bueno, cassio scarpinella€¦ · 3.1 morte ou perda da capacidade processual de qualquer das...
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ISBN978-85-472-0473-0
Bueno,CassioScarpinellaManualdedireitoprocessualcivil:inteiramenteestruturadoluzdonovoCPC,deacordocomaLein.13.256,de4-2-2016/CassioScarpinellaBueno.2.ed.rev.,atual.eampl.SoPaulo:Saraiva,2016.Bibliografia.1.Processocivil2.ProcessocivilBrasil3.ProcessocivilLegislaoBrasilI.Ttulo.CDU347.9(81)
ndicesparacatlogosistemtico:
1.Brasil:Direitoprocessualcivil347.9(81)
2.Brasil:Processocivil347.9(81)
DireoeditorialLuizRobertoCuriaGernciaeditorialThasdeCamargoRodriguesAssistnciaeditorialDanielPavaniNaveiraCoordenaogeralClarissaBoraschiMaria
PreparaodeoriginaisMariaIzabelBarreirosBitencourtBressaneAnaCristinaGarcia(coords.)
ProjetogrficoClaudirenedeMouraSantosSilvaArte,diagramaoerevisoKnow-HowEditorial
ConversoparaE-pubGuilhermeHenriqueMartinsSalvadorServioseditoriaisElaineCristinadaSilva|KelliPriscilaPinto|MarliaCordeiro
CapaAeroComunicao
Datadefechamentodaedio:12-2-2016
Dvidas?
Acessewww.editorasaraiva.com.br/direito
Nenhumaparte desta publicao poder ser reproduzida por qualquermeio ou forma sem a prvia
http://www.editorasaraiva.com.br/direito -
autorizaodaEditoraSaraiva.AviolaodosdireitosautoraiscrimeestabelecidonaLein.9.610/98epunidopeloartigo184doCdigoPenal.
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AbreviaturaseSiglas
Prlogo
Notaprvia2edio
Captulo1-ConsideraesPropeduticas
ConsideraesPropeduticas
1.Oobjetododireitoprocessualcivilouoqueestudaodireitoprocessualcivil?
2.Omodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil
2.1Princpiosconstitucionaisdodireitoprocessualcivil
2.1.1Acessojustia
2.1.2Devidoprocessolegal(devidoprocessoconstitucional)
2.1.3Contraditrio(cooperao)
2.1.4Ampladefesa
2.1.5Juiznatural
2.1.6Imparcialidade
2.1.7Duplograudejurisdio
2.1.8ColegialidadenosTribunais
2.1.9ReservadoPlenrioparadeclararainconstitucionalidadedeleiouatonormativo
2.1.10Isonomia
2.1.11Publicidade
2.1.12Motivao
2.1.13Vedaodasprovasilcitasouobtidaspormeiosilcitos
2.1.14Assistnciajurdicaintegralegratuita
2.1.15Duraorazoveldoprocesso(eficinciaprocessual)
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2.1.16Efetividadedoprocesso(efetividadedodireitopeloenoprocesso)
2.1.17Princpios-sntese
2.2Organizaojudiciria
2.3FunesessenciaisJustia
2.3.1Magistratura
2.3.2MinistrioPblico
2.3.3Advocacia
2.3.4Defensoriapblica
2.4Procedimentosjurisdicionaisconstitucionalmentediferenciados
2.5Reflexo
3.Institutosfundamentaisdodireitoprocessualcivil
3.1Jurisdio
3.2Ao
3.3Processo
3.4Defesa
4.Oneoconcretismo
4.1Tutelajurisdicional
4.1.1Cogniojurisdicional
4.2Procedimento
5.Convite
ResumodoCaptulo1
Captulo2-NormasProcessuaisCivis
NormasProcessuaisCivis
1.Paracomear
2.Normasfundamentaisdoprocessocivil
2.1Omodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil
2.2Oprincpiodainrciadajurisdio
2.3Acessojustiaemeiosalternativosdesoluodeconflitos
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2.4Princpiodaeficinciaprocessual
2.5Aboa-fobjetiva
2.6Princpiodacooperao(modelocooperativodeprocesso)
2.7Princpiodaisonomia(paridadedearmas)
2.8Hermenuticadodireitoprocessualcivil
2.9Princpiodocontraditrio
2.10Aindaemaisocontraditrio:vedaodasdecises-surpresa
2.11Princpiosdapublicidadeedafundamentao
2.12Ordemcronolgicadeconcluso
3.Aplicaodasnormasprocessuais
ResumodoCaptulo2
Captulo3-FunoJurisdicional
FunoJurisdicional
1.Paracomear
2.Jurisdio
3.Ao
3.1Legitimaoextraordinria
3.2Aindasobreointeressedeagir
4.Limitesdajurisdionacional
5.Cooperaointernacional
5.1Disposiesgerais
5.2Auxliodireto
5.3Cartarogatria
5.4Disposiescomuns
6.Competncia
6.1Disposiesgerais
6.2Modificaodacompetncia
6.3Incompetncia
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7.Cooperaonacional
ResumodoCaptulo3
Captulo4-SujeitosdoProcesso
SujeitosdoProcesso
1.Paracomear
2.Parteseprocuradores
2.1Capacidadedeestaremjuzoecapacidadeprocessual(legitimaoprocessual)
2.2Deveres
2.3Responsabilidadedaspartespordanoprocessual
2.4Despesas,honorriosadvocatciosemultas
2.5GratuidadedaJustia
2.6Dosprocuradores(advocaciaprivada)
2.7Sucessodaspartesedosprocuradores
3.Litisconsrcio
3.1Regimedolitisconsrcio
4.Intervenodeterceiros
4.1Assistncia
4.1.1Assistnciasimpleseassistncialitisconsorcial
4.1.2Atuaodoassistente
4.1.3Justiadadeciso(eficciadainterveno)
4.2Denunciaodalide
4.2.1Posiododenunciado
4.2.2Julgamentodadenunciaoeverbasdesucumbncia
4.3Chamamentoaoprocesso
4.3.1Sentenadeprocedncia
4.4Incidentededesconsideraodapersonalidadejurdica
4.5Amicuscuriae
5.JuizeauxiliaresdaJustia
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5.1Deveres-podereseresponsabilidadedojuiz
5.2Impedimentoesuspeio
5.3AuxiliaresdaJustia
5.3.1Escrivo,chefedesecretariaeoficialdejustia
5.3.2Perito
5.3.3Depositrioeadministrador
5.3.4Intrpreteetradutor
5.3.5Conciliadoresemediadoresjudiciais
6.MinistrioPblico
7.Advocaciapblica
8.DefensoriaPblica
ResumodoCaptulo4
Captulo5-AtosProcessuais
AtosProcessuais
1.Paracomear
2.Forma,tempoelugardosatosprocessuais
3.Formadosatosprocessuais
3.1Prticaeletrnicadeatosprocessuais
3.2Atosdaspartes
3.3Pronunciamentosdojuiz
3.4Atosdoescrivooudochefedesecretaria
3.5Negciosprocessuais
3.6Calendrioprocessual
4.Tempodosatosprocessuais
5.Lugardosatosprocessuais
6.Prazos
6.1Contagemefluncia
6.2Verificaoepenalidades
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7.Comunicaodosatosprocessuais
7.1Citao
7.1.1Modalidadesdecitao
7.2Cartas
7.3Intimaes
8.Nulidades
9.Distribuioeregistro
10.Valordacausa
ResumodoCaptulo5
Captulo6-TutelaProvisria
TutelaProvisria
1.Paracomear
2.Nomenclaturaempregada
3.Tutelaprovisriaesuasespcies
4.Disposiesgerais
4.1Competncia
4.2Deverdemotivao
4.3Duraodatutelaprovisria
4.4Dever-podergeraldeasseguramento(cautela)edesatisfao(antecipao)
4.5Tutelaprovisriarequeridaemcarterincidental
4.6Recorribilidadedasinterlocutriasrelativasatutelaprovisria
5.Tuteladeurgncia
5.1Pressupostos
5.2Cauo
5.3Concessoliminaroumedianteaudinciadejustificao
5.4Quandohouverirreversibilidade
5.5Efetivaodatutelaprovisriadeurgnciadenaturezacautelar
5.6Responsabilidadepelaprestaodatuteladeurgncia
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6.Tutelaantecipadarequeridaemcarterantecedente
6.1Petioinicial
6.2Seconcedidaatutelaantecipadaantecedente
6.3Senoconcedidaatutelaantecipadaantecedente
6.4Senohouveraditamentodapetioinicial
6.5Estabilizaodatutelaprovisria
6.5.1Dinmicadaestabilizao
7.Tutelacautelarrequeridaemcarterantecedente
7.1Citaodoruesuasatitudes
7.2Apresentaodopedidoprincipal
7.3Durao
7.4Indeferimentodatutelacautelarepedidoprincipal
8.Tuteladaevidncia
9.Restriestutelaprovisria
ResumodoCaptulo6
Captulo7-Formao,SuspensoeExtinodoProcesso
Formao,SuspensoeExtinodoProcesso
1.Paracomear
2.Formaodoprocesso
3.Suspensodoprocesso
3.1Morteouperdadacapacidadeprocessualdequalquerdaspartes,deseurepresentantelegaloudeseuprocurador
3.2Convenodaspartes
3.3Arguiodeimpedimentooususpeio
3.4Admissodeincidentederesoluodedemandasrepetitivas
3.5Relaesexternascomadecisodemrito
3.5.1Relaoentreprocessoscivilepenal
3.6Foramaior
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3.7Tribunalmartimo
3.8OutroscasosprevistosnoCPC
4.Extinodoprocesso
4.1Extinodoprocessoeprviosaneamento
ResumodoCaptulo7
Captulo8-FasePostulatria
FasePostulatria
1.Paracomear
2.Petioinicial
2.1Ojuzoaquedirigida
2.2Qualificaodaspartes
2.3Ofatoeosfundamentosjurdicosdopedido
2.4Opedidocomassuasespecificaes
2.5Ovalordacausa
2.6Asprovascomqueoautorpretendedemonstraraverdadedosfatosalegados
2.7Aopodoautorpelarealizaoounodeaudinciadeconciliaooudemediao
2.8Outrasexigncias
3.Juzodeadmissibilidadedapetioinicial
3.1Juzodeadmissibilidadepositivo
3.2Juzodeadmissibilidadeneutro
3.3Juzodeadmissibilidadenegativo
3.3.1Indeferimentodapetioinicial
3.3.2Improcedncialiminardopedido
4.Audinciadeconciliaooudemediao
4.1Norealizao
4.2Dinmica
5.Contestao,reconveno,reveliaeoutroscomportamentosdoru
5.1Contestao
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5.1.1Prazo
5.1.2Preliminares
5.1.2.1Inexistnciaounulidadedacitao
5.1.2.2Incompetnciaabsolutaerelativa
5.1.2.3Incorreodovalordacausa
5.1.2.4Inpciadapetioinicial
5.1.2.5Perempo
5.1.2.6Litispendnciaecoisajulgada
5.1.2.7Conexo
5.1.2.8Incapacidadedaparte,defeitoderepresentaooufaltadeautorizao
5.1.2.9Convenodearbitragem
5.1.2.10Ausnciadelegitimidadeoudeinteresseprocessual
5.1.2.11Faltadecauooudeoutraprestaoquealeiexigecomopreliminar
5.1.2.12Indevidaconcessodobenefciodegratuidadedejustia
5.1.3Defesasdemrito
5.2Reconveno
5.3Revelia
5.4Outroscomportamentosdoru
ResumodoCaptulo7
Captulo9-FaseOrdinatria
FaseOrdinatria
1.Paracomear
2.Providnciaspreliminares
3.Julgamentoconformeoestadodoprocesso
3.1Extinodoprocesso
3.1.1Extinosemresoluodemrito
3.1.2Extinocomresoluodemrito
3.1.3Extinoparcial
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3.2Julgamentoantecipadodomrito
3.3Julgamentoantecipadoparcialdomrito
3.4Saneamentoeorganizaodoprocesso
3.4.1Esclarecimentoseajustesnadecisodesaneamentoeorganizao
3.4.2Delimitaoconsensualdasquestesdefatoededireito
3.4.3Audinciadesaneamento(saneamentocooperativo)
3.4.4Provatestemunhal
3.4.5Provapericial
ResumodoCaptulo9
Captulo10-FaseInstrutria
FaseInstrutria
1.Paracomear
2.Audinciadeinstruoejulgamento
2.1Aberturaeadiamentodaaudincia
2.2Instruoedebates
2.3Julgamento
3.Direitoprobatrio
3.1Disposiesgerais
3.2Princpios
3.3nusdaprova
3.4Objetodaprova
