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Prefácio A calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preser- vativo contra a loucura e o suicídio... Caro(a) Leitor(a): São como bálsamos para o Espírito as mensagens contidas neste livreto. Elas trans- mitem amor, coragem e fé a todos que nos momentos difíceis da vida necessitam de apoio para o seu refazimento moral. A Federação Espírita Brasileira edita este livreto para que você participe também da Campanha Em Defesa da Vida. Esclareça-se e diga não ao suicídio! * (O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap. V, item 14, 1. ed. especial, FEB.)

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Page 1: Caderno de Mensagem - Suicidio1 CFN/Suicidio.pdfTitle Caderno de Mensagem - Suicidio1.qxp Author ccarvalho Created Date 5/7/2008 2:11:16 PM

Prefácio

A calma e a resignação hauridas da maneirade considerar a vida terrestre e da confiança no futurodão ao espírito uma serenidade que é o melhor preser-vativo contra a loucura e o suicídio...

Caro(a) Leitor(a):

São como bálsamos para o Espírito asmensagens contidas neste livreto. Elas trans-mitem amor, coragem e fé a todos que nosmomentos difíceis da vida necessitam deapoio para o seu refazimento moral.

A Federação Espírita Brasileira editaeste livreto para que você participe tambémda Campanha Em Defesa da Vida.

Esclareça-se e diga não ao suicídio!

*(O Evangelho segundo o Espiritismo, AllanKardec, cap. V, item 14, 1. ed. especial, FEB.)

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Enfoque da

Codificação Espírita

Questão 943. Donde nasce o des-gosto da vida, que, sem motivosplausíveis, se apodera de certosindivíduos?

Efeito da ociosidade, da falta de fé e,também, da saciedade.

Para aquele que usa de suas facul-dades com fim útil e de acordo com as suasaptidões naturais, o trabalho nada tem deárido e a vida se escoa mais rapidamente.Ele lhe suporta as vicissitudes com tantomais paciência e resignação, quanto obracom o fito da felicidade mais sólida e maisdurável que o espera.

Questão 944. Tem o homem o di-reito de dispor da sua vida?

Não; só a Deus assiste esse direito. Osuicídio voluntário importa numa transgres-são desta lei.

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a) Não é sempre voluntário osuicídio?

O louco que se mata não sabe o quefaz.

Questão 952. Comete suicídio o ho-mem que perece vítima de paixõesque ele sabia lhe haviam de apressaro fim, porém a que já não podia re-sistir, por havê-las o hábito mudadoem verdadeiras necessidades físicas?

É um suicídio moral. Não percebeisque, nesse caso, o homem é duplamente cul-pado? Há nele então falta de coragem e bes-tialidade, acrescidas do esquecimento deDeus.

a) Será mais, ou menos, culpadodo que o que tira a si mesmo a vidapor desespero?

É mais culpado, porque tem tempo derefletir sobre o seu suicídio. Naquele que ofaz instantaneamente, há, muitas vezes, umaespécie de desvairamento, que alguma coisatem da loucura. O outro será muito mais

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punido, por isso que as penas são propor-cionadas sempre à consciência que o culpa-do tem das faltas que comete.

Questão 956. Alcançam o fim objeti-vado aqueles que, não podendo con-formar-se com a perda de pessoasque lhes eram caras, se matam naesperança de ir juntar-se-lhes?

Muito diverso do que esperam é oresultado que colhem. Em vez de se reuni-rem ao que era objeto de suas afeições, delese afastam por longo tempo, pois não épossível que Deus recompense um ato decovardia e o insulto que lhe fazem com oduvidarem da sua providência. Pagarão esseinstante de loucura com aflições maiores doque as que pensaram abreviar e não terão,para compensá-las, a satisfação queesperavam. (934 e seguintes.)

Questão 957. Quais, em geral, comrelação ao estado do Espírito, asconseqüências do suicídio?

