bylaardt conversando aos infinitos - livro de ensaios

7/25/2019 BYLAARDT Conversando Aos Infinitos - Livro de Ensaios

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Conversando aos infinitos

ensaios de literatura brasileira

Cid Ottoni BylaardtDoutor em Literatura comparada pela UFMG

Ps-Doutor em Literatura Comparada pela Universidade de CoimbraProfessor d!unto da UFC

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Cid Ottoni Bylaardt

Conversando aos infinitos

ensaios de literatura brasileira

Pr"mio Literatura# Livro e Cultura$ecultFor - Prefeitura Municipal de Fortale%a &'('3


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Copyright 2011 by Cid Ottoni Bylaardt

Capa: Marina BylaardtProjeto Grfico: - - - - - - - - -e!i"#o $e%t&al: Marcia de Me"'&ita

Cataloga(#o na fonte

Con!er"ando ao" infinito": en"aio" de literat&ra bra"ileiraCid Ottoni Bylaardt) Cidade: *ditora+ ano)200 p)

,B.: %%%-%%-%%%%-%%%-%1) /iterat&ra bra"ileira 2) *n"aio",) B/$+ Cid Ottoni ,,) $t&lo

C: %%%

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gradeci5entoo" 5e&" al&no"

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*& digo &5a flor8Mas, na ausncia em que a cito, pelo esquecimento a

que relego a imagem que ela me d, no fundo dessa palavra pesada,surgindo ela mesma como uma coisa desconhecida, convocoapaixonadamente a obscuridade dessa flor, esse perfume que me invadee que no respiro, essa poeira que me impregna mas que no vejo, essacor que 9 vestgio e no luz.

Ma&rice Blanchot


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$um)rio

*nten+,o e recep+,o emIracema# de os. de lencar

O mestre tornado ref.m/ a tolice do mundo emEsa e Jac

De ires a yres/ o consel0eiro sem conte1do

O 0omem 2ue n,o sabia !avan"s

O !ardim da dissolu+,o - considera+3es sobre o poema 4ardim5# deCarlos Drummond de ndrade

Drummond 6 a metamorfose em dire+,o 7 poesia pura

O desastre da escritura/ 4Meu tio o *auaret"5

Um crime delicado/ conversando aos infinitos um retrato de cavalo

Pistas 2ue despistam8 9uem critica Tutameia:

Cr;tica/ a arte de espantar a arte e se


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F>*?*O

*"te li!ro conte5pla te%to" literrio" '&e cobre5 5ai" de &5"9c&lo de literat&ra bra"ileira) $odo" o" en"aio" a'&i pre"ente" t=5 e5co5&5 o fato de '&e n#o tenta5 e"tabelecer !erdade" "obre a" obra"e"t&dada"> ao contrrio+ proc&ra5 d&!idar do" "abere"+ e%plorando ain'&ieta(#o+ a in"tabilidade+ a indeter5ina(#o da e"crit&ra)

!iage5 "e inicia co5 &5 en"aio "obre racema+ de ?o"9 delencar+ '&e di"c&te a '&e"t#o da intencionalidade no te%to literrio) *5@O 5e"tre tornado ref95: a tolice do 5&ndo e5!sa" e #ac$@+ o 5e"tre

de !ida e o 5e"tre de jogo "#o "&b"tit&do" pelo ref95 da e"crit&ra+a'&ele '&e a""&5e a pai%#o do relato) O en"aio "obre Memorial de%iresproc&ra 5o"trar co5o o te%to de Machado pa""a da pro!erbialironia A rarefa(#o da e"crit&ra) .o" doi" lti5o" ro5ance" a e"crit&ra 9'&e"tionada+ repen"ada+ "&b!ertida+ con"iderando o g=nero ro5ance:Machado+ no""o pri5eiro p"-5oderno avant la lettre+ parece ter "ido oina&g&rador+ na literat&ra bra"ileira+ da e"crit&ra in'&ietante+ ang&"tiada+'&e n#o encontra o" confortante" de"enlace" '&e fiDera5 a felicidade

da" letra" be5 co5portada") /i5a Barreto+ e5 @O ho5e5 '&e "abiaja!an="@+ ta5b95 "&b!erte a orde5 do relato+ e5bebendo-o e5 cer!eja+de"acertando a e"crit&ra da" bela" letra") *""e e"prito de n#o-confor5idade da ling&age5 9 reto5ado por Carlo" r&55ond dendrade e5 "e& "&rpreendente poe5a @?ardi5@+ de&ovos poemas+ e noli!ro 'laro enigma+ te%to" '&e propEe5 &5a no!a for5a de poetar) re!ol&(#o da ling&age5 na literat&ra bra"ileira "eg&e co5 doi" do" 5ai"

in"tigante" te%to" de no""a pro"a+ @Me& tio o ,a&aret=@ e @etrato deca!alo@+ de G&i5ar#e" o"a+ narrati!a" e5 '&e o cdigo parececond&Dir ao i5pa""e+ A tran"fig&ra(#o+ ao infinito) inda tendo co5ofoco de di"c&""#o o li!ro de conto" (utameia, de o"a+o en"aio @Pi"ta"'&e de"pi"ta5) F&e5 critica (utameia@ '&e"tiona a" !erdade" '&e acrtica e"tabelece "obre o te%to literrio) .a 5e"5a linha de'&e"tiona5ento+ o te%to @Crtica: a arte de e"pantar a arte e "eg&rar "&a"o5bra@ reflete "obre a fragilidade e a incon"i"t=ncia do" in"tr&5ento"

de aprecia(#o do" te%to" literrio" pela crtica+ co5 "&a ro&page5 de

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racionali"5o e cientifici"5o) partir da+ o" en"aio" adentra5 narrati!a"'&e pode5o" con"iderar p"-5oderna") obre&ove noites+ de BernardoCar!alho+ di"c&te-"e a po"i(#o do te%to jornal"tico e5 confronto co5 ote%to literrio) *5 "eg&ida+ o en"aio @Cine5a e literat&ra: 5edie!o+rena"cen(a e barbrie e5 )esmundo@ debate '&e"tEe" ligada" Aling&age5 do cine5a e5 "&a releit&ra do te%to literrio+ be5 co5o ol&gar re"er!ado A 5&lher na" obra" '&e olha5 para o de"5&ndobra"ileiro do "9c&lo HI,) Jinal5ente+ o en"aio "obre % c*u aberto+ de?o#o Gilberto .oll+ coloca e5 di"c&""#o a a&"=ncia de li5ite" dae"crit&ra conte5porKnea+ '&e a torna incapaD de agir no 5&ndo real)

e alg&5a for5a+ o" treDe en"aio" a'&i apre"entado" proc&ra5

5o"trar &5a 5aneira po&co con!encional de ler te%to" '&e oc&pa5l&gare" di"tinto" na literat&ra bra"ileira+ de"de te%to" canLnico" c&ja"interpreta(Ee" ta5b95 "e canoniDara5+ pa""ando por te%to" 5al lido" e5al co5preendido" pela crtica+ at9 te%to" ba"tante conte5porKneo" '&e"e encontra5 e5 !ia" de canoniDa(#o) e%pre""#o @con!er"ando ao"infinito"@+ '&e aparece no tt&lo do li!ro+ foi tran"crita do conto @etratode ca!alo@+ de G&i5ar#e" o"a+ e e%pre""a be5 o '&e a literat&ra dan#o-confor5idade realiDa: incapaD de agir no 5&ndo+ ela "e dobra+ "e

de"dobra+ "e e"pelha ao infinito+ e i""o 9 o '&e a 5aioria da" obra" a'&ie"t&dada" realiDa5+ e o '&e o" en"aio" pretende5 de alg&5a for5a5o"trar)

Cid Ottoni Bylaardt

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*=?>=@AO > >C>P@AO>MIRACEMA# D> O$ D> L>=C

>$UMO/ O "entido de &5 te%to "&pera "e5pre a" inten(Ee" de "e& a&tor+por'&e o" int9rprete" e leitore" por !ir ter#o &5a carga de ac&5&la(#ohi"trica adicional e5 rela(#o a ele) ,""o n#o "ignifica '&e o" int9rprete" t=5&5a co5preen"#o melhor+ e5 '&e pe"e "&a "&perioridade hi"trica e5 rela(#oao a&tor+ 5a" &5a co5preen"#o diferente) *"te te%to pretende 5o"trar co5o+e5 racema+ ape"ar de tanto" c&idado" e e%plica(Ee"+ ?o"9 de lencar n#ocon"eg&i& e!itar '&e o te5po tro&%e""e a "&a obra no!a" !i"Ee" einterpreta(Ee")

'&e"t#o da prod&(#o e da recep(#o e5 literat&ra+ en!ol!endointen(#o e interpreta(#o+ ainda pro!oca contro!9r"ia") *""e 9&5 do" !rio" a""&nto" le!antado" de 5aneira in"tigante por

ntoine Co5pagnon+ e5 + demnio da teoria 1


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cap) ,,N e O leitor cap) ,IN+ e5bora toda a obra e"teja perpa""ada pore""a" e por o&tra" preoc&pa(Ee" concernente" A teoria literria)

o abrir a di"c&""#o "obre intencionalidade e n#o-intencionalidade+ o a&tor in!oca tr=" te%to"-g&ia" para iniciar odelicado debate "obre a pertin=ncia o& n#o de "e b&"car a inten(#o doa&tor para a 5elhor co5preen"#o de &5 te%to) O" te%to" "#o o prlogode % vida inestimvel de arg/ntua, pai de 0antagruel 1634N+ deJran(oi" abelai"+ 'ontre 1ainte23euve pro!a!el5ente 1


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n#o acreditar '&e So5ero+ ao e"cre!er a lada e a +disseia+ti!e""e e55ente a" allegorie" le"'&elle" de l&y ont calfret9 Pl&tarche+ Seraclide"Potic'+ *&"tatie+ Phorn&te) a 5e"5a for5a+ a" a!ent&ra" deGargKnt&a n#o t=5 '&ai"'&er alegoria" intencionada" por "e& a&tor+ 5a"o leitor pode interpret-la" o& cri-la" A !ontade+ re"pon"abiliDando-"epor ela": Po&r tant+ interpreteD to&" 5e" faictD et 5e" dictD en laperfecti""i5e partie> ayeD en reference le cer!ea& ca"eifor5e '&i !o&"pai"t de ce" belle" bille" !eD9e"+ et+ A !o"tre po!oir+ teneD 5oy to&"jo&r"joye&% B*/,+ H,H+ Prologe de lRa&te&rN) inten(#o do a&tor+no ca"o de argantua+ n#o 9 re!elada+ e o leitor te5 o direito decon"tr&ir a "ignifica(#o da obra)

.a narrati!a de Borge"+ o e"critor Pierre Menard e"cre!e oo5 F&i%ote de Cer!ante") &a propo"ta n#o era copiar o o5F&i%ote+ 5a" prod&cir &na" pgina" '&e coincidieran palabra porpalabra y lnea por lnea co5 la" de Mig&el de Cer!ante"BOG*+ 2000+ p) 4N) O narrador rec&"a con"iderar o te%to doper"onage5 tran"cri(#o o& cpia do o5 F&i%ote do "9c&lo deDe""ete+por'&e "#o d&a" obra" diferente"+ "eparada" por tr=" "9c&lo") O te%to deMenard 9+ para o narrador+ ca"i infinita5ente 5" rico BOG*+2000+ p) 62N) S ainda &5 con"tra"te de e"tilo") Cer!ante" 5aneja oe"panhol corrente de "&a 9poca+ en'&anto o e"tilo arcaiDante de Menard"ofre de alg&5a afeta(#o) *nfi5+ o fato de o" doi" te%to" tere5 "idoe"crito" por a&tore" diferente" e5 9poca" diferente" pro!ocainterpreta(Ee" diferente") .e""e ca"o+ o te%to e5 "i n#o 9 re"pon"!elnico pela" interpreta(Ee" '&e "e faDe5 dele: a" circ&n"tKncia" de "&aconcep(#o "#o e5 grande parte re"pon"!ei" por "&a co5preen"#o)

""i5+ Pierre Menard enri'&ece& o ato de ler co5 &5a t9cnicaino!adora+ la t9cnica del anacroni"5o deliberado y de la" atrib&cione"errnea" BOG*+ 2000+ p) 66N)

O terceiro te%to citado por Co5pagnon con"i"te n&5a refle%#ocrtica de Marcel Pro&"t contra a crtica literria a&to-deno5inadacientfica+ corrente no final do "9c&lo H,H+ '&e Pro&"t cha5a!aironica5ente botKnica literria) *""a crtica "e preoc&pa!a co5 abiografia do a&tor+ a hi"tria de "&a fa5lia+ "e&" go"to"+ "e&" a5ore"+ o

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'&e pen"a!a da religi#o e da nat&reDa+ "&a condi(#o de rico o& de pobre+"e&" !cio" etc) eg&ndo Pro&"t+ e""e 59todo

de"preDa!a a'&ilo '&e &5a con!i!=ncia &5 tanto prof&nda co5n" 5e"5o" pode en"inar: '&e &5 li!ro 9 prod&to de &5 o&tro e&e n#o da'&ele '&e 5anife"ta5o" no" co"t&5e"+ na "ociedade+ no"!cio") '&ele e&+ "e de"eja5o" tentar co5preend=-lo+ e"t nof&ndo de n" 5e"5o"+ tentando recri-lo e5 n" 9 '&e pode5o"atingi-lo) POU$+ 1 Pro&"t ad5ite a inten(#o+5a" n#o a depo"ita no a&tor de carne e o""o> Borge" declara a

i5portKncia do" conte%to" e da" inten(Ee" para a co5preen"#o do"te%to")O conte%to e a inten(#o pode5 ter "&a i5portKncia+ "i5+ 5a" o

