caderno de instruÇÃo logÍstica de subsistÊncia ci 10-7/1

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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES Caderno de Instrução LOGÍSTICA DE SUBSISTÊNCIA 1ª Edição - 2005 Experimental Preço: R$ CARGA EM______________ CI 10-7/1

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Page 1: CADERNO DE INSTRUÇÃO LOGÍSTICA DE SUBSISTÊNCIA CI 10-7/1

MINISTÉRIO DA DEFESAEXÉRCITO BRASILEIRO

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

Caderno de Instrução

LOGÍSTICA DE SUBSISTÊNCIA

1ª Edição - 2005

ExperimentalPreço: R$

CARGA

EM______________

CI 10-7/1

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MINISTÉRIO DA DEFESAEXÉRCITO BRASILEIRO

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

PORTARIA Nº 008 COTER, DE 25 DE OUTUBRO DE 2005.

Caderno de Instrução CI 10-7/1Logística de Subsistência

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da dele-gação de competência conferida pela letra e), do item XI, Art. 1° da Portaria n° 761,de 2 de dezembro de 2003, do Gab Cmt Ex, resolve:

Art. 1º Aprovar, em caráter experimental, o Caderno de Instrução CI 10-7/1Logística de Subsistência .

Art. 2º Estabelecer que a experimentação deste Caderno de Instruçãoseja realizada durante os anos de instrução de 2005, 2006 e 2007.

Art. 3º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de suapublicação.

Gen Ex ROBERTO JUGURTHA CAMARA SENNAComandante de Operações Terrestres

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ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag

1. Introdução ................................................................................... 12. Tecnologia social - Área Material .............................................. 2

a. Construção sustentável ............................................................... 2b. Métodos de construção............................................................... 2c. Construção de cisternas ............................................................. 3d. Carneiro hidráulico ...................................................................... 6e. Defumador .................................................................................. 9f. Secador de frutas solar ...............................................................10g. Aquecedor solar ..........................................................................10

3. Tecnologia social - Área Vegetal ............................................... 14a. Conserva vegetal .........................................................................14b. Processamento ...........................................................................15c. Receita de conservas ..................................................................16d. Desidratação de frutas ................................................................20e. Horta ...........................................................................................22

4. Tecnologia social - Área Animal ................................................ 24a. Desidratação de carne ................................................................24b. Defumação..................................................................................25c. Criação de escargots ..................................................................29d. Minhocultura ...............................................................................30e. Piscicultura .................................................................................32

5. Conclusão .....................................................................................35

Bibliografia ........................................................................................37

Anexos

Anexo A ........................................................................................ A-1- Logística de subsistência, aplicação de tecnologia social ............A-1- Logística de subsistência .............................................................A-3

O presente Caderno de Instrução tem caráter experimental.Portanto serão muito úteis as sugestões envidas para o COTER - 1a Subchefia.

QG Ex - Bloco H - SMU70630-901-Brasília-DF

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APLICAÇÃO DE TECNOLOGIA SOCIALCADERNO BÁSICO

1. INTRODUÇÃO

A tecnologia social visa a reunir conhecimentos de práticas artesanais desubsistência, que no passado responderam pela sustentabilidade e qualidade devida das famílias. Muitas dessas técnicas estão hoje espalhadas na vastidão donosso território. Conhecimentos valiosos, deixados por colonizações estrangeirasou herdada de nativos, que vêm sendo esquecidos. Resgatar e aprimorar as boaspráticas, compilando-as como acervo dos objetivos do Programa da Logística deSubsistência, é uma das metas do Exército Brasileiro, trabalho que por certo nãose esgotará de imediato neste caderno de instrução.

A logística de subsistência orienta a capacitação de recursos humanos naaplicação da tecnologia social, que está vocacionada para três principais áreas:material, vegetal e animal.

Um dos objetivos da logística de subsistência é produzir com mais eficiência amesma quantidade de produto, utilizando menos insumos, de maneira a diminuirseu custo unitário e, assim, aumentar a rentabilidade do produtor rural. Por essarazão, o emprego de fontes alternativas de energia como as provenientes do sol,vento e da água são objetivos da logística de subsistência. Elas são certamentefatores gratuitos da produção e condizem com as políticas econômicas do país,na redução do consumo das fontes convencionais. A conservação de frutas, carne,grãos através de secagem solar, por exemplo, ainda contribui para reduzir a perdado produto no campo. Portanto, saber aproveitar esses fluxos naturais de energiaé, sem dúvida, otimizar os recursos locais, minimizando custos e melhorando oresultado da produção.

No presente caderno, apresenta-se algumas técnicas que podem ser aplicadasno primeiro estágio de tecnologia social.

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2. TECNOLOGIA SOCIAL - ÁREA MATERIAL

Nessa área, tratar-se-á da Tecnologia Social Sustentável e de métodos deconstrução alternativa, como o uso de peças de forro de PVC em aquecedor solare de construção de secador de frutas, também com utilização de energia solar.Com relação ao emprego de produtos convencionais, será dada ênfase à aplicaçãode técnicas de grande simplicidade, versatilidade, custos reduzidos e, sobretudo,de fácil aplicabilidade. Tal é o caso da técnica ferrocimento, que permite aconstrução de cisternas, piscinas, criatórios de peixes, biodigestores, casas etc.Serão apresentadas, ainda, técnicas de construção de defumadores rurais,criatórios de minhocas, heliários e outras.

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a. Construção Sustentável

Trata-se de um modelo diferente de bioconstrução, onde se empregamecomateriais e soluções tecnológicas inteligentes para promover o bom uso e aeconomia de recursos. É um sistema construtivo que busca a integração do homemcom a natureza. Difere da construção natural porque poderá, ou não, empregarmaterial natural e produtos provenientes da reciclagem ou resíduos gerados pelasociedade. É uma forma de construção natural, no entanto, diferente das moradiasindígenas, nas quais são empregados só recursos naturais locais de uma formainstintiva e intuitiva.

b. Métodos de construção1) Superadobe - É um novo método de construção rápido, econômico e que

pode ser realizado em qualquer local. Consiste na utilização de sacos do tiposacaria, nos quais irá se empregar o material natural do local, seja terra, sejaareia, sem distinção da composição (rico ou pobre em argila). Depois de estarcheio, o superadobe (saco) é pilado, fieira por fieira. A cada três fieiras, intercala-se arame farpado.

É uma construção rápida, que oferece grandes vantagens em relação aosoutros recursos naturais, principalmente pela rapidez de feitura e por não exigirqualidade do material empregado no enchimento do saco. Outra vantagem é quena base pode ser usada uma mistura de areia e cimento, na proporção de nove porum, o que poderá evitar a umidade natural proveniente do solo.

Enchimento do superadobe Uso do pilão

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2) Adobe - O adobe é uma espécie de tijolo cru, feito de maneira artesanal,em fôrma de madeira, composto por barro e palha. A terra empregada deveráconter, no mínimo, 10% de argila, mas o ideal é o percentual de 20%. Em caso desubsolo rico em areia, deve ser utilizada uma porção de calcário como meio deenriquecer e de se obter o percentual ideal da massa.

Depois de preparado, o adobe é deixado ao sol parasecagem, o que em geral leva de 15 a 20 dias, dependendoda região e do clima existente. O trabalho de construçãocom o adobe é semelhante ao realizado com o tijoloconvencional. Porém, em vez de se empregar a argamassa,utiliza-se o barro. É um método de construção natural muitoeconômico, resistente e de grande durabilidade, desde queum bom teto proteja as paredes da umidade e da chuva. Como desvantagem,aponta-se o tempo que leva para ser confeccionado o tijolo de adobe. Outrosmétodos empregados em construção: taipa de mão; fardos de palha (palha elama); taipa leve (com serragem cimento e barro); taipa sopapo (com madeira);taipa de pilão etc.

c. Construção de Cisternas

A construção de cisternas do tipo ferrocimento é de fácil difusão, principal-mente pela simplicidade da técnica construtiva e pela resistência de suas paredes.

O reservatório tem a forma cilíndrica, o que lhe proporciona distribuição porigual da pressão hidrostática sobre suas paredes. Além de ser um excelentereservatório para se coletar a água da chuva, pode também ser utilizado comobiodigestor, celeiro de grãos ou reservatório para a criação de peixes, rãs etc. É

Etapas da construçãocom o superadobe

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de construção rápida, de baixo custo e de fácil manejo, o que dispensa anecessidade da mão-de-obra especializada. A cisterna é uma estrutura de concretode 2(dois) centímetros de espessura, super-reforçada com malha de telasmetálicas. É, sem dúvida, uma maneira econômica de se utilizar o cimento, comresultado surpreendente.

1) Cálculos

Antes de iniciar a construção da cisterna, é necessário que se conheçamas necessidades locais de água, principalmente a quantidade a ser armazenada,o tamanho e a capacidade do reservatório, quantos metros de tela e ferro serãoutilizados, e quanto se gastará de cimento e areia.

a) Necessidades diárias de consumo de água, por indivíduo:- homem ..................... 14 a 28 litros- aves ......................... 0,2 a 0,38 litros- bovinos ..................... 53 a 83 litros- caprinos e ovinos...... 06 a 11 litros- suínos ...................... 06 a 16 litrosExemplo: 365 dias x 14 litros = 5.110 litros, por pessoa.

- Uma família de 4 pessoas/ 1 ano:5.110 litros x 4 = 20.440 litros

- Uma família de 5 pessoas/1 ano:5.110 litros x 5 = 25.550 litros

b) Capacidade do reservatório:

Conhecida a necessidade de consumo, verifica-se a dimensão do reser-vatório. Como o reservatório tem a forma cilíndrica, então para conhecer a suacapacidade basta saber o raio e a altura de suas paredes. Capacidade do reserva-tório = ð r2. h, onde: ð vale 3, 14; “h” representa a altura do reservatório e “r “o raiodo reservatório.

c) Dimensão da tela.Para o cálculo do comprimento das telas (malha 10x10 e pinteiro),

utilizadas na confecção da estrutura da cisterna, calcula-se o perímetro doreservatório a ser construído, acrescido de mais 30 cm. Este acréscimo servirápara se transpassar as malhas e fazer uma boa amarração: 2 ð r + 30cm

2) Construção

a) Preparo da base (contrapiso)Primeiramente, deve-se preparar o piso onde será construído o

reservatório. O terreno deverá ser nivelado e compactado. Em seguida, prepara-se o contrapiso, com a argamassa numa proporção de 3(três) medidas de areia,1(uma) de brita e 1(uma) de cimento, para revestir a armação do reservatório.

