cabalá para o estudante

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CABALÁ para o ESTUDANTE LAITMAN KABBALAH PUBLISHERS

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Cabalá Para o Estudante

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  • =CABAL para o

    ESTUDANTE ====

    LAITMAN

    KABBALAH PUBLISHERS

  • CABAL PARA O ESTUDANTE Copyright 2008 por MICHAEL LAITMAN

    Todos os direitos reservados

    Ttulo original: Kabbalah for the Student

    Publicado por Laitman Kabbalah Publishers

    www.kabbalah.info [email protected]

    1057 Steeles Avenue West, Suite 532, Toronto, ON, M2R 3X1, Canada

    Bnei Baruch USA, 2009 85th street, #51, Brooklyn, NY 11214, USA

    Impresso no Brasil

    Nenhuma parte deste livro pode ser usada ou reproduzida de qualquer forma sem a permisso escrita do publicador, exceto no caso de breves citaes includas em artigos crticos ou revises.

    Cabal para o estudante. 1 ed.

    p. cm.

    ISBN 978-1-897448-15-1

    1. Cabala. I. Ashlag, Yehuda. II. Ashlag, Baruch Shalom, ha-Levi,

    1907-1991. III. Laitman, Michael.

    BM525.K27 2009

    296.16 dc22

    2008040178

    Traduo para o Portugus: Departamento de Tradues do Bnei Baruch Brasil

    Reviso Final: Almir Afiune, Anabela Costa, Bruno Lopes, Carlos Fernandes,

    Jder Frana, Karen Milici, Ncolas Bggio, Roberto Aguiar

    Reviso Final Hebraico/Portugus: Ncolas Bggio

    Coordenao Geral e Arte: Ncolas Bggio

    Editora: Andie Sheppard

    Ps-produo: Uri Laitman

    PRIMEIRA EDIO: SETEMBRO DE 2014

    Primeira impresso

  • !

    Rabi Yehuda Leib HaLevi Ashlag (1885 1954)

  • Rabi Baruch Shalom HaLevi Ashlag (1907 1991)

  • SUMRIO!Apresentao Primeira Edio da Lngua Portuguesa ................................................................ 7 Prefcio (Bnei Baruch) .................................................................................................................... 9 A rvore da Vida um Poema (Rabi Isaac Luria) ...................................................................... 11 Tempo para Atingir a Espiritualidade ........................................................................................ 15 Tempo de Agir (Rabi Yehuda Ashlag) ................................................................................. 17 Revelando uma Poro, Ocultando Duas (Rabi Yehuda Ashlag) ....................................... 19 A Essncia da Sabedoria da Cabal (Rabi Yehuda Ashlag) ................................................. 25 O Ensinamento da Cabal e Sua Essncia (Rabi Yehuda Ashlag) ...................................... 35 A Essncia da Religio e Seu Propsito (Rabi Yehuda Ashlag) .......................................... 55 Corpo e Alma (Rabi Yehuda Ashlag)................................................................................... 65 Exlio e Redeno (Rabi Yehuda Ashlag) ............................................................................ 71 Um Discurso pela Concluso do Zohar (Rabi Yehuda Ashlag) .......................................... 75 Paz no Mundo (Rabi Yehuda Ashlag) .................................................................................. 89 Sabedoria da Cabal e Filosofia (Rabi Yehuda Ashlag) .................................................... 109 Introduo ao Livro do Zohar (Rabi Yehuda Ashlag) ....................................................... 119 Uma Criada Que Herdeira de Sua Senhora (Rabi Yehuda Ashlag) .............................. 163 Shofar do Messias (Rabi Yehuda Ashlag) .......................................................................... 169 Cabalistas Escrevem sobre a Sabedoria da Cabal (Autores Diversos) ............................. 173 Uma Orao antes de uma Orao (trecho de Noam Elimelech) .................................... 199 Atingindo a Espiritualidade ...................................................................................................... 203 Divindade no Exlio (Rabi Yehuda Ashlag) ....................................................................... 205 A Razo do Peso no Trabalho (Rabi Yehuda Ashlag) ...................................................... 209 Lishm um Despertar de Cima (Rabi Yehuda Ashlag) .................................................. 211 Apoio na Tor (Rabi Yehuda Ashlag) ................................................................................ 215 Hbito se Torna Segunda Natureza (Rabi Yehuda Ashlag) .............................................. 219 A Diferena entre Sombra de Kedush e Sombra de Sitra Achra (Rabi Yehuda Ashlag) 221 A Essncia do Trabalho de uma Pessoa (Rabi Yehuda Ashlag) ........................................ 223 Lishm (Rabi Yehuda Ashlag) ............................................................................................ 224 Tempo de Asceno (Rabi Yehuda Ashlag) ....................................................................... 227 Vs, Que Amais ao Senhor, Odiai o Mal (Rabi Yehuda Ashlag) ..................................... 229 Elevando o Escravo Atravs dos Ministros (Rabi Yehuda Ashlag) ................................... 230 PARDES (Rabi Yehuda Ashlag) ......................................................................................... 233 Sentar e No Fazer Nada Melhor (Rabi Yehuda Ashlag) ............................................... 238 Se Eu No for por Mim, Quem Ser? (Rabi Yehuda Ashlag) ........................................... 239 Trilhando o Caminho da Verdade (Rabi Yehuda Ashlag) ............................................... 242 A Pessoa Est Onde Pensa (Rabi Yehuda Ashlag) ............................................................. 246 Uma Alegoria sobre o Filho do Homem Rico no Poro (Rabi Yehuda Ashlag) .............. 247 O Senhor Tua Sombra (Rabi Yehuda Ashlag) ............................................................... 250 O Trabalho o Mais Importante (Rabi Yehuda Ashlag) .................................................. 251 Associao da Misericrdia com o Julgamento (Rabi Yehuda Ashlag) ............................. 252

  • Sociedade como uma Condio para Atingir a Espiritualidade ............................................. 255 Matan Tor (A Entrega da Tor) (Rabi Yehuda Ashlag) ................................................... 257 A Arvut (Garntia Mtua) (Rabi Yehuda Ashlag) ............................................................. 267 A Paz (Rabi Yehuda Ashlag) ............................................................................................... 277 A Mensagem em Matan Tor (Bnei Baruch) ..................................................................... 293 Unidade dos Amigos (Rabi Yehuda Ashlag) ..................................................................... 297 Amor dos Amigos (Rabi Yehuda Ashlag) .......................................................................... 298 A Influncia do Ambiente Sobre uma Pessoa (Rabi Yehuda Ashlag) .............................. 299 Propsito da Sociedade (Rabi Baruch Ashlag) .................................................................. 302 Em Relao ao Amor dos Amigos (Rabi Baruch Ashlag) ................................................. 304 Eles Ajudaram Cada Um Seu Amigo (Rabi Baruch Ashlag) ............................................ 306 Propsito da Sociedade (Rabi Baruch Ashlag) .................................................................. 307 O que Ama ao Teu Prximo como a Ti Mesmo Nos D? (Rabi Baruch Ashlag) ......... 309 Amor dos Amigos (Rabi Baruch Ashlag) ........................................................................... 310 De Acordo com o Que Explicado Sobre Ama ao Teu Prximo (R. Baruch Ashlag) 311 O Que Purifica o Corao ao Guardar Tor e Mitzvot (Rabi Baruch Ashlag) ................ 315 Que Grau Cada Um Deve Atingir? (Rabi Baruch Ashlag) ............................................... 317 O Primeiro Grau Quando Algum Nasce (Rabi Baruch Ashlag) ..................................... 319 Sobre a Importncia da Sociedade (Rabi Baruch Ashlag) ................................................. 321 Sobre a Importncia dos Amigos (Rabi Baruch Ashlag) ................................................... 324 A Agenda da Reunio (Rabi Baruch Ashlag) .................................................................... 327 Estgios de Atingimento ............................................................................................................ 329 Introduo ao Estudo das Dez Sefirot (Rabi Yehuda Ashlag) .......................................... 331 A Liberdade (Rabi Yehuda Ashlag) .................................................................................... 397 Ocultao e Revelao da Face do Criador (Rabi Yehuda Ashlag) .................................. 425 Prefcio ao Livro do Zohar (Rabi Yehuda Ashlag) ............................................................ 429 Introduo ao Livro, Panim Meirot uMasbirot (Rabi Yehuda Ashlag) ............................ 453 Matria e Forma na Sabedoria da Cabal (Rabi Yehuda Ashlag) ..................................... 491 Isto para Jud (Rabi Yehuda Ashlag) .............................................................................. 493 A Mente Atuante (Rabi Yehuda Ashlag) ........................................................................... 497 Introduo ao Livro, Da Boca de um Sbio (Rabi Yehuda Ashlag) ................................. 499 Introduo ao Prefcio Sabedoria da Cabal (Rabi Yehuda Ashlag) ............................. 509 A Evoluo dos Mundos ............................................................................................................ 517 Prlogo ao Prefcio Sabedoria da Cabal (Rabi Michael Laitman) ............................... 519 Prefcio Sabedoria da Cabal (Rabi Yehuda Ashlag) ..................................................... 581 HaIlan (A rvore) (Rabi Yehuda Ashlag) .......................................................................... 657 Explicao do Artigo, Prefcio Sabedoria da Cabal (Rabi Baruch Ashlag) .................. 675 Prefcio ao Comentrio Sulam (Rabi Yehuda Ashlag) ..................................................... 693 Talmud Esr Sefirot, Parte Um, Histaklut Pnimit (Rabi Yehuda Ashlag) ....................... 731 Prefcio Geral (Rabi Yehuda Ashlag)................................................................................. 755

    Apndice A: Glossrio Cabalstico ............................................................................................. 785 Apndice B: Acrnimos e Abreviaes ...................................................................................... 817 Apndice C: Diagramas dos Mundos Espirituais ...................................................................... 819 Sobre o Bnei Baruch ................................................................................................................... 863

  • REVELANDO UMA PORO, OCULTANDO DUAS 7

    APRESENTAO PRIMEIRA EDIO DA LNGUA PORTUGUESA

    com imensa alegria e gratido que apresentamos a voc, o leitor, Cabal para o Estudante, h muitas coisas que gostaramos de dizer, mas no importa que palavras utilizemos, elas nunca seriam suficientes para se aproximar do sentimento que poder compartilhar com todos estes ensinamentos sublimes.

    Gostaramos de agradecer a toda a equipe de tradutores e revisores do Departamento de Traduo do Bnei Baruch Brasil, sem a qual esta edio nunca teria sido possvel, sabemos que foram necessrias horas e horas de trabalho para que pudesse ser possvel ter o presente texto em nossas mos agora.

    O trabalho teve incio em 2012 e desde ento muitos desafios surgiram, ns tivemos vrias discusses sobre como os termos cabalsticos deveriam ser transliterados para a melhor pronunciao do leitor em portugus, verificando o original em hebraico, todos os termos foram padronizados ao longo do texto para facilitar a familiarizao do leitor.

    Os maiores desafios surgiram quando constatamos que haviam vrias divergncias da traduo feita do hebraico para o ingls, em que em vrios momentos pargrafos inteiros foram omitidos. Algumas sentenas haviam sido erroneamente traduzidas, mudando o sentido original em hebraico, no ingls as palavras no possuem um artigo com gnero, nos forando a ir para a raiz da palavra em hebraico para consultar qual deveria ser o artigo (masculino ou feminino) a ser usado no portugus.

