da cachoeira, sobe para pegar um ônibus quevai lá no Parque Tanguá, ou você vai pegar o Primavera subindo também osmesmos setenta, oitenta metros. Para uma pessoa de idade ou com deficiência oucom um problema de saúde, como que faria para ter o direito de ir e vir, de sair oude transitar. Ou seja, nos mesmos moldes em que deve ser estudada a coletividade,que eu acho que é o correto, também deve ser vista a questão das minorias. Estoupontuando um determinado local. Porque nessa região do Pilarzinho, como é denotório conhecimento, onde inclusive estão as torres de tvs e rádios por ser umponto alto, ele é dobrado. As linhas de ônibus geralmente acompanham, não sei seesse é o termo técnico, as pistas desses morros, que é da Domingos Antônio Moro, aHugo Simas. Seria esse um ponto de crítica a ser estudado. Obrigado.

PLATEIA:- Só complementando o que ele falou, a Bernardo Berman éaquela região na frente da cascata do Parque Tanguá. Então, toda aquela região nãotem esgoto. O esgoto é jogado no Rio Barigui. O dele não, ele tem caixa decontenção com filtros, etc. Mas e toda aquela gente que mora lá nas favelas. Ali naBernardo Berman, em um dia de calor, você não aguenta porque o esgoto é jogadodentro da lagoa do parque, saindo e desembocando no Rio Barigüi. Tanto é que oRio Barigüi, quando entra em Curitiba, ele perde a nominação de rio e é canal deesgoto.

O SR. PRESIDENTE:- Último convidado, o Jaruga, da Mobiliza Curitiba.Depois vamos passar aos Vereadores Mauro Ignacio, Professora Josete e Pessuti.

O SR. JARUGA:- Boa tarde a todos. Quero inicialmente parabenizar aoJonny e ao Bruno por essas várias audiências que estão acontecendo para idealizar oPlano Diretor, mas queria fazer eco ao que a Débora Follador disse, e isso é muitoimportante, gente. Nós estamos assistindo audiências públicas em que sãoconvidados, Jonny, nós ficamos surpresos a respeito da sua iniciativa e do Bruno,

vêm os representantes da Prefeitura, do IPPUC e da Urbs e não apresentampropostas de revisão do Plano Diretor. Não tem o que discutir. O que vimos foramprojetos muito importantes, muito interessantes para a Cidade, mas não sãopropostas de revisão do Plano Diretor. Veja, a coisa é mais grave quando noConcitiba, órgão de que faço parte, tampouco ocorre discussão da revisão do PlanoDiretor por parte dos representantes do Executivo Municipal. O IPPUC e a Urbs nãoapresentam, nesse caso aqui é a Urbs, não apresentam, jamais apresentaram,propostas de revisão para o Plano Diretor. Como é que nós vamos discutir? Que tipode audiência é essa? A minha sugestão, Jonny, e é muito importante, é que depoisque for apresentada pelo Executivo, nós refaçamos a discussão, porque não houveapresentação de propostas do Plano Diretor. Então, (Manifestação fora domicrofone) Mas é uma audiência de revisão do Plano Diretor.(E)

O SR. PRESIDENTE:- Logo explico isso aí.O SR. JARUGA:- Bom, esse era o primeiro ponto. O segundo ponto,

desculpem-me a crítica, com muita polidez, apenas acho que não houve isso, e achoque deveria ou deverá haver. Gostaria de dizer que quando se discute mobilidademuito se fala de estrutura física, de vias de acesso, avenidas, de trincheiras, maspouco se fala de transporte público da tarifa, ou seja, da grana e da gestão. Quemcuida, quem gere o transporte coletivo. Isso pode e deve integrar o Plano Diretor.Vou dar dois exemplo: o primeiro, é que as pessoas não usam ônibus porque é caroe ruim. Por que é ruim já discutimos, é porque demora, é lotado, mas é carotambém. E as novas formas de financiamento do transporte deveriam fazer parte dadiscussão desse Plano Diretor. Como deixar o transporte mais barato, com horizontede ser gratuito ao usuário. Não é um absurdo. A saúde e a educação, com aqualidade que tem são gratuitas. Que fossem públicas e gratuitas foi uma conquista.A nossa próxima fronteira de conquista é que o transporte seja universal e gratuito.Isso parece uma utopia, mas é economicamente viável. Então, eu quis dizer queoutro elemento importante para discutir da gestão, é o seguinte: a frota de ônibus deCuritiba não é pública, pertence às empresas. Sendo que queremos rever oscontratos, que tem duração e queremos preservá-los, até onde seja possível, épossível que nos preparemos para daqui dez, doze anos quando os contratos perdema vigência, para ter uma frota pública. Tudo bem, assumindo que vamos respeitar oscontratos (Ausência de som). Estaremos nas mãos das mesmas concessionárias. OPlano Diretor pode nos preparar para isso. Tudo bem, vamos respeitar esse contrato,que sabemos que é roubo, sabemos que estamos sendo roubados, mas não vamosficar de calça curta quando acabar o contrato daqui doze anos. É por isso que oPlano Diretor também tem que discutir as formas de financiamento do transportepúblico e as formas de gestão do transporte público. Quem gere, quem cuida e dequem é o patrimônio do transporte, da frota. Portanto, essa é a minha sugestão, deque o Plano Diretor, na área de mobilidade e transporte público coletivo não falesomente de estrutura física, que é muito importante, mas também fale definanciamento do sistema e de gestão do sistema. Muito obrigado. (Palmas).

