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Os Direitos Fundamentais e o Estado Democrático de Direito ante os desaos do Plurarismo Jurídico e da Globalização CADERNO DE RESUMOS ORGANIZADORES: Ana Paula Joaquim Bruno Cavalcanti Angelin Mendes

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Os Direitos Fundamentais e o Estado Democrático de Direito ante os desaos do Plurarismo Jurídico e da Globalização

CADERNO DE RESUMOS

ORGANIZADORES:

Ana Paula Joaquim

Bruno Cavalcanti Angelin Mendes

Page 2: CADERNO DE RESUMOS - uerr.edu.br · Os Direitos Fundamentais e o Estado Democrático de Direito ante os desa os do Plurarismo Jurídico e da Globalização CADERNO DE RESUMOS ORGANIZADORES:

Marcelo Batista de Souza

Universidade Federal de Roraima

EDUFRRBOA VISTA - RR

2014

CADERNO DE RESUMOS

Os Direitos Fundamentais e o Estado Democrático de Direito ante os desaos do Plurarismo Jurídico e da Globalização

ORGANIZADORES:

Ana Paula Joaquim

Bruno Cavalcanti Angelin Mendes

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Marcelo Batista de Souza

Universidade Federal de Roraima

EDUFRRBOA VISTA - RR

2014

CADERNO DE RESUMOS

Os Direitos Fundamentais e o Estado Democrático de Direito ante os desaos do Plurarismo Jurídico e da Globalização

ORGANIZADORES:

Ana Paula Joaquim

Bruno Cavalcanti Angelin Mendes

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Copyright © 2014Editora da Universidade Federal de Roraima

Todos os direitos reservados ao autor, na forma da Lei.A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui

violação dos direitos autorais (Lei n. 9.610/98), é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

A exatidão das informações, conceitos e opiniões éde exclusiva responsabilidade dos autores.

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO (CIP)BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

Revisão Ortográfica:Bruno Cavalcanti Angelin Mendes

Projeto Gráfico, Diagramação & Capa:Almerizio Ovidio Pinheiro Neto

Reitora:Patrícia de Castro

Pró-Reitoria de Extensão da UERRMaria das Neves Magalhães Pinheiro

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da UERRIvanise Maria Rizzatti

Coordenação da Área de Ciências Socialmente Aplicadas da UERRLindete da Silva Souza Pinheiro

Coordenação do Curso de Direito da UERRMarcello Renault Menezes

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA

C749p II Congresso de Direito Constitucional do Estado de Roraima(1.: 2014 : Boa Vista, RR)

II Congresso de Direito Constitucional do Estado de Roraima : Os Direitos Fundamentais e o Estado Democrático de Direito ante os Desafios do Plurarismo Jurídico e da Globalização. - Boa Vista, UFRR/UERR, 2014.122 p.Organizadores: Ana Paula Joaquim e Bruno Cavalcanti Angelin Mendes1 - Direito constitucional. 2 - Congresso. 3 - Roraima. I - Título.CDU 342.4

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Copyright © 2014Editora da Universidade Federal de Roraima

Todos os direitos reservados ao autor, na forma da Lei.A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui

violação dos direitos autorais (Lei n. 9.610/98), é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

A exatidão das informações, conceitos e opiniões éde exclusiva responsabilidade dos autores.

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO (CIP)BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

Revisão Ortográca:XxxxxxxxxxxxxxxxxxxXxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Projeto Gráco, Diagramação e Capa:Almerizio Ovidio Pinheiro Neto

Reitora:Patrícia de Castro

Pró-Reitoria de Extensão da UERRMaria das Neves Magalhães Pinheiro

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da UERRIvanise Maria Rizzatti

Coordenação da Área de Ciências Socialmente Aplicadas da UERRLindete da Silva Souza Pinheiro

Coordenação do Curso de Direito da UERRMarcello Renault Menezes

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Coordenação GeralAna Paula JoaquimBruno Cavalcanti Angelin Mendes

Coordenação ExecutivaSergio MateusRegys Odlare Lima de FreitasLívia Dutra BarretoJoão Luiz Pereira de Araújo

Equipe de ApoioAldemir Simão de Melo Anatildes Alves CarneiroAndressa Santos MirabileDaniely Souza Teixeira Eduardo NascimentoJarliani Feitosa Brito Kercya Mayahara Moura Cavalcante Miriam Aline Coelho Rosa MansaniNatacha Michela Froes Boaes da SilvaPedro Carlos de Araújo Oliveira Thainá Samara G. Cavalcante FariasThalita Lívia Israel Ferreira Taynara Mendes de Souza

Apoiadores do evento:Tribunal de Justiça do Estado de RoraimaDefensoria Pública do Estado de RoraimaOrdem dos Advogados do Brasil - Seccional de Roraima

APRESENTAÇÃO.......................................................................... 11

PROGRAMAÇÃO ........................................................................ 13

SOBRE OS PALESTRANTES ........................................................... 15

1. O VALOR DA DEMOCRACIA COMO MEIO DE FORMENTAR ODEBATE SOB A VISÃO DA INICIATIVA POPULAR ............................. 19

2. A INEFICIÊNCIA DA PRESTAÇÃO ESTATAL E A REVOGAÇÃODO"CONTRATO SOCIAL"............................................................. 21

3. O CONGRESSO BRASILEIRO E A DENÚNCIA UNILATERAL DETRATADOS INTERNACIONAIS ..................................................... 23

4. SOBRE O CONCEITO DE “CONSTITUCIONALISMOAUTORITÁRIO” EM MARK TUSHNET ............................................. 25

5. TENSÃO APARENTE ENTRE O CONSTITUCIONALISMO E OPODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: A REDEFINIÇÃO DOC A R Á T E R I L I M I TA D O D E N T R O D E U M C E N Á R I OTRANSCONSTITUCIONAL .......................................................... 27

6. ABORDAGEM SOBRE A TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERESDE LOCKE E MONTESQUIEU ....................................................... 29

7. A EFICIÊNCIA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO ............ 31

8. O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E A IGUALDADE ENTREOS GÊNEROS ............................................................................. 33

9. ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE CONCRETO DECONSTITUCIONALIDADE .......................................................... 35

10. A INSERÇÃO DE INSTRUMENTOS E TÉCNICAS APLICADOS NOSISTEMA DE PRECEDENTES VINCULANTES AO CONTEXTO DONOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL BRASILEIRO ........................ 37

11. A RELEVÂNCIA DO EFEITO ERGA OMNES NO CONTROLEDIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE .......................................... 39

12. CRIAÇÃO JURISDICIONAL DO DIREITO E ATIVISMO JUDICIAL:A PRIMAZIA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DIANTE DA OMISSÃODOS PODERES PÚBLICOS ............................................................41

SUMÁRIO

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Coordenação GeralAna Paula JoaquimBruno Cavalcanti Angelin Mendes

Coordenação ExecutivaSergio MateusRegys Odlare Lima de FreitasLívia Dutra BarretoJoão Luiz Pereira de Araújo

Equipe de ApoioAldemir Simão de Melo Anatildes Alves CarneiroAndressa Santos MirabileDaniely Souza Teixeira Eduardo NascimentoJarliani Feitosa Brito Kercya Mayahara Moura Cavalcante Miriam Aline Coelho Rosa MansaniNatacha Michela Froes Boaes da SilvaPedro Carlos de Araújo Oliveira Thainá Samara G. Cavalcante FariasThalita Lívia Israel Ferreira Taynara Mendes de Souza

Apoiadores do evento:Tribunal de Justiça do Estado de RoraimaDefensoria Pública do Estado de RoraimaOrdem dos Advogados do Brasil - Seccional de Roraima

APRESENTAÇÃO.......................................................................... 11

PROGRAMAÇÃO ........................................................................ 13

SOBRE OS PALESTRANTES ........................................................... 15

1. O VALOR DA DEMOCRACIA COMO MEIO DE FORMENTAR ODEBATE SOB A VISÃO DA INICIATIVA POPULAR ............................. 19

2. A INEFICIÊNCIA DA PRESTAÇÃO ESTATAL E A REVOGAÇÃODO"CONTRATO SOCIAL"............................................................. 21

3. O CONGRESSO BRASILEIRO E A DENÚNCIA UNILATERAL DETRATADOS INTERNACIONAIS ..................................................... 23

4. SOBRE O CONCEITO DE “CONSTITUCIONALISMOAUTORITÁRIO” EM MARK TUSHNET ............................................. 25

5. TENSÃO APARENTE ENTRE O CONSTITUCIONALISMO E OPODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: A REDEFINIÇÃO DOC A R Á T E R I L I M I TA D O D E N T R O D E U M C E N Á R I OTRANSCONSTITUCIONAL .......................................................... 27

6. ABORDAGEM SOBRE A TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERESDE LOCKE E MONTESQUIEU ....................................................... 29

7. A EFICIÊNCIA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO ............ 31

8. O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E A IGUALDADE ENTREOS GÊNEROS ............................................................................. 33

9. ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE CONCRETO DECONSTITUCIONALIDADE .......................................................... 35

10. A INSERÇÃO DE INSTRUMENTOS E TÉCNICAS APLICADOS NOSISTEMA DE PRECEDENTES VINCULANTES AO CONTEXTO DONOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL BRASILEIRO ........................ 37

11. A RELEVÂNCIA DO EFEITO ERGA OMNES NO CONTROLEDIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE .......................................... 39

12. CRIAÇÃO JURISDICIONAL DO DIREITO E ATIVISMO JUDICIAL:A PRIMAZIA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DIANTE DA OMISSÃODOS PODERES PÚBLICOS ............................................................41

SUMÁRIO

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13. TEORIA DA CARGA DINÂMICA DAS PROVAS ........................... 43

14. A TEORIA DA TRANSCEDÊNCIA DOS MOTIVOSDETERMINANTES DA DECISÃO NO CONTROLE CONCRETOCOM ENFOQUE NO PAPEL DO SENADO FEDERAL ....................... 45

15. O RECURSO EXTRAORDINÁRIO COMO EVIDÊNCIA DOSISTEMA DE PRECEDENTES VINCULANTES NA CULTURAJURÍDICA BRASILEIRA ................................................................. 47

16. MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO:INOBSERVÂNCIA NA MICRORREGIÃO DO ALTO SOLIMÕES ......... 49

17. HIPOSSUFICIÊNCIA, TUTELA DO MEIO AMBIENTE EDEFENSORIA PÚBLICA: LEGITIMIDADE PARA ATUAÇÃOCOLETIVA EM MATÉRIA AMBIENTAL ............................................. 51

18. OS DESAFIOS EM PRESERVAR OS DIREITOS CONSTITUCIONAISGARANTIDOS NO FENÔNEMO DA GLOBALIZAÇÃO ................... 53

19. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E O TPI ......................................... 55

20. TENSÕES NAS BASES DEMOCRÁTICAS COMO ELEMENTOCRÍTICO DA RACIONALIDADE TRANSVERSAL .............................. 57

21. O DIREITO DE PUNIR DAS COMUNIDADES INDÍGENAS E AVEDAÇÃO DO DUPLO JUS PUNIENDI À LUZ DA JUSDIVERSIDADE.. 59

22. A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONALEM FACE DO FENÔMENO DA “EXCLUDÊNCIA” ............................. 61

23. A CRISE DA SOBERANIA FRENTE AO MUNDO GLOBALIZADO:U M A A N Á L I S E D O P LU R A L I S M O J U R Í D I C O E DA S INTERFERÊNCIAS INTERNACIONAIS NA CONSOLIDAÇÃO DOSISTEMA JURISDICIONAL DE TIMOR LESTE ................................... 63

24. CONSTITUCIONALISMO MODERNO E EFETIVIDADE DOSDIREITOS TRABALHISTAS DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS:LIMITAÇÕES DO MODELO BRASILEIRO ....................................... 65

25. A GLOBALIZAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL EM PROLDA INTERNALIZAÇÃO DOS OBJETIVOS DO MILÊNIO ................... 67

26. A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL AOS PENALMENTEINIMPUTÁVEIS E A RELAÇÃO SOCIO-ANTROPOLÓGICAINTERCULTURAL NO DIREITO COMPARADO ................................ 69

27. LIMITAÇÃO ÀS RESTRIÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS:OS LIMITES DOS LIMITES ............................................................. 71

28. A CRÍTICA HERMENÊUTICA DO DIREITO NA COMPREENSÃODOS PRINCÍPIOS: UM CASO CONCRETO NA HERMENÊUTICA FILÓFICA DO SABER JURÍDICO ................................................... 73

29. O DIREITO À PROPRIEDADE E O RECONHECIMENTO DE SUAFUNÇÃO SOCIAL: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O DIREITO BRASILEIRO E O DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA ............................ 75

30. A LEI DOS REGISTROS PÚBLICOS À LUZ DA TEORIA DA FORÇANORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO: A EFETIVIDADE DOS DIREITOSFUNDAMENTAIS DECORRENTES DA UNIÃO ESTÁVEL ................... 77

31. DA TENDÊNCIA DESCODIFICADORA DO DIREITO CIVILBRASILEIRO E O PAPEL DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL .................... 79

32. O DIREITO FUNDAMENTAL DE INVIOLABILIDADE À INTIMIDADEE À PRIVACIDADE NA ERA DIGITAL ............................................... 81

33. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: CONFLITOAPARENTE ENTRE A LIBERDADE DE INFORMAÇÃO E OS ATRIBUTOS INDIVIDUAIS DA PESSOA HUMANA NO ÂMBITO DODIREITO AO ESQUECIMENTO ...................................................... 83

34. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: O DIÁLOGODAS FONTES COMO FORMA DE APRIMORAR A UNIDADE DOORDENAMENTO JURÍDICO ........................................................ 85

35. PROTEÇÃO JURÍDICA NOS MÉTODOS DE REPRODUÇÃOASSISTIDA: ÚTERO SUBSTITUIÇÃO .............................................. 87

36. EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ........ 89

37. IMPASSES QUANTO A NACIONALIDADE DOS POVOSINDÍGENAS NA FRONTEIRA BRASIL-GUIANA ............................... 91

38. DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA NO TRÂNSITOBRASILEIRO ................................................................................. 93

39. O PLURINACIONALISMO NAS POLÍTICAS MIGRATÓRIASBRASILEIRAS: UMA NOVA PERSPECTIVA AOS DIREITOS DOSMIGRANTES ............................................................................... 95

40. O CASO BELO MONTE: ASPECTOS CONSTITUCIONAIS ECONVENCIONAIS ..................................................................... 97

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13. TEORIA DA CARGA DINÂMICA DAS PROVAS ........................... 43

14. A TEORIA DA TRANSCEDÊNCIA DOS MOTIVOSDETERMINANTES DA DECISÃO NO CONTROLE CONCRETOCOM ENFOQUE NO PAPEL DO SENADO FEDERAL ....................... 45

15. O RECURSO EXTRAORDINÁRIO COMO EVIDÊNCIA DOSISTEMA DE PRECEDENTES VINCULANTES NA CULTURAJURÍDICA BRASILEIRA ................................................................. 47

16. MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO:INOBSERVÂNCIA NA MICRORREGIÃO DO ALTO SOLIMÕES ......... 49

17. HIPOSSUFICIÊNCIA, TUTELA DO MEIO AMBIENTE EDEFENSORIA PÚBLICA: LEGITIMIDADE PARA ATUAÇÃOCOLETIVA EM MATÉRIA AMBIENTAL ............................................. 51

18. OS DESAFIOS EM PRESERVAR OS DIREITOS CONSTITUCIONAISGARANTIDOS NO FENÔNEMO DA GLOBALIZAÇÃO ................... 53

19. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E O TPI ......................................... 55

20. TENSÕES NAS BASES DEMOCRÁTICAS COMO ELEMENTOCRÍTICO DA RACIONALIDADE TRANSVERSAL .............................. 57

21. O DIREITO DE PUNIR DAS COMUNIDADES INDÍGENAS E AVEDAÇÃO DO DUPLO JUS PUNIENDI À LUZ DA JUSDIVERSIDADE.. 59

22. A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONALEM FACE DO FENÔMENO DA “EXCLUDÊNCIA” ............................. 61

23. A CRISE DA SOBERANIA FRENTE AO MUNDO GLOBALIZADO:U M A A N Á L I S E D O P LU R A L I S M O J U R Í D I C O E DA S INTERFERÊNCIAS INTERNACIONAIS NA CONSOLIDAÇÃO DOSISTEMA JURISDICIONAL DE TIMOR LESTE ................................... 63

24. CONSTITUCIONALISMO MODERNO E EFETIVIDADE DOSDIREITOS TRABALHISTAS DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS:LIMITAÇÕES DO MODELO BRASILEIRO ....................................... 65

25. A GLOBALIZAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL EM PROLDA INTERNALIZAÇÃO DOS OBJETIVOS DO MILÊNIO ................... 67

26. A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL AOS PENALMENTEINIMPUTÁVEIS E A RELAÇÃO SOCIO-ANTROPOLÓGICAINTERCULTURAL NO DIREITO COMPARADO ................................ 69

27. LIMITAÇÃO ÀS RESTRIÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS:OS LIMITES DOS LIMITES ............................................................. 71

28. A CRÍTICA HERMENÊUTICA DO DIREITO NA COMPREENSÃODOS PRINCÍPIOS: UM CASO CONCRETO NA HERMENÊUTICA FILÓFICA DO SABER JURÍDICO ................................................... 73

29. O DIREITO À PROPRIEDADE E O RECONHECIMENTO DE SUAFUNÇÃO SOCIAL: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O DIREITO BRASILEIRO E O DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA ............................ 75

30. A LEI DOS REGISTROS PÚBLICOS À LUZ DA TEORIA DA FORÇANORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO: A EFETIVIDADE DOS DIREITOSFUNDAMENTAIS DECORRENTES DA UNIÃO ESTÁVEL ................... 77

31. DA TENDÊNCIA DESCODIFICADORA DO DIREITO CIVILBRASILEIRO E O PAPEL DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL .................... 79

32. O DIREITO FUNDAMENTAL DE INVIOLABILIDADE À INTIMIDADEE À PRIVACIDADE NA ERA DIGITAL ............................................... 81

33. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: CONFLITOAPARENTE ENTRE A LIBERDADE DE INFORMAÇÃO E OS ATRIBUTOS INDIVIDUAIS DA PESSOA HUMANA NO ÂMBITO DODIREITO AO ESQUECIMENTO ...................................................... 83

34. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: O DIÁLOGODAS FONTES COMO FORMA DE APRIMORAR A UNIDADE DOORDENAMENTO JURÍDICO ........................................................ 85

35. PROTEÇÃO JURÍDICA NOS MÉTODOS DE REPRODUÇÃOASSISTIDA: ÚTERO SUBSTITUIÇÃO .............................................. 87

36. EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ........ 89

37. IMPASSES QUANTO A NACIONALIDADE DOS POVOSINDÍGENAS NA FRONTEIRA BRASIL-GUIANA ............................... 91

38. DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA NO TRÂNSITOBRASILEIRO ................................................................................. 93

39. O PLURINACIONALISMO NAS POLÍTICAS MIGRATÓRIASBRASILEIRAS: UMA NOVA PERSPECTIVA AOS DIREITOS DOSMIGRANTES ............................................................................... 95

40. O CASO BELO MONTE: ASPECTOS CONSTITUCIONAIS ECONVENCIONAIS ..................................................................... 97

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41. DIREITO À PRIVACIDADE: QUAIS AS FRONTEIRAS EXISTENTES? ANÁLISE DO JUSFILÓSOFO ANDREI MARMOR E DEBATE DESSE DIREITO A PARTIR DE UM CASO DO SISTEMAEUROPEU DEDIREITOS HUMANOS.............................................. 99

42. O CASO MARIA DA PENHA FERNANDES E SEUS IMPACTOS NOORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO ...................................... 101

43. A NOVA POSTURA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA DIANTE DAS AÇÕES AFIRMATIVAS VOLTADAS PARA OS DIREITOSFUNDAMENTAIS DOS GRUPOS VULNERÁVEIS E DAS MINORIAS.... 103

44. OCUPAÇÃO E POSSE DE TERRAS INDÍGENAS À LUZ DO RMS2 9 0 8 7 : O D E B AT E C O N S T I T U C I O N A L D O C A S OGUARANI-KAIOWÁ ..................................................................... 105

45. JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL: A TÊNUE FRONTEIRA ENTREO DIREITO E A POLÍTICA .............................................................. 107

46. USUFRUTO EXCLUSIVO CONSTITUCIONAL DE TERRASINDÍGENAS: O CASO RAPOSA SERRA DO SOL ............................. 109

47. JUDICIALIZAÇÃO DOS DIRETOS À SAÚDE PELA PERSPECTIVAORÇAMENTÁRIA ........................................................................ 111

48. A EMERGÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO NO EXERCÍCIO DOCONTROLE POLÍTICO ................................................................ 113

49. LIMITES DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO E DOS ESTADOS-MEMBROS EM MATÁERIA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DETERRAS PÚBLICAS: DISTINÇÃO ENTRE REGULARIZAÇÃOFUNDIÁRIA E DIRIETO AGRÁRIO .................................................. 115

50. PRINCÍPIO DA ISONOMIA E ISENÇÃO DO IMPOSTO SOBREPRODUTOS INDUSTRIALIZADOS AOS VEÍCULOS UTILIZADOS EMSERVIÇO PELOS REPRESENTANTES COMERCIAIS AUTÔNOMOS.... 117

51. TRABALHO ANALOGO AO DE ESCRAVO NO BRASILCONTEMPORANEO: UMA PRÁTICA ERRONEA QUE FERE OPRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ........................ 119

52. DELIMITAÇÃO DO CONCEITO JURÍDICO PENAL DE TRABALHOESCRAVO E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A EFETIVIDADE DA EMENDACONSTITUCIONAL Nº 81 ............................................................ 121

11

APRESENTAÇÃO

O II Congresso de Direito Constitucional do Estado de Roraima tem como tema central os "Os Direitos Fundamentais e Estado Democrático de Direito ante os desafios do Pluralismo Jurídico e da Globalização" e surge como o resultado de uma parceria interinstitucional firmada entre o Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Roraima (ICJ/UFRR) e a Coordenação do Curso de Direito da Universidade do Estado de Roraima (CCD/UERR). O Estado de Roraima nasce com a Constituição Federal de 1988, de modo que não é exagero dizer que a alusão à Constituição costuma ter um alto valor simbólico nos círculos políticos e sociais no Estado. No entanto, é necessário que o debate constitucional se refine e adquira objetividade profundidade teórica, e o Congresso vem justamente para se incumbir disso. Trata-se de uma proposta concebida para contribuir com a consolidação de eventos jurídicos estritamente acadêmicos no Estado de Roraima, nos quais possam ser realizados debates ampliados e interativos sobre temas de interesse prático e teórico para o direito. Os debates a serem promovidos devem ser ampliados, para que não fiquem adstritos a uma perspectiva ou uma tematização local/regional, mas antes que discutam e problematizem os mais variados temas em sintonia com debates mais gerais que estão em curso em outras partes do país e do mundo. Ainda, busca a interatividade, para que oportunizem aos pesquisadores locais um canal para a comunicação de seus estudos e críticas sobre os mais variados temas, em ambiente favorável à troca de experiências e a construção coletiva de ideias.

Boa Vista, novembro de 2014,A Comissão Organizadora.

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41. DIREITO À PRIVACIDADE: QUAIS AS FRONTEIRAS EXISTENTES? ANÁLISE DO JUSFILÓSOFO ANDREI MARMOR E DEBATE DESSE DIREITO A PARTIR DE UM CASO DO SISTEMAEUROPEU DEDIREITOS HUMANOS.............................................. 99

42. O CASO MARIA DA PENHA FERNANDES E SEUS IMPACTOS NOORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO ...................................... 101

43. A NOVA POSTURA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA DIANTE DAS AÇÕES AFIRMATIVAS VOLTADAS PARA OS DIREITOSFUNDAMENTAIS DOS GRUPOS VULNERÁVEIS E DAS MINORIAS.... 103

44. OCUPAÇÃO E POSSE DE TERRAS INDÍGENAS À LUZ DO RMS2 9 0 8 7 : O D E B AT E C O N S T I T U C I O N A L D O C A S OGUARANI-KAIOWÁ ..................................................................... 105

45. JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL: A TÊNUE FRONTEIRA ENTREO DIREITO E A POLÍTICA .............................................................. 107

46. USUFRUTO EXCLUSIVO CONSTITUCIONAL DE TERRASINDÍGENAS: O CASO RAPOSA SERRA DO SOL ............................. 109

47. JUDICIALIZAÇÃO DOS DIRETOS À SAÚDE PELA PERSPECTIVAORÇAMENTÁRIA ........................................................................ 111

48. A EMERGÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO NO EXERCÍCIO DOCONTROLE POLÍTICO ................................................................ 113

49. LIMITES DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO E DOS ESTADOS-MEMBROS EM MATÁERIA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DETERRAS PÚBLICAS: DISTINÇÃO ENTRE REGULARIZAÇÃOFUNDIÁRIA E DIRIETO AGRÁRIO .................................................. 115

50. PRINCÍPIO DA ISONOMIA E ISENÇÃO DO IMPOSTO SOBREPRODUTOS INDUSTRIALIZADOS AOS VEÍCULOS UTILIZADOS EMSERVIÇO PELOS REPRESENTANTES COMERCIAIS AUTÔNOMOS.... 117

51. TRABALHO ANALOGO AO DE ESCRAVO NO BRASILCONTEMPORANEO: UMA PRÁTICA ERRONEA QUE FERE OPRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ........................ 119

52. DELIMITAÇÃO DO CONCEITO JURÍDICO PENAL DE TRABALHOESCRAVO E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A EFETIVIDADE DA EMENDACONSTITUCIONAL Nº 81 ............................................................ 121

11

APRESENTAÇÃO

O II Congresso de Direito Constitucional do Estado de Roraima tem como tema central os "Os Direitos Fundamentais e Estado Democrático de Direito ante os desafios do Pluralismo Jurídico e da Globalização" e surge como o resultado de uma parceria interinstitucional firmada entre o Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Roraima (ICJ/UFRR) e a Coordenação do Curso de Direito da Universidade do Estado de Roraima (CCD/UERR). O Estado de Roraima nasce com a Constituição Federal de 1988, de modo que não é exagero dizer que a alusão à Constituição costuma ter um alto valor simbólico nos círculos políticos e sociais no Estado. No entanto, é necessário que o debate constitucional se refine e adquira objetividade profundidade teórica, e o Congresso vem justamente para se incumbir disso. Trata-se de uma proposta concebida para contribuir com a consolidação de eventos jurídicos estritamente acadêmicos no Estado de Roraima, nos quais possam ser realizados debates ampliados e interativos sobre temas de interesse prático e teórico para o direito. Os debates a serem promovidos devem ser ampliados, para que não fiquem adstritos a uma perspectiva ou uma tematização local/regional, mas antes que discutam e problematizem os mais variados temas em sintonia com debates mais gerais que estão em curso em outras partes do país e do mundo. Ainda, busca a interatividade, para que oportunizem aos pesquisadores locais um canal para a comunicação de seus estudos e críticas sobre os mais variados temas, em ambiente favorável à troca de experiências e a construção coletiva de ideias.

Boa Vista, novembro de 2014,A Comissão Organizadora.

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PROGRAMAÇÃO

17/11/2014 (Segunda-feira)

17h - Credenciamento

18h - Abertura com as Reitorias das Instituições envolvidas

19h - Palestra do Prof. Msc. Bruno Cavalcanti Angelin Mendes

20h - Palestra da Profª Dra. Vanice Regina Lírio do Valle

21h - Coquetel de Lançamento e Sessão de autógrafos do livro:

Precedentes Judiciais Vinculantes

18/11/2014 (Terça-feira)

15h-17h - Mini-curso: “A História Constitucional Brasileira - Os

paradigmas norteadores das tradições constitucionais.”

18h - 22h - GT1: Constitucionalismo e Democracia; GT2: Processo,

Jurisdição Constitucional e Precedentes Vinculantes; GT3: Direito

Constitucional, Sustentabilidade e Meio Ambiente.

19/11/2014 (Quarta-feira)

15h-17h - Mini-curso: “A História Constitucional Brasileira - Os

paradigmas norteadores das tradições constitucionais.”

18h - 22h - GT4: Constitucionalismo na Nova Ordem Global; GT5: As

interfaces entre o Direito Constitucional e os estudos filosóficos e sócio-

antropológicos; GT6: Hermenêutica Jurídica e Justiça Social.

20/11/2014 (Quinta-feira)

15h-17h - Mini-curso: “A História Constitucional Brasileira - Os

paradigmas norteadores das tradições constitucionais.”

18h - 22h - GT7: Temas Emergentes de Direito Civil-Constitucional; GT8:

Direitos Humanos e Interculturalidade; GT9: Jurisdição Constitucional.

21/11/2014 (Sexta-feira)

18h - Palestra do Prof. Dr. Raymundo Juliano Rego Feitosa

19h - Palestra do Prof. Marco Antônio da Costa Sabino

20h - Encerramento

12 13

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PROGRAMAÇÃO

17/11/2014 (Segunda-feira)

17h - Credenciamento

18h - Abertura com as Reitorias das Instituições envolvidas

19h - Palestra do Prof. Msc. Bruno Cavalcanti Angelin Mendes

20h - Palestra da Profª Dra. Vanice Regina Lírio do Valle

21h - Coquetel de Lançamento e Sessão de autógrafos do livro:

Precedentes Judiciais Vinculantes

18/11/2014 (Terça-feira)

15h-17h - Mini-curso: “A História Constitucional Brasileira - Os

paradigmas norteadores das tradições constitucionais.”

18h - 22h - GT1: Constitucionalismo e Democracia; GT2: Processo,

Jurisdição Constitucional e Precedentes Vinculantes; GT3: Direito

Constitucional, Sustentabilidade e Meio Ambiente.

19/11/2014 (Quarta-feira)

15h-17h - Mini-curso: “A História Constitucional Brasileira - Os

paradigmas norteadores das tradições constitucionais.”

18h - 22h - GT4: Constitucionalismo na Nova Ordem Global; GT5: As

interfaces entre o Direito Constitucional e os estudos filosóficos e sócio-

antropológicos; GT6: Hermenêutica Jurídica e Justiça Social.

20/11/2014 (Quinta-feira)

15h-17h - Mini-curso: “A História Constitucional Brasileira - Os

paradigmas norteadores das tradições constitucionais.”

18h - 22h - GT7: Temas Emergentes de Direito Civil-Constitucional; GT8:

Direitos Humanos e Interculturalidade; GT9: Jurisdição Constitucional.

21/11/2014 (Sexta-feira)

18h - Palestra do Prof. Dr. Raymundo Juliano Rego Feitosa

19h - Palestra do Prof. Marco Antônio da Costa Sabino

20h - Encerramento

12 13

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SOBRE PALESTRANTES

Prof. Msc. Bruno Cavalcanti Angelin Mendes

Palestra de Abertura: Os Precedentes Judiciais Vinculantes e o Sistema Jurídico Brasileiro

Professor de Ensino Superior e Advogado. Mestre em Direito Público

pela Universidade Estácio de Sá - UNESA (2013), Especialista em Direito

Processual Civil (2011) e pós-graduando em Direito Tributário pela

Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal -

UNIDERP, em convênio com a Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes - Rede

LFG. Possui graduação em Direito pela Universidade da Amazônia -

UNAMA (2007). É professor das disciplinas Direito Processual Civil e

Direito Constitucional. Atualmente é Coordenador do Núcleo de Práticas

Jurídicas e Defesa de Direitos Humanos na Universidade Federal de

Roraima - UFRR e docente das disciplinas de Estágio e Prática Jurídica. Tem

experiência na área de Direito Público.

Profª. Drª. Vanice Regina Lírio Do Valle

Tema da Palestra: Constitucionalismo democrático e as escolhas públicas no campo dos

direitos fundamentais

Pós-doutorado em Administração pela EBAPE/FGV e Doutora em

Direito pela Universidade Gama Filho (2006), é também Professora do

Programa de Pós-Graduação em Direito da UNESA/RJ e Professora

Visitante dos cursos de Pós-graduação da FGV/Rio, Procuradora do

Município do Rio de Janeiro e membro do Instituto de Direito Administrativo

do Estado do Rio de Janeiro. Tem ainda em seu background, o

desenvolvimento de atividades de gerenciamento na área pública,

titularizando a Secretaria Municipal de Administração do Rio de Janeiro, e

ainda a Secretaria de Estado de Administração do Rio de Janeiro. A

experiência na área de Direito Público, com ênfase nos temas de direitos

fundamentais e jurisdição constitucional, tem direcionado sua atividade

acadêmica, mantendo-se sempre o contato com o Direito Administrativo.

14 15

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SOBRE PALESTRANTES

Prof. Msc. Bruno Cavalcanti Angelin Mendes

Palestra de Abertura: Os Precedentes Judiciais Vinculantes e o Sistema Jurídico Brasileiro

Professor de Ensino Superior e Advogado. Mestre em Direito Público

pela Universidade Estácio de Sá - UNESA (2013), Especialista em Direito

Processual Civil (2011) e pós-graduando em Direito Tributário pela

Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal -

UNIDERP, em convênio com a Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes - Rede

LFG. Possui graduação em Direito pela Universidade da Amazônia -

UNAMA (2007). É professor das disciplinas Direito Processual Civil e

Direito Constitucional. Atualmente é Coordenador do Núcleo de Práticas

Jurídicas e Defesa de Direitos Humanos na Universidade Federal de

Roraima - UFRR e docente das disciplinas de Estágio e Prática Jurídica. Tem

experiência na área de Direito Público.

Profª. Drª. Vanice Regina Lírio Do Valle

Tema da Palestra: Constitucionalismo democrático e as escolhas públicas no campo dos

direitos fundamentais

Pós-doutorado em Administração pela EBAPE/FGV e Doutora em

Direito pela Universidade Gama Filho (2006), é também Professora do

Programa de Pós-Graduação em Direito da UNESA/RJ e Professora

Visitante dos cursos de Pós-graduação da FGV/Rio, Procuradora do

Município do Rio de Janeiro e membro do Instituto de Direito Administrativo

do Estado do Rio de Janeiro. Tem ainda em seu background, o

desenvolvimento de atividades de gerenciamento na área pública,

titularizando a Secretaria Municipal de Administração do Rio de Janeiro, e

ainda a Secretaria de Estado de Administração do Rio de Janeiro. A

experiência na área de Direito Público, com ênfase nos temas de direitos

fundamentais e jurisdição constitucional, tem direcionado sua atividade

acadêmica, mantendo-se sempre o contato com o Direito Administrativo.

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Prof. Dr. Raymundo Juliano Rego Feitosa

Tema da Palestra: A construção da cidadania no Brasil

Possui graduação em Direito pela Faculdade de Direito de Caruaru

(1974), mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de

Pernambuco (1978) e doutorado em Direito - Universidad Autonoma de

Madrid (1993). Pós-Doutorado na Universidad Castilla La Mancha (2005).

Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado do Amazonas -

UEA ( onde é docente no Programa de Pós-Graduação em Direito

Ambiental e professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco.

Foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito (Mestrado e

Doutorado) da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na

área de Direito, com ênfase em Direito Tributário, atuando principalmente

nos seguintes temas: federalismo, reforma tributária, sistemas tributários,

tributação indutora e intervenção econômica. Professor Visitante nas

Universidades de Salamanca e Castilla la Mancha na Espanha. Foi

presidente do CONPEDI em dois mandatos (2003/2005 e 2005 e 2007).

Prof. Dr. Marco Antonio Da Costa Sabino

Tema da Palestra: Dimensões contemporâneas da liberdade de expressão.

Marco Antonio da Costa Sabino, Doutor em Ciências, área de

Direito Processual, pela Faculdade de Direito da Universidade de São

Paulo, sob a orientação da Professora Ada Pellegrini Grinover. Possui

graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

(2003). É Especialista em Direito Processual Civil pela mesma Instituição

(2007) e Pós-graduado (sentido amplo) em Direito Civil pela FADISP -

Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo (2008). É, também,

Especialista em Educação (Docência no Ensino Superior) pela Universidade

Anhembi-Morumbi (2012). Professor Assistente no Curso de Graduação

em Direito Processual Civil da Universidade de São Paulo e Gerente de

Relações com o Mercado Publicitário da Rede Globo de Televisão. É árbitro

na Arbitranet. É professor de Ética, Direito Empresarial, Gestão Tributária,

Governança Corporativa e Responsabilidade Social na BSP - Business

School São Paulo, além de professor convidado na pós-graduação em

sentido largo (Difusos e Coletivos) da Escola Superior do Ministério Público

de São Paulo. Professor de Tutela de Interesses Difusos e Coletivos do R2

Direito-IOB, preparatório para concursos públicos. É, também, professor

de Direito Empresarial no Bacharelado em Administração da Faculdade

FIA - Fundação Instituto de Administração, além de ser monitor convidado

do Programa de Pós-Graduação em Sentido Estrito da Faculdade de

Direito da Universidade de São Paulo. É membro do IBDP - Instituto

Brasileiro de Direito Processual e do CEBEPEJ - Centro Brasileiro de Estudos

e Pesquisas Judiciárias. É, ainda, pesquisador vinculado à Universidade de

São Paulo em: (i) projeto fomentado pelo Ministério da Justiça e pelo

PNUD; e (ii) no grupo "Mecanismos de solução de conflitos em sociedades

complexas: a resposta do processo civil", cadastrado no CNPq. Tem

experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Civil, Processual

Civil, de Comunicação Social e Constitucional.

16 17

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Prof. Dr. Raymundo Juliano Rego Feitosa

Tema da Palestra: A construção da cidadania no Brasil

Possui graduação em Direito pela Faculdade de Direito de Caruaru

(1974), mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de

Pernambuco (1978) e doutorado em Direito - Universidad Autonoma de

Madrid (1993). Pós-Doutorado na Universidad Castilla La Mancha (2005).

Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado do Amazonas -

UEA ( onde é docente no Programa de Pós-Graduação em Direito

Ambiental e professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco.

Foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito (Mestrado e

Doutorado) da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na

área de Direito, com ênfase em Direito Tributário, atuando principalmente

nos seguintes temas: federalismo, reforma tributária, sistemas tributários,

tributação indutora e intervenção econômica. Professor Visitante nas

Universidades de Salamanca e Castilla la Mancha na Espanha. Foi

presidente do CONPEDI em dois mandatos (2003/2005 e 2005 e 2007).

Prof. Dr. Marco Antonio Da Costa Sabino

Tema da Palestra: Dimensões contemporâneas da liberdade de expressão.

Marco Antonio da Costa Sabino, Doutor em Ciências, área de

Direito Processual, pela Faculdade de Direito da Universidade de São

Paulo, sob a orientação da Professora Ada Pellegrini Grinover. Possui

graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

(2003). É Especialista em Direito Processual Civil pela mesma Instituição

(2007) e Pós-graduado (sentido amplo) em Direito Civil pela FADISP -

Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo (2008). É, também,

Especialista em Educação (Docência no Ensino Superior) pela Universidade

Anhembi-Morumbi (2012). Professor Assistente no Curso de Graduação

em Direito Processual Civil da Universidade de São Paulo e Gerente de

Relações com o Mercado Publicitário da Rede Globo de Televisão. É árbitro

na Arbitranet. É professor de Ética, Direito Empresarial, Gestão Tributária,

Governança Corporativa e Responsabilidade Social na BSP - Business

School São Paulo, além de professor convidado na pós-graduação em

sentido largo (Difusos e Coletivos) da Escola Superior do Ministério Público

de São Paulo. Professor de Tutela de Interesses Difusos e Coletivos do R2

Direito-IOB, preparatório para concursos públicos. É, também, professor

de Direito Empresarial no Bacharelado em Administração da Faculdade

FIA - Fundação Instituto de Administração, além de ser monitor convidado

do Programa de Pós-Graduação em Sentido Estrito da Faculdade de

Direito da Universidade de São Paulo. É membro do IBDP - Instituto

Brasileiro de Direito Processual e do CEBEPEJ - Centro Brasileiro de Estudos

e Pesquisas Judiciárias. É, ainda, pesquisador vinculado à Universidade de

São Paulo em: (i) projeto fomentado pelo Ministério da Justiça e pelo

PNUD; e (ii) no grupo "Mecanismos de solução de conflitos em sociedades

complexas: a resposta do processo civil", cadastrado no CNPq. Tem

experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Civil, Processual

Civil, de Comunicação Social e Constitucional.

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O VALOR DA DEMOCRACIA COMO MEIO DE FORMENTAR O DEBATE SOB A VISÃO DA INICIATIVA POPULAR.

Alana Paula de Sousa e Sousa¹

A Ciência Política tem reservado importante espaço ao debate sobre o que efetivamente constitui a democracia. Esta, por vezes, é alocada ao lado da monarquia e da república como formas de governo. Em outras oportunidades é analisada no contexto dos sistemas de governo, em conjunto com o presidencialismo e o parlamentarismo. Ocasionalmente, é compreendida como regime ou método de governo. Assim, a democracia vem transitando pelas definições próprias dessa ciência sem que, no entanto, seja possível pretender uma conceituação estanque acerca do que realmente ela significa. Contudo, tão importante quanto a análise do fenômeno "conhecimento", objeto da Teoria do Conhecimento, é o estudo do fenômeno axiológico, da ideia dos valores e sua relevância para a compreensão do indivíduo posto em sociedade. Neste aspecto, nota-se a importância da Teoria dos Valores. Mario Ferreira dos Santos pontifica que os valores são imprescindíveis para o homem, que nada seria sem a consciência dos valores; nada mais haveria a lhe servir de fundamento caso o homem perdesse o valor, ou deles duvidasse. Se o valor desaparece, desaparece o homem. Não é possível, com efeito, conceber a vida sem a prática da valoração. Todo ser cognoscente valora. É atividade cotidiana do homem, é sua essência emitir constantes juízos de valor. O ato de querer, a vontade humana, está intimamente ligado aos valores, já que o homem pretende aquilo que de certo modo lhe pareça mais valioso, portanto, digno de ser desejado, em uma análise comparativa que envolve a eleição de preferências a serem atribuídas a determinado objeto. Sob outro enfoque, o valor é tudo aquilo que for apropriado a satisfazer determinadas necessidades. A saúde é um valor, pois supre a necessidade elementar do bem estar necessário para a continuidade da própria vida. Esta análise é mais bem reservada àqueles valores que guardam relação com o vital, o indispensável à sobrevivência, mas igualmente se aplicam aos valores éticos, estéticos, religiosos, políticos, sociais, etc. Não se pode pretender que a "vontade de Constituição" impere em um cenário em que a participação direta do Povo nas decisões concernentes à dinâmica constitucional seja menosprezada. As constituições democráticas nascem, evoluem e se fortalecem nos braços do Povo. Tão maior será o interesse pelas questões constitucionais quanto mais se permite que delas o Povo participe efetiva e diretamente. A modalidade de atuação popular direta na reforma da Constituição que tencionamos advogar detém atributos que em muito auxiliarão na evolução do constitucionalismo em nosso País, contribuindo, ademais, com a politização do cidadão brasileiro, que compreenderá, enfim, a importância de seu papel nos rumos da Nação. Compreenderá, também, o real significado da ideia de soberania popular, que lhe permitirá conceber o quão determinante é sua vontade no cenário do Estado Democrático de Direito consagrado na CF/88. Deixará de ser mero coadjuvante, e assumirá, vez por todas, sua missão como parcela indissociável desse Estado. Nesse sentido, vale lembrar, como vimos, que a CF/88 consagrou o princípio da soberania popular e, diferentemente do que se previu nas Cartas anteriores, estatuiu que o poder absoluto que emana do povo será exercido diretamente, e não apenas por meio de seus representantes. Insistir que o debate constitucional, mormente no que tange à alteração da Norma Fundamental, deva circunscrever-se aos limites das casas congressuais, é contribuir para o menoscabo daquilo que representa uma das maiores conquistas populares da história da humanidade. Se o constitucionalismo teve sua gênese nas ruas, entre o Povo, ali também deve ele permanecer. Veja-se, pois, que a defesa da iniciativa popular para fins de emenda constitucional é a defesa da própria plenitude da Constituição. Através dela se enriquece o debate constitucional nas ruas, se permite que a Constituição se faça presente entre aqueles para os quais foi concebida. A partir daí, a tão imprescindível "vontade de Constituição" defendida por Hesse é consequência lógica e inafastável.

Palavras-chave: Valor. Iniciativa popular. Constituição. Democracia. Conhecimento.

Referências:REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.ROUSSEAU. Jean-Jacques. O contrato social, apud MORRIS. In: Clarence (org.). Os

¹Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.

GT 1 - CONSTITUCIONALISMO E DEMOCRACIACoordenadora: Prof.ª Msc. Ana Paula Joaquim (UERR)

18 19

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O VALOR DA DEMOCRACIA COMO MEIO DE FORMENTAR O DEBATE SOB A VISÃO DA INICIATIVA POPULAR.

Alana Paula de Sousa e Sousa¹

A Ciência Política tem reservado importante espaço ao debate sobre o que efetivamente constitui a democracia. Esta, por vezes, é alocada ao lado da monarquia e da república como formas de governo. Em outras oportunidades é analisada no contexto dos sistemas de governo, em conjunto com o presidencialismo e o parlamentarismo. Ocasionalmente, é compreendida como regime ou método de governo. Assim, a democracia vem transitando pelas definições próprias dessa ciência sem que, no entanto, seja possível pretender uma conceituação estanque acerca do que realmente ela significa. Contudo, tão importante quanto a análise do fenômeno "conhecimento", objeto da Teoria do Conhecimento, é o estudo do fenômeno axiológico, da ideia dos valores e sua relevância para a compreensão do indivíduo posto em sociedade. Neste aspecto, nota-se a importância da Teoria dos Valores. Mario Ferreira dos Santos pontifica que os valores são imprescindíveis para o homem, que nada seria sem a consciência dos valores; nada mais haveria a lhe servir de fundamento caso o homem perdesse o valor, ou deles duvidasse. Se o valor desaparece, desaparece o homem. Não é possível, com efeito, conceber a vida sem a prática da valoração. Todo ser cognoscente valora. É atividade cotidiana do homem, é sua essência emitir constantes juízos de valor. O ato de querer, a vontade humana, está intimamente ligado aos valores, já que o homem pretende aquilo que de certo modo lhe pareça mais valioso, portanto, digno de ser desejado, em uma análise comparativa que envolve a eleição de preferências a serem atribuídas a determinado objeto. Sob outro enfoque, o valor é tudo aquilo que for apropriado a satisfazer determinadas necessidades. A saúde é um valor, pois supre a necessidade elementar do bem estar necessário para a continuidade da própria vida. Esta análise é mais bem reservada àqueles valores que guardam relação com o vital, o indispensável à sobrevivência, mas igualmente se aplicam aos valores éticos, estéticos, religiosos, políticos, sociais, etc. Não se pode pretender que a "vontade de Constituição" impere em um cenário em que a participação direta do Povo nas decisões concernentes à dinâmica constitucional seja menosprezada. As constituições democráticas nascem, evoluem e se fortalecem nos braços do Povo. Tão maior será o interesse pelas questões constitucionais quanto mais se permite que delas o Povo participe efetiva e diretamente. A modalidade de atuação popular direta na reforma da Constituição que tencionamos advogar detém atributos que em muito auxiliarão na evolução do constitucionalismo em nosso País, contribuindo, ademais, com a politização do cidadão brasileiro, que compreenderá, enfim, a importância de seu papel nos rumos da Nação. Compreenderá, também, o real significado da ideia de soberania popular, que lhe permitirá conceber o quão determinante é sua vontade no cenário do Estado Democrático de Direito consagrado na CF/88. Deixará de ser mero coadjuvante, e assumirá, vez por todas, sua missão como parcela indissociável desse Estado. Nesse sentido, vale lembrar, como vimos, que a CF/88 consagrou o princípio da soberania popular e, diferentemente do que se previu nas Cartas anteriores, estatuiu que o poder absoluto que emana do povo será exercido diretamente, e não apenas por meio de seus representantes. Insistir que o debate constitucional, mormente no que tange à alteração da Norma Fundamental, deva circunscrever-se aos limites das casas congressuais, é contribuir para o menoscabo daquilo que representa uma das maiores conquistas populares da história da humanidade. Se o constitucionalismo teve sua gênese nas ruas, entre o Povo, ali também deve ele permanecer. Veja-se, pois, que a defesa da iniciativa popular para fins de emenda constitucional é a defesa da própria plenitude da Constituição. Através dela se enriquece o debate constitucional nas ruas, se permite que a Constituição se faça presente entre aqueles para os quais foi concebida. A partir daí, a tão imprescindível "vontade de Constituição" defendida por Hesse é consequência lógica e inafastável.

Palavras-chave: Valor. Iniciativa popular. Constituição. Democracia. Conhecimento.

Referências:REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.ROUSSEAU. Jean-Jacques. O contrato social, apud MORRIS. In: Clarence (org.). Os

¹Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.

GT 1 - CONSTITUCIONALISMO E DEMOCRACIACoordenadora: Prof.ª Msc. Ana Paula Joaquim (UERR)

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grandes filósofos do direito: leituras escolhidas em direito. Trad. Reinaldo Guarany. São Paulo: Martins Fontes, 2002.SANTOS, Mario Ferreira dos. Filosofia Concreta dos Valores. Enciclopédia de Ciências Filosóficas e Sociais, vol. XI. São Paulo: Logos, 1960.

A INEFICIÊNCIA DA PRESTAÇÃO ESTATAL E A REVOGAÇÃO DO ‘‘CONTRATO SOCIAL’’

Camila Costa Carvalho² Elisa Jacobina de Castro Catarina³

Percorrendo a história da humanidade, percebemos as inúmeras necessidades que se fizeram imperativas a serem ultrapassados pelos homens das primeiras eras. Decorrem da convivência em grupos primitivos, primordialmente, o desenvolvimento social e intelectual de seus membros, bem como a criação de instituições como o direito e o Estado. Por meio desta análise histórica percebemos que o surgimento do Estado está intimamente ligado ao poder que os indivíduos componentes da comunidade depositaram sobre ele com o intuito de torná-lo ente suficiente para manter a sociedade estruturada e protegê-la dos males que contra ela insurgissem. Desta forma, torna-se essencial neste trabalho analisar a tutela do "Contrato Social" assinado, por nossos antepassados, quando do surgimento do Estado tal qual o conhecemos hoje e sob quais fundamentos poderíamos nós, a sociedade, no atual estágio de desenvolvimento intelectual e social impugnar sua atuação, tendo em vista a ineficiência estatal patente em diversas áreas que atua e a possibilidade de revogá-lo intentando retornar ao status quo ante. Para enfrentarmos os objetivos e problemáticas expostos utilizaremos uma abordagem qualitativa, com a utilização de pesquisa exploratória, por meio do procedimento de coleta de dados bibliográficos. Deste modo, a relevância acadêmica do debate suscitado consiste em explanar as teorias basilares da concepção política que temos pelo Estado e possibilitar uma mudança de paradigma quanto ao poder estatal, uma vez ser este decorrente do poder que os próprios indivíduos se dispuseram a empregá-lo. Percebe-se que o Estado surgiu da necessidade social de organização e império das regras de conduta das sociedades desde os tempos primitivos e que tais regras por serem elaboradas pelo próprio corpo cumpridor, são feitas por quem deverá cumpri-las, ilustram e lembram a cada indivíduo o "Contrato Social" que realiza permanentemente com o Estado. Ademais, se é possível que ainda hoje, a cada vez que nos submetemos à lei e a sanção dela decorrente, que estejamos assinando e concordando com o "Contrato Social" idealizado por Rousseau também podemos acreditar que ainda temos o poder de rever os termos do contrato que nos impomos a nós mesmos para o bem da coletividade e paz social? Verificamos hipóteses argumentativas de revogação do "Contrato Social" e algumas consequências práticas iniciais. Não pretendemos apresentar pensamentos absolutos, mas sim instigar a construção de pensamento crítico acerca dos fundamentos de validade do poder estatal tendo em vista que tal poder não deve sobrepujar sua origem nem renegar sua destinação que é a ordem social, função que percebemos inúmeras vezes ineficaz pela prestação estatal.

