bullying: responsabilidade civil nas unidades...

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REVISTA ELETRÔNICA DO CURSO DE DIREITO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS- ESTADO DE SÃO PAULO VOLUME 18 – Nº 01 - 2018 Revista Jurídica do Centro Universitário ”Dr. Edmundo Ulson” – UNAR, Araras, v.18, n.01, p.332-366, nov.2018. DOI: 10.18762/1983-5019.20180015 BULLYING: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS UNIDADES ESCOLARES PÚBLICAS E PRIVADAS Roseli Pereira Polesi 1 Francisco Rafael Ferreira 2 INTRODUÇÃO Procurando esclarecer o que venha ser essa grande problemática existente na sociedade, o bullying começou a chamar a atenção somente na década de 1970 e no Brasil por volta do ano de 2000, onde será abordado os aspectos históricos de como surgiu os primeiros casos de bullying e seus conceitos históricos. O fenômeno mostra consequências perversas, uma vez que interfere justamente no processo de aprendizagem e socialização da pessoa, ampliando as chances de desenvolvimento de distúrbios psicológicos ou físicos. A escola é um local onde se espera que traga conhecimento, valores, aprendizado e não qualquer forma de violência. O que se espera por parte dos educadores é que haja certo domínio com relação às atitudes não adequadas com o ambiente escolar e que seja um ambiente seguro para todos indivíduos. Quando há omissão dos responsáveis pelos estabelecimentos de ensino onde se encontram matriculados, a conduta agressiva de certos alunos aos seus colegas, geram muitas vezes danos graves que deveriam ser indenizados por aqueles que teriam o dever 1 Graduanda em Direito pelo Centro Universitário de Araras, [email protected] 2 Possui graduação em Direito pelo Universidade Metodista de Piracicaba (2001) pós graduação em Direito do Estado pela Universidade Anhanguera (2011) pós graduação em Direito Ambiental e Urbanístico pela Universidade Anhanguera (2012) mestrando em Direito das Relacionais Internacionais na América Latina pela UDE Uruguai (2018), Atualmente é professor do Centro Centro Universitário de Araras Dr. Edmundo Ulson. Tem experiência na área de Direito, com ênfase nas áreas de Direito Público, Administrativo, Constitucional e Processual Civil.

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BULLYING: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS UNIDADES

ESCOLARES PÚBLICAS E PRIVADAS

Roseli Pereira Polesi1

Francisco Rafael Ferreira2

INTRODUÇÃO

Procurando esclarecer o que venha ser essa grande problemática existente na

sociedade, o bullying começou a chamar a atenção somente na década de 1970 e no

Brasil por volta do ano de 2000, onde será abordado os aspectos históricos de como

surgiu os primeiros casos de bullying e seus conceitos históricos.

O fenômeno mostra consequências perversas, uma vez que interfere justamente no

processo de aprendizagem e socialização da pessoa, ampliando as chances de

desenvolvimento de distúrbios psicológicos ou físicos.

A escola é um local onde se espera que traga conhecimento, valores, aprendizado

e não qualquer forma de violência. O que se espera por parte dos educadores é que haja

certo domínio com relação às atitudes não adequadas com o ambiente escolar e que seja

um ambiente seguro para todos indivíduos.

Quando há omissão dos responsáveis pelos estabelecimentos de ensino onde se

encontram matriculados, a conduta agressiva de certos alunos aos seus colegas, geram

muitas vezes danos graves que deveriam ser indenizados por aqueles que teriam o dever

1 Graduanda em Direito pelo Centro Universitário de Araras, [email protected]

2 Possui graduação em Direito pelo Universidade Metodista de Piracicaba (2001) pós graduação em Direito do Estado pela Universidade Anhanguera (2011) pós graduação em Direito Ambiental e Urbanístico pela Universidade Anhanguera (2012) mestrando em Direito das Relacionais Internacionais na América Latina pela UDE – Uruguai (2018), Atualmente é professor do Centro Centro Universitário de Araras Dr. Edmundo Ulson.

Tem experiência na área de Direito, com ênfase nas áreas de Direito Público, Administrativo,

Constitucional e Processual Civil.

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de intervir nesse processo. O objetivo desta monografia foi o estudo do contexto sobre o

bullying escolar e a responsabilidade civil dos estabelecimentos de ensinos públicos e

privados no Brasil, divulgando o fato social e suas consequências, relacionando-o com o

instituto jurídico da responsabilidade civil.

A Constituição da República Federativa do Brasil, garante o direito à educação

para todo cidadão e, afirma que a obrigação de proporcionar o ensino é do Estado.

Por outro lado, o Estatuto da Criança e do Adolescente enfatiza a proteção

constitucional a qual traz várias normas de proteção que podem ser utilizadas, inclusive,

como meios de se garantir a proteção contra o bullying.

No Brasil para tentar solucionar estes problemas, foi criada a Lei nº 13.185 que

passou a considerar como intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física

ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado

por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou

agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder

entre as partes envolvidas.

A Lei considera também que há intimidação sistemática na rede mundial de

computadores (cyberbullying), quando se usarem os instrumentos que lhe são próprios

para depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar

meios de constrangimento psicossocial.

Qualquer pessoa que tomar conhecimento de uma vítima de bullying pode

formalizar a denúncia junto à direção da escola, Secretaria da Educação, Conselho

Tutelar, Ministério Público ou Polícia Civil.

O BULLYING: CONCEITUAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO, AGENTES ATIVOS

E PASSIVOS

O autor Saldanha (2003, p. 14), destaca em sua obra o sentimento por ter

vivenciado o fenômeno bullying:

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O bullying é uma das formas mais traiçoeiras e letais de violência, que

só depois de inúmeras demonstrações de sua brutalidade começou a

ser estudada e evitada. O bullying retira a auto estima, nos afasta dos

sonhos, traz sofrimento, solidão e vergonha. (Disponível em:<

http://www.coaliza.org.br/wp-content/uploads/2014/05/BULLYING-

E-DIRIETO_LIVRO-COMPLETO.pdf> Acesso em: 21 mar.2018>).

Vários autores afirmam que no Brasil, não existe uma palavra na língua

portuguesa capaz de exteriorizar as possíveis causas do bullying.

No que diz respeito à utilização exata da noção do termo bullying, no Brasil ainda

é muito confuso e desconhecido pela maioria da população, segundo o relatório citado

da Plan Brasil (2010 p. 5), diz:

A utilização do conceito apresenta algumas fragilidades. O próprio termo

bullying causa estranhamento nos ambientes acadêmico e escolar, por se

tratar de uma importação pouco adaptada às questões próprias da violência

no ambiente escolar brasileiro. Como resultado, o bullying ainda não se

encontra diferenciado no fenômeno geral de violência entre pares, e os

critérios que tecnicamente o destacam, que se referem à repetição do ato à

falta de motivação evidente, são de difícil aferição objetiva. Nesse sentido,

sua operacionalização conceitual exigiria uma consistência ainda não

atingida. Por essa razão, o termo, que não tem correlato em português, é

utilizado muitas vezes de modo equivocado, referindo-se a episódios de

conflitos interpessoais entre estudantes, os quais não se caracterizam pelos

critérios indicados. (Disponível em: <http://

http://www.ucb.br/sites/100/127/documentos/biblioteca1.pdf > Acesso em:

30 abr.2018).

