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II JOFP
Jornada Odontológica FAPAN “Inovações e tecnologias em odontologia: uma nova perspectiva para o futuro ”
CADERNO DE RESUMOS
Eduardo dos Santos Garcia (Org.)
25, a 27 de outubro de 2017 Curso de Odontologia
FAPAN - Faculdade do Pantanal – Cáceres – Mato Grosso - Brasil
JOFP-JORNADA ODONTOLÓGICA FAPAN
ANAIS – ISSN 2525-6327
2017, Jornada odontológica FAPAN – JOFP, II Edição.
FAPAN - Faculdade do Pantanal - Cáceres - MT – Brasil
Eduardo dos Santos Garcia (Org.)
ISSN 2525-6327
OS TEXTOS SÃO DE RESPONSABILIDADE DOS AUTORES,
MANTIDO O FORMATO ORIGINAL DA SUA REDAÇÃO.
Página da web do II JOFP: http://fapan.edu.br/eventos-academicos
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ANAIS – ISSN 2525-6327
II JOFP
Jornada Odontológica FAPAN “Inovações e tecnologias em odontologia: uma nova perspectiva para o futuro ”
ADMINISTRAÇÃO DA FAPAN
Elvys Ferreira de Oliveira Diretor Geral
Marilza Luiz Ferreira Coordenadora Pedagógica
Eduardo dos Santos Garcia Coord. Do Curso de Odontologia
COORDENADOR RESPONSÁVEL
Prof. Me. Eduardo dos Santos Garcia
COMISSÃO ORGANIZADORA
Prof. Me. Eduardo, dos Santos Garcia
Discente. Welves ferreira Laet
Discente. Luiz Felipe da Costa Souza
Discente. Henrique Nogueira Maldonado
COMITÊ CIENTÍFICO
Prof. Esp. Anderson Floriano Barbosa – FAPAN
Prof. Me. Menandro dos Santos Garcia – UNIC tangará
Prof. Drª. Evanice Vieira – FAPAN
Prof. Drª Denise da Costa Boamorte Cortela - FAPAN
Prof.Dr. Claudia Maria Dias Moreira - UNEMAT
Prof. Me Eduardo dos Santos Garcia- FAPAN
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SUMÁRIO
1. COMPLICAÇÕES OROFACIAIS PELO USO ABUSIVO DE METANFETAMINA NA ODONTOLOGIA
2. BALANÇO DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE MÉTODO ANESTESIA PARA PACIENTES HIPERTENSOS
3. O PAPEL DO ODONTÓLOGO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
4. MATERIAIS DENTARIOS RESTAURADORES
5. DOENÇAS BUCAIS E PERCEPÇÃO DE INDIVÍDUOS ACERCA DO CÂNCER DE BOCA.
6. DISCUÇÃO SOBRE A INSERÇÃO DA ODONTOLOGIA NO MERCADO DE TRABALHO
7. MUCOSITE BUCAL EM PACIENTES ONCOLOGOS
8. PESO DA ALIMENTAÇÃO PARA ODONTOLOGIA: REAÇÃO DO AÇÚCAR NOS DENTES
9. A INCLUSÃO DA ODONTOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A QUALIDADE DE VIDA DA
POPULAÇÃO
10. O PAPEL DA ODONTOLOGIA PARA A CRIANÇA NA PRIMEIRA INFÂNCIA
11. ISOLAMENTO ABSOLUTO: REVISÃO DE LITERATURA
12. ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO DENTISTA NO ÂMBITO HOSPITALAR
13. BENEFÍCIOS E QUESTIONAMENTOS DA UTILIZAÇÃO DA RESINA ACRÍLICA NA ODONTOLOGIA.
14. ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO PARA PACIENTES PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS (PNE)
15. PERSPECTIVAS DE USO DE CÉLULAS TRONCO NA ODONTOLOGIA NA ULTIMA DÈCADA
16. CÁRIE PRECOCE E SEVERA NA INFÂNCIA
17. ACTINOMIOSE
18. DETERMINAÇÃO DE FATORES QUE INFLUENCIAM NA OCORRÊNCIA DE CÁRIE PRECOCE NA INFÂNCIA
19. PIERCING NA CAVIDADE ORAL E SUAS COMPLICAÇÕES
20. GENGIVITE CAUSAS E TRATAMENTO
21. SÍNDOME DA NEURALGIA DO TRIGEMEO
22. BALANÇO DE PRODUÇÃO CIENTIFCA SOBRE AVALIAÇÃO DA TENACIDADE À FRATURA DE DIFERENTES SISTEMAS
CERAMICOS
23. PREVALÊNCIA DO PROLONGAMENTO DO PROCESSO ESTILÓIDE EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS.
24. BALANÇO DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA CANCER BUCAL
25. UMA VISÃO GERAL SOBRE A SAUDE BUCAL DOS IDOSOS
26. BRUXISMO E DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: UM DESAFIO PARA A ODONTOLOGIA
27. MÉTODOS RADIOLÓGICOS: DETECÇÃO DA RADIAÇÃO
28. CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DA CAVIDADE ORAL
29. CLAREAMENTO DENTAL E A INFLUÊNCIA DE AGENTES CLAREADORES NO ESMALTE.
30. ATENDIMENTO DO ODONTOPEDIATRA COM TÉCNICAS DE CONTROLE DE COMPORTAMENTO
31. O DESUSO DA AMALGAMA
32. HEMATOMA DE ERUPÇÃO CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
33. AÇÃO DO DENTISTA FRENTE AO HERPES SIMPLES
34. AIDS E A BIOSEGURANÇA NO CONSULTORIO ODONTOLOGICO
35. ISOLAMENTO ABSOLUTO: REVISÃO DE LITERATURA
36. ANGIOEDEMAS OROFACIAIS RECORRENTE AO USO DE INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA
(IECAS)
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HEMATOMA DE ERUPÇÃO CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS.
Caroline Aparecida Paré Bisinoto; Henrique Nogueira Maldonado; Roberta
Cinthya Siqueira de Abreu.
Instituição: FAPAN Faculdade do Pantanal.
Professora; Tutora: Dr.ª Denise Cortela.
Resumo:
O processo de erupção dental é caracterizado pela transição de onde ele sairá da
cavidade alveolar e pertencerá a cavidade bucal, onde ali estarão a realizar todas as suas
funções necessárias. Podemos usar como exemplo de uma alteração à cavidade bucal na
criança, durante o processo natural de erupção dentária, há o cisto de erupção que é uma
variedade distinta de um cisto dentígero, aparecendo como um hematoma da mucosa
alveolar, o que se leva ao acúmulo de fluido no espaço do folículo de um dente em
erupção. A patogênese do cisto é desconhecida, porém, aparentemente, ele se desenvolve
pelo acúmulo de líquido entre o epitélio reduzido do órgão do esmalte e a coroa do dente.
Vale ressaltar que essa patologia é mais comum em dentição permanente e voltada ao
sexo masculino.
Palavras-Chave: hematoma de erupção; erupção dental; diagnostico; tratamento.
Introdução:
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O processo de erupção dental pode ser definido como o movimento
migratório, realizado por um dente em formação, do seu local de desenvolvimento dentro
do processo alveolar para sua posição funcional na cavidade bucal Amorim et al; (2015),
“a erupção dentária é um fenômeno universal, fisiológico e é facilmente observado por
pais e profissionais da saúde Ferreira et al; (2009)”.
Além disso, a expressão erupção é empregada para indicar o momento em que a
coroa do dente rompe a gengiva e passa a pertencer ao ambiente bucal, ou seja, constitui
somente uma etapa do processo fisiológico que compreende uma série de movimentos
que os dentes executam, desde o seu estado de germe dental até o fim do seu ciclo
fisiológico Amorim et al; (2015).
Este processo representa parte do crescimento e desenvolvimento infantil e a
cronologia de erupção é um indicador de uma série de ocorrências biológicas
influenciadas por fatores genéticos e ambientai Amorim et al; (2015), com isso a fase em
que os dentes irrompem e esfoliam pode sofrer alterações levando a aceleração ou atraso
devido a distúrbios orgânicos ou até mesmo por fatores pessoais e/ou ambientais que
apesar de não influenciarem no equilíbrio fisiológico podem causar variações na
cronologia eruptiva, Amorim et al; (2015).
Como exemplo de uma alteração associada à cavidade bucal na criança, durante a
erupção dentária, há o cisto de erupção ou (hematoma de erupção) que constitui uma
variedade distinta de um cisto dentígero, aparecendo como hematoma da mucosa
alveolar, resultante do acumulo de fluido no espaço do folículo de um dente em erupção
Coser et al; (2004). De acordo com Amorim et al; (2015) o hematoma de erupção é um
dos poucos fatores locais que provocam discreto atraso na erupção, salientando ainda que
este é um problema que geralmente acomete os molares superiores decíduos.
Desenvolvimento:
Os cistos odontogênicos são formados a partir do epitélio odontogênico,
ocorrendo entre dentes e ossos maxilares. Tem seu inicio na proliferação e ou
degeneração do epitélio Almeida et al; (2015).
As lesões podem ser odontogênicas, não odontogênicas, de desenvolvimento e
inflamatória, tendo sua origem nos maxilares. “Em crianças, 70% dos cistos tendem a ser
de origem do desenvolvimento, enquanto 13,3% são de origem inflamatória Almeida et
al; (2015)”. O cisto de desenvolvimento é gerado de acordo com o crescimento da
criança, sendo o desenvolvimento dos ossos maxilo faciais junto às dentições decíduas e
permanente Almeida et al; (2015).
A formação do cisto de erupção é feita a partir do folículo dentário da coroa de
um dente em erupção, sendo seguido do rompimento da crista óssea para a erupção
dentária Coser et al; (2004).
Tem patogênese desconhecida, porém ele se desenvolve pelo acúmulo de líquido
entre o epitélio reduzido do órgão do esmalte e a coroa do dente. Tem seu
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desenvolvimento iniciado na separação do folículo dentário que envolve a coroa de um
dente em erupção Almeida et al; (2015), “provocando um bloqueio da microinfiltração
regional que ocorre pela mucosa gengival e o dente não irrompido. Almeida et al;
(2015)”.
‘‘De acordo com Amorim et al; (2015) o hematoma de erupção é um dos poucos
fatores locais que provocam discreto atraso na erupção, salientando ainda que este é um
problema que geralmente acomete os molares superiores decíduos. ’’
Os cistos de erupção apresentam tumefação mole, que pode conter apenas líquido,
ficando translúcida azulada, podendo apresentar também pigmento hemoglobínico, com
aparência de hematoma. Assim quando houver traumatismo na região do cisto, com
sangue na cavidade cística e ficando assim de cor purpura, passará a ser chamado de
hematoma de erupção Almeida et al; (2015).
“Essa patologia é mais comum na dentição permanente e em meninos Almeida et
al; (2015)”. Considerada rara em dentes decíduos essa patologia ocorre em cerca de 0,7%.
No caso da dentição decídua o tratamento não será feito, sendo o acompanhamento à
solução, isso ocorre pelo fato de que o dente rompe a lesão e aparece na cavidade bucal.
Porém há casos em que a lesão gera incomodo e dor, necessitando assim de tratamento
Almeida et al; (2015).
“O diagnóstico do cisto ou hematoma de erupção é essencialmente obtido pelo
exame clínico, com a realização de uma anamnese cuidadosa e criteriosa, levando-se em
consideração o tempo de aparecimento da lesão, relato ou não de desconforto Almeida et
al; (2015).”
Fatores determinantes para o diagnóstico dos casos seria a análise da coloração,
tamanho da lesão, consistência e a localização. Aspectos como, a cronologia da erupção
e idade da erupção dos dentes decíduos, devem ser observados. Uma vez que os cistos de
erupção acontecem quando o dente esta prestes a se irromper et al; (2015).
Quando a cavidade se encontra com sangue, devido a algum trauma ou infecção
sua coloração fica roxa ou azulada, sendo assim denominada de hematoma de erupção,
para o diagnostico mais diferencial seria hemangioma, cisto gengival do recém-nascido e
granuloma piogênico Almeida et al; (2015).
“A conduta para esse tipo de lesão geralmente é a observação do caso, porque
frequentemente o cisto se rompe espontaneamente, permitindo a erupção do dente
Almeida et al; (2015)”.
Quando o paciente reclama de dores, coceira, um desconforto, dificuldade para se
alimentar se torna necessário uma intervenção. “A simples punção ou incisão e o
tratamento eletivo com intuito de drenar o fluido acumulado no cisto e aliviar os sintomas.
Almeida et al; (2015)”.
Para os bebês uma excisão com lamina de bisturi ou perfuração com sonda irá
romper o revestimento cístico, permitindo o alivio dos sintomas e assim a erupção do
dente. “Nessa técnica, o indicado é a anestesia tópica, pois ela atinge aproximadamente 4
mm da mucosa e a perfuração da sonda não ultrapassa essa medida Almeida et al;
(2015)”.
Após o quadro clinico passar a apresentar compatibilidade com hematoma de
erupção à atuação para o caso também mudará. Sendo a exploração feita em busca de
informações sobre a lesão, evitando assim cirurgias desnecessárias e de risco, que podem
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gerar consequências ao paciente, um agravamento da cirurgia seria uma hemorragia
intensa sem a capacidade de controle. Porém tais consequências podem ser evitadas com
uma analise mais minuciosa do caso Pires et al; (2017).
Dependendo do caso clinico a excisão cirúrgica possibilitara a condução do
exame anatomopatológico, assim apresentando uma qualidade de tecido para análise
histológica, para finalmente confirmar o diagnóstico Almeida et al; (2015).
Normalmente, na dentição decídua não há indicação de tratamento, apenas o
acompanhamento, pois em geral a lesão rompe e o dente irrompe na cavidade bucal.
Entretanto, em alguns casos, o quadro clínico pode apresentar-se doloroso e incômodo,
necessitando intervenção Almeida et al; (2015).
Considerações Finais:
De acordo com a revisão literária o hematoma de erupção, também chamado de
cisto de erupção, sua patogênese é de origem desconhecida, porem de acordo com os
estudos feitos ele se forma a partir de líquido acumulado entre epitélio reduzido do órgão
do esmalte e a coroa do dente. Clinicamente o cisto de erupção se apresenta de duas
formas, com aparência translucida azulada ou de aparência de hematoma de cor purpura.
Esta patologia não é comum em adultos, sendo mais presente em crianças do sexo
masculino e na dentição permanente. O tratamento não se faz necessário quando não há
incomodo, pois o dente rompe a lesão indo para cavidade oral sem prejudicar o paciente,
sendo apenas o acompanhamento feito. Logo quando o hematoma causa irritação e gera
desconforto o tratamento se inicia, sendo de forma cirúrgica para possibilitar um alivio
ao paciente e facilitando assim à erupção do dente.
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Bibliografia:
AMORIM, Cristhiane Ferreira; BARROS, Gisele Oliveira; AZEVEDO, Bianca Mello. Sinais e Sintomas da Erupção dos Dentes Decíduos/Cristhiane Ferreira de Amorim, Gisele Oliveira Barros, Bianca Mello Azevedo/ Pindamonhangaba-SP: FAPI Faculdade de Pindamonhangaba; (2015).
ALMEIDA Luiza Helena Silva de; AZEVEDO Marina Sousa; PAPPEN Fernanda Geraldo;
ROMANO Ana Regina. Hematomas de erupção: relato de três casos clínicos em bebês;
Eruption hematomas: report of 3 clinical cases in infants. RFO, Passo Fundo, v. 20, n. 2, p.
222-226, maio/ago;( 2015).
COSER Rose Mary; FLÓRIO Flávia Martão; MELO Beatriz perfeito de; QUAGLIO Juliana
Maria. Características Clínicas do Císto de Erupção; RGO, 52 (3): jul/ago/set, (2004).
PIRES Cláudia Esteves. Ulotomia, Ulectomia e Germectomia em Pacientes Odontopediátricos;
Artigo de Revisão Bibliográfica do Programa de Mestrado Integrado em Medicina Dentára;
(2017).
FERREIRA Vargas, Fabiana; MACHADO Vieira Soares, Mariella; ARDENGHI Machado,
Thiago; PRAETZEL Rodrigues, Juliana Manifestações Sistêmicas e/ou Locais Associadas à
Erupção dos Dentes Decíduos: Estudo Retrospectivo Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e
Clínica Integrada, vol. 9, núm. 2, mayo-agosto, ( 2009), pp.
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ANGIOEDEMAS OROFACIAIS RECORRENTE AO USO DE INIBIDORES DA
ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA (IECAS)
ARRUDA, Rafaela Patricia Souza de ¹
Graduando em Odontologia- FOC/UNIC -CUIABÁ
SANTANA, sandy daniely alves ²
Graduando em Odontologia- FOC/UNIC -CUIABÁ
RESUMO
Objetivo de estudo: O presente estudo visa relatar através da literatura a indução
de angioedemas orofaciais recorrente ao uso de inibidores da enzima conversora da
angiotensina (IECAS), observando-se as manifestações, diagnósticos e tratamentos, que
tem potencial gerar riscos iminentes de morte se for negligenciado pelo cirurgião dentista
ou quaisquer outros profissionais da saúde. Objetivo: enfatizar a necessidade do
conhecimento do cirurgião dentista sobre esta causa, para que em casos de urgência o
cirurgião tenha a noção de conduta, e o mesmo não venha a confundir com quaisquer
outras anormalidades que causam as mesmas características clinicas. Metodologia: foi
baseada em evidenciar na literatura a manifestações clínicas da doença em comparação a
utilização do grupo de anti-hipertensivo IECAs. Considerações finais: A substituição da
IECAS pela BRAS II, tem a possibilidade de reduzir a frequência de angioedema, e não as
reações adversas.
Palavras chave: angioedema. Inibidores da enzima conversora de angiotensina
(IECAS). Manifestações orofaciais. Hipertensão Arteria
1. INTRODUÇÃO
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INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA
(IECAS)
É um grupo de medicamentos anti-hipertensivos que são eficazes, e que têm ação
principal a inibição da enzima conversora de angiotensina I, impedindo assim a
transformação de angiotensina I em angiotensina II, de ação vasoconstritora. São eficazes
no tratamento da HA, reduzindo a morbimortalidade CV (SINDONE A,2013).
Atualmente no Brasil os medicamentos pertencentes a este grupo estão descritos
na tabela 1.
TABELA 1. Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECAS)
comercialmente disponíveis no Brasil
Nome Genérico Efeitos colaterais citados nos guias
Captopril
Benazepril Angioedema de face, lábios, língua e mucosa bucal
Cilazapril
Delapril
Enalapril
Fosinopril
Lisinopril
Perindopril
Quinapril
Ramipril
Trandolapril
Fonte: KOHLMANN, JR et ll , (2010) e Brunetti, Montenegro, (2002).
ANGIOEDEMA DE CABEÇA E PESCOÇO RECORRENTE DO USO DE
(IECAS)
O angioedema como descrito por (BYRD JB ET ALL, 2006), ocorre em
aproximadamente 0,1% a 6% dos pacientes que usam inibidores da IECA. A maioria dos
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casos sucede na primeira semana do início da terapia, contudo um terço dos casos ocorrem
meses a anos após o início da medicação. O risco de vida é grande quando envolve a via
aérea superior.
O envolvimento significativo da cabeça e do pescoço, como na face, lábios,
língua, soalho da boca, faringe e laringe. O risco de angioedema associado aos IECA é
significativamente maior em negros (três a quatro vezes mais que em outras raças) e este
padrão é o mais frequentemente encontrado pelos profissionais de saúde oral. O
angioedema é caracterizado clínicamente como um aumento de volume edematoso difuso
dos tecidos moles que envolve os tecidos conjuntivos submucoso e subcutâneo, podendo
afetar o trato gastrointestinal e respiratório, gerando resultados fatais. Apresenta-se como
uma resultante comum de desgranulação dos mastócitos, que produz liberação de
histamina e promove alterações clínicas. (NEVILLE,2009).
Figura 2: Paciente com angioedema de língua
Fonte: Sjoerd W. Westra, M.D,2006.
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Figura 3: Paciente com angioedema de língua por utilização do enalapril
Fonte: Lucas Santos Zambon,2016.
Figura 4: angioedema lingual e orofacial devido ao captopril (A). Imagem de reconstrução
tridimensional do paciente por técnica de renderização de volume (B). Resolução completa dangioedema
7 dias após o início do tratamento (C).
Fonte: E. Bukhari et al, 2015.
DIAGNÓSTICO
Contudo não existe exames laboratoriais que sejam específicos para este caso, ou
seja o profissional terá que se basear no diagnóstico clínico e averiguar a ausência de
prurido e urticária, tendo como referência a localização do edema.
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
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A principal medida é a análise e proteção das vias aéreas do paciente (Guyer
AC,2012) e (Hilal-Dandan R, 2011), sabendo que a resposta a adrenalina e aos
corticosteroides é imprecisa, porém é observado que as administrações dos mesmos
possam vir a encurtar o tempo de entubação do paciente enquanto o mesmo não responde
a ambos da medicação, a sua utilização pode ser vantajosa. O angioedema induzido por
inibidores da ECA não é dependente de histamina, o uso de anti-histamínicos não produz
efeitos.
Objetivo do presente estudo é relatar através da literatura a indução de
angioedemas orofaciais o recorrente ao uso de inibidores da enzima conversora da
angiotensina (IECAS), observando-se as manifestações, diagnósticos e tratamentos, que
tem potencial gerar riscos iminentes de morte se for negligenciada pelo cirurgião dentista
ou quaisquer outros profissionais da saúde. O artigo visa enfatizar a necessidade da
importância do conhecimento do cirurgião dentista sobre esta causa, para que em casos
de urgência o cirurgião tenha a noção de conduta, e o mesmo não venha a confundir com
quaisquer outras anormalidades que gera as mesmas características clinicas, visando
assim a grande necessidade de uma avaliação clínica minuciosas e rigorosa em caso de
suspeita que o paciente esteja fazendo uso de quaisquer medicamentos do grupo dos
IECAS.
2. METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado através de levantamento bibliográfico do período
de 2007 a 2017 através do uso da base de dados Lilacs, Scielo, Google Acadêmico,
Medline e Bireme. As palavras chave utilizadas na pesquisa foram: Angioedema,
angioedema causado pelo uso de inibidores da angiotensina, angioedema induzido por
IECAS. Assim, sendo selecionado os artigos de interesse para o estudo e levando em
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consideração a fisiopatologia da doença, sinais e sintomas, diagnóstico e possíveis formas
de tratamento.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A substituição dos IECAS por bloqueadores do receptor para angiotensina II
(segunda geração de medicamentos (p. ex., losartan, valsartan),) é uma das possibilidades
de se evitar o angioedema, pois a mesma foi especificamente desenvolvida para evitar
qualquer inibição da degradação da bradicinina, mas esses medicamentos recentes
reduzem o aparecimento de angioedema, mas não chegam a eliminar a reação adversa
(NEVILLE,2009). O cirurgião dentista deve avaliar as características clinicas, de forma
minuciosa e rigorosa para que não exista a possibilidade de confundir com a urticária, ou
com quaisquer outras enfermidades que apresentem manifestações clinicas semelhantes.
REFERÊNCIAS
BYRD JB, Adam A, Brown NJ. Angioedema associado ao inibidor da enzima conversora da
angiotensina. Immunol Allergy Clin North Am. 2006; 26 : 725-37. doi: 10.1016 /
j.iac.2006.08.001. [ PubMed ] [ Cross Ref ]
BRUNETTI, R. F.; MONTENEGRO, F. L. B. Odontogeriatria: noções de interesse
clínico. São Paulo: Artes Médicas, 2002. p. 447-481
ESRAA BUKHARI1, Osama Y. Safdar, Mohammed Shalaby, Shafiqa M.J. AlSharif1 , Khoulod Alsufiany
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GUYER AC, Banerji A. ACE inhibitor-induced angioedema. UpToDate [Citado em novembro de 2012.
Versão 19.3].
HILAL-DANDAN R. Chapter 26. Renin and Angiotensin. In: Brunton LL, Chabner BA, Knollmann BC,
eds. Goodman & Gilman’s The Pharmacological Basis of Therapeutics. 12th ed. New York: McGraw-
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KOHLMANN. , JR , OSVALDO. GUS, MIGUEL. Tratamento medicamentoso .Print version ISSN 0101-
2800 J. Bras. Nefrol. vol.32 supl.1 São Paulo Sept. 2010 http://dx.doi.org/10.1590/S0101-
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NEVILLE, B. W., DAMM, D. D., ALLEN, C.M. et al. Patologia Oral & Maxilofacial. 2ª ed.,Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2004.
SINDONE A, Erlich J, Perkovic V, Suranyi M, Newman H, Lee C, et al. ACEIs for cardiovascular risk
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SJOERD W. Westra, MD, e Cornelis PC de Jager, MD N Engl J Med 2006; 355: 295 20 de julho de
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ZAMBON ,Lucas Santos . Angioedema por iECA.2016. ACESSO
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COMPLICAÇÕES OROFACIAIS PELO USO ABUSIVO DE
METANFETAMINA NA ODONTOLOGIA
SANTANA, Sandy Daniely Alves1
Graduando em Odontologia - FOC/UNIC – CUIABÁ
ARRUDA, Rafaela Patricia Souza de2
Graduando em Odontologia - FOC/UNIC – CUIABÁ
RESUMO
Objetivo de estudo: Um dos principais objetivos do presente artigo é relatar as
principais consequências, orofaciais, decorrentes do consumo abusivo de
metanfetamina. Objetivo: O objetivo principal é enfatizar a importância do conhecimento
do cirurgião dentista, para um diagnóstico correto das alterações manifestadas, através
das características clínicas. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura,
utilizando os bancos de dados PUBMED, GOOGLE ACADÊMICO e SCIELO, no
período de 2007 a 2017. Considerações finais: Conclui-se que as consequências do uso
indevida da metanfetamina afeta em nível físico e psíquico. O cirurgião dentista precisa
estar atento, para um correto tratamento. Instruir uma boa higienização, utilizar medidas
preventivas na remineralização do dente e encaminha-lo para um centro de especialista
em abuso de substâncias.
Palavras chave: Alterações Bucais, Complicações Orofaciais e Uso Ilícito da
Metafetamina.
ABSTRACT
Study Objective: One of the main objectives of this article is to report the main
consequences, orofacial, of abusive use of methamphetamine. Objective: The main
1 Sandy Daniely Alves Santana, Graduando do curso de Odontologia na Universidade de Cuiabá (UNIC)
MT - Brasil. E-mail: [email protected] 2 Rafaela Patricia Arruda de Souza, Graduando do curso de Odontologia na Universidade de Cuiabá
(UNIC) MT – Brasil. E-mail: [email protected]
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objective is to emphasize the importance of dental surgeon knowledge for a correct
diagnosis of the alterations manifested through the clinical characteristics.
Methodology: A literature review was carried out using the PUBMED, GOOGLE
ACADEMICO and SCIELO databases from 2007 to 2017. Final considerations: It is
concluded that the consequences of improper use of methamphetamine affect physically
and psychologically. The dental surgeon needs to be attentive, for a correct treatment.
Instruct good hygiene, use preventive measures in remineralizing the tooth and refer you
to a specialist substance abuse center.
Key words: Oral Alterations, Orofacial Complications and Illicit Use of Metafetamine.
INTRODUÇÃO
A metanfetamina (“met”) é uma droga que têm efeitos estimuladores no sistema
nervoso central (SNC). Utilizada no tratamento de narcolepsia, hiperatividade e
transtorno do déficit de atenção. Percebeu-se através dos usuários, o aumento da
capacidade física, euforia e ganho de energia, este fato fez com que iniciassem o uso ilegal
desse medicamento, com o intuito de aumentar a agilidade, combater a depressão e
controlar o peso. A droga é um pó cristalino que se dissolve em líquido, podendo ser
fumada, aspirada, injetada ou ingerida por via oral. Os efeitos duram mais de 12 horas, e
o usuário habitual relata usar mais de 20 dias por mês, obtendo um efeito quase que
constante (NEVILLE et al., 2009).
Nos anos 90 a metanfetamina foi sintetizada pela primeira vez, com capacidade de
produzir efeito farmacológico, tendo a finalidade de substituir a efedrina, medicamento
utilizado no tratamento de doenças respiratórias. Foi usada na Segunda Guerra Mundial,
para impedir que capacidade de combater dos militares alemães caísse. (GUEREIRO et
al., 2011; CICCARONE, 2011).
O consumo impróprio de drogas é um dos principais problemas sociais e de saúde
pública, podendo envolver várias questões, como por exemplo, a violência, o tráfico além
de aspectos morais (LARANJEIRA et al, 2007; NOTO et al., 2003).
O cirurgião dentista deve ter uma atenção especial no atendimento dos pacientes
usuários, pois serão eles, em muitos dos casos, os primeiros a terem a possibilidade de
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diagnosticar o aparecimento de alterações causadas pelo uso da metanfetamina
(COLODEL et al., 2009; FERNANDES et al., 2008). É preciso ter como objetivo o
conhecimento das principais consequências, orofaciais, decorrentes do consumo abusivo
de metanfetamina e estar ciente da importância do cirurgião dentista no diagnóstico
correto das alterações.
METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão de literatura, utilizando os bancos de dados PUBMED,
LILACS, GOOGLE ACADÊMICO e SCIELO, no período de 2007 a 2017, selecionando
os artigos que mencionava sobre as principais complicações bucais decorrentes do
consumo de metanfetamina e sua prevalência de uso.
METANFETAMINA
A metanfetamina é classificada como uma droga sintética, que estimula o sistema
nervoso central, faz com que o cérebro tenha um melhor desempenho, trabalhando mais
rápido que o normal (Fig. 1). Possibilitando aos usuários ficar hiperativos e sem sono
(AMARAL & GUIMARÃES, 2012).
Figura 1. Estrutura química da metanferamina. Fonte: Revista Portuguesa de
Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial, 2012 p.175-180.
1 Sandy Daniely Alves Santana, Graduando do curso de Odontologia na Universidade de Cuiabá (UNIC)
MT - Brasil. E-mail: [email protected] 2 Rafaela Patricia Arruda de Souza, Graduando do curso de Odontologia na Universidade de Cuiabá
(UNIC) MT – Brasil. E-mail: [email protected] 1 Sandy Daniely Alves Santana, Graduando do curso de Odontologia na Universidade de Cuiabá (UNIC)
MT - Brasil. E-mail: [email protected]
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Essas substâncias podem ocasionar dependência física e psíquica, além de existir a
necessidade de dosagens cada vez maiores para obter os mesmos efeitos ou evitar o mal-
estar produzido pela sua falta no organismo (SCHIFANO et al., 2007; KISH, 2008;
GUERREIRO et al.,2011).
É bastante complexo o tratamento odontológico, de usuários, precisa-se de uma
anamnese e um exame clínico minuciosos, para realizar um plano de tratamento, visto
que os impáctos do consumo de metanfetaminas são notório em vários órgãos. Além
disso, a colaboração do paciente é indispensável, especialmente se ele suspender o uso da
droga, pelo fato da droga agir de maneira extremamente destruidora (COUTINHO,
LUDGLEYDSON, 2004).
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS ENCONTRADAS NO USUÁRIO DE
METANFETAMINA
Muitos viciados manifestam ilusões de parasitoses (formigação), neurose que
apresenta a sensação de insetos ou cobra rastejando sob ou sobre a pele. Fazendo com
que o usuário tente retirar os parasitas imaginários, com as unhas, resultando em lesão
traumática. Na tabela 1 encontram-se as características clínicas para que o cirurgião
dentista possa diagnosticar um usuário de metanfetamina (NEVILLE et al., 2009).
Tabela 1- Características Clínicas
Prevalência maior Efeitos em curto prazo Efeitos em longo prazo
Homens Insônia Dependência psicológica
Idade entre 19 e 40 anos Agressividade Comportamento violento
Agitação Ansiedade
Hiperatividade Confusão
Diminuição do apetite Depressão
Taquicardia Paranoia
2 Rafaela Patricia Arruda de Souza, Graduando do curso de Odontologia na Universidade de Cuiabá
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Taquipneia Alucinações auditivas
Hipertensão Ilusões
Hipertermia Mudanças de humor
Vômito Desordens cardiovasculares
Tremores Desordens SNC
Xerostomia Desordens hepáticas
Desordens gastrointestinais
Desordens renais
Desordens pulmonares
Fonte: NEVILLE et al. (2009, p.305).
A presença de cáries rampantes é uma manifestação comum, exibem semelhança
com as cáries de mamadeira. Afeta inicialmente as superfícies vestibular e as
interproximais, e, caso não haja interferência, toda a estrutura coronária de todos os dentes
pode ser danificada ou destruída (Fig. 2). A destruição é causada pela precária higiene
oral combinada com extrema xerostomia devido ao efeito da droga. Na tabela 2
encontram-se as principais manifestações bucais ao uso de metafetamina (NEVILLE et
al., 2009).
1 Sandy Daniely Alves Santana, Graduando do curso de Odontologia na Universidade de Cuiabá (UNIC)
MT - Brasil. E-mail: [email protected] 2 Rafaela Patricia Arruda de Souza, Graduando do curso de Odontologia na Universidade de Cuiabá
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Fig. 2: Cáries relacionadas à metanfetamina. Cáries extensas na superfície vestibular
dos dentes anteriores. (NEVILLE et al., 2009, p.305).
Tabela 2 - Principais manifestações bucais associadas ao uso de metanfetamina
MANIFESTAÇÕES
Fluxo salivar reduzido
Xerostomia
Cáries rampantes
Doença periodontal
Bruxismo
Fonte: HAMAMOTO & RHODUS (2009, p. 27-37)
A xerostomia é a reclamação mais presente nos usuários de metanfetamina
(SCHIFANO et al., 2007). O sistema nervoso autônomo controla a secreção salivar por
meio das vias simpática e parassimpática (SAINI et al., 2005). A metanfetamina é uma
amina simpaticomimética, que tem ação nos receptores adrenérgicos, broqueando os
receptores alfa-2 , causando vasoconstrição, assim reduzindo o fluxo salivar, levando a
um estado de hiposalivação (GOODCHILD et al., 2007).
A redução do fluxo salivar causa perda na capacidade tampão da saliva, assim
crescendo o risco de cáries e aumentando a desmineralização dentária (SAINI et al., 2005;
GOODCHILD et al.,2007). Por causa dos períodos de abstinência, onde o indivíduo por
algum tempo tem cuidado com a higiene oral, a destruição intraoral é alternada, entre
períodos de rápida e lenta progressão, nos períodos de má higienização os usuários podem
apresentar doença periodontal. (KLASSER & EPSTEIN, 2006; GOODCHILD &
DONALDSON, 2007).
1 Sandy Daniely Alves Santana, Graduando do curso de Odontologia na Universidade de Cuiabá (UNIC)
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O bruxismo é resultado da intensa energia e atividade neuromuscular durante a fase
de consumo da metanfetamina (HAMAMOTO & RHODUS, 2009; SAINI et al., 2005).
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
O cirurgião-dentista deve estar atento quando um adulto jovem com pouco peso,
agitado e nervoso apresentando taquicardia, taquipneia, hipertensão, hipertermia e cáries
rampantes na superfície vestibular e interproximais. A falha no reconhecimento destes
sinais pode causar sérias consequências. Depois de 6 horas da ingestão, a metanfetamina
potencializa os efeitos das aminas simpaticomiméticas. O uso de anestésicos locais, com
adrenalina ou levonordefina, pode levar a crise hipertensiva, acidente vascular cerebral
ou infarto do miocárdio. O cuidado também deve ser adotado na administração de
sedativos, anestesia geral, óxido nitroso ou prescrição de narcóticos. Embora o abandono
do uso desta droga ilegal seja essencial, os pacientes devem ser instruídos, durante os
períodos de xerostomia, a não beber refrigerantes ácidos ou com alto teor de açúcar e
evitar diuréticos como cafeína, tabaco e álcool. Além disso, a importância da higiene oral
e pessoal deve ser enfatizada. Medidas de prevenção como a aplicação de flúor tópico,
podem auxiliar na proteção dos dentes. O paciente deve ser encaminhado a um médico
de um centro de 2especialista em abuso de substâncias químicas (NEVILLE et al., 2009).
CONSCIDERAÇÃO FINAIS
As consequências da utilização indevida da metanfetamina, podem ser observadas
a nível físico e psíquico. O cirurgião dentista precisa estar alerta aos sinais e sintomas que
ocorrem no usuário, para assim tomar precauções no tratamento. A xerostomia, a cárie
dentária, o bruxismo e a doença periodontal são as manifestações orais mais frequentes
nos usuários. É importante instruir o paciente a uma boa higienização oral, utilizar
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medidas preventivas que ajudem na remineralização do dente e encaminha-lo para um
centro de especialista em abuso de substâncias químicas, na tentativa e empenho de
proporcionar-lhe uma melhoria na sua qualidade de vida.
