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1 Caderno de Apoio Pedagógico e Administrativo Educação Ambiental “Cuidando das Águas”

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Caderno de Apoio Pedagógico e Administrativo

Educação Ambiental“Cuidando das Águas”

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Secretaria de Estado da Educação / Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão-CAEMA / FONASC / União dos Escoteiros do Brasil57pág.Espaços Educadores / Ciclo da Água / Caça Vazamento / Reaproveitamento: Água do ar Condicionado, Água do Bebedouro, Água de Chuva e Óleo de Cozinha

Caderno de Apoio Pedagógico e Administrativo: EUCAÇÃO AMBIENTAL “CUIDANDO DAS ÁGUAS”

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Danilo Moreira da Silva

SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃOFelipe Costa Camarão

SUBSECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNADOR DO ESTADO DO MARANHÃOFlávio Dino de Castro e Costa

Luís José Câmara PedrosaLucy Mary Seguins Sotão

Nádya Christina Guimarães Dutra

SUPERVISÃO DE CURRÍCULO

COORDENAÇÃO DE TEMAS SOCIOEDUCACIONAIS

Eliziane Carneiro dos Santos Oliveira

Lindaura do Socorro Ferreira dos Santos

DIRETOR PRESIDENTE DA CAEMAAndré dos Santos Paula

SECRETÁRIA ADJUNTA DE ENSINO

SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

Maria do Perpétuo Socorro Fortes Braga e Silva

Conceição de Maria Figueiredo Moura

ELABORAÇÃO-SEDUC

GERENTE DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS

Marcos António Silva do Nascimento

Ana Lúcia Ferreira Braga Muniz: Engenheira Civil;

Lenimar Veiga Gomes: Química e mestra em Saúde Meio Ambiente

Mayra Milany Sousa Lima

Maria de Nazareth dos Santos Silva: Farmacêutica

ELABORAÇÃO-CAEMA

Erick Maurício Costa de Araújo

COORDENADORIA SOCIOAMBIENTAL

COLABORAÇÃO TÉCNICA

DIRETORIA DE ENGENHARIA E MEIO AMBIENTELeonardo Lima de Medeiros

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Educação Ambiental “Cuidando das Águas”

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APRESENTAÇÃO

Na segunda parte, serão apresentados os conteúdos específicos do tema água, ou seja, conteúdos essenciais para o planejamento de aulas com tema transversal, projetos didáticos e as ações da Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida/COM-VIDA.E, finalmente, na terceira parte, os parceiros da COM-VIDA, FONASC e União dos Escoteiros do Brasil, sob a égide do protagonismo infantojuvenil, terão como objetivo formar as competências e desenvolver as habilidades essenciais para o trabalho pedagógico com a Educação Ambiental.

O Caderno de Educação Ambiental – Cuidando das Águas é um instrumento para a comunidade escolar realizar o trabalho pedagógico sobre a preservação das nossas águas. Na primeira parte serão apresentadas as práticas sociais mais comuns dos estudantes no que se refere ao uso da água na escola. Essas práticas serão problematizadas a partir do método de aprendizagem orientado pelas Diretrizes Curriculares do Maranhão.

As ações da Comissão Organizadora Estadual da Conferência, contaram com a efetiva participação da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão – CAEMA, por meio da Gerência de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e sua Coordenadoria Socioambiental da Coordenação de Temas Socioeducacionais da Secretaria Estadual de Educação – SEDUC e do Fórum Nacional de Comitê de Bacias FONASC. Entre as sugestões apontadas para o momento Pós Conferência, destaca-se a produção de um caderno local com o tema água.

Essa proposta pedagógica possibilita a criação dos espaços educadores: caça vazamento, coletor de água da chuva, coletor de água do ar condicionado, coletor de água do bebedouro e o reaproveitamento do óleo de cozinha. Com isso, os estudantes terão uma experiência educativa significativa na própria escola, tendo em vista, a “capacidade de satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer as gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades” (Organização das Nações UNIDAS - ONU).

Nesse sentido, a CAEMA, a SEDUC, (o FONASC e a União dos Escoteiros do Brasil/Região do Maranhão), celebram Termo de Cooperação Técnica, para assegurar a produção de materiais didáticos, formação continuada e acompanhamento/avaliação da política pública estadual de Educação Ambiental operacionalizando as ações dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, Agenda 2030.

A Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, realizada no ano de 2018, teve como tema: Cuidando da Água com as escolas. Essa atividade formativa do tipo difusa proporcionou trabalhos interinstitucionais envolvendo órgãos públicos e privados maranhenses.

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LISTA DE FIGURAS

Caderno de Apoio Pedagógico e Administrativo

Educação Ambiental “Cuidando das Águas”

Figura 3 -R amal de entrada .................................................................19Figura 4 - C onta de água ....................................................................20Figura 5 - V azamento de água ..........................................................21Figura 6 - D etecção de vazamento .................................................22

Figura 2 - H idrômetro ...........................................................................19Figura 1 - M étodo de aprendizagem .............................................15

Figura 10 - S istema de distribuição de água ..............................26

Figura 19 - R eciclagem do óleo de cozinha ................................34

Figura 21 - S abão de óleo reciclado ................................................36

Figura 12 - Água virtual ......................................................................28

Figura 31 -S eminário Ação Jeniparana ....................................... 45

Figura 25 - Á rea externa da escola ................................................38

Figura 27 - Esquema da caixa de gordura ...................................39

Figura 29 - Comitê como multiplicadores de Recursos Hídricos................................................................................................... 45

Figura 9 - S istema que abastece a escola ..................................26

Figura 28 - Plenária do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.....................................................................................................42

Figura 23 - V aso sanitário com entupimento .............................37

Figura 15 -C oletor de água do ar condicionado ........................30

Figura 13 - R euso de água do bebedouro ....................................29

Figura 11 - C iclo da água ....................................................................27

Figura 8 - S istema de abastecimento de água ........................25

Figura 14 - C oletor de agua do ar condicionado ........................30

Figura 18 - A proveitamento da água de chuva ..........................33

Figura 16 - R euso água do ar condicionado ..........................31

Figura 20 - V elas de óleo reciclado ................................................35

Figura 17 - C oletor de água de chuva .......................................32

Figura 7 - B oia de controle do nível de água .....................22

Figura 22 - R ede coletora de esgoto .............................................37

Figura 24 - C ozinha da escola .........................................................38

Figura 26 - T ubulação de coleta de água da chuva ...................39

Figura 30 - P rimeira premiação em São Pedro-SP............ 45

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SUMÁRIO

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Educação Ambiental “Cuidando das Águas”

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3.1 espaço educador caça vazamento

3 | ESPAÇOS EDUCADORES

2 | TRABALHO PEDAGÓGICO A PARTIR DAS

PRÁTICAS SOCIAIS MAIS COMUNS DOS ALUNOS

COM O TEMA ÁGUA

4 | SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

6 | ÁGUA VIRTUAL

3.1.1 conteúdos da instrumentalização

7 | COLETORES DE ÁGUA

8 | ESPAÇO EDUCADOR REAPROVEITAMENTO

DO ÓLEO DE COZINHA

5 | O CICLO DA ÁGUA

9 | REDE COLETORA DE ESGOTO

INTRODUÇÃO

10 | GESTÃO DAS ÁGUAS: IMPORTÂNCIA,

COMPETÊNCIA E ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO

11 | OS COMITÊS DE BACIAS

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

10.2 gestão da água na comunidade

ANEXOS

10.1 gestão da água na escola

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INTRODUÇÃO

O caderno é uma ferramenta pedagógica que será utilizado por professores da rede escolar no intuito de propagar e ou incentivar as boas práticas sociais no que se refere ao uso adequado e racional da água nas dependências das unidades escolares

Formamos uma equipe multidisciplinar composta por técnicos: pedagogos químicos, engenheiros, Forum Nacional da Sociedade Civil na Gestão de Bacias-FONASC e grupo dos escoteiros do Brasil. Foram realizados 43 encontros de discussão com finalidade de aprimorar o conteúdo tendo a preocupação de obedecer as normas pedagógicas vigentes

O Caderno de Educação Ambiental, com o foco no tema Água, é um material didático administrativo e pedagógico organizado a partir das práticas sociais mais comuns dos estudantes em relação ao uso da água na escola, associadas a conteúdos voltados para o cuidado com a água, por sua vez, gerando Espaços Educadores Sustentáveis na escola.

A educação ambiental é atualmente um importante instrumento de transformação da sociedade em face da possibilidade da sensibilização das pessoas para as questões ambientais, sendo as ações de saneamento básico essenciais para garantir saúde, bem estar social e redução dos danos ao ambiente.

Neste trabalho serão discorridos os temas relacionados ao bom uso da água de forma mais adequada, racional buscando compreender a importância da proteção e preservação dos recursos hídricos, a captação, tratamento e distribuição para a população.

Iniciamos o trabalho pedagógico desenvolvendo as etapas compreendidas por espaços educadores, sistema de abastecimento de água, ciclo da água, água virtual, reaproveitamento do óleo de cozinha, coletores de água, rede coletora de esgoto, gestão das águas, comitês de bacias.

Esperamos que esta proposta pedagógica possibilite a criação dos espaços educadores e que os estudantes tenham um conhecimento relevante quanto ao uso racional, desperdício de água e reaproveitamento do óleo de cozinha o qual muito contribui para a obstrução da rede coletora de esgoto.

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2 | TRABALHO PEDAGÓGICO A PARTIR DAS PRÁTICAS SOCIAIS MAIS COMUNS DOS ESTUDANTES COM O TEMA ÁGUA

O processo de ensino e aprendizagem é intencional, contínuo e sistemático. Portanto, segue etapas sequenciais nas quais o professor é o mediador das atividades a serem planejadas para a apropriação dos conteúdos estruturantes pelos estudantes.

Tanto a diretividade centrada no professor, como a não diretividade centrada no aluno, incorrem nos mesmos equívocos. Na realidade, essas duas posturas metodológicas são superadas pela proposta didática da Pedagogia Histórico-Crítica, que engloba diretividade e não diretividade.

As etapas do método de aprendizagem da prática social dos estudantes, a problematização, a instrumentalização, a catarse e a síntese ou a produção autoral, individual ou coletiva, asseguram uma boa sequência didática para o trabalho com os conteúdos escolares, conforme as Diretrizes Curriculares do Maranhão.

Os métodos tradicionais se orientam pela ideia de que o estudante é uma “tábula rasa”, capaz de receber os conteúdos depositados pelos professores ou pela não diretividade do trabalho escolar, despertando os aprendizes para o conhecimento que está latente no seu interior.