Sobre este tema enigmático Chalita (2008, p.81), afirma:

A palavra bullying é verbo derivado do adjetivo inglês bully, que significa

valentão, tirano. É um termo que designa o hábito de usar a superioridade

física para intimidar, tiranizar, amedrontar e humilhar outra pessoa. A

terminologia é adotada por educadores, em vários países, para definir o uso

de apelidos maldosos e toda forma de atos desumanos empregados para

atemorizar, excluir, humilhar, despregar, ignorar e perseguir os outros.

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A Lei Federal 13.185/2015 no artigo 1º conceitua sobre o termo bullying:

§ 1º No contexto e para os fins desta Lei, considera-se intimidação

sistemática (bullying) todo ato de violência física ou psicológica, intencional

e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou

grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-

la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de

poder entre as partes envolvidas.

(Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-

2018/2015/lei/l13185.htm> Acesso em: 30 abr.2018).

O fenômeno bullying é um problema mundial, pode estar presente em qualquer

tipo de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana. Pode se

assegurar que há escolas que não admitem a ocorrência de bullying entre seus alunos,

ou desconhecem o problema, ou se negam a enfrentá-lo. Na maioria das vezes as

vítimas se calam e as escolas enfrentam um grande problema para identificar o bullying.

Conforme Fante (2005, p. 29), o bullying é um comportamento cruel intrínseco

nas relações interpessoais, em que os mais fortes convertem os mais frágeis em objetos

de diversão e prazer, através de brincadeiras que disfarçam o propósito de maltratar e

intimidar.

De acordo com Fante (2005, p. 27), o bullying define o desejo consciente e

deliberado de maltratar outra pessoa e colocá-la sobtensão; é um termo que conceitua os

comportamentos agressivos e antissociais, utilizado pela literatura psicológica anglo

saxônica nos estudos sobre a violência escolar.

Sobre o bullying Silva (2010, p. 21), nos explica:

O bullying é uma espécie de conduta opressiva, intencional e violenta,

onde um indivíduo é assediado por outro ou por um grupo de pessoas

que buscam, através de atitudes e palavras, ferir a auto-estima e a

imagem da vítima, pelo simples motivo do mesmo ter opinião própria,

só que diferente da maioria, e geralmente, não apresentam

justificativa.

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Nesse ponto de vista Fante (2005, p. 28), apresenta uma definição bem concisa de

bullying, possibilitando seu entendimento de uma forma mais completa e simples:

Bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que

ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra

outro (s), causando dor, angústia e sofrimento. Insultos, intimidações,

apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas,

atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros

alunos levando-os à exclusão, além de danos físicos, morais e materiais, são

algumas das manifestações do “comportamento bullying”.

De acordo com Chalita (2008, p. 81), o fenômeno bullying não escolhe classe

social ou econômica, escola pública ou privada, ensino fundamental ou médio, área

rural ou urbana. Está presente em grupos de crianças e de jovens, em escola de países e

culturas diferentes. Generalizando, basta que haja relações interpessoais para que, pelo

menos, uma pessoa tente se destacar muitas vezes em cima da fragilidade de outra, o

que independe do lugar, vai além das condições sociais, cor de pele, condiz com os

valores, nesse caso, a falta deles.

Expõe Chalita (2008, p. 85):

O fenômeno bullying invade silenciosamente os espaços escolares,

furtando de crianças e jovens a possibilidade de sonhar. As

experiências de dor, de angústia e de humilhação, vividas

solitariamente, deixam cicatrizes e podem trazer graves consequências

para os adultos que essas crianças serão.

O objetivo despertar autoridades educacionais, educadores, pais, alunos e a

sociedade para questão dos fenômenos do bullying, muitas vezes ignorado nas escolas.

O importante é despertar fundamentos e valores como a tolerância e a solidariedade

com os alunos, através do diálogo.

O bullying se caracteriza pela forma de violência repetitiva, abrange

comportamentos agressivos, insultos, discriminação e exclusão da vítima.

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De acordo com Melo (2010, p. 128), pesquisadores definem os comportamentos

bullying em duas formas: direta e indireta, sendo as duas aversivas e prejudiciais ao

psiquismo da vítima.

O bullying direto é aquele em que o agressor não é omisso em relação à vítima, o

bullying indireto o agressor a atinge explicitamente e de forma visível com seus atos.

Segundo Chalita (2008, p. 82):

O bullying direto é mais comum entre agressores meninos. As

atitudes mais frequentes identificadas nessa modalidade violenta são

os xingamentos, tapas, empurrões, murros, chutes e apelidos ofensivos

repetitivos.

O bullying indireto é a forma mais comum entre o sexo feminino e

crianças menores. Caracteriza-se basicamente por ações que levam a

vítima ao isolamento social. As estratégias utilizadas são difamações,

boatos cruéis, intrigas e fofocas, rumores degradantes sobre a vítima e

familiares, entre outros.

Existem maneiras típicas em que as violências do bullying se manifestam aqui no

Brasil, entre elas algumas descritas, com base na cartilha do Conselho Nacional de

Justiça de 2010, a “Justiça nas Escolas: Bullying”, e suas formas são:

- Verbal: que engloba insultar, ofender, falar mal, colocar apelidos

pejorativos, “zoar”;

- Física e material: inclui bater, empurrar, beliscar, roubar, furtar ou

destruir pertences da vítima;

- Psicológica e moral: humilhar, excluir, discriminar, chantagear,

intimidar, difamar;

- Sexual: abusar, violentar, assediar, insinuar;

- Virtual ou Cyberbullying: bullying realizado por meio de

ferramentas tecnológicas (celulares, filmadoras, internet).”

(Disponível em: <http://www.ambito-

juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13942

> Acesso em: 19 de mar.218).

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Segundo Chalita (2008, p. 280), um terceiro comportamento é o Cyberbullying. É

uma espécie de bullying que ocorre na rede de internet em que a propagação dos

insultos e agressões ocorre de maneira instantânea, envolvendo muitas pessoas em

pouco tempo. O intuito é o mesmo do bullying, diferenciando apenas nos meios

utilizados para tal, “Os meios de comunicação costumam ser eficazes na prática do

bullying indireto, pois propagam, com rapidez e dimensões incalculáveis, comentários

cruéis e maliciosos sobre pessoas públicas”.

Dando continuidade Chalita (2008, p. 83), nos ensina sobre o bullying virtual:

A perversidade virtual é conhecida como cyberbullying e realiza e por

meio de mensagens de correio eletrônico, torpedos, blogs fotoblogs, e

sites de relacionamento, sempre anonimamente.

