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Prefácio (...) o homem do mundo é mais frágil do que perverso. Jesus * Caro(a) Leitor(a): Pessoas existem, pertencentes a todos os setores da sociedade, defensoras da prá- tica da eutanásia mais por desconhecimen- to das leis divinas do que por maldade. Justificam seus pontos de vista invocan- do piedade frente aos atrozes sofrimentos alheios nos leitos de agonia e de padecimen- tos físicos. No entanto, será permitido ao homem destruir o que não pode criar? Buscando trazer, de forma resumida, o conteúdo da filosofia espírita a respeito de tal assunto, a Federação Espírita Brasileira * (Boa Nova, psicografia de Francisco C. Xavier, pelo Espírito Humberto de Campos, cap. 26, 33. ed. FEB.) Caderno de Mensagem - Eutanasia final.qxp 29/11/2005 16:21 Page 1

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Prefácio

(...) o homem do mundo é mais frágil doque perverso. Jesus*

Caro(a) Leitor(a):

Pessoas existem, pertencentes a todosos setores da sociedade, defensoras da prá-tica da eutanásia mais por desconhecimen-to das leis divinas do que por maldade.

Justificam seus pontos de vista invocan-do piedade frente aos atrozes sofrimentosalheios nos leitos de agonia e de padecimen-tos físicos.

No entanto, será permitido ao homemdestruir o que não pode criar?

Buscando trazer, de forma resumida, oconteúdo da filosofia espírita a respeito de talassunto, a Federação Espírita Brasileira

*(Boa Nova, psicografia de Francisco C. Xavier,pelo Espírito Humberto de Campos, cap. 26, 33.ed. FEB.)

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edita este livreto que ora se encontra em suasmãos.

Possam as páginas seguintes proporcio-nar a reflexão e o entendimento sobre o ver-dadeiro sentido da vida.

Participe também da Campanha EmDefesa da Vida.

Esclareça-se e diga não à eutanásia!

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Enfoque daCodificação Espírita

Questão 953. Quando uma pessoa vêdiante de si um fim inevitável e hor-rível, será culpada se abreviar dealguns instantes os seus sofrimentos,apressando voluntariamente suamorte?

É sempre culpado aquele que nãoaguarda o termo que Deus lhe marcou paraa existência. E quem poderá estar certo deque, malgrado às aparências, esse termotenha chegado; de que um socorro inespera-do não venha no último momento?

a) Concebe-se que, nas circuns-tâncias ordinárias, o suicídio sejacondenável; mas, estamos figuran-do o caso em que a morte é inevi-tável e em que a vida só é encurta-da de alguns instantes.

É sempre uma falta de resignação ede submissão à vontade do Criador.

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b) Quais, nesse caso, as conse-qüências de tal ato?

Uma expiação proporcionada, comosempre, à gravidade da falta, de acordo comas circunstâncias.

(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, 1. ed. espe-cial, FEB.)

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Dever-se-á pôr termo

às provas do próximo?

Deve algum pôr termo às provas doseu próximo quando o possa, ou deve, pararespeitar os desígnios de Deus, deixar quesigam seu curso?

Já vos temos dito e repetido muitíssi-mas vezes que estais nessa Terra de expia-ção para concluirdes as vossas provas e quetudo que vos sucede é conseqüência das vos-sas existências anteriores, são os juros dadívida que tendes de pagar. Esse pensamen-to, porém, provoca em certas pessoas refle-xões que devem ser combatidas, devido aosfunestos efeitos que poderiam determinar.

Pensam alguns que, estando-se naTerra para expiar, cumpre que as provassigam seu curso. Outros há, mesmo, que vãoaté ao ponto de julgar que, não só nadadevem fazer para as atenuar, mas que, ao

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contrário, devem contribuir para que elassejam mais proveitosas, tornando-as maisvivas. Grande erro. E certo que as vossasprovas têm de seguir o curso que lhes traçouDeus; dar-se-á, porém, conheçais essecurso? Sabeis até onde têm elas de ir e se ovosso Pai misericordioso não terá dito aosofrimento de tal ou tal dos vossos irmãos:Não irás mais longe? Sabeis se a Providên-

cia não vos escolheu, não como instrumentode suplício para agravar os sofrimentos doculpado, mas como o bálsamo da consolaçãopara fazer cicatrizar as chagas que a suajustiça abrira? Não digais, pois, quando vir-des atingido um dos vossos irmãos: E ajustiça de Deus, importa que siga o seu cur-so. Dizei antes: Vejamos que meios o Paimisericordioso me pôs ao alcance para sua-vizar o sofrimento do meu irmão. Vejamos seas minhas consolações morais, o meu ampa-ro material ou meus conselhos poderão aju-dá-lo a vencer essa prova com mais energia,paciência e resignação. Vejamos mesmo se

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Deus não me pôs nas mãos os meios de fazerque cesse esse sofrimento; se não me deu amim, também como prova, como expiaçãotalvez, deter o mal e substituí-lo pela paz.

