brita para construxo civil

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  • CONTRATO N 48000.003155/2007-17: DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS PARA ELABORAO DO PLANO DUODECENAL (2010 - 2030) DE GEOLOGIA,

    MINERAO E TRANSFORMAO MINERAL

    MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA - MME

    SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAO E TRANSFORMAO MINERAL-SGM

    BANCO MUNDIAL

    BANCO INTERNACIONAL PARA A RECONSTRUO E DESENVOLVIMENTO - BIRD

    PRODUTO 22

    AGREGADOS PARA CONSTRUO CIVIL

    Relatrio Tcnico 30

    Perfil de brita para construo civil

    CONSULTOR

    Luiz Felipe Quaresma

    PROJETO ESTAL PROJETO DE ASSISTNCIA TCNICA AO SETOR DE ENERGIA

    Agosto de 2009

  • SUMRIO

    1. SUMRIO EXECUTIVO ...............................................................................................................3

    2. APRESENTAO..........................................................................................................................4

    3. MINERAO DE ROCHA PARA BRITA NO BRASIL: CARACTERSTICAS E EVOLUO RECENTE.....................................................................................................................6

    3.1. LOCALIZAO E DISTRIBUIO DA MINERAO DE ROCHA PARA BRITA..........6 3.2. RECURSOS E RESERVAS DE ROCHAS PARA BRITA.......................................................8 3.3. ESTRUTURA EMPRESARIAL DA PRODUO DE BRITA...............................................9 3.4. PARQUE PRODUTIVO .........................................................................................................10 3.5. RECURSOS HUMANOS .......................................................................................................11 3.6. ASPECTOS TECNOLGICOS DA MINERAO DE ROCHAS PARA BRITA...............12 3.7. ASPECTOS AMBIENTAIS....................................................................................................13 3.8. EVOLUO DA PRODUO E DO VALOR DA BRITA ..................................................14 3.9. EVOLUO E TENDNCIA DO PREO NO MERCADO.................................................17 3.10. INVESTIMENTOS NA MINERAO DE ROCHAS PARA BRITA ................................17

    4. USOS E DESTINAO DOS PRODUTOS DE BRITA.............................................................17

    5. CONSUMO ATUAL E PROJETADO DE BRITA ......................................................................19

    6. PROJEO DA PRODUO DE BRITA E DAS RESERVA DE ROCHA .............................23

    6.1. PRODUO FUTURA DE BRITA .......................................................................................23 6.2. NECESSIDADES ADICIONAIS DE RESERVAS DE ROCHAS PARA BRITA.................26

    7. PROJEO DAS NECESSIDADES DE RECURSOS HUMANOS...........................................26

    8. ARCABOUO LEGAL, TRIBUTRIO E DE INCENTIVOS FINANCEIROS E FISCAIS.....26

    9. CONCLUSES .............................................................................................................................27

    10. RECOMENDAES ..................................................................................................................29

    11. BIBLIOGRAFIA .........................................................................................................................30

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    1. SUMRIO EXECUTIVO

    Brita ou pedra britada para construo civil o produto do processo de cominuio de vrios tipos de rochas. Brita um termo utilizado para denominar fragmentos de rochas duras, originrios de processos de beneficiamento (britagem e peneiramento) de blocos maiores, extrados de macios rochosos (granito, gnaisse, basalto, calcrio) com auxlio de explosivos.

    Os produtos de pedreira so: racho, gabio, brita graduada, brita corrida, pedra (ou brita) 1, pedra (ou brita) 2, pedra (ou brita) 3 e pedra (ou brita) 4, pedra (ou brita) 5, pedrisco ou brita 0, p de pedra e areia de brita.

    Rochas para britagem so facilmente encontradas na natureza e so consideradas recursos minerais abundantes. Entretanto, essa relativa abundncia deve ser encarada com o devido cuidado. O custo de transporte da pedreira aos centros de distribuio ou ao consumidor final encarece o preo final. Praticamente todo o transporte feito por via rodoviria. Portanto, idealmente, a brita deve ser produzida o mais prximo possvel dos centros de consumo, o que torna antieconmico boa parte dos recursos minerais disponveis na natureza.