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Muito diversas são as conseqüênciasdo suicídio. Não há penas determinadas e,em todos os casos, correspondem sempreàs causas que o produziram. Há, porém,uma conseqüência a que o suicida nãopode escapar; é o desapontamento. Mas, asorte não é a mesma para todos; dependedas circunstâncias. Alguns expiam a faltaimediatamente, outros em nova existência,que será pior do que aquela cujo cursointerromperam.

A observação, realmente, mostra que os

efeitos do suicídio não são idênticos. Alguns há,

porém, comuns a todos os casos de morte violen-

ta e que são a conseqüência da interrupção brus-

ca da vida. Há, primeiro, a persistência mais

prolongada e tenaz do laço que une o Espírito ao

corpo, por estar quase sempre esse laço na ple-

nitude da sua força no momento em que é par-

tido, ao passo que, no caso de morte natural, ele

se enfraquece gradualmente e muitas vezes se

desfaz antes que a vida se haja extinguido com-

pletamente. As conseqüências deste estado de

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coisas são o prolongamento da perturbaçãoespiritual, seguindo-se à ilusão em que, durantemais ou menos tempo, o Espírito se conservade que ainda pertence ao número dos vivos.(155 e 165)

A afinidade que permanece entre oEspírito e o corpo produz, nalguns suicidas, umaespécie de repercussão do estado do corpo noEspírito, que, assim, a seu mau grado, sente osefeitos da decomposição, donde lhe resulta umasensação cheia de angústias e de horror, estadoesse que também pode durar pelo tempo quedevia durar a vida que sofreu interrupção. Não égeral este efeito; mas, em caso algum, o suicidafica isento das conseqüências da sua falta de co-ragem e, cedo ou tarde, expia, de um modo oude outro, a culpa em que incorreu. Assim é quecertos Espíritos, que foram muito desgraçadosna Terra, disseram ter-se suicidado na existênciaprecedente e submetido voluntariamente anovas provas, para tentarem suportá-las commais resignação. Em alguns, verifica-se umaespécie de ligação à matéria, de que inutilmente

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procuram desembaraçar-se, a fim de voarempara mundos melhores, cujo acesso, porém, selhes conserva interdito. A maior parte delessofre o pesar de haver feito uma coisa inútil, poisque só decepções encontram.

A religião, a moral, todas as filosofias con-denam o suicídio como contrário às leis daNatureza. Todas nos dizem, em princípio, queninguém tem o direito de abreviar voluntaria-mente a vida. Entretanto, por que não se temesse direito? Por que não é livre o homem de pôrtermo aos seus sofrimentos? Ao Espiritismo esta-va reservado demonstrar, pelo exemplo dos quesucumbiram, que o suicídio não é uma falta,somente por constituir infração de uma leimoral, consideração de pouco peso para certosindivíduos, mas também um ato estúpido, poisque nada ganha quem o pratica, antes ocontrário é o que se dá, como no-lo ensinam,não a teoria, porém os fatos que ele nos põe sobas vistas.

(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, 1. ed. espe-

cial, FEB.)

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O suicídio

A incredulidade, a simples dúvidasobre o futuro, as idéias materialistas, numapalavra, são os maiores incitantes ao suicí-dio; ocasionam a covardia moral. Quandohomens de ciência, apoiados na autoridadedo seu saber, se esforçam por provar aosque os ouvem ou lêem que estes nada têma esperar depois da morte, não estão de fa-to levando-os a deduzir que, se são desgra-çados, coisa melhor não lhes resta senão sematarem? Que lhes poderiam dizerpara desviá-los dessa conseqüência? Quecompensação lhes podem oferecer? Que es-perança lhes podem dar? Nenhuma, a nãoser o nada. Daí se deve concluir que, se onada é o único remédio heróico, a únicaperspectiva, mais vale buscá-lo imediata-mente e não mais tarde, para sofrer pormenos tempo.