Figura 1 – Método de aprendizagem

O levantamento das práticas sociais mais comuns dos estudantes é o ponto de partida para o trabalho pedagógico com a Educação Ambiental, cujo foco no cuidado com a água nas escolas deve ser norteador das atividades para a criação dos espaços educadores.

Fonte: Diretrizes Curriculares do Estado do Maranhão.

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4 Deixar a torneira semiaberta;

4 Colocar objetos no vaso sanitário e ralos;

Sendo assim, algumas práticas, aparentemente irrelevantes, ao longo do tempo, se constituem em desperdício e desvio da finalidade da água potável no cotidiano das escolas, tais como:

Os conhecimentos prévios dos estudantes possibilitam mobilizar os conteúdos técnico-científicos das disciplinas e do tema Educação Ambiental, contidos neste Caderno, para responder algumas questões que estão presentes nas práticas cotidianas das Unidades de Ensino.

4 Jogar óleo usado na pia da cozinha.

4 Brincar de molhar com a água do bebedouro;

4 Molhar o cabelo e pentear com a torneira ligada;4 Usar água potável para limpar o chão;

4 Deixar restos de cabelo e lixo nos ralos;

4 Jogar papel higiênico molhado nos colegas;

Já o conteúdo da etapa da instrumentalização pode ser introduzido a partir das seguintes questões:

De onde vem a água consumida pela escola? Em que bacia hidrográfica se situa sua escola? Existem cursos de água (rios, córregos, lagoas) nos arredores da escola? Qual é o caminho que a água percorre ao entrar na escola? Por onde passa? Onde é descartada? Existe algum tipo de reuso? Qual é o destino da água de torneiras, pias e lavatórios? É possível identificar vazamentos e outras formas de desperdício? Onde estão? Qual é o destino do esgoto gerado na escola?

Com essa proposta, os estudantes se apropriam, de forma significativa, dos conteúdos procedimentais e atitudinais sobre o cuidado com a água, historicamente sistematizados, apropriando-se dos conteúdos curriculares disciplinares e temáticos.O trabalho com as etapas do método de aprendizagem deve possibilitar a formação das habilidades de ler, escrever, analisar, interpretar, resolver problemas, assim como, produzir conhecimentos, cooperar, interagir entre as diferentes posturas, mediar e resolver conflitos.

A proposta de sustentabilidade da escola se constrói na concretude das ações, no compromisso com a ética e por meio de ações permanentes, sistemáticas e contínuas, que resultarão na criação de espaços educadores sustentáveis, a saber: caça vazamento, coletor de água da chuva, coletor de água do ar condicionado, coletor de água do bebedouro e o reaproveitamento do óleo de cozinha.

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3 | ESPAÇOS EDUCADORES

Um espaço educador é aquele que concretiza situações de ensino-aprendizagem intencionalmente, ou seja, espaços que assumem a responsabilidade de educar. Para alcançar esse objetivo, os espaços educadores dialogam com a realidade dos educandos e se constituem em referências de seus valores para a comunidade (CZAPSKI; TRAJBER, 2010).

A criação de espaços educadores sustentáveis abrange a inserção da dimensão socioambiental nos currículos, na formação de professores e na elaboração de materiais didáticos; a gestão sustentável; e a readequação dos prédios escolares, incluindo a acessibilidade. Por isso, propõe-se uma ação articulada em três eixos: currículo, gestão e espaço construído. Essa ação integrada compreende que a adaptação da estrutura física aos critérios ambientais é um importante passo para a sustentabilidade, mas de fato, somente fará sentido e terá um caráter educador se essas iniciativas forem incorporadas aos conteúdos curriculares e à gestão escolar de maneira sinérgica, interdependente e coesa.

3.1 O Espaço Educador Caça Vazamento

Se a água do planeta continuar sendo utilizada da mesma forma que nos dias atuais, em 2025, dois terços da população mundial não terá acesso a esse recurso em forma potável. A estimativa das Organizações das Nações Unidas (ONU) parece absurda, mas se justifica quando lembramos que apenas 2,5% desse líquido existente no mundo é de água doce e menos de 1% do total está acessível ao uso do homem.

Os moradores de algumas cidades brasileiras já convivem com o temor da escassez, lembrando que é necessário tomar medidas efetivas imediatamente. Segundo os estudiosos, é na sala de aula que ocorre a construção de um olhar crítico sobre o uso dos recursos naturais para que haja um entendimento sobre o papel das pessoas como cidadãs e do que elas podem fazer individual ou coletivamente para preservar aquilo de que usufruem. A comunidade escolar precisa cuidar do que há hoje para que não falte no futuro.

A primeira ação refere-se a saber qual a quantidade de água que a escola consome. Essa informação pode ser obtida com a análise das contas dos últimos meses ou acompanhando o volume registrado no hidrômetro (aparelho utilizado para medir o consumo) da escola. Com esses dados, pode-se elaborar metas de economia (com base nos meses em que se gastou menos) e estabelecer um plano para redução do consumo.

Outro grande vilão é a falta de consciência dos usuários na hora de utilizar o recurso. Diante da importância de economizar, deve-se mostrar quanto esse problema

A análise da estrutura hidráulica do prédio e o incentivo à Educação Ambiental de alunos e funcionários devem garantir a manutenção e o bom funcionamento dos equipamentos da rede hidráulica da escola, no entanto, não é suficiente para diminuir o consumo de água.

O combate ao desperdício da água deve começar pela manutenção da rede hidráulica e a conscientização dos usuários sobre o tema Educação Ambiental.

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Nas aulas de Matemática, por exemplo, os alunos podem ser desafiados a calcular a quantidade de água que a escola consome. Em Geografia, o professor pode tratar sobre a distribuição das bacias hidrográficas no Estado e na região em que a escola está inserida, discutindo sobre o mau uso dos recursos.

3. Atitudes como essas serão comuns no futuro, então tomá-las agora será um passo de inovação inevitável. É importante que essas ações sejam realizadas pelos alunos na faixa etária infanto-juvenil, pois, dessa forma eles estarão transformando e cuidando do ambiente em que eles estudam, e vivem. Alem disso, pode-se incentiva a repetir esse modelo em suas casas, como também disseminar em sua comunidade. Essa ação pode até mesmo ser transformada em atitude da relação escola /comunidade orientada pela Comissão Meio Ambiente e Qualidade de Vida da Escola VOM Vida;

afeta os próprios usuários, tanto dentro como fora da escola. O objetivo da proposta é incentivar a realização de várias ações pensadas na resolução de um problema, que, nesse caso, é reduzir a quantidade de água utilizada.Enquanto isso, em sala de aula, os professores de cada disciplina podem propor para o currículo, de acordo com a faixa etária de seus alunos, atividades para refletir a questão.

Vantagens que uma escola pode usufruir ao implementar essas medidas:

1. O reuso da água e o combate ao desperdício tem um grande impacto na conta de água.2. Escolas que tomam essas atitudes se tornam destaque no Brasil e no mundo, atraindo pais e alunos focados no desenvolvimento de uma consciência ecológica.

Portanto cabe a comunidade escolar definir ponto de coleta e a forma de reutilização da água. Trata-se da criação de espaços educadores sustentáveis denominados coletores de água.

3.1.1 Conteúdos da instrumentalização

Vamos iniciar o primeiro procedimento que deve gerar o espaço educador: o caça vazamento. Para tanto, torna-se necessário conhecer como funciona o sistema hidrossanitário da sua escola por meio do levantamento do sistema existente e verificar possíveis desperdícios nas instalações da escola.

a) compreende os sistemas de distribuição de água e Sistema hidrossanitário da escola, recolhimento dos esgotos da escola.

b) ou contador de água é um instrumento de medição volumétrica, para O hidrômetromedir o consumo dos usuários, permitindo a emissão das contas com mais precisão de acordo com o volume de água consumido na escola.

A leitura do hidrômetro é simples. O equipamento tem números pretos e vermelhos. Para acompanhar o consumo em sua escola ou residência, preste atenção aos dígitos pretos. Eles mostram quantos metros cúbicos de água foram consumidos, conforme Figura 2.

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Figura 2 – Hidrômetro

Para observar se existe vazamento no ramal direto da rede é necessário:

2. Abrir uma torneira alimentada diretamente pela rede da concessionária de água (torneira do jardim ou do tanque);3. Espere até a água parar de correr;4. Imediatamente, coloque um copo cheio de água na boca da torneira;5. Se houver sucção da água do copo pela torneira é sinal de que há vazamento no ramal alimentado diretamente, conforme Figura 3.

1. Fechar o registro do hidrômetro;

Figura 3 – Ramal de entrada

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4 O que é déficit de hidrometração? Hidrometração é a medição da água que é oferecida pela concessionária ao consumidor. E o déficit de hidrometração é a falta desse procedimento. 4� Levantamento do consumo da água: O acompanhamento do consumo da água é importante para o controle do gasto e permite a identificação de defeitos nos equipamentos. Para compreender a cobrança na conta de água é preciso conhecer alguns itens na conta, conforme Figura 4:

Figura 4 – Conta de água

1. Mês de referência do consumo

Vencimento2.

Matrícula3.

Informações sobre o usuário4.

Cadastro do usuário na concessionária5.

Dados da medição6.

7. Dados do faturamento

8. Histórico do consumo de água dos últimos meses

Vencimento da conta9.

Nota Fiscal / Fatura de Água e Esgoto

Serie Única:

Nº da Fatura:

Emitida em:

Dados do Cliente:

Dados de Faturamento:

Total a Pagar:

Mês de Referência: Vencimento: Matrícula:

Matrícula: Localização: Município:

Vencimento: Total a Pagar:Mês de Referência:

83600000002 17778322552 54549873611878554 6598787 658987888 871298632

Dados Cadastrais:

Dados da Medição:

Mensagem:

04/2018 28/04/2018 1716298

ANA CRISTINA DA PAZ CPF/CNPJ: 705.581.243-72R ESTRELA. NUMERO. 00960HABITADO - CENTRO PEDREIRAS MA

Inscrição: 04-401 -0400-0270-0164-000 Município: PEDREIRAS Categoria: RESIDENCIAL Sub-Categoria: RESIDENCIAL Área: 82Economias: R001 TARIFA CAEMA Dados p/ Entrega: 400-000033-000002247

Consumo Medido: 0000008 Consumo Faturado: 000010 Média: 000008 Dias Consumo: 28

Descrição Consumo Tarifa (R$) Valor (R$)ÁGUA ATE 10 M3 POR UNID. 10 20,34TOTAL ÁGUA 0,824

20,34

Histórico de consumo de água: Aviso Importante:

0

2

4

6

88 8 8 8 8 8

10/17 11/17 12/17 01/18 02/18 03/18

O não pagamento até o vencimento implicará em Multa de 2% e Juros de 0,5% a.m, além de suspensão do fornecimento de água, conforme Legislação Vigente.

