caderno de resumos issn 2358 7113
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Simpósio gepem/UFPATRANSCRIPT
Belém/PA2014
CADERNO DE RESUMOS
Simpósio GEPEM/UFPA:Mulheres, Gênero, Histórias e
Saberes em 20 anos
24, 25 e 26 de Setembro de 2014Universidade Federal do Pará
ISSN 2358-7113
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS «ENEIDA DE MORAES» SOBRE MULHER E RELAÇÕES DE GÊNERO
CADERNO DE
RESUMOS
Simpósio GEPEM/UFPA: Mulheres, Gênero, Histórias e Saberes em 20
anos
24, 25 e 26 de Setembro de 2014UFPA
Belém/PA
1
SUMÁRIO ARTIGOS IDENTIDADE DE GÊNERO: MANDINGAS, MALÍCIAS E O JOGO DE PODER
NAS RODAS DE CAPOEIRA PARAENSE ...................................................... 8
MARIA ZENEIDE GOMES DA SILVA
MULHERES BENZEDEIRAS EM BELÉM (PA): RELAÇÕES DE GÊNERO E
TRAJETÓRIA RELIGIOSA..................................................................................8
IRACEMA SILVA COSTA
PINTANDO GÊNERO NA BUCHA: O STATUS DA MULHER NO PROCESSO
CRIATIVO DOS BRINQUEDOS DE MIRITI DE ABAETETUBA/PA....................9
LARISSA TUANE LIMA DE NASCIMENTO
AMARILDO FERREIRA JÚNIOR
AS MARIAZINHAS: UM ENCONTRO DAS MEMÓRIAS DE UMA
PESQUISADORA COM AS PERCEPÇÕES DE MENINAS
INTERLOCUTORAS DE SUA PESQUISA SOBRE A EXPLORAÇÃO DO
TRABALHO DOMÉSTICO INFANTIL FEMININO.............................................10
MARIA DO SOCORRO RAYOL AMORAS SANCHES
MULHERES DO CÁRCERE: UMA ABORDAGEM ACERCA DA IDENTIDADE
E CULTURA RETRATADOS NO CONTEXTO DO SISTEMA
PRISIONAL........................................................................................................10
LANA CLAUDIA MACEDO DA SILVA
SUZIANNE SILVA DE OLIVEIRA
VALÉRIA DE LIMA VALOIS
HIP HOP FEMININO E O FEMINISMO COMO RESISTÊNCIA DA
JUVENTUDE EM BELÉM..................................................................................11
LEILA LEITE
DENISE MACHADO CARDOSO
MULHERES NEGRAS EM MOVIMENTO: TRAJETÓRIA DE VIDA, ATUAÇÃO
POLÍTICA E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE................................................12
ANTÔNIA LENILMA MENESES DE ANDRADE
LUIZ AUGUSTO PINHEIRO LEAL
2
MULHERES INDÍGENAS SATERÉ MAWÉ: UMA DISCUSSÃO ACERCA DA
LUTA FEMININA PELO ACESSO A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE
PARINTINS – PA...............................................................................................12
ALESSANDRA MAIA CERDEIRA COSTA
FRANCIVALDA RODRIGUES DA SILVA
MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO GARCIA HATA
THAÍS PONTES MAIA
“SOU LIVRE”: NARRATIVAS E REPRESENTAÇÕES SOBRE MULHERES EM
BELÉM DO PARÁ (SÉCULOS XIX E XX).........................................................13
FRANCIANE GAMA LACERDA
MITOS: PILARES QUE SUSTENTAM O PATRIARCADO, NA PERSPECTIVA
DE SIMONE DE BEAUVOIR.............................................................................14
IVONETE PINHEIRO
MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES
O FEMININO NA FORMAÇÃO INTELECTUAL NEGRA AMAZÔNICA...........15.
LUIZ AUGUSTO PINHEIRO LEAL
CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS SOBRE O GÊNERO E SEXUALIDADE..........15
JENNIFER SALES
REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO GÊNERO MASCULINO E SUAS
IMPLICAÇÕES NA SEXUALIDADE DE PACIENTES COM
PARAPLEGIA....................................................................................................16
.
BRENA MAUÉS DE SOUZA SANTOS
ANA MARIA VANCONCELOS SILVA
TODO DIA ELA DIZ PRA EU NÃO ME AFASTAR: RELACIONAMENTOS EM
DINÂMICAS DE DESLOCAMENTO..................................................................17
AUDREI ALENCAR
HOMENS FIÉIS? UM ESTUDO SOBRE SEXUALIDADE E
AFETIVIDADE...................................................................................................17
CARLA FIGUEIREDO MARINHO SALDANHA
3
PARTICIPAR É LUTAR: O MOVIMENTO ARTICULAÇÃO PARINTINS CIDADÃ
NA CIDADE DE PARINTINS-AM.......................................................................20
CASSIA KARIMI VIEIRA CATIVO
AMANDA CRISTIE CALDAS DOS SANTOS
BEATRIZ BORGES VIANA
ROSANE FERREIRA DE LIMA
O PERFIL SOCIAL DA ELITE FEMININA NO ESTADO DO PARÁ (2007-
2010)................................................................................................................. 21
GERSON CARLOS MIRANDA ÁLVARES
JOÃO SANTIAGO LISBOA
CARTAS AO INTERVENTOR: UMA FORMA DE COMPREENDER AS
MULHERES EM BELÉM (1930-1932)...............................................................21
MARCELO DE SOUZA FERREIRA
MULHERES NO PODER: ENTRE OS ESPAÇOS PRIVADOS DE CONVIVÊNCIA
E A ARENA PÚBLICA E POLÍTICA.............................................................22
NILSON ALMEIDA DE SOUSA FILHO
COMPETIÇÃO ELEITORAL E O PROCESSO DE REPRESENTAÇÃO FEMININA
NO BRASIL: CANDIDATURA E VOTOS NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS DE
2010........................................................................................................22
MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES
FRANCIELCIO FERREIRA BELUCIO
TRABALHO FEMININO E RELAÇÕES DE GÊNERO NA FEIRA DO AÇAÍ BELÉM-
PA............................................................................................................................25
MAYARA GONÇALVEZ LIMA
CARMEM IZABEL RODRIGUES
RELAÇÕES DE GÊNERO E TRABALHO: PERCEPÇÃO DAS MALVICULTORAS
DA ILHA DO VALHA-ME DEUS – JURUTI/PA..............................................25
MAYARA VIANA DE LIMA
SANDRA HELENA DA SILVA
NADMA OLIVEIRA DE AZEVÊDO
A INVISIBILIDADE DO TRABALHO DA MULHER RIBEIRINHA NA AMAZÔNIA:
UM ESTUDO COM AS MULHERES DA COMUNIDADE FREGUESIA DO RIO
ANDIRÁ/BARREIRINHA-AM......................................................................26
4
SANDRA DAMASCENO DA ROCHA
CARMEN DE SOUZA
VANESSA RODRIGUES DE SOUSA
AS MULHERES E O TRABALHO NA PESCA: O CASO DAS PESCADORAS
DE SÃO FRANCISCO DO BOIA, RDS MAMIRAUÁ, AM..................................27
GÉSSICA DA SILVA MIRANDA
EDNA F. ALENCAR
ISABEL SOUSA
AÇÃO DE MULHERES: “MULHERES EM AÇÃO” O PROTAGONISMO DAS
PESCADORAS DA COLÔNIA DE PESCADORES Z-32 DE MARAÃ, ESTADO
DO
AMAZONAS.......................................................................................................29
EDNA F. ALENCAR
ISABEL SOARES DE SOUSA
SANDRA PEREIRA PALHETA
MULHERES MERCANTES: GÊNERO E GERAÇÃO.......................................30
GEISA COSTA COÊLHO
DENISE MACHADO CARDOSO
AS “BALDEIRAS” DO AREIÃO: MULHERES QUE TRABALHAM, VIVEM E
CONTAM SUAS HISTÓRIAS NAS FESTAS DE APARELHAGENS................30
HELIANA RODRIGUES DE BITENCOURT
A TRANSVERSALIDADE DE GÊNERO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS.............31
TAINÃ DE SÁ PORTO
A SAÚDE DA MULHER TRABALHADORA ACOLHIDA NO CENTRO DE
REFERÊNCIA ESTADUAL – CEREST/PARÁ: ELEMENTOS PARA
REFLEXÕES.....................................................................................................32
NELCELI SILVA MELO
VERA LÚCIA BATISTA GOMES
CARLA CAROLINE BARISÃO DE SOUZA
5
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM COMUNIDADE NA
AMAZÔNIA: PAPEL DOS GÊNEROS NA ALIMENTAÇÃO..............................33
SILVANA RODRIGUES GOUVEIA DO CARMO
REMÉDIOS DA TERRA E DO MATO”: MULHERES QUE CURAM NA
AMAZÔNIA TOCANTINA..................................................................................34
TATIANE DO SOCORRO CORREA TEIXEIRA
MULHERES E O PERFIL DOS CATADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS
RECICLÁVEIS DE UMA COOPERATIVA, EM BELÉM, PARÁ.........................35
GEISE SANTA ROSA DE OLIVEIRA
MARIA CRISTINA MORAES
CLÁUDIO LUIS AMARO DE OLIVEIRA
A REPRESENTAÇÃO FEMININA NOS ANÚNCIOS DOS JORNAIS “A
PALAVRA” E “FOLHA DO NORTE” (1939- - 1945)...........................................37
FLAVIANA MORAES PANTOJA
DIREITOS HUMANOS NEGADOS: RELAÇÕES ENTRE A SAÚDE DA
MULHER NEGRA E O RACISMO INSTITUCIONAL.........................................39
CAMILA SILVA SOUZA
TAINARA LÚCIA PINHEIRO
ZÉLIA AMADOR DE DEUS
ATENDIMENTO HUMANIZADO ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA: A PERCEPÇÃO DAS MULHERES ATENDIDAS NA DELEGACIA
ESPECIALIZADA DE PARINTINS/AM..............................................................39
GISELE TAVARES
MICHELE RODRIGUES
NAYARA VIEIRA
VANESSA RODRIGUES
OS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS COMO MODO DE
DESCONSTRUÇÃO DA CULTURA DO ESTUPRO.........................................40
EVELYN LIMA DE ANDRADE
PRÁTICAS DE CURA EM BELÉM: GÊNERO E SAÚDE CIRCUNSCRITOS NO
UNIVERSO DA CURA NOS PRIMEIROS ANOS DE SÉCULO XX..................41
ELAINNE CRISTINA MESQUITA
6
DESIGUALDADE DE GENERO E VIOLENCIA: A SITUAÇÃO DA MULHER AS
MARGENS DOS RIOS E FLORESTAS DO MUNICÍPIO DE
BREVES/MARAJÓ............................................................................................42
SOLANGE PEREIRA DA SILVA
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER IDOSA....................................................43
LARISSA LESSA BARATA GUARANY
ALMYR CARLOS DE MORAIS FAVACHO
O ABUSO SEXUAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO GÊNERO
FEMININO E OS MEIOS JURÍDICOS DE ENFRENTAMENTO A ESSA
PRÁTICA..........................................................................................................43
ERIKA SOUZA PAMPLONA
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, QUEM METE A COLHER?”: TRAJETÓRIA
DE LUTAS DAS MULHERES DA VILA DA BARCA, BELÉM (PA)...................44
SIMONE NONATO MIRANDA
GT 1 GÊNERO, IDENTIDADE E
CULTURA
COORDENADORAS:
MARIA ANGELICA MOTTA-MAUÉS (PPGSA)TELMA AMARAL GONÇALVES (FACS)
8
