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25 CAPÍTULO 1 Considerações sobre o feitiço PERGUNTA: — Poderíamos conhecer a vossa opinião sobre o enfeitiçamento, o qual tanto é negado como reco- nhecido por muita gente? Não estaremos fazendo solicita- ção inoportuna e inconveniente? RAMATIS: — Cremos que a vossa mente já deve se encontrar bastante capacitada para tratar de assunto tão importante como é o feitiço. O progresso da Ciência e da Técnica do mundo terreno, no século atual, já vos permite compreender e comprovar que a maioria das superstições, lendas, crendices, práticas de magia e de alquimia, incom- preensíveis no passado, possuem algo de científico. Atual- mente, a própria Parapsicologia, disciplina científica de investigação moderna, progride satisfatoriamente buscando solucionar os fenômenos habituais do psiquismo, indepen- dente de conclusões a priori, mas estudando-os pelos fatos que indiquem uma atividade ou origem científica. Mas pre- cisa evitar, sensatamente, a tendência perniciosa de manejar a ciência a serviço de uma crença espiritual ou através de um preconceito religioso. 1 Deste modo, também poderá estudar e pesquisar o fenômeno do enfeitiçamento. com per- l — Aliás Ramatis tem razão em endossar tal conceito, pois o estudo da Parapsicologia é evidentemente suspeito quando o parapsicólogo o faz sob algum condicionamento religioso, como acontece na França, em que a escola parapsicoló- gica chefiada por Roberto Amadou só admite válidos os experimentos que satisfa- çam as explicações católicas. Atualmente, a investigação parapsicológica mais sadia, ainda é a chefiada por J. B. Rhine, em USA.

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CAPÍTULO 1

Considerações sobre o feitiço

PERGUNTA: — Poderíamos conhecer a vossa opiniãosobre o enfeitiçamento, o qual tanto é negado como reco-nhecido por muita gente? Não estaremos fazendo solicita-ção inoportuna e inconveniente?

RAMATIS: — Cremos que a vossa mente já deve seencontrar bastante capacitada para tratar de assunto tãoimportante como é o feitiço. O progresso da Ciência e daTécnica do mundo terreno, no século atual, já vos permitecompreender e comprovar que a maioria das superstições,lendas, crendices, práticas de magia e de alquimia, incom-preensíveis no passado, possuem algo de científico. Atual-mente, a própria Parapsicologia, disciplina científica deinvestigação moderna, progride satisfatoriamente buscandosolucionar os fenômenos habituais do psiquismo, indepen-dente de conclusões a priori, mas estudando-os pelos fatosque indiquem uma atividade ou origem científica. Mas pre-cisa evitar, sensatamente, a tendência perniciosa de manejara ciência a serviço de uma crença espiritual ou através deum preconceito religioso. 1 Deste modo, também poderáestudar e pesquisar o fenômeno do enfeitiçamento. com per-

l — Aliás Ramatis tem razão em endossar tal conceito, pois o estudo daParapsicologia é evidentemente suspeito quando o parapsicólogo o faz sob algumcondicionamento religioso, como acontece na França, em que a escola parapsicoló-gica chefiada por Roberto Amadou só admite válidos os experimentos que satisfa-çam as explicações católicas. Atualmente, a investigação parapsicológica maissadia, ainda é a chefiada por J. B. Rhine, em USA.

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feita isenção de ânimo e liberdade de ação.

PERGUNTA: — Referimo-nos à possível inconveniênciade tratarmos desse assunto, porque o enfeitiçamento, alémde contestado por muitos espíritas que seguem as diretrizesbásicas do Espiritismo codificado, parece-nos assunto atéapavorante para as mentes comuns.

RAMATIS: — Em geral, as mentes comuns, quer pelasua ignorância ou pelo habitual descontrole mental e emoti-vo, são justamente as mais responsáveis pelo enfeitiçamentoverbal, mental e físico, que ainda se manifesta na face daTerra. O desconhecimento ou a descrença do feitiço não voslivra dos seus resultados ignóbeis e funestos, ainda pratica-dos por quase toda a humanidade!

Também é estranho que os espíritas, bem mais esclare-cidos do que os religiosos dogmáticos e conservadores, aindase mostrem temerosos de examinar o problema da feitiçariae conhecer a verdade sobre o seu processo e mecanismo fun-damental. Jamais poderemos solucionar os problemas espi-nhosos ou desagradáveis da vida humana, copiando a lendado avestruz, que, diante do perigo, enfia a cabeça na areia!A bruxaria é assunto a ser examinado e pesquisado comtoda isenção de ânimo, sem qualquer preconceito religioso,científico ou moral, decorrentes de convenções e sentimenta-lismos humanos. É melhor que isso seja comprovado ou des-mentido, sem quaisquer temores, do que lhe ignorarem arealidade por falsa suscetibilidade, embora se trate de assun-to desagradável e controvertido.

PERGUNTA: — Alguns espíritas alegam que é muitoperigoso divulgar-se em público o mecanismo tenebroso dofeitiço, ante a imprudência de contribuirmos para oaumento do mal.

RAMATIS: — Sob a nossa opinião, a feitiçaria tão tra-dicional é um processo bastante ingênuo e inofensivo, com-parada ao pavoroso feitiço da “bomba atômica”, que, empoucos minutos, matou mais de 120.000 pessoas no Japão!

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CAPÍTULO 2

Enfeitiçamento verbal

PERGUNTA: — Que significa enfeitiçamento verbal?RAMATIS: — O enfeitiçamento ou a bruxaria, na reali-

dade, pode efetivar-se pela força do pensamento, das pala-vras e através de objetos imantados, que produzem danos aoutras criaturas. O enfeitiçamento verbal resulta de palavrasde crítica antifraterna, maledicência, calúnia, traição à ami-zade, intriga, pragas e maldições. A carta anônima e atémesmo a reticência de alguém, quando, ao falar, dá azo adesconfiança ou dúvida sobre a conduta alheia, isso é umato de enfeitiçamento. O seu autor é responsável perante aLei do Carma e fica sujeito ao “choque de retorno” de suabruxaria verbal, segundo a extensão do prejuízo que venhaa resultar das palavras ou gestos reticenciosos desfavoráveisao próximo.

A palavra tem força, pois é o veículo de permuta dopensamento dos homens, os quais ainda não se entendempela telepatia pura, conforme acontece noutros planetasadiantados. 1 Consoante a significação, a intensidade e omotivo da palavra, ela também se reveste de igual cota dematéria sutilíssima do éter-físico, sobre aquilo que ela defi-ne. Quando a criatura fala mal de alguém, essa vibraçãomental atrai e ativa igual cota dessa energia das demais pes-soas que a escutam, aumentando o seu feitiço verbal comnova carga malévola. Assim, cresce a responsabilidade do

1 — Vide o capítulo "Idioma, Cultura e Tradições", da obra A Vida no Pla-neta Marte, de Ramatis.

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maledicente pelo caráter ofensivo de suas palavras, à medi-da que elas vão sendo divulgadas e apreciadas por outrasmentes, atingindo então a vítima com um impacto maisvigoroso do que o de sua força original. O malefício verbalsegue o seu curso, pessoa por pessoa, assim como a bola deneve se encorpa lançada costa abaixo!

A mobilização de forças através do verbo é predominan-temente criadora, 2 é uma ação de feitiçaria de consideráveisprejuízos futuros para o seu próprio autor, pois as palavrasdespertam idéias e estas, pelo seu reflexo moral de “falar mal”de outrem, produzem a convergência de forças repulsivas, asquais se acasalam à natureza do pensamento e do sentimen-to, tanto de quem fala como de quem ouve. Sem dúvida, estaespécie de bruxaria através de palavras, também varia confor-me a culpa e a responsabilidade da criatura.

PERGUNTA: — Poderíeis explicar-nos melhor esse assunto?RAMATIS: — Evidentemente, a pessoa que fala mal de

outrem só por leviandade, há de ser menos culpada espiri-tualmente do que quem o faz por maledicência, inveja, sar-casmo, ódio ou vingança. No primeiro caso, as palavras nãopossuem a força molesta própria de uma deliberação malé-vola consciente. A criatura leviana é menos responsável doque a maldosa; porém, aquela que se concentra na ação deli-berada de prejudicar alguém pelo pensamento, pela palavraou pela bruxaria através de objetos preparados, movimen-tando forças tenebrosas contra o próximo, elabora ou cria oseu próprio infortúnio.

PERGUNTA: — Há fundamento de que as pragas e mal-dições também causam desgraças?

RAMATIS: — O homem é um espírito ou núcleo espiri-

2 — “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo eraDeus”, como elucida João Evangelista sobre o ato de “pensar”e “materializar”divi-no. Vide o capítulo “Ante o Serviço”, da obra Nos Domínios da Mediunidade, deAndré Luiz, edição da FEB, página 39, em que a praga paterna deu origem à para-lisia do braço do filho desnaturado.

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CAPÍTULO 3

Enfeitiçamento mental

PERGUNTA: — Qual é a diferença entre o feitiço verbale o feitiço mental?

RAMATIS: — Sem dúvida, quer seja feitiço verbalou mental, o pensamento é sempre o elemento funda-mental dessa prática maléfica, pois não existem palavrassem pensamentos e sem idéias. Quando o homem fala,ele mobiliza energia mental sobre o sistema nervoso,para então acionar o aparelho de fonação e expressar empalavras as idéias germinadas na mente. E o feitiço men-tal ainda pode ser mais daninho do que através da pala-vra, pois é elaborado demorada e friamente sob o calcu-lismo da consciência desperta, em vez de produto emoti-vo do instinto incontrolável. O enfeitiçamento verbalproduzido pela maldição ou pela praga pode gerar-senum arrebatamento de cólera, contrariedade ou desforrade natureza mais emotiva ou explosiva, produzindo maisfumaça do que ruínas! Faltando-lhe a premeditação, queconfirma o impacto ofensivo, também pode ser menosprejudicial.

PERGUNTA: — Quais são os motivos que tornam o fei-tiço mental mais ofensivo do que o enfeitiçamento verbal?

RAMATIS: — O feitiço mental, quase sempre, é fruto dociúme, do amor-próprio, da frustração, vingança e humilha-ção, pois germina e cresce no silêncio enfermiço da alma esob a consciência desperta do seu autor. O feitiço mental

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pode ser mais grave do que o feitiço verbal, porque fecunda-se na covardia silenciosa e ignorada do mundo profano.Quem amaldiçoa ou roga pragas, assume em público a res-ponsabilidade de sua desforra intempestiva. Mas o queenfeitiça pela mente, resguarda-se no anonimato hipócrita eainda continua a gozar de bom conceito público.

PERGUNTA: — Qual é o processo ou mecanismo quefaz o pensamento ferir à distância, movido por um veemen-te desejo de vingança?

