cadeia epidemiolÓgica

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CADEIA EPIDEMIOLÓGICA HANSENÍASE 1- Agente etiológico Bacilo álcool-ácido resistente, intracelular obrigatório, denominado bacilo de Hansen ou Mycobacterium leprae. 2- Reservatório O homem é reconhecido como única fonte de infecção, embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados. 3- Porta de entrada/saída A principal via de eliminação do bacilo, pelo individuo doente de hanseníase , e a mais provável porta de entrada no organismo passível de ser infectado são as vias aéreas superiores, o trato respiratório. No entanto, para que a transmissão do bacilo ocorra, é necessário um contato direto com a pessoa doente não tratada, como a convivência de familiares na mesma residência. Daí a importância do exame dos familiares do doente de hanseníase. 4- Modo de transmissão Contato íntimo e prolongado de indivíduos susceptíveis com pacientes bacilíferos não tratados. 5- Susceptibilidade A hanseníase pode atingir pessoas de todas as idades, de ambos os sexos, no entanto, raramente ocorre em crianças. Observa-se que crianças, menores de quinze anos, adoecem mais quando há uma maior endemicidade da doença, ou quando há um paciente contaminando a família. Há uma incidência maior da doença nos homens do que nas mulheres, na maioria das regiões do mundo. Além das condições individuais, outros fatores relacionados aos níveis de endemia e às condições socioeconômicas desfavoráveis ,assim como condições precárias de vida e de saúde, a desnutrição e do elevado numero de pessoas convivendo em um mesmo ambiente, influem no risco de adoecer. 6- Período de incubação Em média 5 anos, podendo ir de meses a mais de 10 anos. 7- Período de transmissão

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Page 1: CADEIA EPIDEMIOLÓGICA

CADEIA EPIDEMIOLÓGICA

HANSENÍASE

1- Agente etiológicoBacilo álcool-ácido resistente, intracelular obrigatório, denominado bacilo de Hansen ou Mycobacterium leprae.

2- ReservatórioO homem é reconhecido como única fonte de infecção, embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados.

3- Porta de entrada/saídaA principal via de eliminação do bacilo, pelo individuo doente de hanseníase , e a mais provável porta de entrada no organismo passível de ser infectado são as vias aéreas superiores, o trato respiratório. No entanto, para que a transmissão do bacilo ocorra, é necessário um contato direto com a pessoa doente não tratada,  como a convivência de familiares na mesma residência. Daí a importância do exame dos familiares do doente de hanseníase.

4- Modo de transmissãoContato íntimo e prolongado de indivíduos susceptíveis com pacientes bacilíferos não tratados.

5- Susceptibilidade A hanseníase pode atingir pessoas de todas as idades, de ambos os sexos, no entanto, raramente ocorre em crianças. Observa-se que crianças, menores de quinze anos, adoecem mais quando há uma maior endemicidade da doença, ou quando há um paciente contaminando a família. Há uma incidência maior da doença nos homens do que nas mulheres, na maioria das regiões do mundo.Além das condições individuais, outros fatores relacionados aos níveis de endemia e às condições socioeconômicas desfavoráveis ,assim como condições precárias de vida e de saúde, a desnutrição e do elevado numero de pessoas convivendo em um mesmo ambiente, influem no risco de adoecer.

6- Período de incubaçãoEm média 5 anos, podendo ir de meses a mais de 10 anos.

7- Período de transmissãoOs pacientes multibacilares podem transmitir hanseníase, antes de iniciar o tratamento específico. A primeira dose de rifampicina é capaz de matar as cepas viáveis do bacilo de Hansen em até 99,99% da carga bacilar de um indivíduo.

8- Sinais e sintomas• Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com perda ou alteração de sensibilidade;• Área de pele seca e com falta de suor;• Área da pele com queda de pelos, especialmente nas sobrancelhas;• Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade ao calor, dor e tato. A pessoa se queima ou machuca sem perceber;• Sensação de formigamento (Parestesias);• Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés;

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• Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.• Úlceras de pernas e pés.• Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.• Febre, edemas e dor nas juntas.• Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz.• Ressecamento nos olhos.Locais do corpo com maior predisposição para o surgimento das manchas: mãos, pés, face, costas, nádegas e pernas.Importante: Em alguns casos, a hanseníase pode ocorrer sem manchas.

