caderno de saúde - 988 postal

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Conferência Internacional da ENRICH “Saúde e Sustentabilidade” págs. 4 e 5 Unidades de Saúde Familiar: o utente mais próximo do Serviço Nacional de Saúde pág. 5 Hospitais algarvios revelam áreas de excelência págs. 6 e 7 Hospital Particular do Algarve: Saúde - um bem essencial 24 horas págs. 8 e 9 O papel da saúde no turismo algarvio págs. 12 e 13 Alto patrocínio Este suplemento faz parte integrante da edição n.º 988 do Postal do Algarve, de 20 de Maio de 2010, e não pode ser vendido separadamente

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Suplemento especial de Saúde que integra a edição n.º 988 de 20 de Maio de 2010 do Postal do Algarve

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Page 1: Caderno de Saúde - 988 Postal

Conferência Internacional da EnrICh “Saúde e Sustentabilidade” págs. 4 e 5Unidades de Saúde Familiar: o utente mais próximo do Serviço nacional de Saúde pág. 5

hospitais algarvios revelam áreas de excelência págs. 6 e 7hospital Particular do Algarve: Saúde - um bem essencial 24 horas págs. 8 e 9

O papel da saúde no turismo algarvio págs. 12 e 13

Alto

pat

rocí

nio

Este suplemento faz parte integrante da edição n.º 988 do Postal do Algarve, de 20 de Maio de 2010, e não pode ser vendido separadamente

Page 2: Caderno de Saúde - 988 Postal

Caminhar ajuda!- Reduz o risco de doença coronária e ataque cardíaco;- Baixa a pressão sanguínea (tensão arterial);- Baixa o colesterol;- Reduz a gordura corporal e ajudar no controlo do peso;- Diminui o risco de cancro do cólon;- Reduz o risco de diabetes tipo II (não insulino-dependente);- Melhora a condição dos ossos e articulações, ajudando a combater a osteoporose e a osteoartrite;- Aumenta a força, flexibilidade e a coordenação, reduzindo o risco de quedas;- Reduz o stress;- Melhora o bem-estar e a qualidade de vida.

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Page 3: Caderno de Saúde - 988 Postal

20/05/10

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A saúde evoluiu em Portugal nos últimos 30 anos de forma impressionante

e o percurso fulgurante dos cuidados disponibilizados e prestados à população fez-se de forma acelerada, com er-ros e percalços, mas garantiu a qualitativa e quantitativa dos indicadores daquela que é uma das áreas funda-mentais para a sobrevivência e qualidade de vida das po-pulações.

O Algarve, uma região ge-ografi camente periférica face à capital do país e votada, durante anos, a um investi-mento parco da Administra-ção Central na área da saúde, nomeadamente quanto a equipamentos e muito par-ticularmente

quanto a escolas ca-pazes de f o r m a r profi ssio-nais do s e c t o r , sentiu de forma agu-da a melhoria dos cuidados nos últimos anos.

Um percurso que se cumpre com a recente aber-tura do curso de Medicina e se continua a cumprir com investimentos como o Hos-pital Central do Algarve, as Unidades de Saúde Familiar e as Unidades de Saúde na Co-munidade, que se propõem alterar de forma marcada a gestão dos recursos públicos aplicados na saúde e a forma como estes representam uma mais-valia para habitantes e visitantes do Algarve.

A reformada rede de ur-gências e a disponibilida-de de meios de socorro de

emergência pré-hospitalar, bem como a autonomia re-gional no transporte aéreo de doentes para unidades de referência em determina-das situações, são hoje mais um garante de um caminho que não se apresentou fácil na consolidação do Servi-ço Nacional de Saúde (SNS) num sistema integrado efi -caz e sustentável e que pro-mete exigir no futuro tanto ou mais esforço, quer dos políticos e dirigentes, quer dos profi ssionais da área da saúde.

O sector privado Por outro lado, o inves-

timento privado na região veio sendo feito ao longo dos anos de forma paulati-na e os grupos privados do sector instalaram no Algarve unidades hospitalares que se foram desmultiplicando em novas valências e na oferta de uma prestação de cuidados diferenciada a diversos níveis para aqueles que podem pa-gar ou que no limite vêem no recurso ao privado uma

forma de escapar aos estran-gulamentos do SNS.

Unidades privadas que garantem, também elas, cui-dados de saúde à população, pese embora as limitações de acesso, representam investi-mento na região, criação de postos de trabalho, geração de riqueza, e parecem nos dias que correm ser uma das apostas do Algarve em termos de nichos de cresci-mento económico.

O sector da saúde, no seu todo, é visto por muitos dos responsáveis públicos e privados da região e por investidores na-cionais e estrangeiros como um d o s caminhos para a

diversificação da economia algarvia e para a

criação de riqueza, falando-se já da saúde

como mo-

tor da economia do Algarve.Muito para além dos investi-

mentos em serviços de saúde no sentido estrito do termo, a apos-ta está em ir mais além e aliar e complementar a saúde com o turismo, estes com o bem-estar e todos eles com a qualidade

de serviço e com as excelentes condições de clima e seguran-ça da região a que se somam a existência de profissionais qua-lificados e a referenciação dos cuidados de saúde prestados no país como estando dentro dos padrões de referência do mundo ocidental.

É esta oferta multíplice e interdependente que está na base da convicção daqueles que vêem no Algarve poten-cial para desenvolver inves-timentos no sector e é exac-tamente aqui que se devem focar as atenções no sentido de qualifi car a região para o efeito de forma sustentável e credível.

O POSTAL, consciente dos desafi os colocados ao Algarve neste campo, não deixa de se associar ao esforço de debate, proposta de ideias e soluções e de informação sobre a te-mática e o Especial de Saúde

que hoje publica bate-se por isto mesmo.

Nos últimos quatro anos, o Algarve deu passos decisivos na área da saúde. Todos os ob-jectivos traçados em 2005, fo-ram alcançados. Preparámos e pusemos a concurso o novo Hospital Central do Algarve, criámos a Rede de Cuidados Continuados: de 15 camas de cuidados continuados em 2005 passámos a 317 camas, estando neste momento em várias fases de execução mais 530 camas de financiamento público e 101 camas de iniciativa priva-da. A rede completa-se com 28 equipas de apoio domiciliário que acompanham diariamente mais de 1.600 pessoas.

Iniciámos a reforma dos Centros de Saúde, melhorando as condições de acessibilidade ao médico de família, através da criação das Unidades de Saúde Familiar, estando já a funcionar 9, abrangendo mais de cem mil pessoas, atribuindo médico de família a mais de 16. mil utentes.

Pusemos a funcionar a rede de urgência do Algarve, que conta agora com quatro ambu-lâncias de Suporte Imediato de Vida, três Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação, um Helicóptero, quatro Serviços de Urgência Básica e dois Serviços de Urgência Hospitalar, insta-lámos e pusemos a funcionar as Unidades de AVC nos Hos-pitais de Faro e do Barlavento Algarvio, implementámos as Vias Verdes do AVC e Enfarte Agudo do Miocárdio.

Instalámos e operacionali-zámos o Centro de Medicina de Reabilitação do Sul, em São Brás de Alportel, construímos a Unidade de Desabituação do Algarve – IDT, iniciámos em Setembro de 2005 o Rastreio do Cancro da Mama que hoje abrange mais de 60% das mu-lheres algarvias, entre os 50 e os 67 anos, preparámos o início do Rastreio do Cancro do Colo do Útero, que começará em Junho de 2010 e demos conti-nuidade ao Rastreio do Cancro do Cólon e Recto.

Construímos e pusemos a funcionar o Laboratório Re-gional de Saúde Pública Laura Ayres, permitindo que a região passasse a dispor de autonomia para a detecção do vírus da Gri-pe A. Reduzimos as listas de es-pera cirúrgica em mais de dois mil episódios e o tempo médio de espera baixou de nove para três meses. Reduzimos as listas de espera em Oftalmologia. Nesta especialidade, os hos-pitais públicos realizaram mais de dez mil consultas e

4.600 cirurgias.Ao longo dos últimos anos,

o Algarve viu o trabalho dos seus profissionais de saúde e serviços de saúde serem reco-nhecidos a nível internacional e nacional, sendo disso exem-plos, a atribuição do título de Hospital Amigo dos Bebés ao Centro Hospitalar do Barlaven-to Algarvio pela UNICEF/OMS, os resultados obtidos pela Unidade de Cardiologia de In-tervenção do Hospital de Faro, ou a atribuição dos Prémios Hospital do Futuro em 2008 e 2009 à ARS Algarve. Atingi-dos estes objectivos, mantidos os bons resultados em saúde obtidos nos últimos anos, que permitiram que a região do Algarve apresentasse no ano de 2008 a mais baixa taxa de mortalidade infantil, 3.2/1.000, o Algarve tem de ultrapassar de uma vez por todas o problema dos recursos humanos.

As condições estão cria-das, com a entrada em fun-cionamento no ano lectivo 2008/2009 do 1.º ano do curso de Medicina da Universidade do Algarve, com a construção e a entrada em funcionamento, a breve prazo, do novo Hospital Central, com a existência das licenciaturas, pós-graduações e centros de investigação, que abrangem as ciências biomé-dicas, as ciências farmacêuti-cas, as tecnologias da saúde, a enfermagem, a psicologia e a educação social nas Univer-sidades do Algarve, a região terá condições para resolver a escassez de recursos humanos e poder-se afirmar na área da Inovação e do Desenvolvimen-to, em particular nas áreas das ciências biomédicas e das ciências da saúde. Dotada de excelentes condições de sanea-mento básico, de uma hotelaria de alta qualidade e segurança higiénica certificada, de praias classificadas com Bandeira Azul e Acessibilidade, de pro-dutos da terra e do mar de ele-vada qualidade e certificação europeia, agricultura biológica, vinhos, produtos DOP e IGP, de vias organizadas para passeios pedestres (Via Algarviana) e de bicicleta (Ecovias do Algarve), o Algarve está apto a apoiar o desenvolvimento de comporta-mentos e hábitos saudáveis nos turistas e residentes, promo-vendo a alimentação saudável, a actividade física e proporcio-nando condições ambientais e climatéricas de excelência, assumindo-se hoje como uma região segura e saudável.