Palavras-chave: Sociedade. Estado. Contrato Social.

Referências:DINIZ, Maria Helena., Compêndio de introdução à ciência do direito. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.MONTORO, André? Franco. Introdução à ciência do Direito. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997. PASE, Hemmerson Luiz. Contrato Social e (Des)Igualdade. Revista Desenvolvimento e m Q u e s t ã o , v. 6 , n . 1 2 [ 2 0 0 8 ] . E d i t o r a U n i j u í . D i s p o n í v e l e m : <https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/desenvolvimentoemquestao/article/download/159/115>. Acesso em: 16 Out. 2014.SOUZA, Daniel Coelho de. Introdução à ciência do direito. 6. ed. Belém: CESUP, 1994.

² Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima –

UFRR.

³ Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima –

UFRR.

20 21

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grandes filósofos do direito: leituras escolhidas em direito. Trad. Reinaldo Guarany. São Paulo: Martins Fontes, 2002.SANTOS, Mario Ferreira dos. Filosofia Concreta dos Valores. Enciclopédia de Ciências Filosóficas e Sociais, vol. XI. São Paulo: Logos, 1960.

A INEFICIÊNCIA DA PRESTAÇÃO ESTATAL E A REVOGAÇÃO DO ‘‘CONTRATO SOCIAL’’

Camila Costa Carvalho² Elisa Jacobina de Castro Catarina³

Percorrendo a história da humanidade, percebemos as inúmeras necessidades que se fizeram imperativas a serem ultrapassados pelos homens das primeiras eras. Decorrem da convivência em grupos primitivos, primordialmente, o desenvolvimento social e intelectual de seus membros, bem como a criação de instituições como o direito e o Estado. Por meio desta análise histórica percebemos que o surgimento do Estado está intimamente ligado ao poder que os indivíduos componentes da comunidade depositaram sobre ele com o intuito de torná-lo ente suficiente para manter a sociedade estruturada e protegê-la dos males que contra ela insurgissem. Desta forma, torna-se essencial neste trabalho analisar a tutela do "Contrato Social" assinado, por nossos antepassados, quando do surgimento do Estado tal qual o conhecemos hoje e sob quais fundamentos poderíamos nós, a sociedade, no atual estágio de desenvolvimento intelectual e social impugnar sua atuação, tendo em vista a ineficiência estatal patente em diversas áreas que atua e a possibilidade de revogá-lo intentando retornar ao status quo ante. Para enfrentarmos os objetivos e problemáticas expostos utilizaremos uma abordagem qualitativa, com a utilização de pesquisa exploratória, por meio do procedimento de coleta de dados bibliográficos. Deste modo, a relevância acadêmica do debate suscitado consiste em explanar as teorias basilares da concepção política que temos pelo Estado e possibilitar uma mudança de paradigma quanto ao poder estatal, uma vez ser este decorrente do poder que os próprios indivíduos se dispuseram a empregá-lo. Percebe-se que o Estado surgiu da necessidade social de organização e império das regras de conduta das sociedades desde os tempos primitivos e que tais regras por serem elaboradas pelo próprio corpo cumpridor, são feitas por quem deverá cumpri-las, ilustram e lembram a cada indivíduo o "Contrato Social" que realiza permanentemente com o Estado. Ademais, se é possível que ainda hoje, a cada vez que nos submetemos à lei e a sanção dela decorrente, que estejamos assinando e concordando com o "Contrato Social" idealizado por Rousseau também podemos acreditar que ainda temos o poder de rever os termos do contrato que nos impomos a nós mesmos para o bem da coletividade e paz social? Verificamos hipóteses argumentativas de revogação do "Contrato Social" e algumas consequências práticas iniciais. Não pretendemos apresentar pensamentos absolutos, mas sim instigar a construção de pensamento crítico acerca dos fundamentos de validade do poder estatal tendo em vista que tal poder não deve sobrepujar sua origem nem renegar sua destinação que é a ordem social, função que percebemos inúmeras vezes ineficaz pela prestação estatal.

Palavras-chave: Sociedade. Estado. Contrato Social.

Referências:DINIZ, Maria Helena., Compêndio de introdução à ciência do direito. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.MONTORO, André? Franco. Introdução à ciência do Direito. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997. PASE, Hemmerson Luiz. Contrato Social e (Des)Igualdade. Revista Desenvolvimento e m Q u e s t ã o , v. 6 , n . 1 2 [ 2 0 0 8 ] . E d i t o r a U n i j u í . D i s p o n í v e l e m : <https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/desenvolvimentoemquestao/article/download/159/115>. Acesso em: 16 Out. 2014.SOUZA, Daniel Coelho de. Introdução à ciência do direito. 6. ed. Belém: CESUP, 1994.

² Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima –

UFRR.

³ Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima –

UFRR.

20 21

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O CONGRESSO BRASILEIRO E A DENÚNCIA UNILATERAL DE TRATADOS INTERNACIONAIS

Thalita Lívia Israel Ferreira

A Constituição brasileira dotou o Congresso Nacional de importantíssimas competências, dentre as quais a de "resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional" (art. 49, I). Para que uma norma internacional seja incorporada pelo Estado brasileiro, é imprescindível a sua aprovação pelo Congresso - exceção feita aos chamados Acordos por Troca de Notas -, antes da ratificação pelo Chefe de Estado, conforme a Constituição Federal quando expressa que compete privativamente ao Presidente da República "celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional" (art. 84, VIII). Embora isso esteja claro na interpretação constitucional, não é igualmente claro se, para o Estado se desincorporar das obrigações de um tratado já internalizado, o Congresso Nacional também precisa se manifestar, aprovando ou não a chamada denúncia do tratado. A prática, no Brasil, que toma em consideração o papel mais proativo do Chefe de Estado, a quem cumpre celebrar ad referendum acordos internacionais, tem entendido que a manifestação do Congresso Nacional seria prescindível. Quando em 1926 o Brasil denunciou o Pacto da Sociedade das Nações, o jurista Clóvis Beviláqua defendeu que "[o] Por Executivo, sem ouvir o Congresso nacional, [pode] desligar o país das obrigações de um tratado, que, no seu texto, estabeleça as condições e o modo da denúncia" (apud CANÇADO TRINDADE, 1984). Porém, a questão sobre a atuação do Congresso Nacional na denúncia de tratados deve ser julgada em breve pelo Supremo Tribunal Federal, ADI 1.625-DF, que analisará a questão a partir do caso da Convenção n. 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), denunciada por Nota do Governo brasileiro à OIT, em 1996, sem a oitiva do Congresso Nacional. O objetivo da presente comunicação, revisitando este tema, é analisar o papel que se deve reconhecer hoje ao Congresso Nacional em assuntos que digam respeito às relações exteriores brasileiras.

Palavras-chave: Denúncia de Tratados. Congresso Nacional. Convenção 158 da OIT.

Referências: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. B r a s í l i a , D F : S e n a d o , 1 9 8 8 . D i s p o n í v e l e m : <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 23 de novembro de 2013.BRASIL. Decreto n° 2.100, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, DF: Presidente da República, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/ 1996/d2100.htm>. Acesso em: 9 de maio de 2014.BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade. ADI 1.625/DF. Requerentes CONRAG e outro. Relator: Min. Maurício Corrêa. Brasília, DF, julgamento em andamento. Disponível em: <http: / /www.st f . jus.br/portal /processo/ verProcessoAndamento.asp?numero=1625&classe=ADI&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M>. Acesso em: 4 de maio de 2014.BRASIL. Supremo Tribunal Federal, Pleno, ADI nº 1.625, voto-vista, Ministro Joaquim B a r b o s a , I n f o r m a t i v o n o 5 4 9 . D i s p o n í v e l e m : <http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/ documento/informativo549.htm>. Acesso em: 9 de maio de 2014.BRASIL. Supremo Tribunal Federal, Pleno, ADI 1.625, voto-vista, Ministro Maurício Corrêa, Informativo no 323. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/ documento/informativo323.htm#Convenção 158 da OIT e Denúncia Unilateral>. Acesso em: 9 de maio de 2014.BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pleno, ADI n. 1.625, voto-vista, Ministro Nelson Jobim, Informativo no 421. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/ documento/informativo421.htm#Convenção 158 da OIT e Denúncia Unilateral - 2>. Acesso em: 9 de maio de 2014.CANÇADO TRINDADE, Antônio Augusto (org.). Repertório da prática brasileira do direito internacional (1919-1940). Brasília: FUNAG, 1984.CERVO, Amado. O Parlamento Brasileiro e as Relações Exteriores (1826-1889).

4

4 Acadêmica do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima –

UFRR. 22 23

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O CONGRESSO BRASILEIRO E A DENÚNCIA UNILATERAL DE TRATADOS INTERNACIONAIS

Thalita Lívia Israel Ferreira

A Constituição brasileira dotou o Congresso Nacional de importantíssimas competências, dentre as quais a de "resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional" (art. 49, I). Para que uma norma internacional seja incorporada pelo Estado brasileiro, é imprescindível a sua aprovação pelo Congresso - exceção feita aos chamados Acordos por Troca de Notas -, antes da ratificação pelo Chefe de Estado, conforme a Constituição Federal quando expressa que compete privativamente ao Presidente da República "celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional" (art. 84, VIII). Embora isso esteja claro na interpretação constitucional, não é igualmente claro se, para o Estado se desincorporar das obrigações de um tratado já internalizado, o Congresso Nacional também precisa se manifestar, aprovando ou não a chamada denúncia do tratado. A prática, no Brasil, que toma em consideração o papel mais proativo do Chefe de Estado, a quem cumpre celebrar ad referendum acordos internacionais, tem entendido que a manifestação do Congresso Nacional seria prescindível. Quando em 1926 o Brasil denunciou o Pacto da Sociedade das Nações, o jurista Clóvis Beviláqua defendeu que "[o] Por Executivo, sem ouvir o Congresso nacional, [pode] desligar o país das obrigações de um tratado, que, no seu texto, estabeleça as condições e o modo da denúncia" (apud CANÇADO TRINDADE, 1984). Porém, a questão sobre a atuação do Congresso Nacional na denúncia de tratados deve ser julgada em breve pelo Supremo Tribunal Federal, ADI 1.625-DF, que analisará a questão a partir do caso da Convenção n. 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), denunciada por Nota do Governo brasileiro à OIT, em 1996, sem a oitiva do Congresso Nacional. O objetivo da presente comunicação, revisitando este tema, é analisar o papel que se deve reconhecer hoje ao Congresso Nacional em assuntos que digam respeito às relações exteriores brasileiras.

Palavras-chave: Denúncia de Tratados. Congresso Nacional. Convenção 158 da OIT.

Referências: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. B r a s í l i a , D F : S e n a d o , 1 9 8 8 . D i s p o n í v e l e m : <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 23 de novembro de 2013.BRASIL. Decreto n° 2.100, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, DF: Presidente da República, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/ 1996/d2100.htm>. Acesso em: 9 de maio de 2014.BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade. ADI 1.625/DF. Requerentes CONRAG e outro. Relator: Min. Maurício Corrêa. Brasília, DF, julgamento em andamento. Disponível em: <http: / /www.st f . jus.br/portal /processo/ verProcessoAndamento.asp?numero=1625&classe=ADI&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M>. Acesso em: 4 de maio de 2014.BRASIL. Supremo Tribunal Federal, Pleno, ADI nº 1.625, voto-vista, Ministro Joaquim B a r b o s a , I n f o r m a t i v o n o 5 4 9 . D i s p o n í v e l e m : <http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/ documento/informativo549.htm>. Acesso em: 9 de maio de 2014.BRASIL. Supremo Tribunal Federal, Pleno, ADI 1.625, voto-vista, Ministro Maurício Corrêa, Informativo no 323. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/ documento/informativo323.htm#Convenção 158 da OIT e Denúncia Unilateral>. Acesso em: 9 de maio de 2014.BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pleno, ADI n. 1.625, voto-vista, Ministro Nelson Jobim, Informativo no 421. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/ documento/informativo421.htm#Convenção 158 da OIT e Denúncia Unilateral - 2>. Acesso em: 9 de maio de 2014.CANÇADO TRINDADE, Antônio Augusto (org.). Repertório da prática brasileira do direito internacional (1919-1940). Brasília: FUNAG, 1984.CERVO, Amado. O Parlamento Brasileiro e as Relações Exteriores (1826-1889).

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4 Acadêmica do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima –

UFRR. 22 23

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Brasília: EdUnB, 1981.HENEHAN, Marie T. Foreign Policy and Congress: an international relations perspective. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2000.MARTINS, Thiago Penzin Alves Martins. A denúncia pelo Estado Brasileiro da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho e a Ilegalidade Internacional do Ato. Cedin - Centro de Direito Internacional. Disponível em: <http://www.cedin.com.br/revistaeletronica/volume5/arquivos_pdf/sumario/thiago_martins.pdf>. Acesso em: 9 de maio de 2014. MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011._____________. Direito Internacional Público: parte geral. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013.NUNES, Paulo Henrique Farias. Direito Internacional: introdução crítica. Goiânia: Edição do Autor, 2011.PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: Editora Jus Podivm, 2011.

SOBRE O CONCEITO DE "CONSTITUCIONALISMO AUTORITÁRIO" EM MARK TUSHNET

Fernando César Costa Xavier

Em substancioso artigo de dezembro de 2013, o constitucionalista Mark Tushnet, fazendo coro a uma literatura cada vez mais em voga, defende que certos regimes não deveriam ser compreendidos normativamente como sendo de transição entre o autoritarismo e o liberalismo democrático, e sim que deveriam ser pensados como uma categoria à parte, a indicar um quadro estável - e não transitório. Partindo do exemplo do sistema constitucional de Cingapura, o professor de Harvard descreve uma certa categoria política para que, "mais geralmente, [possa] pluralizar a nossa compreensão do constitucionalismo - [o que] pode contribuir para a clareza analítica no direito, como ocorreu na ciência política". Para Tushnet, os juristas e cientistas políticos que abordam o constitucionalismo como um conceito normativo tendem a dicotomizar a questão, supondo que há o constitucionalismo de tipo liberal (disseminado no Ocidente moderno), comprometido com os direitos humanos e a autogovernança, e, de outro lado, há o autoritarismo, que rejeita os direitos humanos e permite o uso do poder político sem restrições. No entanto, ele enxerga três formas de constitucionalismo não-liberais: o constitucionalismo absolutista, o constitucionalismo como mero Estado de direito e o constitucionalismo autoritário. No constitucionalismo absolutista, um governante, interessado no bem-estar da nação, pode fazer consultas amplamente e proteger as liberdades civis em geral, mas no final é ele quem decide, a seu critério exclusivo, sobre um determinado curso de ação, sem fiscalização por quaisquer outras instituições. No constitucionalismo como mero Estado de direito, o governante atua em conformidade com regras processuais e implementa decisões através, dentre outros, de tribunais independentes, contudo não é limitado por regras substantivas em relação, por exemplo, às liberdades civis. Finalmente, no constitucionalismo autoritário, as liberdades civis são protegidas em um nível intermediário e os processos eleitorais são razoavelmente livres e justos. O modelo de Cingapura - que a jurista cingapuriana Thio Li-ann define como "secularismo com alma" - pertenceria a esse terceiro tipo. A tese de Tushnet de que o constitucionalismo autoritário - nos moldes do de Cingapura - pode ser melhor definido ao se perceber que os compromissos normativos com o constitucionalismo colocados para os governantes dessa nação são, ao mesmo tempo, fortes e moderados, evitaria a conclusão apressada de que "o compromisso com o constitucionalismo em todos os regimes autoritários é uma farsa". Uma conclusão mais precisa do status desses regimes políticos é que podem ter algum compromisso normativo - e não apenas instrumental - com importantes características do constitucionalismo, o que é um alento para sistemas jurídicos em que a alternativa do autoritarismo é mais provável do que a da democracia liberal. O presente artigo busca esclarecer a noção de constitucionalismo autoritário, que, com Tushnet e outros, tem servido para ampliar a compreensão da relação nada simples entre constitucionalismo e democracia.

Palavras-chave: Constitucionalismo. Autoritarismo. Cingapura.

Referências:GINSBURG, Tom; SIMPSER, Alberto (eds.). Constitutions in authoritarian regimes. Cambridge: Cambridge University Press, 2014.ISIKSEL, Turkuler, Between Text and Context: Turkey's Tradition of Authoritarian Constitutionalism. Forthcoming in International Journal of Constitutional Law, out. 2013. Disponível em: <SSRN: http://ssrn.com/abstract=2276929>.McILWAIN, Charles. Constitutionalism: Ancient and Modern. Ithaca: Cornell University Press, 1940.TUSHNET, Mark, Authoritarian Constitutionalism. Harvard Public Law Working Paper, dez. 2013, nº 13-47. Disponível em: SSRN: <http://ssrn.com/abstract=2369518>.THIO, Li-Ann. Relational Constitutionalism and the Management of Religious Disputes: The Singapore 'Secularism with a Soul' Model. Oxford Journal of Law and Religion, 2012, p. 1-24.

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5 Professor Adjunto do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Roraima (ICJ/UFRR). Email: [email protected] 25

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Brasília: EdUnB, 1981.HENEHAN, Marie T. Foreign Policy and Congress: an international relations perspective. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2000.MARTINS, Thiago Penzin Alves Martins. A denúncia pelo Estado Brasileiro da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho e a Ilegalidade Internacional do Ato. Cedin - Centro de Direito Internacional. Disponível em: <http://www.cedin.com.br/revistaeletronica/volume5/arquivos_pdf/sumario/thiago_martins.pdf>. Acesso em: 9 de maio de 2014. MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011._____________. Direito Internacional Público: parte geral. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013.NUNES, Paulo Henrique Farias. Direito Internacional: introdução crítica. Goiânia: Edição do Autor, 2011.PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: Editora Jus Podivm, 2011.

SOBRE O CONCEITO DE "CONSTITUCIONALISMO AUTORITÁRIO" EM MARK TUSHNET

Fernando César Costa Xavier

Em substancioso artigo de dezembro de 2013, o constitucionalista Mark Tushnet, fazendo coro a uma literatura cada vez mais em voga, defende que certos regimes não deveriam ser compreendidos normativamente como sendo de transição entre o autoritarismo e o liberalismo democrático, e sim que deveriam ser pensados como uma categoria à parte, a indicar um quadro estável - e não transitório. Partindo do exemplo do sistema constitucional de Cingapura, o professor de Harvard descreve uma certa categoria política para que, "mais geralmente, [possa] pluralizar a nossa compreensão do constitucionalismo - [o que] pode contribuir para a clareza analítica no direito, como ocorreu na ciência política". Para Tushnet, os juristas e cientistas políticos que abordam o constitucionalismo como um conceito normativo tendem a dicotomizar a questão, supondo que há o constitucionalismo de tipo liberal (disseminado no Ocidente moderno), comprometido com os direitos humanos e a autogovernança, e, de outro lado, há o autoritarismo, que rejeita os direitos humanos e permite o uso do poder político sem restrições. No entanto, ele enxerga três formas de constitucionalismo não-liberais: o constitucionalismo absolutista, o constitucionalismo como mero Estado de direito e o constitucionalismo autoritário. No constitucionalismo absolutista, um governante, interessado no bem-estar da nação, pode fazer consultas amplamente e proteger as liberdades civis em geral, mas no final é ele quem decide, a seu critério exclusivo, sobre um determinado curso de ação, sem fiscalização por quaisquer outras instituições. No constitucionalismo como mero Estado de direito, o governante atua em conformidade com regras processuais e implementa decisões através, dentre outros, de tribunais independentes, contudo não é limitado por regras substantivas em relação, por exemplo, às liberdades civis. Finalmente, no constitucionalismo autoritário, as liberdades civis são protegidas em um nível intermediário e os processos eleitorais são razoavelmente livres e justos. O modelo de Cingapura - que a jurista cingapuriana Thio Li-ann define como "secularismo com alma" - pertenceria a esse terceiro tipo. A tese de Tushnet de que o constitucionalismo autoritário - nos moldes do de Cingapura - pode ser melhor definido ao se perceber que os compromissos normativos com o constitucionalismo colocados para os governantes dessa nação são, ao mesmo tempo, fortes e moderados, evitaria a conclusão apressada de que "o compromisso com o constitucionalismo em todos os regimes autoritários é uma farsa". Uma conclusão mais precisa do status desses regimes políticos é que podem ter algum compromisso normativo - e não apenas instrumental - com importantes características do constitucionalismo, o que é um alento para sistemas jurídicos em que a alternativa do autoritarismo é mais provável do que a da democracia liberal. O presente artigo busca esclarecer a noção de constitucionalismo autoritário, que, com Tushnet e outros, tem servido para ampliar a compreensão da relação nada simples entre constitucionalismo e democracia.

Palavras-chave: Constitucionalismo. Autoritarismo. Cingapura.

Referências:GINSBURG, Tom; SIMPSER, Alberto (eds.). Constitutions in authoritarian regimes. Cambridge: Cambridge University Press, 2014.ISIKSEL, Turkuler, Between Text and Context: Turkey's Tradition of Authoritarian Constitutionalism. Forthcoming in International Journal of Constitutional Law, out. 2013. Disponível em: <SSRN: http://ssrn.com/abstract=2276929>.McILWAIN, Charles. Constitutionalism: Ancient and Modern. Ithaca: Cornell University Press, 1940.TUSHNET, Mark, Authoritarian Constitutionalism. Harvard Public Law Working Paper, dez. 2013, nº 13-47. Disponível em: SSRN: <http://ssrn.com/abstract=2369518>.THIO, Li-Ann. Relational Constitutionalism and the Management of Religious Disputes: The Singapore 'Secularism with a Soul' Model. Oxford Journal of Law and Religion, 2012, p. 1-24.

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5 Professor Adjunto do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Roraima (ICJ/UFRR). Email: [email protected] 25

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TENSÃO APARENTE ENTRE O CONSTITUCIONALISMO E O PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: A REDEFINIÇÃO DO CARÁTER ILIMITADO

DENTRO DE UM CENÁRIO TRANSCONSTITUCIONAL

Igor Fabrício Gomes Dourado

O movimento do constitucionalismo só foi definido em sua concepção moderna a partir da Revolução Francesa, contudo, seu exercício pré-existe a sua definição. Ao longo das eras foi-se sedimentando seus dois principais pilares, de limitação do poder estatal e de garantia dos direitos fundamentais. A Magna Carta (1215) foi um dos principais documentos relativos aquele movimento político-social, sendo importante o advento do Estado Moderno para delimitar quais seus componentes e de que maneira a soberania poderia ser exercida. Desta forma, o conceito de Jean Bodin, relativo à soberania estatal clássica foi de suma importância para ditar os limites de cada Estado quanto ao seu poder de organização em seu respectivo território. Por sua vez, a teoria do poder constituinte originário foi concebida pelo abade de Sieyès no paradigma da Revolução Francesa, movimento símbolo de uma ruptura conceitual de uma ordem estatal pretérita para entrada em vigor de um novo ordenamento normativo. Dentre as características do poder constituinte originário destaca-se a sua faceta ilimitada, que, aliada à corrente positivista, legitimou atrocidades ocorridas na Segunda Guerra Mundial, tal qual o Holocausto. Neste contexto, o mundo passou por uma reconceituação em relação ao próprio Direito, tendo como vigas mestras no âmbito filosófico o pós-positivismo e na seara jurídica o Neoconstitucionalismo. Este último movimento culminou em uma reaproximação de valores com o direito; vinculação dos princípios jurídicos; irradiação dos direitos fundamentais e principalmente da ideia de força normativa da Constituição, não podendo esta ser dissociada de sua realidade social. Entrementes, tais conceitos não se fazem suficientes para os problemas relativos a uma nova ordem global em que a desterritorialização do poder é uma realidade latente e, na qual, não se admite o exercício do poder constituinte originário (PCO) desvinculado da ideia de legitimidade democrática. Em razão disso, questiona-se sobre de que forma o Estado brasileiro global pode exercer o poder constituinte originário sem desrespeitar os novos limites impostos a este. Para enfrentar a problemática levantada, o ponto de partida será a teoria do Transconstitucionalismo, como forma de flexibilizar o caráter soberano do Estado e adequar a realidade brasileira ao PCO, por meio do diálogo e, da legitimidade democrática como elo entre o constitucionalismo e o poder constituinte originário. A pesquisa delimita-se sobre o prisma da redefinição do caráter ilimitado do poder constituinte originário no contexto do Estado brasileiro global. Deste modo, a relevância acadêmica do debate suscitado, consiste em rediscutir a mudança de paradigma relacionada ao caráter ilimitado do PCO, com escopo de evidenciar os limites decorrentes da hodierna realidade brasileira. Metodologicamente, adotar-se-á a ideia construtivista, segundo a qual a descrição do objeto é ao mesmo tempo sua construção, significa que não pretende-se expor uma ideia conclusiva, com tons de verdade absoluta sobre o tema, mas somente ensejar um debate sobre os novos limites decorrentes da desterritorialização do poder e da busca pela legitimidade democrática.

Palavras-chave: Constitucionalismo. Poder Constituinte Originário. Caráter Ilimitado. Transconstitucionalismo . Legitimidade Democrática.

Referências:BARROSO, Luis Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 3ª edição. São Paulo: Saraiva, 2011.FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 5ª edição. Bahia: JusPODIVM, 2013.NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.PINTO, Luzia Marques da Silva Cabral. O Poder Constituinte: do tempo das pátrias até a era da globalização. Curitiba: Juruá Editora, 2013.SOUZA NETO, Cláudio Pereira; SARMENTO, Daniel. Direito Constitucional: teoria, história e métodos de trabalho. 1. reimpressão. Belo Horizonte: Fórum, 2013.

6

6Graduando do Curso de Direito da Faculdade Estácio Atual. Servidor Público do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima.26 27

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TENSÃO APARENTE ENTRE O CONSTITUCIONALISMO E O PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: A REDEFINIÇÃO DO CARÁTER ILIMITADO

DENTRO DE UM CENÁRIO TRANSCONSTITUCIONAL

Igor Fabrício Gomes Dourado

O movimento do constitucionalismo só foi definido em sua concepção moderna a partir da Revolução Francesa, contudo, seu exercício pré-existe a sua definição. Ao longo das eras foi-se sedimentando seus dois principais pilares, de limitação do poder estatal e de garantia dos direitos fundamentais. A Magna Carta (1215) foi um dos principais documentos relativos aquele movimento político-social, sendo importante o advento do Estado Moderno para delimitar quais seus componentes e de que maneira a soberania poderia ser exercida. Desta forma, o conceito de Jean Bodin, relativo à soberania estatal clássica foi de suma importância para ditar os limites de cada Estado quanto ao seu poder de organização em seu respectivo território. Por sua vez, a teoria do poder constituinte originário foi concebida pelo abade de Sieyès no paradigma da Revolução Francesa, movimento símbolo de uma ruptura conceitual de uma ordem estatal pretérita para entrada em vigor de um novo ordenamento normativo. Dentre as características do poder constituinte originário destaca-se a sua faceta ilimitada, que, aliada à corrente positivista, legitimou atrocidades ocorridas na Segunda Guerra Mundial, tal qual o Holocausto. Neste contexto, o mundo passou por uma reconceituação em relação ao próprio Direito, tendo como vigas mestras no âmbito filosófico o pós-positivismo e na seara jurídica o Neoconstitucionalismo. Este último movimento culminou em uma reaproximação de valores com o direito; vinculação dos princípios jurídicos; irradiação dos direitos fundamentais e principalmente da ideia de força normativa da Constituição, não podendo esta ser dissociada de sua realidade social. Entrementes, tais conceitos não se fazem suficientes para os problemas relativos a uma nova ordem global em que a desterritorialização do poder é uma realidade latente e, na qual, não se admite o exercício do poder constituinte originário (PCO) desvinculado da ideia de legitimidade democrática. Em razão disso, questiona-se sobre de que forma o Estado brasileiro global pode exercer o poder constituinte originário sem desrespeitar os novos limites impostos a este. Para enfrentar a problemática levantada, o ponto de partida será a teoria do Transconstitucionalismo, como forma de flexibilizar o caráter soberano do Estado e adequar a realidade brasileira ao PCO, por meio do diálogo e, da legitimidade democrática como elo entre o constitucionalismo e o poder constituinte originário. A pesquisa delimita-se sobre o prisma da redefinição do caráter ilimitado do poder constituinte originário no contexto do Estado brasileiro global. Deste modo, a relevância acadêmica do debate suscitado, consiste em rediscutir a mudança de paradigma relacionada ao caráter ilimitado do PCO, com escopo de evidenciar os limites decorrentes da hodierna realidade brasileira. Metodologicamente, adotar-se-á a ideia construtivista, segundo a qual a descrição do objeto é ao mesmo tempo sua construção, significa que não pretende-se expor uma ideia conclusiva, com tons de verdade absoluta sobre o tema, mas somente ensejar um debate sobre os novos limites decorrentes da desterritorialização do poder e da busca pela legitimidade democrática.

Palavras-chave: Constitucionalismo. Poder Constituinte Originário. Caráter Ilimitado. Transconstitucionalismo . Legitimidade Democrática.

Referências:BARROSO, Luis Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 3ª edição. São Paulo: Saraiva, 2011.FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 5ª edição. Bahia: JusPODIVM, 2013.NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.PINTO, Luzia Marques da Silva Cabral. O Poder Constituinte: do tempo das pátrias até a era da globalização. Curitiba: Juruá Editora, 2013.SOUZA NETO, Cláudio Pereira; SARMENTO, Daniel. Direito Constitucional: teoria, história e métodos de trabalho. 1. reimpressão. Belo Horizonte: Fórum, 2013.

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6Graduando do Curso de Direito da Faculdade Estácio Atual. Servidor Público do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima.26 27

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ABORDAGEM SOBRE A TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES DE LOCKE E MONTESQUIEU

Jéssica Sales Veras Ana Gabriela Sequeira Leite e Silva

Maria Virginia Figueirêdo da Silva André Luiz de Souza Hypólito

O presente trabalho tem como escopo apresentar duas das principais teorias sobre a Separação dos Poderes do Estado, abordará então como colorarias, as teorias de Locke e Montesquieu. O tema da separação dos poderes tem sido muito discutido no âmbito jurídico, entretanto, desconhece-se suas origens, sua evolução, seu contexto histórico, acarretando, por vezes, a uma visão distorcida da Separação de Poderes do Estado. O trabalho em exposição terá como foco o estudo da obra de Locke e Montesquieu sobre o tema para uma maior compreensão da aplicação do princípio nos dias atuais na nossa sociedade. O método a ser aplicado será o discursivo - dedutivo, a partir de uma análise bibliográfica de livros e artigos que tratam do assunto proposto. É com a ideia de uma inter-relação entre os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, que o Estado é organizado e estruturado e pode desenvolver suas atividades. Atualmente, a problemática na discussão deste tema é o de delimitar a esfera de atuação de cada poder, bem como os pontos de contato e de comunicação ente os três poderes, assim o importante é compreender e realmente demonstrar os limites e a comunicação entre eles. A análise das duas teorias da Separação dos Poderes pode auxiliar na definição da esfera de atuação dos Poderes e também na previsão das consequências de uma ou outra medida no intuito de dar identidade a cada um dos poderes.

Palavras-chave: Poderes. Separação. Locke. Montesquieu.

Referências:ARISTÓTELES. A Política. Trad. de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fortes, 1991.LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. Abril, Coleção "Os pensadores."MONTESQUIEU. Do espírito das leis. Coleção" Os pensadores". (Livro décimo primeiro)

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Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima. Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima. Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima. Acadêmico do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.

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ABORDAGEM SOBRE A TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES DE LOCKE E MONTESQUIEU

Jéssica Sales Veras Ana Gabriela Sequeira Leite e Silva

Maria Virginia Figueirêdo da Silva André Luiz de Souza Hypólito

O presente trabalho tem como escopo apresentar duas das principais teorias sobre a Separação dos Poderes do Estado, abordará então como colorarias, as teorias de Locke e Montesquieu. O tema da separação dos poderes tem sido muito discutido no âmbito jurídico, entretanto, desconhece-se suas origens, sua evolução, seu contexto histórico, acarretando, por vezes, a uma visão distorcida da Separação de Poderes do Estado. O trabalho em exposição terá como foco o estudo da obra de Locke e Montesquieu sobre o tema para uma maior compreensão da aplicação do princípio nos dias atuais na nossa sociedade. O método a ser aplicado será o discursivo - dedutivo, a partir de uma análise bibliográfica de livros e artigos que tratam do assunto proposto. É com a ideia de uma inter-relação entre os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, que o Estado é organizado e estruturado e pode desenvolver suas atividades. Atualmente, a problemática na discussão deste tema é o de delimitar a esfera de atuação de cada poder, bem como os pontos de contato e de comunicação ente os três poderes, assim o importante é compreender e realmente demonstrar os limites e a comunicação entre eles. A análise das duas teorias da Separação dos Poderes pode auxiliar na definição da esfera de atuação dos Poderes e também na previsão das consequências de uma ou outra medida no intuito de dar identidade a cada um dos poderes.

Palavras-chave: Poderes. Separação. Locke. Montesquieu.

Referências:ARISTÓTELES. A Política. Trad. de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fortes, 1991.LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. Abril, Coleção "Os pensadores."MONTESQUIEU. Do espírito das leis. Coleção" Os pensadores". (Livro décimo primeiro)

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Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima. Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima. Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima. Acadêmico do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.

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A EFICIÊNCIA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

Raquel Maia Melo Nascimento

O estudo da Eficiência no Estado Democrático de Direito não prescinde de uma compreensão prévia de outros conceitos que o circundam, tais como o significado da própria eficiência, do Estado Democrático de Direito, perpassando pelo seu amparo legal, por sua evolução histórica para, então, chegar-se à percepção das peculiaridades e adequação da eficiência neste estágio do Estado. O poder do Estado no Brasil é exercido via democracia, sistema que reflete, por assim dizer, a vontade dos indivíduos de cederem parcialmente sua liberdade em prol do bem comum ou do bem coletivo. A Constituição Federal de 1988 reforça essa ideia de poder do povo no parágrafo único de seu artigo primeiro, afirmando que sim, todo poder emana do povo. A democracia, tema bradado nos mais diversos discursos, por vezes desvia-se de sua real natureza, bem como da eficiência, aqui entendida como princípio constitucional a partir do momento que se dedique a viabilizar as ações do Estado de forma a cumprir com maior qualidade e celeridade suas atribuições. É característica fundamental para a manutenção de qualquer sistema administrativo. Contudo, seja por descaso ou ignorância, quando não adequadamente aplicada, resulta em cenários desastrosos e de difícil reversão. Seria a democracia então um meio de obstruir a eficiência? A resposta a essa e outras questões exige estudo detalhado e embasamento teórico adequado. Por se tratar de um tema tão subjetivo, optou-se para a elaboração do trabalho utilizar o método discursivo dedutivo, no qual se intercala pesquisa, produção intelectual, análise de documentos dentre outras etapas que culminam com a conclusão do artigo. Parte-se de uma premissa maior, um juízo tomado como verdade, para a menor, objeto de conclusão e melhor trabalhado nas considerações finais. Para dar seguridade ao trabalho, teóricos como Dalmo Abreu Dallari, Norberto Bobbio, Cláudio de Cicco entre outros, foram utilizados como fonte de pesquisa e norteadores para o desenvolvimento do artigo. Os resultados obtidos com a produção são relevantes, contudo não se tem a intenção de esgotar o assunto, mas sim, contribuir para a produção acadêmica e estimular tal prática.

Palavras-chave: Estado Democrático de Direito. Eficiência. Poder. Democracia.

Referências:BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade - para uma teoria geral da política. 10ª ed. Trad. Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Paz e Terra, 2003. CICCO, Cláudio de e GONZAGA, Alvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 4 ed., ver., atual., e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012.DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 1998.FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 6ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

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11Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.

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A EFICIÊNCIA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

Raquel Maia Melo Nascimento

O estudo da Eficiência no Estado Democrático de Direito não prescinde de uma compreensão prévia de outros conceitos que o circundam, tais como o significado da própria eficiência, do Estado Democrático de Direito, perpassando pelo seu amparo legal, por sua evolução histórica para, então, chegar-se à percepção das peculiaridades e adequação da eficiência neste estágio do Estado. O poder do Estado no Brasil é exercido via democracia, sistema que reflete, por assim dizer, a vontade dos indivíduos de cederem parcialmente sua liberdade em prol do bem comum ou do bem coletivo. A Constituição Federal de 1988 reforça essa ideia de poder do povo no parágrafo único de seu artigo primeiro, afirmando que sim, todo poder emana do povo. A democracia, tema bradado nos mais diversos discursos, por vezes desvia-se de sua real natureza, bem como da eficiência, aqui entendida como princípio constitucional a partir do momento que se dedique a viabilizar as ações do Estado de forma a cumprir com maior qualidade e celeridade suas atribuições. É característica fundamental para a manutenção de qualquer sistema administrativo. Contudo, seja por descaso ou ignorância, quando não adequadamente aplicada, resulta em cenários desastrosos e de difícil reversão. Seria a democracia então um meio de obstruir a eficiência? A resposta a essa e outras questões exige estudo detalhado e embasamento teórico adequado. Por se tratar de um tema tão subjetivo, optou-se para a elaboração do trabalho utilizar o método discursivo dedutivo, no qual se intercala pesquisa, produção intelectual, análise de documentos dentre outras etapas que culminam com a conclusão do artigo. Parte-se de uma premissa maior, um juízo tomado como verdade, para a menor, objeto de conclusão e melhor trabalhado nas considerações finais. Para dar seguridade ao trabalho, teóricos como Dalmo Abreu Dallari, Norberto Bobbio, Cláudio de Cicco entre outros, foram utilizados como fonte de pesquisa e norteadores para o desenvolvimento do artigo. Os resultados obtidos com a produção são relevantes, contudo não se tem a intenção de esgotar o assunto, mas sim, contribuir para a produção acadêmica e estimular tal prática.

Palavras-chave: Estado Democrático de Direito. Eficiência. Poder. Democracia.

Referências:BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade - para uma teoria geral da política. 10ª ed. Trad. Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Paz e Terra, 2003. CICCO, Cláudio de e GONZAGA, Alvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 4 ed., ver., atual., e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012.DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 1998.FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 6ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

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11Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.

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O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E A IGUALDADE ENTRE OS GÊNEROS

Katia Werilania Martins de Sousa

Uma análise histórica acerca do papel da mulher na sociedade demonstra que por muito tempo esta foi colocada em posição secundária em relação aos homens. Apesar de muito discutida e denunciada tal situação, na prática, ainda se percebe os reflexos dos milhares de anos dessa postura. Por isso, no ano 2000, a ONU, através do Relatório de Direitos Humanos, reconheceu a importância da promoção da igualdade entre homens e mulheres, ao concluir que a discriminação histórica contra a mulher causa um impacto negativo no crescimento econômico e social dos países e do mundo. No Brasil, essa realidade, não é diferente. As desigualdades entre homens e mulheres estão diminuindo, mas, ainda há muito o que se fazer para que possam ser superadas. Em defesa disso, a Constituição Federal Brasileira de 1988, traz em seu artigo 5º, inciso I, o princípio da igualdade entre os sexos, estabelecendo que os homens e as mulheres são iguais em direitos e obrigações. Mas, deve-se levar em conta que o princípio da igualdade tem também uma outra dimensão. Assim, ele pressupõe que as pessoas colocadas em situações diferentes sejam tratadas de forma diferenciada. Dessa forma, do artigo 5º da Constituição, deve-se extrair que não está garantida apenas a igualdade formal, pois se assim fosse, ter-se-ia que pressupor que todos teriam a mesma oportunidade, a mesma condição de vida, e de participação social. Pelo contrário. Do referido artigo deve-se compreender o resguardo da igualdade material, que pressupõe que as desigualdades concretas existentes na sociedade, de maneira a tratar de forma dessemelhante situações diferentes. O que se busca, dessa forma, é uma igualdade proporcional. Nesse sentido, a Constituição Federal pode fazer distinções e dar tratamento diferenciado de acordo com juízos e critérios valorativos, razoáveis e justificáveis que visem a conferir tratamento isonômico aos desiguais. Assim, parte-se da ideia de que o entrelaçamento da justiça formal com a justiça material permite que o bem comum seja alcançado de forma igualitária e justa. Realizada a partir de pesquisa bibliográfica, discute-se aqui, o compromisso do Estado em relação à defesa dos direitos da mulher, eliminando todas as formas de discriminações comparadas aos homens.

Palavras-chave: Igualdade. Mulher. Justiça Formal. Justiça Material.

Referências:SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. São Paulo: Malheiros Editores, 1999.BARRETO, Ana Cristina Teixeira. Igualdade entre os sexos. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2010-nov-05/constituicao-1988-marco-discriminacao-familia-contemporanea. Acesso em: 10 out. 2014.

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12Acadêmica do 3º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.32 33

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O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E A IGUALDADE ENTRE OS GÊNEROS

Katia Werilania Martins de Sousa

Uma análise histórica acerca do papel da mulher na sociedade demonstra que por muito tempo esta foi colocada em posição secundária em relação aos homens. Apesar de muito discutida e denunciada tal situação, na prática, ainda se percebe os reflexos dos milhares de anos dessa postura. Por isso, no ano 2000, a ONU, através do Relatório de Direitos Humanos, reconheceu a importância da promoção da igualdade entre homens e mulheres, ao concluir que a discriminação histórica contra a mulher causa um impacto negativo no crescimento econômico e social dos países e do mundo. No Brasil, essa realidade, não é diferente. As desigualdades entre homens e mulheres estão diminuindo, mas, ainda há muito o que se fazer para que possam ser superadas. Em defesa disso, a Constituição Federal Brasileira de 1988, traz em seu artigo 5º, inciso I, o princípio da igualdade entre os sexos, estabelecendo que os homens e as mulheres são iguais em direitos e obrigações. Mas, deve-se levar em conta que o princípio da igualdade tem também uma outra dimensão. Assim, ele pressupõe que as pessoas colocadas em situações diferentes sejam tratadas de forma diferenciada. Dessa forma, do artigo 5º da Constituição, deve-se extrair que não está garantida apenas a igualdade formal, pois se assim fosse, ter-se-ia que pressupor que todos teriam a mesma oportunidade, a mesma condição de vida, e de participação social. Pelo contrário. Do referido artigo deve-se compreender o resguardo da igualdade material, que pressupõe que as desigualdades concretas existentes na sociedade, de maneira a tratar de forma dessemelhante situações diferentes. O que se busca, dessa forma, é uma igualdade proporcional. Nesse sentido, a Constituição Federal pode fazer distinções e dar tratamento diferenciado de acordo com juízos e critérios valorativos, razoáveis e justificáveis que visem a conferir tratamento isonômico aos desiguais. Assim, parte-se da ideia de que o entrelaçamento da justiça formal com a justiça material permite que o bem comum seja alcançado de forma igualitária e justa. Realizada a partir de pesquisa bibliográfica, discute-se aqui, o compromisso do Estado em relação à defesa dos direitos da mulher, eliminando todas as formas de discriminações comparadas aos homens.

Palavras-chave: Igualdade. Mulher. Justiça Formal. Justiça Material.

Referências:SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. São Paulo: Malheiros Editores, 1999.BARRETO, Ana Cristina Teixeira. Igualdade entre os sexos. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2010-nov-05/constituicao-1988-marco-discriminacao-familia-contemporanea. Acesso em: 10 out. 2014.

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12Acadêmica do 3º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.32 33

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ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE CONCRETO DE CONSTITUCIONALIDADE

Isabella Cavalcanti Cintra Vidal

Diante de mudanças sociais e históricas, há de se repensar em certos conceitos e paradigmas anteriores, principalmente no que se refere ao controle de constitucionalidade de leis e a atuação do Supremo Tribunal Federal como corte constitucional no ordenamento jurídico brasileiro. A proposta desenvolvida nesse trabalho baseia-se em forte tendência doutrinaria e jurisprudencial de abstrativização do controle de constitucionalidade de modo incidental, ou seja, aquele exercido em função de um caso concreto. A abstrativização de referido modelo consiste em atribuir efeitos gerais e abstratos à decisão proferida em processo inter partes, em que o efeito inicial estaria a estas restrito. Assim, tal tendência pauta-se na necessidade de conferir maior coerência e segurança ao ordenamento pátrio, evitando a análise pela Corte Superior de constitucionalidade de leis em casos concretos que já decididos, uniformizando assim o Poder Judiciário como um todo e, ainda que de forma indireta, garantindo maior efetividade e segurança à atuação jurisdicional. Nessa esteira, surge a questão acerca de quais efeitos deverão ser atribuídos à decisão de inconstitucionalidade pronunciada em caso concreto pelo STF e se estes estarão limitados às próprias partes, sendo necessária a atuação do Senado Federal para garantir efeitos gerais a referida inconstitucionalidade ou se a própria Corte teria legitimidade para fazê-lo, dispensando a atuação senatorial. Diante do exposto, a tendência de abstrativização do controle concreto de constitucionalidade tem se mostrado um tema inovador, instigando a comunidade jurídica a repensar certos conceitos acerca do controle de constitucionalidade de leis no Brasil, razão pela qual serão analisados os argumentos que sustentam ou rechaçam citada tendência. Para tal, foram utilizadas as técnicas de pesquisa doutrinária, destacando-se o direito comparado, jurisprudencial e dos principais artigos e pesquisas disponibilizadas em meios digitais, em uma abordagem qualitativa, com o tipo exploratório e teórico de pesquisa. Por fim, resta esclarecer que o presente artigo não pretende expor uma restrita e verdadeira conclusão acerca do tema proposto, mas, tão somente, instigar o debate e maior análise critica da comunidade jurídica sobre a crescente tese de objetivação dos efeitos da decisão de constitucionalidade proferida em caso concreto.

Palavras-chave: Controle de Constitucionalidade. Efeitos da decisão. Abstrativização.

Referências:BARROSO, Luis Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.CUNHA JUNIOR, Dirley da. Controle de constitucionalidade: teoria e prática. 6. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2012.MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

13

13Graduada em Direito pelas Faculdades Cathedral.

GT 2 – PROCESSO, JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL E PRECEDENTES VINCULANTES

Coordenador: Prof. Msc. Bruno Cavalcanti Angelin Mendes (UFRR)

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ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE CONCRETO DE CONSTITUCIONALIDADE

Isabella Cavalcanti Cintra Vidal

Diante de mudanças sociais e históricas, há de se repensar em certos conceitos e paradigmas anteriores, principalmente no que se refere ao controle de constitucionalidade de leis e a atuação do Supremo Tribunal Federal como corte constitucional no ordenamento jurídico brasileiro. A proposta desenvolvida nesse trabalho baseia-se em forte tendência doutrinaria e jurisprudencial de abstrativização do controle de constitucionalidade de modo incidental, ou seja, aquele exercido em função de um caso concreto. A abstrativização de referido modelo consiste em atribuir efeitos gerais e abstratos à decisão proferida em processo inter partes, em que o efeito inicial estaria a estas restrito. Assim, tal tendência pauta-se na necessidade de conferir maior coerência e segurança ao ordenamento pátrio, evitando a análise pela Corte Superior de constitucionalidade de leis em casos concretos que já decididos, uniformizando assim o Poder Judiciário como um todo e, ainda que de forma indireta, garantindo maior efetividade e segurança à atuação jurisdicional. Nessa esteira, surge a questão acerca de quais efeitos deverão ser atribuídos à decisão de inconstitucionalidade pronunciada em caso concreto pelo STF e se estes estarão limitados às próprias partes, sendo necessária a atuação do Senado Federal para garantir efeitos gerais a referida inconstitucionalidade ou se a própria Corte teria legitimidade para fazê-lo, dispensando a atuação senatorial. Diante do exposto, a tendência de abstrativização do controle concreto de constitucionalidade tem se mostrado um tema inovador, instigando a comunidade jurídica a repensar certos conceitos acerca do controle de constitucionalidade de leis no Brasil, razão pela qual serão analisados os argumentos que sustentam ou rechaçam citada tendência. Para tal, foram utilizadas as técnicas de pesquisa doutrinária, destacando-se o direito comparado, jurisprudencial e dos principais artigos e pesquisas disponibilizadas em meios digitais, em uma abordagem qualitativa, com o tipo exploratório e teórico de pesquisa. Por fim, resta esclarecer que o presente artigo não pretende expor uma restrita e verdadeira conclusão acerca do tema proposto, mas, tão somente, instigar o debate e maior análise critica da comunidade jurídica sobre a crescente tese de objetivação dos efeitos da decisão de constitucionalidade proferida em caso concreto.

Palavras-chave: Controle de Constitucionalidade. Efeitos da decisão. Abstrativização.

Referências:BARROSO, Luis Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.CUNHA JUNIOR, Dirley da. Controle de constitucionalidade: teoria e prática. 6. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2012.MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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13Graduada em Direito pelas Faculdades Cathedral.

GT 2 – PROCESSO, JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL E PRECEDENTES VINCULANTES

Coordenador: Prof. Msc. Bruno Cavalcanti Angelin Mendes (UFRR)

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A INSERÇÃO DE INSTRUMENTOS E TÉCNICAS APLICADOS NO SISTEMA DE PRECEDENTES VINCULANTES AO CONTEXTO DO NOVO CÓDIGO DE

PROCESSO CIVIL BRASILEIRO

Adriny Sabrina Ferreira dos Santos

O sistema de precedentes judiciais vinculantes, próprio do regime common law - adotado originariamente pelos países anglo-saxônicos, consiste, em linhas gerais, na decisão judicial paradigma que, em sua ratio decidendi, aprecia questão de direito de maneira fundamentada, propiciando a uniformização das respostas jurisdicionais proferidas em casos análogos. Nesse sentido, considerando que o Brasil aderiu, tradicionalmente, ao sistema civil law, cujo pressuposto recai nas bases do Direito Positivo, a teoria do precedente judicial vinculante enfrentou certa resistência por parte de sua comunidade jurídica e do legislador pátrio, mormente pela suposta incompatibilidade de características e concepções entre os referidos sistemas. Não obstante, já se nota, há algum tempo, uma convergência entre estes dois grandes sistemas jurídicos, de modo particular, no contexto do processo civil brasileiro, pela inclinação ao modelo de precedentes, a exemplo do que ocorre nos pronunciamentos judiciais, com efeito vinculante, do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal. O objetivo geral do presente trabalho, dessa forma, consiste no levantamento, de cunho qualitativo e descritivo, das inovações pretendidas pelo Projeto de Novo Código de Processo Civil brasileiro (Projeto de Lei do Senado nº 166/2010 e Projeto de Lei da Câmara nº 8046/2010) quanto à matéria atinente ao precedente judicial. Ressalta-se, com efeito, que é possível verificar, logo de início, verdadeiro avanço no tratamento do tema, sobretudo porque, além de reservar-lhe capítulo próprio (Capítulo XV do Título I do Livro I de sua Parte Especial), o Projeto concede tratamento diferenciado e inédito às decisões judiciais aptas a vincular situações semelhantes. Assim, o tema proposto se justifica pela necessidade de aprofundar o estudo do precedente judicial vinculante na cultura jurídica pátria, considerando o possível reforço normativo almejado pelo Código de Processo Civil Projetado e a consequente promoção da isonomia e segurança jurídica às respostas concedidas àqueles que se socorrem do Poder Judiciário.