    Muitas vezes, mesmo havendo recurso mineral disponvel, ele no pode ser extrado devido s restries a sua explorao. Caso tpico de restrio o municpio do Rio de Janeiro, onde acima da cota 100 e abaixo da cota zero proibida a extrao de rocha, restringindo tanto o nvel de produo quanto vida til das pedreiras, alm de inviabilizar a abertura de novas pedreiras. reas de proteo ambiental, como o caso do Rio de Janeiro, existem em todo pas, criando restries ao uso dos recursos minerais existentes. Alm das restries ambientais, leis de zoneamento municipais restritivas tambm impedem o aproveitamento dos recursos existentes. Mesmo que no haja zoneamento municipal restritivo minerao, a prpria expanso urbana torna o acesso a esses recursos minerais invivel.

    O nmero de empresas que produzem pedra britada da ordem de 600, a maioria de controle familiar. Estas empresas geram cerca de 20 mil empregos diretos e mais de 100 mil indiretos. Sendo que 60% produzem menos de 200.000 toneladas/ano; 30%, entre 200.000 toneladas/ano e 500.000 toneladas/ano; e 10%, mais do que 500.000 toneladas/ano. No esto computadas as empresas que, mesmo que coloquem brita regularmente no mercado, produzem rocha para finalidades especficas como produo de cimento, cal, corretivo de solo, etc.

    O mercado de brita no Brasil no est consolidado. Ento, em qualquer micro mercado, pode haver de aquisies e fuses para proporcionar maior poder de competitividade. Alm da diluio dos custos, as empresas buscam maior participao em cada micro mercado, ampliao de sua rea de atuao, aumento da capacidade de fornecimento e fortalecimento de participaes nos canais de distribuio, por exemplo, nos segmentos de concreto e asfalto.

    Pedreiras para produo de pedra britada costumam ter vida bastante longa. So comuns os casos em que elas estejam em produo h mais de 30 anos. Muitas vezes sua localizao prxima s cidades torna-se um fator positivo. Algumas delas so utilizadas no fim da sua vida produtiva como depsitos de material inerte, tornando-se, depois de preenchidos reas onde outras atividades podem ser instaladas.

    Comparativamente aos pases da Europa Ocidental e da Amrica do Norte, a produtividade das empresas brasileiras ainda muito baixa. A facilidade de crdito no mercado norte-americano, por exemplo, faz com que as empresas troquem mquinas e equipamentos com mais freqncia. No Brasil, alm dos juros muito altos, o mercado esteve muito debilitado nos ltimos anos, impedindo os produtores modernizarem seu parque produtivo. Assim, enquanto os americanos podem automatizar sua planta de britagem, adquirir caminhes e carregadeiras maiores, usar sistemas

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    informatizados para comercializao, necessitando de cada vez menos funcionrios para produzir e comercializar, o produtor brasileiro est limitado na sua capacidade de investir.

    A minerao de rocha para brita no traz graves danos ambientais, se comparada com a extrao de minerais metlicos. O rejeito do processamento constitudo de material inerte, lama do processo de lavagem e classificao da brita contendo material argiloso. O problema mais notrio o paisagstico, principalmente por estarem as pedreiras situadas prximas a centros urbanos. O impacto visual da pedreira cria oposio dos passantes e da comunidade mais prxima.

    O levantamento estatstico da produo de brita falho. Para poder fazer as sries histricas de produo e consumo, foi usada a relao que existe entre o consumo da brita com o consumo do cimento e informaes parciais obtidas de outras fontes.

    Assim, a produo de 2007 foi estimada em 173 milhes de toneladas, a de 2008 em 186 milhes de toneladas. A estimativa para 2009 levou em conta a produo da Grande So Paulo, prevendo-se um aumento de 7%, o que levaria a produo para 199 milhes de toneladas.

    Para estimativa do consumo histrico de brita, a correlao foi feita com o consumo da brita. Em 2005, foram 130 milhes de toneladas; em 2006, 142 milhes; em 2007, 156 milhes; e em 2008, 185 milhes.

    Na projeo para 2030, prev-se que o consumo atinja 321milhes de toneladas no cenrio frgil, 507 milhes de toneladas no cenrio vigoroso e 783 milhes de toneladas no cenrio inovador, segundo critrios do RT 01 de Calaes.

    Na projeo da produo para 2030, prev-se que a produo estaria em 324 milhes de toneladas, 511 milhes de toneladas e 789 milhes de toneladas para os mesmos cenrios.