RAMATIS: — A mente humana, quando tomada deraiva, ódio, cólera, inveja ou ciúme, produz energias agressi-vas que perpassam pelo cérebro perispiritual e fazem baixar-lhe o padrão vibratório, alterando também as demais energiasastralinas e etéricas que ali se encontram em circulação.Então, produz-se um fenômeno que podia ser definido por“coagulação” etéreo-astral, lembrando o caso da onda de frioque, ao atuar no seio da atmosfera do vapor de água, solidifi-ca-o na forma de gotículas. Lembra, também, a corrente elé-trica perpassando por uma solução salina, quando produz aprecipitação verificada em laboratórios de química e física.

As ondas mentais também ficam alteradas e intoxicam aprópria atmosfera mental em torno do cérebro humano, pro-duzindo substâncias que, baixando vibratoriamente, tornam-se nocivas e devem ser eliminadas do campo psíquico e áuri-co do homem. Mas elas, em vez disso, penetram na circula-ção humana afetando o sistema endocrínico, linfático, nervo-so e sangüíneo, produzindo doenças de origem ignorada. Porisso, as criaturas violentas, coléricas, irritáveis, pessimistas,ciumentas, invejosas e que se injuriam facilmente, quase sem-pre são vítimas de alergias inespecíficas, urticárias, nefrites eeczemas neuro-hepáticos, surtos de disenteria ou hemorrói-das, conseqüentes do desequilíbrio mental e descontrole psí-quico. 1 Os hipocondríacos, por exemplo, são criaturas que

1 — Os tipos de eczemas são mais curáveis pela homeopatia e até por ben-zimentos, por causa de sua origem mais psíquica, geralmente afetando pessoasfacilmente encolerizáveis. Entre os produtos homeopáticos para o tratamento de

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vivem presas a infeliz círculo vicioso; elas alteram-se pertur-bando o psiquismo; e quando este desarmoniza, então adoe-ce o fígado!

Da mesma forma, as ondas mentais, astralinas e etéricasviajam pelo mundo oculto até à pessoa objetivada, no seuimpacto enfeitiçante e penetram-lhe na fisiologia do corpoprovocando enfermidades.

PERGUNTA: — Qual é a definição mais clara do pensamento?RAMATIS: — O pensamento é uma vibração da mente;

ainda é matéria, embora sutilíssima, que provoca a ruína deoutrem, quando lançado sob o impacto tóxico da mente vin-gativa. É um fenômeno análogo ao da luz, pois se propaga emondas, as quais vão-se enfraquecendo à medida que aumentaa distância que percorrem. Mas o pensamento é muitíssimosuperior ao fenômeno da luz, porque ele é uma vibração dematéria mais quintessenciada e a sua produção exige múlti-plos fenômenos fisiológicos do corpo humano.

Aliás, a concentração cerebral, exigida pela função depensar, faz afluir para o cérebro maior volume de sangue. Osmédicos provam isso, atualmente, com uma pessoa deitadanuma balança, pois esta inclina-se para baixo, assim que seprocessa a atividade da pessoa pensar. É evidente que os pen-samentos vão muito além das palavras, principalmente quan-do são vitalizados por uma pessoa de vontade forte e experi-mentada, que então pode guiá-los tão seguramente quanto ooperador à distância maneja o seu controle remoto.

O homem, ao pensar, imprime impulsos vibratórios noseu corpo mental, resultando, simultaneamente, a produçãode “ondas” e de “formas-pensamentos”. Conforme a lei derepercussão vibratória, a vibração do corpo mental se pro-paga pela matéria que a rodeia, assim como a vibração dacampainha se dissemina pelo ar atmosférico ou ambiente

eczemas figuram Grafites, Rhus Tox., Anacardium, Petroleum e outros. No entan-to, um dos mais terríveis eczemas pegajosos provindo de um insulto injurioso, empessoa extremamente encolerizável, pudemos curá-lo com a homeopatia de Staphi-sagria, acrescida de Chelidonium Maj, como drenador.

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CAPÍTULO 4

Enfeitiçamento através de objetos

PERGUNTA: — Que se deve entender por condensado-res maléficos colocados em pontos estratégicos das vítimasde enfeitiçamento?

RAMATIS: — Condensadores de enfeitiçamento, já odissemos, são objetos de contato mais íntimo, furtados àspessoas a serem enfeitiçadas. Os feiticeiros catalisam nelesforças primárias, excitadoras enfermiças, que depois proje-tam-se em direção à aura dos seus próprios donos! Certosobjetos, além de sua função de condensadores malévolos,ainda funcionam como transformadores de corrente fluídi-ca, contribuindo para abaixar mais rapidamente o campovibratório defensivo na aura do enfeitiçado.

PERGUNTA: — Como é possível tais objetos causaremperturbações à distância, sem qualquer ação propriamentefísica ou material?

RAMATIS: — Na lei de “correspondência vibratória”, amatéria reage sobre a matéria, a eletricidade sobre a eletrici-dade, o magnetismo sobre o magnetismo, o fluido sobre o flui-do, a radiação sobre a radiação, o pensamento sobre o pensa-mento e o sentimento sobre o sentimento. E como os objetos,coisas e seres do mundo, apesar de sua contextura e configu-ração física, são campos das mais variadas energias condensa-das ou materializadas do Cosmo, eles podem ser ativados porforças do mesmo nível de vibração e descarregar sua cargasaturada sobre pessoas visadas pelos feiticeiros!

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A vítima vincula-se ao mesmo campo subvertido dos obje-tos enfeitiçados através do seu duplo etérico, convertendo-senuma estação receptora de maus fluidos, espécie de excêntricofio-terra, que recebe o impacto ofensivo e descarrega resíduospara o solo num fluxo contínuo de carga e descarga.

PERGUNTA: — Porventura, essas energias subvertidasou agressivas já não existem livres, em torno de nós, poden-do prejudicar-nos sem qualquer necessidade de ritos ouprocessos de enfeitiçamento?

RAMATIS: É de senso comum que o acasala-mento de energias e a receptividade de forças dispersas pelaNatureza dependem fundamentalmente de sua sintonia defreqüências simpáticas. O vapor de água, conquanto prove-nha da própria água, sobrepaira sobre o rio e não se acasa-la ao mesmo, salvo se mudar a sua freqüência transforman-do-se em líquido; os raios de sol penetram mas não se fun-dem aos novelos de fumaça, nem perdem a sua característi-ca de luz e calor, mesmo operando num ambiente eletrifica-do; a carga elétrica, por sua vez, não se mistura com o aratmosférico, embora este lhe seja o veículo de transmissão. Aeletricidade, os raios ultravioleta, infravermelhos, ultra-som,raios roentgen, as ondas hertzianas ou de televisão, emborasejam energias provindas da mesma fonte cósmica, não seconfundem nem se acasalam, resguardando-se nas suas fre-qüências peculiares. Ademais, a força elétrica de 110 voltsnão se ajusta à de 220 volts, assim como os 10.000 volts dausina superam todas as baixas voltagens.

Não há invasão de propriedade alheia na multiplicidadede freqüências de energias mais variadas no Cosmo. Ohomem pode viver cercado das energias mais poderosas eagressivas, sem dar por isso ou se enfeitiçar; mas, quandointeligências subvertidas e experimentadas na movimentaçãomaléfica dessas forças planetárias, modificam a freqüênciaoriginal de certa energia, podem ajustá-la habilmente àmesma freqüência áurica da pessoa que é alvejada para omalefício. Os magos e feiticeiros, que operam com eficiência

no mundo oculto, podem mobilizar e acasalar forças inco-muns aos sentidos físicos, interferir malevolamente no corpodos encarnados, acicatando-lhes as emoções ou alterando-lhes o campo mental, como é o caso de obsessão.

PERGUNTA: — Cremos que certas pessoas são favoravel-mente eletivas ou receptivas para o acasalamento dessasenergias perturbadoras, não é assim?

RAMATIS: — A intenção principal do feiticeiro é vincu-lar a organização psicofísica da vítima e subvertê-la atravésda irradiação de forças inferiores emitidas pelos objetos con-densadores e previamente catalisados para a sua ação mór-bida. Em seguida, processa-se o acasalamento dessas ener-gias subvertidas em reação de cadeia magnética.

O feiticeiro, após isso, limita-se a controlar e ativar men-talmente a fluência fluídica perniciosa entre os condensadorese o enfeitiçado. Sob a ação contínua dos dardos fluídicos denatureza inferior, descontrola-se e baixa a freqüência vibrató-ria do mesmo, enfraquecendo a sua defesa áurica.

PERGUNTA: — Qual seria o processo técnico ou cientí-fico de nosso conhecimento, que nos auxiliasse a entendermelhor a operação de bruxaria?

RAMATIS: — É na aplicação e técnica de eletricidade,que poderemos encontrar termos e operações semelhantespara a melhor elucidação da prática do enfeitiçamento. Oprocesso de catalisar ou dinamizar objetos para o êxito defeitiçaria encontra certa analogia na operação de “eletrizar”,ou “desenvolver” a propriedade elétrica natural das coisas edos seres.

A história terrena diz que a experiência mais antigasobre a eletricidade foi realizada pelos gregos, que fricciona-vam o âmbar com pedaços de pele; dessa fricção ele adqui-ria propriedades singulares, uma espécie de excitação, quehoje é conhecida por “estado elétrico”. Mas essa experiênciade eletricidade ainda não é a mais velha, pois os homens dascavernas também sabiam eletrizar, friccionando paus e

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CAPÍTULO 5

Enfeitiçamento através do sapo

PERGUNTA: — Por que motivo é tão comum encontrar-mos o sapo com a boca impiedosamente costurada e o ven-tre contendo objetos e coisas das vítimas enfeitiçadas?

RAMATIS: — O sapo é considerado pelos feiticeiros umexcelente condensador vivo, “bioelétrico”, para o melhorêxito da magia negra endereçada a determinada pessoa. Oseu sistema vital-nervoso é poderosíssimo captador de ener-gias etereomagnéticas do ambiente e das pessoas, assimcomo o filtro de pedra absorve e retém os detritos deixadospelas águas poluídas. O sapo enfeitiçado condensa os fluidosdensos que vibram em torno de si, mas, depois, ele os degra-da pelo abaixamento vibratório, durante a sua função deaparelho vivo de filtração mórbida. Acicatado pelo sofri-mento, ele exala uma aura fluídica residual enfermiça nomeio ambiente onde o situam, essa atmosfera magnética,densa e viscosa, alimenta a fauna psíquica inferior paraatuar positivamente no plano material. A atmosfera eletro-magnética inferior irradiada pelo sapo e potencializada pelofeiticeiro, depois transforma-se num lençol corrompido enutritivo de miasmas, embriões, bacilos, larvas e elementosprimários do astral inferior.

Os objetos colocados nas entranhas do sapo, furtados àprópria vítima do enfeitiçamento, funcionam como “canaispsíquicos”ou “pontos”de referência, congregando as corren-tes de maus fluidos que se projetam em direção à aura doembruxado, sob a própria lei de que “os semelhantes atraem

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os semelhantes”! Esses fluidos buscam, naturalmente, a aurada vítima da bruxaria, através dos endereços vibratórios quesão dispostos para tal malefício.

