cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do … · 2020. 8. 17. · cada vez mais...

8
Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do ensino superior UNIVERSIDADES Mário Cordeiro: o pediatra que não podia ver sangue P.6 “Cidades Inteligentes” vão tornar-se realidade em breve. P.5 ‘Field Labs’ da Nova aproximam os alunos do dia-a-dia das empresas. P.4 Bruno Barbosa Operfil do professor universitário está a mudar. São cada vez mais as mulheres (44%) e os doutorados (43%), segundo o mais recente estudo do GPEARI. P.2/3 PUB Este suplemento faz parte integrante do Diário Económico Nº 5204 e não pode ser vendido separadamente | 28 Junho 2011 Arminda Alves é a primeira mulher a desempenhar o cargo de directora do departamento de Engenharia Química da Faculdade de Engenharia, da Universidade do Porto.

Upload: others

Post on 21-Aug-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do … · 2020. 8. 17. · Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do ensino superior UNIVERSIDADES Mário Cordeiro:

Cada vez mais mulheres e doutoradosentre os docentes do ensino superior

UNIVERSIDADES

Mário Cordeiro:o pediatraque não podiaver sangue P.6

“CidadesInteligentes” vãotornar-se realidadeem breve. P.5

‘Field Labs’ da Novaaproximam osalunos do dia-a-diadas empresas. P.4

BrunoBarbosa

O perfil do professor universitário está a mudar. São cada vez mais as mulheres (44%)e os doutorados (43%), segundo o mais recente estudo do GPEARI. P.2/3

PUB

Este suplemento faz parte integrante do Diário Económico Nº 5204e não pode ser vendido separadamente | 28 Junho 2011

Arminda Alves é a primeira mulher adesempenhar o cargo de directora dodepartamento de Engenharia Química

da Faculdade de Engenharia, daUniversidade do Porto.

Page 2: Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do … · 2020. 8. 17. · Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do ensino superior UNIVERSIDADES Mário Cordeiro:

Diário Económico – Terça-feira 28 de Junho 2011

Homem. Português. Profes-sor do sector público commais de 40 anos. Este é, etem sido, o perfil geral dodocente do ensino supe-rior em Portugal. Os nú-meros mais recentes doGabinetedePlaneamento,

Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais(GPEARI) mostram, no entanto, que podem estarparabrevesériasmudançasnopanorama.

Umadasprincipaisevoluçõesquesetemnotadoé o aumento do número de mulheres na carreiradocente. Como se pode explicar, então, este cresci-mento? “Competência das mulheres sempre hou-ve”,explicaArmindaAlves,aprimeiramulherade-ter o cargo de directora dodepartamento deEnge-nharia Química da Faculdade de Engenharia daUniversidade doPorto (FEUP). “Oque temhavidoéumacréscimodaentradademulheresaoníveldalicenciatura. Istoapardeumamaiordisponibilida-dedasmulheresparaestescargos”.

A professora acrescenta também que nuncasentiu qualquer resistência por parte dos docentesjáestabelecidosnafaculdade,predominantementehomens. “O que sinto é que para amulher se tornamaisdifícil terumaactividadeprofissionalmais in-tensademodoaquesejamreconhecidas.Parache-garacargosdechefiaéprecisofazermuitomaisho-ras. Filhos, por natureza, ocupam muitas horas emuitas mulheres não estão dispostas a fazê-las”,apontaArmindaAlves.

Osnúmeros do estudo “Docentes doEnsinoSu-perior:2001a2009”doGPEARIapontamnumain-versão dessa tendência. Se em 2001, o número demulheres docentes era de 14.571, em2009 esse nú-mero encontra-se nos 15.756. Inversamente, aquantidade de docentes masculinos desceu de21.169para20.459.Noespaçodeoitoanos,apercen-tagemdemulheresatrabalharcomoprofessorasnoensinosuperiorportuguêssubiude41%para44%.

Será, noentanto, plausível esperarqueessaper-centagem chegue aos 50%, acompanhando a ten-dência que se tem registado nos alunos? “Não vejoporquenão”,salientaArmindaAlves.“Écomcerte-za possível virmos a ter uma divisão de 50/50 deprofessores entrehomens emulheres. Como tem-po, com amelhoria das estruturas de suporte, comcada vezmaismulheres a tirarem pós-graduações,nãovejoporquenãopossaserpossível”.

É essa também a opinião de Alberto Castro, di-rector do MBA da Escola de Gestão Empresarial(EGE)daUniversidadeCatólicadoPorto, que con-sidera esta evolução “fruto da democratização doensino e da abertura paritária das instituições deensinosuperioraoempregodehomensemulheres.Embora continue a haver escolas ou profissões emque os homens dominarão, como, por exemplo, al-guns ramos de engenharia, a tendência, inelutável,é para a paridade ou,mesmo, o domínio do empre-gofeminino”,acreditaoprofessor.