Algarve, uma região segurae saudável

RuiLourenço

Presidente do Conselho Directivo da

Administração Regional

de Saúdedo Algarve, IP

A diversifi cação da estrutura económica do Algarve

A Saúde como motor da economia

Muito mais do que os investimentos

em serviços de saúde no sentido estrito

do termo, a aposta está em ir mais além e aliar

e complementar a saúde com outras áreas

FICHA TÉCNICA

Director: Henrique Dias FreireCoordenação: Ricardo ClaroConceito, design e paginação: Profi ssional Gráfi caDesign e paginação: André Navega

Conteúdos: Ricardo Claro, Cátia Henriques, Nuno BragaRevisão: Cristina MendonçaPublicidade e publireporta-gens: Basílio Pires, José Francisco, Anabela Gonçalves

e Profi ssional Gráfi caTiragem: 16.850 exemplares

Page 4: Caderno de Saúde - 988 Postal

20/05/10

P ortimão acolhe este ano, no Au-ditório do Museu Municipal da ci-dade, a primeira

Reunião Anual de 2010 sob o tema “Saúde e Sustentabilida-de”. Uma escolha, tomada em Bruxelas, Bélgica, na última reunião anual da rede e que contemplou o Algarve com a responsabilidade de organi-zar a iniciativa.

Entre hoje e amanhã, 20 e 21 de Maio, as regiões-mem-bros da ENRICH, Toscana (Itá-lia), da Andaluzia (Espanha), do East Midlands (Reino Uni-do), da Aquitânia (França), da Umbria (Itália), da Malopolska (Polónia), da Valónia (Bélgica), a terceira Região de Saúde da Macedónia (Grécia), da Dra-ma-Kalava-Xanthi (Grécia), da Alta Saxónia (Alemanha) e a região de Steiermark (Áus-tria), reúnem-se na cidade do Arade.

Um encontro que se de-senvolve em dois momentos, um primeiro que compreende a reunião do comité da rede propriamente dita e, um se-gundo, de que consta uma conferência sobre a temática escolhida.

A ENRICH, criada em 2005 em Florença, é reconhecida pela Comissão Europeia como uma rede activa que visa a par-tilha de informações e boas práticas, o acompanhamento do desenvolvimento das novas políticas, programas e inicia-tivas implementadas pela Co-missão Europeia no campo da Saúde e a concretização de projectos inter-regionais nas áreas concertadas entre regiões.

O Algarve, através da Ad-ministração Regional de Saú-de (ARS), é uma das regiões que faz formalmente parte da rede, desde 2009, a convite da Comunidade Autónoma da Andaluzia, uma das regiões fundadoras.

A ENRICH tem um se-cretariado permanente em Bruxelas, garantido pelas re-giões da Aquitania, Toscânia, Andaluzia e East-Midlands, que ali têm representação permanente.

Estão estabelecidas anu-almente duas reuniões ordi-nárias da ENRICH, uma na região que preside em cada

ano à rede e outra sempre em Bruxelas, “ porque se entende que esta é a forma de a rede estar mais próxima daquilo que são os fóruns de decisão das políticas europeias de Saúde”, disse ao POSTAL Rui Lourenço, presidente do Con-selho Directivo da Adminis-tração Regional de Saúde do Algarve, IP.

“Este ano a reunião que recebemos no Algarve, esta-va prevista para a região de Steiermark na Áustria, mas por razões de calendário elei-toral do país não era aconse-lhável a sua realização. O Al-garve disponibilizou-se para realizar o encontro e, apesar

de só pertencermos à ENRI-CH há um ano, os membros da rede consideraram que tí-nhamos condições para levar a cabo a iniciativa”, esclarece o responsável da Saúde.

De acordo com Rui Louren-ço, a ARS escolheu Portimão para acolher o evento porque oferece condições para rece-ber a reunião e porque valo-rizámos o empenhamento da

Câmara de Portimão na área da Saúde, muito em particu-lar, por ser o único municí-pio do Algarve que integra a Rede de Municípios e Cidades Saudáveis.

Sustentabilidade da SaúdeO tema escolhido para a

conferência tem por base o facto de, desde meados dos anos 70 do século passado, o Relatório Lalonde, produzido pelo ministro da Saúde Cana-diano Mark Laonde, apontar para o facto da Saúde ter de perceber quais os seus pró-prios determinantes e que es-tes não estão necessariamente no seu universo mais directo, mas sim no ambiente físico e socioeconómico em que as populações se desenvolvem e na forma como estas se relacionam com o seu meio envolvente.

De acordo com a ideia avançada pelo relatório, que entretanto alterou a forma de pensar a Saúde, adoptan-do-se um conceito de Saúde global, este enquadramento que determina a condição de vida das pessoas, fez deslocar o centro das preocupações na discussão do sector, do tratamento da doença em es-pecífico para uma realidade diversa que passa pelas ques-tões de promoção e prevenção na Saúde.

Passam assim a entrar em linha de conta para as temáticas da Saúde a forma como nos comportamos, como vivemos, como nos relacionamos com outras pessoas e com o meio am-biente, e a forma como nos organizamos passaram a ser de grande importância na determinação das polí-ticas de Saúde que se devem desenvolver no sentido de estabelecer padrões de com-portamento e de vivência que nestes domínios permi-tam a promoção da Saúde e a prevenção da doença.

Estas ideias estão estrei-tamente ligadas com a sus-tentabilidade. Cada vez mais a promoção de hábitos e comportamentos saudáveis e a prevenção de doenças são os caminhos a trilhar para se obter uma popula-ção mais saudável, para se atingir uma situação em

que as doenças mais do que se se tratarem, se evitam e para se alcançarem poupan-ças significativas quanto à aplicação dos recursos hu-manos e económicos gastos na Saúde.

A importância dos projectos transfronteiriços A integração do Algarve

na rede tem para o responsá-vel da Saúde algarvia outro aspecto de especial relevo, a possibilidade de desenvolver com as regiões-membros projectos transfronteiriços na área da Saúde, que per-mitirão um desenvolvimen-to qualitativo no Algarve e podem determinar o acesso a fundos essenciais para o desenvolvimento do sector no Algarve, quer no presente, quer no quadro dos apoios comunitários para o período a partir de 2013.

“Este é um projecto onde estamos de corpo inteiro”, afirma Rui Lourenço, acres-centando que “existem nesta participação do Algarve na ENRICH vantagens poten-ciais de grande importância, a possibilidade de troca de experiências e de boas-prá-ticas, a experimentação e o reconhecimento das nossas práticas por parceiros de ou-tros países constituem uma mais-valia muito relevante”.

Por outro lado, existe tam-bém a possibilidade de renta-bilizar programas implemen-tados pela ARS no Algarve e que já dão provas de sucesso, como o Escola Activa que per-mite a monitorização e segui-mento dos efeitos de práticas promotoras da Saúde levadas a cabo nas escolas com base em padrões de análise reconheci-dos internacionalmente.

“Ao criamos estes progra-mas e ao mostrá-los aos nossos parceiros criamos condições para podermos rentabilizar, mesmo financeiramente, o trabalho investido na sua cria-ção e implementação, porque passamos a poder fornecer aos parceiros e a terceiros o Know-how e os recursos humanos es-pecializados na sua implemen-tação”, realça Rui Lourenço.

Ricardo [email protected]

Rede europeia de saúde reúne em Portimão

“Saúde e Sustentabilidade” é o tema do primeiro encontro de 2010

ConferênCia internaCional da enriCh

• A presença de Portugal na ENRICH é uma aposta da ARS, dirigida por Rui Lourenço

“A integração do Algarve na rede tem para o

responsável da Saúde algarvia outro aspecto de

especial relevo, a possibilidade de desenvolver

com as regiões-membros projectos transfron-

teiriços na área da Saúde, que permitirão um de-

senvolvimento qualitativo no Algarve e podem

determinar o acesso a fundos essenciais para o

desenvolvimento do sector na região”

D.R.

Page 5: Caderno de Saúde - 988 Postal

20/05/10

M ais de 16 mil pessoas ganharam médico de família com

a entrada em funcionamento das Unidades de Saúde Familiar (USFs) na região do Algarve. Nes-te momento encontram-se em actividade nove USFs na região, sendo que na totalidade estas unidades abrangem 105.101 utentes, dos quais 16.012 ante-riormente não tinham médico de família, segundo dados do último relatório da Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP).

Centradas nas necessidades dos cidadãos e envolvendo a mobilização dos profissionais, a criação das USFs foi o primeiro passo do processo de reforma dos cuidados de saúde primá-rios, iniciado em 2005, e uma das principais prioridades do Governo. À semelhança das res-tantes regiões do país, o Algarve seguiu também esta tendência de mudança, que, na opinião de muitos especialistas, constituiu “um momento de viragem no rumo organizativo dos cuidados de saúde em Portugal”.

No Algarve são já nove as Uni-dades de Saúde Familiar em acti-vidade, a USF Âncora em Olhão (2006), a USF Al-Gharb em Faro (2007), a USF Balsa em Tavira (2007), a USF Mirante em Olhão (2008), a USF Monchique (2008), a USF Farol em Faro (2009), a USF Albufeira (2009), a USF Guadiana em Vila Real de Santo António/Castro Marim (2009) e a USF Ria

Formosa em Faro inaugurada no passado mês de Abril.

Os meios humanosAs USFs abrangem, actual-

mente, mais de 100 mil utentes, envolvendo 184 profissionais, dos quais: 62 médicos, 64 en-fermeiros e 58 administrativos, e permitiram dar médico de família a mais de 16 mil utentes na região do Algarve.