3.5Dinmicadaprova
4.Produoantecipadadaprova
5.Atanotarial
6.Depoimentopessoal
6.1Produododepoimento
7.Confisso
7.1Espcieseregimejurdico
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8.Exibiodedocumentooucoisa
8.1Exibiorequeridaemfacedapartecontrria
8.2Exibiorequeridaemfacedeterceiro
8.3Exibiodeterminadadeofcio
9.Provadocumental
9.1Foraprobantedosdocumentos
9.2Arguiodefalsidade
9.3Produodaprovadocumental
10.Documentoseletrnicos
11.Provatestemunhal
11.1Admissibilidadeevalordaprovatestemunhal
11.2Produodaprovatestemunhal
12.Provapericial
12.1Perito,assistentestcnicoseatospreparatriosdapercia
12.2Produodaprovapericial
12.3Avaliaodapercia
12.4Perciaconsensual
13.Inspeojudicial
ResumodoCaptulo10
Captulo11-FaseDecisria
FaseDecisria
1.Paracomear
2.Sentena
2.1Sentenasterminativas
2.1.1Indeferimentodapetioinicial
2.1.2Paralisaoeabandonodoprocesso
2.1.3Ausnciadepressupostosprocessuaisdeexistnciaoudevalidade.Presenadepressupostosprocessuaisnegativos
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2.1.4Irregularidadenoexercciododireitodeao
2.1.5Desistncia
2.1.6Intransmissibilidadedodireito
2.1.7Outroscasos
2.1.8Atuaooficiosadojuiz
2.1.9Peculiaridaderecursal
2.1.10Reproposituradademanda
2.2Sentenasdefinitivas
2.2.1Acolhimentoourejeiodopedido
2.2.2Decadnciaouprescrio
2.2.3Homologaodeatosdispositivosouautocompositivos
2.2.4Possibilidadedejulgamentodemrito
2.3Elementosdasentena.Deverdefundamentao
2.4Vinculaodasentenaao(s)pedido(s)
2.5Fatosnovos
2.6Princpiodainvariabilidadedasentena
3.Hipotecajudiciria
4.Remessanecessria
5.Julgamentodasaesrelativassprestaesdefazer,denofazeredeentregarcoisa
5.1Prestaesdefazerounofazer
5.2Prestaesdeentregadecoisa
5.3Conversoemperdasedanos
6.Sentenaeemissodedeclaraodevontade
7.Coisajulgada
7.1Coisajulgadaformalecoisajulgadamaterial
7.2Limitesobjetivos
7.2.1Coisajulgadaequestesprejudiciais.Ainsubsistnciadaaodeclaratriaincidental
7.3Limitessubjetivos
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7.4Limitestemporais
7.5Precluso
ResumodoCaptulo11
Captulo12-Liquidao
Liquidao
1.Paracomear
2.Liquidaoparcial
3.Limitescognitivosdaliquidao
4.Liquidaoporarbitramento
5.Liquidaopeloprocedimentocomum
6.Quandosetratardeclculosaritmticos
7.Liquidaoprovisria
ResumodoCaptulo12
Captulo13-CumprimentodeSentena
CumprimentodeSentena
1.Paracomear
2.Disposiesgerais
2.1Iniciativadoexequente.Intimaodapartecontrria
2.2Ttulosexecutivosjudiciais
2.2.1Decisoquereconheceexigibilidadeobrigacional
2.2.2Decisohomologatriadeautocomposiojudicial
2.2.3Decisohomologatriadeautocomposioextrajudicial
2.2.4Formalecertidodepartilha
2.2.5CrditodeauxiliardaJustia
2.2.6Sentenapenalcondenatriatransitadaemjulgado
2.2.7Sentenaarbitral
2.2.8Sentenaedecisointerlocutriaestrangeiras
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2.2.9Citaoparainciodaetapadecumprimento
2.3Competncia
2.4Protestodadecisotransitadaemjulgado.Negativaodoexecutado
3.Cumprimentoprovisrio
3.1Conceitoeespcies
3.2Regimedocumprimentoprovisrio
3.2.1Impugnao
3.2.2Incidnciademultanocasodenopagamento
3.2.3Honorriosdeadvogado
3.2.4Retornoaoestadoanterior
3.2.5Execuoprovisriaettuloexecutivoextrajudicial
3.3Dispensadacauo
3.3.1Manutenodacauo
3.3.2Prestaodacauo
3.4Documentaoparaocumprimentoprovisrio
3.4.1Momentodeformulaodorequerimento
3.5Outrasmodalidadesobrigacionais
4.Cumprimentodefinitivodasentenaquereconheaaexigibilidadedeobrigaodepagarquantiacerta
4.1Flunciadoprazoparapagamento
4.2Orequerimentoparainciodaetapadecumprimento.Demonstrativodiscriminadoeatualizadodocrdito
4.3Impugnao
4.3.1Matriasarguveisnaimpugnao
4.3.1.1Faltaounulidadedacitao
4.3.1.2Ilegitimidadedeparte
4.3.1.3Inexequibilidadedottuloouinexigibilidadedaobrigao
4.3.1.4Penhoraincorretaouavaliaoerrnea
4.3.1.5Excessodeexecuooucumulaoindevidadeexecues
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4.3.1.6Incompetnciaabsolutaourelativadojuzodaexecuo
4.3.1.7Causasmodificativasouextintivasdaobrigao
4.3.2Suspeioeimpedimento
4.3.3Efeitosuspensivo
4.3.4Procedimentodaimpugnao
4.3.5Manifestaesdoexecutadoapsaimpugnao.Exceeseobjeesdepr-executividade
4.4Iniciativadoru
4.5Atipicidadedosmeiosexecutivos
5.Cumprimentodasentenaquereconheaaexigibilidadedeobrigaodeprestaralimentos
5.1Outrastcnicasexecutivas
5.2Tiposdealimentostutelados
5.3Constituiodecapital
6.CumprimentodasentenaquereconheaaexigibilidadedeobrigaodepagarquantiacertapelaFazendaPblica
6.1Impugnao
6.1.1Efeitosuspensivo
6.2Pagamentoporprecatrioourequisiodepequenovalor
7.Cumprimentodasentenaquereconheaaexigibilidadedeobrigaodefazer,denofazeroudeentregarcoisa
7.1Cumprimentodasentenaemsetratandodeobrigaesdefazeroudenofazer
7.1.1Tutelaespecficaeresultadoprticoequivalente
7.1.2Tcnicasexecutivas
7.1.2.1Especialmenteamulta
7.2Cumprimentodasentenaquereconheaaexigibilidadedeobrigaodeentregarcoisa
ResumodoCaptulo13
Captulo14-ProcedimentosEspeciais
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ProcedimentosEspeciais
1.Paracomear
1.1Umtemacomvariaes
1.2Primeiravisodosprocedimentosespeciais
1.3Anomenclaturaempregada
2.Aodeconsignaoempagamento
3.Aodeexigircontas
4.Aespossessrias
5.Aodedivisoededemarcaodeterrasparticulares
6.Aodedissoluoparcialdesociedade
7.Inventrioepartilha
8.Embargosdeterceiro
9.Oposio
10.Habilitao
11.Aesdefamlia
12.Aomonitria
13.Homologaodopenhorlegal
14.Regulaodeavariagrossa
15.Restauraodeautos
16.Jurisdiovoluntria
16.1Disposiesgerais
16.2Notificaoeinterpelao
16.3Alienaojudicial
16.4Divrcioeseparaoconsensuais,aextinoconsensualdeunioestveleaalteraodoregimedebensdomatrimnio
16.5Testamentosecodicilos
16.6Heranajacente
16.7Bensdosausentes
16.8Coisasvagas
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16.9Interdio
16.10Disposiescomunstutelaecuratela
16.11Organizaoefiscalizaodasfundaes
16.12Ratificaodosprotestosmartimosedosprocessostestemunhveisformadosabordo
ResumodoCaptulo14
Captulo15-ProcessodeExecuo
ProcessodeExecuo
1.Paracomear
2.Disposiesgeraisdaexecuo
2.1Partes
2.2Competncia
2.3Ttuloexecutivo
2.3.1Letradecmbio,notapromissria,duplicata,debntureecheque
2.3.2Escriturapblicaououtrodocumentopblicoassinadopelodevedor
2.3.3Documentoparticularassinadopelodevedoreporduastestemunhas
2.3.4InstrumentodetransaoreferendadopeloMinistrioPblico,pelaDefensoriaPblica,pelaAdvocaciaPblica,pelosadvogadosdostransatoresouporconciliadoroumediadorcredenciadoportribunal
2.3.5Contratogarantidoporhipoteca,penhor,anticreseououtrodireitorealdegarantiaeaquelegarantidoporcauo
2.3.6Contratodesegurodevidaemcasodemorte
2.3.7Crditodecorrentedeforoelaudmio
2.3.8Crditodealugueldeimveleencargosacessrios
2.3.9CertidodedvidaativadaFazendaPblicadaUnio,dosEstados,doDistritoFederaledosMunicpios,correspondenteaoscrditosinscritosnaformadalei
2.3.10Crditoreferentescontribuiesordinriasouextraordinriasdecondomnioedilcio
2.3.11Certidoexpedidaporserventianotarialouderegistrorelativaavaloresdeemolumentosedemaisdespesasdevidaspelosatosporelapraticados,fixadosnastabelas
-
estabelecidasemlei
2.3.12Demaisttulosaosquaisaleiatribuirforaexecutiva
2.3.13Ttulosexecutivosextrajudiciaisestrangeiros
2.3.14Ttuloexecutivoeprocessodeconhecimento
2.4Responsabilidadepatrimonial
2.5Fraudeexecuo
3.Diversasespciesdeexecuo
3.1Petioinicial
3.2Execuoparaentregadecoisa
3.2.1Coisacerta
3.2.2Coisaincerta
3.3Execuodasobrigaesdefazeroudenofazer
3.3.1Obrigaesdefazer
3.3.2Obrigaesdenofazer
3.4Execuoporquantiacerta
3.4.1Citaoearresto
3.4.2Certidocomprobatriadaadmissodaexecuo
3.4.3Penhora,depsitoeavaliao
3.4.3.1Documentaodapenhora,registroedepsito
3.4.3.2Lugardarealizaodapenhora
3.4.3.3Modificaesdapenhora
3.4.3.4Modalidadesdepenhora
3.4.3.4.1Penhoradedinheiroemdepsitoouemaplicaofinanceira
3.4.3.4.2Penhoradecrditos
3.4.3.4.3Penhoradequotasouaesdesociedadespersonificadas
3.4.3.4.4Penhoradeempresa,deoutrosestabelecimentosedesemoventes
3.4.3.4.5Penhoradepercentualdefaturamentodeempresa
3.4.3.4.6Penhoradefrutoserendimentosdecoisamvelouimvel
-
3.4.3.5Avaliao
3.4.4Expropriao
3.4.4.1Adjudicao
3.4.4.2Alienao
3.4.4.2.1Alienaoporiniciativaparticular
3.4.4.2.2Alienaoemleilojudicial
3.4.5Satisfaodocrdito
3.4.5.1Levantamentopeloexequente
3.4.5.2Concursosingulardecredores
3.4.6ExecuocontraaFazendaPblica
3.4.7Execuodealimentos
4.Embargosexecuo
4.1Prazo
4.2Fundamentos
4.3Rejeioliminar
4.4Efeitosuspensivo
4.5Procedimentoejulgamento
4.6Moratria
5.Suspensoeextinodoprocessodeexecuo
5.1Suspenso
5.2Extino
ResumodoCaptulo15
Captulo16-ProcessosnosTribunais
ProcessosnosTribunais
1.Paracomear
2.Disposiesgerais
2.1Direitojurisprudencial
2.2Julgamentodecasosrepetitivos
-
3.OrdemdosprocessosnosTribunais
3.1Deveres-poderesdorelator
3.2Preparativosparaojulgamento
3.3Sustentaooral
3.4Dinmicaedocumentaodosjulgamentos
3.5Prolongamentodojulgamentonoscasosdejulgamentopormaioria
4.Incidentedeassunodecompetncia
4.1Pressupostosefinalidade
4.2Competncia
4.3Legitimidadeeinstaurao
4.4Consequnciasdojulgamento
5.Incidentedearguiodeinconstitucionalidade
5.1Dispensa
5.2Instruo
5.3Julgamentoeconsequncias
6.Conflitodecompetncia
6.1Instauraoelegitimidade
6.2Contraditrioeinstruo
6.3Atitudesdorelator
6.4Julgamentocolegiadoeconsequncias
7.Homologaodedecisoestrangeiraeexequatur
7.1Abrangncia
7.2Homologaodemedidasdeurgncia
7.3Elementosparaahomologao
7.4Procedimento
7.5Cumprimento
8.Aorescisria
8.1Hiptesesdecabimento
-
8.1.1Aaoanulatria
8.2Legitimidade
8.3Petioinicial
8.4Tutelaprovisria
8.5Procedimento
8.6Julgamento
8.7Prazo
9.Incidentederesoluodedemandasrepetitivas
9.1Feioepressupostosdeadmissibilidade
