broca no cerrado mineiro

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Broca do Café no Cerrado Mineiro (Autor: Jefferson Gitirana Neto) A broca, Hypotenemus hampei, demonstra novos hábitos de vida, até então, desconhecidos. Os fatos observados sugerem grande adaptação e elevado potencial de dano, que se traduz em prejuízos para o produtor. Na cafeicultura do cerrado mineiro, a praga encontra boas condições e desenvolve novos mecanismos de sobrevivência, como a perfuração de galerias em ramos ladrões (figura 1), um nicho ecológico alternativo que lhe oferece abrigo e, possivelmente, outra fonte de nutrição. A capacidade de perfurar os frutos pela lateral (figura 2), e a possibilidade de construção de 2 galerias por furo (figura 3), ilustram o alto potencial destrutivo da praga. Tais observações aliadas às técnicas modernas de produção, por exemplo, a irrigação, possibilitam o vingamento das flores e a granação dos frutos considerados temporões ou tardios, onde a broca se estabelecer e dá origem a uma nova geração. Sendo assim, sugere-se o estabelecimento de novas estratégias de controle, passando, fundamentalmente, pelo monitoramento contínuo da praga, ao longo de todo ano, com a utilização de aplicações direcionadas aos focos iniciais e o desenvolvimento de novos produtos, tecnicamente eficazes e ambientalmente corretos. Ainda recomenda-se identificação dos espécimes por um especialista do gênero para se averiguar a possibilidade de surgimento de uma nova espécie, diferente daquela já conhecida. Figura 1 – Broca do café perfurando e se estabelecendo em ramos ladrões, conhecidos como ramos ortotrópicos. Monte Carmelo/MG, agosto de 2010. Foto: Jefferson Gitirana Neto Foto: Jefferson Gitirana Neto Foto: Jefferson Gitirana Neto Foto: Jefferson Gitirana Neto

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Broca no Cerrado Mineiro

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Page 1: Broca no Cerrado Mineiro

Broca do Café no Cerrado Mineiro (Autor: Jefferson Gitirana Neto)

A broca, Hypotenemus hampei, demonstra novos hábitos de vida, até então, desconhecidos. Os fatos observados sugerem grande adaptação e elevado potencial de dano, que se traduz em prejuízos para o produtor. Na cafeicultura do cerrado mineiro, a praga encontra boas condições e desenvolve novos mecanismos de sobrevivência, como a perfuração de galerias em ramos ladrões (figura 1), um nicho ecológico alternativo que lhe oferece abrigo e, possivelmente, outra fonte de nutrição. A capacidade de perfurar os frutos pela lateral (figura 2), e a possibilidade de construção de 2 galerias por furo (figura 3), ilustram o alto potencial destrutivo da praga. Tais observações aliadas às técnicas modernas de produção, por exemplo, a irrigação, possibilitam o vingamento das flores e a granação dos frutos considerados temporões ou tardios, onde a broca se estabelecer e dá origem a uma nova geração. Sendo assim, sugere-se o estabelecimento de novas estratégias de controle, passando, fundamentalmente, pelo monitoramento contínuo da praga, ao longo de todo ano, com a utilização de aplicações direcionadas aos focos iniciais e o desenvolvimento de novos produtos, tecnicamente eficazes e ambientalmente corretos. Ainda recomenda-se identificação dos espécimes por um especialista do gênero para se averiguar a possibilidade de surgimento de uma nova espécie, diferente daquela já conhecida.

Figura 1 – Broca do café perfurando e se estabelecendo em ramos ladrões, conhecidos como ramos ortotrópicos. Monte Carmelo/MG, agosto de 2010.

Foto: Jefferson Gitirana Neto Foto: Jefferson Gitirana Neto

Foto: Jefferson Gitirana Neto Foto: Jefferson Gitirana Neto

Page 2: Broca no Cerrado Mineiro

Figura 2 – Broca do café perfurando a lateral do fruto e próximo ao pedicelo do fruto. Monte Carmelo/MG, fevereiro de 2011.

Figura 3 – Broca do café perfurando 2 galerias por fruto. Monte Carmelo/MG, fevereiro de 2011.

Foto: Jefferson Gitirana Neto Foto: Jefferson Gitirana Neto