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CADERNO DE RESUMOS VESTIBULAR UVA 2017.2

Prof. Valdemar Neto Terceiro

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RESUMOS

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O MOÇO LOIRO

O ROMANTISMO DE JOAQUIM MANUEL DE MACEDO O autor de O moço loiro foi o responsável pelo surgimento do romance de costumes no Brasil. Lançando, em primeiro momento, A moreninha, em 1844, o autor inaugura um típico romance burguês que caracteriza os seus principais costumes e a tradições. O caráter do Romantismo do romance urbano ainda se atrela aos princípios de idealização e sentimentalismo que tanto apregoa escritores dessa fase. O romance romântico não deve ter fases confundidas com a da poesia romântica, ainda que encontremos algumas semelhanças. Outras características:

• O sentimentalismo;

• A crença no amor perfeito;

• A idealização;

• Os costumes burgueses da corte: O Rio de Janeiro;

• O apreço pela linguagem simples, mas rebuscada;

• Os temas amorosos;

• A origem folhetinesca: o folhetim foi o primeiro veículo antes do romance. Podemos salientar ainda que o romance urbano do autor Joaquim Manuel de Macedo se baseia em tipos sociais comuns e que, de certa forma, representam os tipos urbanos que encontramos na cidade do Rio em meados do século XIX, ressaltando seu caráter de proximidade com a burguesia e suas ramificações sociais. RESUMO DE “MOÇO LOIRO”

A narrativa se passa no Rio de Janeiro. Honorina é uma jovem muito bonita e amável que acabara de voltar do convento. Um dia, a conversar com a sua prima Raquel próximo a janela, nota-se um barulho no jardim e, logo em seguida, percebe-se que um desconhecido – um moço loiro – lhe deixara um bilhete declarando-se apaixonado por ela. No decorrer dos dias, Honorina é convidada para um sarau na casa de D. Tomásia, onde balança inúmeros corações incluindo o de um moço chamado Otávio, jovem rico e inteligente. Porém, este moço estava já compromissado com Lucrécia que, uma vez vendo a “rival” encantando o seu namorado, resolve se vingar. Nesse caminho, enquanto acontecia o sarau, um desconhecido aproxima-se de Honorina e lhe conta uma história triste de amor. Honorina se encanta, mas perde aquele desconhecido na multidão. O sarau termina e Honorina e Raquel vão para casa em Niterói em companhia de Hugo, pai de Honorina. Todavia, na hora da travessia para casa, um desconhecido põe, em uma das luvas da moça outro bilhete com o mesmo teor daquele que ela havia ganho na noite anterior à janela. Enquanto ela alterna visões de um desconhecido na multidão e de um moço loiro escritor, chega mais um bilhete afirmando que ambos são a mesma pessoa. Esse desconhecido lhe aparece outras vezes – como um bardo e como um pescador (este último para lhe salvar a vida quando Honorina quase se afoga). Enquanto essa dúvida amorosa surge em Honorina, que se abre com sua ama, mãe Lúcia, a intriga por trás desta história vai ganhando força. Lucrécia, ainda pensando em se vingar da rival, fica mancomunada com Brás Mimoso (outro apaixonado por Honorina), para lhe colocar em uma armadilha e desmoralizar a moça. Em outra ponta da história, Otávio, outro rapaz apaixonado pela moça, planeja “chantagear” Hugo para poder se casar com a sua filha. Juntamente com Félix, contador da casa de armazém de Hugo, planeja falsificar boletos e contas, fazendo com que Hugo acredite estar entrando em falência. Félix hesita, mas Otávio o

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ameaça de acusá-lo diante da família de Hugo de ter furtado a cruz dourada da família, uma herança de família.

Aqui, entramos em um flashback: quando Honorina era criança, ganhou de sua vó uma cruz cravejada de joias. Uma noite, esta cruz foi roubada e a família acusara Lauro, primo de Honorina. Expulso da família, a única que mantém a confiança nele é a sua mãe. Todavia, Lauro aparece na história posteriormente em uma carta que envia ao tio, Hugo, desabafando sobre os rumos de sua vida, a injustiça que sofrera e, ainda afirmando que, naquela noite do roubo. Nesse meio termo, Otávio ao pedir a mão da filha de Hugo, ouve-lhe que a decisão cabe a ela, A narrativa continua e o foco é o plano de vingança de Lucrécia agora, esta “fingindo” amizade com Honorina (muito abalada com a decisão de casar para salvar a família ou viver o seu amor), aconselha-a a voltar para o convento e diz a ela que ajudará, indo buscá-la na calada da noite. Enquanto Honorina se prepara, quem a espera é Brás Mimoso, vestido de Lucrécia e com auxílio de outro pretendente – Manduca – tocam o plano de desmoralização adiante. Todavia, um “infiltrado” do moço loiro consegue salvá-la desse plano cruel e Honorina enfrentará a decisão de quem se casará.

Nesse caminho, Félix está hesitante e preocupado, pois ele estava com a cruz dourada que fora roubada tempos atrás da família de Honorina por Otávio. Um dia, um desconhecido bate-lhe a porta e revela saber a verdade, exigindo do contador que contasse a verdade para Hugo. Ele o faz. Fica aliviado e vai a Otávio exigir que desista do plano, pois Hugo sabia a verdade. Nesse momento, aparece um desconhecido se dizendo o novo administrador da casa comercial de Hugo. Félix, escondido, reconhece a sua voz e, ao ver o rosto, percebe que era o mesmo que o revelou saber do roubo da cruz. Pouco depois estes fatos, na casa de Hugo, na frente de toda a família, Honorina terá que dá o seu veredicto quando, surge o “moço loiro” dos seus bilhetes e o desconhecido que visitara Félix e Otávio: era Lauro, o primo injustiçado que Honorina não poderia se lembrar já que era muito pequena. Ele se torna o único pretende a Honorina e revela todo o seu amor. Ao final da obra, no epílogo, há o casamento dos dois e uma inusitada revelação, pois a esposa nunca haveria de se acostumar chamar o marido de Lauro, escolhe reconhecê-lo por, somente, “moço loiro”. ESTUDO DA OBRA: Narrador em 3º pessoa onisciente e onipresente; Obra com intriga amorosa e detetivesca; clássico triângulo amoroso do Romantismo, em que o final se tem a vitória dos bons e a derrota dos maus; Espaços: cidade do Rio de Janeiro e Niterói; PERSONAGENS Honorina é uma moça ingênua e recatada, motivos de várias paixões e amores por onde passa; Hugo é o pai da moça; pai protetor e dono de uma casa comercial; Otávio é um jovem rico e ganancioso, quer a todo custo casar com Honorina. É o ladrão da cruz dourada dos Mendonça; Lucrécia é a namorada dispensada de Otávio, resolve durante a obra se vingar de Honorina; Félix é o contador da casa comercial de Hugo; não é um homem de confiança, todavia, amedrontado pelo passado, resolve contar a verdade; Lauro é o primo de Honorina e o “moço loiro” da história. Está sempre presente na obra, até disfarçado (pescador, bardo, velho, só para falar alguns), se torna o marido de Honorina ao final Ema é a mãe de Hugo e vó de Honorina, mulher conservadora e católica; Mãe Lúcia é uma ama que cuidara tanto de Honorina quanto de Lauro na infância; Raquel é a prima de Honorina; liberal e desconfiada, consegue; D. Tomásia é a figura burguesa; inflexível e gosta de viver de aparência; Venâncio é o marido de Tomásia, se caracteriza por ser submisso a esposa; Manduca é um jovem bonito, porém esperto e selvagem. É filho de Tomásia e Venâncio; Rosa é irmã de Manduca, é a típica moça casadoura.