FATURADO PELA LEITURA.

"18 DE MAIO - DIA NACIONAL DE COMBATE AO ABUSO E A EXPLORACAO SEXUAL DE CRIANCAS E ADOLESCENTES".

1716298 04-0400-401-0270-000002247 PEDREIRAS

04/2018 28/04/2018 20,84

187989898716298/23565

03/04/2018

1 2 3

4

7

6

8

9

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Sugerimos acompanhar o consumo semanal ou mensal, por meio da leitura do hidrômetro, para analisar o consumo da água da escola e identificar as variações. Estas variações podem indicar má utilização ou danos nos equipamentos, além de controlar o gasto com a água (Figura 5).

4� Consumo total de água é composto por uma parcela efetivamente utilizada e outra perdida, que pode ser decorrente do desperdício. A leitura é feita em metros cúbicos (m�).

Para compreender a cobrança na conta de água é preciso compreender alguns conceitos básicos:

4� Desperdício é toda a água que está disponível em um sistema e não é utilizada, ou seja, é perdida, devido ao descaso dos usuários como é o caso dos vazamentos.

Cálculo de consumo:Volume total consumido da semana –Número de alunos – 250Número de dias da semana – 7 dias

Multiplique o volume por 1.000 (um metro cúbico é igual a 1.000 litros) e divida pelo número de alunos. O resultado parcial é dividido por 7 dias. O resultado final é o valor do consumo por aluno em litro.

Quanto um aluno gasta de água por dia em suas atividades?

Figura 5 – Vazamento de água

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Vazamento de água em paredes, tetos e pisos

É importante observar os pontos de infiltração em paredes, tetos e pisos, pois, o aparecimento de manchas com mofo, em função da umidade, e mudança da coloração do revestimento, tanto da pintura como dos azulejos, indicam pontos de infiltração.

Normalmente, os vazamentos aparecem devido ao processo de corrosão ou envelhecimento do tubo, em função da temperatura elevada, má instalação e desgaste das vedações. Ao conhecer por onde passa o encanamento na parede, podemos fazer o “teste da batida”. Batendo em toda extensão do encanamento, você pode identificar pelo som, ou seja, o som do azulejo solto ou mal preso é diferente.

Vazamento de água em paredes, tetos e pisos

Para a detecção de vazamento em bacias sanitárias (vazamento na válvula ou caixa de descarga):

1. Jogue borra de café no vaso sanitário;2. Normalmente, a borra de café fica depositada no fundo do vaso;3. Após aguardar 10 minutos, se a borra não parar no fundo do vaso, há vazamento na válvula ou na caixa de descarga (Figura 6).

Figura 6 – Detecção de vazamento

Vazamento na caixa d'água:

1. Fechar o registro do cavalete ou trave a bóia;2. Desligar a bomba que leva água para o reservatório elevado;3. Marcar o nível da água da cisterna e aguarde um período mínimo de 12h, verifique se o nível de água baixou, caso positivo, existe vazamento, conforme Figura 7.

Figura 7 – Boia de controle do nível de água

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Observa-se o vazamento na instalação alimentada pela caixa d'água da seguinte forma:

1. Fechar todas as torneiras da casa, e não utilize os sanitários;2. Fechar completamente a torneira da boia da caixa impedindo a entrada de água;

Vazamento em cisterna:

1. Feche o registro do cavalete ou trave a boia da cisterna;

3. Marcar a posição dos números do mostrador ou ponteiros quando existir e, após uma hora, verifique se houve mudança na posição dos mesmos;

4. Em caso afirmativo, há vazamento nas instalações ou nos sanitários alimentados pela caixa d'água.

1. Manter aberto o registro do cavalete;

4. Em caso afirmativo, há vazamento no ramal alimentado diretamente pela rede.

3. Marcar na caixa o nível da água e após 1 hora, no mínimo, verifique se ela baixou;

2. Fechar o registro da subida da caixa ou prenda a boia, não permitindo a entrada de água;

Vazamento no ramal direto do hidrômetro:

O consumo consciente de água abrange não somente a adoção de hábitos para a redução do volume consumido, como também, as atitudes que primam pela prevenção de desperdícios.

É de extrema importância que os usuários estejam atentos e bem informados sobre como agir nessas situações. Os problemas podem ser evitados com medidas simples, como realizar testes de vazamento, periodicamente.

Vazamento nas torneiras

3. Marque o nível da água da cisterna e aguarde um período mínimo de 12 horas;4. Verifique se o nível da água baixou;

Melhorar a gestão hídrica local diminui os riscos futuros de desabastecimento de água e, garante, assim, a continuidade da prestação de serviço.

2. Desligue a bomba que leva água da cisterna para o reservatório elevado;;

O vazamento nas torneiras das escola é um grande vilão do desperdício de água. O principal problema é o desperdício de uma torneira mal fechada.

5. Em caso afirmativo, existe vazamento na cisterna.

PROPOSIÇÃO:

Construir um croqui – planta do sistema hidrosanitário da escola, indicando os pontos de vazamento como atividade final desta parte.

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4 | SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O sistema é composto por tubos, conexões, válvulas, reservatórios, medidores eletromecânicos, peças de utilização, equipamentos e outros componentes destinados a conduzir água potável da fonte de abastecimento aos pontos de utilização, mantendo o padrão de potabilidade, podendo ser direto, quando a água provém da fonte de abastecimento, ou indireto, quando a água tem origem em um reservatório.

A captação pode ser subterrânea ou superficial.

Captação e adução

Constituição do sistema: captação, recalque, adução, estação de tratamento, reservação, rede de distribuição e ligação domiciliar.

A fonte escolhida como abastecedora de água é fundamental na construção de um sistema de abastecimento, sendo necessário avaliar sua localização, topografia da região, vazão do manancial e presença de possíveis focos de contaminação.

4� Na subterrânea, a água é captada por meio de bombeamento diretamente dos poços artesianos profundos.

4� Na superficial, a água é captada nos rios, lagos ou represas, por gravidade ou bombeamento, diretamente do manancial e é enviada para a estação de tratamento.

O sistema de abastecimento público de água constitui-se em um conjunto de obras, instalações e serviços destinados a produzir e distribuir água a uma comunidade em quantidade e qualidade compatíveis com as necessidades da população, para fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros usos.

a) Etapas do tratamento

· Coagulação: consiste na aplicação de produtos químicos (por exemplo: o sulfato de alumínio), na água para precipitação de compostos em solução e desestabilização de suspensões coloidais de partículas sólidas, que, de outra maneira, não poderiam ser removidas por sedimentação, ou filtração.

4� Floculação: com o movimento da água, as partículas sólidas se aglutinam em flocos maiores.

4� Decantação: é o ato de separar, por meio da gravidade, os sólidos sedimentáveis que estão contidos em uma solução líquida. Os sólidos sedimentam no fundo do decantador de onde acabam sendo removidos como lodo, enquanto o efluente, livre dos sólidos, decanta pelo vertedouro.

4� Filtração: a etapa de filtração consiste na remoção das partículas suspensas e coloidais e de microrganismos presentes na água. O meio filtrante é composto de várias camadas de areia de diferentes granulometrias, carvão (antracito) ou camadas alternadas de areia e carvão. É nessa etapa que as partículas mais finas e leves, que não foram retidas nos decantadores são removidas da água.

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4� Desinfecção: nesse processo ocorre a eliminação de microrganismos causadores de doenças. Os desinfectantes mais utilizados são o cloro (gás ou líquido) e ozônio.

4� Correção de pH: nessa etapa é aplicada o produto químico cal hidratada ou carbonato de sódio para correção do pH e prevenir a rede de distribuição do processo de corrosão, conforme Figura 8.

4� Fluoretação: nesse processo é aplicado o flúor (fluorsilicato de sódio) para prevenir a formação de cárie dentária em crianças.

Figura 8 – Sistema de abastecimento de água

4� Rede pública de distribuição de água: é aquela existente na rua, de propriedade da concessionária responsável pelo fornecimento de água.

4� Ramal de alimentação: é a tubulação compreendida entre o hidrômetro e a entrada de água no reservatório de acumulação.

b) Componentes de uma instalação hidráulica

4� Reservatório (cisterna): é próprio dos edifícios com mais de dois pavimentos. Geralmente, projetado para armazenar um volume de água para consumo, e a partir dele, alimenta-se o reservatório superior por meio do sistema de recalque.

4� Hidrômetro: aparelho instalado para medir o consumo de água. A experiência tem mostrado que o uso do hidrômetro força a redução dos desperdícios.

4� Ramal predial: é a tubulação compreendida entre a rede pública de distribuição e o hidrômetro ou peça limitadora de vazão. Essa parte é dimensionada e executada pela concessionária, com as despesas por conta do interessado.

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4� Extravasor: vulgarmente denominado “ladrão”, serve para regularização do nível máximo e aviso de não funcionamento da válvula de boia.

4� Sistema de recalque: sempre que houver a necessidade de transportar uma determinada quantidade de líquido de um reservatório inferior a um reservatório superior, torna-se necessário fornecer, por meios mecânicos, certa quantidade de energia ao líquido, o que pode ser feito por um conjunto de moto-bombas (Figuras 9 e 10).

Figura 9 – Sistema que abastece a escola Fonte: Desenhista Aluísio – CAEMA.

Figura 10 – Sistema de distribuição de água Fonte: gestaoescolar.org.br

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5 | O CICLO DA ÁGUA

O ciclo da água ou ciclo hidrológico é o movimento circular que a água faz na natureza através do processo de evaporação da água da superfície (rios, lagos ,oceanos etc...) e também pela transpiração dos seres vivos.

A água que cai das chuvas vai para os oceanos, rios e lagos. Depois, a água evapora novamente, formando assim o ciclo da água mais uma vez, conforme Figura 11.

O vapor de água, proveniente da evaporação forma as nuvens na atmosfera. Quando essas nuvens ficam sobrecarregadas e atingem altitudes elevadas ocorrem as chuvas. Essas se formam, pois a temperatura cai e a água transforma-se em líquido (condensação).

Figura 11 – Ciclo da água Fonte: Química ambiental (usp.com.br).

O ciclo da água é o mais ativo na superfície terrestre, sendo capaz de alterar a paisagem, pela modulação das rochas, alteração de percursos, entre outros. Os movimentos terrestres fazem com que algumas partes do planeta recebam mais energia solar que outras, influenciando esse ciclo.

O ciclo da água tem extrema importância para a manutenção da vida, pois, propicia a variação climática, a criação de condições para o desenvolvimento de plantas e animais e o equilíbrio hídrico de rios, oceanos e lagos.

