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CADÊ? BRASIL 2016 CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM DADOS E ESTATÍSTICAS

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CADÊ?BRASIL2016 CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM DADOS E ESTATÍSTICAS

CADÊ?BRASIL2016 CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM DADOS E ESTATÍSTICAS

CADÊ? BRASIL 2016 CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM DADOS E ESTATÍSTICAS COORDENAÇÃO G ERALPROVÍNCIA MARISTA BRASIL CENTRO-NORTEInstituto Marista de Assistência Social - IMAS

COORDENAÇÃO G ERAL DO RE LATÓR IOIr. José Wagner da Cruz – Vice-PresidenteDilma Alves – Superintendente SocioeducacionalMilda Moraes – Diretora do IMAS

GRUPO DE TRABALHO I NTERPROV INC IALJimena Djauara N. C. Grignani – Província Marista Brasil Centro-Sul (Grupo Marista)Maria do Carmo – Província Marista Sul-Amazônia (Rede Marista)Milda Moraes – Província Marista Brasil Centro-Norte/PMBCN

PARCER IAS I NSTITUC IONAIS Província Marista Brasil Centro-Sul (Grupo Marista)Província Marista Sul-Amazônia (Rede Marista)União Marista do Brasil – UMBRASIL

PARCE I ROS ESTRATÉG ICOSFórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – Fórum Nacional DCAVisão Mundial

DESENHO GRÁFICOIluminura Estúdio EditorialFlávio Pala Moraes

Brasilia/DF, dezembro de 2016

APRESENTAÇÃO

Ao longo dos seis últimos anos, o caderno de dados “Crianças, Adolescentes em Dados e Estatísticas - CADÊ? Brasil” vem se consolidando e se atualizando como parte de um sistema importante que visa qualificar o debate e a incidência política, buscando seguir com os avanços e conquistas e deter os retrocessos nos direitos de crianças e adolescentes no país.

Em sua 5ª edição, o CADÊ? Brasil 2016 alinha-se à nova Agenda Global para o Desenvolvimento das Nações Unidas, e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). O CADÊ? Brasil 2016 traz 52 dos 60 indicadores apresentados na Agenda, que servirão de subsídio para monitorar 11 dos 17 ODS, sempre com o olhar direcionado às crianças e adolescentes.

Os principais indicadores desta edição têm foco na Primeira Infância, reconhecendo-a como uma fase crucial de desenvolvimento na vida de cada indivíduo e, portanto, carecendo de um investimento direcionado e crescente. Desta forma, o objetivo do CADÊ? Brasil 2016 é incentivar políticas públicas para o desenvolvimento de cada potencial humano e, consequentemente, para o desenvolvimento da nação.

CADÊ? BRASIL, PRINCIPAIS INDICADORES

Em 2013, do total de 2.904.027 nascidos 247.126 apresentaram baixo peso, ou seja, 8,51% dos nascimentos. Registraram percentuais de nascidos vivos com baixo peso ao nascer acima da média nacional: Amapá (8,76%), Minas Gerais (9,37%), Rio de Janeiro (8,99%), São Paulo (9,31%), Rio Grande do Sul (9,24%) e o Distrito Federal (9,63%).

Em relação a mortalidade por enfermidades respiratórias na faixa etária de 0 a 4 anos de idade, em 2014 foram registrados 2.869 casos, dos quais 55% estavam concentrados em seis Unidades da Federação, a saber: São Paulo (529 casos), Pará (252 casos), Rio e Janeiro (235 casos), Bahia (224 casos), Maranhão (191 casos) e Pernambuco (140 casos).

Em 2014 o Brasil registrou uma Taxa de Incidência de AIDS em Crianças Menores de 5 Anos de 1,2, o que representa 159 casos. Apresentaram as maiores taxas: Roraima 4,3 (2 casos), Rio Grande do Sul 4,1 (26 casos), Amazonas 3,7 (13 casos), Alagoas 2,4 (6 casos), Espírito Santo 2,4 (6 casos) e Mato Grosso do Sul 2,2 (4 casos).

A Distribuição % de Doses Aplicadas da Campanha de Atualização da Caderneta de Vacinação por Faixa Etária refere que em 2013 foram aplicadas 3.545.731 de doses, o que representa 26,76% do total de crianças até 4 anos de idade que se encontram com caderneta de vacinação atualizada.