Estas unidades que reúnem médicos, enfermeiros e adminis-trativos, numa equipa multidis-ciplinar, oferecem uma carteira básica de serviços aos utentes nela inscritos, garantem a aces-sibilidade permanente a todos os utentes no seu período de fun-cionamento, através do princípio da intersubstituição solidária, permitindo o atendimento de todas as situações de doença aguda não urgente/emergente nestas unidades.

“Descentralização”, “auto-organização” e “responsabiliza-ção” face aos resultados, são os principais motivos apontados pelos profissionais de saúde que aderiram a este novo modelo de prestação de cuidados de saúde primários.

A importância da reforma O secretário do Estado Adjun-

to e da Saúde, Manuel Pizarro, aquando da cerimónia oficial de inauguração da USF Ria Formosa em Faro, em Abril passado, des-tacou a importância da reforma dos cuidados de saúde primários na crescente melhoria do funcio-

namento do Serviço Nacional de Saúde, sublinhando que “os cuidados de saúde primários são um aspecto essencial, porque são o único espaço onde nós pode-mos combinar de modo adequa-do a proximidade aos cidadãos com a qualidade. Por isso, nós temos investido tanto nesta re-forma dos cuidados de saúde primários, como a principal prioridade de acção do Governo na área da saúde”.

“O sistema de saúde não tem como único objectivo tratar pessoas doentes, isso era uma visão do passado, de há uma sdécadas atrás. Hoje o objectivo é muito diferente. É prevenir a doença e promover a saúde, isso só é possível com cuidados de saúde de proximidade que este-jam muito abertos aos cidadãos, que tenham grande qualidade e grande motivação e grande diferenciação dos profissionais, por isso, a aposta nos cuidados de saúde primários é uma apos-ta essencial, decisiva”, salientou Manuel Pizarro.

Centros de Saúdeagrupados Neste sentido, a reforma con-

tinua a desenvolver-se, assumin-do mesmo uma nova dinâmica com a implementação dos agru-pamentos dos centros de saúde (ACES), do Barlavento, Central e Sotavento. Os directores executi-vos dos ACES e respectivos con-selhos clínicos encontram-se já em actividade, representando uma das inovações primordiais: a existência de uma hierarquia

técnica, pela primeira vez, nos centros de saúde.

Com os ACES, pretende-se consolidar as respostas já exis-tentes e promover a constitui-ção das restantes unidades que os integram: as unidades de cuidados na comunidade, as unidades de saúde pública, as unidades de recursos partilha-dos e as unidades de cuidados de saúde personalizados.

Cuidados na comunidadeAté ao momento no Algarve

encontram-se em funcionamen-to três Unidades de Cuidados na Comunidade, a UCC de Faro, a UCC Infante em Lagos e a UCC Santo António de Arenilha em Vila Real de Santo António, estando a decorrer o processo de candidaturas para a consti-tuição de mais unidades desta tipologia que permitirão a curto prazo abranger a região algarvia.

Estas unidades têm como objectivo a prestação de cuida-dos de saúde e apoio psicológico e social de âmbito domiciliário e comunitário, especialmente às pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, em situação de maior risco ou dependência física e funcional ou doença que requeira acompanhamen-to próximo, e actuam ainda na educação para a saúde, na integração em redes de apoio à família e na implementação de unidades móveis de inter-venção, garantindo a continui-dade e qualidade dos cuidados prestados.

Unidades de Saúde Familiar:o utente mais próximodo Serviço Nacional de Saúde

Cuidados de saúde primários

• A equipa da Unidade de Saúde Familiar Ria Formosa, inaugurada em Faro no passado mês de Abril

programaCoNFErÊNCIa INTErNaCIoNaL Da rEDE ENrICH

“Saúde e Sustentabilidade”

Auditório do Museu Municipal de Portimão20 de Maio de 201009h00Abertura do secretariado09h30Sessão de abertura: Boas vindase objectivos da conferênciaRui Lourenço, Presidente do Con-selho Directivo da Administração Regional de Saúde do Algarve IP, Membro anfitrião da ENRICHManuel da Luz, Presidente da Câmara Municipal de PortimãoJosé Luís Rocha Castilla, Conse-lheria de Saúde da Juntada Andaluzia, Presidênciada ENRICH 10h00 – 13h00 (11h30 – 11h45 Pausa para café)

SaúDEE SuSTENTabILIDaDE I

“Saúde e alterações Climáticas”

Roberto Bertollini, Consultor Sénior e Coordenadordo Departamento de Saúde Pública e Ambiente, Organização Mundial da Saúde, (intervenção pré-gravada)

“Estratégia regional de Desenvolvimento articulando saúde e desenvolvimento social e económico: reduzir desigualdade em Saúde”

Erio Ziglio, Director do Departa-mento Europeu para Investimen-to em Saúde e Desenvolvimento da Organização Mundial da Saúde - Veneza, (intervenção pré-gravada)

Moderador: Rui Lourenço (Região do Algarve, Membro da ENRICH)

SaúDE E SuSTENTabILIDaDE II

“Saúde e alterações Climáticas”

Maria João Cruz, Coordenadora do CCIAM – Grupo de Investiga-ção sobre os Impactosdas Alterações Climáticas

“Saúde e Sustentabilidade: o papel da avaliaçãoda Tecnologia de Saúde”

José Luís Pinto Prades, Perito Internacional em Sustentabi-lidade económica em Saúde, Universidade Pablo de Olavide (Sevilha)

“Desafios crescentes – Fundos + ? = Sustentabili-dade da Saúde; Convertendo obstáculos em oportunidades”Camille Bullot, Coordenadorade Políticas da Comissãode Política Social e Saúde Pública, AER (Assembleiadas Regiões Europeias),.Moderador: José Luís Rocha (Região da Andaluzia, Presidência da ENRICH)13h00 Almoço – MuseuMunicipal de Portimão14h303ª Sessão

boaS práTICaS NaS rEgIõES I

East-midlands

“Criação de um quadrode referência para a prestaçãode serviços de saúde sustentáveis e de baixo consumode carbono nos East Midlands” - Helen Ross.

andaluzia

“Critérios de saúde aplicadosà utilização de águas residuaisna Andaluzia” - José Vela Ríose Francisco Rodríguez Rasero

algarve

“Programa de prevenção e con-trolo da Doença do Legionário em hotéis – Algarve” - Alexandra Monteiro.Moderadora: Solange Menival (Região da Aquitânia, Vice-Presi-dente ENRICH)15h45 Pausa para café16h004ª Sessão

boaS práTICaS NaS rEgIõES II

ToSCÂNIa

“O novo Hospital Meyer: um caso exemplar de respeito pelo ambiente” - Massimo Calamai.

aQuITÂNIa

“Saúde e desenvolvimento sus-tentável na Aquitânia” - Solange Menival

Saxónia-anhalt

“Exemplos de estudos de avaliação da sustentabilidade de acções para a melhoria da saúde infantil na Saxónia-Anhalt” - Gabriele Theren.Moderador: Nick Salfield (Região de East Midlands, Vice-Presidên-cia ENRICH)

D.R.

Page 6: Caderno de Saúde - 988 Postal

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Hospitais algarvios revelam áreas de excelênciaNo Algarve existem tratamentos topo de gama e áreas distinguidas a nível nacional

É um método seguro, in-dolor e de baixo custo, que fornece informações que outros métodos não apre-sentam. Envolve o uso de quantidades muito peque-nas de materiais radioac-tivos (inofensivos para a saúde nestas quantidades) que permitem a execução de “fotografias” da área do corpo que se deseja examinar. Estas imagens fornecem informações so-bre as funções dos órgãos e sistemas do organismo. Enquanto a radiologia faz

imagem da estrutura (da forma), a Medicina Nucle-ar faz imagem da função e da maneira como esta pode ser alterada em determina-da doença.

Medicina NuclearA colangiopancreatogra-fia retrógrada endoscópi-ca (CPRE) é um exame de diagnóstico que associa raios X e endoscopia e permite avaliar os canais biliares, canais pancreáti-cos e vesícula biliar. Estes canais drenam no duodeno ao nível de uma estrutura designada papila de Vater.É introduzido através da boca um tubo longo e flexível, designado duo-denoscópio, que pos -sui na sua extremidade uma fonte de luz e uma

câmara de vídeo que irá t r a nsmitir ima g ens e componentes que per-mitem colher, de forma indolor, fragmentos de tecido (biopsia)

ColangiopancreatografiaÉ um método de diag-nóstico e terapêutico que utiliza técnicas invasivas para obtenção de dados funcionais e anatómicos das várias cardiopatias. É através do cateteris-mo que se faz o estudo da dinâmica circulatória cardíaca, que consiste na inserção de catéteres radiópacos sob controlo fluoroscópico e monito-rização electrocardiográ-fica, seguindo o trajecto das artérias e veias peri-féricas até às cavidades

cardíacas. O cateterismo permite a visualização radiológica das cavida-des cardíacas e grandes vasos através da injecção de produto de contraste.

Hemodinâmica

Hospital

S. Gonçalo

de Lagos

Hospital

Particular

do Algarve,

AlvorCentro

Hospitalar

do Barlavento

Algarvio

BArLAvento

eSPeCiALidAdeS

fotos D.r.

Page 7: Caderno de Saúde - 988 Postal

20/05/10

Hospitais algarvios revelam áreas de excelência

É uma técnica cirúrgica mini-mamente invasiva, realizada com auxílio de uma câmara de vídeo e de dois ou três instrumentos cirúrgicos que são introduzidos no interior da cavidade abdominal atra-vés de pequenos orifícios fei-to na pele.É inserido um trocáter na ca-

vidade, um tubo com cerca de 12 centímetros de compri-mento por onde vai passar a câmara de vídeo, que permi-tirá a inspecção do interior do abdómen e a inserção dos outros trocáteres. No final da operação são retirados os trocáteres e as pequenas incisões são fechadas.