'&erer-diDer do a&tor n#o pode "er o g&ia principal para aco5preen"#o do te%to+ co5o po"t&la!a a her5en=&tica ro5Kntica+ '&epen"a!a a co5preen"#o co5o &5a re-prod&(#o da" ideia" originai" doa&tor+ propondo-"e a co5preender &5 a&tor 5elhor do '&e ele "eco5preendia)

San"-Georg Gada5er faD &5a re!i"#o de""a po"t&ra daher5en=&tica ro5Kntica e5 "&a obra 5erdade e m*todo) eg&ndo ele+ h&5a ten"#o '&e "e de"enrola entre a e"tranheDa e a fa5iliaridade '&e atradi(#o oc&pa j&nto a n"+ entre a objeti!idade da di"tKncia+ pen"adahi"torica5ente+ e a perten(a a &5a tradi(#o) ! esse entremeio678ischen9 * o verdadeiro lugar da hermenutica GM*+ 1


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Cada 9poca te5 de entender &5 te%to tran"5itido de&5a 5aneira pec&liar+ poi" o te%to for5a parte do todo datradi(#o+ na '&al cada 9poca te5 &5 intere""e pa&tado na coi"a e

onde ta5b95 ela proc&ra co5preender-"e a "i 5e"5a) O!erdadeiro "entido de &5 te%to+ tal co5o e"te "e apre"enta ao "e&int9rprete+ n#o depende do a"pecto p&ra5ente oca"ional '&erepre"enta5 o a&tor e "e& pblico originrio) O& pelo 5eno" n#o"e e"gota ni""o) Poi" e""e "entido "er "e5pre deter5inado pela"it&a(#o hi"trica do int9rprete+ e+ por con"e'&=ncia+ por todoproce""o objeti!o hi"trico GM*+ 1


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recep(#o da obra no decorrer do te5po e+ principal5ente+ na eraconte5porKnea) lencar te!e para co5 "e& te%to c&idado" e"peciai"+tentando n#o per5itir '&e ele erra""e pelo 5&ndo ao "abor de !ariada"interpreta(Ee") O '&e pretende5o" de5on"trar 9 '&e+ ape"ar de tanto"c&idado" e e%plica(Ee"+ o a&tor n#o con"eg&i& e!itar '&e o te5potro&%e""e no!a" !i"Ee" e interpreta(Ee" A obra)

O '&e cha5a5o" c&idado" e"peciai" "#o o" te%to" adicionai"'&e nor5al5ente aco5panha5 o ro5ance) #o ele": o Prlogo dapri5eira edi(#o+ o rg&5ento hi"trico+ a Carta ao r) ?ag&aribe+p&blicada co5o po"fcio A pri5eira edi(#o+ o P"-e"crito A "eg&ndaedi(#o e a" 117 nota" '&e aco5panha5 o" capt&lo" n&5 5ontante de

te%to" '&e "eg&ra5ente e'&i!ale5 ao ta5anho do prprio ro5ance+'&a"e co5o "e cada pala!ra da narrati!a ti!e""e &5 corre"pondente5etaling&"tico a e%plicar-lhe a e%i"t=ncia)

" preoc&pa(Ee" do a&tor "#o 5&ita") .o prlogo+ ele j "eperg&nta '&al "orte "er a do li!ro.$,GO+ 1


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entretanto+ co5preendida pela recep(#o da obra Ialeria a penaconcretiDar a ino!a(#o correndo o ri"co de n#o "er co5preendido F&efaDer *ncher o li!ro de grifo" '&e o tornaria5 5ai" conf&"o e de nota"'&e ning&95 l= P&blicar a obra parcial5ente para '&e o" entendido"proferi""e5 o !eredicto literrio ar leit&ra dela a &5 crc&loe"colhido+ '&e e5iti""e j&Do il&"trado .$,GO+ 1


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$odo e""e aparato 5etaling&"tico !i"a a proteger o filho+ ote%to+ de po""!ei" o&tra" interpreta(Ee") F&al 9+ ent#o+ a inten(#o '&e oa&tor pretende pre"er!ar e5 rela(#o ao "e& te%to V e!idente '&elencar te5 &5 projeto bra"iliani"ta+ dentro da propo"ta b&rg&e"a doro5anti"5o+ e"pecial5ente "e "e con"iderar a 9poca e5 '&e a obra foie"crita+ &5 5o5ento de b&"ca de &5a identidade nacional) O ndiorepre"ento& ent#o para &5a parcela da intelect&alidade bra"ileira &5a5aneira de e%ibir algo '&e no" fo""e prprio+ n#o encontr!el na*&ropa+ '&e fornecia t&do ro&pa"+ 5"ica"+ in"tr&5ento" 5&"icai"+5oda etc)N A no""a b&rg&e"ia) lencar+ partic&lar5ente+ a""&5e e""ab&"ca+ '&ando defende+ por e%e5plo+ o abra"ileira5ento da lng&a+

contra a po"t&ra pre"er!acioni"ta do logocentri"5o port&g&=")lencar tinha &5 e!idente objeti!o de de"tacar a i5portKnciado ele5ento a&tctone co5o iniciador da ra(a bra"ileira+ e "&a propo"ta9 apre"entar ao" leitore" &5 5ito de orige5) S por certo a inten(#o doa&tor de cantar a" glria" do" ndio"+ e%altar a e%&berKncia nat&ral da(erra brasilis+ be5 co5o a beleDa f"ica e 5oral de ,race5a) e"ideainda e5 "&a inten(#o dar !alor ao ndio co5o e"prito da ci!iliDa(#onacional+ co5o ele5ento hi"trico e po9tico de no""a" origen"+ de no""a

nacionalidade)M&ita" "#o a" inten(Ee" do a&tor+ 5a" a leit&ra at&al n#o pode e

n#o de!e "e re"tringir a ela") Co5o afir5a Co5pagnon+ Para &5aher5en=&tica p"-hegeliana+ poi"+ n#o h 5ai" pri5ado da pri5eirarecep(#o+ o& do '&erer-diDer do a&tor+ por 5ai" a5plo '&e "eja oter5o COMPG.O.+1


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U5 e%e5plo de !alor agregado foi a de"coberta e5ocionadado crtico frKnio Pei%oto+ e5 &o:;es de hist$ria da literaturabrasileira+ citado por antiago 1 alegoria"+ ali"+ '&e o a&tor n#oe%plicita clara5ente e5 "&a" con"idera(Ee" 5etaling&"tica") .#o no"parece+ portanto+ '&e a a&"=ncia de e%plica(Ee" p&de""e ter dado aote%to &5 de"tino total5ente diferente do '&e te!e at9 agora+ at9 5e"5o

pela a(#o da hi"tria efeit&al de '&e fala Gada5er)*5 '&e+ na realidade+ a" "&ce""i!a" interpreta(Ee" de &5 te%to5ai" '&e centenrio contrib&ra5 para 5&dar o de"tino tra(ado pelopai .a '&e"t#o da realiDa(#o ling&"tica+ por e%e5plo+ 9 hoje &5a&nani5idade o arrojo ino!ador de ?o"9 de lencar+ ele '&e "e coloca!an&5a po"i(#o de receio e5 rela(#o a "&a prpria no!idade+ a5ea(andoincl&"i!e abandonar o projeto dependendo da recep(#o da obra)

S+ entretanto+ o&tro" ele5ento" '&e "o5ente a di"tKncia

hi"trica pLde detectar+ e '&e de certa for5a de"5i"tifica5 alg&5a" da"

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inten(Ee" do a&tor) $rata-"e principal5ente de "&a !i"#oincon"ciente5ente etnoc=ntrica da" rela(Ee" entre o" ndio" e o"branco") tentati!a do a&tor 9 "e5 d!ida de encenar &5a rela(#ohar5Lnica entre a'&ela" '&e ele propEe co5o a" d&a" grande" etnia"iniciadora" da ra(a bra"ileira)

*ntretanto+ &5a anli"e 5ai" detalhada da narrati!a de"!ela &5status quo'&e 5e"5o &5 e"critor do porte de lencar n#o con"eg&iriatrair) elacionare5o" a "eg&ir alg&n" do" aconteci5ento" e co5entrio"'&e re!ela5 &5a !i"#o e&ropeia de""a rela(#o)

.o final do "eg&ndo capt&lo+ o per"onage5 branco Marti5de5on"tra po""&ir a ling&age5 do" ndio"+ be5 co5o "&a" terra":

Ienho da" terra" '&e te&" ir5#o" j po""&ra5+ e hoje t=5 o" 5e&".$,GO+ 1


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a" ar5a" nobre" do g&erreiro+ e de ,race5a o cocar e a ara(oia+ ornato"do" chefe" il&"tre") p" a ceri5Lnia+ !eio a co5e5ora(#o: @O"g&erreiro" bebera5 copio"a5ente e tran(ara5 a" dan(a" alegre")&rante '&e !ol!ia5 e5 torno do" fogo" da alegria+ re""oa!a5 a"can(Ee")@ .$,GO+ 1


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no5e do rei e"panhol '&e na 9poca go!erna!a Port&gal+ e o "e& prpriono5e trad&Dido para o port&g&="N) ""i5+ o "&rgi5ento da no!aci!iliDa(#o ocorre& A c&"ta do "acrifcio da c&lt&ra indgena) $&dopa""a "obre a terra .$,GO+ 1 ali erg&e& a grande pedra e calco& o p9 co5for(a no c#o> "bito+ abri&-"e a terra) o antro prof&ndo "ai& &55edonho ge5ido '&e parecia arrancado da" entranha" dorochedo) .$,GO+ 1


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cena chega at9 n" co5o &5a bela 5gica perpetrada pelofeiticeiro) *5 "&a nota A pa""age5+ entretanto+ o a&tor arranca toda abeleDa de "e& encanto:

$odo e""e epi"dio do r&do da terra 9 &5a a"tcia+co5o &"a!a5 o" paj9" e o" "acerdote" de toda a na(#o "el!age5para fa"cinar a i5agina(#o do po!o) cabana e"ta!a a""entada"obre &5 rochedo+ onde ha!ia &5a galeria "&bterrKnea '&eco5&nica!a co5 a !rDea por e"treita abert&ra> ra'&95 ti!era oc&idado de tapar co5 grande" pedra" a" d&a" abert&ra"+ paraoc&ltar a gr&ta ao" g&erreiro") .e""a oca"i#o+ a fenda inferiore"ta!a aberta+ e o Paj9 o "abia> abrindo a fenda "&perior+ o ar

encano&-"e pelo antro e"piral co5 e"tridor 5edonho+ e de '&epode dar &5a ideia o "&""&rro do" cara5&jo") /*.C+1


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pe"ar da inten(#o de !aloriDar a c&lt&ra indgena+ ficae!idente '&e o a&tor adota &5a po"t&ra etnoc=ntrica e5 fa!or docon'&i"tador+ e a tica e"tr&t&radora do ro5ance 9 clara5ente a doci!iliDado e do cri"t#o) *i" a o '&e cha5a5o" de parado%o entre ainten(#o e a realiDa(#o) O 5ito da har5onia da" ra(a" " f&nciona nainten(#o+ e o re"&ltado 9 a do5ina(#o econL5ica e c&lt&ral da terra pelocoloniDador branco+ tendo o indgena co5o aliado+ ap" a eli5ina(#odo" '&e re"i"tira5) *""a do5ina(#o+ e5old&rada por &5 di"c&r"o lrico+"e con"&5a no a5or entre Marti5 e ,race5a+ "5bolo da terra '&e "erec&"a ao prprio ndio)

$eria "ido po""!el a lencar perceber l&cida5ente "&a po"t&ra

e5 5eado" do "9c&lo H,H Po""i!el5ente n#o) O prprio Machado de""i"+ dotado de e%tre5o e"prito crtico+ n#o "e per5iti& e%trair de""anarrati!a &5a hi"tria de do5ina(#o+ o& a alegoria do na"ci5ento de&5a ra(a) *5 crtica datada de 1;77+ o a&tor de )om 'asmurroe%alta ahi"tria do a5or entre Marti5 e ,race5a+ a nobreDa do" "enti5ento"indgena"+ be5 co5o a do ele5ento branco+ cada '&al e5 "&a c&lt&ra+co5o no ca"o da a5iDade entre Poti e Marti5: a afei(#o de Poti te5 ae%pre""#o ing=n&a+ franca+ decidida> Marti5 n#o "abe ter a'&ela

"i5plicidade "el!age5 ,+ 1


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!ida+ no 5ar&lho de no""a ci!iliDa(#o OM*O+ Pro&"t+ negando ainten(#o do e"critor biogrfico+ nega indireta5ente a" ad!ert=ncia" delencar> Borge"+ co5 "e&0ierre Menard, autor del


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/*.C+ ?o"9 de) *racema Luc;ola) io de janeiro: *ditora $r="+1


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O M>$?> ?O=DO >FM/ ?OL*C> DO MU=DO >ME(A) E JAC*