9.2Legitimados
9.3Ofciooupetiodeinstaurao
9.4Admissibilidade
9.5Atitudesdorelator
9.5.1Suspensodosprocessos
9.5.1.1EspecialmenteasuspensorequeridaaoSTJouaoSTF
9.5.2Instruo
9.6Julgamento
9.6.1Abrangncia
9.6.2Consequncias
9.6.3Divulgao
9.6.4Prazo
9.7Revisodatese
9.8Recursoextraordinrioerecursoespecial
10.Reclamao
10.1Naturezajurdica
10.2Hiptesesdecabimento
10.3Competncia,legitimidadeepetioinicial
10.4Atitudesdorelatoreprocedimento
-
10.5Julgamentoesuasconsequncias
ResumodoCaptulo16
Captulo17-Recursos
Recursos
1.Paracomear
2.Elementosdeumateoriageraldosrecursos
2.1Definio
2.2Classificao
2.3Princpios
2.4Juzodeadmissibilidadeejuzodemrito
2.5Efeitos
3.Disposiesgerais
3.1Cabimento
3.2Eficciaimediataeefeitosuspensivo
3.3Legitimidade
3.4Recursoadesivo
3.5Atosdispositivosrelativosaorecurso
3.6Tempestividade
3.7Recursodelitisconsorte
3.8Preparo
3.9Efeitosubstitutivo
3.10Baixadeautos
4.Apelao
4.1Petiodeinterposio
4.1.1Questesnovas
4.2Efeitosuspensivo
4.2.1Atribuioopejudicisdoefeitosuspensivo
4.3Efeitodevolutivoetranslativo
-
4.4NoTribunal
5.Agravodeinstrumento
5.1Petiodeinterposio
5.1.1Formaodoinstrumento
5.2Apresentaonaprimeirainstncia
5.3NoTribunal
6.Agravointerno
6.1Petiodeinterposio
6.2Julgamento
7.Embargosdedeclarao
7.1Prazo
7.2Processamento
7.3Efeitosuspensivo
7.4Julgamento
7.5Efeitomodificativo
7.6Multa
7.7Embargosdedeclaraoeprequestionamento
8.Recursoordinrio
8.1Aplicaodadisciplinadaapelaoedoagravodeinstrumento
9.Recursoextraordinrioerecursoespecial
9.1Petiodeinterposio
9.2Efeitosuspensivo
9.3Demonstraodarepercussogeral
9.4Contrarrazes
9.5Interposiosimultnea
9.6Reenvio
9.7Julgamento
9.8Recursosextraordinrioeespecialrepetitivos
-
9.8.1Identificaodaocorrnciaderecursosmltiplosesuaseleo
9.8.2SuspensodosprocessosdeterminadapeloTJouTRF
9.8.3Decisodeafetao
9.8.4SuspensodosprocessosdeterminadapelosTribunaisSuperiores
9.8.4.1Suspensonocasodoincidentederesoluodedemandarepetitiva
9.8.5Preparaoparajulgamento
9.8.6Julgamentoeconsequncias
9.8.6.1NoSTFenoSTJ
9.8.6.2NosTJs,nosTRFsenaprimeirainstncia
9.8.7Manutenodoacrdorecorrido
9.8.8Julgamentodeoutrasquestesperanteotribunaldeorigem
10.Agravoemrecursoespecialeemrecursoextraordinrio
11.Embargosdedivergncia
11.1Demonstraodadivergncia
11.2Processamento
ResumodoCaptulo17
Eplogo
Vocabulrio
deDireitoProcessualCivil
Bibliografia
Sites**
-
CassioScarpinellaBuenoAdvogadoformadopelaFaculdadedeDireitoda
PontifciaUniversidadeCatlicadeSoPaulo(PUCSP),instituionaqualobteve
os ttulos de Mestre (1996), Doutor (1998) e Livre-docente (2005) em Direito
ProcessualCivil,todoscomanotamxima,eondeexerceasfunesdeProfessor-
doutor de Direito Processual Civil nos cursos de Graduao, Especializao,
Mestrado eDoutorado.VisitingScholar daColumbiaUniversity (NovaYork) no
anoacadmicode2000/2001.Vice-PresidentedoInstitutoBrasileirodeDireito
Processual (IBDP), e membro do Instituto Iberoamericano de Direito Processual
(IIDP)edaAssociaoInternacionaldeDireitoProcessual(IAPL).
Integrou a Comisso Revisora do Anteprojeto do novo Cdigo de Processo
CivilnoSenadoFederaleparticipoudosEncontrosdeTrabalhodeJuristassobreo
mesmoProjetonombitodaCmaradosDeputados.
autor de 21 livros, dentre os quais destacam-se os seguintes, todos
publicados pela Editora Saraiva: (1)Curso sistematizado de direito processual
civil(em7volumes);(2)NovoCdigodeProcessoCivilanotado;(3)Projetosde
novoCdigodeProcessoCivilcomparadoseanotados:SenadoFederal (PLSn.
166/2010) e Cmara dosDeputados (PL n. 8.046/2010); e (4)Amicus curiae no
processocivilbrasileiro:umterceiroenigmtico.
Escreveu mais de 60 livros em coautoria e mais de 70 artigos cientficos,
alguns publicados em revistas estrangeiras. Desenvolve intensa atividade
acadmica em todo o territrio nacional, como palestrante e conferencista, bem
comonosprincipaisEncontrosdeProcessualistasdoexterior.
-
Numa lindamanh de sol, fomos ns trs passear na praia; fomos plantar sementes para,
juntos,colhermososnossossonhos.Ouvindoamsicadomaredoventoesobaluzdosol,
pensamosnonomedele,quejestavaconosco,toprotegidoetoaconchegado,dentrodela.
Tenhocertezadequeelesabe,desdeaqueledia,quefoiasuairmzinhaquemoescolheu.E
foi,porisso,pornadamais,queseuprimeirosorrisofoiparaela.
DedicoesteManualaele,onossoqueridoMateus.Seunome,diferentementedoquedizem
sobrenomes,significatantoedemaneiratoprofunda,tonossa,onossoser.Anstrs,s
nosrestaagradecer,emuito,esempre...
Aprendianotentarconvencerningum.Otrabalhodeconvencerumafaltaderespeito,
umatentativadecolonizaodooutro.
JosSaramago
-
ADCTAtodasDisposiesConstitucionaisTransitrias(daConstituioFederal)
art.artigo
CADEConselhoAdministrativodeDefesaEconmica
CCCdigoCivil(Lein.10.406,de10dejaneirode2002)
CComCdigoComercial(Lein.556,de25dejunhode1850)
CFConstituioFederal
CLTConsolidaodasLeisdoTrabalho(Decreto-Lein.5.452,de1demaiode1943)
CNJConselhoNacionaldeJustia
CNPJCadastroNacionaldePessoasJurdicas
coord.coordenadores
CPCdigoPenal(Decreto-Lein.2.848,de7dedezembrode1940)
CPCCdigodeProcessoCivil
CPCde1939CdigodeProcessoCivilde1939(Decreto-Lein.1.608,de18desetembrode1939)
CPCde1973CdigodeProcessoCivilde1973(Lein.5.869,de11dejaneirode1973)
CPCde2015CdigodeProcessoCivilde2015(Lein.13.105,de16demarode2015)
CPFCadastrodePessoasFsicas
CPPCdigodeProcessoPenal(Decreto-Lein.3.689,de3deoutubrode1941)
CTNCdigoTributrioNacional(Lein.5.172,de25deoutubrode1966)
CVMComissodeValoresMobilirios
DJeDiriodaJustiaEletrnico
ECEmendaConstitucional
-
INPIInstitutoNacionaldaPropriedadeIndustrial
j.julgado
LCLeiComplementar
m.v.maioriadevotos
Min.Ministro(a)
OABOrdemdosAdvogadosdoBrasil
org.organizadores
PUCSPPontifciaUniversidadeCatlicadeSoPaulo
RERecursoExtraordinrio
REspRecursoEspecial
RISTFRegimentoInternodoSupremoTribunalFederal
RISTJRegimentoInternodoSuperiorTribunaldeJustia
ss.seguintes
STFSupremoTribunalFederal
STJSuperiorTribunaldeJustia
TJTribunaldeJustiadosEstadose/oudoDistritoFederaleTerritrios
TJsTribunaisdeJustiadosEstadose/oudoDistritoFederaleTerritrios
TRFTribunalRegionalFederal
TRFsTribunaisRegionaisFederais
un.unnime
USPUniversidadedeSoPaulo
v.ver
vol.volume
-
AelaboraodeumManualdedireitoprocessualcivildeveu-sefundamentalmenteaquatrofatores.
Oprimeiro relaciona-sesconstantessolicitaesdealunos,nososdagraduao,paraqueeu
escrevesse algo mais condensado do que meu Curso sistematizado de direito processual civil,
preservando,contudo,asmesmasideiasepremissastericasquel,comovagarquesetevolumesme
permitem,desenvolvo.Que,emsuma,escrevessealgoqueseparecessemaiscomaexperinciaqueeles
tmemsaladeaulaquandoexponhoaquelasideiasdoquecomaleituradotextorespectivo.
Osegundofoiumpedidodemeuseditoresedaspessoasque,indispensveisaoprocessoeditorial,
sempre me deram todo o suporte necessrio para que meus livros-solo, como os chamo, viessem a
pbliconosltimosdezessete anos.DesdequandoconcluioCursosistematizado, oDr.AntonioLuiz
ToledoPinto, ento frentedoEditorial JurdicodaSaraiva, e, logoaps,oDr.LuizRobertoCuria,
Diretor do Editorial Direito & Concursos, e, mais recentemente, a Thas de Camargo Rodrigues e o
DanielPavaniNaveira,tambmdomesmoEditorial,e,desdesempre,oLuizLopesCarneiroFacchini,
responsvelpelasvendasuniversitrias,sempresugeriramqueeu,aexemplodeoutrosautoresdacasa,
tivesse tambmumManual para ofertar ao leitor interessado outra forma,mais breve, de conhecer e
estudarodireitoprocessualcivil.
OterceirofoioCPCde2015.Nessecaso,odesafiodeescreverumManualfoi,antesdetudo,uma
maneiradeeuprprioestudarmaisdetidamenteonovoCdigo,preparando-meparaasinmerasaulas,
detodososnveiseemtodososlugaresquevenhotendooprivilgiodeministrar.comoseescrever
esteManualfosseummododeaprenderapensarerefletirsobreaqueleCdigo.Comosempre,estudei
simulando aulas, escrevendo, ditando emeditando a respeito do objeto de estudo. Isso aprendi desde
muitocedocomminhame,entoservi-medestametodologia.
Oquartoeltimofatortambmrelaciona-seaoCPCde2015.Emumsentidomaisretrospectivoque
oanterior,esteManualquerrefletirtodaaexperinciaque,desdeosprimeirosmovimentosemdireo
ao que hoje a Lei n. 13.105/2015, acumulei. E no foi pouca: tive o privilgio de participar da
ComissoTcnicadeapoioelaboraodorelatrio-geralnoSenadoFederalno2semestrede2010,
ao ladodo saudosoMinistroAthosGusmoCarneiro, doDesembargador eProfessorDorivalRenato
-
PavanedoProfessorLuizHenriqueVolpeCamargo, sobabatutadoSenadorValterPereira,doMato
GrossodoSul;elaborei,aoladodeoutrostrsDiretoresdoInstitutoBrasileirodeDireitoProcessual,a
ProfessoraAdaPellegriniGrinover,oProfessorCarlosAlbertoCarmonaeoProfessorPauloHenrique
dos Santos Lucon, umSubstitutivo ao Projeto aprovado no Senado, relatando-o (ao qual, alis, tanto
deve a verso final doCPCde 2015); e participei de inmeras reunies de trabalho e discusses ao
longo dos trabalhos na Cmara dos Deputados, a convite do Relator Geral do Projeto naquela casa,
DeputadoFederalPauloTeixeira,deSoPaulo.
Masnos.Nosltimosanos,ministreiincontveisaulasnaFaculdadedeDireitodaPUCSP,tendo
especificamentecomoobjetoosProjetosdoSenadoedaCmarae,maisrecentemente,oprpriotexto
aprovado do novo Cdigo (uma das disciplinas optativas ofertadas aos 9 e 10 semestres mais
concorridas entre os alunos); ofertei, ao lado da Professora Teresa Arruda Alvim Wambier, uma
disciplina no Doutorado querendo investigar o direito jurisprudencial do CPC de 2015, tudo sem
prejuzodascentenasdeoportunidadesque,emtodooBrasil,tiveparatratar,discutir,analisarecriticar
osProjetos,participandodosmaisvariadoseventos,congressosefrunsdediscusso.