GT1 - GÊNERO, IDENTIDADE E CULTURA
Coordenadoras: Profa. Maria Angelica Motta-Maués
Profa. Telma Amaral Gonçalves
DIA 24.09 (QUARTA): 14H- 16H15
SESSÃO 1 – Gênero, mulheres e identidades
IDENTIDADE DE GÊNERO: MANDINGAS, MALÍCIAS E O JOGO DE PODER NAS RODAS DE CAPOEIRA PARAENSE
MARIA ZENEIDE GOMES DA SILVA
Resumo A presente comunicação trata sobre o contexto de resistência que permeia a pratica da capoeira, expressão cultural fruto da diáspora africana no Brasil, tendo em vista, que é no Estado do Pará que até o presente consta o primeiro registro de inserção da mulher na historiografia da capoeiragem. O foco de pesquisa é a participação da mulher paraense na roda de capoeira, mundo marcado e entendido como eminentemente masculino. Assim, a partir de pesquisa bibliográfica e de campo, bem como, de nosso engajamento enquanto educadora e capoeirista refletiremos sobre questões que desafiam o campo teórico no que tange a discussão das identidades de gênero e diversidade étnico racial. A origem da capoeira tem suas raízes fincadas em sociedades paternalista mas ao mesmo tempo centrada na mulher, característica marcante nas manifestações culturais candomblé e capoeira, fato este que tem proporcionado a guarda de saberes e valores materiais e imateriais. Os resultados apresentados, nos permitem compreender a relação desigual entre gêneros na pratica da capoeira, bem como, o papel significativo da roda de capoeira como uma manifestação cultural afro brasileira que acolhe e promove identidades sociais, crenças e valores e dando acesso a um campo de possibilidades de análises sobre identidade e gênero. Palavras-Chave: Capoeira. Mulher Capoeirista. Identidade. Diversidade Etnicorracial
MULHERES BENZEDEIRAS EM BELÉM (PA): RELAÇÕES DE GÊNERO E
TRAJETÓRIA RELIGIOSA
IRACEMA SILVA COSTA Resumo
A comunicação focaliza como tema a prática da benzeção; existente na cidade de Belém, capital do Estado do Pará, exercida por mulheres especialistas identificadas por seus clientes como “benzedeiras”. Uma prática
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ligada a medicina popular de caráter mágico religioso, que compõe uma das manifestações do catolicismo popular. Nesse contexto, a presente investigação sobre o tema é um estudo etnográfico de três mulheres benzedeiras em Belém. Espalhadas pelos bairros da cidade, essas agentes da cura, guardiãs da fé e do cuidado, executam a sua prática, se assemelhando a outros profissionais de cura como pajés, pais e mães de santo, e que ao longo do seu aprendizado vão traçando um percurso que vai lhes qualificando na arte de promover a cura, configurando sua carreira de forma distinta e autônoma, agregando conteúdos religiosos e mágicos capaz de emitir respostas ou soluções que correspondem as necessidades de uma clientela a qual lhes legitimam. Nesse sentido, ao problematizar sobre tal contexto passo a compreendê-las, por elas mesmas, por suas trajetórias femininas e suas trajetórias na “carreira” de benzedeiras. Nesta comunicação apresento dados atuais acerca dessas agentes de cura, articulando variáveis como gênero, religião e cultura no atual campo religioso da metrópole paraense. Entre os dados discutidos, concluo que as benzedeiras além de desenvolverem a sua prática desligadas de instituições religiosas, trazem em sua trajetória de vida questões que dizem respeito às concepções sobre os espaços sociais que ocupam e também representações e percepções em relação a seu oficio e sobre si mesma.
Palavras- chave: benzeção; benzedeiras; gênero; trajetória; religiosidade. PINTANDO GÊNERO NA BUCHA: O STATUS DA MULHER NO PROCESSO
CRIATIVO DOS BRINQUEDOS DE MIRITI DE ABAETETUBA/PA
LARISSA TUANE LIMA DE NASCIMENTO; AMARILDO FERREIRA JÚNIOR
Este trabalho realiza considerações incipientes sobre a inserção e os papeis atribuídos às mulheres no processo criativo dos Brinquedos de Miriti de Abaetetuba – atividade artístico-cultural desse município que se torna símbolo dominante de suas expressões culturais –, ao analisar as relações entre a construção de gênero, a condição feminina e a divisão sexual do trabalho em suas diversas fases. Pretende-se iniciar uma discussão sobre o modo que o trabalho das mulheres é visto e valorado por elas mesmas e por seus companheiros e/ou familiares na produção e comercialização desses brinquedos, e compreender as questões de gênero consideradas na divisão das tarefas, utilizando-se de aproximação com a noção de divisão sexual do trabalho, oriunda de teorias feministas que propõem análises sócio-históricas e culturais do status da mulher no mundo do trabalho, sob a restrição de dados coletados por entrevistas e observações junto às artesãs e os artesãos de miriti de Abaetetuba. Constatou-se, portanto, que apesar da pretensa maioria dos homens nessa atividade, há uma intensa participação feminina em diversas etapas, sobretudo na pintura e na comercialização das peças, e o status atribuído à mulher é justificado com base no discurso da tradição e das qualidades próprias e inerentes à condição feminina. Ademais, as posições de destaque e de direcionamento das atividades e o espaço público de representação que a constituição de uma associação dessas artesãs e
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artesãos permitiu se apresentam como domínios masculinos, enquanto às mulheres designam-se atividades de apoio restritas e demarcadas pelo domínio doméstico.
Palavras-Chave: Divisão Sexual do Trabalho. Relações de Gênero. Artesanato. Brinquedos de Miriti.
AS MARIAZINHAS: UM ENCONTRO DAS MEMÓRIAS DE UMA PESQUISADORA
COM AS PERCEPÇÕES DE MENINAS INTERLOCUTORAS DE SUA PESQUISA SOBRE A EXPLORAÇÃO DO
TRABALHO DOMÉSTICO INFANTIL FEMININO
MARIA DO SOCORRO RAYOL AMORAS SANCHES
Resumo
Esta discussão é parte integrante de uma pesquisa de doutorado em Antropologia que versa sobre o significado do trabalho na perspectiva das crianças da Comunidade Quilombola do Abacatal-PA e teve como objetivo problematizar a categoria trabalho infantil e sua justificativa atrelada à ideia de exploração. Na construção desse objeto de estudo e na tessitura da ideia desta investigação, foi fundamental expor as minhas impressões sobre o tema, ou seja, o modo como vi implicada. Assim compreendido,por meio de alguns fios de memória da infância desta pesquisadora recorri, mais especificamente, à lembrança de duas meninas: As Mariazinhas. Não são meninas abacataenses e nem viveram o tempo e o espaço presente das crianças de Abacatal, contudo, compareceram no tempo e no espaço da escrita do texto da tese. O objetivo, portanto, deste artigo é narrar essas memórias e, a partir da análise de dados etnográficos, colocar em cena essas duas meninas e mostrar o modo como alinhavam uma trama histórica que faz eco nas percepções de meninas abacataenses sobre a exploração do trabalho infantil e feminino, sendo possível identificar imagens e representações das relações de poder culturalmente estabelecidas no sistema patriarcal dominante.
Palavras-Chave: criança. meninas. trabalho. trabalho infantil. trabalho
doméstico.
MULHERES DO CÁRCERE: UMA ABORDAGEM ACERCA DA IDENTIDADE E CULTURA RETRATADOS NO CONTEXTO DO SISTEMA PRISIONAL.
LANA CLAUDIA MACEDO DA SILVA; SUZIANNE SILVA DE OLIVEIRA ;VALÉRIA DE LIMA VALOIS
Resumo O estudo do gênero, no âmbito do sistema penal, enquanto questão pública, política e social, constitui uma investigação acerca das relações sociais estabelecidas pela vivência anterior ao cárcere e, uma vez inserida neste contexto como a mulher reage frente à cultura prisional configurada neste sistema. Na investigação referente ao estudo do gênero, Scott (1995) aborda
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as relações sociais, construídas de forma desigual, subjugando a mulher ao domínio do homem. No que tange ao contexto prisional, é possível compreender segundo as narrativas de vida das mulheres em situação de cárcere, o reflexo desta forma desigual entre as relações de poder estabelecidas pelo contexto social, haja vista que, a maioria destas mulheres foram vítimas de violência sexual e doméstica, preconceito, exclusão, abandono, etc. Marcadores sociais que configuram o atual cenário Brasileiro. O momento da prisão constitui um fator determinante para que estas mulheres influenciadas pela cultura prisional possam sugerir novos arranjos sociais (superando o momento do crime e/ou embarcando no universo da violência). Neste sentido, a pesquisa objetiva analisar a identidade que estas mulheres constroem no âmbito da vivencia em cárcere, marcada por cenas de violência, repressão, abandono, exclusão. Fatores estes que determinam a cultura prisional, realidade circunscrita no interior dos presídios no Brasil. Para tanto, a abordagem da pesquisa é qualitativa, visto que, foi realizado um estudo de caso com um universo de 12 mulheres do único presídio feminino do estado do Pará (CRF), a fim de compreender as diferentes concepções relacionadas à educação como ferramenta de ressocialização social. A coleta de dados foi realizada através de questionário e entrevista estruturada, sendo efetivada posteriormente a análise de conteúdo. A pesquisa revela que apesar da forte influência da cultura prisional, a educação é fundamental para ressignificar o ambiente carcerário, resultando em novos arranjos sociais pela superação e combate ao crime. Palavras-chave: Gênero. Identidade. Cultura Prisional. Mulheres Encarceradas. Educação Carcerária.