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6 | O QUE É ÁGUA VIRTUAL?

É interessante perceber que, quase todo material utilizado no nosso cotidiano, tem uma porcentagem de água considerável na sua produção. Isso vale, especialmente, para materiais de origem orgânica, como papéis e alimentos. Por isso, é importante ter a consciência de que a reutilização de materiais também é uma forma de reuso da água.

Um ponto importante é o conhecimento da quantidade de água utilizada na produção da alimentação escolar. Um quilo de frango, por exemplo, gasta cerca de 3.900 litros de água para ser fabricado. Por isso, o combate ao desperdício de alimentos é tão importante na escola. Assim, podemos envolver os alunos no processo de produção da alimentação escolar, promovendo momentos de contato com novas frutas e sabores e diminuindo a rejeição a novos alimentos.

Por isso, o combate ao desperdício de alimentos é tão importante na escola. Conforme fig.12.

Figura 12 – Água virtual Fonte: sosriosdobrasil.blogspot.com.

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7 | COLETORES DE ÁGUA

A comunidade escolar necessita encontrar alternativas para o reuso de água, evitando utilizar água potável na lavagem do pátio e calçadas da escola, descarga de vasos sanitários, áreas verdes, entre outros.

Como a escola pode reaproveitar água?

São diversas as medidas que podem ser tomadas, além do reaproveitamento da água:

4 A água utilizada para lavar as mãos pode ser reutilizada para acionamento no sistema de descarga dos vasos sanitários, por meio de instalação de um sistema hidráulico que conecte os dois, ocasionando uma economia de até 10 litros;

4 Incentivar os alunos a utilizar a água conscientemente, fazendo campanhas e cartazes nas áreas mais propensas a desperdício, como bebedouros e banheiros;

Coletores de água dos bebedouros escolares

4� Se as escolas possuírem chuveiros, colocar temporizadores no próprio equipamento que limitem o tempo de banho, além disso, pode-se fazer um sistema para reutilizar a água dos chuveiros nas descargas;

4� Instalar um sistema de captação da água da chuva, que pode fornecer água para tarefas como limpeza, irrigação e descarga dos banheiros.

Para instalar o Coletor de Água no bebedouro pode-se utilizar baldes acoplados ao cano de descarte de água, com tornei ras e tampas removíve is , facilitando a retirada da água e limpeza dos reservatórios. Assim, a saída de água do bebedouro, em vez de estar liga d a a re d e d e e s co a m e n to , é direcionada com um simples cano de PVC até um recipiente de plástico, u t i l i zado para a rmazenamento equipado com rodinhas e posicionado embaixo do bebedouro. Dessa forma, a água que antes iria para a rede de esgoto, é reutilizada para a limpeza em geral e irrigação, conforme Figura 13.

Portanto, cabe a comunidade escolar definir pontos de coleta e a forma de reutilização da água. Trata-se da criação de espaços educadores sustentáveis denominados de Coletores de Água.

Figura 13 – Reuso de água do bebedouro

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1. Use baldes para recolher a água. É verdade que eles não deveriam estar ali: as gotas deviam ser recolh idas pe lo s istema de drenagem do equipamento, mas, geralmente, isso não acontece. Podemos recolher, por dia, 15 baldes de 18 litros. A prática ecológica rende 270 litros de água diários, que a escola pode utilizar para lavar o pátio e regar as plantas, de acordo com a Figura 14.

Para utilizar a água armazenada, basta ligar uma bomba instalada junto à caixa. A água é, então, liberada e sua reutilização será para realizar a limpeza da escola e regar as plantas.

No dia a dia da escola podemos reaproveitar a água do ar condicionado de forma simples e com baixo custo:

Você já deve ter visto um aparelho de ar condicionado pingando, mas, já imaginou como reaproveitar aquela água? Você sabia que um ar condicionado produz até 20 litros de água por dia?

Coletor de água dos aparelhos de ar condicionado

Essa água é imprópria para o consumo, mas muito própria para a limpeza da escola, regar as plantas e várias outras utilidades. Afinal, em tempo de crise hídrica recorrente, evitar o desperdício de água é economia no bolso e uma verdadeira ação de cidadania.

Figura 14 – Coletor de agua do ar condicionado Fonte: dufrio.com.br.

2. Outra forma de reaprovei-t a m e n t o d a á g u a d o a r c o n d i c i o n a d o é u t i l i z a r a mangueir inha do aparelho e conectar diretamente ao coletor de água, feito, basicamente, de um cano de esgoto em PVC n. 100 ou n. 150, dois tampões com liga de vedação, uma torneira de plástico de jardim acoplada na parte inferior do cano, e um pano fino para evitar a entrada de mosquitos no suspiro. Preso à parede com braçadeiras parafusadas, ele recolhe até 10 litros de água, diariamente (Figura 15).

Figura 15 – Coletor de água do ar condicionado Fonte: gshow.globo.br.

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- 1 máscara de procedimento cirúrgico ou um paninho fino que tiver em casa, para evitar a entrada de mosquitos no suspiro instalado;

Utensílios para construir o coletor de água:

- 1 lixa para dar acabamento no cano;

- 1 cano de esgoto em PVC n. 100 ou n. 150, dependendo da quantidade de água a ser armazenar;

- 2 braçadeiras no tamanho do cano de PVC que você escolheu;

Na sala de aula, a participação dos alunos é fundamental em todas as etapas do processo, desde a observação até a gestão dos procedimentos que serão utilizados.

A chuva é um fenômeno meteorológico, que consiste na precipitação de gotas d'água, tendo um papel importante no ciclo hidrológico. A medição da chuva pode ser realizada por meio de um instrumento chamado pluviômetro, de funcionamento simples: a boca de um funil, de área conhecida faz a coleta das gotas de chuva e as acumula em um reservatório colocado abaixo do funil, onde se chega ao valor milimetrado. O aproveitamento da água da chuva não é somente uma questão ambiental, como também, política e social.

- 1 suspiro plástico para detectar o nível da água no reservatório, reaproveitado do bico da torneira;- cola epóxi;

- 1 elástico de borracha;

- 1 torneira de plástico simples para jardim;

- 1 pedaço de mangueira plástica transparente;

- furadeira e broca para madeira chata;

- 2 caps ou tampões para cada extremidade do cano, com ligas de vedação;

- 4 parafusos para fixar na parede.

3. A escola pode optar em fazer um sistema em que a tubulação de PVC interligada às mangueiras de dreno dos aparelhos de ar condicionado, armazene a água em um único recipiente plástico ou caixa d'água, conforme Figura 16.

Assim, a água que cai diretamente no chão e gerava mofo e sujeira, irá oportunizar uma economia significativa e ao mesmo tempo conservar o patrimônio público.

Coletor de Água da Chuva

A água da chuva captada de calhas e tubulações do telhado, da varanda ou de uma laje é armazenada em um “container”, passando, em seguida, por um processo de decantação e filtragem, no qual folhas e outras impurezas mais grosseiras são separadas.

As áreas de captação têm que ser limpas; as calhas têm que ser mantidas em boas condições; a água não pode ser retirada com baldes colocados no chão para evitar contaminação. As cisternas têm que ficar cobertas, para evitar a proliferação do

Figura 16 – Reuso água do ar condicionado

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mosquito da dengue e a água usada para algumas atividades necessita ser fervida, e/ou clorada, entre outras medidas, de acordo com a Figura 17.

Figura 17 – Coletor de água de chuva

A água de chuva não pode ser utilizada para consumo humano, pois, pode conter restos de fezes de animais que sempre estão passando pelo telhado, como ratos e pombos.

A água coletada da chuva pode ser utilizada para:

- limpeza em geral (lavagem de quintal, carros, etc.); - regar plantas e jardins; - descarga no vaso sanitário;

Cuidados para Armazenar Água de Chuva de forma correta

- Deixe a chuva lavar bem o telhado antes de direcionar a água para a cisterna; - Lave a calha e o cano, uma vez ao mês, com água sanitária para desinfetar e não contaminar a água limpa da cisterna;- Faça a pintura externa da cisterna a cada dois anos. A pintura protege e evita corrosão;- O depósito de armazenagem de água deve ser usado somente para esse fim.

Conscientização e sensibilidade da necessidade da conservação da água;

- Elevadas tarifas de água das concessionárias públicas;

- Instabilidade do fornecimento de água pública;

- Região com disponibilidade hídrica menor que 1200m�/habitante x ano;

- Retorno dos investimentos (payback) muito rápido;

Principais motivos para utilização da água de chuva

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Diversos usos para aproveitamento da água de chuva em áreas urbanas para fins não potáveis:

- Lavagem de veículos;

- Irrigação de gramados e plantas ornamentais;

- Limpeza de calçadas, ruas e pátios;- Espelhos d'água e usos industriais. Figura 18.

- Descargas em bacias sanitárias;

Figura 18 – Aproveitamento da água de chuva

Montagem do coletor da água da chuva: é necessário instalar um encanamento no coletor e montá-lo na superfície do telhado de onde a água será conduzida para o reservatório, (caixa d'água), passando por um filtro até chegar à saída, onde será fixada uma torneira e distribuída para a escola.

Para conseguir saber o tamanho da cisterna que você deverá utilizar, basta pegar o tamanho do telhado (em metros quadrados) e multiplicar pela altura do índice pluviométrico da região (em metros), ou seja, a quantidade de chuva. Assim, o resultado será o volume em litros que chove na sua região.

Como calcular?

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8 | ESPAÇO EDUCADOR – O REAPROVEITA NTO ME DO ÓLEO DE COZINHA

Para minimizar os impactos negativos causados pelo descarte inadequado, você pode:

Muitas escolas e residências ainda jogam o óleo utilizado na cozinha direto na rede de esgoto, desconhecendo os prejuízos dessa ação. Dados apontam que com um litro de óleo é possível contaminar um milhão de litros de água. Esse produto, se jogado no solo, o líquido pode impermeabiliza-lo, o que contribui com enchentes e alagamentos.

Além disso, ao entrar em processo de decomposição libera o gás metano que, além do mau cheiro, agrava o efeito estufa. Quando retido na tubulação, o óleo causa refluxo do esgoto e entupimento das tubulações, sendo necessária a aplicação de diversos produtos químicos para a sua remoção. Se não existir um sistema de tratamento de esgoto, o óleo é carreado até a superfície dos rios e das represas, contaminando a água e matando muitas espécies que vivem nesses habitats.