A proporção de crianças menores de 5 anos abaixo do peso ideal, em 2015, era de 6,46%, o que representava um universo de 134.845 crianças que apresentavam magreza acentuada e 129.889 que apresentavam magreza. Os estados que apresentaram as maiores proporções de crianças menores de 5 anos abaixo do peso foram: Maranhão (8,81%), Piauí (8,35%), Sergipe (7,79%), Tocantins (7,7%), Goiás (7,68%), Pernambuco (7,62%), Bahia (7,52%), Pará (7,25%) e Rondônia (7,1%).

A partir dos principais indicadores, foi realizada a tabulação dos dados, sempre na escala da situação mais confortável, considerando sempre o enfoque nos direitos da criança e do adolescente, para a situação mais desconfortável. Neste sentido, a CADÊ? Brasil 2016 traz a posição que cada Unidade da Federação ocupa em relação a garantia dos direitos humanos de crianças na Primeira Infância, considerando o conjunto de indicadores selecionados para tanto.

CADÊ BRASIL, DEMOGRAFIA?

Na área urbana, em 2008, havia 46.316.065 crianças e adolescentes e em 2014, este número passou para 45.001.548. Na contramão da tendência nacional, Acre, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piaui, Rondônia, Roraima, São Paulo, Santa Catarina e Tocantins apresentaram aumento nesta população.

Na área rural caiu de 10.927.744 em 2008 para 9.493.271 em 2014. Em contraponto, as Unidades da Federação do Acre, do Amapá, da Bahia, do Distrito Federal, do Espírito Santo, de Goiás, de Mato Grosso do Sul, do Piaui, de Rondônia, de Roraima, de São Paulo, de Santa Catarina e do Tocantins apresentaram aumento nesta população.

Configuração da população infantojuvenil em 2014:

Por faixa etária:

Na área urbana: 20,54% (de 0 a 4 anos), 22,13% (de 5 a 9 anos), 23,88% (de 10 a 14 anos) e 16,02% (de 15 a 17 anos).

Na área rural: 3,96% (de 0 a 4 anos), 4,66% (de 5 a 9 anos), 5,47% (de 10 a 14 anos) e 3,33% (de 15 a 17 anos).

Por raça/cor:

27.289.171 (50,07%) se declararam pardos. 23.237.051 (42,64%) se declararam brancos. 3.547.854 (6,51%) se declararam pretos. 258.918 (0,48%) se declararam indígenas. 161.825 (0,30%) se declararam amarelos.

A série histórica de 2008 para 2014 mostra redução na população infantojuvenil declarada branca (-2.527.901), parda (-817.704) e amarela (-60.156). Houve aumento da população declarada preta em mais 591.659 e indígenas em mais 117.894 crianças e adolescentes.

Os dados indicam queda na taxa bruta de natalidade no Brasil que, em 2007, era de 16,56 caindo para 14,66 em 2014, com uma diferença

Redução de

2,84% da

população

infantojuvenil

no país

Queda de 1,90

na taxa bruta

de natalidade

no Brasil.

Em 2014,

82,57% da

população

infantojuvenil

estava

localizada na

área urbana

e 17,43% na

área rural.

50,07%

6,51%0,30%0,48%

42,64%

proporcional de 2014 em relação a 2007 de (-1,90). De 2007 para 2014, apresentaram aumento nas taxas: Espírito Santo (0,02%), Rio de Janeiro (0,39%), Paraná (0,36%), Santa Catarina (0,28%), Rio Grande do Sul (0,73%), Mato Grosso do Sul (0,20%) e Mato Grosso (1,19%).

CADÊ BRASIL, CIDADANIA?

Os dados indicam diminuição no número de crianças menores de 1 ano sem registro de nascimento. Em 2008, os registros indicaram 160.262 crianças nesta situação, passando, em 2014, para 37.380.

Em 2013 o universo de menores de 14 anos considerados extremamente pobres era de 7.420.590 (16,54% desta população) e em 2014 passaram a ser 6.881.785, o equivalente a 15,67% da população nesta faixa etária. Acre (28,76%), Amazonas (26,84%), Pará (26,93%), Maranhão (41,40%), Pernambuco (27,05%) e Bahia (28,67%) apresentam os maiores índices.