Ajudai-vos, pois, sempre, mutuamente,nas vossas respectivas provações e nunca vosconsidereis instrumentos de tortura. Contraessa idéia deve revoltar-se todo homemde coração, principalmente todo espírita,porquanto este, melhor do que qualqueroutro, deve compreender a extensão infinitada bondade de Deus. Deve o espírita estarcompenetrado de que a sua vida toda tem deser um ato de amor e de devotamento; que,faça ele o que fizer para se opor às decisõesdo Senhor, estas se cumprirão. Pode, portan-to, sem receio, empregar todos os esforçospor atenuar o amargor da expiação, certo,porem, de que só a Deus cabe detê-la ouprolongá-la, conforme julgar conveniente.

Não haveria imenso orgulho, da partedo homem, em se considerar no direito de,por assim dizer, revirar a arma dentro da

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ferida? De aumentar a dose do veneno nasvísceras daquele que está sofrendo, sob opretexto de que tal é a sua expiação? Oh!considerai-vos sempre como instrumentopara fazê-la cessar. Resumindo: todos estaisna Terra para expiar; mas, todos, semexceção, deveis esforçar-vos por abrandar aexpiação dos vossos semelhantes, de acordocom a lei de amor e caridade. Bernardino,Espírito protetor. (Bordéus, 1863.)

Será lícito abreviar a vida de

um doente que sofra sem

esperança de cura?

Um homem está agonizante, presa decruéis sofrimentos. Sabe-se que seu esta-do é desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias,apressando-se-lhe o fim?

Quem vos daria o direito de prejulgaros desígnios de Deus? Não pode ele conduziro homem até à borda do fosso, para daí oretirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimen-

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tar idéias diversas das que tinha? Ainda quehaja chegado ao último extremo um mori-bundo, ninguém pode afirmar com seguran-ça que lhe haja soado a hora derradeira. ACiência não se terá enganado nunca em suasprevisões?

Sei bem haver casos que se podem,com razão, considerar desesperadores; mas,se não há nenhuma esperança fundada deum regresso definitivo à vida e à saúde,existe a possibilidade, atestada por inúmerosexemplos, de o doente, no momento mesmode exalar o último suspiro, reanimar-se erecobrar por alguns instantes as faculdades!Pois bem: essa hora de graça, que lhe é con-cedida, pode ser-lhe de grande importância.Desconheceis as reflexões que seu Espíritopoderá fazer nas convulsões da agonia equantos tormentos lhe pode poupar umrelâmpago de arrependimento.

O materialista, que apenas vê o corpo eem nenhuma conta tem a alma, é inapto a

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compreender essas coisas; o espírita, porém,que já sabe o que se passa no além-túmulo,conhece o valor de um último pensamento.Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto opuderdes; mas, guardai-vos de abreviar avida, ainda que de um minuto, porque esseminuto pode evitar muitas lágrimas nofuturo. S. Luís. (Paris, 1860.)

(O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec,cap. V, itens 27 e 28, 1. ed. especial, FEB.)

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Sobre a vida

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A eutanásia leva o sofredor, os fami-liares, o médico e os assistentes à falsa noçãode piedade, de caridade, de amor.

É importante entender que o sofrimen-to, no final da vida na Terra, seja peladoença incurável, seja pelo desgaste naturaldo corpo físico, é uma das formas deaproveitamento do Espírito em contato com amatéria, resgatando faltas, ou progredindoatravés do sacrifício. Em mundos de provase expiações como o nosso, muitas vezes a leidivina mede o resultado de uma encarnaçãoatravés dessa prova final, na qual o Espíritocomprova, pela paciência, pela resignação epela fé o proveito de toda uma existência.

Cortar uma vida no final da reencarna-ção é suprimir a oportunidade que tem oEspírito de superar-se, levando, em sua

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volta ao Mundo Espiritual, a condição devencedor.