>$UMO/ *5!sa" e #ac$+ Machado de ""i" realiDa &5a narrati!a '&e n#odi"pen"a a tran"par=ncia da pro"a do 5&ndo+ tornando-"e ref95 da fab&la(#oro5ane"ca) o in!9" de agir co5o mestre de vida o& mestre de jogo+ o arti"taa""&5e a pai%#o do" per"onagen"+ dei%ando a obra A 5erc= da tolice do5&ndo+ do todo-dito+ "e5pre j dito+ confor5e a" for5&la(Ee" de ?ac'&e"anciQre e50olticas da escrita) .&5 jogo fa"cinante e pert&rbador+ o e"critorabandona "&a po"i(#o de prepot=ncia para a""&5ir a de"orde5 do relato)""i5+ ele pre"er!a a a&tono5ia de "e& te%to+ n&5a obra gag&ejante '&ee"cre!e co5 5e"tria a tolice do "e5pre-dito e a banalidade da pro"a co5&5)

o proce""o de 5eta5orfo"e da a!ent&ra ro5ane"ca+ ?ac'&e"anciQre+ e5 0olticas da escrita, di"ting&e doi" tipo" de5o!i5ento": n&5a pri5eira for5a+ a onipot=ncia do e"critor+

do pai do di"c&r"o+ cria narradore" e per"onagen" '&e de!e5 darcon"i"t=ncia ao relato+ '&e finge5 faDer a""er(Ee"+ faDendo da literat&rafilo"ofia> na "eg&nda+ procede-"e a &5a in!er"#o da" po"i(Ee" da !oD'&e pre"ide o relato e de "e& ref95+ o per"onage5) Co5 rela(#o aopri5eiro ca"o+ anciQre di"ting&e ainda d&a" 5anife"ta(Ee": a do mestrede vida+ '&e define o e"prito da letra co5 inten(#o de !eic&lar &5ae%peri=ncia e &5 "aber+ 5antendo a paternidade reg&ladora da"con!en(Ee" literria"+ e%e5plificado pela obra %nos de aprendizado de=ilhelm Meister+ de Goethe> e a do mestre de jogo+ '&e joga co5 a letrade"dobrando-a ao infinito+ co5 inten(#o ldica+ na po"i(#o do

5arioneti"ta+ do de&"-a&"ente+ do Grande Bibliotecrio+ el So5bre del/ibro de Borge"+ 5&ltiplicando-"e na refle%#o "e5 li5ite do e"pelho+co5o no conto borge"iano Pierre Menard+ a&tor del F&ijote)

.

O "eg&ndo 5o!i5ento+ objeto de"ta in!e"tiga(#o+ cond&D Aideia de intran"iti!idade+ de a&tono5iDa(#o+ o& de ab"ol&tiDa(#o dae"crita+ ter5o" '&e "e refere5 generica5ente A tend=ncia da literat&ra de"e de"!iar da f&n(#o co5&nicati!a da ling&age5+ co5o &5de"dobra5ento do di"c&r"o "obre "i 5e"5o) *""a e"crita '&e "e de"!ia

da tran"iti!idade banal da pro"a do dia-a-dia pode+ de &5 ponto de !i"ta+

2


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deri!ar de &5 de"ejo de p&reDa da arte+ o&+ de o&tro+ de &5a po"t&raniili"ta+ re""entida+ refle%o da re!olta do arti"ta contra o Pai e aB&rg&e"ia .C,^*) 1


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O e"tilo de Machado de ""i"+ "e5 "er notado por &5forte c&nho pe""oal+ 9 a fotografia e%ata do "e& e"prito+ de "&andole p"icolgica indeci"a) Correto e 5aneiro"o+ n#o 9 !i!ace+ne5 rtilo+ ne5 grandio"o+ ne5 elo'&ente) V plcido e ig&al+

&nifor5e e co5pa""ado) ente-"e '&e o a&tor n#o di"pEeprof&"a5ente+ e"pontanea5ente+ do !ocab&lrio e da fra"e) I=-"e'&e ele apalpa e trope(a+ '&e "ofre &5a pert&rba(#o '&al'&er no"rg#o" da ling&age5)

Machado de ""i" repi"a+ repete+ torce e retorce tanto"&a" ideia" e a" pala!ra" '&e a" !e"te5+ '&e dei%a-no" ai5pre""#o de &5 tal o& '&al tarta5&dear) *""e !eDo+ e""e "e"tro+to5ado por &5a co&"a con"ciencio"a5ente praticada+ ele!ado a

&5a 5anife"ta(#o de gra(a e humour+ era o re"&ltado de &5alac&na do ro5anci"ta no" rg#o" da pala!ra) OM*O) 1


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e"tilo tr&ncado e gag&ejante do e"critor+ !i"to n&5a ptica po"iti!a defor(a narrati!a) .&5a per"pecti!a in!er"a+ o5ero atrib&i e""e e"tilo+pejorati!a5ente+ a &5a lac&na do ro5anci"ta no" rg#o" da fala)

!oD te%t&al da narrati!a+ e%ercitando "e& tarta5&dear+ "&afala e5br&lhada+ he"ita+ no capt&lo H,,,+ e5 adotar co5o epgrafe doli!ro o !er"o tr&ncado de ante lighieri '&e ire" e"cre!e e5 "e&dirio apontando a tolice do" per"onagen" e do 5&ndo) *ntretanto+ aepgrafe+ citando o 5e"5o !er"o+ encontra-"e no incio do relato+ o&"eja+ o e"critor j a ha!ia adotado+ e"'&ecendo-"e di""o1) $alpa"palhice n#o "ignifica '&e o e"critor "eja 5ai" &5 tolo na hi"tria> o'&e ocorre 9 '&e a fic(#o do" in"pido" in!erte a tradicional coer=ncia da

obra literria+ for(ando-a a retornar ao 5eio de onde ela retira!a "e&"5ateriai"+ alg&n" do" '&ai"+ eleito" pelo decoro+ "eria5 dep&rado" epolido" co5o cri"tai")

Machado n#o p&le "e&" achado"> ele o" con"er!a no e"tadobr&to a '&e a ci!ilidade do 5&ndo o" condena: a in"ipideD+ onarci"i"5o+ a hipocri"ia) final+ e""a 5at9ria "er!e para e"cre!er li!ro"+co5o afir5a o loc&tor no capt&lo HHHI,+ a re"peito da di"crdia+ '&epropicio& a cria(#o do" grande" li!ro" 9pico" e trgico") .&5 ace""o

de fal"a de"a5bi(#o+ o loc&tor c&ida de e%cl&ir "e& li!ro do" '&e fora5e"crito" para dar !ida A di"crdia+ e5 no5e de &5a certa Mod9"tia+ '&e5al "&porta a letra capital '&e lhe ponho MCSO * ,+1


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!erdade pelo e%ce""o do dito 9 afir5ada e%plicita5ente no capt&loHH,: a" orelha" da gente anda5 j t#o ent&pida" '&e " A for(a de5&ita retrica "e pode 5eter por ela" &5 "opro de !erdadeMCSO * ,+ 1


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incidente e%e5plar da in!er"#o do poder do 5e"tre) .a" refle%Ee" deire"+ ele l= no" olho" do '&adrpede o pen"a5ento de '&e o do5niodo patr#o n#o 9 l grande coi"a+ j '&e a liberdade de tei5ar n#o pode"er tirada do ani5al) final+ n#o "e deter5ina '&e5 te5 real5ente opoder+ o '&e "e pode a5pliar para a rela(#o entre o e"critor+ o narrador e"e& per"onage5)

V po""!el "&por a e%i"t=ncia de &5 narrador central+ '&e contao" fato" do relato n!el do en&nciadoN e faD ao 5e"5o te5po a" crtica"e co5entrio" n!el da en&ncia(#oN) ire" "eria+ ent#o+ &5a e"p9cie deco-narrador+ '&e enri'&ece o" fato" e refle%Ee" co5 "&a !i"#o de 5&ndo+'&e pretende "er a 5ai" i5parcial po""!el)

O&tra leit&ra po""!el 9 a de '&e e%i"te &5 a&tor real o prprioMachadoN+ e &5 p"e&do-a&tor ire"N+ 5encionado na %dvertnciapor&5a !oD ta5b95 ficcional &5 editor '&al'&erN) O a&tor real "eria+a""i5+ &5 narrador i5plcito+ a'&ele '&e tece co5entrio" e faDrefle%Ee" '&e "erpenteia5 pelo en&nciado da a(#o+ narrada por &5a !oD'&e n#o pode "er identificada) *""e e& "e5 corpo 5o"tra-"e nocapt&lo H/I,,,+ e5 '&e ele nega "&a pre"en(a no li!ro+ "&aparticipa(#o na narrati!a:

o cabo+ n#o e"to& contando a 5inha !ida+ ne5 a"5inha" opiniEe"+ ne5 nada '&e n#o "eja da" pe""oa" '&e entra5no li!ro) *"ta" 9 '&e preci"o pLr a'&i integral5ente co5 a" "&a"!irt&de" e i5perfei(Ee"+ "e a" t=5) *ntende-"e i"to+ "e5 "erpreci"o not-lo+ 5a" n#o "e perde nada e5 repeti-lo)MCSO * ,+ 1


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Memorial "obre o" aconteci5ento" da" !ida" do" g=5eo" e "e&"de"dobra5ento")

""i5+ n#o 9 delrio "&por '&e e%i"ta &5 ghost-ire" nanarrati!a '&e no" chego& A" 5#o"+ para 5anter o carter in"tigante ede"afiador do te%to)

abe-"e '&e Machado rejeita a oni"ci=ncia+ da a 5&ltiplicidadede !oDe") abe-"e '&e ele rep&dia ta5b95 a ob!iedade+ da a" 5ltipla"leit&ra" po""!ei") *5 t&do i""o+ 9 i5portante '&e "e identifi'&e5+ al95da" !oDe" da" per"onagen"+ pelo 5eno" d&a" loc&(Ee" '&e tran"ita5 noro5ance: h &5a !oD '&e narra a hi"tria+ o" aconteci5ento" '&een!ol!e5 o" per"onagen"> h ta5b95 &5a o&tra !oD+ entre5eada e A"

!eDe" a5alga5ada A anterior+ '&e tece co5entrio" e crtica"+ realiDarefle%Ee"+ cha5a a aten(#o do leitor para deter5inado" fato"+ cita ahi"tria do Bra"il+ a 5itologia cl""ica e cri"t#+ trecho" de obra" daliterat&ra &ni!er"al e+ o 5ai" i5portante+ con"tri a e"crita diante doleitor) *""a loc&(#o te5+ al95 di""o+ a f&n(#o de e"palhar pela cena a""obra"+ o" recorte"+ o" frag5ento") U5 belo e%e5plo de""e" "obejo" 9 ahi"tria da" barba" capt&lo HH,,,N+ c&ja f&n(#o dieg9tica 9 de"preDadapelo prprio loc&tor:

.#o tendo o&tro l&gar e5 '&e fale dela"+ apro!eito e"tecapt&lo+ e o leitor '&e !olte a pgina+ "e prefere ir atr" dahi"tria) *& ficarei d&rante alg&5a" linha"+ recordando a" d&a"barba" 5orta"+ "e5 a" entender agora+ co5o n#o a" entende5o"ent#o+ a" 5ai" ine%plic!ei" barba" do 5&ndo) MCSO *,+ 1


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V i5portante perceber ta5b95+ na obra+ a" diferen(a"+ oe"tranha5ento+ a" d&alidade" '&e n#o "e re"ol!e5 e '&e n#o pode5 "ercorroborada" pela e"crita canLnica) Machado tanto rec&"a a ob!iedadeco5o rejeita o pre!i"!el) co5e(ar pelo no5e do ro5ance: '&andoproc&ra5o" "aber '&e5 fora5 *"a e ?ac+ encontra5o" na Bblia doi"g=5eo" '&e brigara5 no !entre da 5#e e '&e na"cera5 e !i!era5 boaparte de "&a" !ida" "ob o "igno da ri!alidade) "e5elhan(a 9 b!ia+portanto .#o+ '&ando "e !erifica '&e a principal caracter"tica do"g=5eo" do ro5ance 9 "&a tei5o"a deter5ina(#o e5 n#o "ereconciliare5 !erdadeira5ente+ e5bora ho&!e""e5 j&rado '&e5&daria5 ao" p9" da" d&a" def&nta" 5ai" '&erida" de "&a" !ida"+ Jlora

e .ati!idade) O" g=5eo" bblico"+ entretanto+ reconcilia5-"e real5entee !i!e5 e5 har5onia pelo re"to de "&a" !ida") O&tra grande diferen(a:*"a e ?ac ti!era5 &5a !ida atrib&lada+ tendo "ido agente" de "e&prprio de"tino e ldere" de na(Ee"> Pedro e Pa&lo+ ao contrrio+ le!ara5&5a !ida 5edocre e pa""i!a+ A "o5bra do pre"tgio e do dinheiro dopai)

O "&porte bblico+ portanto+ e!idencia 5ai" diferen(a" do '&e"e5elhan(a"+ re!elando a i5po""ibilidade de "e !erificar no 5&ndo real

a !erdade do" li!ro") O 5e"5o "e pode diDer de co5para(Ee" entrePedro e Pa&lo e o&tra" d&pla" fa5o"a"+ co5o #o Pedro e #o Pa&lo eCa"tor e Pl&%) Por 5ai" '&e anto" o '&i"e""e+ "e&" filho" nada tinha5de "anto") Ca"tor e Pl&%+ por "&a !eD+ "#o g=5eo" da 5itologia grega+5&ito !alente"+ co5panheiro" in"epar!ei"+ &nido" por prof&ndaafei(#o) Jlora+ c&jo no5e foi to5ado da de&"a grega da eternaj&!ent&de+ 5orre be5 jo!e5+ contrariando a pre!i"#o i5plcita feita e5