Em se tratando dos menores de 14 anos pobres, em 2013 existiam 11.885.363 (26,49%) nesta condição e em 2014 os dados indicam um total de 11.641.968, o que representa 26,50% deste universo. Amapá (35,54%), Piauí (36,19%), Ceará (36,12%), Paraíba (38,88%), Alagoas (39,14%) e Sergipe (35,69%) são as unidades da Federação com os maiores percentuais.

CADÊ BRASIL, SAÚDE?

A Taxa de Mortalidade Infantil (por 1.000 nascidos vivos), no Brasil, caiu de 15,02 em 2008, para 13,63 em 2011 e para 12,90 em 2014. A diferença percentual de 2008 para 2014 é de -2.12%. Apresentaram taxas abaixo da média nacional: Ceará (12,29), Distrito Federal (11,40), Espírito Santo (11,30), Goiás (12,85), Minas Gerais (11,34), Paraná (11,20), Rio de Janeiro (12,71), Rio Grande do Norte (12,85), Rio Grande do Sul (10,67), São Paulo (11,46), Santa Catarina (10,11) e Tocantins (12,67). As maiores taxas de mortalidade infantil foram verificadas em Roraima (20,23), Amapá (18,07), Bahia (16,42) e Acre (16,98).

15,67% dos

menores de

14 anos são

extremamente

pobres e

26,50% são

pobres.

Cai a taxa de

mortalidade

infantil de

15,02 em 2008

para 12,90 em

2014

Em 2014, os dados indicam 278.667 mães adolescentes: 28.177 (de 12 a 14 anos) e 250.490 (de 15 a 17 anos).

Os dados acerca da mortalidade infantil por faixa etária das mães revelam que, em 2014, foram registrados 7.631 casos dos quais 636 filhos de mães de 10 a 14 anos e 6.995 filhos de mães de 15 a 19 anos.

Em 2015 foram registradas 17.639 internações hospitalares de crianças e adolescentes por dengue, 273.790 internações por enfermidades infecciosas e 520.388 internações por enfermidades do aparelho respiratório.

Em 2014, foram registradas 11.585 mortes na faixa etária de 5 a 17 anos por causas externas.

» 3.544 na faixa etária de 5 a 14 anos e 8.041 na faixa etária de 15 a 17 anos.

» São Paulo, Bahia e Minas Gerais registraram os maiores números de casos de mortalidades por causas externas, respectivamente de 1.433, 1.139 e 947 registros.

• Por acidente de trânsito foram 2.787 mortes• Por suicídios foram registradas 505 mortes• Por homicídio foram registradas 5.714 mortes

CADÊ BRASIL, EDUCAÇÃO?

Em 2008, havia 768.020 de crianças até 3 anos, de um universo de 10.726.657, matriculadas em creches da rede pública – o que representava 7,16% do total. Em 2014, o número passou para 1.691.998 matrículas em creches da rede pública, de um total de 10.538.493 crianças nesta faixa etária – 16,06% do total.

O Brasil registrou, em 2008, 2.101.087 de um universo de 8.724.562 crianças de 4 a 6 anos matriculadas na pré-escola, o equivalente a 24,08%. Em 2014, o percentual saltou para 42,65%, ou seja, 3.551.964 matrículas na pré-escola da rede pública de um total de 8.323.660 crianças nesta faixa etária.

Em 2014 foram registradas 35.778.259 matrículas de crianças e adolescentes na rede pública de ensino, das quais 602.439 matrículas de pessoas com algum tipo de deficiência – 1,68% do total. Os principais

16,06% de

crianças até 3

anos estavam

matriculadas

em creches

públicas em

2014

42,65%, das

crianças de

4 a 6 anos

matriculadas

na pré-escola

pública.

registros foram: deficiência intelectual (400.957), deficiência física (81.681), autismo infantil (57.856) e baixa visão (52.146).

» 5,05% de escolas públicas na área urbana e 29,81% na área rural não possuíam banheiro dentro do prédio escolar em 2014, o que representava 24.169 escolas.

» Em 2014, 73,72% de escolas públicas na área urbana não possuíam acesso para deficientes ou banheiros adaptados, ou seja 61.422 escolas e 95,98% das escolas públicas na área rural, o que significa 64.279 escolas.

» Educação de Jovens e Adultos na rede pública em 2014 – matrículas na faixa etária de 6 a 17 anos:

• 90.552 matrículas do 1º ao 5º ano.• 545.486 matrículas do 6º ao 9º ano.• 18.017 matrículas no Ensino Médio.