Cirurgia laparoscópica

São o local onde a maior parte dos utentes recorre quando tem um problema de saúde. As urgências hospitalares permitem uma rápida actuação de primeira linha, o problema é que muitos dos casos não são urgentes. Os sistemas de triagem levam a que muitas das pessoas que re-almente precisam sejam as primeiras a ser vistas pelos médicos. Com testes rápidos de diag-

nóstico, designadamente marcadores cardíacos, pa-râmetros bioquímicos, de coagulação e urianálises, as urgências hospitalares so-lucionam muitas situações de forma mais rápida.

Urgências hospitalares

É uma unidade especial que se encontra inserida no Serviço de Neonatologia. Esta unidade é o lugar onde se proporciona vigilância, tratamento e cuidados aos recém-nascidos prematuros e de termo com problemas de saúde que possam ser potencialmente graves.As possibilidades de sobre-vivência de um bebé pre-maturo estão directamente relacionadas com o peso ao nascer, a presença de pro-

blemas de saúde graves e a idade gestacional, uma vez que esta determina a matu-ridade dos órgãos. Actual-mente considera-se viável um recém-nascido a partir das 23/24 semanas.

Unidade de Cuidados Intensivos de Neonatologia

Quanto à articulação com o sector privado, Rui Lourenço é mais crítico, deixando claro que apesar de trabalharem para os utentes, os hospitais privados só exercem as áreas que podem dar lucro. “O sector privado não tem que cumprir os serviços que um hospital público oferece. Ofere-cem os serviços que os adminis-tradores decidem, e cumprem os objectivos atribuídos pelos conse-lhos de administração”, adianta.

História dos hospitaisConstruído para substituir o

antigo Hospital da Santa Casa da Misericórdia, o Hospital de Faro iniciou a sua actividade a 4 de Dezembro de 1979, e serve uma população residente de cerca de 253 mil pessoas.

O Centro Hospitalar do Barla-vento Algarvio entra em funcio-namento em 1999 e, em 2004 agrupa a Unidade Hospitalar de Lagos.

O Hospital de Santa Maria de Faro foi criado em 1993, e em 2000, foi adquirido pela HPP - Hospitais Privados de Portugal. A HPP investiu numa segunda unidade, o Hospital S. Gonçalo de Lagos que entrou em funcio-namento em Setembro de 2003.

O Hospital Particular do Al-garve abriu em 1996, em Alvor. Em 2009, abriu uma unidade em Faro, que é a mais recente unida-de hospitalar da região.

Nuno [email protected]

As mais recentes técni-cas e equipamentos são uma das grandes

mais-valias dos hospitais pri-vados para atrair utentes que não se importam de pagar por qualidade.

Os serviços também mos-tram provas em todo o país. As instalações dos hospitais privados contam com as mais recentes técnicas de diagnóstico e de intervenção cirúrgica. Um dos casos é a colangiopancreatografia re-

trógrada endoscópica (CPRE), que é uma técnica cada vez mais utilizada no Hospital Particular do Algarve, devido aos bons resultados obtidos.

As novas instalações da unidade de Faro contam com unidades de Medicina Nucle-ar e de Cirurgia Laparoscópi-ca equipadas com tecnologia de ponta, sendo algumas ex-clusivas em toda a zona sul do país.

Já a unidade de Medicina Física e Reabilitação do Hos-

pital São Gonçalo de Lagos disponibiliza, tanto para os doentes internados como para os utentes do ambulató-rio, electroterapia, fototerapia, termoterapia, massoterapia e treinos terapêuticos, funcio-

nando em articulação perma-nente com os outros serviços do hospital, nomeadamente Ortopedia, Reumatologia e Neurologia.

Ao todo os quatro hos-pitais privados disponibili-zam ao Algarve cerca de 100 camas, mais de dez salas de operações e para cima de 20 gabinetes de atendimento médico. Isto não contando com os profissionais que trabalham nas unidades hospitalares.

Privados apostam na tecnologia de ponta

Hospitais recentes e equipamentos de última geração valem o preço

Apesar das muitas queixas em relação ao atraso na cons-trução do novo Hospital Central

do Algarve, a região conta com inúmeros serviços que disponi-bilizam equipamentos de última geração e conta com áreas que são reconhecidas a nível nacional.

O panorama da saúde no Algar-ve não é assim tão negro quanto o pintam e o POSTAL foi descobrir os serviços que mais se destacam na região, quer nos hospitais pú-blicos, quer nos privados. Existem seis grandes hospitais no Algarve, espalhados desde Lagos até Faro, dois são públicos e quatro privados. (ver no fundo da página)

O director da Administração Regional de Saúde do Algarve, Rui Lourenço, afirmou ao POS-TAL que, apesar de ainda não existirem todas as áreas de cui-dados médicos que o Algarve precisaria para os seus utentes, os serviços que existem dão mostras de serem competentes e de terem qualidade.

“O Algarve vai ser auto-su-ficiente em termos médicos quando tiver o novo hospital e os especialistas necessários para compor a equipa médica. Mas, neste momento os hospitais pú-blicos têm serviços de qualidade, reconhecidos nacional e interna-cionalmente, como os serviços da Unidade de Hemodinâmica do Hospital de Faro, que realiza um bom trabalho de investigação na área”, revela Rui Lourenço.

Hospital

Privado Santa

Maria de Faro

Hospital

Particular

do Algarve,

FaroHospita

l

de Faro

A Unidade de Cuidados Intensivos de Neona-tologia do Hospital de

Faro é a única unidade de apoio perinatal diferenciada na região, que garante assis-tência a prematuros e a re-cém-nascidos que necessitem de receber cuidados especiais e intensivos (ver caixa).

A médica responsável pela unidade, Maria José Castro, explica que para além da qua-lidade dos equipamentos, o sucesso da unidade também

se deve “em grande parte à prática diária e à especializa-ção dos profissionais de saú-de, nomeadamente do corpo clínico e de enfermagem que se têm vindo a diferenciar em

áreas cruciais na prestação de cuidados neonatais”.

Urgências são exemplo para o paísO Centro Hospitalar do

Barlavento Algarvio (CHBA) foi considerado no ano passa-do como “um bom exemplo” em termos de organização das urgências hospitalares. O Instituto Português da Qua-lidade distinguiu o CHBA a nível nacional e promoveu uma apresentação do modelo

de urgências em Lisboa, onde estiveram representados hos-pitais como o de Coimbra e o Garcia de Orta.

O POSTAL falou na altura com o presidente do conse-lho de administração, Luís Batalau, que explicou o que foi feito para receber tal dis-tinção. “Temos uma directora exclusiva para as urgências, e quatro elementos fixos para estes problemas, além dos médicos de balcão e das tria-gens”, afirmou.

Neonatologia e Urgências são motivo de orgulho

Hospitais públicos asseguram cuidados de saúde com qualidade

SotAvento

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20/05/10

HOSPITAL PARTICULAR DO ALGARVESaúde - um bem essencial 24 horas

Qualidade // Diferenciação // Tecnologia

Com um crescimen-to contínuo ao longo dos anos, fruto de

uma filosofia de acolhimen-to e bem-estar do doente, o Hospital Particular do Algar-ve estendeu a sua influência geográfica, envolvendo-se num conceito de grupo para melhor servir a população que habita e visita esta região.

É neste contexto que surge

o novo hospital em Faro. Para responder ao fluxo de utentes presentes no sotavento algar-vio, o Grupo inaugurou em 2009 o seu mais moderno e bem equipado Hospital, o Hospital Particular do Al-garve – Gambelas, Faro. Esta unidade visa a proximidade das populações e é mais um contributo significativo para a construção de uma ima-gem de referência na medi-cina privada.

Trata-se de um Hospital com tecnologia e diferencia-ção acima da média, com pa-drões e standards europeus e staff multinacional, altamente qualificado e reconhecido. De-senvolvemos interligações com

centros de formação e hospitais no mundo inteiro, procurando a formação contínua dos nos-sos colaboradores e a constante actualização do conhecimento científico que transpomos nos serviços que prestamos.

Privilegiamos a rapidez e a segurança no seu aten-dimento e por isso criamos um sistema de registo e transmissão de informa-

ção médica para que tenha sempre ao seu dispor toda a informação clínica que é ne-cessária para acompanhar o seu problema, em qualquer altura, por qualquer médico e em qualquer dos nossos hospitais.

Apostamos na certifica-ção, no controlo de qualidade de todos os nossos processos de atendimento e avaliação de desempenho de todos os nossos profissionais, com rigoroso controlo da quali-dade dos serviços médicos prestados e validados em diversas áreas por avaliações internas e externas, sendo um dos primeiros hospitais ecológicos do país.

Foi durante uma viagem ao Algarve em 1985 que João Bacalhau se aperce-

beu da carência de cuidados de saúde de excelência, numa região em crescimento.

Com obstinação e empe-nho, apostou no projecto de saúde privada em que poucos acreditavam, numa região em pleno desenvolvimento, que mais tarde viria a ser o Hos-pital Particular do Algarve em Alvor.

Inaugurado em 1996, o Hospital Particular do Algar-ve – Alvor possui instalações modernas, bem preparadas e tecnologicamente evo-luídas, que se apresentam como uma mais valia na área

da saúde, a nível regional e nacional.

Inaugurado em Dezembro de 2009, o novo Hospital Par-ticular do Algarve em Gambe-las - Faro conta com:- Urgência 24 horas- Urgência Pediátrica - Serviço de Observação 24 horas - Unidade de Cuidados Inten-sivos – 8 camas - Bloco Operatório – 3 salas - Internamento: 90 camas - quartos privados, semi-priva-dos e suites - Maternidade – Berçário - Análises Clínicas - Exames Complementaresde Diagnósticos

- Consultas Externas- Ambulâncias Privadas – 24 horas

CONTACTOS:

Call Center: 707 28 28 28

Unidade de AlvorEstrada de Alvor8500-322 Alvor – Portimão

Unidade de FaroGambelas8005-226 Gambelas – Faro

[email protected]

• Unidade de Faro - Gambelas, um dos primeiros hospitais ecológicos do país

• Unidade de Alvor (Portimão), a funcionar desde 1996

• O HPA aposta em staff multinacional, altamente qualificado e reconhecido

Porque a sua saúdeé de particular importância!