PortugaltemcadavezmaisdocentesdoutoradosOutra tendência em considerável crescimento,mais acentuada ainda que o aumento da presença

U/2 TEMA DE CAPA

feminina na docência, é a forte aposta na qualifi-cação académica dos professores no ensino supe-rior. “No início dos anos 80, contavam-se pelosdedos dasmãos o número de doutorados emeco-nomiae,emgestão,aindaseriammenos”, recordaAlberto Castro. “A liberdade de movimentos, aglobalização, a comparação internacional, tudoisso contribuiu para as políticas públicas de fo-mentodaformaçãoavançadadosdocentes”.

Em 2001, a percentagem de docentes com ograu de doutor era de apenas 27%. Oito anos de-pois, esse número cresceu para 43%. De facto, osnúmeros do GPEARI mostram um aumento de9.465 para 15.423 emprofessores doutorados, umaumentode63%quesenotoudoensinouniversi-tárioaopolitécnico,dopúblicoaoprivado.

“No nosso departamento não temos nenhumprofessor que não seja doutorado. É essa clara-mente a tendência”, confirma Arminda Alves, daFEUP. A professora lembra, aliás, que os núme-ros podem nem representar a realidade comple-ta. Muitos doutorados começam a já não ter se-quer vaga garantida para a entrada na docência.“No nosso departamento temos 20 jovens inves-tigadoresdoutorados,masnão temoscapacidadepara os absorver. Temos de criar uma soluçãopara os nossos jovens. Um dos nossos investiga-dores doutorados terminou o contrato de traba-lho cá e foi para um cargo de docente numa uni-versidadederelevonaBélgica”,nota.

IdademédiadosprofessorescontinuaaaumentarSe em algumas áreas se têm verificado evoluçõesemudanças no ‘statu quo’, noutras verifica-se al-guma estabilidade. Assim, registou-se, de 2001para 2009, umaumento dedocentes nas áreas de“Saúde eProtecção Social” (passoude4.654para6.266), de “Serviços” (passoude 1.339para 1.655)e de “Educação” (passou de 2.281 para 2.261), aárea de “Ciências Sociais, Comércio e Direito”(25%dototaldedocentesemPortugal) continuaa ser, em todos os anos em estudo, amais signifi-cativa. “São áreas em que houve um aumento deoferta que, a prazo, exigemais docentes”, explicaAlberto Castro, que nota, no entanto, que existeuma forte procura “induzida pela ilusão do em-pregopúblicoque tendeaprevaleceremalgumasdasáreasquemais cresceram”.

Uma tendência preocupante tem sido o pro-gressivo envelhecimento da população docente.Fruto de uma diminuição da abertura de con-cursos na carreira, a idade média dos professo-res do ensino superior não tem parado de cres-cer, especificamente de 41 para 44 anos, entre2001 e 2009.

A explicação para este envelhecimento é sim-ples. “Na sequência da generalização do processodedoutoramento, os lugares de topo foramocupa-dosporpessoasainda jovensqueosmantêmatéaolimitede idade,peloqueamédia tenderáaaumen-taratécomeçaremareformar-seoujubilar-se”,dizAlbertoCastro.OdirectordoMBAdaEGEacredi-ta, porém, que não é de estranhar que “dentro depoucos anos, quando essa geração inicial se come-çarareformar,aidadebaixe”.■PedroQuedas

O perfil do professorestá a mudarMais mulheres na carreira docente e maior aposta na qualificação académica são as duasgrandes tendências. Já o envelhecimento da classe mantém-se.

Apercentagemde docentescom o graude doutor era,em 2001,de apenas 27%.Oito anosdepois,esse númerocresceupara 43%.

Page 3: Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do … · 2020. 8. 17. · Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do ensino superior UNIVERSIDADES Mário Cordeiro:

Diário Económico – Terça-feira 28 de Junho 2011

Osol, as praias, a possibilidade de teruma carreira numpaísmediterrâni-cosemdeixaraEuropa.Osprofesso-res estrangeiros sempre citaram es-

tas como as razões para viremensinar para Por-tugal. No entanto, depois de anos em que o seunúmeroaumentavadevagar, em2009verificou-se um aumento dos docentes estrangeiros emPortugal. Uma prova de que não é só por causadoclimaqueosprofessoresdeoutrospaísesvêmparaPortugal.

Entre 2001 e 2008, Portugal tinha cerca de1.100 a 1.200 professores estrangeiros no país.Oanode2005viu entrarmais destes docentes,ficando a soma a 1.262, mas os três anos se-guintes foram de decréscimo do número deprofessores estrangeiros a ensinar nas univer-sidades e politécnicos portugueses. Em 2008tinham voltado a ser cerca de 1.100. No entan-to, em 2009, eram 1.400 os professores de na-cionalidade estrangeira nas instituições de en-sino superior portuguesas.

Um dos factores que pode ter contribuídopara este crescimento é a concretização dosprotocolos entre universidades portuguesas edos EUA, como o MIT, a University of Texas-Austin ou a Carnegie Mellon University. Aliás,o número de professores doContinente ameri-cano foi um dos quemais aumentou, passandode249, em2008, para303em2009.