"&a pia bati"5al) Mai" &5a !eD+ o li!ro n#o "e confir5a no 5&ndo)O '&e ocorre co5 a" fonte" 5itolgica" acontece ta5b95 co5o "&porte hi"trico e co5 o literrio)

hi"tria do Bra"il+ in"i"tente5ente citada pelo" loc&tore"+parece fornecer &5a refer=ncia central para o" aconteci5ento"+ e para a"atit&de" de Pedro e Pa&lo) Ieja5o"+ entretanto+ a" rela(Ee" entre o"g=5eo" e a d&alidade hi"trica 5ai" i5portante da narrati!a: 5onar'&ia% repblica) ,nicial5ente+ Pedro 9 a fa!or da 5onar'&ia e Pa&lo defende

a repblica) Mai" tarde+ '&ando j e"t#o na poltica+ Pedro faD-"e

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rep&blicano e defen"or intran"igente do go!erno+ en'&anto Pa&lo "etorna in"ati"feito co5 a repblica+ '&e n#o corre"ponde ao" "e&" ideai"+e faD opo"i(#o ao go!erno) Percebe5o"+ ent#o+ '&e n#o te5o" &5anarrati!a a "er!i(o da Si"tria+ o& do 5ito+ 5a" &5a "9rie derefer=ncia"+ incl&"i!e literria"+ '&e partic&lariDa5 a narrati!a+ co5 &5e!idente de"centra5ento do apoio hi"trico o& 5itolgico+ e5 fa!or dadiferen(a+ da opo"i(#o+ da d&alidade)

*%e5plo tal!eD 5ai" 5arcante da in&tilidade da" cren(a" e da"!erdade" 9 a hi"tria do Bati"ta+ pai de Jlora+ o '&al+ por in"i"t=ncia dae"po"a+ pa""o&-"e co5 ligeireDa do" con"er!adore" para o" liberai") &arel&tKncia inicial "&bordina-"e 5ai" A par!oce do per"onage5 do '&e

propria5ente a "&a idoneidade o& fir5eDa de con!ic(Ee"+ e "&a deci"#ore!ela "&a "&b5i""#o A 5&lher aliada A 5an&ten(#o da" prpria"chance" de !oltar ao poder)

atit&de de Bati"ta encontra re""onKncia na i5age5 '&e oloc&tor realiDa no capt&lo /,,,: ao folhear doi" @elat$rios de &5apre"id=ncia do Bati"ta+ rica5ente encadernado"+ '&e continha5 "&a"pre"ta(Ee" de conta"+ ire" co5enta '&e a encaderna(#o corre"ponde A5at9ria MCSO * ,+ 1


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Papai di""e i""o perg&nto& Pedro) Por '&e n#o+ "e 9 !erdade Pa&lo 9 o '&e "e pode

cha5ar &5 liberal de 1;4;+ repeti& anto" '&erendo con!encer ofilho)

.ote-"e '&e anto" '&er con!encer o filho de algo '&e ele "eapropriara do prprio filho) * a""i5 ter5ina o capt&lo+ "e5 5ai"e%plica(Ee"+ e o leitor 9 '&e trate de r&5inar a contradi(#o co5 o5%i5o de e"tL5ago" no c9rebro+ "e po""!el '&atro)

er&di(#o literria ta5b95 aparece co5o o di"c&r"o doe%ce""o e do intil) .o capt&lo H,,,+ ironica5ente intit&lado M&"a+

canta)))+ o con"elheiro pre"enteia ao" doi" g=5eo" d&a" cita(Ee" deSo5ero+ &5a da lada e o&tra da +disseia+ re"pecti!a5ente "obre'&ile" e Odi""e&) epopeia 9 o corpo glorio"o de &5 po!o+ cont95 a!erdade de &5a ra(a> a" !irt&de" do" heri" 9pico" tran"po"ta" para o"ir5#o" acaba5 por red&Di-la" a !elhaco para Pedro e f&rio"o paraPa&lo+ faDendo de"5oronar o" princpio" ho59rico")

Co5o "e n#o ba"ta""e5 a" !erdade" "&rrada" da er&di(#o+ ire"elabora a" "&a" prpria"+ ele!ando-a" A" alt&ra" do" grande" e"critore"+

co5o a fra"e $oda al5a li!re 9 i5peratriD)+ proferida A g&i"a degalanteio a Jlora) Iale reprod&Dir o co5entrio do en&nciador:

fra"e era boa+ "onora+ parecia conter a 5aior "o5a de!erdade '&e h na terra e no" planeta") Ialia por &5a pgina dePl&tarco) e alg&5 poltico a o&!i""e poderia g&ard-la para o""e&" dia" de opo"i(#o ao go!erno+ '&ando !ie""e o terceiroreinado) Joi o '&e ele 5e"5o e"cre!e& no Memorial) Co5 e"ta

nota: 5eiga criat&ra agradece&-5e e"ta" cinco pala!ra")MCSO * ,+ 1


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di!i"a e5 deter5inada 9poca da !ida+ a '&e depoi" ren&ncio&) Onarrador faD ent#o refer=ncia a &5a po""!el &tiliDa(#o da fra"e pelo paido" g=5eo": anto"+ "e lha de""e5+ f-la-ia e"c&lpir+ A entrada do "al#o+para regalo do" "e&" n&5ero"o" a5igo" MCSO * ,+1 '&ando 5eno" pen"a5+ e"t#o go!ernando o 5&ndo+A "e5elhan(a da" ideia") " prpria" ideia" ne5 "e5precon"er!a5 o no5e do pai> 5&ita" aparece5 rf#"+ na"cida" denada e de ning&95) Cada &5 pega dela"+ !erte-a" co5o pode+ e

!ai le!-la" A feira+ onde todo" a" t=5 por "&a") MCSO *,+ 1


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f&gindo "e5pre do debate+ 5antendo "&a cL5oda po"i(#o) V e!idente"&a predile(#o pela" 5&lhere"+ '&e "e5pre e%erce5 fa"cnio "obre ele+ eA" !eDe" enche5-no de &5a recLndita e"peran(a de "er a5ado+ co5o e5rela(#o a .ati!idade e Jlora+ e5 '&e pe"e a diferen(a de idade entre elee a jo!e5 filha do ca"al Bati"ta) V "&a a fra"e: .a 5&lher+ o "e%ocorrige a banalidade> no ho5e5+ agra!a MCSO * ,+1


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parte"N e elocutio ton" e co5ple5ento" con!eniente" A dignidade dog=nero e A e"pecificidade do a""&ntoN+ co5 "e&" parK5etro" reg&ladore"+o e"critor per5ite-"e ro5per co5 a" regra" da 5i5e"e e ter5ina pora""&5ir a" pai%Ee" e erro" de "e&" per"onagen") ""i5+ ele pre"er!a aa&tono5ia de "e& te%to+ n&5a obra gag&ejante '&e e"cre!e be5 a tolicedo todo dito e a banalidade da pro"a co5&5)

>F>=C*$ B*BL*OGEF*C$

,+ Machado de)!sa" e #ac$. Belo SoriDonte: &t=ntica+ 1


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D> *>$ J>$/ O CO=$>LI>*O $>MCO=?>KDO

>$UMO: *"te te%to proc&ra 5o"trar a 5eta5orfo"e operada no per"onage5ire" de *"a e ?ac para o yre" de Me5orial de yre"+ obra derradeira deMachado de ""i") *""a 5&dan(a pre""&pEe &5a no!a concep(#o de e"critaliterria e5 dire(#o A rarefa(#o+ ao inacaba5ento+ ao 5e"5o te5po e5 '&e a!eia irLnica do e"critor "e aplaca ne"te lti5o ro5ance+ dando l&gar a &5aco5preen"#o 5ai" "erena da !ida e da !elhice+ e a &5a concep(#o de e"crita5eno" co5pro5etida co5 5odelo" e con!en(Ee") V a ling&age5 fora dopoder+ '&e n#o f&nda ne5 ali5enta certeDa"+ con"tr&da e5 "&a" a5big&idade"+

e5 "&a inco5plet&de) O te%to n#o te5 plano" para o f&t&ro+ n#o 9 fr&to de &5projeto+ 5a" &5 5erg&lho irre"pon"!el no red&to da" "ereia"+ no inferno de*&rdice) e""a for5a o per"onage5-e"crit&ra de Me5orial de yre" percorre"e& territrio infinito+ carente de li5ita(Ee" '&e e"tabele(a5 &5a orde5)

iorgio ga5ben+ e5 "elf-anihilating nothing+ reto5a Segelpara falar da arte "e5 contedo+ prod&to de &5 arti"ta "e5

contedo+ e di"para:

G /i5itle""+ lacYing content+ do&ble in it" principle+ it[ander" in the nothingne"" of the terra ae"thetica+ in a de"ert offor5" and content" that contin&ally point it beyond it" o[n i5ageand [hich it e!oYe" and i55ediately aboli"he" in the i5po""ibleatte5pt to fo&nd it" o[n certainty) GMB*.+ 1


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lRattente i5patiente de lRinconn& et lRe"poir d9"irant de la pr9"ence)B/.CSO$+ 1 falta de te5po ta5b95 n#o> faltade di"po"i(#o 9 po""!el) MCSO * ,+ 1


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"er degl&tida por '&atro e"tL5ago"+ lac&na" pat9tica" '&e+ no" de5ai"ro5ance" de Machado+ co5pleta5o" co5 e%cita(#o) V &5 !aDio cal5o+'&e "e contenta e5 conte5plar a e"crita e a" a(Ee" '&e ela delineiaco5o &5 e"bo(o i5preci"o+ conte5plando tanto o li5itle"" content'&anto o lacYing content de '&e no" fala ga5ben) Ob"er!e5o" '&e oili5itado e o a&"ente "e tangencia5+ e 9 e""a d&alidade n#o-binria en#o-dial9tica '&e !ai "er!ir de pi"o para e"te en"aio)

.&5 e"for(o para tentar deli5itar a e%pre""#o ho5e5 "e5contedo &tiliDada por ga5be5+ le5bra5o" '&e ela e"t relacionadaA no(#o de &ltrapa""age5 do princpio criati!o-for5al cl""ico+ A ideiade &5 contedo ili5itado+ e5 '&e o e%ce""o "e conf&nde co5 a falta)

iga5o" o relato andino do con"elheiro) o fi5 da" conta"+ a!i!a Jidelia ca"a-"e co5 $ri"t#o e 5&da-"e para o pa" onde 5orre& opri5eiro a5or) ona Car5o e g&iar retorna5 a "&a condi(#o de ca"al"e5 filho"+ "e5 cachorro+ "e5 ado(Ee"+ repleto" de a&"=ncia"+ co5oe""a e"crita !elha '&e n#o te5 5ai" ca5inho"+ '&e n#o acha o" no5e"certo" o& claro"+ '&e diD o '&e lhe parece a b&"car algo+ he"itante entreir adiante o& de"andar a "enda+ c&"tando-lhe aceitar a doloro"acon"tata(#o de '&e a 5ocidade te5 o direito de !i!er e a5ar+ e "eparar-

"e alegre5ente do e%tinto e do cad&co MCSO * ,+ 1


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5etodologia de de"con"tr&(#o de ire"Tyre"+ 5a" apontar a adiferen(a progre""i!a entre doi" "ere" de fic(#o+ "&til5ente entalhadae5 &5B'&e "e e"cre!e e '&e "e l=+ 5a" '&e n#o "e pron&ncia)

obre o ire" da'&ele ro5ance+ e"cre!i:

.a po"i(#o de participante da fb&la+ o con"elheiroire" 9 te"te5&nha da e"t&pideD da "ociedade+ e de certa for5aparticipa dela e co5 ela 9 coni!ente+ "&"tentando-"e da par!oceda tribo) *le age co5o copi"ta da !ida+ '&e regi"tra "e5 contrib&irpara '&e nada 5&de+ f&gindo "e5pre do debate+ 5antendo "&acL5oda po"i(#o) B/$+ 2003+ p) 1 no ho5e5+ agra!aMCSO * ,+ 1


46/194

!i(a!a a 5e"5a flor eterna) MCSO * ,+ 1


47/194

5e de o&tro+ e"te de"engano&-5e da'&ele> 9 a""i5 '&e o engenhoco5pleta o engenho+ e o e"prito aprende a" lng&a" do e"prito)MCSO * ,+ 1


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$hacYeray) Parece "er e"ta a fr5&la '&e 5ai" apro%i5a o contedo da"&po"ta lgica do loc&tor+ con"iderando incl&"i!e '&e e"te e a'&elere5ete5 re"pecti!a5ente a o&tro e &5+ o" '&ai" por "&a !eD rec&pera5de 5aneira recproca a $hacYeray e helley)

O leitor pode conject&rar !ria" hipte"e" relacionada" ao fatode '&e o "e%agenrio "onhador &"a o a5or para "e con"olar da" 5aDela""ociai"+ a" '&ai" por "&a !eD o de"engana5 de "&a" !eleidade" depai%#o: ne""e ca"o con"olo e de"engano anda5 j&nto" e para inten"ificartanto &5 '&anto o&tro apEe-"e a ca&da de5onaca: ))) e 9 pena8) V ode"acordo "obre o te%to ent#o acordado+ o '&e n#o e"clarece 5&itacoi"a)

*ntretanto 9 lcito con"iderar-"e ta5b95 '&e &5 e o&tro pode5conter &5a no(#o de reciprocidade> ne""e ca"o+ e"te e a'&ele ter5ina5por conf&ndir 5ai" ainda a" refer=ncia"+ '&e per5anece5 in"t!ei"+fl&t&ante")