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SENHORA

O ROMANTISMO EM JOSÉ DE ALENCAR José de Alencar é o grande autor da literatura romântica no Brasil. Sua literatura abrange diversos gêneros como, por exemplo, os romances indianistas, urbanos, históricos e regionais. Conseguiu se destacar em todos eles, principalmente nos romances indianistas. Já no caso dos romances urbanos, podemos perceber que o romantismo alencarino buscar, sempre, fazer uma crítica aos tipos sociais e burgueses. Diferente do que se vê na literatura de outros autores do período, Alencar, parte para uma análise das relações sociais no que tange, principalmente, relações pecuniárias (dinheiro), poder, casamento etc. É um forte crítico desse tipo de relações. Isso fica evidente no seu Romantismo mais livre e solto em formas e conteúdo. RESUMO DE SENHORA

A narrativa nos conta a história de Aurélia Camargo, moça jovem e linda que, ainda cedo perde seu pai, Pedro Camargo e seu irmão, deixando a família em um perrengue financeiro. Ficando apenas com a sua mãe, D. Emília, esta sempre insistia para que ela fosse sempre a janela vê se encontrava um amor que a quisesse, uma vez que temia que a filha também acabasse a vida abandonada. Nesse caminho, Aurélia conhece Fernando Rodrigues Seixas, um jovem de mesma idade que se apaixona pela jovem. Fernando também vinha de uma família humilde que ganhava a vida através do aluguel de escravos. Ele mesmo, funcionário público, também não tinha grande responsabilidade com o dinheiro. Fernando e Aurélia ainda chegam a noivar, porém, rompem, quando o jovem conhece a D. Adelaide Amaral. O pai desta oferece um belo dote pelo casamento fazendo com que Fernando deixe Aurélia.

A protagonista se vendo sozinha e desamparada sofre uma reviravolta na sua vida. O seu avô, pai de Pedro Camargo, a reconhece e a deixa de herança o belo dote antes de morrer. Aurélia, então, esbanja riqueza. Porém, como ainda era menor de idade, elege como tutor o Sr. Lemos e como companhia, D. Firmina. Aurélia começa a frequentar os bailes da Corte chamando a atenção de vários homens por sua beleza e também opulência. Porém, Aurélia ainda se preocupa com a sua fortuna, pois o Sr. Lemos, como tutor era quem geria suas finanças. Ela precisava se casar e para tanto, o delegou a missão de encontrar um noivo dando como oferta um adiantamento do dote. Como que houvesse um plano na cabeça, Aurélia descobre que D. Adelaide está apaixonada por pelo Sr. Torquato Ribeiro, porém como ele era pobre, não tinha nenhum dote a oferecer. Aurélia, então lhe empresta algum dinheiro e, enquanto Fernando Seixas viajava para o Recife, Adelaide se aproxima de Torquato. Com o retorno do jovem, o noivado entre ele e Adelaide é rompido por causa do amor que esta sentia por Torquato. Mais uma vez solteiro, Fernando é procurado por Lemos com uma oferta de casamento, no entanto, Lemos não revela quem é a noiva e paga o adiantamento. Fernando Seixas aceita a proposta.

Chega o dia em que Fernando conhece a sua noiva: era Aurélia. Uma mistura de sentimentos (que vão da alegria à vergonha) toma conta do jovem. O dote – no valor de cem mil réis – seria entregue quando o casamento fosse feito. Ambos então se casam, porém na noite de núpcias, enquanto Fernando achava que iria consumar o seu amor por Aurélia, esta lhe entre, friamente, o restante do dote e lhe impõe como condição o fato de serem apenas um casal por conveniência. Fernando não compreende bem, porém Aurélia o coloca em uma posição de objeto ao dizer-lhe que não é nada mais do que um homem vendido, um homem oportunista. Fernando então compreende a sua posição de homem em servidão e aceita não sem resistência. Ambos frequentam bailes e saraus sempre se colocando na frente dos outros

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com uma aparência de normalidade, porém, longe de todos, o casal dorme em camas separadas e mantém uma relação mais comercial do que conjugal. Há ainda alguns momentos que quase houve uma reconciliação, porém nada acontecia. Com o decorrer do tempo, baseado nessa vida que levava, Fernando então começa a fazer uma reavaliação de si mesmo. Começa a dispensar o luxo e trabalha a finco no seu emprego. Onze meses depois do seu casamento, ganha um dinheiro vindo de um investimento que fizera tempos antes do casamento. Com essa quantia, resolve quitar a sua “dívida” com Aurélia, ficando livre do casamento, ainda que com grande peso no coração, pois ainda a amava. Aurélia, cujo orgulho, ainda que fosse grande, não superava o amor que sentia por Fernando, não aceita o dinheiro de Fernando. Este, porém, explica que a fortuna de Aurélia seria um grande estorvo entre ambos e não daria para continuar assim e propõe divórcio. Mas a moça, então, resolve pegar o seu testamento, onde propunha deixar todo o seu dinheiro a Fernando, provando, de vez o seu amor. Fernando e Aurélia, então, resolvem deixar o passado para trás e consumam o amor tornando-se, efetivamente, marido e mulher. ESTUDO DA OBRA A obra Senhora (1875) pertence ao período do Romantismo no qual se destaca o gênero de Romance urbano, típico romance de costumes burgueses que tinha como grande cenário, aqui no Brasil, a cidade da Corte: o Rio de Janeiro. O romance de Alencar também faz parte de uma tríade literária cujas protagonistas são femininas: Senhora, Lucíola e Diva. Nestas obras, o autor tenta apresentar a figura da mulher burguesa e independente, ainda que, socialmente, precise de um marido para se posicionar diante da sociedade. Esta necessidade fica evidente em um trecho de Senhora onde Aurélia afirma que o marido é um “traste indispensável às mulheres honestas”. A obra tem como espaço o Rio de Janeiro e o narrador em terceira-pessoa (ou narrador observador). Além disso, o tempo é linear-cronológico e é composto de um flashback. A obra apresenta quatro partes bem definidas:

1) O preço do casamento: onde conhecemos Aurélia e já temos uma ideia de suas pretensões para com Fernando Seixas

2) Quitação: é contada a história de Aurélia e de como conheceu, ficou noiva e se separou de Fernando Seixas pela primeira vez.

3) Posse: é retratado como se dá a rotina do casal Aurélia e Fernando Seixas 4) Resgate: quando há a redenção da personagem e a ênfase no sentimento de ambos.

PERSONAGENS Aurélia Camargo: jovem e muita bonita, órfã de pai e mãe, passa os primeiros anos de vida na pobreza até ganhar um dote do seu avô paterno. Protagonista da obra. Fernando Seixas: rapaz bonito que mora com a mãe e irmã solteira. Passa por problemas financeiros até que conhece Aurélia, porém, movido pela ambição, escolhe casar com um jovem mais rica. Pedro Camargo: é o pai de Aurélia e filho bastardo de um rico fazendeiro, casa-se a contragosto do pai. D. Emília: mãe de Aurélia, casa escondida com Pedro Camargo e resolve fugir para seu amor. Lourenço Camargo: avô paterno de Aurélia que já no fim da vida resolve conhecer a neta e lhe deixar uma herança. D. Adelaide Amaral: jovem rica de família abastada é o motivo do rompimento do noivado de Fernando com Aurélia. Torquato Ribeiro: jovem carismático, porém pobre. Apaixonado por Adelaide, fica noiva dela depois de uma ajuda de Aurélia. D. Firmina: é a grande amiga de Aurélia que, após o falecimento de sua mãe, ganha a sua amizade.