O SR. PRESIDENTE:- Obrigado Jaruga, que é da Mobiliza Curitiba etambém membro do Concitiba, que está conosco lá discutindo o Plano Diretor,numa outra instância, que é o Concitiba que teve uma acréscimo, foi dobrado oconselho, trinta e dois membros. É bastante importante o trabalho do Concitiba.Antes de passar aos Vereadores, como gerou polêmica e está relacionado aostrabalhos da Mesa, a questão do que os convidados podiam abordar ou não, eu(K)

tenho que defender aqui os convidados pelo seguinte, o convite foi feito assim:Tema - Mobilidade e transporte. Assunto: leigo. Não pedimos para que viessemfazer aqui uma demonstração do plano, não pedimos que viesse nada específico.Pode ser tanto uma apresentação sobre a história da Cidade, em relação ao tema,sobre o futuro, sobre perspectivas ou sobre o projeto mesmo. Por que fazemos assimdesde a primeira audiência? Porque às vezes o órgão não está pronto para apresentara proposta, que tem o seu prazo legal, e que vai vir para a Câmara de Vereadores.Este é um debate preparatório, onde escutamos a Cidade e levamos sugestões paraque o próprio IPPUC, Urbs, coloquem as nossas sugestões no plano que eles vãoapresentar. Eu ficaria até incomodado se hoje o IPPUC apresentasse um plano semnos ouvir. Então, é o contrário, e não quer dizer que não vai ter audiências públicasposteriores para mostrar o plano. Nós vamos fazer! Preguiça não temos! A cadaquinze dias tem uma audiência aqui, sendo que a lei só exige uma, depois que essaproposta vier. Ao contrário, nós queremos esta Casa participativa, com todos vocêscolocando sugestões para que coloquemos isso no plano. Aliás, a Ariadne quercomplementar.

A SRA. ARIADNE MATTEI MANZI: Eu só quero completar que fizemosaudiências públicas no início do ano para apresentar o diagnóstico. Agora é umafase de receber sugestões e propostas. Não viemos aqui com o intuito de apresentar,mesmo porque ainda estamos elaborando. Então, o que queremos? É a participaçãode vocês. Queremos que vocês entrem no site do IPPUC ou da Prefeitura, vão lá noPlano Diretor e coloquem as suas sugestões. A partir do final de agosto vamoscomeçar a fazer as audiências públicas para apresentar as propostas. Então, estãotodos convidados. Vai ser feita uma audiência em cada regional. Nem sempre é a nasede das regionais, mas vão ser feitas nas regionais. Então, essa é uma fase dediscussão, de coleta.

A SRA. OLGA PRESTES:- Eu também quero responder. Realmente, sefosse uma reunião específica para isso, você estaria coberta de razão. E outra coisa,o Plano Diretor são diretrizes de mobilidade, e também estão em desenvolvimentoos planos setoriais, que vão ser numa próxima etapa. Então, as propostas que vão serdiscutidas, o que o uso do solo vai influenciar na linha Inter II, quais os parâmetrosconstrutivos que vamos dar para eles, isso está sendo já pensado, mas para o PlanoSetorial, não para o Plano Diretor.