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b) Preparo da malha de sustentaçãoDepois de montada, recobre-se a malha de aço com uma tela do tipo

pinteiro, utilizando-se para isso arame recozido, que irá prender malha com malha.Deve-se deixar a parte superior da malha livre, ou seja, sem a tela pinteiro, poisessa parte servirá para a amarração com a tampa da cisterna. Ainda, dependendoda altura da cisterna, coloca-se duas ou três varas de vergalhão de 4.2 polegadaspara reforçar a malha de sustentação. Em seguida, prepara-se o fundo apenascom a malha de aço. Ergue-se a tela que será a parede da cisterna e faz-se oformato cilíndrico. Sobrepõe-se à armação do fundo e finaliza-se o trabalho, fazendoa amarração com o arame recozido. O resultado será uma estrutura na forma deuma “gaiola”. Isso feito estará pronta para receber a argamassa.

c) A argamassaA dosagem da argamassa é de 1(um) saco de cimento para 4(quatro)

latas de 20 litros de areia, e 1(uma) de água. O rendimento é de 4m2 de superfície,com dois centímetros de espessura. Para verificar a justa proporção de água,pega-se um punhado de argamassa e aperta-se na mão. Se escorrer água, estáúmida demais. No caso de não escorrerágua, abre-se a mão e procura-se partirno meio o pedaço, sem esfarelar. Se issoocorrer, é porque falta água.

d) A recoberta de argamassaA argamassa é aplicada

diretamente sobre as telas, de baixo paracima, em faixas de 30 cm. Para isso,utiliza-se um anteparo para que aargamassa seja comprimida e fique bemcompactada e sem vazios no seu interior.Porém, deve-se evitar o atrito da colher de pedreiro e a tela de pinteiro. As telasdevem ser recobertas com pelo menos 0,5 cm de argamassa e não mais de 1,5cm, para que o peso do excesso não faça a argamassa soltar. Após a primeiraargamassa, deve-se esperar pelo menos 12 horas para aplicação do reboco. Oacabamento do reboco é feito com o auxílio de uma esponja ligeiramenteumedecida. Ela deve ser passada levemente por toda a superfície para alisar asparedes. Também, deve-se ter o cuidado de reforçar o reboco da base da cisterna,de maneira a evitar a permanência de aresta entre o encontro das paredes lateraise o fundo.

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e) A cura da argamassaO processo da cura é fundamental. Após 24 horas, deve-se encher o

reservatório, para que a cura do cimento se faça sob pressão. É normal queapareçam pequenas infiltrações durante a primeira semana, o que irá desaparecerdurante a cura total do cimento (aproximadamente 8 dias). A água da cura nãodeve ser aproveitada para uso humano.

f) Material necessário:- vergalhão de 4.2 polegadas, tela pinteiro, arame recozido, tela Q138

Gerdau, malha 10X10 (bobina 60m por 2,45m, aço CA60), cimento, areia lavada,registro de 60 mm e tubos PVC 60 mm.

d. Carneiro HidráulicoO carneiro hidráulico é um exemplo de tecnologia rudimentar muito útil.

Apesar de o avanço tecnológico haver sepultado esse engenho simples, ainda épossível encontrá-lo em propriedades rurais onde há fonte superficial de água. Éeconômico, ecológico e, sobretudo, eficiente. Trata-se de uma bomba d’águacuja operação baseia-se no fenômeno físico conhecido como “Golpe de Ariete”,em que seu funcionamento utiliza unicamente a energia hidráulica proveniente dafonte de alimentação.

1) Funcionamento

Ao correr pelo tubo de alimentação, a água alcançará uma aceleração talque formará uma pressão e fechará a válvula de impulso. Interrompido o fluxo,ocorrerá uma forte pressão no interior do tubo, fato que resultará na abertura daválvula de retenção. Consequentemente, haverá a entrada da água na câmara,fazendo com que o ar aí contido seja comprimido até as pressões se igualarem.Nesta situação, o carneiro hidráulico estará pronto para funcionar, bastando acionaralgumas vezes a válvula de impulso.

Com a válvula de impulso aberta, a água começa a sair em pequenosesguichos até que, com o aumento da velocidade da água, ocorre o seufechamento. A água, que tinha uma velocidade crescente, sofre uma interrupçãobrusca, causando um surto de pressão ou “Golpe de Aríete”, que irá percorrer ocarneiro e todo o tubo de alimentação. Este surto de pressão provoca a abertura

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da válvula de retenção, que permitirá a entrada da água na câmara. Na medidaem que o ar contido no interior da câmara vai sendo comprimido, a resistência àentrada da água vai aumentando, até que a pressão no interior fique um poucosuperior e provoque o fechamento da válvula de retenção.

A água contida na câmara, não podendo retornar ao corpo do carneiro,só tem como saída o tubo de recalque. Posteriormente, ocorre a formação deuma onda de pressão negativa que provoca a abertura da válvula de impulso,dando então condições para a ocorrência de um novo ciclo. Com o desenrolardos ciclos sucessivos, a água começa a encher o tubo de recalque e sua elevaçãoocorre na medida em que o ar da câmara fica mais comprimido. Para iniciar aoperação do carneiro hidráulico basta abrir, com a mão, a válvula de impulso. Ofuncionamento é automático. Para paralisar, basta manter a válvula de impulsofechada.

2) Tubo de alimentação :O comprimento do tubo importará significativamente no desempenho do

carneiro hidráulico. Se o comprimento do tubo não for o ideal, a troca em volumeentre expansão e contração não será suficiente para produzir a sucção necessáriapara abrir a válvula de impulso, razão porque o tempo entre os extremos serámuito curto para superar a inércia da referida válvula. O comprimento do tubo (L)dividido pelo seu diâmetro (Ø) deve estar compreendido entre 150 e 1000. Assimsendo, um tubo de 40mm o comprimento mínimo é de 6m e o máximo de 40m:

Quando L / Ø = 150 Quando L / Ø = 1000L / 40 = 150 L / 40 = 1000então, L = 6m então, L = 40m

3) Tubo de recalque:O comprimento do tubo de recalque deverá ter no máximo dez vezes o

comprimento do tubo de alimentação. Se for maior do que 10 vezes, então deve-se aumentar o diâmetro do tubo de recalque. Ainda, deve-se evitar o uso dejoelhos e curvas.

4) RendimentoTrata-se do percentual de água a ser bombeado ou recalcado. Compreende

a relação entre a altura de queda d’água da fonte (h) e a altura onde a água serárecalcada (H). Quanto maior for o quociente dessa relação, maior será oaproveitamento (R).

h/H 1/2 1/3 1/4 1/5 1/6 1/7 1/8R 60% 55% 50% 45% 40% 35% 30%

5) VazãoCompreende a quantidade de água a ser aproveitada. Isso dependerá do

tamanho do carneiro hidráulico e da relação entre a altura da queda d’água e orecalque (h/H).

q = R . Q . h/H onde: Q = vazão da fonte, h = altura de desnível da fontee H = altura do recalque.

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6) Câmara de arO ideal é que a câmara contenha quantidade de ar, no mínimo, igual a 10

vezes o volume da água que entra pelo golpe. Quando a água sai da câmara, levajunto parte do ar. Com o passar do tempo, todo o ar terá escapado e o carneirohidráulico, então, deixará de funcionar. Para evitar tal situação, faz-se um orifíciode 1mm de diâmetro no tubo de alimentação, a uns 20 cm do carneiro hidráulico.

7) Confecção de um carneiro hidráulico de baixo custo

Esquema de confecção de um carneiro hidráulico de baixo custo

Abaixo, observa-se o esquema de confecção de um carneiro hidráulico debaixo custo, feito com tubos de PVC e outros materiais acessíveis.

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Manilha de cimento Lata de 18 Litros Tampa de madeira

e. Defumador

Trata-se de um defumador simples, construído com manilha de cimento etijolos, capaz de produzir até 20 Kg de alimento defumado por dia. Sua fonte decalor e fumaça é a serragem. O material para sua construção é barato e fácil deencontrar. Especificação do material para a sua construção:

- 1(uma) manilha de cimento de 60 ou 80 cm de diâmetro interno e alturade 90 cm a 1,0 m;

- 1(um) saco de cimento;- 100(cem) tijolos maciços;- duas tampas de madeira e pedaços de cabo de vassoura, para cabide.

A construção também é simples. No chão, desenha-se um quadrado com1m de lado. No centro do quadrado, marca-se um círculo de 60cm de diâmetro (odiâmetro da manilha). Marque também o lugar onde será feita a porta do defumador,com 40 cm de largura.

Depois, constrói-se a base. Para isso, assentam-se asfiadas de tijolo até 50 cm de altura aproximadamente. Deve-se colocar um “x” de 18 cm de largura, feito de chapa, sobreo buraco central da base. Essa chapa evitará a queda degordura sobre a lata de serragem, bem como a subida dafuligem em excesso. Colocado o “x“ sobre a base, assenta-se a última fiada de tijolos e espera-se 24 h para secagem.

Faz-se duas tampas de madeira. Uma para a base do defumador, com umaabertura de 10cm x 10cm de maneira a ter tamanho suficiente para tampar aentrada da base do defumador. A tampa pode ser de madeira, chapa de aço, lataou outro material. A tampa para a manilha deve ter tamanho suficiente para cobrirtodo o defumador. Deve-se deixar uma abertura de 10x10 cm para a saída defumaça.

A queima da serragem para produzir calor e fumaça é feita em uma lata vaziade aproximadamente 18 litros. Basta fazer um buraco do diâmetro de uma garrafana lateral da lata bem rente ao fundo e colocar um arame para servir de alça.

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f. Secador de frutas solar

Secar frutas é uma técnica razoavelmente simples. A desidratação se dá pelaexposição das frutas ao sol, o que resulta na perda da água contida no produto. Adesidratação, além de ser um método de conservação, tem sido utilizada comomeio de oferta de novos produtos no mercado. Como nos casos de banana, manga,maçã e abacaxi desidratados, tomate seco em conserva e suco de frutas em pó.A vantagem da secagem é permitir o aproveitamento de toda a produção, acomercialização e o consumo fora do período da safra. Evita o desperdício e ga-rante o armazenamento por muito mais tempo.

