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CANGUILHEM, Georges. O normal e o patológico. Trad. Maria Thereza Redig de Carvalho Barrocas; revisão técnica de Manoel Barros da Motta; tradução do posfácio de Pierre Macherey e da apresentação de Louis Althusser, Luiz Otávio Ferreira Barreto Leite. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 7ª ed., 2012 [original 1ª ed. 1943; 2ª ed. 1966].
Prólogo (1966 - C. G.)
Prefácio da 2ª edição (1950 - G. C.)
Livro I: Ensaio sobre alguns Problemas relativos ao Normal e ao Patológico
(1943)
Primeira Parte: Seria o Estado Patológico apenas uma Modificação Quantitativa
do Estado Normal?
I – Introdução ao Problema
II – Augusto Comte e o “Princípio de Broussais”
III – Claude Bernard e a Patologia Experimental
IV – As Concepções de R. Leriche
V – As Implicações de uma Teoria
Segunda Parte: Existem ciências do Normal e o Patológico?
I – Introdução ao Problema
II – Exame Crítico de alguns Conceitos: do Normal, da Anomalia e da Doença,
do Normal e do Experimental
III – Norma e Média
IV – Doença, Cura, Saúde
V – Fisiologia e Patologia
Conclusão
Livro II: Novas Reflexões referentes ao Normal e ao Patológico (1963-1966)
Vinte anos depois… (G.C.)
I – Do Social ao Vital
II – Sobre as Normas Orgânicas no Homem
III – Um Novo Conceito em Patologia: o Erro
Epílogo
Posfácio: A filosofia da ciência de Georges Canguilhem (1972 - P. Macherey)
Apresentação de L. Althusser
Prólogo (1966 - C. G.):
Trata-se da reedição da Tese de Doutorado em Medicina, sobre o Normal e o
Patológico, acrescida de novas reflexões.
Um problema filosófico pode restar atual independentemente da atualidade dos
dados concretos que contribuíram para a sua formulação.
Prefácio da 2ª edição (1950 - G. C.) (pp. 3-5):
§ 1º Apresentação do texto original de 1943. Eventuais correções e acréscimos
aparecerão em outra obra. Citação de obras que teriam sido importantes, caso lidas antes
da redação da Tese.
§ 2º Indicação de duas obras que deveriam ter sido utilizadas em 1943, mas não
o foram: Traité de psychologir générale, de Pradines; Structure du comportement, de
Merleau-Ponty.
§ 3º Além daqueles, teria sido importante a leitura de Selye e sua “teoria do
estado de alarme orgânico” (pp. 3-4), mediação entre as teses de Leriche e Goldstein:
para aquele, “falhas ou distúrbios do comportamento, assim como as emoções e a fadiga
por eles gerados, provocam, por sua frequente reiteração, uma modificação estrutural
do córtex suprarrenal análoga à que é determinada pela introdução no meio interno de
substâncias hormonais impuras ou puras mas em altas doses, ou de substâncias tóxicas”
(p. 4).
§ 4º Do ponto de vista de Goldstein, tal implica que a doença seja um
comportamento catastrófico (p. 4); já segundo Leriche, esta seria a “anomalia
histológica determinada pela desordem fisiológica” (p. 4); pontos de vista não
conflitantes.
§ 5º Também teriam sido importantes as obras de Etienne Wolff, Les
changements de sexe e La science des monstres, quanto à teratogênese (explicação das
formações normais pelas formações monstruosas): “não há, em tese e a priori,
diferença ontológica entre uma forma viva perfeita e uma forma viva malograda”
(p. 4). Aliás, não se pode falar em falha num ser vivo sem antes estabelecer as suas
obrigações como ser vivo (p. 5).
§6º Deveria ter levado em conta os apontamentos de Louis Bounure, em L
´autonomie de l´être vivant, que me acusa de “obsessão evolucionista”, e de ter
implicado a História na Vida (hegelianismo), colocando como essencial à
normatividade da vida uma tendência humana ao aperfeiçoamento.
§7º Quanto à discussão da obra de Claude Bernard, teria sido de grande valia a
publicação pelo Dr. Delhoume, dos Principies de médecine expérimentale de Bernard,
quanto ao “problema da relatividade individual do fato patológico” (p. 5), o que não
modificaria, no entanto, o essencial sobre a interpretação daquele autor.
§ 8º Foi intencional ter deixado aberta a “porta filosófica” do texto, pensando
numa publicação posterior de caráter filosófico.