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Sr. Lemos: é o tio de Aurélia, irmão de sua mãe. Aparece no romance como tutor da moça depois de que descobre que ela lhe herdou a fortuna. Esperta com as intenções do tio, Aurélia o delega a missão de encontrar-lhe um marido. Eduardo Abreu: é um moço que fica muito próximo de Aurélia por estar apaixonado por ela.

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O CABELEIRA

O ROMANTISMO DE FRANKLIN TÁVORA Franklin Távora (1842-1888) é um autor cearense nascido em Baturité. Destaca-se na literatura por se voltar a uma produção específica: o romance regionalista. O que caracteriza esse gênero é justamente o apego e a descrição a regiões específicas do Brasil. O gênero ganha força nacional com autores como Visconde de Taunay (Inocência), Bernardo Guimarães (A escrava Isaura) e José de Alencar (O gaúcho, O sertanejo). Franklin Távora se põe nesse conjunto de autores por apresentar um regionalismo mais objetivo e preciso no tocante à região descrita no que ele chamará de literatura do norte, em oposição ao regionalismo de seu principal rival ideológico, José de Alencar, que, para Távora, produzia um romance regionalista descaracterizado e distante da realidade do interior. O seu estilo romântico ainda traz como características:

• A construção de personagens realistas (determinados pelo ambiente em que vivem);

• O retrato social da região nordeste;

• A condição do homem sertanejo;

• As injustiças sociais;

• Os tipos regionais caracterizados: o cangaceiro, o bodegueiro etc.

• Redenção através do amor. RESUMO DE “O CABELEIRA”

A narrativa se volta a falar da vida de José Gomes, conhecido como Cabeleira, bandido que aterrorizava o sertão de Pernambuco por volta do ano de 1776 (cerca de cem anos antes o lançamento do romance). O narrador, antes de começar a falar da vida propriamente dita do bandido, chama a atenção para problemas sociais que acometeram aquela época: a seca a peste que a sucedeu. Nesse contexto, para narrador, o sofrimento do nordestino, esquecido pelas autoridades, faz surgir o medo e vontade de agir. É nesse lugar que surge o Cabeleira. Logo de início, temos o bandido, junto de seu pai, Joaquim Gomes e um bandido associado a eles, Teodósio, cometendo um grande assalto na Vila do Recife. A brutalidade do crime, que deixou vários mortos pelo caminho, chamou atenção do governador da Província de Pernambuco a agir, a primeira perseguição se deu ainda no próprio assalto, quando os bandidos fogem saltando no rio Capibaribe. Imediatamente o exército se colocou atrás do trio de bandidos liderados pelo temível Cabeleira e seu pai. O bandido tem a sua violência sempre influenciada pela figura paterna, como por exemplo, o narrador nos explica quando ele matou a velha Chica, esposa do taverneiro Timóteo. Ela espantara o seu cavalo por estar comendo legumes da sua horta, coisa que o bandido não gostou e logo começou a esbofeteá-la e espanca-la até a morte. No outro dia, voltou a taverna onde encontrou Timóteo, perguntou sobre a velha Chica e este confirmara a sua morte. Cheio de desdém e graça, disse para que este bebesse um gole seco de aguardente para comemorar a morte da esposa junto com ele. Timóteo o fez, demonstrando raiva, porém pavor.

No decorrer do romance, o narrador chama a atenção para a infância de Cabeleira. Seu pai sempre o criou dentro de uma perspectiva violenta, onde ele exaltava que o menino deveria ser valente e saber empunhar a faca e matar quem lhe quisesse fazer mal. Por outro lado, sua mãe, Joana, tentava, a todo custo lhe ensinar sobre a humanidade e bondade, coisas que sempre eram repreendidas violentamente por Joaquim, fazendo com que o menino aprendesse mais com pai do que com a mãe. Um dia de discussão, por causa de um coelho que Cabeleira não queria matar e que seu pai acabou obrigando-o a fazer, resolve Joaquim deixar sua casa levando o pequeno José Gomes com ele. Antes de partir, o Cabeleira se despede de

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uma linda criança de nome Luisinha, filha adotiva da viúva Florinda, dizendo-lhe que quando ficarem juntos, ele não mais matará ninguém. Ambos, pai e filho, então ganham o sertão.

A narração segue e temos de novo a presença de Luisinha, já uma jovem muito bonita. Ela vai pegar água nos poços próximos de casa quando nota um homem a espreitando. De repente, esse homem lhe ataca violentamente, ela tenta se defender até que a aparece sua mãe. Ao tentar defender a filha, Florinda leva uma forte coronhada na cabeça que a faz desmaiar e quando consegue desvencilhar do atacante, Luisinha reconhece-o: era José Gomes que havia se tornando o temido Cabeleira. Ele se desculpa e se sente muito arrependido de ter machucado Florinda e atacado Luisinha, esta que, no auge do seu desespero achou que a mãe havia morrido e resolve buscar ajuda. Enquanto, o Cabeleira volta para a tocaia que tinha feito ali, porém, depois de pensar muito no mal que fez a Luisinha, resolve se afastar do bando. Eles, por outro lado, estavam próximo a fazenda de Liberato, escondidos. O próprio Liberato, ao saber da notícia, resolve ir no encalço deles, pois queria vingança: dias antes, o irmão de Liberato, Gabriel, foi avisar à quadrilha de Joaquim Gomes que a polícia estava em busca dele. Na fuga, o Cabeleira resolveu pegar o cavalo de Gabriel, houve luta até que Joaquim o assassina com um tiro, pois o seu filho não teve coragem. Liberato segue até onde estão os bandidos, porém estes, já avisados da chegada do fazendeiro, montam emboscada e matam Liberato. Logo em seguido, munidos de coragem por tal feito, resolvem seguir para o próximo povoado a fim de roubarem todas as mulheres. Eles chegam a casa de Liberato onde estavam reunidas várias mulheres junto de Rosalina, esposa de Liberato e Aninha, esposa de Gabriel. Juntam-se a elas, Luisinha e Florinda. O bando de Joaquim chega a casa levando um refém: Matias, a quem foi dada a missão de encontrar Liberato. As mulheres não abrem a porta da casa e isso faz com que o bando resolva queimar todo o lugar. Muitas mulheres ficam e única que sai para tentar salvar a mãe é Luisinha. Os bandidos a tomam, há uma discussão, até que surge o Cabeleira e resolve levar Luisinha consigo. Ela insiste que levem a sua mãe, porém ela já estava morta. Ambos resolvem sair daquela cena antes que a polícia e o exército chegassem ao local. Começam, então, uma jornada pelo sertão.