Palavras-Chave: Precedente. Common Law. Inserção. Código de Processo Civil Brasileiro.

Referências:BUENO, Cassio Scarpinella. Partes e terceiros no processo civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2003.CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de direito processual civil. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.DIDIER JR, Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de direito processual Civil. Salvador: Jus Podivm, 2010.LEAL, Roger Stiefelmann. O efeito vinculante na jurisdição constitucional. São Paulo: Saraiva, 2006.LEITE, Glauco Salomão. Súmula vinculante e jurisdição constitucional brasileira. Rio de Janeiro: Forense, 2007.MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Manual do processo de conhecimento. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. Curitiba: Juruá Editora, 2014. MENDES, Gilmar Ferreira. COELHO, Inocêncio Mártires. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2008.

14

14Graduada em Direito pela Faculdade Cathedral. Pós-Graduanda, em nível de especialização, em Direito Processual Civil pela Universidade Anhanguera-Uniderp. Advogada.

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A INSERÇÃO DE INSTRUMENTOS E TÉCNICAS APLICADOS NO SISTEMA DE PRECEDENTES VINCULANTES AO CONTEXTO DO NOVO CÓDIGO DE

PROCESSO CIVIL BRASILEIRO

Adriny Sabrina Ferreira dos Santos

O sistema de precedentes judiciais vinculantes, próprio do regime common law - adotado originariamente pelos países anglo-saxônicos, consiste, em linhas gerais, na decisão judicial paradigma que, em sua ratio decidendi, aprecia questão de direito de maneira fundamentada, propiciando a uniformização das respostas jurisdicionais proferidas em casos análogos. Nesse sentido, considerando que o Brasil aderiu, tradicionalmente, ao sistema civil law, cujo pressuposto recai nas bases do Direito Positivo, a teoria do precedente judicial vinculante enfrentou certa resistência por parte de sua comunidade jurídica e do legislador pátrio, mormente pela suposta incompatibilidade de características e concepções entre os referidos sistemas. Não obstante, já se nota, há algum tempo, uma convergência entre estes dois grandes sistemas jurídicos, de modo particular, no contexto do processo civil brasileiro, pela inclinação ao modelo de precedentes, a exemplo do que ocorre nos pronunciamentos judiciais, com efeito vinculante, do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal. O objetivo geral do presente trabalho, dessa forma, consiste no levantamento, de cunho qualitativo e descritivo, das inovações pretendidas pelo Projeto de Novo Código de Processo Civil brasileiro (Projeto de Lei do Senado nº 166/2010 e Projeto de Lei da Câmara nº 8046/2010) quanto à matéria atinente ao precedente judicial. Ressalta-se, com efeito, que é possível verificar, logo de início, verdadeiro avanço no tratamento do tema, sobretudo porque, além de reservar-lhe capítulo próprio (Capítulo XV do Título I do Livro I de sua Parte Especial), o Projeto concede tratamento diferenciado e inédito às decisões judiciais aptas a vincular situações semelhantes. Assim, o tema proposto se justifica pela necessidade de aprofundar o estudo do precedente judicial vinculante na cultura jurídica pátria, considerando o possível reforço normativo almejado pelo Código de Processo Civil Projetado e a consequente promoção da isonomia e segurança jurídica às respostas concedidas àqueles que se socorrem do Poder Judiciário.

Palavras-Chave: Precedente. Common Law. Inserção. Código de Processo Civil Brasileiro.

Referências:BUENO, Cassio Scarpinella. Partes e terceiros no processo civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2003.CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de direito processual civil. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.DIDIER JR, Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de direito processual Civil. Salvador: Jus Podivm, 2010.LEAL, Roger Stiefelmann. O efeito vinculante na jurisdição constitucional. São Paulo: Saraiva, 2006.LEITE, Glauco Salomão. Súmula vinculante e jurisdição constitucional brasileira. Rio de Janeiro: Forense, 2007.MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Manual do processo de conhecimento. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. Curitiba: Juruá Editora, 2014. MENDES, Gilmar Ferreira. COELHO, Inocêncio Mártires. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2008.

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14Graduada em Direito pela Faculdade Cathedral. Pós-Graduanda, em nível de especialização, em Direito Processual Civil pela Universidade Anhanguera-Uniderp. Advogada.

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A RELEVÂNCIA DO EFEITO ERGA OMNES NO CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE

José Vieira de Sousa

No controle de constitucionalidade exercido pelo Poder Judiciário no Brasil, o controle difuso é aquele em que cada órgão, nos casos analisados, verifica e decide se uma lei ou ato normativo está ou não de acordo com a Constituição. Tal controle produz efeito inter partes, ou seja, a lei ou ato normativo é declarado inconstitucional apenas para as partes daquela lide. Contudo, contemporaneamente se observa que algumas decisões do Supremo Tribunal Federal vem abarcando efeito erga omnes (aplicação geral) no âmbito do controle difuso de constitucionalidade, o que tem gerado pontuais discussões na doutrina do Direito Constitucional. O efeito geral pode ocorrer por meio de súmula editada pelo próprio STF, porém a suspensão ou execução da lei declarada inconstitucional é medida de competência do Senado Federal, conforme preconiza o art. 52, X, da Constituição Federal. A Suprema Corte, na sua autêntica função de interpretação da Constituição, tem prolatado decisões acerca de lei questionada no controle difuso de constitucionalidade. Diante disso, a emissão de Súmula é procedimento legitimo, pois consiste na orientação jurisprudencial para a resolução de casos análogos, sendo justificado o efeito geral, tendo em vista o número de casos idênticos que podem subir à Corte e a necessidade de economia processual, uma vez que o Estado, por meio do Poder Judiciário, não pode omitir providencia ante os casos de resolução emergente, já que o processo legislativo tem se mostrado lento e a sociedade urge por uma resposta no tempo hábil. Tem parecido inadequado que estas decisões em controle difuso tenham um efeito geral, visto que isso já ocorre nas demais modalidades de controle constitucional. No entanto, há que se pensar na relevância jurídica para o caso abordado, a exemplo da questão ventilada a partir do art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90, que estabelece o regime inicial fechado a presos condenados em crime hediondo, ferindo o princípio da individualização da pena que é uma garantia constitucional. Tal dispositivo foi questionado através do HC nº 82.959-7/SP (Rel. Min. Marco Aurélio), que declarou, incidenter tamtum, a inconstitucionalidade da norma, que resultou na Súmula 26 do STF.

Palavras-chave: Controle. Difuso. Constitucionalidade. Erga omnes.

Referências:DANTAS, Ivo. O valor da constituição: do controle da constitucionalidade como garantia da suprelegalidade constitucional. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.DIDIER JR., Fredie. Transformações do Recurso Extraordinário. In: FUX, Luiz; NERY JÚNIOR, Nelson; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.). Processo e Constituição. estudos em homenagem a professor José Carlos Barbosa Moreira. São Paulo: RT, 2006. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Notícias do STF. Plenário conclui julgamento sobre decisão que impediu progressão de regime . Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=262988&tip=UN>. Acesso em: 02 ago 2014.

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15Acadêmico do curso de bacharelado em Direito da Universidade Estadual de Roraima.38 39

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A RELEVÂNCIA DO EFEITO ERGA OMNES NO CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE

José Vieira de Sousa

No controle de constitucionalidade exercido pelo Poder Judiciário no Brasil, o controle difuso é aquele em que cada órgão, nos casos analisados, verifica e decide se uma lei ou ato normativo está ou não de acordo com a Constituição. Tal controle produz efeito inter partes, ou seja, a lei ou ato normativo é declarado inconstitucional apenas para as partes daquela lide. Contudo, contemporaneamente se observa que algumas decisões do Supremo Tribunal Federal vem abarcando efeito erga omnes (aplicação geral) no âmbito do controle difuso de constitucionalidade, o que tem gerado pontuais discussões na doutrina do Direito Constitucional. O efeito geral pode ocorrer por meio de súmula editada pelo próprio STF, porém a suspensão ou execução da lei declarada inconstitucional é medida de competência do Senado Federal, conforme preconiza o art. 52, X, da Constituição Federal. A Suprema Corte, na sua autêntica função de interpretação da Constituição, tem prolatado decisões acerca de lei questionada no controle difuso de constitucionalidade. Diante disso, a emissão de Súmula é procedimento legitimo, pois consiste na orientação jurisprudencial para a resolução de casos análogos, sendo justificado o efeito geral, tendo em vista o número de casos idênticos que podem subir à Corte e a necessidade de economia processual, uma vez que o Estado, por meio do Poder Judiciário, não pode omitir providencia ante os casos de resolução emergente, já que o processo legislativo tem se mostrado lento e a sociedade urge por uma resposta no tempo hábil. Tem parecido inadequado que estas decisões em controle difuso tenham um efeito geral, visto que isso já ocorre nas demais modalidades de controle constitucional. No entanto, há que se pensar na relevância jurídica para o caso abordado, a exemplo da questão ventilada a partir do art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90, que estabelece o regime inicial fechado a presos condenados em crime hediondo, ferindo o princípio da individualização da pena que é uma garantia constitucional. Tal dispositivo foi questionado através do HC nº 82.959-7/SP (Rel. Min. Marco Aurélio), que declarou, incidenter tamtum, a inconstitucionalidade da norma, que resultou na Súmula 26 do STF.

Palavras-chave: Controle. Difuso. Constitucionalidade. Erga omnes.

Referências:DANTAS, Ivo. O valor da constituição: do controle da constitucionalidade como garantia da suprelegalidade constitucional. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.DIDIER JR., Fredie. Transformações do Recurso Extraordinário. In: FUX, Luiz; NERY JÚNIOR, Nelson; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.). Processo e Constituição. estudos em homenagem a professor José Carlos Barbosa Moreira. São Paulo: RT, 2006. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Notícias do STF. Plenário conclui julgamento sobre decisão que impediu progressão de regime . Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=262988&tip=UN>. Acesso em: 02 ago 2014.

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15Acadêmico do curso de bacharelado em Direito da Universidade Estadual de Roraima.38 39

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CRIAÇÃO JURISDICIONAL DO DIREITO E ATIVISMO JUDICIAL: A PRIMAZIA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DIANTE DA OMISSÃO DOS PODERES PÚBLICOS

Kercya Mayahara Moura Cavalcante

Paloma de Paula Rodrigues

Com a concretização dos direitos fundamentais e das garantias sociais, surgem questões polêmicas referentes a atitude ativista do Poder Judiciário para a efetividade do direito constitucionalmente garantido. Desta forma, o presente artigo analisa o Ativismo Judicial, elencando conceitos e correntes apresentadas por doutrinadores, abordando críticas quanto a posição do Judiciário, tendo em vista a análise do princípio da separação dos poderes, enfatizado pela cláusula da reserva do possível, essa garantindo o mínimo existencial. Nesse diapasão, o Ativismo Judicial é a busca através da hermenêutica jurídica de concretizar o verdadeiro valor normativo constitucional, garantido o alcance dos direitos, diante da omissão dos poderes legislativo e executivo. Ademais, algumas decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal demostram a importância do tema, retratando o poder exercido pela Suprema Corte brasileira, o que resulta numa positiva criação jurisdicional do direito, diante da primazia da Constituição Federal, muitas vezes transgredida e desrespeitada por pura e conveniente omissão dos Poderes Públicos. Contudo, antes de delimitar o tema, pretendemos revisitar as concepções históricas, bem como as críticas e as diferenças entre ativismo judicial e judicialização da política, desenvolvidas nos últimos anos, para depois questioná-las. Importante, ainda, destacamos a relevância doutrinária desse debate, que buscará desfazer algumas ideias e conflitos tidos como um "excesso de ativismo" pela intervenção do Judiciário, no contexto da valoração das normas constitucionais, que, em geral, apresenta-se na forma de discursos contra a inércia dos outros poderes, os quais reproduzem uma distorção da teoria da separação dos três poderes. Conclui-se que, embora tenha vários apontamentos contrários ao ativismo judicial, não podemos olvidar que no Brasil, existe uma grande dificuldade de concretização dos direitos fundamentais e sociais por parte dos Poderes Executivo e Legislativo, podendo assim, ter a interferência do Poder Judiciário com o intuito de garantir pelo menos o mínimo existencial, ou seja, tudo conforme estampado na Constituição Federal de 1988. Portanto, a atuação "protagonista" do Judiciário decorre da própria vontade da Carta Constitucional, como condição de sobrevivência do Estado Democrático de Direito. Metodologicamente, adotaremos um viés construtivista e dialético, com as propostas a discussão sem pretensões de construção de certeza ou verdades absolutas. Ainda, será analisado alguns julgados que contextua a problemática em questão, sendo substrato fático para as discussões teóricas.

Palavras-chave: Ativismo Judicial. Direitos Fundamentais. Poder Judiciário. Estado Democrático de Direito.

Referências:ANDRADE, Fernando Gomes. Considerações iniciais acerca do controle judicial concernente a concretização dos direitos fundamentais sociais prestacionais contidos na CF/88: uma análise crítica da atuação do STJ e STF. In: SCAFF, Fernando Facury (Coord.). Constitucionalismo, tributação e direitos humanos. Rio de Janeiro: Renovar, 2007. BARROSO, Luís Roberto. Fundamentos teóricos e filosóficos do novo direito constitucional brasileiro (pós-modernidade, teoria crítica e pós-positivismo). BARROSO, Luís Roberto (Org.). In: A nova interpretação constitucional: ponderação, direitos fundamentais e relações privadas. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2006. _____. Jucialização, ativismo judicial e legitimidade democrática. Disponível em: <http://www.oab.org.br/editora/revista/users/revista/1235066670174218181901.pdf>. Acesso em: 08 set. 2014.SARMENTO, Daniel Souza (Org.). A constitucionalização do direito: fundamentos teóricos e aplicações específicas. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2007. STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica jurídica em crise: uma exploração hermenêutica da construção do direito. 5ª Ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004._____. Jurisdição constitucional e decisão jurídica. 3ª Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.

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17

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17Graduanda do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.Graduanda do curso de Direito da Faculdade Estácio Atual.40 41

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CRIAÇÃO JURISDICIONAL DO DIREITO E ATIVISMO JUDICIAL: A PRIMAZIA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DIANTE DA OMISSÃO DOS PODERES PÚBLICOS

Kercya Mayahara Moura Cavalcante

Paloma de Paula Rodrigues

Com a concretização dos direitos fundamentais e das garantias sociais, surgem questões polêmicas referentes a atitude ativista do Poder Judiciário para a efetividade do direito constitucionalmente garantido. Desta forma, o presente artigo analisa o Ativismo Judicial, elencando conceitos e correntes apresentadas por doutrinadores, abordando críticas quanto a posição do Judiciário, tendo em vista a análise do princípio da separação dos poderes, enfatizado pela cláusula da reserva do possível, essa garantindo o mínimo existencial. Nesse diapasão, o Ativismo Judicial é a busca através da hermenêutica jurídica de concretizar o verdadeiro valor normativo constitucional, garantido o alcance dos direitos, diante da omissão dos poderes legislativo e executivo. Ademais, algumas decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal demostram a importância do tema, retratando o poder exercido pela Suprema Corte brasileira, o que resulta numa positiva criação jurisdicional do direito, diante da primazia da Constituição Federal, muitas vezes transgredida e desrespeitada por pura e conveniente omissão dos Poderes Públicos. Contudo, antes de delimitar o tema, pretendemos revisitar as concepções históricas, bem como as críticas e as diferenças entre ativismo judicial e judicialização da política, desenvolvidas nos últimos anos, para depois questioná-las. Importante, ainda, destacamos a relevância doutrinária desse debate, que buscará desfazer algumas ideias e conflitos tidos como um "excesso de ativismo" pela intervenção do Judiciário, no contexto da valoração das normas constitucionais, que, em geral, apresenta-se na forma de discursos contra a inércia dos outros poderes, os quais reproduzem uma distorção da teoria da separação dos três poderes. Conclui-se que, embora tenha vários apontamentos contrários ao ativismo judicial, não podemos olvidar que no Brasil, existe uma grande dificuldade de concretização dos direitos fundamentais e sociais por parte dos Poderes Executivo e Legislativo, podendo assim, ter a interferência do Poder Judiciário com o intuito de garantir pelo menos o mínimo existencial, ou seja, tudo conforme estampado na Constituição Federal de 1988. Portanto, a atuação "protagonista" do Judiciário decorre da própria vontade da Carta Constitucional, como condição de sobrevivência do Estado Democrático de Direito. Metodologicamente, adotaremos um viés construtivista e dialético, com as propostas a discussão sem pretensões de construção de certeza ou verdades absolutas. Ainda, será analisado alguns julgados que contextua a problemática em questão, sendo substrato fático para as discussões teóricas.

Palavras-chave: Ativismo Judicial. Direitos Fundamentais. Poder Judiciário. Estado Democrático de Direito.

Referências:ANDRADE, Fernando Gomes. Considerações iniciais acerca do controle judicial concernente a concretização dos direitos fundamentais sociais prestacionais contidos na CF/88: uma análise crítica da atuação do STJ e STF. In: SCAFF, Fernando Facury (Coord.). Constitucionalismo, tributação e direitos humanos. Rio de Janeiro: Renovar, 2007. BARROSO, Luís Roberto. Fundamentos teóricos e filosóficos do novo direito constitucional brasileiro (pós-modernidade, teoria crítica e pós-positivismo). BARROSO, Luís Roberto (Org.). In: A nova interpretação constitucional: ponderação, direitos fundamentais e relações privadas. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2006. _____. Jucialização, ativismo judicial e legitimidade democrática. Disponível em: <http://www.oab.org.br/editora/revista/users/revista/1235066670174218181901.pdf>. Acesso em: 08 set. 2014.SARMENTO, Daniel Souza (Org.). A constitucionalização do direito: fundamentos teóricos e aplicações específicas. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2007. STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica jurídica em crise: uma exploração hermenêutica da construção do direito. 5ª Ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004._____. Jurisdição constitucional e decisão jurídica. 3ª Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.

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17Graduanda do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.Graduanda do curso de Direito da Faculdade Estácio Atual.40 41

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TEORIA DA CARGA DINÂMICA DAS PROVAS

Ally Daphne Freiria de Paula

A teoria da carga dinâmica das provas é apontada pela doutrina como a melhor forma de atingir a justa composição da lide. Norteada por princípios basilares, tais como o princípio da cooperação, ampla defesa e o princípio da igualdade, essa teoria consiste em retirar o peso da carga da prova de quem se encontra em evidente fragilidade de suportá-lo, impondo-o sobre quem se encontra em melhores condições de produzir a prova essencial para o desfecho da lide. O Código de Processo Civil atual possui uma visão estática, conforme art. 333, ao autor cabe o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito e ao réu os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. Com essa nova perspectiva que a doutrina vem adotando, a teoria da carga dinâmica do ônus da prova, permite ao juiz uma maior flexibilização da regra do ônus probatório. A imposição do ônus será redistribuída de acordo com as peculiaridades do caso concreto. No entanto, essa teoria não deve ser considerada como espécie de inversão do ônus da prova, prevista no direito consumerista, porque a parte contrária não assume totalmente o encargo de provar, mas somente de produzir aquela prova que lhe é mais fácil. O projeto de lei do novo Código de Processo Civil - Projeto de Lei nº 8046/2010, já foi aprovado pelo Senado Federal e, está tramitando na Câmara Federal. A matéria da teoria da carga dinâmica do ônus da prova foi abrangida pelo novo Código e, está disposta no seu artigo 358. Apesar disso, esta teoria já ingressou no ordenamento jurídico brasileiro, por intermédio da jurisprudência. A teoria busca a efetividade do provimento jurisdicional, visando o processo justo por meio de um sistema que possibilite dinamismo. Com isso, a teoria possui a função de colocar a efetividade jurisdicional ao alcance de todos, oferecendo um trâmite processual mais eficaz e menos moroso. O método utilizado nesta pesquisa é o teórico.

Palavras-chave: Teoria da carga dinâmica. Ônus da prova. Inversão do Ônus da prova. Processo Civil.

Referências:DIDIER JUNIOR, Fredie. Curso de direito processual civil: teoria geral do processo e processo de conhecimento. Salvador: Edição Podium, 2013 pdf.MARINONI, Luiz Guilherme. Formação da convicção e inversão do ônus da prova s e g u n d o a s p e c u l i a r i d a d e s d e c a s o c o n c r e t o . D i s p o n í v e l e m : http://www.professormarinoni.com.br/artigos.php. Acesso em: 15.08.2014.NACCARATTI, Izabella; FRIEDRICH, André. A aplicação da teoria da carga dinâmica d a s p r o v a s n o p r o c e s s o c i v i l b r a s i l e i r o . D i s p o n í v e l e m : http://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/trabalhos_conclusao/1semestre2013/trabalhos_12013/IzabellaNaccaratti.pdf. Acesso em: 15.08.2014.

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18Estudante de Graduação em Direito do 5º semestre da Universidade Estadual de Roraima.42 43

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TEORIA DA CARGA DINÂMICA DAS PROVAS

Ally Daphne Freiria de Paula

A teoria da carga dinâmica das provas é apontada pela doutrina como a melhor forma de atingir a justa composição da lide. Norteada por princípios basilares, tais como o princípio da cooperação, ampla defesa e o princípio da igualdade, essa teoria consiste em retirar o peso da carga da prova de quem se encontra em evidente fragilidade de suportá-lo, impondo-o sobre quem se encontra em melhores condições de produzir a prova essencial para o desfecho da lide. O Código de Processo Civil atual possui uma visão estática, conforme art. 333, ao autor cabe o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito e ao réu os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. Com essa nova perspectiva que a doutrina vem adotando, a teoria da carga dinâmica do ônus da prova, permite ao juiz uma maior flexibilização da regra do ônus probatório. A imposição do ônus será redistribuída de acordo com as peculiaridades do caso concreto. No entanto, essa teoria não deve ser considerada como espécie de inversão do ônus da prova, prevista no direito consumerista, porque a parte contrária não assume totalmente o encargo de provar, mas somente de produzir aquela prova que lhe é mais fácil. O projeto de lei do novo Código de Processo Civil - Projeto de Lei nº 8046/2010, já foi aprovado pelo Senado Federal e, está tramitando na Câmara Federal. A matéria da teoria da carga dinâmica do ônus da prova foi abrangida pelo novo Código e, está disposta no seu artigo 358. Apesar disso, esta teoria já ingressou no ordenamento jurídico brasileiro, por intermédio da jurisprudência. A teoria busca a efetividade do provimento jurisdicional, visando o processo justo por meio de um sistema que possibilite dinamismo. Com isso, a teoria possui a função de colocar a efetividade jurisdicional ao alcance de todos, oferecendo um trâmite processual mais eficaz e menos moroso. O método utilizado nesta pesquisa é o teórico.

Palavras-chave: Teoria da carga dinâmica. Ônus da prova. Inversão do Ônus da prova. Processo Civil.

Referências:DIDIER JUNIOR, Fredie. Curso de direito processual civil: teoria geral do processo e processo de conhecimento. Salvador: Edição Podium, 2013 pdf.MARINONI, Luiz Guilherme. Formação da convicção e inversão do ônus da prova s e g u n d o a s p e c u l i a r i d a d e s d e c a s o c o n c r e t o . D i s p o n í v e l e m : http://www.professormarinoni.com.br/artigos.php. Acesso em: 15.08.2014.NACCARATTI, Izabella; FRIEDRICH, André. A aplicação da teoria da carga dinâmica d a s p r o v a s n o p r o c e s s o c i v i l b r a s i l e i r o . D i s p o n í v e l e m : http://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/trabalhos_conclusao/1semestre2013/trabalhos_12013/IzabellaNaccaratti.pdf. Acesso em: 15.08.2014.

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18Estudante de Graduação em Direito do 5º semestre da Universidade Estadual de Roraima.42 43

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A TEORIA DA TRANSCEDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES DA DECISÃO NO CONTROLE CONCRETO COM ENFOQUE NO PAPEL DO SENADO FEDERAL

Luiama de Matos Azevedo

A teoria da transcendência dos motivos determinantes das decisões no controle concreto de constitucionalidade se refere à atribuição de eficácia vinculante à fundamentação da decisão e não somente a parte dispositiva. O objetivo do estudo foi analisar os reflexos da aplicação dessa teoria, bem como identificar o papel do Senado Federal no que diz respeito a este instituto. Foi realizado um estudo qualitativo, exploratório e bibliográfico para esclarecer os principais argumentos e fundamentos que avigoram a tese aqui exposta. As informações foram obtidas a partir de doutrinas e jurisprudências consolidadas em que foram analisados casos concretos que levaram à baila a aplicação da teoria. Os resultados mostraram que ainda há divergências sobre o tema, pois para os defensores da teoria o direito brasileiro tem caminhado em direção a um sistema de valorização dos precedentes judiciais decorridos dos tribunais superiores, aos quais se confere, cada vez com mais amplitude, força persuasiva e expansiva em relação aos outros processos semelhantes, assim à luz da jurisdição constitucional brasileira no controle difuso-incidental, deve-se eliminar do sistema a intervenção do Senado nas questões constitucionais discutidas incidentalmente, para transformar o Supremo Tribunal Federal em uma verdadeira Corte com competência para decidir, ainda que nos casos concretos, com eficácia geral e vinculante. Por outro lado, há autores que defendem a ideia de que erradicar do sistema a participação do Senado Federal do controle de constitucionalidade, significaria uma usurpação de competência por parte do STF. Nesse sentido, o Judiciário estaria, ao mesmo tempo, criando uma norma e retirando parcela de poder de um órgão legiferante, que lhe fora dada pelo Poder Constituinte Originário, do qual o povo é o possuidor. Pelas razões expostas, conclui-se que a teoria da transcendência dos motivos determinantes surgiu como uma construção jurisprudencial com o escopo de assegurar unidade ao pensamento constitucional, o qual deu início a um conflito hermenêutico. Ou seja, encontra-se diante de uma tese que visa atribuir uma nova interpretação ao conteúdo normativo do art. 52, X, da CRFB/88, se opondo a uma regra expressa da Constituição, a qual se encontra plenamente em vigor. O papel do Senado Federal, atribuído pelo referido dispositivo constitucional, é proveniente do Poder Constituinte originário, do qual só o povo é detentor. Assim, uma técnica de hermenêutica não teria poderes suficientes para revogar norma oriunda da vontade popular, visto que os membros do STF não são detentores de mandato eletivo, então para viabilizar a teoria da transcendência dos motivos determinantes no controle de constitucionalidade brasileiro, é necessária uma regulamentação normativa. Somente a partir de proposta de emenda à Constituição é que entende-se possível reformular a norma do art. 52, inciso X.

Palavras-Chave: Transcendência. Motivos Determinantes. Decisão. Senado Federal.

Referências:BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2009CUNHA JUNIOR, Dirley. Controle de constitucionalidade teoria e prática. 6. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2014.FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de direito constitucional. 5. ed. Salvador: JusPodivm, 2013.MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. Curitiba: Juruá, 2014. 236 p.MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

19

19Acadêmica do 10º semestre do Curso de Direito da Faculdade Estácio da Amazônia.44 45

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A TEORIA DA TRANSCEDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES DA DECISÃO NO CONTROLE CONCRETO COM ENFOQUE NO PAPEL DO SENADO FEDERAL

Luiama de Matos Azevedo

A teoria da transcendência dos motivos determinantes das decisões no controle concreto de constitucionalidade se refere à atribuição de eficácia vinculante à fundamentação da decisão e não somente a parte dispositiva. O objetivo do estudo foi analisar os reflexos da aplicação dessa teoria, bem como identificar o papel do Senado Federal no que diz respeito a este instituto. Foi realizado um estudo qualitativo, exploratório e bibliográfico para esclarecer os principais argumentos e fundamentos que avigoram a tese aqui exposta. As informações foram obtidas a partir de doutrinas e jurisprudências consolidadas em que foram analisados casos concretos que levaram à baila a aplicação da teoria. Os resultados mostraram que ainda há divergências sobre o tema, pois para os defensores da teoria o direito brasileiro tem caminhado em direção a um sistema de valorização dos precedentes judiciais decorridos dos tribunais superiores, aos quais se confere, cada vez com mais amplitude, força persuasiva e expansiva em relação aos outros processos semelhantes, assim à luz da jurisdição constitucional brasileira no controle difuso-incidental, deve-se eliminar do sistema a intervenção do Senado nas questões constitucionais discutidas incidentalmente, para transformar o Supremo Tribunal Federal em uma verdadeira Corte com competência para decidir, ainda que nos casos concretos, com eficácia geral e vinculante. Por outro lado, há autores que defendem a ideia de que erradicar do sistema a participação do Senado Federal do controle de constitucionalidade, significaria uma usurpação de competência por parte do STF. Nesse sentido, o Judiciário estaria, ao mesmo tempo, criando uma norma e retirando parcela de poder de um órgão legiferante, que lhe fora dada pelo Poder Constituinte Originário, do qual o povo é o possuidor. Pelas razões expostas, conclui-se que a teoria da transcendência dos motivos determinantes surgiu como uma construção jurisprudencial com o escopo de assegurar unidade ao pensamento constitucional, o qual deu início a um conflito hermenêutico. Ou seja, encontra-se diante de uma tese que visa atribuir uma nova interpretação ao conteúdo normativo do art. 52, X, da CRFB/88, se opondo a uma regra expressa da Constituição, a qual se encontra plenamente em vigor. O papel do Senado Federal, atribuído pelo referido dispositivo constitucional, é proveniente do Poder Constituinte originário, do qual só o povo é detentor. Assim, uma técnica de hermenêutica não teria poderes suficientes para revogar norma oriunda da vontade popular, visto que os membros do STF não são detentores de mandato eletivo, então para viabilizar a teoria da transcendência dos motivos determinantes no controle de constitucionalidade brasileiro, é necessária uma regulamentação normativa. Somente a partir de proposta de emenda à Constituição é que entende-se possível reformular a norma do art. 52, inciso X.

Palavras-Chave: Transcendência. Motivos Determinantes. Decisão. Senado Federal.

Referências:BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2009CUNHA JUNIOR, Dirley. Controle de constitucionalidade teoria e prática. 6. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2014.FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de direito constitucional. 5. ed. Salvador: JusPodivm, 2013.MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. Curitiba: Juruá, 2014. 236 p.MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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19Acadêmica do 10º semestre do Curso de Direito da Faculdade Estácio da Amazônia.44 45

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O RECURSO EXTRAORDINÁRIO COMO EVIDÊNCIA DO SISTEMA DE PRECEDENTES VINCULANTES NA CULTURA JURÍDICA BRASILEIRA

Marcos Paulo Veloso Oliveira

O objeto do presente escrito cinge-se a análise da sistemática do recurso extraordinário e o reconhecimento de eficácia vinculante a precedentes formados a partir do enfrentamento pelo Supremo Tribunal Federal de questões constitucionais suscitadas por meio daquela espécie recursal, demostrando, assim, uma evidência do sistema de precedentes vinculantes no Brasil nos moldes delineados pelo stare decisis no common law. Cabe ao STF garantir a unidade do direito em todo território nacional à luz da Constituição Federal (art. 102 da CF/88), de modo que, entre as formas tidas para consecução deste objetivo tem-se o recurso extraordinário que após a Emenda Constitucional nº 45 de 2004 passou a exigir o requisito da repercussão geral como requisito de admissibilidade recursal. A decisão tomada a partir do enfrentamento deste requisito passou a transcender os interesses subjetivos inicialmente deduzidos pela parte, diante da relevância das questões suscitadas. Nesse sentido, observa Marinoni (2014, s/p) aduz que "o que está por detrás da repercussão é o interesse na concreção da unidade do direito: é a possibilidade que se adjudica à Corte Suprema […] em função ou a partir de determinada questão levada ao seu conhecimento". Cabe registrar, que a repercussão geral não foi conceituada pela Constituição Federal de 1988 (§ 3º do art. 102 da CF/88), mas pela Lei n.º 11.418/2006, que inseriu no CPC o art. 545-A. Citando Marinoni e Mitideiro (2008), Mendes (2014, p. 143) observa que a repercussão geral se exibirá na hipótese da questão constitucional debatida detiver relevância e transcendência. (i) a relevância reside em razão da causa ter valor do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico e (ii) a transcendência da controvérsia constitucional aferida pelo STF poderá ser vista sob dupla perspectiva: "tanto na fase qualitativa, haja vista que a transcendência da questão importará para a sistematização e desenvolvimento do direito, ou na vertente quantitativa, aparente pela extensão numérica e pela natureza da decisão do STF em relação aos jurisdicionados." Negada a existência de repercussão geral, nos termos do art. 543-A, § 5º do CPC, tal decisão valerá para todos os demais recursos que apresentarem similitude com a questão analisada. Observa-se, portanto, que tal dispositivo apresenta previsão expressa da eficácia vinculante à decisão que negar a existência de repercussão geral. Outro dispositivo que evidência o sistema precedentes obrigatório se relaciona à disciplina legal dos REs com fundamento em idêntica controvérsia (art. 543-B do CPC.). As razões para atribuição de efeitos vinculantes às decisões de RE, não decorrem das mesmas verificadas nas ações diretas, mas sim, da percepção de que os motivos determinantes (ratio decidendi) devem ser observados pelos demais órgãos judiciais, sob pena de esvaziar as atribuições constitucionais do STF (Marinoni, 2012). Por fim, observa-se que tanto nas hipóteses em que haja previsão expressa (§ 5º do art. 543-A e § 2º do 543-B do CPC), e nas em que não (§ 4 do art. 543 do CPC ou em julgamento de mérito do RE - em que inexista o regime de sobrestamento de outros feitos), a eficácia vinculante das decisões do STF é igualmente imposta.

Palavras-Chave: Recurso Extraordinário. Repercussão Geral. Precedentes Vinculantes. Uniformidade do Direito Constitucional. Supremo Tribunal Federal.

Referências:MARINONI, Luiz Guilherme. Precedentes obrigatórios. - 1. ed. em e-book baseada na 2. ed. Impressa - são Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012.MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. 1. ed. Curitiba: Juruá 2014. 236 p.MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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20Acadêmico de direito do 10º semestre da Universidade Federal de Roraima.46 47

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O RECURSO EXTRAORDINÁRIO COMO EVIDÊNCIA DO SISTEMA DE PRECEDENTES VINCULANTES NA CULTURA JURÍDICA BRASILEIRA

Marcos Paulo Veloso Oliveira

O objeto do presente escrito cinge-se a análise da sistemática do recurso extraordinário e o reconhecimento de eficácia vinculante a precedentes formados a partir do enfrentamento pelo Supremo Tribunal Federal de questões constitucionais suscitadas por meio daquela espécie recursal, demostrando, assim, uma evidência do sistema de precedentes vinculantes no Brasil nos moldes delineados pelo stare decisis no common law. Cabe ao STF garantir a unidade do direito em todo território nacional à luz da Constituição Federal (art. 102 da CF/88), de modo que, entre as formas tidas para consecução deste objetivo tem-se o recurso extraordinário que após a Emenda Constitucional nº 45 de 2004 passou a exigir o requisito da repercussão geral como requisito de admissibilidade recursal. A decisão tomada a partir do enfrentamento deste requisito passou a transcender os interesses subjetivos inicialmente deduzidos pela parte, diante da relevância das questões suscitadas. Nesse sentido, observa Marinoni (2014, s/p) aduz que "o que está por detrás da repercussão é o interesse na concreção da unidade do direito: é a possibilidade que se adjudica à Corte Suprema […] em função ou a partir de determinada questão levada ao seu conhecimento". Cabe registrar, que a repercussão geral não foi conceituada pela Constituição Federal de 1988 (§ 3º do art. 102 da CF/88), mas pela Lei n.º 11.418/2006, que inseriu no CPC o art. 545-A. Citando Marinoni e Mitideiro (2008), Mendes (2014, p. 143) observa que a repercussão geral se exibirá na hipótese da questão constitucional debatida detiver relevância e transcendência. (i) a relevância reside em razão da causa ter valor do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico e (ii) a transcendência da controvérsia constitucional aferida pelo STF poderá ser vista sob dupla perspectiva: "tanto na fase qualitativa, haja vista que a transcendência da questão importará para a sistematização e desenvolvimento do direito, ou na vertente quantitativa, aparente pela extensão numérica e pela natureza da decisão do STF em relação aos jurisdicionados." Negada a existência de repercussão geral, nos termos do art. 543-A, § 5º do CPC, tal decisão valerá para todos os demais recursos que apresentarem similitude com a questão analisada. Observa-se, portanto, que tal dispositivo apresenta previsão expressa da eficácia vinculante à decisão que negar a existência de repercussão geral. Outro dispositivo que evidência o sistema precedentes obrigatório se relaciona à disciplina legal dos REs com fundamento em idêntica controvérsia (art. 543-B do CPC.). As razões para atribuição de efeitos vinculantes às decisões de RE, não decorrem das mesmas verificadas nas ações diretas, mas sim, da percepção de que os motivos determinantes (ratio decidendi) devem ser observados pelos demais órgãos judiciais, sob pena de esvaziar as atribuições constitucionais do STF (Marinoni, 2012). Por fim, observa-se que tanto nas hipóteses em que haja previsão expressa (§ 5º do art. 543-A e § 2º do 543-B do CPC), e nas em que não (§ 4 do art. 543 do CPC ou em julgamento de mérito do RE - em que inexista o regime de sobrestamento de outros feitos), a eficácia vinculante das decisões do STF é igualmente imposta.

Palavras-Chave: Recurso Extraordinário. Repercussão Geral. Precedentes Vinculantes. Uniformidade do Direito Constitucional. Supremo Tribunal Federal.

Referências:MARINONI, Luiz Guilherme. Precedentes obrigatórios. - 1. ed. em e-book baseada na 2. ed. Impressa - são Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012.MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. 1. ed. Curitiba: Juruá 2014. 236 p.MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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20Acadêmico de direito do 10º semestre da Universidade Federal de Roraima.46 47

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MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO: INOBSERVÂNCIA NA MICRORREGIÃO DO ALTO SOLIMÕES

Juliana de Carvalho Fontes Rodrigo Machado Cabral da Costa

Pretende-se analisar, neste artigo, a falta de fiscalização no início e no decorrer das atividades trabalhistas na microrregião do Alto Solimões, composta pelos municípios de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Tonantins e Amaturá, ocasionada pela imensa extensão territorial do estado do Amazonas, que possui uma área de 1.570.745 km (um milhão, quinhentos e setenta mil, setecentos e quarenta e cinco quilômetros quadrados). Buscar-se-á atender ao Princípio da Precaução previsto no artigo 160 da CLT, aplicável ao Meio Ambiente do Trabalho. Dessa forma, inicialmente, abordaremos o Meio Ambiente e o Meio Ambiente do Trabalho, seus conceitos e a caracterização do Meio Ambiente do Trabalho como um aspecto do Meio Ambiente. Impõe-se o dever de prevenir e restaurar uma degradação ambiental trabalhista, no mesmo sentido em que se conhece dessa obrigação em nível Constitucional, tratando, especificamente, do Meio Ambiente, através dos artigos 6º e 7º, inciso XXII, da Constituição Federal de 1988, combinados com os artigos 196 e 200, incisos II e VIII, e 225 da mesma Carta, bem como em âmbito infraconstitucional, através da lei 6.938/81, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente, a qual define poluição como degradação da qualidade ambiental, resultante de atividades que, direta ou indiretamente, prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, e o poluidor, pessoa física ou jurídica, pública ou privada, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental, bem como a Consolidação das Leis do Trabalho, que estabelece, em seu artigo 160, que nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho. Posteriormente, trataremos das características da microrregião do Alto Solimões, suas peculiaridades e dificuldade de acesso, tanto por parte dos trabalhadores, quanto por parte dos órgãos encarregados da promoção e proteção ao Meio Ambiente do Trabalho, sobretudo o Ministério do Trabalho e Emprego. A premissa maior deste trabalho será analisar, em observância ao princípio da dignidade da pessoa humana, a manutenção de um patamar civilizatório mínimo das condições laborais nesta região, justificando a necessidade de uma atividade mais incisiva por parte dos agentes governamentais encarregados da proteção laboral, especificamente no que concerne à instalação e ao funcionamento das atividades econômicas na microrregião do Alto Solimões. Por fim, trata-se da uma pesquisa bibliográfica, que consistiu na procura de referências teóricas publicadas em livros, documentos, etc., com levantamento de dados, índices e informações dos municípios do Alto Solimões, e a metodologia aplicada foi a dedutiva, utilizando doutrinas e legislações nacionais e internacionais.

Palavras-Chave: Meio ambiente. Precaução. Alto Solimões.

Referências: BARROS, Alice Monteiro de. Contratos e regulamentações especiais de trabalho. 3ª ed. São Paulo: Ltr., 2008. BENJAMIN, Antonio Herman. Constitucionalização do ambiente e ecologização da constituição brasileira. In: CANOTILLO José Joaquim Gomes; LEITE, José Rubens Morato. (orgs). Direito constitucional ambiental brasileiro. 5 ed. Revisada. São Paulo: Saraiva, 2012.CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de Direito Internacional do Meio Ambiente. São Paulo: Saraiva, 2012.DERANI, Cristiane. Tutela jurídica da apropriação do meio ambiente e as três dimensões da propriedade privada. In: Revista de direito ambiental da amazônia - Hiléia, n 1, ago-dez 2013.

GT 3 - DIREITO CONSTITUCIONAL, SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE

Coordenador: Prof. Msc. Zedequias de Oliveira Júnior (UFRR)

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Assessora Jurídica do VII Comando Aéreo Regional. Pós-graduanda, em nível de especialização, em Direito Militar pela Universidade Cruzeiro do Sul. Aluna Especial do Programa de Mestrado da Universidade do Estado do Amazonas - UEA (PPGDA/UEA).Oficial de Justiça Avaliador Federal (TRT 11ª. Região). Pós-graduado em Direito Tributário pela Universidade da Amazônia - UNAMA. Mestrando em Direito Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas - UEA (PPGDA/UEA). Professor do Curso de Direito do Centro Universitário do Norte - UNINORTE.

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MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO: INOBSERVÂNCIA NA MICRORREGIÃO DO ALTO SOLIMÕES

Juliana de Carvalho Fontes Rodrigo Machado Cabral da Costa

Pretende-se analisar, neste artigo, a falta de fiscalização no início e no decorrer das atividades trabalhistas na microrregião do Alto Solimões, composta pelos municípios de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Tonantins e Amaturá, ocasionada pela imensa extensão territorial do estado do Amazonas, que possui uma área de 1.570.745 km (um milhão, quinhentos e setenta mil, setecentos e quarenta e cinco quilômetros quadrados). Buscar-se-á atender ao Princípio da Precaução previsto no artigo 160 da CLT, aplicável ao Meio Ambiente do Trabalho. Dessa forma, inicialmente, abordaremos o Meio Ambiente e o Meio Ambiente do Trabalho, seus conceitos e a caracterização do Meio Ambiente do Trabalho como um aspecto do Meio Ambiente. Impõe-se o dever de prevenir e restaurar uma degradação ambiental trabalhista, no mesmo sentido em que se conhece dessa obrigação em nível Constitucional, tratando, especificamente, do Meio Ambiente, através dos artigos 6º e 7º, inciso XXII, da Constituição Federal de 1988, combinados com os artigos 196 e 200, incisos II e VIII, e 225 da mesma Carta, bem como em âmbito infraconstitucional, através da lei 6.938/81, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente, a qual define poluição como degradação da qualidade ambiental, resultante de atividades que, direta ou indiretamente, prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, e o poluidor, pessoa física ou jurídica, pública ou privada, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental, bem como a Consolidação das Leis do Trabalho, que estabelece, em seu artigo 160, que nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho. Posteriormente, trataremos das características da microrregião do Alto Solimões, suas peculiaridades e dificuldade de acesso, tanto por parte dos trabalhadores, quanto por parte dos órgãos encarregados da promoção e proteção ao Meio Ambiente do Trabalho, sobretudo o Ministério do Trabalho e Emprego. A premissa maior deste trabalho será analisar, em observância ao princípio da dignidade da pessoa humana, a manutenção de um patamar civilizatório mínimo das condições laborais nesta região, justificando a necessidade de uma atividade mais incisiva por parte dos agentes governamentais encarregados da proteção laboral, especificamente no que concerne à instalação e ao funcionamento das atividades econômicas na microrregião do Alto Solimões. Por fim, trata-se da uma pesquisa bibliográfica, que consistiu na procura de referências teóricas publicadas em livros, documentos, etc., com levantamento de dados, índices e informações dos municípios do Alto Solimões, e a metodologia aplicada foi a dedutiva, utilizando doutrinas e legislações nacionais e internacionais.

Palavras-Chave: Meio ambiente. Precaução. Alto Solimões.

Referências: BARROS, Alice Monteiro de. Contratos e regulamentações especiais de trabalho. 3ª ed. São Paulo: Ltr., 2008. BENJAMIN, Antonio Herman. Constitucionalização do ambiente e ecologização da constituição brasileira. In: CANOTILLO José Joaquim Gomes; LEITE, José Rubens Morato. (orgs). Direito constitucional ambiental brasileiro. 5 ed. Revisada. São Paulo: Saraiva, 2012.CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de Direito Internacional do Meio Ambiente. São Paulo: Saraiva, 2012.DERANI, Cristiane. Tutela jurídica da apropriação do meio ambiente e as três dimensões da propriedade privada. In: Revista de direito ambiental da amazônia - Hiléia, n 1, ago-dez 2013.

GT 3 - DIREITO CONSTITUCIONAL, SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE

Coordenador: Prof. Msc. Zedequias de Oliveira Júnior (UFRR)

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Assessora Jurídica do VII Comando Aéreo Regional. Pós-graduanda, em nível de especialização, em Direito Militar pela Universidade Cruzeiro do Sul. Aluna Especial do Programa de Mestrado da Universidade do Estado do Amazonas - UEA (PPGDA/UEA).Oficial de Justiça Avaliador Federal (TRT 11ª. Região). Pós-graduado em Direito Tributário pela Universidade da Amazônia - UNAMA. Mestrando em Direito Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas - UEA (PPGDA/UEA). Professor do Curso de Direito do Centro Universitário do Norte - UNINORTE.

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FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. Direito ambiental e a saúde dos trabalhadores. 2ª ed. São Paulo: Ltr, 2007.FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002. GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de direito do trabalho. Rio de Janeiro: Forense, 5ªed. 2011.

HIPOSSUFICIÊNCIA, TUTELA DO MEIO AMBIENTE E DEFENSORIA PÚBLICA: LEGITIMIDADE PARA ATUAÇÃO COLETIVA EM MATÉRIA AMBIENTAL

Nayara de Lima Moreira

Este artigo tem por proposição investigar se a Defensoria Pública encontra-se legitimada constitucional e infraconstitucionalmente a atuar, coletivamente, na tutela e efetivação do direito fundamental ao meio ambiente equilibrado e sadio. Dessa forma, cumpre saber se é jurídica a alteração do art. 5º, II, da Lei da Ação Civil Pública (Lei 7.347/85) levada a cabo pela Lei 11.448/07. O problema constitui-se na indagação: possui a Defensoria Pública legitimidade ampla, concorrente, disjuntiva e autônoma para propor a ação civil pública em matéria ambiental, tutelando, portanto, interesses difusos? Assim, o objeto geral do presente artigo é identificar no contexto teórico, jurisprudencial e normativo a legitimação da Defensoria Pública para atuação coletiva em material ambietnal. Como objetivos específicos visa à análise dos princípios cruciais relativos ao assunto sob estudo, quais sejam o princípio democrático e o da inafastabilidade da jurisdição, bem como a busca do estabelecimento de um conceito para necessitado ou hipossuficiente ambiental. No desenvolver do artigo é posto sob apreciação e estudo o conceito de necessitado ambiental, distinguido-o do necessitado econômico, sendo a vulnerabilidade a base para verificar a possibilidade de atuação da Defensoria Pública. São também analisadas as ondas renovatórias de acesso à Justiça doutrinadas por Mauro Capelleti e Bryan Garth. O artigo questiona, outrossim, sob o aspecto constitucional, se, com o advento da Emenda 80/2014, permanece a discussão sobre a constitucionalidade do dispositivo. Os fundamentos do trabalho científico buscam apresentar as razões jurídicas que legitimam a Defensoria Pública a agir em matéria ambiental e ainda a necessidade de extinção da Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pela Associação de Membros do Ministério Público. Para a confecção deste estudo o método é o indutivo na fase da coleta de dados, de tratamento e relato dos dados bibliográficos recolhidos, incluindo-se julgados de tribunais sobre o assunto, com o auxilio das técnicas do referente e do fichamento.

Palavras-chave: Meio Ambiente. Ação Coletiva; Legitimidade. Defensoria Pública.

Referências:BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 19ª Ed. São Paulo: Editora Malheiros, 2006, p. 569. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasileira, Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 05 de outubro de 1988. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm> Acesso em 25 de junho de 2014. BRASIL. Proposta de Emenda à Constituição 247 de 2013. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=B62120D94003B0453E6255915C7F9E3B.proposicoesWeb2?codteor=1064561&filename=PEC+247/2013. Acesso em 25 de junho de 2014.CAPPELLETTI, Mauro. Formações sociais e interesses coletivos diante da justiça civil. In: Revista de processo, Ano II, N. 5, Jan/Mar, 1977, pp. 128-159. _____; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Tradução de Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre: SAFE, 2002.Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Proposta de tese institucional para o III Encontro. www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/Repositorio/20/.../4_IIEncontro.docDIDIER JR., Fredie; ZANETI JR., Hermes. Curso de direito processual. Volume 4 (Processo Coletivo). Salvador: Editora Juspodivm, 2007.FORNACIARI, Flávia Hellmeisteir Clito. Tese de doutorado. 2010. Disponível em h t t p : / / w w w. t e s e s . u s p . b r / t e s e s / d i s p o n i v e i s / 2 / 2 1 3 7 / t d e - 2 4 0 9 2 0 1 0 -133201/publico/Representatividade_Adequada_nos_Processos_Coletivos.pdf Acesso em 28.6.2014.MARINONI, Luiz Guilherme. Da teoria da relação jurídica processual ao processo civil do estado constitucional. In: Revista Jurídica, n. 347, Nota Dez: Porto Alegre, setembro de 2006, p. 20. GRINOVER, Ada Pelegrini. Consulta formulada pela Associação Nacional de D e f e n s o r e s P ú b l i c o s . D i s p o n í v e l e m :

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23 Especialista em Processo Judiciário Civil pela Escola Superior de Advocacia do Amazonas - Convênio com a Faculdade Figueiredo Costa. Mestranda em Direito Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas - UEA. Defensora Pública no Estado do Amazonas.

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FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. Direito ambiental e a saúde dos trabalhadores. 2ª ed. São Paulo: Ltr, 2007.FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002. GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de direito do trabalho. Rio de Janeiro: Forense, 5ªed. 2011.