De acordo com a Lei Federal dos Crimes Ambientais n. 9.605/98, descartar óleo ou outros resíduos no meio ambiente é considerado crime ambiental. O descarte inadequado desse óleo traz danos irreversíveis ao meio ambiente. Assim, a reciclagem do produto é uma saída sustentável para o problema do descarte do óleo. Existem diversas finalidades para o óleo usado: produção de resinas para tintas, sabão, detergente, glicerina, ração para animais e biodiesel.

a) Armazenar e levar a um posto de coleta (Figura 19)

Figura 19 – Reciclagem do óleo de cozinha Fonte: sabaoimperial.com.br.

Tente descobrir se a sua cidade possui instituições ou empresas, ou ainda, um professor, que aceitem doações do óleo de cozinha usado, para transformar em sabão. Ao doar o óleo de cozinha, você contribui para a preservação do meio ambiente, além de gerar renda para os trabalhadores que fazem a coleta seletiva de forma consciente, digna e cidadã.

b) Incentivar o descarte correto pelos funcionários da cozinha da escola:

produzindo material sobre o descarte correto do óleo de cozinha e divulgar para a comunidade escolar;

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Figura 20 – Velas de óleo reciclado

- Depois da mistura pronta, derrame o líquido quente nos vidros que escolheu e acrescente o pavio no centro. Apoie o pavio no palito de madeira para que ele caia na mistura.

4 potes de vidro (copos, potinhos);4 barbante ou pavio para velas;

o óleo de cozinha usado pode servir para aromatizar o ambiente. Para fazer velas a partir do óleo, são necessários:

Como fazer:

- Espere secar e pronto. Dessa forma, você reaproveita o óleo de cozinha usado, além de poder reaproveitar as embalagens de vidro que não utiliza mais, conforme Figura 20.

- Misture o óleo com o esteárico em uma vasilha própria para micro-ondas;

4 corante (opcional);

c) Transformar o óleo usado em velas:

4 1 litro de óleo de cozinha filtrado;

4 palitos de madeira.

4 30 ml de ácido esteárico;

- Leve ao micro-ondas por 30 segundos, retire, mexa os ingredientes e leve ao micro-ondas por mais 30 segundos;- Após se certificar que todos os ingredientes estão derretidos, é hora de misturar a essência e o corante, ambos opcionais;

4 essência perfumada (sem álcool) (opcional);

Fonte:goodhouse.com.br

d) Transformar o óleo saturado em sabão caseiro:

uma das formas mais simples de reciclar o óleo de cozinha usado é fazendo sabão caseiro. Para preparar o produto, é necessário:

4 1 quilo de óleo de cozinha usado;4� 140 mililitros de água;4 135 gramas de soda cáustica em escamas (concentração superior a 95%).

4 1 colher de pau;4 1 par de luvas para lavar louças;

4 1 balde grande;4 1 recipiente pequeno.

4 óculos de proteção;

4 Recipientes para o molde do sabão caseiro (formas específicas, bandejas de plástico ou embalagens longa vida – jamais utilizar recipientes de alumínio);

4 1 máscara descartável;

Materiais:

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Modo de preparo:

Em primeiro lugar, coloque os equipamentos de proteção individual (EPIs), como óculos de proteção, as luvas e a máscara. A soda cáustica é altamente corrosiva e pode causar queimaduras na pele por isso deve ser manuseada com muito cuidado.

Lembre-se que esse sabão não deve ser usado na pele, já que possui um pH alto e pode causar irritação. Sendo assim, sugerimos usá-lo para lavar roupas, louças e para a limpeza em geral da casa. Seu sabão de óleo reciclado, representa economia para o orçamento escolar e ainda ajuda a conservar o meio ambiente, de acordo com a Figura 21.

Despeje essa mistura no recipiente que você separou e aguardar o processo de cura do sabão caseiro (20 a 45 dias). Depois, corte em barras menores e está pronto para o uso.

Comece esquentando a água até que fique morna (em torno de 40ºC). Depois, coloque-a em um recipiente de plástico resistente (não utilizar garrafa PET) e adicione lentamente a soda cáustica. Nunca adicione água fria sobre a soda. Então misture esses dois ingredientes, com uma colher de pau, até que a soda esteja totalmente dissolvida. Por fim, adicione o óleo coado e mexa tudo por, aproximadamente, 20 minutos, até obter uma mistura homogênea e consistente. A consistência final ideal deve ser parecida com a do leite condensado.

Figura 21 – Sabão de óleo reciclado

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9 | REDE COLETORA DE ESGOTO

É importante construir corretamente a caixa de gordura que recebe a água da cozinha, como também, a ca ixa de passagem, que recebe as águas do banheiro e do tanque de lavagem. Essa atitude contribui para uma vida com mais saúde, higiene e conforto, conforme Figura 22.

Os sistemas de coleta e tratamento de esgoto são importantes para a saúde pública, pois, evitam riscos de contaminação e transmissão de doenças, além de preservar o meio ambiente, controlando a poluição lançada na natureza.

A ligação de água pluvial de sua residência nunca pode ter como destino a rede coletora de esgoto, pois, a tubulação de drenagem pluvial é específica para esse fim. As ligações irregulares sobrecarregam a rede, causando muitos transtornos, como o refluxo de esgoto em vasos sanitários e ralos.

Os grandes vilões dos entupimentos da rede coletora de esgotos são os óleos de cozinha, o papel higiênico que é jogado nos vasos sanitários, fraldas, absorventes, restos de comida jogados na pia e muitos outros resíduos que deveriam ser colocados no lixo. Os resíduos descartados de forma inapropriada interferem diretamente no processo de tratamento de esgoto na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto).

O bom funcionamento da rede coletora de esgoto depende também da contribuição dos cidadãos. Materiais que são jogados na rede causam entupimentos, obstruções em poços de visita e extravasamento de esgoto nas ruas, ocasionando o retorno dos efluentes para dentro da escola. Além disso, os materiais podem dificultar e danificar o sistema de coleta e tratamento dos resíduos.

Figura 22 – Rede coletora de esgoto Fonte: suibrasil.sc.gov.br

Não jogue no vaso sanitário papel higiênico, absorventes, fraldas descartáveis, cotonetes, preservativos, pontas de cigarro, fio dental e outros objetos de difícil desintegração. Com isso, você ajuda a rede de esgoto de sua escola a funcionar melhor, evitando entupimentos, conforme Figura 23.

a) No banheiro

8.1 Cuidados com a rede coletora

Figura 23 – Vaso sanitário com entupimento

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b) Na cozinha

Após a verificação de vaza-mento, nas instalações da cozinha e de eventuais consertos, é interessante observar os procedimentos dos f u n c i o n á r i o s d a c o z i n h a n a higienização dos utensílios (panelas, pratos e talheres) e na manipulação e preparação dos alimentos. O mau uso da água com essas atividades provoca o desperdício, correspondente a 40% do consumo médio das escolas, conforme Figura 24.

Figura 24 – Cozinha da escola

• Cuidados na cozinha

4 Mantenha o ralinho em seu lugar.

• Não jogue na pia restos de óleo de fritura

4 Feche a torneira enquanto ensaboa a louça;

4 Antes de lavar pratos e panelas, limpe bem os restos de comida e jogue no lixo;4 Não jogue na pia, restos de alimentos, cascas de frutas e legumes;

A principal causa de entupimento das tubulações e caixa de gordura é o óleo de fritura, sendo necessário a aplicação de diversos produtos químicos para a sua remoção. Muitos ainda jogam, diretamente, o óleo utilizado na cozinha na rede de esgoto, desconhecendo os prejuízos dessa ação. Independente do destino, esse produto prejudica o solo, a água, o ar e a vida de muitos animais, inclusive o próprio ser humano.

c) Cuidados nas áreas internas da escola

4 Mantenha os ralos do piso sempre limpos e com grade de proteção;

Esses procedimentos são de responsabilidade do consumidor, já que se trata de verificação de instalações internas.

4 Colete o lixo da varredura, ao invés de jogá-lo nos ralos

Figura 25 – Área externa da escola

Centro de Ensino Nicolau Dino Grajau-MA

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c) Na área externa da escola

Utilize calhas e tubos para transportar as águas da chuva até a rua. Ela vai cair nas sarjetas e chegar até a boca-de-lobo mais próxima. Essas águas não devem ser lançadas na rede de esgoto, pois, causam sobrecarga e, consequentemente, erosões ou retorno do esgoto para dentro de sua escola. Uma orientação mais sustentável é coletar e fazer o reuso da água, conforme Figura 26.

Figura 26 – Tubulação de coleta de água da chuva

d) Na caixa de gordura

Mantenha a caixa tampada e limpe-a periodicamente. Sempre que houver uma camada de gordura boiando, retire-a com uma pá e jogue no lixo, evitando assim, transbordamentos, mau cheiro, entupimentos e outros transtornos, conforme Figura 27.

Fonte: construhidro.com.br.

Figura 27 – Esquema da caixa de gordura

Fonte: slideplayer.com.br.

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10 | GESTÃO DAS ÁGUAS: IMPORTÂNCIA,COMPETÊNCIA E ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO

Os órgãos colegiados são conhecidos pelos nomes de Conselhos, Comitês Juntas, Câmaras, Colégios, Comissões, Equipes, Grupos de Trabalho, além de outros. Seus representantes podem ter origem no setor público, na sociedade civil organizada ou no setor privado, segundo a natureza da representação.

Os órgãos colegiados são aqueles em que há representações de diversos segmentos e as decisões são tomadas em grupos, com a valorização de experiências diferenciadas. O termo colegiado diz respeito à forma de gestão na qual a direção é compartilhada por um conjunto de pessoas com igual autoridade, que reunidas, decidem.

A água é um recurso natural limitado, mas, muito importante para a vida de todos os seres vivos. Para fazer a gestão das águas, o poder público conta com uma legislação que prevê a participação de todos em espaços especiais de discussão: os órgãos colegiados.

A água é dotada de valor econômico e por ser um bem de domínio público, os governos estaduais e federal, são responsáveis por regular o acesso, promovendo o uso múltiplo e sustentável para o benefício de todos, assegurando também a água para gerações vindouras (Agencia Nacional de Águas – ANA).

VOCÊ SABIA?

A Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (COM-VIDA) tem como objetivo desenvolver e acompanhar ações da educação ambiental de forma contínua envolvendo a comunidade interna e externa. O trabalho dos professores com as disciplinas e as atividades com a gestão e a comunidade externa.

A COM-VIDA é uma forma de organização na escola e se baseia na participação de estudantes, professores, funcionários, diretores, pais, comunidade e entidades parceiras, em especial a entidade educacional não formal o Movimento Escoteiro do Brasil - Regional Maranhão que orientará o trabalho no cuidado com a água na escola, integrando as ações da educação formal e não formal.