“A livre circulaçãodepessoas tambémseha-via de vir a reflectir naAcademia, talvez o espa-ço em que as ideias mais rapidamente circu-lam”, justifica tambémAlbertoCastro, directordo MBA da Escola de Gestão Empresarial, daUniversidade Católica do Porto. As pessoascomuma formação superior, sobretudo se já ti-verem uma carreira internacional, “têm umagrande apetência para a mobilidade interna-cional”.AlbertoCastro salienta aindaque “comos mercados de trabalho mais liberalizados, asinstituições de ensino superior têmumamaior‘pool’ por onde escolher e, se lhes aparecemprofessores competentes de outras nacionali-dades, nãohá razãoparaosnãoescolher,mais amais quando o inglês começa a ser a línguafrancanoensino superior”.

As origens destes professores ficam sobre-tudo no Velho Continente (900 dos 1.400 do-centes estrangeiros em Portugal, em 2009). Osistema de ensino onde mais se notou o au-mento dos docentes estrangeiros foi o univer-sitário privado, onde passou a haver 330 pro-fessores de outras nacionalidades, quando em2008 eram236. ■ AndreaDuarte

U/3

Cada vez maisdocentesestrangeirosO números de docentes de nacionalidadeestrangeira em Portugal deu um salto,depois de uma evolução estável de anos.

44%Apercentagemdemulheres docentesno ensino superior aumentou para 44%.

Omaior aumento verificou-se no sistema de ensinouniversitário privado, ondeo número de docentes deoutras nacionalidades subiude 236 para 303 num ano.

Infografia: Susana Lopes | [email protected]

Page 4: Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do … · 2020. 8. 17. · Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do ensino superior UNIVERSIDADES Mário Cordeiro:

Diário Económico – Terça-feira 28 de Junho 2011

11Número de ‘field labs’ à disposição

dos alunos daNova SBE.

Aligaçãoentreauniversida-de e omundo do trabalhoestánabocadetodaagen-te. Porém, quando os alu-nosdeixamasaladeaulaerumam ao escritório, a

conversa muda de tom. Para facilitar essatransição, amaior parte dos alunos procu-ram estágios. Mas “é muito difícil encon-trar estágios de qualidade”, lembraDanielTraça, subdirector de estudos pré-expe-riência da Nova School of Business andEconomics (NovaSBE).Assim, esta escolaestá a lançar uma nova tendência: os ‘fieldlabs”, ouexperiênciasde campo, que já co-meçaramháquatroanosejávãoem11.“Osalunos replicam o ambiente de trabalhocomo se estivessema trabalhar numa em-presa”, esclarece Daniel Traça. Isso quan-do não trabalham, efectivamente, com aempresa, comoacontece nos ‘field labs’ daprofessoradeGestãoLuísaAgante.

“ANestlépropõe,no iníciodecada se-mestre, umconjuntode temas genéricosque preocupamos seus gestores demar-cas, ou seja, os problemas de pesquisaque interessariam aos profissionais re-solver.Depois, no final, aNestlé analisaotrabalhode todosos alunos edecidequalo vencedor”, explica Luísa Agante. Osalunos resolvem os problemas, os seustrabalhos são publicados em revistascientíficas ou submetidos a conferênciase, alémdisso, o “aluno vencedor” temdi-reito aumestágionaNestlé.

Emtermosacadémicos, “o ‘field lab’de

‘Children Consumer Behaviour’ consistenuma oportunidade para os alunos reali-zarem trabalhos de tese de mestrado emtorno do comportamento do consumidorinfantil”, frisa Luísa Agante. Ou seja, éuma forma de os alunos completarem omestrado ao mesmo tempo que entramnomercadodetrabalho.

“Aprendi mais com o ‘field lab’ doque com qualquer cadeira domestrado,por ter de aprender e trabalhar sozi-nha”, afirma Sara Ricardo, aluna daNova SBE. Sara fez o ‘equity research’do Millenium BCP, segundo “algumasinstruções” de uma orientadora e ava-liou a empresa, a partir das informa-ções que obtinha todos os dias junto da‘investors relations’ do banco.

MiguelRomano, por sua vez, teve uma“introduçãoàconsultoria”naprática.To-dos os meses, durante um trimestre,apresentou resultados dos parâmetrospedidos à administração da ANA, numa“experiência muito produtiva” para esteestudante. “No início não sabemos qual éa empresa, somos seleccionados atravésde entrevistas e não temos qualquer li-berdade para escolher os outros mem-bros da equipa”, constituída por três ele-mentos,dizMiguelRomano.

O envolvimento empresarial é “gran-de, continua Daniel Traça. Por exemplo,nos ‘Nova Management ConsultingLabs’, “os alunos apresentam as conclu-sões aos próprios elementos dos ‘boards’dasempresas.■ AndreaDuarte

Pau

lloFigueiredo

FGFDGDFGDFGDFGD

‘Field labs’ aproximamalunos das empresasExperiências de campo permitem a ligação ao mundo de trabalho e são a respostada Nova School of Business &Economics à falta de estágios.