9- Tratamento

O tratamento específico é encontrado nos serviços públicos de saúde e é chamado de poliquimioterapia (PQT), porque utiliza a combinação de três medicamentos. Os medicamentos utilizados consistem na associação de antibióticos, conforme a classificação operacional, sendo:• Paucibacilares: rifampicina, dapsona - 6 doses em até 9 meses;• Multibacilares: rifampicina, dapsona e clofazimina – 12 doses em até 18 meses;O paciente vai ao serviço mensalmente tomar a dose supervisionada pela equipe de saúde, e pegar a medicação para as doses que ele toma diariamente em casa. A regularidade do tratamento e o início mais precoce levariam a cura da hanseníase mais rápida e segura. Toda pessoa que reside ou residiu nos últimos cinco anos com doente de hanseníase, sem presença de sinais e sintomas de hanseníase no momento da avaliação, deve ser examinada e orientada a receber a vacina BCG para aumentar a sua proteção contra a hanseníase. Deve também receber orientação no sentido de que não se trata de vacina específica para a hanseníase. Estudos realizados no Brasil e em outros países verificaram que o efeito protetor da BCG na hanseníase variava de 20 a 80%, concedendo maior proteção para as formas multibacilares da doença.Em alguns casos o aparecimento de sinais clínicos de hanseníase, logo após a vacinação, pode estar relacionado com o aumento da resposta imunológica em indivíduo anteriormente infectado.

10- Vigilância epidemiológicaTem como objetivo reduzir os coeficientes de detecção e prevalência da doença, através do diagnóstico e tratamentos precoces dos casos, procurando assim interromper a cadeia de transmissão. É uma doença de notificação compulsória no Brasil. As medidas de controle são feitas através de diagnóstico precoce dos casos, através do atendimento de demanda espontânea, de busca ativa e de exame dos contatos para tratamento específico, que deve ser feito em regime eminentemente ambulatorial.

TUBERCULOSE

1- Agente etiológicoMycobacterium tuberculosis.

2- ReservatórioO homem (principal) e o gado bovino doente em algumas regiões específicas.

3- Porta de entrada/saída

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A porta de entrada dos bacilos é pelas vias aéreas. Uma pessoa com a doença espalha os bacilos pelo ar quando tosse ou espirra e contamina as pessoas que estão por perto.

4- Modo de transmissãoAtravés da tosse, fala e espirro.

5- Susceptibilidade Qualquer fator que debilite a imunidade, como má alimentação, certos tratamentos médicos (uso de corticóides, transplantes de órgãos), uso abusivo de álcool e outras drogas, estresse e principalmente doenças como AIDS, diabetes, leucemia e doenças renais graves.

6- Período de incubaçãoA maioria dos novos casos de doença ocorre em torno de 6 a 12 meses após a infecção inicial.

7- Período de transmissãoEnquanto o doente estiver eliminando bacilos e não houver iniciado o tratamento. Com o início do esquema terapêutico recomendado, a transmissão é reduzida, gradativamente em algumas semanas (duas).

8- Sinais e sintomasFebre, tosse e secreção há mais de três semanas. Além disso, perda de peso, suor noturno, febre ao final do dia, perda de apetite, fraqueza e tosse com expectoração de sangue.

9- TratamentoA tuberculose é uma doença curável em praticamente 100% dos casos novos, sensíveis aos medicamentos anti-TB, desde que obedecidos os princípios básicos da terapia medicamentosa e a adequada operacionalização do tratamento.A associação medicamentosa adequada, as doses corretas e o uso por tempo suficiente são os princípios básicos para o adequado tratamento evitando a persistência bacteriana e o desenvolvimento de resistência aos fármacos, assegurando, assim, a cura do paciente. A esses princípios soma-se o Tratamento Diretamente Observado (TDO) como estratégia fundamental para o sucesso do mesmo.Em 2009, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose, juntamente com o seu Comitê Técnico Assessor reviu o sistema de tratamento da TB no Brasil. Baseado nos resultados preliminares do II Inquérito Nacional de Resistência aos medicamentos anti-TB, que mostrou aumento da resistência primária à isoniazida (de 4,4 para 6,0%), introduz o Etambutol como quarto fármaco na fase intensiva de tratamento (dois primeiros meses) do Esquema básico.A apresentação farmacológica deste esquema passa a ser em comprimidos de doses fixas combinadas dos quatro medicamentos (Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamipa e Etambutol), nas seguintes dosagens: R 150 mg, H 75 mg, Z 400 mg e E 275 mg. Essa recomendação e apresentação farmacológica são as preconizadas pela Organização Mundial da Saúde e utilizadas na maioria dos países, para adultos e adolescentes. Para as crianças (abaixo de 10 anos), permanece a recomendação do Esquema RHZ.