O bando de Joaquim Gomes é preso no dia do incêndio a casa de Rosalina e Liberato. Há uma grande comemoração com o povo, porém, todos ainda estão amedrontados já que o Cabeleira, o pior de todos, ainda estava solto. Enquanto isso ele e Luisinha continuam vagando pelo sertão, até que um dia, devido aos graves ferimentos causados pelo incêndio, Luisinha falece. O Cabeleira, que do momento em salvou Luisinha até ali, havia lhe prometido nunca mais matar ou fazer mal a ninguém, resolve continuar com a sua promessa. Pouco tempo depois, ele é preso pelo capitão-mor Cristóvão de Holanda que o deixa preso em casa por não confiar na prisão. Depois ele é encaminhado ao Recife onde espera a sua sentença que seria de morte. Apesar dos apelos, José Gomes é enforcado em praça pública e, antes de morrer faz um discurso acerca da sua vida sem crimes que só conseguiu levar, pois tinha quem lhe quisesse bem. Sua mãe assiste a tudo na multidão. Ele se despede dela no momento da morte e o romance termina com Joana morrendo nos braços do povo que acompanhava tudo e uma argumentação do narrador contra a pena de morte. PERSONAGENS José Gomes conhecido como Cabeleira é o protagonista. É um bandido sanguinário, porém esta personificação foi moldada pelo pai que o queria valente e destemido. Ao final da obra, resolve mudar por amor a Luisinha. É condenado a pena de morte; Joaquim Gomes é pai do Cabeleira. Já era um conhecido valentão e bandido ainda na infância do protagonista. Cria o filho para ser valente até que um dia abandona o lar; Joana é a mãe de Cabeleira. É uma mulher caridosa e bondosa e que vai contra os desmandos do marido na criação do filho. Morre no fim do romance depois da execução de Cabeleira; Luisinha é a moça pela qual o protagonista é apaixonado. Ele reaparece bom tempo depois na vida de Cabeleira e é a grande responsável por sua mudança de atitude. Morre quase no fim do romance devido a ferimentos causados num incêndio;

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Timóteo é um taverneiro que tem a sua esposa, Chica assassinada pelo Cabeleira. Eles são representantes do povo humilde que fica refém da violência; Gabriel é um negro que é morto por Joaquim após ajuda-los em uma fuga; Liberato é irmão de Gabriel, tenta vingar a morte do irmão, mas acaba morto pelo bando do Cabeleira; Florinda é a mãe adotiva de Luisinha. Era uma viúva muito caridosa que resolve cria-la como sua filha legítima; Rosalina é a esposa de Liberato. Ele acaba morrendo em um incêndio causado pelo bando de Joaquim e Cabeleira na casa dela. Morre rezando ao lado de Aninha, esposa do falecido Gabriel; Teodósio é um dos capangas mais violentos do bando de Joaquim e Cabeleira, desde cedo associado a eles; ESTUDO DA OBRA O livro O cabeleira (1876) é considerado um dos principais romances regionalistas dentro do Romantismo. Sua linguagem é característica a região nordeste e seus temas principais envolvem o banditismo “social” da região e a pena de morte que são fortemente criticados pelo autor ao final do livro. A obra também adiante características que serão vistas somente do Naturalismo tais como o determinismo (personagens moldados pelo meio em que vivem) e a descrição não-idealizada e patológica do cenário e dos tipos sociais do sertão nordestino. O livro apresenta uma linha cronológica de fatos, com apenas um flashback relacionado a vida do protagonista; o cenário recorrente é o sertão de Pernambuco, mais precisamente em torno do povoado de São Antão e Vitória, onde nascera o Cabeleira. O narrador é em terceira pessoa (narrador-observador), porém crítico no tocante a temas polêmicos relacionados à obra.

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VIDAS SECAS

A GERAÇÃO DE 1930 – A LITERATURA DE GRACILIANO RAMOS Graciliano Ramos é tido como o autor mais maduro da Geração de 1930. Este período da literatura foi marcado pela grande popularização do romance que pegava carona no contexto histórico e alinhava sempre a narrativa a uma crítica denunciativa e social, outros pontos dessa geração são:

• A linguagem coloquial e objetiva;

• O apanhado sociológico ligado a regiões específicas do Brasil;

• A crítica às relações sociais = relações de poder (coronel x retirante / patrão x operário); relações de contexto (cidade: âmbito de progresso x campo: âmbito arcaico);

• Retrato realista dos tipos sociais; (Neorrealismo);

• Descrição minuciosa e objetiva das regiões (Regionalismo);

• Apego a ideologias políticas relacionadas ao contexto (preferencialmente, entre os autores, as ideologias de esquerda);

No autor de Vidas Secas, além das características contextuais, podemos ainda entrever:

• Questionamento existencialista;

• Subjetividade (análise emocional e sentimental do sujeito);

• Processos de animalização x humanização (o ser humano visto como um animal no sentido metafórico/figurado);

• Romances de crítica e análise social aprofundada;

• Linguagem coloquial. RESUMO DE “VIDAS SECAS”

A obra prima de Graciliano Ramos é um punhado de narrativas menores que se juntam em uma só. São 13 capítulos que contam a história de Fabiano, Sinhá Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo e a cachorra Baleia. A obra começa com a família atravessando a seca que assola a região nordeste. Eles procuram um novo lugar onde arranchar e onde podem descansar. Eles descansam ao relento depois de comerem os preás que a cachorra Baleira havia capturado durante o dia. No dia seguinte, a chuva trouxe alegria, mas também trouxe o patrão, dono das terras nas quais Fabiano e a família dormitavam. Ambos firmaram trato e o vaqueiro ficou cuidando da terra.

Nesse ínterim, Fabiano dialogava consigo mesmo ao afirmar que os seus filhos deveriam ser que nem ele e serem duros para que a vida não lhes desmanchasse a alma. Ele ignorava a inteligência e exultava a força. Um dia, o vaqueiro foi a cidade comprar querosene e um tecido de chita para Sinhá Vitória. Passou em uma bodega e viu alguns homens jogando apostado. Bebeu e foi jogar. Acabou perdendo e criando confusão com o soldado amarelo. Este, juntamente com outros soldados, o prendeu e o deixou na cadeia. Nesse período, Fabiano fica se questionando por que fora preso, conclui que era pelo fato de não saber falar direito e se falasse, com certeza deixaria tudo esclarecido.

No decorrer da obra, passa-se para a narrativa de Sinhá Vitória que gira em torno da sua vontade de comprar uma cama como a de seu Tomás da bolandeira. A pouca troca de palavras com o marido é relativa a negociação onde Fabiano acha que daria para comprar a cama se não gastassem com muito querosene e tecido. Durante o trabalho, o menino mais novo sempre acompanhava o pai, admirando-o no serviço, por outro lado, o menino mais velho se estranharia ao perceber que a palavra “inferno” significava algo tão ruim. Ambos são filhos de Fabiano e de Sinhá Vitória e, tal qual os pais, não tem um domínio grande da fala no

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sentido de saber se expressar. Um dia, havia chovido e a família percebera o grande burburinho de água em um riacho ali próximo enquanto do lado de fora, eles ouviam algo raro: sapos coaxando.

Dias depois, a família foi celebrar o natal na cidade. Todos iam muito bem vestidos. A Igreja estava lotada e o meninos queriam se divertir nas barracas. Fabiano bebera um pouco e acabou dormindo na calçada. Os meninos se enchiam de tudo e o pai roncava na calçada. Sinhá Vitória, nesse período, ficava pensando na seca. Baleia estava doente. Fabiano percebia os pelos caindo e a pele escurecendo em alguns pontos. Armou-se da espingarda enquanto Sinhá Vitória levava os meninos para dentro de casa, rezava e tampava os seus ouvidos. Um tiro e Baleia foi se esconder debaixo do juazeiro. Queria morder Fabiano, mas não podia, pois era o seu dono, seu mestre, ela dormiria e acordaria “e o mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes”. As contas tiravam o sono de Fabiano, ele sempre achava que o patrão lhe roubava, mas nada poderia fazer. Pensava em Baleia e sentia que tinha matado um membro da família.