O SR. PRESIDENTE:- O que eu posso assegurar para vocês é que sãopoderes independentes, que têm que se relacionar, porque são os dois poderes daadministração pública municipal, o Legislativo, que é a Câmara, e o Executivo, que

é a Prefeitura. Então, eles têm relações, mas são independentes. Então, o trabalhoindependente do IPPUC, da Urbs, do Poder Executivo, está elaborando esse plano,com sugestões da sociedade, das audiências que eles fazem, das nossas audiênciasaqui, e isso tudo vai ser computado, vai ser feita uma proposta única do plano.Quando vier para esta Casa de Leis, daí é conosco. O que eu digo, seguramente, equero deixar claro aqui para o IPPUC, para a Urbs, deixar registrado no vídeo, nataquigrafia, nós não vamos fazer as coisas às pressas. Se esse plano chegar aqui, queé a proposta, no final de dezembro, nós não vamos votar esse plano no Natal. Essa éuma palavra minha. Se não, eu saio da Presidência da Comissão de Urbanismo.Então, nós vamos fazer uma discussão com calma, nós vamos aprovar a lei ano quevem. Isso aqui não é uma instância de referendar apenas o que o Executivo faz, aCâmara de Vereadores é uma Câmara séria! Nós vamos fazer o debate de novo, nósvamos fazer a discussão do plano quantas vezes for necessário. Então, fiquem bemtranquilos, porque aqui não são só os nossos nomes e sobrenomes que defendemos,nós defendemos a população de Curitiba, que deixa esse parlamento aberto com ointuito de ser uma Casa de Lei e de participação popular. Na sequência, concedemosa palavra a Vereadora Professora Josete, depois Vereador Mauro Ignácio e VereadorBruno Pessuti.

A SRA. PROFESSORA JOSETE:- Obrigada. Primeiro, quero parabenizar(M)

a iniciativa da Comissão de Urbanismo, eu acho que é fundamental cada vez maisgarantirmos espaços de participação popular. Acho que foi muito rico o debate,tivemos aqui os técnicos, os universitários nos dando elementos muito importantespara o debate, assim como a participação da população mesmo. Acho que cumpre opapel da audiência, com a participação de entidades representativas, estão aqui oFanini, em nome do Senge e do CREA, e os representantes do Executivo. Então,acho que o formato foi bem redondinho e acho que ajudou muito no debate. Eu soubióloga, então não tenho o conhecimento técnico; obviamente, como Vereadoraprocuro estudar, conhecer um pouco mais, mas não tenho a propriedade como quemé formado na área. Mas, como Vereadora e como cidadã, há algumas coisas que aolongo do tempo vamos observando. Assim, eu acho que um dos grandes problemasde Curitiba é que muitas definições se deram em função da pressão de setoresempresariais econômicos da Cidade. Então, peguei um exemplo que acompanheicomo moradora da região e como Vereadora à época, que foi o Shopping Palladium.Eu moro nas proximidades, já existia o Shopping Total ali, um pouco mais adiante oShopping Popular, o Muffato, e foi implantado o Shopping Palladium, com aexigência de uma única medida mitigatória, que foi aquela trincheira embaixo daKennedy. Então, acho que isso é um grande problema e por isso que temos que estarcom a sociedade organizada, porque acho que não é o poder econômico que tem quedefinir como as coisas vão se dar. Quem mora ali hoje na região sabe ao que merefiro. Sem contar o Terminal do Portão ali, a Kennedy, quer dizer, é um local degrande tráfego. E muitas vezes a Cidade abre mão de alguns instrumentos por contado poder econômico. E à época eu lembro que uma das nossas cobranças foi o

Estudo de Impacto de Vizinhança, que não teve. Então, acho que nós temos queestar muito atentos agora no debate do Plano Diretor e depois dos planos setoriais,para que efetivemos esses instrumentos. Já foram citados outros aqui pelos técnicosda área. E na Câmara eu lembro que fizemos um longo debate; enfim, sabemos quenão era uma área para que se implantasse mais um espaço como aquele, que é umdos maiores shoppings da América Latina. Então, acho que essa é uma lição quetemos que levar para que possamos pensar a Cidade de uma forma diferente. Enesse sentido eu tenho uma grande preocupação. Foram citados vários exemplosaqui, mas acho importante lembrar que estamos num momento em que no Centro daCidade, em cada esquina, estão derrubando os predinhos pequenos e estão surgindoaquelas torres. E eu fico pensando como é que nós vamos nos mover; lógico, aCidade como um todo tem esse problema, mas é o Centro da Cidade. E aí eu nãoentendo exatamente qual é a relação que tem, quer dizer, até entendo que existem osinteresses econômicos, né, mas como a Secretaria de Urbanismo libera o alvará deconstrução, se existe uma lógica, uma relação, um diálogo com o IPPUC; sei quetem o Conselho de Urbanismo, mas eu fico pensando como é que essas coisaspassam. Porque se pegarmos o miolo do Centro, gente, eu estou muito assustada.Então, acho que esse é o momento de debatermos isso e alguns mecanismos paralimitar algumas coisas. E, daí, uma curiosidade mesmo em relação, como foiexplanado pelo Márcio aqui, à reforma dos terminais, aos novos terminais; e ali aregião do Pilarzinho não está contemplada. Do que eu entendi da fala, ali está sefalando em integração temporal. Então, quero saber se, nesse planejamento devocês, o fato de não estar sendo pensado um terminal para aquela região doPilarzinho e Santa Felicidade é por conta dessa integração temporal ou se mais àfrente existe algum projeto nesse sentido. Porque sabemos que ali é uma região quetem pouca integração e sempre foi uma demanda. Outra questão que eu gostaria(L)