Existem diferentes tipos de secadores solares. Pode-se fazer um modelosimples, valendo-se de um armário de aço em desuso que receba serviços derecuperação de solda e demais adaptações necessárias. Ele, assim, já possuitoda a estrutura metálica, com exceção da tampa, que tem de ser em vidro. Comdimensões de 2m x 1m x 0,25 m, o dispositivo terá capacidade para secagem de10 Kg de frutas.

Um outro exemplo simples de secador solar é o visto na figura abaixo. Podeser construído com peças de madeira, tela e vidro ou chapa transparente de acrílico.

A base inferior deve ser pintada de preto. A base média, local da exposiçãodo produto ao sol, deve ser confeccionada emtela. O processo de secagem é conseqüênciada incidência direta de radiações solares sobrea base média e do calor emitido pela basepreta. O tamanho do dispositivo dependerá danecessidade. Por exemplo, se a base médiativer 2 m², o secador comportará 12 kg de frutas.Aberturas inferiores para a entrada do ar fresco (duasentradas)

Abertura superior para a saída do ar úmido (umasaída)

g. Aquecedor solar

Trata-se de um tipo de aquecedor solar de baixo custo, de fácil construção ede excelente resultado, que proporciona a obtenção de água aquecida de formasustentável. Com um simples reservatório de 200 litros poder-se-á atender à de-

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abertura com tela para ventilação

tampa em vidro

portas metálicas com dobradiças

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manda de água quente no meio rural, por exemplo, para o banho de uma família de4 a 6 pessoas. Atualmente, vem sendo implementado com sucesso, inclusive emlocais institucionais com demanda expressiva de consumo.

1) Princípio de funcionamento

Apresenta o mesmo princípio de funcionamento do sistema tradicional,porém é diferenciando pelo tipo de material empregado. O funcionamento do sis-tema se inicia quando a energia solar incide sobre a superfície dos coletores.

3) Os coletores

São fabricados com placas de forro de PVC alveolar. Eles diferem dosconvencionais por não utilizarem caixa e cobertura de vidro, que permitem a ob-tenção do efeito estufa (aquecimento adicional). A obrigatória ausência da cober-tura de vidro evita que a água aqueça demais, afetando assim a integridade doscomponentes de PVC, material este que tem limite de aquecimento. Os fatoresque influenciam na quantidade de coletores a serem instalados são de ordemclimática. Em alguns estados da região Sul, sugere-se colar na superfície inferiordo coletor uma placa EPS (isopor), elevando-se assim a temperatura da água doreservatório em aproximadamente 3 a 4 °C. A relação é de 1 ou 1,5 coletor paracada cem litros de água. Caso haja excesso de temperatura, diminui-se um coletor.Em caso contrário, se a temperatura estiver baixa, aumenta-se o número de cole-tores no sistema.

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Essa energia absorvida transforma-se em calor e aquece a água que está nointerior dos coletores. A água aquecida é menos densa e começa a se movimentarem direção à caixa, dando início a um processo natural de circulação da água,chamado de termo-sifão. O reservatório deve ficar mais alto que os coletores. Acirculação é contínua e ocorrerá enquanto houver uma boa irradiação solar ouentão, até quando toda a água do circuito atingir a mesma temperatura. Nos diasencobertos, o sistema de aquecimento solar aproveita a radiação difusa.

2) Esquema geral da operação do sistema de aquecimento solar

1 - reservatório2 - coletores3 - chuveiro4 - sistema geral de dutos5 - bóia tipo pescador

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1°: Corta-se 2(dois) pedaçosde 70 cm de cano PVC de 32 mm efixa-se os tubos em uma tábua.Demarca-se a área onde será feito orasgo de 61 cm x 1,1cm. Centraliza-se esse rasgo, de forma que aspontas dos tubos fiquem com 4,5 cmde comprimento cada. Observe-se quea medida do rasgo seja igual à largurada placa alveolar, menos 1cm.

2°: Faz-se um rasgo na área demarcada para a introdução da lâminade serra. Este rasgo pode ser feito com um ferro de solda ou com o auxílio deuma furadeira, com broca de 3mm.

3°: Com a ponta da lâmina de serra, inicia-se o corte da área demarcada.

4°: Realizados os cortes, retira-se a tira, dá-se acabamento com lixanas superfícies cortadas e arredonda-se, com lima redonda, as extremidades dorasgo, levando para a largura original da placa alveolar de 61,5 cm.

5°: Lixa-se as extremidades da placa e encaixa-se 0,5 cm de placa norasgo de cada tubo. No caso de montagem de dois ou mais coletores, fazer doisgabaritos idênticos, de 123 cm cada, e utilizá-los em todos os coletores, paragarantir a distância constante entre os tubos de entrada e saída de água, o quepermitirá fácil encaixe com luvas de coletor a coletor.

6°: Deitar a placa sobre uma camada de 11 mm de jornal (mantendocorreta a posição dos dutos, relativa à placa). Aplicar sobre a chapa limpa umaquantidade adequada do adesivo Plexus 310. Uma opção eficiente e de rápidasecagem é o emprego de resina. Com uma lata de ¼ de resina para laminação,talco industrial e catalisador, prepara-se uma carga técnica, ou “geocont”, quesubstitui perfeitamente o adesivo Plexus 310, com a vantagem de ter uma secagemimediata.

7°: Após a secagem e o teste de vazamento, lixa-se levemente umadas faces do coletor e limpa-se com álcool. Pinta-se a face com tinta preta fosca,inclusive a área da colagem e a parte superior dos dutos.

b) Teste de vazamento

1º: Tampa-se três extremidades com “caps” 32 mm e a outra, com umjoelho 90° e um tubo de 3 m de comprimento na vertical.

2º: Completa-se com água e observa-se por 15 minutos se não há vaza-mento. Se houver, reforça-se com o adesivo nos locais observados e refaz-se oteste.

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a) Montagem de um coletor

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c) Fixação e inclinação dos coletores

Se possível, deve-se direcionar os coletores para o norte geográfico,fixando-os na estrutura de madeira do próprio telhado. Essa fixação deve ser feitacom fios de cobre rígido de longa vida no ambiente externo ou com braçadeiras.Se os coletores forem instalados em uma laje, deve-se considerar como inclina-ção ótima a latitude do local acrescida de 10°. No caso de residências com telha-dos que não atingem a inclinação sugerida (latitude + 10 graus), pode-se compen-sar essa diferença com o acréscimo de mais um coletor, caso a temperatura daágua do banho no inverno esteja abaixo do esperado. Ainda é necessário manter-se uma pequena inclinação lateral no conjunto para facilitar a eliminação de bo-lhas de ar dos coletores e tubulação. Ensaios em laboratório indicam que, paracada 1m de coletor, considera-se que 2 cm de inclinação lateral são suficientespara garantir a movimentação das bolhas de ar da tubulação. O lado da saída daágua quente dos coletores deve ser o ponto mais alto do conjunto. O reservatóriodeve estar acima do nível das placas e, quanto maior este desnível, melhor será acirculação de água entre os coleto-res e o reservatório. Assim, é neces-sário que a cota inferior do reservató-rio (fundo) esteja pelo menos 5 cmacima da cota superior dos coletores(tubo superior).

4) Reservatório térmico integral (exclusivo para água quente)

a) Abertura de furos

Fazer dois furos de 32 mm de diâmetro em duas paredes opostas. Ofuro do lado esquerdo é a saída de água fria para os coletores e o furo da direita éo retorno da água aquecida. A posição do furo daesquerda é o mais baixo possível, para que todo ovolume de água possa ser aquecido. O furo da di-reita pode ser realizado até a altura equivalente àmetade da altura da caixa. Faz-se um terceiro furocom diâmetro de 25 mm numa parede perpendicu-lar à dos furos anteriores. O centro desse furo po-derá estar a uma altura máxima da metade da altu-ra total da caixa. Por esse furo será distribuída aágua aquecida para o chuveiro. Fazer mais dois furos na parte superior do reserva-tório para entradas de água da rua e saída do ladrão. Os três furos inferiores serãoentrada e saída para os coletores e a saída para o chuveiro.

b) Isolamento térmico do reservatório

Para o isolamento térmico das laterais e tampa da caixa, podem serutilizados tipos diversos de material, sabendo-se que a eficiência do isolamentodepende da espessura e da qualidade do material. Colchão de espuma, serra-gem, jornal, EPS (isopor) e grama seca picada são exemplos de materiais quepodem ser utilizados como isolante térmico, a baixo custo.

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5) Relação de Material

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3. TECNOLOGIA SOCIAL - ÁREA VEGETAL

O campo de atividades da área vegetal estará focado na cultura de frutas,legumes e conservas vegetais. Esta última seria uma conseqüência do trabalhoobtido na horta, pois objetiva a comercialização de excedentes de produção,viabilizando, assim, o aumento da renda do agricultor familiar.

Na Logística de Subsistência, a tecnologia social praticada na área vegetalvisa, além do consumo, a segurança de patrimônio, utilizando tipos de plantaçõesno cercamento de propriedades, áreas residenciais, hortas etc.

a. Conserva vegetal

O agroprocessamento vegetal é uma técnica milenar utilizada para a con-servação de alimentos. Atualmente, é crescente o consumo de produtos agríco-las processados, como o caso de passas de frutas, sopas instantâneas comvegetais desidratados, frutas cristalizadas, sucos de frutas em pó, temperos comoo alho e as ervas desidratadas. Além disso, observa-se que o processamentoagrega valor ao produto, o que torna a atividade mais atrativa. E, quanto a isso,percebe-se que o agroprocessamento vegetal não se limita à agricultura familiar,pois a atividade poderá ser desenvolvida de maneira independente, em parceriacom agricultores familiares e indústrias estabelecidas.

Mas, antes de conhecer alguns processos de produção (artesanais), deve-se tratar de alguns procedimentos que, se não forem observados, certamenteestarão comprometendo todo o trabalho. As hortaliças, potes, tampas e utensíliosprecisam ser rigorosamente limpos e esterilizados para evitar a proliferação defungos ou bactérias nas conservas.

1) Higienização do material

Lava-se todo o material com água e sabão e enxágüa-se bem, para nãodeixar resíduos.