BIBLIOGRAFIA
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BALANÇO DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE MÉTODO ANESTESIA
PARA PACIENTES HIPERTENSOS
IGOR FERRAZ
O presente trabalho compreende a elaboração de balanço de produção acadêmica e
científica sobre o MÉTODO ANESTESIA PARA PACIENTES HIPERTENSOS através
de banco de dados eletrônico, disponível para consulta pela internet. O objetivo do
trabalho é situar a pesquisa no contexto de produção científica nacional. Isso ocorreu
através do acompanhamento das produções já realizadas no país e da análise dos
resultados formado pela coleta nos bancos de dados. A metodologia utilizada foi a do
“Estado da Arte”. Foram realizadas várias buscas com combinação de descritores no
Banco de Teses da SCIELO. A combinação de descritores escolhidas foi “Anestesia
Hipertensos” que apresentou 18 (vinte) trabalhos. As publicações que se mostraram
interessantes para um estudo ganharam destaque a partir do ano de 2012, e de lá para cá
vem se mantendo em pequenas quantidades de trabalho.
Palavras-chave: Anestesia Hipertensos, Procedimento odontológicos, Pacientes
Hipertensos
Introdução
O objetivo do trabalho é situar a pesquisa no contexto de produção científica
nacional. Isso ocorreu através do acompanhamento das produções já realizadas no país e
da análise do corpus formado pela coleta nos bancos de dados. Itens como ano de
publicação, instituição, região geográfica da coleta da publicação, área de conhecimento
das produções permitem conhecer de uma progressão de produção do conhecimento sobre
a temática a ser abordada.
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A busca ocorre pela determinação de descritores que identifiquem a pesquisas.
Esses descritores são compostos de palavras-chave, que possuem conceito determinado.
O conceito de cada palavra-chave é estabelecido por um consenso científico e também
pela voga científica dada pelo conceito, e acordo com período de significação e
apropriação do termo.
Diante deste procedimento é possível delimitar conceitos e meios da pesquisa.
Os próprios descritores são estabelecidos dentro da dinâmica do estado da arte e são
determinados por uma média adequada de resultados alcançados com os objetivos e
interesse do pesquisador diante da pesquisa.
Sílvio Sanches Gamboa, em seu texto “Análise da produção do conhecimento
em educação”, demonstra que a produção do conhecimento vai alem do “estado da arte”.
O autor afirma através de outros autores3 que esse tipo de pesquisa:
deve ir sendo paralelamente construída, identificando e explicitando os
caminhos da ciência, para que se revele o processo de construção do
conhecimento sobre determinado tema, para que se possa tentar a integração
de resultados e também, identificar duplicações, contradições e, sobretudo,
lacunas, isto é, aspectos não estudados ou ainda precariamente estudados, (e)
metodologias de pesquisa pouco exploradas (SOARES E MACIEL, citado por
GABMOA, ).
Nas discussões de Gamboa, essa metodologia se enquadra como “revisão
bibliográfica” de caráter “inventariante e descritivo da produção acadêmica”
(FERREIRA citado por GAMBOA 2013). O autor afirma que a pesquisa deveria estar
além do “estado da arte” não só como progressão da trajetória da produção; deveria
estabelecer relações contextuais como “conjunto de outros parâmetros” (GAMBOA,
2013).
Gamboa estabelece uma matriz epistemológica da pesquisa. Que possibilita ir
alem do mapeamento da produção científica. Essa matriz possibilita a contextualização
epistemológica da pesquisa e assim sendo, indo além do contexto de produção propiciado
pelo estado da arte. Gamboa apresenta três níveis de elementos histórico-sociais que
estabelecem os elementos de contexto dessa matriz paradigmática. Eles são macro-
3 O autor não menciona nas Referências Bibliográfica a obra de “SOARES E MACIEL, 2000: 6”
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estruturais; meso-institucionais e micro-sociais. Esses níveis são articulados e se
condicionam entre si.
No nosso entendimento o balanço de produção através do estado da arte é um
procedimento transversal entre os elementos da matriz paradigmática da pesquisa. Desta
maneira, o balanço de produção estabelece a localização da pesquisa dentro de um
contexto de produção científica entre as referências epistemológica da pesquisa.
O balanço de produção que se realiza com este trabalho é parte de um projeto
mais amplo, que se desenvolverá metodologicamente através da perspectiva
fenomenológica de pesquisa. A fenomenologia não preconiza esse procedimento, porém
compõe a sincronia dentro dessa perspectiva. O contexto que evidencia o oculto dentro
da perspectiva fenomenológica está ligada a diacronia ou sincronia do tempo:
A preocupação sincrônica concebe os fenômenos como colocados num
cenário, com sistemas dentro de um macrossistema. Embora adquiram
movimento no conflito das interpretações, eles são a manifestação de uma
essência permanente (o invariante). As pesquisas diacrônicas são coerentes
com a visão dinâmica da realidade e as noções ontológicas de “mundo
inacabado” e o “universo em construção” e estão preocupadas em perceber os
fenômenos no seu devir e na sua história. (SOUZA, 2001)
A sincronia faz parte do contexto histórico-social da pesquisa.
Epistemologicamente o balanço de produção promoverá o desenvolvimento sincrônico
da pesquisa, pois permitirá compreender o desenvolvimento da temática de acordo com
a relação espaço/tempo.
Metodologia
A metodologia utilizada é a do “Estado da Arte” ou “Estado do Conhecimento”,
que consiste em:
Mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do
conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo
destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em
que condições têm sido produzidas certas dissertações de mestrado, teses de
doutorado, publicações em periódicos e comunicações em anais de congressos
e de seminários. (FERREIRA, 2002)
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As primeiras pesquisa denominadas “estado da arte” começam a ganhar atenção
no meio científico brasileiro a cerca de 30 anos atrás (FERREIRA, 2002). O que
determinou o fortalecimento desse método de pesquisa foi a possibilidade de
sistematização de bancos de dados de pesquisa.
Esse tipo de pesquisa bibliográfica só era possível de serem realizadas através
de catálogos de bibliotecas ou bancos de dados físicos similares. A abrangência da se
limitava a disponibilidade de obras no local de arquivo.
Os meios eletrônicos permitiram o avanço significativo dessas pesquisas.
Inicialmente os CDs ROM que reuniam os trabalhos em eventos científicos e as
publicações eletrônicas de periódicos deram maior reforço científico ao estado da arte.
Os bancos de dados disponíveis na internet atualmente permitem realizar o
estado da arte de maneira mais prática e com menos esforço, abrangendo o maior número
de trabalhos. O banco de tese da Scielo reuniu todas as produções de programas de pós-
graduação no país e assim sendo, padronizou a produção científica a ser consultada. Ao
reunir dissertações e teses, o banco de teses da Scielo deu destaque as produções
científicas vinculadas à pós-graduação e formou um corpus representativo e uniforme de
produção científica bastante abalizada.
O interesse é desenvolver pesquisa sobre o método de anestesias para
hipertensos. A bibliografia de referência foi determinada de acordo com a pesquisa e
reuniu obras referentes à pacientes diabeticos, pressão arterial, vasoconstritor. A partir da
definição da bibliografia da pesquisa foi pré estabelecido o caminho do balanço de
produção
Valci Barbosa, em trabalho apresentado no PPDEdu/Unemat estabelecu as
seguintes fases do balanço:
Eleger a(s) fonte(s) de consulta
Definir o período de busca
Escolher os descritores (palavras-chave)
Selecionar os trabalhos (ler os resumos)
Realizar análise dos trabalhos selecionados
Elaborar síntese
(BARBOSA, 2013)
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Acompanhando essas fases, o primeiro passo foi eleger o Banco de Teses da
Scielo como fonte de consulta. O período de busca não foi determinado, pois o interesse
maior era buscar trabalhos que envolvessem a temática em questão e não o período;
também se considerou o pouco número de trabalhos que envolvessem to da a temática.
Os descritores foram definidos através de uma pré-busca que possibilitou
agrupar a combinação que forneciam os trabalhos mais próximos da temática
estabelecida. Essa pré-busca foi fundamental para definir elementos da pesquisa, como
as palavras-chave que determinam o trabalho, e também estabelece a sistemática em que
o trabalho será localizado após a publicação.
Na página Scielo existe um espaço para busca. A busca é realizada por assunto,
conforme indica a imagem:
Ao inserir apena um descritor, o resultado é muito amplo. Como resultado do
descritor “Hipertensos” apareceram 1.507 (mil quinhentos e sete) trabalhos; ao descritor
“Anestesia” foram 3.364 (dois mil setecentos e vinte) trabalhos. A solução foi combinar
os descritores em uma única busca e marcar a opção “todas as palavras” entre as opções
logo abaixo do espaço para os descritores.
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Foram realizadas várias buscas com combinação de descritores, como “Pacientes
Hipertensos” com 847 (oitocentos quarenta e sete) trabalhos; “Pacientes Hipertensos”,
não apresentando nenhum resultado; “Anestesia Hipertensos” com 18(dezoito) trabalhos.
A combinação de descritores escolhidas foi “Anestesia Hipertensos” que apresentou 18
(vinte) trabalhos. Os trabalhos com essa combinação de descritores foi a que melhor
associou com a temática e objetivos do trabalho.
Resultado e Discussão
Entre os 18 (vinte) trabalhos selecionados existem publicações de 1995 a 2017.
2000 e 2001 não houve publicações. 2015 foi o pico de publicação, com 04 (quatro) .
A maioria dos trabalhos está na área do Anestesiologia, totalizando 07 (sete)
trabalhos. Existe 05(Cinco) trabalho em Cirurgia, 03 (Três) trabalho em Medicina Geral
e Interna, 02 trabalho em cada área de Alergia, Sistema Cardíaco, Odontologia, em
Anestesia Hipertensos, que pode compor esta área. Saúde é a segunda área mais
contemplada, com 16 (Dezesseis ) trabalhos. As demais áreas foram tiveram apenas um
trabalho cada. Dentre essas áreas, existem áreas afins, como no caso de Ciências
Humanas, e Multidisciplinar.
Desses 18 (Dezoito) Trabalhos, 08 (oito) dos trabalhos estão em instituições
brasileiras, 03(três) dos trabalhos em cuba, 02 (dois) trabalhos cada em Uruguai e
Argentina, os demais 01 (um) cada em Argentina, México e Venezuela.
Considerações Finais
As publicações no banco de teses da Scielo que se mostraram interessantes para
um estudo sobre Anestesia em Hipertensos vem se ganhando destaque a partir do ano de
2015, e de lá para cá vem se mantendo em pequenas quantidades de trabalho. Esse dado
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pode revelar pouco interesse na área cujos fatores não são possíveis de serem
identificados, mas mostra que o tema é pouco explorado.
Nem todos os trabalhos versam sobre Saúde sobre o método a ser usado para
com o paciente hipertenso, mas foram selecionadas pela busca por terem o Hipertenso
como sujeito ou propriamente
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O PAPEL DO ODONTÓLOGO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
Ana Roberta Paraba de Oliveira
Daiele Andrade da Cruz
Natallya Rodrigues Fialho
Sergio dos Reis Soares
INTRODUÇÃO
É de conhecimento geral, a grande importância que o SUS tem em nossa
sociedade, desde seu momento de construção até os dias atuais. O SUS é
composto por diferentes profissionais, desde procedimentos mais simples como
um curativo à até mesmo uma cirurgia do coração.
Embora esse programa muito conhecido e utilizado tenha falhas, é inevitável
não ver o bem que o mesmo faz para a população. Como citado a cima, o SUS
é composto por diferentes profissionais da saúde, sendo assim aprofundaremos
nosso assunto em uma área bastante importante, a saúde bucal, relatando a
importância do Cirurgião Dentista no sistema único de saúde.
Na oficina Saúde Bucal na Vigilância à Saú- de no Distrito Sanitário,
promovida pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPS), Nú- cleo de
Estudos em Saúde Coletiva do Paraná (Nesco) e Secretaria Municipal de Saúde
de Curitiba, em 1992, foram discutidas algumas experiências municipais de
saúde bucal e apontados os principais problemas relacionados à inserção do
profissional de saúde bucal no SUS:
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1. A dificuldade do profissional detectar a importância das práticas
odontológicas na saúde da população, e do potencial da sua intervenção na
saúde bucal
2. A limitação do conceito saúde/doença na sociedade
3. A falta de participação da população na organização e avaliação dos serviços
prestados pelo cirurgião dentista no SUS, gerando assim a baixa efetividade das
ações de saúde bucal
4. Falta de conhecimento e incorporação das diretrizes que regem o SUS
fazendo com que assim, algumas áreas populacionais sejam mais privilegiadas
que outras
5. A prática de atenção à saúde bucal fortemente voltada para o modelo clínico
6. A restrição do cirurgião dentista, fazendo com que seja o único profissional
responsável na atuação de saúde bucal, consequentemente fazendo com ele faça
parte dos profissionais de saúde que regem o SUS
7. O privilegio a procedimentos cirúrgicos, aumentado assim o valor de
pagamento ao cirurgião.
Com o passar dos anos o SUS foi se modificando para melhoria da sua atuação
na sociedade, embora esses problemas citados acima ainda permaneçam nos
dias atuais, houve um avanço de grande importância que foi a mudança de
pagamentos nos procedimentos.
Todos os munícios recebem do SUS um valor per-capta, esse valor pode ser
utilizado em campanhas de prevenção. A respeito dos problemas relacionadas
as práticas sanitárias, o Governo Federal fica responsável por essa prática.
Como já foi citado acima, o SUS é composto por vários profissionais, no PSF
ele é composto por no mínimo:
ü Um médico
ü Um enfermeiro
ü Um auxiliar de enfermagem
ü De 4 á 6 agentes comunitários de saúde
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Entretanto outros profissionais já estão sendo incorporados no PSF, como por
exemplo, dentista, nutricionista, assistente social, psicólogo e etc(dependendo
das possibilidades administrativo-financeiras dos municípios).
De acordo com o Ministério da Saúde (MS, 2003) existem duas modalidades
voltadas a saúde bucal:
· Modalidade 1: cirurgião-dentista e um atendente de consultório dentário
· Modalidade 2: técnico em higiene dental
O Vigisus, referece a um esforço de vigilância epidemiológica, sanitária e
ambiental, sob a designação de vigilância em saúde. Muitas dessas vigilâncias
estão voltadas para a área de atuação do cirurgião dentista, o, a vigilância de
serviços odontológicos e a vigilância da qualidade da água.
Infelizmente a atuação do cirurgião dentista tanto na rede básica como nos
níveis central e distrital não é muito discutida, a literatura a respeito desse
profissional é escassa, sendo assim, temo como objetivo discutir sobre a
importância desse profissional no SUS
A reorganização das práticas de saúde
A Vigilância da Saúde é entendia como não apenas como a união de três
vigilâncias, mas sim como uma forma de prestação de serviços em saúde. Esse
modelo esclarece que saúde é um bem construído socialmente, reconhecendo
que para ter uma boa saúde é necessário ter uma boa condição de vida. A
principal relação aos modelos médico-assistencial e sanitarista é a inclusão de
novos sujeitos.
A população como sujeito na construção desse modelo é fundamental para os
atores tradicionais de saúde, não apenas no atendimento a queixas e doenças,
mas também para os modo de vida.
Nesse contexto tem direitos e deveres tantos para os profissionais quanto para
as população. Os profissionais de saúde são responsáveis pela população em
geral, não apenas aqueles que estão precisando de atendimento médico.
Entretanto, é de responsabilidade do cidadão que preserve ao máximo sua
saúde.
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A Carta de Otawao principal documento atual movimento da promoção de
saúde, que se consubstancia em uma combinação de cinco estratégias: políticas
públicas saudáveis, desenvolvimento de habilidades pessoais, fortalecimento
das ações comunitárias, criação de ambientes saudáveis e reorientação dos
serviços de saúde (WHO, 1986). Esse documento é forma de sistematizar as
possibilidades de atuação no SUS é a partir desses níveis de atuação.
Politicas públicas saudáveis
Políticas públicas consistem em ações tomadas pelo Estado que têm como
objetivo atender os diversos setores da sociedade.
Politicas são um conjunto de ideias que dão sustentação para as ações. As
politicas publicas podem assegurar um meio ambiente saudável, ofertando
serviços que conduzam à equidade e tornando mais acessíveis as escolhas
saudáveis ( Dickson e Abegg,2000).
Entre as politicas publicas que visam a melhora da situação de saúde da
população, esta relacionada aos hábitos alimentares, principalmente ao
consumo de açúcar, considerado um dos principais fatores etiológicos da cárie
dentária.
(Dickson e Abbeg, 2000; Sheiham e Moyses, 2000) acreditam que as politicas
promotoras de saúde relacionada a esse assunto incluem desde a diminuição da
plantação da cana de açúcar à inclusão de temas transversais nos currículos
escolares enfatizando o consumo e o efeito do açúcar sob o aspecto nutricional
.
Também são de extrema relevância as politicas relacionadas à higiene bucal
,buscando soluções para tal situação , com aspectos relacionados por exemplo
ao flúor, ao tabagismo e aos serviços de saúde .Sugere-se a fluoretação da agua
de abastecimento, a redução do uso do tabaco com o aumento dos impostos
sobre o cigarro, o estimulo ao cirurgião dentista ´para utilizar metade do seu
tempo em programas de promoção fora da unidade de saúde (Dickson e Abbeg,
2000; Sheiham e Moyses, 2000)
Os serviços de saúde são importantes para a saúde bucal da população, no
entanto, o serviço prestado pelo odontólogo é visto apenas como área curativa.
É então, que se deve ser trabalhado o conceito de Promoção da Saúde- que vem
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a ser sinônimo de prevenção de saúde e praticas voltadas para a atuação sobre
os fatores de risco.
Vigilância da saúde
Tradicionalmente, as práticas de vigilância foram estruturadas e orientadas pela
demanda espontânea e pontual, tendo um forte componente autoritário e
fiscalizador. Em geral, faz-se vigilância "sobre" os profissionais e não "com" a
participação ativa deles e, como conseqüência, os programas perdem eficiência
e efetividade. De um modo geral, a formação e a capacitação de recursos
humanos na área da vigilância é um grande desafio a ser superado. Esses
profissionais necessitam incorporar ao saber específico de sua área outros
saberes, provenientes de diferentes campos do conhecimento, e desenvolver
competências e habilidades, visando fundamentar cientificamente sua prática
cotidiana e com isso aumentar a credibilidade de suas ações, isso requer que os
profissionais de saúde responsáveis pelas ações de vigilância busquem a
legitimidade social.
No âmbito da vigilância da saúde, a prática odontológica abrange uma série de
ações que incidem não somente na saúde dos indivíduos e da coletividade, mas
também no meio ambiente. É certo que, muitas vezes, na realização dessas
atividades, interesses econômicos dos envolvidos são contrariados. Por essa
razão,
é imprescindível o envolvimento dos prestadores de serviços odontológicos,
desde a definição e a normatização de rotinas até as ações de fiscalização.
A importância da participação do cirurgião-dentista na equipe de vigilância se
deve ao conhecimento técnico específico e ao embasamento científico que
orientam as ações
Vigilância de serviços odontológicos
A qualidade da prestação dos serviços odontológicos depende de um constante
cuidado por parte dos cirurgiões dentistas e sua equipe profissional,
particularmente, quanto às questões de biossegurança na prevenção dos agravos
a saúde da população,as ações de vigilância de serviços odontológicos têm por
objetivo proteger a saúde da população de numerosos riscos reais ou potenciais
e promover os meios necessários para garantir a segurança sanitária nesses
ambientes,a exposição a fatores de risco físico-químicos e biológicos, a geração
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de resíduos sólidos, tóxicos e infectantes determinam uma preocupação cada
vez maior com a segurança da prática odontológica.
Cabe a Vigilância Sanitária realizar o monitoramento de serviços públicos e
privados com a finalidade de verificar “in loco”, através das inspeções
sanitárias, a aplicação das normas técnicas definidas pela legislação vigente,
com o objetivo de minimizar ao máximo o risco de contaminação cruzada, a
ausência de legislação federal específica, estabelecendo parâmetros e
regulamentando as ações de controle de infecção e biossegurança no ambiente
odontológico
O controle de infecção ainda não ocupa um lugar de destaque nas rotinas de
trabalho praticadas por profissionais em todo o país. Soma-se a essa realidade
o fato de o cirurgião-dentista, historicamente, trabalhar isolado e realizar
procedimentos invasivos. A deficiência no ensino acadêmico quanto à teoria e
à prática de um efetivo controle de doenças transmissíveis nos estabelecimentos
odontológicos também justifica a regulação e a preocupação do poder público
com esses ambientes.
Vigilância de produtos fluorados.
A utilização do flúor é um fator de grande importância para o controle da cárie
dentária, tem a capacidade de inibir ou mesmo reverter o início e a progreção
da mesma. Porém a atenção deve ser elevada durante sua utilização por se tratar
de uma substância farmacologicamente ativa, deve- se ter um controle na
utilização em termo risco- benefício.
A vigilância da saúde esta no controle dos teores de flúor nas águas de
abastecimentos públicos, nas águas minerais, nos produtos alimentícios,
medicamentos e cosméticos ( dentifrícios) pois enquanto a subdosagem não traz
benefícios a sobredosagem associa-se com a ocorrência de fluorose. Em 1974
foi aprovada a lei federal n°6.050 regulamentada pelo decreto 76.872 de
22/12/75 que tornou obrigatória a fluretação das águas de abastecimentos
públicos em municípios com estação de tratamentos de água.
A água distribuída para consumo humano exercida por órgãos públicos deve
haver um alto nível de controle por parte de secretarias municipais de saúde
levando em consideração o controle dos índices de flúor efetivamente presente
nas águas, as análises das águas devem ser feitas mediante a coleta em diversos
pontos da cidade classificando os teores de flúor ativo em ppm ( parte por
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milhão) a saber: ausente, abaixo, adequado e acima , para maior parte do
território brasileiro o limite esta entre 0,6 e 0,9 ppm de flúor.
A agência de vigilância sanitária não limita o teor máximo permitido , por essa
razão, os municípios devem exercer seu poder regulamentar impedindo a
comercialização de águas que excedam os índices recomendados.
Vigilância ambiental de resíduos tóxicos.
O sistema de vigilância de resíduos tóxicos aponta que a fonte mais comum de
intoxicação profissional inclui ações relacionadas a manipulação , segregação ,
armazenamento, estocagem, transporte e destinação final. Em estabelecimentos
odontológicos um resíduo químico altamente perigoso descartado no meio
ambiente é o mercúrio que esta presente em restaurações dentárias 80% dele
entra no corpo humano por vias respiratórias .
Vigilância epidemiológica da cárie e doença periodontal.
A organização mundial da saúde recomenda parâmetros preconizados nas
atividades nas atividades da vigilância epidemiológica o monitoramento e a
avaliaçoes de ações de controle são de grande importância nesses tipos de
situações . O nível de satisfação de usuários e de profissionais podem ser
incluídos como indicadores de interesse local , em nível municipal os inquéritos
poderão ser realizados de 10 em 10 anos, em localidades como bairros, distritos
sanitários e de mais necessidades da população essa periodicidade pode ser
reduzida. O planejamento de políticas de avaliação e monitoramento da saúde
bucal nessas situações devem ser organizadas em um sistema de informação
CONCLUSÃO
O presente trabalho apontou alguns dos possíveis papeis dos cirurgiões-
dentistas no Sistema Único de Saúde ,realizado através de uma revisão de
literatura . Acredita-se que a saúde não é apenas a ausência de doenças mas sim
um completo bem estar, físico , metal e social.
REFERENCIAS :
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Moyses S& Watt R2000.Promoção de Saúde Bucal- Definições,pp. 1-21.In
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Médicas, São Paulo.
Ismail AI, Burt AA &Eklund AS 1983. Epidemiologic patterns of smoking
and periodontal disease in the United States. JADA306:617-621.
Denise Aerts, ClaídesAbegg , Kátia Cesa . O papel do cirurgião-dentista no
Sistema Únicode Saúde , 2003 .
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MATERIAIS DENTARIOS RESTAURADORES
Autores: Karla Regina Mazete, Odontologia, 2º SEM., FAPAN. Matheus Vinicius Ribeiro Sales, Odontologia, 2º Sem., FAPAN.
Nela Marina Cháves Paredes, Odontologia 2º Sem., FAPAN.
RESUMO
Com o surgimento das resinas Bulk Fill o principal problema enfrentado pelo metacrilato,
contração de polimerização, passou a ser superado. Com indicação de procedimentos com
4 mm e alta reatividade a luz de polimerização essas resinas são indicadas para
restaurações posteriores com o mínimo de contração a polimerização. As resinas bulk-fill
ainda são desconhecidas por muitos profissionais, existindo uma necessidade na
odontologia de conhecê-las melhor, por mostrarem resultados positivos, reafirmando o
quanto pode ser inovadoras e práticas, diminuindo o tempo clínico do cirurgião-dentista
e, conseqüentemente, maior comodidade para o paciente, reduzindo tempo de espera na
cadeira. O objetivo do trabalho foi analisar as características das resinas Bulk Fill, onde
foi realizada uma busca de artigos, que foram analisados para auxiliar na pesquisa.
Verificou-se que os estudos laboratoriais demonstraram excelentes resultados em relação
a essas resinas, mas o número de estudos clínicos ainda é muito pequeno, apesar de sua
relevante qualidade.
Palavras-chave: Resina Bulk Fill, Materiais Dentários, Polimerização.
INTRODUÇÃO
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Este trabalho tem como objetivo expandir conhecimentos sobre a utilização de
materiais resinosos assim como os seus benefícios para realização dos mais variados
tipos de restaurações, trazendo em destaque a resina Bulk-fill.
As resinas compostas sejam elas utilizadas para adesão, restauração ou
cimentação, são os materiais mais utilizados na odontologia adesiva atualmente. Esse
material, ao longo da história, passou por transformações especialmente no que se refere
ao modo de polimerização. As primeiras resinas eram quimicamente ativadas, e
passaram a ser fotoativadas por luz ultravioleta somente em 1973¹. Por conta dos efeitos
prejudiciais desse tipo de luz (aumentava a incidência de queimadura de córnea e
cataratas), curta vida útil das lâmpadas e limitada profundidade de polimerização, deu-
se início a estudos visando a utilizar a luz visível para fotoativação¹.
Com isso, houve necessidade de maior desenvolvimento também das fontes de
luz, para que elas conseguissem excitar de maneira correta os sistemas fotoiniciadores
presentes nos materiais resinosos¹.
METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica baseada em artigos científicos sobre
resina Bulk Fill.
O estudo caracterizou-se como revisional, a partir da busca na literatura
utilizando-se as bases de dados disponíveis no PUBMED e Google Acadêmico,
conduzindo-se a pesquisa de artigos, monografias e livros publicados com as seguintes
palavras-chave: Resina BulkFill, Polimerização, Fotoativação. No qual a metodologia
empregada baseia-se na leitura e análise de textos nos acervos digitais, com o intuito de
gerar conclusões gerais sobre o tema de interesse².
RESULTADOS
As resinas compostas e o conceito de adesividade permitem que a dentística atual
venha ao encontro das necessidades estéticas que permeiam a sociedade moderna. Hoje
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a nossa especialidade consegue resolver praticamente todos os casos de reabilitações
estéticas que se apresentam em nossos consultórios apenas com o uso de técnicas
adesivas e materiais à base de resina composta.
Desde seu desenvolvimento nos anos 60, as resinas compostas têm evoluído e
ocupado um espaço cada vez maior dentro da Odontologia. Suas propriedades
mecânicas, adesivas e estéticas vêm se desenvolvendo ao longo dos anos, ocupando hoje
um lugar de destaque dentro da clínica diária. Na evolução desses materiais temos a sua
fotopolimerização que veio trazer uma série de melhorias nas propriedades mecânicas,
menor porosidade, maior tempo de trabalho e uma melhora na sua manipulação clínica.
Devido à fotopolimerização da resina composta, os monômeros se convertem em
polímeros gerando uma contração rápida e um estresse dentro do material. Esse estresse
gerado, se não controlado, pode levar à fendas marginais, trincas em esmalte e dentina,
tensão em cúspides, sensibilidade pós operatória, microinfiltração e até cáries
secundárias. No sentido de se controlar esses efeitos adversos da fotopolimerização
recomenda-se uso das resinas compostas em camadas e pequenas porções quando
utilizadas em restaurações diretas.
No início dos anos 2000, na busca da substituição plena do amálgama e na
intenção de se encontrar melhora nas propriedades mecânicas e biológicas das resinas
compostas, surgiram materiais que se propunham a apresentar características de
condensabilidade, liberação de flúor e cálcio (A.L.E.R.T., Definite, Ariston), sendo
materiais que podiam ser aplicados em camadas de até 5 mm de espessura.
Na mesma época surgiram resinas com baixa viscosidade, conhecidas
como“flow”, para serem usadas em associação às resinas ditas compactáveis. Na mesma
época começou-se a se preocupar com a contração de polimerização das resinas e o
estresse gerado por essa contração rápida, e assim, desenvolveu-se técnicas de
fotopolimerização que envolvem desde a intensidade da luz utilizada até a forma e
quantidade de resina que se deve utilizar em uma restauração estética de resina
composta.
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Recentemente a dentística estética tem sido apresenta da a um novo grupo de
materiais denominados de “bulk fill”, que nada mais são do que resinas compostas que
se propõem a serem utilizadas em uma só camada de até 4mm de espessura.
No nosso mercado, num primeiro momento, vieram as resinas de baixa
viscosidade (SDR) com a proposta de serem utilizadas como uma base a ser coberta com
resina convencional, e logo em seguida resina com viscosidade média (x-tra fill) que
pode ser utilizada com base e até com restauração final. Essa nova geração de materiais
vem apresentando resultados laboratoriais e clínicos bastante favoráveis. (Fonte:
Câmara Técnica de Dentística do CROSP).
Por fim, após as resinas de baixa contração, foram desenvolvidas as resinas bulk-
fill ou de preenchimento único, possibilitando o uso de incrementos do material
restaurador de até 4 mm de espessura, apresentando uma menor contração de
polimerização volumétrica, resultando em baixa tensão de contração (HICKEL 2011).
As resinas de preenchimento único são resinas de baixa viscosidade, sendo que
a principal mudança é a sua maior translucidez obtida através da porcentagem reduzida
de partículas inorgânicas (44-55% em volume) e maior quantidade de matriz orgânica,
o que permite que apresentem maior escoamento proporcionando facilidade de
manipulação e menor tempo de aplicação.
Também podem ser aplicadas com ponta de seringa o que possibilita sua
utilização em regiões de difícil acesso, além de que, durante a polimerização apresenta
contração volumétrica com menor estresse na interface (LABELLA et al., 1999).
CONCLUSÃO
Como com a utilização de resinas bulk-fill elimina-se uma etapa de muitos
passos, a inserção por incrementos, várias suposições podem ser feitas: há possibilidades
de diminuição de erros do operador, há menores chances de incorporação de bolhas e a
interface possivelmente será melhorada. Como de forma geral as propriedades são
similares às resinas convencionais, este fator também é favorável para a indicação deste
tipo de material em situações clínicas. Os resultados clínicos disponíveis ainda são
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insuficientes para indicar este tipo de material em detrimento à utilização de resinas
compostas convencionais.
Concluindo, a revisão mostrou que as resinas bulk fill cumprem suas propostas,
porém devem ser administradas seguindo os passos clínicos corretamente para o sucesso
da técnica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 - Buonocore MG, Davilla J. Restoration of fractured anterior teeth with ultraviolet
light polymerized bonding materials: a new technique. J Am Dent Assoc. 1973 Jun;
86(6):1349-54.
2 - JORNADA ODONTOLÓGICA DOS ACADÊMICOS DA CATÓLICA –JOAC, v.
2, n. 2, 2016.
3 - ILIE, N.; HICKEL, R. Investigations on a methacrylate-based flowable composite
based on the SDRTM technology. [S.l]: Dent Mater, v. 27, n. 4, p. 348-355, apr. 2011.
4 - LABELLA, R. et al. Polymerization shrinkage and elasticity of flowable composites
and filled adhesives. [S.l]: Dental Materials, v.15, n. 2, p. 128-137, 1999.
5 - STAVRIDAKIS, M. M.; KAKABOURA, A. I.; KREJCI, I. Degree of remaining
C=C bonds, polymerization shrinkage and stresses of dual-cured core build-up resin
composites. [S.l]: Oper Dent, v. 30, n. 4, p. 443, 52, 2005.
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DOENÇAS BUCAIS E PERCEPÇÃO DE INDIVÍDUOS ACERCA
DO CÂNCER DE BOCA.
1Adriano Evangelista Barros
Siqueira; 2Vinicius Gustavo Martins
Ribeiro;3Evanice Menezes Marçal Vieira
1,2 - Acadêmicos de odontologia da
universidade de Cuiabá-UNIC-Mato Grosso
3-Docente da Faculdade de Odontologia da
Universidade de Cuiabá-UNIC/ Mato Grosso.
Resumo
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Introdução: O câncer de boca ocorre com elevada frequência nos países em
desenvolvimento, sendo considerado um importante problema de Saúde Pública, pois
apresenta elevada taxa de incidência e mortalidade, caracterizando assim, a gravidade
desta condição. Objetivo: Avaliar o conhecimento de uma população sobre o câncer bucal
e identificar alterações no complexo bucomaxilofacial, com ênfase no câncer e lesão
cancerizável. Metodologia: Esta pesquisa foi realizada durante a campanha de prevenção
e combate ao câncer bucal, no ambulatório de Odontologia do Hospital Geral
Universitário (HGU) e Clínica Odontológica da Universidade de Cuiabá (UNIC), na
cidade de Cuiabá/MT, 2016, em um único dia. Foi realizado um estudo transversal, sendo
entrevistados e examinados indivíduos, que após lerem o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido, concordaram em participar da pesquisa. Considerações finais:
Participaram 177 indivíduos, com predomínio do sexo feminino 111(62.71%), foram
identificadas 87 alterações bucais, incluindo lesões cancerizáveis. Muitas pessoas ainda
desconhecem a existência de câncer bucal.
Palavras-chave: Câncer de Boca, câncer bucal/prevenção e controle, fatores de risco.
Introdução
O câncer é uma doença maligna de crescimento desordenado das células anormais
que se multiplicam rapidamente de tal forma que são capazes de invadir tecidos e órgãos,
podendo espalhar-se para outras regiões do corpo, caracterizando as metástases (SOUZA
et al., 2012; TOLEDO, et al., 2010). O câncer de boca se apresenta de forma frequente,
acometendo principalmente indivíduos adultos, com idade acima de 40 anos, que
geralmente apresentam hábitos nocivos, principalmente o tabaco. (SOUZA et al., 2012).
(VIEIRA et al., 2014); (GAJENDRA et al., 2016; SOO YC et al., 1991). No entanto, para
o câncer de lábio, o principal fator de risco a ser considerado é a radiação solar (MELO
et al., 2010; WÜNSCH-FILHO et al., 2002).
Considera-se de fundamental importância campanhas que visam o
diagnóstico precoce e orientações à população sobre esta doença. O diagnóstico
precoce, agilidade no atendimento e disponibilidade de recursos humanos, tecnológicos,
dentre outros, são fatores que podem influenciar na qualidade de atendimento, assim
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como, no prognóstico e sobrevida do paciente com câncer de boca (QUIRINO ET AL
2006) .
Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o nível de conhecimento dos
participantes da campanha de prevenção e combate ao câncer bucal, assim como,
identificar as alterações bucais existentes
Metodologia
Esta pesquisa foi realizada durante a campanha de prevenção e combate ao câncer
bucal, no ambulatório de Odontologia do Hospital Geral Universitário (HGU) e Clínica
Odontológica da Universidade de Cuiabá (UNIC), na cidade de Cuiabá/MT, 2016, em um
único dia, considerando período em que se comemorava o Dia Internacional sem Tabaco.
Foi realizado um estudo transversal, sendo entrevistados e examinados indivíduos, que
após lerem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, concordaram em participar
da pesquisa.
No HGU o público alvo do evento foi constituído por 5 grupos de pessoas: Grupo
1 – Pacientes hospitalizados, Grupo 2: Pacientes em atendimento ambulatorial; Grupo 3:
Acompanhantes; Grupo 4, Funcionários/prestadores de serviço, Grupo 5 : Outros Na
UNIC o público alvo foi constituído por 4 grupos de pessoas: Grupo 1- Pacientes
agendados para atendimento de rotina; Grupo 2: Pacientes acompanhantes; Grupo 3:
Funcionários da UNIC; Grupo 4: Outros.
Os acadêmicos do 4º semestre de odontologia, receberam treinamento prévio
referente ao autoexame bucal, exame clinico, palpação ganglionar, diferença de lesão
benigna e maligna, lesões mais frequentes na cavidade bucal, lesões fundamentais,
distúrbios do desenvolvimento da cavidade bucal, lesão cancerizável, câncer bucal e
técnica de citologia esfoliativa.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Cuiabá, sob o
parecer de número 1.255.317.
Considerações finais
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Referente ao conhecimento do câncer bucal, a maioria conhece ou já ouviu falar
sobre a doença. Muitos participantes informaram sobre a possibilidade de transmissão do
câncer e a maioria dos entrevistados afirmaram realizar o autoexame.