    Muitos artigos foram minuciosamente revisados com o original em hebraico para que fosse mantida a originalidade das palavras e o sentido que o autor pretendia passar naquele momento.

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  • CABAL PARA O ESTUDANTE 8

    Dada a riqueza da lngua Hebraica, vrias palavras foram deixadas em sua lngua original transliteradas com notas de rodap explicando o significado em hebraico e a forma em que o autor utiliza um jogo de palavras e Guematria (numerologia das letras hebraicas) para fazer a comparao de diferentes conceitos, que seriam perdidos com a simples traduo.

    Outra grande contribuio que fizemos foi reinserir em nossa edio, conforme h na edio em hebraico, nas primeiras pginas as fotos dos maiores cabalistas contemporneos, Rabi Yehuda Ashlag (o Baal HaSulam) e seu filho e sucessor, Rabi Baruch Ashlag (Rabash), que suas memrias sejam abenoadas e que o mrito de suas almas nos eleve.

    Se voc verdadeiramente busca pelo significado da vida, seu corao te levar atravs dos escritos destes grandes Cabalistas, que escreveram de seus coraes para vocs. Atravs de suas palavras, voc descobrir a essncia e poder da vida, e sua prpria existncia eterna.

    Bnei Baruch Brasil

  • REVELANDO UMA PORO, OCULTANDO DUAS 9

    PREFCIO

    Por que estamos aqui? O que o futuro nos reserva? Como podemos evitar o Sofrimento e sentir tranquilidade e segurana? Estas so questes que todos gostaramos de responder. A sabedoria da Cabal prov as respostas para estas questes e muitas outras. Ela nos permite fazer qualquer pergunta e experimentar uma satisfao intima e profunda que vem respondendo as questes mais profundas ao mximo. Isto o chamado a sabedoria do oculto.

    A Cabal ensina que todos ns queremos alegria. Os Cabalistas chamam este desejo de o desejo de receber deleite e prazer, ou simplesmente, o desejo de receber. Este desejo impulsiona todas nossas aes, pensamentos e sentimentos, e a Cabal mostra como podemos realizar nossos desejos e satisfaz-los.

    Embora a sabedoria da Cabal muitas vezes soe tcnica ou obscura, importante lembrar que esta uma cincia muito prtica. As pessoas que a dominaram e escreveram sobre isto eram como voc e eu. Elas estavam procurando solues para as mesmas questes que todos queremos responder: Por que nascemos? O que acontece aps a morte? Por que existe o Sofrimento? e Podemos experimentar o prazer duradouro, e se sim, como? E quando eles encontraram as respostas para estas questes e implementaram-nas em suas prprias vidas, eles escreveram os textos dentro desta coleo para que possamos saber como, tambm.

    Nesta compilao, voc encontrar explanaes precisas de como voc pode atingir este sentimento sublime de prazer sem limites e controle completo da sua vida.

    A Cabal ensina como desfrutar da vida aqui e agora. Explica tais conceitos como o mundo vindouro, almas, reencarnao, e vida e morte.

    Como podemos ns, novatos, experimentar tais percepes? Como podemos descobrir o verdadeiro retrato da realidade?

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    Cada um de ns constri suas prprias prioridades na vida. Alguns assuntos so mais importantes para ns, outros menos, e alguns preferimos adiar. Mas, independente do nvel de importncia, categorizamos nossas prioridades de acordo com uma nica medida: nosso propsito na vida.

    Algumas pessoas vo lutar incessantemente por amor, outras anseiam por dinheiro, e outras desejam honra ou conhecimento. Mas a maioria das pessoas prefere no colocar todos seus ovos em uma cesta focando em preencher um desejo. Elas se contentam com um pouco de tudo e reprimem qualquer desejo forte que emerge nelas e demanda muito mais de suas atenes.

    Os Cabalistas que escreveram os textos que voc ler aqui so do primeiro tipo intransigente. Eles estabelecem um objetivo claro perante eles: mostrar a humanidade como atingir a vida eterna preenchidos com prazer e emoes satisfeitas sem limites. Para atingir isto, eles estudaram o desejo de receber deleite e prazer que existe em cada um de ns.

    Os maiores Cabalistas que viveram em nossa poca tambm so aqueles que explicaram as regras da sabedoria da Cabal em um estilo claro e simples. Os principais Cabalistas cujos escritos aparecem neste livro so Rabi Yehuda Ashlag, conhecido como Baal HaSulam (Autor da Escada) por seu comentrio Sulam (Escada) no Livro do Zohar, e seu filho, Rabi Baruch Ashlag, que expandiu e interpretou as explicaes do seu pai. Rabi Michael Laitman, o primeiro estudante do Rabi Baruch Ashlag e seu assistente pessoal, nos ensina a interpretar corretamente os textos e como us-los para atingir o objetivo para o qual fomos criados.

    Ns do Bnei Baruch desejamos-lhe alegria e satisfao em seu estudo, e rpido crescimento espiritual.

  • REVELANDO UMA PORO, OCULTANDO DUAS 11

    A RVORE DA VIDA UM POEMA

    Eis que antes das emanaes serem emanadas e as criaturas serem criadas,

    A Luz Superior Simples tinha preenchido toda a existncia.

    E no havia vazio, tal como ar vazio, e um vcuo,

    Mas tudo estava preenchido com essa Luz Simples Ilimitada.

    E no havia tal parte como uma cabea, ou fim,

    Mas tudo era Uma, Luz Simples, equilibrada igual e uniformemente,

    E esta foi chamada a Luz de Ein Sf (Infinito).

    E quando sob a Sua Simples Vontade, veio o desejo de criar os mundos e emanar as emanaes,

    Para trazer luz a perfeio das Suas aes, Seus nomes, Suas denominaes,

    Que foi a causa da criao dos mundos,

    Ento, Ein Sf restringiu-se a Si Mesmo, no Seu ponto mdio, precisamente no centro,

    E Ele restringiu essa Luz, e afastou-se para longe para os lados que rodeiam aquele ponto mdio.

    E l permaneceu um espao vazio, o ar vazio e o vcuo

    Precisamente do ponto mdio.

    Eis que essa restrio foi igualmente ao redor desse ponto mdio vazio,

    Para que o espao vazio circulasse uniformemente ao seu redor.

    E aps a restrio, permaneceram um espao vazio e vago

    Precisamente no meio da Luz de Ein Sf,

    Um lugar foi formado, onde as Emanaes, Criaes, Formaes e Aes possam residir.

    Ento da Luz de Ein Sf, uma nica linha pendeu do Alto, baixando para aquele espao.

    E atravs dessa linha, Ele emanou, criou, formou e fez todos os mundos.

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    Antes destes quatro mundos, no Ein Sf havia Ele e Seu Nome so Um, em maravilhosa, oculta unio,

    E at nos ngulos mais prximos a Ele

    No h fora nem realizao em Ein Sf

    Pois no h mente criada que O possa alcanar,

    Pois Ele no tem lugar, limite ou nome.

    O Ari, A rvore da Vida, Parte Um, Porto Um

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    O Messias senta em um porto de Jerusalm e aguarda as pessoas dignas da redeno. Ele est acorrentado, e ele precisa de todas as pessoas para soltar suas correntes. Ele teve mais do que necessitava de adeptos piedosos, agora ele est fervorosamente buscando homens de verdade.

    Dos escritos de Rabi de Kotzk, No h Nada To Completo como um Corao Quebrantado, p. 115

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  • REVELANDO UMA PORO, OCULTANDO DUAS 15

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    TEMPO para ATINGIR A ESPIRITUALIDADE

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    TEMPO DE AGIR

    Por um longo tempo, a minha conscincia me oprimiu com uma demanda para sair e criar uma composio fundamental sobre a essncia do judasmo, da religio e da sabedoria da Cabal, e difundi-la entre o povo, para que as pessoas venham a conhecer e compreender adequadamente essas questes exaltadas em seu verdadeiro significado.

    Anteriormente, em Israel, antes do desenvolvimento da indstria de impresso, no havia livros enganadores entre ns em relao essncia do Judasmo, assim como quase no haviam escritores que no tomavam responsabilidade por suas prprias palavras, pela simples razo de que na maioria dos casos, uma pessoa irresponsvel no famosa.

    Portanto, se, por acaso, algum se atrevesse a escrever tal composio, nenhum escrivo a copiaria, porque ele no seria pago pelo seu trabalho, que, na sua maior parte, era bastante considervel. Assim, tal composio estava condenada a ser perdida desde o incio.

    Naqueles dias, mesmo pessoas instrudas, no tinham interesse em escrever tais livros, pois a populao no precisava desse conhecimento. Muito pelo contrrio, eles tinham interesse em escond-los em cmaras secretas porque a glria de Deus ocultar algo. Fomos ordenados a ocultar a essncia da Tor e do trabalho daqueles que no a precisavam, ou eram indignos dela, e para no degrad-la ao exibi-la nas vitrines das lojas para os olhos sedentos da ostentao, porque, assim, a glria de Deus exige.

    Mas desde que a impresso de livros tornou-se popular, e os escritores no precisaram de escrives, o preo dos livros foi reduzido. Isso abriu caminho para escritores irresponsveis publicarem quaisquer livros que quiserem, por dinheiro ou pela glria. Mas eles no levam as suas prprias aes em conta e no examinam as consequncias do seu trabalho.

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    Daquele momento em diante, as publicaes do gnero supramencionado tm aumentado significativamente, sem qualquer aprendizado ou recepo da transmisso boca a boca de um Rabi qualificado, e at mesmo sem o conhecimento dos livros anteriores que trataram deste tpico. Tais escritores fabricam teorias a partir de suas prprias cascas vazias, e relacionam as suas palavras aos temas mais exaltados para assim retratar a essncia da nao e seu fabuloso tesouro. Como tolos, eles no sabem como ser escrupulosos, nem tem uma forma de aprender isto. Eles instilam opinies distorcidas para as geraes e, em troca de seus desejos mesquinhos eles pecam e fazem as naes pecar por geraes vindouras.

    Recentemente, o seu fedor chegou s alturas porque eles enfiaram as suas unhas na sabedoria da Cabal, no se importando com o fato que esta sabedoria foi trancada e acorrentada por trs de mil portas at hoje, que ningum pode entender o verdadeiro significado at mesmo de uma nica palavra dela, muito menos a ligao entre uma palavra e outra.

    Isso porque em todos os livros genunos que foram escritos at hoje, h apenas indcios que mal bastam para um discpulo instrudo entender o seu verdadeiro significado, da boca de um Cabalista sbio e qualificado. E l, tambm, a serpente faz o seu ninho, e coloca seus ovos, nascem os filhotes debaixo da sua sombra. Nestes dias, tais conspiradores se multiplicam, e fazem tais maravilhas que causam desgosto aos que os observam.

    Alguns deles chegam to longe at presumir e assumir o lugar dos lderes da gerao, e eles pretendem saber a diferena entre os livros antigos e dizer quais deles so dignos de estudo e quais no, pois so cheios de falsidades, e elas despertam desprezo e indignao. At hoje, o trabalho de fiscalizao havia sido limitado a um em cada dez lderes de uma gerao, e agora o ignorante o abusa.