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Depois, enxágüa-se os vidros com água quente. Eles devem ser emborca-dos, ainda molhados, na grade do forno, para uma esterilização de 10 minutosnuma temperatura de 140°C (moderada). Embora algumas literaturas recomen-dem a imersão dos vidros em uma solução com água sanitária, esse é um métodonão apropriado, pois os recipientes não devem apresentar resquício químico, jáque irão receber alimentos. Se não houver pasteurizador específico, preparar umcaldeirão com tampa e com profundidade suficiente para cobrir os vidros até 5 cm,e deixar ferver por 30 minutos. Manter os vidros aquecidos na panela ou pasteurizadoraté o momento de sua utilização.

É importante observar que a higiene das embalagens implica na vida doproduto. A simples presença de ar no interior da conserva favorece o desenvolvi-mento de bactérias.

2) Higienização dos vegetais

Primeiramente, lava-se as hortaliças em águacorrente. Em seguida, para que ocorra a desinfecçãode vermes da terra, é necessário deixá-las de molhopor cinco minutos em uma solução com água, ácidobórico e vinagre. Concentração:

- dois litros de água;- uma colher de sobremesa de ácido bórico; e- uma colher de sobremesa de vinagre.

Passados os cinco minutos, deixa-se escorrer em uma vasilha higienizada.Dessa forma, verduras e legumes mantêm o aspecto saudável e permanecemfrescas por mais tempo.

b. Processamento

Após higienizar e preparar os vegetais da conserva, eles estão prontos paraserem colocados nos vidros. Para isso, seguem-se os seguintes passos:

1°: Após o branqueamento, retira-se da panela as hortaliças, uma a uma,usando-se para isso um pegador de inox. Deve-se colocá-las no vidro até ficarema uns 2 cm da boca do recipiente.

2°: Cobre-se a conserva com a calda, até 1 cm da boca do vidro.3°: Preparo da calda: a calda para a conserva de legumes é feita com 1 litro

de água, 2 colheres de sopa de sal e 1 colher de sopa de suco de limão. Já acalda para o picles é feita com vinagre de vinho branco e água, em proporçõesiguais. Leva-se a mistura ao fogo, mexendo bem até iniciar a fervura. Para cadalitro, adiciona-se uma colher de sopa de sal.

4°: Depois, faz-se a retirada de ar e a pasteurização. Para isso, colocam-seos vidros de conserva num caldeirão com fundo falso ou forrado com um tecidodobrado, para barrar o contato com a panela quente. Os potes vão para o banho-maria ainda destampados, com a água já fervendo. Eles devem ser colocados naágua bem devagar e retirados continuamente, de 5 ou 6 vezes seguidas, em

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intervalos de poucos minutos. Enquanto estão na água, a retirada do ar é ajudadapor uma espátula, ou palito de churrasco, que espetando os alimentos e passandorente às laterais, libera possíveis bolhas. Depois de o ar sair por completo, asbordas são limpas com papel toalha e as tampas, fechadas.

5°: Por último, após fechadas as conservas, acrescenta-se mais água, até 5cm acima das tampas, para o tempo de fervura indicado pela receita. A contagemdo tempo começa a partir do momento que a água entra em ebulição. Depoisdesse tempo, os potes ficam sobre uma toalha, à temperatura ambiente por 12horas, ou então são resfriados. Para isso, água fria deve ser despejada lentamentedentro do caldeirão, entre os potes, nunca sobre eles.

6°: Após o resfriamento, o vácuo já estará formado. Para testar, gira-se atampa sem forçar, vira-se o vidro de boca para baixo e verifica-se se houvevazamento, pelo tato. Então, desvira-se o frasco e aperta-se a tampa novamente.Nos potes com tampas “quatro garras”, basta soltar as presilhas e tentar levantaro vidro por elas. Se a tampa sair, repete-se a vedação.

c. Receitas de conservas

1) Conserva de pepinoFazer a cura dos pepinos: escolha uma porção de pepinos tenros. Após

higienizá-los, vá intercalando camadas de pepinos e sal moído numa saladeira atéque fiquem completamente cobertos. Após vinte e quatro horas, coloque-os emuma peneira para escorrer, por cerca de meia hora, até ficarem enxutos.

Preparar a calda: 1 litro de água, 2 colheres de sopa de sal e 1 de suco delimão, ferver por três a cinco minutos.

Encher o pote de vidro: colocar um pouco da calda no vidro pasteurizado equente. Organize os pepinos e acrescente, por exemplo, dente(s) de alho, pimen-ta do reino em grão, estragão.

Retirar bolhas de ar: colocam-se os vidros em banho-maria, destampados,com a água já fervendo. Enquanto estão na água, a retirada do ar é ajudada poruma faca ou espátula, ou palito de churrasco, que passando rente às laterais,libera possíveis bolhas. Acrescente mais calda, se necessário. Manter a conservaa 1 cm abaixo da boca do pote.

Limpar as bordas dos vidros e fechar os potes.

Fazer o tratamento térmico: no caldeirão onde foi realizado o banho-maria,acrescente mais água, até 5 cm acima das tampas. Deixar ferver por 15 minutos.

Fazer o resfriamento: acrescente água fria que deve ser despejada lenta-mente dentro do caldeirão, entre os potes, nunca sobre eles.

2) Conserva de legumes

Para a conserva mista, separar vagem, cenoura, couve-flor, cebola e pi-mentões. Fazer o branqueamento das hortaliças, fervendo a cenoura e a couve-flor por dois minutos. Retirar a panela do fogo e escorrer a água quente, adicionan-do, em seguida, água gelada.

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Preparar a calda: 1 litro de água, 2 colheres de sopa de sal e 1 de suco delimão, ferver por três a cinco minutos.

Encher o pote: colocar um pouco da calda no vidro pasteurizado e quente.Organizar os vegetais até cobrir as hortaliças. Mantenha a conserva a 1cm abaixoda boca do pote

Retirar as bolhas de ar: colocam-se os vidros de conserva em banho-maria,destampados, com a água já fervendo. Enquanto estão na água, a retirada do ar éajudada por uma faca ou espátula, ou palito de churrasco, que passando rente àslaterais, libera possíveis bolhas. Acrescente mais calda, se necessário.

Finalmente, limpar as bordas dos vidros e fechar os potes.

Fazer o tratamento térmico: no caldeirão onde foi realizado o banho-maria,acrescente mais água, até 5 cm acima das tampas. O tempo de cozimento é de30 minutos e a conserva poderá ser consumida a partir do dia seguinte.

Fazer o resfriamento: acrescente água fria que deve ser despejadalentamente dentro do caldeirão, entre os potes, nunca sobre eles.

3) Picles

Podem ser feitos com único tipo de hortaliça ou vários. Todas as hortaliçasdevem ser bem lavadas antes de serem cortadas. As mais duras, como a cenou-ra, a vagem e a couve-flor, devem passar por uma fervura rápida de dois a trêsminutos. Depois coloque os pedaços dentro do vidro, de modo que fiquem a uns 2cm da boca do vidro e a calda a 1 cm.

O vidro cheio deve ser posto em banho-maria para a retirada do ar. Apósesse processo, coloca-se a tampa. Tempo de cozimento:

- para meio litro ............ 15 minutos- para um litro................ 30 minutos- para 2 litros ................ 60 minutosO ideal é consumir sete dias após o preparo, quando os picles ficam pi-

cantes. Em boas condições de vedação e armazenamento, o produto tem valida-de de 6 meses.

4) Picles de pepino

Fazer a cura dos pepinos: escolha uma porção de pepinos tenros. Apóshigienizá-los, vá intercalando camadas de pepinos e sal moído numa saladeira atéque fiquem completamente cobertos. Após vinte e quatro horas, coloque-os emuma peneira para escorrer, por cerca de meia hora, até ficarem enxutos.

Preparar a calda: a calda para os picles é feita com vinagre de vinho bran-co e água, em proporções iguais. Leve a mistura ao fogo, mexendo bem até iniciara fervura. Para cada litro, adiciona-se uma colher de sopa de sal.

Encher o pote de vidro: colocar um pouco da calda no vidro pasteurizado equente. Organizar os pepinos. Mantenha a conserva a 1cm abaixo da boca dopote.

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Retirar as bolhas de ar: colocam-se os vidros de conserva em banho-maria,destampados, com a água já fervendo. Enquanto estão na água, a retirada do ar éajudada por uma faca ou espátula, ou palito de churrasco, que passando rente àslaterais, libera possíveis bolhas. Acrescente mais calda, se necessário.

Em seguida, limpar as bordas dos vidros e fechar os potes.

Fazer o tratamento térmico: no caldeirão onde foi realizado o banho-maria,acrescente mais água, até 5 cm acima das tampas. Deixar ferver por 15 minutos.

Fazer o resfriamento: acrescente água fria que deve ser despejada lenta-mente dentro do caldeirão, entre os potes, nunca sobre eles.

5) Picles mistos

Para o preparo de picles mistos, utilizar:- 200 gramas de cenourinha,- 200 gramas de couve-flor,- 200 gramas de vagem,- 2 pimentões (1 verde e 1 vermelho),- 6 cebolas pequenas,- 4 xícaras de vinagre branco,- 2 ¼ colheres de sopa de açúcar,- 3 colheres de sopa de sal,- cravo, louro, pimenta-do-reino em grãos.

Inicialmente, lavar as hortaliças em água corrente.

Picar as hortaliças.

Fazer o branqueamento das hortaliças: para isso, colocar água para ferver,que dê para cobrir as hortaliças, adicionando uma colher de sopa de sal e ¼ decolher de sopa de açúcar por litro de água. Colocar as hortaliças em água fervente,esperar de 1 a 3 minutos, retirar a panela do fogo e escorrer a água quente,adicionando, em seguida, água gelada.

Escorrer a água e deixar as hortaliças secarem.

Preparar a calda: 4 xícaras de vinagre, 2 colheres de sopa de açúcar e 2de sal. Levar ao fogo para ferver junto com um saquinho de tecido contendo cravo-da-índia, louro, pimenta-do-reino.

Organizar os vegetais nos vidros: colocar um pouco da calda no vidropasteurizado e quente. Organizar os vegetais, até cobrir as hortaliças.

Retirar as bolhas de ar: colocam-se os vidros de conserva num caldeirãocom fundo falso ou forrado com um tecido dobrado, para barrar o contato com apanela quente. Os potes vão para o banho-maria ainda destampados, com a águajá fervendo. Eles devem ser colocados na água bem devagar e retirados continua-mente, de cinco ou seis vezes seguidas, em intervalos de poucos minutos.