U/4 EMPREGO

MESTRADOS

ComaescolhadeNunoCratopara tute-lar as pastas do Ensino Superior eCiência, e confiando que este não sedeixará consumirexclusivamentepela

pasta da Educação, espera-se uma intervençãoque vise resolver os problemas imediatos comuma visão de futuro, num processo que precisada colaboraçãode todos, valorizando as pessoas,as instituiçõeseoconhecimento.

O Sindicato Nacional do Ensino Superior(SNESup)enviou já aonovoministroumaexpo-sição, com pedido de audiência, de que destaca-mosasseguintespreocupações:

- O estabelecimento demecanismos de diá-logo e de concertação no quadro do sistema deensino superior público, envolvendo o Minis-tério de tutela, o Conselho de Reitores dasUniversidades Portuguesas, o Conselho Coor-denador dos Institutos Superiores Politécni-cos e as associações sindicais de docentes e deinvestigadores;

- A promoção, em concertação com as asso-ciações sindicais eaassociaçãopatronaldosec-tor, da regulação do exercício da docência e in-vestigação no ensino superior particular e coo-perativo;

- A garantia da participação das associaçõessindicais na interpretação da legislação relati-va às carreiras e na elaboração de todos os re-gulamentos previstos nos Estatutos, bemcomoo reforço do recurso à resolução alterna-tiva de litígios;

- A criação de condições para uma investiga-ção independente promovendo boas práticas decontratação em termos de emprego científico edocente, e para a integração dos jovens cientis-tas doutorados tanto no sistema científico na-cionalcomonoensinosuperior.

Esperamos tambémsinaisnosentidodeumamaior qualidade das aprendizagens em detri-mento da procura de um sucesso escolar mera-menteestatístico(contrariandoapressão infelizde algumas instituições para a não reprovaçãode alunos fazendomesmo depender a avaliaçãodosdocentesdastaxasdeaprovaçãodosalunos).

Emmatéria de Estatutos deCarreira preten-demos voltar a colocar sobre a mesa algumaspropostas que não foram atendidas na revisãofeitaem2009.

O SNESup aguarda o início do diálogo como ministro Nuno Crato (sem deixar de terpresente que as instituições do ensino supe-rior e os seus docentes e investigadores serãotambém condicionados pelos Ministros quetêm na sua dependência o Orçamento, a Ad-ministração Pública e o Trabalho) na certezade que com abertura e determinação serápossível melhorar a qualidade do ensino su-perior e ciência ajudando a construir um fu-turomelhor. ■

Ensino superior eciência: novo ministro,novas expectativas

OPINIÃO

ANTÓNIO VICENTEPresidente da direcção do Snesup(SindicatoNacional do Ensino Superior)

“Aprendi maiscom o ‘field lab’do que comqualquer cadeirado mestrado, porter de aprendere trabalharsozinha”, afirmaSara Ricardo,aluna da NovaSBE, que fez o‘equity research’do Millenium BCP.

Nos ‘field labs’, osalunos da Nova SBEreplicam o ambientede trabalho como se

estivessem a trabalharnuma empresa.

Page 5: Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do … · 2020. 8. 17. · Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do ensino superior UNIVERSIDADES Mário Cordeiro:

Diário Económico – Terça-feira 28 de Junho 2011

Qual é o seu estilo de liderança?”, per-guntou Nelson Mandela. “Peloexemplo, senhor presidente”, res-pondeu o capitão da equipa derâguebi da África do Sul para, pouco

depois, ouvir o presidente dizer-lhe “às vezestem de ser pela inspiração”. A conversa ocorrianogabinetedopresidente, poucoantesdo iníciodo campeonato domundo que iria ter lugar na-quelepaís.À saída, perante a curiosidadedamu-lher, François Pinear, diz-lhe, meditativo, “achoqueelequerquesejamoscampeões”.

Esta cena, parte do filme Invictus, de ClintEastwood, reflecte dois possíveis estilos, cami-nhos,nãoapenasde liderançamasdealcançarob-jectivos.Eopontoé,exactamente,este:osresulta-dos. Ao contrário do que possa parecer, e do quecerto tipo de comunicação social inculca, a lide-rança é relevantenão enquantoprotagonismo in-dividual, mais ou menos “hollywoodesco”, mascomo factor, porventura essencial, para o desem-penhodasorganizações,quaisquerqueelassejam.É assimnodesporto, nas empresas, nos governos.Quem,embriagadopelos flashes, seesquecedisso,rapidamente conduz o colectivo a um beco semsaída.Umlídersóoéenquantotiverquemosiga.

Questãocontroversaé saber seaaptidãoparaliderar é inata ou pode ser aprendida (e ensina-da?)eseascompetências (ouquais?) sãouniver-saise transferíveis,deactividadeparaactividadee de organização para organização. As conclu-sões parecem apoiar a tese de que não há quemtenha o “toque de Midas”. Os super-líderes, talcomo os super-gestores, que tudo resolvem, sãofiguras mais mitológicas que reais. Bons líderessão factores de sucesso,mas delegar a resoluçãodosproblemasemalguémprovidencial, tantonapolítica, como na economia, é uma atitude peri-gosa,meiocaminhoandadoparaofracasso.