SobreosProjetos,alis,nopossodeixardemencionar,aindaparailustrarestequartofator,olivro
queescrevisobreeles,comparandoodoSenadocomodaCmarainiciativaqueviabiliza,alis,uma
discussosriasobreoslimitesdoprocessolegislativoeaversofinaldoCPCde2015,pouqussimo
comum,emboraindispensvel,e,comoCdigojpromulgado,olanamentodomeuNovoCdigode
ProcessoCivilanotado,querecebeugenerosssimaacolhidadopblicoleitor.
Asntesedessesquatrofatoresoqueoprezadoleitortememsuasmos.
NesteManualqueroexporodireitoprocessualciviltendocomopanodefundoprincipalmente,mas
nos,oCPCde2015.Eexp-lodaformamaisdireta,simplesefidedignapossvel.Umvolumes,
bem direto, para que todos ns possamos compreender, com a leitura rpida de uma escrita a mais
didticapossvel,odireitoprocessualcivilextradodoenoCPCde2015.Quaseumaboa conversa
sobreodireitoprocessualcivil,tendooCPCde2015comorefernciaobrigatria.
Noapenas e exclusivamente sobreoCPCde2015, evidentequeno.H elementos alheios ao
Cdigo (e a qualquer outra lei ordinria) que devem ser levados em conta pelo processualista civil,
mesmoquandoapropostaaexposiodemaneirasimplesdesuamatria.oprprioart.1doCPC
de 2015 que o evidencia, ao remeter seu intrprete necessidade de o processo civil ser ordenado,
disciplinado e interpretado, conforme os valores fundamentais estabelecidos na Constituio da
RepblicaFederativadoBrasil.E,muitoantesdeleoudaideiadeumnovoCdigo,comooquefoi
-
promulgadopelaLein.13.105,de16demarode2015,oqueleveiquaseduascentenasdepginaspara
expordesdea1ediodovolume1domeuCursosistematizadodedireitoprocessualcivil.Trata-se,
digo de vez, semprejuzo do que voumeocupar a respeito ao longoda exposio nesteManual, do
modelo constitucional de direito processual civil.No s de suaconstatao,mas e em idntica
importnciadesuaaplicao,desuacolocaoemprtica.
Nessesentido,esteManual,emlargaescala,partedeondeomeuCursosistematizadochegou,em
suassucessivaseconstantesediesereediesdesdequandoseusprimeirosvolumesforamlanados,
em2007.Elequernosfixarumanovaformadepensarodireitoprocessualcivil,mastambmeem
idnticamedidaampliar,demonstrare testaressanovaformadepensar.Alis,almdoacolhimento
expresso pelo art. 1 do CPC de 2015, do j mencionado modelo constitucional, no me parece
desnecessrioconstatarque,emlargaslinhas,eleobservaamesmasequnciaedistribuiodematrias
que lancei nos diversos volumes do meu Curso sistematizado, enfatizando, assim que penso, a
necessidadedecumprimentooudaexecuo dodireito aplicvel espcie, isto , prestandoa tutela
jurisdicionaldevida.Umaposturaquebemseharmonizacomoquedenominoneoconcretismo.
Assim,emtermosbemdiretos,masnomenosexatos,esteManualquerexplicarodireitoprocessual
civil e o CPC de 2015 a partir das premissas tericas que apresento, em carter verdadeiramente
introdutrio, noCaptulo1.Tudoparaviabilizar aoprezado leitor, pormeiode sua leitura e reflexo
sobresuaslies,ideiasepropostashumexpressoconvitequeformulonofimdaqueleCaptulopara
tanto,conheceroCPCde2015eentend-loparabemaplicarodireitoprocessualcivil.Bemaplic-lo,
permito-me frisar, porque o bom processualista supera ou pelo menos cria condio de superar os
problemasprocessuais (nooscria), e isso, de forma assumida e aberta, para viabilizar a escorreita
prestaodatutelajurisdicional,razodeserdetudoaquiloqueestudamos.****
EsteManualescritoemprimeirapessoa,tantoquantoestePrlogo.Aescolhaestsubliminarmente
justificadanosfatoresquemelevaramsuaelaborao:eleretratabasicamenteminhaexperinciacomo
professor emsalade aula.Principalmente,masno s, nas aulasqueministro, em todososnveisdo
ensinosuperior,commuitoorgulho,hmaisdevinteanosnaFaculdadedeDireitodaPUCSP.
Tambmentendoqueousodaprimeirapessoapermiteaconstruodeumverdadeirodilogocomo
leitor,sempreprezado,eque,assimespero,tornealeituratoatrativaquantoprazerosaaescrita.
A exposio ao longo desteManual a mais linear possvel. A sucesso de Captulos observa,
conscientemente, a ordem escolhida pelo CPC de 2015, exceo do primeiro, vocacionado
-
apresentao das consideraes propeduticas, e que quer fornecer ao prezado leitor elementos para
desenvolverumavisocrticaeprpriadodireitoprocessualcivilcomoumtodoedoCPCde2015em
particular, levando em conta, inclusive, e nem poderia ser diferente, variadas questes relativas ao
processolegislativoqueculminaramnapromulgaodaLein.13.105,de16demarode2015.Sempre,
contudo, ofertando ao leitor, diante das incontveis perplexidades do novo CPC, as alternativas e as
opesqueseapresentamcomoasmaisadequadas.
Aps a apresentao de toda a matria, que culmina no eplogo, trago um breve vocabulrio de
direito processual civil, que quer auxiliar o prezado leitor a inteirar-se da terminologia tcnica da
disciplina,umverdadeirodialeto,oprocessuals,inseridononomenossofisticadojuridiqus.
Ao final, a bibliografia quer apresentar diversas alternativas de leitura e de pesquisa ao prezado
leitorpara,querendo,aprofundareprosseguirnosseusestudos.
AssimcomoocorreueaindaocorrecomomeuCursosistematizadodireitoprocessualcivil,crticas
esugestessosempremuitobem-vindas.Incentivoseelogiostambm.Elaseeles,aomenosparamim,
mostram que o caminho, ainda quando certo, pode ser sempre aprimorado; se errado, corrigido. O
prezadoleitorpodemeescrever,paraestesfins,[email protected].
oquebastaparanodesvirtuarafunodeumprlogo.
Uma boa leitura, prezado leitor, na esperana, de que este Manual possa comunicar-se
suficientementebeme, com isso, realizar seupapel, estabelecendoumaverdadeiraponte entre aquele
que o escreve e quem o l: uma ponte que quer fornecer elementos para a compreenso do direito
processual civil em um contexto normativo e valorativo expressamente reconhecido e direcionado ao
atingimentodesuafinalidade.Qual?Aconcretizaododireitomaterialpeloprocessoenoprocesso.
mailto:[email protected] -
Fazendo coro aoque escrevonoprembuloda2 ediodomeuNovoCdigodeProcessoCivil
anotado,a2ediodesteManualdedireitoprocessualcivil,emvolumenico,justifica-sedepoisde
umagenerosssimaacolhidadopblico leitor,deprofessoresedealunosdosmaisdiversos locaisdo
Brasil.
A2ediovemrevista,atualizadaeampliada,inclusivecomosacrscimosedesenvolvimentosque
sejustificaramemrazodeleisqueentraramemvigorapsofechamentoda1edio.Soelas:Lein.
13.129,de26demaiode2015(quealtera,parcialmente,aleidearbitragem);Lein.13.140,de26de
junhode2015(quetratadamediao);Lein.13.146,de6dejulhode2015(queinstituioEstatutoda
PessoacomDeficincia)eLein.13.151,de28dejulhode2015(quemodifica,emparte,oregimede
fundaesnoCdigoCivil).
Masnos.
OadventodaLein.13.256/2016,quealteroudiversosdispositivosdoCPCde2015aindadurante
sua vacatio legis, justificou a reelaborao de diversas passagens deste trabalho, considerando as
profundas (e nem sempre sistemticas, muito pelo contrrio, alis) modificaes que aquele diploma
legislativotrouxe,sobretudo,masnos,paraorecursoespecialeparaorecursoextraordinrio.
Considerando o carter eminentemente didtico do trabalho, entendi oportuno introduzir, nesta 2
edio,quadros-resumoaotrminodecadaumdosCaptulos.Elescorrespondem,comasmodificaes
que se fizeram necessrias, ao material de apoio que me acompanhou nas muitas dezenas de
oportunidadesquetiveparaexporonovoCPCdenorteasul,deoestealestedoBrasilaolongode2015
e,atmesmo,noexterior.Damesmaformaqueelesmeforam(emesoe,tenhocerteza,aindasero)
utilssimos no apaixonantemister de apresentar (e problematizar e sistematizar) oCPC de 2015 para
todososinteressadosquetiveoprivilgiodeencontraremtodasaquelasdiversssimaseenriquecedoras
oportunidades,tenhocertezadequeelesseromuitobemrecebidospelopblicoleitor,pelosestudiosos
epelosestudantesemgeralparacompreendermaisadequadamenteanovasistemticaprocessual.
A forma de escrita da 1 edio, enaltecendo o dilogo constante com o prezado leitor, est
preservadae,assimespero,aperfeioadaemdiversostrechos.Tudoparapensar,criticamente,oCPCde
-
2015, longe da passividade e da acriticidade que tanto caracteriza a doutrina que quer ter carter
didtico. Aquelas caractersticas, estou absolutamente convencido disto, so atributos totalmente
diversoseque,nosseusdevidoslugaresesteumdelesprecisamsercombinadosparaqueo(bom)
contedochegue(daformamaisacessvelpossvel)aoleitor.
EsteManualquer,portanto,nosdescrever,mas, tambm,proporumaviso (neoconcretista)de
todoofenmenoprocessualcivil.Comoescrevialhures,oqueprecisamosconstruiroCPCde2015
problematizando-o, testando-o,pensando-o, sempre de forma crtica. Nada de frases de efeito e de
soluesapriorsticasqueenganampelasimplicidadeesoperigosasporqueconvidamanorefletir,a
nopensar...
Istoescrito,passoaosagradecimentos.
Em primeiro lugar, aos meus carssimos amigos e assistentes (litisconsorciais, como sempre
afirmo)DanielBrajalVeigaeRicardoCollucci,quevmmeacompanhandonosltimosanosfrentedas
minhas turmas de direito processual civil daPUCSP, comoparte das exigncias dos crditos dePs-
graduao, meu sincero agradecimento pela ateno, pelos comentrios e pela oportunidade de
convivnciaacadmica.
Em segundo lugar, s minhas alunas e aos meus alunos da PUCSP que tanto me honram e me
honraram, ainda mais em 2015, quando me elegeram seu paraninfo. A elas e a eles agradeo
sensibilizadonapessoadaLasNemeCuryAugustoRezende,brilhantealunaeminhaauxiliardeensino
durante boa parte de seu curso de bacharelado. A todas as alunas e a todos os alunos, meu muito
obrigado;elaseeles,que,tenhocerteza,sabempensarodireito(muitoalmdodireitoprocessualcivil,
alis),construindo-o, noo repetindo.Dentre os alunos que se formaramem2015, agradeo tambm
nominalmenteaoJooCarlosMagalhes,meuauxiliardeensinoaolongode2015,quemeauxiliouna
confernciadasprovasduranteaproduoeditorialdosoriginaisdesteManual.
Emterceirolugar,atodosaquelesque,diretaouindiretamente,emsaladeaulaouforadela,pore-
mailoupelasredessociaiscontriburamparaoresultadofinal,queagoravemapblico.Emespecial,
aosqueridosamigoseProfessoresAndrPaganideSousa,EliasMarquesdeMedeirosNeto,Fabiano
Carvalho, Fernando da FonsecaGajardoni, Franco Junior, HeitorVitorMendona Sica, JulioMuller,
LeonardodeFariaBeraldo,LucianoViannaArajo,MarceloBoncio,MariaCarolinaBeraldo,Maurcio
Cunha,OlavodeOliveiraNeto,RodrigoBarioni,StellaEconomidesMaciel,VitorMoreiradaFonseca,
WelderQueirozdosSantoseWilliamSantosFerreira,deixoregistrado,peranteoprezadopblicoleitor,
meumuitoobrigadopelasconversas,crticas,opinies,sugestesequestionamentossobreotrabalho.
-
Porfim,masnomenosimportante,aosmeusEditoresdaSaraiva,emespecialThasdeCamargo
RodrigueseaoDanielPavaniNaveira,pelotratamentoexemplarecuidadosocomestetrabalhodesdeo
primeiromomento.