10- Vigilância epidemiológicaCom uma média anual de 85 mil casos no Brasil, a tuberculose vem sendo controlada por ações e investimentos do Ministério da Saúde e demais instâncias do SUS.

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RUBÉOLA

1- Agente etiológicoVírus RNA, gênero Rubivírus, família Togaviridae.2- ReservatórioO homem.

3- Porta de entrada/saídaVia aérea superior.

4- Modo de transmissãoDireto, através do contato com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas.

5- Susceptibilidade A transmissão da rubéola pode ocorrer durante o ano todo, mas predomina no inverno e na primavera, sendo as crianças entre 5 e 9 anos de idade as mais atingidas, nos países sem programa de prevenção.

6- Período de incubaçãoDe 14 a 21 dias, com duração média de 17 dias, podendo variar de 12 a 23 dias.

7- Período de transmissãoDe 5 a 7 dias antes do início do exantema e de 5 a 7 dias após.

8- Sinais e sintomas

Febre, adenopatia, artrite e artralgia

9- TratamentoNão há tratamento específico.

10- Vigilância epidemiológicaO principal objetivo da vigilância epidemiológica da rubéola é detectar a circulação do vírus em determinado tempo e área geográfica. O objetivo não é detectar todos os casos de rubéola, mas identificar quando e onde o vírus está circulando. A ocorrência de casos de SRC é utilizada como um indicador indireto de circulação recente do vírus da rubéola. O objetivo, nesse caso, é identificar casos novos de SRC, nos quais é possível confirmar a etiologia, para que sejam adotadas medidas visando interromper a circulação do vírus. Além disso, a vigilância de casos de SRC permite detectar a ocorrência de deslocamento de faixa etária da doença. Como referido anteriormente, na ausência de vacinação, os casos de rubéola incidem mais na faixa etária de 5 a 9 anos. Se, após iniciada a vacinação, as coberturas vacinais não forem satisfatórias (³ 95%) poderá haver deslocamento da faixa etária da doença, que passa a afetar, principalmente, adultos, com conseqüente aumento do risco da ocorrência de casos de SRC.

SARAMPO

1- Agente etiológicoÉ um vírus RNA. Vírus do sarampo, pertencente ao gênero Morbillivíirus,família Paramyxoviridae.

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2- ReservatórioO homem.

3- Porta de entrada/saídaA via de inoculação, ou porta de entrada, corresponde à mesma de eliminação, isto é, o trato respiratório superior. O vírus, ao penetrar no suscetível, passa a se multiplicar localmente, na região da nasofaringe, e em seguida se espalha para os tecidos linfáticos vizinhos.

4- Modo de transmissãoÉ transmitido diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções nasofaríngeas, expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar.

5- Susceptibilidade Qualquer indivíduo não iminizado.

6- Período de incubaçãoGeralmente dura 10 dias (variando de 7 a 18 dias), desde a data da exposição até o aparecimento da febre, e cerca de 14 dias até o início do exantema.

7- Período de transmissãoÉ de 4 a 6 dias antes do aparecimento do exantema, até 4 dias após. O período de maior transmissibilidade ocorre 2 dias antes e 2 dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível.

8- Sinais e sintomasO paciente apresenta febre baixa, linfoadenopatia retroauricular, occipital e cervical, anorexia, mal estar, coriza, tosse, exantema que inicia se na região retroauricular, estendendo-se pelo tronco e extremidades.

9- TratamentoNão existe tratamento específico para sarampo. Os antitérmicos e analgésicos podem ser utilizados para controlar a febre. É recomendável a administração da vitamina A em crianças acometidas pela doença, afim de reduzir a ocorrência de casos graves e fatais.

10- Vigilância epidemiológicaTem como objetivo consolidar a erradicação do sarampo através de uma vigilância epidemiológica sensível, ativa e oportuna, permitindo a identificação e notificação imediata de todo e qualquer caso suspeito na população, para a adoção das medidas de prevenção e controle pertinentes, bem como monitorar as demais condições de risco. É considerado caso suspeito todo paciente que, independente da idade e situação vacinal, apresentar febre e exantema maculopapular, acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse, coriza e conjuntivite. Sarampo é uma doença de notificação compulsória ao sistema de saúde.