Alvor // Faro

O Grupo inaugurou em 2009

o seu mais moderno e bem equipado

Hospital, o Hospital Particular

do Algarve – Gambelas, Faro

Page 9: Caderno de Saúde - 988 Postal

20/05/10

HOSPITAL PARTICULAR DO ALGARVESaúde - um bem essencial 24 horas

EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO

- Raio – X- Ecografias 3 D- Mamografia- Densitometria- TAC- Resonância Magnética- Angiografia e Angioplastia- Medicina Nuclear

PEDIATRIA DE URGÊNCIA

- Maternidade e Berçário - Consultas Externas espe-cialmente vocacionadaspara Crianças- Bloco Operatório- Exames Específicospara Crianças

CENTRO DE UROLOGIA DO ALGARVE

- Tratamento do Cancroda Próstata – Braquiterapia - Laser da Próstata- Litotricia - Cirurgia Endoscópica

GASTROENTEROLOGIA

- Endoscopias Digestivas Altas

- Colonoscopiascom Sedação- Colonoscopias Virtuais- C.P.R.E.- Rastreios do Cancrodo Colerectal - Tratamento de doenças

anais e perianais

CIRURGIA LAPAROSCÓPICA E BARIÁTRICA

- Cirurgia com Anestesia Local

- Unidade de CirurgiaAmbulatória

TRATAMENTO DAS VARIZES

- Cirurgia Vascular – Ablação Endovenosa por Radiofre-quência ou Laser – Técnica Inovadora Minimamente Invasiva.

Acordos com a maioriadas Seguradoras de Saúde e Subsistemas.

• Unidade de Faro - Gambelas, um dos primeiros hospitais ecológicos do país

• Unidade de Faro: Internamento – 90 camas / quartos privados, semi-privados e suites • Dr. João Bacalhau, presidente do Conselho de Administração

CareCardCartão deSaúde HPA

Criado a pensar no nosso doente, o CARE CARD ofere-

ce um conjunto de benefícios exclusivos ao titular, permitin-do a identificação imediata do utente no nosso sistema informático em qualquer dos hospitais do Grupo.

Assim, a equipa do Hos-pital Particular do Algarve poderá ajudá-lo de uma for-ma mais rápida e eficien-te, garantindo um atendi-mento personalizado.

Para mais informações consulte o nosso websi-te em www.hpalg.com.

Page 10: Caderno de Saúde - 988 Postal

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20/05/10

DR. CARLOS ROCHASERVIÇOS E PRODUTOS PARA SENIORES

®

Urgências algarvias garantem segurança e efi cácia

Rede de Serviços de Urgência e Emergência

F evereiro de 2009 foi a data que marcou a entrada em funcionamen-to pleno da Rede

Integrada de Serviços de Ur-gência e Emergência (RISUE) no Algarve, resultante de um processo de requalificação iniciado em 2006.

A actual RISUE disponi-biliza além dos dois serviços de urgência hospitalar (hos-pitais de Faro e Portimão) já existente na região desde há anos, quatro novos Serviços de Urgência Básicos (SUB) distribuídos territorialmen-te de forma a garantir rapi-dez e efi cácia no socorro aos doentes.

Lagos, Albufeira, Loulé e Vila Real de Santo António são as cidades onde funcio-nam, 24 horas por dia, os

SUBs da região equipados com RX digitalizado, análises clínicas e electrocardiógrafo com desfibrilhador ligado por via transtelefónica à Uni-dade de Doentes Coronários do Hospital de Faro. OS SUBs aplicam ainda o método de Manchester, um sistema de

triagem de prioridades na urgência e processo clínicos electrónicos, ligados por via informática aos Hospitais de referência.

Na vertente de assistência pré-hospitalar, destaque para a existência de quatro ambu-lâncias de suporte imediato

de vida, sediadas em Lagos, Quarteira, Tavira e Castro Marim e três viaturas médi-cas de emergência e reanima-ção em Portimão, Albufeira e Faro, que permitem a rápida deslocação de meios até ao doente, estendem a eficácia da RSUE até aos pontos mais remotos da região.

Vias verdesJuntam-se a estas valên-

cias duas outras em áreas crí-ticas da assistência a doentes urgentes e emergente, a Via Verde do Enfarte Agudo do Miocárdio e a Via Verde do Acidente Vascular Cerebral (AVC), em funcionamento desde Agosto de 2007 e que permitem nestas patologias que pessoas com sintomas e sinais suspeitos de Enfar-te Agudo do Miocárdio ou

de AVC liguem o número telefónico 112 e sejam trans-portadas de imediato para a Unidade de Cardiologia de Intervenção do Hospital de Faro e para as Unidades de AVC dos Hospitais de Faro e Portimão.

Por último, a região foi recentemente equipada, em permanência, com um helicóptero do Instituto Na-cional Emergência Médica, sediado em Loulé e que per-mite o socorro em casos de maior gravidade, bem como, a transferência de doentes para unidades hospitalares de referência a nível nacio-nal com maior rapidez e se-gurança.

A RSUE garante hoje à região uma efi ciência muito superior à que estava dispo-nível antes da requalifi ca-

ção, mesmo considerada a reformulação dos Serviços de Atendimento Perma-nente que causou alguma polémica.

A gestão mais eficiente dos recursos humanos de-dicados pelo Serviço Nacio-nal de Saúde aos cuidados de urgência, a adição de outros recursos, nomeada-mente, técnicos e tecnoló-gicos trouxeram à região toda uma nova realidade na área de urgências, uma melhoria notável mas que tem ainda um percurso de consolidação e afi nação a percorrer e uma evolução permanente dos cuidados de saúde nesta área que cumpre acompanhar.

Ricardo [email protected]

PUBPUB

Admissão de Pessoal MédicoANÚNCIO

O Hospital de Faro, E.P.E. pretende recrutar Pessoal Médico, nas áreas a seguir identifi cadas, tendo em vista a celebração futura de contratos de trabalho, regulados pelo Código do Trabalho, demais legislação lab-oral e normas imperativas sobre títulos profi ssionais:- Anestesiologia; Cardiologia; Dermatologia; Ginecologia e Obstetrícia; Medicina Fisica e Reabilitação; Medicina Interna; Oftalmologia; Oncolo-gia; Ortopedia; Otorrinolaringologia; Psiquiatria; Neurologia; Radiologia e Neurocirurgia.

As candidaturas devem ser formalizadas através do preenchimento do formulário de candidatura disponível no site do Hospital de Faro, E.P.E., (www.hdfaro.min-saude.pt) e remetidas por via postal ou correio elec-trónico ([email protected]) no prazo de cinco dias úteis a contar da data publicação do presente aviso.

Os formulários devem vir acompanhados dos seguintes documentos:

1. Súmula curricular (Modelo Europeu); 2. Fotocópia do documento comprovativo das habilitações académi-

cas; 3. Fotocópia do certifi cado do curso de especialização; 4. Fotocópia da cédula profi ssional ou documento comprovativo da

inscrição na Ordem dos Médicos;5. Fotocópia do documento de identifi cação, número de identifi cação

fi scal e cartão de benefi ciário da Segurança Social.Faro, 18.05.2010.

Hospital de Faro, E.P.E. • R. Leão Penedo • 8000-386 Faro • Tel.: 289 891156

Fax: 289001971• E-mail: [email protected](POSTAL do ALGARVE, nº 988, de 20 de Maio de 2010)

• A região tem quatro ambulâncias de suporte imediato de vida

D.R.

Page 11: Caderno de Saúde - 988 Postal

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Construção das unidadesde cuidados continuados já arrancou

Hospital de Faro

É um projecto que começou a dar os primeiros passos em 2008 e que está agora a ser posto

em prática. Já começaram as obras nos três pisos devolu-tos do edifício Ambulatório do Hospital de Faro, onde vão nas-cer duas unidades de cuidado continuados e serão instalados o Serviço de Medicina Física e Reabilitação e a consulta exter-na de Ortopedia.

A Unidade de Convalescença ficará no quarto piso, a unidade de Cuidados Paliativos no quin-to e o terceiro piso receberá os outros serviços. Recorde-se que no primeiro e segundo piso funcionam já as consultas ex-ternas e a Unidade de Cirurgia do Ambulatório.

O anúncio do projecto foi feito no final do ano 2007. Três anos depois, dados todos os pas-sos necessários, a obra arrancou e tem como data prevista de conclusão o último trimestre de 2010. Depois de construídas, As unidades cuja construção e apetrechamento são financia-das pala Rede Nacional de Cui-dados Continuados Integrados vão ser geridas pelo Hospital de Faro. No total a obra vai ascende

a 3,4 milhões de euros.Para o Hospital de Faro este

projecto tem uma importância fundamental. Ana Paula Gon-çalves, directora do hospital fa-rense, explica porquê. “Esta obra que está agora em curso é uma excelente oportunidade, pois aquele edifício estava com três pisos vazios e não dispúnhamos de verbas para os desenvolver”. Mas os benefícios para a unida-de hospitalar da capital algarvia não ficam por aqui. Também a gestão de camas vai beneficiar.

“Temos o Hospital cheio, com procura constante e doentes muito idosos. Estas unidades vão ajudar-nos muito na ges-tão das camas, porque temos utentes que já não precisam de cuidados hospitalares, mas ca-recem ainda dos cuidados pro-porcionados pela Rede”, explica

Ana Paula Gonçalves.No entanto, a responsável

faz questão de sublinhar que as unidades agora em construção “não são alternativas aos lares”. “Estas unidades são para reabi-litar os utentes para que possam ir para casa ou para lares se não tiverem casa ou quem cuide deles. É verdade que há doen-tes que deviam voltar para casa mas como não têm estrutura familiar de apoio permanecem na Rede até ser encontrada uma solução para o seu caso”, afirma

Ana Paula Gonçalves.Segundo a responsável, a

unidade de cuidados paliativos será a primeira do Sotavento algarvio. “São 15 camas que servirão para acolher doentes que carecem deste tipo de cui-dados sejam oncológicos ou não”, explica.