    Em termos de consumo per capita de agregados (areia e brita), nos cenrios propostos por

    Calaes, considerando que a populao brasileira esteja em torno de 216 milhes de habitantes em 2030, seria de 3,9 toneladas para o cenrio 1, de 6,1 toneladas para o cenrio 2 e de 9,5 toneladas para o cenrio 3. Portanto nos cenrios previstos chegaria-se a valores per capita equivalentes a de algumas das economias desenvolvidas.

    Prever-se cenrios para produo de brita complicado. No h nmeros confiveis para a produo, os mercados nas diversas regies so heterogneos, obras pblicas em curso impactam significativamente a produo, enfim uma srie de situaes que impedem a criao de cenrios confiveis.

    Quanto aos recursos minerais para a produo de brita, eles so teoricamente abundantes. Entretanto, se no forem adequadamente protegidos, sero esterilizados pela urbanizao. H necessidade de ordenamento territorial, Isto , que zoneamentos protejam tambm recursos minerais como areia, argila e rocha.

    Preocupa sobremaneira a Resoluo CONAMA n 369/06 que pode obrigar o fechamento de muitas pedreiras a partir de 2010.

    2. APRESENTAO

    O termo agregados para a construo civil usado no Brasil para identificar segmento do setor mineral que produz matria-prima mineral para emprego na construo civil. Dentro dessa denominao esto as substncias minerais areia, cascalho e rocha britada que entram em misturas para produzir concreto, asfalto e argamassa ou so utilizados in natura em base de pavimentos. Em alguns pases como Estados Unidos da Amrica e Canad, o termo agregado inclui tambm rocha

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    como o calcrio que vai para a indstria cimenteira, caieira e siderrgica, assim como areia e cascalho que vo para usos industriais.

    Segundo o Servio Geolgico Americano (United States Geological Survey - USGS), os agregados so os recursos minerais mais acessveis humanidade. So as matrias-primas mais importantes usadas na indstria da construo civil. O concreto, em mdia, contm 42% de brita, 40% de areia, 10% de cimento, 7% de gua e 1% de aditivos qumicos por metro cbico. O concreto, em volume, o segundo material mais consumido pela humanidade, sendo somente superado pela gua.

    A norma NBR 7211 da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) fixa as caractersticas exigidas para agregados que podem ser de origem natural ou resultante de processo de cominuio (britagem) de rochas estveis. Dessa forma, define agregado mido como areia de origem natural ou resultante da cominuio (britagem) de rochas, ou a mistura de ambas, cujos gros passam pela peneira ABNT de 4,8 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 0,075 mm. Define agregado grado como cascalho ou rocha britada ou a mistura de ambos, cujos gros passam por uma peneira de malha quadrada com abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 4,8 mm.

    Brita ou pedra britada para construo civil o produto do processo de cominuio de vrios tipos de rochas. Brita um termo utilizado para denominar fragmentos de rochas duras, originrios de processos de beneficiamento (britagem e peneiramento) de blocos maiores, extrados de macios rochosos (granito, gnaisse, basalto, calcrio) com auxlio de explosivos. Trata-se de um material de uso amplo e diversificado na indstria da construo civil em aplicaes como: concreto, pavimentao, edificaes, obras civis (ferrovias, tneis, barragens), obras de infra-estrutura (saneamento bsico), segundo definio tcnica de Tanno. (Sintoni, 2003).

    A princpio qualquer rocha, pode ser britada e usada na construo civil. Entretanto, para uso em concreto, em pavimento asfltico, base e sub-base, lastro de ferrovia e na produo de peas de cimento, algumas caractersticas indesejveis podem impedir seu uso, embora possam ser usadas em aterros, conteno de encostas e eroso ou manuteno de estradas de terra. As rochas mais comumente usadas na produo de brita so granito, gnaisse, basalto, diabsio, calcrio e dolomito. No Brasil, cerca de 85% da brita produzida vem de granito/gnaisse, 10% de calcrio/dolomito e 5% de basalto/diabsio.

    O estudo considera como brita para construo civil material natural proveniente de mineraes feitas para outras finalidades. Parte das rochas calcrias para produo de cimento e cal que foram rejeitadas por no atenderem s especificaes requeridas para esses usos podem ser beneficiadas e destinadas para o mercado de agregados. Muitas mineraes de calcrio e dolomito tm uma gama de subprodutos que incluem os agregados e os corretivos de solo.