Complementando Silva (2010, p. 138), descreve que:

Qualquer pessoa submetida ao cyberbullying sofre com os níveis

elevados de insegurança e ansiedade. Quando as vítimas são crianças

ou adolescentes, as reações são muito mais intensas e as repercussões

psicológicas e emocionais podem ser infinitamente mais sérias.

Especialmente nos adolescentes, que estão vivenciando uma fase de

profundas mudanças cerebrais, os ataques de “bullying virtual” podem

se constituir em fator desencadeante de diversas doenças metais.

Segundo Dourado (2011), independente, da forma como aconteçam, seja direta ou

indiretamente, o bullying é uma agressão, seja física, moral, psíquica. Tanto

pessoalmente quanto pela internet, como o cyberbullying, cada uma dessas formas vai

ocasionar lesões e, de acordo com suas proporções, inesquecíveis na vida de quem as

sofre.

Contudo esse tipo de agressão acontece, tanto em escolas privadas como nas

escolas públicas de todos os níveis de ensino tanto com fundamental até o ensino médio,

podendo ainda, continuar na universidade, o bullying é levado tão a sério pelas

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instituições de ensino, o que se confronta com o despreparo de seus colaboradores em

lidar com essa situação.

Segundo Miscou (2013), para melhor compreender o fenômeno é importante que

se saiba identificar quem são os envolvidos. A partir da análise do comportamento se

conclui o papel que cada figura desempenha nesse contexto que são eles: vítima típica;

vítima provocadora; vítima agressora; agressor; espectador. (Disponível em:<

http://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/trabalhos_conclusao/1semestre2013/trabalhos_120

13/PatriciaBanhaMiscow.pdf> Acesso em: 30 abr.2018).

De acordo com Silva (2010, p. 44):

Os agressores (bullies), são pessoas que demonstram uma necessidade

de se sobrepor ao grupo fundável em possíveis aspectos sensíveis que

dizem da dificuldade de lidar com a frustração, por isso se irritam

facilmente e descontam nos outros a sua incapacidade de autocontrole.

Estes possuem geralmente a característica de liderança, assim

conseguem com seus atos, estabelecer o medo e formar seguidores ou

mesmo espectadores.

Segundo Silva (2010, p. 38):

As vítimas típicas são as que sofrem os maus tratos em silêncio, ou

seja, não reagem e tudo aquilo que sente e não expressa, se manifesta

dentro de si sem atingir outra pessoa a não ser ela própria, por isso são

alvos fáceis para os agressores. Normalmente, essas crianças ou

adolescentes ‘estampam’ facilmente as suas inseguranças na forma de

extrema sensibilidade, passividade, submissão, falta de coordenação

motora, baixa autoestima, ansiedade excessiva, dificuldades de se

expressar.

Continua explicando Silva (2010, p. 40):

As vítimas provocadoras diferenciam por não ficarem em silêncio,

mas por “darem tiros nos próprios pés”, ou seja, discutem, brigam,

mas acabam reforçando o comportamento do agressor por lhe dar

atenção em suas provocações. Muitas vezes essa vítima acaba por

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entrar em uma situação de culpabilidade do bullying aos olhos da

escola e cria um círculo vicioso mais complicado de se resolver.

Em todos os casos existem os expectadores e as testemunhas que aprendem a

conviver com situação do bullying e nada fazem.

Ainda sobre este assunto, Silva (2010, p. 45), os expectadores são aqueles alunos

que testemunham as ações dos agressores contra as vítimas, mas não tomam qualquer

atitude em relação a isso: não saem em defesa do agredido, tampouco se juntam aos

agressores.

Silva (2010, p. 45), faz uma subclassificação de forma mais ampla:

Espectadores passivos: em geral, os espectadores passivos assumem

essa postura por medo absoluto de se tornarem a próxima vítima.

Recebem ameaças explícitas ou veladas do tipo: “Fique na sua, caso

contrário a gente vai atrás de você”. Eles não concordam e até repelem

as atitudes dos bullies; no entanto ficam de mãos atadas para tomar

qualquer atitude em defesa das vítimas. [...] Espectadores ativos: estão

inclusos nesse grupo os alunos que, apesar de não participarem

ativamente dos ataques contra as vítimas, manifestam “apoio moral”

aos agressores, com risadas e palavras de incentivo. Não se envolvem

diretamente, mas isso não significa, em absoluto, que deixa, de se

divertir com o que veem. [...] Espectadores neutros: dentre eles,

podemos perceber os alunos que, por uma questão sociocultural

(advindos de lares desestruturados ou de comunidades em que a

violência faz parte do cotidiano), não demonstram sensibilidade pelas

situações de bullying que presencia. Eles são acometidos por uma

“anestesia emocional”, em função do próprio contexto social no qual

estão inseridos.

Sobre esta situação Chalita (2008, p. 88), sustenta:

Os expectadores ou testemunhas são a grande maioria dos estudantes,

que assiste à dinâmica da violência e aprende a conviver com ela ou a,

simplesmente, escapar dela. São igualmente personagens deste

pesadelo. Não interferem, não participam, mas também não acolhem a

dor do outro, não defendem nem denunciam.

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A esses tipos básicos Calhau (2009, p.38), acrescenta:

a) Novato: é o aluno transferido de outra escola e que, por chegar em

um ambiente diferente, onde os outros já estão enturmados, fica à

mercê dos agressores;

b) Co agressores: são aqueles alunos que não se podem inserir como

agressores principais, entretanto, são fundamentais para a manutenção

do bullying. Os co agressores formam a plateia que é muito

importante para estimular as brigas e discursões, rindo dos maus-tratos

e sofrimento das vítimas. Esse comportamento fortalece a posição do

agressor que se sente importante, ao mesmo tempo em que diminui a

autoestima da vítima, tornando-a mais frágil ainda. No caso do

cyberbullying, os co-agressores são essenciais para a disseminação

das agressões e conteúdos humilhantes colocados pelos agressores na

internet.

Segundo a análise do fenômeno, o que pode se afirmar é que podem estar

envolvidos no bullying pessoas físicas capazes ou incapazes, tanto como agente ativo

como agente passivo, pouco importando a idade, raça, sexo.

O FENÔMENO BULLYING E SUAS CONSEQUÊNCIAS

As consequências desse ato de violência podem ser desastrosas, afetando todos os

envolvidos, mais em especial a vítima, que poderá carregar marcas para o resto da vida,

podem aparecer a curto ou a longo prazo, envolvendo áreas emocionais ou sociais.

Segundo Fante (2005, p. 79), as consequências da conduta deste ato:

Afetam todos os envolvidos e em todos os níveis, porém especialmente

a vítima, que pode continuar a sofrer seus efeitos negativos muito além

do período escolar. Pode trazer prejuízos em suas relações de trabalho,

em sua futura constituição familiar e criação de filhos, além de acarretar

prejuízo para a sua saúde física e mental.