Queessa2edio,revista,atualizadaeampliada,possa terareceptividadedaprimeiraequeela
desempenhepapelidnticoaodoquefezquandodeseulanamento:auxiliaroestudanteeoestudiosodo
direito processual civil a compreender a instigante disciplina do direito processual civil, levando em
consideraooCPCde2015comoumtodosistemticoconstrudoapartirdavisoneoconcretistado
direitoprocessualciviledomodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil.
CassioScarpinellaBueno
Fevereirode2016
-
ConsideraesPropeduticas
1.OOBJETODODIREITOPROCESSUALCIVILOUOQUEESTUDAODIREITOPROCESSUALCIVIL?
Asprimeirasperguntasa seremrespondidasporumManualdedireitoprocessualcivil so saber
paraqueserveodireitoprocessualcivil,oqueele,oqueeleestuda,qualoseuobjetivo,qualasua
utilidade;enfim,questescomoestaseoutrasaelascorrelatas.
OdireitoprocessualciviloramododireitoquesevoltaaestudaraformadeoPoderJudicirio
(Estado-juiz) exercer a sua atividade-fim, isto , prestar a tutela jurisdicional a partir do conflito de
interesse (potencial ou j existente) que exista entre duas ou mais pessoas. Como vedada que as
pessoas envolvidas nesse conflito imponham umas s outras dada soluo, elas devem dirigir-se ao
Judicirioparatanto.Essecaminhodeida(aoJudicirio),depermanncia(noJudicirio)edechegada
(peloJudicirio)soluodoconflitoesuaconcretizaoprticaimpositivaseforocasooque
ocupaoestudanteeoestudiosododireitoprocessualcivil.
Trata-se, por isso, de ramo do direito pblico, porque se volta, em primeiro plano, ao estudo da
prpriaatuaodoEstado(oexercciodesuafunojurisdicional).Eestaanlisemereceserfeitatanto
naperspectivaorganizacional,ouseja,daestruturadoPoderJudicirionoBrasil,comonaperspectiva
funcional,isto,comoeledeveatuarparaatingiraquelafinalidade.
Aindacorretodizerqueodireitoprocessualcivilvaiumpoucomaislonge.Eletambmabrangeo
estudodeoutrosmeiosderesoluodeconflitos,quenoaquelesqueenvolvemaatuao(tpica)do
PoderJudicirio.Sooschamadosmeiosalternativosdesoluodeconflitos,quebuscamasoluo
de conflitos pela aplicao do direito espcie por outros meios, que no a prestao da tutela
jurisdicionalpeloEstado-juizcomtodasassuastradicionaiscaractersticas,aprincipaldelase,paraos
finsparacpertinentes,acoercitividade, isto,a imposiodoresultadoparaumadaspartes.Nesse
-
contexto,temascomoaconciliao,amediaoeaarbitragemmerecemtambmserestudadosnombito
dodireitoprocessualcivil.Comoosespecialistasdessesmeiosalternativosbuscamidentificarmeios
mais ou menos apropriados para soluo dos diversos conflitos, variando as tcnicas consoante a
vicissitudedoconflito,ou,atmesmo,combinando-as,parecesermaiscorretotratardelescomomeios
adequadosparasoluodeconflitos.
O CPC de 2015, a propsito, expresso ao estatuir nos trs pargrafos de seu art. 3,
respectivamente,quepermitidaaarbitragemnaformadalei,queoEstadopromover,sempreque
possvel, a soluo consensual de conflitos e que a conciliao, a mediao e outros mtodos de
soluoconsensualde conflitosdevero ser estimuladospor juzes, advogados, defensorespblicos e
membrosdoMinistrioPblico,inclusivenocursodoprocessojudicial.OCPCde2015vaialmao
trazereestaumaimportantenovidadequandocomparadocomoCPCde1973disciplinaextensa
sobre a conciliao e a mediao, modificando profundamente, e por causa delas, a estrutura do
procedimentocomum.
No obstante estas consideraes sobre a importncia e a relevncia que os meios alternativos
(entenda-se:adequados)desoluodeconflitotmassumido,inclusivenombitodoCPCde2015,no
errado terpresentequeamaiorpartedaqueleCdigoe,consequentemente,deum trabalhoquequer
explicar o direito processual civil e este o objetivo desteManual, prezado leitor dedica-se ao
estudotradicionaldaprestaoda tutela jurisdicionalpela imposiododireitoaplicvelespcie
peloEstado-juiz.Noporoutrarazoqueoart.4doCPCde2015prescrevequeAspartestmo
direitodeobteremprazorazovelasoluointegraldomrito,includaaatividadesatisfativa.
Odispositivomereceserentendidonaatualidade:foi-seotempoemqueodireitoprocessualcivil
podia se dedicarmais qui, exclusivamente ao conhecimento do direito aplicvel ao caso pelo
magistrado. To importante quanto conhecer o direito a ser aplicado ao caso criar condies
concretas de aplic-lo ou, para empregar a nomenclatura do CPC de 2015, de cumprir a deciso,
satisfazendoodireitotalqualconhecidoeissoaindaquecontraavontadedaspartes.
Essacombinaodeconhecerecumprir,nosentidodesatisfazer,quejustificaoprecitadoart.4
doCPC de 2015 juris-dio e juris-satisfao (v. n. 3.1, infra) e, superiormente, a prpria
noodeacessoJustiaprevistanoincisoXXXVdoart.5daCF.TambmarazodeoCPCde
2015valer-sedaexpressoprocessodeconhecimentoedocumprimentodesentena(LivroIdaParte
Especial) no lugar do consagradssimo, preservada pelo CPC de 1973 mesmo depois das profundas
Reformaspelasquaispassounosseusltimosvintesanosdeexistncia(ejsobagidedaConstituio
-
de1988),processodeconhecimento,que,noporacaso,emfunodasconvicesedasideologias
sobreodireitoprocessualcivildapoca,ocupavapraticamenteametadedosartigosdoCPCde1973,
isto,todooseuLivroI.
Sim,prezadoleitor,foi-seotempoemqueoestudododireitoprocessualcivilpoderiaselimitarou,
quandomenos,concentrarseusmaioresesforosetemponochamadoprocessodeconhecimento,isto
, na anlise dos atos processuais produzidos desde a petio inicial at o proferimento da sentena,
quicomalgumaindagaosobreosrecursoscabveisdasdecisesproferidasnaqueleinterregno,com
especialdestaqueaorecursointerponveldaprpriasentena,aapelao,orecursoporexcelncia.
HojeeoCPCde2015sconfirmaessatendnciadoutrinria, toimportantequantooestudo
daquelesatosedoprocedimentoqueosuneoestudodosatos relativosaocumprimento doque foi
decididoembuscadasatisfaododireito,talqualreconhecido.Tambmfundamentalestudarosatos
quevisamasseguraro resultadotildoquevier a serou foidecidido,naperspectiva, atmesmo,de
anteciparoinstanteemqueasatisfaododireitoseralcanada.Jnodehojequeoprocessode
sentena (o processo de conhecimento) no pode mais ser o foco da ateno, consciente ou
inconsciente, do estudo do direito processual civil. Sentena no (e, bem entendida, nunca foi)
sinnimo de satisfao do direito.Os efeitos colaterais dessa compreenso limitada e anacrnica so
terrveis e emnada, absolutamentenada, contribuemparaummais efetivo acesso Justiano sentido
amploquecolocoemrelevo.
Tanto mais pertinente o que acabei de evidenciar, porque h diversas situaes e o direito
brasileiro especialmente repleto delas em que o conhecimento do direito aplicvel espcie
independe de prvia atuao do magistrado. So os chamados ttulos executivos extrajudiciais,
documentosque,deacordocomalei, tmeficciasimilaraoconhecimentojudicialdodireito,sque
soelaboradosentreasprpriaspartes,noplanomaterial.Nosignificaqueojuiznopossareveroque
consta do ttulo at mesmo reconhecendo o contrrio, que a dvida nele retratada j est paga, por
exemplo.Oqueocorre,nessescasos,queo focodaatuao jurisdicional,dadaapressuposio do
direito suficientemente reconhecido no ttulo executivo extrajudicial, d-se mais com a satisfao
daquele direito do que com o seu reconhecimento. o que o CPC de 2015 chama de processo de
execuo,cujadisciplinaencontra-senoLivroIIdaParteEspecial.
No por razo diversa, alis, que o CPC de 2015 inova inclusive na distribuio dasmatrias
quandocomparadocomoCPCde1973.Otratodocumprimentodesentenaedoprocessodeexecuo
antes dos recursos e, de forma mais ampla, da ordem dos processos nos Tribunais demonstrao
-
inequvocadoalcancequeoart.4mereceter.
2.OMODELOCONSTITUCIONALDODIREITOPROCESSUALCIVIL
Sendoodireitoprocessualcivilumramododireitopblico,porque,emltimaanlise,voltadoao
estudo da atividade-fim do Poder Judicirio, o exerccio da funo jurisdicional, evidencia-se a
indispensabilidadedeseuestudodar-seapartirdaCF.elaenoasleisquemoldamoser(ou
melhor,odever-ser)doEstadobrasileiro.
Aafirmaorevelamuitosobreomtodoaserempregadoparaoestudododireitoprocessualcivil.
EstudardireitoprocessualcivilapartirdaCF,antesde tudo,extrair tudooqueelacontmsobreo
direitoprocessualcivil.Todasasnormasconstitucionaisdedireitoprocessualcivilquecriamomodelo
de organizao e de atuao do Estado-juiz. Criam no sentido de impor o modelo no apenas um,
qualquerum,masomodeloasernecessariamenteobservadopelointrpreteepeloaplicadordodireito
processual civil.Trata-se,destarte,deuma imposioconstitucional.Asnormasconstitucionais, todas
elas,devemseracatadasinclusivenoquedizrespeitoestruturaodoEstado-juizedaformadesua
atuaoparaoatingimentodesuasfinalidades,oque,alis,eloquentementedesignado,noporacaso
peloincisoLIVdoart.5daprpriaCF,comodevidoprocessolegal.Seotextoconstitucionaltivesse
substitudooadjetivolegalporconstitucional,poucomaisserianecessrioaacrescentar.
Observaromodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil,destarte,noumaescolhaterica
oufilosfica.Noumacorrentedepensamentoquedependadaadesodesteoudaqueleautor,destaou
daqueladoutrinadora.Comotodaboanormaconstitucional,suaobservncia impositiva,sobpenade
inconstitucionalidade.
Nestesentido,pormaisparadoxalquepossaparecer,inequivocamenteincuooart.1doCPCde
2015,quandoprescreveque:Oprocessocivilserordenado,disciplinadoeinterpretadoconformeos
valores e as normas fundamentais estabelecidos pelaConstituio daRepblicaFederativa doBrasil,
observando-se as disposies desteCdigo. Incuo porque, em estreita harmonia com o que vim de
escrever, no h escolha entre o direito processual civil ser ou no ordenado, disciplinado e
interpretado de acordo com a Constituio. Ele ser sempre compreendido como dever-ser, no
sentidoprescritivodaexpressoordenado,disciplinadoeinterpretadodeacordocomaConstituio,
queiramos ou no. esta uma das formas de ver o queKonradHesse chama de fora normativa da
Constituio.
-
Apesar da observao relativa inocuidade daquela previso legislativa repito, ela decorre
diretamente da Constituio, sendo despicienda sua repetio pela lei infraconstitucional ,
irrecusvel queo art. 1 doCPCde 2015 pertinente para fins didticos, para que, a todo o tempo,
lembremo-nos,todos,estudantes,estudiososeaplicadoresdodireitoprocessualcivil(e,evidentemente,
doprprioCdigo),queeledeveserinterpretado,antesdetudo,apartirdaprpriaCF;queelespode
vincularseusdestinatriosnaexatamedidaemquetenhaobservadoeobserveomodeloconstitucional.
Oprezadoleitorperceber,emdiversaspassagensdesteManual,queoprprioCPCde2015que,com
alguma frequncia, se esquece e se afasta do modelo constitucional. Havendo conflito entre norma
constitucionalenormalegal,mesmoquedoCPC,oquedeveprevalecer?,perguntaroprezadoleitor.
A resposta a busca pela possvel compatibilizao entre ambas. Sendo alcanada esta
compatibilizao, aplica-se a lei devidamente conformada ao modelo constitucional, verdadeiro
processo de filtragem constitucional. Se no, deve prevalecer a CF sobre a disposio
infraconstitucional,que,irremediavelmente,inconstitucional.
Feitas essas consideraes prvias, hora de apresentar o modelo constitucional do direito
processualcivilbrasileiro.Ainiciativaquerextrair,daCF,todasasnormas(regraseprincpios,porque
ambostminegvelcarternormativo)queela trazcomrelaoaodireitoprocessualcivil.Comoso
variadssimasestasnormas,entendoquebastantetilapresent-las,parafinsdidticos,divididasem
quatrogrupos:osprincpiosconstitucionaisdodireitoprocessualcivil,aorganizaojudiciria,as
funesessenciaisJustiaeosprocedimentosjurisdicionaisconstitucionalmentediferenciados.