    Portanto, a percepo dessas questes pelo pblico tem sido grandemente corrompida. Alm disso, h uma atmosfera de frivolidade e as pessoas acham que um vislumbre em seu tempo livre suficiente para o estudo de assuntos to exaltados. Eles deslizam sobre o oceano de sabedoria e a essncia do Judasmo num vislumbre, como aquele anjo, e tiram concluses baseadas em seu prprio humor.

    Estas so as razes que me levaram a sair do meu caminho e decidir que tempo de agir pelo Senhor e salvar o que ainda pode ser salvo. Assim, me encarreguei de revelar um pouco da essncia verdadeira, que diz respeito questo acima, e difundi-la entre a nao.

  • REVELANDO UMA PORO, OCULTANDO DUAS 19

    REVELANDO UMA PORO, OCULTANDO DUAS

    H uma expresso que os grandes sbios usam quando revelam algo profundo. Eles comeam seu discurso com as palavras: Estou revelando uma poro ocultando duas. Nossos antigos sbios eram muito cuidadosos para no utilizar palavras desnecessrias, assim como nos ensinaram que: Uma palavra uma rocha, e o silncio duas. (Megil 18a; e Introduo ao Zohar, verso 18).

    Isto significa que se voc tiver uma palavra que tem valor de uma rocha, saiba que no falar esta palavra vale duas rochas. Isto se refere a aqueles que proferem palavras desnecessrias que no tem contedo ou uso no contexto dado, e somente usam para construir uma linguagem mais atrativa ao leitor. Isto foi estritamente proibido aos olhos dos nossos sbios, como claro para quem examina suas palavras. Ento, ns precisamos prestar ateno para entender estas expresses que foram utilizadas por eles tantas vezes.

    TRS TIPOS DE OCULTAO DA SABEDORIA

    Existem trs tipos de partes ocultas nos segredos da Tor, e cada uma tem sua prpria razo de estar oculta. Elas so chamadas pelos seguintes nomes:

    1) O Desnecessrio

    2) O Impossvel

    3) Os Segredos de Deus so para aqueles que O temem

    No existe nem mesmo um minsculo detalhe desta sabedoria que no possa ser explicado por estas trs frases, e eu os explicarei um de cada vez.

    1. O DESNECESSRIO

    Isto significa que nenhuma utilidade ir advir por sua revelao. Obviamente no h nenhuma grande perda ao fazer isto pois s uma questo de ser cuidadoso, deve-se evitar quelas aes definidas como e da? que significa, Quem se importa se eu fiz isto ou no, se no houve nenhum mal nisso?

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  • CABAL PARA O ESTUDANTE 20

    Voc deve saber que o: e da? considerado pelos sbios como ser a coisa mais destrutiva de todas. Isto porque todos os destruidores no mundo, aqueles que existem e iro existir, so o tipo de pessoa e da?. Isto significa que eles ocupam a si mesmos e aos outros com coisas desnecessrias. Por esta razo, os sbios no passado no aceitavam nenhum estudante antes de eles estarem certos que ele seria cauteloso em seus caminhos, para que no revelasse o que no era necessrio.

    2. O IMPOSSVEL

    Isto significa que a lngua no os instiga a dizer nada a respeito de suas qualidades, devido sua extrema sublimidade e espiritualidade. Nestes casos, quaisquer tentativas de coloc-los em palavras somente vo confundir o pesquisador e coloc-lo em um caminho falso, que considerado o mais grave dos pecados. No entanto, revelar qualquer coisa nesta categoria requer uma especial Permisso do Alto, que a segunda parte da ocultao da sabedoria. Mas mesmo essa permisso requer explicao.

    PERMISSO DO ALTO

    Isto explicado no livro Shaar MAamarei Rashbi (O Porto das Palavras do Rashbi) pelo Ari, na Parashat Mishpatim, pgina 100 do Zohar. Ele diz o seguinte, Saiba que algumas das almas dos justos eram do tipo da Luz Circundante, e algumas do tipo da Luz Interior. Aquelas que eram do tipo da Luz Circundante tinham o poder de falar dos segredos da Tor pela forma da ocultao e intimao, assim suas palavras seriam entendidas apenas pelos dignos de entend-las.

    A alma de Rabi Shimon Bar Yochai era do tipo da Luz Circundante. Por isso, ele tinha o poder de vestir as palavras e ensin-las de forma que mesmo se ele ensinasse muitos, apenas os dignos de entender entenderiam. por isso que ele recebeu a permisso para escrever O Livro do Zohar.

    A permisso no foi concedida para escrever um livro nesta sabedoria aos seus professores ou aos primeiros que precederam eles, mesmo que eles certamente fossem mais proficientes nesta sabedoria que ele. Este o significado do que est escrito Bar Yochai sabia como guardar seus caminhos. Agora voc pode entender a grande ocultao no Livro do Zohar, escrito pelo Rashbi, que nem toda mente pode entender suas palavras.

    Suas palavras em essncia: A explicao dos assuntos na sabedoria da verdade no dependente de qualquer tipo de grandeza ou pequenez do Sbio Cabalista. Pelo contrrio, sobre a iluminao da alma dedicada a isto: a iluminao desta alma considerada recebida permisso do Alto para revelar a Grande Sabedoria. Ns portanto aprendemos que aqueles que no foram recompensados com esta permisso no devem fazer clarificaes nesta sabedoria, pois eles no podem vestir estes assuntos sutis em palavras apropriadas de forma que os estudantes no falhem.

  • REVELANDO UMA PORO, OCULTANDO DUAS 21

    Por este motivo ns no encontramos um nico livro na sabedoria da verdade que perceba O Livro do Zohar do Rashbi, j que todos os livros na sabedoria antes deste no so categorizados como interpretaes da sabedoria. Ao invs, eles so meras intimaes, sem qualquer ordem de causa e consequncia, como sabido queles que encontram o conhecimento, esta a explicao de suas palavras.

    Eu acrescentaria, baseado no que eu recebi atravs de livros e autores, que no tempo do Rashbi e seus estudantes, os autores do Zohar, at o tempo do Ari, nenhum dos autores entenderam as palavras do Zohar e dos Tikunim (correes) to bem como o Ari. Todas as composies que precederam seu tempo eram meras aluses nesta sabedoria, incluindo os livros do sbio, Ramak (Rabi Moshe Cordovero).

    E as mesmas coisas que foram ditas sobre o Rashbi podem ser ditas sobre o prprio Ari ou seja, os antecessores do Ari no receberam Permisso do Alto para revelar as interpretaes desta sabedoria, mas o Ari recebeu esta permisso. E tambm, isto no distingue qualquer grandeza ou pequenez, j que possvel que a virtude dos seus antecessores fosse muito maior que a do Ari, mas eles no receberam a permisso para fazer isto. Por este motivo, eles se abstiveram de escrever comentrios que se relacionavam a sabedoria atual, mas estabeleceram breves intimaes que no eram de qualquer forma ligadas uma outra.

    Por este motivo, desde que os livros do Ari apareceram no mundo, todos aqueles que estudam a sabedoria da Cabal deixaram suas mos de todos os livros do Ramak, e todos os primeiros e grandes que precederam o Ari, como sabido entre aqueles que engajam nesta sabedoria. Eles j anexaram suas vidas espirituais unicamente aos escritos do Ari de forma que os livros essenciais, considerados como interpretaes prprias a esta sabedoria, so unicamente O Livro do Zohar, os Tikunim e seguindo eles, os Escritos do Ari (Kitvei HaAri).

    3. OS SEGREDOS DE DEUS SO PARA AQUELES QUE O TEMEM

    Isto significa que os segredos da Tor so revelados apenas por aqueles que temem Seu Nome, que guardam Sua Glria com suas mos e almas, e que nunca cometeram qualquer blasfmia. Esta a terceira parte da ocultao desta sabedoria.

    Esta parte da ocultao a mais estrita, pois este tipo de revelao falhou muitos. Do meio daqueles saem todos os encantadores, murmuradores, e Cabalistas prticos/mgicos, que caam almas com sua esperteza, e os msticos, que usam sabedoria seca que vem dentre as mos dos estudantes indignos, para trazer benefcios corporais para si mesmos ou para os outros. O mundo sofreu muito disto e ainda est sofrendo.

  • CABAL PARA O ESTUDANTE 22

    Saiba que a raiz da ocultao foi apenas por esta parte. De l os sbios tomaram um rigor excessivo ao testar seus estudantes, assim como eles dizem (Hagig 13), o princpio dos segredos so dados apenas ao chefe da corte, e para aquele que tem corao cuidadoso, e MAase Bereshit no explorado em pares, nem a Merkav para ser explorada sozinho. Existem muitos outros como estes, e todo este medo pelo motivo acima.

    Este o motivo de existirem to poucos que tenham sido recompensados com esta sabedoria, e mesmo aqueles que passaram por todos os testes e exames so jurados pelos mais srios votos para no revelar nada destas trs partes.

    No interpretem mal minhas palavras, onde eu dividi a Ocultao da Sabedoria em trs partes. Eu no quero dizer que a sabedoria da verdade em si dividida nestas trs partes. Pelo contrrio, eu quero dizer que estas trs partes decorrem de cada detalhe nico desta sabedoria, j que elas so as nicas trs maneiras de examinar esta sabedoria que so sempre aplicadas.

    Contudo, aqui precisamos perguntar, Se verdade que a firmeza da ocultao da sabedoria to estrita, de onde todas as milhares de composies sobre esta sabedoria vem? A resposta que h uma diferena entre as primeiras duas partes da ltima parte. O cargo principal reside apenas na terceira parte acima, pelo motivo explicado acima.

    Mas as duas primeiras partes no esto sobre proibio constante. Isto porque algumas vezes uma questo no desnecessrio revertida, deixa de ser desnecessria por algum motivo, e se torna necessria. Tambm, a parte, impossvel, algumas vezes se torna possvel. Isto assim por dois motivos: ou por causa da evoluo da gerao ou por ser dada a permisso do Alto, como aconteceu ao Rashbi e ao Ari, e a pequenas extenses aos seus antecessores. Todos os livros autnticos escritos na sabedoria emergem destes discernimentos.

    Este o significado da expresso dos sbios, Estou revelando uma poro ocultando duas. Eles querem dizer que aconteceu que eles revelaram uma nova coisa que no foi descoberta por seus antecessores. E por isto que eles implicam que esto apenas revelando uma poro, ou seja, esto revelando a primeira das trs partes da ocultao, e deixando duas partes ocultas.

    Isto indica que algo aconteceu, que o motivo para esta revelao: ou o desnecessrio recebeu a forma de necessrio, ou eles receberam a permisso do Alto, como expliquei acima. Este o significado da expresso, Estou revelando uma poro.

  • REVELANDO UMA PORO, OCULTANDO DUAS 23

    Os leitores destes tratos, que eu pretendo imprimir durante o ano, devem saber que eles so todos inovaes, que no so introduzidos puramente como tal, em seu preciso contedo, em qualquer livro precedendo o meu. Eu os recebi diretamente boca a boca do meu professor, que foi autorizado para isto, ou seja, que ele, tambm, recebeu dos seus professores boca a boca.