Portanto o que se percebe é que, cada vítima tem uma forma de lidar com essa

violência, alguns podem superar o trauma sofrido, mas outras não, causando sérios

danos ao seu psiquismo. A superação do trauma vivenciado, depende das características

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individuais, do seu relacionamento com ele mesmo e com a sociedade, principalmente

com sua família que é parte fundamental para sua superação.

Muitas vítimas de bullying cansadas de serem humilhadas, acabam virando

vítimas agressoras, pois com um sentimento ruim de vingança tentam acabar com o

sofrimento cometendo ataques violentos em escolas.

Para o agressor também há consequências negativas, pois, uma criança ou jovem

que tem o prazer de maltratar, humilhar e agredir o outro, pelo prazer de vê-lo sofrer,

seguramente desenvolverá um desvio de conduta na sua vida adulta, podendo vir a se

incluir no mundo da criminalidade.

De acordo com Fante (2005, p. 81), nos esclarece:

O agressor envolvido no fenômeno estará propenso a adotar

comportamentos delinquentes, tais como: agregação a grupos

delinquentes, agressão sem motivo aparente, uso de drogas, porte

ilegal de armas, furtos, indiferença à realidade que o cerca, crença de

que deve levar vantagem em tudo, crença de que é impondo-se com

violência que conseguirá obter o que quer na vida.

Para ambos, agressor e vítimas o bullying traz consequências desastrosas, por isso

a necessidade de acabar com esta violência, que cresce a cada dia no mundo.

Por fim este capítulo teve como objetivo compreender a história, conceito,

características, agentes causadores e as consequências desse mal chamado bullying,

tendo como principal objetivo, o de promover compreensão sobre o tema.

RESPONSABILIDADE CIVIL NOS CASOS DE BULLYING

O ordenamento civil brasileiro preocupou se na reparação de um dano provocado

a outrem, e com isso, surgiu a necessidade de abordar a Responsabilidade Civil, o

estudo engloba todo um conjunto de princípios e normas que regem a obrigação de

reparar e indenizar o dano.

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Revista Jurídica do Centro Universitário ”Dr. Edmundo Ulson” – UNAR, Araras, v.18, n.01, p.332-366, nov.2018. DOI: 10.18762/1983-5019.20180015

A responsabilidade civil está inserida no direito das obrigações e, tem a finalidade

de um dever jurídico a obrigação.

Segundo Cavalieri Filho (2010, p. 1), o principal objetivo da normativa jurídica é

“reprimir o ilícito e prover a proteção do lícito”.

Para Gonçalves (2012, p. 45), “o vínculo jurídico que confere ao credor o direito

de exigir do devedor o cumprimento de determinada prestação”.

Na definição de Cavalieri (2008, p. 2):

Em seu sentido etimológico, responsabilidade exprime a ideia de

obrigação, encargo, contraprestação. Em sentido jurídico, o vocábulo

não foge dessa ideia. Designa o dever que alguém tem de reparar o

prejuízo decorrente da violação de outro dever jurídico. Em apertada

síntese, responsabilidade civil é um dever jurídico sucessivo que surge

para recompor o dano decorrente da violação de um dever jurídico

originário. Disponível

em:<https://thaiannecosta.jusbrasil.com.br/artigos/380547860/da-

responsabilidade-civil> Acesso em 30 abr.2018).

Gonçalves (2012, p. 57), estabelece:

A palavra responsabilidade origina-se do latim re-spondere, que

encerra a ideia de segurança ou garantia de restituição ou

compensação do bem sacrificado. Teria assim, o significado de

recomposição, de obrigação de restituir ou ressarcir.

A Teoria da Responsabilidade Civil busca estabelecer em qual circunstâncias uma

pessoa poderá ser responsável por um dano cometido a outra pessoa, e em quais

condições será obrigado a repará-lo ou ressarcir.

Segundo Azevedo (2004, p. 276), a responsabilidade civil surge quando uma

obrigação não se cumpre, obrigação esta que pode nascer da vontade dos indivíduos

estabelecido num contrato ou da lei. Este descumprimento obrigacional gera um dano,

ou seja, a responsabilidade civil é o dever de indenizar um dano.

Ainda em outro aspecto Venosa (2007, p. 1), analisa o termo responsabilidade

civil: Os princípios da responsabilidade civil buscam restaurar um equilíbrio

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patrimonial e moral violado. Um prejuízo ou dano não reparado é um fator de

inquietação social.

No entendimento de Gagliano e Pamplona Filho (2011, p. 45):

Responsabilidade, para o direito, nada mais é, portanto, que uma

obrigação derivada– um dever jurídico sucessivo – de assumir as

consequências jurídicas de um fato, consequências essas que podem

variar (reparação dos danos e/ou punição pessoal do agente

lesionante) de acordo com os interesses lesados.

Seu entendimento principal é reparação de um dano causado a terceiro em

decorrência de um ato ilícito. Assim sendo, é característico da responsabilidade civil o

dever indenizatório pela prática de um ato ilícito que afete o direito de outrem.

Venosa (2005, p. 13), afirma em sua obra em princípio, toda atividade que

acarreta um prejuízo gera responsabilidade ou dever de indenizar.

Em face das necessidades que requerem respostas mais eficazes como a segurança

das pessoas e senso de justiça, pode-se notar que a função da responsabilidade civil,

além de permitir o ressarcimento compensatório do dano à vítima, garante a punição do

ofensor, e ainda, visa assegurar reeducação da atuação do ofensor, para prevenir a

ocorrência de novos danos. Contudo a lei estabelece três funções facilmente

visualizadas que é a de: reparar, punir e educar.

DEVER DE CUSTÓDIA NAS ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS

Nos últimos anos, tem havido muitos casos de agressões a alunos em escolas, o

que tem indignado a todos, porque no local destinado a estudos espera-se pelo menos

segurança e tranquilidade.

Quanto ao fato de proteção, o conceito de custódia em seu significado não deixa

dúvida, “Custódia é a condição de quem se encontra sob a proteção de outra pessoa ou

instituição; tutela: ele tem a custódia da filha mais nova. Ação ou efeito de proteger, de

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livrar algo ou alguém do perigo; guarda”. (Disponível em:

<https://www.dicio.com.br/custodia/> Acesso em: 22 abr.2018).

As “Relações de Custódia” são vínculos jurídicos especiais nos quais o Estado

assume a responsabilidade pela integridade de pessoas e bens, como por exemplo a

crianças e os adolescentes em escola pública. (Disponível em: <

https://direitoecotidiano.wordpress.com/tag/relacao-de-custodia/>, Acesso em: 22

abr.2018).

Se a ambos sofrerem bullying dentro do estabelecimento de ensino o Estado tem

obrigação de indeniza-los, mesmo sendo ato de terceiro. (normalmente o ato de terceiro

exclui a responsabilidade do Estado, mas nos casos de custódia, isso não acontece).