Através do exame clinico e histopatológico, foram identificadas 87 alterações
bucais, sendo o distúrbio de desenvolvimento mais frequente a língua fissurada (9,20%),
seguida de tórus palatino e/ou mandibular (8,04%). A lesão bucal mais frequente foi
candidíase (6,90%), seguida de hiperplasia fibrosa (4,60%).
Muitas pessoas ainda desconhecem a existência de câncer bucal, e a minoria já
realizou o auto-exame. Neste estudo, alguns hábitos nocivos considerados fatores de
risco para a doença, se mostraram presentes.
Os dados apresentados neste estudo mostram a necessidade de campanhas desta
natureza, promovendo aos indivíduos, acesso ao exame clínico minucioso da cavidade
bucal, principalmente á população com acesso restrito ao atendimento odontológico
rotineiro.
Referências
1. GAJENDRA, S.; CRUZ, G.D.; KUMAR, J.V. Oral cancer prevention and early
detection: knowledge, practices, and opinions of oral health care providers in New
York State. Journal Cancer Education, v.21, n.3, p.157-62, 2006.
2. MELO, L.C. et al. Perfil epidemiológico de casos incidentes de câncer de boca e
faringe. Revista Gaúcha Odontologia, v.58, n.3, p.351-5, 2010.
3. SOO, Y.C.; HIROAKI, K. Effect of Cigarette Smoking and Alcohol
Consumption in the etiology of Cancer of the Oral Cavity, Pharynx and
Larynx. International Journal Epidemiology,v.20, n.4, p.878-85, 1991.
4. SOUZA, L.R.B. et al. Conhecimento acerca do Câncer Bucal e Atitudes frente à
sua Etiologia e Prevenção em um Grupo de Horticultores de Teresina (PI). Revista
Brasileira de Cancerologia,; v.58, n.1, p.31-9, 2012.
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5. TOLEDO, A.L. et al. Dietary patterns and risk of oral and pharyngeal cancer: a
case-control study in Rio de Janeiro, Brazil. Caderno de Saúde Pública, v.26, n.1,
p.135-42, 2010.
6. VIEIRA, E.M.M. et al. Perfil nutricional de pacientes oncológicos atendidos no
ambulatório de cabeça e pescoço de um hospital filantrópico ambulatório de
cabeça e pescoço de um hospital filantrópico do município de Cuiabá (MT),
Brasil. Archives Health Investigation, v.3, n.3, p.76-83, 2014.
7. WÜNSCH-FILHO, V. The epidemiology of oral and pharynx cancer in Brazil.
Oral Oncology, v.38, n.8, p.737-46, 2002.
Tabelas 1 – Dados sociodemográficos e comportamentais dos participantes da
campanha de prevenção e combate ao câncer bucal, Cuiabá/MT, 2016. (n=177)
Variáveis n (%)
Faixa etária(anos)
Menos de 20 13 7.35
21 – 30 12 6.78
31 – 40 39 22.03
41 – 50 40 22.68
51 –60 38 21.46
60 e + 32 18,07
Gênero
Feminino 111 62,71
Masculino 66 37.29
*Cor de pele
Branca 45 25.42
Negra 46 25.97
Parda 82 46.31
Grau de instrução
Ensino Fundamental 85 48.02
Ensino Médio 73 41.24
Ensino Superior 10 5.64
Analfabeto 9 5.08
Renda Familiar
Menos de 1 salário 27 3.95
1 a 3 salários 143 80.79
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*Referente a cor de pele, 4 não responderam
Tabela 2 – Conhecimento básico sobre o câncer bucal dos participantes da campanha de
prevenção e combate ao câncer bucal, Cuiabá/MT, 2016. (n=177)
Variáveis n (%)
Conhecem ou ouviram falar sobre o câncer bucal
Sim 146 82.48
Não 31 17.52
Risco de contágio para pessoas que convivem com o portador
Sim 33 18.64
Não 96 54.24
Não sabe 48 27.12
Realiza o autoexame da boca
Sim 36 20.33
Não 141 79.66
Tabela 3: Alterações bucais identificadas na campanha de prevenção e combate ao câncer
bucal, Cuiabá/MT, 2016. (n=87)
Variáveis n (%)
+ 3 salários 7 3.95
Experiência com tabaco
Sim 31 17.52
Não 146 82.48
Experiência bebida alcoólica
Sim 36 20.34
Não 141 79.66
Se expõe muito ao sol
Sim 78 44.06
Não 99 55.94
Consome frutas e verduras
Sim 52 29.37
Não 125 70.63
Última visita ao dentista
Nunca foi 2 1.14
Menos de 1 ano 101 57.06
Mais de 1 ano 74 41.80
Motivo da visita ao dentista
Prevenção 24 13.56
Dor 46 25.98
Cárie 40 56.50
Problemas gengivais 7 3.95
Reabilitação oral 44 24.86
Outros 33 18.64
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Distúrbios do desenvolvimento e condição bucal
Língua saburrosa 20 22.99
Pigmentação melânica 4 4,60
Grânulos de fordyce 2 2.30
Língua pilosa 1 1.15
Tórus 7 8.04
Anquiloglossia 1 1.15
Lingua fissurada 8 9.20
Língua geográfica 4 4.60
Varicosidade lingual 4 4.60
Lesões bucais
Mucocele 1 1.15
Candidíase 6 6.90
Lesão aftosa 3 3.45
Hiperplasia fibrosa 4 4,60
Herpes simples labial 1 1.15
Hematoma 4 4,60
*Leucoplasia 2 2,30
*Queilite actínica 2 2,30
Exostose óssea 1 1.15
Papiloma 2 2,30
Hemangioma 2 2,30
Fístula dental 2 2,30
Fibroma 3 3,45
Periocoronarite 2 2,30
Úlcera traumática 1 1.15
Total 87 100,00
*Lesão cancerizável
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DISCUÇÃO SOBRE A INSERÇÃO DA ODONTOLOGIA NO MERCADO DE
TRABALHO
Welves De Freitas Laet:
Bruno Rios Salomé:
Rafael Aparecido Bianco:
Fernando Scherer: Faculdade
do Pantanal (FAPAN) - Odontologia
Resumo
Segundo Ferreira, a odontologia é considerada uma profissão relativamente
nova, a mesma vem passando por diversas transformações nas últimas décadas, referentes
às crenças e concepções da sociedade acerca da profissão, à formação dos recursos
humanos e ao perfil dos odontólogos, bem como às tendências do mercado de trabalho.
A odontologia em seus primórdios teve sua imagem manchada, uma vez que a mesma
era uma prerrogativa de “última opção”, já que os profissionais da época (Barbeiros)
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Objetivo: O objetivo de tal estudo é abordar assuntos que pregam tal profissão em um
âmbito singular quanto a odontologia – o mercado de trabalho (Ferreira,
2013) Metodologia: foram realizadas revisões bibliográficas a partir de artigos que
pregassem tal assuntos, corroborando para tal trabalho. Conclusão: A odontologia é uma
profissão de grande importância, porém tens para muito, uma visão errônea sobre a
mesma, uma vez que isso é um efeito negativo vindo do passado.
Palavras Chave: Odontólogos, Profissionais, Mercado de Trabalho.
Introdução
O mercado de trabalho em odontologia na América Latina e no Brasil,
segundo Matsubara, vem apresentando muitas mudanças nas últimas décadas. O ingresso
de um grande número de novos profissionais e o aumento da atuação das empresas de
convênios na área odontológica influenciaram substancialmente na estrutura do
mercado. (Matsubara, 2009).
Odontologia e sua História
Sucedendo o que já foi dito anteriormente, a odontologia teve sua imagem marcada de
uma maneira que até hoje carrega as marcas. Nesse artigo, não será falado sobre os
primórdios da história da odontologia, mas sim dos pontos marcantes que edificaram o
nome da odontologia, sendo mais objetivo, dos acontecimentos que engrandeceram tal
profissão.
Segundo Ferreira, o período de desenvolvimento do capitalismo possibilitou o aumento
de oferta e consumo de serviços de saúde, criando um sólido mercado de trabalho e,
também, um processo de valorização da Odontologia enquanto prática social. Entre os
anos 1930 e os anos 1970, a Odontologia vivenciou sua fase de tecnificação, com uma
proliferação crescente de eventos científicos e, simultaneamente, a formação de uma
poderosa indústria de equipamentos, insumos e medicamentos médico-odontológicos,
acompanhando o desenvolvimento capitalista nacional. Desde então, o ensino da
Odontologia, caracterizado pela abordagem tecnicista e organicista, é identificado com o
modelo biomédico de atenção à saúde. Segundo Capra(1982), citado em Ferreira(2013),
esse modelo biomédico supervaloriza o aspecto individual sobre o coletivo, a
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especialização sobre a abordagem clínica generalista, a concepção estática do processo
saúde-doença, a assistência curativa sobre a prevenção e promoção de saúde, e a
mercantilização do ato odontológico.
Habilidade de se Destacar em meio à Odontologia
Segundo Magalhães(2015), A constante entrada de cirurgiões-dentistas no mercado de
trabalho ocasiona um crescimento de concorrência entre os profissionais. Nesse cenário,
é necessário apresentar diferenciais para se destacar, como habilidades em gestão
empresarial. Saber administrar um consultório ou clínica é pré-requisito para alcançar
sucesso e estabilidade na profissão. Apesar disso, a maioria dos cursos de graduação em
odontologia não aborda essa temática na sua grade curricular.
Sendo assim, muitos terminam seus cursos em ao menos terem um plano de trabalho,
ou uma ideia formada para se destacar em meio a um mercado de trabalho tão cheio e
seleto, porém, muitos saem de suas formações sem uma ética em seus serviços, fazendo
com que se degrade o imagem da odontologia.
Considerações Finais e Discussão
Foram estudados e analisados diversos matérias de estudo, sendo 76 artigos, aos quais
apenas 6 foram relevantes para a construção do artigo, uma vez que os trabalhos com a
combinação de descritores (Odontologia e Mercado) foi o que melhor se associou com a
temática e objetivo do trabalho. A partir das análises feitas sobre os artigos, chega-se à
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conclusão que a odontologia tem se transformado muito, em todos os aspectos, sejam eles
econômicos, técnicos, farmacêuticos e até mesmo em sua imagem, que vem se
convertendo de negativa a positiva, uma vez que a sociedade aos poucos
veem odontologia como uma formação de suma importância para com a saúde em um
todo.
Uma prova disso, é o Projeto de Lei 2776/08, do deputado Neilton Mulim (PR-RJ), que
torna obrigatória a presença de dentistas em todas as unidades de terapia intensiva (UTIs),
assim como em clínicas e hospitais públicos e privados em que haja pacientes
internados, lei essa que foi unanimidade pelo Senado Federal, a mesma insere o
Odontólogo em uma equipe hospitalar, sendo que isso torna ainda mais importante a ação
e a necessidade de um odontólogo em âmbito hospitalar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Matsubara SM. Diretrizes estratégicas para uma clínica odontológica [monografia]. São
Paulo (SP): Escola Politécnica da Universidade de São Paulo; 2009.
Ferreira AP. Mercado de trabalho na Odontologia: contextualização e perspectivas.
Faculdade de Odontologia, UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas,
Piracicaba, SP, Brasil. 2013
Capra F. Ponto de mutação. A ciência, a sociedade e a cultura emergente. 28a ed. São
Paulo: Culturix; 1982.
Renato Magalhães Costa; Neiana Carolina Rios Ribeiro; Urbino da Rocha Tunes;
Marcelo Nunes Dourado Rocha; Maurício dos Santos Lago, 2015
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MUCOSITE BUCAL EM PACIENTES ONCOLOGOS
Natália Anunciado Coelho Maciel
Priscila Martins
RESUMO
Mucosite bucal são úlcera dolorosas que aparecem na mucosa oral decorrentes do
tratamento de rádio e quimioterapia em pacientes oncologos, sua manifestação acontece
devido a reações desses tratamentos nas células da mucosa, como forma de prevenção é
indispensável uma higiene bucal regular, a mucosite é uma das mais frequentes
intercorrências do tratamento contra os mais diversos tipos de câncer, já que para se haver
uma melhora no quadro da vítima é preciso que se pare o tratamento por certo tempo, o
que faz com que as células cancerígenas se espalhem e fortaleçam, dificultando a cura do
paciente.
Palavras-chave: Mucosite, Bucal, Tratamento
INTRODUÇÃO
A mucosite bucal é um efeito colateral no tratamento do câncer, não apenas do câncer de
cabeça e pescoço como também dos outros diversos tipos existentes, essa patologia atine
em média mais de 40% dos pacientes em tratamento de neoplasia, sendo que em crianças
com idade abaixo de 12 anos essa porcentagem sobe para 90% dos casos.
DISCUSSSÃO
Sua manifestação é em forma de infecções e ulcerações muito dolorosas recobertas por
uma pseudomembrana, ocorrentes na mucosa oral mais especificamente em regiões de
palato mole, língua, bochecha e lábios.
Ela ocorre devido reações causadas pela radio e quimioterapia nas células da mucosa
bucal, pois essas são formas de tratamento não especificas, ou seja, não atinge apenas
células cancerígenas mais também todas células que se dividem com rapidez, inibindo
seu crescimento e interferindo em sua divisão celular, fazendo com que não haja um
regeneração tecidual adequada da epiderme oral, dessa forma células basais do epitélio
tornam se incapazes de substituir adequadamente as células perdidas pelo esfoliação,
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resultando em atrofia epitelial e consequentemente colapso mucoso, isso é resultado de
efeito direto sobre DNA e indireto pela mielosupressão e comprometimento imunológico
do paciente.
Quando em consequência da quimioterapia, a mucosite oral se manifesta por conta de
fármacos que produzem toxidade que leva a degradação glandular, alteração no colágeno
e na displasia epitelial, ocorrendo da mesma forma quando com origem no tratamento de
radioterapia, porem depende do tipo de radiação, volume de tecido irradiado e dose diária.
Para prevenção e tratamento da mucosite é de extrema importância o acompanhamento
de um odontólogo, sendo necessário uma avaliação previa do estado bucal do paciente
para se avaliar e tratar restaurações, próteses, controle de placas bacterianas e extração ou
tratamento de canal em dentes com comprometimento pulpar entre outros procedimentos,
pois é de grande valia eliminar traumas mecânicos e focos infecciosos, já que tudo isso
aumenta as chances de desenvolvimento da mucosite, após essas adequações bucais pode
se dar início ao tratamento de neoplasia, sendo que ainda assim é indispensável o continuo
cuidado minucioso do meio oral com uma excelente higiene diária, dessa forma previne
se e reduz a severidade da mucosite e infecções secundarias.
METODOLOGIA
Os bancos de dados disponíveis na internet atualmente permitem realizar o estado da arte
de maneira mais prática e com menos esforço, abrangendo o maior número de trabalhos.
O interesse desse presente trabalho é desenvolver pesquisa sobre a mucosite bucal e sua
prevenção. A bibliografia de referência foi determinada de acordo com a pesquisa e
reuniu obras referentes ao assunto escolhido.
O primeiro passo foi eleger o Google Acadêmico como fonte de consulta. O período de
busca não foi determinado, pois o interesse maior era buscar trabalhos que envolvessem
a temática em questão e não o período; também se considerou o pouco número de
trabalhos que envolvessem toda a temática.
Os descritores foram definidos através de uma pré-busca que possibilitou agrupar a
combinação que forneciam os trabalhos mais próximos da temática estabelecida. Essa
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pré-busca foi fundamental para definir elementos da pesquisa, como as palavras-chave
que determinam o trabalho.
Ao inserir os descritores o resultado é muito amplo, como resultado do descritor
“Mucosite” apareceram 3.890 (três mil oitocentos e noventa) trabalhos, ao combinar o
referido descritor com mais outro “Mucosite Bucal” apareceram 2.100 (dois mil e cem)
resultados, dos quais foi selecionado apenas 3 que se encontravam na primeira página, já
que os mesmos melhor associou com a temática e objetivos do trabalho e estão publicados
na língua portuguesa
CONCLUSSÃO
A mucosite é uma das principais causas da interrupção de tratamento antineoplasio o que
pode muitas das vezes comprometer e diminuir as chances de sobrevivência do paciente,
Já que seus sintomas só desaparecem após algumas semanas de pausa no tratamento, além
do mais sua manifestação é muito agressiva, já que em estado crítico ela compromete
parcialmente ou totalmente a nutrição e hidratação da vítima, fazendo se necessário o uso
de sonda nutricional, não bastando suas feridas são porta de entrada para bactérias
oportunistas deixando o paciente exposto a possíveis infecções locais ou sistêmicas as
quais podem até mesmo levar a morte.
REFERENCIAS
*VOLPATO, Luiz Evaristo Ricci; SILVA,Thiago Cruvinel; OLIVEIRA, Thaís
Marchini; SAKAI, Vivien Thiemy MACHADO, Maria Aparecida Andrade Moreira.
Mucosite bucal rádio e quimioinduzida. REVISTA BRASILEIRA DE
OTORRINOLARINGOLOGIA 73 (4) JULHO/AGOSTO 2007
*JÚNIOR, Ophir Ribeiro; BORBA, Alexandre Meireles; JÚNIOR, Jayro
Guimarães.PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA MUCOSITE BUCAL: o papel
fundamental do cirurgião-dentista. Revisão. Rev Clín Pesq Odontol. 2010
jan/abr;6(1):57-62
*SANTOS, Paulo Sérgio da Silva; MESSAGGI, Ana Cristina; MANTESSO, Andrea;
MAGALHÃES, Marina Helena Cury Gallotini. Mucosite oral: perspectivas atuais na
prevenção e tratamento. RGO, Porto Alegre, v. 57, n.3, p. 339-344, jul./set. 2009
1
PESO DA ALIMENTAÇÃO PARA ODONTOLOGIA: REAÇÃO DO AÇÚCAR NOS
DENTES
Caroline Vidoti Magalhães
Odontologia 1° Semestre- FAPAN
Resumo
Introdução: De acordo com Carvalho, o açúcar no processo de formação da cárie já é estudado
há mais de um século. O brasileiro, culturalmente, tem o hábito de consumir além do açúcar
produzido a partir da cana-de-açúcar, carboidratos fermentáveis disponíveis nas comidas típicas
de cada região do país.
Com isso observamos que a carie dentaria é diretamente ligada a alimentação do indivíduo, pois
a mesma é causada pela sacarose encontrada no açúcar.
Objetivo: O objetivo desse estudo é uma explicação de como a carie é causada e maneiras
alternativas de evita-la.
Metodologia: foram realizadas pesquisas a partir de artigos sobre o assunto o qual
contribuíram para o trabalho. Conclusão: A cárie é causa pela sacarose, a qual é ingerida atrás
da alimentação, sendo assim uma alimentação saudável diminuiria a incidência de carie.
Palavras Chave: Cáries, Sacarose, Xilitol.
Introdução
Diariamente as pessoas consomem os mais variados tipos de alimentos, não apenas para
satisfazer suas necessidades metabólicas, mas também para desfrutar de momentos de prazer
que só o paladar é capaz de proporcionar. No entanto, o consumo inadvertido de certos
alimentos pode desencadear diferentes tipos de doenças, incluindo as patologias bucais.
(Martins 2010).
Alimentação segundo o ponto de vista odontológico
A cárie dentária está diretamente ligada a alimentação, já que o excesso de açúcar no
corpo assim como uma fraca saúde bucal levam diretamente a patologias bucais. Este artigo
terá como foco trazer uma explanação sobre a cárie e a reação do açúcar nos dentes, sendo
objetivo sobre as causas e meios de evitá-la.
A sacarose conhecida comumente como açúcar é um dos principais responsáveis pela
cárie, e este problema pode afetar o desempenho diário e a estabilidade emocional dos
indivíduos, além trazer dor e desconforto para os mesmos. Tal problema precisa do
acompanhamento de um profissional odontológico, além de uma alimentação equilibrada.
Reação do açúcar nos dentes
2
Segundo Kandelman, a cárie é o resultado de um processo infeccioso desencadeado
pelas bactérias presentes na placa dentária. As bactérias do gênero Streptococcus, encontradas
na flora bucal, são altamente cariogênicas, uma vez que, em condições ácidas, produzem uma
grande quantidade de ácido lático e sintetizam polissacarídeos extracelulares, que aumentam a
adesão da placa bacteriana na superfície dos dentes.
Sendo assim, com o aumento de patologias bucais vários centros de pesquisa e nacionais
e estrangeiros, buscaram um composto que substitua o açúcar beneficiando a saúde. O xilitol,
é um composto nutritivo e benéfico para a saúde atuando na cura e prevenção de doenças, sendo
tolerado por diabéticos já que ele não precisa da insulina para ser metabolizado.
Uma outra vantagem é que, devido à ausência de grupos aldeídicos ou cetônicos em sua
molécula, o xilitol não participa de reações com aminoácidos, conhecidas como reações de
"Maillard". Isto significa que ele não sofre reações de escurecimento não enzimático, que
provocam diminuição do valor nutricional das proteínas.( Mussato 2002).
A anticariogenicidade, uma das propriedades mais relevantes do xilitol, é determinada
principalmente pela sua não-fermentabilidade por bactérias do gênero Streptococcus, cuja
proliferação na flora bucal torna-se então limitada. Com a redução da concentração
de Streptococcus mutans, diminui a quantidade de polissacarídeos insolúveis e aumenta a de
polissacarídeos solúveis, o que resulta em uma placa menos aderente e de fácil remoção pela
escovação habitual dos dentes (König, 2000; Gales, Nguyen, 2000).
Sendo assim por consequência o Xilitol é uma alternativa viável para a substituição do
açúcar, sendo extremamente benéfica.
Considerações Finais e Discussão
Para a construção deste artigo foram analisados e estudados, 101 artigos os quais apenas
7 foram relevantes para a construção do mesmo, a utilização de descritores (Cárie e sacarose)
proporcionaram uma busca associada a temática e objetivo do trabalho.
De acordo com a pesquisa feita sobre os artigos, conclui-se que a principal causa da
cárie é a sacarose em excesso , sendo causadora de diversas doenças. Sendo assim para que se
possam manter uma saúde bucal é necessário, além de uma higiene bucal, ter uma alimentação
balanceada e consultas com um profissional odontológico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
3
Ferreira VF;Rocha DR; Silva FC.Potencialidades e oportunidades na química da sacarose e
outros açúcares. São Paulo (SP):Departamento de Quimica Organica;2009.
Nascimento S;Frazão P;Bousquat Aylene; Antunes JLF.Condições dentárias entre
adultos brasileiros de 1986 a
2010. São Paulo (SP):Departamento de Prática de Saúde Pública;2013.
Oliveira DT;Esquiaveto MMM; Silva JF.Impacto dos itens da especificação do açúcar na
indústria alimentícia.Campinas (SP): Ciencia tecnologica alimenticia;2007.
Roberto IC;Mussato SI.Xilitol: edulcorante com efeitos benéficos para a saúde humana.São
Paulo (SP):Departamento de Biotecnologia; 2002.
Souza MD;Carvalho GDF;Carvalho MC.Consumo de alimentos ricos em açúcar e cárie
dentária em pré-escolares. Belo Horizonte (MG):Departamento de Biofisica e
Fisiologia;2010.
Souza MD;Carvalho GDF;Martins MCC.Consumo de alimentos ricos em açúcar e cárie
dentária
em pré-escolares.Paraiba (PI):Faculdade NOVAFAPI;2010.
4
A INCLUSÃO DA ODONTOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA E SUAS
CONTRIBUIÇÕES PARA A QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO
Acadêmico: Vitor Bruno Alves Braga
Orientadora: Poliana Roma Greve Nodari
Introdução
O Programa Saúde da Família (PSF) atual Estratégia de Saúde da Família (ESF) foi
criado pelo Ministério da Saúde em 1994, e ao contrário do modelo tradicional que centra
apenas em doenças e hospital, o PSF tem como objetivo priorizar ações á saúde de forma
integral e continua, para as famílias, sejam eles crianças ou adultos, sadios ou doentes. Visa
reforçar os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) de universalidade, equidade e
integralidade das ações, com a finalidade de propiciar o enfrentamento e a resolução dos
problemas identificados através da atuação de uma equipe multiprofissional.
À incorporação das Equipes de Saúde Bucal (ESB) ao PSF, deu-se por meio da iniciativa
de alguns municípios, como Curitiba (PR), e o Distrito Federal, em 1995; Camaragibe (PE), em
1998, com iniciativas que vão desde o treinamento dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS),
no sentido de incluírem instruções relativas à saúde bucal em suas atividades, até a inclusão do
Cirurgião Dentista (CD) na equipe do PSF (MARTELLI et al., 2010).
Face ao exposto objetivou-se descrever o processo de inclusão dos profissionais da
odontologia nas Estratégias de Saúde da Família (EFS) visando à promoção da saúde bucal.
Metodologia
Tratou-se de uma pesquisa bibliográfica em base de dados científicos. Os descritores
utilizados foram: Odontologia, Estratégia de Saúde da Família, Programa Saúde da Família e
Saúde Bucal. Esta pesquisa foi realizada no período de setembro a outubro de 2017.
Resultados
Segundo Martelli (2010), a inclusão a saúde bucal se ativou a partir de 2001,
impulsionada pela perspectiva da construção de políticas públicas de saúde, que pudessem
assegurar a integralidade do atendimento, compreendendo a saúde bucal como parte integrante
do todo, além a necessidade de reorientarem as práticas a elas relacionadas, por meio da
ampliação do acesso à saúde bucal da população brasileira.
5
A atuação dos profissionais odontólogos na atenção básica reflete diretamente na
qualidade de vida das pessoas, mas nem toda população brasileira conhece ou tem acesso às
ações e serviços.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2005, foi
constatada uma redução no número de pessoas que não tem acesso ao dentista, sendo maior
entre os residentes de áreas rurais, cujo percentual passou de 32% em 1998, comparando-se a
28% em 2003, e na classe de rendimento mensal familiar até um salário mínimo, que passou de
36% para 31% respectivamente. Foi constatado também pela Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (PNAD), que 15,7% dos entrevistados nunca haviam ido ao dentista.
Nos aspectos do perfil profissional para atender as demandas do PSF, notava-se que
os profissionais não possuíam especializações, e os que tinham tal formação concluíram cursos
sem nenhuma relação com a saúde pública ou coletiva, demostrando falta de preparo acadêmico
para atuação mais adequada ao PSF (OLIVEIRA, SALIBA, 2005).
A saúde bucal adquire maior importância quando se fala em qualidade de vida da
população devido às realizações de ações destinadas à identificação, prevenção e solução dos
perfis epidemiológicos da população brasileira, através de tecnologias apropriadas e recursos
humanos ao alcance de todos os indivíduos como um todo, além de refletir no quadro
epidemiológico da sua comunidade, facilitar o acesso e favorecer condições para que os
usuários sejam sensibilizados, a modificar alguns hábitos, cuidando e recuperando a saúde, com
reflexos positivos na qualidade de vida.
Discussão
No Brasil, 89,1% das pessoas de 18 anos ou mais de idade escovam os dentes pelo
menos duas vezes por dia. Esse percentual foi menor na área rural (79,0%) que na área urbana
(90,7%). As mulheres foram mais representativas (91,5%) que os homens (86,5%) na
manutenção desse hábito. Observaram-se decréscimos dos percentuais com o aumento da idade
conforme gráficos 1 e 2 do IBGE no ano de 2013.
6
Gráfico 1. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento,
Pesquisa Nacional de Saúde 2013.
Gráfico 2. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento,
Pesquisa Nacional de Saúde 2013.
7
Considerações Finais ou Conclusão
Face ao exposto conclui-se que a saúde bucal deve ser vista e reconhecida como parte
integrante da saúde humana. Deve ser exercida de forma integral, contemplando os princípios
e diretrizes do SUS, de modo a contribuir e assegurar a qualidade de vida da população.
Novos estudo e pesquisas de campo devem ser executadas para aprofundamento desta
temática e direcionamento de ações conforme o resultado encontrado seja quantitativo no que
se refere ao conhecimento e acesso aos serviços odontológicos e qualitativo quanto a avaliação
da população assistida por estes profissionais, promovendo assim ações pontuais visando a
melhoria da assistência prestada.
Referências Bibliográficas
SILVA, Vanessa M. T. Amado. Odontologia no Programa Saúde da Família: A Importância da
Inclusão das Ações de Saúde Bucal na Atenção Básica. 12f. Trabalho do Curso de Pós-
graduação (apresentado ao curso de Pós-Graduação em Lato Sensu em Saúde da Família) –
Faculdade de Medicina Campos dos Goitacazes, FMC, Campos do Goitacazes, RJ Disponível
em: <http://www.fmc.br/tcc11.pdf> Acesso em 17 de outubro de 2017.
BOARETO, Patrícia Pinho. A Inclusão da Equipe de saúde Bucal na Estratégia Saúde da
Família (ESF). 2011. 33f. Trabalho de Conclusão de Curso (apresentado ao curso de
Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família) – Universidade federal de Minas
Gerais, UFMG, Campos Gerais, MG, 2011. Disponível em:
<https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2630.pdf>. Acesso em 17 de
outubro de 2017.
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
– IBGE. Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas (Pesquisa Nacional
de Saúde 2013). Rio de janeiro, 2014. Disponível em
<ftp://ftp.ibge.gov.br/PNS/2013/pns2013.pdf]>. Acesso em 17 de outubro de 2017.
8
Portal Educação, A inclusão da odontologia no programa saúde da família. Disponível
em:<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/odontologia/a-inclusao-da-
odontologia-no-programa-saude-da-familia/56584>. Acesso em 17 de outubro de 2017.
9
O PAPEL DA ODONTOLOGIA PARA A CRIANÇA NA PRIMEIRA
INFÂNCIA
Luiz Felipe da Costa Souza
Thainara Silveira
RESUMO
Com o intuito de discutir a importância da inserção da Odontologia nas fases iniciais da rotina da criança.
O presente estudo foi realizado através de referencial bibliográfico, contudo, visa à articulação de uma
reflexão e uma discussão articulada sobre os cuidados necessários que as crianças devem aprender sobre
a prevenção e promoção da saúde nas diversas fases de sua vida e em diversos ambientes, seja em casa
ou na escola. Objetivando evitar as doenças bucais. Conclui-se que a Odontologia sendo ensinada desde
cedo as crianças, deve propiciar proteção na saúde bucal e contra quaisquer riscos à saúde.
Palavras-Chave: Educação, Odontologia, Odontologia Infantil, Prevenção de Doenças.
Introdução
Sabe-se que a assistência odontológica tem contribuído para a melhoria das condições
de saúde bucal das populações. O presente estudo tem o intuito de discutir e compreender a
Odontologia para as crianças, onde visa relatar a importância da inserção da mesma nas fases
iniciais. Os cuidados com a saúde bucal começam logo no início da vida e a especialidade
responsável por este processo é a Odontopediatria.
Entretanto, a Odontopediatria não cuida apenas da saúde bucal infantil, apesar de ser o
foco da área. Antes de se tornar especialista, o dentista estuda todos os campos da
odontologia quando se forma cirurgião. Contudo, o profissional consegue atender pacientes de
outras idades. Odontopediatras são capazes de acompanhar as mudanças que acontecem ao
longo dos anos, tanto fisiológicas quanto emocionais, sendo o profissional mais capacitado para
atender essa faixa etária.
10
As consultas com um odontopediatra vão muito além de cuidados, prevenções na saúde
bucal, dúvidas sobre a troca dos dentes de leite e a realização de uma escovação correta.
Nos primeiros anos de vida, é necessário ter um acompanhamento odontológico, ou seja,
é no primeiro ano de vida de um bebê que é recomendada a sua primeira visita a um
odontopediatra. É nesta consulta que haverá esclarecimentos sobre duvidas e indicações de
cuidados para a saúde bucal da criança. Sabe-se que nessa primeira fase da vida é onde se
estabelece os hábitos de higiene oral, amamentação, alimentação, sucção de chupetas e dedo. É
neste momento que se deve tirar duvidas em relação a problemas gengivais e maloclusões.
Materiais e métodos
A metodologia utilizada neste estudo foi com base na revisão da literatura. De acordo
com Gil (2002), a revisão da literatura é desenvolvida com base em material já elaborado e tem
como objetivo principal o aprimoramento de idéias. Embora, que a principal vantagem da
pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma ampla gama
de fenômenos.
Para a elaboração dessa revisão integrativa utilizou-se as seguintes fases: escolha do
tema busca na literatura, categorização e avaliação dos estudos e apresentação dos resultados
encontrados e apresentação das considerações finais.
Ganong (1987) citado por Barsosa e Melo (2008) aborda que a revisão integrativa da
literatura é aquela que as conclusões de estudos anteriores são conduzidas e resumidas com o
intuito de formular deduções sobre um tema específico. Esta revisão inclui a análise de
pesquisas importantes que dão suporte para reflexão e decisão além de promover a formulação
do conhecimento de um determinado assunto e poder elaborar lacunas do conhecimento que
precisam ser citadas através de realizações de outros novos estudos (LIMA, 2011, p. 08).
Foi realizada uma busca em livros, revistas online, publicações periódicas e impressos
diversos, disponíveis em meio eletrônico de sites científicos como: Google Acadêmico e Scielo,
em sites que abordam sobre a temática, sendo utilizadas palavras-chaves como, por exemplo:
Odontologia, Odontopediatria, Saúde bucal infantil. O estudo foi elaborado e definido através
de leitura dos artigos, onde os mesmos foram escolhidos com virtude de serem citados como
fontes primárias e que tivessem informações em relação à temática exposta – O papel da
odontologia na saúde infantil.
11
As revisões de leituras selecionadas foram preferencialmente escolhidas com base em
dados qualitativos.
Resultados e Discussões
Os resultados encontrados no presente estudo são com base nos relatos dos autores sobre
a temática, tais autores são: Mesquita et. al., (2011), Galbiatti et. al., (2002) e Camargo &
Baussels (1997), que a saúde bucal das crianças na primeira fase da vida é fundamental para
uma promoção de saúde bucal e de prevenção. O Odontopediatra tem o desígnio de apresentar
aos pais a importância dos principais cuidados e medidas preventivas que devem ser observada
em cada fase do desenvolvimento da criança além das dúvidas e dos tratamentos ofertados.
De acordo com Camargo & Baussels (1997), a Odontopediatria tem um campo de ação
dinâmico, que visa à prevenção, o atendimento propriamente dito e a manutenção da saúde
bucal.
Segundo o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo / CRO – SP, o
Odontopediatra é o profissional que realiza orientações como: a importância do aleitamento
materno, amamentação, dieta e mastigação no desenvolvimento da face; características bucais
do recém-nascido, erupção dos dentes e hábitos bucais (uso de chupetas, mamadeiras e sucção
digital); higiene bucal (técnica de escovação, seleção de escova, creme e fio dental),
traumatismo dental, aplicação de flúor dentre outras orientações e atendimentos e tratamentos
específicos.
De acordo com Mesquita et. al., (2011, p. 02), a promoção de saúde exige medidas
preventivas e efetivas na formação de hábitos saudáveis na infância que serão levados até a fase
adulta, incluindo às respectivas famílias e grupos de convivência. De acordo com estes autores
a participação dos pais, assim como dos profissionais da educação, para promoção do
conhecimento em relação à saúde é muito importante, pois é na primeira infância que a criança
apresenta total dependência dos responsáveis por seus cuidados. Ainda com estes autores,
enfatizam que é fundamental o fornecimento de informações corretas para estes profissionais
da educação quanto à adoção de um número maior de medidas de higiene bucal.
Diante do fato expostos pelos autores, refletimos sobre a importância dos profissionais
trabalhando juntamente, Professor e Dentista. No contexto escolar, há uma junção de medidas
educativas que têm por finalidade permitir um processo amplo na educação e até mesmo com
o auxilio. Vai dos Órgãos responsáveis do município ou dos Privados estabelecer essa junção
12
dos Profissionais. Para elaborar um fundamental fornecimento de informações corretas, quanto
à adoção de um número maior de medidas de higiene bucal, em relação à utilização de
dentifrícios fluoretados e adoção de uma dieta alimentar equilibrada (MESQUITA, et. al., 2011,
p.02). Estes autores ressaltam, que o atendimento odontológico a criança na primeira infância
justifica-se com o objetivo de evitar-se a instalação de hábitos bucais deletérios á saúde
mediante a implementação de medidas preventivas, com intuito de se prevenir ou tratar
precocemente asa doenças bucais, onde os pais são fundamentais nesse processo (MESQUITA,
et. al., 2011, p. 03).
De acordo com Galbiatti et. al., (2002), a primeira fase refere durante o período de 0 a
36 meses de idade. Onde se pode observar um acentuado crescimento e significativo
desenvolvimento, de acordo com os padrões de normalidade. Ressaltam que nesta fase, a
dentadura decídua instala-se e o risco de ocorrência de cáries, de instituição de hábitos
deletérios e de maloclusões podem se apresentar já nos primeiros meses de vida.