HIPOSSUFICIÊNCIA, TUTELA DO MEIO AMBIENTE E DEFENSORIA PÚBLICA: LEGITIMIDADE PARA ATUAÇÃO COLETIVA EM MATÉRIA AMBIENTAL

Nayara de Lima Moreira

Este artigo tem por proposição investigar se a Defensoria Pública encontra-se legitimada constitucional e infraconstitucionalmente a atuar, coletivamente, na tutela e efetivação do direito fundamental ao meio ambiente equilibrado e sadio. Dessa forma, cumpre saber se é jurídica a alteração do art. 5º, II, da Lei da Ação Civil Pública (Lei 7.347/85) levada a cabo pela Lei 11.448/07. O problema constitui-se na indagação: possui a Defensoria Pública legitimidade ampla, concorrente, disjuntiva e autônoma para propor a ação civil pública em matéria ambiental, tutelando, portanto, interesses difusos? Assim, o objeto geral do presente artigo é identificar no contexto teórico, jurisprudencial e normativo a legitimação da Defensoria Pública para atuação coletiva em material ambietnal. Como objetivos específicos visa à análise dos princípios cruciais relativos ao assunto sob estudo, quais sejam o princípio democrático e o da inafastabilidade da jurisdição, bem como a busca do estabelecimento de um conceito para necessitado ou hipossuficiente ambiental. No desenvolver do artigo é posto sob apreciação e estudo o conceito de necessitado ambiental, distinguido-o do necessitado econômico, sendo a vulnerabilidade a base para verificar a possibilidade de atuação da Defensoria Pública. São também analisadas as ondas renovatórias de acesso à Justiça doutrinadas por Mauro Capelleti e Bryan Garth. O artigo questiona, outrossim, sob o aspecto constitucional, se, com o advento da Emenda 80/2014, permanece a discussão sobre a constitucionalidade do dispositivo. Os fundamentos do trabalho científico buscam apresentar as razões jurídicas que legitimam a Defensoria Pública a agir em matéria ambiental e ainda a necessidade de extinção da Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pela Associação de Membros do Ministério Público. Para a confecção deste estudo o método é o indutivo na fase da coleta de dados, de tratamento e relato dos dados bibliográficos recolhidos, incluindo-se julgados de tribunais sobre o assunto, com o auxilio das técnicas do referente e do fichamento.

Palavras-chave: Meio Ambiente. Ação Coletiva; Legitimidade. Defensoria Pública.

Referências:BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 19ª Ed. São Paulo: Editora Malheiros, 2006, p. 569. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasileira, Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 05 de outubro de 1988. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm> Acesso em 25 de junho de 2014. BRASIL. Proposta de Emenda à Constituição 247 de 2013. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=B62120D94003B0453E6255915C7F9E3B.proposicoesWeb2?codteor=1064561&filename=PEC+247/2013. Acesso em 25 de junho de 2014.CAPPELLETTI, Mauro. Formações sociais e interesses coletivos diante da justiça civil. In: Revista de processo, Ano II, N. 5, Jan/Mar, 1977, pp. 128-159. _____; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Tradução de Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre: SAFE, 2002.Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Proposta de tese institucional para o III Encontro. www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/Repositorio/20/.../4_IIEncontro.docDIDIER JR., Fredie; ZANETI JR., Hermes. Curso de direito processual. Volume 4 (Processo Coletivo). Salvador: Editora Juspodivm, 2007.FORNACIARI, Flávia Hellmeisteir Clito. Tese de doutorado. 2010. Disponível em h t t p : / / w w w. t e s e s . u s p . b r / t e s e s / d i s p o n i v e i s / 2 / 2 1 3 7 / t d e - 2 4 0 9 2 0 1 0 -133201/publico/Representatividade_Adequada_nos_Processos_Coletivos.pdf Acesso em 28.6.2014.MARINONI, Luiz Guilherme. Da teoria da relação jurídica processual ao processo civil do estado constitucional. In: Revista Jurídica, n. 347, Nota Dez: Porto Alegre, setembro de 2006, p. 20. GRINOVER, Ada Pelegrini. Consulta formulada pela Associação Nacional de D e f e n s o r e s P ú b l i c o s . D i s p o n í v e l e m :

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23 Especialista em Processo Judiciário Civil pela Escola Superior de Advocacia do Amazonas - Convênio com a Faculdade Figueiredo Costa. Mestranda em Direito Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas - UEA. Defensora Pública no Estado do Amazonas.

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http://www.cursomarcato.com.br/admin/mod_ac/exclusivo/528/53/33/acao_civil_publica.docAcesso em 6.6.2014.NOVELINO, Marcelo. Direito constitucional. 6 ed. Rio de Janeiro: Metodo, 2012.RÉ, Aluísio Iunes Monti Ruggeri. Manual do defensor público: teoria e prática. Salvador: JusPodvm, 2013.RODRIGUES, Marcelo Abelha. Didier, Fred (Coord). Ações constitucionais. 5 ed. Salvador: JusPodivm, 2011. SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 19º ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2000.WAMBIER, Luiz Rodrigues; Almeida, Flávio Renato Correia de; Talamini, Eduardo. Curso avançado de processo civil: teoria geral do processo e processo do conhecimento. v. 1, 8 ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 68.

OS DESAFIOS EM PRESERVAR OS DIREITOS CONSTITUCIONAIS GARANTIDOS NO FENÔNEMO DA GLOBALIZAÇÃO

Ana Cláudia da Silva Melo Janeth Thayza Martins Diniz

Sabrina Selly Scheffer Duarte

Buscar-se-á abordar de maneira clara e objetiva, os desafios enfrentados pelos Estados, na busca pela preservação e aplicação de forma eficaz das normas constitucionais convencionadas entre os países, em face da aplicação das normas da Constituição Nacional, uma vez que resultaria numa possível perda de soberania. Logo, partindo do aspecto histórico do surgimento da Constituição, é possível vislumbrar que sempre existiu uma norma superior que buscava estabelecer a organização interna de uma sociedade, delimitando o poder dos governantes e instituindo direitos e deveres. Entretanto, o termo Constitucionalismo somente ficou em evidência a partir de 1789, após a Revolução Francesa, embora já existissem vestígios de que tal instituto vinha sendo utilizado desde a Idade Antiga, sendo apenas aperfeiçoado com o passar do tempo. Neste sentido, é certo que cada país possui a soberania de sua Constituição, onde ocorre a determinação da forma de Estado e Governo, as repartições de poderes, e os princípios a serem resguardados pela Carta Magna, observando-se que todas as constituições acabam por ter um ponto em comum: os direitos fundamentais e humanos garantidos, válidos para todos os povos e em todos os tempos. Fundado nesse entendimento, é cada dia mais comum ver a tentativa de integração destes direitos, por meio de um fenômeno denominado Constitucionalismo Global, uma vez que, pelo fato desses direitos serem de interesse primordial de qualquer Estado, busca-se a proteção universal dos mesmos sem interferir na soberania de cada país, visando um direito comum, ou seja, pleiteia-se a concretização de uma Constituição Global. Portanto, na tentativa de impor esta ideia, verifica-se o surgimento de vários institutos conflitantes com a soberania nacional, como é o caso das constituições Supranacionais, o Transconstitucionalismo, a aplicabilidade das normas internacionais, e a integração dos Tratados. Ocorre que, a teoria nem sempre se vincula com a prática, fato esse que vem se comprovando na medida em que surgem contradições entre as normas, criando divergências em vez de harmonizá-las, haja vista que o Constitucionalismo Global deve se pautar na busca pelo respeito às diferentes normas, ao invés de tentar uniformizá-las.

Palavras-chave: Constituição. Globalização. Soberania.

Referências:ACCIOLY, Hildebrando. SILVA, G.E. do Nascimento. Manual de Direito Internacional Público. 15ª Edição, revista a atualizada por Paulo Borba Casella e colaboradores. Saraiva, 2002. BROWNLIE, Ian. Princípios de Direito Internacional Público. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa, 1997.PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 12ª edição, revista e atualizada. Saraiva, 2011.NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo. Editora WMF Martins Fontes, 2009.LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 18ª Edição. Saraiva, 2014.PAGLIARINI, Alexandre Cout inho. Constituição Supranacional: Uma internacionalização do Direito Constitucional. Revista Direitos Fundamentais e Democracia. Vol 5, 2009.

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Graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), e graduanda em Direito pela Faculdade Cathedral de Ensinio Superior (FACES).Graduanda em Direito pela Faculdade Cathedral de Ensino Superior (FACES).Graduanda em Direito pela Faculdade Cathedral de Ensino Superior (FACES).

GT 4 - CONSTITUCIONALISMO NA NOVA ORDEM GLOBAL

Coordenador: Prof. Dr. João Carlos Jarochinski Silva (UFRR)

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http://www.cursomarcato.com.br/admin/mod_ac/exclusivo/528/53/33/acao_civil_publica.docAcesso em 6.6.2014.NOVELINO, Marcelo. Direito constitucional. 6 ed. Rio de Janeiro: Metodo, 2012.RÉ, Aluísio Iunes Monti Ruggeri. Manual do defensor público: teoria e prática. Salvador: JusPodvm, 2013.RODRIGUES, Marcelo Abelha. Didier, Fred (Coord). Ações constitucionais. 5 ed. Salvador: JusPodivm, 2011. SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 19º ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2000.WAMBIER, Luiz Rodrigues; Almeida, Flávio Renato Correia de; Talamini, Eduardo. Curso avançado de processo civil: teoria geral do processo e processo do conhecimento. v. 1, 8 ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 68.

OS DESAFIOS EM PRESERVAR OS DIREITOS CONSTITUCIONAIS GARANTIDOS NO FENÔNEMO DA GLOBALIZAÇÃO

Ana Cláudia da Silva Melo Janeth Thayza Martins Diniz

Sabrina Selly Scheffer Duarte

Buscar-se-á abordar de maneira clara e objetiva, os desafios enfrentados pelos Estados, na busca pela preservação e aplicação de forma eficaz das normas constitucionais convencionadas entre os países, em face da aplicação das normas da Constituição Nacional, uma vez que resultaria numa possível perda de soberania. Logo, partindo do aspecto histórico do surgimento da Constituição, é possível vislumbrar que sempre existiu uma norma superior que buscava estabelecer a organização interna de uma sociedade, delimitando o poder dos governantes e instituindo direitos e deveres. Entretanto, o termo Constitucionalismo somente ficou em evidência a partir de 1789, após a Revolução Francesa, embora já existissem vestígios de que tal instituto vinha sendo utilizado desde a Idade Antiga, sendo apenas aperfeiçoado com o passar do tempo. Neste sentido, é certo que cada país possui a soberania de sua Constituição, onde ocorre a determinação da forma de Estado e Governo, as repartições de poderes, e os princípios a serem resguardados pela Carta Magna, observando-se que todas as constituições acabam por ter um ponto em comum: os direitos fundamentais e humanos garantidos, válidos para todos os povos e em todos os tempos. Fundado nesse entendimento, é cada dia mais comum ver a tentativa de integração destes direitos, por meio de um fenômeno denominado Constitucionalismo Global, uma vez que, pelo fato desses direitos serem de interesse primordial de qualquer Estado, busca-se a proteção universal dos mesmos sem interferir na soberania de cada país, visando um direito comum, ou seja, pleiteia-se a concretização de uma Constituição Global. Portanto, na tentativa de impor esta ideia, verifica-se o surgimento de vários institutos conflitantes com a soberania nacional, como é o caso das constituições Supranacionais, o Transconstitucionalismo, a aplicabilidade das normas internacionais, e a integração dos Tratados. Ocorre que, a teoria nem sempre se vincula com a prática, fato esse que vem se comprovando na medida em que surgem contradições entre as normas, criando divergências em vez de harmonizá-las, haja vista que o Constitucionalismo Global deve se pautar na busca pelo respeito às diferentes normas, ao invés de tentar uniformizá-las.

Palavras-chave: Constituição. Globalização. Soberania.

Referências:ACCIOLY, Hildebrando. SILVA, G.E. do Nascimento. Manual de Direito Internacional Público. 15ª Edição, revista a atualizada por Paulo Borba Casella e colaboradores. Saraiva, 2002. BROWNLIE, Ian. Princípios de Direito Internacional Público. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa, 1997.PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 12ª edição, revista e atualizada. Saraiva, 2011.NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo. Editora WMF Martins Fontes, 2009.LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 18ª Edição. Saraiva, 2014.PAGLIARINI, Alexandre Cout inho. Constituição Supranacional: Uma internacionalização do Direito Constitucional. Revista Direitos Fundamentais e Democracia. Vol 5, 2009.

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Graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), e graduanda em Direito pela Faculdade Cathedral de Ensinio Superior (FACES).Graduanda em Direito pela Faculdade Cathedral de Ensino Superior (FACES).Graduanda em Direito pela Faculdade Cathedral de Ensino Superior (FACES).

GT 4 - CONSTITUCIONALISMO NA NOVA ORDEM GLOBAL

Coordenador: Prof. Dr. João Carlos Jarochinski Silva (UFRR)

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A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E O TPI

Camila Soares Lippi

Em 1998, uma Conferência de plenipotenciários se reuniu em Roma, e aprovou o Estatuto de Roma, que criou o TPI, com competência para julgar os grandes responsáveis por crimes de guerra, crimes contra humanidade e genocídio (e que, após a entrada em vigor de emenda aprovada na conferência de Kampala de 2010, também terá competência para julgar os responsáveis por crimes de agressão). Após a votação, o representante brasileiro na conferência afirmou que tanto o instituto de entrega de nacionais quanto a aplicação de pena de prisão perpétua seriam contrários à Constituição brasileira de 1988. Apesar disso, o país não somente ratificou o tratado constitutivo do TPI, como o constituinte derivado incluiu, por meio da EC nº 45/2004, o parágrafo 4º do art. 5º, segundo o qual o Brasil se submete à jurisdição do TPI. A proposta deste trabalho é discutir sobre a compatibilidade entre esses dispositivos. A metodologia utilizada, além da pesquisa em fontes primárias, como por exemplo, as atas da Conferência de Roma, foi a revisão bibliográfica.

Palavras-chave: Tribunal Penal Internacional. Constituição Brasileira de 1988. Entrega. Prisão Perpétua.

Referências:BATISTA, Vanessa Oliveira; RODRIGUES, Luciana Boiteux de Figueiredo; PIRES, Thula Rafaela. A Emenda Constitucional n.º 45/2004 e a constitucionalização dos tratados internacionais de direitos humanos no Brasil. Revista Jurídica, V. 10, nº 90, abril/maio de 2008.CASSESE, Antonio. International Criminal Law. Oxford: Oxford University Press, 2008, 2nd edition.JAPIASSÚ, Carlos Eduardo Adriano. O direito penal internacional. Belo Horizonte: Del Rey, 2009._____. O Tribunal Penal Internacional: a internacionalização do Direito Penal. Rio de Janeiro: Renovar, 2004.NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.PIOVESAN, Flavia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012._____. Temas de direitos humanos. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.SILVA, Alice Rocha; LINO, Clarice Nader Pereira. A constitucionalidade pena de prisão perpétua no TPI frente ao ordenamento jurídico brasileiro. Revista de Direito Internacional, V. 9, nº 2, 2012, p. 115-123.

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27Professora de Direito Internacional do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Bacharel e Mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bacharel em Relações Internacionais pelo Centro Universitário Metodista Bennett.

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A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E O TPI

Camila Soares Lippi

Em 1998, uma Conferência de plenipotenciários se reuniu em Roma, e aprovou o Estatuto de Roma, que criou o TPI, com competência para julgar os grandes responsáveis por crimes de guerra, crimes contra humanidade e genocídio (e que, após a entrada em vigor de emenda aprovada na conferência de Kampala de 2010, também terá competência para julgar os responsáveis por crimes de agressão). Após a votação, o representante brasileiro na conferência afirmou que tanto o instituto de entrega de nacionais quanto a aplicação de pena de prisão perpétua seriam contrários à Constituição brasileira de 1988. Apesar disso, o país não somente ratificou o tratado constitutivo do TPI, como o constituinte derivado incluiu, por meio da EC nº 45/2004, o parágrafo 4º do art. 5º, segundo o qual o Brasil se submete à jurisdição do TPI. A proposta deste trabalho é discutir sobre a compatibilidade entre esses dispositivos. A metodologia utilizada, além da pesquisa em fontes primárias, como por exemplo, as atas da Conferência de Roma, foi a revisão bibliográfica.

Palavras-chave: Tribunal Penal Internacional. Constituição Brasileira de 1988. Entrega. Prisão Perpétua.

Referências:BATISTA, Vanessa Oliveira; RODRIGUES, Luciana Boiteux de Figueiredo; PIRES, Thula Rafaela. A Emenda Constitucional n.º 45/2004 e a constitucionalização dos tratados internacionais de direitos humanos no Brasil. Revista Jurídica, V. 10, nº 90, abril/maio de 2008.CASSESE, Antonio. International Criminal Law. Oxford: Oxford University Press, 2008, 2nd edition.JAPIASSÚ, Carlos Eduardo Adriano. O direito penal internacional. Belo Horizonte: Del Rey, 2009._____. O Tribunal Penal Internacional: a internacionalização do Direito Penal. Rio de Janeiro: Renovar, 2004.NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.PIOVESAN, Flavia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012._____. Temas de direitos humanos. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.SILVA, Alice Rocha; LINO, Clarice Nader Pereira. A constitucionalidade pena de prisão perpétua no TPI frente ao ordenamento jurídico brasileiro. Revista de Direito Internacional, V. 9, nº 2, 2012, p. 115-123.

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27Professora de Direito Internacional do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Bacharel e Mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bacharel em Relações Internacionais pelo Centro Universitário Metodista Bennett.

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TENSÕES NAS BASES DEMOCRÁTICAS COMO ELEMENTO CRÍTICO DA RACIONALIDADE TRANSVERSAL

Edgar Oliveira Campos

O presente artigo consistiu na análise de teorias propostas por alguns dos mais notáveis pensadores das ciências jurídicas, sociais e antropológicas do século XX, como ferramenta para explicar a dificuldade da emancipação de uma racionalidade transversal dentro da ideia de um transconstitucionalismo atual. A pesquisa desenvolvida visa expor, através da teoria critica e diversos outros posicionamentos sócio-antropológicos, como a sociedade capitalista atual encontra-se em um estado de engessamento em suas estruturas, graças a processos de integração repressivos, inviabilizando a consciência de tomada do transconstitucionalismo nos planos jurídicos interno e externo, por mais que a ideia fundamentada e proposta por Marcelo Neves tenha um aparato revolucionário no que tange a pacificação de conflitos na esfera constitucional e do direito internacional. Para isso, a metodologia utilizada foi a dedutiva. Os instrumentos metodológicos consistiram na análise bibliográfica e documental especializada. Tendo em vista a sistemática do tema, observou-se que um país democrático é regulado pelas mais diversas ordens de poder, estas que controlam suas estruturas sociais, econômicas, políticas e culturais. Dessa forma, o estudo de alguns elementos da Teoria Crítica e de textos sócio-antropológicos como os de Noam Chomsky e Pierre Clastres, por exemplo, evidenciam os elementos de uma sociedade com uma mentalidade forçada a ter uma natureza provinciana, o que representa um escopo para que as forças controladoras do poder refutem o argumento transconstitucional. Para que seja possível entender a dificuldade de desenvolvimento de uma racionalidade transversal, proposta como um elemento desencadeador do transconstitucionalismo de Marcelo Neves, foram abordados alguns argumentos como os da construção ideológica social, comunicação das massas, manipulação do consenso, crise de legitimidade, além de outros estudos da linguagem política proposta pela Teoria Crítica e seus expoentes. Como conclusão, verificou-se que a sociedade moderna atual encontra-se sob um conjunto de entraves, representados por uma economia oligárquica e de um sistema estatal autoritário que apenas muda de forma com o decorrer da história, e que bloqueiam as tentativas de emancipação a um patamar de consciência política tão elevado, como o proposto por Marcelo Neves.

Palavras-chave: Racionalidade Transversal. Teoria Critica. Transconstitucionalismo.

Referências:BRONNER, Stephen Eric. Da Teoria Crítica e seus Teóricos. Tradução de Tomás R. Bueno, Cristina Meneguelo. Campinas, SP. Papirus, 1997.CHOMSKY, Noam. O Lucro ou as Pessoas?. Tradução de Pedro Jorgensen Jr. São Paulo. Bertrand Brasil, 2002.CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. Tradução de Bernardo Frei. Porto. Edições Afrontamento, 1979.NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo. WMF Martins Fontes, 2009.

Graduando do 8º período pela Universidade Estadual de Roraima (UERR)

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TENSÕES NAS BASES DEMOCRÁTICAS COMO ELEMENTO CRÍTICO DA RACIONALIDADE TRANSVERSAL

Edgar Oliveira Campos

O presente artigo consistiu na análise de teorias propostas por alguns dos mais notáveis pensadores das ciências jurídicas, sociais e antropológicas do século XX, como ferramenta para explicar a dificuldade da emancipação de uma racionalidade transversal dentro da ideia de um transconstitucionalismo atual. A pesquisa desenvolvida visa expor, através da teoria critica e diversos outros posicionamentos sócio-antropológicos, como a sociedade capitalista atual encontra-se em um estado de engessamento em suas estruturas, graças a processos de integração repressivos, inviabilizando a consciência de tomada do transconstitucionalismo nos planos jurídicos interno e externo, por mais que a ideia fundamentada e proposta por Marcelo Neves tenha um aparato revolucionário no que tange a pacificação de conflitos na esfera constitucional e do direito internacional. Para isso, a metodologia utilizada foi a dedutiva. Os instrumentos metodológicos consistiram na análise bibliográfica e documental especializada. Tendo em vista a sistemática do tema, observou-se que um país democrático é regulado pelas mais diversas ordens de poder, estas que controlam suas estruturas sociais, econômicas, políticas e culturais. Dessa forma, o estudo de alguns elementos da Teoria Crítica e de textos sócio-antropológicos como os de Noam Chomsky e Pierre Clastres, por exemplo, evidenciam os elementos de uma sociedade com uma mentalidade forçada a ter uma natureza provinciana, o que representa um escopo para que as forças controladoras do poder refutem o argumento transconstitucional. Para que seja possível entender a dificuldade de desenvolvimento de uma racionalidade transversal, proposta como um elemento desencadeador do transconstitucionalismo de Marcelo Neves, foram abordados alguns argumentos como os da construção ideológica social, comunicação das massas, manipulação do consenso, crise de legitimidade, além de outros estudos da linguagem política proposta pela Teoria Crítica e seus expoentes. Como conclusão, verificou-se que a sociedade moderna atual encontra-se sob um conjunto de entraves, representados por uma economia oligárquica e de um sistema estatal autoritário que apenas muda de forma com o decorrer da história, e que bloqueiam as tentativas de emancipação a um patamar de consciência política tão elevado, como o proposto por Marcelo Neves.

Palavras-chave: Racionalidade Transversal. Teoria Critica. Transconstitucionalismo.

Referências:BRONNER, Stephen Eric. Da Teoria Crítica e seus Teóricos. Tradução de Tomás R. Bueno, Cristina Meneguelo. Campinas, SP. Papirus, 1997.CHOMSKY, Noam. O Lucro ou as Pessoas?. Tradução de Pedro Jorgensen Jr. São Paulo. Bertrand Brasil, 2002.CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. Tradução de Bernardo Frei. Porto. Edições Afrontamento, 1979.NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo. WMF Martins Fontes, 2009.

Graduando do 8º período pela Universidade Estadual de Roraima (UERR)

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O DIREITO DE PUNIR DAS COMUNIDADES INDÍGENAS E A VEDAÇÃO DO DUPLO JUS PUNIENDI À LUZ DA JUSDIVERSIDADE

Aluizio Ferreira Vieira Elisa Assumpção Solinho

O artigo tem como objetivo discutir a problemática da auto-regulamentação jurídica formuladas no interior de comunidades indígenas para fins de punição de índios que pratiquem condutas ilícitas, bem como a disposição do Estado, mais especificamente o Poder Judiciário, para reconhecê-las. Para balizar o direito de punir das comunidades indígenas e, consequentemente, vedar o duplo jus puniendi - a possibilidade da dupla punição do fato por dois entes que detém o direito de punir, in casu, a Comunidade Indígena e o Estado -, tem-se a necessidade do reconhecimento estatal da diversidade cultural e da plurietnicidade pela CF/88. Porém, na prática, não se reconhece a autonomia das comunidades indígenas em punir os seus integrantes. Esse é o cenário vivenciado pelas diversas comunidades indígenas existentes na região norte do Brasil, em especial, no Estado de Roraima, que convivem com a pressão de grandes grupos embasados numa ordem jurídica decorrente do Estado Nacional. A partir desta discussão, teve-se como base o estudo de um caso específico ocorrido recentemente em uma comunidade indígena localizada no Estado de Roraima, o qual será denominado de "caso Denilson", em que sobreveio sentença declarativa de ausência do direito de punir estatal. Diante da complexidade em entender a cultura indígena e a construção de seus sistemas normativos, é necessário o diálogo com outros saberes que permitam melhor compreensão do nosso lugar e do 'outro'. Invoca-se, pois, institutos como o multiculturalismo e a jusdiversidade. Ademais, é importante ressaltar a Convenção 169-OIT, que trata sobre os povos indígenas e tribais, uma vez que esta promulga a autonomia das comunidades indígenas. A CF/88 apesar de aparentemente ditar o respeito à diversidade cultural e ao reconhecimento do estado pluriétnico, não criou instrumentos que fossem capazes de levar esse discurso à realidade das comunidades indígenas. Diante destas lacunas, as práticas sociais internas das comunidades tem o condão de resolver a maior parte dos conflitos, inclusive àquelas atinentes às questões criminais, apesar de suas decisões serem, por vezes, desrespeitadas em razão de novo julgamento do fato pelo Estado-juiz. Nesse contexto, verifica-se o nó da questão indígena no Direito brasileiro que pretende ser analisada.

Palavras-chaves: Direito Indígena. Jusdiversidade. Duplo jus puniendi. Auto regulamentação. Convenção 169 OIT

Referências:Lobão, Ronaldo. (2014). Notas em favor de um programa de pesquisa da antropologia no direito em contextos de jusdiversidade. Argentina. Revista Democracia y Derechos. Nº5. SILVA, Luiz Fernando Villares e (Org.). Coletânea da legislação indigenista brasileira. Brasília: FUNAI, 2008.SILVEIRA, Edson Damas da. Direito socioambiental - Tratado de Cooperação Amazônica. Curitiba: Juruá, 2005.____. Socioambientalismo amazônico. Curitiba: Juruá, 2008.

Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Roraima (2003). Mestrando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal Fluminense. Juiz de Direito Titular da Comarca de Pacaraima/TJRR e Professor de Direito Civil - Parte geral, do curso de Direito das Faculdades Cathedral - Pólo Boa Vista/RRGraduanda em Direito pela Universidade Federal Fluminense, vinculada à Universidade Federal de Roraima pelo programa de Mobilidade Nacional.

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O DIREITO DE PUNIR DAS COMUNIDADES INDÍGENAS E A VEDAÇÃO DO DUPLO JUS PUNIENDI À LUZ DA JUSDIVERSIDADE

Aluizio Ferreira Vieira Elisa Assumpção Solinho

O artigo tem como objetivo discutir a problemática da auto-regulamentação jurídica formuladas no interior de comunidades indígenas para fins de punição de índios que pratiquem condutas ilícitas, bem como a disposição do Estado, mais especificamente o Poder Judiciário, para reconhecê-las. Para balizar o direito de punir das comunidades indígenas e, consequentemente, vedar o duplo jus puniendi - a possibilidade da dupla punição do fato por dois entes que detém o direito de punir, in casu, a Comunidade Indígena e o Estado -, tem-se a necessidade do reconhecimento estatal da diversidade cultural e da plurietnicidade pela CF/88. Porém, na prática, não se reconhece a autonomia das comunidades indígenas em punir os seus integrantes. Esse é o cenário vivenciado pelas diversas comunidades indígenas existentes na região norte do Brasil, em especial, no Estado de Roraima, que convivem com a pressão de grandes grupos embasados numa ordem jurídica decorrente do Estado Nacional. A partir desta discussão, teve-se como base o estudo de um caso específico ocorrido recentemente em uma comunidade indígena localizada no Estado de Roraima, o qual será denominado de "caso Denilson", em que sobreveio sentença declarativa de ausência do direito de punir estatal. Diante da complexidade em entender a cultura indígena e a construção de seus sistemas normativos, é necessário o diálogo com outros saberes que permitam melhor compreensão do nosso lugar e do 'outro'. Invoca-se, pois, institutos como o multiculturalismo e a jusdiversidade. Ademais, é importante ressaltar a Convenção 169-OIT, que trata sobre os povos indígenas e tribais, uma vez que esta promulga a autonomia das comunidades indígenas. A CF/88 apesar de aparentemente ditar o respeito à diversidade cultural e ao reconhecimento do estado pluriétnico, não criou instrumentos que fossem capazes de levar esse discurso à realidade das comunidades indígenas. Diante destas lacunas, as práticas sociais internas das comunidades tem o condão de resolver a maior parte dos conflitos, inclusive àquelas atinentes às questões criminais, apesar de suas decisões serem, por vezes, desrespeitadas em razão de novo julgamento do fato pelo Estado-juiz. Nesse contexto, verifica-se o nó da questão indígena no Direito brasileiro que pretende ser analisada.

Palavras-chaves: Direito Indígena. Jusdiversidade. Duplo jus puniendi. Auto regulamentação. Convenção 169 OIT

Referências:Lobão, Ronaldo. (2014). Notas em favor de um programa de pesquisa da antropologia no direito em contextos de jusdiversidade. Argentina. Revista Democracia y Derechos. Nº5. SILVA, Luiz Fernando Villares e (Org.). Coletânea da legislação indigenista brasileira. Brasília: FUNAI, 2008.SILVEIRA, Edson Damas da. Direito socioambiental - Tratado de Cooperação Amazônica. Curitiba: Juruá, 2005.____. Socioambientalismo amazônico. Curitiba: Juruá, 2008.

Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Roraima (2003). Mestrando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal Fluminense. Juiz de Direito Titular da Comarca de Pacaraima/TJRR e Professor de Direito Civil - Parte geral, do curso de Direito das Faculdades Cathedral - Pólo Boa Vista/RRGraduanda em Direito pela Universidade Federal Fluminense, vinculada à Universidade Federal de Roraima pelo programa de Mobilidade Nacional.

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A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL EM FACE DO FENÔMENO DA ‘‘EXCLUDÊNCIA’’

Fernando César Costa Xavier

Este artigo parte da premissa de que o tema da constitucionalização do direito internacional merece estudo cada vez mais aprofundado, sobretudo porque, como afirma Jan Klabbers (2009), ele comporia a "trindade" do debate jusinternacionalista contemporâneo nestes primeiros anos do séc. XXI, ao lado dos temas da verticalização e da fragmentação do direito internacional. Embora se possa dizer que a temática ainda muito adstrita ao estudo da evolução do direito comunitário europeu, não há razões para se desconsiderar a relação direta que há entre um tal fenômeno [a constitucionalização] e outros como a relação entre a politização do direito e a internacionalização dos direitos humanos - e, ipso facto, o consequente interesse que advém dessa constatação para contextos não-europeus. Em agosto de 2013, Jürgen Habermas fez um "apelo" pela constitucionalização do direito internacional, ocasião em que a definiu como a continuidade do processo de juridificação (enquanto "domesticação" pelo direito) do poder político. Segundo ele, após a Segunda Guerra, esse processo teria extravasado o âmbito dos Estados nacionais e alcançado o domínio internacional, favorecido pela atuação de uma rede de organizações internacionais de integração política e de cooperação. O caminho para essa constitucionalização, contudo, passa a ser "pedregoso" não apenas se se tomar em conta, como faz Habermas, a crise que se instalou na União Europeia, mas também a assunção de novos dispositivos que hoje consubstanciariam respostas jurídicas utilizadas de modo cada vez mais frequente nas relações internacionais contra Estados com tendências, por assim dizer, desintegradoras. Um exemplo desses novos dispositivos seria o que Scott Shapiro e Onna Hathaway (2009) chamam de "excludência" (outcasting). Como seria possível a conformação constitucional do direito internacional se, como aponta Habermas, "a governança global é apenas um termo eufemístico para se referir ao caráter antidemocrático das relações internacionais a que temos assistido hoje", sendo esse caráter especialmente notado no arranjo institucional da Organização Mundial do Comércio (OMC)? A socialização política exigida por esse grau avançado de constitucionalização seria compatível com o contexto em que entidades internacionais frequentemente marginalizam certos Estados tidos por não-colaborativos? Até que ponto a excludência pressupõe a racionalização do poder político? Eis as dúvidas que mobilizam as análises levadas a efeito no presente texto.

Palavras-chave: Constitucionalização do Direito Internacional. Governança Global. Excludência.

Referências:HABERMAS, Jürgen. Plea for a constitutionalization of international law. Athens, XXIII World Congress of Philosophy, 2013. 11f. (Texto digitado).KLABBERS, Jan. Setting the scenes. In: KLABBERS, Jan; PETERS, Anne; ULFSTEIN, Geir. The constitutionalization of international law. Oxford: Oxford University Press, 2009. PETERS, Anne. Conclusions. In: KLABBERS, Jan; PETERS, Anne; ULFSTEIN, Geir. The constitutionalization of international law. Oxford: Oxford University Press, 2009.SHAPIRO, Scott; HATHAWAY, Oona. Outcasting: Enforcement in domestic and international law. The Yale Law Journal. New Haven, v. 121, n. 2, p. 252-349, 2011.

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31Professor Adjunto do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Roraima (ICJ/UFRR). E-mail: [email protected] 61

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A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL EM FACE DO FENÔMENO DA ‘‘EXCLUDÊNCIA’’

Fernando César Costa Xavier

Este artigo parte da premissa de que o tema da constitucionalização do direito internacional merece estudo cada vez mais aprofundado, sobretudo porque, como afirma Jan Klabbers (2009), ele comporia a "trindade" do debate jusinternacionalista contemporâneo nestes primeiros anos do séc. XXI, ao lado dos temas da verticalização e da fragmentação do direito internacional. Embora se possa dizer que a temática ainda muito adstrita ao estudo da evolução do direito comunitário europeu, não há razões para se desconsiderar a relação direta que há entre um tal fenômeno [a constitucionalização] e outros como a relação entre a politização do direito e a internacionalização dos direitos humanos - e, ipso facto, o consequente interesse que advém dessa constatação para contextos não-europeus. Em agosto de 2013, Jürgen Habermas fez um "apelo" pela constitucionalização do direito internacional, ocasião em que a definiu como a continuidade do processo de juridificação (enquanto "domesticação" pelo direito) do poder político. Segundo ele, após a Segunda Guerra, esse processo teria extravasado o âmbito dos Estados nacionais e alcançado o domínio internacional, favorecido pela atuação de uma rede de organizações internacionais de integração política e de cooperação. O caminho para essa constitucionalização, contudo, passa a ser "pedregoso" não apenas se se tomar em conta, como faz Habermas, a crise que se instalou na União Europeia, mas também a assunção de novos dispositivos que hoje consubstanciariam respostas jurídicas utilizadas de modo cada vez mais frequente nas relações internacionais contra Estados com tendências, por assim dizer, desintegradoras. Um exemplo desses novos dispositivos seria o que Scott Shapiro e Onna Hathaway (2009) chamam de "excludência" (outcasting). Como seria possível a conformação constitucional do direito internacional se, como aponta Habermas, "a governança global é apenas um termo eufemístico para se referir ao caráter antidemocrático das relações internacionais a que temos assistido hoje", sendo esse caráter especialmente notado no arranjo institucional da Organização Mundial do Comércio (OMC)? A socialização política exigida por esse grau avançado de constitucionalização seria compatível com o contexto em que entidades internacionais frequentemente marginalizam certos Estados tidos por não-colaborativos? Até que ponto a excludência pressupõe a racionalização do poder político? Eis as dúvidas que mobilizam as análises levadas a efeito no presente texto.

Palavras-chave: Constitucionalização do Direito Internacional. Governança Global. Excludência.

Referências:HABERMAS, Jürgen. Plea for a constitutionalization of international law. Athens, XXIII World Congress of Philosophy, 2013. 11f. (Texto digitado).KLABBERS, Jan. Setting the scenes. In: KLABBERS, Jan; PETERS, Anne; ULFSTEIN, Geir. The constitutionalization of international law. Oxford: Oxford University Press, 2009. PETERS, Anne. Conclusions. In: KLABBERS, Jan; PETERS, Anne; ULFSTEIN, Geir. The constitutionalization of international law. Oxford: Oxford University Press, 2009.SHAPIRO, Scott; HATHAWAY, Oona. Outcasting: Enforcement in domestic and international law. The Yale Law Journal. New Haven, v. 121, n. 2, p. 252-349, 2011.

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31Professor Adjunto do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Roraima (ICJ/UFRR). E-mail: [email protected] 61

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A CRISE DA SOBERANIA FRENTE AO MUNDO GLOBALIZADO: UMA ANÁLISE DO PLURALISMO JURÍDICO E DAS INTERFERÊNCIAS INTERNACIONAIS NA

CONSOLIDAÇÃO DO SISTEMA JURISDICIONAL DE TIMOR LESTE.

Isete Evangelista Albuquerque Kérlynni Misraelly Cavalcanti Muniz Caiado

Larissa Faria Lacerda

Este artigo analisou "a crise da soberania frente ao mundo globalizado: uma análise do pluralismo jurídico e das interferências internacionais na consolidação do sistema jurisdicional de Timor Leste". Seus objetivos específicos foram estudar o surgimento da globalização e o seu marco histórico; analisar os elementos constitutivos do Estado e suas implicações na ordem jurídica interna e externa, referente à soberania; expor os principais reflexos da globalização na soberania dos Estados, e, ao final, analisar o pluralismo jurídico e as interferências internacionais no processo de independência em Timor Leste. A metodologia empregada foi uma pesquisa bibliográfica, exploratória, qualitativa e documental. A relevância da temática justifica-se pela premissa de que o Estado Soberano é aquele que possui elementos que lhe são próprios e soberania (interna e externa). Ocorre que a existência de tratados internacionais assinados pelos Estados e a ingerência dos organismos internacionais na soberania interna revelam uma crescente intromissão que pode revelar aspectos sombrios ou reluzentes de abdicação de parcela da soberania interna, sob a alegação de preservação da paz mundial e harmonização das relações internacionais. Deste modo, a globalização é o processo pelo qual o espaço mundial adquire unidade. Assim, a maior parte da vida social é determinada por processos globais, em que culturas, economias e fronteiras nacionais estão dissolvendo-se e adquirindo uniformidade. Neste contexto, o discurso da globalização a favor da mundialização do bem-estar e da prosperidade nas Nações não é plenamente respeitado, pois os Estados se veem abertamente obrigados a fazer o que determinados organismos internacionais e Estados mais poderosos sugerem, acarretando, assim, a mitigação da soberania interna. Exemplo disso é Timor Leste que, após a retirada da Indonésia do seu território, passou a viver com duas realidades, quais sejam: a manutenção dos valores e da cultura local ou a imposição de novos "agentes" da sociedade. Deste caso, constata-se o quanto a interferência internacional pode prejudicar o amadurecimento democrático, afinal, tentaram neste Estado a imputação à seco de uma legislação que em nada refletia a cultura e os anseios populares. Na verdade, o processo de globalização e de interferência estatal na soberania dos Estados cria uma uniformização de direitos, sem permitir que a maturidade jurídica de uma nação seja alcançada, mesmo que arduamente pelas próprias experiências, como o que ocorrerá com todas as grandes potências mundiais. Como resultados da investigação, observou-se, a partir do caso de Timor Leste, que a preocupação dos organismos internacionais não é a valorização do pluralismo jurídico, quiçá a dignificação do homem. Denotou-se, assim, que a preocupação é padronizar comportamentos e compilar legislações a fim de facilitar a ingerência nos Estados e viabilizar a concretização de seus interesses a longo prazo. Assim sendo, estes organismos internacionais possui um intuito nitidamente etnocentrista, pois partem da premissa de que seu conceito de justiça é superior ao ideal de justiça consagrado na cultura local de um Estado.

Palavras-chave: Soberania. Globalização. Pluralismo Jurídico. Relações Internacionais. Timor Leste.

Referências:BARROS, Alberto Ribeiro de. A teoria da soberania de Jean Bodin. São Paulo: FAPESP, 2001.BONAVIDES, Paulo. A globalização e a soberania: aspectos constitucionais. Revista do instituto dos advogados brasileiros, São Paulo, v. 34, n. 92, p. 23-43, abr./jun. 2000.PEIXOTO, Alexandre Kotzias. A erosão da soberania e a teoria das relações internacionais. Brasília, 1997. 134 f. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais) - Departamento de Relações Internacionais. Universidade de Brasília.SIMIÃO, Daniel. Documentário: 39. Sé Mak Sala Tenkeser Selu Sala Brasil/ Timor -

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Professora da Faculdade Estácio Atual, graduada pela Universidade de Fortaleza, Especialista em Direito Tributário e Direito Constitucional pela Universidade Anhanguera e Mestre em Direito Público pela Universidade Estácio de Sá. Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Faculdade Estácio Atual.Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Faculdade Estácio Atual.

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A CRISE DA SOBERANIA FRENTE AO MUNDO GLOBALIZADO: UMA ANÁLISE DO PLURALISMO JURÍDICO E DAS INTERFERÊNCIAS INTERNACIONAIS NA

CONSOLIDAÇÃO DO SISTEMA JURISDICIONAL DE TIMOR LESTE.

Isete Evangelista Albuquerque Kérlynni Misraelly Cavalcanti Muniz Caiado

Larissa Faria Lacerda

Este artigo analisou "a crise da soberania frente ao mundo globalizado: uma análise do pluralismo jurídico e das interferências internacionais na consolidação do sistema jurisdicional de Timor Leste". Seus objetivos específicos foram estudar o surgimento da globalização e o seu marco histórico; analisar os elementos constitutivos do Estado e suas implicações na ordem jurídica interna e externa, referente à soberania; expor os principais reflexos da globalização na soberania dos Estados, e, ao final, analisar o pluralismo jurídico e as interferências internacionais no processo de independência em Timor Leste. A metodologia empregada foi uma pesquisa bibliográfica, exploratória, qualitativa e documental. A relevância da temática justifica-se pela premissa de que o Estado Soberano é aquele que possui elementos que lhe são próprios e soberania (interna e externa). Ocorre que a existência de tratados internacionais assinados pelos Estados e a ingerência dos organismos internacionais na soberania interna revelam uma crescente intromissão que pode revelar aspectos sombrios ou reluzentes de abdicação de parcela da soberania interna, sob a alegação de preservação da paz mundial e harmonização das relações internacionais. Deste modo, a globalização é o processo pelo qual o espaço mundial adquire unidade. Assim, a maior parte da vida social é determinada por processos globais, em que culturas, economias e fronteiras nacionais estão dissolvendo-se e adquirindo uniformidade. Neste contexto, o discurso da globalização a favor da mundialização do bem-estar e da prosperidade nas Nações não é plenamente respeitado, pois os Estados se veem abertamente obrigados a fazer o que determinados organismos internacionais e Estados mais poderosos sugerem, acarretando, assim, a mitigação da soberania interna. Exemplo disso é Timor Leste que, após a retirada da Indonésia do seu território, passou a viver com duas realidades, quais sejam: a manutenção dos valores e da cultura local ou a imposição de novos "agentes" da sociedade. Deste caso, constata-se o quanto a interferência internacional pode prejudicar o amadurecimento democrático, afinal, tentaram neste Estado a imputação à seco de uma legislação que em nada refletia a cultura e os anseios populares. Na verdade, o processo de globalização e de interferência estatal na soberania dos Estados cria uma uniformização de direitos, sem permitir que a maturidade jurídica de uma nação seja alcançada, mesmo que arduamente pelas próprias experiências, como o que ocorrerá com todas as grandes potências mundiais. Como resultados da investigação, observou-se, a partir do caso de Timor Leste, que a preocupação dos organismos internacionais não é a valorização do pluralismo jurídico, quiçá a dignificação do homem. Denotou-se, assim, que a preocupação é padronizar comportamentos e compilar legislações a fim de facilitar a ingerência nos Estados e viabilizar a concretização de seus interesses a longo prazo. Assim sendo, estes organismos internacionais possui um intuito nitidamente etnocentrista, pois partem da premissa de que seu conceito de justiça é superior ao ideal de justiça consagrado na cultura local de um Estado.

Palavras-chave: Soberania. Globalização. Pluralismo Jurídico. Relações Internacionais. Timor Leste.

Referências:BARROS, Alberto Ribeiro de. A teoria da soberania de Jean Bodin. São Paulo: FAPESP, 2001.BONAVIDES, Paulo. A globalização e a soberania: aspectos constitucionais. Revista do instituto dos advogados brasileiros, São Paulo, v. 34, n. 92, p. 23-43, abr./jun. 2000.PEIXOTO, Alexandre Kotzias. A erosão da soberania e a teoria das relações internacionais. Brasília, 1997. 134 f. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais) - Departamento de Relações Internacionais. Universidade de Brasília.SIMIÃO, Daniel. Documentário: 39. Sé Mak Sala Tenkeser Selu Sala Brasil/ Timor -

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Professora da Faculdade Estácio Atual, graduada pela Universidade de Fortaleza, Especialista em Direito Tributário e Direito Constitucional pela Universidade Anhanguera e Mestre em Direito Público pela Universidade Estácio de Sá. Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Faculdade Estácio Atual.Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Faculdade Estácio Atual.

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Leste. 2011. Dir. Disponível em: https://www.behance.net/gallery/6431243/S-Mak-Sala-Tenkeser-Selu-Sala . Visualizados dia 25.09.2014.

CONSTITUCIONALISMO MODERNO E EFETIVIDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS: LIMITAÇÕES DO MODELO

BRASILEIRO

Luciano Alberto Ferreira Bianca Ferreira Nasser Fraxe Verçulina Firmino dos Santos

Vilmar Antônio da Silva

Desde o período colonial o trabalho doméstico no Brasil esteve intimamente ligado ao trabalho escravo, demonstrando nítida distinção entre classes trabalhadoras. Somente na década de 1970 foi elaborada lei específica para tratar das relações jurídicas derivadas do trabalho doméstico, até que em 2013, por meio da Emenda Constitucional n. 72/ 2013, alterou-se o parágrafo único do art. 7º da CF/1988, conferindo a esta classe de trabalhadores direitos sociais até então negados pela sociedade brasileira. Entretanto, o modelo constitucionalista brasileiro, que oscila entre o liberalismo capitalista e o intervencionismo estatal, tende a comprometer a eficácia social desta norma constitucional ao estabelecer normas cogentes dependentes de regulamentação legislativa posterior, prometendo-se futuros benefícios e criando-se meras expectativas. Este processo de alargamento do texto constitucional, característica marcante das constituições programáticas, procura dar respostas às demandas por uma sociedade mais justa e igualitária, porém, esta inflação de disposições programáticas contribui para a desvalorização da própria carta constitucional e em geral não compatibiliza os limites fáticos da escassez de recursos e reserva parlamentar para determinação orçamentária com as dimensões positivas dos direitos sociais. Destarte, este trabalho, considerando as críticas ao constitucionalismo contemporâneo, associado ao movimento neoconstitucionalista, dedica-se ao estudo das limitações do modelo constitucional brasileiro na efetividade dos direitos sociais, especialmente em relação aos direitos dos empregados domésticos, tendo como locus de análise as decisões recentes quanto ao reconhecimento pelo judiciário brasileiro dos direitos conquistados a partir Emenda Constitucional n. 72/ 2013. Para tanto, o estudo preocupa-se em estabelecer o foco a partir das principais discussões doutrinárias e jurisprudenciais que denotam a atual exigibilidade dos direitos sociais, destacando a atuação do Poder Judiciário na efetivação desses direitos diante do princípio democrático da separação de poderes e da discricionariedade dos agentes políticos envolvidos. Indaga-se, assim, quanto à capacidade do nosso sistema constitucional na efetivação dos direitos sociais que estão elencados em seu corpo, para além do campo da técnica legislativa.

Palavras-chave: Direitos Trabalhistas. Trabalhadores Domésticos. Efetividade Social.

Referências:BULOS, Uadi Lanmêgo. Curso de direito constitucional. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Constituição dirigente e vinculação do legislador: contributo para a compreensão das normas constitucionais programáticas. Reimpr. Coimbra: Coimbra, 1994.CORREIA, Henrique. Direito do trabalho. 5. ed. Salvador: JusPodivum, 2014.FERREIRA FILHO. Manoel Gonçalves. Estado de direito e constituição. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008.SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 35. ed. São Paulo: Malheiros, 2012.

Acadêmico do 6º semestre do Curso de Direito das Faculdades Cathedral.Acadêmica do 6º semestre do Curso de Direito das Faculdades Cathedral.Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito das Faculdades Cathedral.Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, Especialista em Educação, Graduado em Direito, Professor da Faculdade Cathedral.

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Leste. 2011. Dir. Disponível em: https://www.behance.net/gallery/6431243/S-Mak-Sala-Tenkeser-Selu-Sala . Visualizados dia 25.09.2014.

CONSTITUCIONALISMO MODERNO E EFETIVIDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS: LIMITAÇÕES DO MODELO

BRASILEIRO

Luciano Alberto Ferreira Bianca Ferreira Nasser Fraxe Verçulina Firmino dos Santos

Vilmar Antônio da Silva

Desde o período colonial o trabalho doméstico no Brasil esteve intimamente ligado ao trabalho escravo, demonstrando nítida distinção entre classes trabalhadoras. Somente na década de 1970 foi elaborada lei específica para tratar das relações jurídicas derivadas do trabalho doméstico, até que em 2013, por meio da Emenda Constitucional n. 72/ 2013, alterou-se o parágrafo único do art. 7º da CF/1988, conferindo a esta classe de trabalhadores direitos sociais até então negados pela sociedade brasileira. Entretanto, o modelo constitucionalista brasileiro, que oscila entre o liberalismo capitalista e o intervencionismo estatal, tende a comprometer a eficácia social desta norma constitucional ao estabelecer normas cogentes dependentes de regulamentação legislativa posterior, prometendo-se futuros benefícios e criando-se meras expectativas. Este processo de alargamento do texto constitucional, característica marcante das constituições programáticas, procura dar respostas às demandas por uma sociedade mais justa e igualitária, porém, esta inflação de disposições programáticas contribui para a desvalorização da própria carta constitucional e em geral não compatibiliza os limites fáticos da escassez de recursos e reserva parlamentar para determinação orçamentária com as dimensões positivas dos direitos sociais. Destarte, este trabalho, considerando as críticas ao constitucionalismo contemporâneo, associado ao movimento neoconstitucionalista, dedica-se ao estudo das limitações do modelo constitucional brasileiro na efetividade dos direitos sociais, especialmente em relação aos direitos dos empregados domésticos, tendo como locus de análise as decisões recentes quanto ao reconhecimento pelo judiciário brasileiro dos direitos conquistados a partir Emenda Constitucional n. 72/ 2013. Para tanto, o estudo preocupa-se em estabelecer o foco a partir das principais discussões doutrinárias e jurisprudenciais que denotam a atual exigibilidade dos direitos sociais, destacando a atuação do Poder Judiciário na efetivação desses direitos diante do princípio democrático da separação de poderes e da discricionariedade dos agentes políticos envolvidos. Indaga-se, assim, quanto à capacidade do nosso sistema constitucional na efetivação dos direitos sociais que estão elencados em seu corpo, para além do campo da técnica legislativa.