Todas as formas de vida na Terra,compreendendo a dos seres humanos, têmsua razão de ser regidas por um PoderMaior. A vida é um dom para ser usado naevolução. Assim como o homem não tem opoder de criar esse dom, também não tem odireito de suprimi-lo a seu talante. Às leisnaturais ou divinas cabe dispor sobre a cria-ção e a supressão a vida.

A filosofia materialista, que só percebeas leis que regem a matéria, causa umgrande mal à Humanidade e às ciências sobsua influência, ao propor soluções que pri-mam por não levar em conta a existência doEspírito e os seus interesses.

JUVANIR BORGES DE SOUZA

(Reformador, janeiro de 1994, p. 4.)

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Condenação àeutanásia

A eutanásia é um bem, nos casosde moléstia incurável?

O homem não tem o direito de prati-car a eutanásia, em caso algum, ainda que amesma seja a demonstração aparente de me-dida benfazeja.

A agonia prolongada pode ter finali-dade preciosa para a alma e a moléstia in-curável pode ser um bem, como a únicaválvula de escoamento das imperfeições doEspírito em marcha para a sublime aquisiçãode seus patrimônios da vida imortal. Alémdo mais, os desígnios divinos são insondáveise a ciência precária dos homens não podedecidir nos problemas transcendentes dasnecessidades do Espírito.

EMMANUEL

(O Consolador, psicografia de Francisco C. Xavier,pergunta 106, 25. ed. FEB.)

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Junto a um

leito de dor

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Felizes da Terra! Quando passardesao pé dos leitos de quantos atravessam pro-longada agonia, afastai do pensamento aidéia de lhes acelerardes a morte!...

Ladeando esses corpos amarrotados epor trás dessas bocas mudas, benfeitores doplano espiritual articulam providências,executam encargos nobilitantes, pronunciamorações ou estendem braços amigos!

Ignorais, por agora, o valor de algunsminutos de reconsideração para o viajor queaspira a examinar os caminhos percorridos,antes do regresso ao aconchego do lar.

Se não vos sentis capacitados a ofere-cer-lhes uma frase de consolação ou o socor-ro de uma prece, afastai-vos e deixai-os em

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paz!... As lágrimas que derramam são péro-las de esperança com que as luzes de outrasauroras lhes rociam a face!... Esses gemidosque se arrastam do peito aos lábios, seme-lhando soluços encarcerados no coração,quase sempre traduzem cânticos de alegria,à frente da imortalidade que lhes fulgura doAlém!...

Companheiros do mundo, que aindatrazeis a visão limitada aos arcabouços dacarne, por amor aos vossos sentimentos maiscaros, dai consolo e silêncio, simpatia e ve-neração aos que se abeiram do túmulo! Elesnão são as múmias torturadas que os vossosolhos contemplam, destinadas à lousa que apoeira carcome... São filhos do Céu, prepa-rando o retorno à Pátria, prestes a transporo rio da Verdade, a cujas margens, um dia,também vós chegareis!..................................................................

ANDRÉ LUIZ

(Sexo e Destino, psicografias de Francisco C. Xaviere Waldo Vieira, cap. 7, p. 272-273, 1. ed. especial,FEB.)

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Sofrimento e eutanásia

Quando te encontres diante dealguém que a morte parece nimbar de som-bra, recorda que a vida prossegue, além dagrande renovação...

Não te creias autorizado a desferir ogolpe supremo naqueles que a agonia emu-dece, a pretexto de consolação e de amor,porque, muita vez, por trás dos olhos baçose das mãos desfalecentes que parecem deitaro último adeus, apenas repontam avisos eadvertências para que o erro seja sustado oupara que a senda se reajuste amanhã.

Ante o catre da enfermidade mais insi-diosa e mais dura, brilha o socorro daInfinita Bondade facilitando, a quem deve, aconquista da quitação.

Por isso mesmo, nas próprias moléstiasreconhecidamente obscuras para a diagnoseterrestre, fulgem lições cujo termo é preciso

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esperar, a fim de que o homem lhes nãoperca a essência divina.

E tal acontece, porque o corpo carnal,ainda mesmo o mais mutilado e disforme,em todas as circunstâncias, é o sublimeinstrumento em que a alma é chamada aacender a flama de evolução.