DIA 24.09 (QUARTA): 16H30- 18H
SESSÃO 2 – FACES DO FEMININO
HIP HOP FEMININO E O FEMINISMO COMO RESISTÊNCIA DA
JUVENTUDE EM BELÉM
LEILA LEITE; DENISE MACHADO CARDOSO
Resumo O objetivo desse artigo é discutir a participação e organização feminina e
feminista do Movimento Hip Hop Feminino (H2F) em Belém como uma
manifestação exclusiva de meninas que produzem e discutem o hip hop como
uma maneira de mostrar suas ideias e seu posicionamento político dentro da
sociedade. O Movimento Hip Hop no geral é formado por uma maioria de
homens que estão divididos em seus elementos, ou seja, são grafiteiros, Djs,
B’Boys, Mcs, o que faz com que a presença feminina se torne quase apagada,
mas ela existe e o Movimento Hip Hop Feminino (H2F), liderado por Mana
Josy, é um exemplo disso. Então, a problemática aqui é: De que maneira o
feminismo pode ser uma importante forma de resistência dessas meninas que
produzem e pensam o hip hop em Belém. Essa pesquisa foi realizada a partir
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de conversas e perguntas com as meninas que fazem parte desse movimento,
em especial a Mana Josy, que é Mc e a Cely, que é grafiteira. E o feminismo é
visto como algo necessário para que consigam permanecer na rua e resistindo
com a produção de sua arte.
Palavras-Chave: Hip Hop Feminino. Feminismo. Resistência
MULHERES NEGRAS EM MOVIMENTO: TRAJETÓRIA DE VIDA, ATUAÇÃO POLÍTICA E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE
ANTÔNIA LENILMA MENESES DE ANDRADE;
LUIZ AUGUSTO PINHEIRO LEAL Resumo A proposta deste artigo é resultante de parte da monografia de especialização em História Afro – Brasileira e Indígena, da Universidade Federal do Pará, Campus Cametá/Baixo Tocantins, que teve como título “Saberes e Práticas Culturais Cotidianas na Comunidade do Cravo. concluído em 2013. Assim, o objetivo do presente trabalho é analisar as relações sociais da comunidade remanescente de quilombolas do Cravo e seus aspectos identitários de resistência a partir da suas relações cotidianas, tendo como foco a questão de gênero. A argumentação deste artigo é apresentar algumas reflexões sobre a organização da comunidade quilombola do Cravo e seus aspectos identitários de luta, delineados pela força das mulheres, vislumbrando como se dá a construção da territorialidade no quilombo e da importância feminina nessa construção. A metodologia aplicada na pesquisa seguiu uma abordagem qualitativa, esse modo de fazer pesquisa pressupõe um sujeito-observador, imerso no contexto, como parte integrante do processo de construção do conhecimento. Foram analisados os fatores que podem ser apontados como determinantes para a tomada de consciência de gênero, nas trajetórias pessoais e política dessas mulheres. Assim é possível apontar que as mulheres que são lideranças no Cravo têm seu movimento de vida marcada pela luta para saírem da invisibilidade e se constituírem como sujeitos da sua própria história, pois são as mulheres que através de suas lutas, memórias e saberes, mantém viva a história de seus ancestrais. Palavras-Chave: Identidade, Mulher, Resistência, Quilombo
MULHERES INDÍGENAS SATERÉ MAWÉ: UMA DISCUSSÃO ACERCA DA LUTA FEMININA PELO ACESSO A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE
PARINTINS - PA
ALESSANDRA MAIA CERDEIRA COSTA; FRANCIVALDA RODRIGUES DA SILVA;
MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO GARCIA HATA; THAÍS PONTES MAIA
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Resumo
Este estudo apresenta uma análise acerca da luta feminina da etnia Sateré Mawé pelo acesso a educação e baseia-se nas discussões sobre as relações de gênero oriundas na disciplina Gênero e Família no Brasil,do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas, campus Parintins.Analisar o acesso à educação escolar indígena pelas mulheres da etnia Sateré Mawé no município de Parintins-AM, é objetivo deste trabalho. Para tanto, se fizeram necessárias pesquisas bibliográficas: com obras de autores que discutem o tema e que nos proporcionou um embasamento teórico mais aprimorado e legitimado com o objetivo proposto; além de uma pesquisa de campo sob o aporte da abordagem qualitativa junto a determinadas mulheres da etnia Sateré Mawé e algumas entidades e instituições ligadas diretamente aos povos indígenas da referida etnia, aos quais foi aplicada uma entrevista semiestruturada nos dias23, 24 e 25 de janeiro de 2014.O trabalho está dividido em quatro categorias: 1) Recorte histórico sobre a etnia Sateré Mawé; 2) A educação escolar indígena no Brasil; 3) A luta das mulheres indígenas pelo acesso a educação no Amazonas; 4) O acesso à educação escolar pelas mulheres Sateré Mawé no município de Parintins. Baseado nessa pesquisa evidenciou-se que o acesso à educação pelas mulheres Sateré Mawé é cercado de inúmeros desafios e barreiras, e o que mais influencia nas relações de gênero é principalmente o processo cultural onde ainda está impregnado o modelo patriarcal, onde a mulher deve ficar em casa criando e educando a prole, enquanto o homem tem que trabalhar para manter o sustento de todos, além disso, outro embate que se dá é devido às precárias condições na estrutura físicae no processo de educação continuada nas comunidades indígenas.
Palavras-Chave: Relações de Gênero. Mulheres Sateré Mawé. Educação.
DIA 25.09 (QUINTA FEIRA): 14H-16H
SESSÃO 1 – GÊNERO, IDEIAS E IMAGENS
“SOU LIVRE”: NARRATIVAS E REPRESENTAÇÕES SOBRE MULHERES
EM BELÉM DO PARÁ (SÉCULOS XIX E XX)
FRANCIANE GAMA LACERDA
Resumo
A comunicação objetiva discutir a construção de algumas narrativas e
representações acerca de mulheres que viveram em Belém do Pará entre os
séculos XIX e XX e que em momentos e por motivos diversos tiveram
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registradas em textos escritos as suas experiências cotidianas. Tais registros
revelam significados dados a temas como beleza, fidelidade, casamento,
família, liberdade. A pesquisa se baseia na investigação de textos de variada
natureza publicados nos séculos XIX e XX, cujo teor traz à tona variadas
compreensões acerca da vida cotidiana de mulheres que viveram em Belém do
Pará. Utilizam-se fontes como jornais, relatos de viajantes e de observadores
da região, dentre outros. Como categorias de análise destacamos em especial
Gênero (SCOTT, 1992) representação (CHARTIER, 2002) e memória ((LE
GOFF, 1990). Para além do próprio relato interessou-me entender a construção
de tais narrativas, e os significados sugeridos por tais textos acerca de
variadas práticas femininas experimentadas no Pará do período estudado. A
investigação em torno dessas fontes permitiu entender o fato de que se de um
lado tais textos, escritos por homens, revelam um olhar masculino acerca das
práticas femininas, de outro lado estes mesmos registros também permitem
entender muito do que as mulheres estudadas pensavam de si mesmo e o
sentidos que deram a sua própria vida.
Palavras-Chave: Memórias. Gênero. Pará. Século XIX e XX.
MITOS: PILARES QUE SUSTENTAM O PATRIARCADO, NA PERSPECTIVA
DE SIMONE DE BEAUVOIR
IVONETE PINHEIRO MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES
Resumo Este estudo se alinha ao exposto por Simone de Beauvoir (O Segundo Sexo)
tendo como principal objetivo identificar os mitos que estruturam e fomentam
até nossos dias as bases do patriarcado, colaborando para construir a
representação das mulheres como sujeito social secundário nos vários âmbitos
da sociedade. A autora identifica o motivo pelos quais os homens julgaram útil
estabelecer seus códigos e suas leis sobre este gênero, mantendo-o sob sua
dependência. Evidencia-se ainda o modo como os mitos justificam as
desigualdades entre os sexos e como se fundamentam para manter o modelo
patriarcal dinâmico, se utilizando do imaginário social para se afirmar como
categoria dominante. Os mitos sobrevivem ao tempo e se perpetuam sofrendo
lentas modificações e através deles e de forma sutil os homens estabeleceram
suas leis e costumes criando imagens que se insinuam em cada consciência.
Este trabalho trata-se de uma análise dos dois volumes da obra “O segundo
sexo”, trazendo à tona sua importância para os estudos de gênero; após
publicação da obra o feminismo garantiu muitas conquistas para as mulheres,
entretanto muito do que Beauvoir escreveu permanece vivo.
Palavras-chave: Gênero, Simone de Beauvoir, Mitos, Mulher, Patriarcado.
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O FEMININO NA FORMAÇÃO INTELECTUAL NEGRA AMAZÔNICA
LUIZ AUGUSTO PINHEIRO LEAL Resumo
O despertar do engajamento intelectual negro, em 1937, por ocasião das políticas de repressão aos terreiros afro-religiosos, acarretou em debates e atitudes que integraram diferentes pensadores e artistas da Amazônia. Bruno de Menezes, Nunes Pereira e Dalcídio Jurandir estavam entre os assinantes do manifesto intelectual de 1938. O primeiro, ao lado de Levihall e de outros, participou diretamente no debate sobre a liberdade religiosa pela imprensa. O segundo estabeleceu laços de solidariedade com a pesquisa e o movimento negro brasileiro. O terceiro, ausente das situações anteriores, acompanhou os dois primeiros no envolvimento com a política de esquerda e o conhecimento relacionado à história e cultura negra na Amazônia. Além do engajamento pela liberdade de culto, o que também havia em comum, entre os citados intelectuais, era o fato de todos serem negros e apresentarem uma referência feminina no despertar de sua identidade ou interesse pela questão racial. Bruno de Menezes faz isso através de uma dedicatória a sua mãe Balbina; Nunes Pereira, citando sua mãe biológica (Felicidade) e sua mãe espiritual (Andresa) em seus livros e entrevistas; e Dalcídio Jurandir traduzindo sua mãe Margarida na personagem Amélia, presente em parte de suas obras literárias. Em cada uma destas, diferentes elementos de identidade cultural aparecem e associam os autores a um mundo lúdico ou religioso de origem negra. Desse modo, esse trabalho, através da produção intelectual escrita de três intelectuais negros amazônidas, pretende discutir a influência feminina na produção de conhecimento paraense e na definição identitária e racial de seus respectivos produtores. Palavras-chave: Inteletual, feminino, Amazônia, literatura
CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS SOBRE O GÊNERO E SEXUALIDADE
JENNIFER SALES Resumo
O estudo em questão, tem por objetivo discutir teorias que enredam os debates acerca da construção de gênero e sexualidade, considerando suas complexidades e a necessidade de serem discutidas e entendidas, o processo em que se dá o desenvolvimento de gêneros e sexualidades, a sociedade e seu tempo histórico, bem como a cultura, a política, a economia e o aspecto social, a participação de mecanismos como a medicina, a religião, a escola, a família, para construir padrões e estabelecer parâmetros. Todos esses aspectos são edificados nesse processo e tecidos numa trama complexa de desejos, vontades, anseios, do que esperado, do que é almejado, do que é proibido.