A propagação das doutrinas materialis-tas é, pois, o veneno que inocula a idéia dosuicídio na maioria dos que se suicidam, e os

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que se constituem apóstolos de semelhantesdoutrinas assumem tremenda responsabili-dade. Com o Espiritismo, tornada impossívela dúvida, muda o aspecto da vida. O crentesabe que a existência se prolonga indefinida-mente para lá do túmulo, mas em condiçõesmuito diversas; donde a paciência e a resig-nação que o afastam muito naturalmentede pensar no suicídio; donde, em suma, acoragem moral.

ALLAN KARDEC

(O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V,item 16, 3. ed. especial, FEB.)

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Suicidas

A seguinte comunicação foi dada es-pontaneamente, em uma reunião espírita noHavre, a 12 de fevereiro de 1863:

Tereis piedade de um pobre miserávelque passa de há muito por cruéis torturas?!Oh! o vácuo... o Espaço... despenho-me...caio... morro... Acudam-me! Deus, eu tiveuma existência tão miserável... Pobre diabo,sofri fome muitas vezes na velhice; e foi porisso que me habituei a beber, a ter vergonhae desgosto de tudo.

Quis morrer, e atirei-me... Oh! meuDeus! Que momento! E para que tal desejo,quando o termo estava tão próximo? Orai,para que eu não veja incessantemente estevácuo debaixo de mim... Vou despedaçar--me de encontro a essas pedras! Eu vo-losuplico, a vós que conheceis as misérias dosque não mais pertencem a esse mundo. Nãome conheceis, mas eu sofro tanto... Para quemais provas? Sofro! Não será isso o bas-tante? Se eu tivera fome, em vez deste sofri-

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mento mais terrível e aliás imperceptívelpara vós, não vacilaríeis em aliviar-me comuma migalha de pão. Pois eu vos peço queoreis por mim... Não posso permanecer pormais tempo neste estado... Perguntai a qual-quer desses felizes que aqui estão, e sabereisquem fui. Orai por mim.

François-Simon Louvet.

(O Céu e o Inferno, Allan Kardec, 2a parte, cap.V, p. 301, 57. ed. FEB.)

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O pai e o conscrito

No começo da guerra da Itália, em1859, um negociante de Paris, pai defamília, gozando de estima geral por partedos seus vizinhos, tinha um filho que forasorteado para o serviço militar. Impossibili-tado de o eximir de tal serviço, ocorreu-lhe aidéia de suicidar-se a fim de o isentar domesmo, como filho único de mulher viúva.Um ano mais tarde, foi evocado naSociedade de Paris a pedido de pessoa queo conhecera, desejosa de certificar-se da suasorte no mundo espiritual.

(A S. Luís.) Podereis dizer-nos se épossível evocar o Espírito a que vimos de nosreferir? R. Sim, e ele ganhará com isso,porque ficará mais aliviado.

1. Evocação. R. Oh! obrigado!Sofro muito, mas... é justo. Contudo, ele meperdoará.

O Espírito escreve com grande dificul-dade; os caracteres são irregulares e mal forma-dos; depois da palavra mas, ele pára, e, procu-

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rando em vão escrever, apenas consegue fazeralguns traços indecifráveis e pontos. É evidenteque foi a palavra Deus que ele não conseguiuescrever.

2. Tende a bondade de preencher alacuna com a palavra que deixastes de escre-ver. R. Sou indigno de escrevê-la.

3. Dissestes que sofreis; compreen-deis que fizestes muito mal em vos suicidar;mas o motivo que vos acarretou esse ato nãoprovocou qualquer indulgência? R. Apunição será menos longa, mas nem por issoa ação deixa de ser má.

4. Podereis descrever-nos essa puni-ção? R. Sofro duplamente, na alma e nocorpo; e sofro neste último, conquanto o nãopossua, como sofre o operado a falta de ummembro amputado.

5. A realização do vosso suicídio tevepor causa unicamente a isenção do vossofilho, ou concorreram para ele outras razões? R. Fui completamente inspirado pelo amor

paterno, porém, mal inspirado. Em atençãoa isso, a minha pena será abreviada.