    Embora possam ser utilizados com a mesma finalidade, o estudo no considera outros materiais como entulhos reciclados da construo civil ou escrias originados de processos metalrgicos e siderrgicos.

    Tambm foge ao escopo deste trabalho produo e consumo de brita feita diretamente na obra. A instalao de uma hidreltrica, por exemplo, cria a necessidade de fazer escavaes em rocha e a rocha desmontada usada na obra. Como na muitas vezes essas obras esto longe de qualquer centro consumidor de brita onde exista uma pedreira comercial, a produo e o consumo dessa brita no so registrados, embora em um pequeno perodo de tempo a quantidade produzida possa ser muito alta. O mesmo ocorre na construo de estradas em regies afastadas quando so abertas pedreiras pelas empreiteiras ou pelo servio de engenharia do Exrcito. Mesmo em regies onde haja pedreiras comerciais, rochas oriundas de abertura de cortes ou tneis so usadas na obra, mas produo e consumo no so registrados.

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    Os produtos de pedreira so: racho, gabio, brita graduada, brita corrida, pedra (ou brita) 1, pedra (ou brita) 2, pedra (ou brita) 3 e pedra (ou brita) 4, pedra (ou brita) 5, pedrisco ou brita 0, p de pedra e areia de brita:

    Racho: material obtido aps desmonte da rocha por explosivo, s vezes denominado racho de praa, ou aps britagem primria.

    Gabio: ou racho de gabio, com dimenses entre 100 mm e 150 mm. Brita graduada: mistura de tamanhos de zero (0) at mximo especificado com controle de granulometria definida pelo consumidor. Brita 0 ou pedrisco: granulometria variando de 4,8 mm a 9,5 mm. Brita 1: granulometria variando de 9,5 mm a 19 mm. Brita 2: granulometria variando de 19 mm a 25 mm. Brita 3: granulometria variando de 25 mm a 50 mm. Brita 4: granulometria variando de 50 mm a 76 mm. Brita 5: granulometria variando de 76 mm a 100 mm. Bica corrida: mistura de tamanhos sem exigncia de composio granulomtrica com dimenses variando de zero (0) a 50 mm. P de pedra: frao de finos de britagem, com dimenses variando de zero (0) a 5 mm, com alto teor de finos (mximo de 20%) passantes na malha 200 (0,074 mm). Areia de brita: p de pedra sem partculas abaixo da malha 200 (0,074 mm), sendo a retirada dos finos feita por lavagem do p.

    3. MINERAO DE ROCHA PARA BRITA NO BRASIL: CARACTERSTICAS E EVOLUO RECENTE

    3.1. LOCALIZAO E DISTRIBUIO DA MINERAO DE ROCHA PARA BRITA

    O nmero de empresas que produzem pedra britada da ordem de 600, gerando cerca de 20 mil empregos diretos e 100 mil indiretos, segundo informaes da Associao Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construo Civil (ANEPAC). Consumo por regio e os principais Estados produtores de brita em 2007, esto representados na Tabela 1 e na Tabela 2.

    Tabela 1 Consumo de Brita Brasil (2007)

    REGIO QUANTIDADE (106 t) Norte 9,84 Nordeste 16,52 Centro-Oeste 18,88 Sudeste 99,28 Sul 29,16

    Fonte: ANEPAC

    Tabela 2 - Principais Estados Produtores Brasil (2007)

    ESTADO QUANTIDADE (106 t) So Paulo 58,4 Minas Gerais 22,32 Rio de Janeiro 14,20 Santa Catarina 11,04 Rio Grande do Sul 9,88 Gois 9,52 Paran 8,24

    Fonte: ANEPAC

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    No levantamento Universo da Minerao Brasileira (DNPM, 2007), feita com base nos Relatrios Anuais de Lavra, somente no Acre no consta lavra de rocha para brita com produo de run-off-mine acima de 10.000 toneladas por ano. Este levantamento listou 648 lavras por porte das minas classificadas segundo o Quadro 1 e nmero de minas por Estado informadas no Quadro 2.