A liderança é uma prática e, dizem alguns,uma arte. Não basta ler os livros todos, nemfazer os cursos todos para se passar a ser umlíder. Como não basta querer ou pretenderpara o ser. Não há dois líderes iguais. Mas detodos se pode aprender alguma coisa, ouvin-do-os, estudando-os. Há erros que todos co-meteram e se aprende a não repetir. Há prin-cípios que todos seguem e que se estudam,porventura se estranham e, depois, se entra-nham. Para isso é útil haver umespaço de par-tilha, sistemática, de saberes e experiências,pessoais e organizacionais, um espaço quepermita a experimentação. As escolas de ges-tão propiciam-no e os MBA são uma das ins-tâncias em que todas aquelas condições deaprendizagemmelhor se concretizam. ■

Eu lidero,tu lideras

FORMAR LÍDERES

Questão controversaé saber se a aptidãopara liderar é inataou pode ser aprendida(e ensinada)?

U/52020Data apontada para se começarema ver osprimeiros traços de “Cidades Inteligentes”.

ALBERTO CASTRODirector doMBAdaEscola de Gestão Empresarial

“Cidades Inteligentes”já não são futurologia

INVESTIGAÇÃO

IST lidera projecto queestuda o uso das novastecnologias para criarcidades mais eficientes.

Uma cidade em que ailuminação públicaé desligada automa-ticamente quandonãoénecessária, emqueaelectricidadeé

distribuída para os locais com maiorconsumo, em que o sistema de GPSde cada carro está coordenado com osistema de tráfego urbano. Esta novaforma de pensar a vida urbana, a quese deu o nome de “Cidade Inteligen-te” (ver caixa), está a ser vista cadavez menos como uma utopia futuris-ta e mais como uma realidade do fu-turopróximo.

Nesse sentido foi criado o “Projec-toNet!Works”,umconsórcioeuropeude fabricantes eoperadoresde teleco-municações e universidades, lideradopelo Instituto Superior Técnico, queestá a traçar a estratégia de desenvol-vimento para as telecomunicaçõesem2020, identificandoaindaasopor-tunidades e as aplicações que as tele-comunicações podem ter noutrossectoresdeactividade.

Quão próxima está então esta rea-lidade? “Muitada tecnologia já existe,tratando-se ‘apenas de a aplicar”, ex-plica o professor Luís Correia, do de-partamento de Engenharia Electro-técnica e de Computadores do Insti-tuto Superior Técnico. “Claro que aimplementação requer um esforçoconjunto das autoridades locais, dasempresas na área das tecnologias deinformaçãoecomunicação, ede todasas outras empresas nos outros secto-res de actividade, desde transportespúblicos a hospitais, passando pordistribuição de energia, comunicaçãosocial,bancos, comércio”,aponta.

O professor do Técnico lembratambém que o processo de aplicação

prática destes conceitos não é auto-mático. “Há também que introduziroscidadãosaosnovosserviços,oqueésempre um processo gradual. Aindaassim, espera-se que em2020 já exis-tammuitos serviços integradosnumaperspectivadeCidadeInteligente”.

Outra questão a ter em conta écomo Portugal se compara à comuni-dade internacional neste sector emevolução. Actualmente, bastante bem.“Claro que há assimetrias locais, quesevãotornarevidentesnumdesenvol-vimento não uniforme, mas é só umaquestãodetempoatéàsuageneraliza-ção”, acredita Luís Correia. “É reco-nhecido que Portugal evoluiu muitonosúltimosanosemtermosdeciênciae tecnologia, não só nas universidadese centros de investigação, mas tam-bém,esobretudo,naáreaempresarial,através da criação de novas empresasemmuitasáreasdetecnologias”.

Uma das principais razões paraeste crescimento conjunto parte damaior colaboração entre as univer-sidades e empresas, importante nãosó para o desenvolvimento da inves-tigação científica, de ummodo geral,mas tambémpara os objectivos con-cretos do “Projecto Net!Works”. “Asuniversidades contribuem com umavisão mais avançada e futurista dastecnologias e das suas aplicações,enquanto as empresas, além de tam-bém contribuírem nesses aspectos,se encarregam, naturalmente, dedesenvolver produtos e serviçospara serem lançados no mercado”,explicaLuísCorreia.■ Pedro Quedas

Luís Correia, do InstitutoSuperior Técnico, que liderao “Projecto Net!Works” ,consórcio europeu que juntaempresas e universidades.

Pau

laNunes

“Muita da tecnologiajá existe, tratando-se‘apenas’ de aaplicar”, explica oprofessor Luís Correia,do Técnico.