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6. Podeis precisar a duração dos vos-sos padecimentos? R. Não lhes entrevejo otermo, mas tenho certeza de que ele existe,o que é um alívio para mim.

7. Há pouco não vos foi possível es-crever a palavra Deus, e no entanto temosvisto Espíritos muito sofredores fazê-lo: seráisso uma conseqüência da vossa punição? R. Poderei fazê-lo com grandes esforços dearrependimento.

8. Pois então fazei esses esforços pa-ra escrevê-lo, porque estamos certos de quesereis aliviado. (O Espírito acabou por traçaresta frase com caracteres grossos, irregularese trêmulos: Deus é muito bom.)

9. Estamos satisfeitos pela boa von-tade com que correspondestes à nossa evo-cação, e vamos pedir a Deus para que esten-da sobre vós a sua misericórdia. R. Sim,obrigado.

10. (A S. Luís.) Podereis minis-trar-nos a vossa apreciação sobre esse suicí-dio? R. Este Espírito sofre justamente, poislhe faltou a confiança em Deus, falta que é

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sempre punível. A punição seria maior emais duradoura, se não houvera como ate-nuante o motivo louvável de evitar que ofilho se expusesse à morte na guerra. Deus,que é justo e vê o fundo dos corações, não opune senão de acordo com suas obras.

OBSERVAÇÕES À primeira vista, como

ato de abnegação, este suicídio poder-se-ia con-

siderar desculpável. Efetivamente assim é, mas

não de modo absoluto. A esse homem faltou a

confiança em Deus, como disse o Espírito

S. Luís. A sua ação talvez impediu a realização

dos destinos do filho; ao demais, ele não tinha a

certeza de que aquele sucumbiria na guerra e a

carreira militar talvez lhe fornecesse ocasião de

adiantar-se. A intenção era boa, e isso lhe ate-

nua o mal provocado e merece indulgência; mas

o mal é sempre o mal, e se o não fora, poder-se-

-ia, escudado no raciocínio, desculpar todos os

crimes e até matar a pretexto de prestar serviços.

A mãe que mata o filho, crente de o enviar

ao céu, seria menos culpada por tê-lo feito com

boa intenção? Aí está um sistema que chegaria a

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justificar todos os crimes cometidos pelo cegofanatismo das guerras religiosas.

Em regra, o homem não tem o direito dedispor da vida, por isso que esta lhe foi dadavisando deveres a cumprir na Terra, razão bas-tante para que não a abrevie voluntariamente,sob pretexto algum. Mas, ao homem visto quetem o seu livre-arbítrio ninguém impede ainfração dessa lei. Sujeita-se, porém, às suasconseqüências. O suicídio mais severamentepunido é o resultante do desespero que visa aredenção das misérias terrenas, misérias que sãoao mesmo tempo expiações e provações. Furtar--se a elas é recuar ante a tarefa aceita e, àsvezes, ante a missão que se devera cumprir. Osuicidio não consiste somente no ato voluntárioque produz a morte instantânea, mas em tudoquanto se faça conscientemente para apressar aextinção das forças vitais. Não se pode tachar desuicida aquele que dedicadamente se expõe àmorte para salvar o seu semelhante: primeiro,porque no caso não há intenção de se privar davida, e, segundo, porque não há perigo do quala Providência nos não possa subtrair, quando a

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hora não seja chegada. A morte em tais con-tingências é sacrifício meritório, como ato deabnegação em proveito de outrem. (OEvangelho segundo o Espiritismo, cap. V, itensnos 5, 6, 18 e 19.)

(O Céu e o Inferno, Allan Kardec, 2a parte, cap.V, p. 298-300, 57. ed. FEB.)

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Suicídio

Quais as primeiras impressões dosque desencarnam por suicídio?

A primeira decepção que os aguardaé a realidade da vida que se não extinguecom as transições da morte do corpo físico,vida essa agravada por tormentos pavorosos,em virtude de sua decisão tocada desuprema rebeldia.