    Quadro 1 Porte das Minas Brasil (2006)

    porte classe > < ou = grande G1 3.000.000 G2 1.000.000 3.000.000 mdia M1 500.000 1.000.000 M2 300.000 500.000 M3 150.000 300.000 M4 100.000 150.000 pequena P1 50.000 100.000 P2 20.000 50.000 P3 10.000 20.000

    Fonte: Universo da Minerao Brasileira (DNPM, 2007)

    Quadro 2 - Nmero de Minas Brasil (2006)

    ESTADO P1 P2 P3 M1 M2 M3 M4 G1 G2 Total AC 0 AM 1 1 AP 2 1 3 PA 4 2 1 1 8 RO 1 3 4 8 RR 1 1 TO 1 4 1 1 7 Norte 2 14 9 1 0 0 2 0 0 28 AL 1 1 2 4 BA 3 4 4 1 1 6 1 20 CE 2 2 3 7 MA 2 4 2 1 2 11 PB 2 1 2 5 PE 2 6 3 1 3 15 PI 1 3 2 6 RN 1 2 3 6 SE 1 1 1 1 4 Nordeste 13 24 15 2 4 16 3 0 0 77 DF 1 1 1 3 GO 4 3 3 3 2 2 3 20 MS 3 4 4 1 2 14 MT 4 2 3 1 10 Centro-Oeste 12 9 10 5 2 4 5 0 0 47 ES 3 4 1 1 9 MG 13 18 4 1 8 13 6 2 65 RJ 7 5 2 2 4 9 10 3 42

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    SP 18 12 8 26 14 28 14 9 129 Sudeste 38 35 14 29 29 54 31 0 15 245 PR 7 15 5 1 6 7 9 50 RS 33 32 24 1 3 10 6 1 110 SC 15 28 22 3 4 13 6 91 Sul 55 75 51 5 13 30 21 1 0 251 Total 120 157 99 42 48 104 62 1 15 648 Fonte: Universo da Minerao Brasileira (DNPM, 2007)

    3.2. RECURSOS E RESERVAS DE ROCHAS PARA BRITA

    O levantamento de reservas e recursos minerais importante para saber a relao entre produo e reservas, de modo a acompanhar sua evoluo, prever exausto de reservas, indicar necessidade de novos investimentos em pesquisa mineral, criar polticas de incentivo busca de recursos, etc.

    No caso de rochas para produo de brita para construo civil, isso no se aplica. Na maior parte do Brasil, os recursos existem e so abundantes. A ao poltica necessria , na maioria dos casos, proteger esses recursos da esterilizao, isto , impedir que outras atividades de uso de solo incompatveis com a extrao mineral ocupem reas onde haja recursos minerais para produo de brita. Cabe ao Estado fazer mapeamento sistemtico para identificao desses recursos, qualific-lo e criar sistema de proteo por meio de ordenamento territorial.

    Rochas para britagem so facilmente encontradas na natureza e so consideradas recursos minerais abundantes. Entretanto, essa relativa abundncia deve ser encarada com o devido cuidado. O custo de transporte da pedreira aos centros de distribuio ou ao consumidor final encarece o preo final. Praticamente todo o transporte feito por via rodoviria. Portanto, idealmente, a brita deve ser produzida o mais prximo possvel dos centros de consumo, o que torna antieconmico boa parte dos recursos minerais disponveis na natureza.

    H regies no pas onde os recursos disponveis esto distantes. Por exemplo, na regio de Manaus/AM, rochas para brita no so encontradas. Na Bacia do Paran, como geologicamente conhecida boa parte da regio Sul e Sudeste do pas, afloramentos de rocha para britagem so difceis de encontrar, criando-se a necessidade de transportar a brita por distncias superiores a 100 km.

    Muitas vezes, mesmo havendo recurso mineral disponvel, ele no pode ser extrado devido s restries a sua explorao. Caso tpico de restrio o municpio do Rio de Janeiro, onde acima da cota 100 e abaixo da cota zero proibida a extrao de rocha, restringindo tanto o nvel de produo quanto vida til das pedreiras, alm de inviabilizar a abertura de novas pedreiras. reas de proteo ambiental, como o caso do Rio de Janeiro, existem em todo pas, criando restries ao uso dos recursos minerais existentes. Alm das restries ambientais, leis de zoneamento municipais restritivas tambm impedem o aproveitamento dos recursos existentes. Mesmo que no haja zoneamento municipal restritivo minerao, a prpria expanso urbana torna o acesso a esses recursos minerais invivel. O crescimento desordenado dos grandes centros urbanos acaba inviabilizando a operao de pedreiras, seja pela ao poltica dos habitantes, seja pelo encarecimento da propriedade.