de colocar, foi dito por algumas das pessoas que se colocaram, em relação aosramais ferroviários. Acho que isso é um problema que nós temos que pensar emcurto, médio e longo prazo, acho que esse é um grande problema da cidade, achoque esses ramais podem ser aproveitados de alguma forma, mas nós sabemos quehoje é um fator assim de perigo para a população, isso nós temos que pensar. Então,eu sei que hoje o objetivo não era apresentar, digamos, uma proposta, do PlanoDiretor, mas o que vocês estão pensando em relação a isso? E eu queria parabenizar,acho que tivemos várias falas aqui importantes, mas gostei muito da fala do Miltone da Débora, acho que ajuda a nós que não somos da área a refletirmos umpouquinho mais, com uma visão de mais totalidade, acho que contribuiu bastanteaqui. E o Fanini, eu sou suspeita para falar, porque nós acompanhamos o seutrabalho há muito tempo e ele é um estudioso, um técnico da área e sempre teveuma preocupação com essa questão do planejamento e da forma como as coisas têmacontecido. E não é um problema de Curitiba, mas é do Brasil como um todo semque tenha de fato um planejamento mais pensado, mais elaborado, mais estruturado.Então, parabéns, Fanini, já pedi uma cópia da sua apresentação. Obrigada.

O SR. PRESIDENTE:- Passamos a palavra ao Vereador Mauro Ignácio.O SR. MAURO IGNÁCIO:- Boa tarde a todos, cumprimentar o Vereador

Jonny Stica por essa audiência, é uma oportunidade de debate, embora não sejaaquele debate acalorado, de propostas, mas é um momento que nós esperamos,inclusive, que esta Câmara e os Vereadores possam aprofundar mais. Nós tivemosuma reunião lá no IPPUC, Jonny, você sabe disso, com o Sérgio Pires, detalhamosmas não aprofundamos as discussões para Curitiba. E hoje nessa explanação, quenão era do plano, mas a regional Santa Felicidade, onde eu tenho um trabalho maisintenso, não foi citado. Sei que o Sérgio, que não está no Plenário no momento, fezalgumas alusões às necessidades do bairro, como foi citado aqui o Jaime Lerner,quando fez a rápida Campo Comprido há trinta anos, que diziam que ligava nada acoisa nenhuma, e nós sabemos o quanto é importante aquela via hoje para a nossaregião. E naquela região, já está construído, e nos próximos seis meses, até o anoque vem, a estimativa de vinte mil pessoas na Ecovile, ali ao lado do terminal doCampo Comprido. E uma das minhas lutas já de um ano e meio é a duplicação doViaduto do Orleans, como dizia o Bruno Pessuti, é uma necessidade para nossaregião, foi feita a João Falarz, foi feita a revitalização da Toaldo Tulio, da FredolinWolf e o viaduto ficou estrangulado. Então, tenho cobrado isso do IPPUC, esperoum projeto para breve para que sejam colocadas, no mínimo, cinco pistas naqueleviaduto. O pessoal do IPPUC já sinalizou que não é alternativa definitiva, mas,como paliativo é necessário. Uma outra questão que deve ser incluída no , aberturada Via Vêneto, também é uma reivindicação da região de Santa Felicidade, bemcomo a revitalização da Manoel Ribas, trecho final, que deve acontecer no inícioano que vem, conforme o Prefeito Gustavo Fruet já sinalizou também. Além disso,contorno Norte, que também está estrangulado, o fluxo é muito intenso, há umaproposta, uma sinalização da Presidente Dilma de quatrocentos milhões para oContorno Sul, quatorze quilômetros, porém ainda é insuficiente para resolver todo oproblema do Contorno Norte. Como também foi citado, a Professora Josete acaboude falar do contorno ferroviário, e que vai passar por aquela região também. Eu seique são temas que devem ser aprofundados, mas não podem ser esquecidos. Damesma forma, o estrangulamento da Manoel Ribas lá nas Mercês. Eu falava aquicom a Secretária Luiza, no início da audiência, é uma necessidade de resolver oubuscar alternativas para resolver aquele estrangulamento, ninguém passa empraticamente alguns horários nas Mercês em direção a Santa Felicidade. SantaFelicidade só tem então o Viaduto do Orleans como acesso e também a AvenidaManoel Ribas. Eu acho, Jonny, que esse tema deve voltar a discussão, que o IPPUCpossa colher essas sugestões, aprofundar e chamar a comunidade participativa, osVereadores, o pessoal que se dispôs a passar a tarde aqui na Câmara para colocarsua opinião e sua sugestão. Então, eu penso que novas audiências sejam necessáriasaté que esse plano seja concluído. Que a Câmara Municipal possa debater com a(I)

comunidade interessada. Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Vereador Mauro Ignacio. Com a palavra o

Vereador Bruno Pessuti.O SR. BRUNO PESSUTI:- Obrigado, Sr. Presidente. Boa tarde a todos.