    E embora eu tenha os recebido sobre todas as condies de cobertura e vigilncia, pela necessidade introduzida no meu ensaio, Tempo de Agir, a parte desnecessria se tornou invertida para mim e se tornou necessria. Assim, eu revelei esta poro com permisso completa, como expliquei acima. Ainda que eu mantenha outras duas pores como fui ordenado.

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  • A ESSNCIA DA SABEDORIA DA CABAL 25

    A ESSNCIA DA SABEDORIA DA CABAL

    Antes de eu comear a explicar a histria da Sabedoria da Cabal, que muitos j o fizeram antes de mim, eu achei necessrio explicar claramente a essncia desta sabedoria, que ao meu conhecimento poucas pessoas compreendem. E claro no possvel falar da histria de algo sem antes estarmos familiares com a coisa em si.

    E embora este conhecimento seja amplo e mais profundo que o mar, eu ainda farei um esforo com toda a fora e conhecimento que eu adquiri neste assunto para dar uma explicao original, e para ilumin-lo de todos os lados suficientemente para qualquer um entender e chegar s concluses corretas como elas realmente so, sem deixar espao para meus leitores enganarem a si mesmos, como to frequentemente acontece quando lemos coisas desta natureza.

    EM TORNO DO QUE GIRA A SABEDORIA DA CABAL?

    claro que qualquer pessoa inteligente levantaria esta questo, e para dar uma resposta satisfatria, eu apresentarei uma definio fiel e precisa, j que esta sabedoria no mais e nem menos que a ordem das Razes que desdobram e evoluem atravs das leis de Causa e Efeito por leis absolutas e fias que conectam e visam a uma meta muito sublime, conhecida como a revelao da Sua Divindade s Suas criaturas neste mundo.

    E isto envolve o raciocnio dedutivo do geral ao particular:

    O geral significa toda a humanidade. absolutamente necessrio que toda a humanidade termine atingindo este desenvolvimento sublime, como est escrito, Pois a terra ficar cheia do conhecimento de Deus, assim como as guas que cobrem o mar (Isaas 11:9). O homem no ensinar ao seu prximo ou a seu irmo, dizendo Conhecei o Senhor!, pois todos Me conhecero, do menor ao maior deles (Jeremias 31:33). E Teu professor no mais se esconder, e teus olhos vero teu professor (Isaas 30:20).

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    O particular, significa que mesmo antes da perfeio de toda a humanidade, em cada gerao isto se aplica tambm a indivduos nicos, porque estes indivduos em cada gerao que merecerem atingir certos nveis em termos da revelao da Divindade do Criador, eles so os profetas e os homens de nome, dos quais os sbios disseram, No h gerao que no inclua pessoas como Abrao, Isaque e Jac (Bereshit Raba, Captulo 74). Isto te mostra que a revelao da Divindade do Criador aparece em toda gerao, de acordo com os sbios que so qualificados para dizer isto e dos quais ns confiamos.

    A MULTIPLICIDADE DOS PARTZUFIM, SEFIROT, E MUNDOS

    No entanto, isto nos leva a questo: Visto que esta sabedoria tem apenas uma funo especial e compreendida, porque existem uma multiplicidade de Partzufim, Sefirot e conexes intercambiveis dos quais os livros de Cabal esto cheios?

    Se voc tomar o corpo de uma pequena criatura, cujo nico propsito alimentar a si mesma para sobreviver neste mundo e propagar a si mesma, voc ver que ela composta de milhares e milhares de tecidos e ligamentos, conforme os fisiologistas e anatomistas encontraram, e centenas de milhares de partes que ainda no so conhecidas ao homem. Disto, voc pode concluir quantos componentes e condutas existem que devem trabalhar juntos para revelar esta meta exaltada.

    DUAS DIREES DE CIMA PARA BAIXO E DE BAIXO PARA CIMA

    Em geral, a sabedoria da Cabal dividida em dois sistemas de fluxo paralelos que so como duas gotas de gua e no h diferena entre elas exceto que o primeiro sistema atrado de Cima para Baixo at este mundo enquanto que o segundo sistema comea neste mundo e vai de Baixo para Cima, exatamente de acordo aos mesmos caminhos e conexes que apareceram de sua primeira apario e na revelao de Cima para Baixo.

    O primeiro sistema conhecido na linguagem cabalstica como: A ordem da evoluo dos mundos, Partzufim e Sefirot em todas as instncias, seja permanente ou temporrio. O segundo sistema chamado: Uma pessoa que atinge isto precisa passar pelas mesmas condutas, caminhos e compreender todos os detalhes e todos os nveis gradualmente e precisamente de acordo com as leis que se aplicam a eles do momento quando eles foram emanados de Cima para Baixo.

    Isto assim porque a questo de revelar a Divindade do Criador no acontece de uma vez, assim como as coisas materiais so reveladas. Pelo contrrio, elas aparecem ao longo de um perodo de tempo que depende da pureza daquele que os percebe, at que todos dos muitos nveis preordenados que apareceram de Cima para Baixo so revelados para ele. Estes nveis so ordenados e percebidos um aps o outro e um acima do outro como degraus de uma escada, e por isto que eles so chamados degraus (nveis).

  • A ESSNCIA DA SABEDORIA DA CABAL 27

    NOMES ABSTRATOS

    Muitas pessoas pensam que todos os mundos e nomes utilizados na Sabedoria da Cabal so nomes abstratos. Isto porque ela trata com Divindade e espiritualidade que esto alm de espao e tempo de modo que mesmo nossa imaginao no pode alcan-los. Por causa disto eles chegaram concluso que todas estas palavras descritivas so abstratas, ou mesmo mais elevadas e maiores do que nomes abstratos, j que para comear eles so completamente desprovidos de uma base imaginvel.

    Porm, isto no verdade. Ao contrrio, a Cabal no usa nomes exceto em termos de sua realidade e atualidade. Isto axiomtico entre todos os sbios Cabalsticos. Tudo que no podemos alcanar (compreender), ns no definiremos por um nome ou palavra.

    E aqui voc precisa entender que a palavra alcanar (Heb: Hassag) se refere ao ltimo nvel de compreenso, e isto vm da passagem: ...se tua mo alcanar... (Heb: Ki Tasig Yadcha) (Levticos 14:22). Isto , antes que algo se torne absolutamente claro, como se alcanado em suas prprias mos, os Cabalistas no definem isto como alcanado mas ao invs usam outros termos tais como entendimento ou educao, ou conhecimento etc.

    A REALIDADE DA SABEDORIA DA CABAL

    A realidade fsica que percebemos com nossos sentidos tambm contm coisas reais que, embora ns no possamos perceber ou imagin-las, tais como a eletricidade ou o magnetismo, conhecidos como Fludos.

    Porm quem se atreveria a dizer que estes nomes no so reais quando ns j sabemos e entendemos suas aes e manifestaes? Ns realmente no nos importamos que no percebamos a essncia disto, ou seja, o que a eletricidade.

    No entanto, este nome muito real para ns como se a essncia disto fosse percebida com nossos prprios sentidos. Tanto que at mesmo pequenas crianas esto familiares com a palavra eletricidade assim como elas esto com as palavras como po, acar etc.

    Alm disso, se voc quiser exercitar seu crebro eu iria ainda adiante e diria que em geral, assim como ns no podemos perceber ou alcanar Deus de forma alguma, ns no podemos perceber qualquer aspecto criado em si, mesmo as coisas materiais que ns podemos tocar.

    Isto significa que toda a nossa familiaridade com nossos amigos e parentes no mundo material nada alm do reconhecimento de suas aes ou manifestaes, que originam na comunho de nossos sentidos com eles. Estes so suficientes embora ns no tenhamos percepo da essncia do objeto em si. Alm disso, voc no tem percepo mesmo da essncia de si mesmo, e tudo que voc sabe sobre si mesmo nada alm das aes que so a forma manifestada de sua prpria essncia.

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    Agora voc pode facilmente entender que todos os nomes e termos usados nos Livros Cabalsticos so reais e concretos, embora ns no tenhamos percepo do assunto, j que aqueles que lidam com eles esto completamente satisfeitos que eles tm uma escala de conhecimento absoluta e completa e esto completamente familiares com eles, isto , com suas aes e manifestaes que esto em parceria com a Luz Superior e com aqueles que a percebem.

    Isto mais do que suficiente, j que a regra : Tudo que se possa imaginar que vem da superviso do Fazedor e se torna uma realidade da natureza mais do que suficiente. Assim como nenhuma pessoa sentir necessidade de ter seis dedos, j que cinco so mais do que suficientes.

    OS TERMOS CORPREOS E OS NOMES FSICOS NOS LIVROS CABALSTICOS

    claro para qualquer mente lgica que quando lidamos com conceitos espirituais, sem mencionar a Divindade, no existem palavras ou letras para descrev-los, j que todo nosso vocabulrio composto de imaginao e sentidos. Como ns poderamos utiliz-los onde nossa imaginao e sentidos no se aplicam?

    Mesmo se tomarmos as palavras mais sutis que podem ser usadas nestes lugares, tais como Luz Superior ou mesmo Luz Simples, estas palavras tambm so derivadas de outras palavras como luz do Sol, ou luz da vela ou luz da satisfao e prazer que uma pessoa sente com uma nova revelao ou quando ela est aliviada de alguma dvida. Ento como elas podem ser usadas para descrever conceitos espirituais ou caminhos Divinos, j que elas apenas oferecem ao leitor o vazio e a falsidade, muito menos quando as usamos para descrever um conceito em um debate filosfico, onde o sbio deve ser absolutamente preciso com suas definies?

    Se o sbio falha e usa mesmo uma palavra imprecisa, ele confunde seus leitores e eles no iro entender nada que vier antes, ou depois ou aquilo que tem qualquer coisa a ver com a palavra, como conhecido a qualquer um que l livros de sabedoria.

    Assim, voc pode se perguntar como os Cabalistas podem usar palavras falsas para explicar as conexes da sabedoria. Palavras falsas no tem definio substancial j que mentiras no tm pernas para andar. Ento primeiro precisamos conhecer a lei de Razes e Ramos no relacionamento entre os mundos.

  • A ESSNCIA DA SABEDORIA DA CABAL 29

    A LEI DE RAZES E RAMOS PELA QUAL OS MUNDOS ESTO RELACIONADOS

    Os Cabalistas revelaram que existem quatro mundos, conhecidos como: Atzilut, Bri, Yetzir e Assi. Do mais elevado dos mundos, Atzilut, ao mundo fsico e material que chamado Assi, as formas so absolutamente iguais em cada detalhe e manifestao. Todas as ocorrncias e manifestaes que so encontradas no primeiro mundo so tambm encontradas no prximo mundo abaixo dele sem diferena alguma, e assim por diante com todos os mundos seguintes incluindo o mundo material.

    No h diferena entre eles exceto pelo nvel em que eles esto, que entendido apenas pela composio dos componentes da realidade de cada mundo particular. A composio dos componentes do primeiro mundo mais elevado mais refinada que a dos mundos abaixo dele. E a composio dos componentes do segundo mundo mais densa do que a do primeiro mundo mas mais refinada que a dos mundos abaixo dele, e assim por diante at o mundo que ns experimentamos.

