caderno de questões · assi co’a alma minha se conforma, está no pensamento como idéia; [e] o...

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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Língua Portuguesa Literatura Artes caderno de questões Yeso Osawa Ribeiro Esse material é parte integrante do Aulas Particulares do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

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LINGUAGENS, CÓDIGOSE SUAS TECNOLOGIAS

Língua PortuguesaLiteraturaArtes

caderno de questões

Yeso Osawa Ribeiro

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© 2009 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

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Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 • Batel 80730-200 • Curitiba • PR

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Capa: IESDE Brasil S.A.

Imagem da capa: Comstock Complete Corel Image Bank Creative Suíte Digital Juice Estúdio Portfólio Getty Images Istock Photo Júpiter Images/DPI Images

R367c

Ribeiro, Yeso OsawaCurso preparatório para o novo ENEM : caderno de questões : linguagens, códi-

gos e suas tecnologias : língua portuguesa, literatura e artes / Yeso Osawa Robeiro. - Curitiba, PR : IESDE Brasil, 2009.

il.58 p.

Inclui bibliografiaISBN 978-85-387-0230-6

1. Exame Nacional de Ensino Médio. 2. Ensino médio - Estudo e ensino. 3. Língua portuguesa (Ensino médio) - Problemas, questões, exercícios. 4. Literatura brasileira - (Ensino médio) - Problemas, questões, exercícios. 5. Arte (Ensino mé-dio) - Problemas, questões, exercícios. I. Título.

CDD: 373CDU: 373.5

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LínguaPortuguesaLíngua Portuguesa

Yeso Osawa Ribeiro

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SumárioAula 1 .........................................................................................5

Gabarito ........................................................................................ 10

Aula 2 .......................................................................................13

Gabarito ........................................................................................ 18

Aula 3 .......................................................................................21

Gabarito ........................................................................................ 27

Aula 4 ......................................................................................29

Gabarito ........................................................................................ 33

Aula 5 .......................................................................................35

Gabarito ........................................................................................ 39

Aula 6 .......................................................................................41

Gabarito ........................................................................................ 45

Aula 7 .......................................................................................47

Gabarito ........................................................................................ 51

Aula 8 .......................................................................................53

Diferença entre tema e assunto ...................................................... 53

Tese .............................................................................................. 54

Argumentos ................................................................................... 54

Coletânea de textos ....................................................................... 55

A redação no ENEM ........................................................................ 55

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Aula 4 Texto para as questões 1 e 2.

Transforma-se o amador na cousa amada

Camões

Transforma-se o amador na cousa amada,

por virtude do muito imaginar;

não tenho, logo, mais que desejar,

pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,

que mais deseja o corpo de alcançar?

em si sòmente pode descansar,

pois consigo tal alma está liada.

Mas esta linda e pura semideia,

que, como um acidente em seu sujeito,

assi co’a alma minha se conforma,

Está no pensamento como idéia;

[e] o vivo e puro amor de que sou feito,

como a matéria simples, busca a forma.

QUESTÃO 1

Mesmo que você não soubesse que este texto tenha sido escrito por Camões no século XVI, há no poema dois termos que inegavelmente o apontam como produzido num estágio anterior ao atual da Língua Portuguesa. Indique quais são estas duas palavras.

liada e cousa.a)

cousa e assi.b)

semideia e conforme.c)

cousa e semideia.d)

amador e liada.e)

QUESTÃO 2

Qual dos trechos abaixo expressa uma re-lação de causa e consequência dentro do raciocínio do eu-lírico?

não tenho, logo, mais que desejar, / Pois a) em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada, / b) Que mais deseja o corpo de alcançar?

Mas esta linda e pura semideia, / Que, c) como um acidente em seu sujeito, / Assi co a alma minha se conforma,

[e] o vivo e puro amor de que sou feito, / d) Como a matéria simples

Mas esta linda e pura semideia, / Está e) no pensamento como idéia

Leia para responder às questões de 3 a 5.

Luz dos Olhos

Nando Reis

Ponho os meus olhos em você Se você está Dona dos meus olhos é você Avião no ar Um dia pra esses olhos sem te ver É como o chão do mar Liga o rádio à pilha, a TV Só pra você escutar A nova música que eu fiz agora Lá fora a rua vazia chora...

Pois meus olhos vidram ao te ver São dois fãs, um par Pus nos olhos vidros pra poder Melhor te enxergar Luz dos olhos para anoitecer

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QUESTÃO 4

Assinale a alternativa em que a linguagem é denotativa.

“Lá fora a rua vazia chora”.a)

“Pus nos olhos vidros pra poder / Melhor b) te enxergar”.

“Pinta os lábios para escrever / A sua c) boca em minha”

“Faço as pazes lembrando / Passo as d) tardes tentando / Lhe telefonar”

“Siga onde vão meus pés / Que eu te e) sigo também.”