Estamos no fim da reunião, mas podemos contribuir com algumas questões. Voumais no ponto que foi incitado pelas pessoas aqui presentes, principalmente aDébora e o Fernando, referente à origem/destino, que é fundamental que seja feitona cidade de Curitiba, porque precisamos saber, medir para onde estamos indo, paraonde estamos nos deslocando. Atualmente, desde antes de fazermos a CPI, tinha sefalado em origem/destino e até agora... Exatamente, vai ser licitado, vai ser licitado,e infelizmente... Agora vai. Mas ainda poderemos até usar a questão da tecnologiapara facilitar isso mais e mais. Precisamos ter esse diagnóstico para saber o futuro,para onde vamos. Que bom que vai ser licitado agora, finalmente, depois de doisanos. Eu vou um pouco no conceito do Jaruga, ele tinha falado a respeito, não datarifa zero, mas do conceito de como utilizamos o ônibus na Cidade, a forma comonos movimentamos. Se nós pagamos o lixo com uma taxa anual e geramos ele todosos dias, uma quantidade de aproximadamente um quilo por habitante, por que nãopodemos individualmente pagar uma taxa mensal de transporte? Esse valoraproximado é de um tanque de combustível, aproximadamente cento e vinte reais.Se você utilizar o ônibus duas vezes por dia, ele vai custar aproximadamente cento evinte reais no final do mês. E o custo do sistema é fixo. Se todos os ônibus rodaremas linhas vazios, o custo do sistema vai ser oitenta milhões de reais por mês. Quempaga esse sistema são os passageiros pagantes. Se tivéssemos o sistema que oRodolfo e o Jaruga falam, seria pagante o Estado. A tarifa que o Estado pagariaseria de oitenta milhões de reais. Como são vinte e quatro, vinte e cinco milhões depassageiros/mês, esse custo é diluído entre eles e fica a tarifa técnica deaproximadamente três reais, e subsidiada de dois e setenta. Se ampliarmos o númerode passageiros pagantes através desse valor fixo mensal, o valor variado de acordocom o período que você comprar, mensal, quinzenal, semanal, anual, você vaiconseguir ter uma previsão de receita no sistema, e o usuário vai ter total liberdadede utilizar qualquer linha em qualquer ponto da Cidade. Em Lyon, na França, achoque é assim. A Urbs apresenta esse aumento de 13% de custos, pode até ser verdade.Mas o usuário que tem que sair do ônibus, fazer uma integração no terminal, hojeele opta por comprar um carro para não ter que se deslocar até o terminal para fazeressa integração e demorar quarenta minutos. Se eu puder pegar um ônibus vermelhoe depois pegar um amarelo, pegar um verde, sendo uma tarifa única, tudo englobadono sistema, com certeza vamos ter mais usuários utilizando fora do horário de pico,fazendo com que mais passageiros comecem a utilizar o sistema e tenha maispassageiros pagantes, reduzindo a tarifa, e pelo menos mantendo o sistemaequilibrado. Vai ter que ter a participação do Estado, a participação do GovernoFederal, a participação do Município, até mesmo com subsídio, ou políticas deincentivo, por exemplo, para que os funcionários públicos, ao invés de receberemdinheiro na conta bancária para pagar o transporte, recebam um crédito detransporte coletivo, que vai estar no Fundo de Urbanização de Curitiba, e dessa