    Devido a estas consideraes, no h sentido em considerar as reservas aprovadas pelo DNPM. Os valores numricos de reservas de rochas para brita constantes do Anurio Mineral Brasileiro perdem sentido pelos seguintes motivos: a) muitas empresas trabalham no regime de Licenciamento, que no exige cubagem de reservas; b) muitas concesses, principalmente em reas urbanizadas, so obtidas para servirem de proteo pedreira, ou seja, o empresrio compra a propriedade fundiria, faz os trmites necessrios para obter a concesso e cria uma rea de

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    proteo para evitar que o entorno de sua pedreira vire um loteamento (oficial ou clandestino), o que pode criar problemas srios para sua existncia; c) produtores de rochas calcrias (calcrio e dolomito) vendem como brita parte da rocha produzida que no tem qualidade para ser usado na sua destinao principal, como produo de cimento, da cal, de calcrio siderrgico, etc.; d) pedreiras formadas exclusivamente para uso temporrio como construo de estrada. Outros problemas tambm tornam esse levantamento inoquo: a) durante muitos anos as estatsticas publicadas pelo DNPM misturavam reservas de rochas ornamentais com as de rochas para brita; b) muitas empresas s vieram a legalizar sua atividade muito depois de estarem extraindo rochas. 3.3. ESTRUTURA EMPRESARIAL DA PRODUO DE BRITA

    O nmero de empresas que produzem pedra britada da ordem de 600, a maioria de controle familiar. Estas empresas geram cerca de 20 mil empregos diretos e mais de 100 mil indiretos. 60% produzem menos de 200.000 toneladas/ano; 30%, entre 200.000 toneladas/ano e 500.000 toneladas/ano; e 10%, mais do que 500.000 toneladas/ano. No esto computadas as empresas que, mesmo que coloquem brita regularmente no mercado, produzem rocha para finalidades especficas como produo de cimento, cal, corretivo de solo, etc.

    H dois grupos distintos de produtores de brita. O primeiro constitudo de produtores que tm como fim produzir brita e vender os produtos da britagem. O segundo, ligados a empresas de construo civil, alm de produzir e vender brita, destina-a tambm para obras prprias ou empreitadas, sendo, muitas vezes, produtores tambm de concreto, asfalto e produtos de cimento.

    No setor de agregados em pases da Europa e da Amrica do Norte, observou-se nos ltimos vinte anos uma grande consolidao. Para exemplificar, as dez principais empresas no mercado americano detinham 344 operaes de pedra britada, com 25% do mercado. Em 1999, possuam 649 operaes, com 35% do mercado.

    O mercado de brita no Brasil no est consolidado. Ento, em qualquer micro mercado, haver maior nmero de aquisies e fuses para proporcionar maior poder de competitividade. Alm da diluio dos custos, as empresas buscam maior participao em cada micro mercado, ampliao de sua rea de atuao, aumento da capacidade de fornecimento e fortalecimento de participaes nos canais de distribuio, por exemplo, nos segmentos de concreto e asfalto.

    Isso significa desenvolver produtos e servios que tm brita e areia como um dos componentes principais de sua formao. As empresas podem constituir um parque industrial, prprio ou com terceiros, em asfalto, concreto, pr-fabricados e argamassas. Empresas consumidoras de agregados que podem participar da criao de um plo industrial em diversas especializaes, obtendo garantias e conseguindo redues de custos de fretes e de intermediao. A verticalizao aumenta o valor intrnseco dos agregados e a proximidade de terceiros forma um mercado natural que deve ser lucrativo e compensador a todos os participantes.

    Um exemplo que demonstra esse movimento estratgico das empresas o caso do Grupo Votorantim. Antes, dedicava-se basicamente produo de cimento. Nos ltimos anos, passou a adquirir e a implantar pedreiras de brita e usinas de concreto. No ramo do concreto, passou tambm a associar-se a concreteiras regionais, ampliando sua gama de negcios, produzindo tambm argamassas.

    O segmento produtor de brita ligado s construtoras tambm tem se movimentado. Vem nos principais centros consumidores, adquirindo pedreiras, alm de participar de consrcios que passaram a administrar as concesses de rodovias e buscar outras reas do setor mineral, como a produo de calcrio agrcola, cal e argamassas.

