cada membro da mesa terá de 30 a 40 minutos para apresentar

Upload: evelin-mintegui

Post on 08-Jan-2016

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Cada membro da mesa ter de 30 a 40 minutos para apresentardados sobre a temtica de seu grupo de trabalho.

Como sugesto, podero ser abordados dados sobre o projeto pedaggico (perfil e competncias do acadmico, demais informaes pertinentes);

Dados sobre a disciplina (semestre regular de oferta da disciplina, carga horriatotal/crditos, carga horria terica, carga horria prtica, pr-requisitos, referncias);

Projetos (ensino, pesquisa, extenso) vinculados disciplina;

Alteraes ocorridas na oferta da disciplina, em funo de reformas/alteraes curriculares;

Prticas pedaggicas desenvolvidas em sala de aula;ndice de reprovao na disciplina;

Dificuldades atuais: infraestrutura (salas de aulas, laboratrios, biblioteca, etc), atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem (docentes e discentes);

Pontos positivos a serem destacados em decorrncia da oferta da disciplina (infraestrutura, aes, atores, etc).

Estasso apenas sugestes de abordagens, os membros da mesa poderoseguir as particularidades determinadas pelas realidades vivenciadas, tanto de ordem prtica quanto de ordem terica.

Minha relao com a disciplina de avaliao foi das mais problemticas. Isto porque tomei posse como professora na FURG e uma semana depois j estava em sala de aula. Avaliao nunca foi um dos meus temas preferidos enquanto estudante, na verdade nem sei se tinha temas preferidos quando eu era estudante. Eu estava me dedicando a outros projetos fora da arquivologia, que acabaram fazendo com que eu retornasse arquivologia, mas que no envolviam as discusses mais pontuais dentro da arquivologia em si. Logo, provavelmente minha ltima leitura a respeito teria sido na preparao para o concurso (um ano antes). Por onde comear?Como fiz com as outras duas disciplinas que me foram destinadas, procurei os professores anteriores, que muito gentilmente me passaram seus programas e bibliografias. No caso da avaliao, tive o auxlio da prof. Valria Bertotti, que me encaminhou uma pasta inteira com textos da disciplina. O problema que eu no tinha tempo hbil para ler todos os textos: eu tinha de iniciar as aulas. E uma semana depois eu tinha de inserir o plano de ensino no sistema da universidade. Logo, sem muito mais reflexes, inclui este programa:

1. INTRODUO AO ESTUDO DA AVALIAO DOCUMENTAL1.1 Conceitos bsicos1.2 Teorias2. VALOR DOS DOCUMENTOS2.1 Valor primrio2.2 Valor secundrio3. CRITRIOS PARA A AVALIAO DOCUMENTAL3.1 Importncia3.2 Unicidade3.3 Grau de concentrao da informao4. INSTRUMENTOS DE DESTINAO4.1 Plano de destinao4.2 Tabela de temporalidade4.3 Relao de eliminao4.4 Transferncia e recolhimento

Ento se iniciaram os problemas. Um dos primeiros pontos que notei foi que todo texto que eu lia sobre avaliao documental contava o final da histria. Ou seja, a maior pare dos nossos autores, talvez pela nossa consagrada tradio manualstica, tende a tratar a avaliao como um de seus captulos, ou reservar um livro inteiro para sugerir formulrios que se possa usar no trmite burocrtico que a avaliao documental costuma gerar.Tentei resolver a situao buscando artigos que geralmente trazem informaes mais atualizadas e que geralmente conseguem com mais sucesso comparar diversos autores de uma forma que talvez no consegussemos to facilmente (porque fruto de pesquisas e reflexes mais profundas, etc). Mas ento a teoria ficava mais abstrata, carecendo de referenciais que se pudesse ativar para a compreenso da funo arquivstica da avaliao. Aproveito aqui para colocar minha concepo a respeito de como se aprende e de como acredito que nosso trabalho enquanto professores deve ser: somente construmos conhecimento com tijolos pr-existentes. E que o papel do professor guiar no sentido do trabalho dos alunos juntar as peas. Devemos mostrar como juntamos o nosso, por onde ele deve ir, e de uma forma mais limitada, apresentar o rol de conhecimentos necessrios para que o conhecimento que ele constri seja legitimado como saber. Este ltimo um desafio que os professores de ensino fundamental e mdio talvez no sintam de forma to acentuada quanto o professor do ensino superior que se norteia por essa concepo de educao. O conhecimento construdo de forma individual. Todos ns podemos aprender e criar conhecimento. Mas nem todo conhecimento socialmente considerado til e formalizado. Nossos alunos precisam aprender a criar conhecimento individualmente e aprender a mostrar isso de forma que as estruturas formais reconheam que ele possui o saber, este construdo socialmente, mutante, varivel de uma sociedade para outra, geralmente a servio de uma classe dominante.Logo, como articular a construo de conhecimento individual para sua consolidao como saber, se eu mesma no tinha dimenso dos alcances desse saber?