    Neste mundo material, a composio de seus componentes mais densa e escura do que todos os mundos precedentes, porm, as formas dos componentes e todas as suas manifestaes so exatamente iguais em todos os mundos tanto em qualidade quanto em quantidade sem qualquer mudana.

    Isto pode ser comparado a um carimbo e aquilo que carimbado. Todas as formas do carimbo em si so transferidas ao que est carimbado com todos os detalhes intactos. E assim com os mundos. Cada mundo inferior carimbado pelo mundo acima dele, e portanto todas as formas no mundo mais elevado so copiadas em sua qualidade e quantidade no mundo mais inferior tambm, assim no existe detalhe ou manifestao no Mundo Inferior que no encontrado no mundo acima dele em forma idntica, como duas gotas de gua.

    Eles so chamados Razes e Ramos. O mesmo componente encontrado no Mundo Inferior considerado o Ramo do componente correspondente a ele, e existindo no mundo acima dele, que a Raiz do componente do Mundo Inferior. Do mundo acima este componente carimbado e passa a existir no Mundo Inferior.

    Essa foi a inteno de nossos sbios quando disseram, No h uma planta abaixo que no tenha um mazal (signo, anjo) que lhe golpeia e diz, Cresa! (Hashmatot HaZohar, Bereshit verso 1, Bereshit Raba Captulo 10). Ou seja, que a raiz chamada mazal a fora a crescer e receber todos os seus traos tanto em termos de qualidade como de quantidade, assim como o carimbo deixa sua impresso naquilo que ele carimba como declarado acima. Esta a lei de Razes e Ramos, que se aplica a todos os componentes e manifestao da realidade de cada mundo em correlao ao mundo acima dele.

  • CABAL PARA O ESTUDANTE 30

    A LINGUAGEM DOS CABALISTAS A LINGUAGEM DOS RAMOS

    Isto significa que os ramos so determinados pelas razes que so seu carimbo que deve existir no Mundo Superior. Porque no h nada que exista no Mundo Inferior que no venha do mundo diretamente acima dele, assim como um carimbo e aquilo que ele carimba como explicado acima, a Raiz no Mundo Superior requer seu Ramo no Mundo Inferior para se manifestar exatamente com a mesma forma e trao. Como os sbios disseram, a mazal no Mundo Superior, golpeia a planta e a fora a crescer de acordo com seu prprio design. E atravs disto ns encontramos que todo e cada ramo neste mundo define bem sua contraparte no Mundo Superior.

    Assim, os Cabalistas encontraram um vocabulrio preordenado de palavras suficientes para uma linguagem incrivelmente precisa para falar entre si mesmos, que os permite negociar com cada outra das razes espirituais pertencentes aos Mundos Superiores. Ao mencionar apenas o ramo fsico mais inferior deste mundo material, que bem definido para nossos sentidos fsicos, os ouvintes entendem por si prprios o que a Raiz superior correspondente, com sua contraparte, o Ramo materializado est relacionando-se com ela j que sua impresso, como mencionado acima.

    Desta maneira, todo componente e manifestao no mundo material se torna como um nome ou termo absoluto e bem definido por sua Raiz correspondente nos Mundos Superiores espirituais. E embora em seu estado espiritual eles no possam ser expressados em palavras atravs de seus ramos correspondentes que ns percebemos neste nosso mundo material, como explicado acima.

    Esta a natureza da linguagem falada entre os Cabalistas, atravs da qual eles compartilham seu completo entendimento espiritual um com o outro de gerao gerao, tanto oralmente quanto em escrita, ao exato nvel necessrio para a discusso de seu estudo desta sabedoria. E eles entendem um ao outro completamente atravs de definies precisas que no podem ser mal compreendidas j que cada Ramo tem sua prpria definio natural especfica, indicando seu Ramo correspondente no Mundo Superior atravs desta definio absoluta especfica.

    Saiba que a Linguagem Cabalstica dos Ramos mais conveniente para explicar conceitos desta sabedoria do que qualquer outra linguagem. Como sabemos da lei do nominalismo pela qual o significado das palavras confundido pelo uso das massas, as palavras perdem seu significado preciso atravs do uso excessivo, e assim se torna muito difcil para uma pessoa transmitir ideias precisas para o outro atravs da fala e escrita.

  • A ESSNCIA DA SABEDORIA DA CABAL 31

    Isto no verdade da Linguagem Cabalstica dos Ramos, que derivada dos nomes das criaturas e sua histria que ns percebemos de acordo com as leis imutveis da natureza. Nunca pode acontecer que um ouvinte ou leitor erre no significado das palavras apresentadas a ele, j que as leis da natureza so absolutas sem exceo.

    TRANSMISSO DA BOCA DE UM SBIO CABALISTA A UM RECEPTOR ENTENDEDOR

    Assim escreveu o RAMBAN (Rabi Moshe ben Nachman) na introduo ao seu comentrio na Tor e Rabi Chaim Vital escreveu o mesmo em sua Introduo rvore da Vida, Artigo sobre Os Passos: Os leitores devem saber que eles no iro entender nem mesmo uma palavra do que est escrito nestes livros a menos que sejam transmitidas da boca de um Cabalista a um homem sbio que recebe e compreende por si s. Tambm as palavras dos sbios: A pessoa no deve estudar a Merkav sozinho, a menos que seja sbia e possa entender ela por si s (Talmud Babilnico, Chagig 11b).

    O significado destas palavras claro, a pessoa deve receber da boca de um Cabalista. Porm, qual a razo para a exigncia que mesmo um estudante deve ser primeiro sbio e entenda por si s? Se ele no , mesmo se for o homem mais justo no mundo, ele proibido de ser ensinado? Alm disso, se ele j sbio e entende isto por si s, por que ele precisa aprender dos outros?

    Do que ns explicamos acima, voc pode entender suas palavras claramente, j que foi explicado que nenhuma das palavras e expresses podem explicar os conceitos espirituais e Divinos que esto alm do espao e tempo ilusrios, ento ns temos uma linguagem especial para estes conceitos, que a Linguagem dos Ramos em relao a suas Razes elevadas correspondentes.

    No entanto, embora esta linguagem no apenas seja muito mais apropriada para seu propsito de discusso do estudo desta sabedoria do que as linguagens normais, como explicamos acima, isto apenas se aplica aos casos onde o prprio ouvinte sbio e entende por si s. O ouvinte conhece e entende a correlao entre as razes e seus ramos, porque estas correlaes no se tornam claras de forma alguma do inferior ao superior, que significa que ao examinar os ramos inferiores impossvel tirar quaisquer concluses sobre a forma de suas Razes Superiores correspondentes.

  • CABAL PARA O ESTUDANTE 32

    Muito pelo contrrio, o superior nos ensina sobre o inferior. Primeiro a pessoa deve entender puramente as Razes Superiores como elas so em seu estado espiritual alm da imaginao, mas com percepo pura (como foi explicado na Seo acima A Realidade da Sabedoria da Cabal). Uma vez que entenda claramente as Razes Superiores por si s, pode examinar os ramos fsicos neste mundo e entender como cada ramo se relaciona a sua raiz correspondente no Mundo Superior, em todo aspecto de qualidade e quantidade.

    E uma vez que a pessoa saiba e entenda tudo isto bem, ela tem uma linguagem em comum com seu professor, a Linguagem dos Ramos, atravs da qual o Cabalista pode transmitir todo seu estudo da sabedoria sobre os Mundos Superiores Espirituais, tanto o que recebeu de seus professores, quanto a expanso nesta sabedoria que ele prprio descobriu, j que eles agora tm uma linguagem comum e eles entendem um ao outro.

    Porm, quando o estudante no sbio e no pode entender esta linguagem do relacionamento de raiz e ramo por si s, bvio que o professor no pode explicar mesmo uma palavra desta sabedoria espiritual, muito menos discutir o estudo desta sabedoria com ele. Neste caso eles no tem linguagem em comum para usar, e eles so como aqueles que so mudos. Portanto, evidente que no se deve ensinar a Merkav, que a sabedoria da Cabal, exceto quele que sbio e compreende por si s.

    Alm do mais, ns precisamos perguntar: Se isto assim, ento como o estudante se torna sbio o suficiente para reconhecer os relacionamentos entre ramo e raiz se no for estudando as Razes Superiores? A resposta que nenhuma pessoa pode ajudar nisto. Ns precisamos da ajuda divina. Aquele que merece encontrar graa nos olhos de Deus ser naturalmente preenchido com a sabedoria, entendimento e conhecimento, para ser capaz de atingir a percepo divina.

    Nenhum ser humano pode ajudar com isto, mas uma vez que a pessoa encontrar graa aos olhos de Deus e merecer esta percepo divina, estar preparada para vir e receber toda a gama da sabedoria cabalstica da boca de um Cabalista, j que agora eles tm uma linguagem comum, e no de outra forma.

    TERMOS ESTRANHOS AO ESPRITO HUMANO

    De tudo que ns explicamos acima, voc pode entender certas coisas que aparecem nos Livros Cabalsticos, nomes e definies que so muito estranhas ao esprito humano. Elas so muito comuns nos livros bsicos de Cabal, O Zohar, o Tikunei Zohar e os livros do Ari, que faz a pessoa perguntar porque estes sbios escolheram usar tais nomes inferiores para expressar estes conceitos elevados sagrados.

  • A ESSNCIA DA SABEDORIA DA CABAL 33

    No entanto, uma vez que voc entender as ideias mencionadas acima voc entender a verdade do assunto, pois j foi clarificado que impossvel explicar esta sabedoria com qualquer linguagem no mundo exceto pela especial Linguagem dos Ramos em correlao s suas Razes Superiores correspondentes.

    Portanto, bvio que ns no podemos rejeitar qualquer ramo ou manifestao de um ramo devido ao seu nvel inferior e no us-lo para expressar a lio a ser aprendida dele em termos desta sabedoria, j que nenhum outro ramo pode tomar seu lugar.

    Assim como dois fios de cabelos no podem brotar do mesmo folculo, dois ramos no podem se relacionar a uma raiz. Assim, se ns abandonarmos uma manifestao e no usarmos ela, ns no s perdemos o conhecimento espiritual com que se relaciona ao Mundo Superior, porque ns no temos outra palavra em lugar daquela que indica esta raiz, mas isto tambm interfere com todo o campo da sabedoria com tudo que a engloba, j que estamos perdendo um elo na cadeia de toda a sabedoria conectada com aquele conceito.

    Portanto, vemos que isto cria um defeito em toda a sabedoria. No h outra sabedoria entre as sabedorias do mundo em que conceitos so to interconectados como Causa e Efeito, como na sabedoria da Cabal, que interconectada de um fim ao outro como uma longa cadeia, de forma que se uma pea do conhecimento estiver faltando, toda a Luz da Sabedoria se torna escurido, j que todos os aspectos dela so fortemente conectados um ao outro assim como unificados absolutamente em um.

    Agora no h necessidade de se perguntar porque nomes estranhos so usados, j que eles no tm liberdade de escolha ao usar estes nomes e no podem troc-los. Ao invs, eles sempre foram necessrios para se referir ao ramo ou manifestao exata que indica a raiz superior correspondente, como completamente necessrio, e eles tambm tiveram que expandir nestas coisas at que eles fornecessem uma definio suficientemente precisa para seus companheiros leitores.