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Enquanto estão na água, a retirada do ar é ajudada por uma faca ouespátula, ou palito de churrasco, que espetando os alimentos e passando renteàs laterais, libera possíveis bolhas. Acrescente mais calda, se necessário.

Limpar as bordas dos vidros e fechar os potes.

Fazer o tratamento térmico por 15 minutos: acrescentar mais água nocaldeirão, até 5 cm acima das tampas, para o tempo de fervura indicado. A conta-gem do tempo começa a partir do momento em que a água entra em ebulição.

6) Picles de cebola

Para a confecção dos picles de cebola, utilizar:- 1 Kg de cebolas pequenas;- 3 pimentões (verdes e vermelhos);- 4 colheres de sopa de açúcar;- 3 xícaras de vinagre branco, forte;- 1 xícara de sal;- 3 folhas de louro;- 10 pimentas-do-reino;- 10 cravos da índia.

Lavar em água corrente, sanificar e descascar as cebolas.

Fazer uma salmoura com 1 litro de água e ½ xícara de sal. Colocar ascebolas na salmoura e deixar em repouso por 6 horas.

Escorrer a água das cebolas.

Cortar os pimentões em tiras e juntá-los às cebolas.

Fazer uma salmoura igual à anterior e levar ao fogo para ferver. Em seguida,despejar a salmoura fervendo sobre as cebolas e pimentões.

Escorrer a salmoura das cebolas e pimentões secando-os bem.

Preparar uma calda com vinagre, açúcar e 1 colher de sopa de sal e levarao fogo para ferver com um saquinho de pano, contendo louro, cravo e pimenta-do-reino. Depois, colocar um pouco da calda de vinagre no vidro pasteurizado e quente.

Organizar a cebola e as tiras de pimentões no vidro.

Cobrir as hortaliças com a calda quente, retirando as bolhas de ar.

Acrescentar mais calda, se necessário.

Limpar as bordas dos vidros.

Tampar os vidros com tampas metálicas, pasteurizadas.

Fazer o tratamento térmico por 15 minutos.

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d. Desidratação de frutas

Trata-se de uma técnica razoavelmente simples, em que a desidratação sedá pela exposição das frutas ao sol, o que resulta na perda da água contida noproduto. A desidratação, além de ser um método de conservação, tem sido utiliza-da como meio de oferta de novos produtos no mercado. Como os casos da banana,manga, maçã e abacaxi desidratados, do tomate seco em conserva e dos sucosde frutas em pó.

A lavagem com água limpa, o descascamento, o corte e o tratamento pré-secagem são as principais etapas que antecedem a desidratação. A qualidade doproduto final depende diretamente da forma que o processo de desidratação éconduzido. A escolha da fruta é fator preponderante. Ela deve estar em boascondições, madura e sem qualquer sinal de decomposição. O açúcar age comoconservante do produto e, por isso, o grau de maturação depende dessaconcentração. A secagem das frutas mais maduras é sempre mais lenta porque oelevado teor de açúcar age, retendo a água. Os principais fatores da avaliação doproduto são: cor, sabor, aroma, textura e aspectos microbiológicos.

1) BananaA escolha da fruta é a primeira preocupação para que se tenha um bom

produto. A fruta deve estar madura, mas em bom estado, tenra e sem sinais de“machucados”. Dá-se preferência ao uso da banana d’água, pois essa possuigrande teor de açúcar, quando madura. O processo é muito simples e consiste noseguinte:

- lavar a fruta e colocá-la em imersão em água clorada (50mg de cloro/litro)por 30 minutos;

- descascar a fruta e raspá-la, retirando o resto de fibras, ou mergulhá-lanum recipiente contendo água aquecida a 75°, durante 2 minutos. Depois, enxágüá-la em água fria;

- colocar a fruta na bandeja e levá-la ao desidratador a 60°C, durante 24horas. O tempo de permanência dependerá do teor de açúcar da fruta. Em seca-dor solar, a média é de 4 dias.

A banana pode ser desidratada inteira ou em rodelas de 0,5 a 1 cm deespessura.

2) MamãoO mamão deverá estar em boas condições, maduro e doce. O processo

consiste em:

- lavar a fruta e colocá-la em imersão em água clorada (50mg de cloro/litro)por 30 minutos;

- descascar a fruta com faca de aço inoxidável e retirar as sementes;

- cortar em fatias de 0,5 a 1 cm de espessura;

- mantê-la no secador de 6 a 8 horas a 60°C. O tempo depende do teor deaçúcar da fruta.

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3) Abacaxi

O abacaxi deverá estar em boas condições, maduro e doce. O processoconsiste em:

- lavar a fruta e colocá-la em imersão em água clorada (50mg de cloro/litro)por 30 minutos;

- descascar a fruta com faca de aço inoxidável;

- cortá-la em fatias de 0,5 a 1 cm de espessura e retirar o miolo;

- mantê-la no secador de 6 a 8 horas, a 60°C. O tempo depende do teor deaçúcar da fruta.

4) Manga

Recomenda-se frutas das variedades “Haden”, “Tommy”, “Palmer”, “Keitt”,dentre outras, cujas polpas são quase desprovidas de fibras. O processamentoconsiste em:

- lavar a fruta e colocá-la em imersão em água clorada (50mg de cloro/litro)por 30 minutos;

- descascar a fruta com faca e aço inoxidável;

- cortá-la em fatias de 0,5 a 1 cm de espessura, no sentido vertical;

- mantê-la no secador de 6 a 8 horas a 60°C. O tempo depende do teor deaçúcar da fruta.

5) Maçã

Devem-se escolher maçãs maduras e tenras. O processo consiste em:

- lavar a fruta e colocá-la em imersão em água clorada (50mg de cloro/litro)por 30 minutos;

- a fruta poderá ser descascada ou não, mas deve-se retirar as sementes.

- cortar em fatias de 0,5 a 1cm de espessura e dar um banho de ácidocítrico (solução de 1%) ou limão (20ml a 50ml de suco de limão para 1 litro deágua), deixando na solução por 10 minutos. Isso fará com que com a fruta desi-dratada não fique muito escura;

- levar ao secador e mantê-la de 6 a 8 horas a 60°C.

6) Tomate seco em conserva

Em síntese, o processo produtivo consiste na seleção dos frutos, lava-gem, pré-tratamentos (como a desidratação osmótica) e, se possível, a aplicaçãode antioxidante (ácido ascórbico, ácido cítrico e metabissulfitos).

Para o preparo, deve-se usar:

- 1 Kg de tomates ( perfeitamente maduros)

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- 1 litro de água

- 50 gramas de sal

- 30 gramas de açúcar

Realizar a lavagem dos tomates em água corrente (deixar em imersão por10min em água clorada).

Cortar e retirar as sementes (o corte poderá ser em 4 ou 8 partes iguais ouainda em rodelas).

Realizar o pré-tratamento. Um dos processos mais empregados é a desi-dratação osmótica, pela simplicidade e baixo custo. Para isso, deve-se prepararuma salmoura a 5% e adicionar 3% de açúcar. Deixar os tomates nessa soluçãopor 20 minutos e depois, escorrer o excesso. Preparo da solução:

- 01 litro de água- 50 gramas de sal de cozinha (cloreto de sódio)- 30 gramas de açúcar

Após a desidratação, poderá ser realizado um banho de imersão comácido ascórbico, na proporção de 1.500mg/l, durante 1 minuto.

Para efetuar a secagem, deve-se colocar os tomates na bandeja e levá-lospara o secador de frutas, onde poderão ficar por cerca de 12 a 14 horas, numatemperatura média de 60°C. Isso feito, é só preparar a conserva.

Para o preparo da conserva, observar as seguintes etapas:

1ª: Ingredientes da calda: - 60% de óleo de girassol - 40% de azeite de oliva - sal, orégano e especiarias a gosto

2ª: Misturar os produtos em uma panela, aquecendo-os até a temperaturade 90°C, de maneira a tê-los bem homogêneos.

3ª: Para o envasamento, proceder da mesma maneira das demais conser-vas. Cuidar da lavagem e esterilização dos vidros. Preparar os tomates no pote ecompletar com a calda oleosa. Fazer a retirada de bolhas de ar (vácuo).

4ª: Estocagem: o produto poderá ser estocado em ambientes ventilados,sem poeira e sem incidência de raios luminosos, durante três meses.

e. HortaO primeiro passo para a construção de uma horta deverá ser definir a

localização. O local apropriado para o cultivo deve ter as seguintes características:estar em terreno plano; ter terra fofa, boa luminosidade e ser voltada para o nascente;disponibilidade de água para a irrigação e o sistema de drenagem; estar longe desanitários e esgotos. A seguir, ver-se-ão os passos para a construção de umahorta tradicional, assim como os conhecimentos de uma nova metodologia docultivo de hortaliças, que se chama “mandala”.

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1) Horta tradicional- Preparo dos canteiros: antes de iniciar a preparação dos canteiros, deve-

se limpar o terreno. Com auxílio de uma enxada, revira-se a terra a uns 15 cm deprofundidade. Com o ancinho, desmancham-se os torrões, retirando pedras e ou-tros objetos, nivelando o terreno.

- Demarcação dos canteiros: iniciar a demarcação dos canteiros com au-xílio de estacas e cordas, observando-se as seguintes dimensões: 1,20m x 2 a 5m, e espaçamento de um canteiro a outro de 50 cm. Caso o solo necessite decorreção, podem ser utilizadas cal hidratada ou serragem.

- Adubação dos canteiros: o melhor adubo para a horta é o húmus daminhoca. Mas outros tipos de adubo natural poderão ser preparados, como acompostagem e o biofertilizante obtido através de biodigestor. A compostagemcompreende resíduos vegetais e animais. Assim sendo, palhas, galhos, restos decultura, cascas e polpas de frutas, pó de café, folhas, esterco e outros, quandoacumulados, apodrecem e, com o tempo — cerca de três meses —, vão setransformando em adubo orgânico ou húmus (o húmus da minhoca possui maisnutrientes).

- Preparo das covas: as covas devem ser feitas com antecedência de, nomínimo, 18 dias antes do plantio ou transplantio. O espaçamento entre as covasvaria de acordo com o tipo de hortaliça. As covas deverão ter a seguinte dimensão:20x20cm ou 30x30cm de largura e 20 a 30 cm de profundidade.