Chegou um momento em que eu decidia a bibliografia uma semana antes da aula. Meus alunos foram muito pacientes e tolerantes comigo.

-Que visualizassem a avaliao como uma funo arquivstica;-Que percebessem que ela representou uma mudana de paradigma na profisso;-Que compreendessem que h diferentes linhas ou correntes tericas nesse sentido;-Que a nfase havia sido dada na teoria do valor porque, no momento, era a que apresentava critrios e instrumentos mais bem definidos, bem como a nossa prpria legislao utiliza a teoria do valor como definidora do que so os valores primrios e secundrios.- Que identificassem os valores dos documentos;- Que identificassem instrumentos de destinao.- Que praticassem a construo de uma TTD.

Eu ainda tinha duas aulas e no tinha mais textos para discutir. Eles existem, mas o meu ponto o de que eu no tinha construdo o todo no que diz respeito avaliao e dividido em partes lgicas e sequencialmente inteligveis. Por exemplo, um texto que define avaliao j fala dos valores. Os textos que definem valores j falam em destinao. Os textos que falam de construo de tabelas j falam em instrumentos de destinao como um todo.Enfim, no estava conseguindo conduzir a disciplina. Quando chegamos no fim dos assuntos do programa (excetuando-se a construo de uma TTD) fui novamente pedir ajuda pra prof. Valria, que me sugeriu uma atividade prtica no Laboratrio de Ensino, Pesquisa e Extenso em Arquivologia (LARQ). A sugesto era de elaborao de instrumentos de destinao, aplicando-se a TTD de atividades fim das IFES. Fui conversar com a Anglica Schwalbe, que arquivista do Curso de Arquivologia da FURG para elaborar a atividade. Foi quando nos demos conta da dificuldade que aplicar essa TTD! A ideia que surgiu para a atividade foi que se escolhesse um tipo documental de um dos fundos que se encontrava em custdia do LARQ e se identificasse seus valores, conforme a teoria do valor: valores primrios aqueles que apresentam os valores e usos para seus produtores, secundrios aqueles que apresentam valores e usos para outros usurios que no somente os que os produziram. E assim apareceram discordncias com relao aos prazos de guarda sugeridos pela TTD em questo. Foi possvel visualizar a importncia que existe na construo de uma TTD, em elaborar o processo avaliativo de valorao e anlise.Em relao gesto documental como um todo, sempre se acentua a particularidade de cada entidade produtora na teoria, Vamos publicar os resultados da atividade de forma mais didtica em outro momento, mas por enquanto posso adiantar que a atividade estimulou, seno o esprito crtico, pelo menos alguma curiosidade em relao a como so construdos instrumentos to importantes para a deciso daquilo que permanece como representante de nossas instituies e o que no merece esse espao de representao.Descobri outras dimenses que me instigaram a pesquisar mais e a desejar continuar ministrando essa disciplina nos prximos semestres: -A questo da teoria do valor no conseguir representar os interesses de preservao da memria por determinados grupos;-Na mesma linha, a questo das comisses de avaliao conseguirem ou no representar o universo dos produtores - mas no haver suficiente representao por parte da sociedade civil e dos usurios secundrios.Hilary Jenkinson, considerado por Schellemberg um fssil, por no admitir a interveno do arquivista no processo de destinao dos documentos no estaria to longe do que ns fazemos hoje. Jenkinson acreditava que os produtores eram os responsveis por gerir os documentos. O que chegasse no arquivo era de guarda permanente. No estamos longe dessa posio ao assumir que os produtores dos documentos escolhem o que dever ser eliminado.-A questo da teoria das trs idades ser tomada como uma realidade pr-configurada nos arquivos, como um cnone, quando na verdade somente a valorao capaz de dizer se h realmente trs idades em um conjunto de documentos.