PERGUNTA: — O que significam “endereços vibrató-rios” da vítima do feitiço?

RAMATIS: — O feiticeiro submete o sapo ao processode “eletrização”, mas o faz no sentido de transformá-lo numcampo magnético subversivo. Em seguida, coloca-lhe noventre os objetos roubados ou desmaterializados da vítima,como botões, fragmentos de cigarros, fotografias, cabelos,moedas, medalhas, abotoaduras, anéis ou agulhas, que estãoimpregnados do éter-físico da mesma. Esses objetos servemde veículo, elo ou endereço vibratório para projetar osimpactos do feitiço, e que vibram nas entranhas do sapo nafreqüência comum do seu próprio dono. Eles induzem ouorientam, qual o objetivo a que devem projetar-se as corren-tes fluídicas enfermiças produzidas pelo sofrimento atroz dosapo!

Semelhante à lei física que disciplina o fenômeno dosvasos comunicantes, os fluidos algo densos emitidos pelosapo e acasalados às emanações dos objetos da vítima ten-dem a buscar a sua fonte original num circuito fechado e deresultados perniciosos. Os “endereços vibratórios”são os pró-prios objetos da vítima colocados no ventre do sapo e quefuncionam à guisa de “cartão de visita” do seu portador!

PERGUNTA: — De que modo os fluidos atraídos pelo sapopodem formar as correntes fluídicas nocivas, que depois seorientariam em direção à vítima do enfeitiçamento?

RAMATIS: — Explicamos, alhures, que os objetos defeitiçaria impregnados das emanações etereoastrais da víti-ma funcionam à guisa de uma bússola indicando a direçãoonde se encontra a mesma. O sapo enfeitiçado ou “eletriza-do”, em sua natureza bioelétrica muito acentuada devido aosofrimento produzido pelos objetos colocados em suasentranhas, então condensa e atrai os fluidos de eletricidade

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primária existentes no ambiente. Em virtude de encontrar-se com a boca costurada, ele concentra-se num espasmomórbido cruciante, e depois afrouxa o sistema nervoso pro-jetando à distancia a carga fluídica deletéria, a qual é facil-mente atraída pela aura do próprio enfeitiçado.

O sapo, depois de preparado para a excêntrica função de“condensador e transformador”vivo, torna-se o alicerce enfer-miço para o feiticeiro controlar a vítima tão satisfatoriamente,conforme hoje é tão comum usar-se o controle remoto!

PERGUNTA: — Não seria um verdadeiro equívoco daNatureza essa estranha característica de o sapo funcionarcomo um condensador vivo e mórbido, reduzindo e modi-ficando as vibrações salutares da pessoa enfeitiçada parauma freqüência enfermiça?

RAMATIS: — Evidentemente, Deus não criou seresnem forças destinadas especificamente a processos de enfei-tiçamento humano, assim como o atomismo das coisas domundo nada tem a ver com o arrasamento de cidades e ani-quilamento de milhares de criaturas pelo crime da bombaatômica. Isso é próprio da criatura humana primária e dani-nha, que subverte o sentido benéfico das coisas criadas parao bem comum, atribuindo-lhes funções destruidoras. Amesma pólvora que rompe as rochas para o calçamento deruas e construção de alicerces para os lares terrícolas tam-bém pode transformar-se em arma terrível para esfrangalhara mocidade do mundo, nos campos de guerra; o barco gene-roso, que a Divindade inspirou para o domínio das águas, ohomem o transformou em cruzadores, destróieres e lança-minas mortíferos; o avião, como a ave-de-aço fraterna desti-nada a unir os continentes, tornou-se o monstro alado avomitar ovos de fogo sobre mulheres, crianças e velhos! Opróprio rádio, que introduz nos lares a música cariciosa e ainformação amiga, também se transforma em instrumentode morte, ordenando o massacre de criaturas e o afunda-mento de navios pacíficos!

Em conseqüência, certas disposições naturais magnéti-

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PERGUNTA: — Certa vez, a esposa de nosso vizinho, apósrecorrer à Umbanda, encontrou um boneco de cera enterra-do sob a soleira da porta de sua residência e ornamentadocom uma imitação de cabeleira. Havia três alfinetes espeta-dos no boneco; um à altura do rim esquerdo, outro no estô-mago e outro na zona do coração. Inexplicavelmente, onosso vizinho já havia operado o estômago e o rim esquerdo,além de mostrar-se extremamente cardíaco! Que dizeis?

RAMATIS: — É evidente que, se o enfeitiçamento pro-duz efeitos maléficos através de objetos mais compactos, issoainda será bem mais fácil quando dinamizado por um bone-co confeccionado de cera-virgem, substância que é produzi-da pelas abelhas e impregnada da energia vigorosa das flo-res, como é o perfume! Modernamente, a medicina aconse-lha o uso da geléia real feita do mel de abelhas para o reju-venescimento orgânico, porque ela é exuberante de prana ouvitalidade extraída do néctar das flores. 1

Felizmente, o enfeitiçamento através do boneco de ceraé um processo mais raro, pois exige do feiticeiro muita capa-cidade e experiência, além de tratar-se de perigosa arma dedois gumes, que se volta rápida e facilmente contra o seupróprio autor. É certo que a maioria dos feitiços feitos atra-

CAPÍTULO 6

Enfeitiçamento atravésdo boneco de cera

1 — N. do Médium: — O vizinho em questão veio a falecer um mês após oencontro do dito boneco de cera. O espírito de Pai João havia identificado o feiti-ço e prevenido que era muito tarde para salvar o enfeitiçado, pois já estava enfer-rujado o alfinete espetado na zona do coração.

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vés de bonecos de pano, cera ou barro, não passam de ope-rações inofensivas ou ridículas, praticadas por leigos oucuriosos. Nem todos os trabalhos de feitiçaria sob esse fun-damento produzem efeitos nocivos, mas também resultamde pseudomagos ou feiticeiros inexperientes, que apenas ali-viam o bolso dos clientes mal intencionados.

Nestas mensagens mediúnicas, temos procurado com-provar a realidade do enfeitiçamento mental, verbal e atra-vés de objetos, mas vos advertimos que este último processode feitiço é de realização mais eficiente por parte dos espíri-tos desencarnados. Eles se aproveitam facilmente dos des-controles mentais e emotivos dos encarnados ainda escravosde hábitos e paixões nocivas, para então materializar as suasintenções malignas e desgraçar a vida humana. Agem à von-tade e despreocupadamente, porque dispõem de farto mate-rial subversivo fornecido incessantemente pelos homensimprudentes e surdos aos ensinamentos do Cristo Jesus!

Ademais, com o atual clima hipersensível de “temposchegados” e “juízo final”, em que viveis atualmente, além datensão perigosa da Besta profética, o cenário terreno tam-bém se torna mais propício para o sucesso das empreitadasdiabólicas das Trevas. A velha estirpe animal superexcita-see acicata o ser humano, sufocando os raros esforços de liber-tação do espírito enfraquecido; as criaturas adivinham-se epressentem-se pela sintonia na mesma faixa de degradação,e por esse motivo cresce a multidão de cínicos, debochadose inescrupulosos. A mulher desnuda-se sem quaisquer preo-cupações de pudor e serve para a propaganda audaciosa esensual de estímulos aos vícios comuns; as indústrias domundo fabricam toda sorte de substâncias epicurísticas, masde tendências viciosas. A corrupção de Sodoma, Hercula-num, Gomorra, Babilônia, Pompéia, Cartago e Roma, quefoi, no passado, um fenômeno local, agora alastra-se comoum acontecimento mundial, que atinge todas as latitudesgeográficas do planeta. O alcoolismo desenfreado excita aspaixões, os entorpecentes modernos aumentam a imbecili-dade humana, a luxúria de alto bordo anula as fronteiras

dos prostíbulos, a mocidade desfibra-se rotulada de existen-cialista, o menor emancipa-se na delinqüência e repudia ospais, como vulgares e anacrônicos contrapesos da vidamoderna! A deformação ridícula e imbecil deforma a pró-pria esfera da arte, onde o charlatão usufrui da mesma lison-ja e tributo concedido ao gênio; a venalidade da ciênciaescravizada ao domínio militar, então lavra a sentençafunesta da humanidade terrícola conturbada, e que pouco apouco ajusta-se ao cortejo de dores e desesperos já assinala-dos por todas as profecias milenárias.

Por isso, as nossas mensagens não só apontam a enfer-midade do espírito terrícola, a obsessão ou feitiço tão inde-sejáveis, mas antes de tudo, aconselham e prescrevem aoshomens atribulados o medicamento salvador urgente, que éoferecido pela terapêutica sublime do Evangelho de Jesus!Mas ainda há tempo de as criaturas de boa-vontade salva-rem-se da corrupção total, e, também, livrarem-se da bruxa-ria tão nefasta, pois o feitiço, como um processo diabólico,medra na sombra, mas extingue-se na luz!

PERGUNTA: — Qual é a função do boneco de cera noprocesso de bruxaria?

RAMATIS: — A cera-virgem, produzida pela abelha, éuma substância fortemente impregnada do néctar das flores,ou seja, uma energia vigorosa e pródiga de éter-físico da Terra,elemento principal na prática de bruxaria. O feiticeiro, quan-do hábil e experimentado, modela o boneco de cera e o men-taliza com os traços fisionômicos da vítima, acrescentando-lhecabelos, fotografias ou objetos de uso pessoal da mesma, a fimde firmar o processo negativo vibratório e também adotadona feitiçaria do sapo. Em seguida, cumprindo a trama de vin-gança requerida por encarnados ou espíritos desencarnados,o feiticeiro então espeta alfinetes no boneco de cera, na regiãocorrespondente ao mesmo órgão que deseja enfermar oumutilar no enfeitiçado. Dali por diante, o processo enfeitiçan-te, feito à distância através do boneco, desenvolve-se recrudes-cendo a sua ação mortífera durante as fases de Lua Cheia,

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CAPÍTULO 7

O enfeitiçamento atravésde metais organogênicos

PERGUNTA: — Por que os objetos encontrados no feiti-ço, como abotoaduras, agulhas, anéis, moedas de níquel,cobre ou alumínio, pregos enferrujados, grampos e outros,podem causar enfermidades à distância?