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Palavras-chave: Gênero, Sexualidade, Teoria
DIA 25.09 (QUINTA): 16H15-18H
SESSÃO 2 – GÊNERO, AFETIVIDADES E SEXUALIDADES
REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO GÊNERO MASCULINO E SUAS IMPLICAÇÕES NA SEXUALIDADE DE PACIENTES COM PARAPLEGIA
BRENA MAUÉS DE SOUZA SANTOS; ANA MARIA VANCONCELOS SILVA
. Resumo
A partir da compreensão do significado dado pelo homem ao pênis, entende-se o que o diagnóstico de paraplegia representa para os mesmos. Pois na paraplegia existe um comprometimento biológico da sexualidade sendo estas a ereção, a ejaculação, o orgasmo e a fertilidade, acaba por se tornar uma tarefa difícil ser homem nestas circunstâncias, devido à sobrecarga social e psíquica que acarreta determinada falta. Diante disso os objetivos deste estudo consistiam em investigar a representação social do gênero masculino de pacientes com paraplegia, conceituar representação social, caracterizar gênero masculino e identidade masculina, investigar a vivencia da sexualidade antes da paraplegia, verificar a repercussão da paraplegia na vivencia da sexualidade. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa descritiva de análise qualitativa, segundo a metodologia de Lefévre e Lefévre (2003), seguindo a abordagem do discurso do sujeito coletivo. Participaram 3 homens, na faixa etária de 20 a 30 anos, com o diagnóstico de paraplegia adquirida que estavam sendo acompanhados na clínica-escola de fisioterapia de uma Universidade particular. Conclusão: Verificou-se que estes sujeitos têm como valores e significados referentes ao gênero masculino, como oposto ao feminino, como figura ativa e forte, como o provedor da família e o que deve possuir comportamento de iniciativa e confiança naquilo que faz. E que estas representações influenciam direta e indiretamente na forma como estes, lidam com sua sexualidade, antes da paraplegia e na paraplegia. Pois a compreendem apenas como, relação sexual entre homem/mulher e prevenção sexual.
Palavras-Chave: Representação Social. Gênero Masculino. Sexualidade. Paraplegia.
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TODO DIA ELA DIZ PRA EU NÃO ME AFASTAR: RELACIONAMENTOS EM DINÂMICAS DE DESLOCAMENTO
AUDREI ALENCAR
Resumo Esta pesquisa objetiva compreender as dinâmicas dos casamentos em contextos de deslocamento de um dos seus membros, em virtude da necessidade de estudar em outro município que não aquele no qual o casal reside. Como se desenrola o casamento quando um dos membros precisa passar vários períodos – que variam de fins de semana alternados a dois meses e meio – fora da cidade onde reside o casal? De que formas tais deslocamentos interferem nas relações? Como as concepções e identidades de gênero atuam nestes contextos? A ideia de pesquisar este tema surgiu quando comecei a ministrar disciplinas da universidade em municípios do interior e passei a conviver com esta realidade, presente nas vidas da maioria dos alunos. Na pesquisa de campo, realizei observação e entrevistas semi-estruturadas, durante os anos de 2012 a 2014, nos locais em que os interlocutores estudam – municípios do Nordeste Paraense, do Baixo Tocantins, do Norte e do Sul do Estado. Até o presente momento, foi possível perceber que as dinâmicas de deslocamento trazem uma carga significativa de sofrimento para a maioria dos entrevistados, no que tange a ciúme, cobranças, brigas e mal-estar em relação aos julgamentos expressos não só pelo outro membro do cônjuge, como por demais pessoas próximas, tais como amigos, parentes, vizinhos; tal carga se mostra mais frequente nas rotinas das mulheres. Outro condicionante presente na grande maioria dos casos é a liberdade, experimentada pelos entrevistados quando na condição de residentes temporários de outra cidade, o que também pode envolver relacionamentos afetivos extraconjugais; tal liberdade inclui o alívio das pressões dos serviços domésticos, também marcadamente em relação às mulheres. Em certas situações minoritárias, alguns casais conseguiram trabalhar as dificuldades evidenciadas pelos deslocamentos e ao longo do tempo conseguiram melhorias significativas nos casamentos; outros acabaram por vivenciar rupturas no relacionamento.
Palavras-chave: Deslocamentos. Casamentos.Liberdade. Mudança.
HOMENS FIÉIS? UM ESTUDO SOBRE SEXUALIDADE E AFETIVIDADE
CARLA FIGUEIREDO MARINHO SALDANHA Resumo
Pretende-se neste trabalho discutir a fidelidade sexual e afetiva partindo do pressuposto que o desejo mútuo entre um casal afasta a possibilidade de traição. A abordagem do problema seguiu a perspectiva de gênero uma vez que sexualidade implica em considerações sobre construções culturais acerca do masculino e feminino. A metodologia utilizada baseou-se na pesquisa bibliográfica e etnográfica. A ênfase na etnografia justifica-se por considerar os atos de olhar e de ouvir como funções de um modo de observação em que o
18
pesquisador busca compreender a lógica do "outro". As análises interpretativas foram realizadas a partir de entrevistas informais com homens na faixa etária de 25 a 30 anos não casados. Esta opção pelo universo masculino justifica-se pelo fato de que a infidelidade masculina seria mais tolerada socialmente que a feminina, e que a maioria dos homens não expressam socialmente seus anseios e angústias referentes aos relacionamentos afetivos, pois para estes o amor romântico entraria em conflito com as regras da sedução. A busca do entendimento dos relacionamentos entre casais heterossexuais permite ultrapassar, a partir da perspectiva de gênero, a visão estereotipada de que "as mulheres querem amor e homens querem sexo". Palavras-chave: Gênero, fidelidade, traição e sexualidade.
GT 2 MULHER E
PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
COORDENADORAS:
MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES (FACS)
JOSINETE LIMA (UEPA)
20
GT 2 - MULHER E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
Coordenadoras: Profa. Maria Luzia Miranda Álvares
Profa. Josinete Lima
DIA 24/09/ 2014: 14:00- 18:00
SESSÃO 1 – Mulheres na Política, mulheres no poder nos cenários
amazônicos
PARTICIPAR É LUTAR: O MOVIMENTO ARTICULAÇÃO PARINTINS
CIDADÃ NA CIDADE DE PARINTINS-AM
CASSIA KARIMI VIEIRA CATIVO AMANDA CRISTIE CALDAS DOS SANTOS
BEATRIZ BORGES VIANA ROSANE FERREIRA DE LIMA
Resumo
A trajetória de vida de muitas mulheres estará entrelaçada pela submissão,
descaso, preconceitos, e o olhar pejorativo em relação à conquista de seu
espaço na sociedade. São sujeitas que após longos períodos de silencio
resolveram lutar e mostrar sua cara ao mundo. O município de Parintins
localizado no Estado do Amazonas, e assim como as demais localidades do
estado, tem sua história marcada pelo pensamento dominador e opressor
contra a classe feminina. Por meio da teologia da Libertação, muitos religiosos
passaram a questionar seu papel diante das massas, articulando através de
clube de mãe, associações, pastorais a ideia de emancipação popular. Por
intermédio das ações desenvolvidas pela igreja, é incutido na mentalidade
dessas sujeitas o pensamento de emancipação, de sua valorização como
cidadãs que deveriam lutar por uma sociedade justa e igualitária. Assim, este
artigo versa sobre a trajetória de luta do movimento “Movimento Articulação
Parintins Cidadã”, criando nos anos de 1980, por mulheres vitimas de violência
domestica, abuso sexuais e que lutavam pelo seu espaço no mercado de
trabalho. A abordagem metodológica abarcou pesquisa bibliográfica a partir de
autores que discutem a temática, e pesquisa de campo de natureza e
qualitativa com o uso entrevista com as mulheres participantes deste grupo,
além da observação sistemática. Deste modo, o movimento ao longo dos anos
vem se consolidando como importante meio de expressão das mulheres da
cidade, as quais conseguiram importantes conquistas como a LEI Ana Vitória, a
criação da Delegacia da mulher, agilidade nos casos de agressão e abuso
21
sexuais contra mulheres e outras conquistas significativas que refletem na
consolidação destas sujeitas no espaço social desta cidade.
Palavras chaves: Movimento de Mulheres. Emancipação. Cidadania. O PERFIL SOCIAL DA ELITE FEMININA NO ESTADO DO PARÁ (2007-2010).
GERSON CARLOS MIRANDA ÁLVARES
JOÃO SANTIAGO LISBOA Resumo
O presente trabalho tem como objetivo trazer contribuições no que tange a
identificar as mulheres que estão a frente dos cargos do setor público estadual
no período que perpassa 2007 a 2010, período em que Ana Júlia Carepa
esteve a frente do governo do estado do Pará. A problemática do estudo se
propõe a analisar as instâncias de relação entre a lógica
profissional/ocupacional de cada secretaria em seu respectivo cenário de
ocupação. O trabalho insere-se no âmbito da participação política de mulheres
na gestão pública. Foi utilizado uma vasta literatura sobre a temática, além de
clássicos da teoria política contemplando o tema em foco. A fonte de dados
consistiu em plataformas eletrônicas de informações produzidas ao longo dos
quatro anos de governo, produzidos pela referida gestão, incluindo a base de
dados do Diário Oficial do Estado do Pará, TSE e TRE. Os resultados
procuraram identificar quem são as mulheres que ocuparam os cargos do
secretariado estadual.
Palavras-chave: Elite política. Gestão pública. Participação Política. Relações
de Gênero.