forma você acaba aumentando o número de passageiros pagantes. Então, sãoquestões como essas que queremos colocar no Plano de Mobilidade para fazer comque a Cidade se movimente. Não estou querendo proibir de utilizar o carro, nãoestou aqui sendo um defensor absoluto da bicicleta, mas precisamos dar opções quesejam aceitáveis. A pessoa pagou cento e vinte reais no mês, ela tem o cartão, já estápago aquele valor. Vou de ônibus, vou ficar uns quinze minutos esperando, dezminutos, até menos, porque vai ter a integração, a possibilidade de software, comojá existe, e saber a que horas o ônibus vai passar. E fazer também nos terminaisaqueles estacionamentos para que as pessoas possam largar seus carros láestacionados, a um custo módico, e dessa forma chegar até ao Centro, ou até ao seudestino, pagando essa tarifa única. Porque não tem sentido, todas as vezes que euuso o meu carro, ele está pago. Eu pego, ligo a chave e não preciso pagar. No finaldo mês eu pago o boleto. Agora, se eu for pegar o ônibus e toda vez, mesmo queseja pouco, dois e setenta, um valor simbólico para algumas pessoas, é dois esetenta, dois e setenta, e ele começa a medir aquilo de uma maneira desproporcionaldaquilo que na verdade é. Da mesma forma, é preciso ampliar para o táxi, mas eunão quero ampliar. Gostei muito do que o Fernando falou a respeito dos trens.Precisamos fazer os trens andarem na Cidade de Curitiba. Não tem sentido umacomposição com oitenta vagões transportando cargas. Ela poderia ter quatrocomposições transportando passageiros, trazendo lá de Tamandaré/Barreirinha, até oTerminal do Cabral, ou Colombo, e poderia aí sim fazer um eixo de transporte combaixo investimento, visto que todas essas áreas já estão desapropriadas e há apossibilidade de equipamentos públicos. Agradeço a atenção de todos. Obrigado.(J)

(Palmas).O SR. PRESIDENTE:- Vereador Bruno Pessuti, eu queria aproveitar, como

o tema é mobilidade e transporte, fazer um elogio público ao seu trabalho comorelator da CPI do Transporte Coletivo aqui na Casa. O Vereador Bruno Pessuti foimuito corajoso, a todo o momento foi muito firme, fez um relatório brilhante e que,segundo o Mazza da CBN, quem acompanha sempre a rádio, ele disse que se fossesó esta CPI aqui na Câmara já teria valido a pena a legislatura em comparação comas anteriores. Então, é claro que a gente não quer se resumir a só isso, mas foi umtrabalho muito importante dessa CPI. Há sistema muito equivocado do transportecoletivo, principalmente em relação às licitações que o Bruno falou aqui, que de fatosão completamente duvidosos. Sem querer detalhar muito, mas foram três áreas, trêslotes que por uma coincidência muito grande as empresas do transporte coletivo sedividiram também em três, cada agrupamento, cada consórcio assumiu um dessestrês lotes. Então, esse é um indício muito grave, mas não vou prevaricar nomicrofone, poderíamos falar por muito tempo e falar muito mais. Vou passar para asconclusões finais de dois minutos por convidado.

O SR. VALTER FANINI:- Bom, acho que todos que falaram, falaram demaneira diferente no mesmo sentido. Nós temos uma cidade já com três milhões dehabitantes e tratarmos ela no sistema de mobilidade às cegas. Se nós temos um

modelo, um zoneamento metropolitano na cidade de Curitiba e outros municípiosque propõem a ocupação de uso e densidades diferentes, nós temos que saber adinâmica de deslocamento de carros e pessoas que esse zoneamento provoca. Ouseja, o deslocamento de pessoas e cargas em função do uso que se dá do solo. ECuritiba se negou sempre há relacionar exatamente isso, as densidades e os usoscom a demanda por viagens e como se constrói o sistema. Quer dizer, o sistema deaproximação sucessivo, você vai adensando e vai aumentando e vai ampliando umpouco, vai um binário aqui, vai aumentando o sistema de transporte e coloca ometrô aqui, isso tem limite. Quer dizer, está certo, o Sérgio de Santa Felicidade sequeixou de poucos acessos ou se pode propor uma certa intensidade no uso do soloem Santa Felicidade e não se preocupar com o sistema viário. Uma maior densidadegera uma demanda que vai em todos os sentidos. Você tem que compatibilizar adensidade que se ocupa a verticalização, que se permite, a construção do sistemaviário, a capacidade do sistema viário com o sistema de transporte. Como aProfessora Josete falou, concentrar atividades econômicas são potencialmentegeradoras de viagens numas maiores intercessões viárias e nos viários de Curitiba.Ou seja, você tem que aprender a relacionar o uso do solo que se impõe com ademanda que ele gera com o sistema de transporte, se não vou ficar a vida inteiraconsertando avião em voo e nunca vamos projetar um avião que dê conta dedeslocar todos os passageiros com o mínimo de conforto. Então, a pesquisa de O.D,que não é só ela, ela é usada para calibrar os modelos que projetam as demandasfuturas e estabelece relações futuras entre ocupação do solo e carregamento dosistema viário tem que ser montado de uma vez por todas. Me metem medo quecada vez que faz o alargamento dela já propõe um novo eixo de adensamento ou setudo que se plante ali fosse andar exclusivamente naquela via. Confunde o acesso, acapacidade de acesso com a capacidade de deslocamento. Quer dizer, o que o setorimobiliário demanda? Mais e mais eixo de adensamento, mais e mais verticalização.Nós não temos nem 20% do potencial construtivo de Curitiba utilizado, mas sedemanda mais eixo de adensamento sem ter a menor ideia de como essesadensamentos serão atendidos pelo sistema de transporte e pelo sistema viário.Falou bem o rapaz ali, como nos vamos remendar o metrô, se não sabemos qual ademanda futura? É difícil remendar o metrô, sistema de obras é fácil, faz umpuxadinho aqui, faz um puxadinho ali, remenda daqui, mais um terminalzinho, maisum abrigo, mas o sistema de metrô é difícil de remendar, é nós estamos atuando àscegas. Então, há que se definir, esta foi a tônica da minha palestra, há que se usarnovos instrumentos de planejamento, que virão a gerar novos instrumentos degestão, e que têm que ser implantados. Senão, voo será às cegas e nós teremos(P) oque arrumar esse avião o tempo todo, e uma hora ele vai cair.