Considerações Finais
O presente estudo teve a proposição de discorrer sobre a importância e prevenção da
saúde bucal direcionado a primeira infância. Desenvolver assim, uma reflexão aos pais em
virtude da promoção da saúde e conscientização, além da educação e em relação a uma rotina
de procedimentos e orientação sobre a higiene bucal e sobre a importância de um profissional.
A Odontopediatria abrange uma série de conhecimentos em relação a técnicas e
procedimentos que dão caráter de um clínico generalista que atende crianças e adolescentes.
Referências Bibliográficas
GALBIATTI, F; GIMENEZ, C.M.M; MORAES, A.B.A. de. Odontologia na primeira infância:
sugestões para a clínica do dia-a-dia. J Bras Odonttopediatr Odonto Bebê. Curitiba, v.5. n.28,
p.512-517, nov./dez. 2002.
Ganong LH. Integrative reviews of nursing research. Res Nurs Health. 1987.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisas. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MESQUITA, M. F; MENEZES, V. A; MACIEL, A. E; BARROS, E. S. Programa de atenção
odontológica à criança na primeira infância. Faculdade de Odontologia de Pernambuco.
FOP/UPE. p. 01-08. 2011.
Sites Pesquisados
http://www.sorrisologia.com.br/
13
http://www.crosp.org.br
ISOLAMENTO ABSOLUTO: REVISÃO DE LITERATURA.
Autores : Caroline Aparecida Paré
Bisinoto; Henrique Nogueira Maldonado; Julia
Deliberalis Montecchi; Roberta Cinthya Siqueira
de Abreu.
Orientador: Anderson Barbosa.
Resumo:
O isolamento absoluto é um procedimento essencial para alcançar a mais alta qualidade
do material restaurador, pois é o único meio de se obter um campo totalmente livre de umidade.
A necessidade de isolar uma parte da cavidade oral sempre foi procurada, e com o tempo esse
procedimento foi sendo aperfeiçoado para melhorar o seu funcionamento. Diante disso, novas
técnicas foram estudadas e elaboradas para facilitar o manuseio do isolamento. Dentre as
vantagens dessa prática, se destacam a não ingestão de produtos químicos empregados durante
o tratamento endodôntico e a melhor visualização do campo operatório. Porém, diante essas
vantagens, ainda há situações onde o isolamento não seja apropriável e favorável, como
presença de aparelhos ortodônticos e próteses fixas. Essa situação se torna ainda mais
complicada quando o isolamento é utilizado em crianças, pois além de se ter sabedoria e prática
quanto ao procedimento é necessário ter uma capacidade psicológica de mostrar à criança a
necessidade desse processo de uma maneira mais fácil de entendimento, tranquila e simples,
tornando a ação o mais agradável e favorável possível, tanto para o dentista, quanto para o
paciente.
Palavras-chave: Isolamento Absoluto, Dificuldades, Benefício, Técnicas, Crianças.
Introdução:
O isolamento absoluto é uma técnica de múltiplos benefícios, além de ser uma peça
primordial em procedimentos restauradores, “e, por esse motivo, modificações podem ser
realizadas visando individualizar cada situação clínica (Ehlers; 2014)”.
Estudo presente na literatura menciona a tentativa de controlar a umidade (saliva) do
campo operatório já partir do início do século XIX, onde “clínicos e pesquisadores utilizavam
de guardanapos de papel, esponjas de chitas, linho seco, pedaços de algodão (Pedrosa et.al;
2011)”,com o intuito de obter um melhor campo de trabalho. A pratica do isolamento do campo
14
operatório se tornou de extrema relevância, principalmente, no início da confecção de
“restaurações com ouro, quando se fez necessária a presença de um ambiente limpo e seco
(Pedrosa et.al; 2011)”. De acordo com os estudos de Barnum, em 1864, diante das dificuldades
dos cirurgiões dentistas em manter o campo operatório satisfatório para a realização do
tratamento proposto, “culminou o desenvolvimento do dique de borracha, que após evoluções
e aperfeiçoamento é utilizado, atualmente, na Odontologia (Pedrosa et.al; 2011)”.
Além do isolamento absoluto, encontram-se outras formas de conter a umidade (saliva)
contida no ambiente bucal, que pode ser feito pelo uso do isolamento relativo com cânulas de
sucção, (Pedrosa et.al; 2011), até mesmo com a ajuda de “medicamentos antissialalogos de
atuação no sistema nervoso central que controlam a secreção salivar (Sousa; 1996)”.
De acordo com (Silva et.al; 2011) pode-se constatar que o uso do isolamento absoluto
passou a ser indispensável para Odontologia, pois além de fazer parte do tratamento também
auxilia no desenvolvimento da biossegurança tanto para com os pacientes quanto para os
cirurgiões dentistas. Apesar dos benefícios citados, uma parcela considerável dos profissionais
da odontologia, ainda é reticente quanto ao uso do isolamento absoluto. De acordo com (Silva
et.al; 2011) são vários os motivos para isso: falta de aceitação por parte do paciente, tempo
requerido para aplicação, custo de equipamentos e materiais, falta de treinamento, dificuldade
no uso e baixo valor das consultas odontológicas.
Desenvolvimento:
O isolamento absoluto possibilita um trabalho mais ágil e seguro, dessa forma podemos
ter uma boa visibilidade e assim, reduzir os riscos de acidentes, tanto para o paciente, quanto
para o profissional, “como a ingestão de resíduos de pequenos instrumentos, além de controlar
eficazmente a umidade bucal (Pedrosa et.al; 2011)”.
Os materiais dentários e as técnicas de utilização são mais eficientes em relação à
adesão, resistência, retenção e longevidade em ambientes sem a saliva (Pedrosa et.al; 2011).
De acordo com estudos, a saliva prejudica significativamente a retenção de materiais resinosos,
os selantes, por conta da alteração das dimensões (Pedrosa et.al; 2011).
(Silva et.al; 2011) cita as seguintes vantagens no uso do isolamento absoluto:
1. Facilidade quanto à realização do tratamento endodôntico pelo profissional;
2. Manutenção da cadeia antisséptica do canal e do campo operatório durante tratamento –
promoção da biossegurança;
15
3. Afastamento de estruturas anatômicas próximas ao dente a ser tratado;
4. Melhor visualização do campo operatório;
5. Não ingestão de produtos químicos empregados durante o tratamento endodôntico;
6. Prevenção quanto a acidentes indesejáveis como a aspiração e deglutição de corpos
estranhos.
Apesar das vantagens, 44,30% dos tratamentos endodônticos não utilizam isolamento,
12,1% por conta de dentes sem coroa, 7% por causa de má posição do dente e 12,2% pela
dificuldade do cirurgião dentista na colocação (Silva et.al; 2011).
Até mesmo em pós-graduações os profissionais relatam que têm dificuldade, sendo que
98,5% relatam pouco treinamento, sendo a maior dificuldade relatada os pontos de contato mais
justos (Silva et.al; 2011).
As dificuldades encontradas são aparelhos ortodônticos, próteses fixas, dentes com
pouca estrutura, pacientes com alergia ao látex, cáries extensas que envolvem a cavidade pulpar
radicular, coroas de porcelana, pacientes claustrofóbicos etc. (Silva et.al; 2011).
Para conter essas situações que delimitam a aplicação do isolamento absoluto no dia a
dia do cirurgião dentista, a literatura nos apresenta uma gama variada de técnicas.
O isolamento absoluto tornou-se indispensável na odontologia, porém, em
determinados casos, se tornam necessárias modificações nas técnicas, assim sempre procurando
um correto isolamento bucal. (Silva et.al; 2011).
(Grossman; 1973) sugeriu o uso de bandas de cobre, prata ou ouro, no caso de dentes
posteriores muito destruídos. Segundo esse autor, alternativa seria a colocação de coroas de
alumínio ou de aço inoxidável para recompor a estrutura dentária perdida e permitir o
isolamento. Inicialmente se colocaria guta percha na câmara pulpar, com o objetivo de impedir
que o cimento obture os condutos. A seguir, a banda seria cimentada, retirando-se o excesso de
cimento e a guta percha, para permitir a realização do tratamento endodôntico. A banda só seria
retirada após o término da endodontia. Quando a coroa estiver tão destruída que a colocação da
banda seja dificultada, pode ser feita uma gengivectomia antes da colocação do grampo.
Em dentes jovens, que estão em erupção, pode não haver uma estabilidade na colocação
do grampo. Para estes casos, podem-se usar grampos que apresentam a parte ativa serrilhada
como os da série Ivory 12 – A e 13– A. Caso esse procedimento não dê resultado, a
gengivoplastia pode ser feita (Silva et.al; 2011).
Quando a coroa está destruída por conta de cárie, fratura ou risco de quebrar a coroa,
usa-se nesses casos, grampos retentivos e suficientes. Em outros casos, pode ser necessária a
16
gengivectomia, a gengivoplastia e/ou osteotomia. A visibilidade é fundamental para a facilidade
de acesso, porém o aumento da coroa é contra indicado quando para se tratar de um único dente,
se houver mais dentes para o tratamento, a cirurgia é indicada (Silva et.al; 2011). Indicam ainda,
a cirurgia de aumento de coroa clínica (osteotomia e osteoplastia) sempre que a distância entre
a margem apical da lesão (margem sadia) e a crista óssea alveolar for menor que 2 mm.”
Em dentes com pouca estrutura dental é recomendado usar grampos WeA, a colocação
de bandas ortodônticas e o uso de cimento de ionômero de vidro (Silva et.al; 2011).
(Silva et.al; 2011) recomendam que sejam utilizados para o isolamento de dentes com
severas perdas de estrutura, os seguintes métodos:
1. Uso de grampos de fixação profunda;
2. Colocação de grampos nos dentes adjacentes e realização de isolamento múltiplo,
complementado com amarrias com fio dental ou selamento com cimento ou substância auxiliar;
3. Pontas ativas do grampo colocadas sobre a gengiva;
4. Gengivectomia, reabatimento de retalho ou aumento de coroa clínica;
5. Procedimentos de reconstrução da coroa.
Outros materiais para que se possa vedar são utilizados como técnica de controle da
umidade. Elásticos ortodônticos, cianoacrilato como auxiliar do isolamento absoluto,
enfatizando que o adesivo é biocompatível (Silva et.al; 2011).
Em crianças o medo é fator determinante para o procedimento, a criança pode não
cooperar, se sentir ameaçada, não seguir as instruções. Contudo todas essas barreiras podem ser
quebradas, com orientação preventiva, assim aumentando o campo perceptivo da criança em
relação ao tratamento, assim, ela estará mais preparada para um retorno ou para superar alguma
experiência prévia negativa (Zardetto et.al; 2014).
A técnica de falar-mostrar e fazer é utilizada para apresentar a criança o ambiente
odontológico, alguns instrumentos e procedimentos, sempre falando de maneira simples e
lúdica. (Zardetto et.al; 2014).
A criança conhecerá, portanto, a textura, o peso e o funcionamento desses materiais e,
assim, diminuirá as fantasias que porventura tenha criado (Zardetto et.al; 2014). Aquelas
crianças que no início apresentavam muito ansiosas, ficam mais calmas durante o tratamento,
quando apresentadas novamente aos fantoches utilizados nas sessões de brincadeira
preparatória (Zardetto et.al; 2014).
O isolamento possibilita ao profissional um maior controle sobre a criança, assim se
observa que ela fica mais quieta e tranquila. Isso se deve ao fato de que o isolamento funciona
17
como uma barreira, sendo que para a criança o isolamento é menos invasivo do que sem ele, no
tratamento (Zardetto et.al; 2014).
Considerações Finais:
De acordo com a revisão literária, o isolamento absoluto é de extrema importância para
a obtenção de um campo operatório seco, limpo, facilitando a visibilidade e assim
proporcionando a biossegurança, tanto para os pacientes, quanto para os profissionais da área
odontológica. Observou-se também, a variedade de técnicas disponíveis para um melhor
desenvolvimento do tratamento realizado em restaurações e em tratamentos endodônticos.
Apesar dos seus benefícios, os profissionais tem tido uma resistência quanto ao uso do
isolamento absoluto devido à rejeição de alguns pacientes pelo desconforto. No tratamento
infantil, além de se realizar o procedimento odontológico, é necessário realizar um tratamento
psicológico a fim de mostrar à criança, a necessidade desse procedimento de uma maneira mais
clara para sua compreensão.
Bibliografia:
EHLERS, Ilkiu, Rodrigo. Isolamento Absoluto Modificado: Alternativa para Trabalhos em
Dentes Anteriores. (2014).
KRÖLING, Edgar Antônio; PADILHA, Edna Zakrzevsk. Técnicas de isolamento absoluto
em dentes com estrutura remanescente mínima: Revisão de Literatura. Editora, Cidade,
2011.
PEDROSA, Fabrício Antônio Do Sacramento et.al. Isolamento do Campo Operatório:
Panorama de Utilização em Consultórios e Clínicas Privadas de Belo Horizonte, MG,
Brasil, 2011.
SILVA, Fabrício Rutz da; BERGER, Carlos Roberto; PELISSARI, Antônio Carlos;
ZARDETTO, Cristina Giovannetti del; CORRÊIA, Maria Salete Nahás Pires. Técnica de
condicionamento psicológico para uso do isolamento absoluto em criança de pouca idade:
relato de caso. Rev. Ibero-am Odontopediatr Odontol Bebê 2004; 7(38):341-5.
18
ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO DENTISTA NO ÂMBITO HOSPITALAR
Autores: Kárita da Nóbrega Neres Flávia Lorraine de L.P. Soares, Me. Eduardo S. Garcia
RESUMO
A cavidade bucal é a primeira porta de entrada para micro-organismos patogênicos que causam
infecções sistêmicas, associados à ausência de atenção da higienização bucal e a diminuição do
fluxo salivar, se torna responsável pela segunda maior causa de infecção hospitalar. Sendo
assim, torna-se indispensável à presença de um cirurgião dentista no âmbito hospitalar. O
objetivo desse estudo é realizar uma revisão da literatura, buscando mostrar a importância da
odontologia hospitalar.
Palavra chave: odontologia, hospitalar, nosocomial.
1. INTRUDUÇÃO
A odontologia hospitalar é uma pratica que visa cuidados bucais a pacientes
hospitalizados, especialmente os que se encontram na unidade de terapia intensiva (UTI), pois
estão diretamente expostos a riscos de infecções, devido a alterações no sistema imunológicos,
e ao baixo fluxo salivar.
Essas praticas contribuem positivamente com a recuperação do paciente, pois evita a
proliferação de fungos e bactérias na cavidade bucal, que uma vez ao ser aspiradas, causam
pneumonia de aspiração e outras doenças sistêmicas, que representa alto grau de risco á saúde
do paciente.
Sobre a odontologia hospitalar, o Art. 16º do código de ética odontológico, Capítulo
IX. Compete ao cirurgião-dentista internar e assistir paciente em hospitais públicos e privados,
com e sem caráter filantrópico, respeitadas as normas técnico-administrativas das instituições.
2. METODOLOGIA
19
Estudos apontam que pacientes hospitalizados na unidade de terapia intensiva, em
especial, os que necessitam da ventilação mecânica, possuem uma higiene bucal precária, com
isso, apresentam uma negativa evolução em seu quadro, pois cria um ambiente propicio a
infecções nosocomial, e proliferação de bactérias, que uma vez aspiradas, causam pneumonia
de aspiração.
A pneumonia por aspiração ocorre quando as bactérias da boca e do estomago chegam
ate as vias áreas e pulmonares. Quando essa infecção é contraída por pacientes hospitalizados,
a gravidade tende a ser maior, pois as bactérias hospitalares geralmente são resistentes a
antibióticos (bastonetes gram-negativos) e esses pacientes se encontram com o sistema
imunológico comprometido.
Em hospitais, a pneumonia nosocomial exige atenção especial, pois é a segunda maior
causa de infecção hospitalar, e apresentam uma notável taxa de morbidade e mortalidade em
pacientes com características distintas. “Engloba 10% a 15% das infeções hospitalares, sendo
que 20% a 50% afetados por esse tipo de pneumonia falecem” (Rev. Bras. De odontol, pag 67,
2012).
Se o paciente intubado não receber higienização bucal adequada dentro de 72 horas, o
tártaro dentário formado pelas bactérias, se estabelecem na cavidade bucal do mesmo, seguido
por gengivites, e infecções.
3. ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO DENTISTA NA UTI
Pacientes hospitalizados mórbidos se encontram totalmente dependentes de cuidados,
impossibilitados de manter a higienização bucal, necessitam do auxilio de profissionais para
esta e outras tarefas. Isso exige trabalho em equipe multidisciplinar, deste modo, se tornou
necessária introdução da odontologia no âmbito hospitalar com um caráter generalista,
realizando ações preventivas, paliativas, terapêuticas e curativas de doenças presentes na
cavidade bucal.
A odontologia hospitalar é um campo de atuação em expansão, recentemente
reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia. O atendimento odontológico no ambiente
hospitalar contribui significativamente para a recuperação dos pacientes, evitando números
tipos de doenças e infeções. Apesar da importância de cuidados com a higiene oral em pacientes
hospitalizados, essa pratica ainda é muito escassa.
20
A avaliação da condição bucal e necessidade de tratamento odontológico em pacientes
hospitalizados exigem o acompanhamento por um cirurgião-dentista habilitado em Odontologia
Hospitalar, promovendo o bem estar e a saúde bucal do paciente.
4. PROCEDIMENTOS DE HIGIENIZAÇÃO BUCAL NA UTI
É necessário a utilização de solução antimicrobiana (uma substância contendo derivados
fenólicos como o timol, gluconato de clorexidina), até o momento esse é o mais eficaz para o
controle do biofilme dental, apresentando seus efeitos bacteriostáticos até 12 horas após sua
utilização. Limpar os dentes dos pacientes com escovas dentais duas vezes ao dia e realizar uma
profilaxia profissional na cavidade oral uma vez por semana. Esses procedimentos mostraram
reduções na mortalidade dos pacientes que contraíram pneumonia durante o período de
internação, conforme mostra as instruções a baixo.
CONCLUSÃO
21
A condição da saúde bucal influencia diretamente na evolução e na resposta do
paciente ao tratamento médico. A cavidade bucal abriga micro-organismos patogênicos que
podem entrar na corrente sistêmica, expondo o paciente a maior risco de infecção.
A inserção do cirurgião dentista na equipe multidisciplinar do hospital, permite cuidar
do paciente de forma integral, evitando infeções hospitalares, como a pneumonia nosocomial,
como beneficio disso, ajuda a reduzir custos e tempo de internação do paciente. Essa alternativa
é simples e viável, de extrema importância e necessidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
GOMES, Sabrina Fernandes. Atuação do cirurgião dentista na UTI um novo paradigma. Disponível em
<http://www.isao.med.br/artigos/artigos/2012-Atuacao_do_Cirurgiao_Dentista_na_UTI.pdf>. Acesso
em 15/10/2017
JORGE. Waldyr Antônio. Odontologia hospitalar, passado, presente e futuro. Disponível em
< http://www.fundecto.com.br/pdf/odontohospitalar.pdf>. Acesso em 15/10/2017
22
BENEFÍCIOS E QUESTIONAMENTOS DA UTILIZAÇÃO DA RESINA
ACRÍLICA NA ODONTOLOGIA.
Ademir Pires Soares; Camila Sabino Rodrigues Ferreira;
Emanuelle Sabino Fialho; Jane Nunes Mota; Jackeline de
Andrade Viana; Monique Campos Vittorazi; Orientação
Anderson Rodrigo Floriano Barbosa
Resumo
Na tentativa de minimizar problemas, surgiu em 1936, estudos com resinas acrílicas, com o
propósito de proporcionar próteses totais com aparência natural, diminuindo sua artificialidade.
Resinas acrílicas são compostos orgânicos classificados como polímeros, disponível com um
sistema de junção pó/liquido. De acordo com a literatura, as resinas acrílicas tem sido um material
utilizado na odontologia na confecção da base de próteses totais e parciais, placas miorrelaxantes,
moldeiras individuais, próteses provisórias, coroas provisórias, dentre outros. A proporção indicada para
manipulação do material é três partes do pó para uma parte do liquido. A polimerização pode ocorrer
através de reações químicas, térmica ou por adição de luz, dessa maneira classificam-se em: resina
acrílica ativada quimicamente (RAAQ), resina acrílica ativada termicamente e resina acrílica
fotoativada. Para se obter um bom resultado, é de fundamental importância um acabamento, utilizando
a técnica de polimento que reduzirá a rugosidade, pois, superfícies rugosas permitem a proliferação de
microorganismos provocando candidíase oral, reduzindo a rugosidade garantirá a saúde bucal do
paciente e a eficácia do material.
Palavras Chave: Resina acrílica; polimerização; vantagens; desvantagens.
Introdução
Este estudo analisa as vantagens e desvantagens da utilização da resina acrílica na
odontologia através da observação da sua origem, principais propriedades envolvendo a
polimerização, manuseio, materiais desenvolvidos e a durabilidade e resistência desses
materiais, pois, são dados representativos do cotidiano da odontologia.
Metodologia
Pesquisa na plataforma digital SciElO tendo como palavra-chave: Resinas acrílicas
odontológica; polimerização.
23
Os métodos de coleta e análise de informações estão fundamentados nas obras
“Polimentos de aplicação clínica para coroas temporárias: Avaliação da rugosidade de
superfície por meio de técnicas mecânicas e química sobre resinas acrílicas de polimerização
química” dos autores”, “Resinas acrílicas de uso odontológico á base de
polimetilmetacrilato”, “Efeito de técnicas de polimento na porosidade e na dureza de resinas
acrílicas submetidas a termo ciclagem”. Esta pesquisa também analisa os fatores envolvidos
nas diferentes opções de polimento da resina acrílica, como a mecânica e química.
Resultados e Discussão
Os principais resultados identificados até agora: a principal desvantagem da resina
acrílica mencionadas nas literaturas em questão são fraturas nas próteses de resina acrílica, mas
isso só acontecerá caso odontólogo não seguir as instruções do fabricante corretamente na hora
de manipular o produto e, caso não faça um polimento adequado da peça.
Diante do polimento, o mais indicado é o polimento mecânico. O material tem que ficar
liso e sem rugosidade para ser mais resistente a fraturas, ter uma estética agradável e evitar
proliferação de bactérias, assim, evitando doenças como a candidíase oral.
Segundo Goiato, em 1969, Gotusso lançou artigo com técnica de polimento químico
desenvolvido por Bronstein, onde “durante 1 minuto, da resina polimerizada em monômero
aquecido à temperatura de ebulição (...), mas observado por alguns autores que ela alterava
algumas propriedades físicas das resinas, entre elas, a dureza” (pp.48). Entretanto, Figueiredo
afirmava que o polimento químico em material odontológico está sendo muito utilizado no
Brasil.
As resinas acrílicas são compostos orgânicos e são apresentadas em forma de pó
(polímero) e liquido (monômero). Sua manipulação deve ocorrer de acordo com as
recomendações de seus fabricantes. Em geral, coloca-se primeiro o liquido em um pote, depois
o pó e mistura. Após ser manipulado e moldado, podem apresentar característica fibrosa,
borrachoides, resinosas e rígidas, estas determinadas por sua morfologia molecular.
Resinas acrílicas são aplicadas na odontologia e em outras áreas, na odontologia seve
para confecção de próteses parciais e totais, placas miorrelaxantes, moldeiras individuais,
padrões fundição, próteses provisórias imediatas, coroas provisórias, dentes artificiais, reparo
de próteses totais, acrilização de aparelhos ortodônticos, entre outros.
Dentre as propriedades mecânicas das resinas acrílicas, podemos destacar como
desvantagens: baixa resistência transversal, baixa resistência a tensão, pouca resistência à
deflexão e ao impacto e, baixa flexibilidade que pode possibilitar a ocorrência de fraturas.
24
Fraturas essas que podem ser evitadas pela utilização de princípios protéticos adequados,
durante a confecção das próteses.
Polimerização ou reações químicas na qual os monômeros se unem formando um
polímero. Em alguns casos sendo necessário uma ação física para que esse processo se
concretize. Por exemplo: calor, irradiação por microondas ou Luz. Classificação:
RAAQ (Resina Acrílica Ativada Quimicamente): Formada por uma substancia química,
normalmente uma amina terciaria, atua como ativador da reação de polimerização.
RAAR (Resina Acrílica Ativada Termicamente): o calor (temperaturas próximas a 65º) atua
como ativador de polimerização.
RAFA (Resina Acrílica Fotoativada): a irradiação por luz visível atua como ativador da reação.
Fases da Polimerização: indução; ativação; iniciação; propagação; terminação.
Para as RAAQs, as fases de polimerização ocorrerão simultaneamente as fases da mistura.
Neste caso o final da borrachoide é caracterizado por um aumento da temperatura, decorrente
da exotermia da reação. Esta elevação da temperatura acelera a reação de polimerização, que
produz o rápido enrijecimento da massa.
Para RAATs, a polimerização só ocorrera quando a resina for elevada ao ciclo térmico.
No ciclo térmico, ocorrera a exotermia da reação de polimerização que tende a aumentar ainda
mais a temperatura. Se o material for formulado para ativação térmica mas não recebeu calor,
nem ficou protegido contra a evaporação do monômero, também adquirira rigidez, embora
muito menor. O motivo seria a saída do monômero que permite certo escorregamento entre as
cadeias de polímero e a consequente formação de poros em seu lugar.
Sobre as desvantagens das resinas termicamente ativadas, é importante destacar que não podem
ser esterilizadas.
Na técnica de polimerização com energia de microondas, o preço da mufla é mais caro
em relação a mufla tradicional metálica. E a fratura nesse tipo de mufla, acontece quando tem
excesso de pressão na prensa hidráulica no momento da inclusão e da prensagem.
Vantagens que se destacam a respeito da resina acrílica é o baixo custo diante de outros
materiais e o fato de proporcionar aparência natural, material leve e fácil de se fazer a higiene
no dia a dia. Estética agradável, facilidade no processamento, possibilidade de reparo,
reembasamento, estabilidade dimensional, boa tolerância pelos tecidos de suporte, não é
corrosiva, resistência adequada quando submetida a situações de impacto. Assim, a
versatilidade da resina acrílica se deve, entre outros motivos, ao fato de ser: insípida, inodora,
não tóxica, não irritante aos tecidos bucais (mas algumas pessoas têm alergia ao monômero),
25
insolúvel na saliva, fácil de manipular e de polir, possível de desinfecção; além de apresentar
alta estabilidade dimensional, morfológica e de cor.
Podemos observar os processos naturais da utilização dos materiais odontológicos
confeccionados com resina acrílica, como o envelhecimento do material onde pode surgir
trincas, ocorrer perda de cor ou brilho, perda de opacidade e perda de aderência. A mastigação
leva ao estresse e, em poucos anos facilita a deterioração, ocasionando fraturas. Também pode
ocorrer o processo chamado de fadiga, onde além da mastigação o material tem que suportar
pequenos movimentos repetitivos como a fala. Assim, com o tempo pode ocorrer formação de
micro rupturas que dará origem a fratura.
Importante explicar para o paciente que o material com resina acrílica não é permanente
e que tem um certo tempo de durabilidade, mas que essa durabilidade vai variar de acordo com
o cuidado do paciente com o material diante do uso correto, envolvendo uma higiene adequada
e cuidados para não deixar o material sofrer pancadas bruscas.
Conclusão
Os materiais odontológicos confeccionados com resina acrílica são de grande
importância social, pois apresentam uma qualidade satisfatória e de baixo custo. Com o passar
do tempo a sua tecnologia foi sendo aprimorada, dando mais resistência e estética ao material.
Referências Bibliográficas
CAMACHO, Daiane Pereira; TEREZINHA, Inez Estivalet Svidzinski; LOPES, Murilo Baena; FURLANETO,
Márcia Cristina; CORRÊA, Giovani DE OLIVEIRA. Resinas acrílicas de uso odontológico à base de
polimetilmetacrilato, Paraná-PR, Vol.6,n.3,pp.63-72.
FIGUEIRADO, Viviane Maria Gonçalves de; BATISTA, André Ulisses Dantas; NETO, Domício Rosendo da
Silva. Polimentos de aplicação clínica para coroas temporárias: Avaliação da rugosidade de superfície por meio
de técnicas mecânicas e química sobre resinas acrílicas de polimerização química, Paraíba-PB, Arquivo
Brasileiro de Odontologia v.10 n.2. 2014.
GOIATO, Marcelo Coelho; NAVES, Juliana Carvalho; BRESSAN, Roberta Naliati; SANTOS, Daniela Micheline
dos; FAJARDO, Renato Salviato; FERNANDES, Aline Úrsula Rocha. Efeito de técnicas de polimento na
porosidade e na dureza de resinas acrílicas submetidas a termociclagem, Araçatuba-SP, Revista de Odontologia
da UNESP, pp.47-52. 2006.
26
ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO PARA PACIENTES PORTADORES DE
NECESSIDADES ESPECIAIS (PNE)
Donizete Aparecido Silva Janaina de Campos Karollayne Martins
Gabriela Souza Eduardo Garcia
Persia Elisa Olivares
Objetivo
Trazer através de revisão bibliográfica conceitos sobre o atendimento odontológico e condições
bucais de pacientes portadores de necessidades especiais(PNE).
Introdução
Pacientes PNE são todos indivíduos que necessitam de atendimento diferenciado, seja por um
curto momento ou por tempo indeterminado. O artigo 3º do capítulo 1 do decreto nº. 3298, de
20 de dezembro de 1999, apresenta três incisos com definições importantes para o entendimento
do PNE5 : Inciso I — Deficiência: toda perda de uma estrutura ou função fisiológica ou
anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão
considerado normal para o ser humano; Inciso II — Deficiência permanente: aquela que ocorreu
ou se estabilizou durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter
probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; Inciso III — Incapacidade: redução
efetiva e acentuada da capacidade de integração, com necessidade de equipamentos,
adaptações, meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora.
Os conceitos e as denominações sofreram mudanças ao longo dos anos buscando, assim, uma
maior abrangência das diversas alterações e/ou condições de ordem física, mental ou social².
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2011) mais de um bilhão da população mundial
possui algum tipo de deficiência e mais de 50% não recebe tratamento odontológico, dessa
27
forma A odontologia para pacientes com necessidades especiais se faz extremamente
importante. A especialidade odontológica para pacientes especiais é muito recente, reconhecida
em 2001, sendo assim muitos profissionais não possuíam habilidades técnicas para esse tipo de
atendimento, o que trazia transtornos inviabilizando o tratamento odontológico. Muitos
pacientes possuem problemas de motricidade e inteligência o que dificulta a higienização bucal,
esses pacientes devem ser acompanhados com uma maior frequência, esse grupo são
considerados altos riscos pois são mais propícios a desenvolver doenças bucais como, doenças
periodontais, cáries, entre outras, de acordo com a patogenia sistêmica, dietas cariogênicas,
higienização ineficiente e alteração de saliva e muscular.
Desenvolvimento
Dualibi & Dualibi classificam os PNEs em grupos, subgrupos, lesão principal e sublesão. Os
grupos principais por eles definidos são: Malformação congênita: genética e não-genética;
Alterações comportamentais: psicoses, neuroses, autismo, perversão e dependência química;
Alterações físicas adquiridas: gravidez, alterações sistêmicas, traumatismos e geriatria¹. No
Brasil, a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência é disposta na
lei nº. 7853, de 24 de outubro de 1989, regulamentada pelo decreto nº. 3298, de 20 de dezembro
de 1999. Para o atendimento de PNE podem considerar-se que existem muitas barreiras que
dificultam o tratamento entre essas dificuldades podemos citar as específicas, ou seja,
dificuldades físicas (dificuldade motora, falta de comunicação, hipomotricidade etc.) e
inespecífica, que está ligada mais a dificuldades sociais e psicológicas (discriminação, situação
socioeconômica, falta de profissionais habilitados, falta de compreensão da família sobre a
importância do tratamento odontológico etc.) É necessário conceituar e classificar os pacientes
com necessidades especiais (PNEs) para estabelecer uma didática no exercício clínico, visando
um plano de tratamento especializado e direcionado. O sucesso do tratamento odontológico
depende do conhecimento do paciente por parte do cirurgião-dentista (CD), o que é conseguido
através de uma minuciosa anamnese³.
Conclusão
28
Os cirurgiões dentistas necessitam de especialização na área pois há dificuldades diferentes para
cada tipo de deficiência, seja deficiência mental, psíquica, física entre outros, temos que saber
avaliar a melhor forma para atender um PNE para melhor experiência e comodidade do
paciente. Saber conceituar o paciente com necessidade especial é essencial para adequar o seu
tratamento de acordo com suas peculiaridades. Segundo Brito,2006, É essencial que aconteça
uma boa intervenção multiprofissional e familiar que proporcione o cuidado integral do
paciente.
Referências bibliográficas
1 Dualibi SE, Dualibi MT. Uma nova visão sobre conceito e classificação em pacientes
especiais. Revista Paulista de Odontologia. 1998;(2):28-33
. 2 Santos MTBR, Haddad AS. Quem são os pacientes com necessidades especiais? In:
Cardoso RJA, Machado MEL. Odontologia Arte e Conhecimento. São Paulo: Artes Médicas-
Divisão Odontológica;2003. p.263- 8.
3 Varellis MLZ. Conceituando o paciente com necessidades especiais. In: Varellis MLZ. O
paciente com necessidades especiais na odontologia: Manual prático. São Paulo: Editora
Santos;2005. p.3-12.
SAMPAIO, Eliane Ferreira et al. Perfil Odontológico dos Pacientes de Necessidades
Especiais Atendidos no Instituto de Previdência do Estado do Ceara. Redalyc.org
ASSIS, Cintia. Dentistas para lá de especiais. Revista Brasileira de Odontologia.
29
PERSPECTIVAS DE USO DE CÉLULAS TRONCO NA ODONTOLOGIA NA
ULTIMA DÈCADA
Orientador: Alexandre Nunes Garcia Alunas: Alice teiche, Leticia Karine, Maria Isabella, Ruanda Vila
Resumo: Para que a bioengenharia seja eficaz, faz-se necessária a presença de três fatores: as
próprias células-tronco, uma matriz extracelular e fatores de crescimento. Uma célula-tronco é
um tipo especial de célula que tem a capacidade singular de gerar outra célula-tronco ou gerar
um tipo de célula especializada. Existe um grande interesse no desenvolvimento de técnicas
para a manipulação de células-tronco, no intuito de instituírem-se tratamentos restauradores de
tecidos e órgãos, um desses campos é a odontologia, devido ao uso de células troncos não
embrionárias na restituição de tecidos danificados.
Palavras chaves: Matriz extracelular, Células troncos não embrionárias, Restauração dental.
Introdução: O objetivo do presente trabalho é analisar artigos de revisão publicados nos
últimos 10 anos e confrontar as informações contidas nos mesmos, expondo o avanço nas
pesquisas neste período.
Grandes avanços científicos têm gerado expectativas de que tecidos não embrionários possam
ser recriados por métodos não artificiais, mas sim, através da bioengenharia celular, sendo
utilizados na regeneração de tecidos lesionados. Na Odontologia, a esperança é de regenerar
tecidos como ósseo, e dentário, incluindo ligamento periodontal, polpa, dentina e esmalte,
também, talvez, criar novos dentes.
A terapia com células-tronco adultas geralmente é precedida pela compreensão de todas as suas
propriedades, o controle de sua proliferação e os fatores que determinam sua diferenciação. A
30
regeneração de um órgão dentário não é simples, pois seu desenvolvimento é determinado por
interações complexas e inúmeros fatores de crescimento e, ainda, a diferenciação celular está
ligada a mudanças morfológicas no decorrer da formação do germe dentário. Tem sido proposta
a utilização de células-tronco adultas em diversas áreas da Odontologia (ZHANG, Y. D, et al
2005).
Os estudos iniciais com células-tronco na Odontologia foram, inicialmente, realizados em
porcos, na Universidade de Harvard em conjunto com o Forsythe Institute/EUA. Depois, os
experimentos foram praticados em cobaias de ratos, como ocorre na UNIFESP – Universidade
Federal de São Paulo (Silva PRC, 2006).
As células-tronco que são usadas para a regeneração dos tecidos orais, são as adultas, que
podem ser retiradas de vários tecidos do próprio indivíduo, como medula óssea, pele, inclusive
da polpa dental, e uma grande vantagem da utilização dessas células é que sua utilização não
envolvem questões éticas e religiosas por não serem embrionárias.
Os estudos avaliados relatam as dificuldades encontradas pelos pesquisadores tanto nacionais,
como internacionais, em chegarem a resultados definitivos no processo de regeneração dental
através de células troncos não embrionárias.