CARTAS AO INTERVENTOR: UMA FORMA DE COMPREENDER AS
MULHERES EM BELÉM (1930-1932)
MARCELO DE SOUZA FERREIRA Resumo A revolução de 30 no Pará surge como uma proposta política inovadora, rompendo com o tradicionalismo das oligarquias que governavam o estado. Dentre as propostas encontram-se medidas assistencialistas voltadas ao povo, proporcionando uma aproximação entre o governo e a população. Tendo em vista que as mulheres também tornam-se participantes ativas desse processo, propomos este trabalho com o objetivo de analisar a participação política feminina nos três anos iniciais da intendência do Major Magalhães Barata. Para isso foram realizadas uma pesquisa bibliográfica, onde consultamos autores como: BURKER (1997), COIMBRA (1981), DEL PRIORE (2001,2006),
22
GONÇALVES (2006), OLIVEIRA (2012), PERROT (2012), NOGUEIRA FILHO (2012), FERREIRA (1990); e uma documental onde foram analisadas cartas enviadas a interventoria do estado do Pará no período de 1930 a 1932, disponíveis no Arquivo Público do Estado do Pará (APEP), por meio das quais pudemos comprovar essa participação feminina e a existência de um pacto Governo-Mulheres nos anos em questão. PALAVRAS-CHAVE: Revolução de 30. Magalhães Barata. Populismo. Mulheres. Cartas.
MULHERES NO PODER: ENTRE OS ESPAÇOS PRIVADOS DE
CONVIVÊNCIA E A ARENA PÚBLICA E POLÍTICA NILSON ALMEIDA DE SOUSA FILHO
Resumo
Neste artigo, são evidenciados aspectos sobre empoderamento, participação,
competição e representação feminina nas eleições municipais de 2008, no
Estado do Pará. Nesta intenção, foram extraídas informações coletadas
durante a pesquisa “Mulheres na Política: histórias de percursos e de práticas
(2010-2012)”. Para as análises e conclusões, considerou-se a teoria
democrática contemporânea relativamente às questões de espaço social e de
gênero, na arena política.
Palavras-chave: mulheres, política, empoderamento, práticas, gênero.
COMPETIÇÃO ELEITORAL E O PROCESSO DE REPRESENTAÇÃO FEMININA NO BRASIL: CANDIDATURA E VOTOS NAS ELEIÇÕES
PROPORCIONAIS DE 2010
MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES FRANCIELCIO FERREIRA BELUCIO
Resumo
Considerando o processo de lutas e conquistas aplicadas na ruptura à
sub-representação das mulheres, constatado em nível mundial, a proposta
deste estudo é avaliar a distribuição do número de candidaturas femininas nas
27 unidades da Federação e do DF, nas eleições proporcionais de 2010,
incorporando outras variáveis: o número de votos recebidos pelas candidatas;
número de eleitas; comparativo do número de votos pelas unidades
federativas, com base na distribuição geográfica no país. Espera-se construir
um mapa temático a partir de um estudo estatístico enfatizando as correlações
entre as caracteristicas adscritas (sexo e idade) e adquiridas (escolaridade e
ocupação) vis-à-vis o número de votos recebidos, para avaliar o ordenamento
das características pessoais contributivas para a elegibilidade das mulheres. O
artigo seguirá a metodologia da análise institucional objetivando testar, com
modelos estatísticos adequados, a hipótese da elegibilidade das mulheres
23
como função das características pessoais da candidata. Outra hipótese
avaliará a eficácia das mudanças advindas com a Lei 12.034/2009, pela
substituição do termo “reservar” para “preencher”, ênfase no caráter obrigatório
da distribuição de vagas de candidaturas partidárias.
Palavras-chave: Democracia; eleições; sub-representação feminina; candidaturas; cidadania.
GT 3 MULHER, RELAÇÕES DE
TRABALHO, MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO
COORDENADORAS:
CRISTINA MANESCHY (PPGSA)
DENISE CARDOSO (PPGSA)
25
GT3 - MULHER, RELAÇÕES DE TRABALHO, MEIO AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO
Coordenadoras: Profa. Maria Cristina Maneschy
Profa. Denise Cardoso
DIA 24.09 (QUARTA): 14H- 16H15
Sessão 01 – Trabalho, práticas tradicionais rurais e ribeirinhas
TRABALHO FEMININO E RELAÇÕES DE GÊNERO NA FEIRA DO AÇAÍ
BELÉM-PA
MAYARA GONÇALVEZ LIMA;
CARMEM IZABEL RODRIGUES
Resumo
Esta pesquisa apresenta reflexões sobre relações de gênero na Feira do Açaí,
pertencente ao complexo do Ver-O-Peso uma das mais importantes feiras da
América Latina. O espaço de trabalho está marcado por números superiores de
homens em relação às mulheres, buscou-se analisar o trabalho feminino no
contexto das relações de gênero, divisão sexual do trabalho e informalidade.
Considerando a predominância masculina nas atividades desenvolvidas,
investigou-se dados sobre a participação feminina no ambiente da feira a partir
de observações participantes e relatos de histórias de vida que constataram a
presença de mulheres especialmente ligadas a funções relacionadas a vendas
de alimentos. O estudo mostra que as funções realizadas pelas trabalhadoras
da feira estão ligadas aos serviços de cunho domésticos; as perspectivas de
gênero questionam a naturalização construída socialmente de que o trabalho
da mulher é inerente ao ambiente doméstico. Segunda a prefeitura de Belém
apenas no mês de abril a feira faturou 16 milhões de reais rendimento
concentrado entre os homens. Confirmando que as mulheres estão vinculadas
quase exclusivamente nos serviços reprodutivos e pela tradição do local menos
valorizado. Os estudos de gênero se preocupam em mostrar que os papeis
masculinos e femininos não são fruto do „destino biológico‟, os processos são
oriundos das relações sociais, históricas e culturais.
Relações de gênero. Divisão sexual do trabalho. Informalidade.
RELAÇÕES DE GÊNERO E TRABALHO: PERCEPÇÃO DAS
MALVICULTORAS DA ILHA DO VALHA-ME DEUS – JURUTI/PA
26
MAYARA VIANA DE LIMA;
SANDRA HELENA DA SILVA;
NADMA OLIVEIRA DE AZEVÊDO
Resumo
Este trabalho teve por objetivo revelar as percepções das mulheres
trabalhadoras no processo produtivo da fibra vegetal de malva sobre as
relações de gênero e trabalho dessa produção realizada na localidade Ilha do
Valha-me Deus – Juruti/PA. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o
processo histórico da produção das fibras no contexto brasileiro,
particularmente na região amazônica, e sobre os temas de: gênero, ser mulher,
divisão sexual do trabalho. Como abordagem metodológica foi utilizado o
método qualitativo, a partir do qual foram realizadas entrevistas com roteiro de
perguntas com cinco (05) cultivadoras de malva da localidade estudada no
período de agosto de 2012 a junho 2013. Os dados foram analisados com
base no referencial teórico da pesquisa, sendo os principais autores utilizados
acerca do processo de produção das fibras: Homma (2010), Noda (2010), Pinto
(2010) e Witkoski (2010); quanto às temáticas gênero e trabalho das mulheres
rurais os principais autores referência foram: Torres (2005), Silvan (2011),
Rossini e Calió (2011), Hernández (2009), Silva e Schneider (2003). Como
resultados da pesquisa, identificamos as condições socioeconômicas e
culturais das mulheres pesquisadas, apontamos as suas relações de trabalho
no contexto do processo produtivo da malva e observamos a ocorrência de
uma divisão sexual do trabalho no âmbito familiar que se estende à produção
das fibras na medida em que se tem a dualidade entre atividades consideradas
“leves” atribuídas às mulheres e “pesadas” destinadas aos homens.
Constatamos ainda o papel relevante das mulheres no processo produtivo da
fibra de malva que ocorre no âmbito da agricultura familiar. O trabalho delas
contribui fundamentalmente em toda produção da fibra, o que justifica a
necessidade de dar apoio e visibilidade ao trabalho da mulher na agricultura
familiar, e por extensão, em todos os setores sociais e econômicos.
Palavras-Chaves: Relações de trabalho. Gênero. Ma
A INVISIBILIDADE DO TRABALHO DA MULHER RIBEIRINHA NA
AMAZÔNIA: UM ESTUDO COM AS MULHERES DA COMUNIDADE
FREGUESIA DO RIO ANDIRÁ/BARREIRINHA-AM
SANDRA DAMASCENO DA ROCHA;
CARMEN DE SOUZA;
VANESSA RODRIGUES DE SOUSA
Resumo
27
O presente artigo objetiva apresentar a realidade do trabalho da mulher
ribeirinha da Comunidade Freguesia do Rio Andirá/Barreirinha-AM. O estudo é
produto de ações de extensão da Universidade Federal do Amazonas -
Campus Parintins - Projeto Mulher N‟ativa - com a parceria do MEC/SESU
realizado no ano de 2012/2013. O Projeto visou fortalecer a organização
sociopolítica das mulheres ribeirinhas desta Comunidade, contribuindo com
instrumentais teóricos e práticos que estimulem a autonomia econômica e
autogestão sustentável de suas atividades econômicas, de modo a estimular o
empoderamento socioeconômico das comunitárias envolvidas. Como recursos
metodológicos utilizamos a observação participante para uma aproximação
com a realidade vivenciadas por essas mulheres, e também a realização de
“oficinas” para intervir na realidade das mesmas, as temáticas da oficinas foram
relacionadas a gênero, desigualdade e organização comunitária das mulheres;
e oficinas de capacitação técnica de Corte e Costura e artesanato (fuxico).
Diante das atividades realizadas com as mulheres, percebe-se que a situação
vivenciada por elas reflete a realidade de grandes parcelas das mulheres
ribeirinhas amazônicas caracterizadas pelo alto grau de dependência em
relação aos seus parceiros e da falta de alternativas de atividades produtivas,
gerando formas graves de desigualdades nas relações de gênero nas famílias.
Por meio do trabalho de intervenção realizado, vislumbramos um despertar das
mesmas, no sentido da organização e participação coletiva para o
desenvolvimento de atividades produtivas e para o seu auto reconhecimento
como sujeito de direitos, despertando formas inovadoras de participação
política em suas comunidades.
Palavras- Chave: Gênero. Amazônia. Mulher Ribeirinha.