É por esse motivo que no mundo en-contramos, a cada passo, trajes físicos emfigurino moral diverso.

Corpos santuários...

Corpos oficinas...

Corpos bênçãos...

Corpos esconderijos...

Corpos flagelos...

Corpos ambulâncias...

Corpos cárceres...

Corpos expiações...

Em todos eles, contudo, palpita a con-cessão do Senhor, induzindo-nos ao paga-

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mento de velhas dívidas que a Eterna Justiçaainda não apagou.

Não desrespeites, assim, quem se imo-biliza na cruz horizontal da doença prolonga-da e difícil, administrando-lhe o veneno damorte suave, porquanto, provavelmente,conhecerás também mais tarde o proveitosodecúbito indispensável à grande meditação.

E usando bondade para os que atraves-sam semelhantes experiências, para que tenão falte a bondade alheia no dia de tuaexperiência maior, lembra-te de que, valori-zando a existência na Terra, o próprio Cristoarrancou Lázaro às trevas do sepulcro, paraque o amigo dileto conseguisse dispor demais tempo para completar o tempo necessá-rio à própria sublimação.

EMMANUEL

(Religião dos Espíritos, psicografia de Francisco C.Xavier, p. 59-60, 17. ed. FEB.)

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Expiação

Considerando que a vida no corpo sóse justifica para o Espírito se se levar emconta a necessidade que tem de evoluir, atéao ponto de não mais estar sujeito à esteiraextensa das reencarnações, é de boa oportu-nidade transcrever-se também o caso emfrente, narrado no mesmo livro de Adelino(Chico de Francisco, Adelino da Silveira, 1.ed. Editora Cultural União, págs. 54-55.)

Chico visitou durante muitos anos umjovem que tinha o corpo totalmente deforma-do e que morava num barraco à beira deuma mata. O estado de alienado mental eracompleto. A mãe deste jovem era tambémmuito doente e o Chico a ajudava a banhá-lo,alimentá-lo e a fazer a limpeza do pequenocômodo em que moravam.

O quadro era tão estarrecedor que,numa de suas visitas em que um grupo depessoas o acompanhava, um médico pergun-tou ao Chico:

Nem mesmo neste caso a eutanásiaseria perdoável?

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Não creio, doutor, respondeu-lhe oChico. Este nosso irmão, em sua últimaencarnação, tinha muito poder. Perseguiu,prejudicou e com torturas desumanas tirou avida de muitas pessoas. Algumas o perdoa-ram, outras não e o perseguiram durantetoda a sua vida. Aguardaram o seu desencar-ne (sic) e, assim que ele deixou o corpo, eleso agarraram e o torturaram de todas asmaneiras durante muitos anos. Este corpodisforme e mutilado representa uma bênçãopara ele. Foi o único jeito que a ProvidênciaDivina encontrou para escondê-lo de seusinimigos. Quanto mais tempo agüentar, me-lhor será. Com o passar dos anos, muitos deseus inimigos o terão perdoado. Outros terãoreencarnado. Aplicar a eutanásia seria de-volvê-lo às mãos de seus inimigos para quecontinuassem a torturá-lo.

E como resgatará ele seus crimes? Inquiriu o médico.

O Irmão X costuma dizer que Deususa o tempo e não a violência.

WEIMAR MUNIZ DE OLIVEIRA

(Reformador, outubro de 1994, p. 297.)

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Ante moribundos

Quando o homem compreender, emtoda a sua magnitude, o fenômeno da mortee o conseqüente despertar do Espírito,poderá contribuir de maneira eficiente parao despredimento dos moribundos no seuleito de agonia. (...)

Os minutos ou horas que precedem àdesencarnação se revestem de muita signifi-cação para o ser em preparativos para seguirà Espiritualidade.

O afrouxamento dos laços perispirituaise conseqüente desfazimento deles ocorrementre sensações e emoções complexas quevariam de criatura para criatura, conforme ograu evolutivo que cada qual haja logrado.

Desse modo, deve transcorrer emclima de paz ambiente o processo liberativo,para que, no instante em que cessem as pul-sações orgânicas, nenhum choque vibratórioatinja o recém-desencarnado. (...)

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O ambiente de harmonia, saturado devibrações benéficas, contribui efetivamentepara tornar ameno e compensador o momen-to da morte, mesmo para os que não se sou-beram utilizar, quanto deveriam, dostesouros da vida, facultando que sobre elesos afetos espirituais possar exercer açãobenéficas e até impeditivas da loucura e dospesadelos cruéis que a muitos assaltam...