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  • O ENSINAMENTO DA CABAL E SUA ESSNCIA 35

    O ENSINAMENTO DA CABAL E SUA ESSNCIA

    O que a sabedoria da Cabal? Como um todo, a sabedoria da Cabal diz respeito revelao da Divindade, organizada no seu caminho em todos os seus aspectos os que emergiram nos mundos e os que esto destinados a ser revelados, e de todas as maneiras que podem alguma vez aparecer nos mundos, at ao fim dos tempos.

    O PROPSITO DA CRIAO

    Uma vez que no h ao sem um propsito, certo que o Criador tinha um propsito na Criao colocada perante ns. E a coisa mais importante em toda esta diversa realidade a sensao dada aos animais cada um deles sente a sua prpria existncia. E a sensao mais importante a sensao mental, dada s ao homem, pela qual a pessoa tambm sente o que est no seu prximo as dores e confortos. Ento, certo que se o Criador tem um propsito nesta Criao, seu sujeito o homem. Diz-se sobre ele, Todas as obras do Senhor so por ele.

    Mas devemos ainda compreender qual foi o propsito pelo qual o Criador criou esta quota? Certamente, para elev-lo a um grau Superior e mais importante, para sentir o seu Deus como a sensao humana, que j lhe dada a ele. E assim como a pessoa conhece e sente os desejos de seu amigo, assim tambm ela aprender as palavras do Criador, como est escrito sobre Moiss, E o Senhor falou com Moiss face a face, como um homem fala ao seu amigo.

    Qualquer pessoa pode ser como Moiss. Indubitavelmente, qualquer um que examine a evoluo da Criao perante ns ir ver e compreender o grande prazer do Operador, cuja operao evolui at que ela adquira uma sensao maravilhosa de ser capaz de conversar e lidar com o seu Deus como algum que fala com seu amigo.

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  • CABAL PARA O ESTUDANTE 36

    DE CIMA PARA BAIXO

    sabido que o fim de uma ao est no pensamento preliminar. Antes que algum comece a pensar sobre como construir uma casa, contempla o apartamento na casa, que o propsito. Subsequentemente, examina o diagrama para o fazer adequado para esta tarefa.

    Assim com a nossa matria. Uma vez que aprendemos sobre o propsito, tambm claro para ns que todas as condutas da Criao, em toda a sua esquina, entrada, e sada, so completamente preordenadas pelo propsito de nutrir a espcie humana do seu centro, para melhorar suas qualidades at que ela possa sentir a Divindade tal como sente o seu amigo.

    Estas ascenses so como degraus de uma escada, organizadas grau aps grau at que seja completada e atinja seu propsito. E voc deve saber que a qualidade e quantidade destes degraus so dispostos em duas realidades: 1) a existncia de substncias materiais, e 2) a existncia de conceitos espirituais.

    Na linguagem da Cabal, eles so chamados de Cima para baixo e de baixo para Cima. Isto significa que as substncias corpreas so uma sequncia da divulgao da Sua Luz de Cima para baixo, da primeira fonte, quando uma medida de Luz foi cortada da Sua Essncia, e foi restringida Tzimtzum aps Tzimtzum (restrio aps restrio) at que o mundo corpreo fosse formado disso, com criaturas corpreas na sua parte inferior.

    DE BAIXO PARA CIMA

    Posteriormente comea uma ordem de baixo para Cima. Estes so como os degraus da escada pela qual a raa humana se desenvolve e sobe para Cima at o propsito da criao. Estas duas realidades so explicadas em todos seus detalhes na Sabedoria da Cabal.

    NECESSIDADE DE ESTUDAR A CABAL

    Um opositor pode dizer, Desta forma, esta sabedoria para os que j foram recompensados com uma medida de revelao Divina, mas que necessidade pode ter a maioria das pessoas em conhecer esta sabedoria sublime?

    Certamente, h uma opinio comum que o objetivo principal da religio e da Tor apenas a purificao das aes, e tudo o que desejado depende da observncia das aes [prticas] das Mitzvot (mandamentos), sem quaisquer acrscimos ou nada que possa resultar da. Tivesse sido assim, aqueles que dizem que apenas estudar as aes reveladas e prticas suficiente estariam certos.

  • O ENSINAMENTO DA CABAL E SUA ESSNCIA 37

    Todavia, este no o caso. Nossos sbios j disseram, Porque o Criador deveria se preocupar se algum abate na garganta ou atrs do pescoo? Afinal, todas as Mitzvot foram dadas apenas para purificar as pessoas. Ento, h um propsito alm da observao das aes, e as aes so meramente preparaes para este propsito. Ento, claramente, se as aes no esto organizadas para o desejado objetivo, como se nada existisse. E tambm est escrito no Zohar: Uma Mitzv (mandamento) sem Kavan (inteno, direo) como um corpo sem alma. Ento, a Kavan, tambm deve acompanhar a ao.

    Tambm, claro que a Kavan deve ser uma Kavan verdadeira digna da ao, como nossos sbios disseram sobre o verso, E eu afastar-te-ei das pessoas, para que sejas Meu, para que tua separao seja por Meu Nome. No venha algum dizer, Porco impossvel. Ao invs, deixe que diga possvel, mas o que posso eu fazer, meu Pai no Cu me sentenciou.

    Ento, se algum evita porco devido abominao ou devido a certo mal corpreo, esta Kavan no ajuda em nada para isto ser considerado uma Mitzv praticada, a menos que tenha uma Kavan nica e adequada de que a Tor proibiu. Assim com cada Mitzv, e apenas ento o corpo gradualmente purificado ao praticar as Mitzvot, que o desejado propsito.

    Ento, o estudo das condutas fsicas no suficiente; ns precisamos estudar aquelas coisas que produzem a Kavan desejvel, de praticar tudo com f na Tor e no Doador da Tor, que h um Julgamento e h um Juiz.

    Quem to tolo para no compreender que a f na Tor e na recompensa e punio, que tm o poder de render esta grande coisa, requer muito estudo nos livros adequados? Ento, at antes da ao, um estudo que purifica o corpo necessrio, para crescer acostumado f no Criador, Sua Lei, e Sua Providncia. Nossos sbios disseram sobre isso, Eu criei a inclinao ao mal; Eu criei para ela a Tor como uma especiaria. Eles no disseram, Eu criei para ela Mitzvot como uma especiaria, j que nosso fiador precisa ele prprio de um fiador, pois a inclinao ao mal deseja licenciosidade e no deixar que ela pratique as Mitzvot.

    TOR COMO UMA ESPECIARIA

    A Tor a nica especiaria para anular e subjugar a inclinao ao mal, assim como nossos sbios disseram, A Luz nela os corrige.

    A MAIORIA DAS PALAVRAS DA TOR SO PARA ESTUDO

    Isto reconcilia porque a Tor fala extensivamente sobre partes que no dizem respeito parte prtica mas apenas ao estudo, ou seja, a introduo do MAase Bereshit (Ato da Criao) e todo o livro de Bereshit (Gnesis), Shemot (xodo), e a maior parte de Devarim (Deuteronmio), e, desnecessrio dizer, Agad (lenda) e Midrashim (comentrios). Todavia, dado que eles so onde a Luz est armazenada, seu corpo

  • CABAL PARA O ESTUDANTE 38

    ser purificado, a inclinao ao mal subjugada, e ele chegar f na Tor e em recompensa e punio. Este o primeiro grau na observao da obra, como explicado.

    A MITZV UMA VELA, E A TOR A LUZ

    Est escrito, Pois a Mitzv uma vela, e a Tor a Luz (Provrbios 6:23). Assim como algum que tem velas mas nenhuma luz para as acender se senta no escuro, o que tem Mitzvot mas nenhuma Tor senta-se no escuro. Isto porque a Tor a Luz, pela qual a escurido no corpo iluminada e acendida.

    NEM TODAS AS PORES DA TOR SO DE IGUAL LUZ

    De acordo com o poder supramencionado na Tor, isto , considerando a medida de Luz nela, certo que a Tor deve ser dividida em graus, de acordo com a medida de Luz que o homem pode receber ao estud-la. Claramente, quando algum pondera e contempla palavras da Tor que pertencem revelao do Criador a nossos pais, elas trazem ao examinador mais Luz que quando examina questes prticas.

    Embora elas sejam mais importantes em respeito s aes, com respeito Luz, a revelao do Criador a nossos pais certamente mais importante. Qualquer um com um corao honesto que tentou pedir para receber a Luz da Tor admitir isso.

    NECESSIDADE E REVELAO DA EXPANSO DA SABEDORIA

    Dado que o todo da sabedoria da Cabal fala do segredo da revelao do Criador, naturalmente, no h ensinamento mais bem sucedido para esta tarefa. Foi para isto que os Cabalistas se direcionaram organiz-la para que fosse adequada para o estudo.

    E ento eles estudaram nela at o fim do tempo da ocultao (foi concordado ocult-la por uma certa razo). Contudo, isto foi apenas por certo tempo, e no para sempre, Deus proba, como est escrito no Zohar, Esta sabedoria est destinada a ser revelada no fim dos tempos, e at as crianas.

    Segue-se que a sabedoria supramencionada no est limitada linguagem da Cabal, pois a sua essncia uma Luz espiritual que emerge da Sua Essncia, no segredo do que est escrito, Podes tu enviar relmpagos, para que eles possam ir, e dizer para ti: Aqui estamos ns, referindo-se aos dois caminhos acima: de Cima para baixo e de baixo para Cima.

    Estas questes e graus expandem-se de acordo com uma linguagem adequada para eles, e eles so verdadeiramente todas as essncias, as criaturas, as pessoas e os costumes neste mundo, que so seus ramos. Isto porque No h uma planta abaixo que no tenha um mazal (signo, anjo) que lhe golpeia e diz, Cresa! Ento,

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    os mundos emergem um do outro e esto impressos de um para outro como um carimbo e sua impresso. E tudo o que est num est no outro, descendo at ao mundo corpreo, que seu ltimo ramo, mas contm o mundo Acima dele como uma impresso de um carimbo.

    Ento, fcil saber que podemos falar dos Mundos Superiores apenas por seus ramos corpreos e inferiores, que se estendem deles, ou de suas condutas, que a linguagem do Tanakh [Acrnimo para Tor Neviim Ketuvim (Pentateuco, Profetas e Escritos), que compreende todo o Antigo Testamento da Bblia], ou pelos ensinamentos seculares ou por pessoas, que a linguagem dos Cabalistas, ou de acordo com os nomes concordados. Esta foi a conduta na Cabal dos Geonim desde a ocultao do Zohar.

    Ento, tornou-se claro que a revelao do Criador no para ser divulgada de uma s vez, mas uma questo progressiva que revelada ao longo de um perodo de tempo, suficiente para a divulgao de todos os grandes graus que aparecem de Cima para baixo e de baixo para Cima. Em cima deles, e no fim deles, aparece o Criador.

    como uma pessoa proficiente em todos os pases e pessoas no mundo, que no pode dizer que o mundo inteiro lhe foi revelado a ela antes que ela tenha completado o seu exame da ltima pessoa e do ltimo pas. At que algum concretize isso, no alcanou o mundo inteiro.