- Cuidados com a horta: dependendo da região, a horta deve ser regadaduas vezes ao dia. O solo não pode ficar encharcado, para evitar o aparecimentode fungos. Tem de ser mantida limpa e as ervas daninhas, retiradas diariamentecom a mão. A cada colheita, deve ser feita a reposição do adubo para garantir aqualidade da terra e das hortaliças.

2) Horta “mandala”Trata-se de um projeto inovador, cujo cultivo é irrigado por meio de um

tanque circular onde à sua volta são construídos os canteiros, também na formacircular. Esse reservatório, com capacidade de até 30 mil litros de água, poderáser abastecido por açudes, cisternas ou outros sistemas, como o de captação deágua das chuvas. O tanque ainda poderá ser utilizado para a criação de peixes,patos e marrecos. É uma forma a eficiente cuja metodologia vem sendoimplementada com sucesso em vários estados da federação. Para as regiões quesofrem estiagem, é uma alternativa para o aproveitamento racional dos recursoshídricos.

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4. TECNOLOGIA SOCIAL - ÁREA ANIMAL

Com referência à área animal, a logística de subsistência enfoca algumas cri-ações e conservação de produto cárneo, através da desidratação com salga edefumação. Considera-se, ainda, importante a utilização do animal como elemen-to de segurança e manejo de propriedade rural.

a. Desidratação de carne

A salga e a desidratação, seguidas ou não de defumação, foram e ainda sãoas formas mais primitivas de conservação da carne. O processo em si é simplese envolve basicamente o tipo de salga e a maneira da secagem do produto. Sãoas técnicas de preparo que fazem as variedades do produto, que se diferenciampela cor, sabor, odor, maciez e principalmente pelo tempo de prateleira. O charque,por exemplo, recebe uma salga mais acentuada, é mais desidratado e tem vida deprateleira entre 3 a 4 meses. Já a carne-de-sol recebe pouca salga, é mais hidratadae, por conseguinte, possui tempo de prateleira reduzido.

1) Carne-de-sol, carne serenada e carne-de-vento

A carne-de-sol é um produto cárneo levemente salgado, preparado à basede sal fino e parcialmente desidratada. É tradicionalmente preparada e consumidana região Nordeste, entretanto, pouco se conhece a respeito do seuprocessamento. Observa-se que a técnica é baseada em procedimentos artesanais,razão pela qual a existência de diferentes métodos de preparo desse produto.

Da mesma forma são as carnes serenadas e a carne-de-vento, que poucodiferem da carne-de-sol. A diferença reside exatamente na secagem do produto,pois enquanto na carne-de-sol a dessecação se dá ao sol, na carne serenadaocorre ao sereno e na carne-de-vento ocorre em local coberto e bem ventilado.

O preparo do produto deve começar pela escolha da carne, preferencial-mente as da parte traseira do gado. A manta de carne deve ficar com uns doisdedos de espessura, aproximadamente 3 ou 4 cm.

Usa-se, para o preparo:

- 80 g de sal (ou se preferir 3 colheres de sopa de sal de cura com maisuma de sal de cozinha);

- 100 g de alho amassado (opcional);

- pimenta do reino moída a gosto (opcional);

- 01 colher de chá de tempero especial para carne (opcional).

Descrição do processo:

- passe na superfície da manta de carne o sal e o tempero em esfregação;

- deixe, em uma vasilha, marinar por 3 horas;

- pendure a carne para a secagem;

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- o tempo de secagem da carne-de-sol é de uma noite e mais um dia desol;

- o período de secagem da carne serenada é normalmente das 22 às 06h do dia seguinte.

2) CharqueO processo é mais demorado e compreende os períodos de salga úmida,

salga seca, lavagem e secagem. A vantagem do produto reside no tempo de pra-teleira que pode chegar até quatro meses, em temperatura ambiente.

a) Material necessário - sal grosso;

- vasilha plástica ou inox;

- esteira de palha ou tábua plana.

b) Descrição do processo

- a manta de carne deverá ter, no máximo 4cm, de espessura e gorduravoltada para cima;

- iniciando com a fase da salga úmida, deixar a carne na salmoura por40 minutos. A concentração será de 330g de sal para 1 litro de água;

- para o escorrimento da salmoura, a carne será colocada sobre estei-ras de palha ou caixa de madeira local, onde receberá a segunda fase da salga;

- na fase da salga seca, com o sal grosso, manter a carne por umperíodo de cura de 12 horas;

- para a ressalga, fazer a adição de sal entre as camadas de carne;

- dar tombos nas carnes, ou seja, fazer a inversão das peças, deixandovoltadas para cima as mantas de baixo;

- após a cura, fazer a lavagem com água sanificada para retirar o exces-so de sal;

- finalmente, para a secagem, a primeira exposição ao sol é rápida, poruma hora, sempre nas primeiras horas da manhã. Depois, deixa-se por três diasem descanso. Faz-se novas exposições, intercaladas com descanso, até obter asecagem ideal. O charque possui um teor de umidade de 45%.

b. Defumação

É um processo de conservação cuja operação se dá através da utilização desais e secagem em câmaras próprias, onde o produto é submetido à ação defumaça e calor controlados. Tal processo poderá ocorrer sob duas formas:

1) defumação a frio: quando o produto é submetido à ação da fumaça a umatemperatura que varia entre 12 a 18°C, durante horas ou semanas. Não tem efeitopara a conservação do produto. São exemplos o presunto cru tipo Parma e outrospresuntos e salames especiais.

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2) defumação a quente: quando o produto é submetido à ação de fumaça ecalor, variáveis entre 45 a 65°C, durante períodos também variáveis, normalmenteentre 4 a 9 horas.

Em outras oportunidades, a defumação também pode ser empregada comouma simples operação final de processamento, com objetivo de se ter mais ummétodo de conservação, aroma ou coloração, como nos casos de alguns presun-tos, mortadelas, queijos etc. Além de proporcionar aumento de vida de prateleira,a defumação ainda agrega valor ao produto.

3) Preparo da peçaApós a escolha da peça a ser defumada, passa-se às etapas do preparo.

É importante salientar que, em todas as fases do processamento, deve-se ter omáximo cuidado com a higiene, o que compreende desde o asseio de facas,vasilhas, bancadas etc., até o uso adequado de tábuas de corte de carne (demadeira), gamelas e outros utensílios de difícil limpeza, que permitem a prolifera-ção de microorganismos nocivos.

a) CondimentaçãoO principal é o uso do sal (cloreto de sódio), que evita o desenvolvimen-

to dos microorganismos, desidrata e aumenta o tempo de conservação. O salainda pode ser associado ao açúcar e a outros condimentos como urucum, alho,pimenta etc., como forma de estimular ou impressionar o paladar. Outros saispodem ser empregados no processamento, como o sal de cura (nitrato ou nitritode sódio ou potássio), que age como inibidor do agente causador do botulismo emicrorganismos em geral, responsáveis pela deterioração. Estes sais desenvol-vem na carne a coloração rósea, que se manifesta após sua aplicação e durantea defumação. No comércio, podem ser encontrados como “condimentos para as-sados” ou “condimentos para cura rápida” etc. Nesse caso, o nitrito vem mistura-do ao sal de cozinha, o que desaconselha sua ingestão em altas doses. Naembalagem é descrita a quantidade do condimento para a massa cárnea, sendoque esse cálculo deve ser feito de forma cuidadosa, pois o excesso prejudica asaúde.

b) CuraDurante a cura, o produto de ser mantido em temperatura baixa (4°C). A

cura da carne pode ser realizada de algumas formas: salga seca, salga úmida ousalga mista. A opção de cura a ser utilizada varia de acordo com o tamanho dapeça, de maneira que o método escolhido deverá garantir uma distribuição unifor-me dos ingredientes no produto. Na cura a seco, os sais (sal de cozinha, nitrato,nitrito) e outros aditivos são aplicados na superfície da carne por fricção, onde oscortes têm pouca quantidade de carne ou com pequenas espessuras. Os produ-tos curados a seco, depois de completado o processo, devem ser lavados comágua morna para a retirada do excesso de sal e secos em seguida ao ar livre oucom fumagem a frio. Já a cura úmida utiliza a salmoura adicionada ao sal decozinha, nitrato, nitrito, açúcar e outros ingredientes como urucum, açafrão,glutamato monossódico, ascorbato de sódio etc. A embalagem do sal de curaindica a diluição da salmoura. Após o preparo, a solução é injetada no interior das

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peças, na quantidade de até 12%, com o objetivo de reduzir o tempo da cura edistribuir os sais uniformemente na carne (pernil, lombo, picanha etc.). Em segui-da, a peça é posta em imersão em vasilhas de plástico, aço inoxidável ou tanquesde alvenaria revestidos de azulejos, onde as peças são mergulhadas para desen-cadear a cura.

c) Aditivos usados no processo- Conservantes: são encontrados comercialmente com os nomes de sal

de cura, cura rápida, Pó Húngaro, Pó Prague, Super Rendimento Regal.- Antioxidantes: os principais são os ascorbatos (semelhantes à vitamina

C), que agem como aceleradores da cura e retardam o aparecimento de altera-ções oxidativas, evitando o ranço e reduzindo a formação de nitrosamina (com-posto cancerígeno). Por essa razão, coloca-se no bacon menos nitrito e maisascorbato. São usados também para estabilizar e unificar a cor da carne. Sãoencontrados comercialmente com os nomes de Acelerador Regal, Exacor, Fixadorde Cor, Dourador e Hipercel.

d) Lavagem e amarração das peçasApós o período de cura, as peças devem ser lavadas em água para retirar

o excesso de sal. Em seguida, elas serão amarradas individualmente com bar-bante de calibre grosso, ao longo do produto, para conferir aparência mais homo-gênea ou dar forma a ele. Essa amarração permite, também, que seja realizada aalça para pendurar as peças no gancho usado no defumador.

e) Preparo do defumador

No caso específico em que se utiliza um defumador do tipo artesanal, cujaconstrução é de alvenaria e manilha de cimento, seguir-se-ão os seguintes passos:

(1) Preparo da serragem: a serragem a ser utilizada deverá ser obtida emserrarias, nunca em marcenarias, em razão de se evitar a queima de resinas,colas e produtos tóxicos. Deve-se optar por madeiras mais duras, pois as maciassão mais ricas em lignina e mais resinosas, além de formarem mais benzopirenose hidrocarbonetos poliaromáticos (HPAs).