O SR. PRESIDENTE:- Muito obrigado. Concedemos a palavra à OlgaPrestes, da Urbs.

A SRA. OLGA PRESTES:- Eu fico um pouco assustada com a fala de todos,porque parece que não estamos fazendo nada certo. Só tenho a dizer que gostaria

que todos participassem mais, porque é muito fácil chegar, ficar se queixando e nãoter proposta. Acho que quando as pessoas têm propostas, como você que propôssubsídios, mas que tipo de subsídio? Sabe, vir com propostas reais para quepossamos realmente estudar. "A Rede Ferroviária deve sair". O Município nãolegisla sobre a Rede Ferroviária, então é fácil dar essas ideias. Gostaria de ficar numponto que eu só desse essas ideias sem compromisso, mas infelizmente temos umlimite, porque somos um município e depois tem o Estado e depois tem a Federação,então temos que obedecer as regras que estão aí. É muito legal ver que todo mundose interessa pela sua cidade e quem tem ideias. Gostaria de nas próximas vezes serconvidada para apresentar e para ouvir sugestões concretas, ver até que pontopodemos mudar e atender todas as ansiedades e desejos da população. Obrigada.

A SRA. LUIZA SIMONELLI:- Complementando o que a Olga disse, voucompletar algumas coisas. O IPPUC foi fundado para acompanhar e gerenciar oPlano Diretor. Temos limitações, temos o limite do Município que se diz só noespaço da cidade, onde podemos legislar. Acreditamos que seria interessante sepudéssemos avançar um pouco mais, mas isso não é permitido. Infelizmente,conversamos com a Comec, que é o órgão competente para legislar na RegiãoMetropolitana. Eles podem até concordar, mas só podemos sugerir. O segundoponto é a questão do RAF e do EIA-RIMA, são os dois instrumentos que aPrefeitura atualmente trabalha e nesses pontos e também com BGT para grandesempreendimentos ou até cinco mil metros quadrados, é o RAF e acima disso é oEIA-RIMA, de acordo com o que estabelece o Meio Ambiente. Esses sãoinstrumentos da próxima lei. A minuta do decreto já está pronta e estabelece quandodeve ser um e quando deve ser outro. E o último ponto é a questão do que a Déborafalou, atualmente estamos trabalhando com as diretrizes, as propostas vem depois,tanto do zoneamento, da mobilidade e tudo mais, uso do solo. Então, estamosfalando o plano macro. Como vocês sabem, esses outros pontos, como ozoneamento, fazem parte do plano setorial. Agora passo para o Márcio, pararesponder à Vereadora Professora Josete.

O SR. MÁRCIO A. DE TEIXEIRA:- Quanto ao Terminal Pilarzinho, juntocom a Urbs já estudamos há algum tempo a implantação desse terminal porquesabemos que aquela região não está incorporada a RIT, ela só é atendida por linhasconvencionais. Foi escolhido um terreno e hoje mesmo no Pilarzinho já há umaescassez de áreas de porte que sejam ideais para a implantação de um terminal detransporte, além da topografia lá que é bastante complicada. Foi indicada uma áreaonde havia essa possibilidade de implantação, mas houve um movimento popularmuito grande na região contra a implantação do terminal de transporte naquelelocal. A opção da Urbs foi de num primeiro momento implantar uma estação deônibus com integração temporal com a Linha Interbairros II, para que as pessoasque utilizem daquelas linhas na região desçam num determinado ponto naquelaregião próxima ao Pilarzinho e se integre à RIT temporalmente no intervalo do(G)