RAMATIS: — É do conhecimento médico-científico quealém das substâncias minerais que o homem possui em esta-do orgânico e coexistem na sua circulação sangüínea, comoferro, sódio, cádmio, cobre, cálcio, silício, potássio, fósforo eoutros, diariamente, ele ainda bebe, ingere, aspira e expeletraços ínfimos de metais. Sob a nossa visão espiritual, sabe-mos que a longevidade humana é fundamentada no perfeitoequilíbrio entre o consumo e a dosagem desses metais nocorpo humano, tal qual um edifício de ferro e aço sempredura mais que um de madeira! 1

A contextura humana, quando firmada num equilíbriosadio de metais orgânicos disseminados pela sua circulação,oferece melhor prognóstico de longa vivência no mundo! Ohomem não é completamente sadio quando falta ou háexcesso de metais na sua constituição orgânica e nas cotasdeterminadas pela sua hereditariedade biológica. Conformea linhagem ancestral, cada ser humano possui um esquema

1 — NR - Ramatis antecipou aqui, duas décadas atrás, as conclusões daMedicina Ortomolecular, que situa no desequilíbrio dos minerais orgânicos as ori-gens do envelhecimento humano e das enfermidades, e vem alcançando notávelêxito terapêutico. O diagnóstico é feito com base no Mineralograma, que, pelaanálise laboratorial de fios de cabelo, identifica as quotas de minerais organogêni-cos do organismo.

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de equilíbrio biológico hígido, o qual se compõe de quanti-dades certas de vitaminas, calorias, hidratos de carbono,minerais, metais orgânicos, água e outras substâncias maisimponderáveis, como o éter-físico, que a ciência ainda desco-nhece e que escapam às aferições de laboratórios! Trata-sede energias que estão em descenso vibratório para o corpohumano, variando em seus estados radiante e astralino!

O corpo humano, em sua sabedoria inata, sabe mobili-zar e eliminar as quantidades de metais e minerais, confor-me as cotas exatas para atender às necessidades indispensá-veis à vida orgânica.

PERGUNTA: — Quais são essas necessidades orgânicas?RAMATIS: — O homem, na média razoável, tem 40

litros de água, 20 quilos de carvão, 4 litros de amônia, 11/2

quilos de cálcio, 800 gramas de fósforo, 50 gramas de salcomum, 100 gramas de enxofre, 80 gramas de salitre, 50gramas de magnésio, 71/2 gramas de manganês, 1 grama dealumínio, 20 centigramas de arsênico e traços de chumbo,cobre, iodo, cério, bromo, cádmio e ferro. O homem consome650 gramas de oxigênio por hora e produz 900 gramas degás carbônico, e a própria hemoglobina que dá coloração aosangue é uma substância assaz ferruginosa!

PERGUNTA: — Mas poderíeis explicar-nos quanto àpresença desses metais no corpo humano?

RAMATIS: — Além das substâncias nutritivas e prote-toras, como vitaminas, proteínas e sais minerais, há outrostipos encarregados de fornecer o combustível indispensávelpara o organismo manter a temperatura interna, como asgorduras e os hidratos de carbono derivados de açúcares efarinhas. No inverno o homem precisa alimentar-se com ali-mentos energéticos e de muitas calorias para enfrentar ofrio, onde predomina, por excelência, o trigo, a maior fontede minerais e metais orgânicos!

O ferro deixa o sangue rico e as faces rosadas recom-pondo a voracidade dos vermes; o fósforo fortifica o corpo e

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CAPÍTULO 8

Enfeitiçamento atravésda aura humana

PERGUNTA: — De que modo o enfeitiçamento penetrana aura humana?

RAMATIS: — Toda movimentação de energias para finsdestrutivos é um ato de enfeitiçamento. O ser humano absor-ve e esparge energias radiantes em todas as faixas vibrató-rias do Cosmo; no plano físico, em forma de calor ou eletri-cidade animal; no etérico, na espécie de forças imponderá-veis vitalizantes impregnadas de éter-físico e químico, proje-tadas pelo duplo etérico. O pensamento propaga ondas men-tais, que agem e reagem noutros seres, afetando-lhes o cará-ter da vontade e do temperamento. Funcionando como usinacriadora de forças em todos os campos da vida oculta, ohomem também é um receptor e transformador energéticoabsorvendo e transformando a carga que recebe de fora,devolvendo-a depois conforme a sua mentalidade moral eemotiva. Há uma interpenetração incessante entre todas ascriaturas, que se processa através de suas expressões men-tais, etéricas e elétricas. Nada existe completamente separa-do, pois tudo é interligado por imensurável rede de vibra-ções, que pulsam conforme as influências e reações recípro-cas entre os homens.

A mente humana, portanto, assemelha-se a poderosaestação receptora e emissora, criando em torno do homemuma atmosfera boa ou má, a qual varia de acordo com a suaconduta e os seus pensamentos. O metabolismo nas trocasáuricas faz-se por afinidade eletiva ou em simpatia com as

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vibrações provindas de forças mentais, astrais, etéricas oueletromagnéticas emitidas por outros seres, pois a mentehumana vibra em absoluta sintonia com a natureza substan-cial das energias que lhe vêm do exterior. Assim como umcopo de água é veículo conveniente para dissolver mortíferagota de veneno, a mente humana debilitada pela desarmo-nia psíquica pode tornar-se propícia a disseminar o tóxicomagnético do enfeitiçamento.

PERGUNTA: — Qual a configuração e formação daaura humana?

RAMATIS: — A aura humana mostra-se à visão do cla-rividente semelhante a um enorme ovo evanescente, resul-tante da própria irradiação psíquica do indivíduo. A suaforma característica, comumente oval, circunda o homematé 80 a 90 centímetros, esfericamente, em torno do seucorpo. A aura humana não é o próprio indivíduo, mas ape-nas a sua irradiação a síntese dos eflúvios de vários princí-pios energéticos que funcionam em diversos planos, inclusi-ve a soma das radiações do desgaste e resíduos do próprioduplo etérico.

Todas as coisas e seres criados por Deus são centros deenergia condensada e comprimida, conforme aventou Eins-tein. Porém, essa energia, condensada no estágio material davida, acha-se num estado “antinatural”; ela forceja continua-mente por retornar ao seu plano original de energia livre,onde, realmente, se manifesta em sua plenitude integral.Deste modo, o mundo exterior ou físico desmaterializa-se,segundo por segundo, ante a fuga incessante dessa energia,inerente à aura de cada objeto, planta, ave, animal ouhomem, variando apenas quanto ao tempo ou prazo de sualibertação. Como outros minerais, o rádio extingue-se maiscedo no cenário físico, pois decorrido certo tempo, ele seráapenas energia desintegrada e perde a sua forma transitóriano mundo físico. Mas continua a existir ainda mais vivo epoderoso no seu verdadeiro reino oculto do Cosmo!

Todas as substâncias, coisas e seres têm uma aura de

irradiação oriunda dos seus princípios elementares constitu-tivos, pois a expansividade e a fuga energética é seu deter-minismo de vida. A matéria, figuradamente, é uma coisa“anormal”; todas as formas do mundo palpitam em alta ten-são, pois não passam de prisões transitórias de energia, aqual se esforça incessantemente para retornar ao seu planode origem. O conteúdo íntimo de qualquer objeto, forma ouser, no mundo físico, vibra numa reação rebelde e constantepara fugir da sua condição incômoda e anormal de matéria!É um esforço expansivo e incessante para regresso à suaautenticidade energética. Por isso, os hindus aconselham ohomem a libertar-se de “Maya”, a grande ilusão representa-da pelo mundo material, efêmero e instável, onde os maisatraentes aspectos e fascinantes prazeres não passam de for-mas transitórias a caminho de sua dissolução em energia!

A desintegração atômica é somente a libertação prema-tura da energia prisioneira da condição matéria; isto é, gra-ças à intervenção violenta da ciência humana no campo daforça nuclear, então é feito de modo apressado aquilo queseria feito a longo prazo! A configuração exterior do Cosmoé apenas energia comprimida, a qual escapa ou sublima-sesem descanso, para retornar à sua fonte real. Disso resulta aaura esferóide ou ovalada que se irradia de tudo, ultrapas-sando sempre o espaço ocupado pelas coisas e pelos seresvivos. A aura lembra a chama que se evola esfericamente dopavio da vela, o calor irradiado de uma estufa, o perfumeevolado de uma flor ou a luz de uma lâmpada!

PERGUNTA: — Quereis dizer que a aura é uma irra-diação do ser ou da coisa no mundo. Não é assim?

RAMATIS: — A aura é somente a irradiação de umnúcleo, veículo ou corpo central, que gera ou mobiliza asenergias em incessante desgaste.Todos os seres vivos, inclu-sive os vegetais, são dotados de um duplo que lhes configu-ra a forma e também traça os limites do seu crescimento eexpansividade. Assim como o homem é portador de umperispírito, que lhe dá a forma humana e o mantém equili-

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CAPÍTULO 9

O uso do cabelo na feitiçaria

PERGUNTA: — Por que motivo também é comum a pre-sença de cabelos da própria pessoa enfeitiçada nos traba-lhos de bruxaria? Isso não será apenas uma superstição?

RAMATIS: — Embora muitas pessoas considerem toli-ce e superstição a presença de mechas de cabelos nos apetre-chos de enfeitiçamento, trata-se de um recurso de sumaimportância para o feiticeiro.

Conforme asseguram os cientistas, o corpo humano éum conjunto eletromagnético dotado de “eletricidade bioló-gica”, tal qual também acontece a certos animais, insetos ereptis, peixes e aves. Entre os peixes-elétricos, verdadeirosdínamos aquáticos, destaca-se o poraquê familiar do Ama-zonas e do Brasil Central, cuja descarga dura cerca de14/100 segundos e pode acender uma lâmpada de 60 watts,equivalente a uma descarga de 300 volts, cuja corrente elé-trica fulmina os peixinhos de rio e aflige até os jacarés. Entreos reptis, principalmente as cobras, rãs e sapos, o fenômenoda eletricidade magnética se mostra patente sob diversosaspectos dinâmicos e estáticos. Na Califórnia, zona ociden-tal da América do Norte, em certa região existem condiçõeseletromagnéticas tão específicas na sua atmosfera, que seacasalam facilmente à eletricidade humana. As criançasentão se divertem a correr e a esfregar os pés nos tapetes,sobrecarregando-se de eletricidade ou “eletrizando-se”, aponto de acenderem o gás dum bico aproximando dele aponta do dedo. O sistema nervoso ali funciona mais intensa-

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mente, porque se transforma em vigorosa rede escoadora deeletricidade.

Segundo a singela lei da física de que a eletricidade fogepelas pontas, a cabeleira é a parte mais importante e intensano metabolismo escoador de eletricidade humana, pois trata-se de uma verdadeira rede de fios eletrificados, quer pela suaconformação, como também pela própria origem orgânica.

PERGUNTA: — Qual é a importância dessa origemorgânica dos cabelos com o seu metabolismo elétrico?

RAMATIS: — O cabelo, na verdade, é um líquido que,devido ao contato com o ar atmosférico e com a temperatu-ra inferior do corpo humano, consolida-se em matéria cór-nea, sólida. Aliás, o organismo produz diariamente 30metros de substância córnea líquida, só para a formação doscabelos. O líquido é bom condutor de eletricidade e predo-mina na formação do cabelo, motivo por que este tambémrecebe maior carga elétrica na sua composição.