Ana Paula Gonçalves refor-ça ainda o papel da unidade de Medicina Física e Reabilitação. “O ginásio e as restantes ares técnicas (terapia ocupacional, terapia da fala, fisioterapia) terão todos os meios técnicos para apoiar a reabilitação dos doentes que vão ser internados nas unidades de cuidados conti-nuados e também os utentes do hospital. Vamos passar a ofere-cer excelentes condições no do-mínio daquela especialidade

Segundo a responsável, este projecto “em nada colidirá com a construção do futuro Hospital Central”, uma vez que, quando isso acontecer, as unidades, en-quanto integrantes da Rede “per-manecerão no mesmo local”.

Outro projecto que vem de trás, recentemente terminado foi a transferência dos serviços farmacêuticos do Hospital de Faro para uma área nova. O serviço que funcionava numa zona adaptada tem agora “toda uma estrutura pensada para o fim a que se destina”, com “tecnologias modernas na distribuição e gestão dos medicamentos”.

Cátia [email protected]

Os Cuidados Continuados

Unidade de ConvalescençaDestina-se ao tratamento de situações pós-agudas, com necessidade de recuperação intensiva, nomeadamente no âmbito da reabilitação da pessoa, na sequência de internamento hospitalar ou agudização de doença cró-nica, cujo tratamento não exija recursos de um Hospital de agudos.

A unidade de convalescença destina-se a internamentos com previsibilidade até 30 dias consecutivos.

Unidade de Cuidados Paliativos É uma unidade de internamento, com espaço físico próprio, preferentemente localizada num hospital, para acompanhamento, tratamento e supervisão clínica a doentes em situação clínica complexa e de sofrimento decorrentes de doença severa e/ou avançada, incurável e progressiva.

Pertencem ainda à Rede Nacional de Cuidados Con-tinuados Integrados:Unidade de Média Duração e ReabilitaçãoUnidade de Internamento de Longa Duraçãoe Manutenção

“Temos o Hospital cheio, com procura constante e

doentes muito idosos. Estas unidades vão ajudar-nos

muito na gestão das camas, porque temos utentes

que já não precisam de cuidados hospitalares, mas de

reabilitação”

Ana Paula Gonçalves, presidente do Conselho de Administração do Hospital de Faro

O que vai ser COnstruídO

Piso 5Unidade de Internamento de CuidadosPaliativos

Área: 1280 m2 | Quartos individuais: 15

Piso 4Unidade de Internamento de Convalescença

Área: 1280 m2 | Quartos individuais: 4 | Quartos com duas camas: 13

Piso 3Medicina Física e Reabilitação / Ortopedia

Área: 1280 m2 | 1 Ginásio: 118,5 m2 | 13 Gabi-netes de consulta | 1 sala de Electroterapia | 1 sala de Hidroterapia | 1 sala de Terapia Ocupacional | 1 sala de Fisioterapia Respira-tória | 1 sala de Terapia da Fala

Piso 1 Átrio de Entrada

2 Elevadores Panorâmicos

D.R.

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20/05/10

O papel da saúde no turismo algarvio A Saúde como motor de desenvolvimento regional. Sob este tema, o POSTAL juntou à mesma mesa os principais protagoni-stas na área da saúde no Algarve. No passado dia 7 de Maio, no restaurante “Vila Velha”, em São Brás de Alportel, entidades públicas e privadas discutiram a importância da Saúde no tur-ismo regional.

De que forma a Saúde pode assumir um papel impor-tante no turismo regional?

Rui Lourenço - Acho que a Saúde pode ser um emblema do desenvolvimento do tu-rismo na região. Uma região que consiga ter o logo de re-gião saudável, terá um desen-volvimento sustentável.Nesta área temos dado alguns passos. A criação do Curso de Medicina na Universidade do Algarve vem qualificar a região. Penso que estão cria-das as condições para que a médio e longo prazo tenha-mos a Saúde como motor do desenvolvimento regional.

Almeida Pires - No Plano Estratégico Nacional do Tu-rismo está inscrito o Turis-mo de Saúde e Bem-Estar. O Turismo do Algarve validou este estudo à realidade da região e o Turismo de Saúde e Bem-Estar ficou em segun-do plano. Os estudos valem o que valem, mas na minha opinião, o Turismo de Saúde e Bem-Estar assume-se como determinante no desenvolvi-mento regional. A actividade turística é cada vez mais sazo-nal e temos dez meses do ano em que não sabemos alinhar estrategicamente qual o pro-duto turístico que devemos apostar.

João Bacalhau - Há 14 anos fiz uma parceria com um grupo suíço e trouxemos para o Algarve dois mil suíços que foram operados aqui. Este é um exemplo daquilo que é possível fazer na região.No Algarve, temos neste mo-mento 20 SPAs, que podem deixar de ser só SPAs e ser alguma mais-valia na área da Saúde e Bem-Estar. Acho que também devíamos olhar de uma forma diferente para os estrangeiros, ver o que eles precisam e criar algu-mas áreas de excelência que pudessem servir de alavanca para a sustentabilidade do turismo. Mas isto não se faz de um dia para o outro, é ne-cessário querer.

Carla Aleluia - Em 2009, resolvemos apostar numa es-tratégia para atrair pessoas que viessem cá para ser tra-tadas, o chamado turismo médico. Desenvolvemos uma ferramenta no nosso sítio da internet, através do qual qual-quer cidadão estrangeiro ou

português, de acordo com o procedimento cirúrgico, pode por exemplo saber quanto vai pagar.

Filipe Vieira - Nesta área é importante criarmos uma estratégia comum entre as entidades públicas e privadas. É preciso criarmos uma bitola de qualidade para atrairmos turistas, pois temos que cons-

truir uma imagem baseada no prestígio.

Existem entraves ao de-senvolvimento do Turis-mo de Saúde e Bem-Estar na região?

Rui Lourenço - Temos que es-tar atentos a uma nova reali-dade que está a afectar os resi-dentes britânicos e os turistas estrangeiros que procuram a região. Os turistas residentes, que tinham muito dinheiro, não só empobreceram, como vão fazer valer os seus direi-tos comunitários e é impor-tante sabermos isto para não criarmos muitas expectativas. Nunca como agora, tivemos

tantos cidadãos estrangeiros a utilizar os nossos serviços públicos. Há aqui uma nova realidade com que temos de lidar. Ana Paula Gonçalves - É im-portante tornar esta região atractiva através da Saúde, mas os recursos humanos são um problema que a região tem. Neste momento, temos 150 médicos em formação no nosso hospital e estão outros tantos a formar-se na Uni-versidade do Algarve. Eu per-gunto, o que é que o Algarve quer fazer para manter cá

esses profissionais? Podemos oferecer excelentes cuidados a turistas, mas precisamos de profissionais.

Margar ida Sizenando Cunha - Só para terem uma noção do problema, não te-mos conseguido médicos para ficarem a trabalhar con-nosco. Os primeiros médicos fomos buscá-los à Argentina, depois à Polónia, agora temos de Itália, Cuba e Brasil. E se a questão da certificação dos médicos europeus é fácil, tor-na-se bastante complicado a certificação daqueles que vêm de fora da Europa.

Filipe Vieira - Esse é um factor muito limitativo. Por exemplo, na área da fisiatria, é quase impossível trazer um fisiatra português para o Al-garve. Temos tido bastante dificuldade.Temos de criar sinergias para termos condições e contratar-mos as pessoas. A região tem de ter estruturas que possam atrair possíveis residentes. Temos de ter ensino de qua-lidade e capacidade para po-derem desempenhar os seus cargos aqui.

João Bacalhau - Os recur-sos humanos são realmente um grande problema, mas a região só evoluirá quando formos buscar turistas e resi-dentes diferentes. Isto obriga a que se pensem em parcerias e numa visão mais alargada. Não é fácil trazer médicos especializados para a região, pois muitos não querem ex-clusivamente o serviço públi-

“Podemos

oferecer

excelentes

cuidados a turistas,

mas precisamos

de profissionais.”

“No Algarve, temos neste momento 20 SPAs, que podem deixar de ser só SPAs e ser alguma mais-valia na área da Saúde e Bem-Estar.”

• A mesa de debate no Salão Nobre da Câmara de São Brás de Alportel

• Da esquerda para a direita: Francisco Amaral, António Eusébio, Henrique Dias Freire e Ana Paula Gonçalves

co. Acho que seria interessante haver aqui alguma partilha.

E como ultrapassar esses entraves?

António Eusébio - Temos que saber qual o caminho a seguir, porque senão continuamos com mais do mesmo e já há destinos melhores do que o

nosso, com os mesmos serviços que nós já oferecemos.

Rui Lourenço - Isto não pode depender de quem cá está. Te-

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O papel da saúde no turismo algarvio

mos de criar um organismo qualquer, formal ou informal, que permita que haja aqui um alinhamento de posições. Seja através da regionalização polí-tica, ou outra coisa qualquer.Neste momento, todas as siner-gias possíveis são necessárias para combater esta periferia e para isso deveríamos ter um entendimento regional, mas eu tenho as minhas dúvidas que ele seja conseguido…

Almeida Pires - Estamos con-denados a trabalhar juntos e o pior é que acho que ainda ninguém percebeu isso.

Serão as parcerias público – privadas a solução para a criação deste produto turís-tico?

Rui Lourenço - A questão dos privados em qualquer inves-timento público tem de ser bem pensada, porque não po-demos correr riscos. Sabemos que numa situação de crise como esta, o privado tende a sair e apostar em outra coisa qualquer.

Paulo Neto - É óbvio que há muitos projectos que caem, esse é o risco. Os empresários

quando investem em determi-nada área é para terem lucros. Penso que, neste momento,

há mercado tanto para as en-tidades públicas como para as entidades privadas. É obvio

que o sistema público vai ser sempre o cerne de tudo isto e os privados sabem que têm um mercado limitado. O Algarve tem potencialida-de para ser região saudável. Temos uma serie de condi-ções naturais. Temos de dar as mãos e haver uma harmo-nia entre público e privado. Temos aqui o diamante e temos de arranjar forma de o lapidar.