POLIOMELITE

1- Agente etiológicoÉ um vírus RNA. Poliovírus, gênero Enterovírus, da família Picornaviridae com três sorotipos: I, II e III.

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2- ReservatórioO homem.

3- Porta de entrada/saídaA boca é a porta de entrada do poliovírus, fazendo-se a transmissão pelas vias fecal-oral ou oral-oral, esta última através de gotículas de muco do orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). As más condições habitacionais, a higiene pessoal precária e o elevado número de crianças numa mesma habitação constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

4- Modo de transmissãoPrincipalmente por contato direto pessoa a pessoa, pelas vias fecal-oral (a principal) ou oral-oral. Essa última através de gotículas de muco do orofaringe.

5- SusceptibilidadeTodas as pessoas não imunizadas são suscetíveis de contrair a doença. A infecção natural ou a vacinação conferem imunidade duradoura ao tipo específico de poliovírus responsável pelo estímulo. Embora não desenvolvendo a doença, as pessoas imunes podem reinfectar-se e eliminar o poliovírus ainda que em menor quantidade e por um período menor de tempo.

6- Período de incubaçãoGeralmente de 7 a 12 dias, podendo variar de 2 a 30 dias.

7- Período de transmissãoNão se conhece com exatidão. O vírus é encontrado nas secreções da orofaringe após 36 a 72 horas a partir da infecção se instaura e persiste por uma semana e, nas fezes, por cerca de 3 a 6 semanas.

8- Sinais e sintomasQuando se manifestam, os sintomas variam de acordo com a gravidade da infecção. Nas formas não paralíticas, os sinais mais característicos são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na nuca e meningite. Na forma paralítica, quando a infecção atinge as células dos neurônios motores, além dos sintomas já citados, instala-se a flacidez muscular que afeta, em regra, um dos membros inferiores.9- TratamentoComo em muitas infecções virais, não há tratamento específico para a doença, mas alguns cuidados são indispensáveis para controlar as complicações e reduzir a mortalidade. Entreeles destacam-se: repouso absoluto nos primeiros dias para reduzir a taxa de paralisia; mudança frequente de posição do paciente na cama, que deve ter colchãofirme e apoio para os pés e a cabeça; tratamento sintomático da dor, febre e dos problemas urinários e intestinais; atendimento hospitalar nos casos de paralisia ou de alteração respiratória; acompanhamento ortopédico e fisioterápico.

10- Vigilância epidemiológicaPoliomielite é uma doença de notificação compulsória ao sistema de saúde. A doença foi de alta incidência no país em anos anteriores, deixando centenas de deficientes físicos por ano. Hoje, encontra-se erradicada no Brasil em virtude das ações de imunização e vigilância epidemiológica, desenvolvidas desde 1980 até 1994, quando o país recebeu o "Certificado de Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem nas Américas".

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MENINGITE C (Meningite Meningocócica C)

1- Agente etiológicoA bactéria, Neisseria meningitidis, conhecida como Meningococo.

2- ReservatórioO homem doente ou portador3- Porta de entrada/saídaVias aéreas superiores.

4- Modo de transmissãoA transmissão é de pessoa a pessoa, por via respiratória, por meio de gotículas e secreções do nariz e garganta,  havendo necessidade de contato prolongado e convivência no mesmo ambiente (residentes da mesma casa, colega de dormitório, creche, alojamento).

5- Susceptibilidade É elevada a proporção de portadores em relação ao número de casos, entretanto a suscetibilidade à doença é geral. Pessoas não imunizadas (meningocócica conjugada C) tem maior chance de contrair a doença.

6- Período de incubaçãoVaria de 2 a 10 dias, geralmente de 3 a 4 dias.

7- Período de transmissãoPersiste até que o meningococo desapareça das secreções da nasofaringe. Em geral, os meningococos sensíveis desaparecem da nasofaringe dentro de 24 horas depois de iniciado o tratamento específico. Verificou-se que o estado de portador pode ser longo (até 10 meses).

8- Sinais e sintomasOs principais sintomas da meningite meningocócica são: febre alta (38 – 41 C), dor de cabeça muito forte, náuseas, letargia, fotofobia (desconforto a luz brilhante), vômitos em jato e, rigidez da nuca (pescoço duro). Em bebês: moleira abaulada, febre e irritabilidade.