(Disponível em:<https://direitoecotidiano.wordpress.com/tag/relacao-de-

custodia/>Acesso em: 22 abr.2018).

Sob o ponto de vista jurídico quem responde por danos a integridade física e

moral de aluno causados por colega, funcionário do estabelecimento, ou mesmo

terceiro, quando ele está na escola da rede pública, se tem entendido que o Poder

Público (representado pelo Município, Estado ou União) é que responderá na forma de

responsabilidade objetiva conforme o artigo 37, § 6º da Constituição Federal.

Pois é de sua responsabilidade a preservação da integridade física e moral de seus

alunos, mormente porque eles estão sob sua guarda e proteção quando nos seus

respectivos estabelecimentos de ensino. Além disso, a segurança está incluída nos

direitos sociais previsto no artigo sexto da Constituição Federal, consequentemente há

uma obrigação do Estado:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o

trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência

social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos

desamparados, na forma desta Constituição.

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RIBEIRO SANTOS (2018), infringida esta obrigação surge o direito do

prejudicado de se ver indenizado pelo Poder Público, ante o princípio constitucional da

responsabilidade civil objetiva. Restando ao ofendido ajuizar a ação reparatória

patrimonial ou moral. (Disponível em: <http://www.aultimaarcadenoe.com.br/aluno-

em-escola-publica/> Acesso em: 22 abr.2018).

Os efeitos do bullying configuram atos ilícitos, porque se constituem em atos

contrários a direito, não autorizados pelo ordenamento jurídico.

A base da responsabilidade civil está prevista no Código Civil, que dispõe:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou

imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que

exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Assim sendo, regra geral, a vítima do bullying deverá comprovar no processo que

o causador agiu dolosa ou culposamente (negligência, imprudência ou imperícia),

causando-lhe (nexo causal) dano, seja patrimonial ou extrapatrimonial (moral e ou

estético), já dano estético é considerado um tertium genuns (nova classificação), uma

terceira espécie de dano que também deve ser reparado, juntamente com o dano material

e moral. Que está previsto no artigo 187 do Código Civil é matéria sumulada pelo

Superior Tribunal Justiça que determina: Súmula 387. “É licita a cumulações das

indenizações de dano estético e dano moral”. (Disponível em:

<http://genjuridico.com.br/2017/01/24/bullying-escolar-e-o-dever-de-indenizar/>

Acesso em: 22 abr.2018).

Estabelece o artigo 187 do Código Civil:

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao

exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim

econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Segundo Cavalieri Filho (2010 p. 11), o abuso de direito foi configurado como ato

ilícito dentro de uma visão objetiva, pois boa-fé, bons costumes, fim econômico ou

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social, nada mais são do que valores éticos-sociais consagrados pela norma em defesa

do bem comum, que nada tem a ver com a culpa.

Se faltar um desses elementos não haverá o dever de indenizar do agente causador

do bullying ou do responsável legal ou, ainda, da escola, na medida em que não ocorrerá

o ato ilícito previsto no artigo 186 do Código Civil (Disponível em:

<http://genjuridico.com.br/2017/01/24/bullying-escolar-e-o-dever-de-indenizar/>

Acesso em: 22 abr.2018).

Responsabilidade civil das escolas privadas é a obrigação e o dever que elas têm

com relação às consequências que suas atividades possam causar a pais e alunos. Em

direito, a teoria da responsabilidade civil procura determinar em que condições uma

pessoa pode ser considerada responsável pelo dano sofrido por outra pessoa e em que

medida está obrigada a repará-lo.

De forma geral, quando os alunos estão sob a vigilância e autoridade de uma

instituição de ensino, está deve zelar pela segurança e integridade física e mental dos

estudantes, possuindo responsabilidades objetivas para com estes.

Quando uma escola se propõe a exercer a prestação de serviços educacionais, ela

passa a assumir responsabilidades civis para com as consequências jurídicas de sua

operação. Ou seja: se uma instituição de ensino causar um dano a um aluno durante a

prestação de seus serviços, tal escola será responsável pelo ocorrido e terá a obrigação

de reparar qualquer prejuízo ou dano decorrente do fato. (Disponível em:

<https://blog.wpensar.com.br/gestao-escolar/responsabilidade-civil-das-escolas-

particulares/> Acesso em: 22 abr.2018).

Nos casos de bullying, contudo, a fonte geradora desta responsabilidade não será

o ato ilícito, mas o descumprimento contratual, na medida em que ao receber um aluno

tem a obrigação de mantê-lo seguro, resguardando sua integridade psicofísica, que

decorre do dever de vigilância transferida pelos pais, ainda que temporariamente.

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Assim sendo, quando a escola falha nessa função, e um aluno vem a sofrer um

dano, terá de ser responsabilizada, porque não prestou um serviço adequado e eficaz.

A prestação de serviços educacionais pelas instituições particulares, mediante

remuneração, caracteriza-se como uma relação de consumo, já que estão identificados

os sujeitos: a escola e o aluno, como fornecedor e consumidor. (Disponível em:

<http://genjuridico.com.br/2017/01/24/bullying-escolar-e-o-dever-de-indenizar/>

Acesso em 22 abr.2018).

Neste caso é aplicado o Código de Defesa do Consumidor, artigo 14, que dispõe:

Art. 14º. O fornecedor de serviços responde, independentemente da

existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos

consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem

como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição

e riscos.

O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 14, é claro ao dispor que o

fornecedor responde pelos prejuízos que causar ao consumidor, independentemente de

culpa, pelos defeitos relativos à prestação dos serviços, como será analisado.

Na opinião de Cavalieri Filho (2008, p. 250), o serviço é defeituoso quando não

fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar.

Portanto, para responsabilizar-se a escola, a fonte correta é o descumprimento

contratual, e, consequentemente, a responsabilidade será contratual.

Dessa forma, o bullying pode constituir-se em duas grandes fontes geradoras do

dever de indenizar: no ato ilícito ou no descumprimento contratual, dependendo contra

quem será ajuizada a ação indenizatória. (Disponível em:

<http://genjuridico.com.br/2017/01/24/bullying-escolar-e-o-dever-de-indenizar/>

Acesso em: 22 abr.2018).

Assim, tendo em vista a relação de consumo existente entre escola e família,

conclui-se que o dever de vigilância e incolumidade (garantia de segurança) da

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instituição de ensino decorre da responsabilidade objetiva que esta possui frente aos

seus alunos.

Por isso, a instituição deve responder pelos danos causados aos alunos,

independente, da existência e comprovação de sua culpa. Uma escola tem o dever de

prestar segurança em relação aos seus alunos pelo período em que estes estiverem sob

sua vigilância e autoridade. Ou seja: enquanto o aluno se encontrar no estabelecimento

educacional, a instituição detém a responsabilidade sobre ele, tanto pela sua integridade

física, quanto pelos atos ilícitos praticados por ele a terceiros, como por terceiros a ele.