A Comissão da escola se articula em três eixos temáticos: o cuidado com o outro (Educação em Direitos Humanos, Trânsito e Gênero); o cuidado com o ambiente (Educação Ambiental, Alimentar e Nutricional, Saúde) e o cuidado com os recursos financeiros ( Educação Fiscal, Financeira e Consumo) por meio de atitudes de compromisso com a democracia, a participação e a igualdade de oportunidades que resulta no apreço pela colaboração e pelo mútuo enriquecimento respeitando a natureza particular do indivíduo sem quaisquer preconceitos.

10.1 Gestão da Água na Escola

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02(dois) estudantes – delegado (a) e suplente eleito na Conferência do Meio Ambiente na Escola;

Para garantir o funcionamento da COM-VIDA organiza-se um núcleo mobilizador. Este núcleo coordena orienta a execução, divulga e motiva as atividades. É composto por 5(cinco) pessoas que fazem parte da COM-VIDA, sendo:

Os professores e os escotistas são os mediadores experientes e qualificados para criar a COM-VIDA articulando-se com: líderes de turma, membros do grêmio estudantil e estudantes que participam de projeto didático da escola. A criação da COM-VIDA e as reuniões devem ser registradas em Ata.

4� Reaproveitamento do Óleo de Cozinha

4� 01(um) representante do Movimento Escoteiro.

Em que momento a escola vai viabilizar a inserção do Movimento Escoteiro no planejamento das práticas de cuidado com a água?

As atividades que envolvem as ações da COM-VIDA e do Movimento Escoteiro devem orientar-se pelas seguintes questões:

4� Caça Vazamento

4� Coletor de Àgua do Ar Condicionado

4� 01(um) professor ou funcionário escolhido pela COM-VIDA;

Qual será o horário com os professores?Como será o planejamento envolvendo a COM-VIDA?

As novas gerações devem se orientar pelas relações econômicas e sociais de forma justa, responsável, planejada e consciente, a ética ambiental, assim como para os valores essenciais voltados para o respeito ao mundo natural, com comprometimento com o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável –ODS, em seus itens 4,6 e 13) baseado na agenda 2030 e participação ativa nos esforços para sua preservação e renovação. Sendo assim, foram criados Espaços Educadores na Escola a partir de práticas com cuidado com a água:

4� Coletor de Àgua de Chuva

4� 01(um) membro da comunidade escolhido pela COM-VIDA;

A COM-VIDA deve elaborar um Combinado de Trabalho com as regras de convivência para o trabalho: as datas das reuniões o local e o tempo de duração; e Plano de Ação: ação com prazos, metas, materiais responsáveis, avaliação e divulgação para o trabalho da COM-VIDA.

4� Coletor de Água do Bebedouro

10.2 Gestão da Água na Comunidade

Os órgãos colegiados são fundamentais para que a gestão democrática e participativa das políticas públicas, seja ela do saneamento, meio ambiente ou recursos hídricos contemplem a participação de todos, bem como as demandas do local. São órgãos democráticos, criados por lei, cujas competências visam o bem comum da sociedade.

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Cada Conselho comumente é organizado em Presidência, Secretaria Executiva, Plenário, Câmaras Técnicas, Comissões e Grupos de Trabalho. As Câmaras Técnicas, Comissões e Grupos de Trabalho geralmente são formados por representantes de conselheiros q u e s e re ú n e m c o m m a i o r periodicidade para tratar de a s s u n t o s m a i s t é c n i c o s e específicos cujos objetivos são a emissão de parecer, proposta de resoluções, moções, etc...

Figura 28 – Plenária do Conselho Nacional de Recursos Hídricos

Congresso Nacional de Recursos Hídricos.

VOCÊ SABIA?

Os primeiros órgãos colegiados, como conselhos e comitês, passaram a surgir a partir das décadas de 1980 e 1990, com o processo de redemocratização do Brasil. Esses órgãos foram algumas das inovações institucionais, que foram se efetivando na gestão das políticas públicas, sobretudo, por pressão de movimentos sociais, que demandavam maior participação da sociedade na elaboração de políticas públicas. Assim, foram formuladas estruturas de gerenciamento com a participação de entidades da sociedade civil.

A Política Estadual de Meio Ambiente foi estabelecida pela Lei Estadual n. 5.405, de 08 de abril de 1992. O Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA) foi instituído pela Lei Complementar n. 152, de 17 de junho de 1999, alterada pela Lei Complementar n. 513/2009. É um órgão, a nível de direção superior, integrante da estrutura organizacional da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Esse órgão colegiado é formado por representantes da sociedade civil organizada, pelo poder público e setor empreendedor com igual número de cadeiras e de votos. Seu caráter é consultivo, deliberativo, normativo e recursal.

A Política Estadual de Recursos Hídricos é a Lei n. 8.149, de 15 de junho de 2004, cujo Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Maranhão (CONERH/MA), foi instituído como parte do Sistema Estadual de Recursos Hídricos. É um órgão superior colegiado, com atribuições normativas e deliberativas, responsáveis por estabelecer diretrizes complementares para implementação da Política Estadual de Recursos Hídricos.

No Maranhão, a gestão das Políticas Públicas para as áreas de saneamento, meio ambiente e recursos hídricos estão amparadas por legislações específicas. A Lei Estadual do Saneamento Básico é a Lei n. 8.923, de 12 de janeiro de 2009, que institui a Política Estadual de Saneamento Básico (PESB). O Conselho Estadual de Saneamento Básico foi criado pelo inciso IV, do art. 60, da Lei 8.559, de 28 de dezembro de 2006.

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O CONERH/MA está constituído por uma plenária composta por 27 membros titulares e respectivos suplentes dos segmentos do poder público, sociedade civil, usuários de água, em uma composição paritária dos três segmentos, ou seja, cada segmento possui 9 (nove) representantes.

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11 | OS COMITÊS DE BACIAS

Os conflitos pelo uso da água não surgiram hoje e são recorrentes em toda a história da humanidade, o que se modifica é a forma como as sociedades se organizam para enfrentá-los. A água doce é recurso vital para sobrevivência das civilizações e, em casos de escassez, constitui-se como fator limitante na implementação de atividades econômicas típicas das sociedades modernas. A intensificação do uso da água, causada pela ampliação da produção de alimentos e demais bens de consumo, provocou problemas ambientais ameaçando, inclusive, sua conservação.

De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), os comitês de bacias funcionam como “Parlamento das Águas”, cujo objetivo é a gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos. É formado por três segmentos: poder público, usuários de água e sociedade civil organizada. Existe ainda dentro dos comitês a figura da Agência de Água. Elas atuam como secretarias executivas dos comitês.

É nesse contexto que surge a importância do Comitê de Bacia. Portanto, o Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH) é um colegiado em que um grupo de pessoas se reúne para discutir sobre um interesse comum – o uso da água na bacia hidrográfica. Uma das principais funções do Comitê é aprovar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia e acompanhar a sua implementação, para garantir a efetivação das metas neles estabelecidas, bem como a realização dos programas nele priorizados.

Os Comitês de Bacias são os primeiros órgãos administrativos a resolverem os conflitos pela água. No Brasil, tem-se 237 Comitês de Bacias. O Estado do Maranhão possui 12 bacias hidrográficas. As bacias do Parnaíba, a Leste; do Tocantins, a Sudoeste; Gurupi, a Noroeste, correspondem às bacias hidrográficas de domínio federal. As bacias de domínio estadual estão representadas pelos Sistemas hidrográficos estaduais das Ilhas Maranhenses e do Litoral Ocidental, bem como as bacias hidrográficas Mearim, Itapecuru, Munim, Turiaçú, Maracaçumé, Preguiças e Periá. Com tantas bacias, o Estado do Maranhão, até o presente momento, possui, somente, dois Comitês de Bacias formados: CBH do Rio Munim (Lei Estadual n. 9.956, de 21 de novembro de 2013) e CBH do Rio Mearim (Lei Estadual n. 9.957, de 21 de novembro de 2013). Foi criado recentemente o CBH Federal do Rio Parnaíba (criação pelo Decreto n. 9.335/2018, da Presidência da República).

VOCÊ SABIA?

Em 2011, o Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas (Fonasc. CBH) e as escolas comunitárias Centro Educacional Educar, Escola Comunitária Casulo, Escola Comunitária Educando, Escola Irmã Maria do Socorro, Escola Nossa Senhora da Conceição, Instituto Educacional e Social Shalom, Instituto Educacional Nossa Senhora Aparecida, Instituto Maanaim e Instituto Maranhense Educandário Betesda, uniram forças e criaram o Comitê Infanto-juvenil da Bacia Hidrográfica do Rio Jeniparana (CIJBHRJ).

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O Comitê é um projeto de capacitação, mobilização social e educação ambiental em recursos hídricos, cuja iniciativa visa engajar a juventude no andamento das políticas públicas no Maranhão, em especial, na preservação e conservação dos seus recursos hídricos. O Comitê é o primeiro projeto nesta faixa etária (11 a 15 anos) instituído no Brasil, é pioneiro no Maranhão, e, foi inspirado no modelo criado no município de Maracanaú, no Ceará.

4 Formação de parcerias para realização de mudanças/alterações para beneficiar o rio e todos em seu entorno;

A experiência do CIJBHRJ alcançou resultados positivos como:

4 Estimulou outros jovens como agentes multiplicadores de suas comunidades, para formar novos comitês infanto-juvenis em São Luís, especialmente o da bacia do Rio Bacanga e do Rio Anil;

4 Integrantes do comitê que seguiram estudos em nível médio como técnicos em meio ambiente.

4� Estabelecimento de uma nova relação entre Estado e sociedade, como um espaço permanente para o debate;

O comitê Infanto-juvenil teve a sua experiência nacionalmente reconhecida, quando foi premiado por duas vezes, em 2015 e 2017, respectivamente, durante o IV e V Encontro Formativo Nacional de Educação Ambiental para Gestão das Águas.

Figura 29 – Comitê como multiplicadores degestão de recursos hídricos

Fonte: Comitê Escolar de Recursos Hídricos – Escola

Figura 30 – Primeira premiação em São Pedro-SP

Fonte: XIII Diálogo Interbacias em São Pedro-SP

Figura 31 – Seminário Ação Jenipanara

Fonte: Seminário Bacia do Geniparana – Escola

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CONCLUSÃO

Nessa direção, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (CAEMA), a Secretaria Estadual de Educação (SEDUC), a União dos Escoteiros do Brasil (UEB), Região do Maranhão e o Fórum Nacional das Águas (FONASC) promovem a realização de atividades que envolvam a educação formal e não formal, inclusive certificando as escolas, que devem criar espaços educadores, por meio do selo “Sou Amigo das Águas”. O Programa de Educação Socioambiental da CAEMA trabalha para que as atuais e futuras gerações possam continuar usufruindo desse bem comum fundamental, garantindo os direitos humanos à população maranhense.