QUESTÃO 5

No trecho: “Um dia pra esses olhos sem te ver / é como o chão do mar”, a figura de linguagem presente é:

sinestesia.a)

prosopopeia.b)

gradaçãoc)

polissíndeto.d)

comparação.e)

QUESTÃO 6

“Ser valentão foi em algum tempo ofício no Rio de Janeiro; havia homens que viviam disso: davam pancada por dinheiro, e iam a qualquer parte armar de propósito uma de-sordem, contanto que se lhes pagasse, fos-se qual fosse o resultado. Entre os honestos cidadãos que nisto se ocupavam, havia, na época desta história, um certo Chico-Juca, afamadíssimo e temível.”

(ALMEIDA, Manuel Antonio de. Memórias de um Sargento de Milícias, 1854.)

Nesta obra, o autor utiliza diálogos que retra-tam a linguagem dos personagens. Esse tipo

É só você se afastar Pinta os lábios para escrever A sua boca em minha...

Que a nossa música eu fiz agora Lá fora a lua irradia a glória E eu te chamo, eu te peço: Vem! Diga que você me quer Porque eu te quero também!

Faço as pazes lembrando Passo as tardes tentando Lhe telefonar

Cartazes te procurando Aeronaves seguem pousando Sem você desembarcar Pra eu te dar a mão nessa hora Levar as malas pro carro lá fora...

E eu vou guiando Eu te espero, vem... Siga onde vão meus pés Que eu te sigo também. Porque eu te amo! E eu berro: Vem! Grita que você me quer Porque eu te quero também!

QUESTÃO 3

Esse texto possui características predomi-nantemente:

narrativas, pois o texto relata uma trans-a) formação, ou seja, a passagem de um estado inicial para um estado final.

dissertativas, uma vez que há a intenção b) implícita de mostrar a natureza controver-sa do ser humano.

descritivas, uma vez que ações habituais c) são formas de caracterizar pessoas.

descritivas, porque a sequência tempo-d) ral do texto tem a intenção de mostrar ações habituais.

narrativas, uma vez que há uma tese ex-e) plícita a ser defendida pelo narrador.

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de narrativa faz com que o texto fique mais interessante, pois evidencia as intenções do narrador. Com base na leitura do trecho, po-demos afirmar que o narrador demonstra:

crítica ao lirismo exacerbado do movi-a) mento parnasiano.

alienação em relação à realidade social b) da época.

tristeza na constatação da realidade dos c) personagens.

ironia na descrição dos personagens.d)

uma visão romântica acerca da socieda-e) de da época.

QUESTÃO 7

alimentos e matérias-primas de países como a Argentina e os Estados Unidos, que já cultivam e comercializam os transgênicos há alguns anos.

(PROCON. Cartilha Novas Tecnologias. Belo Horizonte.)

O que são alimentos transgênicos?

Os alimentos transgênicos são aqueles cujas sementes foram alteradas com o DNA (material genético localizado no interior das células) de outro ser vivo (como uma bactéria ou fungo) para funcionarem como inseticidas naturais ou resistirem a um determinado tipo de herbicida. Surgiram no início dos anos 80, quando cientistas conseguiram transferir ge-nes específicos de um ser vivo para outro.

A comercialização de transgênicos ainda é polêmica. Empresas, produtores e cientistas que defendem a nova tecnologia dizem que ela vai aumentar a produtividade e baratear o preço do produto, além de permitir a redução dos agrotóxicos utilizados. Os que a atacam, como os ambientalistas e outra parcela de pesquisadores, afirmam que o produto é pe-rigoso: ainda não se conhecem nem os seus efeitos sobre a saúde humana nem o impacto que pode causar ao meio ambiente.

Apesar de proibida a produção destes alimentos no Brasil, nada garante que o consumidor já não esteja comendo produ-tos transgênicos sem saber. Eles podem estar chegando a partir da importação de

Sobre o texto, é correto afirmar:

o primeiro período do texto apresenta a) uma hipótese.

na última frase do texto vem formulada b) uma tese.

a preocupação dos ambientalistas se re-c) sume exclusivamente aos impactos da produção de transgênicos sobre o meio ambiente.

o primeiro período do segundo parágrafo d) é desdobrado de maneira explícita com argumentos que validam o que se afirma no início daquele trecho.

a expressão “apesar de”, no inicio do 3.e) o parágrafo, instaura uma ideia conclusiva ao texto.

QUESTÃO 8

Relacione os textos a seguir a seus respec-tivos tipos de linguagem.

1. Linguagem culta

2. Linguagem regional

3. Linguagem de gíria

4. Linguagem popular

5. Linguagem técnica

Eu, Vandergleisson Olímpio dos Santos, )(pode ser mano Vander nas intimação (é como meus truta me chama, tá ligado?), se fazendo representar pelo meu chega-do, Dr. Mano Clayton, adêva dos bom e estelionatário da hora, venho perante Vossa Magnitude interpor CAUTELAR INO-MINADA c/c PEDIDO ELIMINAR Contra a polícia que invadiu o Bingo. Certo?