Os estudos relatados foram realizados com células troncos de origem mesenquimal retiradas de
dentes decíduos e realizados testes de proliferação e diferenciação celular em diferentes tipos
de matriz extracelular e diversos fatores de crescimento celular. Os resultados apontam que para
o desenvolvimento das células troncos de polpa de dente se desenvolver é necessário a
utilização das matrizes extracelularespois ela forma o arcabouço que fornecerá os nutrientes
necessários para o desenvolvimento desse tipo de célula tronco não embrionária. Para a
formação de tecido dentário têm sido utilizadas
as matrizes PGA (ácido poliglicólico, sigla do inglês polyglycolic acid) PLGA (ácido poli co-
glicolídeo copolímero, sigla do inglês poli co-glycolide copolymer), ambas apresentando
similaridade no suporte de crescimento de tecidos dentários altamente organizados.(DUAILIBI,
M. T, 2004).
Fibroblastos isolados a partir da polpa dentária foram cultivados em matriz composta por fibras
de ácido poliglicólico e, após 60 dias, exibiram celularidade similar à encontrada na polpa
humana normal, indicando que esta matriz apresenta boas propriedades para a bioengenharia.
(MOONEY, D. J., 1996)
31
Além da matriz extracelular, para que ocorra a diferenciação das células troncos em
odontoblastos, também são necessários fatores de crescimentos que sinalizam bioquimicamente
como deve ocorrer a ativação dos genes, gerando a expressão das proteínas celulares.
Os fatores de crescimento são proteínas secretadas extracelularmente que governam a
morfogênese durante tais interações e compreendem cinco famílias protéicas: proteínas
morfogenéticas ósseas (BMPs, sigla do inglês boné morphogenetic protein); fatores de
crescimento para fibroblastos (FGFs, sigla do inglês fibroblast growth factor); proteínas
Hedgehog (Hhs), proteínas wingless e int-related (Wnts) e fator de necrose tumoral (TNF, sigla
do inglês tumor necrosis factor). Apesar destas famílias distintas estarem envolvidas no
desenvolvimento dentário, as BMPs são
suficientes para a formação de dentina terciária (NAKASHIMA, M., 2005)
As BMPs também são expressas no epitélio estrelado do órgão do esmalte durante a fase de
capuz e estão associadas com a diferenciação dos ameloblastos e odontoblastos. O hormônio
de crescimento pode induzir a expressão dessas BMPs durante a formação dentária. (LI, H,
1998).
Esses resultados permitiram os avanços nos estudos sobre células troncos não embrionárias,
que passou a ser utilizada em testes in vitro e in vivo para que pudesse se observar o
desenvolvimento dessas células e avaliar suas possíveis aplicações na odontologia.
Pesquisadores observaram que células dentárias no estágio de botão, obtidas de ratos recém-
nascidos, cultivadas in vitro durante 6 dias e transplantadas para dorsos de ratos
imunocomprometidos, apresentaram resultados ótimos na formação de coroas dentárias
maduras, com características muito semelhantes aos dentes formados naturalmente6. Para
determinar se rudimentos dentários em fase de campânula poderiam formar um órgão dentário,
quando transplantados para uma região desdentada da maxila em ratos adultos, foi desenvolvido
um experimento. Verificou- se que após 26 dias da transplantação houve formação de um dente
ectópico, histologicamente normal, com presença de dentina, esmalte e um tecido similar ao
ligamento periodontal. Sendo identificada pelos autores uma possibilidade de transplantação de
primórdios dentários e seu subseqüente desenvolvimento em humanos. Tal possibilidade leva
a discussões sobre a ética na experimentação com embriões em desenvolvimento.
(OHAZAMA, A., 2004).
Atualmente o campo de estudo na odontologia sobre células troncos não embrionárias,
compreende a regeneração periodontal e do tecido ósseo. A utilização da engenharia tecidual,
baseada nas células-tronco para obtenção da regeneração periodontal, tem sua base em estudos
32
com animais, que demonstraram que as células cultivadas do ligamento periodontal podem ser
reimplantadas de forma eficiente, promovendo a regeneração tecidual (Coura GS. 2007).
O osso é um tipo especializado de tecido, pois sofre constantes alterações resultantes da
deposição por osteoblastos e reabsorção por osteoclastos. Após anos de intensas pesquisas do
tecido ósseo, foi identificada uma molécula denominada proteína morfogenética do osso
(BMP), que agiria como fator de 108
diferenciação e crescimento. Existem inúmeras BMPs conhecidas e muitas delas induzem a
formação de osso quando transplantadas, inclusive nos ossos maxilares. As BMPs estimulam a
formação do osso alveolar circundante ao dentes, e também a regeneração do tecido
periodontal. (Thesleff I, Tummers M. 2003).
Outra área de estudo que tem sido amplamente estudada na odontologia é a Regeneração do
complexo dentino-pulpar. Em um estudo foram isoladas células da polpa dentária adulta
(DPSC), expandidas in vitro e reimplantadas em camundongos. Essas células da polpa se
diferenciaram em tecido neural e adipócitos e mostraram-se capazes de originar um tecido
semelhante ao complexo dentino-pulpar, composto de matriz mineralizada e túbulos
delimitados por células que se assemelham a odontoblastos. Esse mesmo estudo mostrou que
células derivadas de dentes decíduos exfoliados (SHED), quando transplantadas em
camundongos produzem dentina e osso. (Grontos S et al, 2002).
Metodologia: Estudo exploratório, descritivo, prospectivo, onde será realizada uma revisão de
literatura a partir de estudos publicados em forma de artigos científicos, sobre a utilização das
células-tronco na prática odontológica.
Considerações finais: Através do desenvolvimento dessas pesquisas foi possível enxergar um
novo horizonte de terapias com esse tipo celular para a regeneração completa do tecido dental,
porém por ser muito complexa, ainda é necessário continuar pesquisando os mecanismos de
desenvolvimento bioquímico celular, para que não haja formação de tecido indesejado.
Referências Bibliográficas
COURA GS. Investigação do ligamento periodontal como nicho de células tronco ectomesenquimais. Tese
(Doutorado em Odontologia) – UFSC, Florianópolis, 2007
DUAILIBI, M. T.; DUAILIBI, S. E.; YOUNG, C. S.; BARTLETT, J. D.; VACANTI, J. P.; YELICK, P. C.
Bioengineered teeth from cultured rat tooth bud cells. J Dent Res, Alexandria, v. 83, no. 7, p. 523-
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GRONTOS S ET AL. Stem Cell Properties of Human Dental Pulp Stem Cells. J Dent Res vol.81 nº.8 pg.531-535,
2002
33
LI, H.; BARTOLD, P. M.; ZHANG, C. Z.; CLARKSON, R. W.; YOUNG, W. G.; WATERS, M. J. Growth
hormone and insulinlike growth factor i induce bone morphogenetic proteins 2 and: a mediator role in bone and
tooth formation? Endocrinology, Chevy Chase, v. 139, no. 9, p. 3855-3862, 1998.
MOONEY, D. J.; POWELL, C.; PIANA, J.; RUTHERFORD, B. Engineering dental pulp-like tissue in vitro.
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NAKASHIMA, M.; AKAMINE, A. The application of tissue engineering to regeneration of pulp and dentin in
Endodontics. J Endod, Baltimore, v. 31, no. 10, p. 711-718, 2005.
OHAZAMA, A.; MODINO, S. A.; MILETICH, I.; SHARPE, P. T. Stem-cell-based tissue engineering of murine
teeth. J Dent Res, Alexandria, v. 83, no. 7, p. 518-522, 2004.
SILVA PRC. Nanociência. Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT, 2006. Disponível em:
http://www.sbrt.ibict.br
THESLEFF I, TUMMERS M. Stem Cells and Tissue Engineering: Prospects for Regenerating Tissues in Dental
Practice. Med Princ Pract vol.12 nº.1 pg.43-50, 2003.
ZHANG, Y. D.; CHEN, Z.; SONG, Q.; LIU, C.; CHEN,Y. P. Making a tooth: growth factors, transcription factors
and stem cells. Cell Res, Beijing, v. 15, no. 5, p. 301-316, 2005.
34
CÁRIE PRECOCE E SEVERA NA INFÂNCIA
Autores: Anderson Barbosa
Raiane Miranda e Cleonice Aguilera
Resumo: A cárie severa na infância (CSI) é uma forma de cárie dentária que afeta bebês e
crianças. É infecciosa, de etiologia multifatorial e de desenvolvimento rápido, iniciando logo
após a erupção dos dentes. Por apresentar fatores de risco local e sociocultural, deve ser
considerada como sintoma de uma alteração na criança e de falta de cuidados adequados. Suas
manifestações incluem dor, abscessos e dificuldades mastigatórias, afetando a alimentação e o
sono da criança. Além disso, afeta também sua saúde geral, fala e autoestima. A CSI é uma
doença com métodos preventivos estabelecidos, que devem ser introduzidos o mais
precocemente possível, por meio de programas preventivos na comunidade e no núcleo
familiar. Os profissionais que atendem bebês e crianças devem estar atentos aos casos com risco
para o desenvolvimento da doença cárie e interceder a fim de se obter saúde.
Palavras-chave: Cárie dentária, criança, cárie precoce e severa.
INTRODUÇÃO
Segundo Glass, 1982; Murray, 1994, citado por Nadanovsky, p.467, relata que:
“O fato mais importante em relação a saúde bucal no século XX, é a redução
extraordinária da ocorrência da carie dental desde o inicio da década de 70. Em vários
países industrializados houve um forte declínio da media geral de dentes atacados pela
carie e um aumento impressionante da quantidade de pessoas que nunca tiveram uma
única cavidade de carie”.
35
A cárie é uma doença crônica mais comum na infância, ela deve ser prevenida, controlada, deve
ser levado em consideração sua etiologia e fatores de risco. (BROSMAN, 2007; VanLoveren,
2003, citado por Urban IV et.al, 2009).
“O controle e a reversão de tal doença são possíveis caso seja diagnosticada em estágio
inicial, que é a presença de mancha branca no esmalte dental, sem cavidades”. Quando
a situação clínica envolve cavidades dentárias, há necessidade de tratamento curativo
e preventivo, a fim de modificar as condições que levaram ao desenvolvimento da
doença cárie. “A evolução da doença é capaz de causar grande destruição dos dentes,
ou até mesmo sua perda, podendo resultar em complicações locais, sistêmicas,
psicológicas e sociais”. (BROSMAN, 2007; VanLoveren, 2003, citado por Urban IV
et.al, 2009).
De acordo com Hausen et.al, 2000, citado por Urban, 2009, diz que a Organização Mundial de
Saúde revela 90% dos indivíduos estão livres de cáries. É um desafio que requer esforço dos
profissionais da saúde, “no intuito de identificar as crianças com perfil de risco para cárie
dentária, a fim de preveni-la, quando a relação custo-benefício ainda é extremamente positiva”.
Segundo A American Academy of Pediatric Dentistry (AAPD), citado por Urban, 2009
classifica cárie precoce na infância como:
“A presença de um ou mais dentes decíduos cariados (lesões cavitadas ou não),
perdidos (devido à cárie) ou restaurados antes dos 71 meses de idade. Porém, qualquer
sinal de superfície dentária lisa cariada, com ou sem cavidade, em crianças com menos
de 3 anos de idade, é considerada cárie severa na infância (CSI). Essa é de natureza
rompante, aguda e progressiva. Também é considerada CSI se, dos 3 aos 5 anos de
idade, a criança apresenta mais de quatro, cinco e seis superfícies afetadas em dentes
anteriores decíduos aos 3, 4 e 5 anos, respectivamente. A CSI substituiu o termo
anteriormente conhecido como "cárie de mamadeira".
Sendo assim, o objetivo deste trabalho é fazer uma revisão da literatura para subsidiar
profissionais de saúde que têm a oportunidade de atender crianças numa fase precoce e a
reconhecer os indivíduos expostos aos riscos da patologia da cárie dentária.
METODOLOGA
Etiologia e fatores de risco para o desenvolvimento da doença cárie dentária.
Segundo Loesche, 1986, citado por Urban, 2009 afirmam que:
A doença cárie tem etiologia multifatorial. Desenvolve-se a partir da presença do
biofilme dental, que é o responsável por mediar a desmineralização dos tecidos
dentários denominados como esmalte e dentina. Para sua ocorrência, há a necessidade
36
da interação de três fatores: microrganismos cario gênicos (Streptococcus mutans),
substrato fermentável (como a sacarose) e um hospedeiro vulnerável. A interação
desses fatores por um período de tempo propicia o desenvolvimento da doença cárie,
que se inicia com o aparecimento de mancha branca opaca, sem cavitação, na
superfície do dente, resultante da desmineralização do esmalte dentário.
Tanto Thylstrup, 1995, quanto Marino, 1986, citado por Urban, 2009 dizem que o substrato é
essencial para a viabilidade, proliferação e agregação celular, é forte a associação entre
frequência de ingestão de carboidratos, a sacarose, e “desenvolvimento da doença cárie,
sobretudo se esse contato ocorrer entre as refeições e no período de sono, quando o efeito
protetor da saliva está ausente, pois o fluxo salivar é reduzido”.
Na criança, hábitos como o uso irrestrito de mamadeira, dormir mamando (sucos de
frutas industrializados, chás adoçados, leite fermentado, leite com carboidratos
fermentáveis como farináceos e açúcar) estão associados ao desenvolvimento de CSI.
Dentre os hábitos familiares, os que mais contribuem para o desenvolvimento da CSI
são dormir com mamadeira, dificuldade na higiene dental da criança e manter líquidos
na boca por período prolongado, principalmente durante o sono. (ADAIR, et.al, 2000
citado por URBAN 2009).
Segundo Whitt et.al, 2001, citado por Urban, 2009. “Crianças que apresentam defeito de
desenvolvimento de esmalte são mais vulneráveis ao desenvolvimento da doença cárie se
expostas às situações descritas”.
De acordo com a AAPD, citado por Urban 2009, considera como fator de risco para
desenvolvimento da doença cárie o aleitamento materno com livre demanda após o uso de
chupetas em substâncias açucaradas.
Tanto Van et.al 1992, quanto Khan, 1998, citado por Urban 2009.
“Vários trabalhos que relacionaram aleitamento materno a cárie precoce ou severa na
infância apresentaram os seguintes fatores de risco (excluindo o aleitamento materno):
defeitos de desenvolvimento de esmalte, lanches noturnos, uso de mamadeira com
carboidratos, contagem elevada de S. mutans, ausência ou deficiência de higiene, alta
frequência de ingestão de carboidratos, primeira visita ao dentista após os 2 anos de
idade, classe social baixa e baixa escolaridade dos pais ”.
Segundo Dias (2012, p.118), A amamentação é o processo natural e fisiológico de alimentação
do bebe que não se limita em só nutri-lo, mas também função de oferecer anticorpos
necessários.
“Logo após o nascimento da criança, é aconselhável que se desenvolva nela o habito
de higienização, limpeza da boca”. Com um pedacinho de pano, algodão ou uma
gazinha úmida, retira-se os restos de alimentos: sopinhas, sobra de leite e outros. Esses
alimentos ingeridos pelo bebe se misturam a saliva formando uma película na gengiva,
bochechas, língua e nos dentes já presentes na boca. “Isso propiciara o acumulo de
bactérias que, certamente, facilitara formação de placas e caries”. (Dias, 2012, p.121).
Segundo o mesmo autor referido nos dois textos acima, diz que:
37
“O perecimento de carie na criança, ate mais ou menos dois anos de idade, é reconhecido,
popularmente, como carie de mamadeira, carie precoce da infância”.
De acordo com a AAPD, 2008 citado por Urban, 2009, o dentes decíduos tem seu período
intrauterino, tornando-se importante os controle de doenças infecciosas e a dieta materna.
“Dessa forma, a prevenção da cárie precoce e severa da infância deve ter início na gestação. A
consulta odontológica se torna importante para avaliar a condição bucal da mãe”.
“Com o desenvolvimento de cavidades de lesões de cárie, a criança passa a apresentar um
quadro de infecção, dor, dificuldade de mastigação, trauma psicológico e perda prematura de
dentes”. (AZEVEDO, 2005 citado por URBAN, 2009).
“A dor de origem dentária é a consequência imediata mais comum de cáries não
tratadas. Crianças com dor de dente têm suas atividades cotidianas afetadas, como
comer, dormir e brincar. Além disso, sabe-se que tal dor pode afetar o rendimento
escolar e ser razão para falta à escola”. ( Wadsworth et.al, 2006, citado por Urban,
2009).
Segundo Salles et.al, 1998 citado por Urban 2009, a perda precoce dos dentes decíduos pode
ser evitada, pois esses dentes são de grande importância arcos maxilares. “A perda dos dentes
pode acarretar sérias consequências para a dentição permanente”.
Tanto Award e Eleisser, 1984 quanto Robke, 2008 citado por Urban, 2009. “Quando
a perda precoce ocorre na região anterossuperior, pode desenvolver deglutição e
fonação atípicas, provocar atraso ou aceleração na erupção dos dentes permanentes,
dificultar a alimentação e favorecer a instalação de prováveis problemas ortodônticos,
além de afetar psicologicamente a criança verificou perda de dimensão vertical em
63,6% das crianças com lesões cariosas extensas em incisivos superiores, decorrentes
de CSI”.
“A perda precoce de dentes posteriores (molares decíduos) leva a uma dificuldade mastigatória,
além da possibilidade de perda de espaço para o dente permanente sucessor”. (Berkowitz, 1986
e Tinanoff 1996, citado por Urban 2009).
Conforme Berkowitz, 1986, Wang, 2002, citado por Urban 2009. A cárie na primeira infância
tem sido associada às atividades posteriores de cárie durante a infância e na dentição
permanente.
“Quando a estética ou a saúde bucal não são importantes para os pais, a procura por
serviços odontológicos ocorre somente em casos de dor, alteração no sono e na
alimentação da criança, ou quando o pediatra solicita uma visita ao cirurgião-
dentista”. Nesse momento, o estado das lesões de cárie não tratadas é frequentemente
adiantado e pode começar a interferir no padrão de crescimento da criança. “Dessa
38
forma, o tratamento de lesões de CSI em fase precoce é capaz de preservar a saúde
geral e prevenir infecção e dor nas crianças”. (Cisneros, 1992, citado por Urban 2009).
CONSIDERAÇOES FINAIS
Segundo Blane e Wadsworth, 1999 citado por Urban 2009:
A cárie precoce e severa na infância representa problema de saúde pública e requer um esforço
de todos os profissionais da saúde que atendem crianças. “A saúde bucal não deve ser vista de
forma dissociada da saúde geral. O objetivo da odontologia vai além da preservação dos dentes,
vislumbra a manutenção da saúde bucal e sistêmica”.
“A criança tem seus cuidados e valores recebidos do núcleo familiar. Desse modo,
devemos modificar os fatores de risco para o desenvolvimento da doença cárie com a
família e principalmente buscar a prevenção. A prevenção é barata, mas requer
esforços do núcleo familiar, que nem sempre tem conhecimento sobre as repercussões
que a doença cárie pode causar, ou mesmo quando percebem, é porque está
estabelecida repercutindo na vida da criança e da família”.
É importante que profissionais da saúde que atendem crianças saibam reconhecer e modificar
os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças, e que podem impactar a vida adulta
determinando a condição futura da criança.
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php?pid=S002175572009000400005&script=sci_artt.
39
DETERMINAÇÃO DE FATORES QUE INFLUENCIAM NA OCORRÊNCIA DE
CÁRIE PRECOCE NA INFÂNCIA
AUTOR(ES): .ANNA CAROLINA BARBOSA SOUTO E FARIA ,
ELVIS MATHEUS ALCÂNTARA ,ENGELLY AMORIM
LAURENTINO SILVAJOSILENE VENUTI DE SOUZA
CALVÁRIO
Resumo
Atualmente a taxa de prevalência do aparecimento precoce de cáries na infância tem se tornado
um grande problema de saúde pública. Afeta grande parte da população de idade pré-escolar
em todo o mundo e incrementa, desta forma, o número de visitas de infantes aos consultórios
odontológicos. Apresenta processo rapidamente destrutivo da dentição primaria ocasionando
dano progressivo de tecidos dentários, transmissão a outros dentes saudáveis, etc. Este trabalho
tem como objetivo, através de uma revisão de literatura abordar de forma compreensiva a
descrição das características das caries dentarias na infância, agrupando e resumindo os fatores
de risco deste particular grupo etário, além de listar pautas de intervenção precoce e efetiva.
Palavras-chave: cárie dentaria, higiene bucal, risco de cáries.
Introdução
40
As crianças em idades iniciais são altamente vulneráveis a problemas gerais de saúde.
Frequentemente envolvem problemas de saúde bucal tais como cáries dentárias considerada
como uma patologia crônica, transmissível, pós-eruptiva de origem multifatorial que afeta a
dentição temporária de crianças em idade pré-escolar.
Esse processo degenerativo provocado pelo aparecimento de cáries associa-se a
ingestão excessiva de líquidos açucarados como leite, fórmulas e suco de frutas, a alimentação
de leite materno a livre demanda, a falta de higiene após a ingestão. Além de outros fatores
como o uso prolongado de biberão, fatores socioeconômicos e culturais, nível de educação dos
pais e ao acesso e disponibilidade de serviços de saúde.
Geralmente inicia-se pouco após a erupção dentária e se desenvolve em superfícies
dentárias lisas com um rápido progresso, apresentam-se cáries nos incisivos superiores, molares
de ambos os arcos, mas não nos incisivos inferiores, esse padrão está relacionado à sequência
de erupção e a posição da língua durante o aleitamento. Podem surgir ou não uma a mais lesões
cavitárias nas superfícies dos dentes e pode variar de pequenas desmineralizações até a perda
de toda estrutura coronariana com inflamação localizada na margem gengival. Seu alto grau de
destruição compromete a eficiência mastigatória, estética e fonética. Em consequencia ocorre-
se o surgimento de sequelas a nível sistêmico por processos infecciosos que afetam de forma
significativa a qualidade de vida do paciente, o que implica um impacto econômico individual
e coletivo.
Portanto, faz-se necessario identificar os fatores que favorecem a susceptibilidade do
aparecimento de cárie precoce na infancia, a fim de, num futuro próximo, diminuir a
prevalência dessa patologia, que causa dor e sofrimento às crianças, melhorando, assim, a sua
qualidade de vida.
Metodologia
A execução deste trabalho foi realizada tendo por base uma pesquisa bibliográfica
baseada em artigos e textos de livros de odontopediatria, além de pesquisas nas bases de dados
eletrônicos PubMed e SciELO, com o intuito de reunir o máximo de informação científica.
A cárie precoce na infância é uma doença multifatorial, infecciosa, pós-eruptiva,
transmissível, caracterizada por uma destruição progressiva dos tecidos mineralizados dos
dentes. De acordo com a American Academia Americana de Odontologia Pediátrica (AAPD) a
cárie precoce na infância define-se como a presença de um ou mais dentes decíduos com cárie
41
(cavitada ou não cavitada), restaurados ou perdidos devido a cárie, em crianças com menos de
6 anos de idade. Pode também ser descrita conforme a sua gravidade, considerando-se “Cárie
Precoce da Infância Grave” qualquer indício de cárie em superfícies lisas, incluindo manchas
brancas, numa criança com idade inferior a 3 anos (36 meses), ou também, a presença de um
dos incisivos superiores afetados por cárie numa criança com idade entre os 3 e 5 anos (AAPD,
2013/2014). Quando esta condição não é tratada, ela pode afetar todos os dentes presentes na
cavidade oral, que é denominada de cárie rompante.
A cárie é a doença mais prevalente na infância e, de acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS), acomete cerca de 60 a 90% de crianças em idade escolar (WHO,
2003). Estudos apontam que os dentes mais suscetíveis imediatamente após a erupção são os
incisivos superiores por serem os primeiros órgãos dentários ao entrar em erupção, além disso,
pelo fluxo salivar ao redor desses dentes ser menor em relação à força da gravidade e da
localização das glândulas salivares, seguidos pelos primeiros molares superiores e inferiores,
caninos superiores e inferiores, segundos molares superiores e inferiores e os últimos a
danificar-se são os incisivos inferiores pela proteção que recebem da língua ao cobri-los pela
posição em que se encontram.
A manifestações clinicas da doença surgem como resultado de uma complexa
combinação e interação entre vários fatores que determinam o seu início e o seu
desenvolvimento. É importante reconhecer que os fatores de risco não atuam isoladamente, mas
em conjunto com as causas da doença, inter-relacionadamente e pode ocorrer em qualquer
estágio da vida.
Antigamente, referia-se ao aparecimento de cárie apenas ao uso de biberão,
considerado como único fator etiológico. Entretanto, em diferentes estudos realizados
atualmente, mostrou-se que, além do fator etiológico primário existem outros indispensáveis
para iniciar o processo carioso em infantes, entre eles: exposição prolongada a substratos
cariogênicos (carboidratos), nutrição inadequada com ingestão frequente de líquidos ricos em
carboidratos fermentáveis (sucos, leite, refrigerantes, leite em pó), baixa taxa de fluxo salivar à
noite, amamentação cujo consumo é a vontade e de longa demanda e história familiar de cáries
ativas e não tratadas, especialmente na mãe e depende da quantidade de Streptococcus mutans
recebida, mais abundante se a mãe exibir má higiene bucal, doenças gengivais e lesões de cárie
dentária sem tratamento. Citam também que a raça, sexo, idade, nível de instrução e nível de
renda têm sido fatores significantes no desenvolvimento da doença.
42
Durante sua fase inicial, as lesões de cárie não chegam a desenvolver uma reação
inflamatória (Areias et al., 2009), devido ao esmalte dentário ser uma estrutura biológica
acelular, desprovida de vasos e nervos. Apesar disso, reage à agressão bacteriana, de forma que
através de reações físico-químicas realiza os fenômenos de desmineralização e remineralização
que, alternando-se ciclicamente, desempenham um papel importante na evolução da doença. Se
a doença segue evoluindo e não se interrompe, pode ocorrer a destruição de vários dentes
decíduos ou até mesmo a sua perda, gerando complicações locais, sistémicas, psicológicas e
sociais (Losso et al., 2009). Estas consequências podem incluir: dor, diminuição ou perda da
função mastigatória (Areias et al., 2010), alterações no desenvolvimento da dentição, alterações
na estética facial, problemas de autoestima, além de afetar o crescimento e desenvolvimento da
criança. O baixo peso e o crescimento lento das crianças com CPI demonstram-se pela alteração
do padrão alimentar resultante da dor e infeção e/ou pela perda prematura de dentes. Desta
forma, esses diversos fatores acabam consequentemente comprometendo a qualidade de vida
da criança tanto imediata quanto tardiamente.
Atualmente, a determinação e/ou identificação dos fatores de risco e o diagnóstico
prévio da cárie precoce da infância são fundamentais para se estabelecer medidas preventivas
e terapêuticas de forma a reduzir o impacto das complicações tanto a nível do desenvolvimento
físico como do desenvolvimento cognitivo e da linguagem.
Deve ser direcionado e elaborado de acordo com a extensão das lesões, da idade e do
comportamento da criança, assim como da cooperação dos pais, a fim de mudar sua mentalidade
e torná-los conscientes da importância de cuidados de saúde bucal.
Para reduzir o risco de desenvolver cárie infantil, a Academia Americana de
Odontologia Pediátrica recomenda as seguintes medidas preventivas, que incluem prática
alimentar apropriada e que não contribua para o risco de cárie dentária na criança, redução dos
níveis de E. mutans na mãe e parentes próximos idealmente durante a período pré-natal,
intervindo na transmissão das bactérias cariogênicas, com medidas de restauração e higiene
bucal.
Realizar medidas de higiene dentária a partir da erupção do primeiro dente, após cada
alimentação, uma vez que estes dentes recém-erupcionados apresentam esmalte imaturo e
podem ter um maior risco de desenvolver cavidades. Além da aplicação diária de pasta de
fluoreto em doses baixas duas vezes por dia. Avaliar frequentemente o risco de cárie na criança
e proporcionar educação aos pais para a prevenção de doenças bucais, entre os seis primeiros
meses de erupção do primeiro dente e os seguintes 12 meses. A mamadeira noturna deve ser
43
eliminada após os seis meses de vida. O esforço dos pais em querer eliminar este hábito é
fundamental.
Por fim, no campo odontológico, o número de campanhas e programas de prevenção
da saúde bucal, além dos cuidados em mulheres grávidas devem ser fortemente incentivados e
disseminados em centros de saúde, hospitais e escolas. Além do processo educativo, outras
medidas se fazem necessárias, como o contato com fluoretos através da água de abastecimento
pública, bem como políticas para melhorar as condições de moradia, de trabalho e de
escolaridade, medidas estas que têm provocado menores índices de cárie dentária em razão do
forte componente sócio-econômico-cultural da doença.
Considerações finais
A cárie precoce da infância é uma doença que acomete os dentes decíduos em um
estágio muito precoce, tem evolução rápida e pode levar à total destruição do dente. Conscientes
da importância destes dentes, deve-se evitar sua perda precoce, pois as consequências podem
ser desastrosas.
Não menos importante é considerar a possibilidade de que, devido à falta de
conhecimento sobre a saúde bucal, continue a apresentar, a essas idades fatores de risco para
cárie: baixa frequência de higiene oral, amamentação ou mamadeira na noite, falta de higiene
oral durante a noite, alimentação com uma dieta cariogênica com risco médio-alto e baixo uso
de fluoreto dentário, entre outros.
Devido ao exposto, percebe-se a necessidade da implementação de programas
preventivos que eduquem mães ou cuidadores sobre fatores de risco de cárie e seu controle,
promovendo o autocuidado como estratégia de prevenção.
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44
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of the WHO Global Oral Health Programme. Geneva: World Health Organization, 2003.
PIERCING NA CAVIDADE ORAL E SUAS COMPLICAÇÕES
BRITO, Adrielle Ferreira De¹
BRITO, Adriana Ribeiro De²
Resumo
Este trabalho tem como objetivo, através de revisões de literatura, alertar o público alvo para
as possíveis complicações do uso contínuo do piercing oral/perioral. O uso do piercing tem sido
usualmente utilizado com objetivos estéticos, culturais, políticos e religiosos. Seus usuários
costumam ser, na maioria das vezes, adolescentes, que fazem uso deste adereço como
provocação social, rebeldia, estética, atrativo sexual, entre outros. Dentro e em torno da
cavidade oral, são comuns na língua, nos lábios, dentes, bochecha da cavidade oral que podem
vir a ocorrer. Falaremos sobre a necessidade de considerar o conjunto de medidas e cuidados
de modo a reduzir a probabilidade de complicações decorrentes do seu uso, como a acumulação
de restos alimentares dificultando a higiene oral.
Palavras-chave: Piercing, Cavidade oral, Complicações, Estética, Saúde.
Introdução
45
Este artigo e propõe-se a analisar uso do piercing e as possíveis complicações devido ao
uso entre adultos e adolescentes, assim, historicamente a prática do piercing tem sido realizada
por várias civilizações. Há relatos do uso entre os egípcios, romanos, maias, tendo conotações
espirituais, sexuais, estéticas e em rituais de passagem. Na sociedade atual ele apresenta uma
ligação com a adolescência e a vontade de ser diferente. Esta moda ganhou força com o
movimento Hippie dos anos 60 e 70 posteriormente, e com os Punks nos anos 80 e 90 (Costa,
2004). As jóias utilizadas para a perfuração do corpo podem ser confeccionadas em aço
cirúrgico, titânio, ouro, prata ou níquel. Sendo o níquel o maior causador das reações alérgicas
e inflamatórias.
Tendo em conta estes riscos e possíveis complicações, decidimos abordar esta temática,
esclarecendo, quais as complicações e como o médico dentista deve atuar perante um portador
deste artefato. Com o aumento de pacientes portadores de pacientes portadores de piercings
____________________________________
1 Discentes de Odontologia pela Faculdade Do Pantanal - FAPAN
46
orais e periorais, o médico dentista deve estar atento às suas complicações mais
observadas, onde se incluem dor.
Os objetivos específicos deste trabalho científico assentam no desenvolvimento
dos seguintes temas: Considerações históricas. Quais os tipos de piercings orais/periorais
existentes? Quais as complicações mais frequentes decorrentes do seu uso?
A prática do piercing
Historicamente, a prática do piercing (do inglês: perfuração), tem sido realizada
por várias civilizações. Há relatos do uso entre os egípcios, romanos, maias, tendo
conotações espirituais, sexuais, estéticas e em rituais de passagem. Na sociedade atual ele
apresenta uma ligação com a adolescência e a vontade de ser diferente. Então sendo
assim, esse estudo possibilitou a visão relacionada aos medicamentos e as causas de uma
má aplicação dos piercings. Esta moda ganhou força com o movimento Hippie dos anos
60 e 70 e, posteriormente, e com os Punks nos anos 80 e 90 (Costa, 2004). Tendo em
conta estes riscos e possíveis complicações, decidimos abordar esta temática,
esclarecendo, no universo geral dos piercings, quais as complicações e como o médico
dentista deve atuar perante um portador deste artefato.
De acordo com Canto et al. (2002), os materiais e acessórios são de diferentes
estilos e tamanhos, podendo medir, aproximadamente 30mm; o material utilizado na sua
confecção pode ser aço inoxidável, ouro, prata, teflon, acrílico ou titânio, usado inclusive
nos implantes dentários. Além disso existem acessórios de diferentes formas disponíveis
para poderem ser adaptados ao piercing.
A Argola, barra em forma circunferencial com uma ou duas esferas nas
extremidades. São colocados nos lábios e com menos frequência em zonas laterais da
língua (Castaño,2007). Consiste numa esfera metálica que se adapta às duas extremidades
da argola, é mantido apenas pela tensão (Khanna et al, 1999).
O Barbell, é uma barra reta ou curva limitada nas suas extremidades por objetos
esféricos em que uma delas é rosqueada para fechar o dispositivo. No momento da
perfuração o comprimento da barra não deve ser menor que 20mm, devido à inflamação
lingual; após 2 semanas pode-se trocar a barra por uma de menor comprimento. É
colocado normalmente na língua, freio lingual e, com menos frequência, na úvula.
O Labrette, é constituído por uma barra com um extremo limitado por uma bola
ou lança e por outro por um disco plano e liso. Normalmente localizado no lábio inferior.
O uso dos piercings, suas complicações e cuidados
Os aspectos colaterais voltados para os problemas funcionais também podem ocorrer,
como dificuldade na mastigação, deglutição e fonação (AMERICAN
DENTASSOCIATION, 2001; LOPEZ-JORNET; CAMACHO-ALONSO; PONS-
FUSTER, 2005). Seus usuários também podem desenvolver hábitos para funcionais por
brincar com a joia, o que acentua os riscos de traumatismo e fraturas dentárias, além de
47
poder gerar hiperatividade muscular, higiene da joia deve ser incentivada e até mesmo ser
realizada pelo profissional, se necessário, visto que no estudo de Pearose,
Perinpanayagam e Wells (2006). A literatura odontológica sobre piercings bucais é
relativamente escassa e recente, tendo os primeiros relatos na década de 90. O assunto
ainda é, de certa forma, novo para os profissionais da Odontologia. Os locais de escolha
para colocação em região oral são a língua, lábios, freios lingual e labial (os mais
prevalentes, nesta ordem, sendo os dois primeiros os principais sítios onde ocorrem assino
Médio, cerca de 50% deles realizava a higiene da peça mensalmente e 21% anualmente.
São constituídos, mais comumente de materiais como prata, ouro, aço inoxidável
(aço cirúrgico), teflon, acrílico e titânio (1, 2, 3). Sua remoção é indicada por nós,
odontólogos, será feita se já houver quaisquer complicações previstas ou alguma condição
oral ou sistêmica instalada.
De acordo com Melo et. al. ressalta que o dentista deve estar preparado para
solucionar as principais complicações estes adereços podem gerar e Pécora (2) salienta,
que, a princípio, devemos recomendar a não instalação do piercing bucal ou, então,
orientar com relação aos riscos e prevenção de complicações, por meio da manutenção e
higiene. Nos casos em que o paciente não aceita a remoção, se instalada qualquer
intercorrência, sua intervenção para correção ou atenuação do problema se faz necessária,
a colocação do ornamento deve ser considerada um ato médico e os profissionais da saúde
devem aconselhar o paciente a procurarem estabelecimentos seguros, onde as devidas
precauções sejam seguidas e respeitadas, assim como a anatomia do local seja conhecida.
Destaca-se a susceptibilidade ao desenvolvimento de neoplasias à qual o indivíduo fica
exposto por trauma, liberação de metais ou alteração celular, potencializados ou não pelos
hábitos. Após a remoção, ainda podem surgir complicações estéticas, geradas pelas
cicatrizes deixadas pela perfuração (1,2) e formação de queloides, que são lesões
fibroelásticas, salientes, rosadas, avermelhadas ou escuras e às vezes brilhantes, causadas
por uma desordem fibroproliferativa, A língua é um órgão inervado por diferentes pares
cranianos, como o nervo trigémio, facial, hipoglosso e glossofaringeo. Existe o risco de
lesionar algum deles durante a colocação do piercing, podendo alterar o paladar ou a
função motora, dependendo do nervo afetado. Estes tipo de lesões é mais frequente com
os piercings dorsolaterais que com os dorsos ventrais, mas podem suceder com ambos
(Alis e Iglesias, 2005). A joia deve ser removida antes de comer ou dormir, e durante o
sono pode ocorrer trauma por mastigação ou hábitos parafuncionais.