Os cabelos, na sua conformação de microscópicos canu-dos, são vigorosos condutores de eletricidade animal, dota-dos de carga positiva, isto é, pobres em elétrons. Então expe-lem chispas, quando, por exemplo, são esfregados com umpente de âmbar, o qual é um corpo carregado de energianegativa e conhecido em física por um “corpo dielétrico”.

PERGUNTA: — Qual é a função que o feiticeiro atribuiaos cabelos, em face de sua maior carga elétrica?

RAMATIS: — Em virtude de os cabelos serem verdadei-ros cabos minúsculos que formam a rede de escoamento elé-trico-magnético do homem, eles também fornecem o melhor“extratus magneticus” de que o feiticeiro precisa para for-mar o vínculo “etéreo-astralino” da vítima com os objetos aserem enfeitiçados. Então, facilitam ao feiticeiro o ajuste oua sintonia de fluidos para impregnar os objetos preparadoscom a função de “acumuladores” ou “condensadores” de for-ças primárias e sustentadoras das operações de magia negracontra o seu próprio dono. Posteriormente, o feiticeiro,

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CAPÍTULO 10

O mau-olhado

PERGUNTA: — Há fundamento no fato de certas pes-soas serem portadoras do mau-olhado?

RAMATIS: — O mau-olhado é um acontecimento bas-tante comum em certas regiões da Europa, cujas criaturasde instintos muito primitivos e vingativos assemelham-se averdadeiros geradores de maus fluidos!

PERGUNTA: — Há diferença entre as pessoas que têm“jettatura” e as de mau-olhado?

RAMATIS: — Em ambos os casos, o fenômeno é omesmo. “Jettatura” é palavra derivada do latim “jectitare”,significando lançar, mas sinonimiza feitiço ou má influênciaque certas pessoas exercem sobre as outras por meio doolhar. Antigamente era fenômeno muito temido entre o povogrego e italiano.

PERGUNTA: — Qual é o fundamento do mau-olhado?RAMATIS: — É conseqüente da projeção do raio verme-

lho de natureza primária e penetrante, o qual resulta princi-palmente do acúmulo de fluidos nocivos em torno da regiãoocular de certas criaturas. É uma condensação mórbida, quese acentua na área da visão perispiritual, produzindo umacarga tão aniquilante ou ofensiva, conforme seja o potencial eo tempo de fluidos enfermiços acumulados.

PERGUNTA: — Poderíeis exemplificar-nos a respeito do

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potencial e do efeito do mau-olhado?RAMATIS: — Sabe-se que os insetos e répteis veneno-

sos se tornam inofensivos, depois de terem despejado a suacarga tóxica sobre alguma vítima, pois a virulência da pica-da também depende da quantidade do veneno acumuladono momento da ação agressiva. Daí, o fato de nada aconte-cer a algumas pessoas mordidas por cobras e aranhas vene-nosas, enquanto outras sucumbem fatalmente sob a picadados mesmos répteis. Mas o fato explica-se facilmente, poisenquanto as primeiras foram atingidas por diminuta cota deveneno dos répteis, as segundas tiveram a infelicidade desofrer o impacto de uma carga tóxica vigorosa.

Isso acontece com as pessoas portadoras de mau-olhadocujo efeito ofensivo também depende da maior ou menorquantidade de fluido nocivo, que elas retêm no olhar nomomento da descarga maléfica. O mau-olhado parece coisalendária, supersticiosa e crendice, porque o seu poder ofen-sivo, capaz de liquidar plantas, flores, aves ou animais depequeno porte, só é positivo quando na sua projeção coinci-de de extravasar a máxima carga do fluido pernicioso. Con-siderando-se que uma ninhada de pintos, uma planta debela florescência ou um pássaro delicado podem extinguir-se tanto por efeito do mau-olhado, como conseqüente deacontecimentos comuns, então é muito difícil saber-se quan-do é realmente o mau-olhado!

Sem dúvida, as pessoas cépticas e de mentalidade cien-tífica são capazes de alinhar diversas conjeturas para justifi-car o acontecimento desairoso e inesperado do mau-olhado.A planta tão florescente pode extinguir-se por falta de aduboadequado ou pela ofensiva de insetos venenosos; o pássaroteria sido vítima de uma enfermidade desconhecida e os pin-tainhos, frágeis e desamparados, morrem tão facilmente. 1

PERGUNTA: — O mau-olhado é uma condição mórbi-

1 — Considerações do Dr. Norberto R. Keppe, psicanalista da Clínica doAparelho Digestivo, Serviço do Prof. Edmundo Vasconcelos, do Hospital de Clíni-cas, da Universidade de S. Paulo, ao comentar a introdução da obra Fenômeno Psi

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CAPÍTULO 11

O uso de amuletos e talismãs

PERGUNTA: — Achamos que é crendice ou superstiçãocertas pessoas usarem um pequeno frasco de mercúrio comoamuleto ou talismã contra maus fluidos!

RAMATIS: — Sem dúvida, um singelo frasco de mercú-rio junto ao corpo é de pouca eficiência, caso o seu portadorcontinue a produzir maus pensamentos e sentimentos ruino-sos ao próximo! (1) Conforme a lei de que “os semelhantesatraem os semelhantes”, os maus pensamentos atraem mauspensamentos. No entanto, os antigos magos não eram ape-nas cientistas conhecedores de todas as leis e forças domundo oculto, mas seriam ótimos psicólogos e psiquiatrasna atualidade. Os seus talismãs e amuletos funcionavamcomo verdadeiros acumuladores de forças magnéticas, nãosó imunizando o campo áurico do indivíduo, como aindacaptavam ou dispersavam os fluidos projetados contra operispírito humano. A pessoa convicta de possuir poderosoamuleto, que a livrava das ofensas fluídicas inimigas, tam-bém se revigorava psiquicamente, tal qual o homem moder-no sente-se mais seguro, quando atravessa região inóspita,de arma à cinta!

1 — Como a homeopatia é um campo de energia dinamizada de certa subs-tância, erva ou tóxico, os médicos homeopatas têm observado que se curam maisrapidamente as pessoas que costumam carregar junto ao corpo as doses em uso.Aliás, todas as coisas e seres produzem eflúvios e ondas eletromagnéticas havendocombinações salutares ou enfermiças, o que nos induz a pesquisar atentamente apropalada "superstição" dos amuletos e talismãs. Não é difícil a ciência encontrarneles, no futuro, algum fundamento científico!

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PERGUNTA: — Mas existe algo de extraordinário nomercúrio que o torne um dos amuletos mais comuns?

RAMATIS: — O mercúrio sempre foi considerado ummetal de extraordinária afinidade com o homem, pois acusafacilmente, aos psicômetros e radiestesistas, as diversas varia-ções na circulação do éter-físico, através do duplo etérico, oqual relaciona o perispírito com o corpo físico. Era conside-rado pelos magos antigos um metal que catalisa o prana oua “força viva”dos corpos, para o crescimento e a maturidade,agindo pelo corpo etérico dos vegetais e minerais. Ademais, asua composição química é fortemente influenciável pela forçagravitacional da Lua e pelos eflúvios astralinos dos orbesmais próximos da Terra. É o único metal líquido à tempera-tura ordinária e que se dilata com absoluta regularidade; é oúnico dissolvente físico de metais, formando ligas ou amalga-mas com a maioria deles. Em dispersão coloidal, era empre-gado desde a Idade Média na forma de pomada contra asdoenças da pele e parasitárias, isto é, enfermidades predomi-nantemente de origem miasmática, psíquicas e próprias dodescenso vibratório de germens ocultos do mundo astralino!A peculiar constituição física do mercúrio, como “intermediá-rio” entre o estado líquido e sólido, lembra perfeitamente aimportante função do duplo etérico humano, que une omundo oculto através do perispírito ao mundo material docorpo carnal! Assim como o duplo etérico exerce a sua açãoexatamente no limiar onde termina o mundo espiritual eprincipia o mundo material, o mercúrio age também na fron-teira do reino líquido e do reino sólido!

Não é apenas um metal extraordinariamente sensível àpressão barométrica e à temperatura, utilíssimo para a con-fecção de barômetros, termômetros e manômetros; mas osantigos já o usavam magneticamente preparado para assina-lar as variações do éter humano e a natureza das projeçõesmentais e emotivas alheias. 2 O próprio nome do mercúrio, ori-

2 — No reino vegetal, a arruda possui qualidades algo semelhantes ao mer-cúrio, quando funciona à guisa de um "barômetro vegetal", revivescendo na suacor e aspecto sadio, quando sob bons fluidos, e amarelecendo sob os fluidos ruins.

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ginário do latim, quer dizer “mensageiro dos deuses”! Há, por-tanto, muita lógica e procedência no seu uso peculiar, comoum dos mais sensíveis barômetros e amuletos de registro dasmanifestações dos campos magnéticos da vida oculta.

PERGUNTA: — Então há fundamento no uso de talis-mãs, amuletos e orações, que são considerados recursosprotetores entre as pessoas mais supersticiosas?

RAMATIS: — Os amuletos e talismãs, quando realmen-te dinamizados por magos experientes, obedecem aos mes-mos princípios dos minerais radioativos, mas a sua ação émais vigorosa e específica no campo etereo-astral invisívelaos sentidos humanos. Enquanto há substâncias de emana-ções terapêuticas, como a cânfora, a hortelã e inúmeros saismedicinais, ou pedras preciosas de aura benéfica e sedativa,como a safira e esmeralda, também existem os corpos deradiações danosas, como o rádio, cujas emanações provocama radiotermite, ou o chumbo, cuja aura provoca envenena-mentos e cólicas abdominais. Determinados veios mineraisradioativos situados no subsolo das residências humanassão responsáveis por certos tipos de varizes, cânceres leucê-micos, tumores, paralisias, anemias perniciosas e até pertur-bações emotivas, como é o caso da irradiação do ouro, quealém de excitantemente cobiçosa, provoca estímulos suici-das na terapia injetável. As poeiras radioativas, que perma-necem em suspensão após as explosões atômicas, atuamcom intensidade em certos indivíduos, enquanto são poucoofensivas a outros, demonstrando que no caso das radiaçõesnocivas varia a própria defesa instintiva ou específica dehomem para homem! Apesar de invisível aos sentidos físi-cos, a radiação atômica ataca o fenômeno da hematopoesena medula óssea, provocando forte anemia leucêmica devi-do à redução dos glóbulos vermelhos. 3

3 — N. do Médium: — Acerca dessa diferença de proteção instintiva e natu-ral do corpo humano, de indivíduo para indivíduo, lembro-me de um garçom,natural da Espanha, o Sr. Z.M., que resistia tranqüilo e sorrindo ao impacto de1000 volts de carga elétrica, sem acusar qualquer anomalia exterior.

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CAPÍTULO 12

Benzimentos e simpatias

PERGUNTA: — Os tradicionais benzimentos produzemalgum efeito positivo nos pacientes?