A instituição também terá responsabilidade sobre o aluno fora do estabelecimento de

ensino quando este se encontrar em atividade organizada pela escola, como em

excursões ou visitas organizadas/orientadas pela escola. (Disponível em:

<https://blog.wpensar.com.br/gestao-escolar/responsabilidade-civil-das-escolas-

particulares/> Acesso em 22 abr.2018).

Ofensas e agressões regulares (bullying) em ambiente escolar, tanto entre alunos

ou entre alunos e professores/colaboradores, com conduta omissiva da unidade escolar

determinará a geração do direito de indenizar ao ofendido.

A responsabilidade da escola apenas será afastada caso fique comprovado que o

fato que gerou tal dano ocorreu como consequência de força maior, caso fortuito

externo ou culpa exclusiva do aluno. (Disponível em:

<https://blog.wpensar.com.br/gestao-escolar/responsabilidade-civil-das-escolas-

particulares/> Acesso em: 22 abr.2018).

Em entrevista, ao site Bul lying & Direito, Saldanha explana que: A

responsabilidade legal das instituições de ensino frente o bullying, é um dever previsto

por lei e inerente da atividade educacional a preservação do bem-estar psicológico e

físico do aluno. (Disponível em:

<https://alexandresaldanhaadvogadoantibullying.blogspot.com.br/> Acesso em 04 abr.

2018).

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A ocorrência do bullying nas escolas pode se dar em qualquer parte onde o

agressor se sentir confortável para agir, podendo ser nos banheiros, corredores, nos

pátios e até mesmo nas salas de aula na presença do professor, devendo-se atentar

apenas na configuração entre o nexo de causalidade entre a agressão de bullying e o

dano causado para a vítima durante a sua estadia sob a guarda e vigilância da escola.

(Disponível em: <http://www.arcos.org.br/artigos/consequencias-e-implicacoes-do-

bullying-nos-envolvidos-e-no-ambiente-escolar/ > Acesso em: 04 abr.2018).

O dispositivo do Código Civil em seu artigo 932 prevê:

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

IV- Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde

se albergue por dinheiro, mesmo que para fins de educação, pelos seus

hospedes, moradores e educandos.

No mesmo seguimento Diniz (2015, p. 564), nos explica seu posicionamento:

O art.932, IV, 2º alínea do Código Civil refere-se à responsabilidade

dos donos de estabelecimento de ensino, isto é, daqueles que mediante

uma remuneração tem sob sua direção pessoas para serem educadas e

receberam instrução. Deverão responder objetivamente e

solidariamente (cc, arts. 933 e 942, parágrafo único) pelos danos

causados a uma colega ou a terceiros por atos ilícitos durante o tempo

que exercem sobre eles vigilância e autoridade.

Em entrevista, ao sítio eletrônico Bullying & Direito, Saldanha responde que: O

Poder Judiciário e o Ministério Público, são grandes aliados para coibir essa violência

sistemática e o caminho para ajudar as vítimas de bullying. (Disponível em:

<https://alexandresaldanhaadvogadoantibullying.blogspot.com.br/> Acesso em: 04

abr.2018).

A pedagogia falhou há muito tempo na prevenção desta violência, a prova fática

disso está no fato do judiciário se encontrar abarrotado de ações indenizatórias cíveis e

criminais envolvendo bullying.

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Conclui-se que as escolas e os pais dos agressores só tomam atitudes verdadeiras

quando são postos em discussões judiciais nas quais não há somente a punição por meio

da indenização, mas, também há o caráter preventivo, pois, um agressor ou uma escola

culpada pelo bullying condenados por sentença irrecorrível só tornarão a reincidir no ato

se demonstrarem um desdém enorme pela justiça e um desvio de caráter preocupante do

qual denotar-se-á a total desrespeito pela dignidade humana.

Posto isso, contata-se que o judiciário acerta e tem sucesso onde a pedagogia tem

falhado. Portanto, é necessário desmistificar a ideia sobre a dificuldade em aforar

demanda indenizatória contra a instituição de ensino ou contra os pais dos agressores.

Os sítios eletrônicos de pesquisa de julgados processuais estão repletos de

decisões monocráticas e de colegiado que concedem vitória às vítimas e condenam

escolas e agressores ao pagamento de indenização por danos morais e materiais.

O BULLYING NAS UNIDADES ESCOLARES E SUAS IMPLICAÇÕES

A luta contra o bullying deve começar em casa, com o apoio dos pais, que devem

estar sempre atentos as mudanças de comportamento de seus filhos. Por outro lado, os

professores devem dar continuidade e observar a convivência de seus alunos e ser capaz

de oferecer ajuda caso note algum comportamento suspeito.

Ressalta Fante e Pedra (2008 p. 83), que o bullying é responsável por sintomas

psicossomáticos e rebaixamento da resistência imunológica geralmente em crianças

menores e principalmente no horário de ir para à escola, como náusea, tontura, dor no

estômago, dores de cabeça, dentre outras. Ocasionando até mesmo doenças de causas

psicossomáticas como bulimia, alergias, rinite, anorexia, obesidade e gastrite.

De acordo com Lopes Neto (2011, p. 109):

A avaliação psiquiatra e ou psicológica pode ser necessária e deve ser

garantida nos casos em que as crianças ou adolescentes apresentem

alterações de personalidade, intensa agressividade e distúrbios de

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conduta ou se mantenham, por longo período, na figura de alvo, autor

ou alvo/autor.

Sendo assim Fante e Pedra (2008, p. 84), nos diz que o bullying pode acarretar

prejuízos irreversíveis no desenvolvimento sócio educacional, cognitivo e emocional

como medo, dificuldade de concentração, angustia, cansaço, depressão, insegurança,

fobias entre outros. E com o tempo o bullying pode desencadear transtornos

psicológicos graves, resultando muitas vezes em massacres causados por alunos.

Conforme Fante e Pedra (2008, p. 80), algumas vítimas em casos mais graves

podem suicidar-se ao em vez de aguentar tal perseguição. Muitos casos de suicídio de

alunos nas escolas, vem sendo apresentado pela mídia, até mesmo massacres em massa

que podem ter se desencadeado pelo bullying.