Acham que a terceira idade pode ser um negócio im-portante para o turismo? Francisco Amaral - Hoje em dia, a terceira idade é um ne-gócio. E, na minha opinião, é um negócio que se devia apostar na serra algarvia, mas sei que isso não é fácil. Para que isso aconteça, o Estado devia descentralizar competências na área do or-denamento do território. No caso de Alcoutim, mesmo que a Câmara queira cons-truir um Hotel de Terceira Idade, será sempre muito difícil porque temos muita área protegida. António Eusébio - Não nos podemos esquecer que São Brás já foi um dos concelhos que trouxe o segmento do Turismo de Saúde para o Algarve. A nossa autarquia quer parcerias com priva-dos na área dos cuidados continuados, porque traz novos residentes e é com agrado que se vê novos in-vestimentos a surgir nos municípios. O crescimento da rede de cuidados continuados no Al-garve tem sido muito impor-tante para a gestão de camas do Hospital de Faro…

Ana Paula Gonçalves - A rede de cuidados continu-ados é muito importante para todos os hospitais. No Algarve já tem um núme-ro significativo de camas e contribui para que pessoas que permanecem no hospi-

tal sem estarem em situações agudas, não estejam a ocupar camas. Esta rede tem sido essencial para que o Hospi-tal de Faro possa viver com alguma calma.

Margar ida Sizenando Cunha - Na minha opi-nião, a rede nacional de cuidados continuados tem ainda algumas lacunas, en-tre elas, tem uma deficiente articulação dos cuidados de proximidade.Outro problema é o facto de a rede de cuidados con-tinuados estar a ser um pouco utilizada pelos hos-pitais que sinalizam os do-entes que já não precisam de internamento e que as famílias não têm onde os pôr. Falta aqui uma ponta da rede, os cuidados per-manentes. Essa é a grande lacuna e é por isso que o sistema acaba por entupir e só há vaga quando alguém morre.

As unidades de geria-tria têm sentido alguma quebra de utentes com o aumento do número de camas nas unidades de cuidados continuados algarvias? Luís Matos - O proble-ma é que muitas vezes, as pessoas utilizam a rede de cuidados continuados para colocarem os seus familiares, estando a rede a substituir os lares e isso não devia acontecer. Sem-pre que falamos em unida-des de geriatria, as pessoas não gostam muito, pois associam-nas como a últi-ma casa. No entanto, uma unidade geriátrica pode ser uma centralidade para a região, criando postos de trabalho e desenvolvendo uma economia local.

Ana Paula Gonçalves - É preciso termos em aten-ção que só entra na rede de cuidados continuados quem reunir certos requi-sitos. Os serviços de saúde não querem utilizar a rede como lares. O que tem acontecido é que, hoje em dia, o número de famílias com limitações de tempo ou financeiras para rece-berem os seus familiares aumentou, o que também está a levar a uma grande procura da rede.

“São Brás já foi

um dos concelhos

que trouxe

o segmento do

Turismo de Saúde

para o Algarve.”

“A rede

nacional

de cuidados

continuados

tem ainda algumas

lacunas”

• Alguns dos intervenientes em grande plano

Os intervenientes

Almeida PiresVice-presidente do Turismo do Algarve

Ana Paula GonçalvesAdministradora do HospitalCentral de Faro

António EusébioPresidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel

Carla AleluiaDirectora de Qualidade do HPP-Saúde

Filipe VieiraAdministradorHospital de Loulé

Francisco AmaralPresidente da Câmara Municipal de Alcoutim

João BacalhauAdministrador do Hospital Particular do Algarve

Luís MatosAdministrador do Villa Living

MargaridaSizenandoCunhaDirectora ClínicaCMR do Sul

Paulo NetoAdministrador Home Instead

Rui LourençoPresidente da ARS/Algarve

Fotos D.r.

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20/05/10

Não temos dúvidas de que Portugal é um país vocaciona-do para o Turismo, especifica-mente o Algarve.

Em todo o Mundo, de há uns anos para cá, surgiram os SPA, uma forma evoluída de apoio aos clientes não só de lazer, mas também procuran-do benefícios para a saúde.

Muitos destes espaços já funcionam apoiados em profissionais especializados, não só na área da estética mas também na vertente de fisioterapia.

Neste espírito de evolução surgem outros objectivos, no-vas etapas e novos alvos.

Aparecem as primeiras unidades hoteleiras vocacio-nadas para o turismo sénior e para a terceira idade.

Apresentam-se equipadas não só com SPA, mas com ginásios e clínicas especiali-zadas em recuperação, com profissionais de fisioterapia que assistem e acompanham os clientes que procuram nes-tas equipas um ambiente de bem estar com as potenciali-dades necessárias para uma recuperação física.

Esperamos que em breve, mais precisamente em São Brás de Alportel, surja uma unidade na área do turismo de saúde que integrará todas as valências de ambas as áreas, proporcionando um turismo residente apoiado em serviços de saúde permanentes, não só de fisioterapia mas com outras valências e potencialidades, não só para seniores, mas tam-bém para desportistas em fase de recuperação.

Também já se encontram lares da terceira idade com inúmeras solicitações para que fisioterapeutas possam ajudar na recuperação de muitos ido-sos que têm possibilidades fí-sicas e mentais de terem uma vida mais saudável.

Não nos podemos esquecer das características dos Turismo Termal, que deverá ser apoiado não só por clínicos especiali-zados na análise e prescrição de tratamentos mas também contando com a preciosa co-laboração da fisioterapia que pode e deve complementar a terapia termal.

Mais do que Turismo… Alternativas de conceitos

MariaInês

PonteLicenciada em

Fisioterapia

“Mais do que um sí-tio de esperança este é um sítio onde se aprende a esperar”. A frase de Margarida

Sizenando, directora clínica do Centro de Medicina de Reabilitação do Sul (CRMS), marca bem a forma de es-tar da médica que dirige os destinos da unidade. A luta diária dos doentes com as suas limitações é o grande se-gredo dos sucessos do CRMS e é algo que se aprende e se cultiva.

Com 54 camas, a unidade de medicina de reabilitação do Serviço Nacional de Saú-de administrada pelo Grupo Português de Saúde em regi-me de parceria público-priva-da é uma das três unidades existentes no país e dá cartas dentro e fora de Portugal.

O CMRS disponibiliza cuidados de saúde nas áreas das lesões medulares, das le-sões encefálicas traumáticas e não traumáticas e acidentes vasculares cerebrais, além de tratar outras patologias in-capacitantes que exigem a intervenção da medicina de reabilitação.

Algarve e Baixo AlentejoSão milhares os doentes

que, desde 2007, beneficia-ram das valências que a uni-dade disponibiliza, na sua grande maioria algarvios e alentejanos, uma vez que o CMRS recebe prioritaria-mente doentes do Algarve e Baixo Alentejo, mas também do resto do país, sempre que não exista lista de espera nas regiões prioritárias.

Uma das áreas que mais se destaca na eficiência da gestão clínica do CMRS é o programa de gestão clínica da unidade que permite o seguimento informático em tempo real de cada doente e da sua evolução e a obtenção de todos os dados estatísticos individuais, por patologia e totais, diariamente.

“É uma ferramenta po-derosa, porque permite uma análise crítica e actu-alizada de cada doente e da sua evolução, a afectação de recursos e a aplicação de protocolos terapêuticos a cada situação com uma aquidade muito maior”, re-vela Margarida Sizenando, orgulhosa pelo sistema ser alvo da curiosidade dos es-pecialistas da área em paí-

ses de topo na medicina de reabilitação.

Um ambiente não hospitalarNa visita que o POSTAL fez

ao CMRS, o que surpreende é o ambiente não hospitalar que a unidade apresenta, onde a comodidade e funcio-nalidade foram privilegiadas e onde se continuam a fazer investimentos no sentido de maximizar estes factores de conforto e eficiência ao mes-mo tempo que se planeiam investimentos de fundo ca-pazes de dotar a unidade de uma ainda maior capacidade de resposta às solicitações, muito embora o CMRS não tenha ainda esgotada a sua capacidade de atendimento.

Médicos, terapeutas, en-fermeiros e restantes profis-sionais da unidade situada em São Brás de Alportel, no edifício do antigo sanatório, requalificado e ampliado para o efeito, representam

um “equipa pequena, mas suficiente”, nas palavras da directora clínica, mas que trabalha com base no con-tacto muito próximo entre os profissionais e entre estes e os doentes e numa interde-pendência estratégica que dá provas de grande eficácia na

obtenção de resultados.“Temos uma estrutura

muito ligeira, em especial nas áreas não directamente ligadas aos tratamentos, o que confere uma grande agilidade de funcionamento e o facto de sermos uma entidade privada, agiliza em termos processuais

todas as tramitações necessá-rias ao funcionamento da unidade”, diz Margarida Si-zenando. Mas o destaque vai para o facto da gestão privada não pôr de todo em causa o acesso ao CMRS de qualquer doente do Serviço Nacional de Saúde, que beneficia de todas as regalias de um serviço pú-blico.

Reabilitação para a vidaA unidade de reabilita-

ção tem um objectivo, co-locar o doente em casa e funcional dentro das suas limitações, explorando ao máximo as suas potencia-lidades de recuperação. “Não somos uma unidade de cuidados continuados”, afirma a directora clínica, queremos ver as pessoas reintegradas na sociedade e na sua vida, prestamos cui-dados em situação de pós-agudos em que os doentes não têm necessidade de tra-tamentos de uma unidade hospital típica, mas que necessitam de terapêuticas de reabilitação.

O POSTAL testemunhou isso mesmo no ginásio do CMRS, um trabalho constan-te a caminho da reabilitação e da vida fora das paredes da unidade, feito pelos doentes e por uma equipa multidis-ciplinar de profissionais. As palavras dizem pouco face à realidade, mas “o esforço compensa” e em cada rosto esta realidade se nota e em cada voz de um doente esta frase ganha todo um novo sentido, o mais profundo e verdadeiro.