RAMATIS: — Desde que confieis no poder do bem, éevidente que também deveis confiar no benzimento, pois esteé um modo de praticá-lo! Há quem maldiz e quem abençoa;quem benze, abençoa! É tão funesto desejar o mal, como ébenéfico desejar o bem; o benzedor, portanto, é a criatura quedurante alguns momentos abdica de seus interesses e de suaprópria comodidade, a fim de movimentar forças em favor deoutrem. Portanto, descrer do benzimento é o mesmo que des-crer da positividade do bem!

PERGUNTA: — O benzimento seria um ato de magia?RAMATIS: — Conforme diz o dicionário comum,

“magia é a ciência ou arte de empregar conscientemente ospoderes invisíveis para obter efeitos visíveis”. A vontade, oamor e a imaginação são poderes mágicos que todos pos-suem e quem os desenvolve e os emprega conscientemente éum mago!

Em conseqüência, o benzedor, que benze, faz simpatiasou responsos, exorcismos ou passes, é a pessoa que estámobilizando os poderes invisíveis para conseguir resultadospositivos no mundo material. E como emprega tais poderespara o bem, é, também, um mago que pratica magia bran-ca. Não importa se ele não se cerca dos apetrechos consagra-dos pela tradição milenária da magia. Mas é um mago popu-

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lar praticando a sua magia a varejo e destinada a fins demenor importância. O benzimento é um ato de magia teúr-gica, porque é uma arte de fazer milagres!

PERGUNTA: — Como se produz o efeito benéfico nostradicionais benzimentos de “quebranto” das crianças?

RAMATIS: — As criaturas que praticam o benzimentosão verdadeiros transformadores vivos, pois dissolvem o flui-do do mau-olhado ou da projeção mental à distância e male-volamente incrustados na aura das crianças. Elas se ajustammuito bem no conceito dinâmico recomendado por Jesus:“Quem tiver fé como um grão de mostarda, remove monta-nhas”.

Em face da maldade ainda predominante no mundoprimário terreno pelo entrechoque dos piores sentimentosde raiva, ódio, ciúme, perversidade e orgulho, o benzedor éum “oásis”no deserto escaldante do sofrimento humano! Elecura bicheiras, levanta quebranto, alivia epilépticos, afastamau-olhado, acalma vermes, reza responso para descobriraves e animais perdidos, defuma residências enfeitiçados,limpa a aura das criaturas contaminadas com maus fluidos,expulsa o azar da vida alheia, benze eczemas e impingens,conserta espinhela e arca caída das crianças recém-nascidas,benze de inveja ou de susto, faz simpatias que derrubam ver-rugas ou calos!

Mais vale a preta velha com o galho de arruda, cheia decrendices e superstições invocando “Nosso Sinhô Jesus Cristo”para benzer o próximo e livrá-lo dos fluidos ruins, do que Ale-xandre, César, Gêngis Khan, Napoleão, Hitler e todos oscomandos militares do mundo, que esfrangalham corpossadios e jovens, derramando sobre a face da Terra o sanguegeneroso dos homens! Mil vezes o inofensivo benzedor, humil-de e analfabeto, que ajuda o homem desventurado a viver, doque o cientista, o general ou líder político, que destroem ajuventude do mundo sob o massacre hediondo da guerra!

O caboclo inculto, pobre e ingênuo, prolonga a vida dopróximo, enquanto as elites dominadoras do mundo povoam

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CAPÍTULO 13

As defumações e as ervasde efeitos psíquicos

PERGUNTA: — A deformação feita pela queima deervas odorantes afasta os maus fluidos, ou trata-se apenasde crendice?

RAMATIS: — Antigamente era crendice colocar pregoenferrujado no vinho para reconstituir o sangue, mas, hoje,a farmacologia moderna prepara qualquer medicação con-tra a anemia, acrescentando-lhe “citrato de ferro”, ou seja,algo de prego enferrujado! No futuro, a Botânica tambémdemonstrará, cientificamente, que durante a queima deervas odorantes desprendem-se energias ocultas, potenciali-zadas no éter vegetal e que podem afastar os maus fluidosdo ambiente onde atuam.

Sem dúvida, seria absurdo alguém mobilizar fumaça deervas, para limpar paredes, abrir janelas ou descascar batatas.Mas não é insensato a fumaça afastar, dispersar fluidos noci-vos, obediente à mesma lei de correspondência vibratória, quepermite ao homem-matéria acomodar-se numa cadeira mate-rial, e o espírito desencarnado sentar o seu corpo astral numacadeira confeccionada de substância astralina.

PERGUNTA: — Como poderíamos ter uma idéia melhordo efeito energético da defumação atuando simultanea-mente no plano astral e etérico?

RAMATIS: — Desde o instante em que as ervas princi-piam a germinar no seio da terra até o momento em que sãocolhidas, elas extraem do solo toda a sorte de minerais, vita-

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minas, proteínas, sais químicos e umidade, além de imanta-das pelos raios solares, eflúvios elétricos e magnéticos pro-vindos da própria Lua, além de impregnados do ectoplasmaterráqueo, supercarregadas de éter-físico, prana e da energiavigorosa que é o fogo “kundalíneo”.

Algumas plantas são fontes prodigiosas de utilidadesbenfeitoras à humanidade, já na sua contextura física, comoé a carnaubeira, vegetal da família das palmáceas. O homempode extrair dela: açúcar, sal, álcool, ração para o gado,madeira para habitação, combustível para iluminar, resinapara cola, medicamento para sífilis, úlceras, erupções e reu-matismo. São mais de 40 utilidades já catalogadas nessaplanta maravilhosa, cujo poder e serventia, consideradosapenas no campo físico, ainda prolongam-se pelo mundoetéreo-astralino, num campo de forças incomuns!

Enfim, todo o potencial que se elabora no seio da planta,durante os meses de sua vivência no solo seivoso da terra,depois é liberto em alguns minutos da defumação, projetandoem torno um potencial de forças, que, além de sua manifesta-ção propriamente física, ainda desagregam miasmas e bacilosastralinos disseminados no ambiente humano. A queima deervas defumadoras também obedece a uma determinada dis-ciplina mental ou concentração, atraindo a cooperação deespíritos de pretos-velhos, caboclos e bugres, simpáticos a talprocesso tradicional de defesa psíquica, os quais ajudam aamenizar na limpeza das pessoas enfeitiçadas.

Considerando que a matéria é energia condensada em“descida”vibratória do mundo oculto, a defumação represen-ta uma operação inversa ou liberação de energias, as quaispassam a repercutir novamente nos planos etéricos e astrali-nos de onde se originaram. O perfume, ou a exalação naturaldas plantas, também age na emotividade e na mente do ser,pois o seu odor associa idéias e reminiscências místicas, con-forme acontecia nos templos iniciáticos do Egito, da Grécia,Índia e Caldéia. A defumação composta de incenso, sândalo emirra, tão tradicional e estimulante para o espírito, que pro-duzia uma condição receptiva e inspirativa simultaneamente

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nos planos físico, astral e etéreo, ainda hoje é uma espécie debálsamo espiritual, quando feita nos templos católicos.

PERGUNTA: — Mas a defumação pode afastar espíritosmal-intencionados?

RAMATIS: — Há certos tipos de ervas cuja reação eté-rica é tão agressiva e incômoda, que torna o ambiente inde-sejável para certos espíritos, assim como os encarnados afas-tam-se dos lugares saturados de enxofre ou gás metano doscharcos. Aliás, as máscaras contra gases provam suficiente-mente quanto à existência de certas fumacinhas que tam-bém podem aniquilar os seres humanos!

Há perfumes que inebriam determinadas pessoas, mascausam cefaléias, tonturas e até náuseas noutras criaturas. Oodor ácido e picante do alho e da cebola, que aguça o ape-tite nas saladas das churrascarias, depois é detestado pelaprodução do mau hálito. Durante a queima de ervas produ-zem-se reações agradáveis ou desagradáveis no mundo ocul-to, porque, além de sua propriedade física, elas tambémlibertam outras energias provenientes do armazenamentodo éter e do magnetismo físico no duplo etérico do vegetal.O cheiro ou a exalação das ervas e flores que afetam o olfa-to dos encarnados também é um campo vibratório a influirfortemente nos desencarnados, e essas emanações fluídicaspenetram diretamente no perispírito.

Cada espécie vegetal no mundo possui a sua caracterís-tica fundamental e atende a uma necessidade na Criação. Amesma seiva venenosa da cicuta, que mata, hoje serve ben-feitoramente na medicina homeopática, curando convulsões,estrabismo, efeitos de comoção no cérebro ou da espinha.Deus não criou as espécies vegetais apenas como enfeites domundo; pois elas atendem simultaneamente às necessidadesda vida manifesta no plano físico, etéreo e astralino.

Há plantas que atingem violentamente o perispírito dospróprios encarnados, como o “pau-de-bugre” ou aroeira, cau-sando distúrbios alérgicos pela via comum do olfato; outras,como a maconha, o ópio, o cáctus “peyot”, de onde se extrai a

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ou animais ternos, dóceis e generosos! Há, também, criatu-ras pacíficas e ternas que lembram a mansuetude das pom-bas ou a delicadeza do beija-flor pela sua alimentação fru-gal e vegetariana; há moças efusivas e febricitantes como asrolas morenas; ou tranqüilas e recatadas, evocando o cantosaudoso do rouxinol!

Por isso, Jesus, o Amado Mestre, a fonte de ternura eamor, onde a humanidade pode mitigar a sua ansiedade depaz e ventura, ficou consagrado entre os homens pela ima-gem inofensiva e terna do Cordeiro do Senhor!

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CAPÍTULO 13

As defumações e as ervasde efeitos psíquicos

PERGUNTA: — A deformação feita pela queima deervas odorantes afasta os maus fluidos, ou trata-se apenasde crendice?

RAMATIS: — Antigamente era crendice colocar pregoenferrujado no vinho para reconstituir o sangue, mas, hoje,a farmacologia moderna prepara qualquer medicação con-tra a anemia, acrescentando-lhe “citrato de ferro”, ou seja,algo de prego enferrujado! No futuro, a Botânica tambémdemonstrará, cientificamente, que durante a queima deervas odorantes desprendem-se energias ocultas, potenciali-zadas no éter vegetal e que podem afastar os maus fluidosdo ambiente onde atuam.

Sem dúvida, seria absurdo alguém mobilizar fumaça deervas, para limpar paredes, abrir janelas ou descascar batatas.Mas não é insensato a fumaça afastar, dispersar fluidos noci-vos, obediente à mesma lei de correspondência vibratória, quepermite ao homem-matéria acomodar-se numa cadeira mate-rial, e o espírito desencarnado sentar o seu corpo astral numacadeira confeccionada de substância astralina.

PERGUNTA: — Como poderíamos ter uma idéia melhordo efeito energético da defumação atuando simultanea-mente no plano astral e etérico?

RAMATIS: — Desde o instante em que as ervas princi-piam a germinar no seio da terra até o momento em que sãocolhidas, elas extraem do solo toda a sorte de minerais, vita-

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minas, proteínas, sais químicos e umidade, além de imanta-das pelos raios solares, eflúvios elétricos e magnéticos pro-vindos da própria Lua, além de impregnados do ectoplasmaterráqueo, supercarregadas de éter-físico, prana e da energiavigorosa que é o fogo “kundalíneo”.