Um dia, enquanto procurava uma égua sumida, andando pela caatinga, Fabiano encontrara o soldado amarelo, perdido. Pensou no seu facão e no desejo de matá-lo ali mesmo e deixá-lo para os urubus. Mas pensou melhor, aproximou-se, tirou o chapéu e lhe ensinou o caminho. Em casa, Sinhá Vitória estava preocupada com as aves de arribação que ficavam nas árvores. Elas beberiam toda a água das reses. Fabiano atira contra árvore para salvar seu gado e espanta algumas, outras ele pega para o janta. Por fim, a família espera até o último pingo de inverno. Quando a seca vem, eles saem da fazenda, deixam as dívidas para trás e seguem rumo a cidade, segundo eles, lugar de gente forte.

PERSONAGENS Fabiano é o típico sertanejo: forte, vaqueiro que enfrenta bem a estiagem. Todavia, o personagem é assolado por questionamentos existencialistas motivados pela sua dificuldade em se expressar e se impor. Sinhá Vitória é a sertaneja, dona de casa. Cuida dos dois filhos que tem com Fabiano. Expressa também a rudeza do sertão. Semelhante ao marido, se apega a questionamentos. Menino mais novo é o que demostra um apego maior ao pai, sempre vigiando os seus passos. Menino mais velho é o mais parecido com o pai, tende a ser questionador tal qual o seu progenitor. Soldado Amarelo é o representante da lei e do governo. Reside nele uma perspectiva crítica ao governo para com os mais humildes. Baleia é a personagem mais humanizada da narrativa. Morre tragicamente depois de adoecer e ter que ser sacrificada por Fabiano. ESTUDO DA OBRA O livro “Vidas Secas” é considerado a principal obra da literatura de 1930. Através de sua leitura, é possível identificar os traços de personalidade do homem sertanejo, principalmente no que tange os personagens centrais. A obra é uma das únicas de Graciliano a ser narrada em terceira pessoa e tem como espaço o grande sertão nordestino. A temática, comum a época, gira em torno da seca e da vida sofrida dos retirantes, vendo a si mesmo sempre dependentes do trabalho manual e, também, de uma obediência cega aos poderes tanto públicos como aos poderosos donos de fazenda.

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FOGO MORTO

A GERAÇÃO DE 1930 – JOSÉ LINS DO RÊGO O autor José Lins do Rêgo se apresenta como o menos ideológico e mais literário da Geração de 1930. Suas obras evocam uma perspectiva memorialista: baseada nas lembranças e memórias do próprio autor. Elas retratam de maneira mais direta a vida no Nordeste. Podemos enquadrar os livros de José Lins do Rêgo em dois grupos ou ciclos, sendo que o mais relevante é o ciclo da cana-de-açúcar no qual faz parte o livro Fogo Morto e é composto, em ordem cronológica por: Menino de Engenho (1932), Doidinho (1933), Banguê (1934), Moleque Ricardo (1935), Usina (1936) e Fogo Morto (1943). Todo o ciclo gira em torno da vida nos engenhos de cana-de-açúcar do Nordeste, ressaltando suas características internas e toda a cultura ao redor como, por exemplo, os tipos sociais nordestinos: o coronel, o mestre no couro, o cangaceiro, o policial etc. Além disso, fica sempre evidente também o processo de decadência do engenho que já ocorria no começo do século XX. De certa forma, no ciclo da cana-de-açúcar, esse processo fica mais evidente no enredo de Fogo Morto. RESUMO DE “FOGO MORTO”

A narrativa de José Lins do Rêgo é dividida em três histórias individuais, mas que ao final, se arranjam em um mesmo enredo. Temos a primeira parte, chamada O mestre José Amaro, a segunda chamada O engenho do seu Lula e a terceira, O capitão Vitorino. Estas três partes, daremos resumos particulares, fazendo todo um apanhado do enredo ao final.

O mestre José Amaro. A primeira narrativa do livro conta a história do trabalhador José Amaro, mestre na

arte de curtir couro. Ele é marido de Sinhá e tem uma filha chamada Marta. Sempre foi um homem com certa arrogância com os senhores de engenho, ou coronéis, de tal forma que ele começa a trabalhar contra eles: torna-se, assim, informante de Antônio Silvino, famoso cangaceiro, vendo nele mais que o aliado do que bandido, fazendo-o trabalhos no couro e atendendo os chamados. Essa atitude em nada lembra a que José Amaro tem com o coronel Lula de Holanda, dono das terras de Santa Fé onde o artesão mora com a família. A indiferença com que trata o coronel, para José Amaro, é a mesmo como o dito Lula de Holanda o trata, fazendo assim que o mestre não goste e até mesmo repudie, a figura do patriarca do Santa Fé, mesmo quando ele chamado para a Casa Grande, recusando sempre essa convocação. Apesar de seus valores contra o poder, José Amaro é machista e vive fechado em um mundo puramente patriarcal muito próximo daquele que seu “antagonista” vive. Sempre é retratado maltratando a esposa e sua filha, que já batendo na casa dos trinta anos e solteira, começa a sofrer alguns ataques do que se assemelha uma epilepsia. Em um dos episódios mais dramáticos da obra, José Amaro a açoita enquanto ela sofria uma das convulsões. Essas atitudes selam o destino de sua vida (que apenas será conhecido na terceira parte da obra). Todavia, todo o comportamento de José Amaro, juntamente com sua “arrogância” e egoísmo (é um personagem muito centrado em si, inclusive nas análises subjetivas) o tornam alguém soturno e distante das coisas. Essa atitude fica evidente até no seu físico cada vez mais magro e abatido. Por isso e por gostar de andar mais a noite, ele começa a ganhar a fama de virar lobisomem sendo uma coisa que até a sua esposa acaba acreditando. Ao final dessa narrativa, a vida de mestre José Amaro tende a descaminhar ainda mais. Ao atender o chamado de coronel Lula, o artesão fica no conhecimento, através do mesmo, que deverá sair das terras de Santa Fé. Injuriado com essa decisão, ele toca a frente a ideia de levar a filha para um hospício no Recife, onde “pelo menos esta menina tem onde morrer”. A narrativa termina com José

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Amaro vendo a filha sendo levada ao mesmo tempo que seu “antagonista” passa de cavalo, tintilando.