Um dos casos de maior repercussão no Brasil foi o caso na Escola pública Tasso

da Silveira:

No Caso Concreto, no dia 7 de abril de 2011, ocorreu um assassinato em massa na

escola pública Tasso da Silveira, localizada na cidade do Rio de Janeiro. O autor da

tragédia foi Wellington Menezes de Oliveira, um jovem de 23 anos e ex-aluno da

escola. O ato custou à vida de 12 adolescentes com faixa etária entre 12 e 14 anos de

idade. A tragédia foi ainda maior, pois depois de realizar o massacre, ao ser cercado

por policiais, Wellington cometeu suicídio. A motivação do ato é incerta, embora

vídeos postados na internet pelo autor dessem indícios, que sua intenção era matar os

alunos e o depoimento de um colega próximo a Wellington, apontou que o atirador

sofria várias humilhações na escola, devido ao seu jeito de ser, que descreveu como

alguém calado, introspectivo, muito tímido. Talvez por ser mais reservado que os

demais companheiros de estudo, é que sofria o bullying. Segundo relatos, Wellington

pesquisava muito sobre atentados terroristas, e no momento da ação, como indicam

alguns especialistas, estava acometido por um surto psicótico. O crime chocou o

Brasil, e teve repercussão internacional. Aqui um trecho da carta escrita por

Wellington, encontrada em sua posse após ser morto: "Muitas vezes aconteceu

comigo de ser agredido por um grupo, e todos os que estavam por perto debochavam,

se divertiam com as humilhações que eu sofria, sem se importar com meus

sentimentos". E, conforme o depoimento de um ex-colega: "Certa vez no colégio

pegaram Wellington de cabeça para baixo, botaram dentro da privada e deram

descarga. Algumas pessoas instigavam as meninas: 'vai lá, mexe com ele'. Ou até

incentivo delas mesmo: 'Vamos brincar com ele, vamos sacanear'. As meninas

passavam a mão nele (...).``Presume-se que ele tenha planejado a ação com intuito de

se vingar dos maus tratos ocorridos. De acordo com testemunhas, antes de atirar, ele

se referia as vítimas meninas como seres impuros, e planejava matar somente elas.

(Disponível em

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:<https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/artigo/2753/consequencias-

implicacoes-bullyng-envolvidos-ambiente-escolar> Acesso em: 28 abr.2018).

Neste cenário o dia sete de abril entrou para o calendário como o Dia Nacional de

Combate ao Bullying e à Violência na Escola. O Projeto foi aprovado pelo Plenário do

Senado, exatamente cinco anos depois do massacre de Realengo.

Neste aspecto fez as autoridades repensar com mais rigor a respeito, e em

novembro de 2015 o Brasil aprovou a Lei 13.185, de 06 de novembro de 2015, e entrou

em vigor em 09/02/2016, considerando um marco jurídico de combate ao bullying, até

então, o Brasil não possuía uma Lei específica voltada ao enfrentamento do bullying.

Esta foi a primeira Lei nacional que tem como objetivo prevenir e combater a prática da

intimidação sistemática no país, pois tem como propósito desencorajar atos de violência

no âmbito escolar.

De acordo com a Lei 13.185: Em seu artigo 1º, institui que o Programa de

Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) deve ser aplicado em todo o território

nacional (BRASIL, 2015), e defini, no § 1º o conceito legal da modalidade de violência

a cerca, do fenômeno bullying.

A legislação dispõe neste parágrafo que os ataques podem ser feitos por uma

pessoa ou um grupo, com o objetivo de intimidar e agredir, bem como no segundo

parágrafo Programa de Combate à Intimidação Sistemática poderá fundamentar as ações

do Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, bem

como de outros órgãos.

Dando seguimento, em seu artigo segundo a lei procura caracterizar as várias

formas de como essas agressões podem ser vivenciadas e exemplos de condutas que se

encaixam na violência, no parágrafo segundo específica ao mundo virtual, o

ciberbullying se concretiza com depreciações, divulgação de mensagens que gerem

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REVISTA ELETRÔNICA DO CURSO DE DIREITO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS- ESTADO DE SÃO PAULO VOLUME 18 – Nº 01 - 2018

Revista Jurídica do Centro Universitário ”Dr. Edmundo Ulson” – UNAR, Araras, v.18, n.01, p.332-366, nov.2018. DOI: 10.18762/1983-5019.20180015

algum constrangimento envio ou adulteração de fotos, entre outras que circulam no

mundo virtual:

Segundo Lira e Lira Filho (2016), essas não são as únicas agressões identificadas

nas escolas, acredita-se que se trata de um rol meramente exemplificativo de ações que

caracterizam o bullying, servindo de orientação para pais, professores e alunos acerca

das atitudes violentas no ambiente escolar. (Disponível em:<

http://periodicos.fibrapara.edu.br/index.php/fibralex/article/view/28> Acesso em: 01

mai. 2018).

Em seu artigo terceiro, as classificações sobre as maneiras de se praticar as ações

de intimidação sendo seus atos danosos do bullying:

Art. 3º A intimidação sistemática (bullying) pode ser classificada,

conforme as ações praticadas, como:

I - verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente;

II - moral: difamar, caluniar, disseminar rumores;

III - sexual: assediar, induzir e/ou abusar;

IV - social: ignorar, isolar e excluir;

V - psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar,

manipular, chantagear e infernizar;

VI - físico: socar, chutar, bater;

VII - material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem;

VIII - virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade,

enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento

ou com o intuito de criar meios de constrangimento psicológico e

social.

Salienta Mesquita (2015), que firmadas as parcerias previstas artigo segundo e

sétimo, o ideal seria a participação do Conselho Nacional de Justiça, em conjunto com

os membros do Poder Judiciário, para que sejam realizadas estatísticas precisas dos

eventos de bullying dentro das escolas, associações e clubes. Esperamos que em breve

possamos ter de forma precisa o quanto o Poder Judiciário é solicitado em relação aos

casos de bullying. Só assim saberemos se o programa de prevenção ao bullying

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instituídos estão realmente sendo bem recepcionados pela sociedade e sua real

efetividade.

DIREITO E O FENÔMENO BULLYING

O Direito existe na sociedade para gerar padrões de comportamento considerados

adequados. A norma jurídica descreve comportamentos que devem pautar a convivência

social harmônica, e sanções aplicáveis, quando estas expectativas de comportamento

não são respeitadas.

Por sua vez Pereira Costa (2012), pontua que o bullying, como qualquer

comportamento nocivo à sociedade, deve ser coibido pelo Direito, deverá ser analisado

juridicamente, de que forma ocorreu o bullying e quais as consequências geradas no

caso concreto. (Disponível

em:<https://www.cidp.pt/publicacoes/revistas/ridb/2012/07/2012_07_4223_4263.pdf

>Acesso em: 01 mai.2018).

A Constituição Federal de 1988, trouxe em seu artigo a proteção integral à criança

e ao adolescente, fundamentando que é dever da família juntamente com o Estado e a

sociedade, assegurar com absoluta prioridade o direito à vida, à saúde, à dignidade, ao

respeito, à liberdade, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,

discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão conforme explanado no

artigo 227 da Constituição Federal:

A Lei 8.069 de 13/07/1990, estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente e

enfatiza a proteção constitucional, traz várias normas de proteção que podem ser

utilizadas, inclusive, como meios de se garantir a proteção contra o bullying.