U5a !eD n#o re"ol!ido o jogo do" prono5e"+ contin&a5o" aleit&ra: o engenho co5pleta o engenho: &5a e"crit&ra 5&da a o&tra e&5a cabe(a 5&da toda" ela"+ e fica5 "endo afinal o '&e a cabe(ainNdeter5ino&) Para co5pletar o do5nio da i5po""ibilidade+ o

e"prito aprende a" lng&a" do e"prito) O e"prito do ho5e5 de fic(#oaprende a" lng&a" do e"prito literrio e for+ te5o" &5 aprendiDadodo in!er"o+ do '&e de"liDa "e5 paradeiro+ do '&e e"correga "e5 r&5o)Mai" &5a !eD a literat&ra 9 de"5entida para "e faDer literat&ra) 5entira 9 refor(ada '&ando+ 5ai" adiante+ e5 1 de ago"to de 1;;;+yre" refere-"e no!a5ente ao !er"o de helley '&e e5endara: Ierdade9 '&e j ent#o cita!a e& o !er"o de helley+ 5a" &5a co&"a 9 citar

!er"o"+ o&ra 9 crer nele" MCSO * ,+ 1


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corrigir a falta+ no dia 24 de 5aio de 1;;; o e"critor re"ol!e to5ar &5aatit&de e5 rela(#o a Jidelia) Con"&ltado pela 5o(a "e ela de!e ca"ar o&per5anecer !i!a+ ele a acon"elha a ca"ar+ 5a" co5 ele+ ao '&e elare"ponde: Z $inha j&"ta5ente pen"ado no "enhor MCSO *,+ 1 a'&i+ yre" perde "e5tentar+ &5a derrota pre!i"!el n&5a l&ta rarefeita+ re!9" e5 '&e "e5preacredito&) .a con!er"a fraterna+ ita rejeita o prlogo no c9& de Ja&"toe in"ta o ir5#o a refaDer o '&e l !ai de"feitoMCSO * ,+1 n#o 9 e"tranha+ portanto+ a rela(#o '&e "e podee"tabelecer entre o a5or i5po""!el e ainda a""i5 incenti!ado co5 ae"crita do '&e n#o pode "er 5a" te5 '&e "eg&ir)

eg&e "e5 '&e "e refa(a o '&e l !ai de"feito+ "e5 '&e "e

preencha5 lac&na" '&e dee5 ao te%to &5a lgica no!el"tica)e o "&porte literrio falho& co5 yre" e5 rela(#o a Jidelia+ta5po&co contrib&i& para ro5antiDar o a5or da bela 5o(a co5 opri5eiro 5arido+ po""i!el5ente por'&e '&e5 e"cre!e o dirio n#o '&erreconhecer a eternidade do a5or do def&nto ri!al) O con"elheiro n#oper5ite '&e a trag9dia de o5e& e ?&lieta engrande(a o e"for(o do"jo!en" para ficare5 j&nto" a de"peito da" de"a!en(a" incontorn!ei"entre "&a" fa5lia") Para apagar '&al'&er ra"tro de "&perioridade de""e

"enti5ento a5oro"o+ o narrador de"a&toriDa at9 o" a5ante" de Ierona+

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c&ja" fa5lia" teria5 "ido a5iga" e do 5e"5o partido+ "eg&ndo o"co5entadore" citado" por ele: ta5b95 diDe5 '&e n&nca e%i"tira5+"al!o na tradi(#o o& "o5ente na cabe(a de haYe"peare MCSO* ,+ 1


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'&e "e atinge pelo ponto ob"c&ro '&e d ace""o a e""a noite) V preci"otraDer e""e ponto para a l&D do dia+ para dar-lhe for5a+ e para tanto faD-"e nece""rio obedecer A lei de Per"9fone e Sade"+ de"!iar-"e dele "e5olh-lo de frente) S &5a obra a c&5prir+ e yre" deita-a a perder co5"e& olhar tran"gre""or> ao 5e"5o te5po e5 '&e trai a obra+ ele n#opoderia dei%ar de tra-la+ o '&e config&raria infidelidade a "e&5o!i5ento i5pr&dente e de"5edido) e Orfe& "e'&er cogita do li!rearbtrio+ entregando-"e de corpo e al5a ao erro+ no""o narrador "abeig&al5ente '&e 9 intil re"i"tir+ e declara '&e go"taria de ter &5 5a"tropara "e a5arrar e%ata5ente para n#o "e dei%ar a5arrar+ e poder atenderao canto da" "ereia" correndo todo" o" ri"co") trai(#o de yre"TOrfe& 9

&5 5o!i5ento nece""rio para a arte> o '&e i5porta n#o 9 a obra e5 "i+5a" "&a b&"ca ince""ante)$anto n#o i5porta a obra '&e a de"tina(#o do e"crito 9 o fogo)

pena 9 !adia+ 5eton5ia da e"crit&ra irre"pon"!el) O e"critor n#o 9"enhor do "entido+ n#o h &5a o&tra 5#o '&e racionaliDe "e&" i5p&l"o"+'&e5 e"cre!e n#o pode f&gir da pai%#o) O papel 9 '&e de!e c&idar den#o receber o '&e o a&tor de"c&idado lhe deita> de!e 5e"5o e!itar aprpria 5e"a de '&e5 e"cre!e) O prprio yre"+ '&ando "e defronta

co5 a pro!!el reconcilia(#o de Jidelia co5 o pai na hora da 5ortede"te+ la5enta o r&5o do" aconteci5ento"+ e arg&5enta '&e "eria fcilco5por &5a in!en(#o p) ;1N> o te%to+ por95+ "e e"cre!e& de"tafor5a+ e co5para a "it&a(#o de Jidelia co5 a de O"rio+ c&jo paita5b95 adoece&+ co5entando e5 "eg&ida: e i"to fo""e no!ela alg&5crtico ta%aria de in!ero""5il o acordo de fato"+ 5a" j l diDia o poeta'&e a !erdade pode "er A" !eDe" in!ero""5il p) ;2N) ,""o n#o 9+

portanto+ "eg&ndo yre"+ &5a no!ela+ &5 g=nero literrio) e"tain!e"tigar o '&e "eria a !erdade do narrador+ principal5ente a !erdadedo narrador '&e no" chego& pela fala do poeta) ,dentific-la co5 ocha5ado 5&ndo real 9 &5a "ol&(#o "i5plria> te5o" 5oti!o" paraatrib&-la ao relato+ '&e 9 5&ito 5ai" do '&e o 5&ndo+ &5 5&ndo dode"li5ite e da de"5e"&ra+ e e""a 9 a !erdade de""e di"c&r"o literrio+ a'&e n#o "e cont95 e5 5edida" 5i59tica"+ "eja5 do g=nero di"c&r"i!oo& da "ociedade) * a""i5 "e de"dobra a fb&la+ e5 "e& perc&r"o

inco5pleto+ inacabado+ infor5e+ '&e o narrador cha5a cinica5ente

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!erdade e%ata+ e apro!eita a e%plica(#o para j&"tificar &5a" pala!ra""obre "e& joelho doente+ e o&tro joelho doente+ o de ) Car5o)

!erdade do relato 9 confir5ada pela atit&de do c#o '&e ladrapor'&e 9 c#o+ e o prprio ani5al 5anda a yre" "e& recado canino '&elhe late no c9rebro: Me& a5igo+ n#o lhe i5porte "aber o 5oti!o '&e5e in"pira e"te di"c&r"o> late-"e co5o "e 5orre+ t&do 9 ofcio de c#e"+ eo c#o do ca"al g&iar latia ta5b95 o&trora> agora e"'&ece+ '&e 9 ofciode def&nto p) 14 e""a 9 "&a ang"tia+ por'&e o'&e ele po""&i 9 o infinito+ o li5ite lhe foge) .#o "e age no infinito+

por'&e falta5 baliDa"> o e"critor+ portanto+ n#o con"eg&e agir no 5&ndo>"e& do5nio 9 o da ina(#o+ do desoeuvrement+ j '&e o infinito n#oco5porta realiDa(#o)

Por 5ai" '&e o "entido+ o contedo tente "e i5por na obra+ ele"e perde con"tante5ente) ""i5 le5o" o te%to '&e de!e "er '&ei5ado+&5a bela ling&age5 '&e "e repete indefinida5ente+ &5 ac5&lo deter5o" opaco"+ feito" de &5a "&b"tKncia '&e "e con"o5e e "e recon"tit&i

no e"for(o intil de "e tran"for5ar e5 algo+ e ao 5e"5o te5po e5 nada)O te%to re"i"te+ entretanto+ ele e"t ali e n" o le5o"+ b&"cando&5 "entido '&e "e torna o de"apareci5ento de '&al'&er "entido o& oad!ento de frag5ento" de "ignificado" '&e de alg&5a for5a "e5anife"ta5 por tr" do "entido) O te%to n#o te5 plano" para o f&t&ro:ele n#o pode "er prod&to de &5 projeto+ tornando-"e ip"o facto &55erg&lho irre"pon"!el no red&to da" "ereia"+ no irre"i"t!el olhar deOrfe&+ na b&"ca en"andecida de Moby icY por hab) ""i5 9 a

literat&ra: n#o h fi5) Por i""o n#o h 5orte: n#o h o '&e 5atar)

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5orte 9 a e"peran(a da ling&age5+ 5a" a ling&age5 9 a !ida da 5orte+carrega a 5orte+ e"t "e5pre a 5orrer e n&nca 5orre) e""a for5a oper"onage5-e"crit&ra de Me5orial de yre" percorre "e& territrioinfinito+ carente de li5ita(Ee" '&e e"tabele(a5 &5a orde5)

inda 5ai" do '&e e5 *"a e ?ac+ a !oD '&e fala e5Me5orial de yre" abandona "&a po"i(#o cl""ica de pot=ncia paraa""&5ir a de"orde5 do relato) O" parK5etro" reg&ladore" da"con!en(Ee" tradicionai" e!ade5-"e+ for(ando o e"critor a ro5per co5 a"regra" do edifcio 5i59tico+ a""&5indo a" pai%Ee" e erro" de "e&"per"onagen"+ dei%ando falar+ a'&i de &5a 5aneira terna e co5preen"i!a+toda a tolice do "e5pre j dito do 5&ndo+ "e5 grandeDa+ "e5 not!ei"

encena(Ee")*5 5eio a &5 grande "il=ncio+ &5 incL5odo "il=ncio+ ter5inaa narrati!a+ n&5 frag5ento intit&lado e5 data) p" a "&ce""#o deperda" relatada"+ o e"critor do dirio conta a !i"ita '&e !ai faDer a )Car5o e g&iar) chando aberta a porta do jardi5+ ele entra e logo "edepara co5 a cena fotogrfica:

o f&ndo+ A entrada do "ago+ dei co5 o" doi" !elho"

"entado"+ olhando &5 para o o&tro) g&iar e"ta!a enco"tado aoportal direito+ co5 a" 5#o" "obre o" joelho") ) Car5o+ Ae"'&erda+ tinha o" bra(o" cr&Dado" A cinta) Se"itei entre ir adianteo& de"andar o ca5inho> contin&ei parado alg&n" "eg&ndo" at9 '&erec&ei p9 ante p9) o tran"por a porta para a r&a+ !i-lhe" no ro"to ena atit&de &5a e%pre""#o a '&e n#o acho no5e certo o& claro>digo o '&e 5e parece&) F&eria5 "er ri"onho" e 5al "e podia5con"olar) Con"ola!a-o" a "a&dade de "i 5e"5o")

O relato n#o ter5ina> congela) po"i(#o do" doi" !elho"de"a5parado" e calado" aponta para a i5po""ibilidade de diDer) he"ita(#o do !i"itante entre ir adiante e de"andar o ca5inho 9 aprpria ina(#o da narrati!a+ o de"oe&!re5ent) .#o h co5o "eg&iradiante+ o& !oltar atr" ainda 9 "eg&ir adiante+ to5ando o&tro ca5inho)O '&e n#o "e e"tr&t&ra n#o "e concl&i+ o& concl&do e"t+ tentar con"olaro '&e n#o te5 con"olo)

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GMB*.+ Giorgio) (he man 8ithout content) $rad) Georgia lbert)tanford: tanford

Uni!er"ity Pre""+ 1


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O IOM>M 9U> =AO $B* H=$

>$UMO/ *"te en"aio pretende 5o"trar '&e a e"crit&ra te5 &5a facetaerrante+ 9bria+ '&e "e de"NorganiDa "obre a" r&na" da repre"enta(#o+ '&ee%erce "e& poder de "ed&(#o "e5 "e "&"tentar na" !erdade" da orde5 racional) e"crit&ra e5 '&e"t#o 9 o conto O ho5e5 '&e "abia ?a!an="+ de /i5aBarreto+ &5 relato regado a cer!eja+ por5enor !i"to por Ma""a&d Moi"9" co5o&5a falha+ e '&e e"ta leit&ra propEe co5o &5a e%orbitKncia '&e contrib&i para5anife"tar o inacabado+ o di"for5e do te%to) ""i5+ propo5o" pen"ar o contode /i5a Barreto co5o o e"pa(o do" de"acerto" da e"crit&ra+ e5 '&e o te%to "ee"cre!e de"pro!ido da "eg&ran(a da orde5 e do "aber+ e5 '&e o" di"c&r"o" "e