Interbairros II. Então isso que no momento ele tem, mas há algum tempo o desejo

de se integrar aquela região que nós sabemos que é bastante complicado chegar aocentro com as linhas convencionais pura e simplesmente. A questão da vizinhançamesmo que ocorreu, que não quis e se mobilizou fortemente contra a proposta doterminal. Então para concluir, tem-se buscado em algumas áreas para que nósconseguimos propor ou implantar o terminal. Só bem rapidamente com relação aquestão do posteamento, do projeto Manoel Ribas e outras coisas, às vezes aspessoas lógico tem todo o direito de criticar, eu estive quatro vezes em SantaFelicidade provocando a proposta da Manoel Ribas e ninguém perguntou por quenão vão ser retirados os postes da Manoel Ribas. Então, hoje a Prefeitura encontra eestá tentando resolver isso para um futuro próximo na questão de posicionamentos.Existem algumas áreas interessantes entre a Manoel Ribas sim, eram uma áreamuito interessante de você retirar o posteamento da rede da copel. Mas hoje existeuma série de interferência e interesses muito grandes com relação à concessionáriade energia, concessionária de telecomunicação, o atendimento aos usuários. Então,esse é um negócio que já faz anos que nós costuramos e estamos tentando resolver.Infelizmente, pela pressa de se ter e da necessidade, que nós entendemos que énecessária uma melhora naquele trecho da Manoel Ribas, nesse projeto não foicontemplado.

O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Márcio; obrigado, Ariadne, Olga. Eugostaria de fazer justiça aqui porque foi injusta a crítica, talvez, do auditório emrelação às posições de vocês com "não ter propostas", porque não foi assim que nóspedimos, era proposta livre, era iniciativa livre o tema. Ao mesmo tempo, acho quefoi equivocado agora, na minha visão como Presidente desta Mesa, dizer que nãohouve propostas concretas por parte da plateia. Pelo seguinte: primeiro que não éum espaço para proposta concreta, são diretrizes; o Plano Diretor neste momento édiretrizes, depois são os planos setoriais. Então, cada um aqui também tem o seudireito da dar a diretriz, pode falar simplesmente de uma política de mobilidadenecessária, uma destinação necessária, por exemplo, para a cicloviária, pode colocarde forma generalista isso, não precisa ter uma proposta concreta. E mesmo assimnós identificamos hoje aqui várias propostas. Teve também, se fosse depender depropostas, que também é permitido, teve a proposta de interligação com São Josédos Pinhais, teve a proposta de um eixo até Santa Felicidade, teve a proposta daintegração, teve várias propostas. Então, também aqui defender o auditório, porque,senão, seria diminuir a importância dessa plenária e da audiência pública, que defato está tendo proposições com formato principalmente, que é o mais necessário, dediretrizes, que é isso que nós vamos encaminhar ao IPPUC, e depois as propostasespecíficas acabam entrando nos planos setoriais. Gostaria de agradecer aqui todosos convidados, gostaria de agradecer a presença de todos que ficaram até quase 18h,17h45, tem sido muito boas as audiências públicas nossas de participação, e issodeixa a Comissão de Urbanismo muito satisfeita; falo aqui com certeza em nome detodos os Vereadores não só da Comissão, mas da Casa. Então, obrigado mesmo pelapresença. Gostaria, para finalizar, só de colocar as datas aqui dos dois próximos

momentos de encontro: dia 16, no CAU, Conselho de Arquitetura e Urbanismo, quefica na Nossa Senhora da Luz, no Alto da XV, às 9h da manhã, tem a sistematizaçãonas duas últimas audiências, inclusive essa; e no dia 22 de agosto, sexta-feira, issopara quem já tem aquele calendário anotar lá, porque estava dia 21, então não é maisna quinta-feira, dia 21, vai ser sexta-feira, dia 22, por motivo que foi marcado umareunião do Concitiba no dia 21. E nós havíamos entregado ao Concitiba, ao IPPUCe a todos o nosso calendário, mas não vamos criar um conflito em torno disso.Então, simplesmente alteramos, inclusive a passagem do palestrante que vem defora, e será no dia 22 de agosto, uma sexta-feira, às 14h. Então, dias 16 e 22. E asdemais talvez haja uma alteração pelos motivos que já citei, mas isso serádevidamente informado no dia 22. Obrigado pela presença de todos, espero quetenham gostado desse momento democrático desta Casa de Leis, e esperamos todosvocês nos demais debates. Obrigado e boa tarde a todos. (Palmas). Está encerrada aAudiência.

Jonny SticaPresidente

Bruno PessutiMembro

Felipe Braga CôrtesMembro

Toninho da FarmáciaMembro