Mais do que enumerar os princpios constitucionais do direito processual civil, impe analisar,
desdeadoutrinadodireitoconstitucionalachamadanovahermenutica,seuadequadomtodode
utilizao,levandoemconta,notadamente,o1doart.5daCF.
O outro grupo componente do modelo constitucional do direito processual civil o relativo
estruturaeorganizaodoPoderJudiciriobrasileiro,federaleestadual.TodaelaestnaCF,eno
podeserdesconhecidapornenhumalei.
O terceiro grupo a compor o modelo constitucional do direito processual civil o das funes
essenciaisJustia.aCFquemasdescreveeasdisciplinademaneiramaisoumenosexaustiva:oque
amagistratura,comoelaseestruturaequemeoquefazomagistrado;oqueoMinistrioPblico,
comoeleseestruturaeoquefazemosseusmembros;oqueaadvocacia,pblicaouprivada,eoque
fazemosseusmembros;porfim,masnomenosimportante,oqueaDefensoriaPblica,comoelase
estrutura,eoquefazemosseusmembros.TodasessasinterrogaessoextradasdaCFeapartirdela
-
quesuasrespostasmerecemserperseguidas.
,porfim,aCFquedisciplinaporvezes,atcomminudnciatpicadeumaleiaformapelaqual
o Judicirio deve ser provocado para resolver as mais variadas questes. Desse quarto grupo do
modelo constitucional do direito processual civil, fazem parte os procedimentos jurisdicionais
constitucionalmentediferenciados.oquesedcomatutela jurisdicionaldas liberdadespblicas
(mandado de segurana, habeas corpus etc.), com o controle de constitucionalidade (concentrado e
difuso), com as smulas vinculantes do STF, com a reclamao e com a prpria execuo contra a
FazendaPblica.
Convido-o,prezadoleitor,avisitaraCFparavisualizarasnormasdecadaumdessesgrupos.Por
ora,bastanteasuanotciaeasuaadequadacontextualizao.Anecessriaaplicaodecadaumadelas
paraconformarasleisinfraconstitucionaisemgeraleprincipalmenteoprprioCPCde2015quele
modelotarefaqualmevoltoaolongodetodoesteManual.
2.1Princpiosconstitucionaisdodireitoprocessualcivil
Oprimeirogrupoqueexponhoacercadomodeloconstitucionalsoosprincpiosconstitucionaisdo
direito processual civil. Eles ocupam-se especificamente com a conformao do prprio processo,
assim entendido o mtodo de exerccio da funo jurisdicional. So eles que fornecem as diretrizes
mnimas, embora fundamentais, de como deve se dar o prprio comportamento do Estado-juiz. Eles
prescrevem,destarte,omododeser(maisprecisamente,dedever-ser)doprocessonaperspectiva
constitucional.
Senohouvesseleiprocessualcivilnenhuma,omnimoessencialaserobservadonaconstruode
tais leis e, mais genericamente, de um Cdigo de Processo Civil, qualquer que fosse ele, em terras
brasileirasaomenos,deveria ser extradodiretamentedaCF.Aafirmao tantomaispertinentepor
causadeumapeculiaridadedonossodireito:o1doart.5daCFdispensaanecessidadedequalquer
lei para que todos os direitos e garantias, explcitos ou implcitos, nele previstos e amaioria dos
princpiosaquireferidossoextradosdaqueledispositivosejamobservados.
Os princpios que reputo essenciais para a compreenso desse mnimo essencial do direito
processualcivilsoosseguintes.
2.1.1Acessojustia
-
Oprimeiro dos princpios constitucionais do processo civil que deve ser exposto o usualmente
chamadodeacessojustiaetemcomosinnimosacessoordemjurdicajusta,inafastabilidade
dajurisdioouinafastabilidadedocontrolejurisdicional.
Ele quer significar o grau de abertura imposto pela CF para o direito processual civil. Grau de
aberturanosentidodeseramplamentedesejvel,noplanoconstitucional,oacessoaoPoderJudicirio.
oquesel,comtodasasletras,doincisoXXXVdoart.5daCF:Aleinoexcluirdaapreciao
doPoderJudiciriolesoouamea aadireito.
A compreenso de que nenhuma lei excluir ameaa ou leso a direito da apreciao do Poder
Judiciriodeve ser entendidano sentidodequequalquer formade pretenso, isto , afirmaode
direito pode ser levada ao Poder Judicirio para soluo.Uma vez provocado, o Estado-juiz tem o
deverdefornecerquelequebateussuasportasumaresposta,mesmoquesejanegativa,nosentidode
que no h direito nenhum a ser tutelado ou, bem menos do que isso, uma resposta que diga ao
interessadoquenohcondiesmnimasdesaberseexiste,ouno,direitoasertutelado,isto,que
no h condies mnimas de exerccio da prpria funo jurisdicional, o que poder ocorrer por
diversasrazes,inclusiveporfaltaromnimoindispensvelparaoqueaprpriaCFexigecomodevido
processolegal.
OincisoXXXVdoart.5daCFexpressoquantoaqualquerameaaoulesoadireitonopoder
serafastadadoPoderJudicirio.Odispositivo impe,por issomesmo,queodireitoprocessualcivil
estruture-se, desde a CF, em duas grandes frentes. Uma voltada reparao de leses ocorridas no
passado,umapropostaretrospectivada funo jurisdicional,eoutra,voltadaparao futuro,umaviso
prospectiva do processo, destinada a evitar a consumao de quaisquer leses a direito, dizer, a
emissodeumaformadetutelajurisdicionalqueimunizequaisquerameaasindependentementedeelas
converterem-se em leses. Independentemente, at mesmo, de elas gerarem quaisquer danos. Basta,
quandoaameaaoforodaspreocupaesdaatuaojurisdicional,quehajaumasituaoantijurdica.
SeaCFimpequealeinoretiredoPoderJudicirioaapreciaodequalquerameaaoulesoa
direito,nohcomonegarquequalquer leie,commaiorvigorainda,qualquerato infralegalque
pretenda subtrair da apreciao do Poder Judicirio ameaa ou leso a direito irremediavelmente
inconstitucional.Comooexercciododireitodeaoconsagradonestedispositivoimpeamanifestao
doEstado-juizecomoestaatuaotemqueseradequada(devida)paraoutorgaratutelajurisdicionaltal
qual requerida, no h como admitir que a lei possa pretenderminimizar o processo e as tcnicas
processuaisadotadasouadotveisporeleparaexerccioescorreitodafunojurisdicional,sobpenade,
-
indiretamente, minimizar-se a amplitude do inciso XXXV do art. 5 da CF e, por isso mesmo, ser
irremediavelmenteinconstitucional.
O dispositivo tambm permite interpretao no sentido de que o acesso ao Estado-juiz nele
asseguradonoimpede,muitopelocontrrio,queoEstado, inclusiveoJudicirio,busquee,maisque
isso,incentiveabuscadeoutrosmecanismosdesoluodeconflitos,aindaquenojurisdicionais.Uma
coisanegar,oqueabsolutamentecorreto,quenenhumalesoouameaaadireitopossaserafastada
doPoderJudicirio.Outra,absolutamenteincorreta,entenderquesomenteoJudicirioeoexerccioda
funo jurisdicional podem resolver conflitos, como se fosse esta uma competncia exclusiva sua.
incorreta essa compreenso totalizante do Poder Judicirio e, por isso mesmo, que o estudo dos
chamados meios alternativos (no sentido de no jurisdicionais e no estatais) to importante,
inclusiveparaaformaodoestudanteedoestudiosododireitoprocessualcivilcomoquisfrisar,no
poracaso,desdeon.1,supra.
Assim,evitaroacessojustiacorretonosentidodesebuscar(e,atmesmo,incentivar,comofaz
oCPCde 2015) a soluo de conflitos por outrosmtodos.Nunca, no entanto, no sentido de afastar,
impedindo ou obstaculizando, o acesso soluo jurisdicional estatal quando malogradas aquelas
tentativasou,simplesmente,porqueosinteressadosporelanoseinteressam.
2.1.2Devidoprocessolegal(devidoprocessoconstitucional)
Seoprincpiodoacessojustiarepresenta,fundamentalmente,aideiadequeoJudicirioest
aberto,desdeoplanoconstitucional,aquaisquersituaesdeameaasoulesesadireito,oprincpio
do devido processo legal volta-se, basicamente, a indicar as condies mnimas em que o
desenvolvimentodoprocesso,isto,omtododeatuaodoEstado-juizparalidarcomaafirmaode
umasituaodeameaaoulesoadireito,devesedar.
EleexpressonoincisoLIVdoart.5daCF:ningumserprivadodaliberdadeoudeseusbens
semodevidoprocessolegal.
Trata-se de conformar o mtodo de manifestao de atuao do Estado-juiz a um padro de
adequaoaosvaloresqueaprpriaCFimpeatuaodoEstadoeemconformidadecomaquiloque,
dadasascaractersticasdoEstadobrasileiro,esperamaquelesquesedirigemaoPoderJudicirioobter
delecomo resposta.umprincpio,destarte,deconformaodaatuaodoEstadoaumespecial (e
preconcebido)modelodeagir.
-
Oprocessodeveserdevidoporque,emumEstadoDemocrticodeDireito,nobastaqueoEstado
atue de qualquer forma, mas deve atuar de acordo com regras preestabelecidas e que assegurem,
amplamente, que os interessados na soluo da questo levada ao Judicirio exeram todas as
possibilidadesdeataqueededefesaquelhepareamnecessrias,isto,departicipao.Oprincpio
dodevidoprocesso legal, nesse contexto, deve ser entendidocomooprincpio regenteda atuaodo
Estado-juiz, desde o momento em que ele provocado at o instante em que o mesmo Estado-juiz,
reconhecendoodireitolesionadoouameaado,criecondiesconcretasdesuareparaoouimunizao
correspondente.
Pelasrazesapresentadasnopargrafoanterior,oprincpiododevidoprocessolegalconsiderado
por boa parte da doutrina como um princpio-sntese ou princpio de encerramento de todos os
valores ou concepes do que se entende como um processo justo e adequado, isto , como
representativosuficientedetodososdemaisindicadospelaprpriaCFe,emgeral,desenvolvidospela
doutrinaepelajurisprudncia.OptouaConstituiobrasileira,noentanto,pordistinguirexpressamente
diversoscomponentesdodevidoprocessolegalpeloquefundamentalseuexamemaisdetalhado.Trata-
se de uma explcita opopoltica do direito brasileiro quanto previso expressa de uma srie de
princpiosdoprocessocivil,aindaqueelespossam,emcadacasoconcreto,terincidnciaconjunta.A
CF,ao indicar,expressamente,qualocontedomnimodo devidoprocesso legal que ela prpria
garanteexplicitamente,nopermitequequalquerintrpreteouaplicadordodireitoreduzaoseualcance
esuaamplitudesemqueissoincidaemflagrante(edireta)inconstitucionalidade.
Porestarazo,alis,aliadacorretacompreensodaimportnciadomodeloconstitucionalparao
estudododireitoprocessualcivil,nohcomodeixardereconhecerqueochamadodevidoprocesso
legal , antes de tudo, um devido processo constitucional, expresso que enfatiza que a pauta de
reflexosobreodireito,emummodelodeEstadocomoobrasileiro,temquepartirdaConstituioeno
dalei.Destarte,aexpressoqueesteManualpassaaempregardaquiemdiante.
2.1.3Contraditrio(cooperao)
OprincpiodocontraditriovemexpressonoincisoLVdoart.5daCF:aoslitigantes,emprocesso
judicialouadministrativo,eaosacusadosemgeralsoasseguradosocontraditrioeampladefesa,com
osmeios e recursos a ela inerentes.Oncleo essencial doprincpiodo contraditrio compe-se, de
acordocomadoutrinatradicional,deumbinmio:cinciaeresistnciaouinformaoereao.O
primeirodesseselementossempreindispensvel;osegundo,eventualoupossvel.