Os “Piercers são pessoas sem habilitação profissional, autodidatas, que muitas vezes
desconhecem a anatomia humana (SHACHAM et al., 2003), as condições sistêmicas do
paciente e os parâmetros corretos de esterilização e assepsia”.
Tendo visto as possíveis complicações da colocação de piercing em cavidade oral,
ilustrando com caso clínico no qual houve encapsulamento dos objetos, sendo removidos,
de um lado, por acesso intraoral, e do outro, via extraoral, orientar o paciente quanto à
higienização de piercings orais, alertando sobre os riscos de complicações durante e após
a colocação. Permitir que o cirurgião-dentista possa orientar o paciente. Aos cirurgiões-
dentistas compete a responsabilidade de esclarecer os pacientes sobre sua aplicação oral,
48
orientando sobre riscos decorrentes do uso deste tipo de ornamento e instruindo quanto
aos cuidados a serem tomados, visto que a prática da colocação de piercings tem se
tornado cada vez mais habitual e que seu uso é uma opção do indivíduo e deve ser
respeitada.
Conclusão
Estes adereços podem levar ao desenvolvimento de defeitos mucogengivais
severos e requer uma cuidadosa avaliação periodontal regular, para avaliar recessão
gengival. Os pacientes devem ser educados e aconselhados sobre os riscos, quer pelo
médico dentista quer mediante folhetos informativos (Soileau, 2005). De Moor et al.,
(2000) cit in Carvalho et al., (2004), afirmaram que os profissionais da área da Medicina
Dentária têm a responsabilidade de esclarecer as complicações associadas ao uso de
piercing oral. Esta tarefa é extremamente difícil, visto que muitos dos adeptos
desconhecem os perigos para a saúde e resistem em remove-los (Dibart et al., 2002). São
necessárias maior formação, conhecimento, atitude, e alteração de comportamentos em
relação à utilização de piercings e tatuagens por parte do estudante de Medicina Dentária,
uma vez que no futuro poderão, quer como utilizadores, quer como médicos, ter de “lidar”
ou “saber lidar” bem com estes dispositivos no âmbito da clínica de medicina dentária e
do aconselhamento em saúde oral. É necessária a existência de novos estudos para que se
possam, no futuro, melhor orientar nossos pacientes quanto à saúde oral e também geral.
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Piercing. J. Am. Dent. Assoc., Chicago, v. 136, n. 4, p. 490-494, Apr. 2005.
50
GENGIVITE CAUSAS E TRATAMENTO
Autores: Evanice Vieira , Eryca
Marques, Gabriela Cristina e Georgiane
Flavia.
Resumo: A gengivite é uma doença que atinge grande parte da população Ela é uma das
doenças bucais mais comuns que se se manifesta clinicamente com sangramento nos
tecidos gengivais, sem perda de inserção óssea. Não é uma doença grave e de fácil
tratamento, porem se não for tratada pode levar a seria complicações. A gengivite pode
ocorrer em qualquer idade e é reversível desde que o biofilme dental seja removido e
medidas eficazes para o controle do mesmo sejam instituídas. O objetivo da pesquisa é
realizar uma revisão da literatura onde se pretende apresentar um breve relato sobre a
gengiva e a gengivite, identificar os fatores de risco associados a ela, expor métodos de
prevenção, causas e sintomas, tratamento de controle e descrever o papel do odontólogo
na prevenção desta doença.
Palavras-chave: Gengivite; placa bacteriana; fatores de risco.
.
INTRODUÇÃO
Segundo Xavier citado por Seixas (2010) A gengivite é a doença que é mais comum da
cavidade bucal e se manifesta clinicamente com sangramento dos tecidos gengivais.
“A gengivite é uma doença que atinge grande parte da população. Não é uma
doença grave e de fácil tratamento, porém se não for tratada pode levar a serias
complicações. Apesar do declínio de prevalência de cáries ao longo das últimas
décadas, as condições de saúde gengival mantiveram-se praticamente as
mesmas (CHAMBRONE, citado por SEIXAS, 2010)”.
De acordo com Martins citado por Seixas (2006) a gengivite está relacionada à formação
de biofilme dentário que muitas vezes pode acarretar inflamação nas gengivas, e a melhor
maneira de evitar as consequências gengivais é prevenir. De acordo com as literaturas
atuais vários são os possíveis tratamentos de gengivite, até mesmo uma higiene bucal. “O
Técnico em Saúde Bucal (TSB) tem papel importante para informar o paciente sobre
como tratar e controlar a doença tanto com ações educativas como clínicas”. (PINTO,
2008 citado por SEIXAS, 2010).
51
“O objetivo da pesquisa é realizar uma revisão da literatura onde se pretende
apresentar um breve relato sobre a gengiva e a gengivite, identificar os fatore
s de risco associados a ela, expor métodos de prevenção, tratamento e controle
e descrever o papel do Técnico em Saúde Bucal na prevenção desta doença”.
(SEIXAS, 2010).
METODOLOGA
Gengiva
Segundo com Oppermann et.al, (1999) citado por Seixas (2010) suas ideias sobre os
tecidos gengivais:
“De acordo com os tecidos envolvidos na sustentação dos dentes compõem o
periodonto que compreende: gengiva, ligamento periodontal, cemento
radicular e o osso alveolar”. Suas funções, o periodonto divide-se e m
periodonto de sustentação e de proteção. O primeiro é composto pelo cemento,
osso alveolar e ligamento periodontal. “O periodonto de proteção é formado
pela gengiva que é a parte da mucosa mastigatória que cobre o processo
alveolar e circunda a porção cervical dos dentes”.
Conforme Figueiredo, Parra (2002) citado por Seixas (2010), a gengiva é o meio onde os
tecidos gengivais que estão saudáveis é diretamente visíveis, devido a uma boa condição
saudável é caracterizada pela sua coloração rósea.
“As papilas interdentais são firme s, não sangram à sondagem delicada e ocupa
m todo o espaço disponível abaixo das áreas de contato. A presença do
pigmento melanina no epitélio pode dar a gengiva uma coloração de marrom
a preta. A gengiva exibe frequentemente, uma aparência pontilhada, e com
aspecto de casca de laranja. A textura gengival assume sua forma e textura
definitiva com a erupção dos dentes. A gengiva inflamada caracteriza-se pelo
acúmulo do biofilme, ou seja, interação hospedeiro microrganismo”.
(FIGUEIREDO, PARRA, 2002 citado por SEIXAS 2010).
Gengivite
“A gengivite é a doença periodontal mais frequente na população, estande amplamente
distribuída em todo o mundo como problema de saúde pública”.
(XAVIER, et.al. 2007 citado por SEIXAS (2010)).
De acordo com Pinto (2008) citado por Seixas (2010), diz que:
“A gengivite é um processo inflamatório que se desenvolve através das
bactérias que vivem na boca e se gruda m nos dentes por meio de uma película
pegajosa, formando a placa bacteriana ou biofilme dentário. Para que se possa
ter um adequado manejo clinica do processo saúde/doença no que se refere à
gengivite, é necessário compreender o que é biofilme. Biofilme dental pode
ser definido como agregados bacterianos que ocorre sobre os dentes ou
estruturas sólidas da cavidade bucal; é o fator de maior importância na
52
etiologia da cárie e das doenças periodontais. Há uma relação muito grande
com a higiene bucal deficiente. Após 10 a 20 dias de acúmulo de biofilme,
sinais clínicos de gengivite começa m a apare cer. A má higiene (escovação
deficiente ou falta do fio dental) é o principal motivo de instalação da
gengivite. Isso ocorre porque o biofilme dental que se forma nos dentes quando
os mesmos não são bem limpos, é o responsável pela irritação do tecido
gengival. O uso de aparelhos ortodônticos fixos facilita a retenção de restos de
alimentos e a adesão do biofilme favorecendo ainda mais o desenvolvimento
da doença nos casos e m que existe uma predisposição a ela”.
Conforme Pinto (2008) citado por Seixas (2010), a gengivite pode apresentar varia
alterações da cor gengival de rosa ate um tom mais avermelhado, isso varia de pessoa
para pessoa.
“Algumas situações fisiológicas e hábitos de vida podem colaborar para que a
gengivite se torne mais susceptível e m alguns pacientes. Isso pode ser bastante
observado durante a gravidez devido às alterações hormonais que acontecem
nesse período. Mesmo em pacientes com saúde gengival anterior podem
desenvolver a gengivite durante a gestação que pode ser generalizada ou
localizada. Também por causa da s alterações hormonais, os adolescentes são
pacientes que desenvolve m a gengivite com bastante frequência. Doenças e
alterações sistêmicas como diabetes, alterações cardiovasculares e
pulmonares, distúrbios hormonais, infecções pelo HIV, entre outra s podem
agravar o quadro de gengivite já existente acelerando sua progressão e
destruição tecidual, além de dificultar o tratamento”. (BOSCO et al., 2004
citado por SEIXAS (2010) .
O tabaco é um dos grandes responsáveis pela gengivite, apresenta uma maior gravidade
da doença em pessoas que fuma comparado a não fumantes. (PINTO (2008) citado por
SEIXAS (2010)).
De acordo com Oppermann et.al (1999) citado por Seixas (2010), “a
associação existente entre gengivite e o fator socioeconômico está diretamente
ligado à renda e escolaridade e associam-se a cálculo e sangramento gengival
de maneira estatisticamente significante. Portanto, indivíduo s de menor renda
e escolaridade apresenta deficiência na escovação. Sendo a deficiência na
escovação uma das principais causas de gengivite. Isto explicaria as
associações entre condições periodontais e os indicadores socioeconômicos
utilizado. É importante ressaltar que parte da população pode ser
geneticamente susceptível a doenças gengivais. Mesmo o indivíduo tendo uma
boa higienização oral, bom hábito alimentar, pode estar pré disponível a estes
problemas por causa da genética. Variações na resposta do hospedeiro são
mediadas por herança genética”.
“A gengivite pode ocorrer e m qualquer idade e é reversível desde que o biofilme dental
seja removido e medidas eficazes para o controle do mesmo sejam instituídas”
(GEBRAN, et. al, (2002) citado por Seixas (2010).
Periodontite
53
De acordo com Dias (p.30, 2012), a periodontite é o estagio final causada pela placa
bacteriana, ou, seja o biofilme que se acumula sobre os sulcos gengivais e os dentes.
Conforme Dias (p. 30, 2012), afirma:
“Se não houver uma higiene correta da boca, as bactérias depositam produtos
tóxicos na gengiva causando inflamações e desenvolvimento da doença, se não
for ratada a tempo, essa doença pode atingir toda gengiva, os tecidos e as fibras
que dão suporte aos dentes na arcada dentária, podendo ocorrer perda de dentes
e de tecido ósseo, chegando então ao quadro clássico de periodontite”.
CAUSAS E SINTOMAS
Segundo Ferreira, a placa bacteriana é uma película mole e viscosa formada
principalmente por bactérias.
“A placa bacteriana solidifica em sarro (tártaro) quando permanece mais de 72 horas nos
dentes e não se consegue retirá-la integralmente com a escova nem com o fio dental.
Embora a causa principal da gengivite seja a placa bacteriana, outros fatores podem
agravar a inflamação, especialmente a gravidez, a puberdade e os medicamentos
contraceptivos" (FERREIRA, 2010).
Conforme Ferreira (2010), diz que:
“Na gengivite simples, o aspecto das gengivas é mais vermelho que rosado.
Incham e movem-se em vez de estarem firmemente adaptadas aos dentes. As
gengivas, muitas vezes, sangram quando se escovam os dentes ou ao comer.
Se a gengivite for grave, o travesseiro pode aparecer manchado de sangue pela
manhã, particularmente quando a pessoa respira pela boca. Em algumas
ocasiões, a deficiência de vitaminas pode causar gengivite. A carência de
vitamina C (escorbuto) pode produzir inflamação e sangramento das gengivas.
A carência de niacina (pelagra) também causa hemorragia nas gengivas e
predisposição para certas infecções bucais. Na pericoronite, a gengiva inflama-
se e cavalga sobre um dente que não saiu ainda completamente, em geral um
queixal do siso. A porção da gengiva que cobre o queixal que só emergiu
parcialmente pode reter líquidos, restos de comida e bactérias”.
A redução de frequência da ingestão de açúcares e ter o habito de escovar os dentes
sempre após as refeições reduz a formação de placa bacteriana e consequentemente
ocorrência de gengivite. (FERREIRA, 2010).
Tratamento da gengivite
De acordo com Gebran, et.al (2003) citado por Seixas (2010), revela que:
54
“O principal objetivo do tratamento da gengivite é o controle do biofilme
dental. Hoje, o controle mecânico de biofilme é o método mais aceito por ser
mais efetivo acessível e difundido para controle do biofilme dental, atuando na
sua prevenção e tratamento da gengivite. Entende-se por prevenção uma
barreira interposta à doença”.
A execução mecânico do biofilme como escova e o fio dental ocupa lugar em destaque
na higiene bucal além de um hálito adquirido, ainda mais com vem de um estimulo através
do incentivo dos pais. (GUEDES-PINTO, 2003 citado por SEIXAS, (2010)).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considera-se que a gengivite é uma doença bacteriana que se manifesta na grande maioria
da população, apesar de não ser uma doença grave, pode levar a eventuais complicações
à saúde bucal, quando não tratada. A prevenção e tratamento da gengivite têm como
objetivo possibilitar a desorganização e controle do biofilme dental , assim como ,
promover a ação sobre os fatores de risco associado s a esta doença.
O Técnico em Saúde Bucal tem um papel relevante na educação em saúde bucal,
motivando o autocuidado ao paciente e prevenindo a instalação da gengivite, em
indivíduos e comunidades, na atuação cotidiana de sua prática profissional.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
DIAS, Carlos Renato. Promoção e proteção da saúde na Família: o cotidiano da
prevenção. 2. ed. cap.15. p.30. São Paulo: Santos, 2012.
FERREIRA, Terezinha de Freitas. A Gengivite quase sempre é consequecia da
escovação incorreta. AGAZETA. Acedido em: 01 de Julho de 2010, em:
http://agazetadoacre.com/a-gengivite-quase-sempre-e-consequencia-da-escov acao-
incorreta-2/.
PINTO, Vitor Gomes. 6. ed. São Paulo: Santos, 2014. Saúde Bucal Coletiva.
CHIAPINOTTO, Geraldo Augusto. Etiologia e prevenção da Doença periodontal. (
cap.15, p. 582. 2013).
SEIXAS, A.R. Prevenção e Tratamento da Gengivite na Prática do Técnico
em Saúde Bucal . Revista Gestão & Saúde, Curitiba, v.1, n.2, p. 37-41. 2010.
55
SÍNDOME DA NEURALGIA DO TRIGEMEO:
A PIOR DOR DO MUNDO.
Autores: Amanda Kariny garcia quintiliano, Gustavo Traldi Botelho de Carvalho, Hitalo Gustavo Da Silva Pinho, João Victor Bonfim
Lourenção RESUMO
Qual a explicação de viver todo os dias sem poder receber um beijo do seu
namorado, cônjuge ou familiares sem que haja dor, ou simplesmente poder acariciar os
cabelos com a convicção de que esse ato não acabe se tornando sessões de gemidos e
dores. A neuralgia do nervo trigêmeo por se tratar de uma patologia crônica debilitante,
pode ser diagnosticada pelo estudo e interpretação do conjunto de sinais e sintomas
observados no exame de um paciente como também pesquisa e a determinação das causas
e origens apresentadas pelo paciente, sobretudo, a sequelas traumáticas ou processos
degenerativos fisiológicos associados à compressão vascular. Nesse trabalho vamos
abordar esse assunto relatando sua origem, sintomas, diagnósticos e tratamentos através
de casos relatados.
PALAVRA CHAVE: Nervo Trigêmeo, Neuralgia do Trigêmeo
INTRODUÇÃO
Em 1677, John Locke, médico norte americano descreveu o primeiro relato da
neuralgia trigeminal. Segundo a literatura, tratava-se de uma mulher, esposa de um
embaixador inglês. Após esse período, em 1773, John Forthergill descreve a neuralgia do
trigêmeo vindo a ser definida mais tarde, em meados do século XVII por Nicolas André
como uma entidade clínica. A neuralgia trigeminal ou tic doloureux para os franceses está
no módulo 12 da Classificação Internacional de Cefaléias (CIC) de 1988, as quais
apresentam-se como nevralgias cranianas, dor de tronco nervoso e dor na desaferentação.
Revista Dentística on line – ano 5, número 11, janeiro / junho, 2005. ISSN 1518-4889 -
http://www.ufsm.br/dentisticaonline Neuralgia trigeminal – do diagnóstico ao
tratamento. 47. Nos EUA de cada 1.000.000 de habitantes, 155 indivíduos possuem esse
tipo de dor e numa comunidade francesa manifestou-se em 0,1% dos indivíduos. A dor
da neuralgia típica do trigêmeo é em forma de choque ou queimação, de curtíssima
duração, e normalmente provocada por toque não nociceptivo (receptores nervosos da
dor) em uma “zona de gatilho” que pode ser na pele, na mucosa e até no próprio dente.
Em alguns casos podem ser afetados simultaneamente dois ramos. Os dados a
respeito dessa neuropatia mostram que acontecem mais em pessoas idosas e do gênero
feminino, sendo rara antes dos 35 anos de idade. A média etária dos doentes, no início da
sintomatologia, situa-se entre a sexta e oitava década de vida.
56
DESENVOLVIMENTO:
Nosso trabalho está baseado no relato da artesã Tatiana de São Paulo que através
do meio de comunicação que é Tv pode falar sobre seus 10 anos de dor, onde podemos
acompanhar essa doença pouquíssimo conhecida, mas extremamente cruel, que é a
neuralgia do trigêmeo. Essa doença causa uma dor considerada pela medicina como a
pior dor do mundo. “De zero a dez, existem escalas. A única dor máxima possível que
existe no ser humano é a da neuralgia do trigêmeo, ” explica o professor Manoel Teixeira,
especialista no assunto
Ela conta que sua primeira dor veio como choque. Na hora, ela não deu bola. Aí,
a partir do terceiro, mais ou menos, ela pensou em procurar a dentista. Eu extraí o dente
do siso e extraí mais um outro, por pensar que as dores eram decorrentes desses dentes.
As dores só aumentavam e a artesã não conseguia descobrir o que tinha. “Depois de um
ano sofrendo, resolvi procurar na internet, até que chegou na neuralgia do trigêmeo”, ela
conta.
Tatiana consultou um neurologista e começou a se tratar.
CONCEITO E ORIGEM DO NEURALGIA DO TRIGEMEO.
A neuralgia do trigêmeo, também conhecida como nevralgia do nervo trigêmeo,
síndrome da dor facial paroxística, doença de Fortherghill ou prosopalgia dolorosa,
consiste em um distúrbio neuropático do nervo trigêmeo que leva a episódios
intensamente dolorosos dos lábios, gengivas, bochechas, mandíbula e infrequentemente
da região inervada pela divisão oftálmica do quinto par craniano.
Ainda não se sabe ao certo qual a etiologia de todos os casos clínicos desta
afecção. De acordo com observações clínicas, foi levantada a hipótese de que a neuralgia
do trigêmeo seja resultante da compressão do nervo trigêmeo por vasos ou tumores. Deste
modo, a mielina presente nas células nervosas é removida das mesmas levando à
despolarização anormal, com a presença de impulsos ectópicos, que se manifestam na
forma de dor.
“É um choque, o choque dura segundos. Só que depois do choque, fica uma dor nessa
região do rosto. Eu estou dormindo e eu sou acordada, eu pulo na cama com esses
choques. Um simples abraço, tão comum alguém vir te abraçar, dar um beijo. São coisas
comuns a todo mundo, mas para mim, em épocas de crise, é cruel”, conta Tatiana.
“Pentear os cabelos, escovar os dentes, lavar os cabelos. Consigo, às vezes, mais fácil, às
vezes, menos fácil. ”, ela diz.
Tatiana passou a tomar anticonvulsivos e antiepiléticos todos os dias. Não foram
suficientes. Então, recorreu a uma cirurgia.
“Eu fiz a primeira rizotomia, que é o procedimento com o balão. Eles fazem um furinho
nessa região do rosto, inserem um cateter. Esse cateter leva um balãozinho na ponta.
57
Quando chega em cima da ramificação do nervo, eles inflam o balão. É como se ele
tivesse tirado a pressão”, ela descreve.
“O único sonho que eu tenho é voltar a ter uma vida normal”, resume Tatiana.
O QUE ESSA DOENÇA CAUSA NO PACIENTE.
A neuralgia do trigêmeo é um distúrbio nervoso que provoca uma dor lancinante
na região do rosto por onde passa o nervo trigêmeo responsável por carregar as mensagens
resultantes das sensações do rosto para o cérebro.
Essa dor que o paciente sente é causada pela mudança na estrutura ou função
neurológica devido a alguma irritação ou machucado no nervo. Essa doença afeta cerca
de um milhão de pessoas no mundo.
TRATAMENTO
O tratamento para neuralgia do trigêmeo geralmente começa com o uso de
medicamentos anticonvulsivas como a Carbamazepina, o Baclofeno e a Gabapentina
geralmente são de grande valia para o tratamento clínico da trigeminalgia. Em muitos
casos não e necessário tratamento adicional.
No entanto ao longo do tempo algumas pessoas com essa condição podem parar
de responder aos medicamentos ou então passam a ter efeitos colaterais desagradáveis.
Para essas pessoas injeções e cirurgia podem ser opções viáveis A neurotomia do
trigêmeo por balão, por exemplo, é um procedimento que pode ser realizado sob sedação
e anestesia local e, através de uma punção por agulha ao lado da boca, o nervo trigêmeo
é alcançado. Então, realiza-se uma pequena compressão da raiz nervosa com o auxílio de
um balão. Esta compressão é suficiente para impedir a transmissão dos impulsos
dolorosos através do nervo e a pessoa pode ficar livre da dor por meses, ou até
definitivamente. Outras opções como a rizotomia por radiofrequência e a descompressão
neurovascular através de craniectomia suboccipital são também opções terapêuticas
muito interessantes para determinados casos e podem levar a cura da doença. Converse
com o seu neurocirurgião e descubra qual a melhor forma de tratamento para o seu caso
Agora se a neuralgia do trigêmeo for causada por outro problema mais grave o médico
devera tratar a doença subjacente especificas
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos assim concluir que por ser uma doença rara a neuralgia do trigêmeo não
possui uma cura especifica e sim tratamentos através de medicamentos ou cirurgias que
podem não dar, bons resultados como no caso de Tatiana que foi relato, como método de
solução o ministério da saúde através de ações de orientação e alerta deve abranger mais
sobre esse assunto para as pessoas possam se atentar para possíveis sintomas que
caracterizam essa doença.
58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/02/mulher-convive-com-pior-dor-do-
mundo-ha-sete-anos.html
https://www.neurocirurgia.com/content/neuralgia-do-trig%C3%AAmeo
Greenberg. MS, Manual de Neurocirurgia. O'Connor T, Atlas of Pain Injection
Techniques
http://www.infoescola.com/doencas/neuralgia-do-trigemeo/
http://www.ict.unesp.br/disciplina/anatomia/nevralgia%20trigeminal%20-
%20QUESADA%20-%20BRASIL.pdf
http://www.revistacirurgiabmf.com/2004/v4n4/pdf/v4n4.1.pdf
59
PREVALÊNCIA DO PROLONGAMENTO DO PROCESSO ESTILÓIDE
EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS
Anne Caroline Velho BARBOSA
Nathalia Almeida Tamandaré CATOSSO
Leonardo José Ferreira MAIA
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência do prolongamento do processo
estilóide em radiografias panorâmicas. Foram selecionadas aleatoriamente pelo Cirurgião
Dentista Leonardo José Ferreira MAIA no arquivo do curso de ortodontia da FAIPE, 151
radiografias panorâmicas que foram avaliadas e medidas em relação ao processo estilóide
do osso temporal. Foram consideradas com prolongamento do processo estilóide, àquelas
onde ultrapassasse 30 mm de comprimento. 51,65% das radiografias apresentaram
prolongamento do processo estilóide, mostrando uma prevalência para o sexo feminino
(53%), sendo este na maioria dos casos bilateralmente (59%), ocorrendo mais na faixa
etária de 10 a 20 anos. Conclui-se que as mulheres são mais acometidas e a incidência
bilateral predomina.
PALAVRAS CHAVES Radiologia, radiografia panorâmica, processo estilóide.
INTRODUÇÃO
O processo estilóide é uma projeção óssea fina que se origina na porção inferior do osso
temporal, medial e anteriormente ao forame estilomastóideo. Nele inserem-se os
ligamentos estilofaríngeo, estilomandibular e estilo-hióideo. Seu comprimento normal é
de 2,5 a 3,0 cm, e excedendo-se este tamanho passa a ser considerado alongado. Este
prolongamento é considerado uma anomalia que pode ser acompanhada pela calcificação
do ligamento estilo-hióideo e estilomandibular, podendo originar sintomas como dor
craniofacial e cervical. (GUIMARÃES et al., 2010)
Este alongamento pode ser decorrente de alguns fatores que possa desencadear a
osteogênese como, por exemplo, o trauma. (TIAGO et al., 2002)
O processo estilóide varia em comprimento de diferentes maneiras em cada
paciente. Qualquer processo com 30 mm ou mais de comprimento, é considerado
alongado. (ROSA et al., 2008 apud GONÇALES et al., 2003)
60
A síndrome de Eagle foi descrita em 1937 onde o autor relatou 200 casos de
apófises estilóides alongadas que se associavam a sintomas faríngeos e cervicais.
(YAMAGUSHI, 2005)
A sintomatologia da síndrome de Eagle inclui dor faringeana recorrente, cefaléia,
otalgia, odontalgia, dor cervical, facial, em língua e ao longo das artérias carótidas interna
e externa sendo que, durante dor severa pode ocorrer perturbação visual, tontura e
síncope. Além disso, há graus variados de disfagia, odinofagia, disfonia, sialorréia,
hipoacusia, restrição dos movimentos cervicais, sensação de corpo estranho na garganta
e trismo. (GUZZO et al., 2006)
O exame radiográfico panorâmico é o método que possibilita a avaliação dos
terços médio e inferior da face, inclusive das estruturas ósseas da articulação
temporomandibular e áreas de tecido mole adjacentes, é a técnica radiográfica extrabucal
mais solicitada em odontologia. O processo estilóide é visualizado posteriormente ao
meato acústico externo, com trajetória descendente e para anterior. Quando alongado,
frequentemente encontra-se projetado superposto ao ramo ascendente da mandíbula,
sendo facilmente identificado. (GUIMARÃES et al., 2010)
A radiologia odontológica apresenta grande importância, uma vez que, a partir da
visualização de radiografias, é possível facilitar a abordagem das algias e disfunções dessa
região. Sua contribuição se refere aos casos assintomáticos, pois nos exames rafiográficos
de rotina, podem ser diagnosticadas alterações no processo estilóide relacionadas também
ao aparelho estomatognático. É possível utilizar as técnicas radiográficas panorâmica, de
perfil, fronto-naso e tomografias lineares. (MORAES et al., 1991)
OBJETIVO
Avaliar a prevalência do prolongamento do processo estilóide em radiografias
panorâmicas.
METODOLOGIA
A amostra foi composta por 151 radiografias panorâmicas, escolhidas de forma
aleatória no arquivo do curso de especialização em ortodontia da FAIPE – Cuiabá / MT,
que foram avaliadas em relação à presença de prolongamento do processo estilóide e/ou
calcificação do ligamento estilo-hióideo.
As radiografias foram avaliadas por um único examinador previamente treinado,
utilizando-se negatoscópio e paquímetro digital. Foram consideradas imagens
61
compatíveis com alteração, àquelas em que o processo estilóide do osso temporal
ultrapassasse 30 mm de comprimento.
Dados como idade, sexo e lado afetado foram cuidadosamente anotados para
posteriormente serem analisados e interpretados. Para isso foi utilizado o programa
Microsoft Excel.
Recorreu-se à análise descritiva dos dados através de tabelas.
RESULTADOS
Os valores obtidos foram submetidos à análise estatística descritiva.
De um total de 151 radiografias panorâmicas selecionadas e analisadas, 78
(51,65%) apresentaram prolongamento do processo estilóide, mostrando uma predileção
para o sexo feminino, 41 (53%), contra 37 (47%) para o sexo masculino.
Notou-se que a freqüência de prolongamento do processo estilóide é maior nos
intervalos etários entre 10 a 20 anos (34,61%), 21 a 30 anos (24,35%), 31 a 40 anos
(25,64%) e menor nas idades entre 41 a 50 anos (14,10%), 51 a 60 anos (1,30%). Como
mostra a tabela 1.
Tabela 1. Distribuição dos indivíduos de acordo com a idade.
Idade N. %
10 a 20 27 34,61
21 a 30 19 24,35
31 a 40 20 25,64
41 a 50 11 14,10
51 a 60 1 1,30
61 a 70 0 0
Total 78 100
Quanto à distribuição da anomalia de acordo com o lado afetado, verificou-
se que a bilateralidade em 46 (59%) indivíduos, prevalece sobre a unilateralidade em 32
(41%) indivíduos, sendo que destes, 20 (25,65%) apresentaram apenas o lado direito
afetado e 12 (15,35%) apenas o lado esquerdo. Tabela 2.
62
Tabela 2. Distribuição da anomalia de acordo com o lado afetado.
Lado N. %
Direito 20 25,65
Esquerdo 12 15,35
Ambos 46 59
Total 78 100
DISCUSSÃO
A apófise estilóide é uma projeção óssea cilíndrica de 2,5 cm que se origina na
porção timpânica do osso temporal, ântero-medialmente ao processo mastóide, situando-
se entre as artérias carótidas interna e externa, servindo de inserção aos músculos:
estilohióideo, estiloglosso e estilofaríngeo, e dando origem a dois ligamentos,
estilomandibular e estilo-hióideo, sendo que este último prolonga-se até o corno menor
do osso hióide. Medialmente à apófise estilóide encontram-se os nervos cranianos
glossofaríngeo, vago e acessório. (GUZZO et al., 2006)
A radiografia panorâmica é o método que possibilita a avaliação dos terços médio
e inferior da face, incluindo as estruturas ósseas da articulação têmporomandibular e áreas
de tecido mole adjacentes, sendo a técnica de escolha preferencial para essa observação,
por ser de fácil execução e de uso rotineiro.
Das 151 radiografias panorâmicas avaliadas, 78 (51,65%) apresentaram
prolongamento do processo estilóide, mostrando uma predileção para o sexo feminino
(53%). A mesma relação quanto ao sexo foi encontrada nos trabalhos de (GONÇALES et
al., 2003) e (GUIMARÃES et al., 2010) sendo o sexo feminino acometido
predominantemente.
Em nosso estudo o prolongamento do processo estilóide ocorreu de forma
bilateral em (59%) dos casos e unilateral em (41%) o que vem de encontro aos resultados
obtidos por (FERRARIO et al., 1990) que também relatou a predominância bilateral do
prolongamento.
Neste trabalho, os casos unilaterais tiveram uma leve predominância para o lado
direito, sendo este resultado diferente dos achados no trabalho de (GUIMARÃES et al.,
2010), em que o lado esquerdo foi mais afetado.
63
Este trabalho veio salientar a importância em avaliar o processo estilóide nas
radiografias panorâmicas, uma vez que, quando este se encontra alongado e associado a
sintomas clínicos, pode caracterizar uma síndrome (Síndrome de Eagle), devendo o
profissional estar atento, uma vez que possui uma parcela significativa da população com
esta anomalia.
CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos, conclui-se que das 151 radiografias
panorâmicas avaliadas, 78 (51,65%) apresentaram prolongamento do processo estilóide.
Houve uma maior ocorrência da anomalia na faixa etária entre 10 e 40 anos e maior
predileção para o sexo feminino (53%). Quanto ao lado afetado, o prolongamento do
processo estilóide foi maior bilateralmente do que unilateralmente.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, KM de et al. Styloid process elongation and calcification in subjects
with TMD: Clinical and radiographic aspects. Departamento de odontologia restauradora,
Faculdade de odontologia de Ribeirão Preto, USP/SP. J 23 (4) 2012.
FERRARIO, VF et al. Calcification of the stylohyoid ligament: incidence and
morphoquantitative evaluations. Oral surg oral med oral pathol. 1990; 69 (4): 524-9.
GELABERT-GONZÁLES, M; GARCIA-ALLUT, A. Síndrome de Eagle. Una
causa poco frecuente de cervicalgia. Servicio de neurocirugia. Hospital clínico
universitário. Departamento de cirugia. Universidade de Santiago de Compostela. 2008;
19: 254-256.
GONÇALES, ES et al. Síndrome de Eagle: estudo radiográfico da incidência de
processos estilóides alongados. Salusvita. 2003; 22 (1): 15-33.
GUIMARÃES, AGP et al. Prevalência do prolongamento do processo estilóide
e/ou calcificação do ligamento estilo-hióide em radiografias panorâmicas. Rev. Gaúcha
Odontologia. Porto Alegre – RS; 2010.
GUZZO, FAV et al. Síndrome de Eagle: Relato de caso. Revista Paraense de
Medicina. Vol. 20, Outubro – dezembro 2006.
LOPES, MR. Ocorrência de imagens sugestivas de alongamento do processo
estilóide em radiografias panorâmicas. Dissertação de mestrado do programa de pós
graduação em saúde e desenvolvimento na região centro-oeste, da Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul. Campo Grande – MS, 2010.
64
MORAES, S et al. Síndrome de Eagle: Relato de um caso. Rev. Bras. Odontol.
1991 mar-abr, 48 (2): 30-2, 34-6.
REIS, S dos SPM et al. Processo estilóide alongado: Relato de dois casos. JBA,
Curitiba, v1, n.4, p 296-300, out/dez 2001.
ROSA, RR et al. Síndrome de Eagle: Revisão de literatura sobre variações,
diagnóstico e tratamento. Revista de odontologia da Universidade de São Paulo, 2008 set-
dez; 20 (3) : 288-94.
TIAGO, RSL et al. Síndrome de Eagle: avaliação do tratamento cirúrgico. Rev.
Bras. Otorrinolatingol. 2002 mar/abr; 68 (2): 196-201.
YAMAGUSHI, CA. Um estudo da etiologia das alterações dos ligamentos
estilohióide (Síndrome de Eagle) e estilomandibular (Síndrome de Ernest) e suas relações
com as DCMs [Tese-Mestrado]. São Paulo (SP): Faculdade de odontologia da
Universidade de São Paulo; 2005.
65
UMA VISÃO GERAL SOBRE A SAUDE BUCAL DOS IDOSOS
Autores:Claudimar de Lima Pinto , Leonardo Victor da Gama Silva de Arruda, Rafael Severino, Kenny Roger
Ferreira Correa
Resumo
Objetivo: Analisar artigos a quais foram falados sobre a saúde bucal do idoso em um
olhar mais amplo, visando abordar os mais diversos casos.
Metodologia: foram realizados estudos bibliográficos a partir de artigos que trouxessem
em pauta tal assuntos, colaborando para tal trabalho. Conclusão: A saúde bucal dos
idosos no Brasil é (mesmo em pleno século 21) muito precária, uma vez que predomina-
se o edentualismo e uma má higiene oral.
Palavras Chave: Idosos, Saúde Bucal, Precariedade.
Introdução
A população brasileira vem cada vez mais envelhecendo, e sendo assim, deve-
se de ter um olhar para a saúde dessa população cada vez mais dominante, os idosos.
É visto também que há necessidade intensa de melhorias nos setores de
atendimento à população idosa, já que seu aumento significativo é uma realidade ao
país, principalmente nos atendimentos médicos especializados (como os geriatras), na
acessibilidade (devido a redução da mobilidade), melhoria nos valores de
aposentadorias, atendimentos prioritários, entre outros fatores que envolvem
diretamente a vida da população idosa no dia a dia, pois ela requer cuidados
diferenciados e adaptados as suas necessidades. (Wellington Souza Silva,2014)
Observando os dados
Em uma pesquisa, apurando dados, Martins(2007) chegou a contabilidade de
que (...) dos 5 009 participantes, 46,0% eram dentados e 54,0% edentados. A
prevalência de uso de serviço odontológico no último ano foi 26,6 e 10,4%,
respectivamente. Entre dentados, o uso foi maior entre aqueles com maior
66
escolaridade, que percebiam sua mastigação como péssima/ruim e que relataram
sensibilidade dolorosa; e menor entre os que não receberam informações sobre saúde
bucal, que percebiam sua saúde bucal como ruim/péssima, que tinham menor renda per
capita, que precisavam de prótese e já a usavam, que precisavam de prótese e não a
usavam, que tinham problemas periodontais e maior número de dentes extraídos. Entre
edentados, o uso foi maior entre aqueles com maior escolaridade e os que relataram
sensibilidade dolorosa; e menor entre os idosos identificados como não-brancos e os
que não receberam informações sobre saúde bucal.