9- TratamentoApós a avaliação médica e análise preliminar de amostras clínicas do paciente, este ficará internado e o tratamento será realizado com antibióticos específicos.

10- Vigilância epidemiológicaAs meningites bacterianas e virais possuem maior importância epidemiológica pela sua magnitude e capacidade de ocasionar surtos.

DIFTERIA

1- Agente etiológicoCorynebacterium diphtheriae, bacilo gram-positivo, produtor da toxina diftérica, quando infectado por um fago.

2- Reservatório

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O homem, doente ou portador assintomático.

3- Porta de entrada/saídaAtravés das vias aéreas superiores.

4- Modo de transmissãoContato direto da pessoa doente ou do portador com pessoa suscetível (gotículas de secreção eliminadas por tosse, espirro ou ao falar). A transmissão por objetos recém contaminados com secreções do doente ou de lesões em outras localizações é pouco freqüente.

5- SusceptibilidadeQualquer pessoa não imunizada. O reforço deve ser4 a cada 10 anos.

6- Período de incubaçãoDe 1 a 6 dias, podendo ser mais longo.

7- Período de transmissãoEm média até duas semanas após o início dos sintomas. A antibioticoterapia adequada erradica o bacilo diftérico da orofaringe, de 24 a 48 horas após a sua introdução, na maioria dos casos. O portador crônico não tratado pode transmitir a infecção por seis meses ou mais e é extremamente importante na disseminação da doença.

8- Sinais e sintomasPlacas acinzentadas, duras, semelhante a uma pele e aderentes, estado geral comprometido, dor de garganta e febre baixa e edema de pescoço.

9- TratamentoUm paciente com difteria requer de hospitalização e isolamento. Além da medicação, o repouso é indispensável durante a fase aguda da doença.

10- Vigilância epidemiológicaA ficha de investigação da difteria, preconizada pelo Sinan, contém os elementos essenciais a serem coletados em uma investigação de rotina. Todos os seus campos devem ser criteriosamente preenchidos, mesmo quando a informação for negativa. Outros itens e observações podem ser incluídos, conforme as necessidades e peculiaridades de cada situação.

COQUELUCHE

1- Agente etiológicoBordetella pertussis. Bacilo gram negativo aeróbio, não esporulado, imóvel e pequeno, provido de cápsula (formas patogênicas) e fímbrias.

2- ReservatórioO homem é o único reservatório natural.

3- Porta de entrada/saídaAtravés da secreção orofaringea, eliminada pela tosse, espirro ou fala.

4- Modo de transmissãoContato direto da pessoa doente com pessoa suscetível (gotículas de secreção eliminadas por tosse, espirro ou ao falar). A transmissão por objetos recém

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contaminados com secreções do doente é pouco frequente, visto a dificuldade do agente sobreviver fora do hospedeiro.

5- SusceptibilidadeQualquer pessoa não imunizada.

6- Período de incubaçãoEm média, de 5 a 10 dias, podendo variar de 1 a 3 semanas e, raramente até 42 dias.

7- Período de transmissãoPara efeito de controle, considera-se que esse período se estende de 5 dias após o contato com um doente (final do período de incubação) até 3 semanas após o início dos acessos de tosse típicos da doença (fase paroxística). A maior transmissibilidade da doença ocorre na fase catarral.

8- Sinais e sintomasA coqueluche compromete predominantemente o aparelho respiratório (traquéia e brônquios) e clinicamente, após um período de incubação que varia de 7 a 10 dias, os sinais e sintomas podem ser divididos didaticamente em três estádios: fase catarral (caracteriza-se por coriza nasal, febre baixa e tosse, semelhantes a um resfriado comum, com duração de 7 a 14 dias); fase paroxística (caracterizada por acessos paroxísticos de tosse, seguidos de guincho inspiratório com expectoração de muco claro, viscoso e espesso, seguidos de vômitos, com duração de 4 a 6 semanas); fase de convalescença (o estágio final de recuperação caracteriza-se por desaparecimento dos guinchos com persistência da tosse, que pode durar semanas ou meses).