O tema Educação Ambiental com foco no cuidado com a água deve receber um tratamento metodológico, sistemático e intencional, tendo em vista, a criação de espaços educadores sustentáveis na escola, preconizando os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS na forma de atividades práticas sustentáveis e educativas nas escolas.

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REFERÊNCIAS

______. Lei Órdinária n. 9.279, de outubro de 2010. Institui a Política Estadual de Educação Ambiental e o Sistema Estadual de Educação Ambiental do Maranhão. São Luís: Palácio do Governo do Estado do Maranhão, 2010.

MARANHÃO. Lei Estadual n. 5.405, de 8 de abril de 1992. Institui o Código de Proteção de Meio Ambiente e dispõe sobre o Sistema Estadual de Meio Ambiente e o uso adequado dos recursos naturais do Estado do Maranhão. São Luís: Palácio do Governo do Estado do Maranhão, 1992.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p.

______. Casa Civil. Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1965. Lei Federal dos Crimes Ambientais. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 1965.

______. Lei Complementar n. 513/2009. São Luís: Palácio do Governo do Estado do Maranhão, 2009.

______. Lei n. 8.149, de 15 de junho de 2004. Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos, o Sistema de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos, e dá outras providências. São Luís: Palácio do Governo do Estado do Maranhão, 2004.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – OMS. (2002). Disponível em: <http://www.who.int/en/>. Acesso em: 28 fev. 2019.

COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (CMMAD). Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1988.

______. Lei Órdinária n. 10.099, de 11 de junho 2014. Aprova o Plano Estadual de Educação do Estado do Maranhão e dá outras providências. São Luís: Palácio do Governo do Estado do Maranhão, 2014.

______. Lei Órdinária n. 10.796, de 1º de março de 2018. Aprova o Plano Estadual de Educação Ambiental do Maranhão e dá outras providências. São Luís: Palácio do Governo do Estado do Maranhão, 2018.

MARANHÃO. Lei Estadual n. 8.923, de 12 de janeiro de 2009. Institui a Política Estadual de Saneamento Básico - PESB, disciplina o convênio de cooperação entre entes federados para autorizar a gestão associada de serviços públicos de saneamento básico, e dá outras providências. São Luís: Palácio do Governo do Estado do Maranhão, 2009.

CZAPSKI, S.; TRAJBER, R. Macrocampo de educação ambiental. Brasília: Ministério da Educação, 2010.

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ANEXOS

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Já a Lei Estadual Nº 8.923 de 12 de janeiro de 2009 institui a POLÍTICA DE SANEMAENTO BÁSICO - PESB, no seu Art. 2º determina que “todos têm direito à vida em ambiente salubre, cuja promoção e preservação são deveres do Estado e da coletividade voltada para os serviços públicos de saneamento básico: o conjunto dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos, abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo de águas pluviais”. A legislação também trata de projetos associados

A POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS, Lei nº 8.149 de 15 de junho de 2004, tem como objetivo “assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos”, assim como, a “gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades”.

Anexo A – Legilsções que inspiram nossas práticas sustentáveis

A POLÍTICA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO MARANHÃO, Lei nº 9.279 de outubro de 2010, em conformidade com a Política Nacional de Educação Ambiental, preceitua: “trabalhar educação ambiental de forma transversal significa buscar a transformação dos conceitos, a explicitação de valores e a inclusão de procedimentos, sempre vinculados à realidade cotidiana da sociedade, de modo que obtenha cidadãos mais participantes”. A referida legislação estadual atenta às novas responsabilidades sociais das empresas, determina no Artigo 13: no âmbito da sociedade e das demais instituições públicas e privadas, no inciso V, compete “às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas promover programas destinados à sustentabilidade socioambiental e à formação dos trabalhadores e empregadores, inclusive por meio de campanhas e ações de responsabilidade socioambiental, visando à melhoria do ambiente de trabalho, a proteção da saúde e da qualidade de vida dos trabalhadores e consumidores e a ética do consumo sustentável além da mitigação ou compensação dos riscos ou efeitos poluentes ou degradantes do processo produtivo sobre o meio ambiente”. No Artigo 17, a Lei determina que, a Educação Ambiental desenvolvida no âmbito da Educação Básica deverá observar as seguintes diretrizes mínimas: I – estar inserida no projeto político-pedagógico das creches e escolas de forma transversal e com a participação da comunidade escolar e de seu entorno social em projetos pedagógicos que envolvam o meio ambiente, procurando relacioná-lo com outras dimensões do saber.

Já o PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO, Lei 10.099/2014, Meta 7, determina que é preciso “garantir 100% das escolas da Educação Básica, níveis e modalidades, condições de transversalidade para o desenvolvimento de práticas pedagógicas voltadas para as diversidades e temas sociais (direitos socioeducacionais) ”, bem como, na estratégia 7.11 determina que é necessário: “produzir, adquirir e distribuir materiais didáticos e paradidáticos específicos e regionais, referentes à Educação Ambiental”.

O PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, sancionado na forma de Lei Nº 10.796, de 1º de março de 2018, contempla sete temáticas prioritárias. A temática 1 trata da Criação e o Apoio às Escolas Sustentáveis com a produção de materiais didáticos voltados para as vivências de Educação Ambiental nas dimensões do espaço físico, da gestão escolar, do currículo e da interação escola/comunidade. A Temática 2 trata do apoio à gestão de recursos hídricos por meio dos comitês de bacias hidrográficas. Já a Temática 6, trata do fortalecimento do sistema estadual de Educação Ambiental, determina que ações contemplem a formação de recursos humanos, formal e não formal, bem como, a criação de um sistema de informações sobre Educação Ambiental no Estado do Maranhão.

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aos serviços públicos de saneamento básico, o aproveitamento de água de reuso, tratamento de água ou de esgoto sanitário, aproveitamento dos materiais integrantes dos resíduos sólidos por meio de reuso ou reciclagem e o aproveitamento de energia. No seu Art. 7º, reza que: “é direito de todos receberem serviços públicos de saneamento básico adequadamente planejados, regulados, fiscalizados e submetidos ao controle social e à sustentabilidade ambiental”.

Agenda 2030 que trata dos OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - ODS. Objetivo 4, trata de “assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”, objetivando promover a educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não-violência, cidadania global, e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável”. Já o Objetivo 6 trata de “assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos, a gestão integrada dos recursos hídricos em todos os níveis, apoiando e fortalecendo a participação das comunidades locais, para melhorar a gestão da água e do saneamento”.

O CONSELHO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE – CONSEMA, instituído pela Lei Complementar nº 152 de 17 de junho de 1999, alterada pela Lei Complementar n° 513/2009, é um órgão, ao nível de direção superior, integrante da estrutura organizacional da SEMA, sendo auxiliar nas ações comandadas pela pasta. Este órgão colegiado é formado por representantes pela sociedade civil organizada, pelo poder público e setor empreendedor com igual número de cadeiras e de votos. Seu caráter é consultivo, deliberativo, normativo e recursal.

I - O conhecimento dos seus direitos e deveres e das penalidades a que podem estar sujeitos;

O CONSEMA estabelece: I - procedimentos simplificados de licenciamento para as atividades a que se refere o caput deste artigo, em função do porte das unidades e dos impactos ambientais esperados. II - metas progressivas para que a qualidade dos efluentes de unidades de tratamento de esgotos sanitários e de tratamento de água atenda aos padrões das classes dos corpos hídricos em que forem lançados, a partir dos níveis presentes de tratamento e considerando a capacidade de pagamento das populações e usuários envolvidos. No Art. 14, foi criado o Sistema Estadual de Saneamento Básico, integrado por todos os órgãos e entidades estaduais que possuam competência em matéria de saneamento básico. No seu Art. 20, tata de assegurar aos usuários de serviços públicos de saneamento básico:

a) a informações sobre os serviços prestados;b) ao manual de prestação do serviço e de atendimento ao usuário, elaborado pelo prestador e aprovado pelo respectivo agente regulador;c) ao relatório periódico sobre a qualidade da prestação dos serviços.

II - O acesso:

Finalmente, o Objetivo 13 trata de tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos; melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mitigação global do clima, adaptação, redução de impacto e alerta precoce à mudança do clima.

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No Art. 5º, o CONSEMA determina suas finalidades:

I - planejamento: as atividades atinentes à identificação, qualificação, quantificação, organização e orientação de todas as ações, públicas e privadas, por meio das quais um serviço público deve ser prestado ou colocado à disposição de forma adequada;

III - normas administrativas de regulação: as expedidas por autarquia estadual de regulação de serviços públicos ou por qualquer outro órgão ou entidade que atenda ao disposto no inciso I do art. 21 da Lei federal nº 11.445, de 5 de Janeiro de 2007 - Lei Nacional de Saneamento Básico (LNSB);

II - regulação: todo e qualquer ato, normativo ou não, que discipline ou organize um determinado serviço público, incluindo suas características, padrões de qualidade, impacto sócioambiental, direitos e obrigações dos usuários e dos responsáveis por sua oferta ou prestação e fixação e revisão do valor de tarifas e outros preços públicos;

IV - fiscalização: atividades de acompanhamento, monitoramento, controle ou avaliação, no sentido de garantir a utilização, efetiva ou potencial, do serviço público;

b) ao qual o titular tenha delegado a prestação dos serviços por meio de contrato.