Palavras-chave: Direitos Trabalhistas. Trabalhadores Domésticos. Efetividade Social.

Referências:BULOS, Uadi Lanmêgo. Curso de direito constitucional. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Constituição dirigente e vinculação do legislador: contributo para a compreensão das normas constitucionais programáticas. Reimpr. Coimbra: Coimbra, 1994.CORREIA, Henrique. Direito do trabalho. 5. ed. Salvador: JusPodivum, 2014.FERREIRA FILHO. Manoel Gonçalves. Estado de direito e constituição. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008.SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 35. ed. São Paulo: Malheiros, 2012.

Acadêmico do 6º semestre do Curso de Direito das Faculdades Cathedral.Acadêmica do 6º semestre do Curso de Direito das Faculdades Cathedral.Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito das Faculdades Cathedral.Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, Especialista em Educação, Graduado em Direito, Professor da Faculdade Cathedral.

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A GLOBALIZAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL EM PROL DA INTERNALIZAÇÃO DOS OBJETIVOS DO MILÊNIO

Tássia Camila Luniére Dias

A ideia de globalização do direito constitucional, tido por alguns como um fenômeno inevitável, tem sido abordada sob diferentes perspectivas, as quais enfocam, sobretudo, seu alcance e efeitos. Alguns autores, por uma linha mais radical, referem que essa globalização significaria uma ou a tendência à uniformização do direito constitucional entre sistemas jurídicos distintos. Outros, adotando uma postura mais modesta, não vislumbram essa possibilidade, mas apenas sugerem uma convergência entre variados sistemas constitucionais, sendo a globalização seu principal veículo promotor. A despeito das divergências sobre a amplitude dos efeitos dessa "globalização constitucional", a proposta do presente artigo é que esse fenômeno implica uma internalização de conceitos, metas e ideias pelos membros da comunidade internacional. A par da dificuldade de imposição de declarações internacionais em matéria de direitos humanos - que, inclusive, são objeto de debates sobre sua natureza ser de hard law ou soft law -, a internalização gradual do espírito da Declaração do Milênio da ONU através dos processos de globalização do direito constitucional, pode ser uma alternativa para conferir eficácia ao disposto na aludida declaração das Nações Unidas. Sem prescindir dos debates acerca do universalismo e do relativismo inerentes ao tema, embora sem se aprofundar nesse ponto, procura-se estabelecer uma relação entre o referido fenômeno globalizacional e a efetivação dos Objetivos do Milênio, com foco na necessidade de colaboração para a consecução de suas metas. No contexto do debate, conforme Mark Tushnet, o diálogo entre juízes de cortes constitucionais entre países conservadores e liberais, em conferências e encontros internacionais, propicia uma troca informal de informações que pode levar à incorporação de determinadas ideias inovadoras para os seus respectivos sistemas jurídicos. À medida que tais ideias vão sendo aplicadas e inseridas à jurisprudência nacional, também vão sendo paulatinamente absorvidas e reproduzidas em outros casos. Algo nesse sentido, como se pretende aqui defender, poderia se dar em relação aos Objetivos do Milênio, sendo certo que a sua incorporação por via do diálogo jurisdicional amenizaria a feição neocolonialista que alguns enxergam nas metas do milênio, permitindo que sejam adaptadas e moldadas às raízes históricas, culturais e políticas, bem como à condição econômica de cada nação. A proposta, portanto, é analisar uma das utilidades da multifacetada globalização do direito constitucional, pondo-se a serviço dos Objetivos do Milênio.

Palavras-chave: Globalização. Direito constitucional. Comunidade internacional. Declaração do Milênio. Direitos humanos.

Referências:TUSHNET, Mark, The Inevitable Globalization of Constitutional Law (December 18, 2008). Hague Institute for the Internationalization of Law; Harvard Public Law Working Paper n. 09-06 . Disponível em: http://ssrn.com/abstract=1317766 ou http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.1317766.FILIPPO, Thiago Baldani Gomes de. Jurisdição nacional e violações de direitos humanos no estrangeiro: estudo comparado com os EUA. Revista de Direito Constitucional e Internacional, São Paulo, v. 87, ano 22, pp. 241/262, abr./jun.2014.MARQUES, Marcelo Henrique Pereira. Constitucionalismo global: novas tendências para cultura, soberania e o direito frente à formação de uma aristocracia internacional. Revista Brasileira de Direito Internacional, Curitiba, v. 3, n. 3, jan./jun.2006.PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. São Paulo: Saraiva, 2010.DECLARAÇÃO DO MILÊNIO DAS NAÇÕES UNIDAS. Disponível em: http://www.pnud.org.br/Docs/declaracao_do_milenio.pdf.

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39 Graduanda no Curso de Direito pela Universidade Federal de Roraima. Bolsista do PIBIC/CNPq.66 67

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A GLOBALIZAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL EM PROL DA INTERNALIZAÇÃO DOS OBJETIVOS DO MILÊNIO

Tássia Camila Luniére Dias

A ideia de globalização do direito constitucional, tido por alguns como um fenômeno inevitável, tem sido abordada sob diferentes perspectivas, as quais enfocam, sobretudo, seu alcance e efeitos. Alguns autores, por uma linha mais radical, referem que essa globalização significaria uma ou a tendência à uniformização do direito constitucional entre sistemas jurídicos distintos. Outros, adotando uma postura mais modesta, não vislumbram essa possibilidade, mas apenas sugerem uma convergência entre variados sistemas constitucionais, sendo a globalização seu principal veículo promotor. A despeito das divergências sobre a amplitude dos efeitos dessa "globalização constitucional", a proposta do presente artigo é que esse fenômeno implica uma internalização de conceitos, metas e ideias pelos membros da comunidade internacional. A par da dificuldade de imposição de declarações internacionais em matéria de direitos humanos - que, inclusive, são objeto de debates sobre sua natureza ser de hard law ou soft law -, a internalização gradual do espírito da Declaração do Milênio da ONU através dos processos de globalização do direito constitucional, pode ser uma alternativa para conferir eficácia ao disposto na aludida declaração das Nações Unidas. Sem prescindir dos debates acerca do universalismo e do relativismo inerentes ao tema, embora sem se aprofundar nesse ponto, procura-se estabelecer uma relação entre o referido fenômeno globalizacional e a efetivação dos Objetivos do Milênio, com foco na necessidade de colaboração para a consecução de suas metas. No contexto do debate, conforme Mark Tushnet, o diálogo entre juízes de cortes constitucionais entre países conservadores e liberais, em conferências e encontros internacionais, propicia uma troca informal de informações que pode levar à incorporação de determinadas ideias inovadoras para os seus respectivos sistemas jurídicos. À medida que tais ideias vão sendo aplicadas e inseridas à jurisprudência nacional, também vão sendo paulatinamente absorvidas e reproduzidas em outros casos. Algo nesse sentido, como se pretende aqui defender, poderia se dar em relação aos Objetivos do Milênio, sendo certo que a sua incorporação por via do diálogo jurisdicional amenizaria a feição neocolonialista que alguns enxergam nas metas do milênio, permitindo que sejam adaptadas e moldadas às raízes históricas, culturais e políticas, bem como à condição econômica de cada nação. A proposta, portanto, é analisar uma das utilidades da multifacetada globalização do direito constitucional, pondo-se a serviço dos Objetivos do Milênio.

Palavras-chave: Globalização. Direito constitucional. Comunidade internacional. Declaração do Milênio. Direitos humanos.

Referências:TUSHNET, Mark, The Inevitable Globalization of Constitutional Law (December 18, 2008). Hague Institute for the Internationalization of Law; Harvard Public Law Working Paper n. 09-06 . Disponível em: http://ssrn.com/abstract=1317766 ou http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.1317766.FILIPPO, Thiago Baldani Gomes de. Jurisdição nacional e violações de direitos humanos no estrangeiro: estudo comparado com os EUA. Revista de Direito Constitucional e Internacional, São Paulo, v. 87, ano 22, pp. 241/262, abr./jun.2014.MARQUES, Marcelo Henrique Pereira. Constitucionalismo global: novas tendências para cultura, soberania e o direito frente à formação de uma aristocracia internacional. Revista Brasileira de Direito Internacional, Curitiba, v. 3, n. 3, jan./jun.2006.PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. São Paulo: Saraiva, 2010.DECLARAÇÃO DO MILÊNIO DAS NAÇÕES UNIDAS. Disponível em: http://www.pnud.org.br/Docs/declaracao_do_milenio.pdf.

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39 Graduanda no Curso de Direito pela Universidade Federal de Roraima. Bolsista do PIBIC/CNPq.66 67

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A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL AOS PENALMENTE INIMPUTÁVEIS E A RELAÇÃO SOCIO-ANTROPOLÓGICA INTERCULTURAL NO DIREITO

COMPARADO

Natacha Michela Fróes Boaes da Silva Regys Odlare Lima de Freitas

O ordenamento jurídico brasileiro assegura garantia constitucional à proteção do penalmente inimputável, com defesa especial feita pela Lei 8.069/1990, dispondo sobre os direitos e garantias fundamentais constitucionalmente previstos. O presente artigo objetiva avaliar as disposições normativas utilizadas como fundamento para proteção do inimputável brasileiro e fazer um comparativo com as principais legislações estrangeiras, que atribuem ao inimputável responsabilização penal por quaisquer delitos passíveis de punição. Trata-se de uma abordagem crítica acerca das perspectivas culturais e costumeiras de diferentes tipos de sociedade, inferindo seus aspectos divergentes em relação à sociedade brasileira ante a formação sócio-antropológica propulsionadora dos ideais de legalidade relacionados às condutas ilícitas. A responsabilidade penal do indivíduo que pratica um crime se baseia na sua capacidade de discernimento a respeito do ato praticado, bem como as consequências afetas à sociedade, além da disposição legalmente prevista acerca da maturidade cronológica, que no Brasil se dá aos dezoito anos completos. Tal circunstância tem sido objeto de inúmeras discussões, tendo em vista o fato de que o índice de criminalidade no país se eleva ligeiramente se comparado há anos passados. O fator preocupante é que tais práticas têm sido alvo de menores infratores que se utilizam do subterfúgio legal da proteção assegurada à criança e ao adolescente, para o cometimento de condutas ilícitas, que se praticadas por maiores de dezoito anos de idade, seriam penalizadas conforme disposição prevista no Código Penal Brasileiro. No entanto, a legislação especial 8.069/1990, nega a denominação de prática de crime, alegando que o delito praticado pelo inimputável configura "ato infracional" passível de penalização através de medidas de segurança. Fato relevante é que o desenvolvimento intelectual das pessoas não mais se dá conforme o amadurecimento do corpo, como se acreditava funcionar antigamente. É preciso reconhecer que crianças e adolescentes do século XXI enxergam as realidades do cotidiano contemporâneo bem mais rapidamente, tanto que começam a participar do meio social mais cedo do que acontecia quando o Código Penal ou até mesmo a lei 8.069/1990 foram elaborados. A consciência da ilicitude está presente e cada vez mais precocemente, razão pela qual alguns ordenamentos jurídicos pelo mundo têm acompanhado o desenvolvimento e a capacidade lógico-motora de crianças e adolescentes, atribuindo-lhes responsabilização pelos atos praticados. É nesse diapasão que se busca avaliar se há incongruência na legislação brasileira quando alarga a proteção ao penalmente inimputável, ou se se trata apenas de má administração da política criminal, deixando a desejar nos quesitos segurança pública e ressocialização dos reeducandos. Como se sabe, a estrutura carcerária brasileira há muito está sobrecarregada, comportando além da capacidade permitida, propiciando situação de caos e desumanidade completa nos presídios. Aumentar a quantidade de presos certamente não seria a melhor saída para combater a criminalidade. No entanto, utilizar-se de meios que façam levar a sério a política criminal, responsabilizando de maneira mais severa o infrator que põe em risco a sociedade, e ainda, utilizando-se da análise minuciosa acerca de sua capacidade de discernimento, poderia se falar numa possibilidade de saneamento desse problema.

Palavras-chave: Inimputabilidade penal. Responsabilidade penal. Maioridade penal. Direito comparado.

Referências:BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral. 17ª ed. 2012. Editora Saraiva.BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 7ª ed. 2012. Editora Saraiva.MENDES, Gilmar Ferreira. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 7ª ed. 2012. Editora Saraiva.

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Acadêmica do 8º Semestre do Curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima - UERR. E-mail: [email protected] em Direito pela Faculdade Cathedral, Mestrado em Direito pelo Centro Universitário Curitiba - UNICURITIBA. Professor da Faculdade Cathedral e Universidade Estadual de Roraima - UERR.

GT 5 - AS INTERFACES ENTRE O DIREITO CONSTITUCIONAL E OS ESTUDOS FILOSÓFICOS E SÓCIO ANTROPOLÓGICOS

Coordenador: Prof. Msc. Leonardo Cupello (UERR)

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A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL AOS PENALMENTE INIMPUTÁVEIS E A RELAÇÃO SOCIO-ANTROPOLÓGICA INTERCULTURAL NO DIREITO

COMPARADO

Natacha Michela Fróes Boaes da Silva Regys Odlare Lima de Freitas

O ordenamento jurídico brasileiro assegura garantia constitucional à proteção do penalmente inimputável, com defesa especial feita pela Lei 8.069/1990, dispondo sobre os direitos e garantias fundamentais constitucionalmente previstos. O presente artigo objetiva avaliar as disposições normativas utilizadas como fundamento para proteção do inimputável brasileiro e fazer um comparativo com as principais legislações estrangeiras, que atribuem ao inimputável responsabilização penal por quaisquer delitos passíveis de punição. Trata-se de uma abordagem crítica acerca das perspectivas culturais e costumeiras de diferentes tipos de sociedade, inferindo seus aspectos divergentes em relação à sociedade brasileira ante a formação sócio-antropológica propulsionadora dos ideais de legalidade relacionados às condutas ilícitas. A responsabilidade penal do indivíduo que pratica um crime se baseia na sua capacidade de discernimento a respeito do ato praticado, bem como as consequências afetas à sociedade, além da disposição legalmente prevista acerca da maturidade cronológica, que no Brasil se dá aos dezoito anos completos. Tal circunstância tem sido objeto de inúmeras discussões, tendo em vista o fato de que o índice de criminalidade no país se eleva ligeiramente se comparado há anos passados. O fator preocupante é que tais práticas têm sido alvo de menores infratores que se utilizam do subterfúgio legal da proteção assegurada à criança e ao adolescente, para o cometimento de condutas ilícitas, que se praticadas por maiores de dezoito anos de idade, seriam penalizadas conforme disposição prevista no Código Penal Brasileiro. No entanto, a legislação especial 8.069/1990, nega a denominação de prática de crime, alegando que o delito praticado pelo inimputável configura "ato infracional" passível de penalização através de medidas de segurança. Fato relevante é que o desenvolvimento intelectual das pessoas não mais se dá conforme o amadurecimento do corpo, como se acreditava funcionar antigamente. É preciso reconhecer que crianças e adolescentes do século XXI enxergam as realidades do cotidiano contemporâneo bem mais rapidamente, tanto que começam a participar do meio social mais cedo do que acontecia quando o Código Penal ou até mesmo a lei 8.069/1990 foram elaborados. A consciência da ilicitude está presente e cada vez mais precocemente, razão pela qual alguns ordenamentos jurídicos pelo mundo têm acompanhado o desenvolvimento e a capacidade lógico-motora de crianças e adolescentes, atribuindo-lhes responsabilização pelos atos praticados. É nesse diapasão que se busca avaliar se há incongruência na legislação brasileira quando alarga a proteção ao penalmente inimputável, ou se se trata apenas de má administração da política criminal, deixando a desejar nos quesitos segurança pública e ressocialização dos reeducandos. Como se sabe, a estrutura carcerária brasileira há muito está sobrecarregada, comportando além da capacidade permitida, propiciando situação de caos e desumanidade completa nos presídios. Aumentar a quantidade de presos certamente não seria a melhor saída para combater a criminalidade. No entanto, utilizar-se de meios que façam levar a sério a política criminal, responsabilizando de maneira mais severa o infrator que põe em risco a sociedade, e ainda, utilizando-se da análise minuciosa acerca de sua capacidade de discernimento, poderia se falar numa possibilidade de saneamento desse problema.

Palavras-chave: Inimputabilidade penal. Responsabilidade penal. Maioridade penal. Direito comparado.

Referências:BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral. 17ª ed. 2012. Editora Saraiva.BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 7ª ed. 2012. Editora Saraiva.MENDES, Gilmar Ferreira. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 7ª ed. 2012. Editora Saraiva.

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Acadêmica do 8º Semestre do Curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima - UERR. E-mail: [email protected] em Direito pela Faculdade Cathedral, Mestrado em Direito pelo Centro Universitário Curitiba - UNICURITIBA. Professor da Faculdade Cathedral e Universidade Estadual de Roraima - UERR.

GT 5 - AS INTERFACES ENTRE O DIREITO CONSTITUCIONAL E OS ESTUDOS FILOSÓFICOS E SÓCIO ANTROPOLÓGICOS

Coordenador: Prof. Msc. Leonardo Cupello (UERR)

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HABERMAS, Jürgen. A inclusão do outro. Estudos de teoria política. TRad. George Sperber. Edições Loyola.SILVA, Virgílio Afonso da. A constitucionalização do Direito. Os direitos fundamentais nas relações entre particulares. 1ª ed. Malheiros editores. 3ª tiragem.

LIMITAÇÃO ÀS RESTRIÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: OS LIMITES DOS LIMITES

Pedro Carlos de Araújo Oliveira Waldiney da Silva Maciel

O presente trabalho trata sobre a teoria dos limites dos limites relacionada à aplicação dos direitos fundamentais. Tem como escopo analisar a limitação desses direitos, desde que atendidos os requisitos limitadores da teoria dos limites dos limites, que visa obstaculizar a atuação do legislador para sua restrição, garantindo o efetivo exercício dos direitos fundamentais que fortalecem o Estado Democrático de Direito. Justifica-se a abordagem dessa temática tendo em vista a crescente discussão no âmbito da doutrina constitucional contemporânea. O método utilizado para abordagem desse estudo é a análise bibliográfica realizada através de estudo comparado. Os direitos fundamentais são uma construção histórica, onde a concepção sobre quais são os direitos considerados fundamentais varia de época para época e de lugar para lugar. Com a Revolução Francesa no século XVIII, por exemplo, os direitos fundamentais podiam ser resumidos à liberdade, igualdade e fraternidade. Atualmente, porém, o conceito de direitos fundamentais alcança questão como o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, sequer imaginável naquela época. Isto é, o que parece fundamental numa época histórica e numa determinada civilização não é fundamental em outras épocas e em outras culturas. Os direitos, liberdades, poderes e garantias são passíveis de limitação ou restrição, ou seja, não possuem característica absoluta e devem coexistir no sistema jurídico, além de conviver com outros direitos e bens juridicamente protegidos. Contudo, as limitações sofridas pelos direitos fundamentais não são ilimitadas, pois não se pode limitá-los além do estritamente necessário, em respeito os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. São os chamados "limites dos limites", que delimitam a ação do legislador quando restringe direitos individuais. Esses limites devem ser compatíveis com os ditames constitucionais, emanar da autoridade que possui competência constitucionalmente outorgada para tanto e enfatizar a necessidade de proteção de um núcleo essencial do direito fundamental, de forma a evitar o esvaziamento do conteúdo do direito fundamental diante de restrições descabidas ou desproporcionais. No caso concreto, onde direitos fundamentais de terceiros e outros bens jurídicos de nível constitucional entrem em colisão, o princípio da proporcionalidade representa um método geral para a solução de conflitos e estabelecer ponderações entre distintos bens constitucionais. Em síntese, a aplicação do princípio da proporcionalidade se dá quando verificada restrição a determinado direito fundamental ou um conflito entre distintos princípios constitucionais de modo a exigir que se estabeleça o peso relativo de cada um dos direitos por meio da aplicação das máximas que integram o mencionado princípio da proporcionalidade.

Palavras-chave: Direitos fundamentais. Limitação. Razoabilidade. Proporcionalidade.

Referências:ALEXY, Robert. Teoria da argumentação jurídica. Tradução Zilda Hutchinson Silva. São Paulo: Landy, 2001.ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios: da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 5. ed. rev. ampl. São Paulo: Malheiros, 2006.BARROS, Suzana de Toledo. O princípio da proporcionalidade e o controle da constitucionalidade das leis restritivas dedireitos fundamentais. 2. ed. Brasília: Brasília Jurídica, 2000.BARROSO, Luís Roberto. Fundamentos teóricos e filosóficos do novo direito constitucional brasileiro: pós-modernidade, teoria crítica e pós-positivismo. Revista Trimestral de Direito Público, São Paulo, n. 29, p. 2000.BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2004.CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. Coimbra: Almedina, 2000.MENDES, Gilmar Ferreira. Direitos fundamentais e controle de constitucionalidade: estudos de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2004.

Graduação em Direito do 8º semestre pela Universidade Estadual de Roraima - UERR. E-mail: [email protected] em Direito do 8° semestre pela Universidade Estadual de Roraima - UERR. E-mail: [email protected]

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GT 6 - HERMENÊUTICA JURÍDICA E JUSTIÇA SOCIAL

Coordenador: Prof. Esp. Sergio Mateus (UERR)

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HABERMAS, Jürgen. A inclusão do outro. Estudos de teoria política. TRad. George Sperber. Edições Loyola.SILVA, Virgílio Afonso da. A constitucionalização do Direito. Os direitos fundamentais nas relações entre particulares. 1ª ed. Malheiros editores. 3ª tiragem.

LIMITAÇÃO ÀS RESTRIÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: OS LIMITES DOS LIMITES

Pedro Carlos de Araújo Oliveira Waldiney da Silva Maciel

O presente trabalho trata sobre a teoria dos limites dos limites relacionada à aplicação dos direitos fundamentais. Tem como escopo analisar a limitação desses direitos, desde que atendidos os requisitos limitadores da teoria dos limites dos limites, que visa obstaculizar a atuação do legislador para sua restrição, garantindo o efetivo exercício dos direitos fundamentais que fortalecem o Estado Democrático de Direito. Justifica-se a abordagem dessa temática tendo em vista a crescente discussão no âmbito da doutrina constitucional contemporânea. O método utilizado para abordagem desse estudo é a análise bibliográfica realizada através de estudo comparado. Os direitos fundamentais são uma construção histórica, onde a concepção sobre quais são os direitos considerados fundamentais varia de época para época e de lugar para lugar. Com a Revolução Francesa no século XVIII, por exemplo, os direitos fundamentais podiam ser resumidos à liberdade, igualdade e fraternidade. Atualmente, porém, o conceito de direitos fundamentais alcança questão como o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, sequer imaginável naquela época. Isto é, o que parece fundamental numa época histórica e numa determinada civilização não é fundamental em outras épocas e em outras culturas. Os direitos, liberdades, poderes e garantias são passíveis de limitação ou restrição, ou seja, não possuem característica absoluta e devem coexistir no sistema jurídico, além de conviver com outros direitos e bens juridicamente protegidos. Contudo, as limitações sofridas pelos direitos fundamentais não são ilimitadas, pois não se pode limitá-los além do estritamente necessário, em respeito os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. São os chamados "limites dos limites", que delimitam a ação do legislador quando restringe direitos individuais. Esses limites devem ser compatíveis com os ditames constitucionais, emanar da autoridade que possui competência constitucionalmente outorgada para tanto e enfatizar a necessidade de proteção de um núcleo essencial do direito fundamental, de forma a evitar o esvaziamento do conteúdo do direito fundamental diante de restrições descabidas ou desproporcionais. No caso concreto, onde direitos fundamentais de terceiros e outros bens jurídicos de nível constitucional entrem em colisão, o princípio da proporcionalidade representa um método geral para a solução de conflitos e estabelecer ponderações entre distintos bens constitucionais. Em síntese, a aplicação do princípio da proporcionalidade se dá quando verificada restrição a determinado direito fundamental ou um conflito entre distintos princípios constitucionais de modo a exigir que se estabeleça o peso relativo de cada um dos direitos por meio da aplicação das máximas que integram o mencionado princípio da proporcionalidade.

Palavras-chave: Direitos fundamentais. Limitação. Razoabilidade. Proporcionalidade.

Referências:ALEXY, Robert. Teoria da argumentação jurídica. Tradução Zilda Hutchinson Silva. São Paulo: Landy, 2001.ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios: da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 5. ed. rev. ampl. São Paulo: Malheiros, 2006.BARROS, Suzana de Toledo. O princípio da proporcionalidade e o controle da constitucionalidade das leis restritivas dedireitos fundamentais. 2. ed. Brasília: Brasília Jurídica, 2000.BARROSO, Luís Roberto. Fundamentos teóricos e filosóficos do novo direito constitucional brasileiro: pós-modernidade, teoria crítica e pós-positivismo. Revista Trimestral de Direito Público, São Paulo, n. 29, p. 2000.BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2004.CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. Coimbra: Almedina, 2000.MENDES, Gilmar Ferreira. Direitos fundamentais e controle de constitucionalidade: estudos de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2004.

Graduação em Direito do 8º semestre pela Universidade Estadual de Roraima - UERR. E-mail: [email protected] em Direito do 8° semestre pela Universidade Estadual de Roraima - UERR. E-mail: [email protected]

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GT 6 - HERMENÊUTICA JURÍDICA E JUSTIÇA SOCIAL

Coordenador: Prof. Esp. Sergio Mateus (UERR)

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SBROGIO'GALIA, Susana. Mutações constitucionais e direitos fundamentais. rev. Rosane Marques Borba. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2007.

A CRÍTICA HERMENÊUTICA DO DIREITO NA COMPREENSÃO DOS PRINCÍPIOS: UM CASO CONCRETO NA HERMENÊUTICA FILÓFICA DO SABER JURÍDICO

Kercya Mayahara Moura Cavalcante

Nos últimos anos, os estudos sobre a interpretação hermenêutica ganharam fôlego, em razão de uma crise lógico-positivista da modernidade. Tal paradigma busca a essência das coisas, paradoxalmente, a filosofia da consciência. Desta forma, o movimento da Hermenêutica Jurídica Crítica procura romper com o senso comum proporcionado pelo padrão filosófico de dupla face, fazendo com que o direito seja invadido pela linguagem. Dando-se origem no âmbito do "giro linguístico-hermenêutico" da filosofia, por sua vez, essa linguagem dá condições de possibilidade do pensar e do conhecer, destacando a razão da hermenêutica. Ademais, problemas decorrentes do mal uso de princípios jurídicos que, surgem no conhecimento do caso concreto, são aplicados sem a devida responsabilidade democrática. Nesse diapasão, a hermenêutica jurídica brasileira parece não ter enfrentado o desafio exigido na aplicação dos princípios como ratio decidendi, de forma compatível com o ideal democrático que marca os sistemas jurídicos do século XXI. Em loco, essas considerações demonstram a íntima relação entre Direito e linguagem, pois sempre existe uma tensão entre a busca pelo sentido na Constituição e o sentido que alcança a sua aplicação na situação concreta. Entretanto, antes de delimitar teoricamente o tema abordado, pretendemos rever as concepções históricas e filosóficas da interpretação do direito, bem como a mudança na maneira de ver o direito, permitindo uma razão crítica quanto à utilização normativa dos princípios. Diante disso, passasse a exigir do intérprete o reconhecimento da elaborada compreensão jurídica, assim, tendo como referência a integridade e coerência da tradição jurídica, essa como medida impeditiva da discricionariedade judicial incompatível com o Estado Democrático de Direito. Logo, é necessário encontrar princípios de interpretação que possam colocar a Constituição em uma realidade mais segura e determinada. Portanto, a hermenêutica se direciona ao nível ontológico da tradição no âmbito de cada cultura. Sendo a Alteridade ao nível ético-originário, prático-material da vida do homem, do espaço da vivência crítica, da reprodução e do desenvolvimento em sentido biológico e antropológico. Desse modo, entendemos ser de grande importância acadêmica a discussão desse tema, pois o mesmo permitirá explorar os avanços e risco da atual interpretação jurídica, com o fito de apontar e elencar os ganhos e os desafios. Metodologicamente, adotaremos a ideia construtivista e dialética. Por fim, buscamos construir uma visão e uma linha de pesquisa sobre o reflexo da hermenêutica jurídica no cenário acadêmico, e ao mesmo tempo amadurecer uma nova concepção sobre o tema abordado, com a fundamentação filosófica da razão hermenêutica.

Palavras-chave: Hermenêutica. Jurisdição Constitucional. Democracia. Hermenêutica Filosófica.

Referências:AZEVEDO, Plauto Faraco de. Crítica à dogmática e hermenêutica jurídica. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor. BITTAR, C. B. Eduardo. Hans-Georg Gadamar: a experiência hermenêutica e a experiência jurídica. BOUCAULT, Carlos E. De Abreu; RODRIGUES, José Rodrigo (orgs.) Hermenêutica Plural: possibilidade jusfilosóficas em contextos imperfeitos. São Paulo: Martins Fontes, 2002. ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. Tradução de Virgilio Afonso da Silva da 5ª edição alemã. São Paulo: Malheiros Editores, 2008.GADAMER, Hans-Georg. Heidegger em retrospectiva. Hermenêutica em retrospectiva. V. 1.Trad. Marco Antônio Casanova. Petrópolis: Vozes, 2004. STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica jurídica e(m) crise: uma exploração hermenêutica da construção do Direito. 8 ed. Rv. Atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2009.STRECK, Lenio Luiz. Jurisdição Constitucional e Decisão Jurídica. 3ª Ed. Thomson Reuters. Revista dos Tribunais, 2013.

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44Graduanda do Curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima - UERR.72 73

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SBROGIO'GALIA, Susana. Mutações constitucionais e direitos fundamentais. rev. Rosane Marques Borba. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2007.

A CRÍTICA HERMENÊUTICA DO DIREITO NA COMPREENSÃO DOS PRINCÍPIOS: UM CASO CONCRETO NA HERMENÊUTICA FILÓFICA DO SABER JURÍDICO

Kercya Mayahara Moura Cavalcante

Nos últimos anos, os estudos sobre a interpretação hermenêutica ganharam fôlego, em razão de uma crise lógico-positivista da modernidade. Tal paradigma busca a essência das coisas, paradoxalmente, a filosofia da consciência. Desta forma, o movimento da Hermenêutica Jurídica Crítica procura romper com o senso comum proporcionado pelo padrão filosófico de dupla face, fazendo com que o direito seja invadido pela linguagem. Dando-se origem no âmbito do "giro linguístico-hermenêutico" da filosofia, por sua vez, essa linguagem dá condições de possibilidade do pensar e do conhecer, destacando a razão da hermenêutica. Ademais, problemas decorrentes do mal uso de princípios jurídicos que, surgem no conhecimento do caso concreto, são aplicados sem a devida responsabilidade democrática. Nesse diapasão, a hermenêutica jurídica brasileira parece não ter enfrentado o desafio exigido na aplicação dos princípios como ratio decidendi, de forma compatível com o ideal democrático que marca os sistemas jurídicos do século XXI. Em loco, essas considerações demonstram a íntima relação entre Direito e linguagem, pois sempre existe uma tensão entre a busca pelo sentido na Constituição e o sentido que alcança a sua aplicação na situação concreta. Entretanto, antes de delimitar teoricamente o tema abordado, pretendemos rever as concepções históricas e filosóficas da interpretação do direito, bem como a mudança na maneira de ver o direito, permitindo uma razão crítica quanto à utilização normativa dos princípios. Diante disso, passasse a exigir do intérprete o reconhecimento da elaborada compreensão jurídica, assim, tendo como referência a integridade e coerência da tradição jurídica, essa como medida impeditiva da discricionariedade judicial incompatível com o Estado Democrático de Direito. Logo, é necessário encontrar princípios de interpretação que possam colocar a Constituição em uma realidade mais segura e determinada. Portanto, a hermenêutica se direciona ao nível ontológico da tradição no âmbito de cada cultura. Sendo a Alteridade ao nível ético-originário, prático-material da vida do homem, do espaço da vivência crítica, da reprodução e do desenvolvimento em sentido biológico e antropológico. Desse modo, entendemos ser de grande importância acadêmica a discussão desse tema, pois o mesmo permitirá explorar os avanços e risco da atual interpretação jurídica, com o fito de apontar e elencar os ganhos e os desafios. Metodologicamente, adotaremos a ideia construtivista e dialética. Por fim, buscamos construir uma visão e uma linha de pesquisa sobre o reflexo da hermenêutica jurídica no cenário acadêmico, e ao mesmo tempo amadurecer uma nova concepção sobre o tema abordado, com a fundamentação filosófica da razão hermenêutica.

Palavras-chave: Hermenêutica. Jurisdição Constitucional. Democracia. Hermenêutica Filosófica.

Referências:AZEVEDO, Plauto Faraco de. Crítica à dogmática e hermenêutica jurídica. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor. BITTAR, C. B. Eduardo. Hans-Georg Gadamar: a experiência hermenêutica e a experiência jurídica. BOUCAULT, Carlos E. De Abreu; RODRIGUES, José Rodrigo (orgs.) Hermenêutica Plural: possibilidade jusfilosóficas em contextos imperfeitos. São Paulo: Martins Fontes, 2002. ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. Tradução de Virgilio Afonso da Silva da 5ª edição alemã. São Paulo: Malheiros Editores, 2008.GADAMER, Hans-Georg. Heidegger em retrospectiva. Hermenêutica em retrospectiva. V. 1.Trad. Marco Antônio Casanova. Petrópolis: Vozes, 2004. STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica jurídica e(m) crise: uma exploração hermenêutica da construção do Direito. 8 ed. Rv. Atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2009.STRECK, Lenio Luiz. Jurisdição Constitucional e Decisão Jurídica. 3ª Ed. Thomson Reuters. Revista dos Tribunais, 2013.

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44Graduanda do Curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima - UERR.72 73

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O DIREITO À PROPRIEDADE E O RECONHECIMENTO DE SUA FUNÇÃO SOCIAL: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O DIREITO BRASILEIRO E O DIREITO

DA UNIÃO EUROPEIA

Almiro José Mello Padilha Mauro José do Nascimento Campello

O presente artigo pretende abordar o processo histórico que levou não apenas ao reconhecimento do direito à propriedade como um direito fundamental e humano (a partir de uma abordagem privatista-civilista dos direitos sobre a res), mas também ao posterior reconhecimento de que esse direito deveria estar condicionado ao atendimento de uma função social e promoção do bem-estar geral (a partir de uma abordagem constitucionalista dos direitos reais). Conforme Richard P. Epstein, a propriedade sobre bens móveis nasce com a civilização, ao passo que a propriedade de bens imóveis surge inicialmente sob a forma de posse temporária da terra, a qual, posteriormente, torna-se duradoura e, então, definitiva. No direito romano, a noção de propriedade particular remonta à fundação de Roma, quando grandes terras aráveis foram distribuídas em forma de propriedades particulares, mesmo antes da Lei das XII Tábuas (século V a.C.). O hábito de concessão da terra às mesmas famílias, gradativamente, acabou por estabelecer certo vínculo do pater famílias ao solo, o que levou surgimento do caráter privado, individual e perpétuo da propriedade. Assim, em sua aparência inicial, por influência romana, a propriedade passou a ter caráter absoluto e personalíssimo, baseando-se no direito de usar, gozar e abusar das coisas (ius utendi, fruendi et abutendi). A noção de propriedade individual como um direito, em sua concepção moderna, remete à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, como produto das ideias liberais da Revolução Francesa. Nesse importante documento, a propriedade é proclamada como um direito sagrado e inviolável, considerando-se a uma exteriorização da própria pessoa e da sua cidadania. Em nossos dias, o direito de propriedade torna-se uma função social, que interessa à coletividade, afastando-se a nota absoluta, perpétua, exclusiva que, na concepção romana, tornava aquele direito uma potestade quase soberana e intangível. No direito brasileiro, várias normas foram editadas durante os séculos XIX e XX, reconhecendo mas prevendo limitações ao exercício do direito à propriedade, tanto móvel quanto imóvel. a Constituição Federal de 1988 positivou o direito de propriedade vinculado ao cumprimento de sua função social, considerando-o como direito e garantia fundamental, destacadamente, em seu artigo 5.º, incisos XXII e XXIII. No âmbito da União Europeia, foi na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (2000), art. 17, que "Toda a pessoa tem o direito de possuir, usar, dispor e legar seus bens legalmente adquiridos. Ninguém pode ser privado da sua propriedade, exceto no interesse público e nos casos e nas condições previstas em lei". Em todo caso, o direito da União Europeia tem sedimentado, através das interpretações dadas pelo seu Tribunal de Justiça, o entendimento de que a propriedade - ou qualquer outro direito individual - não é um direito absoluto, enfatizando a função social que ela deve ter. Baseado no método da análise comparativa, o artigo tem por objetivo apresentar a convergência legal e jurisprudencial que tem sido alcançada no direito comparado na definição dos limites do direito fundamental à propriedade como direito individual.

Palavras-chave: Direito à propriedade. Função social da propriedade. Constituição Brasileira. União Europeia.

Referências:CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito constitucional. Belo Horizonte: Livraria Del Rey Editora Ltda,1999.COMPARATO, Fábio Konder. Função social da propriedade dos bens de produção. In: Direito empresarial: estudos e pareceres. São Paulo: Saraiva, 1995.EPSTEIN, Richard P. Supreme Neglect: how to revive constitutional protection for private property. Inalienable Rights Series. Oxford University Press, 2008.LOUREIRO, Francisco Eduardo. A propriedade como relação jurídica complexa. Rio

Desembargador Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, Brasil.Desembargador Presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima, Brasil, Doutorando em Direito pela Universidad Nacional de Lomas de Zamora, Argentina, Mestre em Sociedades e Fronteiras da Universidade Federal de Roraima e Especialista em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor de Direitos Reais do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.

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GT 7 - TEMAS EMERGENTES DE DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL

Coordenadora: Prof. Msc. Lívia Dutra Barreto (UFRR)

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O DIREITO À PROPRIEDADE E O RECONHECIMENTO DE SUA FUNÇÃO SOCIAL: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O DIREITO BRASILEIRO E O DIREITO

DA UNIÃO EUROPEIA

Almiro José Mello Padilha Mauro José do Nascimento Campello

O presente artigo pretende abordar o processo histórico que levou não apenas ao reconhecimento do direito à propriedade como um direito fundamental e humano (a partir de uma abordagem privatista-civilista dos direitos sobre a res), mas também ao posterior reconhecimento de que esse direito deveria estar condicionado ao atendimento de uma função social e promoção do bem-estar geral (a partir de uma abordagem constitucionalista dos direitos reais). Conforme Richard P. Epstein, a propriedade sobre bens móveis nasce com a civilização, ao passo que a propriedade de bens imóveis surge inicialmente sob a forma de posse temporária da terra, a qual, posteriormente, torna-se duradoura e, então, definitiva. No direito romano, a noção de propriedade particular remonta à fundação de Roma, quando grandes terras aráveis foram distribuídas em forma de propriedades particulares, mesmo antes da Lei das XII Tábuas (século V a.C.). O hábito de concessão da terra às mesmas famílias, gradativamente, acabou por estabelecer certo vínculo do pater famílias ao solo, o que levou surgimento do caráter privado, individual e perpétuo da propriedade. Assim, em sua aparência inicial, por influência romana, a propriedade passou a ter caráter absoluto e personalíssimo, baseando-se no direito de usar, gozar e abusar das coisas (ius utendi, fruendi et abutendi). A noção de propriedade individual como um direito, em sua concepção moderna, remete à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, como produto das ideias liberais da Revolução Francesa. Nesse importante documento, a propriedade é proclamada como um direito sagrado e inviolável, considerando-se a uma exteriorização da própria pessoa e da sua cidadania. Em nossos dias, o direito de propriedade torna-se uma função social, que interessa à coletividade, afastando-se a nota absoluta, perpétua, exclusiva que, na concepção romana, tornava aquele direito uma potestade quase soberana e intangível. No direito brasileiro, várias normas foram editadas durante os séculos XIX e XX, reconhecendo mas prevendo limitações ao exercício do direito à propriedade, tanto móvel quanto imóvel. a Constituição Federal de 1988 positivou o direito de propriedade vinculado ao cumprimento de sua função social, considerando-o como direito e garantia fundamental, destacadamente, em seu artigo 5.º, incisos XXII e XXIII. No âmbito da União Europeia, foi na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (2000), art. 17, que "Toda a pessoa tem o direito de possuir, usar, dispor e legar seus bens legalmente adquiridos. Ninguém pode ser privado da sua propriedade, exceto no interesse público e nos casos e nas condições previstas em lei". Em todo caso, o direito da União Europeia tem sedimentado, através das interpretações dadas pelo seu Tribunal de Justiça, o entendimento de que a propriedade - ou qualquer outro direito individual - não é um direito absoluto, enfatizando a função social que ela deve ter. Baseado no método da análise comparativa, o artigo tem por objetivo apresentar a convergência legal e jurisprudencial que tem sido alcançada no direito comparado na definição dos limites do direito fundamental à propriedade como direito individual.

Palavras-chave: Direito à propriedade. Função social da propriedade. Constituição Brasileira. União Europeia.

Referências:CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito constitucional. Belo Horizonte: Livraria Del Rey Editora Ltda,1999.COMPARATO, Fábio Konder. Função social da propriedade dos bens de produção. In: Direito empresarial: estudos e pareceres. São Paulo: Saraiva, 1995.EPSTEIN, Richard P. Supreme Neglect: how to revive constitutional protection for private property. Inalienable Rights Series. Oxford University Press, 2008.LOUREIRO, Francisco Eduardo. A propriedade como relação jurídica complexa. Rio

Desembargador Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, Brasil.Desembargador Presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima, Brasil, Doutorando em Direito pela Universidad Nacional de Lomas de Zamora, Argentina, Mestre em Sociedades e Fronteiras da Universidade Federal de Roraima e Especialista em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor de Direitos Reais do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.

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GT 7 - TEMAS EMERGENTES DE DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL

Coordenadora: Prof. Msc. Lívia Dutra Barreto (UFRR)

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de Janeiro: Renovar, 2003.MARTINS, Patrícia Fragoso. O princípio do primado do direito comunitário sobre normas constitucionais dos Estados-Membros: dos tratados ao projecto de "Constituição da Europa". Estoril: Princípia, 2006.PAIS, Sofia Oliveira (coord.). Princípios Fundamentais de Direito da União Europeia: Uma abordagem jurisprudencial. Coimbra: Almedina, 2013.

A LEI DOS REGISTROS PÚBLICOS À LUZ DA TEORIA DA FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO: A EFETIVIDADE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

DECORRENTES DA UNIÃO ESTÁVEL.

Bruno Cavalcanti Angelin Mendes

O objeto de estudo do presente trabalho é a análise do direito do companheiro em ter o seu nome e a sua condição reconhecida e registrada na certidão de óbito daquele com quem constituiu união estável. O problema da pesquisa surge quando se observa que o art. 80 da Lei 6.015/1973 elenca taxativamente as informações que devem ser inseridas no assento de óbito, dentre elas, apenas o nome do cônjuge sobrevivente, se casado fosse. Neste ponto, portanto, a Lei de Registros Públicos está evidentemente ultrapassada em relação às novas linhas do Direito Civil-Constitucional brasileiro, em especial, em razão da consagração dos direitos decorrentes da União Estável no art. 226 da Constituição Federal de 1988 e no art. 1.723 do Código Civil de 2002, e ainda, dentre outras, pelas Leis 8.971/1994 e 9.278/1996, sem esquecer diversos precedentes judiciais nesse sentido. A pesquisa justifica-se porque citada lei vincula o Oficial a registrar, objetivamente, apenas o que o texto legal assinala, mesmo em situações em que o companheiro sobrevivente esteja de posse da competente Escritura Pública de união estável, ferindo de maneira drástica os direitos fundamentais construídos a partir de uma relação afetiva de convivência pública e duradoura, com o objetivo imediato de constituição de família. Apesar de se tratar de tema amplo, o objetivo principal é analisar a questão de Direito Civil posta a partir de uma visão contemporânea em que a Constituição passa a irradiar valores para os demais sistemas jurídicos desse ramo do Direito, consolidando, por conseguinte, um movimento de Repersonalização do Direito Civil, a partir de um caráter garantista e humanista, preocupado com a tutela jurídica da pessoa. A partir da Constituição, passa-se a conceber a solidez da relação familiar nascida fora da formalidade imposta ao casamento, e então, tem-se evidente o fenômeno da Constitucionalização do Direito Civil, o qual se baseia na existência de uma nova tábua axiológica motivada a partir de uma atividade interpretativa proveniente do próprio texto constitucional. Ao caso em questão, há de se observar as lições do professor alemão Konrad Hesse quando trata da Teoria da Força Normativa da Constituição, cujas ideias foram amplamente difundidas durante a primeira metade do século XX no momento de transição e superação do modelo predominante na Europa, que enxergava a Constituição como um documento essencialmente político, para dar-lhe um novo sentido: o normativo. Para Hesse, mais do que um reflexo das condições fáticas de sua vigência, a Constituição é capaz de imprimir ordem e conformação à realidade política e social devido à sua força normativa. Com essa base doutrinária, revela-se uma tendência de adequado tratamento da matéria no reconhecimento da união estável e na produção de seus efeitos, já que, para dar efetividade à Constituição e concretizar a vontade que dela decorre, é necessário reconhecer a força ativa do instituto sobre as disposições contrárias ou mesmo omissas da Lei de Registros Públicos, alcançando, assim, o reconhecimento judicial da possibilidade de inserção, no assento de óbito, da situação jurídica existente entre o companheiro e o falecido, tanto para garantir a dignidade da pessoa humana, quanto para resguardar a isonomia constitucional e a força normativa da Constituição.

Palavras-Chave: União Estável. Registros Públicos. Força Normativa. Constituição. Direitos Fundamentais.

Referências:ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios - da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição. 3. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1999.GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: direito de família. Vol IV 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 773p.HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição. Porto Alegre: Sergio Antônio Fabris, 1991.

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47 Professor Assistente-A do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR. Advogado e Coordenador do Núcleo de Práticas Jurídicas e defesas da UFRR. Mestre em Direito Público e Evolução Social pela Universidade Estácio de Sá - UNESA. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade para o Desenvolvimento da Região do Pantanal - UNIDERP.

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de Janeiro: Renovar, 2003.MARTINS, Patrícia Fragoso. O princípio do primado do direito comunitário sobre normas constitucionais dos Estados-Membros: dos tratados ao projecto de "Constituição da Europa". Estoril: Princípia, 2006.PAIS, Sofia Oliveira (coord.). Princípios Fundamentais de Direito da União Europeia: Uma abordagem jurisprudencial. Coimbra: Almedina, 2013.

A LEI DOS REGISTROS PÚBLICOS À LUZ DA TEORIA DA FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO: A EFETIVIDADE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

DECORRENTES DA UNIÃO ESTÁVEL.

Bruno Cavalcanti Angelin Mendes

O objeto de estudo do presente trabalho é a análise do direito do companheiro em ter o seu nome e a sua condição reconhecida e registrada na certidão de óbito daquele com quem constituiu união estável. O problema da pesquisa surge quando se observa que o art. 80 da Lei 6.015/1973 elenca taxativamente as informações que devem ser inseridas no assento de óbito, dentre elas, apenas o nome do cônjuge sobrevivente, se casado fosse. Neste ponto, portanto, a Lei de Registros Públicos está evidentemente ultrapassada em relação às novas linhas do Direito Civil-Constitucional brasileiro, em especial, em razão da consagração dos direitos decorrentes da União Estável no art. 226 da Constituição Federal de 1988 e no art. 1.723 do Código Civil de 2002, e ainda, dentre outras, pelas Leis 8.971/1994 e 9.278/1996, sem esquecer diversos precedentes judiciais nesse sentido. A pesquisa justifica-se porque citada lei vincula o Oficial a registrar, objetivamente, apenas o que o texto legal assinala, mesmo em situações em que o companheiro sobrevivente esteja de posse da competente Escritura Pública de união estável, ferindo de maneira drástica os direitos fundamentais construídos a partir de uma relação afetiva de convivência pública e duradoura, com o objetivo imediato de constituição de família. Apesar de se tratar de tema amplo, o objetivo principal é analisar a questão de Direito Civil posta a partir de uma visão contemporânea em que a Constituição passa a irradiar valores para os demais sistemas jurídicos desse ramo do Direito, consolidando, por conseguinte, um movimento de Repersonalização do Direito Civil, a partir de um caráter garantista e humanista, preocupado com a tutela jurídica da pessoa. A partir da Constituição, passa-se a conceber a solidez da relação familiar nascida fora da formalidade imposta ao casamento, e então, tem-se evidente o fenômeno da Constitucionalização do Direito Civil, o qual se baseia na existência de uma nova tábua axiológica motivada a partir de uma atividade interpretativa proveniente do próprio texto constitucional. Ao caso em questão, há de se observar as lições do professor alemão Konrad Hesse quando trata da Teoria da Força Normativa da Constituição, cujas ideias foram amplamente difundidas durante a primeira metade do século XX no momento de transição e superação do modelo predominante na Europa, que enxergava a Constituição como um documento essencialmente político, para dar-lhe um novo sentido: o normativo. Para Hesse, mais do que um reflexo das condições fáticas de sua vigência, a Constituição é capaz de imprimir ordem e conformação à realidade política e social devido à sua força normativa. Com essa base doutrinária, revela-se uma tendência de adequado tratamento da matéria no reconhecimento da união estável e na produção de seus efeitos, já que, para dar efetividade à Constituição e concretizar a vontade que dela decorre, é necessário reconhecer a força ativa do instituto sobre as disposições contrárias ou mesmo omissas da Lei de Registros Públicos, alcançando, assim, o reconhecimento judicial da possibilidade de inserção, no assento de óbito, da situação jurídica existente entre o companheiro e o falecido, tanto para garantir a dignidade da pessoa humana, quanto para resguardar a isonomia constitucional e a força normativa da Constituição.

Palavras-Chave: União Estável. Registros Públicos. Força Normativa. Constituição. Direitos Fundamentais.

Referências:ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios - da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição. 3. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1999.GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: direito de família. Vol IV 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 773p.HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição. Porto Alegre: Sergio Antônio Fabris, 1991.

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47 Professor Assistente-A do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR. Advogado e Coordenador do Núcleo de Práticas Jurídicas e defesas da UFRR. Mestre em Direito Público e Evolução Social pela Universidade Estácio de Sá - UNESA. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade para o Desenvolvimento da Região do Pantanal - UNIDERP.

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LASSALE, Ferdinand. A essência da Constituição. 5ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2000. MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. Curitiba: Juruá, 2014. 236p.MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.NOVELINO, Marcelo. Direito constitucional. 5ª ed. São Paulo: Método, 2011. 927p.