9- TratamentoA hospitalização, em geral, não é necessária. A criança deve ser adequadamente hidratada e os distúrbios eletrolíticos controlados. Deve-se ter cuidado ao alimentar a criança, preferindo alimentos semi-sólidos, frios e em pequena quantidade. Durante as crises de paroxismo pode ser necessário administrar oxigênio sob máscara (em casos mais graves pode ser necessário suporte ventilatório) e aspirar secreções. O isolamento respiratório é necessário até cinco dias após o início do tratamento com antibiótico. O antibiótico de escolha é a eritromicina, um macrolídeo, pela sua boa penetração nas vias respiratórias. Vale ressaltar que o estolato de eritromicina atua melhor, uma vez que o estearato e o etilsuccinato não atingem concentrações séricas favoráveis à erradicação da bactéria, levando a falhas terapêuticas. A dose recomendada é de 40 a 50 mg/kg/dia por via oral a cada 6 horas, por 14 dias, com dose máxima de 2g por dia. Iniciar o mais precocemente possível a terapia, de preferência até a fase catarral a fim de atenuar a doença.

10- Vigilância epidemiológicaA coqueluche é uma doença de notificação compulsória em todo território nacional. Todo caso suspeito deve ser notificado à vigilância epidemiológica e registrado no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan).

HEPATITE B

1- Agente etiológicoVírus da Hepatite B (HBV). É um vírus DNA, família Hepadnaviridae.

2- ReservatórioO homem. Experimentalmente, chimpanzés, espécies de pato e esquilo.

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3- Porta de entrada/saídaCorrente sanguínea.

4- Modo de transmissãoO HBV é altamente infectivo e facilmente transmitido através da via sexual; transfusões de sangue, procedimentos médicos e odontológicos e hemodiálises sem as adequadas normas de biossegurança; transmissão vertical (mãe-filho), contatos íntimos domiciliares (compartilhamento de escova dental e lâminas de barbear), através de acidentes pérfuro-cortantes, compartilhamento de seringas e de material para a realização de tatuagens e “piercings”.

5- Susceptibilidade Qualquer pessoa não imunizada, pessoas que compartilham seringas, pessoas que receberam transfusão sanguínea, etc.

6- Período de incubaçãoDe 30 a 180 dias (média em torno de 60 a 90 dias).

7- Período de transmissãoDuas a três semanas antes dos primeiros sintomas e mantém-se durante a evolução clínica da doença. O portador crônico pode transmitir por vários anos.

8- Sinais e sintomasOs sintomas da hepatite B podem aparecer no período de 4 semanas a 6 meses depois da pessoa ter sido infectada pelo vírus. Muitas pessoas que desenvolvem o tipo crônico da doença têm somente sintomas leves ainda que o vírus possa estar danificando o fígado. Os primeiros sintomas podem ser: perda de apetite, febre, mal-estar geral e fadiga. Outros possíveis sintomas incluem: urticária, dor em determinadas juntas e no caso dos fumantes, perda do gosto pelo cigarro. Sintomas que podem aparecer alguns dias depois: náusea e vômito, falta de ar e gosto amargo na boca, urina de cor marrom escuro, pele e olhos amarelados, dor logo abaixo das costelas do lado direito, principalmente quando pressionadas, fezes de cor pálida e intestino mais solto do que o normal. A hepatite pode causar danos permanentes para o fígado. Alguns sintomas destes danos: dor no lado esquerdo superior do abdômen devido a um aumento do baço, inchaço do estômago e das pernas, vermelhidão nas palmas das mãos, veias finas e compridas abaixo da pele ou facilidade de machucar-se, sangramentos no estômago ou esôfago.

9- TratamentoO tratamento usual para a hepatite B são repouso, uma dieta balanceada e abstinência de bebidas alcoólicas e certos medicamentos durante no mínimo 6 meses. Antibióticos não são eficazes no tratamento da hepatite. Exceto nos casos mais sérios, normalmente não se é necessária a internação hospitalar. Caso você fique fortemente desidratado, precisará ir ao hospital tomar soro por via intravenosa. Se você tiver hepatite B crônica precisará de esteróides ou tomar injeções de interferon, uma droga anti-vírus. Discuta estas possibilidades com o seu médico.

10- Vigilância epidemiológicaTem como objetivos conhecer a magnitude, tendência e distribuição geográfica e por faixa etária, visando fortalecer as atividades de vacinação em áreas ou grupos de maior risco. Deve ser feita a notificação e investigação de casos suspeitos e confirmados devem ser notificados e investigados, visando à proteção dos contatos não infectados.