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“Em células vegetais, encontramos ape- )(nas fragmentos do complexo de Golgi; fragmentos estes que recebem a denomi-nação de dictiossomos.”

Eu tropeava, nesse tempo. Duma feita )(que viajava de escoteiro, com a guaiaca empanzinada de onças de ouro, vim va-rar aqui neste mesmo passo, por me fi-car mais perto da estância da Coronilha, onde devia pousar.

“Uma das mais férteis tendências do )(romance brasileiro tem sido o que se chamou de regionalismo. Esta tendência surgiu no século XIX e deve ter alguma relação com o fato de ser o Brasil um país muito grande, ocupando mais da metade da América do Sul.”

Nóis matemo tanto sordado numa bataia )(uma vez, mas tanto sordado, que urubu só comia de sargento pra cima.

4 – 2 – 5 – 3 – 1.a)

3 – 1 – 4 – 2 – 5.b)

3 – 5 – 2 – 1 – 4.c)

5 – 2 – 3 – 4 – 1.d)

4 – 5 – 2 – 1 – 3.e)

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Gabarito

QUESTÃO 1

Alternativa B.

Comentário:

Cousa e assi são formas arcaicas das pa-lavras coisa e assim. Liada significa atada, presa. Semideia, neologismo criado por Camões, significa semideusa. Amador, lite-ralmente, significa aquele que ama.

QUESTÃO 2

Alternativa A.

Comentário:

O conectivo pois aponta a causa pela qual o eu-lírico não precisa, mas deseja. Parafrase-ando a ideia, teríamos: como, porque tenho em mim a parte amada (causa), não preciso mais desejá-la (consequência).

Em “b”, temos uma ideia de condição. Em “c”, uma ideia de oposição seguida de com-paração. Comparações também são as ideias que caracterizam os versos mencionados em “d” e “e”.

QUESTÃO 3

Alternativa C.

Comentário:

Na letra de Nando Reis, a descrição é com-posta a partir da citação de vários momentos vividos pelo enunciador e a pessoa a quem ele ama. Esta enumeração de fatos vivencia-dos ao lado de alguém acaba por caracterizar as personagens em foco e a própria relação amorosa.

QUESTÃO 4

Alternativa D.

Comentário:

Linguagem denotativa é aquela que emprega as palavras em enunciados que não se valem de figuras, restringindo-se ao sentido literal dos vocábulos. Esse procedimento é o que ocorre na alternativa “d”.

Em todas as outras, observa-se o uso de palavras e construções que não podem ser lidas literalmente, ao pé da letra. A esse pro-cedimento, enriquecedor das possibilidades linguísticas, chamamos conotação, recurso muito comum na linguagem poética.

QUESTÃO 5

Alternativa E.

Comentário:

A figura conhecida como comparação se caracteriza pela aparição explícita de um co-nector que aponte para esse tipo de ideia. No trecho da alternativa, seria a palavra como. Outros conectores comparativos podem ser tal qual, feito, que nem.

QUESTÃO 6

Alternativa D.

Comentário:

Note que Chico-Juca é citado em meio aos honestos cidadãos que se ocupavam das arruaças e desordem no Rio de Janeiro de antigamente. Naturalmente essa é uma expressão que significa justamente o con-trário daquilo que pensa o narrador sobre

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problemas, pois é ligado a uma área de conhecimento técnico; no caso, a Biologia. (item 5)

Tropeava, guaiaca, estância são expressões próprias de um léxico regionalizado, mais precisamente do sul do país. (item 2)

O item 1 se refere ao trecho que explica aspectos do romance regionalista brasileiro, para isso se valendo de uma linguagem que respeita a norma culta.

Por fim, o último trecho expõe a chamada língua popular, do item 4.

os homens em questão. Esse recurso, de se enunciar exatamente o oposto ao que se deseja, propositalmente, é o que chamamos de ironia.

QUESTÃO 7

Alternativa D.

Empresas, produtores e cientistas de um lado, ambientalistas e parte dos cientistas de outro realmente explicitam a polêmica anunciada pela frase que abre o segundo parágrafo: A comercialização de transgênicos ainda é polêmica.

Não há hipótese no primeiro período do tex-to; a ideia ali expressa já é dada como fato consumado; há uma definição de o que são os transgênicos.

No último período não há a tese – ideia a ser defendida num texto – mas apenas uma exemplificação.

Há a menção textual, no segundo parágrafo, que existe receio sobre os efeitos dos trans-gênicos sobre a saúde humana.

Apesar de não introduz uma noção de con-clusão, mas de oposição.

QUESTÃO 8

Alternativa C.

Comentário:

O texto de Vandergleisson é recheado de expressões próprias de um grupo dentro do tecido social. Essas expressões, geralmente caracterizadoras de diferentes grupos ou comunidades e muitas vezes “ventiladas” para a sociedade como um todo, constituem as gírias, o que já definiria o primeiro texto como relacionado ao item 3.

O segundo trecho não apresentaria maiores

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