DA TENDÊNCIA DESCODIFICADORA DO DIREITO CIVIL BRASILEIRO E O PAPEL DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Camila Costa Carvalho Elisa Jacobina de Castro Catarina

A tendência codificadora do Direito reporta-se aos tempos mais longínquos da civilização, tais como se poderia citar o Código de Hamurábi, a Lei das XII Tábuas, ambos atinentes aos tempos Antigos. Já na fase Moderna, este movimento foi intensificado, sobretudo após a arrebatadora influência da cultura exegética francesa pós-edição dos Códigos de Napoleão. Pode-se dizer que essa tendência, foi um dos nortes responsáveis pelo surgimento do que hoje se conhece pelo Sistema do "Civil Law", cujo sustentáculo é a legislação escrita. Guardadas as peculiaridades históricas, hoje o termo "Codex" quer significar livro ou compêndio que reúne toda norma pertinente a uma parte ou ramo do direito. Se de um lado o sistema escrito tem a benesse de unificar de tratamento jurídico às relações sociais que a ela se subsumem, conferindo segurança jurídica; há, em contrapartida, o demérito de sedimentar as regras jurídicas, tornando-as defasadas, apesar de válidas. Logo, não se pode supor, peremptoriamente, que os Códigos sejam obras perfeitas e acabadas. Pelo contrário, sendo o Direito uma ciência social, deve acompanhar o seu objeto em todo o processo de evolução. É nesse contexto que surgiu a Descodificação, pois, na medida em que os anos passam e/ou com a mudança do contexto social em voga, os Códigos tornam-se inefetivos e um empecilho à evolução jurídica. Para combater tais males, as Compilações vêm sofrendo emendas por várias leis esparsas, obrigando-as a voltar à realidade. Até certo ponto isso é tolerável, após isso estar-se-ia criando mero anacoluto jurídico, uma colcha de retalhos sem coerência ou efetividade social. Assim, o movimento codificador paulatinamente vem perdendo parte do seu brio, quando passou-se a dar preferência à criação legislativa de natureza mais específica, pronta a compor os litígios a ela relativos, criando espécies de subsistemas autônomos que visam atender a situações sociais determinadas, tornando-se mais condizente com a realidade. Com efeito, no Brasil o movimento da descodificação vem ganhando força, tal como é visto claramente após a edição do Novo Código Civil (Lei n. 10.406/02), que sofreu edições logo após entrar em vigência, em 2003. Ora, é cediço que ao legislador não é possível antever as necessidades sociais que o futuro guarda e, sendo assim, manter o Código em sua redação original por muito tempo é tarefa impossível. Além disso, sabe-se que a Constituição é a norma superior de todo o sistema, e, portanto, é quem definirá os parâmetros básicos sob os quais as novas leis deverão ser externadas no âmbito social. Nesta seara, para enfrentarmos os objetivos e problemáticas expostos utilizaremos uma abordagem qualitativa, com a utilização de pesquisa exploratória, por meio do procedimento de coleta de dados bibliográficos. Sem prejuízo, também pretende-se analisar o papel da Carta Magna na criação e na aplicação das mudanças legislativas que se tem visto. Deste modo, a relevância acadêmica do debate suscitado consiste em analisar até que ponto a Descodificação vem afetando o ramo civilista brasileiro, as suas tendências.

Palavras-chave: Codificação. Descodificação. Direito Civil. Constituição Federal.

Referências:SERPA LOPES, Miguel Maria de. Curso de Direito Civil. Volume I, 8ª edição. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1996. MORATO, Antônio Carlos. Codificação e Descodificação: uma análise do tema. In: Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, [S.I.], v. 98, p. 95-120, j a n . d e 2 0 1 3 , I S S N 2 3 1 8 - 8 2 3 5 . D i s p o n í v e l e m : <http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/vier/67581>. Acesso em: 16 Out. 2014. TIMM, Luciano Benetti. "Descodificação", constitucionalização e reprivatização do Direito Privado: O Código Civil ainda é útil? The Latin American an Caribean Journal of legal Studies. Vol. 3 [2003], publicação eletrônica de Berkeley Eletronics Press em: <http://services.bepress.com/laços/vol3/iss1/art1. Acesso em: 16 Out. 2014.

Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR. Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.

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LASSALE, Ferdinand. A essência da Constituição. 5ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2000. MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. Curitiba: Juruá, 2014. 236p.MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.NOVELINO, Marcelo. Direito constitucional. 5ª ed. São Paulo: Método, 2011. 927p.

DA TENDÊNCIA DESCODIFICADORA DO DIREITO CIVIL BRASILEIRO E O PAPEL DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Camila Costa Carvalho Elisa Jacobina de Castro Catarina

A tendência codificadora do Direito reporta-se aos tempos mais longínquos da civilização, tais como se poderia citar o Código de Hamurábi, a Lei das XII Tábuas, ambos atinentes aos tempos Antigos. Já na fase Moderna, este movimento foi intensificado, sobretudo após a arrebatadora influência da cultura exegética francesa pós-edição dos Códigos de Napoleão. Pode-se dizer que essa tendência, foi um dos nortes responsáveis pelo surgimento do que hoje se conhece pelo Sistema do "Civil Law", cujo sustentáculo é a legislação escrita. Guardadas as peculiaridades históricas, hoje o termo "Codex" quer significar livro ou compêndio que reúne toda norma pertinente a uma parte ou ramo do direito. Se de um lado o sistema escrito tem a benesse de unificar de tratamento jurídico às relações sociais que a ela se subsumem, conferindo segurança jurídica; há, em contrapartida, o demérito de sedimentar as regras jurídicas, tornando-as defasadas, apesar de válidas. Logo, não se pode supor, peremptoriamente, que os Códigos sejam obras perfeitas e acabadas. Pelo contrário, sendo o Direito uma ciência social, deve acompanhar o seu objeto em todo o processo de evolução. É nesse contexto que surgiu a Descodificação, pois, na medida em que os anos passam e/ou com a mudança do contexto social em voga, os Códigos tornam-se inefetivos e um empecilho à evolução jurídica. Para combater tais males, as Compilações vêm sofrendo emendas por várias leis esparsas, obrigando-as a voltar à realidade. Até certo ponto isso é tolerável, após isso estar-se-ia criando mero anacoluto jurídico, uma colcha de retalhos sem coerência ou efetividade social. Assim, o movimento codificador paulatinamente vem perdendo parte do seu brio, quando passou-se a dar preferência à criação legislativa de natureza mais específica, pronta a compor os litígios a ela relativos, criando espécies de subsistemas autônomos que visam atender a situações sociais determinadas, tornando-se mais condizente com a realidade. Com efeito, no Brasil o movimento da descodificação vem ganhando força, tal como é visto claramente após a edição do Novo Código Civil (Lei n. 10.406/02), que sofreu edições logo após entrar em vigência, em 2003. Ora, é cediço que ao legislador não é possível antever as necessidades sociais que o futuro guarda e, sendo assim, manter o Código em sua redação original por muito tempo é tarefa impossível. Além disso, sabe-se que a Constituição é a norma superior de todo o sistema, e, portanto, é quem definirá os parâmetros básicos sob os quais as novas leis deverão ser externadas no âmbito social. Nesta seara, para enfrentarmos os objetivos e problemáticas expostos utilizaremos uma abordagem qualitativa, com a utilização de pesquisa exploratória, por meio do procedimento de coleta de dados bibliográficos. Sem prejuízo, também pretende-se analisar o papel da Carta Magna na criação e na aplicação das mudanças legislativas que se tem visto. Deste modo, a relevância acadêmica do debate suscitado consiste em analisar até que ponto a Descodificação vem afetando o ramo civilista brasileiro, as suas tendências.

Palavras-chave: Codificação. Descodificação. Direito Civil. Constituição Federal.

Referências:SERPA LOPES, Miguel Maria de. Curso de Direito Civil. Volume I, 8ª edição. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1996. MORATO, Antônio Carlos. Codificação e Descodificação: uma análise do tema. In: Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, [S.I.], v. 98, p. 95-120, j a n . d e 2 0 1 3 , I S S N 2 3 1 8 - 8 2 3 5 . D i s p o n í v e l e m : <http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/vier/67581>. Acesso em: 16 Out. 2014. TIMM, Luciano Benetti. "Descodificação", constitucionalização e reprivatização do Direito Privado: O Código Civil ainda é útil? The Latin American an Caribean Journal of legal Studies. Vol. 3 [2003], publicação eletrônica de Berkeley Eletronics Press em: <http://services.bepress.com/laços/vol3/iss1/art1. Acesso em: 16 Out. 2014.

Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR. Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.

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O DIREITO FUNDAMENTAL DE INVIOLABILIDADE À INTIMIDADE E À PRIVACIDADE NA ERA DIGITAL

Renata Cristina Onofre Ramalho

Este trabalho apresenta um estudo dos danos causados pela violação da intimidade, da imagem e da privacidade das pessoas por meio da rede mundial de computadores. O objetivo é expor a problemática advinda do uso da internet no que concerne ao desrespei to a esses direi tos fundamentais assegurados constitucionalmente, bem como procura demonstrar os desafios quanto à responsabilização civil do cometedor pelas leis vigentes, visto que muitas vezes a internet possui peculiaridades que não estão previstas no ordenamento jurídico vigente, além de certos entraves, dentre os quais o anonimato no meio virtual. O método utilizado foi o dedutivo, o qual partindo das relações virtuais, procurou apresentar as transformações promovidas pela internet na vida das pessoas até chegar à violação do direito à intimidade e à privacidade. Foi ainda objeto do referido trabalho, uma pesquisa bibliográfica acerca do tema proposto em leis, jurisprudências, doutrinas e decisões proferidas por tribunais na análise de casos concretos. O estudo da violação da intimidade e da privacidade no meio virtual torna-se relevante, visto que a internet é uma ferramenta incorporada ao cotidiano das pessoas e que traz inúmeros benefícios à sociedade, como a facilidade de comunicação, o acesso e compartilhamento de informações, estabelecimento de relações de trabalho, comerciais e principalmente interpessoais. Porém, sem os cuidados necessários, essa tecnologia também pode apresentar sérios riscos à segurança do internauta, pois atualmente são crescentes os episódios que demonstram o desrespeito aos direitos mencionados, como uso indevido da imagem e o "bullying virtual", além da prática criminosa de roubo e publicação de fotografias e vídeos íntimos. Conclui-se que estamos em um momento de transição em que as relações humanas se tornam cada vez mais interativas através dos dispositivos móveis de comunicação, porém, as pessoas estão cada vez mais vulneráveis aos ataques às suas esferas de intimidade e privacidade. Sob o ponto de vista da legislação interna, nota-se que o Brasil ainda está engatinhando com a adoção de leis específicas sobre crimes virtuais, a exemplo da criação da Lei nº. 12.737/2012, que dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos e da Lei nº. 12.965/2014 que regula o uso da internet no país, também conhecida como Marco Civil da Internet. Palavras-chave: Direito à Privacidade. Direito à Intimidade. Internet. Crimes virtuais. Responsabilidade Civil.

Referências:BLUM, Renato M. S. Opice. Manual de direito eletrônico e internet. São Paulo: Aduaneiras, 2006.BRASIL. Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 abr. 2014. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm>. Acesso em: 01 out. 2014. BRASIL. Lei nº 12.737, de 30 de novembro de 2012. Dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03 dez. 2012. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12737.htm>. Acesso em: 01 out. 2014. ZANATTA, Leonardo. O Direito digital e as implicações cíveis decorrentes das r e l a ç õ e s v i r t u a i s . D i s p o n í v e l e m : < w w w 3 . p u c r s . b r / p u c r s / f i l e s / uni/poa/direito/...2/leonardo_zanatta.pdf>. Acesso em: 20 set 2014.

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50 Bacharelanda em Direito pela Universidade Estadual de Roraima - UERR.80 81

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O DIREITO FUNDAMENTAL DE INVIOLABILIDADE À INTIMIDADE E À PRIVACIDADE NA ERA DIGITAL

Renata Cristina Onofre Ramalho

Este trabalho apresenta um estudo dos danos causados pela violação da intimidade, da imagem e da privacidade das pessoas por meio da rede mundial de computadores. O objetivo é expor a problemática advinda do uso da internet no que concerne ao desrespei to a esses direi tos fundamentais assegurados constitucionalmente, bem como procura demonstrar os desafios quanto à responsabilização civil do cometedor pelas leis vigentes, visto que muitas vezes a internet possui peculiaridades que não estão previstas no ordenamento jurídico vigente, além de certos entraves, dentre os quais o anonimato no meio virtual. O método utilizado foi o dedutivo, o qual partindo das relações virtuais, procurou apresentar as transformações promovidas pela internet na vida das pessoas até chegar à violação do direito à intimidade e à privacidade. Foi ainda objeto do referido trabalho, uma pesquisa bibliográfica acerca do tema proposto em leis, jurisprudências, doutrinas e decisões proferidas por tribunais na análise de casos concretos. O estudo da violação da intimidade e da privacidade no meio virtual torna-se relevante, visto que a internet é uma ferramenta incorporada ao cotidiano das pessoas e que traz inúmeros benefícios à sociedade, como a facilidade de comunicação, o acesso e compartilhamento de informações, estabelecimento de relações de trabalho, comerciais e principalmente interpessoais. Porém, sem os cuidados necessários, essa tecnologia também pode apresentar sérios riscos à segurança do internauta, pois atualmente são crescentes os episódios que demonstram o desrespeito aos direitos mencionados, como uso indevido da imagem e o "bullying virtual", além da prática criminosa de roubo e publicação de fotografias e vídeos íntimos. Conclui-se que estamos em um momento de transição em que as relações humanas se tornam cada vez mais interativas através dos dispositivos móveis de comunicação, porém, as pessoas estão cada vez mais vulneráveis aos ataques às suas esferas de intimidade e privacidade. Sob o ponto de vista da legislação interna, nota-se que o Brasil ainda está engatinhando com a adoção de leis específicas sobre crimes virtuais, a exemplo da criação da Lei nº. 12.737/2012, que dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos e da Lei nº. 12.965/2014 que regula o uso da internet no país, também conhecida como Marco Civil da Internet. Palavras-chave: Direito à Privacidade. Direito à Intimidade. Internet. Crimes virtuais. Responsabilidade Civil.

Referências:BLUM, Renato M. S. Opice. Manual de direito eletrônico e internet. São Paulo: Aduaneiras, 2006.BRASIL. Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 abr. 2014. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm>. Acesso em: 01 out. 2014. BRASIL. Lei nº 12.737, de 30 de novembro de 2012. Dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03 dez. 2012. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12737.htm>. Acesso em: 01 out. 2014. ZANATTA, Leonardo. O Direito digital e as implicações cíveis decorrentes das r e l a ç õ e s v i r t u a i s . D i s p o n í v e l e m : < w w w 3 . p u c r s . b r / p u c r s / f i l e s / uni/poa/direito/...2/leonardo_zanatta.pdf>. Acesso em: 20 set 2014.

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CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: CONFLITO APARENTE ENTRE A LIBERDADE DE INFORMAÇÃO E OS ATRIBUTOS INDIVIDUAIS DA PESSOA

HUMANA NO ÂMBITO DO DIREITO AO ESQUECIMENTO

Bárbara Graziele Carvalho Brígido

O direito constitucional passou por diversas transformações ao longo do tempo, sendo sensível a modificação conceitual ocorrida com a construção do pós-positivismo. Neste contexto, aquele movimento filosófico contribui sobremaneira para o desenvolvimento e afirmação dos direitos fundamentais, núcleos inerentes ao Estado Constitucional de Direito. Sob a ótica do Neoconstitucionalismo, movimento político-social relacionado ao Pós-positivismo, o Estado tem de respeitar as liberdades fundamentais dos cidadãos e, além disto, resguardar e promover o princípio da dignidade da pessoa humana, cerne do ordenamento jurídico brasileiro. Aquele movimento constitucional impulsionou mudanças significativas no âmbito da aproximação entre direito público e privado, sendo nítida a influência e os reflexos que a Carta Excelsa exerce no Direito Civil, acarretando no fenômeno denominado de Constitucionalização do Direito Civil. Ganha relevo a matéria sobre os direitos da personalidade, tidos como núcleos intangíveis relacionados ao íntimo de cada pessoa, sendo relevante o tratamento atribuído quando da colisão destes direitos. Desta relação conflituosa faz-se necessária a técnica de ponderação, proposta por Robert Alexy, para impedir uma exclusão inoportuna de um direito perante o outro, tendo em vista a relevância do conteúdo de tais direitos. Da análise mais atenta desta possibilidade de conflito, torna-se cada vez mais frequente a questão sobre o direito ao esquecimento indo de encontro ao direito à informação, gerando discussões acerca da extensão daquele direito, máxime no que diz respeito ao âmbito do Superior Tribunal de Justiça. Em razão disso, questiona-se sobre de que forma o direito ao esquecimento assegura a ponderação entre a liberdade de informação e atributos individuais da pessoa humana. Para enfrentar a problemática levantada, o ponto de partida será o estudo do direito civil-constitucional, analisando a maneira com que a liberdade de informação e os atributos individuais da pessoa humana podem ser ponderados para se atingir sintonia com a presunção legal e constitucional de regenerabilidade da pessoa humana em face do direito ao esquecimento. O tema será delimitado na evolução dos direitos da personalidade, com enfoque no direito ao esquecimento no âmbito do Superior Tribunal de Justiça. Deste modo, a relevância acadêmica do debate suscitado, consiste em discutir a proteção dos direitos da personalidade, com ênfase no direito ao esquecimento, cujo escopo é o de evidenciar a visualização dos aspectos deste direito no ordenamento jurídico brasileiro. Metodologicamente, será adotada a ideia construtivista, segundo a qual a descrição do objeto é ao mesmo tempo sua construção, significa que não pretendemos expor uma ideia conclusiva, com tons de verdade absoluta sobre o tema, mas somente ensejar um debate sobre a extensão do direito ao esquecimento e o meio pelo qual serão solucionadas suas controvérsias quando colidir com o direito à informação.

Palavras-chave: Constitucionalização do Direito Civil. Direitos fundamentais. Direitos da personalidade. Teoria da Ponderação. Direito ao esquecimento.

Referências:BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.OST, François. O tempo do direito. Tradução Élcio Fernandes. Baurú: Edusc, 2005.

SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9 ed. rev. atual. e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008.TARTUCE, Flávio. Direito civil 1: Lei de introdução e parte geral. 10 ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014.TEPEDINO, Gustavo. Temas de direito civil. 4 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.

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51Graduanda do 10º semestre do curso de Direito na Universidade Federal de Roraima.82 83

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CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: CONFLITO APARENTE ENTRE A LIBERDADE DE INFORMAÇÃO E OS ATRIBUTOS INDIVIDUAIS DA PESSOA

HUMANA NO ÂMBITO DO DIREITO AO ESQUECIMENTO

Bárbara Graziele Carvalho Brígido

O direito constitucional passou por diversas transformações ao longo do tempo, sendo sensível a modificação conceitual ocorrida com a construção do pós-positivismo. Neste contexto, aquele movimento filosófico contribui sobremaneira para o desenvolvimento e afirmação dos direitos fundamentais, núcleos inerentes ao Estado Constitucional de Direito. Sob a ótica do Neoconstitucionalismo, movimento político-social relacionado ao Pós-positivismo, o Estado tem de respeitar as liberdades fundamentais dos cidadãos e, além disto, resguardar e promover o princípio da dignidade da pessoa humana, cerne do ordenamento jurídico brasileiro. Aquele movimento constitucional impulsionou mudanças significativas no âmbito da aproximação entre direito público e privado, sendo nítida a influência e os reflexos que a Carta Excelsa exerce no Direito Civil, acarretando no fenômeno denominado de Constitucionalização do Direito Civil. Ganha relevo a matéria sobre os direitos da personalidade, tidos como núcleos intangíveis relacionados ao íntimo de cada pessoa, sendo relevante o tratamento atribuído quando da colisão destes direitos. Desta relação conflituosa faz-se necessária a técnica de ponderação, proposta por Robert Alexy, para impedir uma exclusão inoportuna de um direito perante o outro, tendo em vista a relevância do conteúdo de tais direitos. Da análise mais atenta desta possibilidade de conflito, torna-se cada vez mais frequente a questão sobre o direito ao esquecimento indo de encontro ao direito à informação, gerando discussões acerca da extensão daquele direito, máxime no que diz respeito ao âmbito do Superior Tribunal de Justiça. Em razão disso, questiona-se sobre de que forma o direito ao esquecimento assegura a ponderação entre a liberdade de informação e atributos individuais da pessoa humana. Para enfrentar a problemática levantada, o ponto de partida será o estudo do direito civil-constitucional, analisando a maneira com que a liberdade de informação e os atributos individuais da pessoa humana podem ser ponderados para se atingir sintonia com a presunção legal e constitucional de regenerabilidade da pessoa humana em face do direito ao esquecimento. O tema será delimitado na evolução dos direitos da personalidade, com enfoque no direito ao esquecimento no âmbito do Superior Tribunal de Justiça. Deste modo, a relevância acadêmica do debate suscitado, consiste em discutir a proteção dos direitos da personalidade, com ênfase no direito ao esquecimento, cujo escopo é o de evidenciar a visualização dos aspectos deste direito no ordenamento jurídico brasileiro. Metodologicamente, será adotada a ideia construtivista, segundo a qual a descrição do objeto é ao mesmo tempo sua construção, significa que não pretendemos expor uma ideia conclusiva, com tons de verdade absoluta sobre o tema, mas somente ensejar um debate sobre a extensão do direito ao esquecimento e o meio pelo qual serão solucionadas suas controvérsias quando colidir com o direito à informação.

Palavras-chave: Constitucionalização do Direito Civil. Direitos fundamentais. Direitos da personalidade. Teoria da Ponderação. Direito ao esquecimento.

Referências:BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.OST, François. O tempo do direito. Tradução Élcio Fernandes. Baurú: Edusc, 2005.

SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9 ed. rev. atual. e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008.TARTUCE, Flávio. Direito civil 1: Lei de introdução e parte geral. 10 ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014.TEPEDINO, Gustavo. Temas de direito civil. 4 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.

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51Graduanda do 10º semestre do curso de Direito na Universidade Federal de Roraima.82 83

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CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: O DIÁLOGO DAS FONTES COMO FORMA DE APRIMORAR A UNIDADE DO ORDENAMENTO JURÍDICO

Igor Fabrício Gomes Dourado

O direito civil em sua origem era tido como o centro do ordenamento jurídico, norteando as interpretações de diversas normas, além do fato de ser o responsável por estabelecer, exclusivamente, os requisitos essenciais do contrato. O movimento do Pós-positivismo trouxe a lume uma inversão da interpretação no âmbito do direito, por meio do movimento Neoconstitucionalista, alguns fenômenos foram surgindo, tal qual a inserção do direito constitucional na seara do direito civil, causando uma aproximação nítida entre o direito público e o direito privado. O fenômeno da Constitucionalização do Direito Civil se faz presente pela irradiação das normas constitucionais por todo o ordenamento jurídico. Com o advento da poluição legislativa, o Direito Civil tem de conviver com inúmeras leis esparsas. Em razão disso, questiona-se sobre a possibilidade de convivência do Código Civil com inúmeras leis, que, a priori, parecem ir de encontro a aquele, sem que seja gerada uma grave insegurança jurídica. Para enfrentar esta problemática, será utilizada a teoria do diálogo das fontes, oriunda do Direito Alemão, em que a comunicação normativa é dinamizada para se extrair o melhor proveito de sua construção, superando as antigas soluções para as antinomias reais. O tema será delimitado no âmbito do diálogo entre duas fontes normativas, quais sejam: Código Civil e Código de Defesa do Consumidor. Deste modo, a relevância acadêmica do debate suscitado consiste em discutir a mudança de paradigma enfrentada pelo Direito Civil, quando da sua construção normativa, em que a comunicação entre codificações se torne regra e a exclusão de normas incompatíveis venha a se tornar medida excepcional. Metodologicamente, será adotada a ideia construtivista, segundo a qual a descrição do objeto é a mesmo tempo sua construção, significa que há pretensão de expor uma ideia conclusiva, com tons de verdade absoluta sobre o tema, mas somente ensejar um debate sobre a mudança decorrente do diálogo das fontes.

Palavras-chave: Direito Civil. Constitucionalização do Direito Civil. Diálogo das fontes. Direito do Consumidor. Neoconstitucionalismo.

Referências:BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.TEPEDINO, Gustavo. Temas de direito civil. 4 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.MARQUES, Claudia Lima. Diálogo das fontes: Do conflito à coordenação das normas do direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.

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52Graduando do 10º semestre do curso de direito da Faculdade Estácio Atual. Servidor Público do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima.84 85

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CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: O DIÁLOGO DAS FONTES COMO FORMA DE APRIMORAR A UNIDADE DO ORDENAMENTO JURÍDICO

Igor Fabrício Gomes Dourado

O direito civil em sua origem era tido como o centro do ordenamento jurídico, norteando as interpretações de diversas normas, além do fato de ser o responsável por estabelecer, exclusivamente, os requisitos essenciais do contrato. O movimento do Pós-positivismo trouxe a lume uma inversão da interpretação no âmbito do direito, por meio do movimento Neoconstitucionalista, alguns fenômenos foram surgindo, tal qual a inserção do direito constitucional na seara do direito civil, causando uma aproximação nítida entre o direito público e o direito privado. O fenômeno da Constitucionalização do Direito Civil se faz presente pela irradiação das normas constitucionais por todo o ordenamento jurídico. Com o advento da poluição legislativa, o Direito Civil tem de conviver com inúmeras leis esparsas. Em razão disso, questiona-se sobre a possibilidade de convivência do Código Civil com inúmeras leis, que, a priori, parecem ir de encontro a aquele, sem que seja gerada uma grave insegurança jurídica. Para enfrentar esta problemática, será utilizada a teoria do diálogo das fontes, oriunda do Direito Alemão, em que a comunicação normativa é dinamizada para se extrair o melhor proveito de sua construção, superando as antigas soluções para as antinomias reais. O tema será delimitado no âmbito do diálogo entre duas fontes normativas, quais sejam: Código Civil e Código de Defesa do Consumidor. Deste modo, a relevância acadêmica do debate suscitado consiste em discutir a mudança de paradigma enfrentada pelo Direito Civil, quando da sua construção normativa, em que a comunicação entre codificações se torne regra e a exclusão de normas incompatíveis venha a se tornar medida excepcional. Metodologicamente, será adotada a ideia construtivista, segundo a qual a descrição do objeto é a mesmo tempo sua construção, significa que há pretensão de expor uma ideia conclusiva, com tons de verdade absoluta sobre o tema, mas somente ensejar um debate sobre a mudança decorrente do diálogo das fontes.

Palavras-chave: Direito Civil. Constitucionalização do Direito Civil. Diálogo das fontes. Direito do Consumidor. Neoconstitucionalismo.

Referências:BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.TEPEDINO, Gustavo. Temas de direito civil. 4 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.MARQUES, Claudia Lima. Diálogo das fontes: Do conflito à coordenação das normas do direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.

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52Graduando do 10º semestre do curso de direito da Faculdade Estácio Atual. Servidor Público do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima.84 85

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PROTEÇÃO JURÍDICA NOS MÉTODOS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA: ÚTERO SUBSTITUIÇÃO

Fabiana Rikils Larissa Araldi

Virgínia Muniz de Souza Cruz

O presente trabalho pretende elucidar sobre os métodos de reprodução assistida, dentre as quais tem-se a Inseminação Artificial, Fertilização In Vitro (FIV), Bancos de Sémen, Doação de Óvulos e Embriões, o maior enfoque será a respeito do Útero Substituição, ou popularmente conhecido erroneamente como "Barriga de Aluguel", não só porque o feto se desenvolve no útero e não na barriga, mas também porque o contrato de aluguel exige pagamento e no Brasil é vedado cobrar pela doação do útero. O objeto principal do estudo os avanços biotecnológicos e seus impactos nas relações jurídicas. A Reprodução Assistida é um conjunto de técnicas, utilizadas por médicos especializados, que tem como principal objetivo tentar viabilizar a gestação em mulheres com dificuldades de engravidar. A Maternidade de Substituição, envolve essencialmente técnicas de reprodução humana assistida, que consiste, na doação temporária do útero de uma mulher em favor da concretização do projeto parental idealizado por outra. No Brasil, a Reprodução Assistida é regulamentada tão somente por Resoluções, que estabelecem parâmetros para que esta incida de forma regular sem que haja intuito mercantil. As resoluções não têm força de lei, e portanto não implicam sanções. Temos a Resolução nº. 1.358/92 e a Resolução nº 1.957/2010 do CFM, que adota normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida, Resolução da ANVISA nº 33/2006 que regulamenta banco de células e tecidos germinativos, o Biodireito que trata da teoria, da legislação e da jurisprudência relativas às normas reguladoras da conduta humana em face dos avanços da Biologia, da Biotecnologia e da Medicina, Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05), que permite a utilização dos embriões excedentes. Diante desse contexto, e da constatação de que sua realização é mais frequente do que se imaginaria, revela-se adequado e pertinente um estudo mais aprofundado acerca de seu tratamento na proteção jurídica pátria, nas analogias trazidas pelo Direito comparado, bem como das tendências legislativas e jurisprudências.

Palavras-chave: Métodos de Reprodução Assistida. Útero Substituição. Doação temporária de útero. Biodireito.

Referências:KRELL, OLGA J. GOUVEIA. Reprodução humana assistida e filiação civil: princípios éticos e jurídicos. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2006.GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. A nova filiação: o biodireito e as relações parentais. O Estabelecimento da Parentalidade-Filiação e os Efeitos Jurídicos da Reprodução Assistida Heteróloga. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.PINTO, Taciana Jusfredo Simões. As procriações artificiais e o direito de família. Presidente Prudente, Faculdades Integrada Antônio Eufrásio de Toledo, 2001.SCARPARO, Mônica Sartori. Fertilização assistida: questão aberta, aspectos científicos e legais, Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991.OLIVEIRA, Deborah Ciocci Alvarez de; BORGES JR., Edson. Reprodução assistida: até onde podemos chegar? Compreendendo a ética e a lei, São Paulo: Gaia, 2000.MOREIRA FILHO, José Roberto. O direito civil em face das novas técnicas de reprodução assistida. Jus Navigandi, Teresina, ano 6, n. 55, mar. 2002. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2747>. Acesso em: 13/05/2008.R e v i s t a Ve j a . A p r á t i c a d a b a r r i g a d e a l u g u e l . D i s p o n í v e l e m : http://veja.abril.com.br/070508/p_140.shtml>TORRES, Eugênio Magarinos. Estimulação Ovariana; FIV; ICSI; Doação de Óvulos; Doação de Útero; Transferência de Embriões. Clínica Bebê de Proveta. Disponível em http://www.bebedeproveta.com.br/default.asp . Acesso em 27/01/2009.OLIVEIRA, Guilherme Freire Falcão de. Mãe há só 'uma' duas!: o contrato de gestação. Coimbra: Coimbra. Ed., 1992.COSTA, Sérgio Costa; DINIZ, Débora. Ensaios: Bioética. Editora Letras Livres, 2006.

Graduanda em Direito pela Faculdade Estácio da Amazônia.Graduanda em Direito pela Faculdade Estácio da Amazônia.Graduanda em Direito pelas Faculdades Cathedral.

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PROTEÇÃO JURÍDICA NOS MÉTODOS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA: ÚTERO SUBSTITUIÇÃO

Fabiana Rikils Larissa Araldi

Virgínia Muniz de Souza Cruz

O presente trabalho pretende elucidar sobre os métodos de reprodução assistida, dentre as quais tem-se a Inseminação Artificial, Fertilização In Vitro (FIV), Bancos de Sémen, Doação de Óvulos e Embriões, o maior enfoque será a respeito do Útero Substituição, ou popularmente conhecido erroneamente como "Barriga de Aluguel", não só porque o feto se desenvolve no útero e não na barriga, mas também porque o contrato de aluguel exige pagamento e no Brasil é vedado cobrar pela doação do útero. O objeto principal do estudo os avanços biotecnológicos e seus impactos nas relações jurídicas. A Reprodução Assistida é um conjunto de técnicas, utilizadas por médicos especializados, que tem como principal objetivo tentar viabilizar a gestação em mulheres com dificuldades de engravidar. A Maternidade de Substituição, envolve essencialmente técnicas de reprodução humana assistida, que consiste, na doação temporária do útero de uma mulher em favor da concretização do projeto parental idealizado por outra. No Brasil, a Reprodução Assistida é regulamentada tão somente por Resoluções, que estabelecem parâmetros para que esta incida de forma regular sem que haja intuito mercantil. As resoluções não têm força de lei, e portanto não implicam sanções. Temos a Resolução nº. 1.358/92 e a Resolução nº 1.957/2010 do CFM, que adota normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida, Resolução da ANVISA nº 33/2006 que regulamenta banco de células e tecidos germinativos, o Biodireito que trata da teoria, da legislação e da jurisprudência relativas às normas reguladoras da conduta humana em face dos avanços da Biologia, da Biotecnologia e da Medicina, Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05), que permite a utilização dos embriões excedentes. Diante desse contexto, e da constatação de que sua realização é mais frequente do que se imaginaria, revela-se adequado e pertinente um estudo mais aprofundado acerca de seu tratamento na proteção jurídica pátria, nas analogias trazidas pelo Direito comparado, bem como das tendências legislativas e jurisprudências.

Palavras-chave: Métodos de Reprodução Assistida. Útero Substituição. Doação temporária de útero. Biodireito.

Referências:KRELL, OLGA J. GOUVEIA. Reprodução humana assistida e filiação civil: princípios éticos e jurídicos. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2006.GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. A nova filiação: o biodireito e as relações parentais. O Estabelecimento da Parentalidade-Filiação e os Efeitos Jurídicos da Reprodução Assistida Heteróloga. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.PINTO, Taciana Jusfredo Simões. As procriações artificiais e o direito de família. Presidente Prudente, Faculdades Integrada Antônio Eufrásio de Toledo, 2001.SCARPARO, Mônica Sartori. Fertilização assistida: questão aberta, aspectos científicos e legais, Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991.OLIVEIRA, Deborah Ciocci Alvarez de; BORGES JR., Edson. Reprodução assistida: até onde podemos chegar? Compreendendo a ética e a lei, São Paulo: Gaia, 2000.MOREIRA FILHO, José Roberto. O direito civil em face das novas técnicas de reprodução assistida. Jus Navigandi, Teresina, ano 6, n. 55, mar. 2002. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2747>. Acesso em: 13/05/2008.R e v i s t a Ve j a . A p r á t i c a d a b a r r i g a d e a l u g u e l . D i s p o n í v e l e m : http://veja.abril.com.br/070508/p_140.shtml>TORRES, Eugênio Magarinos. Estimulação Ovariana; FIV; ICSI; Doação de Óvulos; Doação de Útero; Transferência de Embriões. Clínica Bebê de Proveta. Disponível em http://www.bebedeproveta.com.br/default.asp . Acesso em 27/01/2009.OLIVEIRA, Guilherme Freire Falcão de. Mãe há só 'uma' duas!: o contrato de gestação. Coimbra: Coimbra. Ed., 1992.COSTA, Sérgio Costa; DINIZ, Débora. Ensaios: Bioética. Editora Letras Livres, 2006.

Graduanda em Direito pela Faculdade Estácio da Amazônia.Graduanda em Direito pela Faculdade Estácio da Amazônia.Graduanda em Direito pelas Faculdades Cathedral.

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DINIZ, Maria Helena de. O Estado Atual do Biodireito. São Paulo: Saraiva, 2002. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil: direito de família. 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006. v. 5.

EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Pedro Carlos de Araújo Oliveira

O presente trabalho trata sobre o debate da aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas. Tem como escopo fazer uma abordagem geral sobre a eficácia dos direitos fundamentais frente às relações jurídicas privadas, objetivando-se ressaltar a importância do tema para a doutrina constitucional contemporânea. A eficácia horizontal dos direitos fundamentais vem passando por uma grande contribuição de estudiosos. Sendo perceptível que a doutrina constitucional tem maior preocupação com a aplicabilidade desses direitos, do que com o seu fundamento e legitimidade. O método utilizado para abordar a temática foi a análise bibliográfica acerca das teorias concernentes à eficácia horizontal através do estudo comparado do ordenamento jurídico e doutrina alemã e americana, e seus reflexos no direito brasileiro. O estudo procura demonstrar que a proteção dos direitos fundamentais é essencial para a garantia de uma sociedade livre, harmônica e justa. Com a obtenção dos direitos fundamentais, resultantes de lutas, batalhas e revoluções para que atingissem seu status de garantia mínima essencial ao ser humano, sendo que o grande marco dessa evolução foi alcançado com o ideal de liberdade, igualdade e fraternidade, conquistado pelas revoluções americana e francesa, que culminou com o fortalecimento do Estado de Direito; passaram a atuar novas forças privadas, além do Poder Estatal, capazes de desestabilizar as relações jurídicas entre particulares. Deste modo, a aplicação dos direitos fundamentais na esfera privada surgiu com intuito de proteger esses direitos primários dos indivíduos, uma vez que os direitos fundamentais são oponíveis não só em relação ao Estado, mas também no âmbito das relações privadas. Sob este cenário desenvolveram-se teorias que tratavam sobre esse tema: a teoria State Action ou teoria da ineficácia horizontal, que rebateu aquela ideia, visa defender o liberalismo clássico; a teoria da eficácia horizontal indireta ou mediata, que aponta que a vinculação dos particulares aos direitos fundamentais deve ocorrer de forma mediata por meio de cláusulas gerais acolhedoras de direitos fundamentais estabelecidas pelo legislador; e a teoria da eficácia horizontal direta ou imediata, que atribui aos direitos fundamentais eficácia erga omnes. O Direito Brasileiro tende para o reconhecimento majoritário da aplicação direta e imediata dos direitos fundamentais nas relações entre particulares, pelas características inerentes à constituição vigente. Dessa forma, a aplicação horizontal dos direitos fundamentais surge com intuito de proteger esses direitos primários dos indivíduos também no âmbito de suas relações privadas. Assim, a aplicação desses direitos na esfera privada é uma realidade necessária, e a solução da controvérsia entre a autonomia privada e os direitos fundamentais, deve ser suprida pelo Estado de modo a propiciar os direitos e garantias inerentes a pessoa e a sociedade, utilizando-se da ponderação entre os direitos fundamentais e a autonomia privada.

Palavras-chave: Eficácia. Direitos Fundamentais. Relações privadas.

Referências:BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da constituição federal. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006.BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 10 ed. São Paulo: Malheiros, 2000.DIMITRI, Dimoulis; MARTINS, Leonardo. Teoria geral dos direitos fundamentais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.KRETZ, Andrietta. Autonomia da vontade e eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Florianópolis: Momento atual, 2005.PEREIRA. Jane Reis Gonçalves. Interpretação constitucional e direitos fundamentais: uma contribuição ao estudo das restrições aos direitos fundamentais na perspectiva da teoria dos princípios. Rio de Janeiro: Renovar, 2006.REALE, Miguel. Teoria do direito e do estado. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9 .ed., rev., ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007.SILVA, José Afonso, Aplicabilidade das normas constitucionais. 3 ed., ver., ampl. São Paulo: Malheiros, 1998.

Acadêmico do Curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima - UERR.

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DINIZ, Maria Helena de. O Estado Atual do Biodireito. São Paulo: Saraiva, 2002. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil: direito de família. 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006. v. 5.

EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Pedro Carlos de Araújo Oliveira

O presente trabalho trata sobre o debate da aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas. Tem como escopo fazer uma abordagem geral sobre a eficácia dos direitos fundamentais frente às relações jurídicas privadas, objetivando-se ressaltar a importância do tema para a doutrina constitucional contemporânea. A eficácia horizontal dos direitos fundamentais vem passando por uma grande contribuição de estudiosos. Sendo perceptível que a doutrina constitucional tem maior preocupação com a aplicabilidade desses direitos, do que com o seu fundamento e legitimidade. O método utilizado para abordar a temática foi a análise bibliográfica acerca das teorias concernentes à eficácia horizontal através do estudo comparado do ordenamento jurídico e doutrina alemã e americana, e seus reflexos no direito brasileiro. O estudo procura demonstrar que a proteção dos direitos fundamentais é essencial para a garantia de uma sociedade livre, harmônica e justa. Com a obtenção dos direitos fundamentais, resultantes de lutas, batalhas e revoluções para que atingissem seu status de garantia mínima essencial ao ser humano, sendo que o grande marco dessa evolução foi alcançado com o ideal de liberdade, igualdade e fraternidade, conquistado pelas revoluções americana e francesa, que culminou com o fortalecimento do Estado de Direito; passaram a atuar novas forças privadas, além do Poder Estatal, capazes de desestabilizar as relações jurídicas entre particulares. Deste modo, a aplicação dos direitos fundamentais na esfera privada surgiu com intuito de proteger esses direitos primários dos indivíduos, uma vez que os direitos fundamentais são oponíveis não só em relação ao Estado, mas também no âmbito das relações privadas. Sob este cenário desenvolveram-se teorias que tratavam sobre esse tema: a teoria State Action ou teoria da ineficácia horizontal, que rebateu aquela ideia, visa defender o liberalismo clássico; a teoria da eficácia horizontal indireta ou mediata, que aponta que a vinculação dos particulares aos direitos fundamentais deve ocorrer de forma mediata por meio de cláusulas gerais acolhedoras de direitos fundamentais estabelecidas pelo legislador; e a teoria da eficácia horizontal direta ou imediata, que atribui aos direitos fundamentais eficácia erga omnes. O Direito Brasileiro tende para o reconhecimento majoritário da aplicação direta e imediata dos direitos fundamentais nas relações entre particulares, pelas características inerentes à constituição vigente. Dessa forma, a aplicação horizontal dos direitos fundamentais surge com intuito de proteger esses direitos primários dos indivíduos também no âmbito de suas relações privadas. Assim, a aplicação desses direitos na esfera privada é uma realidade necessária, e a solução da controvérsia entre a autonomia privada e os direitos fundamentais, deve ser suprida pelo Estado de modo a propiciar os direitos e garantias inerentes a pessoa e a sociedade, utilizando-se da ponderação entre os direitos fundamentais e a autonomia privada.

Palavras-chave: Eficácia. Direitos Fundamentais. Relações privadas.

Referências:BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da constituição federal. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006.BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 10 ed. São Paulo: Malheiros, 2000.DIMITRI, Dimoulis; MARTINS, Leonardo. Teoria geral dos direitos fundamentais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.KRETZ, Andrietta. Autonomia da vontade e eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Florianópolis: Momento atual, 2005.PEREIRA. Jane Reis Gonçalves. Interpretação constitucional e direitos fundamentais: uma contribuição ao estudo das restrições aos direitos fundamentais na perspectiva da teoria dos princípios. Rio de Janeiro: Renovar, 2006.REALE, Miguel. Teoria do direito e do estado. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9 .ed., rev., ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007.SILVA, José Afonso, Aplicabilidade das normas constitucionais. 3 ed., ver., ampl. São Paulo: Malheiros, 1998.

Acadêmico do Curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima - UERR.

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IMPASSES QUANTO A NACIONALIDADE DOS POVOS INDÍGENAS NA FRONTEIRA BRASIL-GUIANA

Isabele Medeiros de Souza Líbia Renata Oliveira de Souza

Thaize Generoso de Oliveira

Na fronteira entre a República Federativa do Brasil e a República Cooperativa da Guiana, nos limites do município de Bonfim e da cidade de Lethem, foi verificado um aumento expressivo no número de guianenses que passaram a adquirir a nacionalidade brasileira de maneira irregular, isto é, pessoas reconhecidas a um só tempo como naturais da Guiana e do Brasil, utilizando-se de nomes e filiações distintas. Esse fato tem ocorrido em virtude de haver, na região, terras indígenas que antecedem a definição da fronteira internacional, em 1904. Nessas terras, o responsável pelo controle de natalidade nas comunidades é o tuxaua. Entretanto, guianenses de ascendência indígena, que já possuem documentos de identidade da Guiana, procuram os tuxauas para serem incluídos como membros das comunidades. Alguns que são incluídos solicitam junto às autoridades brasileiras documentos de identidade e, obtendo-os, passam a ter plenos direitos de cidadania brasileiros e guianenses, inclusive a benefícios sociais, como direito à moradia e aos programas de assistência, e políticos, como o direito ao voto. Esses cidadãos duplamente beneficiados transitam livremente na fronteira, identificando-se como brasileiro ou guianense, conforme o seu interesse. O presente texto pretende contrapor os requisitos para a nacionalidade brasileira, presentes no artigo 12 da Constituição Federal brasileira de 1988, e a problemática em torno da indefinição da identidade dos povos indígenas das áreas mencionadas, que tiveram suas terras divididas na linha de fronteira entre o Brasil e a Guiana. Para tanto, serão realizadas pesquisas bibliográficas baseadas nos estudos de Stephen G. Baines, Roberto Cardoso de Oliveira e no que a Constituição Brasileira versa a respeito do tema. Normas do direito brasileiro e do direito internacional relacionadas a terras indígenas e aos direitos dos nativos também serão fontes documentais para o desenvolvimento do artigo.

Palavras-chave: Fronteira. Nacionalidade. Povos Indígenas. Brasil-Guiana.

Referências:BAINES, Stephen G. Entre dois Estados nacionais: perspectivas indígenas a respeito da fronteira entre Guiana e Brasil. Anuário Antropológico 2005, pp 35?49, 2006.BAINES, Stephen G. Indianidade e nacionalidade na fronteira Brasil-Guiana. Série Antropologia, No 360, Brasília: Departamento de Antropologia, Universidade de Brasília, 2004a.BAINES, Stephen G. A fronteira Brasil-Guiana e os povos indígenas. In: Revista de Estudos e Pesquisas. Brasília: FUNAI: CGEP/CGDOC, v.1,n.1, 2004bCARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Os (dês)caminhos da identidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Vol. 15, no. 42, 2000.CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto; BAINES, Stephen G. (Org.). Nacionalidade e etnicidade em fronteiras. Brasília: Editora UnB, 2005. 278 p. (Coleção Américas, Coordenação Ana Maria Fernandes).

Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.

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GT 8 - DIREITOS HUMANOS E INTERCULTURALIDADECoordenador: Prof. Dr. Isaias Montanari Júnior (UFRR)

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IMPASSES QUANTO A NACIONALIDADE DOS POVOS INDÍGENAS NA FRONTEIRA BRASIL-GUIANA

Isabele Medeiros de Souza Líbia Renata Oliveira de Souza

Thaize Generoso de Oliveira

Na fronteira entre a República Federativa do Brasil e a República Cooperativa da Guiana, nos limites do município de Bonfim e da cidade de Lethem, foi verificado um aumento expressivo no número de guianenses que passaram a adquirir a nacionalidade brasileira de maneira irregular, isto é, pessoas reconhecidas a um só tempo como naturais da Guiana e do Brasil, utilizando-se de nomes e filiações distintas. Esse fato tem ocorrido em virtude de haver, na região, terras indígenas que antecedem a definição da fronteira internacional, em 1904. Nessas terras, o responsável pelo controle de natalidade nas comunidades é o tuxaua. Entretanto, guianenses de ascendência indígena, que já possuem documentos de identidade da Guiana, procuram os tuxauas para serem incluídos como membros das comunidades. Alguns que são incluídos solicitam junto às autoridades brasileiras documentos de identidade e, obtendo-os, passam a ter plenos direitos de cidadania brasileiros e guianenses, inclusive a benefícios sociais, como direito à moradia e aos programas de assistência, e políticos, como o direito ao voto. Esses cidadãos duplamente beneficiados transitam livremente na fronteira, identificando-se como brasileiro ou guianense, conforme o seu interesse. O presente texto pretende contrapor os requisitos para a nacionalidade brasileira, presentes no artigo 12 da Constituição Federal brasileira de 1988, e a problemática em torno da indefinição da identidade dos povos indígenas das áreas mencionadas, que tiveram suas terras divididas na linha de fronteira entre o Brasil e a Guiana. Para tanto, serão realizadas pesquisas bibliográficas baseadas nos estudos de Stephen G. Baines, Roberto Cardoso de Oliveira e no que a Constituição Brasileira versa a respeito do tema. Normas do direito brasileiro e do direito internacional relacionadas a terras indígenas e aos direitos dos nativos também serão fontes documentais para o desenvolvimento do artigo.

Palavras-chave: Fronteira. Nacionalidade. Povos Indígenas. Brasil-Guiana.

Referências:BAINES, Stephen G. Entre dois Estados nacionais: perspectivas indígenas a respeito da fronteira entre Guiana e Brasil. Anuário Antropológico 2005, pp 35?49, 2006.BAINES, Stephen G. Indianidade e nacionalidade na fronteira Brasil-Guiana. Série Antropologia, No 360, Brasília: Departamento de Antropologia, Universidade de Brasília, 2004a.BAINES, Stephen G. A fronteira Brasil-Guiana e os povos indígenas. In: Revista de Estudos e Pesquisas. Brasília: FUNAI: CGEP/CGDOC, v.1,n.1, 2004bCARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Os (dês)caminhos da identidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Vol. 15, no. 42, 2000.CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto; BAINES, Stephen G. (Org.). Nacionalidade e etnicidade em fronteiras. Brasília: Editora UnB, 2005. 278 p. (Coleção Américas, Coordenação Ana Maria Fernandes).

Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.

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GT 8 - DIREITOS HUMANOS E INTERCULTURALIDADECoordenador: Prof. Dr. Isaias Montanari Júnior (UFRR)

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DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA NO TRÂNSITO BRASILEIRO

Karla Ingrid Pinto Cuellar

Este artigo discorre sobre a importância da educação para o trânsito e do exercício da cidadania, tendo-se em vista o direito fundamental dos cidadãos a um trânsito seguro. Enfatiza-se o papel do motorista na prevenção de acidentes e melhoria das condições de tráfego nas vias públicas. Os acidentes de trânsito acarretam vítimas, diretas e indiretas, com lesões graves, incapacidades físicas permanentes e mortes, trazendo diversos prejuízos à sociedade. Apesar das normas vigentes, ainda é muito observada a ideia de impunidade dos motoristas, que apenas respeitam as leis se houver uma fiscalização efetiva, como é o caso da Lei Seca. Conclui-se pela necessidade de mudanças sociais, através da valorização dos direitos humanos, tendo-se em vista a necessidade de um trânsito seguro, primordial para a preservação da vida, como direito fundamental de segunda dimensão. Nessa perspectiva, analisar-se-á as gerações ou dimensões dos Direitos Fundamentais, efetuando um paralelo com os Direitos Humanos.

Palavras-chaves: Trânsito. Direitos Humanos. Direitos Fundamentais.