AS MULHERES E O TRABALHO NA PESCA: O CASO DAS PESCADORAS
DE SÃO FRANCISCO DO BOIA, RDS MAMIRAUÁ, AM
GÉSSICA DA SILVA MIRANDA;
EDNA F. ALENCAR;
ISABEL SOUSA
Resumo
O presente trabalho analisa a participação das mulheres da comunidade de
São Francisco do Boia, localizada na RDS Mamirauá, estado do Amazonas,
em atividades de pesca, destacando alguns aspectos do trabalho e modo de
vida. O estudo é parte de uma pesquisa maior cujo objetivo é caracterizar o
trabalho e e l a b o r a r o perfil sociodemográfico das mulheres que participam
de projetos de manejo de recursos pesqueiros na RDS Mamirauá. O estudo
usou metodologias qualitativas e quantitativas, e técnicas da pesquisa
etnográfica como a observação participante, com realização de entrevistas e
contato prolongado com o grupo alvo, além de registros fotográficos. Foi
28
realizado um diagnóstico sociodemográfico com informações sobre
associativismo, número de filhos, escolaridade, renda, acesso a políticas
públicas, recebimento de bolsas de programas sociais, dentre outros. Foram
entrevistadas 15 mulheres e 1 homem visando para conhecer as atividades de
pesca nas quais elas estão envolvidas (se consumo familiar ou venda), os tipos
de pescarias, os locais, suas rotinas diárias, as dificuldades que encontram no
trabalho da pesca e as perspectivas de superá-las. A participação na pesca
manejada do pirarucu ocorre em parceria com os homens e além de contribuir
para a conservação de recursos pesqueiros, também garante uma renda para
o sustento da família. O protagonismo das mulheres na vida política da
comunidade contribui para dar visibilidade ao seu trabalho, e visa buscar
melhorias nas condições de vida da família.
.Palavras-chave: Gênero. Trabalho. Pesca. Ambiente. Recursos Naturais
29
DIA 24.09 (QUARTA): 16H30- 18H
Sessão 02 – Participação e Protagonismo
AÇÃO DE MULHERES: “MULHERES EM AÇÃO” O PROTAGONISMO DAS
PESCADORAS DA COLÔNIA DE PESCADORES Z-32 DE MARAÃ, ESTADO
DO AMAZONAS
EDNA F. ALENCAR;
ISABEL SOARES DE SOUSA;
SANDRA PEREIRA PALHETA
Resumo
Este trabalho analisa as estratégias utilizadas pelas mulheres pescadoras
filiadas à Colônia Z32 de Maraã, AM, para ocupar um espaço politico, estimular
a organização dos pescadores/as e sua inclusão na cadeia produtiva da pesca.
Os dados analisados são de entrevista realizada com três lideranças femininas
da Colônia, e fazem parte de uma pesquisa cujo objetivo é caracterizar o
trabalho e elaborar o perfil sociodemográfico das mulheres que participam de
projetos de manejo de recursos pesqueiros nas RDS Mamirauá e Amanã, AM.
A análise dos dados, apoiada na teoria sobre gênero e participação politica,
permite refletir sobre as relações de gênero no contexto da Z-32, e como as
mulheres se articulam politicamente para defender seus direitos e da categoria
como um todo; transpondo as barreiras de gênero, historicamente impostas.
Nos últimos dez anos as mulheres tem exercido um papel atuante no contexto
da Z-32, ocupando cargos na organização política da entidade, participando de
atividades de pesca e no projeto de manejo de recursos pesqueiros. As
lideranças fizeram um breve histórico de suas lutas pelo reconhecimento
perante a comunidade, e na negociação com agencias do Estado visando
melhorias coletivas da categoria. Seu protagonismo resultou na criação do
Grupo de Mulheres em Ação, que é uma força política e mobilizadora
importante dentro da Colônia; buscando atender os anseios do coletivo, como a
candidatura de uma mulher à presidência da entidade. A análise ainda é de
caráter exploratório, uma vez que a pesquisa ainda está iniciando.
Palavras Chaves: Gênero. Participação. Política. Manejo de Pesca.
30
MULHERES MERCANTES: GÊNERO E GERAÇÃO
GEISA COSTA COÊLHO ;
DENISE MACHADO CARDOSO
Resumo
O estudo teve como objetivo examinar as relações de gênero a partir da
participação das mulheres em ambiente eminentemente masculino. A pesquisa
foi focada a partir de relatos das embarcadas; mulheres mercantes que
desenvolveram sua formação em escolas militares e o inicio de sua vida
profissional em navios. Por esta situação elas circulam entre suas casas “em
terra” e os navios, em períodos de embarques e desembarques. A pesquisa
deu-se a através analise qualitativa, considerando os relatos das próprias
mulheres mercantes sobre o cotidiano dentro e fora do navio. O referencial
teórico desenvolve-se em estudos da Antropologia da Educação e aos Estudos
de Gênero e Trabalho; abordando Juarez Dayrell, Mary Douglas, Simone de
Beauvoir, Joan Scott, Marx. Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas,
conversas pessoais e através de internet; sendo possível conhecer suas
percepções, motivações e expectativas, desde o momento da formação nas
escolas até o embarque, abordando as mudanças entre as gerações desde a
primeira turma de mulheres na escola. Podemos concluir que suas escolhas e
opiniões envolvem a análise da relação entre a vida familiar e os altos salários
da área; a valorização do profissionalismo e o trabalho remunerado,
acreditando que podem organizar a vida familiar com o marido mesmo estando
“embarcada”, mas que isso é improvável no caso da maternidade, onde
acreditam no ideal de trabalhar na vida naval mas “em terra”, “desembarcadas”.
A legislação para a maternidade na marinha mercante ainda há de ser
construída; as mulheres entraram nesse ramo acreditando em sua capacidade,
porém não acreditam totalmente na equidade de gênero nesse ambiente;
buscam uma “adequação” dos papéis entre homens e mulheres para um
satisfatório desenvolvimento da relação maternidade e trabalho.
Palavras chave: gênero, trabalho, navio, marinha mercante.
AS “BALDEIRAS” DO AREIÃO: MULHERES QUE TRABALHAM, VIVEM E
CONTAM SUAS HISTÓRIAS NAS FESTAS DE APARELHAGENS.
HELIANA RODRIGUES DE BITENCOURT
Resumo
O presente trabalho é um recorte de minha pesquisa intitulada “O Areião: Lugar
de Sociabilidade e Pertencimento na Ilha de Outeiro”, no qual analiso o
trabalho desenvolvido pelas “baldeiras”, mulheres que vendem cervejas em
baldes dentro da casa de show: o Areião, na Ilha de Caratateua, popularmente
chamada de Ilha do Outeiro, localizada aproximadamente a 27 Km de Belém. A
31
pesquisa se pauta em entrevistas com tais mulheres e observações efetuadas
dentro da referida casa de show durante seu funcionamento aos domingos e
segundas-feiras. As festas de Aparelhagem ocorrem há mais de 48 anos na
Ilha e representam uma expressão de cultura local que se atrela ao próprio
desenvolvimento econômico-cultural da Ilha. É neste contexto que as
“baldeiras” exercem suas funções de trabalho, sociabilidade e lazer. Carregam
seus baldes pesados no interior das festas e mesmo assim, continuam sendo:
mulheres, mães, avós que constroem e resignificam suas histórias no interior
das festas de Aparelhagens.
Palavras-chave: Baldeiras. Areião. Ilha de Outeiro
A TRANSVERSALIDADE DE GÊNERO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS
TAINÃ DE SÁ PORTO
Resumo
O presente trabalho aborda a incorporação da transversalidade de gênero nas
políticas públicas brasileiras, evidenciando as indicações de reconhecimento das
diferenças de gênero, bem como as contribuições para a redução das
desigualdades entre homens e mulheres. Este trabalho apresenta como objetivo
refletir sobre a inclusão da dimensão de gênero na formulação e implementação
das políticas públicas no país. Como procedimento metodológico, utilizou-se
informações disponíveis em sites oficiais do governo e para a interpretação dos
dados divulgados foi realizada pesquisa bibliográfica concernente ao tema. Os
resultados deste trabalho confirmam que a intervenção estatal nas questões
relacionadas ao gênero e a mulher concentra-se na implementação de políticas
públicas para mulheres, desconsiderando o aspecto relacional entre os sexos e
seus antagonismos. Constatou-se que a incorporação da perspectiva igualitária de
gênero via políticas públicas ainda é insuficiente.
PALAVRAS-CHAVE: Gênero. Políticas públicas. Política de gênero. Políticas para
as mulheres.
32
DIA 25.09 (QUINTA FEIRA): 14H-16H
Sessão 01 – Trabalho e Saúde
A SAÚDE DA MULHER TRABALHADORA ACOLHIDA NO CENTRO DE
REFERÊNCIA ESTADUAL – CEREST/PARÁ: ELEMENTOS PARA
REFLEXÕES
NELCELI SILVA MELO;
VERA LÚCIA BATISTA GOMES;
CARLA CAROLINE BARISÃO DE SOUZA
Resumo
Este artigo resulta de estudos sobre as mudanças que vem ocorrendo no
mundo do trabalho nas últimas décadas, com repercussões na saúde dos/as
trabalhadores/as. Mesmo que certas doenças do trabalho tenham sido
investigadas antes do capitalismo industrial, com a consolidação deste modo
de produção, as formas de adoecer/morrer pelo trabalho se intensificaram,
chamando a atenção de empresários, devido a queda da produtividade e do
movimento social que se organizou para lutar por mudanças no trabalho. No
Brasil, com a promulgação da Constituição, em 1988, instituíram mudanças
nesse quadro, ao se conceber a saúde como decorrente de vários fatores,
inclusive o trabalho. Apesar das mulheres terem várias conquistas voltadas
para a proteção do trabalho (creche, licença maternidade, etc.), expressas em
leis, constata-se que na política de saúde ainda não se tem a atenção
necessária, ao considerar a sua expressão na divisão social e técnica do
trabalho. Este artigo objetiva contribuir para o debate e reflexões sobre a
realidade da mulher vitimada por acidentes de trabalho/doenças ocupacionais
atendida no serviço de acolhimento do CEREST-Pará, pois a discussão sobre
a saúde do trabalhador no Pará, ainda ocorre de forma generalista e os
serviços de saúde oferecidos não têm enfatizado a questão de gênero. Baseia-
se em dados secundários cujas fontes são as 340 fichas de acolhimentos, do
período de 2008 a 2013, e em relatórios do monitoramento deste serviço. As
mulheres representam 32,65% (111) dos acolhimentos, sendo que a maioria
trabalha no setor público, possui entre 31 a 50 anos de idade; nível médio e
superior completo. Foram contratadas para desenvolver atividades
tradicionalmente femininas, a exemplo de professora e técnica de enfermagem
e, apresentam agravos na saúde decorrentes de acidente de trabalho e
assédio moral.
33
PALAVRAS-CHAVES: Trabalho. Saúde do Trabalhador. Mulher Trabalhadora.
Adoecimento pelo Trabalho.