VIII - prestador de serviço público, o órgão ou entidade, inclusive empresa:

X - titular: o Município ou, no caso de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões instituídas por lei complementar estadual, o conjunto dos Municípios que as integram;

IX - gestão associada: associação voluntária de entes federados, por convênio de cooperação ou consórcio público, conforme disposto no art. 241 da Constituição Federal;

XI - usuário: o proprietário, o possuidor direto ou indireto do imóvel ou, ainda, o seu ocupante permanente ou eventual;

XII - serviços públicos de saneamento básico: o conjunto dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos, abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo de águas pluviais;

V - organização de serviço público de saneamento básico: atividades de regulação com o objetivo de definir e articular os recursos materiais, humanos e técnicos necessários à adequada prestação de serviço público de saneamento básico, atendidas as premissas do planejamento;

VII - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico;

VI – prestação de serviço público: atividade, acompanhada ou não de execução de obra, com objetivo de permitir aos usuários o acesso a serviço público de saneamento básico, com características e padrões de qualidade determinados pela regulação e, caso existente, por contrato de concessão ou de programa.

a) do titular, ao qual lei tenha previsto a competência de prestar o serviço público;

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d) tratamento;

XVI - (Vetado);

d) adução de água tratada;

c) transporte;

XV - esgotos sanitários: as águas residuárias e outros derivados do uso residencial, os lodos originários da operação das unidades de tratamento de água e, nos termos das normas administrativas de regulação dos serviços, os efluentes industriais cujas características sejam semelhantes às do esgoto doméstico;

XXIII - subsídios diretos: quando destinados a usuários determinados;

a) captação;

XIII - serviços públicos de abastecimento de água: cada um dos seguintes serviços públicos:

b) adução de água bruta;c) tratamento de água;

e) reservação;f) distribuição de água, inclusive ligação predial e instrumentos de medição;

XIV - serviços públicos de esgotamento sanitário, cada um dos seguintes serviços públicos:

a) coleta, inclusive ligação predial;b) afastamento;

e) disposição final de esgotos sanitários;

XVII - (Vetado);

XVIII - (Vetado);

XIX - (Vetado);

XX - serviços públicos de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas:

a) drenagem urbana;b) transporte de águas pluviais;c) detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias;d) tratamento e disposição final;

XXI - universalização: ampliação progressiva dos serviços de saneamento básico objetivando o acesso de todos os domicílios ocupados e dos locais de trabalho e de convivência social em um determinado território;

XXII - subsídios: instrumento econômico de política social, para garantir a universalização do acesso ao saneamento básico, especialmente para populações e localidades de baixa renda;

XXIV - subsídios indiretos: quando destinados ao prestador dos serviços;XXV - subsídios internos: cujos recursos forem arrecadados e aplicados no âmbito territorial de determinado titular;

XXVI - subsídios cruzados ou entre localidades: cujos recursos forem aplicados em âmbito territorial diferente do arrecadado, nos termos de gestão associada de serviços públicos;

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O CONERH é organizado em Presidência, Secretaria Executiva, Plenário, Câmaras Técnicas, Comissões e Grupos de Trabalhos, tendo como câmaras técnicas atuantes:

XXVII - projetos associados aos serviços públicos de saneamento básico: os desenvolvidos em caráter acessório ou correlato à prestação dos serviços, capazes de gerar benefícios sociais, ambientais ou econômicos adicionais, dentre eles:

· Exercer outras ações, atividades e funções estabelecidas em lei ou regulamentos compatíveis com a gestão integrada de recursos hídricos; e entre outros.

As ações e competências do CONERH são:

b) o aproveitamento de água de reuso.

O Conselho se reúne em caráter ordinário a cada dois meses na cidade de São Luís e, extraordinariamente, em São Luís, sempre que convocado pelo Presidente, por iniciativa própria, ou a requerimento da maioria absoluta de seus membros. A convocação para reunião ordinária é feita com 10 dias de antecedência e, para as reuniões extraordinárias, com pelo menos 05 dias de antecedência.

As reuniões ocorrem com a presença da maioria absoluta e o Conselho delibera por maioria simples. Em caso de empate nas decisões, o Presidente do Conselho Estadual exerce o voto de qualidade. O presidente do CONERH é o Secretário de Meio Ambiente.

· Analisar e aprovar a criação de Agências de Bacia Hidrográfica, ou suas equiparadas, solicitados pelos Comitês de Bacias Hidrográficas;

· Atuar como instância de recursos nas decisões dos Comitês de Bacia Hidrográfica;· Exercer funções normativas e deliberativas relativas ao Plano Estadual de Recursos Hídricos;

· Estabelecer os critérios e normas relativas à criação dos Comitês de Bacias;

· Estabelecer os critérios e normas relativas ao rateio de custos de usos múltiplos dos recursos hídricos;

· Constituir Câmaras, equipes ou grupos técnicos e designar, por solicitação destes, consultorias e especialistas adhoc para assessorá-los em seus trabalhos;

· Estabelecer os critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos e para a cobrança pelo seu uso;

a) o fornecimento de água bruta para outros usos não sujeitos à regulação do titular, comprovado o não-prejuízo aos serviços públicos de abastecimento de água;

O CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO MARANHÃO – CONERH/MA, instituído pela Lei Estadual nº 8.149/2004 como parte do Sistema Estadual de Recursos Hídricos. É um órgão superior colegiado com atribuições normativas e deliberativas, responsáveis por estabelecer diretrizes complementares para implementação da Política Estadual de Recursos Hídricos. O CONERH/MA está constituído por um plenário composto por 27 membros titulares e respectivos suplentes dos segmentos do Poder Público, Sociedade Civil, Usuários de Águas.

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III- Operacional – Estimular o desenvolvimento e aperfeiçoamento de equipamentos e métodos para produzir água em quantidade e qualidade para todos, bem como para minimizar os impactos dos lançamentos dos efluentes no meio ambiente.

O Estado do Maranhão possui 12 bacias hidrográficas (Quadro 01). As bacias do Parnaíba, a Leste; do Tocantins, a Sudoeste; Gurupi, a Noroeste, correspondem às bacias hidrográficas de domínio federal, já as bacias de domínio estadual estão representadas pelos Sistemas hidrográficos estaduais das Ilhas Maranhenses e do Litoral Ocidental, bem como as bacias hidrográficas Mearim, Itapecuru, Munin, Turiaçú, Maracaçumé, Preguiças e Periá.

II- Econômica – Construir um modelo de gestão pública com resultados eficazes que garantam a sustentabilidade empresarial, entendida como economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente correta.

A Educação Ambiental: O Cuidado com a Água e o Saneamento Ambiental

A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão tem como missão promover a saúde e o saneamento ambiental, através do abastecimento de água e do esgotamento sanitário, com responsabilidade social e sustentabilidade, buscando a satisfação dos clientes. No Art. 1. A Política Ambiental da CAEMA contém:

Assuntos Institucionais e legais – CTIL; Planos de Recursos Hídricos do Maranhão – CTPLAN; Análise e parecer das propostas de criação de Comitês de Bacias Hidrográficas do Estado do Maranhão – CTAP. CBH; Integração, Procedimentos, Outorgas, e Ações Reguladoras – CTIPOR; Educação, Capacitação, Mobilização Social e Informação em Recursos Hídricos – CTEM

Art. 2. As Diretrizes da Política Ambiental da CAEMA são:

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “saneamento é o controle de todos os fatores ambientais que podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar, físico, mental e social dos indivíduos”, tais como, poluição do ar (emissão de gases), do solo (lixo urbano) e das águas (dejetos lançados nos rios, represas etc.), poluição sonora e visual, ocupação desordenada do solo (margens de rios, morros etc.), o esgoto a céu aberto, enchentes etc...

I- Socioambiental –Promover a qualidade de vida e as condições ambientais e de saúde pública aos funcionários e à sociedade.

No plano normativo, as provisões para o saneamento básico no Brasil existem desde 1988 quando a constituição federal também conhecida como carta magna foi promulgada. Os artigos 23, 196 e 225 estabelecem as diretrizes relacionadas ao saneamento, aos serviços de saúde e a proteção ambiental e os artigos 21, 25, 30 e 182 destacam as competências dos entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) apoiando-se no pacto federativo que garante a relativa autonomia das esferas administrativas (BRASIL,1988)

1- As diretrizes para o planejamento das ações de saneamento ambiental com base no diagnóstico da situação ambiental da empresa e de seus impactos nas condições de v i d a , c o n s i d e r a n d o o s a s p e c t o s s o c i o a m b i e n t a i s , e c o n ô m i c o s (administrativo/financeiro) e operacional; 2-Os objetivos para a universalização, admitindo-se soluções graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais.

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Objetivo 1 – Reduzir o consumo de energia elétrica nas unidades operacionais da CAEMA, efetuando a execução do equilíbrio do sistema.

Objetivo 2 – Otimizar os processos de tratamento, monitoramento e controle operacional das unidades dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.

Objetivo 1 – Assegurar que a aplicação dos recursos financeiros promova o desenvolvimento sustentável, a eficiência e a eficácia dos processos de saneamento ambiental.

Para a Diretriz Socioambiental:

Diretriz Operacional:

Objetivo 3 – Desenvolver a consciência ambiental nos empregados, clientes e comunidade, na área de atuação da CAEMA.

Art.3. Os objetivos da Política ambiental são:

Objetivo 1 – Conhecer e proteger os mananciais superficiais e subterrâneos de interesse da CAEMA, incentivando à adoção de mecanismos de planejamento, regulação e fiscalização da prestação dos serviços de saneamento básico.

Objetivo 2 – Atender as exigências da legislação ambiental vigente e das normas ambientais aplicáveis às atividades da CAEMA.

Diretriz Econômica:

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Anexo B – Programas da Política Ambiental

1.0 - Os programas da Política Ambiental da CAEMA estão distribuídos por diretrizes.

1.1 Diretriz Socioambiental

A proposição de programas necessários para atingir os objetivos e as metas, são sugestões onde cada setor responsável deve elaborar e implementar os mesmos, de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento.

a. Programa de Sistema de Gestão Ambientalb. Programa de Educação Ambientalc. Programa de Regularização Ambientald. Programa de Proteção dos Mananciais Superficiais e Subterrâneos

b. Programa de Gerenciamento de Resíduos.

b. Programa de Manutenção dos Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário

b. Objetivo: geral e específico.

e. Aquisição de caráter permanente e auto-sustentabilidade;

d. Programa de Eficiência Energética.

2.0 - Os programas da Política Ambiental da CAEMA devem considerar:

b. A associação entre si e que levem às mudanças estruturais e comportamentais necessárias;

c. Metodologia: descrição da linha metodológica a ser utilizada e sua relação com a realidade local.

d. Programa de Atendimento a Emergências

c. Programa de Gestão da Segurança da Água.

c. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA

c. Os programas de qualidade, planejamento estratégico ou outros planos de modernização;

3.0 - A elaboração dos programas deve ser estruturada nos seguintes itens:

a. Apresentação: descrição do programa, seus pressupostos básicos, sua justificativa, antecedentes históricos e conceituais.

1.3 Diretriz Operacional

d. Metas: definição do que se pretende fazer e em qual prazo.

f. A mobilização e a comunicação social, tanto internas ao funcionário, como externas junto à sociedade.

a. Os custos e benefícios resultantes das ações correspondentes, conduzindo a uma hierarquização das ações preconizadas;

1.2 Diretriz Econômica

a. Programa de Investimento Ambiental

a. Programa de Combate a Perdas.

d. A integração e envolvimento de todos os funcionários da empresa;

e. Programa de Regularização Fundiária

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g. Cronograma físico-financeiro: deve conter as etapas desenvolvidas com o período e custos.h. Indicadores: deverão ser apresentados indicadores para avaliação dos resultados do programa de acordo com seus objetivos e metas.

e. Linhas de ação: definição das linhas de ação do Programa.f. Equipe técnica responsável: indicação do coordenador, da equipe de profissionais e respectivas áreas de atuação (responsabilidades).

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