(...) Aja-se, portanto, ante os que seestão desprendendo, com dignidade eamor. (...)

Antes de pensar em si, aquele que fica,se realmente ama, pense em quem segue eajude-o, a fim de que mais rapidamentepossa tê-lo de volta para o convívio espiritu-al, e, desse modo, se prepare, por sua vez,para a própria viagem que em breve ocor-rerá, quando se reunirá a esse afeto, entãosem mais angustia nem adeus...

MANOEL P. DE MIRANDA

(Temas da Vida e da Morte, psicografia de DivaloP. Franco, p. 73 a 76, 4. ed. FEB.)

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Eutanásia, nunca!

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As enfermidades são resultado doestágio primevo da evolução em que a Terrase encontra.

Por isso, realizam o seu mister invitan-do a criatura ao estudo da fragilidade carnal,de modo a entender e respeitar-se como serespiritual que é, em aprendizagem temporá-ria na escolaridade terrena.

Cada instante de vida de um pacienteé-lhe valioso, porque lhe pode constituir cha-mamento para despertar os sentimentos maiselevados, dando-se conta dos objetivosessenciais da existência.

Outrossim, os sucessos felizes ou indi-tosos que têm curso nas vidas são efeitoinevitável dos atos pretéritos realizados nasreencarnações passadas.

Este homem, hibernado, numa tremen-da alienação mental, é antigo déspota que se

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utilizou da vida para infelicitar e afligir, oraexpiando em injunção educativa os delitosperpetrados...

Esse padecente, em torpe imobilidade,com os centros mentais motores lesados, éanterior suicida que pensou burlar a Lei,evadindo-se dos compromissos que assumirae que não quis sofrer...

Aquele, portador de cruel neoplasiamaligna com metástase generalizada, em ex-tremos de desespero, é o alucinado destrui-dor de vidas, que culminou a existência anti-ga em autocídio espetacular, e que ora res-gata, repassando pelos caminhos antes per-corridos com a insânia do orgulho e daprepotência...

Todos eles, ressalvadas algumas exce-ções de abnegados missionários que se en-tregam à dor para ensinar aos seus coevoscomo superá-la, os que experimentam largosdesgastes na saúde estão em justo mecanis-mo reparador de que, resignados e humil-

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des, se liberarão, demandando à paz e à feli-cidade que todos alcançaremos.

Ninguém está condenado irremissivel-mente, que não usufrua as bênçãos da har-monia, quando regularizado o compromissono qual falhou.

É de alta importância a libertação pelador ou através do sacrifício do bem que sepode produzir, do amor.

Não cabe, portanto, a ninguém, o direi-to de fazer cessar o processo do sofrimentopor meio da eutanásia, mesmo porque amorte do corpo não anula o fenômeno danecessidade específica de cada um, nosmúltiplos estágios do crescimento espiritual.

...............................................................

VIANNA DE CARVALHO

(Reformador, dezembro de 1990, psicografia deDivaldo P. Franco, p. 377-378.)

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Espiritismo e eutanásia

...............................................................Podem chover argumentos em favor

da eutanásia, o que não impede, à luz reden-tora do Espiritismo, sejam os seus responsá-veis assassinos que a Justiça do mundo nemsempre pune, mas que a de Deus registra,identificando-os na contabilidade divina, comvistas a dolorosos resgates, em amargas ex-piações no futuro, atenuadas, ou agravadas,pela Lei, segundo as suas motivações.

A eutanásia, em suma, é sempre umaforma de homicídio, pelo qual os seus auto-res responderão no porvir, em grau compatí-vel com as suas causas determinantes.

Quem pratica a eutanásia, por melhoressejam as intenções, inclusive piedosas, come-te crime de lesa-natureza, à vista do instintode conservação inerente às criaturas de Deus................................................................

O espírita, na verdade, tem uma pai-sagem diferente, mais ampla, mais rica, paraexaminar o tema eutanásia , pois conhece

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ele as conseqüências, morais e psíquicas,que atingem a quantos, por este ou aquelemotivo, exterminam, antes do tempo previs-to pelas Leis Divinas, a vida física dos seusirmãos de jornada terrena................................................................

Temos ciência, resultante do entendi-mento doutrinário-evangélico, de que a inter-rupção, pela eutanásia, de provas necessá-rias ao Espírito reencarnado prejudica-o,substancialmente.