TECNOLOGIAS

O que é uma “Cidade Inteligente”?Uma “Cidade Inteligente” é umamaneira de olhar uma cidade como uma infra-estrutura global, onde os serviços são suportados em tecnologias de informaçãoe comunicação. “Tem o objectivo de aumentar a qualidade de vida dos cidadãos,e melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços prestados por autoridades públicase por empresas”, explica Luís Correia, professor do departamento de EngenhariaElectrotécnica e de Computadores do Instituto Superior Técnico. “Esta perspectivarequer uma perspectiva integrada de uma cidade e das suas infra-estruturas,incorporando, para além dos aspectos tecnológicos, as perspectivas económica, sociale política”. Assim, identificaram-se seis dimensões que compõem as “CidadesInteligentes”: económica (competitividade), pessoal (capital social e humano), governo(participação), mobilidade (transportes), ambiente (recursos naturais) e vivência(qualidade de vida). Omodelo de organização urbana em “Cidades Inteligentes” játem sido aplicado em várias cidades em todo omundo, destacando-se os exemplosde Edimburgo, Southampton, Dubai, Malta, Amesterdão, Cairo ou Kochi, na Índia.

Page 6: Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do … · 2020. 8. 17. · Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do ensino superior UNIVERSIDADES Mário Cordeiro:

Diário Económico – Terça-feira 28 de Junho 2011

1978Ano emque o pediatraMárioCordeiro

terminou o curso deMedicina.

U/6 A FECHAR

O“copianço”dosauditoresde justiça,notícianosúltimos 15 dias, deve fazer-nos reflectir, paraalém das condenações a que assistimos, tantodosquecopiaram,comodadecisãodaDirecção

doCentrodeEstudosJudiciários.AdemissãodaDirectorae a reversãodadecisãopeloConselhoPedagógiconãoalte-ramareflexãosobreosucedido.

Se perguntarmos se copiar nos exames é correcto, amaioriadoscidadãos, alunos incluídos,diráquenão.Noen-tanto, tenhodúvidassobrese terãorealmente interiorizadoquenãoé legítimofazerbatotanosexames.OBastonáriodaOrdemdosAdvogadosafirmava,numartigodeopinião,queos “formandos foram reduzidos ao estatuto de alunos” eacrescentava que para estes, os alunos, “copiar nos examessempre foi uma espécie de direito natural”. É uma afirma-çãoexcessiva,masháalunosquesecomportamcomosendolegítimo tentar e que é aos docentes que cabe impedi-los.Nãoofazendo,estesestariamimplicitamenteadar-lhesau-torização para copiar. Qualquer que seja a dimensão do fe-nómeno,égraveeéumproblemadeeducaçãoquejávemdaeducaçãoanteriorecujacorrecçãorequerumaintervençãoconsistenteemtodoopercursoeducativo.

Podemos alargar a análise ao plágio que tambémenvol-ve cópia, emque se faz passar por seu aquilo que foi retira-dodeoutros.Oplágio está facilitadopelo acesso à Interneteàpossibilidadedeencontraredescarregar textos.Aocon-trário de copiar nos exames, nem sempre as pessoas esta-rão conscientes de estarem a fazer algo ilícito. Nas escolasfomenta-se a consulta da Internet, o que é positivo, masnem sempre se cuida de chamar a atenção para a necessi-dade de referenciar as fontes e identificar as partes copia-das integralmenteouadaptadas.

A escola deve contribuir para desenvolver comporta-mentos éticos e interiorizar que não é legítimo aldrabar,mesmoquenãoseespereserapanhado.Enãobastaapren-deroqueéética,masestadeve serpraticadana relaçãope-dagógica do dia-a-dia. A outra face da moeda é que quemavalia não pode ser permissivo ou negligente. Permissivo,fechando os olhos ao copianço ou ao plágio, ou negligentenascondiçõesemqueasprovassãorealizadas.

Fui surpreendido pela afirmação do secretário-geral daAssociação Sindical dos Juízes Portugueses ao “ionline” deque os auditores trocaram impressões antes de responder,semteremsidoadvertidos,edequepuderamusarcomputa-dores, inclusivamente comacesso à Internet. A ser verdade,não se percebe como alguémpensou que estas eram condi-çõesadequadasparaarealizaçãodeumexameemqueacon-sultadeveriaserlimitadaaumconjuntodedocumentos.

AdecisãodaDirecçãodeanularos resultadoseatribuira todos dez valores foi classificada de injusta. De facto, se-ria umprémio para quemnão sabia responder e umcasti-go para os outros.Mas coloca outra questão. Supõe-se queesta prova visava avaliar os conhecimentos e competên-cias dos auditores em “Investigação Criminal e Gestão doInquérito”. Sendo relevantes, ou são avaliados noutrasprovas, e este examenão se justifica, ou não o são e a deci-são é leviana porque não se verifica se os auditores atin-gemosobjectivos.Outra questão seria se a formadaprovaé adequada a avaliar o que se pretende. De acordo com asnotícias, agoravai seralterada.

Umaquestão, a terminar. O que se passará na cabeça deum destes auditores que, quando juiz, tenha de julgar umprocessodeumalunocontraumaescolaquelhetenhaatri-buídoumasançãoportercopiado?■

Copianço

OPINIÃO

PEDRO LOURTIEProfessor do Instituto Superior Técnico

“Ainda me inscreviem Direito”

O MEU CURSO

Mário Cordeiro sempreviveu no ambiente daMedicina, já que o paitambém era pediatra.