Algumas plantas são fontes prodigiosas de utilidadesbenfeitoras à humanidade, já na sua contextura física, comoé a carnaubeira, vegetal da família das palmáceas. O homempode extrair dela: açúcar, sal, álcool, ração para o gado,madeira para habitação, combustível para iluminar, resinapara cola, medicamento para sífilis, úlceras, erupções e reu-matismo. São mais de 40 utilidades já catalogadas nessaplanta maravilhosa, cujo poder e serventia, consideradosapenas no campo físico, ainda prolongam-se pelo mundoetéreo-astralino, num campo de forças incomuns!

Enfim, todo o potencial que se elabora no seio da planta,durante os meses de sua vivência no solo seivoso da terra,depois é liberto em alguns minutos da defumação, projetandoem torno um potencial de forças, que, além de sua manifesta-ção propriamente física, ainda desagregam miasmas e bacilosastralinos disseminados no ambiente humano. A queima deervas defumadoras também obedece a uma determinada dis-ciplina mental ou concentração, atraindo a cooperação deespíritos de pretos-velhos, caboclos e bugres, simpáticos a talprocesso tradicional de defesa psíquica, os quais ajudam aamenizar na limpeza das pessoas enfeitiçadas.

Considerando que a matéria é energia condensada em“descida”vibratória do mundo oculto, a defumação represen-ta uma operação inversa ou liberação de energias, as quaispassam a repercutir novamente nos planos etéricos e astrali-nos de onde se originaram. O perfume, ou a exalação naturaldas plantas, também age na emotividade e na mente do ser,pois o seu odor associa idéias e reminiscências místicas, con-forme acontecia nos templos iniciáticos do Egito, da Grécia,Índia e Caldéia. A defumação composta de incenso, sândalo emirra, tão tradicional e estimulante para o espírito, que pro-duzia uma condição receptiva e inspirativa simultaneamente

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CAPÍTULO 15

A influência das coresna feitiçaria

PERGUNTA: — Explicam-nos certas pessoas entendidasem feitiço que as próprias cores podem ativar ou enfraque-cer o ritual de enfeitiçamento, conforme é peculiar entre osafricanos. Isso não será tola crendice?

RAMATIS: — É de senso comum que todas as vibra-ções e impressões gravadas no éter, conforme a modulaçãoou freqüência com que possam ser recepcionadas ou ativa-das, podem transformar-se em diversos fenômenos como ele-tricidade, cor, luz, calor, som, magnetismo, odor, onda hert-ziana.Todas as cousas, através do duplo etérico, estão supe-rimpregnadas de éter-físico emanado do próprio planeta;motivo por que qualquer gesto ou movimento, fato ou pen-samento, repercutem sua vibração, harmônica ou desarmo-nicamente, no seu campo de influência.

Em face dessa correspondência vibratória entre as coisase seres através do fluido etérico universal, os feiticeiros utili-zavam-se das vibrações das cores no exaustivo processo deenfeitiçamento coletivo, embora tal recurso fosse mais psico-lógico e menos técnico. Eles usavam as cores como excitado-res de convergência e concentração das forças mobilizadaspelos presentes, a fim de aproveitarem a grande influência davibração do psiquismo e até do atomismo dos objetos.Enquanto os feiticeiros tribais obtinham resultados proveito-sos no seu malefício selvático, servindo-se de cores mais físi-cas, como o amarelo primário revigorante ou o vermelho-excitante, os magos brancos conseguiam sublimar o campo

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emotivo dos presentes aos ritos de magia teúrgica ou terapêu-tica, mobilizando as cores balsâmicas, sedativas e agradáveis,como o azul-celeste, verdeseda ou o rosa-lilás.

PERGUNTA: — Mas isso não seria apenas crendice?RAMATIS: — Inúmeras lendas e crendices do passado

hoje são práticas científicas, embora disciplinadas por leisconhecidas da Ciência. Certas lendas, superstições e crendices,quando são desvestidas das suas excrescências inúteis, reve-lam um mecanismo científico ou processo que se enquadraperfeitamente nos experimentos sensatos da ciência moderna.

A lenda esposada pelos índios mexicanos e praticada sobdemorado cerimonial de cores excitantes, em que o milho verdeera submetido a exótico ritual e depois recolhido sob determina-da fase da Lua, para gerar o mofo de uso no curandeirismo daépoca, hoje é uma realidade científica no advento semelhante dapenicilina. Sem dúvida, os laboratoristas modernos obtêm apenicilina independente de fases lunares favoráveis, sem proferirpalavras mágicas ou grunhidos misteriosos. Mas a verdade é queos índios mexicanos já conheciam tal propriedade terapêuticado mofo e obtinham os mesmos resultados, malgrado nadasaberem da técnica da ciência atual.

Os acadêmicos sorriam ceticamente dos antigos lavradores,que para livrarem-se dos parasitas das couves usavam cascas deovo enfiadas em paus e distribuídas pelo terreno lavrado. Noentanto, mais tarde verificaram que as borboletas, atraídas pelaalvura das cascas, ali punham ovos, mas as larvas, não podendoequilibrar-se na sua superfície lisa, caíam e morriam sem teremefetuado a postura direta sobre as couves.A lendária trepanaçãoque os silvícolas praticavam na cabeça do enlouquecido, parafazer “sair o Diabo”que o maltratava, hoje é fundamento cientí-fico no tratamento de certo tipo de alienação mental da moder-na Psicocirurgia de lobotomia pré-frontal, descoberta e pratica-da pelo médico português Egas Moniz.Trata-se da aplicação deuma agulha oca e uma faca sem corte, no rompimento dos neu-rônios, entre o tálamo e o lobo pré-frontal, a fim de eliminarangústias, fobias, raivas e crises obsessivas.

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Certas cores usadas em cerimônias exóticas dos povosprimitivos, em que o vermelho e o amarelo simbolizavam oselementos da natureza e conseguiam excitar os presentes eos dançarinos, até levá-los a uma histeria coletiva, hoje sãoobjeto de cuidadoso estudo nos seus efeitos cromoterápicossobre o sistema nervoso e endocrínico. 1

PERGUNTA: — Naturalmente, isso seria apenas suges-tão psicológica. Não é?

RAMATIS: — As cores fascinam e influem nos seres huma-nos, variando apenas quanto à sensibilidade psíquica de cadacriatura, pois, além de sua repercussão propriamente física, elastambém atuam despertando novas disposições mentais e emo-tivas, agradáveis ou desagradáveis, excitantes ou depressivas.

A civilização ainda conserva os seus “tabus” no uso dascores e conhece, subjetivamente, os seus efeitos psíquicos, poisenquanto prefere o preto para o luto, o roxo para a mortalhaou enfeites de caixões de defuntos, elege o branco para o trajede noiva, das crianças, na primeira comunhão e quaisquer fes-tividades que simbolizam o expluir sadio da vida! As corestraem o temperamento e a alma dos povos, pois as naçõesmais belicosas ostentam o vermelho na confecção de suasbandeiras, enquanto países sem ambições guerreiras, como oBrasil, revestem o seu pavilhão nacional apenas com o verde,amarelo, azul e branco, num admirável simbolismo identifica-dor da esperança, intuição, fraternidade e paz! 2

PERGUNTA: — Que dizeis dos povos selvagens, que usa-vam certas cores para espantar os espíritos?

1 — Vide o capítulo “Medicina”, na obra A Vida no Planeta Marte, de Rama-tis; idem, capítulos “Escola e Educação”e “Religião”, onde se verificam várias apli-cações de cores aprimorando o sentimento e o pensamento marciano.

2 — Há um excelente e esotérico trabalho sobre a bandeira brasileira deautoria da Srª Hilda Leite de MacGuire, 6100 Camron, Box 59O-APO — SanFrancisco 96.323, USA, em que se verifica, realmente, a extraordinária combina-ção das cores e símbolos, a retratar a missão do Brasil no mundo! Esse magníficotrabalho pode ser solicitado à Sra Iracy Leite de Almeida, Caixa Econômica Fede-ral de Pernambuco, Av. Guararapes — Recife, Pernambuco.

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CAPÍTULO 16

Os males do vampirismo

PERGUNTA: — Há fundamento nas práticas de enfeiti-çamento, em que se sacrificam galos pretos nas encruzilha-das, cabritos e bodes nos “candomblés”, ou ofertam bifessangrentos nas portas de cemitérios?

RAMATIS: — Embora essas práticas sangrentas e primi-tivas só predominem nos “candomblés” africanos espalhadospela Europa, América Latina e principalmente no Norte doBrasil, 1 a influência da civilização e o avanço científico tendea diminuí-las ou sublimá-las futuramente. Quanto aos sacrifí-cios de aves e animais em semelhantes trabalhos conservado-res das tradições e da magia africana, nem é preciso lembrar-vos da importância do sangue ali vertido e fundamento prin-cipal para o intercâmbio com os espíritos subvertidos.

O sangue é a linfa da vida e elemento imprescindível noser vivo, pois, além de sua função propriamente física, aindacapta e absorve as forças vitalizantes do Sol, como o“prana”, o magnetismo lunar e certos fluidos do mundoastral. A sua circulação rapidíssima é imantada pela eletri-cidade animal e nutrida pelo éter-físico, que emana pelosporos da Terra e flui através do duplo etérico. É, enfim, a cor-rente portadora da saúde ou da enfermidade, pois percorreas zonas mais nevrálgicas e atinge os pontos mais vitais do

1 — “A Bahia tem mais de mil terreiros de candomblé, onde os deuses negros,os orixás — trazidos da África pelos escravos -, resolvem problemas de amor,saúde, política e dinheiro”. Extraído da reportagem “O Mundo Secreto do Candom-blé”, da revista Realidade, de julho de 1966.

corpo humano.Transporta os diversos hormônios endocríni-cos por todo o organismo, nutre e refaz as células carreandoos detritos indesejáveis para as vias “emunctórias”. O sangueainda intervém em todos os processos defensivos do organis-mo, conduzindo os elementos de combate aos germens e àssuas toxinas. Mesmo depois de coagulado e sob o aspectogelatinoso, dele exsuda-se um líquido amarelado e utilíssi-mo, bastante conhecido por soro sangüíneo e ainda aprovei-tável nas transfusões salvadoras. O homem atual possui de 5a 6 litros de sangue, cuja produção é incessante na intimida-de da medula óssea.

PERGUNTA: — Mas esse derramamento deliberado desangue através de sacrifícios pagãos e macabros, é realmen-te necessário para o processo de enfeitiçamento?