Referências:BITTENCOURT, Cezar Roberto. Alguns aspectos penais controvertidos do código de trânsito. Revista dos Tribunais 754/480/94.BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 11ª ed. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus, 1992.BRASIL, Previdência Social. Publicação do Ministério da Previdência Social. Ano II, n. 2, janeiro-abril, 2012.CAMPOS, Tomás Cano. El régimen jurídico-administrativo del tráfico (Bases históricas y constitucionales, técnicas de intervención y sanciones). Madrid: Civitas Ediciones, 1999. HONORATO, Cássio Mattos. Trânsito: infrações e crimes. O Trânsito em Condições Seguras. Campinas (SP): Millennium, 2009.__________. Trânsito seguro: Direito Fundamental de Segunda Dimensão. RT 911, ano 100, p. 107-169, set. 2011.LORENCES, Valentín Héctor. Derecho de tránsito. 1ª ed. Buenos Aires: Editorial Universidad, 2007.MATTA, Roberto da; VASCONCELOS, João Gualberto M.; PANDOLFI, Ricardo. Fé em Deus e pé na tábua (Ou como e por que o trânsito enlouqueceu no Brasil). Rio de janeiro: Rocco, 2010.MITIDIERO, Nei Pires. Comentários ao código de trânsito brasileiro: direito de trânsito e direito administrativo de trânsito. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005.MONTENEGRO, Magda. Meio ambiente e responsabilidade civil. São Paulo: IOB Thomson, 2005.MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.PINHONI, Marina. Com nova Lei Seca, mortes em acidentes caem 43% em São Paulo. Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/. Acesso em 15.04.2014.PORTAL CET. Pela primeira vez em 8 anos o número de acidentes fatais na cidade c a i e m t o d a s a s c a t e g o r i a s , 2 0 . 0 3 . 2 0 1 4 . D i s p o n í v e l e m : http://www.cetsp.com.br/noticias/2014/03/20/pela-primeira-vez-em-8-anos-o-numero-de-acidentes-fatais-na-cidade-cai-em-todas-as-categorias.aspx. Acesso em 10.05.2014.SANTOS, Juliano Viali dos. Trânsito em condições seguras. Paragimas e acepções jurídicas do artigo 1º do Código de Trânsito Brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009.WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da violência 2013. Acidentes de trânsito e motocicletas. Rio de Janeiro: CEBELA - Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos, 2013.WHO. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs358/en/>. World Health Organization, 2013. Acesso em: 25.05.2014.

Professora da universidade Federal de Roraima. Mestre em Direitos Fundamentais. Advogada.

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DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA NO TRÂNSITO BRASILEIRO

Karla Ingrid Pinto Cuellar

Este artigo discorre sobre a importância da educação para o trânsito e do exercício da cidadania, tendo-se em vista o direito fundamental dos cidadãos a um trânsito seguro. Enfatiza-se o papel do motorista na prevenção de acidentes e melhoria das condições de tráfego nas vias públicas. Os acidentes de trânsito acarretam vítimas, diretas e indiretas, com lesões graves, incapacidades físicas permanentes e mortes, trazendo diversos prejuízos à sociedade. Apesar das normas vigentes, ainda é muito observada a ideia de impunidade dos motoristas, que apenas respeitam as leis se houver uma fiscalização efetiva, como é o caso da Lei Seca. Conclui-se pela necessidade de mudanças sociais, através da valorização dos direitos humanos, tendo-se em vista a necessidade de um trânsito seguro, primordial para a preservação da vida, como direito fundamental de segunda dimensão. Nessa perspectiva, analisar-se-á as gerações ou dimensões dos Direitos Fundamentais, efetuando um paralelo com os Direitos Humanos.

Palavras-chaves: Trânsito. Direitos Humanos. Direitos Fundamentais.

Referências:BITTENCOURT, Cezar Roberto. Alguns aspectos penais controvertidos do código de trânsito. Revista dos Tribunais 754/480/94.BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 11ª ed. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus, 1992.BRASIL, Previdência Social. Publicação do Ministério da Previdência Social. Ano II, n. 2, janeiro-abril, 2012.CAMPOS, Tomás Cano. El régimen jurídico-administrativo del tráfico (Bases históricas y constitucionales, técnicas de intervención y sanciones). Madrid: Civitas Ediciones, 1999. HONORATO, Cássio Mattos. Trânsito: infrações e crimes. O Trânsito em Condições Seguras. Campinas (SP): Millennium, 2009.__________. Trânsito seguro: Direito Fundamental de Segunda Dimensão. RT 911, ano 100, p. 107-169, set. 2011.LORENCES, Valentín Héctor. Derecho de tránsito. 1ª ed. Buenos Aires: Editorial Universidad, 2007.MATTA, Roberto da; VASCONCELOS, João Gualberto M.; PANDOLFI, Ricardo. Fé em Deus e pé na tábua (Ou como e por que o trânsito enlouqueceu no Brasil). Rio de janeiro: Rocco, 2010.MITIDIERO, Nei Pires. Comentários ao código de trânsito brasileiro: direito de trânsito e direito administrativo de trânsito. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005.MONTENEGRO, Magda. Meio ambiente e responsabilidade civil. São Paulo: IOB Thomson, 2005.MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.PINHONI, Marina. Com nova Lei Seca, mortes em acidentes caem 43% em São Paulo. Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/. Acesso em 15.04.2014.PORTAL CET. Pela primeira vez em 8 anos o número de acidentes fatais na cidade c a i e m t o d a s a s c a t e g o r i a s , 2 0 . 0 3 . 2 0 1 4 . D i s p o n í v e l e m : http://www.cetsp.com.br/noticias/2014/03/20/pela-primeira-vez-em-8-anos-o-numero-de-acidentes-fatais-na-cidade-cai-em-todas-as-categorias.aspx. Acesso em 10.05.2014.SANTOS, Juliano Viali dos. Trânsito em condições seguras. Paragimas e acepções jurídicas do artigo 1º do Código de Trânsito Brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009.WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da violência 2013. Acidentes de trânsito e motocicletas. Rio de Janeiro: CEBELA - Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos, 2013.WHO. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs358/en/>. World Health Organization, 2013. Acesso em: 25.05.2014.

Professora da universidade Federal de Roraima. Mestre em Direitos Fundamentais. Advogada.

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O PLURINACIONALISMO NAS POLÍTICAS MIGRATÓRIAS BRASILEIRAS: UMA NOVA PERSPECTIVA AOS DIREITOS DOS MIGRANTES

Larissa Soares Melo

O presente artigo se propõe a refletir sobre as políticas migratórias e o anteprojeto de Lei de Migrações e Promoção dos Direitos dos Migrantes no Brasil. Passados 26 anos da promulgação da Constituição Cidadã, a legislação brasileira ainda guarda vínculos com o passado que precisam ser enfrentados. Ao longo dos anos, percebe-se a deficiência legislativa e administrativa das políticas migratórias brasileiras, inobstante o Brasil tenha passado por situações de crises devido aos fluxos migratórios internacionais cada vez mais frequentes. Por não possuir uma legislação adequada para a matéria, políticas adotadas pelo Estado costumeiramente ocasionam violações de direitos humanos e passam uma imagem negativa da mobilidade humana junto à opinião pública. Diante das experiências históricas, tanto no Brasil quanto em outros países, está passando do tempo ao Brasil adaptar suas políticas migratórias aos atuais paradigmas ínsitos nas Constituições de países democráticos, que consideram que migrar é um direito humano. Dada a maneira como o mundo está hoje configurado, a migração não é mais um fenômeno geopolítico que possa ser ignorado. É preciso olhar o migrante não apenas como força de trabalho ou como perigo, mas também, e principalmente, como ser humano com direitos garantidos. A pesquisa da qual deriva este trabalho se justifica pela necessidade de contribuição da pesquisa para o exame do ordenamento jurídico brasileiro com foco na questão dos direitos dos migrantes, enquadrando possíveis avanços e retrocessos à vista do enfoque pluralista que ganha terreno no panorama latino-americano através de um constitucionalismo avançado sobre o tema do multiculturalismo e do plurinacionalismo. A metodologia que será empregada é a qualitativa, sem olvidar, por óbvio, da pesquisa quantitativa como um instrumento de pesquisa exploratória.

Palavras-Chave: Política Migratória. Direitos Humanos. Direito Constitucional.

Referências:B R A S I L . C o n s t i t u i ç ã o f e d e r a l d e 1 9 8 8 . D i s p o n í v e l e m : <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm>. Acesso em: 17.04.2014. _ _ _ _ _ . E s t a t u t o d o e s t r a n g e i r o . D i s p o n í v e l e m : <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6815.htm>. Acesso em: 16.04.2014 BOBBIO, N. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1992.·.Comissão de Especialistas (criada pelo Ministério da Justiça pela Portaria n° 2.162/2013). Anteprojeto de lei de migrações e promoção dos direitos dos migrantes no Brasil, 2014.PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional - 10ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009WOLKMER, Antônio Carlos. Plurarismo jurídico: fundamentos de uma nova cultura no direito. 3 ed. São Paulo: Alfa-Omega, 2001.

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61 Aluna do 8º período do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.94 95

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O PLURINACIONALISMO NAS POLÍTICAS MIGRATÓRIAS BRASILEIRAS: UMA NOVA PERSPECTIVA AOS DIREITOS DOS MIGRANTES

Larissa Soares Melo

O presente artigo se propõe a refletir sobre as políticas migratórias e o anteprojeto de Lei de Migrações e Promoção dos Direitos dos Migrantes no Brasil. Passados 26 anos da promulgação da Constituição Cidadã, a legislação brasileira ainda guarda vínculos com o passado que precisam ser enfrentados. Ao longo dos anos, percebe-se a deficiência legislativa e administrativa das políticas migratórias brasileiras, inobstante o Brasil tenha passado por situações de crises devido aos fluxos migratórios internacionais cada vez mais frequentes. Por não possuir uma legislação adequada para a matéria, políticas adotadas pelo Estado costumeiramente ocasionam violações de direitos humanos e passam uma imagem negativa da mobilidade humana junto à opinião pública. Diante das experiências históricas, tanto no Brasil quanto em outros países, está passando do tempo ao Brasil adaptar suas políticas migratórias aos atuais paradigmas ínsitos nas Constituições de países democráticos, que consideram que migrar é um direito humano. Dada a maneira como o mundo está hoje configurado, a migração não é mais um fenômeno geopolítico que possa ser ignorado. É preciso olhar o migrante não apenas como força de trabalho ou como perigo, mas também, e principalmente, como ser humano com direitos garantidos. A pesquisa da qual deriva este trabalho se justifica pela necessidade de contribuição da pesquisa para o exame do ordenamento jurídico brasileiro com foco na questão dos direitos dos migrantes, enquadrando possíveis avanços e retrocessos à vista do enfoque pluralista que ganha terreno no panorama latino-americano através de um constitucionalismo avançado sobre o tema do multiculturalismo e do plurinacionalismo. A metodologia que será empregada é a qualitativa, sem olvidar, por óbvio, da pesquisa quantitativa como um instrumento de pesquisa exploratória.

Palavras-Chave: Política Migratória. Direitos Humanos. Direito Constitucional.

Referências:B R A S I L . C o n s t i t u i ç ã o f e d e r a l d e 1 9 8 8 . D i s p o n í v e l e m : <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm>. Acesso em: 17.04.2014. _ _ _ _ _ . E s t a t u t o d o e s t r a n g e i r o . D i s p o n í v e l e m : <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6815.htm>. Acesso em: 16.04.2014 BOBBIO, N. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1992.·.Comissão de Especialistas (criada pelo Ministério da Justiça pela Portaria n° 2.162/2013). Anteprojeto de lei de migrações e promoção dos direitos dos migrantes no Brasil, 2014.PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional - 10ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009WOLKMER, Antônio Carlos. Plurarismo jurídico: fundamentos de uma nova cultura no direito. 3 ed. São Paulo: Alfa-Omega, 2001.

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61 Aluna do 8º período do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.94 95

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O CASO BELO MONTE: ASPECTOS CONSTITUCIONAIS E CONVENCIONAIS

Nayara Mota Costa

A polêmica relativa à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte mantém-se acesa, tanto no âmbito brasileiro quanto no internacional, seja em relação à constitucionalidade dos procedimentos adotados pelo governo brasileiro, seja pela convencionalidade dos direitos das comunidades indígenas que estariam sendo violados. Primeiramente, diz-se que as obras de Belo Monte, no rio Xingu, no Estado do Pará, serão construídas em área definida pela Portaria n. 9/2007, do Ministério do Meio Ambiente, como de importância biológica extremamente alta, dada a presença exclusiva de populações de animais nativos. Além disso, de acordo com a entidade "Movimento Xingu Vivo Para Sempre", as obras afetarão aproximadamente 40 povos indígenas (cerca de 25 mil índios, incluindo comunidades em isolamento voluntário), implicando, inclusive, o deslocamento de pelo menos 40.000 pessoas, entre ribeirinhos, agricultores e extrativistas. Alega-se que não houve a oitiva das populações indígenas que serão afetadas, em desacordo com a Constituição Federal, a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas e da Convenção 169 da OIT. Há, portanto, o fundado temor de que esse complexo hidrelétrico ocasione impactos irremediáveis no meio ambiente, na economia familiar local e na integridade cultural e física das comunidades indígenas. Ante a iminência de violação de direitos humanos, foi encaminhada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, ainda em 2013, uma petição contra o Estado brasileiro, que exigirá que o órgão se manifeste em relação a uma das questões mais delicadas no sistema interamericano hoje; segundo Emilio Álvarez Icaza, secretário executivo da CIDH, "todos os países têm seu Belo Monte", assim o julgamento do caso possibilita gerar jurisprudência no âmbito da OEA. Este artigo pretende analisar as questões constitucionais e convencionais que envolvem o caso Belo Monte, e não apenas aquelas relacionadas a direitos civis e políticos, mas também a direitos econômicos, sociais e culturais.

Palavras-chave: Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Direitos Ambientais. Direitos Indígenas.

Referências: RAMOS, André Carvalho de. Curso de direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2014.SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. 8ª ed. rev. e atual. de acordo com a Emenda Constitucional n. 70/2012. São Paulo: Malheiros Editores, 2012.VENTURA, Deisy; CETRA, Raísa Ortiz. O Brasil e o sistema interamericano de direitos humanos: de Maria da Penha à Belo Monte. Texto apresentado no Seminário Internacional "Limites e Possibilidades da Justiça de Transição - Impunidade, direitos e democracia" (Porto Alegre, 2/04/2012), organizado pelo Grupo de Pesquisa CNPq Direito à verdade e à memória e justiça de transição da PUC/RS, pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e pelo IDEJUST, com apoio da CAPES, da FAPERGS e do CNPq. Publicado em: José Carlos Moreira da Silva Filho e Marcelo Torelly (orgs.). Justiça de Transição nas Américas: olhares interdisciplinares, fundamentos e padrões de e f e t i v a ç ã o . B e l o H o r i z o n t e : F o r u m , 2 0 1 3 . D i s p o n í v e l e m : < h t t p : / / w w w . c o n e c t a s . o r g / a r q u i v o s -site/Ventura%20Cetra%20O%20Brasil%20e%20o%20SIDH%202012%20(2)(1).pdf>. Acesso em: 06 out. 2014.

Acadêmica do 4º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.

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O CASO BELO MONTE: ASPECTOS CONSTITUCIONAIS E CONVENCIONAIS

Nayara Mota Costa

A polêmica relativa à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte mantém-se acesa, tanto no âmbito brasileiro quanto no internacional, seja em relação à constitucionalidade dos procedimentos adotados pelo governo brasileiro, seja pela convencionalidade dos direitos das comunidades indígenas que estariam sendo violados. Primeiramente, diz-se que as obras de Belo Monte, no rio Xingu, no Estado do Pará, serão construídas em área definida pela Portaria n. 9/2007, do Ministério do Meio Ambiente, como de importância biológica extremamente alta, dada a presença exclusiva de populações de animais nativos. Além disso, de acordo com a entidade "Movimento Xingu Vivo Para Sempre", as obras afetarão aproximadamente 40 povos indígenas (cerca de 25 mil índios, incluindo comunidades em isolamento voluntário), implicando, inclusive, o deslocamento de pelo menos 40.000 pessoas, entre ribeirinhos, agricultores e extrativistas. Alega-se que não houve a oitiva das populações indígenas que serão afetadas, em desacordo com a Constituição Federal, a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas e da Convenção 169 da OIT. Há, portanto, o fundado temor de que esse complexo hidrelétrico ocasione impactos irremediáveis no meio ambiente, na economia familiar local e na integridade cultural e física das comunidades indígenas. Ante a iminência de violação de direitos humanos, foi encaminhada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, ainda em 2013, uma petição contra o Estado brasileiro, que exigirá que o órgão se manifeste em relação a uma das questões mais delicadas no sistema interamericano hoje; segundo Emilio Álvarez Icaza, secretário executivo da CIDH, "todos os países têm seu Belo Monte", assim o julgamento do caso possibilita gerar jurisprudência no âmbito da OEA. Este artigo pretende analisar as questões constitucionais e convencionais que envolvem o caso Belo Monte, e não apenas aquelas relacionadas a direitos civis e políticos, mas também a direitos econômicos, sociais e culturais.

Palavras-chave: Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Direitos Ambientais. Direitos Indígenas.

Referências: RAMOS, André Carvalho de. Curso de direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2014.SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. 8ª ed. rev. e atual. de acordo com a Emenda Constitucional n. 70/2012. São Paulo: Malheiros Editores, 2012.VENTURA, Deisy; CETRA, Raísa Ortiz. O Brasil e o sistema interamericano de direitos humanos: de Maria da Penha à Belo Monte. Texto apresentado no Seminário Internacional "Limites e Possibilidades da Justiça de Transição - Impunidade, direitos e democracia" (Porto Alegre, 2/04/2012), organizado pelo Grupo de Pesquisa CNPq Direito à verdade e à memória e justiça de transição da PUC/RS, pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e pelo IDEJUST, com apoio da CAPES, da FAPERGS e do CNPq. Publicado em: José Carlos Moreira da Silva Filho e Marcelo Torelly (orgs.). Justiça de Transição nas Américas: olhares interdisciplinares, fundamentos e padrões de e f e t i v a ç ã o . B e l o H o r i z o n t e : F o r u m , 2 0 1 3 . D i s p o n í v e l e m : < h t t p : / / w w w . c o n e c t a s . o r g / a r q u i v o s -site/Ventura%20Cetra%20O%20Brasil%20e%20o%20SIDH%202012%20(2)(1).pdf>. Acesso em: 06 out. 2014.

Acadêmica do 4º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.

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DIREITO À PRIVACIDADE: QUAIS AS FRONTEIRAS EXISTENTES? ANÁLISE DO JUSFILÓSOFO ANDREI MARMOR E DEBATE DESSE DIREITO A PARTIR DE UM

CASO DO SISTEMA EUROPEU DE DIREITOS HUMANOS

Taynara Mendes de Souza Fernando César Costa Xavier

Em artigo recente, publicado em abril de 2014, o jusfilósofo Andrei Marmor refere que o direito à privacidade é um curioso tipo de direito que estaria fundamentado "no interesse das pessoas em terem uma medida razoável de controle sobre as formas pelas quais elas apresentam a si mesmas para os outros". Para que esse interesse seja assegurado, ele diz que deve existir um ambiente razoavelmente seguro e previsível em relação ao fluxo de informações disponíveis, sendo que qualquer manipulação nesse ambiente, de forma a diminuir injustificadamente aquele controle, constituiria violação do direito à privacidade. Concordando com o autor que o direito à privacidade não é exatamente o tipo de direito que possui fronteiras nítidas e que pode haver discordâncias razoáveis sobre a medida razoável de controle que o interesse pela privacidade requer, este artigo pretende debater esse direito a partir do caso Laranjeira Marques da Silva vs. Portugal, do sistema europeu de direitos humanos, que pode bem ilustrar como essas discordâncias razoáveis podem aparecer com frequência em casos em que o interesse à privacidade parte de pessoas públicas que vivem em ambientes provincianos. O referido caso do sistema europeu de direitos humanos gerou um instigaste debate sobre informação e expressão vs. honra e privacidade, visto que vários artigos foram publicados pelo jornalista Laranjeira Marques da Silva, referindo-se a informações processuais confidenciais, das quais ele não poderia ter acesso, relacionadas a um político e médico da região que teria se aproveitado de consultas para abusar sexualmente de suas pacientes. No caso em análise, o jornalista recorreu das decisões proferidas internamente, esgotando todas as possibilidades para levar este caso à corte europeia de direitos humanos, a qual aceitou a queixa e proferiu decisão a favor de Laranjeira. Então, até que ponto poderá ir o direito à liberdade de expressão?A abordagem pretendida trata-se do direito à privacidade presente na Constituição Federal de 1988, tema este analisado pelo Filósofo de Direito Andrei Marmor, além da análise com a diversidade cultural, demonstrada no caso Laranjeira Marques da Silva vs. Portugal, do sistema europeu de direitos humanos.

Palavras-chave: direito à privacidade; sistema europeu; liberdade de expressão.

Referências:BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. B r a s í l i a , D F : S e n a d o , 1 9 8 8 . D i s p o n í v e l e m : <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 18 de setembro de 2014.USC GOLID. Biograf ia Professor Andre i Marmor . D isponíve l em: http://weblaw.usc.edu/who/faculty/directory/contactInfo.cfm?detailID=234. Acesso em: 18 de setembro de 2014.MARMOR, ANDREI . A r t i go . Dire i to à Pr ivac idade . D ispon íve l em: http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2422380. Acesso em: 18 de setembro de 2014.MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Direito internacional público: parte geral. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013.PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional público e privado. Salvador: Editora Jus Podivm, 2011.VARELLA, Marcelo Dias. Direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2011. PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o direito constitucional internacional. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011._______. Direitos, deveres e garantias fundamentais. Parte II. Cap. II. Coordenadores: George Salomão Leite, Ingo Wolfgang Sarlet e Miguel Carbonell. Salvador: JusPODIVM, 2011.

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Acadêmica do 4° semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima. Doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB); Mestre em Direitos Fundamentais e Relações Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA), e Bacharel em Direito pela mesma instituição. Professor Adjunto do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Roraima (ICJ/UFRR).

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DIREITO À PRIVACIDADE: QUAIS AS FRONTEIRAS EXISTENTES? ANÁLISE DO JUSFILÓSOFO ANDREI MARMOR E DEBATE DESSE DIREITO A PARTIR DE UM

CASO DO SISTEMA EUROPEU DE DIREITOS HUMANOS

Taynara Mendes de Souza Fernando César Costa Xavier

Em artigo recente, publicado em abril de 2014, o jusfilósofo Andrei Marmor refere que o direito à privacidade é um curioso tipo de direito que estaria fundamentado "no interesse das pessoas em terem uma medida razoável de controle sobre as formas pelas quais elas apresentam a si mesmas para os outros". Para que esse interesse seja assegurado, ele diz que deve existir um ambiente razoavelmente seguro e previsível em relação ao fluxo de informações disponíveis, sendo que qualquer manipulação nesse ambiente, de forma a diminuir injustificadamente aquele controle, constituiria violação do direito à privacidade. Concordando com o autor que o direito à privacidade não é exatamente o tipo de direito que possui fronteiras nítidas e que pode haver discordâncias razoáveis sobre a medida razoável de controle que o interesse pela privacidade requer, este artigo pretende debater esse direito a partir do caso Laranjeira Marques da Silva vs. Portugal, do sistema europeu de direitos humanos, que pode bem ilustrar como essas discordâncias razoáveis podem aparecer com frequência em casos em que o interesse à privacidade parte de pessoas públicas que vivem em ambientes provincianos. O referido caso do sistema europeu de direitos humanos gerou um instigaste debate sobre informação e expressão vs. honra e privacidade, visto que vários artigos foram publicados pelo jornalista Laranjeira Marques da Silva, referindo-se a informações processuais confidenciais, das quais ele não poderia ter acesso, relacionadas a um político e médico da região que teria se aproveitado de consultas para abusar sexualmente de suas pacientes. No caso em análise, o jornalista recorreu das decisões proferidas internamente, esgotando todas as possibilidades para levar este caso à corte europeia de direitos humanos, a qual aceitou a queixa e proferiu decisão a favor de Laranjeira. Então, até que ponto poderá ir o direito à liberdade de expressão?A abordagem pretendida trata-se do direito à privacidade presente na Constituição Federal de 1988, tema este analisado pelo Filósofo de Direito Andrei Marmor, além da análise com a diversidade cultural, demonstrada no caso Laranjeira Marques da Silva vs. Portugal, do sistema europeu de direitos humanos.

Palavras-chave: direito à privacidade; sistema europeu; liberdade de expressão.

Referências:BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. B r a s í l i a , D F : S e n a d o , 1 9 8 8 . D i s p o n í v e l e m : <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 18 de setembro de 2014.USC GOLID. Biograf ia Professor Andre i Marmor . D isponíve l em: http://weblaw.usc.edu/who/faculty/directory/contactInfo.cfm?detailID=234. Acesso em: 18 de setembro de 2014.MARMOR, ANDREI . A r t i go . Dire i to à Pr ivac idade . D ispon íve l em: http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2422380. Acesso em: 18 de setembro de 2014.MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Direito internacional público: parte geral. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013.PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional público e privado. Salvador: Editora Jus Podivm, 2011.VARELLA, Marcelo Dias. Direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2011. PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o direito constitucional internacional. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011._______. Direitos, deveres e garantias fundamentais. Parte II. Cap. II. Coordenadores: George Salomão Leite, Ingo Wolfgang Sarlet e Miguel Carbonell. Salvador: JusPODIVM, 2011.

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Acadêmica do 4° semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima. Doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB); Mestre em Direitos Fundamentais e Relações Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA), e Bacharel em Direito pela mesma instituição. Professor Adjunto do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Roraima (ICJ/UFRR).

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O CASO MARIA DA PENHA FERNANDES E SEUS IMPACTOS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

Thalita Lívia Israel Ferreira

O caso Maria da Penha Maia Fernandes foi apresentado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em 20 de agosto de 1998, através da denúncia dos peticionários Maria da Penha Maia Fernandes, Centro pela Justiça e pelo Direito Internacional, e Comitê Latino-Americano de Defesa dos Direitos da Mulher, contra a República Federativa do Brasil. Os peticionários alegaram a violação do artigo II (direito de igualdade perante a lei) e XVIII (direito à justiça), da Declaração Americana dos Direitos Humanos; dos artigos 1 (obrigação de respeitar os direitos), 8 (garantias judiciais), 24 (igualdade perante a lei) e 25 (proteção Judicial) do Pacto de San José da Costa Rica; e dos artigos 3 (direito de ser livre de violência), 4 (direito ao reconhecimento, desfrute, exercício e proteção de todos os direitos humanos e liberdades), 5 (direito de exercer livre e plenamente seus direitos) e 7 (os Estados devem adotar meios para erradicar a violência contra a mulher) da Convenção de Belém do Pará. O caso foi concluído com um relatório sobre o mérito, (Relatório n° 54/01), e a CIDH condenou o Brasil e fez recomendações ao país, entre elas a de intensificar o tratamento de intolerância à violência doméstica. Esse foi o principal motivo para a criação da Lei n° 11.340 de 7 de agosto de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha, que se tornou uma das leis mais populares no Brasil, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão. A CIDH acompanha o cumprimento de suas recomendações aos países, tendo o Brasil informado à mesma que desde 2001 trabalha para cumprir tais recomendações, criando delegacias especializadas em atender casos de violência doméstica, a central de atendimento à mulher, acrescentando uma atenuante no rol do artigo 61, II, f, do Código Penal brasileiro (com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica), além de criar políticas públicas para conscientizar a população da existência da lei n° 11.340/06.

Palavras-chave: Comissão Interamericana de Direitos Humanos; violência doméstica; lei Maria da Penha.

Referências:BRASIL. Lei Maria da Penha. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Brasília, DF: Senado, 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em: 10 de setembro de 2014.BRASIL. Cartilha lei Maria da Penha: Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, Presidência da República, 2012. Disponível em: < http://www.mulheresedireitos.org.br/publicacoes/LMP_web.pdf>. Acesso em: 20 de junho de 2014.CIDH. Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Relatório Anual 200. Relatório n° 54/2001. Caso 12.051. Maria da Penha Maia Fernandes. Disponível em: <https://www.cidh.oas.org/annualrep/2000port/12051.htm>. Acesso em: 20 de junho de 2014.INSTITUTO PATRÍCIA GALVÃO. Compromisso atitude. Percepção da sociedade sobre violência e assassinatos de mulheres. São Paulo: 2013. Disponível em: < h t t p : / / w w w . c o m p r o m i s s o e a t i t u d e . o r g . b r / w p -content/uploads/2013/08/livro_pesquisa_violencia.pdf>. Acesso em: 9 de setembro de 2014.

Acadêmica do 4° Semestre da Universidade Federal de Roraima.

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O CASO MARIA DA PENHA FERNANDES E SEUS IMPACTOS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

Thalita Lívia Israel Ferreira

O caso Maria da Penha Maia Fernandes foi apresentado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em 20 de agosto de 1998, através da denúncia dos peticionários Maria da Penha Maia Fernandes, Centro pela Justiça e pelo Direito Internacional, e Comitê Latino-Americano de Defesa dos Direitos da Mulher, contra a República Federativa do Brasil. Os peticionários alegaram a violação do artigo II (direito de igualdade perante a lei) e XVIII (direito à justiça), da Declaração Americana dos Direitos Humanos; dos artigos 1 (obrigação de respeitar os direitos), 8 (garantias judiciais), 24 (igualdade perante a lei) e 25 (proteção Judicial) do Pacto de San José da Costa Rica; e dos artigos 3 (direito de ser livre de violência), 4 (direito ao reconhecimento, desfrute, exercício e proteção de todos os direitos humanos e liberdades), 5 (direito de exercer livre e plenamente seus direitos) e 7 (os Estados devem adotar meios para erradicar a violência contra a mulher) da Convenção de Belém do Pará. O caso foi concluído com um relatório sobre o mérito, (Relatório n° 54/01), e a CIDH condenou o Brasil e fez recomendações ao país, entre elas a de intensificar o tratamento de intolerância à violência doméstica. Esse foi o principal motivo para a criação da Lei n° 11.340 de 7 de agosto de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha, que se tornou uma das leis mais populares no Brasil, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão. A CIDH acompanha o cumprimento de suas recomendações aos países, tendo o Brasil informado à mesma que desde 2001 trabalha para cumprir tais recomendações, criando delegacias especializadas em atender casos de violência doméstica, a central de atendimento à mulher, acrescentando uma atenuante no rol do artigo 61, II, f, do Código Penal brasileiro (com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica), além de criar políticas públicas para conscientizar a população da existência da lei n° 11.340/06.

Palavras-chave: Comissão Interamericana de Direitos Humanos; violência doméstica; lei Maria da Penha.

Referências:BRASIL. Lei Maria da Penha. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Brasília, DF: Senado, 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em: 10 de setembro de 2014.BRASIL. Cartilha lei Maria da Penha: Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, Presidência da República, 2012. Disponível em: < http://www.mulheresedireitos.org.br/publicacoes/LMP_web.pdf>. Acesso em: 20 de junho de 2014.CIDH. Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Relatório Anual 200. Relatório n° 54/2001. Caso 12.051. Maria da Penha Maia Fernandes. Disponível em: <https://www.cidh.oas.org/annualrep/2000port/12051.htm>. Acesso em: 20 de junho de 2014.INSTITUTO PATRÍCIA GALVÃO. Compromisso atitude. Percepção da sociedade sobre violência e assassinatos de mulheres. São Paulo: 2013. Disponível em: < h t t p : / / w w w . c o m p r o m i s s o e a t i t u d e . o r g . b r / w p -content/uploads/2013/08/livro_pesquisa_violencia.pdf>. Acesso em: 9 de setembro de 2014.

Acadêmica do 4° Semestre da Universidade Federal de Roraima.

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A NOVA POSTURA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA DIANTE DAS AÇÕES AFIRMATIVAS VOLTADAS PARA OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS GRUPOS

VULNERÁVEIS E DAS MINORIAS

Fyama Maria Pimentel Barreiros Iasmin Bonomo Moletta

Luan Carlo Franco Camêlo Rhyká Aguiar de Souza Vilmar Antônio da Silva

Trata-se de um estudo por meio de pesquisas e leituras aprofundadas, sob a perspectiva de renomados juristas contemporâneos e seu saber juris-filosófico acerca das ações falso-positivas do Estado, voltadas para atender às imposições do legislador constituinte originário em face do princípio fundamental da igualdade, diante dos grupos vulneráveis e do surgimento de "indivíduos especificados" com medidas compensatórias para a sociedade brasileira, através de políticas públicas sociais. Utilizar-se-á de metodologia de pesquisa bibliográfica jurídica, tomando-se como ponto de partida a Constituição Federal, os doutrinadores constitucionais, e a produção científico-jurídica publicada, tendo como fontes principais de pesquisa a base de dados Periódicos Capes e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Observa-se que desde a instituição da Constituição Federal de 1988, o Estado está promovendo meios para suprir a necessidade de igualar todos, através de "Ações Afirmativas" ou "Discriminação Positiva", criando um liame entre a sociedade e o direito material do "dever ser" intrínseco na norma constitucional. Salienta-se que a visão deste é expressar a criação de uma flagrante lacuna aos olhos da pluralidade das classes abordadas, que acabam sendo descriminadas, iniciando assim, uma figura no qual a dogmática jurídica tradicional é incapaz de abranger, o que justifica e demonstra a relevância do presente estudo. Assim sendo, considera-se que essas novas formas de direitos que nasceram ao longo das ultimas décadas, acabaram necessitando diretamente dos cuidados da tutela jurisdicional, que por sua vez, nem sempre está de acordo com as reivindicações feitas através de seus movimentos sociais. Reflete-se a busca pela inclusão e aceitação para com a sociedade tendo como embasamento os direitos fundamentais à Luz da Constituição Federal. Assim, este trabalho objetiva analisar as afirmações supracitadas no que diz respeito ao que é relevante para o debate da questão paradoxal, no qual algumas minorias acabam sendo beneficiadas pelo legislador atual por se contraporem aos costumes, havendo a necessidade de inserir aqueles chamados de minorias no conjunto objetivo do programa de ação governamental, os quais condicionam a execução da integração entre a sociedade e as classes menos favorecidas e discriminadas. Destarte, argui-se a existência de um modo adequado para erradicar a desigualdade entre os diferentes grupos sociais que se formaram na sociedade brasileira, por meio da solução da deficiência educacional do país, visto que o ensino proposto pelo Estado não é satisfatório, gerando assim um ciclo vicioso, onde o cidadão acaba sendo moldado erroneamente no que diz respeito à garantia da igualdade entre todos.

Palavras-chave: Nova Postura Constitucional. Imposições pelo Estado. Direitos fundamentais das minorias e grupos vulneráveis. Ações afirmativas e Políticas Públicas.

Referências:ROCHA, Carmen Lúcia Antunes. Ação Afirmativa - O Conteúdo Democrático do Princípio da Igualdade Jurídica. In Revista Trimestral de Direito Público nº 15, p. 85. São Paulo: Malheiros, 1996.DRAY, GUILHERME MACHADO. O Princípio da Igualdade no Direito do Trabalho: Sua aplicabilidade no domínio específico da formação de contratos individuais de trabalho. Coimbra: Ed. Livraria Almedina, 1999.GOMES, Joaquim B. Barbosa. Instrumentos e métodos de mitigação da desigualdade em direito constitucional e internacional. Disponível em:

Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, Especialista em Educação, Bacharel em Direito e professor das Faculdades Cathedral.

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A NOVA POSTURA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA DIANTE DAS AÇÕES AFIRMATIVAS VOLTADAS PARA OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS GRUPOS

VULNERÁVEIS E DAS MINORIAS

Fyama Maria Pimentel Barreiros Iasmin Bonomo Moletta

Luan Carlo Franco Camêlo Rhyká Aguiar de Souza Vilmar Antônio da Silva

Trata-se de um estudo por meio de pesquisas e leituras aprofundadas, sob a perspectiva de renomados juristas contemporâneos e seu saber juris-filosófico acerca das ações falso-positivas do Estado, voltadas para atender às imposições do legislador constituinte originário em face do princípio fundamental da igualdade, diante dos grupos vulneráveis e do surgimento de "indivíduos especificados" com medidas compensatórias para a sociedade brasileira, através de políticas públicas sociais. Utilizar-se-á de metodologia de pesquisa bibliográfica jurídica, tomando-se como ponto de partida a Constituição Federal, os doutrinadores constitucionais, e a produção científico-jurídica publicada, tendo como fontes principais de pesquisa a base de dados Periódicos Capes e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Observa-se que desde a instituição da Constituição Federal de 1988, o Estado está promovendo meios para suprir a necessidade de igualar todos, através de "Ações Afirmativas" ou "Discriminação Positiva", criando um liame entre a sociedade e o direito material do "dever ser" intrínseco na norma constitucional. Salienta-se que a visão deste é expressar a criação de uma flagrante lacuna aos olhos da pluralidade das classes abordadas, que acabam sendo descriminadas, iniciando assim, uma figura no qual a dogmática jurídica tradicional é incapaz de abranger, o que justifica e demonstra a relevância do presente estudo. Assim sendo, considera-se que essas novas formas de direitos que nasceram ao longo das ultimas décadas, acabaram necessitando diretamente dos cuidados da tutela jurisdicional, que por sua vez, nem sempre está de acordo com as reivindicações feitas através de seus movimentos sociais. Reflete-se a busca pela inclusão e aceitação para com a sociedade tendo como embasamento os direitos fundamentais à Luz da Constituição Federal. Assim, este trabalho objetiva analisar as afirmações supracitadas no que diz respeito ao que é relevante para o debate da questão paradoxal, no qual algumas minorias acabam sendo beneficiadas pelo legislador atual por se contraporem aos costumes, havendo a necessidade de inserir aqueles chamados de minorias no conjunto objetivo do programa de ação governamental, os quais condicionam a execução da integração entre a sociedade e as classes menos favorecidas e discriminadas. Destarte, argui-se a existência de um modo adequado para erradicar a desigualdade entre os diferentes grupos sociais que se formaram na sociedade brasileira, por meio da solução da deficiência educacional do país, visto que o ensino proposto pelo Estado não é satisfatório, gerando assim um ciclo vicioso, onde o cidadão acaba sendo moldado erroneamente no que diz respeito à garantia da igualdade entre todos.

Palavras-chave: Nova Postura Constitucional. Imposições pelo Estado. Direitos fundamentais das minorias e grupos vulneráveis. Ações afirmativas e Políticas Públicas.

Referências:ROCHA, Carmen Lúcia Antunes. Ação Afirmativa - O Conteúdo Democrático do Princípio da Igualdade Jurídica. In Revista Trimestral de Direito Público nº 15, p. 85. São Paulo: Malheiros, 1996.DRAY, GUILHERME MACHADO. O Princípio da Igualdade no Direito do Trabalho: Sua aplicabilidade no domínio específico da formação de contratos individuais de trabalho. Coimbra: Ed. Livraria Almedina, 1999.GOMES, Joaquim B. Barbosa. Instrumentos e métodos de mitigação da desigualdade em direito constitucional e internacional. Disponível em:

Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, Especialista em Educação, Bacharel em Direito e professor das Faculdades Cathedral.

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<http://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/31989-37507-1-PB.pdf. > Acesso em 04 Out. 2014.SANTOS, Rodrigo Mioto dos. Pluralismo, multiculturalismo e reconhecimento uma análise constitucional do direito dos povos indígenas ao reconhecimento. Revista da Faculdade de Direito UFPR, [S.l.], jan. 2007. ISSN 2236-7284. Disponível em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/direito/article/view/7050/5026>. Acesso em: 05 Out. 2014.

OCUPAÇÃO E POSSE DE TERRAS INDÍGENAS À LUZ DO RMS 29087: o debate constitucional do caso guarani-kaiowá

Narrila Bessa de Brito

No segundo semestre de 2014, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Ordinário em Mandado de Segurança (RMS) 29087, decidiu, por maioria de votos, dar provimento ao recurso para não reconhecer a existência de posse indígena (imemorial) em favor da etnia guarani-kaiowá em uma fazenda em Mato Grosso do Sul. O caso é curioso porque, embora o resultado tenha parecido desfavorável à causa indígena, nele foram aplicadas as condicionantes do caso Raposa Serra do Sol (PET 3388). No presente artigo, serão analisados os argumentos contidos, sobretudo, no voto dos Ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Celso de Mello, a partir dos quais é possível identificar os critérios atualmente utilizados pelo STF para se definir constitucionalmente a posse indígena, além do que, se pode notar o drama vivenciado pela etnia guarani-kaiowá. Relator do RMS, o Ministro Ricardo Lewandowiski chegou a mencionar que o caso apontaria para o "novo genocídio" contra os indígenas, no qual fazendeiros ocupariam terras indígenas e expulsariam os índios de forma criminosa e em afronta ao art. 213, § 4º, da Constituição Federal. Aduziu ainda o Relator que, no caso dos guarani-kaiowás, estes viviam na área litigiosa desde o séc. XVIII, mas teriam sido expulsos da área em 1940, por pressão de fazendeiros locais. Abrindo divergência, o Ministro Gilmar Mendes deu provimento ao recurso para declarar que não havia que se falar em posse indígena, uma vez que a própria Funai havia reconhecido que os índios não tinham a posse da terra na data da promulgação da Constituição de 1988, e que já não habitavam a região há mais de 70 anos. Para Mendes, "a orla de Copacabana certamente foi povoada de índios em algum momento, mas isso não significa que os prédios da Avenida Atlântica possam ser resgatados hoje em favor de alguma etnia". Acompanhando a divergência, o Ministro Celso de Mello ressaltou que, tal como decidido no caso Raposa Serra do Sol, as novas demarcações da Funai devem levar em conta a data de promulgação da Constituição vigente, ou seja, o marco temporal para a análise de casos envolvendo ocupação indígena é o dia 05 de outubro de 1988. Nas palavras da ministra Cármen Lúcia, o caso dos guarani-kaiowás gerou grande "desassossego", ante a dificuldade de se encontrar uma solução judicial que pareça equânime para a comunidade indígena, "há muito desapossada de suas terras", e do produtor rural recorrente, "ameaçado no que considera seu direito". De forma crítica, o artigo objetiva questionar se a hermenêutica jurídica utilizada para o caso foi a mais adequada, à luz do precedente criado no caso Raposa Serra do Sol.

Palavras-chave: Posse Indígena. Guarani-Kaoiwás. STF. RMS 29087.

Referências:BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso em Mandado de Segurança nº 29087. Segunda Turma, Brasília, DF, julgado em 14 de outubro de 2014.ALBUQUERQUE, Antônio Armando Ulian Lago. Multiculturalismo e direito a autodeterminação dos povos indígenas. Porto Alegre: Ed. Sérgio Antônio Fabris, 2008.STEFANINI, Luiz de Lima. Código indígena no direito brasileiro. Curitiba: Ed. Juruá, 2011.FILHO, Carlos Frederico Marés de Souza. O renascer dos povos indígenas para o direito. Curitiba: Ed. Juruá, 2006.

Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.

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<http://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/31989-37507-1-PB.pdf. > Acesso em 04 Out. 2014.SANTOS, Rodrigo Mioto dos. Pluralismo, multiculturalismo e reconhecimento uma análise constitucional do direito dos povos indígenas ao reconhecimento. Revista da Faculdade de Direito UFPR, [S.l.], jan. 2007. ISSN 2236-7284. Disponível em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/direito/article/view/7050/5026>. Acesso em: 05 Out. 2014.

OCUPAÇÃO E POSSE DE TERRAS INDÍGENAS À LUZ DO RMS 29087: o debate constitucional do caso guarani-kaiowá

Narrila Bessa de Brito

No segundo semestre de 2014, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Ordinário em Mandado de Segurança (RMS) 29087, decidiu, por maioria de votos, dar provimento ao recurso para não reconhecer a existência de posse indígena (imemorial) em favor da etnia guarani-kaiowá em uma fazenda em Mato Grosso do Sul. O caso é curioso porque, embora o resultado tenha parecido desfavorável à causa indígena, nele foram aplicadas as condicionantes do caso Raposa Serra do Sol (PET 3388). No presente artigo, serão analisados os argumentos contidos, sobretudo, no voto dos Ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Celso de Mello, a partir dos quais é possível identificar os critérios atualmente utilizados pelo STF para se definir constitucionalmente a posse indígena, além do que, se pode notar o drama vivenciado pela etnia guarani-kaiowá. Relator do RMS, o Ministro Ricardo Lewandowiski chegou a mencionar que o caso apontaria para o "novo genocídio" contra os indígenas, no qual fazendeiros ocupariam terras indígenas e expulsariam os índios de forma criminosa e em afronta ao art. 213, § 4º, da Constituição Federal. Aduziu ainda o Relator que, no caso dos guarani-kaiowás, estes viviam na área litigiosa desde o séc. XVIII, mas teriam sido expulsos da área em 1940, por pressão de fazendeiros locais. Abrindo divergência, o Ministro Gilmar Mendes deu provimento ao recurso para declarar que não havia que se falar em posse indígena, uma vez que a própria Funai havia reconhecido que os índios não tinham a posse da terra na data da promulgação da Constituição de 1988, e que já não habitavam a região há mais de 70 anos. Para Mendes, "a orla de Copacabana certamente foi povoada de índios em algum momento, mas isso não significa que os prédios da Avenida Atlântica possam ser resgatados hoje em favor de alguma etnia". Acompanhando a divergência, o Ministro Celso de Mello ressaltou que, tal como decidido no caso Raposa Serra do Sol, as novas demarcações da Funai devem levar em conta a data de promulgação da Constituição vigente, ou seja, o marco temporal para a análise de casos envolvendo ocupação indígena é o dia 05 de outubro de 1988. Nas palavras da ministra Cármen Lúcia, o caso dos guarani-kaiowás gerou grande "desassossego", ante a dificuldade de se encontrar uma solução judicial que pareça equânime para a comunidade indígena, "há muito desapossada de suas terras", e do produtor rural recorrente, "ameaçado no que considera seu direito". De forma crítica, o artigo objetiva questionar se a hermenêutica jurídica utilizada para o caso foi a mais adequada, à luz do precedente criado no caso Raposa Serra do Sol.

Palavras-chave: Posse Indígena. Guarani-Kaoiwás. STF. RMS 29087.

Referências:BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso em Mandado de Segurança nº 29087. Segunda Turma, Brasília, DF, julgado em 14 de outubro de 2014.ALBUQUERQUE, Antônio Armando Ulian Lago. Multiculturalismo e direito a autodeterminação dos povos indígenas. Porto Alegre: Ed. Sérgio Antônio Fabris, 2008.STEFANINI, Luiz de Lima. Código indígena no direito brasileiro. Curitiba: Ed. Juruá, 2011.FILHO, Carlos Frederico Marés de Souza. O renascer dos povos indígenas para o direito. Curitiba: Ed. Juruá, 2006.

Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.

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JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL: A TÊNUE FRONTEIRA ENTRE O DIREITO E A POLÍTICA

Mariana Von Linde Moura

A Jurisdição Constitucional, como bem anunciada por Hans Kelsen, é a garantia jurisdicional da Constituição, ou seja, é a competência que os órgãos jurídicos têm para verificar a adequação das leis e dos demais atos a Carta Magna do país. O controle jurisdicional de constitucionalidade das leis nasce e se desenvolve em face da supremacia da Constituição. No Brasil, este controle jurídico surgiu a partir da proclamação da República, no final do século XIX, fortemente inspirado pelo sistema norte-americano do judicial review. Além do controle difuso de constitucionalidade, o sistema brasileiro passou a adotar o controle concentrado e abstrato de constitucionalidade, difundido por Hans Kelsen. À luz da contemporaneidade, observa-se a ascensão institucional do Judiciário no Brasil, sobrevindo por uma nova atuação do controle jurisdicional frente aos casos de alta complexidade - envolvendo questões morais, econômicas e sociais - resolvidos, por vezes, em instância final pelo Supremo Tribunal Federal. É preponderante analisar a concepção tradicionalista da separação dos três poderes e da segregação da relação entre o Direito e a Política, visando entender como a fronteira dessa relação deixou de ser nitidamente separada para se tornar uma linha tênue. Assim, surge um novo debate no sistema jurídico brasileiro: o modelo real das relações entre o Direito e a Política. E é nesse ponto que o presente estudo encontrará seu foco, na análise sobre o que de fato ocorre no exercício da prestação jurisdicional observando o pensamento de Luís Roberto Barroso sobre a tênue fronteira entre o direito e a política, observando os desdobramentos da moderna jurisdição constitucional, tais como o fenômeno da judicialização e do ativismo judicial. Ademais, procura-se identificar alguns dos diversos fatores extrajurídicos que influenciam direita ou indiretamente a decisão do magistrado, tais como, as relações do Judiciário com outros atores políticos e a opinião pública.

Palavra-chave: Jurisdição Constitucional. Direito. Política.

Referencias:BARROSO, Luís Roberto. Jurisdição Constitucional: A Tênue Fronteira entre o Direito e a Política. Disponível em: http://www.migalhas.com.br/arquivos/2014/2/art20140204-06.pdf. Acesso em: 10 out. 2014.MENDES, Gilmar Ferreira. Jurisdição Constitucional . Disponível em: h t t p : / / w w w . j f p b . j u s . b r / a r q u i v o s / b i b l i o t e c a / e -books/JURISDICAO%20CONSTITUCIONAL%201.pdf. Acesso em 10 out. 2014.FERNANDES, Bernardo Gonçalvez. Curso de Direito Constitucional. Editora JusPodivm.Ed 5ª. 2013.LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. Editora Saraiva. Ed.18ª. 2014.

Acadêmica do 4º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.

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GT 9 - JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL

Coordenador: Prof. Dr. Fernando César Costa Xavier (UFRR)

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JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL: A TÊNUE FRONTEIRA ENTRE O DIREITO E A POLÍTICA

Mariana Von Linde Moura

A Jurisdição Constitucional, como bem anunciada por Hans Kelsen, é a garantia jurisdicional da Constituição, ou seja, é a competência que os órgãos jurídicos têm para verificar a adequação das leis e dos demais atos a Carta Magna do país. O controle jurisdicional de constitucionalidade das leis nasce e se desenvolve em face da supremacia da Constituição. No Brasil, este controle jurídico surgiu a partir da proclamação da República, no final do século XIX, fortemente inspirado pelo sistema norte-americano do judicial review. Além do controle difuso de constitucionalidade, o sistema brasileiro passou a adotar o controle concentrado e abstrato de constitucionalidade, difundido por Hans Kelsen. À luz da contemporaneidade, observa-se a ascensão institucional do Judiciário no Brasil, sobrevindo por uma nova atuação do controle jurisdicional frente aos casos de alta complexidade - envolvendo questões morais, econômicas e sociais - resolvidos, por vezes, em instância final pelo Supremo Tribunal Federal. É preponderante analisar a concepção tradicionalista da separação dos três poderes e da segregação da relação entre o Direito e a Política, visando entender como a fronteira dessa relação deixou de ser nitidamente separada para se tornar uma linha tênue. Assim, surge um novo debate no sistema jurídico brasileiro: o modelo real das relações entre o Direito e a Política. E é nesse ponto que o presente estudo encontrará seu foco, na análise sobre o que de fato ocorre no exercício da prestação jurisdicional observando o pensamento de Luís Roberto Barroso sobre a tênue fronteira entre o direito e a política, observando os desdobramentos da moderna jurisdição constitucional, tais como o fenômeno da judicialização e do ativismo judicial. Ademais, procura-se identificar alguns dos diversos fatores extrajurídicos que influenciam direita ou indiretamente a decisão do magistrado, tais como, as relações do Judiciário com outros atores políticos e a opinião pública.

Palavra-chave: Jurisdição Constitucional. Direito. Política.

Referencias:BARROSO, Luís Roberto. Jurisdição Constitucional: A Tênue Fronteira entre o Direito e a Política. Disponível em: http://www.migalhas.com.br/arquivos/2014/2/art20140204-06.pdf. Acesso em: 10 out. 2014.MENDES, Gilmar Ferreira. Jurisdição Constitucional . Disponível em: h t t p : / / w w w . j f p b . j u s . b r / a r q u i v o s / b i b l i o t e c a / e -books/JURISDICAO%20CONSTITUCIONAL%201.pdf. Acesso em 10 out. 2014.FERNANDES, Bernardo Gonçalvez. Curso de Direito Constitucional. Editora JusPodivm.Ed 5ª. 2013.LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. Editora Saraiva. Ed.18ª. 2014.