-
desejvel,contudo,iralm,atparadistinguirocontraditriodaampladefesa.Contraditriodeve
ser entendido como possibilidade de participao e colaborao ou cooperao ampla de todos os
sujeitosprocessuaisaolongodetodooprocesso.Emais:estaparticipao,colaboraooucooperao
devemsercompreendidasnaperspectivadeasparteseeventuais terceiros intervenientesconseguirem
influenciar adecisodo juiz.Quandomenos,que tenhamcondies reais, efetivas,de influenciar os
diversos atos e decises a serem proferidas pelo magistrado ao longo do processo. Contraditrio
realizaoconcreta,tambmemjuzo,dasopespolticasdolegisladorbrasileirosobreomodelode
EstadoadotadopelaConstituiobrasileira.Contraditrioformapelaqualseefetivamosprincpios
democrticos da Repblica brasileira, que viabiliza ampla participao no exerccio das funes
estatais. esta a razo, alis, pela qual correto entender que o prpriomagistrado est sujeito ao
contraditrio,naamplaacepoquedestaqueiacima,oqueoCPCde2015capturaadequadamentecomo
severificaemvriosdeseusdispositivos,emespecialnosarts.9e10,quevedamoproferimentode
decisespelomagistradosemqueantesaspartessejamouvidas,mesmonaquelescasosemquecabeao
magistrado pronunciar-se de ofcio, isto , independentemente da provao de qualquer outro sujeito
processual.
OmodelodeprocessoestabelecidopeloCPCde2015,bemcompreendidoeemplenaharmoniacom
omodelo constitucional inequivocamente de umprocesso cooperativo emque todos os sujeitos
processuais(aspartes,eventuaisterceirosintervenientes,osauxiliaresdajustiaeoprpriomagistrado)
cooperemoucolaborementresicomvistasaumafinalidadecomum:aprestaodatutelajurisdicional.
Acompreensodeque todosossujeitosprocessuais,cadaqualnasespecificidadesdecorrentesde
seumisterinstitucional(advogados,dentrodaticaedoordenamentojurdicodefenderoosinteresses
que lhe so confiados por seus clientes; membros do Ministrio Pblico, observando os mesmos
quadrantes, atuaro emprol de interesses que justificam sua intervenono processo civil), someio
essencial para viabilizar a prestao da tutela jurisdicional para quem, na perspectiva do direito
material,merec-la(que,emltimaanlise,ofimdoprocesso)essencialpararealizarconcretamente
ocomandoestampadonoart.6doCPCde2015,que,insisto,joquemereciaserextradodesdea
concepodocontraditriocomocooperaonocontextoconstitucional.
2.1.4Ampladefesa
OmesmoincisoLVdoart.5daCF,quefazexpressarefernciaaoprincpiodocontraditrio,lista,
tambmcomoprincpioconstitucional,odaampladefesacomosrecursosaelainerentes.
-
Noh razoparadeixardeentenderaampladefesa,maisaindaapsoqueacabeideacentuara
respeito do princpio do contraditrio, como a garantia de todo e qualquer ru (nomenclatura mais
utilizadaparaoprocessocivil)tercondiesefetivas,isto,concretasdeserespondersimputaes
quelhesodirigidasantesqueseusefeitosdecorrentespossamsersentidos.
Osrecursosaela inerentes, aque se refereo incisoLVdoart.5daCF,devemser entendidos
como a criao de mecanismos, de formas, de tcnicas processuais, para que a ampla defesa seja
exercitadaacontento.Nosorecursosemsentidotcnico,emsentidoprocessual,comomecanismos
de reviso ou de controle de decises judiciais. A prpria concepo de um direito fundamental
prova pode e deve ser entendida como uma forma de bem realizar o comando constitucional aqui
destacado,isto,comomeiodeseexerceramplamenteadefesa.
2.1.5Juiznatural
Oprincpiodojuiznaturalporvezestambmchamadodeprincpiodavedaodostribunaisde
exceoencontrafundamentoexpressoemdoisdispositivosdaCF,nosincisosXXXVIIeLIII,ambos
do art. 5, os quais, respectivamente, prescrevem que: no haver juzo ou tribunal de exceo e
ningumserprocessadonemsentenciadosenopelaautoridadecompetente.
O sentido tradicional do princpio, que ainda aquele que a CF quer revelar, significa que a
autoridadejudiciriaquejulgarumdeterminadocasodeverpreexistiraofatoaserjulgado.vedado
criar,apartirdeumespecficofatoconcreto,umrgojudicirioquetenhacompetnciaparajulg-lo.A
diretriz que se quer proteger com esta proibio a de se garantir, da melhor forma possvel, a
imparcialidadedorgojudicirio.
O princpio do juiz natural diz respeito, assim, identificao do juzo, isto , do rgo
jurisdicionalconstitucionalmentecompetente.fundamental,destarte,compreenderemquecondiesa
CF cria e aceita determinados rgos jurisdicionais para julgar determinados assuntos, determinadas
pessoaseassimpordiante.SerjuiznaturalaquelequeaConstituioindicarcomocompetenteou,
quandomenos,quandoela,aCF,permitirqueoseja.
O princpio do juiz natural, em suma, depende, sempre e emqualquer caso, da identificaodo
rgojurisdicionalque,deacordocomomodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil,detmouno
competncia(fixadaemabstrato,antesdofatoconflituoso)pararealizarojulgamento.
Oquealeiprocessualcivil,deseuturno,cria,concretizandoomodeloconstitucionaldoprocesso
-
civil,condies,emcadacaso,dedistribuiradequadaeracionalmenteacargadostrabalhosjudicirios
entreosdiversosrgosque compema estrutura judiciria, regulando acompetncia de cada rgo
jurisdicional.
2.1.6Imparcialidade
OprincpiodaimparcialidadenotemprevisoexpressanaCF.Adoutrina,contudo,nohesitaem
entend-lo como decorrncia do princpio do juiz natural ou, mais corretamente, como fator que o
complementa.OquehnaCF,demaneiraexpressa,demaisprximoaoprincpiodaimparcialidade
so as prerrogativas que o art. 95 reconhece ao magistrado, forma garantstica de viabilizar a ele o
exerccio pleno de suas funes processuais, ao lado das vedaes arroladas no pargrafo nico do
dispositivo.
Nobasta,apenas,queorgojudiciriopreexistaaofatoaserjulgado.Isso,porsis,podeno
garantira realizaoconcretade todososvalores idealizadosporaqueleprincpio.Tambmapessoa
natural que ocupa o cargo de magistrado no rgo competente para julgamento deve ser imparcial.
Imparcialidade,nessecontexto,significaacentuarqueomagistrado(o juiz,propriamentedito,enoo
juzo,que indicativodorgo jurisdicional) seja indiferente em relaoao litgio.Seja,no sentido
comumdapalavra, um terceiro, totalmente estranho, totalmente indiferente sorte do julgamento e ao
destinodetodosaquelesque,diretaouindiretamente,estejamenvolvidosnele.
2.1.7Duplograudejurisdio
Detodososprincpiosconstitucionaisdodireitoprocessual,omaisdifcildeseridentificadoodo
duplograudejurisdio.Isso,basicamente,porquenohconsensonadoutrinasobresuaextensoe
significado, o que agravado porque aCF no se refere a ele expressamente.Realmente no h, em
nenhum dispositivo da CF, a meno a um duplo grau de jurisdio. O que existe, para o direito
processual penal, o art. 8, n. 2, letra h, do Pacto de So Jos da Costa Rica (Conveno
InteramericanadosDireitosHumanosde 1969), que, aprovadopeloDecretoLegislativon. 27/1992 e
promulgadopeloDecreton.678/1992,temstatusdenormaconstitucional,mercdo3doart.5da
CF, dispositivo acrescentado pela EC n. 45/2004.No h, contudo, para o mbito do processo civil,
qualquerprevisosimilar.
Oqueh,aesserespeito,naCF,aprevisoeestaexpressadequeemalgumassituaeso
-
STFeoSTJatuarocomorgosdesegundograudejurisdioaojulgaremosrecursosordinrios
previstosnoart.102,II,enoart.105,II,daCF,respectivamente.
Mesmo semenunciao expressa, cabe compreendero duplograude jurisdio comoomodelo
quegarantearevisibilidadeampladasdecisesjudiciaispormagistradospreferencialmentediferentese
localizadosemnvelhierrquicodiverso.Porrevisibilidadeampladeveserentendidaaoportunidade
de tudoaquiloque levouorgoaquo a proferir uma deciso e ser contrastado pelomagistradoad
quem,inclusiveoqueserelacionacomoaspectoprobatrio.
Nesse sentido, a previso constitucional dos TRFs e dos TJs, estes, tambm previstos e
regulamentadospelas respectivasConstituiesEstaduais, desempenham suficientemente aquele papel,
quandojulgamorecursodeapelaointerponveldassentenas,quepermiteaamplarevisibilidadeque
acabeidedestacar.
Bem entendida a questo e diferentemente do que venho sustentando emmeuCurso, penso que
legtimoaolegisladorinfraconstitucionaldeixardepreverarecorribilidadegeneralizadadequaisquer
decises proferidas pelomagistradoda primeira instncia.Assim, a reduo (emverdade, limitao)
dosrecursosdaquelasdecises(chamadodeagravodeinstrumento)decorrentedoart.1.015doCPC
de2015nocontrastacomoprincpioaquiexaminado.AopopolticafeitapeloCPCde2015,no
particular, harmnica com o modelo constitucional, porque o recurso das demais decises
interlocutriasfeitaemconjuntocomaapresentaodeoutrorecurso,odeapelaoou,ainda,quando
seestabeleceocontraditrioaele,naapresentaodasrespectivascontrarrazes.
Se em determinado caso concreto, a opo do CPC de 2015 em restringir a recorribilidade das
interlocutriasdaprimeirainstncia,submetendo-asimediatamenteaoTribunalrespectivo,violaralgum
direitodojurisdicionado,oprincpiododuplograudeverpreponderare,nessesentido,darfundamento
ao cabimento de um sucedneo recursal que possa, naquele especfico caso, suprir a deficincia do
sistemarecursal.Omaiscomum,nessescasos,ousodomandadodeseguranacontraatojudicial.
2.1.8ColegialidadenosTribunais
Por princpio da colegialidade deve ser entendido que amanifestao dosTribunais brasileiros
devesercolegiadanosentidodenopoderserrealizadaporumsdeseusmembrosisoladamenteou,
comosecostumadizer,monocraticamente.comosedissessequeojuiznaturaldosTribunaiso
rgocolegiadoenoumdeseusmembrosindividualmenteconsiderados.
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Decisocolegiadanodeve ser entendida, contudo, comoadeciso tomadanecessariamentee em
qualquercasopelatotalidadedosintegrantesdoTribunalaomesmotempo.perfeitamentelegtimoe,
at mesmo desejvel, que os Tribunais, sobretudo os que tenham vrios integrantes, organizem-se
internamente,buscandomaiorracionalizaodetrabalhos.porissoquetodososTribunaisbrasileiros,
nos termosdos seus respectivos regimentos internos (art.96, I,a,daCF), subdividem-seemdiversos
gruposmenores, entre eles, as chamadas Turmas (nomenclaturamais comum no STF, no STJ e nos
TRFs)ouCmaras (nomenclaturamais comumnosTJs)paraviabilizar estamaior racionalidadena
distribuiodotrabalhoe,consequentemente,nodesempenhodesuaatividadejudicante.
O que deve haver, contudo, a possibilidade de reexame das decises monocrticas pelo rgo
colegiadocompetente.
2.1.9ReservadoPlenrioparadeclararainconstitucionalidadedeleiouatonormativo
Umamanifestaoinequvocadoprincpiodacolegialidadeareservadeplenrioparadeclarara
inconstitucionalidadedeleiouatonormativo.Emrigor,maisqueumprincpio,trata-sedeumaregrade
competnciaestabelecidapeloart.97daCF,segundooqual:Somentepelovotodamaioriaabsolutade
seus membros ou dos membros do respectivo rgo especial podero os tribunais declarar a
inconstitucionalidadedeleiouatonormativodoPoderPblico.
Deacordocomodispositivo,soTribunalPlenoou,ondeexistir,orgoespecialedesdeque
haja delegao para tanto, dada pelo prprio Pleno (art. 93, XI, da CF) que declara a
inconstitucionalidade de lei, manifestao clara, portanto, do que chamado de controle difuso ou
incidental da constitucionalidade. Se verdade que, no direito brasileiro, todo e qualquer rgo
jurisdicionaldeveexerceraquelecontrole,tambmoquequandoaconstitucionalidadediscutidano
mbitodosTribunais,quaisquerque sejameles, oPlenrioou, adependerdeexpressaprevisodo
RegimentoInterno,oseurgoEspecialquetemcompetnciaparatanto.
2.1.10Isonomia
OprincpiodaisonomiaoudaigualdadebasilarnaorganizaodoEstadobrasileiro.expresso
sobreeleocaputeoincisoIdoart.5,assimcomo,tendoemcontaoEstado-administrao,oart.37,
caput,e,comosolhosvoltadosfunotributriadoEstado,oart.150,II,todosdaCF.