Mário Cordeirosempre viveu noambiente da Me-dicina, jáqueopaiera pediatra, maso problema é que

sentia-se desmaiar sempre que viasangue.Porisso,quandochegouaoan-tigo 5º ano do liceu, fez a inscrição naárea de Direito, mas arrependeu-se atempo: “Fui para a paragem do auto-carro 22 e este, felizmente, demorou achegar, dando-me assim tempo paravoltar à secretaria do liceu, rasgar ainscrição e voltar a fazer uma, agoraemMedicina”,recordaopediatra.

A influência paterna acabou porser determinante. “O meu pai visita-va os doentes em casa e um dos fi-lhos acompanhava-o sempre”, con-ta. Agradou-lhe a dedicação que opai colocava no exercício da sua pro-fissão. Como sempre gostou de inda-gar, de tentar saber, do processo deinvestigação e do contacto humano,estavam reunidas as condições paraseguir a carreira do pai. E a reacçãoquando via sangue, acabou por pas-sar assimque fez oprimeiro banco.

Chegar à faculdade, comapenas 16anos, foi para Mário Cordeiro entrar“num novo mundo” e perceber que“podia ser útil a alguém”. Foram anos“estimulantes”, conta, não só pelonovo processo de aprendizagem e en-sino comparativamente ao liceu, maspelas lutas académicas antes do 25 deAbril, que lhe deram uma crescenteconsciência social e política. Mas diz

que teve pena de ter entradona facul-dade tãonovo, porquenão aproveitoutudooqueauniversidadeeavidauni-versitária lhepoderiamterdado.

Depois foi a transição dos anos teó-ricos para os clínicos e o “entusiasmocom o mundo infinito da Medicina”.Naaltura,erammaisdemilalunosemMedicina em Lisboa. “Ainda era otempodoscursosenormespara fabri-car médicos para a Guerra Colonial”.

Mário Cordeiro saiu da faculdadeem 1978, com umamédia de 17. Cincoanosdepoisjáestavaadaraulas.E con-fessa que, hoje, faz o que gosta, entre oconsultório onde atende as crianças eas aulas na Faculdade deCiênciasMé-dicas. Aos actuais alunos de Medicinaaconselha: os médicos não podem es-tardesligadosdarealidadeactual,desi-gnadamente em termos de política desaúdeedecustos.■CarlaCastro

17Média de final de curso deMário Cordeiro na FaculdadedeMedicina de Lisboa.

Técnicas parainfluenciar os outrosEste livro tem 75 anos, masmantém-se um ‘best-seller’,ensinando técnicas para“influenciar pessoas”. Narradonum tom coloquial, conta históriasde pessoas que trabalharam como autor, entre elas o ex-Presidentedos EUA Franklin Roosevelt.Carnegie deu cursos amilhares depessoas e os seus ensinamentosdeixaram umamarca profunda nopensamento e cultura americanos.De origens humildes, o autor éa prova do seu sucesso, tendo-setornadomultimilionário.

Livro: Como fazeramigos e influenciarpessoasAutor: Dale CarnegieEditora: Lua de papelPreço: 15,90 euros

Aprenda a liderarcomo Bill GatesAgestão ao estilo do homemmais rico domundo. É disso quefala este livro centrado na notávelvisão para o negócio e naobsessiva vontade de vencer dopatrão daMicrosoft. Des Dearlovedestaca o seu estilo de liderançaradicalmente diferente de tudo aque omundo empresarial estáhabituado. O livro detalha os dezsegredos de Bill Gates, entre eles apaixão pela tecnologia, o instintode sobrevivência e a certeza deque temde se contratar semprepessoas inteligentes.

Livro: A Gestãosegundo Bill GatesAutor: Des DearloveEditora: Casa dasLetrasPreço: 4,90 euros

O pediatra desmaiavaquando via sangue e,por isso, ainda pensouem seguir Direito, masarrependeu-se a tempo.

ESTANTE

DR

Page 7: Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do … · 2020. 8. 17. · Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do ensino superior UNIVERSIDADES Mário Cordeiro:

Diário Económico – Terça-feira 28 de Junho 2011

U/73A FDCocupa o 3º lugar no ‘ranking’ doFTdos cursos àmedida das empresas.

Wikim

edia

Commons

AFundação Dom Ca-bral, que completa 30anosem2011, foi clas-sificada como a 5ªmelhor escola de ne-gócios do mundo na

formação de executivos, de acordocom o ‘ranking’ de 2011 do FinancialTimes. A ascensão desta escola foimeteórica, dado que em 2009 ocupa-vaaindao16º lugare, apesardeexistirdesde 1976, entroupara este ‘ranking’apenasem2004.

Criada como desdobramento doCentro de Extensão da UniversidadeCatólica deMinasGerais, a FundaçãoDomCabralmantémuma sólida arti-culação internacional. Tem parceriascom muitas escolas no estrangeiro,entre elas as muito conceituadas In-sead (França) eKellogg School ofMa-nagement (EstadosUnidos). EmPor-tugal, está associada à Escola de Ges-tãodaUniversidadedoPorto(EGP).