"&perpEe5 "e5 !i"l&5brar aonde !#o chegar+ e5 '&e a in"ol&bilidade afa"ta apo""ibilidade dial9tica) into5atica5ente+ a narrati!a de /i5a Barreto "&gereco5 ba"tante !igor '&e o !erbo "abia do tt&lo de!e "er lido co5o n#o"abia)

&ito 5ai" do '&e o co"t&5eiro e5ble5a de arti5anha" e"&bterfgio" de go"to nacional para "e con"tr&ir &5a !ida

"obre o a&feri5ento de !antagen"+ o conto @O ho5e5 '&e"abia ja!an="@+ de /i5a Barreto+ pode "er lido co5o &5a concep(#o dote%to literrio e5 "&a de"orde5 e ri'&eDa+ co5o a encena(#o dae"crit&ra "ed&tora '&e abala a" !erdade") .a" pri5eira" pala!ra"+an&ncia-"e a cena do te%to: o '&e 9 contado 9 precedido de declara(#odo loc&tor contando-no" co5o conto&: @*5 &5a confeitaria+ certa !eD+ao 5e& a5igo Ca"tro+ conta!a e& a" partida" '&e ha!ia pregado A"

con!ic(Ee" e A" re"peitabilidade"+ para poder !i!er@ B*$O+ 1


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do te%to) e ela na"ce de &5a trapa(a "al&tar+ co5o "&gere Barthe"+ faD-"e 5i"ter tran"gredir con!ic(Ee" e re"peitabilidade"+ para '&e o te%toliterrio e%i"ta co5o tal) * "&a e%i"t=ncia con"i"te e5 f&ndar &5a no!alng&a+ &5a lng&a e"trangeira+ '&e o idio5a ja!an=" do contoe%e5plar5ente e!oca+ co5o '&eria Pro&"t: O" belo" li!ro" "#o e"crito"n&5a e"p9cie de lng&a e"trangeira) ob cada pala!ra cada &5 de n"coloca "e& "entido o& pelo 5eno" "&a i5age5+ '&e 9 "e5pre &5contra""en"o) Ma" no" belo" li!ro"+ todo" o" contra""en"o" '&e ocorra5"#o belo") POU$+ 1


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o ter5inar de delinear a encena(#o do te%to+ o pri5eiroen&nciador introd&D o incio do relato do profe""or de ja!an="+preparando-"e para o ofcio de narrar e5 co5panhia de copo" cheio" decer!eja) enco5enda da bebida "oa 5al ao" o&!ido" con"er!adore" deMa""a&d Moi"9"+ e "obre a fra"e '&e a cont95 ele "epron&ncia:Ob"er!e-"e '&e a" linha" finai" encerra5 infor5a(Ee"real5ente de"nece""ria" ao anda5ento da a(#o+ !i"to '&e n#o lheacre"centa5 nada+ o& con"tit&e5 por5enore" de"!inc&lado" do conflitoe5 torno do '&al gra!ita o conto) Mincia" grat&ita"+ apena" para enchero e"pa(o '&e de!eria "er oc&pado pelo "il=ncio+ e portanto di"pen"!ei"+poi" '&e po&co "ignifica+ do pri"5a dra5tico+ '&e Ca"tro perg&nte a

Ca"telo "e bebe cer!eja+ e o o&tro re"ponda '&e "i5+ e o narradorarre5ate infor5ando: Manda5o" b&"car 5ai" o&tra garrafa+ enche5o"o" copo"+ e contin&ei) MO,V+ 2004+ p)


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e"tilo "#o co5o o" 9brio"+ g&ina5 A direita e A e"'&erda+ anda5 epara5+ re"5&nga5+ &rra5+ gargalha5+ a5ea(a5 o c9&+ e"correga5 ecae5 ,+ 1


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F&ain+ a prpria !ti5a+ ao engenheiro de Carolina+ de!eria "er odi"c&r"o 5ai" i5portante+ e 9 j&"ta5ente o di"c&r"o 9brio)

Para encerrar o de"file de en&nciadore" e5briagado"+con!oca5o" Xaly alo5#o: *"ta e"crita reticente) Ca&"a: e5briag&eD)*5briag&eD+ ca&"a: incerteDa) ,ncerteDa+ ca&"a: contin&idade dainconcl&"a ocl&"a ca&"a) F&er diDer: o grilo 9 filho da 5i"9ria e dooca"o) /OMO+ 200;+ p) 30N) e"crita 9bria+ portanto+ n#o acolheconcl&"Ee"+ certeDa"+ deter5ina(Ee")

O&tro" poderia5 co5parecer a e""a fe"ta dioni"aca+ 5a"ba"ta5 e""e" para '&e "e de"agra!e a ob"er!a(#o do crtico "obre ain&tilidade da" refer=ncia" A aparente5ente inofen"i!a e intil cer!eja)

O de"liDe de Barreto 9 co5o o defeito de Machado+ de o"a+ deCar!alho+ de alo5#o: certa5ente e"t no crtico) Por'&e a narrati!adelirante de Ca"tro+ "&a leit&ra do li!ro ileg!el+ "e& li!ro de areia+ nalng&a e"trangeira '&e " ele entende "e5 entender nada+ " 9 po""!el"e "e con"iderar a ebriedade da e"crit&ra+ no '&e Barreto 9 5e"tre)

/i5a Barreto n#o fre'&ento& a Jac&ldade de /etra"+ n#oaprende& a li(#o) Be5 co5o Machado e "&a e"crita 9bria> tal '&al o,a&aret=+ '&e b&"ca "&a tran"fig&ra(#o e"crit&ral pela cacha(a '&e o

ini5igo lhe traD+ e o Pr&dencinhano+ o g&ia do pior cego+ a'&ele '&e'&eria !er+ a5bo" de o"a> tanto '&anto o relato i5po""!el do etnlogode Car!alho e a incerteDa inc&r!el do ailor5oon) /i(Ee" n#o-aprendida" para felicidade da e"crit&ra+ do te%to+ e5 detri5ento daorde5 da obra '&e "e en'&adra e5 deter5ina(Ee" de g=nero e '&eperfaD a boa literat&ra rei!indicada por Ma""a&d Moi"9")

Bela" pgina" de !ida+ !ida contada co5o profe""or de ja!an="+

'&e "&bi& na e"cada "ocial de!ido a &5 n#o-"aber+ e ao chegar l+chegada '&e n#o garante o de"enlace no ca"o+ ao cargo de cLn"&l n#o "abe co5o te5-"e ag&entado+ o& co5o a e"crit&ra te5-"eag&entado+ ape"ar de "e 5o"trar contente ao final))) prpriaa5big&idade de '&e5 conta "&a hi"tria reflete a errKncia do relato: "ercLn"&l 9 bo5+ "e5 d!ida+ 5a" per5anecer co5o tal n#o 9 cair no!&lgar tra!e""ia do te%to aponta ent#o A criat&ra &5a no!ai5Npo""ibilidade: "er bacteriologi"ta i5inente) $era5o" a &5a al&"#o

!elada do narrador barretiano ao p9riplo de de"gra(a e "&ce""o do

6


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cienti"ta O"[aldo Cr&D+ A prpria errKncia da ci=ncia '&e "e "oterra a "i5e"5a

S o te%to e o" te%to") Co5o co5preend=-lo" S &5'&e prepara toda a cena e a entrega ao en&nciador e "e&" leitore"> h &5"eg&ndo '&e parece "er o 5ai" leg!el+ '&e conta &5a e"tria deengana(#o> h &5 terceiro+ 5i"terio"o e e"crito e5 ja!an="+ c&ja leit&ra9 fal"a+ "obrepo"ta ao original+ co5o &5 pali5p"e"to+ co5 o '&al oo&!inte "e declara fa"cinado+ e '&e encena &5a interpreta(#odeliberada5ente e'&i!ocada do te%to e"trangeiro> final5ente+ o di"c&r"o"obrepo"to ao te%to e"crito e5 ja!an="+ '&e te5 &5 o&tro o&!inte+ &5e"c&tador '&e "e diD "&rdo+ 5a" '&e "or!e a" pala!ra" de &5 anjo) Para

onde !ai a e"crit&ra O loc&tor '&e 9 &5 " e doi" e tr=" e '&atro ao5e"5o te5po e e5 te5po" alternado"N n#o "eg&e &5 te%to+ n#o h &5ponto de "&"tenta(#o) O pri5eiro en&nciador+ i5potente para organiDaro relato+ an&ncia-o "i5ple"5ente+ ar5ando o palco da" cena" e dei%andoao encargo do "eg&ndo a cond&(#o e5briagada da fab&la(#o) "condi(Ee" da en&ncia(#o a "eg&ir re5ete5 ao e"tado alterado decon"ci=ncia pela a(#o do lcool+ '&e 5ata a 5e5ria erigindo '&al'&ercoi"a ling&ageira e5 "e& l&gar+ 5i"to de "onho e de"ejo) .o plano

de"dobrado "&b"e'&ente5ente+ entre5o"tra-"e &5 en&nciador5i"terio"o+ '&e n#o re!ela a ning&95 o contedo de "e& te%to+ oreferente !aDio '&e propicia toda" a" o&tra" eloc&(Ee"+ a "&"tenta(#o daliterat&ra+ "e& incio i5po""!el+ e nico po""!el) .a "eg&inte e '&artapo""ibilidade de loc&(#o+ h o en&nciador enganador '&e l= "e5 "aberler o relato do li!ro 5gico+ a'&ele '&e ning&95 pode ler e '&e noentanto 9 lido) O prefcio e5 ingl=" '&e o profe""or de ja!an=" le& na"

pri5eira" pgina" a5arelada" e gro""a" do !elho calha5a(o+ e '&ean&ncia o "ortil9gio da en&ncia(#o e do en&nciado+ afir5a!a '&e o talalfarrbio trata!a da" hi"tria" do prncipe `&langa+ e"critor ja!an=" de5&ito 59rito B*$O+ 1


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e"p9cie de anagra5a+ a e5baralhar 5ai" ainda a" conf&"Ee" + a e"critana areia co5 o !i"o de tran"ferir A 5e5ria o '&e o 5ar apaga> o artigode '&atro col&na" "obre a literat&ra ja!ane"a+ fcil tarefa e5 '&e o a&torde"cre!e a ilha de ?a!a e cita a 5ai" n#o poder B*$O+ 1 a" nota" biogrfica" e bibliogrfica" aco5panhada" de retrato noMensageiro de 3ale> a p&blica(#o de e%trato" de""e artigo e5 Berli5+Pari" e $&ri5) S+ al95 di""o+ &5 te%to fanta"5a+ '&e 9 o conj&nto da"obra" de Ca"telo+ c&jo" leitore" lhe oferecera5 &5 jantar '&e eleprprio c&"teo&)

* co5o f&"#o de toda" e""a" e"crit&ra"+ o" te%to" "e "&perpEe5+conf&ndindo en&nciadore" e en&nciatrio"+ pali5p"e"to '&e eli5ina o"

te%to" anteriore" para per5itir "&a re&tiliDa(#o+ "obrepondo-lhe algono!o+ 5gico+ '&e pro!oca o goDo ao cLn"&l+ ao bar#o+ A e"critaN)$e5o" ent#o &5 li!ro '&e narra todo" o" o&tro"+ o& &5 li!ro '&e "enarra a "i 5e"5o .arrar a "i 5e"5o e%cl&i narrar todo" o" o&tro" O'&e pode "er tal li!ro *""e 9 o dile5a tran"for5ado e5 o%5oro '&e+"eg&ndo Michel Jo&ca&lt+ ina&g&ra a literat&ra:

literat&ra co5e(a '&ando e"te parado%o to5a o l&gar de"tedile5a> '&ando o li!ro n#o 9 5ai" o e"pa(o onde a pala!ra ad'&ire

fig&ra fig&ra" de e"tilo+ de retrica e de ling&age5N+ 5a" o l&gar ondeo" li!ro" "#o todo" reto5ado" e con"&5ido": l&gar "e5 l&gar+ poi"abriga todo" o" li!ro" pa""ado" ne"te i5po""!el !ol&5e+ '&e !e5colocar "e& 5&r5rio entre tanto" o&tro" ap" todo" o" o&tro"+ ante"de todo" o" o&tro") JOUCU/$+ 2007+ p) 6


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"igno" diablico" '&e e!oca5 a" a!ent&ra" do 5i"terio"o prncipe`&langaN+ engole o alfabeto 5alaio+ ter5inando por "ab=-lo+ 5a"ficando " no alfabeto+ o '&e n#o config&ra &5 "aber) O per"onage5ad5ite '&e n#o feD grande" progre""o")

.o dia da apre"enta(#o ao no!o e5prego+ "e&" conheci5ento"da 5i"terio"a lng&a era5 ba"tante e"ca""o": @l95 do alfabeto+ fi'&ei"abendo o no5e de alg&n" a&tore"+ ta5b95 perg&ntar e re"ponder co5o e"t o "enhor e d&a" o& tr=" regra" de gra5tica+ la"trado todoe""e "aber co5 !inte pala!ra" do l9%ico)@ B*$O+ 1