Vige, especificamente, uma conse-qüência geradora de sofrimento, se a vítimanão possui acentuado gabarito evolutivo: ademora na ruptura dos laços perispiritaisque prendem a alma ao envoltório carnal,ocasionando problemas no após-morte.

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(O Pensamento de Emmanuel, Martins Peralva,p. 178-179, 7. ed. FEB.)

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Eutanásia

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Somente a Deus, doador da vida,assiste o direito de tirá-la. Trata-se de direitoindelegável.

Em nenhuma hipótese, pois, se justifi-ca a eutanásia................................................................

A desesperança e a descrença pregam,muitas vezes, as suas peças.

Paga-se muito caro, às vezes, pela faltade confiança e fé numa força superior.

É o que aconteceu com famoso médicofrancês, conforme está narrado no livro DaEutanásia (Livraria Três Poderes, 1991,págs. 40/41), de autoria do DesembargadorPedro Soares Correia, meu colega e amigo.

Eis o fato:

Adoece, de uma feita, a vários quilômetrosde Paris, formosa criança. Seu pai, médico,desvela-se em cuidados. Era, porém,

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temerosa a moléstia, difteria. Ascendiam osóbitos naquela época, da terrível doença, àcifra espantosa de 99%. O pai valeu-se detudo que possível para salvar a filha.Vieram os fenômenos asfíxicos. A cianoseda face era, então, o sinal precursor damorte! Consultara, em desespero de causa,os colegas de Paris. Nenhuma resposta.Doía-lhe, ao infinito, o espetáculo da ansie-dade sem cura da pobrezinha. Pensa, nesseinstante, em abreviar o desfecho. Injeção deópio muito forte que aliviasse tudo...Pensou e fez! Não falhou o tóxico. Vê, cedo,a serenidade definitiva...

Depois, o enterro, a volta do cemitério, opranto, a saudade imensa e a sensação deum cruel dever cumprido... E quando,de súbito, lhe anunciaram um telegramaque dizia:

Roux acaba de descobrir o soro antidi-ftérico, aplicando-o com êxito. Aguarderemessa...

O exemplo é de uma realidade fla-grante...

WEIMAR MUNIZ DE OLIVEIRA

(Reformador, outubro de 1994, p. 297.)

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Não matarás

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Inspirados por uma falsa piedade, háquem inflija a vítimas de doenças extrema-mente dolorosas ou a enfermos idosos eincuráveis o chamado golpe de misericór-dia (também conhecido por chazinho dameia-noite ), que consiste em pôr fim àangústia do padecente, administrando-lheuma droga ou outro qualquer agente que lhecause, seguramente, morte rápida e sem dor.Julgam, com isso, estar praticando uma açãomoralmente boa, mas, na verdade, trata-sede um covarde homicídio, contrário, portan-to, à lei de Deus.

Como nos diz S. Luís, em mensageminserta no cap. V de O Evangelho segundoo Espiritismo , embora um moribundo hajachegado às vascas da agonia, quem podeafirmar, com plena certeza, que lhe hajasoado a hora derradeira? Deus bem pode

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conduzi-lo até esse estado e daí fazê-loretornar à vida, para que alimente idéias epropósitos diferentes dos que tinha.Ademais, quantas e quantas vezes a Ciênciahá confessado o engano de suas previsões?Mesmo quando não exista a menor probabi-lidade de um regresso definitivo à saúde, háa possibilidade corroborada por inúmerosexemplos de o doente, antes de exalar o últi-mo suspiro, reanimar-se e recobrar por ins-tantes o gozo de suas faculdades morais.Pois bem: essa hora de graça que lhe é con-cedida pode ser-lhe de grande importância.Às vezes, é nesse momento extremo que,entregando-se a profundas reflexões, ele dá--se conta dos erros e deslizes praticadosdurante todo o curso de sua existência esente irromper em seu espírito um relâmpa-go de arrependimento, capaz de lhe pouparmuitos sofrimentos na vida espiritual.

Guardemo-nos, pois, de abreviar a vidahumana, ainda que seja de minutos, porque,

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onisciente e infinitamente misericordioso,Deus não é indiferente sequer à sorte de umpardal e sabe e provê o que melhor convéma cada um de nós.

(O Sermão da Montanha, Rodolfo Calligaris,p. 70-71, 15. ed. FEB.)

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