Em seu artigo 3° dispõe:

Art. 3º A criança e os adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes à pessoa humana sem prejuízo da proteção

integral de que trata esta Lei, assegurando se lhes, por lei ou por

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outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes

facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social,

em condições de liberdade e dignidade.

Todos devem garantir a segurança destas pessoas em desenvolvimento, o artigo

13º estabelece:

Art. 13º os casos de suspeita ou confirmação de maus tratos contra a

criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados aos

Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras

providências legais.

Sendo assim explana a previsão constitucional do direito à dignidade das pessoas

humanas o artigo 15º que diz:

Art.15º a criança e os adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e

à dignidade como pessoas humanas, em processo de desenvolvimento

e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na

Constituição e nas leis.

O Estado, a família e a sociedade possuem papeis fundamentais na prevenção e

combate nas práticas de Bullying. Por mais que desempenhem funções diferentes o

objetivo será o mesmo.

O Estado pode tomar várias formas de conscientização para evitar a prática do

bullying, dentre elas a produção de Lei 13.185 já em vigência e campanhas de

informação e conscientização.

Linhares (2014) nos informa que:

Atualmente as escolas estão aplicando uma política antibullying que é

lançada pelo Estado como meio de ajudar no combate. Através dessa

política que é inserida no projeto pedagógico da escola, é mostrado

para os alunos que não é permito nenhuma prática de Bullying e que

qualquer comportamento agressivo gerará uma consequência. É um

meio de coação aos agressores. (Disponível em:<

https://www.webartigos.com/artigos/o-papel-da-familia-da-escola-e-

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do-estado-diante-das-praticas-de-bullying-escolar/118368> Acesso

em: 05 de mai. 2018).

Segundo Nogueira (2006), a proximidade com a família é um dos aspectos de

transformação no ambiente escolar:

A instituição escolar moderna deve conceber seu trabalho educativo

em conexão com as vivências trazidas de casa, pelo educando. Hoje

mais do que nunca, o discurso da escola afirma a necessidade de se

conhecer a família para bem se compreender a criança, assim como

para obter uma continuidade entre sua própria ação educacional e a da

família. (Disponível em:

<http://www.seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/viewFile/6850%

20/4121> Acesso em: 05.mai.2018).

O que nota se é que a família tem um papel muito importante, pois a forma de

educação dentro dela pode ser definida como um meio de conduzir a criança para a

participação em atos violentos contra os alunos da escola em que estuda.

De acordo com Lopes Neto (2005), defende que:

Algumas condições familiares adversas parecem favorecer o

desenvolvimento da agressividade nas crianças. Pode-se identificar a

desestruturação familiar, o relacionamento afetivo pobre, o excesso de

tolerância ou de permissividade e a prática de maus-tratos físicos ou

explosões emocionais como forma de afirmação de poder dos pais.

Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa06.pdf>Acesso em:

05 mai.2018).

Assim sendo a escola como entidade educacional, formadora desses mesmos

cidadãos e de opinião, deve assumir um papel de mediadora nesse processo onde se faz

necessário buscar a parceria da família para o resgate de valores como respeito ao

próximo, a ética, companheirismo, cooperativismo e com base nesses conceitos, juntos,

elaborar ações que mude esse quadro social, que se estende a cada dia.

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O sistema jurídico deve ser alcançado por todas as pessoas que podem reivindicar

seus direitos solucionando seus litígios sob o olhar do Estado. Qualquer pessoa tem

direito subjetivo de provocar o judiciário, a justiça tem que ser de fácil acesso, qual se

faz por meio do instituto nominado de acesso à justiça.

Razaboni Junior e Leão Junior (2014), estabelecem que nem sempre será possível

solucionar os conflitos de bullying por meio de ações extrajudiciais, por mais que as

referidas ações sejam incumbência e envolva a família, comunidade, sociedade em geral

e o Poder Público, será, em determinados casos necessário, de preferência em última

ratio, o socorro ao Poder Judiciário, o qual se faz por meio do acesso à justiça.

(Disponível

em:<http://www.cescage.com.br/revistas/index.php/aporiajuridica/article/view/116>

Acesso em: 02 mai.2014).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o atual estudo, se fez necessário demonstrar o que se define por bullying,

enfatizando como um grave dano ao indivíduo. O bullying é uma forma de agressão à

dignidade da pessoa humana, gerando um ato ilícito civil reparatório, a conduta ofende

preceitos normativos contidos na Constituição Federal da República e também fere

várias normas infraconstitucionais que estabelece a solidificação e especialização a

proteção do indivíduo, entre elas o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código de

Defesa do Consumidor.

Consumada a conduta do bullying configura-se uma prática totalmente agressiva,

tanto material, física ou moral, causando traumas no aprendizado e na vida do

indivíduo. O agressor tem obrigação de repará-lo por estar violando o princípio da

dignidade da pessoa humana.

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A partir do momento que é comprovada a culpa o agressor tem o dever de reparar

o dano causado a vítima na esfera civil, e em que momento e lugar se deu a lesão para

que a responsabilidade civil alcance os estabelecimentos de ensino, e o Estado que são

prestadores de serviços de educação.

A fim de aprofundar as formas de responsabilização civil por atos de bullying que

ocorrem no âmbito escolar, e na sociedade faz se necessária a análise das diferentes

espécies de reparação do dano, verificando-se que este pode se impor de forma subjetiva

e objetiva, direta e indireta, contratual e extracontratual.

Além dos danos materiais a sociedade, passou-se preocupar com os fatos que

atingem, machucam e prejudicam o indivíduo, seja no aspecto psicológico ou moral.

Desta forma é que o dano psicológico e moral, passou a ser suscetível de

reparação civil. Abordou-se o estudo da responsabilidade dos estabelecimentos de

ensino para os casos de prejuízos causados entre os alunos ou, destes contra terceiros

ou, ainda de terceiros contra alunos dentro do espaço da escola, ou quando estiver a

serviço deste.

Na atual progressão da responsabilidade civil, observou-se influência nas relações

de serviço, incidindo também na relação entre instituição educacional e aluno. Assim,

disciplinaram o direito ao ressarcimento por danos causados aos alunos.

Dando ênfase no Código de Defesa do Consumidor, pois leva-se em conta que o

ensino é uma modalidade de serviço e o prestador deste serviço será responsável por

indenizar o dano causado à vítima. Assim a responsabilidade dos estabelecimentos de

ensino por atos de bullying é objetiva, posto que se encontra sob o amparo do Código de

Defesa do Consumidor.

Conclui-se, seja estabelecimento de ensino público ou particular, remunerado ou

não, estes respondem por qualquer mal que possa recair ao aluno no período em que o

educando estiver sob a vigilância do educador.

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Fica certo que o bullying escolar existe, é uma realidade que vem tomando

maiores proporções, acontece em qualquer instituição de ensino, seja ela pública ou

particular e requer maior atenção por parte dos educadores e dos pais, pois seus efeitos

são prejudiciais a todos.

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