Localizada no Estado de MinasGerais, no sudeste do Brasil, desti-na-se ao desenvolvimento de car-reira de executivos de topo, do sec-tor público e privado, e há 35 anosque trabalha em estreita colabora-ção com as organizações construin-do com elas soluções educacionaisintegradas. É orientada para for-mar equipas que vão interagir críti-

ca e estrategicamente dentro dasempresas.

Anualmente, passam pelos progra-mas abertos desta escola de negócios30mil executivos de grandes emédiasempresas,mas a sua grande aposta sãooscursosfeitosàmedidadasempresas.A FundaçãoDomCabralproduzváriosestudos sobre as empresas que estãonoBrasileassuaspráticasdegestão.

No ‘ranking’ do Financial Timesdos programas à medida, a FundaçãoDomCabral aparece num lugar aindamais destacado – 3º. Aliás, esta escolatem feito uma subida consistente nosúltimos oito anos, neste ‘ranking’.Quando entrou, há sete anos, estavaapenasem39º lugar.

Nas respostas aos inquéritos doFT, os alunos colocaram-na em 2º lu-garnoquedizrespeitoàqualidadedasinstalações, ao ‘follow-up’ que é feitoaos participantes e ainda no retornodo investimento. Das 33 empresas in-quiridas sobre a qualidade da forma-çãoprestadapelaFundaçãoDomCar-bal, 85% respondeu que voltaria defi-nitivamente a escolher esta escola,enquanto 15% disseram que o fariam“muitoprovavelmente”.

Para os executivos estrangeirosque se queiram candidatar, a Funda-çãoDomCabral tem a ficha de inscri-çãono site, que pode ser preenchida eenviada imediatamente via ‘online’.As inscrições são, posteriormente, su-jeitas à disponibilidade de vagas e aescola esclarece que leva a cabo umcriterioso processo de selecção feitopor meio de análise dessa mesma fi-chade inscrição.■ CarlaCastro

Seminário de negociaçãopara advogados na CatólicaA Faculdade de Direito da Universidade CatólicaPortuguesa promove um “Seminário deNegociação para Advogados”, entre hojee quarta-feira. Independentemente da área deespecialização, a negociação é utilizada no dia-a-diada profissão e a Faculdade de Direito da Católicaestima que os advogados despendam nove vezesmais tempo a negociar do que a litigar.

Autónoma celebra acordo comAssociação Fiscal PortuguesaO Centro de Investigação e Desenvolvimentoem Ciências Jurídicas Ratio Legis da UniversidadeAutónoma de Lisboa (UAL) estabeleceuum protocolo de colaboração e cooperaçãocom a Associação Fiscal Portuguesa (AFP).O novo protocolo assinado irá procurar agilizaros processos de divulgação de iniciativaspromovidas pelas duas instituições, bem comoinformações sobre os cursos de pós-graduaçõesdo Centro Ratio Legis.

Duas ‘start-up’ do ISCTEpremiadas na BizBarcelonaO Audax-IUL – centro de empreendedorismo doISCTE – teve dois projectos de empreendedorismode base tecnológica premiados na BizBarcelona2011, um dos maiores eventos internacionaisde empreendedorismo, inovação e crescimento denegócio, que decorreu na capital catalã. A Biosurfitdesenvolve soluções de diagnóstico inovadorasque agilizam e aceleram o processo de análisesanguínea e a Selftech pretende trazer a robóticapara o quotidiano dos utilizadores.

FST Novabase apresentaprotótipo de carro eléctricoO FST 04e, primeiro protótipo de Formula Studenteléctrico desenvolvido em Portugal, foiapresentado no Instituto Superior Técnico (IST).Este protótipo de competição, totalmentedesenvolvido pela equipa Projecto FST Novabase,composta por alunos do IST, é o quartoconstruído e o primeiro com propulsão eléctrica.A equipa responsável pela criação deste protótipoé composta por 17 alunos de Engenhariase segue agora para competições na Alemanhae em Espanha.

Fundação Dom Cabral sobeao topo do Financial Times

PASSAPORTE

A ascensão da escolabrasileira foi meteórica.Hoje, é uma das maisconceituadas do mundo.

Com Belo Horizonte como capital, MinasGerais situa-se no Sudeste do país e temuma extensão de 586mil quilómetrosquadrados (superior a todo o território deum país como a França). Com quase 20milhões de habitantes, é o segundo Estadomais populoso do Brasil e tem o 3ºmaiorPIB, superado apenas por Rio de Janeiro eSão Paulo, e é muito rico historicamente,com as suas cidades erguidas durante operíodo colonial do século XVIII.

MINAS GERAIS

ÚLTIMAS

1976Ano em que foi criada a Fundação DomCabral como desdobramento do Centrode Extensão da Universidade Católicade Minas Gerais.

30 milNúmero de executivos demédiase grandes empresas que passam,anualmente, pelos cursos de inscriçãoaberta da Fundação Dom Cabral.

A Fundação Dom Cabral situa-seno Estado deMinas Gerais,no sudeste do Brasil.

Page 8: Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do … · 2020. 8. 17. · Cada vez mais mulheres e doutorados entre os docentes do ensino superior UNIVERSIDADES Mário Cordeiro:

PUB