Ricardo [email protected]

A luta vale mais do que a esperança

Centro de Medicina de Reabilitação do Sul

• Reaprender funções como andar é o trabalho diário de muitos dos doentes

• Margarida Sizenando, directora clínica da unidade

FotoS D.R.

Page 15: Caderno de Saúde - 988 Postal

20/05/10

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Olhão recebe segunda Semana do Bebé

“Crescer com afecto” é o tema da iniciativa

A “ Semana do Bebé de Olhão”, organizada pelo Grupo de Apoio à Saúde Mental

Infantil (GASMI) da Unidade Funcional de Olhão (ACES Central), volta à cidade cubis-ta pelo segundo ano consecu-tivo, de 7 a 14 de Junho.

Com o tema “Crescer com Afecto”, a semana dedicada aos mais pequeninos é em 2010 apadrinhada pela Alta Comissária da Saúde, Maria do Céu Machado.

Sendo um projecto de prevenção primária dirigido à comunidade, a “2ª Semana do Bebé de Olhão” procura envolver toda a comunidade na dinamização de activi-dades a realizar ao longo de uma semana inteiramente dedicada ao bebé, sensibili-zando para uma parentali-dade mais responsável e pro-

motora da saúde mental na primeira infância, seguindo as recomendações da Orga-nização Mundial de Saúde, da Rede Europeia para a Pro-moção da Saúde Mental e a Prevenção das Perturbações Mentais, da Comissão Na-cional para a Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental e do Plano Nacional de Saúde Mental. Recomendações que salientam a importância de programas comunitários de prevenção como o meio mais eficaz e barato para diminuir a prevalência das perturba-ções psiquiátricas das popu-lações.

Programação recheadaEntre as várias actividades

a dinamizar durante a inicia-tiva, salienta-se a organização de uma Feira com actividades dirigidas aos pais e bebés, de 9 a 12 de Junho, um passeio-

convívio de famílias e bebés com data marcada para 13 de Junho, um seminário técnico sobre o tema central a 14 de Junho, um desfile de moda de grávidas, bebés e famílias e vários concursos, entre os quais, o Concurso de Traba-

lhos Escolares, o Concurso de Montras e um concurso de Fotografia.

Realizada à imagem da “Semana do Bebé de Canela” (Rio Grande do Sul, Brasil), onde o projecto é realizado todos os anos desde 1999, a

“Semana do Bebé de Olhão” foi convidada em 2009 para colaborar com a Unicef na elaboração de um livro so-bre a iniciativa brasileira e sobre o seu promotor, Prof. Salvador Célia, como home-nagem a título póstumo. O

projecto algarvio será apre-sentado em Maio na “11ª Semana do Bebé de Canela” com o objectivo de troca de experiências entre os países que promovem este evento, e onde se incluem Uruguai e Argentina.

O Projecto da “Semana do Bebé de Olhão” foi selec-cionado em 2009 entre os 19 melhores projectos can-didatos ao Prémio de Boas Práticas em Saúde, para apresentação no Encontro “Equidade, Efectividade e Eficiência em Saúde – 3ª Edição Prémio de Boas Prá-ticas NOVARTIS ONCOLOGY/APDH” em Beja, organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, em parceria com a Administração Central do Sistema de Saúde e o Alto Comissariado da Saúde e Direcção-Geral da Saúde.

• Iniciativa pretende envolver a comunidade nas actividades dedicadas aos bebés

Não temos dúvidas de que Portugal é um país vocaciona-do para o Turismo, especifica-mente o Algarve.

Em todo o Mundo, de há uns anos para cá, surgiram os SPA, uma forma evoluída de apoio aos clientes não só de lazer, mas também procuran-do benefícios para a saúde.

Muitos destes espaços já funcionam apoiados em profissionais especializados, não só na área da estética mas também na vertente de fisioterapia.

Neste espírito de evolução surgem outros objectivos, no-vas etapas e novos alvos.

Aparecem as primeiras unidades hoteleiras vocacio-nadas para o turismo sénior e para a terceira idade.

Apresentam-se equipadas não só com SPA, mas com ginásios e clínicas especiali-zadas em recuperação, com profissionais de fisioterapia que assistem e acompanham os clientes que procuram nes-tas equipas um ambiente de bem estar com as potenciali-dades necessárias para uma recuperação física.

Esperamos que em breve, mais precisamente em São Brás de Alportel, surja uma unidade na área do turismo de saúde que integrará todas as valências de ambas as áreas, proporcionando um turismo residente apoiado em serviços de saúde permanentes, não só de fisioterapia mas com outras valências e potencialidades, não só para seniores, mas tam-bém para desportistas em fase de recuperação.

Também já se encontram lares da terceira idade com inúmeras solicitações para que fisioterapeutas possam ajudar na recuperação de muitos ido-sos que têm possibilidades fí-sicas e mentais de terem uma vida mais saudável.

Não nos podemos esquecer das características dos Turismo Termal, que deverá ser apoiado não só por clínicos especiali-zados na análise e prescrição de tratamentos mas também contando com a preciosa co-laboração da fisioterapia que pode e deve complementar a terapia termal.

Mais do que Turismo… Alternativas de conceitos

MariaInês

PonteLicenciada em

Fisioterapia

“Mais do que um sí-tio de esperança este é um sítio onde se aprende a esperar”. A frase de Margarida

Sizenando, directora clínica do Centro de Medicina de Reabilitação do Sul (CRMS), marca bem a forma de es-tar da médica que dirige os destinos da unidade. A luta diária dos doentes com as suas limitações é o grande se-gredo dos sucessos do CRMS e é algo que se aprende e se cultiva.

Com 54 camas, a unidade de medicina de reabilitação do Serviço Nacional de Saú-de administrada pelo Grupo Português de Saúde em regi-me de parceria público-priva-da é uma das três unidades existentes no país e dá cartas dentro e fora de Portugal.

O CMRS disponibiliza cuidados de saúde nas áreas das lesões medulares, das le-sões encefálicas traumáticas e não traumáticas e acidentes vasculares cerebrais, além de tratar outras patologias in-capacitantes que exigem a intervenção da medicina de reabilitação.

Algarve e Baixo AlentejoSão milhares os doentes

que, desde 2007, beneficia-ram das valências que a uni-dade disponibiliza, na sua grande maioria algarvios e alentejanos, uma vez que o CMRS recebe prioritaria-mente doentes do Algarve e Baixo Alentejo, mas também do resto do país, sempre que não exista lista de espera nas regiões prioritárias.

Uma das áreas que mais se destaca na eficiência da gestão clínica do CMRS é o programa de gestão clínica da unidade que permite o seguimento informático em tempo real de cada doente e da sua evolução e a obtenção de todos os dados estatísticos individuais, por patologia e totais, diariamente.

“É uma ferramenta po-derosa, porque permite uma análise crítica e actu-alizada de cada doente e da sua evolução, a afectação de recursos e a aplicação de protocolos terapêuticos a cada situação com uma aquidade muito maior”, re-vela Margarida Sizenando, orgulhosa pelo sistema ser alvo da curiosidade dos es-pecialistas da área em paí-

ses de topo na medicina de reabilitação.

Um ambiente não hospitalarNa visita que o POSTAL fez

ao CMRS, o que surpreende é o ambiente não hospitalar que a unidade apresenta, onde a comodidade e funcio-nalidade foram privilegiadas e onde se continuam a fazer investimentos no sentido de maximizar estes factores de conforto e eficiência ao mes-mo tempo que se planeiam investimentos de fundo ca-pazes de dotar a unidade de uma ainda maior capacidade de resposta às solicitações, muito embora o CMRS não tenha ainda esgotada a sua capacidade de atendimento.

Médicos, terapeutas, en-fermeiros e restantes profis-sionais da unidade situada em São Brás de Alportel, no edifício do antigo sanatório, requalificado e ampliado para o efeito, representam

um “equipa pequena, mas suficiente”, nas palavras da directora clínica, mas que trabalha com base no con-tacto muito próximo entre os profissionais e entre estes e os doentes e numa interde-pendência estratégica que dá provas de grande eficácia na

obtenção de resultados.“Temos uma estrutura

muito ligeira, em especial nas áreas não directamente ligadas aos tratamentos, o que confere uma grande agilidade de funcionamento e o facto de sermos uma entidade privada, agiliza em termos processuais

todas as tramitações necessá-rias ao funcionamento da unidade”, diz Margarida Si-zenando. Mas o destaque vai para o facto da gestão privada não pôr de todo em causa o acesso ao CMRS de qualquer doente do Serviço Nacional de Saúde, que beneficia de todas as regalias de um serviço pú-blico.

Reabilitação para a vidaA unidade de reabilita-

ção tem um objectivo, co-locar o doente em casa e funcional dentro das suas limitações, explorando ao máximo as suas potencia-lidades de recuperação. “Não somos uma unidade de cuidados continuados”, afirma a directora clínica, queremos ver as pessoas reintegradas na sociedade e na sua vida, prestamos cui-dados em situação de pós-agudos em que os doentes não têm necessidade de tra-tamentos de uma unidade hospital típica, mas que necessitam de terapêuticas de reabilitação.

O POSTAL testemunhou isso mesmo no ginásio do CMRS, um trabalho constan-te a caminho da reabilitação e da vida fora das paredes da unidade, feito pelos doentes e por uma equipa multidis-ciplinar de profissionais. As palavras dizem pouco face à realidade, mas “o esforço compensa” e em cada rosto esta realidade se nota e em cada voz de um doente esta frase ganha todo um novo sentido, o mais profundo e verdadeiro.

Ricardo [email protected]

A luta vale mais do que a esperança

Centro de Medicina de Reabilitação do Sul

• Reaprender funções como andar é o trabalho diário de muitos dos doentes

• Margarida Sizenando, directora clínica da unidade

D.R.

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Page 16: Caderno de Saúde - 988 Postal

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