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM COMUNIDADE NA
AMAZÔNIA: PAPEL DOS GÊNEROS NA ALIMENTAÇÃO
SILVANA RODRIGUES GOUVEIA DO CARMO
Resumo
A promoção da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) é
imprescindível ao direito à vida, por isto, coloca-se à mesa o debate dos papéis
dos gêneros envolvidos. Objetivo: estudar as estratégias de SAN,
desenvolvidas pela Comunidade Nova Vida em Barcarena/PA, após
vivenciarem dois processos de deslocamentos compulsórios. Metodologia: a
pesquisa é do tipo qualitativa, amostra intencional de pessoas que passaram
pelos dois deslocamentos. Os instrumentos de pesquisa foram entrevista
semiestruturada e observação direta. Conclusões: Os deslocamentos foram
determinantes para o processo de transição nutricional, na ressignificação das
práticas alimentares bem como, influenciou nos modos de vida da comunidade,
antes ribeirinha, para um cotidiano mais urbanizado, onde a divisão de tarefas
adquire novos arranjos. As práticas de agricultura, coleta de frutos, cultivo de
plantas em quintal eram exercidas com frequência pelas mulheres, haja vista
que, era de praxe o homem passar meses longe de casa, “fora” em atividades
pesqueiras. Atualmente, a mulher desenvolve atividades domésticas, cuida das
plantações, costura e profissionalizam-se em pedagogia e técnico de
enfermagem. Enquanto que os homens passaram a se ocupar de atividades
como a produção agrícola, vínculo empregatício em empresas de mineração ou
em prestadoras de serviços. Infere-se que, o caso pode representar uma forma
de resistência política e social que privilegiou a solidariedade e a união familiar
para garantir a SAN, mas que não está alheia às transformações culturais,
sociais e econômicas, uma vez que, percebe-se processo de transição
nutricional que perpassam o cotidiano de comunidades locais, provocados
pelos impactos de reestruturação produtiva em curso na Amazônia.
Palavras-chave: Segurança alimentar. Gêneros. Comunidade. Deslocamentos.
34
REMÉDIOS DA TERRA E DO MATO”: MULHERES QUE CURAM NA
AMAZÔNIA TOCANTINA
TATIANE DO SOCORRO CORREA TEIXEIRA
Resumo
O presente estudo tem como objetivo analisar o fenômeno das práticas de
curas com plantas medicinais com mulheres na região do baixo Tocantins em
especial em Igarapé-Miri e Cametá, focalizando como nas cidades as práticas
de curas tem se constituído como um prolongamento das práticas realizadas
nos rios e matas da Amazônia tocantina, estando entre elas conectadas,
trazendo para a cidade esses saberes e práticas herdadas de seus
antepassados. Assim, através da pesquisa observou-se como se estabelecem
os saberes dessas mulheres sobre as plantas, além disso verificou-se como é
realizado a coleta, a manipulação, o uso adequado e o valor medicinal dessas
plantas. Para tanto, utilizou-se como apoio teórico e metodológico os estudos
de autores que tratam desta questão, dentre os quais destaco: PINTO (2010),
MAUÉS (2009), WAWZYNIAK (2008) LANPLATINE (1998). Além, de fontes
escritas, imagéticas e orais, mediante a observação participante e entrevistas e
conversas informais com “as mulheres que curam” podemos afirmar que a
maioria das pessoas utilizam plantas e ervas na preparação de remédios,
benzeções, massagens e no cuidado de mulheres nos momentos que
antecedem o parto e no pós-parto. Tal metodologia auxiliou no conhecimento,
tanto do uso das plantas medicinais, quanto as diferentes práticas
desenvolvidas por mulheres que são procuradas constantemente por aqueles
que necessitam de sua ajuda e que por isso tornam-se respeitadas e
valorizadas, sendo vislumbradas como “mulheres que curam” por meios dos
seus remédios da terra e do mato.
Palavras Chave: Prática de Cura. Mulheres. Amazônia Tocantina.
35
MULHERES E O PERFIL DOS CATADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS
RECICLÁVEIS DE UMA COOPERATIVA, EM BELÉM, PARÁ
GEISE SANTA ROSA DE OLIVEIRA;
MARIA CRISTINA MORAES;
CLÁUDIO LUIS AMARO DE OLIVEIRA
Resumo
O consumo excessivo de bens descartáveis tem gerado uma grande
quantidade de resíduos sólidos. Nesse contexto, a coleta desses materiais
surge como uma estratégia de sobrevivência para muitos indivíduos excluídos
do mercado formal de trabalho. Como fonte primária foram aplicados 30
questionários, com os trabalhadores da Cooperativa de Catadores de Materiais
Recicláveis da Terra Firme - CONCAVES, localizada no bairro Montese,
município de Belém, Estado do Pará que objetivaram a coleta de variáveis
referentes ao perfil socioeconômico dos indivíduos amostrados. Os dados
secundários tiveram como principal fonte a literatura referente ao objeto
abordado, bem como as leis referentes à política relacionada a esse assunto.A
criação de Políticas públicas voltadas à questão dos resíduos sólidos e à
valorização dos catadores desses materiais tem sido um passo decisivo
no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e
econômicos ocasionados pelo manejo inadequado desses resíduos, bem
como ao incluir os catadores de materiais recicláveis, eles sentem-se mais
valorizados por ter a oportunidade de obter a melhoria das condições de
trabalho, ampliação das oportunidades, da inclusão social e econômica e
expansão da coleta seletiva de resíduos sólidos.
Palavras-chave: Resíduos sólidos. Perfil dos catadores. Gênero.
GT 4 GÊNERO,
ARTE/COMUNICAÇÃO, LITERATURA
COORDENADORAS:
EUNICE SANTOS (ICED)
IZABEL MARIA DA SILVA (ILC)
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GT 4 - GÊNERO, ARTE/COMUNICAÇÃO, LITERATURA
A REPRESENTAÇÃO FEMININA NOS ANÚNCIOS DOS JORNAIS “A PALAVRA” E “FOLHA DO NORTE” (1939- - 1945)
FLAVIANA MORAES PANTOJA
Resumo
O objetivo deste trabalho é analisar alguns anúncios e propagandas voltados para o público feminino que circulavam em dois dos principais jornais de Belém do Pará em pleno período da Segunda Guerra Mundial: o diário A Folha do Norte e o católico A Palavra. Além disso, a partir das características distintas dos jornais escolhidos para esta pesquisa, buscamos refletir sobre as representações de práticas cotidianas das mulheres a partir de anúncios, bem como artigos e noticias em que a figura feminina é protagonista, visando pensar acerca de um perfil aproximado do ―ser mulher durante a década de 40 do século XX, publicados em dois jornais paraenses Folha do Norte e A Palavra no período da Segunda Guerra Mundial.
Para que esta pesquisa pudesse ter sido realizada, a leitura minuciosa artigos, anúncios e propagandas que estamparam as páginas dos jornais A Folha do Norte e A Palavra, teve que ser feita levando em conta as características e históricos dos próprios periódicos que serviram com fonte principal para esta produção. Deste modo, a leitura de catálogos e trabalhos sobre o uso de jornais como fontes foram essenciais para a conclusão do mesmo. Além disso, importantes obras sobre o estudo das relações de gênero, como as de Mary Del Priori para a historiografia e de Dulcília Helena Buitoni para a comunicação, deram grande suporte teórico e metodológico para que este estudo pudesse ser concluído.
Cabe ressaltar que, embora este não seja um trabalho que se proponha à uma leitura técnica sobre propagandas e anúncios, tomou-se como importante a análise da representação da figura feminina nas propagandas apresentadas nele.
Com podemos obter como conclusão que os anúncios e propagandas direcionados ao público feminino presentes nos jornais A Palavra e A Folha do Norte muito nos mostram mudança no pensamento a respeito da vida pública e íntima das mulheres. Além disso, notamos que a própria imprensa também se mostrava preocupada com o comportamento da mulher. Seja a mulher do lar e da família, exaltada pela A Palavra, ou mesmo a “Nova Mulher” enaltecida e encorajada pelas páginas do Folha do Norte.
>>RODA DE CONVERSA SOBRE O TEMA DA LINHA DE PESQUISA<<
GT 5 GÊNERO, SAÚDE E
VIOLÊNCIA
COORDENADORAS:
EUNICE GUEDES (FAPSI)
MARIA LÚCIA LIMA (ICED)
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GT 5 - Gênero, saúde e violência
Coordenadoras
Profª. Maria Eunice Figueiredo Guedes
Profª. Maria Lucia Lima
Dia 24/09/2014
14:00 às 16:15 horas:
Sessão 01 - Gênero e práticas em saúde
DIREITOS HUMANOS NEGADOS: RELAÇÕES ENTRE A SAÚDE DA MULHER NEGRA E O RACISMO INSTITUCIONAL
CAMILA SILVA SOUZA;
TAINARA LÚCIA PINHEIRO; ZÉLIA AMADOR DE DEUS
Resumo Na saúde, o racismo vincula-se as maiores taxas de adoecimento e mortes por
causas evitáveis, a maior carga dessas doenças se deve a dificuldade em
acessar as ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Nesse
contexto, o conceito de racismo institucional aponta para as formas como o
racismo participa das ações coletivas e como as instituições públicas e
privadas se organizam para responder aos interesses do grupo social
dominante em detrimento de outros segmentos sociais. No caso das mulheres
negras, além do racismo, cada uma vivencia vantagens e/ou desvantagens
sobre as diferentes identidades que trazem em si. O estudo pretende abordar
estas relações. A metodologia utilizada para a construção deste artigo
compreende dois momentos, leitura e análise bibliográfica.
Palavras-chaves: Saúde. Racismo. Mulher Negra. Gênero.
ATENDIMENTO HUMANIZADO ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA: A PERCEPÇÃO DAS MULHERES ATENDIDAS NA DELEGACIA
ESPECIALIZADA DE PARINTINS/AM
GISELE TAVARES; MICHELE RODRIGUES;
NAYARA VIEIRA; VANESSA RODRIGUES
Resumo
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O presente artigo buscou analisar o atendimento prestado pela Delegacia Especializada de Parintins às mulheres em situação de violência a partir da percepção dessas mulheres sobre os serviços. Para a obtenção dos dados, foi realizada a pesquisa de campo em janeiro de 2014, objetivando aplicar um roteiro de entrevistas semiestruturadas com dois profissionais da delegacia – a assistente social e o escrivão, e com 05 mulheres atendidas pela instituição. A pesquisa evidenciou, na fala das mulheres, a fragilidade na estrutura da delegacia e no atendimento as mulheres, haja vista que a delegacia é o único serviço especializado existente no município, no entanto, não possui uma equipe multidisciplinar, como o psicólogo, mas somente uma assistente social. Ao observar o atendimento recebido pelas mulheres na delegacia de Parintins, notou-se que na maioria das vezes as mulheres ao registrar a ocorrência contra o agressor sofrem descaso por parte dos atendentes na DEAMs, tornando-se um empecilho para as mulheres na continuidade do processo. Um dos elementos que contribuem para essas práticas é resultante da falta de uma estrutura física para a Delegacia Especializada, haja vista que a instituição divide o mesmo espaço da Delegacia Civil do município, e muitos dos atendentes não possuem um conhecimento profundo sobre as questões de gênero em se tratando da violência contra a mulher. Partindo do princípio de que a delegacia é a porta de entrada no qual as mulheres realizam a denúncia, fica evidente a importância de um atendimento humanizado à mulher, pois é a partir do atendimento humanizado que será garantido os direitos das mulheres.