(2) Enchimento da lata: de posse da serragem (umedecida), pode-se utili-zar duas garrafas para auxiliar a acomodação desse material na lata de 20 litros,de forma a se obter a formação de um “túnel”. Esse túnel, preparado na serragemque se encontra dentro da lata, irá formar um ângulo reto, o que permitirá a circu-lação do ar e a formação da fumaça entre a abertura lateral, na base da lata, e asua boca superior. Isso feito, coloca-se um pouco de brasa no túnel, certificando-se de que a combustão está firme, após o quê, coloca-se a lata no interior dacâmara de defumação.

f) Combustão e fluxo de oxigênio Altas temperaturas sempre acarretam produção elevada de HPAs

(hidrocarbonetos poliaromáticos), que são carcinogênicos (podem causar câncer),enquanto que os métodos controlados tendem a produzir fumaça praticamenteisenta de tais compostos.

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4) Receitas

a) Frango: as aves devem ser bem limpas, especialmente na parte internada carcaça, devendo ser removido o sangue coagulado, que normalmente se loca-liza onde estava o fígado e, também, nas cavidades internas do peito próximas aopescoço. A pele, normalmente usada para segurar as pernas juntas (após abatidaa ave), deve ser cortada fora, pois além de ser portadora de muita gordura, suaretirada permitirá que a cavidade fique aberta, permitindo a entrada de calor efumaça. Salmoura para tempero:

- 1 litro de água- 100 g de Super Rendimento (ou sal de cura)- 2 colheres de sobremesa de sal de cozinha- 1 colher de sobremesa de açúcar cristal- 1 colher de sopa de tempero especial para avesInjetar a salmoura nas aves, com auxílio de uma seringa, dando agulhadas

nas seguintes partes: duas em cada coxa, uma em cada contra-coxa, uma emcada asa, duas em cada peito, uma em cada lateral e duas nas costas. Deixar asaves nessa salmoura para a cura, por 12 horas, na geladeira. Após a cura, lavar asaves em água corrente e mergulhá-las em uma solução contendo 2(dois) litros deágua fria, ¼ de copo de urucum em pó e 1(um) copo de vinagre.

Em seguida, as peças serão furadas para passar o barbante e fazer aalça, de maneira que, no defumador, as cavidades de viceração fiquem voltadaspara baixo. Embrulhá-las em papel alumínio e levá-las ao defumador, onde ficarãopor um período de 4 horas. Após esse período, retirar o papel laminado e voltar aodefumador para um período de mais 2 horas.

b) Peixes: deve-se escolher peixes que não tenham muitas espinhas. Deve-se ainda retirar escamas, olhos e guelras, mas conservar a cabeça, em peixesgrandes. Para cada quilo de peixe, convém usar os seguintes ingredientes para asalmoura:

- 1 litro de água- 50 gramas de “super-rendimento” (aditivo para cura)- 5 gramas de sal de cozinha- 5 gramas de glutamato monossódico- 10 gramas de condimento para peixe ( Arisco, Califórnia...)O processo consiste em misturar todos os ingredientes na(s) vasilha(s)

onde os peixes serão curados, durante um período de 12 horas (em local refrige-rado). Após esse período, lavá-los em água corrente e pendurá-los por uma horapara escorrer, com exceção da sardinha e dos filés, que devem ser colocados emgrelhas. Leve-os ao defumador por 70 minutos, com a tampa aberta. Em seguida,feche a manilha e deixe-os por um período de 40 minutos sob a ação da fumaçaconcentrada.

c) Carne suína (sem aditivos): são utilizados os seguintes ingredientes paratemperar 10(dez) quilos de carne:

- 300 g de sal de cozinha- 100 g de urucum em pó

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- 10 g de pimenta preta- 10 g de açúcar cristal- 4 g de noz moscada- 10 g de alho- 5 g de pimenta malaguetaAntes de temperar, é preciso que se faça uma “massagem” nas peças

para facilitar a absorção do tempero. Ao temperar, esfrega-se com força, para queos condimentos penetrem na carne. Depois, cobrir com filme plástico e deixar nageladeira por um período de 12 horas. Passado o período da cura, retire o filmeplástico e faça outra recondimentação, massageando novamente a carne com asobra do tempero.

Em seguida, depois de furadas para passar o barbante, fazer as alças eembrulhar as peças em papel de alumínio laminado, para serem levadas aodefumador. A carne deverá ficar no defumador por um período de 4 horas, protegidapelo laminado. Após esse período, retira-se o laminado e completa-se o tempocom mais 2 horas de defumação, à mesma temperatura (75°C).

c. Criação de escargots

O escargot é um molusco terrestre comestível, não muito conhecido emnosso país, mas símbolo da gastronomia francesa. Faz parte da alimentação dohomem desde os primórdios da civilização e, atualmente, é sinônimo de requinte,estando presente na maioria dos restaurantes pelo mundo. Há relatos de criaçãode escargots pelos romanos, durante suas campanhas de conquistas da Europa.O Brasil, por ter um clima basicamente tropical, apresenta as condições adequa-das para sua criação, o que pode ocorrer em pequenas propriedades e até mesmoem fundo de quintais. É de fácil manutenção e não necessita muita mão-de-obra.Uma única pessoa realiza as tarefas diárias de rotina de uma criação de médioporte, não ocupando tempo integral. A partir do momento que eclodem os ovos, osanimais já são auto-suficientes para sobreviver, sem exigir maiores cuidados.

O escargot é um animal essencialmente vegetariano e se reproduz com grandefacilidade, o que acontece durante todo o seu período de atividade. É hibernante,o que lhe confere uma boa capacidade de sobrevivência, tem crescimento rápidoe a vantagem de não haver entre eles o perigo do canibalismo, mesmo com a faltade alimento.

Possui uma carne magra, de baixo teor calórico e rica em proteínas e vitami-nas, em especial a vitamina C. Contém, também, vários sais minerais,principalmente o cálcio, cujo teor equivale ao dobro do encontrado nas carnes deboi e de frango. Além disso, é uma carne de fácil digestão.

Heliário é o nome dado às instalações de criação do escargot. Dependendodo sistema de criação, as instalações serão conhecidas por parques criatórios(para criação extensiva), galpões (para criações de médio e grande portes), vivei-ros externos e caixas criatórias (para o sistema intensivo). O heliário pode ser insta-lado em locais simples e nas áreas urbanas, principalmente porque não causa maucheiro, doenças ou barulho, nem polui o ambiente. Como vantagens na opção da

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instalação de um heliário, pode-se citar a fácil implantação, os custos iniciais baixos,a reprodução fácil, o crescimento rápido da criação e a manutenção simples.

O parque criatório é o sistema de criação realizado a céu aberto. É muitosimples e pode ser construído com placas de concreto ou alvenaria e, a exemploda caixa criatória, coberto por uma tela de “nylon”. Não existem medidas padroni-zadas. Dependendo da área disponível, são sugeridos parques com 4,5m de com-primento por 1,5m de largura. A altura da mureta do cercado deverá ter 0,5m.Adotando essas medidas, não será necessário entrar no parque, para a manuten-ção e alimentação dos escargots.

O solo dos parques não deve ser argiloso, pois isso dificulta a escavação dosninhos. Também não deve ser arenoso, porque as laterais do ninho se desmoro-nam, na medida em que vão sendo escavadas.

No interior do parque criatório,deverão ser colocados os cochos. Sãotubos de PVC de duas polegadas, cor-tados ao meio, no sentido longitudinal.Os bebedouros e abrigos podem aindaser construídos com telhas do tipo co-lonial, também conhecidas como te-lhas de canal. Para o bebedouro, deixe a parte côncava da telha para cima e façauma barragem de cimento de 0,5 cm, nas extremidades. Assim, a água ficaráretida na superfície da telha e não afogará os escargots.

d. Minhocultura

Trata-se da criação de minhocas em cativeiro. É uma atividade simples,perfeitamente inserida no sistema biodinâmico, onde as sobras ou lixo de umaorganização se tornam recurso para outras. Assim, o esterco do gado e o lixoorgânico da cozinha serão as fontes desse criatório.

Primeiramente, a atividade buscará a produção de húmus, com fins de supriro solo da horta. Húmus de minhoca nada mais é do que o excremento das minhocas.É um produto natural, rico em nutrientes que são facilmente absorvidos pelasplantas. Serve, também, como fonte de alimentação para a piscicultura, atividadeprevista nas técnicas de Logística de Subsistência. Ele controla a toxidez dosolo, corrigindo excessos de alumínio, ferro e manganês, além de contribuir paraatingir o pH mais favorável para o crescimento das plantas. É rico em cálcio,magnésio, fósforo e potássio e seu excesso não prejudica os vegetais.

A respeito das instalações, pode-se dizer que são simples, compreendendocriatórios que variam desde métodos tradicionais como os de canteiros, até novastécnicas como o “minhobox”. Pode-se montar um criatório nos moldes do sistema“minhobox”, utilizando-se, entretanto, caixas de madeira.

O ciclo de produção se divide em duas etapas. Na primeira, a de consumo,as minhocas transformam o substrato da caixa superior em húmus, o que ocorreem 25 dias. Na segunda, a de passagem, tudo acontece em 5 dias. Para que esta

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ocorra, retira-se o fundo da caixa superior e as minhocas migram, naturalmente,para as caixas acopladas abaixo, abastecidas de mais alimento e umidade.

A grande vantagem do sistema consiste na fácil manutenção, que elimina ouso de peneiras, e o maior aproveitamento de espaço. O criatório poderá sercolocado no interior de armazéns, pequenos cômodos, galpões de criaçãodesativados etc. Ainda oferece facilidade na transferência de local do criatório,redução de mão-de-obra, proteção do húmus contra pragas, dispensa dashidratações etc.

1) Minhocário

O criatório se dá em caixas de madeira, adaptadas ao modelo do sistema“minhobox”, que emprega caixas em material plástico. Para o início da atividade,são construídas caixas que ficam acomodadas em prateleiras. O número de cai-xas está vinculado à quantidade de matrizes adquirida. A densidade do minhocárioé de, no mínimo, ¾ de litros de minhoca por metro quadrado. Para as dimensõesda caixa abaixo demonstrada, é de 1/5 l .