    Similarmente, a realizao do Criador revela-se de maneiras preordenadas. O buscador deve alcanar todas essas maneiras tanto no Superior como no inferior. Claramente, os Mundos Superiores so os importantes aqui, mas eles so alcanados juntos pois no h diferena em suas formas, apenas na sua substncia. A substncia de um Mundo Superior mais pura, mas as formas so impressas de um para o outro, e o que existe no Mundo Superior existe necessariamente em todos os mundos abaixo dele, dado que o inferior impresso por ele. Saiba que estas realidades e suas condutas, que o buscador do Criador alcana, so chamadas graus, dado que sua realizao organizada uma sobre a outra, como degraus de uma escada.

    EXPRESSES ESPIRITUAIS

    O espiritual no tem imagem, logo ele no tem letras com que o contemplar. Mesmo se ns declararmos em geral que ele Luz Simples, que desce e se estende ao buscador at que se revista e o alcance na quantia suficiente para a Sua revelao, isto, tambm, uma expresso emprestada. Isto assim pois tudo o que chamado Luz no mundo espiritual no como a luz do sol ou a luz das velas.

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    Ao que nos referimos como Luz no mundo espiritual emprestado da mente humana, cuja natureza tal que quando uma dvida resolvida numa pessoa, descobre uma abundncia de luz e prazer atravs do corpo. por isso que algumas vezes dizemos a luz da mente, embora isto no seja assim. A luz que brilha nessas partes da substncia do corpo que so imprprias para receber escrutnios resolvidos certamente algo inferior mente. Ento, esses baixos, inferiores rgos podem receb-la e alcan-la, tambm.

    Todavia, para ser capaz de dar nome mente com certo nome, ns chamamos-lhe a luz da mente. Similarmente, ns chamamos aos elementos da realidade dos Mundos Superiores Luzes, pois eles trazem os que os alcanam abundncia de luz e prazer ao longo do corpo, da cabea aos ps. Por esta razo, ns podemos chamar ao que alcana veste, pois ele revestiu aquela Luz.

    Ns podemos perguntar, No seria mais correto chamar-lhes pelos nomes usados no escrutnio, tais como observao e realizao, ou de se exprimir a si mesmo com expresses que enfatizem os fenmenos da razo terica? A questo que no nada como as condutas dos fenmenos mentais tericos, dado que a mente um ramo particular entre todos os elementos da realidade. Ento, ela tem as suas prprias formas de manifestao.

    Isto no assim com os graus, pois eles so um todo completo, que contm todos os elementos que existem num mundo. Cada elemento tem as suas prprias formas particulares. Na maioria, a percepo das questes em graus similar percepo de corpos animais: quando se alcana certa essncia, se alcana o todo dela, do princpio ao fim.

    Se ns julgarmos pelas leis da razo terica, podemos dizer que ele alcanou tudo o que ele podia alcanar nessa essncia, e mesmo que ele tenha contemplado durante outros milhares de anos, ele no poderia acrescentar a ela sequer um triz. Todavia, no princpio muito similar a isto , que ele v tudo mas no compreende nada do que v. Porm, com o passar do tempo ele ter de alcanar questes adicionais, similares a Ibr (concepo), Yenik (amamentao), Mchin (idade adulta), e um segundo Ibr. Nessa altura, ele comear a sentir e a usar as suas realizaes de todas as formas que desejar.

    Contudo, na verdade, ele no acrescentou nada s realizaes que ele tinha concretizado no princpio. em vez disso como o amadurecimento: previamente ele era imaturo, ento ele no podia compreend-lo, e agora o seu amadurecimento foi completado.

    Ento, voc v a grande diferena das condutas dos fenmenos mentais. Por esta razo, as definies a que estamos acostumados a usar no sero suficientes para ns com fenmenos mentais. Somos compelidos a usar apenas as condutas que se

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    aplicam a questes corpreas, dado que suas formas so completamente similares, embora sua substncia seja absolutamente remota.

    QUATRO LINGUAGENS SO USADAS NA SABEDORIA DA VERDADE

    Quatro linguagens so usadas na sabedoria da verdade:

    1. A linguagem do Tanakh, seus nomes, e denominaes.

    2. A linguagem da Halach (Lei). Esta linguagem muito prxima linguagem do Tanakh.

    3. A linguagem das Hagadot (Lendas), que est muito longe do Tanakh por completo, dado que ela no tem qualquer considerao da realidade. Nomes estranhos e denominaes so atribudos a esta linguagem, e ela tambm no se relaciona a conceitos por meio de raiz e seu ramo.

    4. A linguagem das Sefirot e Partzufim. Em geral, os sbios tinham uma forte inclinao para ocult-la dos ignorantes, dado que eles acreditavam que sabedoria e tica andam de mo dada. Ento, os primeiros sbios esconderam a sabedoria na escrita, usando linhas, pontos, topos, e fins. Foi assim que o alfabeto foi formado com as vinte e duas letras perante ns.

    A LINGUAGEM DO TANAKH

    A linguagem do Tanakh a linguagem principal e rudimentar, perfeitamente adequada sua tarefa, pois na maior parte, ela contm uma relao de raiz e ramo. Esta a linguagem mais fcil de se compreender. Esta linguagem tambm a mais antiga; ela a Lngua Santa, atribuda a Adam HaRishon.

    Esta linguagem tem duas vantagens e uma desvantagem. A sua primeira vantagem que fcil de compreender, e at principiantes em realizao imediatamente compreendem tudo o que precisam. A segunda vantagem que ela clarifica questes extensivamente e em profundidade, mais que em todas as outras linguagens.

    A sua desvantagem que ela no pode ser usada para discutir assuntos particulares ou ligaes de causa e consequncia. Isto assim pois cada matria precisa ser clarificada na sua mais completa medida, pois no evidente por si mesma em mostrar a que elemento est se referindo, a no ser ao apresentar toda a questo. Ento, para enfatizar o mais pequeno detalhe, uma histria completa deve ser apresentada. por isso que ela indigna para pequenos detalhes ou para ligaes de causa e consequncia.

    E a linguagem das Tefilot (oraes) e Brachot (bnos) tambm retirada da linguagem do Tanakh.

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    A LINGUAGEM DA HALACH

    A linguagem da Halach (Lei) no da realidade, mas da existncia da realidade. Esta linguagem retirada inteiramente da linguagem do Tanakh de acordo com as razes das leis l apresentadas. Ela tem uma vantagem sobre o Tanakh: ela elabora grandemente sobre cada questo e ento aponta para as Razes Superiores mais precisamente.

    Contudo, a sua grande desvantagem, comparada linguagem do Tanakh, que ela muito difcil de compreender. Esta a mais difcil de todas as linguagens, e apenas um completo sbio, chamado entrar e sair sem mal, a alcanar. claro, ela tambm contm a primeira desvantagem, pois ela retirada do Tanakh.

    A LINGUAGEM DA AGAD

    A linguagem da Agad (Lenda) fcil de compreender atravs das alegorias que servem perfeitamente ao significado desejado. Em exame superficial, ela parece at mais fcil de compreender que a linguagem do Tanakh. Todavia, para completo entendimento, ela uma linguagem muito difcil, pois ela no se confina a si mesma a falar em sequncias de raiz e ramo, mas apenas de alegorias e maravilhosa sagacidade. Porm, ela muito rica em resolver conceitos confusos e estranhos que dizem respeito essncia do grau no seu estado, por si mesmo, que no pode ser explicado na linguagem do Tanakh e da Halach.

    A LINGUAGEM DOS CABALISTAS

    A linguagem dos Cabalistas uma linguagem no completo sentido da palavra: muito precisa, tanto a respeito da raiz e ramo quanto da causa e consequncia. Ela tem um mrito nico de ser capaz de exprimir detalhes sutis nesta linguagem sem quaisquer limites. Tambm, atravs dela, possvel abordar a questo desejada diretamente, sem a necessidade de lig-la ao que a precede ou que se segue a ela.

    Porm, apesar de todos os sublimes mritos que voc encontra nela, h um grande defeito nela: ela muito difcil de alcanar, praticamente impossvel, exceto de um sbio Cabalista e de um sbio que a compreenda com a sua prpria mente. Isto significa que at algum que compreenda o resto dos graus de baixo para Cima e de Cima para baixo com a sua prpria mente, ainda assim no compreender nada nesta linguagem at que ele a receba de um sbio que j recebeu a linguagem de seu professor face a face.

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    A LINGUAGEM DA CABAL EST CONTIDA EM TODAS

    Os nomes, denominaes, e Gematrias pertencem inteiramente sabedoria da Cabal. A razo pela qual elas so achadas nas outras linguagens, tambm, que todas as linguagens esto includas na sabedoria da Cabal. Isto assim pois estes so todos casos particulares com os quais as outras linguagens devem ser assistidas.

    Mas no se deve pensar que estas quatro linguagens, que servem para explicar a sabedoria da revelao Divina, evoluram uma de cada vez, ao longo do tempo. A verdade que todas as quatro apareceram perante os sbios simultaneamente.

    Na verdade, cada uma consiste de todas as outras. A linguagem da Cabal existe no Tanakh, tal como o ficar sobre a Tzur (rocha), os treze atributos da misericrdia na Tor e em Mic, e, a uma extenso, ela sentida em todo e cada verso. Existem tambm as Merkavot (carruagens) em Isaas e Ezequiel, e sobre todas elas O Cntico dos Cnticos, todos os quais so puramente a linguagem da Cabal. Ela similar a Halach (Lei) e a Agad (Lenda), e tanto o mais com a questo dos nomes indelveis, que contm o mesmo significado em todas as linguagens.

    ORDEM DO DESENVOLVIMENTO DAS LINGUAGENS

    Dentro de tudo h um desenvolvimento gradual, e a linguagem mais fcil de usar uma cujo desenvolvimento est completado antes das outras. Ento, os primeiros produtos estavam na linguagem do Tanakh, pois ela a linguagem mais conveniente e foi prevalecente no momento.

    Seguindo-a veio a linguagem das Halachot, dado que ela est completamente imersa na linguagem do Tanakh, tambm porque era necessrio de forma a instruir s pessoas como implementar as leis na prtica.

    A terceira foi a linguagem das Hagadot. Embora seja achada em muitos lugares no Tanakh, tambm, apenas como uma linguagem auxiliar pois a sua astcia apressa a percepo das questes. Contudo, ela no pode ser usada como uma linguagem bsica, pois lhe falta a preciso da raiz e seu ramo. Ento, ela foi raramente usada e assim no se desenvolveu.

    E embora a Hagad fosse usada extensivamente durante o tempo dos Tanaim e dos Amoraim, foi apenas em conjuno com a linguagem do Tanakh, para abrir as palavras de nossos sbios Rabi comeou, etc., (e outros sufixos). Na verdade, o uso expansivo desta linguagem por nossos sbios comeou depois da ocultao da linguagem da Cabal, durante os dias de Yochanan Ben Zakai e pouco antes, isto setenta anos antes da runa do Templo.