A histórica escassez de atenção odontológica para grupos não-escolares requer
que políticas públicas de promoção de saúde bucal para as pessoas idosas sejam
formuladas, para que elas possam viver essa época da vida com qualidade. Contudo, a
acumulação de cárie e doença periodontal não tratada e o elevado edentulismo, que
demanda por reabilitação protética, requerem maior interesse em modificar o quadro de
desatenção para com a saúde bucal do idoso brasileiro, e não apenas nos centros
urbanos. (Moreira RS et al. 2005)
Observando e analisando a fundo, percebemos que o um problema que faz com que a
saúde do idoso seja precária é a falta de conhecimento para com seus direitos, direitos
esses de ter um cuidado a saúde bucal a sua disposição, de ter o conhecimento das
maneiras corretas de se fazer uma boa higiene oral, e entre outras coisas ligadas a falta de
conhecimento.
A falta de assistência odontológica posterior à colocação da prótese, é um dos fatores
que justificam os elevados percentuais de necessidade de reparo ou substituição, assim
como a alta prevalência de lesões associadas às mesmas (Fernandes et al., 1997; Frare et
al., 1997; Meneghim & Saliba, 2000; Rosa et al., 1992).
O estudo de Rosa et al. (1992) mostrou que a necessidade de prótese encontrada na
amostra domiciliar foi bem inferior àquela encontrada nas instituições, onde os idosos
geralmente são de baixa renda.
Quanto ao uso de prótese total, segundo COLUSSI, C. F. & FREITAS, S. F. T.(2002) os
resultados dos estudos analisados mostraram que é mais utilizada no arco superior do que
no inferior.
Segundo Frare et al. (1997), a maior parte dos edêntulos não utiliza a prótese total
inferior alegando desconforto com a mesma. O percentual da população que não usa nem
necessita de próteses é muito pequeno.
67
Considerações Finais e Discussão
Foram analisados diversos artigos para estudo, sendo 21 artigos, aos quais apenas 7 foram
relevantes para a construção do artigo, sendo que os trabalhos com a combinação de
descritores (Saúde Bucal do Idoso) foi o que melhor se associou com a temática e objetivo
do trabalho. A partir das análises feitas sobre os artigos, chega-se à conclusão que o
Brasil ainda tem muito a melhorar quanto a saúde do idoso, uma vez que a mesma é
precária, já que muitos idosos não têm nem mesmo o conhecimento e informação para
com sua saúde Bucal, não sabendo na maioria das vezes como se fazer uma boa higiene
oral. Outra parte, não conhecem seus direitos quanto a saúde bucal em setor público, uma
vez que está em seu dispor uma gama de profissionais trabalhando em
multidisciplinaridade para devolver ao idoso sua integridade em saúde.
Cabe ao governo, organizar projetos a quais mostram e evidenciam para um público
em geral informações para com os cuidados que deve-se de ter com a saúde oral; Deixar
sabido os programas de saúde que estão à disposição de cada um, não só para o público
idoso, mas também na infância, uma vez que é nessa fase que se há uma formação de
conceitos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Wellington Souza SilvaGraduado em Geografia (Centro Universitário Fundação Santo
André, 2014)
<https://www.infoescola.com/geografia/envelhecimento-da-populacao-brasileira/>
Martins AMEBL, Barreto SM, Pordeus IA. Uso de serviços odontológicos entre idosos
brasileiros. Rev Panam Salud Publica. 2007;22(5):308–16.
68
Rafael da Silveira Moreira, Lucélia Silva Nico, Nilce Emy Tomita, Tânia Ruiz. A saúde
bucal do idoso brasileiro: revisão sistemática sobre o quadro epidemiológico e acesso aos
serviços de saúde bucal. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 21(6):1665-1675, nov-dez,
2005.
Claudia Flemming Colussi, Sérgio Fernando Torres de Freitas. Aspectos epidemiológicos
da saúde bucal do idoso no Brasil. Programa de Pós-graduação em Saúde Pública, Centro
de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina. 2002.
FERNANDES, R. A. C.; SILVA, S. R. C.; WATANABE, M. G. C.; PEREIRA, A. C. & MARTILDES, M. L. R.,
1997. Uso e necessidade de prótese dentária em idosos que demandam um Centro de Saúde.
Revista Brasileira de Odontologia, 54:107-110.
ROSA, A. G. F.; FERNANDEZ, R. A. C.; PINTO, V. G. & RAMOS, L. R., 1992. Condições de saúde
bucal em pessoas de 60 anos ou mais no Município de São Paulo (Brasil). Revista de Saúde
Pública, 26:155- 160
FRARE, S. M.; LIMAS, P. A.; ALBARELLO, F. J.; PEDOT, G. & RÉGIO, R. A. S., 1997. Terceira idade:
Quais os problemas bucais existentes? Revista da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas,
51:573- 576.
69
BRUXISMO E DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: UM DESAFIO PARA
A ODONTOLOGIA
Beatriz Rauber Pacheco Santos. FAPAN, Odontologia. Daniel de Souza Cardoso. FAPAN, Odontologia.
Brendha Victoria de Paula Almeida.FAPAN, Odontologia.
Resumo
O objetivo deste artigo é explanar sobre o bruxismo, relatando como essa ato
parafuncional atinge a saúde do indivíduo. O Bruxismo ou Bruxomania é relatado desde
os tempos bíblicos e citado na literatura científica há quase um século, é definido como
um ato parafuncional, ou seja, não é relacionado à execução das funções normais, na qual,
acaba levando o indivíduo a ranger ou apertar os dentes de forma voluntariamente ou
involuntariamente, esse ato pode ocorrer tanto no período diurno quanto noturno. O ato
de ranger ou apertar os dentes provocado pelo bruxismo gera danos em todo o sistema
estomatognático, uma vez que não envolve somente questões ósseas, dentais e
musculares, os dentes ficam doloridos e acabam ficando soltos do tecido periodontal, e,
às vezes, as partes oclusais são literalmente desgastadas. A metodologia utilizada foi
através de pesquisa bibliográfica exploratória em fontes como livros, sites e artigos como
uma análise qualitativa dos dados para atender o objetivo desta pesquisa. Logo, entende-
se que a atividade parafuncional é um dos principais fatores que estão associados tanto
ao bruxismo quanto a disfunção temporomandibular (DTM) e que a odontologia assume
um grande papel importante nesse caso, pois atua como identificadora da problemática e
muitas vezes tentar tratar esta atividade
Palavras-chave: Bruxismo, Dentes, Desgaste.
Introdução
Descrito desde os tempos bíblicos e citado na literatura científica há quase um
século, pouco ainda se sabe sobre esse tema tão peculiar. Estudiosos ainda discutem sobre
sua origem, onde não se define em qual área pertence, psicológica, odontológica ou
médica. GAIDA (2004).
De acordo com Silva et al (2009), o termo Bruxismo vem do grego “bruchein” e
tem como significado fricção, atrito ou apertamento dos dentes. Bruxismo ou Bruxomania
é definido como um ato parafuncional, ou seja, não é relacionado à execução das funções
normais, na qual, acaba levando o indivíduo a ranger ou apertar os dentes voluntariamente
ou involuntariamente, podendo ocorrer tanto no período diurno – Bruxismo de Vigília,
quanto noturno – Bruxismo do Sono provocando desgastes nos dentes e dores. O termo
“Bruxomania” foi utilizado no ano de 1907 na literatura odontológica, porém, somente
no ano de 1931, esse nome foi substituído por Bruxismo.
O Bruxismo é retratado também como, um distúrbio de movimentos
estereotipados, associado frequentemente com microdespertares, que seria por outras
palavras, o quase acordar, embora não totalmente. A pessoa não se apercebe disso, apesar
70
de na maior parte das vezes, tenha uma reação qualquer como, por exemplo, virar-se na
cama.
O simples ato de ranger ou apertar os dentes acarreta efeitos em todo o sistema
estomatognático, uma vez que não envolve somente questões ósseas, dentais e
musculares, os dentes ficam doloridos e acabam ficando soltos do tecido periodontal, e,
às vezes, as partes oclusais são literalmente desgastadas.
O estresse, e a ansiedade considerados fatores emocionais, e interferências
oclusais, distúrbios neurais são citados como desencadeantes desse hábito, no entanto,
não existe uma regra geral. E entre os efeitos indesejáveis resultantes desse distúrbio
estão: desgaste dos dentes, hipersensibilidade dentária a estímulos térmicos, dor orofacial
e cefaleia temporal. Problemas que envolvam a articulação da mandíbula, como síndrome
da articulação têmporo-mandibular (ATM) também são desenvolvidas.
A articulação temporomandibular (ATM), por ser a única articulação móvel do
crânio é considerada a mais complexa do nosso corpo, pois, possui a articulação dupla do
côndilo, que permite movimentos rotacionais e translacionais. O termo DTM, que seria
disfunção temporomadibular é usado para reunir um conjunto de doenças que atingem os
músculos mastigatórios. DONNARUMMA (2010).
A disfunção temporomadibular pode ser dividida em dois grupos: as de origem
muscular, na qual, sintomas e sinais são relacionados com a musculatura estomatognático,
e de origem articular, isto é, aquelas em que o sintomas e os sinais estão relacionados a
ATM. Além disso, a DTM tem causas multifatoriais, que é associado a fatores
psicológicos, visto que, há um aumento do desempenho muscular que gera fadiga e
espasmo. Hábitos parafuncionais, no qual, o Bruxismo se destaca e fatores
neuromusculares, estruturais, oclusais (desgaste dental, cáries, restaurações inadequadas,
perdas dentárias e próteses mal adaptadas). DONNARUMMA (2010).
A atividade parafuncional é uma das principais causas relacionadas tanto ao
Bruxismo como dito anteriormente, quanto a DTM. Os exercícios da musculatura
mastigatória podem ser divididos em duas maneiras: parafuncional (não funcional),
incluindo ranger dos dentes ou apertar (bruxismo), e funcional que é a mastigação,
deglutição e o falar normal, entre vários outros hábitos orais. Em suma, os hábitos
parafuncionais, causam danos aos portadores, o que motiva os pesquisadores a
desenvolver tratamentos e terapias eficazes para o controle das mesmas, sendo a DTM, e
o Bruxismo os mais estudados. DONNARUMMA (2010).
71
Depois de muitas pesquisas, a relação de substâncias neuroquímicas, chamadas
catecolaminas, com o Bruxismo, esta em destaque atualmente. Temos como exemplo a
dopamina, que corresponde mais da metade do conteúdo de catecolaminas do sistema
nervoso central (SNC). Estudos apontam que ela pode estar interligada com a inibição de
movimentos espontâneos e ter correlação com manifestações de ansiedade e estresse.
Dessa forma, mudanças de seus níveis podem ser consequência do desencadeamento de
movimentos repetitivos coordenados, indicando o envolvimento do sistema
dopaminérgico e da neurotransmissor central nas causas do Bruxismo.
Segundo Guyton, (1998) a dopamina pode causar diversos efeitos colaterais,
especificamente o aumento do tônus dos músculos, o aumento dos batimentos cardíacos,
náuseas e o início da atividade muscular mastigatória rítmica, e consequentemente o
ranger dos dentes.
Cunali, et al (2012) afirma que, ate o momento as melhores maneiras de
diagnosticas o Bruxismo e a DTM é o Índice Reseach Diagnostic Criteria (RDC/TMD) e
a Polissonografia (PSG). O Bruxismo é diagnosticado através da anamnese, porém,
existem limitações, devido a isso, o certo seria que todos os prováveis bruxômanos fossem
sujeitos ao exame de PSG. Com isso, outros movimentos orofaciais realizados durante o
sono são descartados, como: tosse, fechamento da boca, deglutição, grunhir, que podem
ser confundidos com o Bruxismo. No entanto, a PSG é custosa, dado que, depende de
laboratório de sono estruturado, deslocamento do paciente e um técnico capacitado.
Metodologia
A fim de atingir o objetivo proposto para esta pesquisa quanto aos fins este artigo
será do tipo explicativo e quanto aos meios, a pesquisa foi bibliográfica. Bibliográfica,
por ser realizada sobre o assunto e fundamentação metodológica. Vergara; (2006. P.48),
destaca que a pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em
material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível
ao público em geral. A pesquisa foi realizada em livros dos autores: Cunali (2010),
Donnarumma (2012), Gama (2013), Gaida (2010), Guyton (2004), Morais (1998),
Okeson (2015) e Vergara (2006).
Durante buscas computadorizadas na base de dados, foi utilizado cognitivos para
busca como: “bruxismo do sono”, “tratamento”, “drogas”, entre outros, sendo um
mecanismo de pesquisa. Os artigos submetidos à revisão para inclusão de critérios finais
72
de seleção, entre eles os artigos de 1990 a junho de 2008, considerando somente casos
clínicos que incluem tratamentos, medidas terapêuticas, orodentais e farmacológicas.
Sendo considerado um tratamento conjunto com outra área além da odontologia,
devido ao estado clínico do paciente em Bruxismo noturno e diurno, acarretando em
tratamentos diferenciados para cada qual.
Considerações Finais
Dado o exposto acima, entende-se que a atividade parafuncional é um dos
principais fatores que estão associados tanto ao bruxismo quanto a disfunção
temporomandibular (DTM). A odontologia encarega-se de um papel importante nesse
caso, pois tenta identificar e muitas vezes tentar tratar esta atividade que possui uma
considerada complexa que foge de seus limites de atuação, mas apresenta seus efeitos em
seu campo de ação.
Através da revisão de literatura pode-se concluir que o bruxismo e a DTM não
representam apenas um desafio para a odontologia mas também a áreas correlacionadas
como a medicina e psicologia, não sendo autores concisos em afirmar as suas causas.
Como não esclarece a sua causa sabendo que
a sua influência no sono é admitida o tratamento também não é especifico, não havendo
muitas formas ou métodos a serem adotados a não ser os que foram citados anteriormente,
para tratar os impactos dessa parafunção.
Referências Bibliográficas
1. Cunali, Rs, Bonotto, Dmv, machado, E, et al. Bruxismo do sono e disfunções
temporomandibulares: revisão sistemática. Rev. Dor 2012; 13(4):360-4.
2. Donnarumma, Mariana Del Cistia. Muzilli, Carlos Alberto. Ferreira, Cristiane. Nemr, Katia.
Disfunções temporomandibulares: sinais, sintomas e abordagem multidisciplinar. Rev.
CEFAC. 2010 Set-Out; 12(5):788-794.
3. Gama, Emanoel. Andrade, Aurimar de Oliveira. Campos, Rivamarques. Bruxismo: Uma revisão
de literatura. Rev. ciência atual, Rio de Janeiro, 2013, volume 1.
73
4. Gaida, Patrícia Sovernigo. Bruxismo um desafio para a odontologia. Florianópolis, 2004.
5. Guyton, AC, HALL, JE. Fisiologia humana e mecanismos das doenças. 6. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1998. p. 325-82.
6. Morais, Dayana Campanelli. Oliveira, Aleli Tôrres de. Monteiro, André Antônio. Alencar, Maria
José Santos. Bruxismo e sua relação com o sistema nervoso central: revisão de literatura. Rev.
Bras. odontol.; rio de janeiro, v. 72, n. ½, p. 62-5, jan/jun. 2015.
7. Okeson, JP. Tratamento das Desordens Temporomandibulares e Oclusão. 7. Ed. Rio de Janeiro:
Elsevier; 2013. p. 102-28.
8. Vergara, Sylvia Constant. Métodos de Pesquisa em Administração - 2ª Ed. 2006.
74
CLAREAMENTO DENTAL E A INFLUÊNCIA DE AGENTES
CLAREADORES NO ESMALTE.
Ludmila R. Teixeira - [email protected]
Raquel M. Pozo - [email protected]
Thaynara L. Martins - [email protected]
Tatiany K. Cruz - [email protected]
Faculdade do Pantanal - FAPAN
Ms Rodrigo Barreto Vila - [email protected]
Instituição
Resumo:
Nos últimos anos, tem aumentado de importância a busca pela aparência
perfeita. E, como não poderia deixar de ser, o sorriso perfeito passou, cada vez mais, a ser
buscado nos consultórios odontológicos. Nesse ínterim, os cirurgiões-dentistas passaram
a trabalhar com as mais diversas técnicas de clareamento dental para, dessa forma, atender
às demandas dos pacientes. Nesse trabalho foi realizado uma pesquisa bibliográfica nos
artigos dos últimos dez anos para identificar a indicação mais eficaz, de acordo com os
efeitos desses agentes sobre a estrutura do esmalte dental. Com isso, o Peróxido de
Hidrogênio e Peróxido de Carbamida foram identificados como os reagentes mais
comumente utilizados nesse tipo procedimento odontológicos.
Palavras-chave: Esmalte dental. Clareamento dental.Agentes clareadores.
Introdução
O clareamento dental é o tratamento odontológico utilizado para alcançar
o sorriso adequado às atuais exigências da sociedade. Pelas suas próprias características,
esse procedimento garante ao cirurgião-dentista atender os anseios dos seus pacientes,
utilizando uma técnica não invasiva.
O artigo publicado por Haywood e Heymann, em 1989, é considerado o
marco inicial sobre esse tema, balizando o uso de clareadores dentais até os dias atuais
citado por Pasquali et al (2014).
O estudo do clareamento dental pode ser dividido nas seguintes
abordagens: clareamento caseiro supervisionado pelo dentista e o clareamento de
75
consultório. Cabe ressaltar, que o plano de tratamento é desenvolvido a partir de uma
avaliação inicial pelo dentista para determinar as causas para a alteração da cor do dente.
“O clareamento caseiro é uma das técnicas mais
utilizadas para se obter uma cor harmônica’’. É indicado para
dentes naturalmente escurecidos pela dieta, fumo, idade e trauma.
De baixo custo e simplicidade no uso, esta técnica utiliza baixas
concentrações de Peróxido de Carbamida (10 a 16%) sendo
aplicado em moldeiras de acetato pelo próprio paciente durante a
noite de 6 a 8 horas ou durante o dia por até 2 horas, durante duas
semanas aproximadamente. Já o Peróxido de Hidrogênio, em
concentrações de 5,5 a 7,5% pode ser usado 2 vezes ao dia por,
no máximo, 1 hora (RODRIGUES et al., 2007; DANIEL et al.,
2011; SOARES et al., 2008 apoud PASQUALI et al. 2014).
“O clareamento em consultório permite uma resposta rápida, pois o agente
clareador é usado em maior concentração. Geralmente,o Peróxido de Hidrogênio é usado
na concentração de 35%, sendo mais indicado para pequenos grupos dentais’’.
Comumente, em apenas uma consulta com um maior tempo de atendimento, atinge-se o
resultado esperado, acarretando maior custo. Entretanto, com esta técnica, o grau de
hipersensibilidade é maior do que o clareamento caseiro, já que o Peróxido de Hidrogênio
atinge a polpa de forma mais fácil por estar mais concentrado (SOARES et al, 2008
conforme citado por PASQUALI et al. 2014).
Este trabalho foi desenvolvido com vistas a proporcionar a indicação
clínica mais eficaz, tendo em vista que, pela grande utilização desse tratamento,
encontramos o uso indiscriminado desses agentes e informações equivocadas sobre esse
procedimento.
Material e Métodos
Uma revisão da literatura foi realizada buscando os artigos dos últimos 10
anos que envolvessem os temas “clareamento”, “agentes clareadores” e “esmalte dental”
e abstraindo os aspectos relevantes para a confecção deste trabalho.
Discussão
76
De acordo com a concentração e o período de tempo que o produto é
utilizado, encontramos resultados diferentes sobre o esmalte dentário.O Peróxido de
Carbamida, em baixas concentrações (10 a 15%) e por curto período de tempo (uma única
aplicação de 3 a 8 horas) não apresenta resultado clínico relevante, ocorre apenas uma
pequena perda de Cálcio. Já se utilizado a mesma concentração, de forma contínua, tem-
se aumento da rugosidade superficial, aumento da porosidade e desmineralização dos
prismas periféricos de esmalte resultando em áreas de erosão superficial e diminuição das
forças de tensão do esmalte. Esta mesma substância, a uma concentração de 35%,
apresenta os mesmos resultados da situação anterior, porém mais intensa. Cabe lembrar
ainda que este agente é utilizado no clareamento caseiro, preferencialmente a baixas
concentrações.
Os agentes clareadores utilizados em altas concentrações produzem os
seguines efeitos: aumentam os níveis de sensibilidade pulpar e periodontal, maior
processo de desmineralização da superfície do esmalte clareado, aceleração do
clareamento dental.
O Peróxido de Hidrogênio, independente da concentração apresenta
significativa diminuição na microdureza, erosão e infiltração com intensidade variada, e,
consequentemente a desminerilazação do esmalte dentário. Pelo fato desse agente ser
utilizado no clareamento em consultório, em altas concentrações (concentração de 35%),
tem como efeitos relevantes, o aumento da sensibilidade e alterações no esmalte dentário.
Cabe ressaltar que esse procedimento, em altas concentrações, é contra-indicada para
gestantes e lactantes, pacientes com irritações gengivais severas, fumantes e pacientes em
condições pré-cancerígenas.
Revisão da literatura
Ao longo dos anos foram desenvolvidos diversos experimentos por
diversos pesquisadores no intuito de verificar os efeitos do clareamento dental. A seguir
estão descritos os trabalhos desenvolvidos sobre esse tema nos últimos dez anos
1) Em 2001, Akal et al. Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: Dentes sadios submetidos a Agente clareador.
Agente I Teste I
77
Peróxido de carbamida 10% 20 incisivos maxilares em contato
com o agente por 6 horas diárias
durante 2 semanas.
Agente II Teste II
Peróxido de carbamida 12%, xilitol,
fluoreto e potássio.
20 incisivos maxilares em contato
com o agente por 3 horas diárias
durante 4 semanas.
Resultado: Diferente do Grupo I houve um aumento nos níveis de dureza nos
dentes do Grupo II, devido à presença de agentes remineralizantes na solução.
2) Em 2002, Sydney et al. Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: analisaram a possibilidade de injuriar a estrutura do esmalte
durante um clareamento dental.
Agente I Teste I
peróxido de hidrogênio
30%.
20 incisivos
mandibulares saudáveis, os quais
foram submetidos a um acesso
cavitário, foi repetido por três vezes
num intervalo de 48 horas.
Resultados: Os resultados apontaram que, no grupo onde não havia fissuras,
os dentes permaneceram hígidos enquanto que, no grupo onde havia fissuras antes do
teste, as mesmas aumentaram e se fusionaram.
3) Riehl, no ano de 2002, Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: Dentes de boi sadios submetidos a diversas substâncias.
Substâncias
Água
Peroxido de hidrogênio
35%
X-tra
Opalescente X-tra
78
Resultados: Os resultados apontaram que o clareamento feito com peróxido
de hidrogênio 35% e com Opalescence X-tra causaram alterações na dureza e rugosidade
do esmalte, porém o peróxido de carbamida não promoveu nenhuma alteração no esmalte.
4) Em 2003, Worschech et al. Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: Para verificar os efeitos do clareamento caseiro combinado
com dentifrício abrasivo sobre a superfície do esmalte, foram usados 60 fragmentos de
esmalte submetidos ao clareamento com peróxido de carbamida 35% por uma hora em
diversas situações.
Situação
Esmalte não escovado
Esmalte escovado com dentifrício fluoretado abrasivo
Esmalte escovado com dentifrício não fluoretado abrasivo
Esmalte escovado sem dentifrício
Resultado: Verificou-se que a rugosidade dos grupos do esmalte não
escovado e do esmalte escovado sem dentifrício foi similar ao inicio dos testes, enquanto
que nos grupos nos outros dois aumentou significativamente após 7 dias de tratamento.
5) Em 2003, Agostinho et al. Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: Avaliou alterações no esmalte pós-clareamento, afirmando
assim que o clareamento promove sim alterações no esmalte dos dentes. Sendo assim que
a microdureza quando afetada é revestida pelo potencial remineralizador da saliva.
6) Justino et al. (2004). Citado por Pasquali et al (2014)
Experimento: investigaram o efeito do peróxido de carbamida no esmalte
humano usando metodologias in vivo e in situ.
Resultados: No tratamento in situ os valores de microdureza antes e após o
clareamento foram similares, o poder remineralizador da saliva. Nos espécimes tratados
in vitro, houve uma perda significante nos valores de microdureza.
7) Em 2005, Cândido et al. Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: avaliaram a permeabilidade do esmalte bovino exposto a
peróxido de hidrogênio e carbamida em diferentes concentrações. Foram usados 121
incisivos superiores bovinos, separados em quatro grupos de acordo com o tratamento do
esmalte.
79
Resultado: verificou-se que a saliva tem papel importante na remineralização
do esmalte quando usada nos intervalos de aplicação e que, dentes muito expostos a
agentes clareadores, têm sua permeabilidade significativamente aumentada.
8) Em 2005, Oliveira et al. Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: testaram a não alteração da microdureza do esmalte quando
clareado com peróxido de carbamida contendo cálcio ou fluoretos. Os dentes foram
submetidos a quatorze dias de tratamento, seis horas diárias, sendo testados em relação à
microdureza no sétimo e décimo quarto dia de tratamento e após uma semana do final do
clareamento.
Agente 1 peróxido de carbamida
10%
Agente 2 peróxido de carbamida +
0,05% de cálcio
Agente 3 peróxido de carbamida
mais 0,1% de cálcio
Agente 4 peróxido de carbamida +
0,2% de cálcio
Agente 5 peróxido de carbamida +
0,2% de fluoreto (NaF)
Agente 6 peróxido de carbamida +
0,5% de fluoreto
Agente 7 sem agente clareador
Resultado: Verificou-se na situação com Agente 7 não ocorreu alteração,
enquanto que todos os outros grupos, independentemente da concentração e do tipo de
mineral adicionado ao gel clareador, obtiveram resultados negativos em relação à
microdureza. Porém, questionou-se, com a ausência destes minerais, se a diminuição da
microdureza não seria maior.
9) Em 2006, Soldani. Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: Avaliou a alteração na microdureza do esmalte dental humano
in vitro e in situ de três sistemas clareadores caseiros e dois agentes espessantes. Foram
utilizados, neste teste, cinquenta e cinco 3ºs molares inclusos.
Agente 1 peróxido de carbamida
10%
Agente 2 espessante (Carbopol 2%)
80
Agente 3 peróxido de carbamida
10%
Agente 4 Espessante
Agente 5 peróxido de hidrogenio
6,5%
Resultados: No estudo in vitro, o agente clareador a base de peróxido de
carbamida 10%, espessantes e saliva artificial associados ao procedimento, elevaram a
microdureza do esmalte durante o período. Já o peróxido de hidrogênio 6,5% causou a
redução da microdureza. No estudo in situ, todos causaram redução da microdureza
durante o clareamento.
10) Em de 2007, Rodrigues et al. Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: avaliaram o efeito in vitro de peróxido de carbamida 10% com
e sem carbopol, e o efeito do carbopol 2% sobre a microdureza do esmalte. 40 dentes
bovinos foram divididos em 4 grupos e submetidos à ação destes agentes por 28 dias.
Agente 1 carbopol 2%,
Agente 2 peróxido de carbamida
10% (Whitening Perfect)
Agente 3 carbowax (espessante)
Agente 4 peróxido de carbamida
10% (Colgate Platinun Overnight)
Resultados: Verificou-se que o clareamento caseiro feito com peróxido de
carbamida 10% e carbopol 2% ou carbowax por 6 horas diárias, não causaram reduções
significativas na microdureza do esmalte e que esta pequena alteração pode ser revertida
com o uso de saliva artificial no período pós-clareamento.
11) Em 2008, Polydorou et al. Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: investigaram seus efeitos na microdureza do esmalte. Trinta e
seis terceiros molares humanos recém-extraídos foram divididos em três grupos, que
sofreram ciclos de clareamento de 15 minutos.
Agente 1 peróxido de hidrogênio
38% ativado quimicamente
Agente 2 peróxido de hidrogênio
30% ativado por lâmpada de plasma
81
Agente 3 peróxido de hidrogênio
25% ativado por luz ultravioleta
Resultado: Verificou-se que a ativação por luz apresenta melhores resultados
estéticos e menor tempo de tratamento do que o agente clareador ativado quimicamente.
Quando a microdureza foi avaliada, nos três grupos, não houve diferenças significativas
quando comparados os números iniciais e os números finais.
12) Em 2010, Prado e Sartori. Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: clareamento de dentes vitais amarelados em um paciente.
Foram realizadas três sessões, com intervalos de sete dias entre cada sessão.
Agente peróxido de hidrogênio a
35% em ambas as arcadas com
aplicação subsequente de flúor neutro
Resultado: Conclui-se que a técnica é simples e eficiente, não promoveu dano
aos tecidos moles e duros da cavidade bucal, além do resultado final ser satisfatório.
13) No ano de 2011, Ourique et al. Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: avaliaram os efeitos das diferentes concentrações de peróxido
de carbamida e os períodos de clareamento na microporosidade das cerâmicas dentais.
Três superfícies dentais formadas por cerâmica foram submetidas a clareamento com
peróxido de carbamida a 10% e 16% em cinco períodos de tratamento: 0, 18, 42, 84 e 126
horas. Após a ação do agente clareador, as cerâmicas eram lavadas em água para a
remoção do produto.
Resultado: concluiu-se que nenhuma das superfícies foram afetadas pelo
tratamento clareador.
14) Em 2011, Daniel et al. Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: avaliaram os efeitos de diferentes sistemas de clareamento
dental sobre a rugosidade e morfologia superficial do esmalte e de uma resina composta
restauradora. Utilizaram dentes bovinos íntegros, confeccionando cavidades
padronizadas na face vestibular, as quais foram restauradas com resina composta e, na
sequencia, submnetidas a clareamento com diversos agentes.
Agente 1 peróxido de carbamida 10%
Agente 2 peróxido de hidrogênio a 38%
Agente 3 peróxido de hidrogênio
associado à fotoativação com LED
82
Resultado: O peróxido de carbamida 10% promoveu um aumento da
rugosidade e uma alteração na morfologia na superfície do esmalte. A aplicação de
peróxido de hidrogênio 38% não promoveu alterações significativas neste tecido, mesmo
associado ao LED. De qualquer forma, nenhum agente clareador promoveu alterações
visíveis na resina composta.
15) Em 2011, Junqueira et al. Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: utilizaram 20 terceiros molares humanos que foram clareados
com 4 agentes
Agente 1 peróxido de carbamida 16%
(sessão única)
Agente 2 peróxido de carbamida 16%
(três sessões)
Agente 3 peróxido de carbamida 22%
(sessão única)
Agente 4 peróxido de carbamida 22%
(três sessões)
Resultado: Em todos os casos, independentemente do tempo, todas as
superfícies de esmalte sofreram alterações morfológicas pelo excesso de exposição aos
agentes clareadores
16) Em 2011, Pinheiro et al. Citado por Pasquali et al (2014).
Experimento: avaliaram a morfologia do esmalte humano tratado com duas
técnicas diferentes de clareamento dental. Foram selecionados dez terceiros molares
superiores e divididos em dois grupos de clareamento.
Agente 1 peróxido de hidrogênio a
35% (clareamento em consultório)
Agente 2 peróxido de carbamida
16% (clareamento caseiro)
Resultado: Os clareadores dentais em baixas e altas concentrações foram
capazes de provocar alterações morfológicas na superfície do esmalte dental.
Conclusão
Diante do exposto, é evidente que a utilização do Peróxido de Carbamida
produz menos efeitos indesejados ao esmalte dentário quando comparado ao Peróxido de
83
Hidrogênio. Esses dois agentes utilizados no clareamento dentário afetam sobremaneira,
negativamente, o esmalte dentário. Com o passar do tempo, o uso demasiado e
indiscriminado deste procedimento estético, pode levar aos inúmeros efeitos irreversíveis
e indesejados já mencionados, independente da técnica adotada no clareamento dental
(quer seja caseira ou em consultório).
Referência
Artigo
ANDRADE, A. K M; CARLO, H. L; DUARTE, R. M; FERREIRA, H. de A;
MEIRELES, S. S SILVA, F. D. C. M – INFLUÊNCIA DE AGENTES
CLAREADORES NAS PROPRIEDADES SUPERFICIAIS (RUGOSIDADE E
MICRODUREZA) DE UMA CERÂMICA ODONTOLÓGICA. 2016.
Artigo
ALTOÉ, F. L; BARBOSA, C. D; CERETTA, A. R; CERETTA, B, L; SIMÕES P. W;
STEFANI, P, T - ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS TÉCNICAS DE
CLAREAMENTO DENTAL EM CONSULTÓRIO E CLAREAMENTO
DENTAL CASEIRO SUPERVISIONADO EM DENTES VITAIS: UMA
REVISÃO DE LITERATURA. 1983.
Artigo
SOARES, F. F; SOUSA, C. A. J; MAIA, C. C; FONTES M. C; CUNHA, G. L;
FREITAS. P. A. - CLAREAMENTO EM DENTES VITAIS: UMA REVISÃO
LITERÁRIA. 2008.
Sites da internet
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo>.Acesso em: 19/10/2016.
Disponível em: <http://files.bvs.br/upload/S/1983-5183/2016/v27n3/a5604.pdf>.
Acesso em: 19/10/2016.
Disponível em: <http://www.uesb.br/revista/rsc/v4/v4n1a09.pdf>. Acesso em:
20/10/2016.
84
O DESUSO DA AMALGAMA
AUTORES: ANDERSON BARBOSA, AUSTIN JOSÉ JACOB
BRASILEIRO DE MORAES JUNIOR, EMILLI RODRIGUES MUNIZ, IGOR FELLIPE DAMIÃO, RONY DA SILVA ABREU
Resumo
Objetivo: O objetivo de tal trabalho, foi fazer o estudo de vários artigos que
trouxessem o tema “Amalgama e seu Desuso’, de forma que fossem analisados gráficos
e dados para então, chegar a uma conclusão.
Metodologia: foram realizados estudos e revisões bibliográficas a partir de artigos que
trouxessem em pauta o assunto, colaborando para a conclusão do artigo. Conclusão: A
odontologia vem evoluindo muito, junta a isso, a estética vem se tornando
primordialmente a escolha do paciente, sendo assim, o amalgama vem perdendo lugar
para outros materiais.
Palavras Chave: Amalgama, Desuso, Estética.
Introdução
A odontologia vem cada dia mais evoluindo, acarretando a produção de vários novos
materiais restauradores, materiais esses que buscam melhorar estética, função, anatomia,
força, biocompatibilidade, entre outros.
Com o evoluir do tempo e da sociedade, houve cada vez mais a necessidade da procura
de padrões estéticos e isso tem vindo a constatar-se atualmente na área da medicina
dentária. Cada vez mais os pacientes exigem a substituição de restaurações de amálgama
de prata e outras ligas metálicas pelos designados “Compósitos à base de resinas”
(Mackert e Wahl, 2004).
O amálgama de prata é um dos materiais metalo-plásticos de eleição para restaurações
definitivas em dentes posteriores, cujo principal constituinte é o mercúrio. Como material
líquido à temperatura ambiente, ele pode combinar com outros metais pulverizados e
endurecer rapidamente nos preparos cavitários realizados. A formação de metais fundidos
acontece sempre que o mercúrio puro é incorporado com o pó da liga e este é o fator base
para que decorra a amalgamação (Moreira, 2014)
O amalgama dentário foi um matéria bastante usado no século passado, uma vez que
ele apresentava múltiplos fatores positivos, como: baixo custo, a resistência mastigatória;
85
resistência ao desgaste e promove um bom selamento marginal. Outra vantagem do
material é a fácil manipulação e técnica operatória, isto porque é o material restaurador
menos sensível aos fluídos da cavidade oral e higiene do paciente.
Porém o amalgama vez entrando no desuso, uma vez que ele carrega consigo vários
fatores aos quais os deixa ultrapassado quanto aos outros materiais restauradores. A
estética do Amalgama deixa muito a desejar,
Amalgama e suas desvantagens
O amálgama dentário, nomeadamente o que contém liga de mercúrio (Hg) é um
excelente e versátil material restaurador. Este material tem sido usado em dentística há
mais de 150 anos devido ao seu baixo custo, fácil manuseamento, resistência, força,
durabilidade e efeito bacteriostático (Rathore et al., 2012 citando em Moreira, 2014).