O engenho do seu Lula A segunda narrativa do livro faz um flashback, levando o leitor até a primeira metade

do século XIX. Lá, por volta de 1848, o capitão Tomás Cabral de Melo compra as terras do que seria na atualidade da obra, o engenho Santa Fé. Já como senhor da fazenda, ele acaba casando sua filha, Amélia, com o seu primeiro Lula Chacon de Holanda, um jovem que se mostrava já, desde cedo, arrogante e irresponsável com os negócios. Quando o capitão cai adoentado, a sua esposa, D. Mariquinha, é que fica responsável por tocar os negócios, todavia ela entra em disputa com o genro. Depois que o capitão Tomás falece, D. Mariquinha fica enfraquecida e perde a “queda de braço” com o agora coronel Lula de Holanda. O engenho Santa Fé, depois de ser muito próspero, começa a ruir depois que o coronel Lula toma de conta. Logo após a abolição da escravatura, os escravos, muito maltratados pelo coronel, vão embora todos, deixando apenas uma fazenda quase vazia e sem produzir açúcar. A renda família fica limitada a apenas a criação de galinhas e ovos. Mas ainda o coronel exibe uma riqueza e um poder quase que intocáveis. O símbolo desse poder seria o cabriolé (pequena carruagem) que o coronel usa para andar nas terras sempre arrogante e prepotente. Em casa, os problemas não são menores. Ele proíbe sua filha, Neném, de se casar com a um homem humilde, condenando-a a uma solterice mandada. Logo, Neném acaba se fechando em seu mundo se tornando triste e soturna também, sendo, muitas vezes, motivo de chacota dos vizinhos. Enquanto isso, o próprio coronel se afunda nos seus problemas, sofrendo inclusive de epilepsia (dando um ataque na dentro de uma igreja em certo episódio). Entrega-se ao misticismo a religiosidade, seguindo as ordens de Floripes, seu afilhado. Gasta tudo que tem, deixando ainda mais a fazenda em problemas financeiros. Visto que o contexto é triste e as duas pessoas da casa se afogam em uma decadência psicológica tanto quanto social, a única que tenta se manter firme é Amélia, terminando a narrativa com uma análise sobre sua vida enquanto entrega umas roupas para o enterro de uma vizinha moradora das terras. No fim “acabara-se o Santa Fé”.

O capitão Vitorino A última narrativa traz de volta um personagem que já é conhecido na primeira. O

capitão Vitorino é compadre de José Amaro. Sua origem é “nobre” dentro da oligarquia açucareira do Nordeste, mas ainda assim vive uma vida simples. Na primeira narrativa, o capitão Vitorino não apresenta tanto respeito no lugar onde vive, sempre chamado de Papa-Rabo. Todavia, na terceira narrativa, o seu tom melhora e torna um altivo defensor dos valores humanos. Seu posicionamento político e social o faz opor-se a polícia, os coronéis e até mesmo aos cangaceiros, sempre acreditando na democracia e na ética. Um dia, o engenho Pilar é invadido pelo cangaceiro Antônio Silvino, seu bando agride os moradores e saqueia tudo. Percebendo a ação e querendo fazer algo, o capitão começa um enfretamento ao bando, mas também acaba agredido. As coisas só se ajeitam com a chegada de coronel Zé Paulino que insiste na saída do cangaceiro Antonio Silvino da fazenda. Depois de uma confusão com a polícia, o capitão Vitorino é preso, mas logo, a mando de autoridades, fora solto. Durante a narrativa, vê-se muito andando com José Amaro, cada vez triste e soturno. Vitorino pensa em entrar na política, acreditando nos seus ideais. Ele é o típico personagem quixotesco que luta a favor das causas perdidas e contra os inimigos do povo. Os dois compadres, adiante, seguem caminhos diferentes. Ao fim da narrativa, o capitão Vitorino fica sabendo do triste destino de José Amaro que acaba se suicidando usando seu objeto de trabalho: a faca de sola. Apenas José Passarinho e capitão Vitorino ficam ao fim do livro, vendo a fumaça do engenho Santa Rosa, finalizando com o diálogo mais soturno e triste da obra:

“— E o Santa Fé quando bota, Passarinho? — Capitão, não bota mais, está de fogo morto.”

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Todo o enredo se volta a narrar a vida dos moradores ao redor do Santa Fé. A perspectiva crua da vida difícil das pessoas transcende o apenas conhecido mundo da seca e ganha aspectos mais subjetivos. Quase que um sofrimento psicológico que vai para os planos físico.

PERSONAGENS PRINCIPAIS José Amaro é o personagem da primeira narrativa e da última (sendo esta um coadjuvante), sempre triste e soturno, ganha a fama de ser lobisomem. Acaba a narrativa se suicidando. Coronel Lula é o dono do engenho Santa Fé. É visto, inicialmente como alguém irresponsável e desconhecedor dos negócios do engenho. Entrega-se ao misticismo depois de uma crise epilética. Fica pobre junto com a fazenda. Capitão Vitorino é o típico personagem quixotesco da obra. Acredita em valores que não são tão bem quistos no seu contexto. Tenta lutar pelos pequenos, mas não insufla a força necessária para tanto. Termina a obra tentando entrar na política. Sinhá é a esposa de José Amaro, abandona o marido durante a narrativa. Marta é a filha de José Amaro. Começa a ter convulsões nervosas após os trinta as quais o pai tenta curar no açoite. É manda para um hospício no Recife. Amélia é a esposa de coronel Lula. Sendo a personagem mais liberal da casa, tenta tocar adiante os negócios do pai já falecido. Ao final demonstra ser a única com a força necessária para a vida difícil. Neném é a filha de coronel Lula. É proibida de casar-se e fica trancada no seu mundo. É soturna e indiferente as coisas ao seu redor. Antonio Silvino é o famoso cangaceiro, prestigiado por José Amaro e odiado por capitão Vitorino. Adriana é a esposa de capitão Vitorino. É a conselheira, sempre ouvindo tanto o marido como o compadre José Amaro. Negro José Passarinho é um escravo liberto que fica na fazenda de coronel Lula. Tenente Maurício é o comandante da brigada militar mais temida do sertão que busca prender o cangaceiro Antonio Silvino. ESTUDO DA OBRA Obra narrada em 3ª pessoa do singular / narrador-observador. Passa-se no engenho Santa Fé e o tempo é cronológico linear na primeira e na terceira narrativa, na segunda, há um flashback para se contar a história do engenho em questão. A obra pertence a 2º fase do modernismo brasileiro – Geração de 1930 – conhecida pela descrição regional (regionalismo) somada ao caráter de denúncia social (neorrealismo). O traço mais marcante da obra é a retratação da vida ao redor do engenho, além da ênfase na pobreza e decadência dessa forma industrial primitiva que havia no nordeste no começo do século XX. Mostrando tipos do sertão, o autor constrói um quadro vivo do que é a vida sofrida de quem depende dos poderosos para sobreviver, além de alinhar a isso, um caráter individual dos dramas que cada ser humano guarda em si.

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QUESTÕES

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ACERCA DE “MOÇO LOIRO” Leia o trecho a seguir para as próximas questões. Desde o instante da cruel convicção de sua derrota, Lucrécia determinou colocar-se entre o perjuro e a rival; sabendo que Otávio, esquecido do passado e só cuidoso do seu recente afeto, se aproveitara do antigo conhecimento, que o podia aproximar de Hugo de Mendonça, o procurara e cercara de obséquios, e finalmente chegara até junto de Honorina, não hesitou: fez alugar uma casa em Niterói, e não longe da da sua rival correu a oferecer-lhe a sua amizade, eternizou nos lábios o seu belo sorrir, que tão bem condizia com a doçura de seus lindos olhos azuis; e, recebida com prazer pela incauta jovem, ela ficou lá pronta para opor-se como uma barreira ao homem que a tinha ofendido, e, a ser preciso, para sacrificar a beleza e inocência de Honorina nos altares da sua vaidade. Otávio e Lucrécia personificavam os sentimentos que por Honorina nutriam os homens e senhoras. Uma única diferença havia. Otávio era o mais apaixonado e ardente dos pretendentes que Honorina tinha, contra a sua vontade, trazido do sarau. Lucrécia a menos nobre de todas as senhoras, isto é, nenhuma das rivais de Honorina desceria até ao ponto a que é capaz de descer a viúva.