2) O substrato

O substrato será o alimento da minhoca. Compreende esterco e resíduosvegetais. No caso, pode-se utilizar o esterco de gado (curtido) e o lixo orgânico decozinha. Também poderá ser utilizada uma mistura de 20% de esterco suíno e80% do esterco de gado. Quanto ao preenchimento da caixa, será feito da seguin-te forma:

1ª camada: 5 cm de capim ou folhas secas;

2ª camada: 10 cm de composto (mistura de esterco, capim cortado, res-tos orgânicos etc.);

3ª camada: manta grossa de folhas secas, para conservar a umidade e aescuridão, não podendo deixar passar a luz solar.

O ideal é que o minhocário seja construído num local que receba poucainsolação direta, de modo que a luz e o calor do Sol não prejudiquem a criação. Éimportante, também, manter um nível adequado de umidade, já que o excessopoderia facilitar o danoso aparecimento e a proliferação de sanguessugas, noci-vas às minhocas.

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e. Piscicultura

A piscicultura oferece algumas possibilidades que vão desde uma simplescriação para o consumo doméstico ou como uma forma de negócio. No caso dacomercialização, a venda poderá se dar em feiras livres, restaurantes, peixarias,supermercados e “pesque-pagues” (lazer). O mercado é promissor, haja vista queo quilo do peixe, dependendo da espécie, pode chegar a custar vinte vezes maisdo que a carne de frango.

1) Formas de criaçãoA criação de peixes pode assumir o caráter extensivo, como o que ocorre

em lagoas e represas, em que não há o controle de predadores nem da qualidadeda água. A taxa de estocagem é de 1(um) peixe para cada 10 m².

Na forma de cultivo semi-intensivo, a densidade de estocagem é maior, de2(dois) a 5(cinco) peixes para cada 10 m². Para isso, é necessário adubar a águae reforçar a alimentação natural com um complemento alimentar (farelo, torta demamona, farinha etc.

O cultivo intensivo é aquele que compreende o uso de ração balanceadana alimentação dos peixes, em razão das altas densidades de estocagem(1 peixe por m2).

2) Tipos de instalações :Viveiros: são reservatórios escavados em terreno natural, com sistemas

de abastecimento e de drenagem, como nos casos de lagoas, açudes e barragens.Tanques: podem ser estruturas de concreto, plástico ou outro material

impermeável, mais usadas nos sistemas intensivo de criação.Tanques-rede: são como gaiolas flutuantes, mantidas em represas e

grandes reservatórios.3) Principais parâmetros da água :

- pH: na faixa de 6,5 a 9, sendo ótimo entre 7 e 8;- alcalinidade: acima de 20mg/l, melhor de 50 a 150 mg/l;- temperatura: ideal entre 25 a 28°C;

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Sistema “Minhobox”

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- a água deve ser de boa qualidade e livre de poluentes, sendo aconselhávelo abastecimento com o aproveitamento do declive do terreno, evitando-se assimo uso de bombas;

- caso seja utilizado um poço artesiano, é necessário que a água percorraum canal a céu aberto, para diminuir o excesso de gases dissolvidos.

4) Criatórios em tanquesO tamanho do tanque varia de acordo com a quantidade de peixes que se

deseja criar. Nos grandes viveiros, a superfície da água, em contato com o ar,aumenta a taxa de oxigenação. Entretanto, surgem os inconvenientes. Na horado manejo, por exemplo, há maior demora para se encher e esvaziar o tanque,assim como, requer-se um maior tempo para se passar a rede.

Na piscicultura doméstica, a superfície dos viveiros varia de 100 a 500 m2

e a profundidade, até 2m. Nos locais onde ocorrem muitas variações detemperatura, é recomendável que a profundidade dos tanques esteja por volta de1,70m. É onde a maior parte dos peixes se refugia, porque lá a temperatura daágua costuma manter-se homogênea e estável.

5) Processo de criaçãoO manejo é o conjunto de práticas utilizadas para a exploração do cultivo.Das técnicas de manejo do cultivo de peixes, fazem parte:- a preparação dos viveiros (calagem e adubação);- o condicionamento e transporte dos primeiros alevinos;- o povoamento dos tanques;- a alimentação; e- a despesca.A calagem é necessária quando a água do viveiro apresentar pH inferior a

7,0. A correção se faz com calcário dolomítico e cal. Em geral, em terras ácidasutiliza-se 200g/m² de calcário ou, no caso da cal, 100g/m².

Após a calagem, aguarda-se em média quinze dias para a adubação e oenchimento do viveiro. Os peixes não irão consumir diretamente o adubo. Aadubação irá proporcionar à água um maior desenvolvimento do plâncton, ou sejados zooplânctons e fitoplânctons dos quais se alimenta a maioria das espécies.Podem ser utilizadas fezes frescas, mas o esterco curtido surte maior efeito.

A adubação química (inorgânica) deve ser feita de forma complementar.Em geral, a água tem quantidade mínima de fosfato, por isso, costuma-se utilizara combinação fósforo-nitrogênio como nutriente auxiliar na produção de peixes.Entretanto, o excesso de adubo faz com que a produção de plâncton cresçamuito, diminuindo o oxigênio na água durante a noite. Por isso, a adubação deveser suspensa sempre que houver ocorrência de peixes buscando ar na superfície,no início da manhã, quando a quantidade de peixe for maior que 200g/m², quandoa temperatura da água for inferior a 20°C, ou ainda quando a transparência daágua estiver abaixo de 30 cm.

A transparência da água pode ser controlada por meio do Disco de Secchi,que pode ser feito no local do criatório. Um simples CD pode servir. Faz-se um “X”no disco e pinta-se de preto e branco as figuras opostas. Usa-se um cordão ouuma fita graduada de 10 em 10 cm e um peso para proporcionar a imersão do

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disco. E está pronto o disco de Sechi. As aferições são feitas entre as 10:00 e as14:00h, período em que o Sol se encontra mais alto.

De 5 a 7 dias após a adubação e o enchimentocom água, faz-se o povoamento do tanque com os alevinos.Sendo utilizada a alimentação artificial, a ração deveráser oferecida diariamente e, pelo menos cinco dias porsemana, em duas refeições, preferencialmente no inícioda manhã e no final da tarde. A quantidade a ser oferecidadeverá ser de 3 a 4% da biomassa, o peso total dos peixesno tanque, cálculo este que deve ser alterado a cada 15ou 30 dias.

Exemplo: cultivo intensivo de tambaquis.- taxa de estocagem: 1(um) peixe por m²- área do viveiro: 2.500 m2- peso médio da amostra: 200 g ou 0,2 Kg- quantidade de ração: 4% (0,04) da biomassaEntão: 2.500 peixes x 0,2 Kg = 500 Kg de biomassa- 500 kg x 0,04 = 20 Kg de ração diária, ou seja:- 10 Kg de ração por refeição ( 2 x ao dia ).

6) Principais peixes indicados para o cultivo:- Pacu: é um peixe onívoro, que pode ser alimentado com sementes frutas,

grãos, pequenos moluscos, crustáceos, insetos e com ração. É peixe de piracemae só se reproduz em cativeiro, com indução artificial. Nos viveiros, pode ultrapassar1,1 kg em um ano de cultivo. Estocagem: 1 peixe por m².

- Tambaqui e tambacu: com crescimento mais rápido que o pacu, porémmenor resistência ao frio, registra-se alta mortalidade em temperaturas abaixo de15ºC. São onívoros e aceitam rações. São peixes de piracema. O tambacu é ocruzamento da fêmea do tambaqui com o macho do pacu. Estocagem igual à dopacu.

- Tilápia do Nilo: mais utilizada para o cultivo. Possui hábito alimentarplanctófago e detritívoro, mas prefere alimentar-se com plâncton. Aceita bemrações artificiais. Atinge 600g no período de 6 meses. Possui uma reproduçãoprecoce, já aos 4 meses de vida. Estocagem: 3 a 5 peixes por m2.

- Curimbatá: também chamado de corumbatá, grumatá ou curimatá. Éum peixe muito conhecido do Sul ao Nordeste do País. Cresce melhor em viveirosgrandes, podendo atingir até 800 g no primeiro ano. Por ter hábito alimentariliófago, ingere o lodo do fundo de tanque e, por isso, sua carne tem um ligeirogosto de terra. No policultivo, onde é utilizado como espécie secundária, suafunção é remover o lodo, liberando gases tóxicos e colocando em suspensão amatéria orgânica, o que ajuda a adubar os tanques.

- Lambari: é um peixe de pequeno porte, encontrado em grande parte derios e lagoas do Brasil. Atinge o tamanho comercial acima de 7 cm, por volta de3 a 4 meses. Com hábito alimentar onívoro, tem bom aproveitamento de raçõesfareladas. Reproduz-se naturalmente nos viveiros, com 3 a 4 desovas por ano.

Disco de Sechi

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5. CONCLUSÃO

Espera-se, com a publicação do presente Caderno de Instrução, que a logísticade subsistência, por meio de implementos simples e práticos, possa contribuirpara a melhoria social das famílias do meio rural. O conhecimento, aliado àmotivação, poderá proporcionar iniciativas inovadoras, até mesmo àquelas pessoasnão envolvidas diretamente em trabalhos agrícolas. O excedente da produção,por exemplo, poderá se transformar em novos produtos, com valores econômicosagregados. Isto significará o gerenciamento de uma nova cadeia produtiva e aperspectiva de melhoria nas relações sociais da comunidade.

Portanto, observa-se que a logística de subsistência, valendo-se da tecnologiasocial, poderá alcançar horizontes bem maiores do que proporcionar a auto-sustentabilidade da pequena propriedade rural.

A participação do Exército Brasileiro em metas de políticas públicas,cooperando e participando de iniciativas que possam gerar empregos e aumentoda renda familiar, é uma ação permanente da “mão amiga” que sempre fez partede sua honrosa história.

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TIAGO FILHO, Geraldo L. & VIANA, Augusto N. Carvalho. Carneiro hidráulico.Site do CERPCH – Centro Nacional Referência em Pequenos AproveitamentosHidroenergéticos – Itajubá – MG.

Page 42: CADERNO DE INSTRUÇÃO LOGÍSTICA DE SUBSISTÊNCIA CI 10-7/1

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Mais uma realização da Sala de Editoração Gráfica do COTER