Suicidas há que continuam experimen-tando os padecimentos físicos da última horaterrestre, em seu corpo somático, indefinida-mente. Anos a fio, sentem as impressões ter-ríveis do tóxico que lhes aniquilou as ener-gias, a perfuração do cérebro pelo corpoestranho partido da arma usada no gestosupremo, o peso das rodas pesadas sob asquais se atiraram na ânsia de desertar davida, a passagem das águas silenciosas etristes sobre os seus despojos, onde procura-ram o olvido criminoso de suas tarefas nomundo e, comumente, a pior emoção do sui-cida é a de acompanhar, minuto a minuto, o

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processo da decomposição do corpoabandonado no seio da terra, verminadoe apodrecido.

De todos os desvios da vida humana osuicídio é, talvez, o maior deles pela sua ca-racterística de falso heroísmo, de negaçãoabsoluta da lei do amor e de suprema rebel-dia à vontade de Deus, cuja justiça nunca sefez sentir, junto dos homens, sem a luz damisericórdia.

EMMANUEL

(O Consolador, psicografia de Francisco C. Xavier,pergunta 154, 25. ed. FEB.)

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Suicídio e obsessão

(...) Fala-vos humilde companheiraque ainda sofre, depois de aflitiva tragédiano suicídio, alguém que conhece de perto aresponsabilidade na queda a que se arrojou,infeliz.

O pensamento delituoso é assim comoum fruto apodrecido que colocamos na casade nossa mente...........................................................

Jovem caprichosa, contrariada emmeus impulsos afetivos, acariciei a idéia dafuga, menoscabando todos os favores que aProvidência Divina me concedera à estradaprimaveril.

Acalentei a idéia do suicídio comvolúpia e, com isso, através dela, fortaleci asligações deploráveis com os desafetos demeu passado, que falava mais alto nopresente...........................................................

Refletia no suicídio com a expectaçãode quem se encaminhava para uma porta

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libertadora, tentando, inutilmente, fugir demim mesma.

E, nesse passo desacertado, todas ascadeias do meu pretérito se reconstituíram,religando-me às trevas interiores, até quenuma noite de supremo infortúnio empunheia taça fatídica que me liquidaria a existênciana carne...........................................................

(...) na penumbra do quarto, rostos si-nistros se materializaram de leve e braçoshirsutos me rodearam.

Vozes inesquecíveis e cavernosas in-fundiram-me estranho pavor, exclamando: É preciso beber...........................................................

Senti-me desequilibrada e, emborasustentasse a consciência do meu gesto,sorvi, quase sem querer, a poção com quemeu corpo se rendeu ao sepulcro.

Em verdade, eu era obsidiada...

Sofria a perseguição de adversários,residentes na sombra, mas perseguição que

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eu mesma sustentei com a minha desídia eociosidade mental...........................................................

Em razão disso, padeci, depois dotúmulo, todas as humilhações que podemrebaixar a mulher indefesa...

Agora, que se me refazem as energias,recebi a graça de acordar nos amigos en-carnados a noção de responsabilidade econsciência , no campo das imagens que

nós mesmos criamos e alimentamos (...).

HILDA

(Vozes do Grande Além, Diversos Espíritos,psicografia de Francisco C. Xavier, p. 164-166,4. ed. FEB.)

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O vale dos suicidas

(...) Mas na caverna onde padeci omartírio que me surpreendeu além do túmu-lo, nada disso havia!

Aqui, era a dor que nada consola,a desgraça que nenhum favor ameniza, atragédia que idéia alguma tranqüilizadoravem orvalhar de esperança! Não há céu, nãohá luz, não há sol, não há perfume, não hátréguas!