Num estudo realizado por Schuurs, em 1996, foram analisadas as conceções que
os médicos dentistas tinham do amálgama dentário e constatou-se que apenas 1-3%
reportaram qualquer tipo de toxicidade ou efeitos secundários, nomeadamente efeitos
alérgicos ou galvânicos. Uma maior percentagem dos profissionais de saúde (10-13%)
indicou que esses efeitos realmente acontecem por vezes e apenas 6-11% disse
desconhecer qualquer tipo de reação inerente ao amálgama dentário. A maioria dos
médicos dentistas (60-80%) afirmaram que esses efeitos não existem ou que acontecem
muito raramente. Este mesmo estudo, pretendeu chegar a uma conclusão quanto à
substituição do amálgama dentário por outro tipo de material restaurador, e, efetivamente
chegou-se a uma conclusão interessante: se um paciente solicitar a remoção do amálgama,
um terço dos médicos irá fazê-lo devido a vontade do paciente, e também a fatores
estéticos e toxicológicos. Um quinto dos profissionais apenas irá remover este tipo de
restaurações devido a fatores alérgicos comprovados. De referir também, que uma
percentagem considerável de médicos dentistas não irá remover o amálgama dentário a
não ser apenas pela questão inestética associada a este material restaurador (Moreira,
2014)
O uso do mercúrio na fabricação e comercialização de produtos e serviços será
abolido gradativamente até o ano de 2020, de acordo com a Convenção de Minamata
sobre o Mercúrio estabelecida em janeiro, depois de quatro anos de negociação em
Genebra, na Suíça, no contexto do Pnuma, ou Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente. Em outubro, o acordo vai ser solenemente assinado pelos países em Minamata,
a cidade japonesa em que houve uma tragédia coletiva pela intoxicação pelo mercúrio
86
que afetou quase 3.000 pessoas, com 900 mortos. A partir desse ano, praticamente
acabou-se oficialmente a era do uso do amálgama de prata na Odontologia, mas a
contaminação do mercúrio dos rios e lagos continua, pois a maior parte das restaurações
ainda a ser removidas dos pacientes tem alto teor tóxico e poderá contaminar os peixes,
em cujos tecidos esse metal líquido pode ser bioconcentrado e biomagnificado em seus
efeitos sobre o homem (Consolaro e Pinheiro, 2013)
Considerações Finais e Discussão
Foram analisados as quais 5 obtiveram maiores ligações para com o tema, sendo o
de “Moreira. 2014 - Resinas Compostas vs Amálgama de Prata em Restaurações de
Dentes Posteriores “ o mais usado, uma vez que mostrou as vantagens e desvantagens
apresentadas pelo material debatido.
A partir dos dados e das ideias apresentadas, chega-se à conclusão que o amalgama
é um material retrogrado, uma vez que não atende às preferencias do paciente, já que nele
não há uma característica estética muito favorável, sem contar sua toxidade para com o
organismo envolvido.
Devido a estas limitações do amálgama, enquanto material restaurador,
desenvolveram- se outros tipos de materiais, como as resinas compostas (Cenci et al.,
2004 citado em Moreira, 2014), e, desde que as resinas se tornaram uma alternativa viável
ao amálgama para restaurações de dentes posteriores, ocorreu uma mudança dramática
na eleição do material restaurador para dentes posteriores, não só devido à exigência dos
pacientes por restaurações mais estéticas mas também devido à capacidade adesiva das
resinas compostas, e a uma menor necessidade de destruição do tecido dentária a quando
da realização das cavidades, fatos não inerentes ao amálgama (Correa et al., 2012 citado
em Moreira, 2014).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
87
1. Rui Moreira da Rocha Pereira Fernandes. Resinas Compostas vs Amálgama de
Prata em Restaurações de Dentes Posteriores. Universidade Fernando Pessoa
Faculdade de Ciências da Saúde Porto, 2014
2. o: Consolaro A, Pinheiro TN. Amálgama dentário e mercúrio: o fim de uma era!
Rev Dental Press Estét. 2013 abr-jun;10(2):42-7. » Os autores declaram não ter
interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que
representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse
artigo.
3. Rathore, M., Singh, A., Pant, V. (2012). The Dental Amalgam Toxicity Fear: A
Myth or Actuality. Toxicol Int, 19, pp. 81-88.
4. Demarco, F., Corrêa, M., Cenci, M., Moraes, R., Opdam, N. (2012). Longevity of
posterior composite restorations: Not only a matter of materials. Dental Materials,
28, pp. 87-101.
5. Rodolpho, P., Cenci, M., Donassollo, T., Loguércio, A., Demarco, F. (2006). A
clinical evaluation of posterior composite restorations: 17-year findings. Journal
of Dentistry, 34, pp. 427-435.
88
AÇÃO DO DENTISTA FRENTE AO HERPES SIMPLES
Autores: JOSILAINE ROCHA DE QUEIRÓS, PAULO
CÉSAR DE AQUINO NUNES, RODRIGO BARRETO
VILA
Resumo
Este trabalho procura apresentar os problemas que os profissionais de odontologia
enfrentam rotineiramente no momento do tratamento dentário em pacientes que
apresentam uma infecção viral altamente transmissível o Herpes Simples, assim o dentista
deve saber como proceder nessa situação em que o vírus pode se manifesta tanto na região
peribucal como intrabucal. Este estudo tem como objetivo analisar e apresentar ações de
tratamento e prevenção, que devem ser realizadas pelos dentistas no momento do
tratamento dentário envolvendo pacientes portadores e diagnosticados com Herpes
simples. Foi realizada a pesquisa bibliográfica considerando a visão e analise de vários
autores como Consolaro (2009), Trindade, (2007), Siegel (2002), Song(2000), entre
outros, que procuraram mostrar as diversas formas de transmissão, diagnóstico e
tratamento do herpes simples, bem como a sua postula frente aos diversos problemas
apresentados pelos indivíduos portadores dessa patologia.
Palavras-chave: Diagnóstico, herpes, odontologia.
Introdução
O presente estudo busca apresentar através de referenciais bibliográficos um
problema que a maioria dos cirurgiões dentistas enfrenta na sua profissão, se deparando
com pacientes que apresenta herpes simples, principalmente na região labial.
Considerando que é uma infecção viral transmissível, podendo contaminar o profissional
que estiver lidando com pacientes infectados.
A Herpes é uma infecção causada por dois vírus da família Herpesviridae (herpes
simples tipos 1 e 2; HSV-1 e HSV-1), que apresenta curso clínico variável e para o qual
atualmente não existe cura (WHITLEY, ROIZMAN.2001).
De acordo com Trindade (2007) o HSV-1 caracteriza-se por quadros extragenitais,
transmissível pela saliva infectada ou lesões periorais ativas, enquanto que o HSV-2
89
envolve quadros genitais. Essa definição esta defasada uma vez que o comportamento
sexual das pessoas facilita ao vírus tipo 1 se alojarem e serem encontrados nas infecções
genitais e o tipo 2 em infecções orais e/ou periorais.
Segundo Siegel (2002), as lesões recorrentes do herpes simples são altamente
contagiosas para qualquer pessoa, mesmo após alguns dias de regressão das lesões.
O trabalho tem objetivo de mostrar os dilemas enfrentados pelos dentistas no
decorrer do tratamento de pessoas portadores do herpes simples, principalmente as
localizadas nos lábios. Apresentaremos as condutas adotadas pelos profissionais da
odontologia frente ao problema apresentado nos pacientes, bem como a definição,
diagnóstico e epidemiologia da doença.
Segundo o processo natural da doença, a infecção HSV-1 primária e o
herpes labial recorrente são frequentemente vistos na prática
odontológica. A boca é um local muito comum de infecção primária
pelo HSV-1. O espectro de infecção oral primária varia de subclínica
ou infecções inaparentes até ulcerações extensas na mucosa jugal,
língua e gengiva (HEDNER et al.,1990).
O herpes geralmente aparece em pessoas imunodeprimidos onde o vírus se
aproveita da baixa imunidade para exsudar nos lábios, face ou na parte interna da boca.
A manifestação do herpes simples labial em pacientes que conseguem modular
uma resposta imune normal, conseguimos notar 3 períodos clínicos da doença:
1º Período prodrômico;
2º Período clínico ativo; e,
3º Período reparatório.
O Período Prodrômico do herpes simples recorrente peribucal ocorre até 24
horas antes da doença se manifestar explicitamente e se caracteriza pela sutileza. Se a
pessoa souber identificar o que esta acontecendo nesse período pode prevenindo-se de
lesões maiores e desconfortáveis.
Quando as lesões do herpes são diagnosticadas precocemente e assim logo se
inicia o tratamento terapêutico, os resultados são muito melhores e as lesões clinicamente
ativas podem ser evitadas, essa antecipação de diagnostico só é possível quando o
paciente relata com franqueza o incomodo para o Cirurgião Dentista.
Os sinais e sintomas do período prodrômico representam alterações estruturais e
funcionais nos filetes neurais e das células epiteliais locais nos primeiros momentos da
90
replicação neural nos seus interiores. Explicando a ardência e o prurido local conhecido
também como parestesia local.
O Período Clínico Ativo ocorre após período prodrômico na pele próximo ao
lábio, com o aparecimento das primeiras vesículas e bolhas cheias de líquido citrino, ou
seja com aspecto amarelo ou turvo que representa um exsudado inflamatório seroso. A
diferença entre vesículas e bolhas está no seu tamanho; acima de 3mm de diâmetro as
lesões vesiculares podem ser consideradas bolhas.
O período clínico ativo dura entre 2 e 4 dias e as lesões recorrentes peribucais e
labiais são predominantemente constituídas por vesículas agrupadas em forma de cachos
ou ramalhetes, especialmente nas comissuras. Com relativa frequência, o herpes simples
recorrente labial pode se apresentar na forma de apenas uma ou algumas bolhas, muitas
vezes volumosas. As manifestações clínicas são localmente dolorosas, especialmente
durante a movimentação ou manipulação do local afetado. O prurido, eventualmente,
estabelece-se como um sintoma secundário.
O Período Reparatório estabelece-se quando as vesículas e bolhas reduzem de
volume e a infecção seroso é reabsorvido, desde que não tenham sido rompidas
anteriormente. O local, agora seco, apresenta-se recoberto por escamas e crostas
amareladas e/ou escuras que duram, em média, de 2 a 4 dias.
Nessa fase, as lesões apresentam um número muito reduzido de vírus, mas podem
ser ainda contagiosas, especialmente porque aproximadamente 10% das pessoas ainda
continuam liberando partículas virais mesmo depois das lesões resolvidas. Muito embora
o risco de contaminação seja mais reduzido no período reparatório, se houver atendimento
odontológico nessa fase pode acontecer acidentalmente novas lesões, com rachaduras e
sangramentos, por isso é melhor evitar o tratamento odontológico nesse período.
Por se tratar de um período de recuperação as bolhas ficam ressecadas, com isso
diminui a transmissibilidade. Além da manifestações do herpes simples extra labial, pode
ocorrer também nas regiões intrabucais resultando num mal estar ainda maior aos
indivíduos portadores dessas infecções.
Segundo Consolaro (2009), “O período Reparatório nas lesões intrabucais é
mais curto e sem formação de crostas definidas”, em função da saliva e dos alimentos
que passam pela boca.
Consolaro (2009) expõe que a epidemiologia do herpes simples ocorre entre 40 e
75% dos adultos e muitas pessoas nem procuram ter o diagnóstico comprometendo o
91
correto tratamento. Possivelmente essa atitude estimula ainda mais a transmissão do
herpes.
O cirurgião-dentista deve estar preparado para orientar, diagnosticar e tratar o
paciente portador do herpes simples peribucal e intrabucal, com base em fundamentos
terapêuticos consolidados pelos métodos científicos.
O diagnóstico do Herpes Simples pode ser dado através de avaliação clínica
durante a anamnese, trata-se de uma doença de fácil diagnóstico clínico, porém para ter
uma maior segurança no diagnóstico o Cirurgião Dentista também pode realiza Swab
estudo citológico (método de Tzanck), técnica citológica que consiste no raspado da base
da lesão vesiculosa da pele em seguida encaminha-se para laboratório de análises
patológicas que farão o devido diagnóstico da sorologia da pessoa infectada.
Com relação ao tratamento do Herpes Simples pode se observar que existem
várias formas de se fazer, porém o profissional deve buscar o mais indicado para cada
tipo de doença e de paciente.
Segundo Goodman & Gilman (1996) o aciclovir é indicado para infecções por
vírus da família herpetoviridae sendo que seu efeito é melhor em infecções novas.
Ação do dentista frente ao herpes simples
As ações do dentista em relação ao herpes simples inicia-se com a prevenção como
explica o manual de biossegurança em odontologia. Sabe-se que a exposição a materiais
biológicos potencialmente contaminados constituem um sério risco aos profissionais da
área da saúde, essas doenças são passíveis de transmissão durante o atendimento
odontológico, se não houver cuidados com a biossegurança.
O ambiente odontológico, pelas suas particularidades, possibilita que o ar seja
uma via potencial de transmissão de microrganismos, por meio das gotículas e dos
aerossóis, que podem contaminar diretamente o profissional ao atingirem a pele e a
mucosa, por inalação e ingestão, ou indiretamente, quando contaminam as superfícies.
Devido a isso faz-se necessário o uso de Equipamento de Proteção Individual
(EPI), como gorro, máscara e óculos de proteção e nas mãos luvas para a precaução
necessária, jaleco e sapatos especiais para a proteção completa.
Medidas Preventivas
92
Não esquecer que a equipe odontológica está sujeita a diversas doenças adquiridas
por meio do contato direto (mãos ou pele) ou indireto (superfícies ambientais ou itens de
uso do paciente), devido à proximidade e ao tempo de exposição prolongado durante a
realização dos procedimentos, assim é primordiais precauções padrão para com todos os
pacientes.
Segundo SIEGEL (2002), em casos de Herpes simples o tratamento deve ser
adiado, se não constituir uma urgência ou emergência. Se ocorrer acidente ao manipular
os tecidos moles durante procedimentos odontológicos, causando o rompimento das
vesículas e bolhas herpéticas, escorrendo o líquido para outras partes. Ao mesmo tempo,
ocorrerá um aumento no risco de contaminação do profissional e pessoal auxiliar, além
de instrumentos, sugadores, peças de mão, etc.
Metodologia
O presente trabalho foi realizado através de levantamento bibliográficos contido
em artigos e materiais do período de 1987 a 2012. O tema “Ação do dentista frente ao
herpes simples” teve como base de dados e bibliotecas virtuais da área de saúde como;
BIREME (Biblioteca Virtual da Saúde) LILACS (Literatura-latino Americano do Caribe
e Ciências da Saúde), BBO (Biblioteca Brasileira de Odontologia) MEDLINE e SCIELO,
dentre outros.
O estudo demonstrou que existe um número considerável de pessoas portadores
de herpes simples que procuram tratamento odontológico que herpes simples, são
frequente entre 40 e 75% dos adultos apresentam lesões herpéticas recorrentes, são
problemas que chegam aos consultórios odontológicos.
Foi verificado também que existi outras formas de herpes, mas como focamos no
herpes simples, por se tratar de maior interesse na área odontológica, verificou-se que
existem três estágios de desenvolvimento da doença, fases que são altamente contagiante,
fazendo com que os dentistas tenham que tomar o máximo de precaução no momento de
realização do tratamento.
A discussão foi no sentido de quais as ações os dentistas devem tomar diante de
pacientes com herpes simples labial e intrabucal e pode se verificar que inicialmente cabe
uma boa anamnese e percorrendo pela orientação juntos ao indivíduo portador.
Conclusão
93
O herpes simples é uma doença causada por vírus a qual ainda não existe cura
para tal patologia, podemos sugerir medicação (vitaminas) que aumenta a imunidade do
indivíduo para que o próprio organismo venha a combater a doença.
Os Cirurgiões Dentistas podem receitar também medicamentos que minimizam
os efeitos e sintomas causados pela doença.
Vimos que quanto mais rápido o diagnostico melhor será o tratamento, portanto o
dentista durante anamnese deve questionar seu paciente se ele já teve sinais que podem
ser do herpes, e assim proporcionar tratamento adequado para o paciente.
O estudo demonstrou que existe um problema a ser enfrentado pelos dentistas
durante o tratamento de um indivíduo portador do herpes simples, no entanto poderá
continuar ou não o tratamento dependendo de sua análise e estudando caso a caso para
verificar o grau de comprometimento e riscos que o mesmo poderá causar para si e para
os profissionais que estarão envolvidos no tratamento dentário.
Por fim percebemos que é a melhor alternativa tanto para o paciente que terá
menos desconforto como para os profissionais que trabalham no consultório odontológico
é adiar o tratamento dentário até que os sinais e sintomas do Herpes Simples desapareça,
isso se não for urgência e emergência.
Referências Bibliográficas
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CONSOLARO, A.; VASCONCELOS, M. H. F. Etiopatogenia do herpes simples; uma revisão. Estomatol.
Cult., Bauru, v. 14,n. 1/2, p. 68-73, 1984.
CONSOLARO, A.; CONSOLARO, M. F. Diagnóstico e tratamento do herpes simples recorrente peribucal
e intrabucal na prática ortodôntica. Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, Maringá, v. 14, n. 3,
p. 16-24, 2009.
GOODMAN G.A. GOODMAN & GILMAN: As bases farmacológicas da terapêutica. 9 ed. Alatama:
Mcgraw-Hill interamericana. 1996
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O.; SILVA, A. G.; PEREIRA JÚNIOR, A. C. Herpes: clínica, diagnóstico e tratamento. Rio de Janeiro:
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94
SANTA CATARINA. Conselho Regional de Odontologia. Biossegurança em odontologia:
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WHITLEY, R. J.; ROIZMAN, B. Herpes simplex virus infection.Lancet, London, v. 357, p. 1513-1518,
2001.
95
AIDS E A BIOSEGURANÇA NO CONSULTORIO ODONTOLOGICO
Autores: Karina Peña Alves Pereira, Ketely
Moura da Silva, Eduardo Garcia
Resumo
O presente trabalho compreende a elaboração de balanço de produção acadêmica e
científica sobre a transmissão da aids e a biossegurança precisa no consultório
odontológico através de banco de dados eletrônico, disponível para consulta pela internet.
O objetivo do trabalho é situar a pesquisa no contexto de produção científica nacional.
Isso ocorreu através do acompanhamento das produções já realizadas no país e da análise
dos resultados formado pela coleta nos bancos de dados. A metodologia utilizada foi a do
“Estado da Arte”. Foram realizadas várias buscas com combinação de descritores no
Banco de teses da Scielo. A combinação de descritores escolhidas foi “aids e
biossegurança” que apresentou 14 (quatorze) trabalhos. As publicações que se mostraram
interessantes para um estudo ganharam destaque a partir do ano de 2005, e de lá para cá
vem se mantendo em pequenas quantidades de trabalho.
Palavras-chave: aids, estado da arte, biossegurança.
Introdução
O objetivo do trabalho é situar a pesquisa no contexto de produção científica
nacional. Isso ocorreu através do acompanhamento das produções já realizadas no país e
da análise do corpus formado pela pesquisa no scielo. Itens como ano de publicação,
instituição, a área da saúde da coleta da publicação, área de conhecimento das produções
permitem conhecer de uma progressão de produção do conhecimento sobre a temática a
ser abordada.
A busca ocorre pela determinação de descritores que identifiquem a pesquisas.
Esses descritores são compostos de palavras-chave, que possuem conceito determinado.
O conceito de cada palavra-chave é estabelecido por um consenso científico e também
pela voga científica dada pelo conceito, e acordo com período de significação e
apropriação do termo.
Diante deste procedimento é possível delimitar conceitos e meios da pesquisa.
Os próprios descritores são estabelecidos dentro da dinâmica do estado da arte e são
determinados por uma média adequada de resultados alcançados com os objetivos e
interesse do pesquisador diante da pesquisa.
96
No nosso entendimento o balanço de produção através do estado da arte é um
procedimento transversal entre os elementos da matriz paradigmática da pesquisa. Desta
maneira, o balanço de produção estabelece a localização da pesquisa dentro de um
contexto de produção científica entre as referências epistemológica da pesquisa.
O balanço de produção que se realiza com este trabalho é parte de um projeto
mais amplo, que se desenvolverá metodologicamente através da perspectiva
fenomenológica de pesquisa. A sincronia faz parte do contexto histórico-social da
pesquisa. Epistemologicamente o balanço de produção promoverá o desenvolvimento
sincrônico da pesquisa, pois permitirá compreender o desenvolvimento da temática de
acordo com a relação espaço/tempo.
Metodologia
A metodologia utilizada é a do “Estado da Arte” ou “Estado do Conhecimento”,
que consiste em:
Mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do
conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo
destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em
que condições têm sido produzidas certas dissertações de mestrado, teses de
doutorado, publicações em periódicos e comunicações em anais de congressos
e de seminários. (FERREIRA, 2002)
As primeiras pesquisas denominadas “estado da arte” começam a ganhar atenção
no meio científico brasileiro a cerca de 30 anos atrás (FERREIRA, 2002). O que
determinou o fortalecimento desse método de pesquisa foi a possibilidade de
sistematização de bancos de dados de pesquisa.
Esse tipo de pesquisa bibliográfica só era possível de serem realizadas através
de catálogos de bibliotecas ou bancos de dados físicos similares. A abrangência da se
limitava a disponibilidade de obras no local de arquivo.
Os meios eletrônicos permitiram o avanço significativo dessas pesquisas.
Inicialmente os CDs ROM que reuniam os trabalhos em eventos científicos e as
publicações eletrônicas de periódicos deram maior reforço científico ao estado da arte.
Os bancos de dados disponíveis na internet atualmente permitem realizar o
estado da arte de maneira mais prática e com menos esforço, abrangendo o maior número
de trabalhos.
97
O interesse é desenvolver pesquisa sobre a transmissão do vírus HIV nos
consultórios da odontologia e quais a biossegurança a ser utilizada. A bibliografia de
referência foram vários artigos de pesquisa que mostra a maneira correta de biossegurança
em um consultório odontológico.
Os descritores foram definidos através de uma pré-busca que possibilitou
agrupar a combinação que forneciam os trabalhos mais próximos da temática
estabelecida. Essa pré-busca foi fundamental para definir elementos da pesquisa, como
as palavras-chave que determinam o trabalho, e também estabelece a sistemática em que
o trabalho será localizado após a publicação.
Ao inserir apena um descritor, o resultado é muito amplo. Como resultado do
descritor “biossegurança” apareceram 152 (cento e cinquenta e dois) trabalhos; ao
descritor “odontologia” foram 3.820 (três mil oitocentos e vinte) trabalhos. A solução foi
combinar os descritores em uma única. Foram realizadas várias buscas com combinação
de descritores; como “biossegurança na odontologia” com 8 (oito) e “aids na odontologia”
com 43 (quarenta e três) trabalhos e “aids e biossegurança” com 14 (quatorze) trabalhos,
os trabalhos com essas combinações de descritores foi a que melhor associou com a
temática e objetivos do trabalho.
Resultado e Discussão
Entre os 14 (quatorze) trabalhos selecionados existem publicações de 1999 a
2015. 2001, 2003, 2006 2011 não houve publicações. Em 1999 e 2015 foram os picos de
publicação, com 02 (dois) em 1999 e 3 (três) em 2015. Os restantes dos anos tiveram
apenas uma publicação cada.
A maioria dos trabalhos são publicados em revista, totalizando 64% das
produções. Trabalhos de graduação 25% dos trabalhos e mestrado profissionalizante
11%.
98
Figura 1
A maioria dos trabalhos está na área da odontologia, totalizando 06 (cinco)
trabalhos. Existe 03 trabalhos em enfermagem, que sempre estão se submetendo estar em
contato com as pessoas que tem o vírus, e 05 (cinco) são realizados na área da medicina,
onde ressaltam a preocupação dessa segurança em momentos como cirurgias ou algum
procedimento que existe algum tipo de exposição de sangue.
Figura 2
Considerações Finais
64%
25%
11%
Publicações
Revista
Graaduação
Mestrado
43%
21%
36%
Áreas da saúde
Odontologia
Medicina
Enfermagem
99
As publicações no banco de teses da scielo se mostraram interessantes para um
estudo sobre a biossegurança em um consultório odontológico onde pode ser transmitido
o vírus HIV, que de lá para cá vem aumentando o número de pessoas que tem o vírus e
por isso a necessidade ainda maior de se obter uma biossegurança na odontologia. Nem
todos os trabalhos versam especificamente sobre a aids em si, mas sim sobre a
biossegurança e os cuidados, que um odontólogo necessita para evitar a transmissão da
do vírus, também visa a perspectiva que os dentistas têm sobre a atenção a saúde bucal
destes pacientes. Mantendo em pequenas quantidades de trabalho, os dados obtidos
podem revelar pouco de interesse na área, pois não são todos que seguem e praticam a
biossegurança como se deve e também por ser um assunto delicado á aqueles que tem o
vírus da aids, mas mostra que o tema é bastante importante e preocupante.
Assim existe os treinamentos e conhecimentos mostrados nos artigos para a
melhoria do atendimento e para evitar que cause problemas ao dentista e ao paciente.
Referências Bibliográficas
BARBOSA, Valci Aparecida. Metodologia para elaboração de balanço de produção. (Apresentação de
slides). Apresentado em: 25/06/2013
FERREIRA, Norma Sandra Almeida. “As pesquisas denominadas “Estado da Arte”. Educação &
Sociedade, ano XXIII, no 79, Agosto/2002
MILHOMEM, André Luiz Borges; GENTIL, Heloisa Salles; AYRES, Sandra Regina Braz. Balanço de
Produção Científica: A utilização das TICs como ferramenta de pesquisa acadêmica. SemiEdu2010 -
ISSN:1518-4846 - UFMT, Cuiabá-MT, 2010
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São
Paulo: Atlas, 1987. 252 p.
100
ISOLAMENTO ABSOLUTO: REVISÃO DE LITERATURA.
Autores: Caroline Aparecida Paré Bisinoto;
Henrique Nogueira Maldonado; Julia
Deliberalis Montecchi; Roberta Cinthya
Siqueira de Abreu.
Resumo:
O isolamento absoluto é um procedimento essencial para alcançar a mais alta
qualidade do material restaurador, pois é o único meio de se obter um campo totalmente
livre de umidade. A necessidade de isolar uma parte da cavidade oral sempre foi
procurada, e com o tempo esse procedimento foi sendo aperfeiçoado para melhorar o seu
funcionamento. Diante disso, novas técnicas foram estudadas e elaboradas para facilitar
o manuseio do isolamento. Dentre as vantagens dessa prática, se destacam a não ingestão
de produtos químicos empregados durante o tratamento endodôntico e a melhor
visualização do campo operatório. Porém, diante essas vantagens, ainda há situações onde
o isolamento não seja apropriável e favorável, como presença de aparelhos ortodônticos
e próteses fixas. Essa situação se torna ainda mais complicada quando o isolamento é
utilizado em crianças, pois além de se ter sabedoria e prática quanto ao procedimento é
necessário ter uma capacidade psicológica de mostrar à criança a necessidade desse
processo de uma maneira mais fácil de entendimento, tranquila e simples, tornando a ação
o mais agradável e favorável possível, tanto para o dentista, quanto para o paciente.
Palavras-chave: Isolamento Absoluto, Dificuldades, Benefício, Técnicas, Crianças.
Introdução:
O isolamento absoluto é uma técnica de múltiplos benefícios, além de ser uma
peça primordial em procedimentos restauradores, “e, por esse motivo, modificações
podem ser realizadas visando individualizar cada situação clínica (Ehlers; 2014)”.
Estudo presente na literatura menciona a tentativa de controlar a umidade (saliva)
do campo operatório já partir do início do século XIX, onde “clínicos e pesquisadores
utilizavam de guardanapos de papel, esponjas de chitas, linho seco, pedaços de algodão
(Pedrosa et.al; 2011)”,com o intuito de obter um melhor campo de trabalho. A pratica do
101
isolamento do campo operatório se tornou de extrema relevância, principalmente, no
início da confecção de “restaurações com ouro, quando se fez necessária a presença de
um ambiente limpo e seco (Pedrosa et.al; 2011)”. De acordo com os estudos de Barnum,
em 1864, diante das dificuldades dos cirurgiões dentistas em manter o campo operatório
satisfatório para a realização do tratamento proposto, “culminou o desenvolvimento do
dique de borracha, que após evoluções e aperfeiçoamento é utilizado, atualmente, na
Odontologia (Pedrosa et.al; 2011)”.
Além do isolamento absoluto, encontram-se outras formas de conter a umidade
(saliva) contida no ambiente bucal, que pode ser feito pelo uso do isolamento relativo
com cânulas de sucção, (Pedrosa et.al; 2011), até mesmo com a ajuda de “medicamentos
antissialalogos de atuação no sistema nervoso central que controlam a secreção salivar
(Sousa; 1996)”.
De acordo com (Silva et.al; 2011) pode-se constatar que o uso do isolamento
absoluto passou a ser indispensável para Odontologia, pois além de fazer parte do
tratamento também auxilia no desenvolvimento da biossegurança tanto para com os
pacientes quanto para os cirurgiões dentistas. Apesar dos benefícios citados, uma parcela
considerável dos profissionais da odontologia, ainda é reticente quanto ao uso do
isolamento absoluto. De acordo com (Silva et.al; 2011) são vários os motivos para isso:
falta de aceitação por parte do paciente, tempo requerido para aplicação, custo de
equipamentos e materiais, falta de treinamento, dificuldade no uso e baixo valor das
consultas odontológicas.
Desenvolvimento:
O isolamento absoluto possibilita um trabalho mais ágil e seguro, dessa forma
podemos ter uma boa visibilidade e assim, reduzir os riscos de acidentes, tanto para o
paciente, quanto para o profissional, “como a ingestão de resíduos de pequenos
instrumentos, além de controlar eficazmente a umidade bucal (Pedrosa et.al; 2011)”.
Os materiais dentários e as técnicas de utilização são mais eficientes em relação à
adesão, resistência, retenção e longevidade em ambientes sem a saliva (Pedrosa et.al;
2011). De acordo com estudos, a saliva prejudica significativamente a retenção de
materiais resinosos, os selantes, por conta da alteração das dimensões (Pedrosa et.al;
2011).
(Silva et.al; 2011) cita as seguintes vantagens no uso do isolamento absoluto:
102
1. Facilidade quanto à realização do tratamento endodôntico pelo profissional;
2. Manutenção da cadeia antisséptica do canal e do campo operatório durante tratamento
– promoção da biossegurança;
3. Afastamento de estruturas anatômicas próximas ao dente a ser tratado;
4. Melhor visualização do campo operatório;
5. Não ingestão de produtos químicos empregados durante o tratamento endodôntico;
6. Prevenção quanto a acidentes indesejáveis como a aspiração e deglutição de corpos
estranhos.
Apesar das vantagens, 44,30% dos tratamentos endodônticos não utilizam
isolamento, 12,1% por conta de dentes sem coroa, 7% por causa de má posição do dente
e 12,2% pela dificuldade do cirurgião dentista na colocação (Silva et.al; 2011).
Até mesmo em pós-graduações os profissionais relatam que têm dificuldade,
sendo que 98,5% relatam pouco treinamento, sendo a maior dificuldade relatada os pontos
de contato mais justos (Silva et.al; 2011).
As dificuldades encontradas são aparelhos ortodônticos, próteses fixas, dentes
com pouca estrutura, pacientes com alergia ao látex, cáries extensas que envolvem a
cavidade pulpar radicular, coroas de porcelana, pacientes claustrofóbicos etc. (Silva et.al;
2011).
Para conter essas situações que delimitam a aplicação do isolamento absoluto no
dia a dia do cirurgião dentista, a literatura nos apresenta uma gama variada de técnicas.
O isolamento absoluto tornou-se indispensável na odontologia, porém, em
determinados casos, se tornam necessárias modificações nas técnicas, assim sempre
procurando um correto isolamento bucal. (Silva et.al; 2011).
(Grossman; 1973) sugeriu o uso de bandas de cobre, prata ou ouro, no caso de
dentes posteriores muito destruídos. Segundo esse autor, alternativa seria a colocação de
coroas de alumínio ou de aço inoxidável para recompor a estrutura dentária perdida e
permitir o isolamento. Inicialmente se colocaria guta percha na câmara pulpar, com o
objetivo de impedir que o cimento obture os condutos. A seguir, a banda seria cimentada,
retirando-se o excesso de cimento e a guta percha, para permitir a realização do tratamento
endodôntico. A banda só seria retirada após o término da endodontia. Quando a coroa
estiver tão destruída que a colocação da banda seja dificultada, pode ser feita uma
gengivectomia antes da colocação do grampo.
Em dentes jovens, que estão em erupção, pode não haver uma estabilidade na
colocação do grampo. Para estes casos, podem-se usar grampos que apresentam a parte
103
ativa serrilhada como os da série Ivory 12 – A e 13– A. Caso esse procedimento não dê
resultado, a gengivoplastia pode ser feita (Silva et.al; 2011).
Quando a coroa está destruída por conta de cárie, fratura ou risco de quebrar a
coroa, usa-se nesses casos, grampos retentivos e suficientes. Em outros casos, pode ser
necessária a gengivectomia, a gengivoplastia e/ou osteotomia. A visibilidade é
fundamental para a facilidade de acesso, porém o aumento da coroa é contra indicado
quando para se tratar de um único dente, se houver mais dentes para o tratamento, a
cirurgia é indicada (Silva et.al; 2011). Indicam ainda, a cirurgia de aumento de coroa
clínica (osteotomia e osteoplastia) sempre que a distância entre a margem apical da lesão
(margem sadia) e a crista óssea alveolar for menor que 2 mm.”
Em dentes com pouca estrutura dental é recomendado usar grampos WeA, a
colocação de bandas ortodônticas e o uso de cimento de ionômero de vidro (Silva et.al;
2011).
(Silva et.al; 2011) recomendam que sejam utilizados para o isolamento de dentes
com severas perdas de estrutura, os seguintes métodos:
1. Uso de grampos de fixação profunda;
2. Colocação de grampos nos dentes adjacentes e realização de isolamento múltiplo,
complementado com amarrias com fio dental ou selamento com cimento ou substância
auxiliar;
3. Pontas ativas do grampo colocadas sobre a gengiva;
4. Gengivectomia, reabatimento de retalho ou aumento de coroa clínica;
5. Procedimentos de reconstrução da coroa.
Outros materiais para que se possa vedar são utilizados como técnica de controle
da umidade. Elásticos ortodônticos, cianoacrilato como auxiliar do isolamento absoluto,
enfatizando que o adesivo é biocompatível (Silva et.al; 2011).
Em crianças o medo é fator determinante para o procedimento, a criança pode não
cooperar, se sentir ameaçada, não seguir as instruções. Contudo todas essas barreiras
podem ser quebradas, com orientação preventiva, assim aumentando o campo perceptivo
da criança em relação ao tratamento, assim, ela estará mais preparada para um retorno ou
para superar alguma experiência prévia negativa (Zardetto et.al; 2014).
A técnica de falar-mostrar e fazer é utilizada para apresentar a criança o ambiente
odontológico, alguns instrumentos e procedimentos, sempre falando de maneira simples
e lúdica. (Zardetto et.al; 2014).
104
A criança conhecerá, portanto, a textura, o peso e o funcionamento desses
materiais e, assim, diminuirá as fantasias que porventura tenha criado (Zardetto et.al;
2014). Aquelas crianças que no início apresentavam muito ansiosas, ficam mais calmas
durante o tratamento, quando apresentadas novamente aos fantoches utilizados nas
sessões de brincadeira preparatória (Zardetto et.al; 2014).
O isolamento possibilita ao profissional um maior controle sobre a criança, assim
se observa que ela fica mais quieta e tranquila. Isso se deve ao fato de que o isolamento
funciona como uma barreira, sendo que para a criança o isolamento é menos invasivo do
que sem ele, no tratamento (Zardetto et.al; 2014).
Considerações Finais:
De acordo com a revisão literária, o isolamento absoluto é de extrema importância
para a obtenção de um campo operatório seco, limpo, facilitando a visibilidade e assim
proporcionando a biossegurança, tanto para os pacientes, quanto para os profissionais da
área odontológica. Observou-se também, a variedade de técnicas disponíveis para um
melhor desenvolvimento do tratamento realizado em restaurações e em tratamentos
endodônticos. Apesar dos seus benefícios, os profissionais tem tido uma resistência
quanto ao uso do isolamento absoluto devido à rejeição de alguns pacientes pelo
desconforto. No tratamento infantil, além de se realizar o procedimento odontológico, é
necessário realizar um tratamento psicológico a fim de mostrar à criança, a necessidade
desse procedimento de uma maneira mais clara para sua compreensão.
Bibliografia:
EHLERS, Ilkiu, Rodrigo. Isolamento Absoluto Modificado: Alternativa para
Trabalhos em Dentes Anteriores. (2014).
KRÖLING, Edgar Antônio; PADILHA, Edna Zakrzevsk. Técnicas de isolamento
absoluto em dentes com estrutura remanescente mínima: Revisão de Literatura.
Editora, Cidade, 2011.
PEDROSA, Fabrício Antônio Do Sacramento et.al. Isolamento do Campo Operatório:
Panorama de Utilização em Consultórios e Clínicas Privadas de Belo Horizonte,
MG, Brasil, 2011.
SILVA, Fabrício Rutz da; BERGER, Carlos Roberto; PELISSARI, Antônio Carlos;
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ZARDETTO, Cristina Giovannetti del; CORRÊIA, Maria Salete Nahás Pires. Técnica
de condicionamento psicológico para uso do isolamento absoluto em criança de
pouca idade: relato de caso. Rev. Ibero-am Odontopediatr Odontol Bebê 2004;
7(38):341-5.
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