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de""e infinito o leitor "e torna pri"ioneiro e e"cra!o) O '&e 9 infinito n#opode "er co5preendido+ por n#o fornecer parK5etro" A co5preen"#o) Oli!ro era 5on"tr&o"o+ &5 pe"adelo: @&na co"a ob"cena '&e infa5aba ycorro5pia la realidad@ BOG*+ p) 1;0N) ,ndependente5ente da"diferen(a" not!ei" entre o li!ro de areia e o li!ro e5 ja!an="+ "e&carter de infinit&de e ao 5e"5o te5po inco5plet&de+ o" "ortil9gio" '&een!ol!e5 a5bo"+ "&a ilegibilidade e enig5a apro%i5a5-no"+a""e5elhando-o" ao" tra(o" '&e co5pEe5 o di"c&r"o literrio co5oe"crit&ra+ co5o $e%to+ no "entido barthe"iano+ '&e in"i"te na fab&la(#o+na eli"#o o& no afa"ta5ento pa&latino da "ignifica(#o+ '&e "e faD co5oling&age5 e nela "e 5ant95+ diDendo-"e contra certa" regra"+ opondo

orde5 e de"orde5 "e5 lograr entre!er a aco5oda(#o dial9tica)Co5o todo leitor+ o bar#o '&eria apena" o i5po""!el: @$enho'&e o ler+ '&e o co5preender+ "e n#o '&ero '&e o" 5e&" lti5o" dia"an&ncie5 o de"a"tre de 5inha po"teridade> e+ para entend=-lo+ 9 claro+'&e preci"o entender o ja!an=")@ B*$O+ p) 24;N)

$e5o" a ent#o algo do tipo decifra-5e o& te de!oro+ '&e atradi(#o 5etaf"ica ocidental e"tabelece co5o condi(#o para '&e a tribo"eja "al!a) O 5al-e"tar+ a in'&ieta(#o de!e5 "er afa"tado" pela

co5preen"#o+ para '&e a "ociedade "e il&5ine) e""a l&D libertadora+Giorgio ga5ben + 200+ p) 222N propEe '&e para o" grego" n#oha!ia de fato &5 "ignificado pree%i"tente A en&ncia(#o+ e '&e "e&conheci5ento n#o era e""encial para a narrati!a) ideia de &5a "ol&(#o"al!adora "eria ent#o &5a rei!indica(#o racionali"ta '&e para o" grego"era de 5enor i5portKncia)

Para ga5ben+ @ *"finge n#o prop&nha "i5ple"5ente algo

c&jo "ignificado e"t e"condido "ob o "ignificante @enig5tico@+ 5a""i5 &5 diDer no '&al a frat&ra original da pre"en(a era al&dida co5o oparado%o de &5a pala!ra '&e "e apro%i5a do "e& objeto 5antendo-oindefinida5ente A di"tKncia@ GMB*.+ 200+ p) 222N) .a" pegada"da" for5&la(Ee" de"con"tr&cioni"ta" de ?ac'&e" errida+ o a&tor de!st/ncias cha5a frat&ra original da pre"en(a A ba"e da poli""e5iade"e"tabiliDadora+ l&gar e5 '&e osimblico 9 ante" de t&do diablico+ao den&nciar e tran"gredir o a5oro"o abra(o e"t9tico entre for5a e

"ignificado GMB*.+ 200+ p) 221N preconiDado pela 5etaf"ica

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ocidental il&5ini"ta) Con"oante e""a for5a de pen"ar+ t&do o '&e !e5 Apre"en(a 9 diferi5ento e e%cl&"#o+ adia5ento e afa"ta5ento diff*rance+co5o '&eria erridaN+ '&e a 5etaf"ica e"conde na red&(#o do"ignificar+ no ato de colar o "ignificado ao "ignificante "i5&lando&nidade) .o cerne da frat&ra+ apre"entar-"e 9 e"conder-"e+ e"tar A !i"ta 9faltar) Pre"en(a di!idida e de"colada+ n#o h integridade+ 5a"frag5enta(#o) "ignifica(#o+ no K5bito 5etaf"ico+ "e d pela re5o(#oda frat&ra+ da barreira re"i"tente A "ignifica(#o+ propiciando e5 no""ac&lt&ra a rela(#o preten"a5ente e"t!el entre o "ignificante e o"ignificado+ celebrando o prprio e depreciando o i5prprio)

Pode-"e relacionar a'&i o par opo"iti!o prprio % i5prprio A

dicoto5ia orde5 % de"orde5 tal co5o ela "e 5anife"ta no conto de/i5a Barreto+ e5 '&e a parte inde"ej!el "e afa"ta da negati!idadepro!i"ria da dial9tica+ e+ por red&(#o+ de &5a dial9tica da5alandrage5) e "e pen"ar '&e a dial9tica 9 &5 artifcio para conciliar oprprio e o i5prprio+ e '&e o "ignificar e o co5preender apri"iona5 eaco5oda5 dialetica5ente o in'&ietante dentro do e%plic!el e doco5preen"!el+ concl&i-"e '&e a" opo"i(Ee" engendrada" pela ling&age5do per"onage5 de /i5a Barreto n#o cond&De5 a &5a "ol&(#o dial9tica)

.ing&95 poderia po""i!el5ente ter-"e afa"tado 5ai" da e"fingee da l&D re!eladora do '&e Ca"telo afa"to&-"e da co5preen"#o do li!ro5i"terio"o) V c&rio"o atentar para o fato de '&e ho&!e &5 fal"ode"!enda5ento do te%to e5 ja!an="+ e e""e decifrar 5entiro"o 5&do&n#o ob"tante a "orte do bar#o) O prprio do te%to+ portanto+ n#o "ere!ela ao bar#o+ '&e+ entretanto+ n#o te5 con"ci=ncia de "&a"i5propriedade"+ por ab"ol&ta ignorKncia e "&rdeD e5 rela(#o ao '&e "e

pa""a+ o '&e n#o i5pede '&e "&a fort&na a&5ente) F&ando "econ"cientiDa de '&e n#o aprender a'&ela lng&a+ ele "e contenta e5o&!ir a" hi"tria" trad&Dida" pelo ho5e5 '&e n#o "abia ja!an=") .&nca&5 trad&tor foi t#o traidor: deliberada5ente in!enta!a hi"tria" tola"+bobagen" '&e re-e"cre!ia e lia co5o &5 pali5p"e"to "obre o" caractere"inco5preen"!ei"+ o& co5o palindia a corrigir o te%to pri5eiro)Si"tria" "e5 ne%o+ "ignifica(#o o& raD#o de "er: ei" a" tolice" docontador de hi"tria"+ "e5 re!ela(#o ne5 "aber) * a recep(#o de tai"

fab&la(Ee" e"peito+ circ&n"pec(#o+ fa"cnio: @Jica!a e"ttico+ co5o "e

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e"ti!e""e a o&!ir pala!ra" de &5 anjo)@ B*$O+ 1


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olhar para a e"crit&ra de"pro!ida de e"pelho+ torna-"e i5pen"!el &5adial9tica da 5alandrage5 no te%to de /i5a Barreto+ &5a !eD '&e o"enig5a" n#o "e re"ol!e5+ a e"crit&ra n#o "e e"tabiliDa+ o" contrrio" n#o"e apaDig&a5) i5propriedade da de"orde5 per5anece co5o tra(o dae"crit&ra e5 "e& de!ir i5pro!!el e indi"cern!el+ relegando apropriedade da orde5 a &5a o&tra di5en"#o+ e%pelida da e"crit&ra co5oinde"ej!el e de"aj&"tada e5 "e& aj&"te e5pobrecedor+ e in"ta&rando&5a config&ra(#o 5ai" pr%i5a da fe"ta da ling&age5 encharcadade cer!eja + da celebra(#o de &5 "aber '&e gira "e5 "e fi%ar+ co5oafir5o& oland Barthe")

Me"5o o e"tar contente B*$O+ 1 tal'&al o pior leitor+ o bar#o de O ho5e5 '&e "abia ja!an="+ o leitor '&e'&er ler+ o loc&tor da narrati!a de Ca"telo "&gere e5 "e& de"dobra5entoa a!ent&ra do cienti"ta '&e '&er !er o '&e n#o "e != re!ela(#o '&e+tran"for5ada e5 te%to+ carrega e5 "i o" perigo" da e"crit&ra literria)

*""a 9 no""a propo"ta de leit&ra do conto de /i5a Barreto) /=-lo co5o 5ero refle%o caricat&ral do jeitinho bra"ileiro+ e co5o

prod&to de &5a re!olta do e"critor contra o Pai e a b&rg&e"ia parece-no"e5pobrecer a arte do e"critor carioca) o in!9" de pen"ar e5 de"acerto"de &5 "i"te5a "ocial den&nciado" na bela fb&la e5 e"pelho+ propo5o"pen"ar o" de"acerto" da e"crit&ra+ e5 '&e o te%to "e e"cre!e de"pro!idoda "eg&ran(a e do conforto da orde5 e do "aber) into5atica5ente+ ote%to de /i5a Barreto "&gere co5 ba"tante !igor '&e o !erbo "abia dott&lo de!e "er lido co5o &5 n#o "abia)

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GMB*.+ Giorgio) !st/ncias: a pala!ra e o fanta"5a na c&lt&raocidental.Belo SoriDonte: *ditora UJMG+ 200)

,+ Machado de)Mem$rias p$stumas de 3rs 'ubas) #o Pa&lo:?acY"on+ 1


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O D*M D D*$$OLU@AOCO=$*D>@>$ $OB> O PO>M 4D*M5#

D> CLO$ DUMMO=D D> =DD>

>$UMO/ O poe5a ?ardi5+ do li!ro&ovos poemas 1


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9 fre'&ente ta5b95 a contra"tante i5age5 da a&rora+ '&e per5ite!i"l&5brar &5a 5&dan(a re!ol&cionria '&e e%ige '&e corra o "ang&edoce+ de t#o nece""rio+ 5&dan(a c&ja po""ibilidade "e di""ipa e5#os*+ '&ando o poeta a red&D a apena"+ na noite+ &5a fog&eira Ma"!i!ere5o"N) noite+ o e"c&ro+ o negro "#o ainda a""ociado" ao 5edo+ Ainj&"ta di"trib&i(#o+ A opre""#o) *5 Canto ao ho5e5 do po!o CharlieChaplin @osa do povoN+ o negro da !e"ti5enta do ator 9 &5 ele5entode lrico l&to n&5a "ociedade de do5ina(#o e inco5preen"#o) Para o"pe""i5i"ta"+ ele 9 o cor!o+ o n&nca-5ai"+ o chegado 5&ito tarde T a &55&ndo 5&ito !elho) O "e& "orri"o+ entretanto+ cond&D a" pe""oa" Aa&rora da !ida+ ao pa" "ecreto onde dor5e5 5enino" 14


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O negro jardi5 9+ "e5 d!ida+ &5 l&gar e"pecial+ po"to '&enegro+ e%pre""#o do p&ro de"ejo do "er po9tico+ '&e indefinido "e di!i"a)V &5 l&gar pec&liar5ente po9tico+ a 5orada da poe"ia+ a !aticinadapoe"ia '&e "e introd&D no no!o ca5po de c&lti!o do poeta) .e""e jardi5"oa5 !iola"+ har5onia c"5ica+ poe"ia de o&tra orde5+ '&e !ibradi""ipando o 5al da !ida+ inj&"ta di"trib&i(#o de capital e trabalho+ e5"&a" onda" "onora") .#o "e pode dei%ar de relacionar a e%pre""#o 5alda !ida a toda a po9tica de c&nho "ocial e%plorada no" tr=" li!ro"anteriore" de r&55ond+ '&e ne""e 5o5ento de"!anece+ e!apora) oaca"o+ &5a intil can(#o !ag&eia entre o" galho" e a" folhagen"co5parada A e"tt&a indeci"a: can(#o+ e"tt&a+ poe"ia "e5 r&5o+ "e5

deci"#o+ afa"tada da con"ci=ncia acertada da realidade)O "eg&ndo '&arteto cont95 o 5o5ento da tran"for5a(#o+ oabandono de &5a "it&a(#o at9 ent#o e"t!el e a b&"ca de algo '&e n#o "edefini& ainda) O ad!9rbio n,o e a conj&n(#o mas e"tabelece5 a5&dan(a) S 5&ito" ano"+ o lago po9tico 9 habitado por ele5ento"orgKnico"+ por i""o 5e"5o p&tre"c!ei"+ pa""!ei" de 5orte edeteriora(#o) no!a orde5 pre""&pEe &5a 5at9ria po9tica de carterartificial+ prod&to de elabora(#o+ 5ai" d&rado&ra e 5eno" co5pro5etida

co5 a realidade) cor da no!a 5at9ria '&e habita o lago tende Ane&tralidade+ A a&"=ncia da e5o(#o '&e ante" g&ia!a o faDer po9tico e5"e& "enti5ento do 5&ndo)

" conta" "#o "olta" por alg&95 '&e te5 o" olho" !aDado"+alg&95 '&e n#o !=+ '&e realiDa "e& cego ofcio 5ecanica5ente+ '&e "eoferece "e5 5i"t9rio"+ na aceita(#o pa""i!a da no!a orde5+ para onde o"er 9 g&iado "e5 re"i"t=ncia) " 5#o" fora5 enfeiti(ada" por &5

"egredo !egetal: o encanto 9 fabrica(#o feiti(oN da poe"ia+ '&e aindan#o re!ela o "egredo do c&lti!o do no!o jardi5) o lado da !i"#o de""ealg&95 '&e de"ata conta"+ aparece5 o&tra" !i"Ee"+ '&e de"e5boca5 nae"trofe final an&nciando a no!a orde5)

O lti5o terceto j entre5o"tra o no!o e"tat&to po9tico: o5o5ento 9 de cri"e+ de ele5ento" intrincado"+ '&e "e enreda5+ "ee5aranha5+ in"ta&rando a conf&"#o)