O que há é o choro convulso e incon-solável dos condenados que nunca se harmo-nizam! O assombroso ranger de dentes daadvertência prudente e sábia do sábio Mes-tre de Nazaré! A blasfêmia acintosa doréprobo a se acusar a cada novo rebate damente flagelada pelas recordações penosas!A loucura inalterável de consciências con-tundidas pelo vergastar infame dos remor-sos! O que há é a raiva envenenada daqueleque já não pode chorar, porque ficou exaus-to sob o excesso das lágrimas! O que há é odesaponto, a surpresa aterradora daquele

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que se sente vivo a despeito de se haver arro-jado na morte! É a revolta, a praga, o insul-to, o ulular de corações que o percutir mons-truoso da expiação transformou em feras! Oque há é a consciência conflagrada, a almaofendida pela imprudência das ações cometi-das, a mente revolucionada, as faculdadesespirituais envolvidas nas trevas oriundas desi mesma! O que há é o ranger de dentesnas trevas exteriores de um presídio criadopelo crime, votado ao martírio e consagradoà emenda! É o inferno, na mais hedionda edramática exposição, porque, além do mais,existem cenas repulsivas de animalidade,práticas abjetas dos mais sórdidos instintos,as quais eu me pejaria de revelar aos meusirmãos, os homens! (...)

CAMILO CÂNDIDO BOTELHO

(Memórias de um Suicida, psicografia de Yvonne A.Pereira, p. 21-22, 3. ed. FEB.)

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Suicídio – soluçãoinsolvável

(...) O suicídio é terrível mal queaumenta na Humanidade e que deve sercombatido por todos os homens.

Essa rigidez mental que resolve pelasolução trágica é doença complexa.

Conscientizar as criaturas a respeito dasconseqüências do ato, no além-túmulo, dasdores que maceram os familiares e do ultra-je às Leis Divinas, é método salutar para di-minuir a incidência dessa solução insolvável.

Dialogar com bondade e paciência comas pessoas que têm propensão para o suicí-dio; sugerir-lhes dar-se um pouco mais detempo, enquanto o problema altera a suaconfiguração; evitar oferecer bases ilusóriaspara esperanças fugazes que o tempo des-mancha; estimular a valorização pessoal;acender uma luz no túnel do seu desespero,entre outros recursos, constituem terapia

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preventiva, que se fortalecerá no exercícioda oração, das leituras otimistas, espirituais,nos passos e no uso da água fluidificada.

Aquele que tenta o suicídio e não o vêconsumado, é candidato natural à recidiva,que culmina tão logo se lhe apresenta omóvel desencadeador do desejo...

O suicídio é o mais grosseiro vestígioda fragilidade humana, que ata o homem aoprimarismo de que se deve libertar.

O homem é, na verdade, a mais altarealização do pensamento divino, na Terra,caminhando para a glória total, mediante aslutas e os sacrifícios do dia-a-dia.

MANOEL P. DE MIRANDA

(Temas da Vida e da Morte, psicografia de DivaldoP. Franco, p. 99-100, 5. ed. FEB.)

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Suicídio sem dor

(...) Lutar por vencer as vicissitudes éinevitável, desde que a própria injunçãobiológica é uma constante faina, em quenascimento, morte, transformação e ressur-gimento se dão por automatismos na ma-quinaria fisiológica, ensinando à consciênciaa técnica do esforço para a preservação davida.

O pretenso suicida, que consumou atrágica fuga da responsabilidade, jamais selibera, como é natural, dos resultados nefá-rios do seu gesto, sempre tresloucado, porferir, na agressão furiosa, o mecanismo doinstinto de conservação da vida, que governaa existência animal e o possui como fatorpara sua preservação.

Orgulhoso ou pusilânime, irresponsávelou vão, o suicida não se evade de si mesmo,da sua consciência; torna-se, aliás, o seupróprio algoz cujas penas o gesto lhe impõee que resgatará em injunções mil vezes mais

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afligentes do que na forma em que ora seapresentam.

A burla que se permite, através desupostos meios indolores para sofrer a de-sencarnação, hiberna-o por algum tempo,em espírito, até o momento em que despertamais vilipendiado e agônico, vivo, estuantede vitalidade, padecendo as camarteladasque a superlativa imprudência provocou.