Acadêmica do 4º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.

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GT 9 - JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL

Coordenador: Prof. Dr. Fernando César Costa Xavier (UFRR)

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USUFRUTO EXCLUSIVO CONSTITUCIONAL DE TERRAS INDÍGENAS: o caso Raposa Serra do Sol.

Vilmar Antônio da Silva Parima Dias Veras

O presente trabalho aborda a questão dos limites estabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), quando da decisão da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, quanto ao usufruto pelos índios. Trata-se de uma análise comparativa entre o usufruto indígena previsto na Constituição Federal e no Estatuto do Índio (Lei nº 6.001/73), e o usufruto como um dos direitos reais previstos no Código Civil brasileiro, cotejando o instituto civilista com o constitucional adotado pelo STF para essas terras. Este estudo se justifica devido à relevância do tema para a sociedade, com especial relevo para as comunidades jurídica e roraimense, por causar controvérsias jurídicas e implicações socioeconômicas, seja do ponto de vista dos indígenas, seja dos não índios envolvidos direta ou indiretamente nessa complexa questão. Quanto à metodologia utilizada no estudo foram adotados os recursos da pesquisa bibliográfica jurídica, com emprego da doutrina especializada, da jurisprudência do STF (PET 3388) e outros votos e acórdãos, a Constituição Federal e o Código Civil como fontes diretas de análise, buscando-se uma comparação do instituto jurídico do usufruto previsto diversamente nos dois diplomas legais: a CF, no art. 231, prevê que as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. Por outro lado, o Código Civil prevê no art. 1.399 que o usufrutuário pode usufruir em pessoa, ou mediante arrendamento do prédio, mas não pode mudar a sua destinação econômica, sem expressa autorização do proprietário. Apesar disso, a decisão do STF (condição 14) estabelece que as terras indígenas não poderão ser objeto de arrendamento ou de qualquer ato ou negócio jurídico, que restrinja o pleno exercício do usufruto e da posse direta pela comunidade jurídica ou pela comunidade indígena, seguindo à risca o que preceitua o Estatuto do Índio (Lei nº 6.001/73), em seu artigo 18, que prevê o mesmo. Constata-se a existência de um usufruto indígena destoante do espírito do instituto, que deveria ser empregado com a junção dos direitos de uso com o direito de fruição, conforme uníssono na doutrina brasileira, a exemplo de Gonçalves (2011, p. 478), Peluzo (2010, p. 1.454) e Venosa (2003, p. 423).

Palavras-chave: Constituição Federal. Usufruto Exclusivo Constitucional das Terras Indígenas. Demarcação das Terras Indígenas Raposa Serra do Sol.

Referências:BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos constitucionais dos índios. FSP, T e n d ê n c i a s / D e b a t e s , p . A 3 , 2 3 a g o . 2 0 0 8 . D i s p o n í v e l e m http://www.socioambiental.org/inst/esp/ raposa/?q=node/278. Acesso em 01 Set. 2014.DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado. 14 ed. São Paulo: Saraiva. 2009.FRANCO, Cezar Augusto de Oliveira. Direitos Indígenas e Mobilização: Um olhar sobre a tríplice fronteira - Brasil, Guyana e Venezuela. 2012. 200f. Tese de doutorado. Universidade de Brasília, Brasília, 2012.GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 5: Direito das Coisas. 6. ed.São Paulo: Saraiva, 2011.MELO, Milena Petters e BURCKHART, Thiago Rafael. Direito indígena e inovações Constitucionais na américa latina: Uma leitura a partir da teoria crítica do direito. In:

Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia (NECAR-UFRR), Especialista em Ensino, Graduado em Direito, Professor da Faculdade Cathedral de Boa Vista-RR. E-m a i l : p r o f v i l m a r @ g m a i l . c o m - C u r r í c u l o L a t t e s http://lattes.cnpq.br/9238569695749495Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia (NECAR-UFRR), Bacharelado em Direito pela Universidade Federal de Roraima (1997), Licenciatura em Educação Física pela Universidade Federal do Amazonas (1995) e Licenciatura em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (1985). É especialista em Direito Constitucional pela Faculdade Atual da Amazônia (2004) e em Direito Civil e Processo Civil pela Universidade Estácio de Sá (2002). Atualmente é Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima e Professor do curso de Direito da Faculdade Cathedral. E-mail: [email protected] Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/1996403540605646

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USUFRUTO EXCLUSIVO CONSTITUCIONAL DE TERRAS INDÍGENAS: o caso Raposa Serra do Sol.

Vilmar Antônio da Silva Parima Dias Veras

O presente trabalho aborda a questão dos limites estabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), quando da decisão da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, quanto ao usufruto pelos índios. Trata-se de uma análise comparativa entre o usufruto indígena previsto na Constituição Federal e no Estatuto do Índio (Lei nº 6.001/73), e o usufruto como um dos direitos reais previstos no Código Civil brasileiro, cotejando o instituto civilista com o constitucional adotado pelo STF para essas terras. Este estudo se justifica devido à relevância do tema para a sociedade, com especial relevo para as comunidades jurídica e roraimense, por causar controvérsias jurídicas e implicações socioeconômicas, seja do ponto de vista dos indígenas, seja dos não índios envolvidos direta ou indiretamente nessa complexa questão. Quanto à metodologia utilizada no estudo foram adotados os recursos da pesquisa bibliográfica jurídica, com emprego da doutrina especializada, da jurisprudência do STF (PET 3388) e outros votos e acórdãos, a Constituição Federal e o Código Civil como fontes diretas de análise, buscando-se uma comparação do instituto jurídico do usufruto previsto diversamente nos dois diplomas legais: a CF, no art. 231, prevê que as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. Por outro lado, o Código Civil prevê no art. 1.399 que o usufrutuário pode usufruir em pessoa, ou mediante arrendamento do prédio, mas não pode mudar a sua destinação econômica, sem expressa autorização do proprietário. Apesar disso, a decisão do STF (condição 14) estabelece que as terras indígenas não poderão ser objeto de arrendamento ou de qualquer ato ou negócio jurídico, que restrinja o pleno exercício do usufruto e da posse direta pela comunidade jurídica ou pela comunidade indígena, seguindo à risca o que preceitua o Estatuto do Índio (Lei nº 6.001/73), em seu artigo 18, que prevê o mesmo. Constata-se a existência de um usufruto indígena destoante do espírito do instituto, que deveria ser empregado com a junção dos direitos de uso com o direito de fruição, conforme uníssono na doutrina brasileira, a exemplo de Gonçalves (2011, p. 478), Peluzo (2010, p. 1.454) e Venosa (2003, p. 423).

Palavras-chave: Constituição Federal. Usufruto Exclusivo Constitucional das Terras Indígenas. Demarcação das Terras Indígenas Raposa Serra do Sol.

Referências:BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos constitucionais dos índios. FSP, T e n d ê n c i a s / D e b a t e s , p . A 3 , 2 3 a g o . 2 0 0 8 . D i s p o n í v e l e m http://www.socioambiental.org/inst/esp/ raposa/?q=node/278. Acesso em 01 Set. 2014.DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado. 14 ed. São Paulo: Saraiva. 2009.FRANCO, Cezar Augusto de Oliveira. Direitos Indígenas e Mobilização: Um olhar sobre a tríplice fronteira - Brasil, Guyana e Venezuela. 2012. 200f. Tese de doutorado. Universidade de Brasília, Brasília, 2012.GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 5: Direito das Coisas. 6. ed.São Paulo: Saraiva, 2011.MELO, Milena Petters e BURCKHART, Thiago Rafael. Direito indígena e inovações Constitucionais na américa latina: Uma leitura a partir da teoria crítica do direito. In:

Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia (NECAR-UFRR), Especialista em Ensino, Graduado em Direito, Professor da Faculdade Cathedral de Boa Vista-RR. E-m a i l : p r o f v i l m a r @ g m a i l . c o m - C u r r í c u l o L a t t e s http://lattes.cnpq.br/9238569695749495Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia (NECAR-UFRR), Bacharelado em Direito pela Universidade Federal de Roraima (1997), Licenciatura em Educação Física pela Universidade Federal do Amazonas (1995) e Licenciatura em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (1985). É especialista em Direito Constitucional pela Faculdade Atual da Amazônia (2004) e em Direito Civil e Processo Civil pela Universidade Estácio de Sá (2002). Atualmente é Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima e Professor do curso de Direito da Faculdade Cathedral. E-mail: [email protected] Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/1996403540605646

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Revista Jurídica CCJ. v. 17, nº. 34, p. 97-120, jul./dez. 2013.PELUSO, Cezar. Código Civil comentado: doutrina e jurisprudência: Lei n. 10.406, de 10.01.2002 : contém o Código Civil de 1916 /coordenador - 4. ed. rev. e atual. - Barueri, SP: Manole, 2010.PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de direito civil - direitos reais, 18. ed. Rio de Janeiro, Forense, v. IV, 2003.SCHERER-WARREN, Ilse. Movimentos Sociais e Participação: abordagens e experiências no Brasil e na América Latina. Florianópolis : Editora UFSC, 2011.SILVA, José Afonso da. Parecer à consulta do Conselho Indígena de Roraima-CIR. P u b l i c a d o e m 3 0 . 0 7 . 2 0 0 8 . D i s p o n í v e l e m <http://www.socioambiental.org/inst/esp/raposa/?q=node/260>. Acesso em 01 Set. 2014. SOUSA SANTOS, Boaventura. Refundacióndel Estado en América Latina: Perspectivas desde una Epistemología del Sur. Buenos Aires: Antropofagia, 2010.SOUZA FILHO, Carlos Frederico Marés. O renascer dos povos indígenas para o direito. Curitiba: Juruá, 1998. TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. 2ª ed. São Paulo: Método. 2012.VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direitos reais / Sílvio de Salvo Venosa. - 3ª edição atualizadade acordo com o novo Código Civil (Lei nº 10.406, de 10.01.2002). São Paulo: Atlas, 2003. - (Coleção direito civil; v.5).

JUDICIALIZAÇÃO DOS DIRETOS À SAÚDE PELA PERSPECTIVA ORÇAMENTÁRIA

Ianh Coutinho Martins Jade Menezes de Oliveira

O presente trabalho tem como objetivo explanar acerca da inobservância do direito à saúde enquanto direito fundamental social, com ênfase na questão orçamentária e trazer também, uma das possíveis soluções deste embate: a "judicialização" dos direitos à saúde. Para tanto, as pesquisas bibliográficas são necessárias, a fim de que seja possível a obtenção de um conhecimento apurado sobre as questões constitucionais dos direitos à saúde, assegurados em primeiro plano no art. 6º da Constituição Cidadã e posteriormente detalhados nos artigos 196 a 200 da CF/88, assim como, a sua judicialização. Conforme os estudos feitos, tem-se o problema da efetivação dos direitos sociais pelo Estado, em face da escassez de recursos públicos e de burocracia excessiva para a autorização e disponibilização de medicamentos, tratamentos e cirurgias necessárias à proteção do direito à vida. Neste aspecto, a necessidade de previsão orçamentária entra em discussão, haja vista a limitação da atuação do Estado para com a efetivação dos direitos sociais. Os princípios da reserva do possível e do mínimo existencial entram em divergência, já que a disponibilidade e a funcionalidade dos recursos públicos vão de encontro às garantias mínimas básicas dos cidadãos. Portanto, a previsão orçamentária e os recursos públicos devem englobar todos os direitos e garantias fundamentais, afim de que não atentem contra o mínimo existencial e o direito primordial da pessoa humana que é o direito à vida. Ademais, para a corroboração material destes princípios é imprescindível que o Poder Judiciário ganhe autonomia de ordenança para com o poder estatal, seja por jurisprudência ou por positivações em leis específicas.

Palavras-chave: Judicialização. Saúde. Direitos Fundamentais. Solução.

Referências:SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 36a. edição - São Paulo: Malheiros, 2012. KELBERT, Fabiana Okchstein. Reserva do Possível e a Efetividade dos Direitos Sociais no Direito Brasileiro. 1ª edição - Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.COELHO, Helena Beatriz Cesareno Mendes. Políticas Públicas e Controle de Juridicidade. 1ª edição - Porto Alegre: Fabris Editora, 2010.

Acadêmico do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.

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Revista Jurídica CCJ. v. 17, nº. 34, p. 97-120, jul./dez. 2013.PELUSO, Cezar. Código Civil comentado: doutrina e jurisprudência: Lei n. 10.406, de 10.01.2002 : contém o Código Civil de 1916 /coordenador - 4. ed. rev. e atual. - Barueri, SP: Manole, 2010.PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de direito civil - direitos reais, 18. ed. Rio de Janeiro, Forense, v. IV, 2003.SCHERER-WARREN, Ilse. Movimentos Sociais e Participação: abordagens e experiências no Brasil e na América Latina. Florianópolis : Editora UFSC, 2011.SILVA, José Afonso da. Parecer à consulta do Conselho Indígena de Roraima-CIR. P u b l i c a d o e m 3 0 . 0 7 . 2 0 0 8 . D i s p o n í v e l e m <http://www.socioambiental.org/inst/esp/raposa/?q=node/260>. Acesso em 01 Set. 2014. SOUSA SANTOS, Boaventura. Refundacióndel Estado en América Latina: Perspectivas desde una Epistemología del Sur. Buenos Aires: Antropofagia, 2010.SOUZA FILHO, Carlos Frederico Marés. O renascer dos povos indígenas para o direito. Curitiba: Juruá, 1998. TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. 2ª ed. São Paulo: Método. 2012.VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direitos reais / Sílvio de Salvo Venosa. - 3ª edição atualizadade acordo com o novo Código Civil (Lei nº 10.406, de 10.01.2002). São Paulo: Atlas, 2003. - (Coleção direito civil; v.5).

JUDICIALIZAÇÃO DOS DIRETOS À SAÚDE PELA PERSPECTIVA ORÇAMENTÁRIA

Ianh Coutinho Martins Jade Menezes de Oliveira

O presente trabalho tem como objetivo explanar acerca da inobservância do direito à saúde enquanto direito fundamental social, com ênfase na questão orçamentária e trazer também, uma das possíveis soluções deste embate: a "judicialização" dos direitos à saúde. Para tanto, as pesquisas bibliográficas são necessárias, a fim de que seja possível a obtenção de um conhecimento apurado sobre as questões constitucionais dos direitos à saúde, assegurados em primeiro plano no art. 6º da Constituição Cidadã e posteriormente detalhados nos artigos 196 a 200 da CF/88, assim como, a sua judicialização. Conforme os estudos feitos, tem-se o problema da efetivação dos direitos sociais pelo Estado, em face da escassez de recursos públicos e de burocracia excessiva para a autorização e disponibilização de medicamentos, tratamentos e cirurgias necessárias à proteção do direito à vida. Neste aspecto, a necessidade de previsão orçamentária entra em discussão, haja vista a limitação da atuação do Estado para com a efetivação dos direitos sociais. Os princípios da reserva do possível e do mínimo existencial entram em divergência, já que a disponibilidade e a funcionalidade dos recursos públicos vão de encontro às garantias mínimas básicas dos cidadãos. Portanto, a previsão orçamentária e os recursos públicos devem englobar todos os direitos e garantias fundamentais, afim de que não atentem contra o mínimo existencial e o direito primordial da pessoa humana que é o direito à vida. Ademais, para a corroboração material destes princípios é imprescindível que o Poder Judiciário ganhe autonomia de ordenança para com o poder estatal, seja por jurisprudência ou por positivações em leis específicas.

Palavras-chave: Judicialização. Saúde. Direitos Fundamentais. Solução.

Referências:SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 36a. edição - São Paulo: Malheiros, 2012. KELBERT, Fabiana Okchstein. Reserva do Possível e a Efetividade dos Direitos Sociais no Direito Brasileiro. 1ª edição - Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.COELHO, Helena Beatriz Cesareno Mendes. Políticas Públicas e Controle de Juridicidade. 1ª edição - Porto Alegre: Fabris Editora, 2010.

Acadêmico do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.

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A EMERGÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO NO EXERCÍCIO DO CONTROLE POLÍTICO

Ana Paula Joaquim

O presente trabalho tem por objetivo expôr a alteração do quadro politico-institucional do Poder Judiciário frente à tendência do constitucionalismo contemporâneo de conceder maior poder aos órgãos judicantes, e, por consequência, viabilizar um maior exercício de controle sobre os demais poderes constituídos. Sendo esta uma ascensão não-exclusiva no Brasil, mas sim característica do constitucionalismo ocidental, a abordagem do tema exige parcimônia, pois não se pode ignorar as controvérsias levantadas com essa mudança de paradigma, onde dantes podia-se notar o destaque dos demais poderes com relação ao Poder Judiciário, que sempre se posicionou com mero controlador da legalidade, e hoje passa a ser acusado de controlar também a legitimidade. Não obstante, deve-se reconhecer que tal fenômeno ocorre de forma particularizada no Brasil, em razão das peculiaridades da própria Constituição Federal de 1988, que abre espaço para a judicialização de questões políticas. A fim de compreender esse fenômeno, teorias seculares vem sendo questionadas e problemas de legitimidade democrática vem sendo ventilados, bem como novos fundamentos filosóficos e dogmáticos surgem como sustentador da referida ascensão. Pretende-se, portanto, apresentar alguns apontamentos realizados pela doutrina constitucionalista sobre os fatores possivelmente responsáveis por este estágio, tanto no campo de influência externa, quanto no âmbito do direito constitucional brasileiro. Para tanto, parte-se da premissa de que a compreensão prévia da evolução histórica do constitucionalismo ocidental e do papel do Judiciário no Brasil em período anterior à Constituição Federal de 1988 são importantes para que se identifique, na atualidade, algumas peculiaridades da nossa Carta Política que possam ter contribuído para o atual protagonismo do Poder Judiciário no exercício do controle político, como, por exemplo, a hipótese de que a judicialização da política seja um fator de ativismo judicial, postura esta que, para os autores mais conservadores, coloca em risco a legitimidade democrática do Judiciário, que é indireta, ao passo que, para outros, o suposto problema seria solucionado com a ampliação dos debates, aproximando-os à população quando do julgamento dos casos ou até mesmo pela conformação de questões problematizadas, mediante a argumentação jurídica.

Palavras-chave: Poder Judiciário. Controle Político. Judicialização da Política.

Referências:BARROSO, Luís Roberto. O Novo Direito Constitucional Brasileiro. Contribuições para a construção teórica e prática da jurisdição constitucional no Brasil. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2012.BERCOVICI, Gilberto. Soberania e Constituição: para uma crít ica do constitucionalismo. São Paulo: Editora Quartier Latin do Brasil, 2008.BOBBIO, Norberto. Estado, governo e sociedade. Trad.: Marco Aurélio Nogueira. 15.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2009. ______. O Futuro da Democracia. Trad.: Marco Aurélio Nogueira. 7.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000. BONAVIDES, Paulo. Do Estado Liberal ao Estado Social. 9.ed. Sa?o Paulo: Malheiros, 2009. CANOTILHO, José Gomes. O ativismo judiciário: entre o nacionalismo, a globalização e a pobreza. In: MOURA, Lenice S. Moreira, O novo constitucionalismo na era pós-positiva. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 47/58. ______. Um olhar jurídico-constitucional sobre a judiciarização da política e a politização da justição. Lisboa: Supremo Tribunal de Justiça, 2007. CHRISTODOULIDIS, Emilious et. al) Jurisprudence themes and Concepts. Second edition. London: Routledge, 2012.DALLARI, Dalmo de Abreu. A Constituição na vida dos povos: da idade média ao século XXI. São Paulo: Saraiva, 2010._______. O Poder dos Juízes. São Paulo: Saraiva, 1996. DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. São Paulo: Martins Fontes, 2010.ESTEVES, João Luiz M. Direitos Sociais no Supremo Tribunal Federal. São Paulo:

Professora de Direito da Universidade Estadual de Roraima. Mestre em Direito de Estado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

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A EMERGÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO NO EXERCÍCIO DO CONTROLE POLÍTICO

Ana Paula Joaquim

O presente trabalho tem por objetivo expôr a alteração do quadro politico-institucional do Poder Judiciário frente à tendência do constitucionalismo contemporâneo de conceder maior poder aos órgãos judicantes, e, por consequência, viabilizar um maior exercício de controle sobre os demais poderes constituídos. Sendo esta uma ascensão não-exclusiva no Brasil, mas sim característica do constitucionalismo ocidental, a abordagem do tema exige parcimônia, pois não se pode ignorar as controvérsias levantadas com essa mudança de paradigma, onde dantes podia-se notar o destaque dos demais poderes com relação ao Poder Judiciário, que sempre se posicionou com mero controlador da legalidade, e hoje passa a ser acusado de controlar também a legitimidade. Não obstante, deve-se reconhecer que tal fenômeno ocorre de forma particularizada no Brasil, em razão das peculiaridades da própria Constituição Federal de 1988, que abre espaço para a judicialização de questões políticas. A fim de compreender esse fenômeno, teorias seculares vem sendo questionadas e problemas de legitimidade democrática vem sendo ventilados, bem como novos fundamentos filosóficos e dogmáticos surgem como sustentador da referida ascensão. Pretende-se, portanto, apresentar alguns apontamentos realizados pela doutrina constitucionalista sobre os fatores possivelmente responsáveis por este estágio, tanto no campo de influência externa, quanto no âmbito do direito constitucional brasileiro. Para tanto, parte-se da premissa de que a compreensão prévia da evolução histórica do constitucionalismo ocidental e do papel do Judiciário no Brasil em período anterior à Constituição Federal de 1988 são importantes para que se identifique, na atualidade, algumas peculiaridades da nossa Carta Política que possam ter contribuído para o atual protagonismo do Poder Judiciário no exercício do controle político, como, por exemplo, a hipótese de que a judicialização da política seja um fator de ativismo judicial, postura esta que, para os autores mais conservadores, coloca em risco a legitimidade democrática do Judiciário, que é indireta, ao passo que, para outros, o suposto problema seria solucionado com a ampliação dos debates, aproximando-os à população quando do julgamento dos casos ou até mesmo pela conformação de questões problematizadas, mediante a argumentação jurídica.

Palavras-chave: Poder Judiciário. Controle Político. Judicialização da Política.

Referências:BARROSO, Luís Roberto. O Novo Direito Constitucional Brasileiro. Contribuições para a construção teórica e prática da jurisdição constitucional no Brasil. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2012.BERCOVICI, Gilberto. Soberania e Constituição: para uma crít ica do constitucionalismo. São Paulo: Editora Quartier Latin do Brasil, 2008.BOBBIO, Norberto. Estado, governo e sociedade. Trad.: Marco Aurélio Nogueira. 15.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2009. ______. O Futuro da Democracia. Trad.: Marco Aurélio Nogueira. 7.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000. BONAVIDES, Paulo. Do Estado Liberal ao Estado Social. 9.ed. Sa?o Paulo: Malheiros, 2009. CANOTILHO, José Gomes. O ativismo judiciário: entre o nacionalismo, a globalização e a pobreza. In: MOURA, Lenice S. Moreira, O novo constitucionalismo na era pós-positiva. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 47/58. ______. Um olhar jurídico-constitucional sobre a judiciarização da política e a politização da justição. Lisboa: Supremo Tribunal de Justiça, 2007. CHRISTODOULIDIS, Emilious et. al) Jurisprudence themes and Concepts. Second edition. London: Routledge, 2012.DALLARI, Dalmo de Abreu. A Constituição na vida dos povos: da idade média ao século XXI. São Paulo: Saraiva, 2010._______. O Poder dos Juízes. São Paulo: Saraiva, 1996. DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. São Paulo: Martins Fontes, 2010.ESTEVES, João Luiz M. Direitos Sociais no Supremo Tribunal Federal. São Paulo:

Professora de Direito da Universidade Estadual de Roraima. Mestre em Direito de Estado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

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Método, 2007. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Aspectos do direito constitucional contemporâneo. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. _______. Princípios Fundamentais do Direito Constitucional: o estado da questão no século XXI, em face do direito comparado e, principalmente, do direito positivo brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. HESSE, Konrad. Temas Fundamentais do Direito Constitucional. Trad. Gilmar Mendes et al. São Paulo: Saraiva, 2009. HOURQUEBIE, Fabrice. Sur l'émergence du contre-pouvoir juridictionnel sous la Vème République. Bruxelles: Bruylant, 2004. LESSA, Pedro. Do Poder Judiciário. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2003. MENDES, Conrado Húber. Controle de Constitucionalidade e Democracia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. RAMOS, Elival da Silva. Ativismo Judicial: parâmetros dogmáticos. São Paulo: Saraiva, 2010. REYES, Manuel Aragon. Constitucion y control del poder: Introduccion a uma teoria constitucional del control. Universidad Externado de Colombia. SILVA, José Afonso da. Constitucionalismo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2011.TASSINARI, Clarissa. Jurisdição Constitucional. Limites da atuação do Judiciário. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013.TAVARES, Andre? Ramos. Teoria da Justiça Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2005. TUSHNET, Mark. Weak Courts, Strong Rights. Judicial Review and social welfare rights in comparative constitucional law. Princenton University Press, 2008.ZAFFARONI, Eugenio Raul. Poder Judiciário: crise, acertos e desacertos. Trad. Juarez Tavares. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1995.

LIMITES DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO E DOS ESTADOS-MEMBROS EM MATÁERIA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE TERRAS PÚBLICAS:

DISTINÇÃO ENTRE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA E DIRIETO AGRÁRIO.

José Edival Vale Braga

Excesso de centralização do Poder pela União Federal em detrimento dos Estados. Limites dos entes federativos no modelo constitucional da Federação Brasileira, em matéria de regularização de terras públicas. Incidência da teoria dos poderes implícitos à regularização fundiária de terras estaduais. Federação brasileira. Convivência de competência vertical e horizontal, configurando, nas hipóteses de competência concorrente. A Constituição Federal de 1988 estabeleceu verdadeira situação de condomínio legislativo entre a União Federal, os Estados-membros e o Distrito Federal, daí resultando clara repartição vertical de competências normativas entre as pessoas estatais, cabendo à União, estabelecer normas gerais (CF, art. 24, § 1º), e, aos Estados-membros e ao Distrito Federal, exercer competência suplementar (CF, art. 24, § 2º,) deferiu ao Estado-membro e ao Distrito Federal, em inexistindo lei federal sobre normas gerais, a possibilidade de exercer a competência legislativa plena, desde que para atender as suas peculiaridades (CF, art. 24, § 3º). Regularização fundiária não configura normas de direito agrário. Por isso, os Estados-membros ao legislarem sobre regularização fundiária de suas terras não usurpam competência da União. No modelo da Constituição da Repúblicas as terras devolutas, como regras, são de propriedade do respectivo Estado-membro. Processo discriminatório das terras públicas. A competência para legislar a respeito do processo discriminatório diz respeito ao respectivo ente político às quais tais terras pertencerem. Regularização fundiária configura hipótese de exceção à lei de licitação. Os Estados da Federação têm competência para legislar a respeito de licitação para atender as suas peculiaridades regionais, tendo em vista que a competência da União a respeito de licitação se limita a estabelecer normas gerais.

Palavras-chave: Regularização Fundiária. Terras públicas. Excesso de centralização do Poder pela União Federal. Referências:-BARROSO, Luís Roberto. Constituição da República Federativa do Brasil anotada. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.BASTOS, Celso. Curso de direito constitucional. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 10. ed. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus, 1992.BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. 7. ed. Coimbra: Edições Almedina, 2003.DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do estado. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 35. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.HÄBERLE, Peter. Hermenêutica constitucional: a sociedade aberta dos intérpretes da Constituição. Tradução de Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Antônio Sérgio Fabris, 1997.HESSE, Konrad. A força normativa da constituição. Tradução de Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Antonio Sérgio Fabris, 1999.LASSALE, Ferdinand. Que é uma constituição? São Paulo: Kairós, 1985.MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007.MIRANDA, Jorge. Teoria do estado e da constituição. Rio de Janeiro: Forense, 2007.SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.

Professor do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.

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Método, 2007. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Aspectos do direito constitucional contemporâneo. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. _______. Princípios Fundamentais do Direito Constitucional: o estado da questão no século XXI, em face do direito comparado e, principalmente, do direito positivo brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. HESSE, Konrad. Temas Fundamentais do Direito Constitucional. Trad. Gilmar Mendes et al. São Paulo: Saraiva, 2009. HOURQUEBIE, Fabrice. Sur l'émergence du contre-pouvoir juridictionnel sous la Vème République. Bruxelles: Bruylant, 2004. LESSA, Pedro. Do Poder Judiciário. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2003. MENDES, Conrado Húber. Controle de Constitucionalidade e Democracia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. RAMOS, Elival da Silva. Ativismo Judicial: parâmetros dogmáticos. São Paulo: Saraiva, 2010. REYES, Manuel Aragon. Constitucion y control del poder: Introduccion a uma teoria constitucional del control. Universidad Externado de Colombia. SILVA, José Afonso da. Constitucionalismo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2011.TASSINARI, Clarissa. Jurisdição Constitucional. Limites da atuação do Judiciário. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013.TAVARES, Andre? Ramos. Teoria da Justiça Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2005. TUSHNET, Mark. Weak Courts, Strong Rights. Judicial Review and social welfare rights in comparative constitucional law. Princenton University Press, 2008.ZAFFARONI, Eugenio Raul. Poder Judiciário: crise, acertos e desacertos. Trad. Juarez Tavares. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1995.

LIMITES DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO E DOS ESTADOS-MEMBROS EM MATÁERIA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE TERRAS PÚBLICAS:

DISTINÇÃO ENTRE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA E DIRIETO AGRÁRIO.

José Edival Vale Braga

Excesso de centralização do Poder pela União Federal em detrimento dos Estados. Limites dos entes federativos no modelo constitucional da Federação Brasileira, em matéria de regularização de terras públicas. Incidência da teoria dos poderes implícitos à regularização fundiária de terras estaduais. Federação brasileira. Convivência de competência vertical e horizontal, configurando, nas hipóteses de competência concorrente. A Constituição Federal de 1988 estabeleceu verdadeira situação de condomínio legislativo entre a União Federal, os Estados-membros e o Distrito Federal, daí resultando clara repartição vertical de competências normativas entre as pessoas estatais, cabendo à União, estabelecer normas gerais (CF, art. 24, § 1º), e, aos Estados-membros e ao Distrito Federal, exercer competência suplementar (CF, art. 24, § 2º,) deferiu ao Estado-membro e ao Distrito Federal, em inexistindo lei federal sobre normas gerais, a possibilidade de exercer a competência legislativa plena, desde que para atender as suas peculiaridades (CF, art. 24, § 3º). Regularização fundiária não configura normas de direito agrário. Por isso, os Estados-membros ao legislarem sobre regularização fundiária de suas terras não usurpam competência da União. No modelo da Constituição da Repúblicas as terras devolutas, como regras, são de propriedade do respectivo Estado-membro. Processo discriminatório das terras públicas. A competência para legislar a respeito do processo discriminatório diz respeito ao respectivo ente político às quais tais terras pertencerem. Regularização fundiária configura hipótese de exceção à lei de licitação. Os Estados da Federação têm competência para legislar a respeito de licitação para atender as suas peculiaridades regionais, tendo em vista que a competência da União a respeito de licitação se limita a estabelecer normas gerais.

Palavras-chave: Regularização Fundiária. Terras públicas. Excesso de centralização do Poder pela União Federal. Referências:-BARROSO, Luís Roberto. Constituição da República Federativa do Brasil anotada. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.BASTOS, Celso. Curso de direito constitucional. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 10. ed. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus, 1992.BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. 7. ed. Coimbra: Edições Almedina, 2003.DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do estado. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 35. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.HÄBERLE, Peter. Hermenêutica constitucional: a sociedade aberta dos intérpretes da Constituição. Tradução de Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Antônio Sérgio Fabris, 1997.HESSE, Konrad. A força normativa da constituição. Tradução de Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Antonio Sérgio Fabris, 1999.LASSALE, Ferdinand. Que é uma constituição? São Paulo: Kairós, 1985.MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007.MIRANDA, Jorge. Teoria do estado e da constituição. Rio de Janeiro: Forense, 2007.SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.

Professor do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.

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PRINCÍPIO DA ISONOMIA E ISENÇÃO DO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS AOS VEÍCULOS UTILIZADOS EM SERVIÇO PELOS

REPRESENTANTES COMERCIAIS AUTÔNOMOS

Juliana de Carvalho Fontes Rodrigo Machado Cabral da Costa

O cerne do presente trabalho consiste no estudo da isenção do IPI aos veículos utilizados em serviço pelos representantes comerciais, que, por sua natureza, são trabalhadores autônomos e regidos pela lei 4.886 de 1965, modificada pela lei 8.420 de 1992. Há carência de uma norma efetiva, no que diz respeito à não incidência tributária do Imposto Sobre Produtos Industrializados na compra dos veículos automotores realizada pelos representantes comerciais autônomos ou agentes e distribuidores, que desempenham suas atividades, necessitando, primordialmente, dos veículos em exame. Haja vista que não existe, em nosso país, um direito aos trabalhadores acima mencionados, torna-se necessário que este tema seja relacionado, a fim de que tenhamos uma fonte de compreensão do assunto, com o intuito de estender a estes agentes e distribuidores autônomos a referida isenção tributária. Alguns projetos de lei neste sentido já tramitam no Congresso Nacional, mas ainda dependem de aprovação e intensificação na concretização deste objetivo. Após o devido enfoque da cizânia prática e legal existente acerca do assunto em pauta, resta demonstrada uma análise crítica e atual acerca de tal arguição, culminando por expor o que realmente se entende por Imposto de Sobre Produtos Industrializados, a diferença básica entre isenção e imunidade, o motivo pelo qual os veículos utilizados em serviço pelos agentes e distribuidores merecem tal isenção, bem como uma analogia, pautada no princípio constitucional da isonomia, destes trabalhadores com outra categoria de trabalhadores, os taxistas, já contemplada juridicamente com esta justiça social, através da lei 8.989 de 1995, modificada pela lei 10.754 de 2003, que os amparou e concedeu a referida isenção tributária no tocante à compra de veículos automotores utilizados em serviço. Trata-se da uma pesquisa bibliográfica que consistiu na procura de referências teóricas publicadas em livros, documentos, etc., e a metodologia aplicada foi a dedutiva, utilizando doutrinas e legislações nacionais e internacionais.

Palavras-Chave: IPI. Isenção. Representantes comerciais. Isonomia.

Referências: BOTTALLO, Eduardo Domingos. Fundamentos do IPI. São Paulo: RT, 2002.CARRAZA, Roque Antônio. Curso de direito constitucional tributário. São Paulo: Malheiros, 2013.DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2014.MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. São Paulo: Malheiros, 2013.SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 11 ed. rev. atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012.

Assessora Jurídica do VII Comando Aéreo Regional. Bacharela em Direito pela Instituição Católica de Salvador. Pós-Graduada (Especialista) em Direito Tributário pela JUSPODIVM. Cursando Pós-Graduação (Especialização) em Direito Militar pela Universidade Cruzeiro do Sul. Aluna Especial do Programa de Mestrado da Universidade do Estado do Amazonas - UEA (PPGDA/UEA).Oficial de Justiça Avaliador Federal (TRT 11ª. Região). Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Paraíba. Pós-graduado (Especialista) em Direito Tributário pela Universidade da Amazônia - UNAMA. Mestrando em Direito Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas - UEA (PPGDA/UEA). Professor do Curso de Direito do Centro Universitário do Norte - UNINORTE.

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PRINCÍPIO DA ISONOMIA E ISENÇÃO DO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS AOS VEÍCULOS UTILIZADOS EM SERVIÇO PELOS

REPRESENTANTES COMERCIAIS AUTÔNOMOS

Juliana de Carvalho Fontes Rodrigo Machado Cabral da Costa

O cerne do presente trabalho consiste no estudo da isenção do IPI aos veículos utilizados em serviço pelos representantes comerciais, que, por sua natureza, são trabalhadores autônomos e regidos pela lei 4.886 de 1965, modificada pela lei 8.420 de 1992. Há carência de uma norma efetiva, no que diz respeito à não incidência tributária do Imposto Sobre Produtos Industrializados na compra dos veículos automotores realizada pelos representantes comerciais autônomos ou agentes e distribuidores, que desempenham suas atividades, necessitando, primordialmente, dos veículos em exame. Haja vista que não existe, em nosso país, um direito aos trabalhadores acima mencionados, torna-se necessário que este tema seja relacionado, a fim de que tenhamos uma fonte de compreensão do assunto, com o intuito de estender a estes agentes e distribuidores autônomos a referida isenção tributária. Alguns projetos de lei neste sentido já tramitam no Congresso Nacional, mas ainda dependem de aprovação e intensificação na concretização deste objetivo. Após o devido enfoque da cizânia prática e legal existente acerca do assunto em pauta, resta demonstrada uma análise crítica e atual acerca de tal arguição, culminando por expor o que realmente se entende por Imposto de Sobre Produtos Industrializados, a diferença básica entre isenção e imunidade, o motivo pelo qual os veículos utilizados em serviço pelos agentes e distribuidores merecem tal isenção, bem como uma analogia, pautada no princípio constitucional da isonomia, destes trabalhadores com outra categoria de trabalhadores, os taxistas, já contemplada juridicamente com esta justiça social, através da lei 8.989 de 1995, modificada pela lei 10.754 de 2003, que os amparou e concedeu a referida isenção tributária no tocante à compra de veículos automotores utilizados em serviço. Trata-se da uma pesquisa bibliográfica que consistiu na procura de referências teóricas publicadas em livros, documentos, etc., e a metodologia aplicada foi a dedutiva, utilizando doutrinas e legislações nacionais e internacionais.

Palavras-Chave: IPI. Isenção. Representantes comerciais. Isonomia.

Referências: BOTTALLO, Eduardo Domingos. Fundamentos do IPI. São Paulo: RT, 2002.CARRAZA, Roque Antônio. Curso de direito constitucional tributário. São Paulo: Malheiros, 2013.DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2014.MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. São Paulo: Malheiros, 2013.SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 11 ed. rev. atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012.

Assessora Jurídica do VII Comando Aéreo Regional. Bacharela em Direito pela Instituição Católica de Salvador. Pós-Graduada (Especialista) em Direito Tributário pela JUSPODIVM. Cursando Pós-Graduação (Especialização) em Direito Militar pela Universidade Cruzeiro do Sul. Aluna Especial do Programa de Mestrado da Universidade do Estado do Amazonas - UEA (PPGDA/UEA).Oficial de Justiça Avaliador Federal (TRT 11ª. Região). Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Paraíba. Pós-graduado (Especialista) em Direito Tributário pela Universidade da Amazônia - UNAMA. Mestrando em Direito Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas - UEA (PPGDA/UEA). Professor do Curso de Direito do Centro Universitário do Norte - UNINORTE.

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TRABALHO ANÁLOGO AO DE ESCRAVO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO: UMA PRÁTICA ERRÔNEA QUE FERE O PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA

HUMANA

Cássia Dantas Neres Cleidilene Lima Rodrigues

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, surge um período de organização plena do Estado democrático no país e promove o princípio da dignidade da pessoa humana no artigo 1º, inciso III, que é relatado como parte dos princípios fundamentais da Constituição, que protege o ser humano na sua totalidade, resguardando a proteção dos valores morais e espirituais inerentes a pessoa humana. Esse princípio ganhou ênfase a partir da obra: "Fundamentação da Metafísica dos Costumes", do filósofo Immanuel Kant em 1785, onde defende que as pessoas deveriam ser tratadas como um fim em si mesmo e não como um meio (objetos). Preceitua Kant, que os valores inerentes à pessoa humana é contra o menoscabo. Assim, o constitucionalismo atualmente busca de forma assegurar o direito de todos a serem tratados de forma digna e respeitosa, entretanto, ferindo a esse princípio existe a prática de trabalho análogo a escravos. Parte da pesquisa o objetivo de mostrar a importância do principio da dignidade da pessoa humana, propondo reflexões relacionadas ao trabalho análogo, no Brasil. Com a Convenção de 29 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1930 foi discutida as proposições relativas ao trabalho forçado, e anos mais tarde, ocorreu com a Convenção 105 da OIT, de 1957, sobre a abolição do trabalho forçado (ratificada pelo Brasil e promulgada pelo Decreto nº 58.822, de 14.7.1966). Logo, o trabalho análogo é entendido esporadicamente, quando o empregado não consegue se desligar do patrão por fraude ou violência, sendo forçado a trabalhar contra sua própria vontade, sendo sujeito às condições desumanas de trabalho colocando muitas vezes até vida em risco. É possível relatar que essa forma de trabalho desumana, fere a Carta Magna (Constituição Federal de 1988), como também desrespeita as leis trabalhistas Brasileiras. A metodologia da pesquisa será a de pesquisa bibliográfica e exploratória, partindo da análise hermenêutica do princípio fundamental da dignidade da pessoa humana presentes na Constituição e sobre os axiomas básicos da dignidade da pessoa humana do trabalhador e da inviolabilidade dos seus direitos trabalhistas. A partir do momento que "um empregador", elucida um trabalho com promessas errôneas e enganosas, contrariando a legislação vigente, é considerada uma forma de trabalho análogo ao escravo (ou forçado). Todavia, diversas medidas com o propósito de erradicar o trabalho escravo contemporâneo estão sendo tomada pelo poder constituinte pela Organização Internacional do Trabalho, mesmo assim a situação ainda persiste.

Palavras-chave: Dignidade da pessoa humana. Trabalho forçado. Constitucionalismo.

Referências: BASILE, César Reinaldo Offa. Direito do trabalho: teoria geral a segurança e saúde. 4. ed. São Paulo : Saraiva, 2011.CASTILHO, Ricardo. Direitos humanos. v. 30. São Paulo: Saraiva, 2011. TAVARES, André Ramos. Curso de direito constitucional. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

Graduada em Gestão Hospitalar-IFRR. Acadêmica do 4º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral. Acadêmica do 4º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.

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TRABALHO ANÁLOGO AO DE ESCRAVO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO: UMA PRÁTICA ERRÔNEA QUE FERE O PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA

HUMANA

Cássia Dantas Neres Cleidilene Lima Rodrigues

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, surge um período de organização plena do Estado democrático no país e promove o princípio da dignidade da pessoa humana no artigo 1º, inciso III, que é relatado como parte dos princípios fundamentais da Constituição, que protege o ser humano na sua totalidade, resguardando a proteção dos valores morais e espirituais inerentes a pessoa humana. Esse princípio ganhou ênfase a partir da obra: "Fundamentação da Metafísica dos Costumes", do filósofo Immanuel Kant em 1785, onde defende que as pessoas deveriam ser tratadas como um fim em si mesmo e não como um meio (objetos). Preceitua Kant, que os valores inerentes à pessoa humana é contra o menoscabo. Assim, o constitucionalismo atualmente busca de forma assegurar o direito de todos a serem tratados de forma digna e respeitosa, entretanto, ferindo a esse princípio existe a prática de trabalho análogo a escravos. Parte da pesquisa o objetivo de mostrar a importância do principio da dignidade da pessoa humana, propondo reflexões relacionadas ao trabalho análogo, no Brasil. Com a Convenção de 29 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1930 foi discutida as proposições relativas ao trabalho forçado, e anos mais tarde, ocorreu com a Convenção 105 da OIT, de 1957, sobre a abolição do trabalho forçado (ratificada pelo Brasil e promulgada pelo Decreto nº 58.822, de 14.7.1966). Logo, o trabalho análogo é entendido esporadicamente, quando o empregado não consegue se desligar do patrão por fraude ou violência, sendo forçado a trabalhar contra sua própria vontade, sendo sujeito às condições desumanas de trabalho colocando muitas vezes até vida em risco. É possível relatar que essa forma de trabalho desumana, fere a Carta Magna (Constituição Federal de 1988), como também desrespeita as leis trabalhistas Brasileiras. A metodologia da pesquisa será a de pesquisa bibliográfica e exploratória, partindo da análise hermenêutica do princípio fundamental da dignidade da pessoa humana presentes na Constituição e sobre os axiomas básicos da dignidade da pessoa humana do trabalhador e da inviolabilidade dos seus direitos trabalhistas. A partir do momento que "um empregador", elucida um trabalho com promessas errôneas e enganosas, contrariando a legislação vigente, é considerada uma forma de trabalho análogo ao escravo (ou forçado). Todavia, diversas medidas com o propósito de erradicar o trabalho escravo contemporâneo estão sendo tomada pelo poder constituinte pela Organização Internacional do Trabalho, mesmo assim a situação ainda persiste.

Palavras-chave: Dignidade da pessoa humana. Trabalho forçado. Constitucionalismo.

Referências: BASILE, César Reinaldo Offa. Direito do trabalho: teoria geral a segurança e saúde. 4. ed. São Paulo : Saraiva, 2011.CASTILHO, Ricardo. Direitos humanos. v. 30. São Paulo: Saraiva, 2011. TAVARES, André Ramos. Curso de direito constitucional. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

Graduada em Gestão Hospitalar-IFRR. Acadêmica do 4º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral. Acadêmica do 4º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.

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DELIMITAÇÃO DO CONCEITO JURÍDICO PENAL DE TRABALHO ESCRAVO E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A EFETIVIDADE DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº

81

Renato Arnaldo Lira

Após anos tramitando no Congresso Nacional foi promulgada a Emenda Constitucional nº 81, que alterou o artigo 243 do Texto Maior, que além das culturas psicotrópicas, sujeita também à expropriação as propriedades urbanas e rurais onde forem constatados o trabalho escravo. No seu parágrafo único é estipulado que qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência da exploração do trabalho escravo será confiscado. Sem dúvida a referida emenda é um grande passo no combate a essa forma de trabalho que permanece em nossa sociedade. E tal dispositivo se encontra em consonância com os tratados internacionais de direitos humanos que o Brasil é signatário. O trabalho escravo é tipificado em nosso código penal no Art. 149, redução a condição análoga a de escravo, incluído entre os crimes contra liberdade individual, com a alteração dada pela Lei 10,803 de 2003 o referido artigo passou a elencar algumas características deste crime, tais quais, cerceamento, vigilância ostensiva, retenção de documentos e também suas qualificadoras, quando praticado contra crianças ou adolescentes e motivo de preconceito (raça, cor, etnia, religião ou origem). Entretanto não se pode imaginar que essas características elencadas pelo legislador possam por si só delimitar o conceito de trabalho escravo, pois, cada um deles também pode ser levado a discussão em cada caso concreto, cabendo ao magistrado o difícil papel de interpreta-las. Isso nos leva a indagação de que tipo de aplicação terá o novo texto do Art. 243 da Constituição e se os elementos do crime de "condição análoga a de escravo" ampliam ou reduzem sua aplicação em um contexto de grande desigualdade social como o Brasil. Inúmeros casos de trabalhos degradantes são constatados diariamente no Brasil, podemos exemplificar com os casos em que estrangeiros irregulares são resgatados de jornadas exaustivas de trabalho em indústrias no sudeste e também os de cárcere na região norte para fins econômicos no setor agropecuário. O Ministério do Trabalho e Emprego, é o órgão responsável por desenvolver a cidadania nas relações de trabalho, trabalha em conjunto com outros órgãos governamentais no combate as formas de trabalhos degradantes. A Secretaria de Inspeção do Trabalho, vinculada ao MTE é um órgão importante no combate o trabalho escravo, em 2001 ela publicou a Instrução Normativa nº. 91 que conceitua os elementos contidos no Art. 149 do Código Penal. Roraima é um Estado novo na federação, com pouca expressividade politica e econômica, englobando também a pouca expressão nos casos de trabalho escravo segundo os dados do MTE em comparação com estados como Pará e São Paulo.

Palavras-chave: Trabalho escravo. expropriação, conceito jurídico delimitado.

Referências:BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional.20. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Instrução Normativa Nº 91, de 05/10/2011. Disponível no site <http://www.mte.gov. br> Acesso em: 03 out. de 2014.HENRIQUE DE ALMEIDA, André. Condições ánalogas a de escravo normatização efeito. Disponívelem:<http://jus.com.br/artigos/19167/condicoes-analogas-a-escravo-normatizacao-e-efetividade/1. Acesso em : 20 de set. 2014.

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83Acadêmico do 4º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima120 121

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DELIMITAÇÃO DO CONCEITO JURÍDICO PENAL DE TRABALHO ESCRAVO E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A EFETIVIDADE DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº

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Renato Arnaldo Lira

Após anos tramitando no Congresso Nacional foi promulgada a Emenda Constitucional nº 81, que alterou o artigo 243 do Texto Maior, que além das culturas psicotrópicas, sujeita também à expropriação as propriedades urbanas e rurais onde forem constatados o trabalho escravo. No seu parágrafo único é estipulado que qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência da exploração do trabalho escravo será confiscado. Sem dúvida a referida emenda é um grande passo no combate a essa forma de trabalho que permanece em nossa sociedade. E tal dispositivo se encontra em consonância com os tratados internacionais de direitos humanos que o Brasil é signatário. O trabalho escravo é tipificado em nosso código penal no Art. 149, redução a condição análoga a de escravo, incluído entre os crimes contra liberdade individual, com a alteração dada pela Lei 10,803 de 2003 o referido artigo passou a elencar algumas características deste crime, tais quais, cerceamento, vigilância ostensiva, retenção de documentos e também suas qualificadoras, quando praticado contra crianças ou adolescentes e motivo de preconceito (raça, cor, etnia, religião ou origem). Entretanto não se pode imaginar que essas características elencadas pelo legislador possam por si só delimitar o conceito de trabalho escravo, pois, cada um deles também pode ser levado a discussão em cada caso concreto, cabendo ao magistrado o difícil papel de interpreta-las. Isso nos leva a indagação de que tipo de aplicação terá o novo texto do Art. 243 da Constituição e se os elementos do crime de "condição análoga a de escravo" ampliam ou reduzem sua aplicação em um contexto de grande desigualdade social como o Brasil. Inúmeros casos de trabalhos degradantes são constatados diariamente no Brasil, podemos exemplificar com os casos em que estrangeiros irregulares são resgatados de jornadas exaustivas de trabalho em indústrias no sudeste e também os de cárcere na região norte para fins econômicos no setor agropecuário. O Ministério do Trabalho e Emprego, é o órgão responsável por desenvolver a cidadania nas relações de trabalho, trabalha em conjunto com outros órgãos governamentais no combate as formas de trabalhos degradantes. A Secretaria de Inspeção do Trabalho, vinculada ao MTE é um órgão importante no combate o trabalho escravo, em 2001 ela publicou a Instrução Normativa nº. 91 que conceitua os elementos contidos no Art. 149 do Código Penal. Roraima é um Estado novo na federação, com pouca expressividade politica e econômica, englobando também a pouca expressão nos casos de trabalho escravo segundo os dados do MTE em comparação com estados como Pará e São Paulo.

Palavras-chave: Trabalho escravo. expropriação, conceito jurídico delimitado.

Referências:BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional.20. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Instrução Normativa Nº 91, de 05/10/2011. Disponível no site <http://www.mte.gov. br> Acesso em: 03 out. de 2014.HENRIQUE DE ALMEIDA, André. Condições ánalogas a de escravo normatização efeito. Disponívelem:<http://jus.com.br/artigos/19167/condicoes-analogas-a-escravo-normatizacao-e-efetividade/1. Acesso em : 20 de set. 2014.

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83Acadêmico do 4º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima120 121

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