A isonomiaou igualdadedeve ser entendidano sentidodequeoEstado-juiz (omagistrado,queo
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representa) deve tratar de forma igualitria os litigantes. Seja dando-lhes igualdade de condies de
manifestaoao longodoprocesso, seja criandocondiesparaque essa igualdade seja efetivamente
exercitada.
tradicional descrever o princpio da isonomia com o nome, bastante eloquente, paridade ou
igualdadedearmas.Estaformadetratardoprincpioevidenciabemanecessidadedeoferecimentode
iguais oportunidades aos litigantes ao longo do processo. No h como conceber, nessas condies,
instrumentosprocessuaisnouniformes,noiguais,noequivalentesparaaspartes.
Oprincpio,contudo,vaialm,paraatingirtambmsituaesemqueexisterealdesigualdade,uma
desigualdade pressuposta pelos litigantes. Nesses casos, legtimo que a lei crie mecanismos para
igualarasituao,colocandoempdeigualdadeambososlitigantes.Oquereleva,emtaiscasos,que
o tratamento desigual seja suficientemente justificvel, isto , que ele seja devido e adequado para
equilibrar, perante o Estado, situao de desequilbrio estranho ao processo ou, quando menos, que
surgenoprprioplanodoprocesso.oquederivadacostumeiraecorreta liodequeo tratamento
desigualsejustificanamedidaexatadadesigualdadecombatida.
2.1.11Publicidade
OprincpiodapublicidadevemexpressonoincisoLXdoart.5daCF:aleispoderrestringira
publicidadedosatosprocessuaisquandoadefesadaintimidadeouointeressesocialoexigirem.Ele
tambmconstadosincisosIXeXdoart.93daCF,amboscomaredaoquelhesdeuaECn.45/2004,
respectivamente:todososjulgamentosdosrgosdoPoderJudicirioseropblicos,efundamentadas
todas as decises, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presena, em determinados atos, s
prpriasparteseaseusadvogados,ousomenteaestes,emcasosnosquaisapreservaododireito
intimidade do interessado no sigilo no prejudique o interesse pblico informao e as decises
administrativasdostribunaisseromotivadaseemsessopblica,sendoasdisciplinarestomadaspelo
voto da maioria absoluta de seus membros. Trata-se, inequivocamente, de uma garantia poltica do
exercciodafunojurisdicional,fortenaconcepodeexercciodecontrolesobreela,tpica,portanto,
daconcepoclssicadeEstadodeDireito.
Apublicidade,talqualexigidaconstitucionalmente,temsentidoduplo.Aprimeiraacepoadeque
odireitobrasileironoadmitejulgamentossecretos.Assim,todooatuardoEstado-juizpblicono
sentidodeserpossveloacessoimediatoaele.Asegundanosentidodequetodasasdecises,para
serementendidascomotais,devemserpublicadas, isto, tornadaspblicas,acessveisaopblicoem
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geral.Tudooquecaracterizaoprocessoeprocesso,semprebomlembrar,oprpriomtodode
atuaodoEstadopblico,e,comotal,temqueestardisponvelparaquemquerqueseja.
O inciso IXdoart.93daCFadmiteexpressas restriesaoprincpiodapublicidade.Assim,nos
casosdepreservaododireitointimidadedointeressado,desdequenohajaprejuzoaointeresse
pblicoinformaodireitoquedecorredomodelodeEstadoadotadopeloBrasil,aprticadoato
processualpodeserlimitadasprpriasparteseaseusadvogadosousomenteaestes.
2.1.12Motivao
Oprincpiodamotivao,tambmchamadodeprincpiodafundamentao,temprevisoexpressa
nos mesmos incisos IX e X do art. 93 da CF, os quais expressam o princpio da publicidade. Essa
peculiaridade,contudo,nosuficienteparatratarosdoisprincpioscomoseelesfossemums,embora
possasertraadaalgumarelaoentreambos.
Oprincpiodamotivaoexpressaanecessidadedetodaequalquerdecisojudicialserexplicada,
fundamentada e justificada pelomagistrado que a proferiu, levando em conta o direito aplicvel e as
vicissitudes do caso concreto. Com isso, o princpio assegura no s a transparncia da atividade
judiciria, mas tambm viabiliza que se exercite o adequado controle de todas e quaisquer decises
jurisdicionais. Justamenteporqueodireito reclama,para suaaplicao, interpretao,e, considerando
queainterpretaodaregrajurdicareclama,parasuacorreo,aconsiderao(consciente)devalores,
fundamentalqueseverifiquearazodeomagistradoterdecididodeumaformaoudeoutrasempre
levando em conta as peculiaridades do caso concreto. No despropositado, muito pelo contrrio,
referir-seaoprincpiodamotivaocomoumaformadeomagistradoprestarcontasdoexercciode
suafuno jurisdicionalao jurisdicionado,aosdemais juzes,a todososparticipantesdoprocessoe,
maisamplamenteecomoconsequnciainafastvel,atodaasociedade.
2.1.13Vedaodasprovasilcitasouobtidaspormeiosilcitos
OprincpiodavedaodasprovasilcitasexpressonoincisoLVIdoart.5daCF.Deacordo
com o dispositivo, so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos. O que o
princpioquerproteger, acimade tudo,a intimidadedaspessoasnos termosamplosdo incisoXdo
mesmoart.5.
O referido incisoLVIpermiteadistinoentreprovas ilcitaseentreprovasobtidas pormeios
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ilcitos.Provailcitaaquelaque,emsimesmaconsiderada,fereoordenamentojurdico.Assim,por
exemplo, a tortura, expressamente proibida pelo inciso III do art. 5 da CF. Prova obtida por meios
ilcitos aquela que, comomeio de prova, admitida ou tolerada pelo sistema, mas cuja forma de
obteno,deconstituio,deformao,fereoordenamentojurdico.Bemilustraasituaoodesrespeito
aosigilodecorrespondnciaouaoitivadeconversastelefnicasnoautorizadanostermosdalei(art.
5,XII,daCF).
2.1.14Assistnciajurdicaintegralegratuita
Trata-sedeprincpioexpressamenteprevistonoincisoLXXIVdoart.5daCF:OEstadoprestar
assistncia jurdica integral e gratuita aos que comprovarem insuficincia de recursos e que permite
reduzir, se no eliminar, obstculos financeiros que privariam o economicamente hipossuficiente de
adequadoacessoJustia.
Oprincpiovaialm,contudo,doacessojustianosentidojurisdicionaldotermo,aoestabelecer
comoobrigaodoEstadonosassistnciajudiciriaintegralegratuitamas,muitomaisdoqueisto,
assistncia jurdica integral e gratuita. Isto quer significar, portanto, que tambm fora do plano do
processo,oEstadotemodeverdeatuaremproldaconscientizaojurdicadasociedadecomoumtodo,
levandoemcontatambmoshipossuficientes,orientando-oscomrelaoaosseusdireitos.Este,com
efeito,umpassodecisivoparadesenvolvimentoefortalecimentodosentimentodecidadaniadeumpovo.
fundamental que se saiba que se tem direitos at como pressuposto lgico e indispensvel para
pretenderexerc-los,seforocaso,inclusivejurisdicionalmente.
Dopontodevista jurisdicional,oquequero incisoLXXIVdoart.5daCFevitarqueocusto
inerente prestao da atividade jurisdicional seja bice para aqueles que no tenham condies de
suport-lo.Nosetratadetornaraprestaodaatividadejurisdicionalgratuita.NoissooqueaCF
estabelece.Trata-se,bemdiferentemente,deevitarquearesponsabilidadeporessescustosobstaculizeo
exercciojurisdicionaldedireitos.comosedissessedeformabemdireta,determinarqueoprprio
Estadoassuma,para todososfins,oscustos inerentesaoexercciodafunojurisdicional,demodoa
permitirquelequenoteriacondiesdesuport-losatuarprocessualmente.
AprpriaCFestabelecediretrizes segurasparaa implementaoconcretadadiretrizconstantedo
dispositivoemexame.Assim,porexemplo,oincisoLXXVIIdoart.5determinaquesogratuitasas
aes de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessrios ao exerccio da
cidadania. Ainda no plano da CF, importa destacar as Defensorias Pblicas criadas pelo art. 134
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como instituies especificamente voltadas orientao jurdica e defesa, em todos os graus, dos
necessitados,naformadoart.5,LXXIV.
2.1.15Duraorazoveldoprocesso(eficinciaprocessual)
OincisoLXXVIIIdoart.5daCF,introduzidopelaECn.45/2004,dispequeatodos,nombito
judicial e administrativo, so assegurados a razovelduraodoprocesso eosmeiosquegarantama
celeridadedesuatramitao.
Trata-se da consagrao expressa do princpio da razovel durao do processo no modelo
constitucionalbrasileiroetambmdosmeiosquegarantamaceleridadedetramitaodoprocesso.
A razovel durao do processo deve ser compreendida invariavelmente levando em conta as
especificidadesdecadacasoconcreto.Nohcomoexigirquecasoscomplexostenhamomesmotempo
de durao que processos pouco ou nada complexos. O que dado ao processualista idealizar, em
abstrato,soastcnicas,asmaisvariadasenosvariadosplanos,parabuscarumjulgamentomaisclere,
assuntoaoqualsevoltaasegundapartedodispositivoemexame.
No h, de qualquer sorte, como querer compreender o inciso LXXVIII do art. 5 da CF como
sinnimodeceleridade.Oquedeve ser relevadonele, a despeito do texto constitucional, verificar
comoeconomizaraatividadejurisdicionalnosentidodareduodestaatividade,reduodonmero
de atos processuais, qui, at, da propositura de outras demandas, resolvendo-se omaior nmero de
conflitosdeinteressesdeumasvez.Oqueoprincpioquer,destarte,queaatividadejurisdicionale
osmtodosempregadosporelasejamracionalizados,otimizados,tornadosmaiseficientes(oque,alis,
vaiaoencontrodaorganizaodetodaatividadeestatal,consoanteseextraidocaputdoart.37daCFe
doprincpiodaeficincialprevistoexpressamente),semprejuzo,evidentemente,doatingimentode
seus objetivos mais amplos. Por isso mesmo, no h por que recusar referir-se a essa faceta do
dispositivo constitucional em exame como princpio da eficincia da atividade jurisdicional. At
porqueeventualceleridadenopodecomprometeroutrasgarantiasdoprocessocontraditrio,ampla
defesa,publicidadeemotivao,apenasparacitaralgumasbemmarcantesequedemandam,porsuas
prprias caractersticas, tempo necessrio para concretizarem-se. Tampouco pode comprometer a
organizaojudiciriatambmimpostadesdeomodeloconstitucional.
2.1.16Efetividadedoprocesso(efetividadedodireitopeloenoprocesso)
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Oprincpiodaefetividadedoprocesso,porvezesdenominadodeefetividadedajurisdio,tambm
encontraseufundamentonalocuocontidanoincisoXXXVdoart.5daCFdequealeinoexcluir
nenhumalesoouameaaadireitodaapreciaodoPoderJudicirio.
Suanoonuclear repousaemverificarque,umavezobtidoo reconhecimentododireito indicado
comoameaadooulesionado,seusresultadosdevemserefetivos,isto,concretos,palpveis,sensveis
noplanoexteriordoprocesso,isto,foradoprocesso.
Oprincpiodaefetividadedoprocesso,nestesentidoediferentementedosdemais,volta-semais
especificamenteaosresultadosdatutelajurisdicionalnoplanomaterial,exterioraoprocesso.incuo
falaremumprocessojustoouemumprocessodevido,dando-seafalsaimpressodequeaqueles
atributos tendem a se esgotar com a to s observncia da correo domeio de produzir a deciso
jurisdicional apta a veicular a tutela jurisdicional. O justo e o devido, com efeito, vo alm do
reconhecimentojurisdicionaldodireito.
essa a razopelaqualmeparecemais adequadopropor, para substituir a tradicional expresso
efetividadedoprocesso,outra,quecolocanfaseondeeladeveserposta:efetividadedodireitopelo
eno processo.No se trata, enfatizo, de entender efetivo o processo em simesmo considerado.A
efetividade do processo mede-se pela sua capacidade de tornar reais (concretizados) os direitos
controvertidos,ameaadosou lesionados.oque,naperspectivadoprpriomodeloconstitucional,
suficientementealcanadopeloincisoLXXVIIIdoart.5,querotulo,nonmeroanterior,deeficincia
processual. Na exata medida em que a autotutela vedada e que a sua contrapartida a tutela
jurisdicional, irrecusvel a concluso de que a tutela daqueles direitos depende do processo. Sem
processonohdireitoefetivo.Aefetividade,destarte,dodireitoenodoprocesso.
2.1.17Princpios-sntese
Escrevi,apropsitodoprincpiododevidoprocessoconstitucional, ser frequenteaafirmaode
quesetratadeumprincpioquesintetizaomododeser(semprenosentidodedever-ser)doprocesso.
Reputo importante e extremamente didtico completar essa observao, trazendo tona, tambm
comoprincpios-sntese,outrosdois,oacessojustiaeaefetividadedodireitopeloprocesso.
Bem compree