Moço Loiro, Joaquim Manuel de Macedo

1) Podemos inferir que Lucrécia e Otávio a) São os antagonistas do romance; b) Colaboram nos planos de conquistar Honorina; c) Tornam-se rivais; d) Abandonam seus planos em nome da felicidade de Honorina. 2) Ainda como relação a ambos os personagens, podemos inferir a) Consideram-se amigos de Honorina; b) Nutrem o mesmo sentimento de ódio; c) Expressam o exagero da obsessão e da raiva; d) Estão relacionados diretamente com o amor da moça. 3) Os planos de Lucrécia a fizeram a) Afastar-se de Honorina; b) Casar com Otávio; c) Fingir amizade com Honorina; d) Alimentar o ódio que sentia por Otávio. 4) Podemos conceber que o que Otávio sentia por Honorina a) Era amor puro; b) Obsessão pela conquista; c) Atração física; d) Necessidade de companheirismo. 5) No seguinte trecho “ e, recebida com prazer pela incauta jovem, ela ficou lá pronta para opor-se como uma barreira ao homem que a tinha ofendido” a palavra sublinhada tem no contexto semântico o sentido de a) Sujeito malicioso; b) Alguém meticuloso; c) Qualidade de cauteloso;

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d) Sujeito ingênuo. Leia o seguinte trecho para as questões a seguir. “A educação tinha arrojado essas duas moças para dois extremos, ambos perigosos. Uma, acostumada a ouvir com santo amor filial todos os conselhos de seu pai desde os primeiros anos; afeita a olhar para o mundo sempre pelo lado pior; tendo aprendido a amar a virtude, menos pelos encantos desta do que pelo horror que deve inspirar o vício; escutando a todas as horas a voz de uma moral fraca, grandiosa, mas fria e melancólica; abafou, sem talvez o querer, dentro do coração, os sentimentos brilhantes, arrojados e ardentes, próprios da sua idade. O amor é por ela considerado uma mentira ou um abismo; e, orgulhosa da sua educação e da sua prudência, ri-se do mundo e para o mundo. (...) A outra, criada longe do bulício da sociedade, separada do grande mundo pela vontade da sua família, porém ao mesmo tempo instruída com esmero; tendo até então conversado somente com os livros, imaginou o que não podia ver; cresceu na solidão, como uma flor, pura, inocente, cheia de deleitosas fragrâncias; a solidão alimentou, acendeu, inflamou a sua imaginação brilhante que voou livremente... ela sonhou com um mundo... com cem amigas... com um belo mancebo... esposo e amante, e todo o seu sonho era encantador... feiticeiro... adorável! tanto tempo, dezesseis anos fechada consigo mesma... com a alma repleta de ternos e ardentes sentimentos, e sequiosa de generosas impressões, ela que lera romances e poesias, ela que se fizera poeta na soledade e no retiro... pensava no amor com religioso encantamento; separava desse ente ideal, mavioso, angélico e vivificante toda a idéia material e bruta... não, não separava; antes, nunca se tinha lembrado ela, virgem e inocente, que se pudesse ligar uma só dessas miseráveis idéias, com aquele filho mimoso do coração, amamentado, criado, embelecido, endeusado pela imaginação.”

O moço loiro (trecho), Joaquim Manuel de Macedo

6) Ambos os parágrafos definem as personalidades de, respectivamente: a) Honorina e Ema; b) Lucrécia e Honorina; c) Honorina e Raquel; d) Raquel e Tomásia. 7) Umas das temáticas abordadas no trecho é: a) A rebeldia de Honorina e Raquel; b) O argumento acerca do casamento; c) A história de amor de Lucrécia. d) Os pontos-de-vista acerca do amor. 8) O amor, no romance de Joaquim Manuel de Macedo, está condicionado socialmente à (s): a) Classes operárias; b) Burguesia carioca; c) Classes marginalizadas; d) Sociedades secretas. 9) Na obra, os dois principais pretendentes de Honorina são: a) Otávio e Lauro; b) Hugo e Manduca; c) Brás Mimoso e Félix; d) Félix e Otávio.

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10) No trecho “ela que lera romances e poesias, ela que se fizera poeta na soledade e no retiro...” as palavras sublinhadas tem como significados, respectivamente: a) Abandono e isolamento; b) Tristeza e solidão; c) Saudade e sofrimento; d) Solidão e recolhimento. ACERCA DE “SENHORA” Acerca da leitura doa obra Senhora, responda às questões abaixo

1) A mãe da protagonista se chamava: a) Firmina; b) Emília; c) Joana; d) Adelaide.

2) Caracteriza-se a obra como pertencente ao

a) Romance nacionalista; b) Romance regionalista; c) Romance realista; d) Romance urbano.

3) Uma das críticas mais objetivas da obra se volta para

a) Os problemas urbanos; b) O regime monárquico; c) A cultura do matrimônio arranjado; d) A valorização do amor.

4) Faz parte do mesmo contexto literário de Senhora

a) A moreninha, Joaquim Manuel de Macedo; b) Caramuru, Frei Santa Rita Durão; c) Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis; d) Clara dos Anjos, Lima Barreto.

5) Quanto ao tutor de Aurélia, ele se chamava

a) Torquato; b) Lemos; c) Fernando; d) Lourenço.

A partir da leitura do texto abaixo, respondas as questões de 6 a 9 “(...) — Aurélia! Que significa isto? — Representamos uma comédia, na qual ambos desempenhamos o nosso papel com perícia consumada. Podemos ter este orgulho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de pôr termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entremos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma mulher traída; o senhor, um homem vendido. — Vendido! exclamou Seixas ferido dentro d'alma.

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— Vendido sim: não tem outro nome. Sou rica, muito rica, sou milionária; precisava de um marido, traste indispensável às mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei-o. Custou-me cem contos de réis; foi barato; não se fez valer. Eu daria o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este momento.”

Senhora, José de Alencar 6) No texto, podemos ressaltar que os protagonistas são

a) Aurélia e Fernando; b) Aurélia e Lemos; c) Fernando e Adelaide; d) Lemos e Firmina.

7) Para os interlocutores do texto, podemos que admitir que

a) Persiste uma convivência estável; b) Demonstra-se apego um ao outro; c) Sobressai uma discussão; d) Apresenta-se um caráter amistoso.

8) Entre os protagonistas, existe uma união

a) Instável e arranjada; b) Estável; c) Amigável; d) Carinhosa.

9) Ao se dar como vendido, um dos interlocutores indaga sobre a sua característica de

a) Escravo; b) Submisso; c) Dispensável; d) Altruísta.

ACERCA DE “O CABELEIRA”

1) A obra se enquadra na estética do romance a) Histórico; b) Urbano; c) Indianista; d) Regionalista;

2) É de mesmo estilo e gênero literário de O cabeleira:

a) A moreninha, Joaquim Manuel de Macedo; b) O gaúcho, José de Alencar; c) Memória de um sargento de milícias, Manuel Antonio de Almeida d) Iaiá Garcia, Machado de Assis.

3) A mãe de José Gomes se chamava:

a) Rosalina; b) Aninha; c) Joana; d) Chica.

4) O Cabeleira resolve deixar o crime depois de uma promessa feita a

a) Joana;

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b) Florinda; c) Teodósio; d) Luisinha.

5) Franklin Távora enquadra O cabeleira no que ele chama

a) Literatura realista; b) Literatura do norte; c) Literatura do sul; d) Literatura histórica.