» Em 2014, o Brasil registrou 88,02% da população infantojuvenil de 5 a 17 anos alfabetizados, o que representava um universo de 36.213.228 crianças e adolescentes.

CADÊ BRASIL, HABITAÇÃO?

Condições estruturais de residência da população até 17 anos em 2014:

Área Urbana

» 979.985 não possuíam água encanada;

» 14.715.867 não possuíam rede de esgoto;

» 19.024 não possuíam energia elétrica;

» 386.757 viviam em residência com construção precária.

Área Rural

» 2.793.006 não possuíam água encanada;

» 7.347.971 não possuíam rede de esgoto;

» 227.301 não possuíam energia elétrica;

» 643.115 viviam em residência com construção precária.

Em 2014, da população infantojuvenil do país, 3.936.890 viviam em favelas/comunidades:

» Até 4 anos – 987.655

» De 5 a 9 anos – 1.061.115

» De 10 a 14 anos – 1.194.772

» De 15 a 17 anos – 693.327

CADÊ? BRASIL, ECONOMIA?

Em 2014, os dados indicam uma população de 3.117.746 adolescentes de 12 a 17 anos economicamente ativa ocupada.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2013, foram registrados 3.716 acidentes de trabalho entre crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, o que representa um aumento de 709% em relação a 2007. Em relação ao número de acidentes fatais de trabalho entre criança e adolescentes de 5 a 17 anos, no ano de 2013 foram 32 registros, implicando em um aumento de 540% no número de acidentes fatais de trabalho vitimando crianças e adolescentes.

CADÊ BRASIL, JUSTIÇA?

» Em 2013, os registros indicam 23.066 adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de privação de liberdade. Maiores concentrações:• 9.264 - São Paulo• 1.690 - Pernambuco • 1.562 - Rio de Janeiro

» Em 2014, foram registrados 4.725 homicídios de crianças e adolescentes por arma de fogo.• 1.935 casos de adolescentes com 17 anos de idade.• 1.395 casos de adolescentes com 16 anos de idade.• 754 casos de adolescentes com 15 anos de idade.• 347 casos com 14 anos

Chefiadas pelos Pais

13.714.922 famílias

51,54%

Chefiadas pelas Mães

12.897.106 famílias

48,46%

51,54% das

famílias com

filhos até 17

anos e com

renda mensal

de até dois

salários

mínimos eram

chefiadas

pelos pais,

em 2014

» Número de homicídios na população de 15 a 24 anos, por raça/cor, entre os anos de 2009 a 2014

Brancos

2009 - 4.430

2014 - 4.347

Negros

2009 - 13.049

2014 - 16.306

CADÊ BRASIL, LEGISLAÇÃO?Os dados de 2014 indicam a existência de 5.481 Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente em 98,40% dos Municípios brasileiros.

Registros de 2013 revelam 5.906 Conselhos Tutelares ativos, o que representa 434 Conselhos Tutelares a mais que 2009.

RECOMENDAÇÕESO CADÊ? Brasil 2016 revela, em sua série histórica, a situação dos direitos da criança e do adolescente, que o país apresenta trajetória de melhoria na maioria dos indicadores, o que referenda a importância da incidência política por parte da sociedade civil. No entanto, alguns indicadores refletem situações de violações de direitos humanos de crianças e adolescentes, que culminam, infelizmente, na violação do direito à vida.

O relatório consiste em importante ferramenta para incidência política e controle social, a ser utilizada pela sociedade civil no âmbito dos Fóruns dos Direitos da Criança e do Adolescente – nacional e estaduais –, possibilitando o alinhamento e qualificação das representações institucionais com o poder público.

O documento serve como subsídio para gerenciamento de informações, para construção de posicionamentos institucionais, na tomada de decisão e na execução de temas estratégicos, em especial para deliberações dos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente; para construção dos Planos Decenais Estaduais/Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente; e para construção do relatório alternativo a ser apresentado ao Comitê dos Direitos das Crianças das Nações Unidas, para apoiar o monitoramento de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS relacionados aos direitos da criança e do adolescente.

É recomendável que sejam realizados relatórios de monitoramento estaduais/municipais (CADÊ? Estadual/Municipal), com vistas a aproximar ainda mais os dados das realidades locais, qualificando as intervenções e a incidência política e o controle social na garantia dos direitos humanos de crianças e adolescentes.

R EALI ZAÇÃO

www.marista.edu.br/cade

PARCE R IA