V a conf&"#o po9tica: a poe"ia 5a"carada n#o dei%a !er "&a

e""=ncia+ n#o 5o"tra "e& K5ago+ "&a al5a+ o& "i5ple"5ente n#o a

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po""&i) O '&e "e a!iDinha 9 jardi5 apena"+ poe"ia apena"+ "e5interfer=ncia do" aborrecido" *v*nements).egro+ n#o "e aclara+ n#oil&5ina> no 5o5ento+ 5o"tra apena" a" p9tala") O poeta abandona "&al&ta do pre"ente+ afa"tando-"e para &5 5&ndo neb&lo"o '&e n#o re!ela"&a e""=ncia) Press)


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'&adro a""ociando ele5ento" '&e con"idera5o" e'&i!alente" no"&ni!er"o" po9tico" do" doi" poe5a" !er tran"cri(#o do" te%to"co5pleto" ao finalN:

>2uival"ncia entre elementos de 4ardim5 e 4Dissolu+,o5

*le5ento" de ?ardi5 *le5ento" de i""ol&(#o.egro jardi5

5al da !idae5 eco" "e

di"per"a

e"tt&aindeci"aolho" !aDado"

5#o" oferecida"e 5ecKnica"

de &5 !egetal"egredo

enfeiti(ada"o&tra" !i"Ee" "e

delineia5jardi5 apena"

*"c&receagre""i!o e"pritoj n#o opri5e

Se"itando)

aceito a noiteBra(o" cr&Dado")

* ne5 de"taco 5inha pele daconfl&ente e"c&rid#o

U5a orde5 o&tra de "ere" e coi"a" n#o fig&rada"a paD+ de"tro(ada

*5 i""ol&(#o+ a i5age5 do e"c&recer tende a tran"for5ar-

"e e5 "5bolo do no!o 5o5ento do poeta+ e5 '&e "e an&ncia &5ano!a orde5+ a '&al ro5pe co5 o te5po e co5 a hi"tria) *""ee"c&recer te5 "e& e'&i!alente na e%pre""#o negro jardi5 do poe5aanterior) O "enti5ento do 5&ndo "e di"per"a+ e"!aDiando o &ni!er"o deac&5&la(Ee" hi"trica"+ ina&g&rando &5 no!o 5&ndo de "ere" e coi"a"n#o fig&rada" '&e incl&i o poeta+ c&ja pele n#o "e de"taca da e"c&rid#o)S a c&rio"a f&"#o de 5etfora e 5eton5ia da 5eta5orfo"e+con"tr&da "obre ele5ento" antit9tico" pele branca % noite negraN+ '&e

"e di""ol!e5 n&5a o&tra di5en"#o: a pele+ 5eton5ia do "er+ "e f&nde

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co5 a escurido, 5etfora do!aDio+ e "e derrete e5 &5fim un/nime)*5 ?ardi5+ o te%to no" apre"enta &5 e"pa(o e5 '&e o&tra" !i"Ee" "edelineia5+ ta5b95 ainda n#o fig&rada") .o negro jardi5+ toda!ia+ ano!a orde5 9 apena" &5 pre""gio de tran"for5a(#o+ '&e cond&Dir aofi5 &nKni5e de i""ol&(#o)

*5 a5bo" o" te%to"+ a pai"age5 9 he"itante e encerra perda" edano"> o te5po '&e "e &ltrapa""a 9 claro e agre""i!o e5 "&a l&ta+en'&anto o '&e "e an&ncia parece pro5eter a paD+ '&e "e in"in&a co5ore"&ltado de &5 e"!aDia5ento da hi"tria+ da tran"itoriedade de &5acerta ro"a e%&berante+ '&e agora "e e5pobrece e "e perpet&a)

O ?ardi5 e!idente5ente ca5inha para a i""ol&(#o+ a "e

con"iderar o perene trKn"ito da poe"ia no 5&ndo) $al!eD a grandediferen(a entre o" doi" poe5a" "eja o carter de pre""gio dopri5eiro+ p9tala" '&e "e an&ncia5+ de"dobrada" e5 &5a ro"adefiniti!a no "eg&ndo)

Con"idera5o" ?ardi5+ portanto+ &5 poe5a f&ndador+ repletode &5a ten"#o '&e confere A poe"ia &5a e"tranha for(a e5 "&a5eta5orfo"e) S &5 certo her5eti"5o no te%to+ pro!ocado pelanega(#o da i5age5 habit&al do 5&ndo e pela ele!a(#o do gra& de

ab"tracioni"5o) V nece""rio+ a""i5+ colocar5o-no" al95 da 5era b&"cade co5preen"#o+ de i5p&ta(#o de "ignificado"+ o" '&ai" aparece5 a'&ina do"e 5ni5a de l&D "&ficiente para per5itir a entrada no reino daob"c&ridade nece""ria A conte5pla(#o+ e para n#o of&"car a"en"ibilidade co5 a ob!iedade de"encantadora) *""e poe5a pede '&e "eapro%i5e dele co5o de &5a pai"age5+ e5 '&e ne5 t&do de!e "ere%plicado+ e%igindo do leitor &5 tipo de e%peri=ncia conte5plati!a '&e

prod&Da re"&ltado" di!er"o" do" '&e alcan(a5o" no dia-a-dia)O $*H$O COMP/*$O O PO*M

?,M

.egro jardi5 onde !iola" "oa5e o 5al da !ida e5 eco" "e di"per"a:A toa &5a can(#o en!ol!e o" ra5o"+co5o a e"tt&a indeci"a "e reflete

,O/UO

*"c&rece+ e n#o 5e "ed&Dtatear "e'&er &5a lK5pada)Poi" '&e apro&!e ao dia findar+aceito a noite)

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no lago h longo" ano" habitadopor pei%e"+ n#o+ 5at9ria p&tre"c!el+5a" por plida" conta" de colare"

'&e alg&95 !ai de"atando+ olho" !aDado"

e 5#o" oferecida" e 5ecKnica"+de &5 !egetal "egredo enfeiti(ada"+en'&anto o&tra" !i"Ee" "e delineia5

e logo "e eno!ela5: 5a"carada+'&e "ei de "&a e""=ncia o& n#o a te5N+

jardi5 apena"+ p9tala"+ pre""gio)

* co5 ela aceito '&e brote&5a orde5 o&tra de "ere"e coi"a" n#o fig&rada")

Bra(o" cr&Dado")

IaDio de '&anto a5!a5o"+5ai" !a"to 9 o c9&) Po!oa(Ee""&rge5 do !c&o)Sabito alg&5a

* ne5 de"taco 5inha pele

da confl&ente e"c&rid#o)U5 fi5 &nKni5e concentra-"ee po&"a no ar) Se"itando)

* a'&ele agre""i!o e"prito'&e o dia carreia con"igoj n#o opri5e) ""i5+ a paD+de"tro(ada)

Iai d&rar 5il ano"+ o&e%ting&ir-"e na cor do galo*"ta ro"a 9 definiti!a+inda '&e pobre)

,5agina(#o+ fal"a de5ente+j te de"preDo) * t&+ pala!ra).o 5&ndo+ perene trKn"ito+

cala5o-no")* "e5 al5a+ corpo+ 9" "&a!e)


.*+ Carlo" r&55ond de)@eunioE FG livros de poesia. ; ed)io de ?aneiro: ?o"9 Oly5pio+ 1


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B/$+ Cid Ottoni) r&55ond: 5eta5orfo"e e5 dire(#o Apoe"ia p&ra) ,n:3oletim do '!10. !ol)20+ n)2) Belo SoriDonte:J/*TUJMG+ 2000)

/,M+ /&iD Co"ta) O princpio-corro"#o na poe"ia de Carlo"r&55ond de ndrade) ,n: -ira e antilira. io de ?aneiro:Ci!iliDa(#o Bra"ileira+ 1


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DUMMO=D 6 M>?MOFO$> >M D*>@AO PO>$*PU

>$UMO/O li!ro 'laro enigma+ de Carlo" r&55ond de ndrade taD co5oepgrafe &5a cita(#o de Pa&l Ial9ry @/e" 9!9ne5ent" 5Renn&ient@ '&e"inaliDa para a no(#o de poe"ia p&ra '&e "er trabalhada ne"te en"aio) .e"teli!ro+ r&55ond parece rec&"ar a habit&al i5age5 po9tica do 5&ndo e partepara a dep&ra(#o da ling&age5+ para o trabalho co5 a" pala!ra"+ b&"cando"&perar a ine'&i!al=ncia entre o carter analtico da ling&age5 &"&al e anece""ria "nte"e da ling&age5 po9tica)

5bora a e%pre""#opoesia pura tenha "ido &"ada di!er"a" !eDe"na hi"tria da poe"ia+ co5 a" 5ai" !ariada" conota(Ee"+ re5ontaA d9cada de !inte do "9c&lo !inte o incio de &5a "9rie de

po"iciona5ento" a re"peito de p&reDa" e i5p&reDa" do" poe5a"+ e dapo""ibilidade o& n#o e e5 '&e circ&n"tKncia" de e%i"t=ncia depoesia pura) O abade Senri Br95ond pode "er con"iderado o iniciador

da cele&5a> Poe+ Ba&delaire+ Mallar59 e Ial9ry+ citado" por Br95ondco5o terico" 5oderno" da poe"ia p&ra+ &tiliDara5 o ter5o e5acep(Ee" diferente"+ o '&e i5pede '&e "e cha5e o affairde do&trina+co5o '&eria o abade franc=") Br95ond proferi& &5a leit&ra intit&lada-a po*sie pure e5 Pari"+ no ano de 1


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"&a 5aior inten(#o era preparar o "&ce""o de Ial9ry entre o"intelect&ai"+ o& "eja+ "&a fala teria tido &5a inten(#o 5ai" i5p&ra+ e5eno" literria) *le chego& ao ponto de reconhecer a prpriainco5pet=ncia para criar '&al'&er teoria po9tica: @Minha for5a(#oliterria po9tica 9 co5pleta5ente "&perficial+ e "obret&do arcaica))))N .#o li 5ai" do '&e 200 !er"o" de Ial9ry+ e n#o o releio@)BVMO.+ Senri+ citado por *C`*+ Senry X+ 1


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poesia2fabrica:o ta5b95 te5 "e& halo de 5i"tici"5o: apai%#o de Mallar59 e Ial9ry pela t9cnica en!ol!e5 &5a Cmstica dapaixo e da precisoD+ '&e pode "er j&"tificada pelo po""!el "entido dacren(a de Ial9ry+ contida na perg&nta de $hiba&det: o ho5o faber n#ote5 direito A "&a 5"tica+ a""i5 co5o o ho5o "apien" $S,BU*$+lbert+ citado por *C`*+ 1


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Ia5o" tentar re!er pri5eiro o '&e n,o . con"iderado poe"iap&ra+ na opini#o de alg&n" terico"+ para+ !erificada" a" i5p&reDa"+cotej-la" co5 o '&e re5ane"ce de ele5ento p&ro) Senri Br95ond+ e5'&e pe"e ter ad5itido a "&perficialidade e arca"5o de "&a c&lt&rapo9tica+ foi ba"tante ta%ati!o ao relacionar a" i5p&reDa" da poe"ia:

,5p&ro 9+ portanto oh+ de &5a i5p&reDa n#o real+5a" 5etaf"ica8 t&do o '&e+ e5 &5 poe5a+ oc&pa o& podeoc&par+ i5ediata5ente+ no""a" ati!idade" de "&perfcie+ raD#o+i5agina(#o+ "en"ibilidade> t&do o '&e o poeta no" parece ter'&erido e%pri5ir+ e e%pri5i& co5 efeito> t&do o '&e di""e5o" '&eele no" "&gere> t&do o '&e a anli"e do gra5tico o& do fil"ofotira de""e poe5a> t&do o '&e &5a trad&(#o con"er!a) ,5p&ro+ 9e!idente de5ai"+ 9 o a""&nto o& "&5rio do poe5a> 5a" ta5b95o "entido de cada fra"e+ a "e'&=ncia lgica da" ideia"+ aprogre""#o do di"c&r"o+ o detalhe da" de"cri(Ee" e 5e"5o a"e5o(Ee" direta5ente e%citada") *n"inar+ contar+ pintar+ ca&"ararrepio" o& pro!ocar lgri5a"+ de t&do i""o "e de"inc&5biria5&ito be5 a pro"a+ poi" 9 "e& objeti!o nat&ral) ,5p&ra+ e5 &5apala!ra+ 9 a elo'&=ncia )))N BVMO.+ 13) 5ateriai" de"gracio"o"+ de"agrad!ei">4) "it&a(Ee"+ narrati!a"+ tran"i(Ee" lgica">

6) de"cri(Ee" e%ata"+ detalhe" reali"ta"+ reali"5o e5 geral>7) 5&dan(a" de to5 e de cli5a>


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) ironia>;) !aria(Ee" 59trica"+ adapta(Ee" dra5tica" de rit5o">10) ele5ento" "&bjeti!o" e pe""oai")

X*.+ 1


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.a linha da 5etfora do peda(o de carne+ n&5a abordage5 '&en#o di"pen"a o "entido lgico+ a""a Maritain afir5a '&e o "ignificado+e5 poe"ia+ 9 o '&e no" cond&D ao sentido po*tico, que * esprito. prop"ito de""a ponte '&e cond&D A poe"ia identificada co5 osentido po*tico9+ Maritain cita Marcel ay5ond:

e%peri=ncia pro!a '&e o "enti5ento do de"conhecido" "e propaga a partir do conhecido) M,$,.+ 1


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muito "entido

bylaardt conversando aos infinitos - livro de ensaios

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