É óbvio que ninguém ludibria a Cons-ciência Cósmica, que se expressa na har-monia do Universo e vige, pulsante, naconsciência humana individual.

Necessário que o homem assuma asresponsabilidades da vida e instrua-se nasleis que lhe regem a existência, aprimoran-do-se e reunindo valores de que possa dispornos momentos-desafio, a fim de superá-los ereorganizar-se para os futuros cometimentosaté o instante em que se lhe encerre o ciclobiológico. Estará, então, liberado da matéria,mas mantido na vida...

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Nas aparentes mortes sem dor, provo-cadas pelos que desejam fugir ou esquecer,o sofrimento moral tem início quando seelabora o programa da evasão e jamaisse pode prever quando terminará.

A consciência humana é indestrutível,portanto, o suicídio de qualquer espécie éarrematada loucura, um salto no desconheci-do abismo da imprevisível desesperação.

MANOEL P. DE MIRANDA

(Temas da Vida e da Morte, psicografia de DivaldoP. Franco, p. 102-104, 5. ed. FEB.)

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O trágico desfecho

(...) Vocês me deram a vida corporale sacrificaram-se por toda a existência, a fimde que sua filha fosse honrada e feliz. Nuncamediram esforços em favor da minha ventu-ra primeiro, para, depois, a sua. Facultaram--me o título universitário e o excelente traba-lho a que me tenho entregue com respon-sabilidade e consciência de dever. Devo-lhestudo e amo-os com total empenho da alma...Todavia, sofro muito, experimentando igno-ta, estranha dor que me macera revelar-lhes.Sou frágil, nessa área, que é a do amor.Apesar de jamais ele me haver faltado nosseus sentimentos a mim dirigidos, a ado-lescência e a idade da razão levaram-me abuscá-lo em expressão diferente. Há pouco,quando o encontrei, passei a viver, no mes-mo momento, um céu e um inferno queagora alcança o seu estado máximo. Ohomem, a quem amo e que me diz amar, é,infelizmente, para mim, casado e pai ge-neroso. O nosso, é um amor impossível na

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Terra, exceto se nos dispusermos a fruí-lo nomar das lágrimas dos outros, que não lhemerecem a deserção do lar... Fui forjada nosmetais da dignidade que o seu carinho depais modelou no meu caráter... Não énecessário minudenciar mais nada. Nãopodendo viver com ele, nem me sendo pos-sível prosseguir sem ele, retiro-me de cena,preferindo sofrer e fazer os seus coraçõesamantíssimos chorarem uma filha digna, apermanecer, para desespero de muitos,inclusive de vocês, que pranteariam umafilha alucinada...

Perdoem-me, anjos da minha vida.Não pensem que ajo egoisticamente, esque-cida do amor de vocês. Pelo contrário, atuoem homenagem ao seu amor e por amor tam-bém. Não avalio, em profundidade, a tragé-dia do suicídio. Tenho-o, na mente, háalgum tempo, e não o posso adiar mais, ouoptarei pelo suicídio moral, que culminará,certamente, mais tarde, nesta forma infeliz...Ele, o homem amado, ficará tão surpresocom o meu gesto tresvariado, quanto vocêsestarão ao ler esta carta.

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Mais uma vez abençoem-me e inter-cedam à Mãe de Jesus, que tanto sofreu,pela filha que os ama, porém, não suportamais viver..................................................................

O suicídio é a culminância de umestado de alienação que se instala sutil-mente. O candidato não pensa com equi-líbrio, não se dá conta dos males que o seugesto produz naqueles que o amam. Comoperde a capacidade de discernimento, ape-ga-se-lhe como única solução, esquecido deque o tempo equaciona sempre todos osproblemas, não raro, melhor do que a pre-cipitação. A pressa nervosa por fugir, o de-sespero que se instala no íntimo, empurramo enfermo para a saída sem retorno...

MANOEL P. DE MIRANDA

(Loucura e Obsessão, psicografia de Divaldo P.Franco, p. 304-305 e 307, 8. ed. FEB.)