RAMATIS: — Na realidade, trata-se de um processodetestável, que se vincula a interesses e subversões abominá-veis, ativado e controlado pelo mundo oculto pervertido!Afora as preocupações de enfeitiçamentos, despachos edemandas, a vertência de sangue e os ritos de sua dinamiza-ção fluídica atendem às mais ignóbeis tarefas dos “comandosdas trevas”! Em torno da Crosta movimenta-se extensa mul-tidão de espíritos exauridos pelas paixões e vícios da carne,famintos de vitalidade e aflitos para obterem o “tônus vital”que perderam e viceja no sangue humano. Eles aceitamqualquer tarefa nefanda, trabalho execrável ou humilhanteno Além, desde que possam conseguir o sangue para a suanutrição mórbida. Tão desesperados como os viciados pelacocaína, morfina, álcool, acompanham os encarnados naesperança de vampirizá-los na sua fonte de vitalidade, que éo sangue!

Ademais, os espíritos astutos, malévolos e veteranos doastral inferior ainda costumam vampirizar os infelizesrecém-chegados desprotegidos, extraindo-lhes qualquerresíduo vital que porventura ainda possam trazer na suacontextura perispiritual. Só quando os falecidos possuemamigos ou parentes desencarnados, que os protegem de um

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vampirismo indesejável, os famintos das sombras então per-manecem a distância do sepultamento. Então, lhes resta orecurso de se contentarem com a precária nutrição de fluidovital obtida na simbiose com as criaturas viciadas e escravasdos prazeres impuros. Assim como as parasitas extraem aseiva vital dos arbustos benfeitores, os vampiros do Além-túmulo exaurem suas vítimas imprudentes no processo deparasitismo de baixa espiritualidade.

PERGUNTA: — Porventura, existe alguma disciplina oucoordenação de trabalho entre os espíritos vampiros e obses-sores, nas suas práticas maléficas contra os encarnados?

RAMATIS: — A disciplina tanto pode existir na práticado bem como no exercício do mal. Em conseqüência, nasregiões do astral próximo à superfície terrena, existem coo-perativas, confrarias e instituições disciplinadas na práticado mal, as quais orientam e controlam milhares de espíritosem atividade pervertida nas tarefas de obsessões e vampiris-mos. Os seus mentores diabólicos são hábeis e experimenta-dos psicólogos, conhecedores de todas as fraquezas e subver-sões humanas! Eles pesquisam na crosta terráquea as cria-turas mais propensas aos desequilíbrios mentais e emotivos,a fim de transformá-las em fontes gratuitas de fornecimentode substância vital tão cobiçada para o êxito das operaçõesmaquiavélicas das sombras.

Malgrado a vossa reação mental, de que transmitimoshistórias fantásticas e mórbidas da idade média, os espíritos-vampiros, realmente, debruçam-se sobre os cadáveresrecém-sepultados, a fim de extrair-lhes os resíduos vitais queainda possam aderir ao corpo extinto. 2 Normalmente, otônus vital dos falecidos desfaz-se nas vinte e quatro horasapós a morte física, mas ele pode permanecer aderido mais

2 — Trechos extraídos da obra Obreiros da Vida Eterna, pelo espírito deAndré Luiz, capítulo “Aprendendo Sempre”, que assim diz: “Nos cemitérios costu-ma congregar-se compacta fileira de malfeitores, atacando vísceras cadavéricaspara subtrair-lhes resíduos vitais”. — “Jerônimo inclinou-se piedosamente sobre ocadáver, no ataúde momentaneamente aberto antes da inumação, e, através de pas-

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CAPÍTULO 17

O feitiço ante os tempos modernos

PERGUNTA: — O feitiço tende a se extinguir, na atua-lidade?

RAMATIS: — Porventura, tendem a extinguir-se, tam-bém, o ódio, o ciúme, a raiva, malícia, inveja, hipocrisia, mal-dade, luxúria, avareza, traição, violência, corrupção políticae administrativa, prostituição, miséria, delinqüência juvenil,os vícios de entorpecentes, alcoólicos e o fumo; as guerrasfratricidas, os genocídios, as aberrações sexuais, o comérciomédico da dor e a indústria da cirurgia mutilante, o aban-dono de menores, o aborto organizado, os vendilhões daimprensa, as pilhagens dos “trustes”, as traições conjugais,os matadouros sangrentos, as guerras cruentas e o carnivo-rismo famélico?

Que é o feitiço senão um acontecimento proveniente detudo isso? Aliás, é uma derivação até salutar, porque, atra-vés dele, os seus autores expelem para fora, num ato positi-vo, as idéias malignas e os sentimentos subvertidos que lhesvicejam na alma, e assim fazem jus à expiação decorrente doseu enquadramento na Lei do Carma! O feitiço atormenta eprejudica, mas ainda é uma conseqüência irrisória, em facedos males que os homens semeiam cotidianamente sob amistificação de “boas intenções”! Há homens que, eleitospara administrar os bens públicos, traem os votos assumidose amealham inescrupulosamente para o seu clã familiar,negociando a confiança alheia em troca de moedas. Outros,agaloados de ricos uniformes, espécie de robôs obedientes,

ordenam ou cumprem ordens para o massacre indistinto demulheres, crianças, jovens e velhos, arrasando cidades, tem-plos, escolas e vivendas, de modo ainda mais destruidor eeficiente, do que faziam o famigerado Davi da Bíblia, Átila,Gêngis-Khan ou Tamerlão, na chefia dos bárbaros! Tudo issoé bruxaria, pois prejudica o próximo, aleija-o e o mata sobo espírito vingativo da maldade humana!

Quem faz o seu feitiço particular ainda tem algum moti-vo justo ou provocação alheia para assim proceder; mas, quese deve dizer da vastidão do feitiço pátrio, que, em vez desapos e bonecos de cera, exige homens sadios para o cortesangrento nos matadouros das guerras? E os homens fesce-ninos, que arrastam milhares de jovens para as pocilgas daprostituição; que esperam meninos e meninas às portas doscolégios para viciá-los nos entorpecentes? E dos religiososque consagram canhões, submarinos e armas destruidoras,benzendo-os em nome de Deus; ou os cientistas, que se con-somem nos laboratórios do mundo a fim de descobrir armaseficientes para destruir milhões de criaturas, de uma só vez?

PERGUNTA: — Certo confrade admira-se da vossainsistência em convencer os leitores da lógica do enfeitiça-mento! Que dizeis?

RAMATIS: — Em face da situação atual tão subvertidado mundo, não cremos que ainda pudéssemos produzir malespiores do que a humanidade terrena já criou para si mesma!O próprio Diabo, se realmente existisse na sua configuraçãomitológica tão excêntrica, já teria optado pela sua aposenta-doria ante a frustração e a incapacidade de praticar tanta per-versidade e males, como os terrícolas já conseguiram produ-zir sem convocar os recursos do império infernal! Satanás,ainda às voltas com os caldeirões de água fervente, obsoletose insuficientes, ficaria completamente desmoralizado e liqui-dado, ante a eficiência da bomba atômica produzida pelohomem, a qual liqüefez 120.000 criaturas nascidas para com-por a família humana e viverem ideais, amores, venturas e ale-grias, sob o paraninfo da Ciência, Arte e Religião!

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CAPÍTULO 18

O feitiço e o seuduplo efeito moral

PERGUNTA: — Poderíeis nos esclarecer se a vítima defeitiço colhe algum proveito moral dessa perseguição insi-diosa?

RAMATIS: — A dor e o sofrimento, no plano físico e nocampo moral, ou em qualquer situação da vida humana, sãosempre benéficos. É um processo de disciplina espiritualrearticulando o ser para transitar no caminho certo, medidaretificadora, que orienta, compulsoriamente, o homem ani-malizado para o norte angélico! Usais o ácido para limparvidraças, a lixa para polir a madeira, o fogo abrasador paratornar o aço mais resistente. O cascalho bruto extraído dasrochas, depois de submetido a disciplinado processo de poli-mento, ou espécie de “sofrimento mineral”, transforma-se emfascinante pedra preciosa. Dessa operação coerciva, cáusticae rude resulta o aperfeiçoamento que engrandece o valorintrínseco das coisas. Os enfeitiçamentos são processos ofen-sivos e destrutivos, aparentemente injustos na sua ação tene-brosa, nociva e maldosa, mas eles estimulam a ação purifi-cadora, porque, ao produzir o padecimento, também acele-ram o processo cármico e retificador do indivíduo.

Quantos espíritos já lograram alcançar as esferas demelhor convivência espiritual, graças a um indesejável feiti-ço que os acometeu, mas os livrou de coisas piores? Muitascriaturas abatidas num leito de dor, assoberbadas por difi-culdades e privadas dos prazeres comuns da vida, tambémevitaram, a tempo, a sua própria queda nos antros dos vícios

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ou sob as algemas das paixões censuráveis! Há lares cujatranqüilidade doméstica se deve a determinado impactoenfeitiçante que uniu a família na prova dolorosa!

A dor desbasta a alma e ainda reduz-lhe as manifesta-ções imprudentes, reajustando o ser à harmonia com a VidaSuperior! O leito de sofrimento também cria a oportunida-de da oração e da meditação, tão desprezadas na vida coti-diana; a catástrofe econômica cerceia os vôos insensatos dafascinação material; os embates emotivos e os choquesmorais conduzem o espírito em busca de lenitivos nas fontesespirituais. Por mais injusto e tenebroso que se vos afigure ofeitiço, a sua vítima sempre se beneficia.

As dores e atribulações são elementos purificadores e ine-rentes às reencarnações nos mundos físicos, objetivando odesabrochar da consciência espiritual do homem.A feitiçaria,portanto, como um processo incentivador do sofrimento físi-co, moral, mental e econômico, pode exercer proveitosa fun-ção retificadora dos desvios que o homem cometeu no passa-do e são prejudiciais à sua evolução espiritual. 1

PERGUNTA: — Por que a carga de bruxaria tambémpode atingir um inocente?

RAMATIS: — Cremos que afora o Mestre Jesus e algunsinstrutores espirituais que deixaram belos ensinamentoslibertadores no mundo, os demais homens são pecadores enão inocentes. Em conseqüência, qualquer um de nós, ou devós, pode ser vulnerável a alguma carga de feitiço, emboraisso varie conforme a sua resistência psíquica. Não existe, na

1 — Certo cidadão de algum realce na sociedade curitibana, decidido a aban-donar a esposa e três filhos, por uma aventura amorosa, vendia febrilmente os seusprincipais bens, apurando dinheiro para fugir com uma atriz argentina, a qual atua-va na principal boate da cidade. Súbito, cai de cama, prostrado por estranha enfer-midade, que lhe minava o fígado, produzia-lhe terríveis dores de cabeça e tonturascegantes. Após três meses de abnegação médica, socorros mediúnicos por parte demédiuns espíritas, umbandistas e curandeiros, foi descoberto um feitiço no seu tra-vesseiro, com os apetrechos peculiares e um punhado de terra, que seria de cemité-rio. O cidadão curou-se, integrando-se novamente na vida digna que lhe era peculiaranteriorniente, e hoje, quando relata o seu caso, o faz de bom-humor, abençoando ofeitiço que o livrou de uma das mais espertas aventureiras portenhas!