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    A ltima a evoluir foi a linguagem da Cabal. Isto foi assim devido s dificuldades em compreend-la: em acrscimo realizao, preciso compreender o significado destas palavras. Ento, at os que a compreendiam no podiam us-la, pois na maior parte, eles estavam sozinhos na sua gerao e no tinham ningum com quem estudar. Nossos sbios chamaram a essa linguagem, MAase Merkav, dado que ela uma linguagem especial pela qual se pode elaborar sobre os detalhes da Herkev (composio) dos graus uma na outra, e no com qualquer outra.

    A LINGUAGEM DA CABAL COMO QUALQUER LINGUAGEM FALADA, E A SUA PREFERNCIA EST NO SENTIDO IMPLCITO EM UMA NICA PALAVRA!

    primeira vista, a linguagem da Cabal parece como uma mistura das trs linguagens supramencionadas. Contudo, o que compreende como a usar descobrir que ela uma linguagem nica em si e por si mesma do incio ao fim. Isto no pertence s palavras, mas a seus significados. Esta toda a diferena entre elas.

    Nas primeiras trs linguagens, no h praticamente qualquer significado a uma nica palavra, permitindo ao examinador compreender o que a palavra implica. Apenas ao juntar umas poucas palavras, e por vezes assuntos, podem seu contedo e sentido ser compreendidos. A vantagem na linguagem da Cabal que toda e cada palavra nela divulgam seu contedo e significado ao examinador em absoluta preciso, no menos que em qualquer outra lngua humana: cada palavra transporta a sua prpria definio precisa e no pode ser substituda por outra.

    ESQUECENDO A SABEDORIA

    Desde a ocultao do Zohar, esta importante linguagem foi gradualmente esquecida, pois era usada por cada vez menos e menos pessoas. Tambm, houve uma cessao de uma gerao, que o sbio receptor no a transmitiu a um receptor entendedor. Desde ento, houve um imensurvel dficit.

    Voc pode ver evidentemente que o Cabalista Rabi Moshe de Leon, que foi o ltimo a possu-lo, com cuja mo revelou ao mundo, no compreendia uma palavra dele. Isto porque nesses livros onde ele apresenta pedaos do Livro do Zohar, claro que ele no compreendia as palavras, pois ele o interpretou de acordo com a linguagem do Tanakh. Ele confundiu o entendimento completamente, embora ele prprio tivesse maravilhosa realizao, assim como suas composies demonstram.

    Assim foi por geraes: todos os Cabalistas dedicaram suas vidas inteiras a compreender a linguagem do Zohar, mas no conseguiram descobrir suas mos e pernas, dado que eles foraram a linguagem do Tanakh sobre ele. Por esta razo, este livro foi selado perante eles, como foi com o prprio Rabi Moshe de Leon.

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    A CABAL DO ARI

    Isto foi assim at chegada de um Cabalista nico, o Ari. Seu entendimento estava acima e alm de qualquer barreira, e ele abriu a linguagem do Zohar para ns e pavimentou nosso caminho sobre ela. No tivesse ele falecido to novo, difcil imaginar a quantidade de Luz que seria extrada do Zohar. O pouco com que fomos abenoados pavimentou um caminho e passagem, e verdadeira esperana que ao longo das geraes nosso entendimento cresceria finalmente para percebe-la na sua totalidade.

    Todavia, voc deve compreender a razo pela qual todos os grandes sbios que seguiram o Ari abandonaram todos os livros que eles tinham compilado nesta sabedoria e nos comentrios do Zohar, e praticamente se proibiram a si mesmos de serem vistos, e dedicaram suas vidas s palavras do Ari. Isto no foi porque eles no acreditavam na santidade dos sbios precedendo o Ari; Deus proba que pensemos assim. Qualquer um com olhos na sabedoria podia ver que a realizao desses grandes sbios na sabedoria da verdade era imensurvel. Apenas um tolo ignorante duvidaria deles. Porm, sua lgica na sabedoria seguiu as primeiras trs linguagens.

    Embora cada linguagem seja verdadeira e digna no seu lugar, ela no completamente digna, e bastante enganadora para compreender a sabedoria da Cabal contida no Zohar usando estas ordens. Isto assim pois ela uma linguagem completamente diferente, dado que foi esquecida. Por esta razo, ns no usamos suas explicaes, sejam as explicaes do prprio Rabi Moshe de Leon, ou seus sucessores, pois suas palavras ao interpretar O Zohar no so verdadeiras, e at este dia temos apenas um comentarista o Ari, e ningum mais.

    luz do mencionado, segue-se que a interioridade da sabedoria da Cabal no outra que a interioridade do Tanakh, do Talmud e da Hagad. A nica diferena entre elas encontra-se nas suas explicaes.

    Isto similar a uma sabedoria que foi traduzida em quatro lnguas. Naturalmente, a essncia da sabedoria no mudou nada pela mudana da lngua. Tudo o que temos que pensar qual traduo a mais conveniente para transmitir a sabedoria ao estudante.

    Assim a questo perante ns: a sabedoria da verdade, isto a sabedoria da revelao da Divindade em Suas Condutas para as criaturas, como ensinamentos seculares, deve ser passada de gerao em gerao. Cada gerao acrescenta um elo sua anterior, e ento a sabedoria evolui. Alm do mais, ela torna-se mais adequada para sua expanso no pblico.

    Ento, cada sbio deve passar a seus estudantes e s seguintes geraes tudo o que ele herdou na sabedoria de geraes anteriores, assim como os acrscimos com que ele mesmo foi recompensado. Claramente, a realizao espiritual pois alcanada pelo que alcana no pode ser passada a outro, e tudo o mais sendo

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    escrito num livro. Isto assim pois objetos espirituais no podem vir em letras da imaginao ou que se parea (e embora esteja escrito, e pelo ministrio dos profetas Eu usei similaridades, no literalmente assim, Deus proba).

    ORDEM DE PASSAR A SABEDORIA

    Ento, como a pessoa que alcana pode transmitir as suas realizaes s geraes e aos estudantes? Saiba que h apenas uma maneira para isto: por meio da raiz e ramo. Todos os mundos e tudo o que os preenche, em cada um de seus detalhes, emergiram do Criador em Um, nico e Unificado Pensamento. E o Pensamento sozinho cascateou e criou todos os muitos mundos e criaes e suas condutas, como explicado em A rvore da Vida e no Tikuney Zohar.

    Ento, eles so todos iguais uns aos outros, como selo e impresso, em que o primeiro selo est impresso em todos. Como resultado, ns chamamos aos mundos mais prximos ao Pensamento sobre o propsito, razes, e aos mundos mais afastados do propsito ns chamamos ramos. Isto assim pois o fim da ao est no pensamento preliminar.

    Agora ns podemos compreender o idioma comum nas Agadot (lendas) de nossos sbios: e observa-o do fim do mundo at o seu fim. No deveriam eles ter dito, do princpio do mundo at o seu fim? Mas existem dois fins: um fim de acordo com a distncia do objetivo, isto os ltimos ramos neste mundo, e 2) um fim chamado o propsito final, dado que o propsito revelado no fim da questo.

    Mas como ns explicamos, O fim de uma ao est no pensamento preliminar. Ento, ns encontramos o propsito no princpio dos mundos. Isto ao que nos referimos como primeiro mundo, ou o primeiro selo. Todos os outros mundos derivam dele, e por isto que todas as criaes Inanimado, Vegetativo, Animado e Falante em todos os seus incidentes existem na sua completa forma precisamente no primeiro mundo. E o que no existe l no pode aparecer no mundo, dado que no se d o que no se tem.

    RAIZ E RAMO NOS MUNDOS

    Agora fcil compreender a questo das razes e ramos nos mundos. Cada um dos diversos Inanimado, Vegetativo, Animado e Falante neste mundo tm as suas partes correspondncias no mundo Acima dele, sem qualquer diferena na sua forma, mas apenas na sua substncia. Ento, um animal ou uma pedra neste mundo uma matria corprea, e seu correspondente animal ou pedra no Mundo Elevado uma matria espiritual, ocupando nenhum lugar ou tempo. Porm, sua qualidade a mesma.

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    E aqui devemos certamente acrescentar a questo da relao entre matria e forma, que naturalmente condicionada qualidade da forma, tambm. Similarmente, com a maioria do Inanimado, Vegetativo, Animado e Falante no Mundo Superior, voc descobrir sua similaridade e semelhana no mundo Acima do Superior. Isto continua at o primeiro mundo, em que todos os elementos so completados, no segredo do que est escrito, E Deus viu tudo o que Ele tinha feito, e, eis, era muito bom.

    por isso que os Cabalistas escreveram que o mundo est no centro de tudo, para indicar o acima, que o fim da ao o primeiro mundo, isto o objetivo. Tambm, o afastamento do objetivo chamado a descida dos mundos de seu Emanador at a este mundo corpreo, o mais distante do propsito.

    Contudo, o fim de todos os corpreos gradualmente se desenvolver e alcanar o objetivo que o Criador designou para eles, isto o primeiro mundo. Comparado a este mundo, em que ns estamos, ele o ltimo mundo, isto do fim da matria. por isso que parece que o mundo do objetivo o ltimo mundo, e que ns, pessoas deste mundo, estamos entre eles.

    A ESSNCIA DA SABEDORIA DA VERDADE

    Agora claro que assim como a emergncia das espcies vivas neste mundo e a conduta de suas vidas uma maravilhosa sabedoria, a apario da Shef Divina no mundo, os graus e a conduta de suas aes se unem para criar uma maravilhosa sabedoria, muito mais do que a cincia da fsica. Isto porque a fsica mero conhecimento da disposio de um tipo particular existindo num mundo particular. Ela nica para o seu sujeito, e nenhuma outra sabedoria includa nela.

    Isto no assim com a sabedoria da verdade, dado que ela conhecimento de todo o Inanimado, Vegetativo, Animado e Falante em todos os mundos com todas as suas instncias e condutas, pois elas so includas no Pensamento do Criador, isto , no propsito. Por esta razo, todos os ensinamentos do mundo, do menor deles at ao maior deles, esto maravilhosamente includos nela, pois ela equaliza todos os diferentes ensinamentos, os mais diferentes e mais remotos um do outro, como o leste do oeste. Ela os faz todos iguais, isto as ordens de cada ensinamento so compelidas a chegar por seus meios.

    Por exemplo, a cincia da fsica est ordenada precisamente pela ordem dos mundos e Sefirot. Similarmente, a cincia da astronomia est ordenada por essa mesma ordem, e assim com a cincia da msica, etc. Ento, ns descobrimos nela que todos os ensinamentos esto ordenados e seguem uma nica ligao e uma nica relao, e elas so todas como a relao da criana ao seu progenitor. Ento, elas condicionam uma outra; isto , a sabedoria da verdade condicionada por todos os ensinamentos, e todos os ensinamentos so condicionados por ela. por isso que ns no descobrimos um nico Cabalista genuno sem conhecimento compreensivo

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    em todos os ensinamentos do mundo, dado que eles os adquirem da prpria sabedoria da verdade, pois eles esto includos nela.

    O SEGREDO DA UNIFICAO

    A maior maravilha sobre esta sabedoria a integrao nela: todos os elementos da vasta realidade esto incorporados nela, at que todos eles venham a uma nica coisa o Todo Poderoso, e todos eles juntos.

    No princpio, voc desco