Palavras-chave: Violência. Mulher em situação de violência. Delegacia
Especializada. Atendimento humanizado.
OS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS COMO MODO DE DESCONSTRUÇÃO DA CULTURA DO ESTUPRO
EVELYN LIMA DE ANDRADE
Resumo
A culpabilização da vítima, a mídia que objetifica o corpo da mulher,
comportamentos machistas passados de geração em geração são apenas
alguns tipos do modus operandi da cultura do estupro. A partir de um estudo da
cultura do estupro será possível desconstruí-la, através da efetivação dos
direitos sexuais e reprodutivos no seio da sociedade. Mas como começar? O
objetivo deste trabalho é organizar princípios das áreas de Direito e Saúde
sobre sexualidade e reprodução para que sejam voltados à desconstrução da
cultura do estupro. Desta forma, utilizando-se de bibliografia específica, será
possível concluir que a cultura do estupro está intimamente ligada ao padrão
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machista e patriarcal de nossa sociedade, e, então, começar a se delinear
maneiras para a quebra de tal paradigma. Os direitos sexuais e reprodutivos
deverão explicar e oferecer soluções para que casos de violência física, sexual,
moral e verbal possam ser desmantelados, refazendo uma sociedade mais
igualitária e justa para mulheres e homens. A Convenção Interamericana para
prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher (Convenção de Belém do
Pará, de 1994) foi um importante passo no aprofundamento destes direitos e o
início de possíveis soluções para essa cultura opressora e ameaçadora às
mulheres. A autonomia de decidir sobre a prole, momento, oportunidade e
desejo de se ter ou não filhos (direitos reprodutivos) e de sua liberdade sexual,
com integridade, não discriminação, privacidade, prazer e respeito (direitos
sexuais) são elementos ensejadores de uma política desconstrutora da cultura
do estupro.
Palavras-chave: cultura do estupro, direitos sexuais, direitos reprodutivos,
violência contra a mulher, saúde sexual e reprodutiva.
PRÁTICAS DE CURA EM BELÉM: GÊNERO E SAÚDE CIRCUNSCRITOS NO UNIVERSO DA CURA NOS PRIMEIROS ANOS DE SÉCULO XX.
ELAINNE CRISTINA MESQUITA
Resumo
O presente texto consiste em análises pontuais sobre as práticas de cura
médicas aplicadas a mulheres em Belém-PA nos primeiros anos do século XX.
Para ampliação do debate foram utilizados como fontes primárias artigos
publicados na revista científica Pará-Médico, em inícios do século XX.
Observou-se que as transformações dos saberes médicos sobre os corpos e
as doenças que atingiam as mulheres trouxeram novos significados para as
práticas de cura, métodos foram implementados, medicamentos administrados
e exames modernos foram experimentados para adentrar com mais
profundidade na seara das doenças femininas, tencionando os campos éticos,
morais, dos saberes populares e cientificistas. Curar mulheres e seus males
também consistiu em lidar com práticas curativas específicas, por vezes
insipientes e experimentais que minadas de relações de poder circunscreveram
determinadas práticas e medicamentos nos campos das tensões relacionais do
gênero.
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Palavras-Chaves: Práticas de cura. Saúde. Medicina. Gênero.
DIA 24/09/2014
16h30- 18:00
Sessão 02 - Diversas formas de violência de gênero
DESIGUALDADE DE GENERO E VIOLENCIA: A SITUAÇÃO DA MULHER AS MARGENS DOS RIOS E FLORESTAS DO MUNICÍPIO DE
BREVES/MARAJÓ.
SOLANGE PEREIRA DA SILVA RESUMO
O presente artigo intitulado como “Desigualdade de Gênero, Trabalho e Violência: A situação da mulher as margens dos rios e florestas do município de Breves/Marajó”, tem como finalidade apresentar os resultados do Projeto de Extensão, “Mulheres vivas das matas do Marajó: rompendo com as desigualdades, gerando autonomia e igualdade no campo, na floresta e nos rios”. Aprovado pela Proex no ano de 2012 pela Universidade Federal do Pará – e aplicado pelo Campus de Breves/Marajó, na Comunidade Santa Izabel do Rio Jupatituba no período de 12 meses, teve como objetivo, realizar atividades socioeducativas com grupo de mulheres da sobre a violação de seus direitos; identificar as formas violação dos direitos contra as mulheres; discutir com o grupo de que forma a relação de gênero está atrelada a violência contra mulher; promover discussões com relação às políticas que estão em defesa dos direitos das mulheres; O grupo de mulheres era composto vinte mulheres com faixa etária de 18 a 60 anos, vítimas da violação dos seus direitos em suas próprias famílias, principalmente a violência física, sexual e psicológica. O projeto contou com duas bolsistas, acadêmicas do curso Pedagogia e Serviço Social e foi realizado com a colaboração de acadêmicos da UFPA – Campus de Breves/Marajó, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Secretaria de Assistência Social. Palavras Chaves: Gênero – Patriarcado – Violência contra mulheres – Violação
dos direitos das mulheres – Extensão Universitária.
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A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER IDOSA
LARISSA LESSA BARATA GUARANY; ALMYR CARLOS DE MORAIS FAVACHO
Resumo Dados da Promotoria de Justiça de Defesa da Pessoa com Deficiência e do
Idoso do Ministério Público do Estado do Pará (PJDI-MP/PA) revelam que a
cada três idosos atendidos pela promotoria no ano de 2013, dois eram do sexo
feminino, sendo assim, diante deste fato alarmante, o objetivo deste artigo é
identificar quais as causas deste fenômeno, da feminização da violência, bem
como os agressores, os locais de violações e suas formas de manifestação.
Para tanto utilizamos como metodologia o levantamento de dados estatísticos
junto aos livros de registros da PJDI-MP/PA e da pesquisa bibliográfica para
melhor interpreta-los, além de entrevistas com a assistente social da referida
promotoria. Concluímos que o principal agressor é o filho, com idade entre 41 e
50 anos e que as dificuldades econômico/financeiras, stress por parte dos
cuidadores, além da falta de assistência do estado a família e ao idoso são
alguns dos principais fatores que propiciam a violência. As violências
acontecem principalmente dentro dos lares, no seio familiar, por pessoas com
as quais o idoso mantinha uma relação de confiança. Suas formas de
manifestação podem ser: psicológica, física, sexual, financeira, abandono,
negligência, dentre outras.
O ABUSO SEXUAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO GÊNERO FEMININO E OS MEIOS JURÍDICOS DE ENFRENTAMENTO A ESSA
PRÁTICA
ERIKA SOUZA PAMPLONA Resumo
A proposta do artigo é discutir o abuso sexual de crianças e adolescentes, em especial no gênero feminino, a partir da proteção jurídica e de uma abordagem intrafamiliar do problema, a fim de que se compreenda a importância de uma intervenção jurídica social de uma forma coesa em todos os membros da família, uma vez que estes também são vítimas da agressão, fazendo-se necessária a intervenção de diversos profissionais no intuito de minimizar os danos sofridos, e na orientação para prevenção social e familiar e não somente a sanção jurídica. Por meio da literatura médica e jurídica expor os conceitos de abuso sexual e violência doméstica, os quais muitas vezes são deturpados, dificultando com isso maior entendimento sobre a temática e o combate à violência em questão, além das consequências e a importância da tutela judicial no intuito de coibir essa violência e orientar profissionais e a população em geral. Através de dados do Ministério da Saúde e da Secretária de Direitos Humanos da Presidência, o trabalho propõe-se a demonstrar a incidência
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maior de abuso sexual em crianças e adolescentes do gênero feminino e quais os seus maiores agressores, e quais os dispositivos jurídicos à disposição da sociedade que combatem essa prática que degrada o âmbito físico, psíquico e moral, do segmento mais vulnerável da sociedade. Com o objetivo de direcionar políticas públicas de maior proteção e enfrentamento da violência que atinge esse grupo de risco. Palavras-chave: Abuso Sexual. Gênero Feminino. Consequências. Proteção
Jurídica.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, QUEM METE A COLHER?”: TRAJETÓRIA DE LUTAS DAS MULHERES DA VILA DA BARCA, BELÉM (PA)
SIMONE NONATO MIRANDA
Resumo
A violência contra a mulher, fenômeno historicamente silenciado pela ideologia patriarcal a partir do sistema de dominação - exploração passa a ser denunciado pelo movimento feminista na década de setenta enquanto questão pública, política e social. Nesse sentido, o estudo objetiva analisar como as Mulheres Provedoras da Família compreendem o papel da Educação na Prevenção e Combate a Violência contra a Mulher na Vila da Barca. A abordagem da pesquisa é qualitativa, realizou-se um estudo de caso com mulheres moradoras que viveram ou vivem em situação de violência. A coleta de dados foi realizada através da entrevista estruturada, sendo realizada a análise de conteúdo segundo Bardin (1979). A pesquisa revela que a prática da violência contra mulheres é um fenômeno perverso produto das desigualdades entre os gêneros. As trajetórias das mulheres da barca demonstram as singularidades envolvidas nessas relações conflituosas, embora por vezes as mesmas se vejam sem saída para romper com o ciclo de violências, elas lutam, resistem e revidam. Os preconceitos associados às mulheres em situação de violência como a dependência econômica, o alcoolismo, a baixa escolaridade são estilhaçados pelas trajetórias de Alice, Bela e Lilian que se reconhecem como sujeitos ativos no processo de enfrentamento à violência, recusando a posição de vítimas. Consideramos que em relação ao papel da Educação na prevenção e combate à violência contra a mulher, às entrevistadas pontuam como fundamental, nas relações sociais entre os gêneros, por promover o diálogo e respeito. A educação deve fomentar a transformação social, homens e mulheres não devem ser socializados como desiguais, mas como sujeitos históricos, sociais e políticos com autonomia e liberdade. As relações sociais construídas e o processo de educação dos gêneros precisam incluir o respeito mútuo, a defesa da vida e a igualdade nas relações sociais como alicerces no enfrentamento a violência.
Palavras-chave: Gênero. Violência Contra a Mulher. Educação.