Leia o trecho para as questões seguintes

Pertencem estas ao número das primeiras proezas do Cabeleira. Não contava ele então dezesseis anos completos. Perpetrava entretanto, destes crimes, e com esta firmeza que daria renome aos mais hábeis e audaciosos assassinos.

Não obstante o modo por que o tratara desta o vez o jovem Cabeleira, nunca Timóteo ficara mal ou se arrufara sequer com ele. Quem não descobre a razão de tal segredo ? O colono respeitava e temia o matuto. Por detrás, dizia, àqueles de cuja fraqueza estava certo, que o José era uma oncinha que se estava criando e que era preciso, enquanto não passava de tempo, tirar do pasto; na presença do rapaz, que já lhe tinha mostrado por duas vezes de quanto era capaz, só tinha ele atenções e baixezas que bem denotavam os quilates do seu espírito.

O cabeleira (trecho), Franklin Távora.

6) O Cabeleira era considerado pelos demais como

a) Fraco; b) Oportunista; c) Audacioso; d) Altruísta.

7) José Gomes é conhecido por seu/sua

a) Violência; b) Coragem; c) Pertinência; d) Amor.

8) A Timóteo, além do respeito e do temor ao cabeleira, subentende-se que caberia no

espírito a) Idolatraria; b) Ódio; c) Afeição; d) Heroísmo.

9) Além da maldade, o que mais chamava atenção ao Cabeleira seria

a) Seu aspecto físico; b) Sua baixeza; c) Sua idade; d) Seu caráter bondoso.

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ACERCA DE “VIDAS SECAS” 1) A obra “Vidas Secas” se passa pelo cenário do (a) a) Litoral; b) Caatinga; c) Centro urbano; d) Engenhos. 2) A característica de Baleia se revela na sua (seu) a) Caráter humanizado; b) Astúcia irrelevante; c) Inexpressividade; d) Desapego. 3) A representação do Soldado Amarelo na obra remete a autoridade do (a) a) Igreja; b) Exército; c) Coronéis; d) Governo. 4) Fabiano tem dificuldade em: a) Trabalhar; b) Pensar; c) Expressar-se; d) Liderar. 5) O menino mais velho, através do jeito instigador, aproxima da personalidade de a) Soldado Amarelo; b) Patrão; c)Fabiano; d) Menino mais novo. Leia o trecho abaixo para as questões de 6 a 10 Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a idéia de abandonar o filho naquele descampado. Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, examinou os arredores. Sinha Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e afirmou com alguns sons guturais que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha, guardou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos encostados no estômago, frio como um defunto. Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível abandonar o anjinho aos bichos do mato. Entregou a espingarda a Sinha Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se, agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre o peito, moles, finos como cambitos. Sinha Vitória aprovou esse arranjo, lançou de novo a interjeição gutural, designou os juazeiros invisíveis.

Vidas Secas (trecho), Graciliano Ramos. 6) O personagem principal do trecho lido seria a) O menino mais velho b) Sinhá Vitória; c) Baleia; d) Fabiano.

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7) O primeiro sentimento do personagem central com relação ao filho seria o de: a) Pena; b) Raiva; c) Indiferença; d) Ira. 8) Sobre a atitude do personagem central, houve uma ideia de: a) Aprovação; b) Reprovação; c) Repúdio; d) Perdão. 9) O personagem ajudado no trecho lido sofria de: a) Doença; b) Fome; c) Desamparo; d) Tristeza. 10) No trecho: “ (…) levantou-se, agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre o peito, moles, finos como cambitos” a palavra sublinhada tem o mesmo significado coloquial de: a) Galho fino; b) Enfraquecido; c) Perna fina; d) Braços finos. ACERCA DE “FOGO MORTO”

A partir da leitura da obra “Fogo Morto”, de José Lins do Rêgo, responda as questões abaixo: 1) A temática central da obra remete a (ao): a) Problemática dos retirantes; b) Retrato do cangaço; c) Declínio dos engenhos de cana; d) Abusos de autoridade. 2) Na obra, a personagem conhecida, inicialmente como “Papa-Rabo” era: a) Lula de Holanda; b) José Passarinho; c) José Amaro; d) Capitão Vitorino. 3) O coronel de Lula de Holanda é acometido de: a) Epilepsia; b) Alzheimer; c) Parkinson; d) Catarata. 4) A filha de José Amaro se chama: a) Amélia;

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b) Marta; c) Neném; d) Sinhá. 5) Sobre o Capitão Vitorino, é correto afirmar que: a) Tinha a expressividade dos coronéis; b) Sensibiliza-se com o povo mais humilde; c) Contribui para o declínio dos engenhos; d) Auxilia do cangaço na sua luta. Responda as questões de 6 a 10 baseado no trecho: Ali na casa do carro o mestre Amaro ficava o dia inteiro no serviço. Os arreios do cabriolé estavam em petição de miséria, tudo podre, levado do diabo. A princípio, quis voltar para casa. Não havia material para o serviço. O velho não dava sola, não tinha nada para o conserto da carruagem. Afinal ficara. No fundo, o coronel Lula agradava. Parecia-lhe um homem aluado. Ficou, trouxe de casa o material necessário e estava ali, botando ordem no luxo do coronel Lula. Pelo menos, o carro do coronel Lula cantaria pela estrada, seria mais alguma coisa que o cavalo ruço do coronel José Paulino. O cabriolé consolava um pouco o seleiro da mágoa que lhe dava aquele senhor muito rico, muito cheio de terras, que lhe dera gritos como se fosse um negro cativo. Gostava de ver o coronel Lula no cabriolé, enchendo a estrada com a sua parelha. O diabo era aquele orgulho do velho, aquela soberba. O moleque se fora e agora, sozinho no trabalho, os pensamentos enchiam a cabeça do mestre e começavam a sair, a criar asas. A vida daquele povo da casa-grande ninguém podia compreender.

Fogo morto (trecho), José Lins do Rêgo 6) O trecho lido compreende como enredo a) A vida de José Amaro no cangaço; b) O enriquecimento de Lula de Holanda; c) O trabalho de mestre Amaro para o coronel; d) A revolta de Amaro contra o coronel. 7) O cabriolé de coronel Lula de Holanda era símbolo de: a) Pobreza; b) Opulência; c) Sofrimento; d) Injustiça. 8) Para José Amaro, o mal de coronel Lula era a/o sua/seu: a) Tirania; b) Orgulho; c) Humildade; d) Indiferença. 9) Havia um distanciamento de José Amaro quanto a (ao):

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a) Conhecimento das terras do coronel; b) Aprofundamento na mecânica de consertar cabriolé; c) Necessidade de se expressar; d) Compreensão sobre o que ocorria na casa do coronel. 10) No trecho “Parecia-lhe um homem aluado. “, a palavra sublinhada tem o mesmo sentido de: a) Lunático; b) Intelectual; c) Sábio; d) Temido.

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GABARITOS

ACERCA DE “MOÇO LOIRO”

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

A C C B D C D B A D

ACERCA DE “SENHORA”

1 2 3 4 5 6 7 8 9

B D C A B A C A B

ACERCA DE “O CABELEIRA”

1 2 3 4 5 6 7 8 9

D B C D B C A B C

ACERCA DE “VIDAS SECAS”

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B A D C C D C A B A

ACERCA DE “FOGO MORTO”

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

C D A B B C B B D B