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    A tendncia na produo de brita a maior concentrao, principalmente nos maiores centros consumidores. Os produtores individuais de brita subsistem em centros menores.

    Os principais grupos produtores de brita no Brasil:

    Votorantim, com seis (6) unidades produtoras nos estados de So Paulo, Paran, Minas Gerais e Distrito Federal e com outra em implantao no Rio de Janeiro. Estrutural (Basalto), com quinze (15) unidades produtoras nos estados de So Paulo e Paran. Embu, com quatro (4) unidades nos estados de So Paulo e Esprito Santo. Serveng-Civilsan, com cinco (5) unidades nos estados de So Paulo, Gois e Mato Grosso do Sul e uma em implantao no Maranho. Holcim, com trs (3) unidades nos estados de So Paulo e Rio de Janeiro. Lafarge, com trs (3) unidades nos estados de So Paulo e Rio de Janeiro. Anhanguera, com dez (10) unidades nos estados de So Paulo, Rio de Janeiro, Gois, Tocantins, Maranho, Pernambuco, Piau e Sergipe. Ibrata, com trs (3) unidades nos estados do Rio de Janeiro e Esprito Santo. Oriente, com oito (8) unidades no Estado do Rio de Janeiro. Fazenda dos Borges, com uma (1) unidade no Estado de Minas Gerais. Zandon, com cinco (5) unidades no Estado do Rio Grande do Sul. Ciplan, com duas (2) unidades no Estado de Gois e no Distrito Federal. Guarany, com uma (1) unidade no Estado do Pernambuco. 3.4. PARQUE PRODUTIVO

    A extrao de rocha para brita observa as mesmas caractersticas da extrao de qualquer rocha dura a cu aberto, com extrao em bancadas, consistindo-se de operaes unitrias de limpeza e decapeamento, perfurao e desmonte por explosivos, carregamento e transporte, e britagem.

    Normalmente, as operaes de limpeza e decapeamento so feitas no incio da atividade, com a remoo do material intemperizado e seu depsito em reas de bota-fora, sendo comum a contratao de terceiros para esses trabalhos. As pedreiras trabalham com bancadas de alturas variadas, geralmente entre 9 m e 25 m. Os dimetros dos furos mais comuns so 63 mm (2 ) e 89 mm (3 ) e so feitas por perfuratrizes hidrulicas. Utilizam-se sistemas de iniciao no-eltricos, em funo de exigncias ambientais, e a emulso bombeada vem substituindo os explosivos encartuchados. Na maioria das pedreiras, o carregamento feito por carregadeiras sobre pneus o mais comum, embora muitas estejam adotando o uso de escavadeiras trabalhando sobre pilha de rocha desmontada. O transporte da rocha para a britagem feita por caminhes fora-de-estrada.

    Muitas pedreiras esto terceirizando parte das operaes de lavra. Algumas terceirizam tudo, exceto a britagem. Nas operaes de desmonte por explosivos nas pedreiras mdias e grandes, so muito comuns, seja devido s exigncias ambientais sobre limite de vibraes, seja por segurana, j que manter paiis de explosivos se tornou uma atividade de risco.

    A grande maioria das pedreiras adota a britagem estacionria, sendo raros os casos a utilizao de britadores mveis. Na maioria dos casos, na britagem primria, so usados britadores de mandbulas. Na britagem secundria, h tanto rebritadores de mandbulas como cnicos. Na britagem terciria, predominam os cnicos. Observou-se nos ltimos anos o intenso aproveitamento dos finos com a introduo de britadores VSI (Vertical Shaft Impactor Impactadores de Eixo Vertical) para produo de areia artificial. Em termos de utilizao dos VSI no Brasil, 85% so autgenos e 15% Shoes & Anvil (sapata e bigorna). Predominaram inicialmente em obras rodovirias para fazer finos para asfalto, mas as pedreiras passaram a adot-los.

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    Pedreiras para produo de pedra britada costumam ter vida bastante longa. So comuns os casos em que elas estejam em produo h mais de 30 anos. Muitas vezes sua localizao prxima s cidades torna-se um fator positivo. Algumas delas so utilizadas no fim da sua vida produtiva como depsitos de material inerte, tornando-se, depois de preenchidos reas onde outras atividades podem ser instaladas.

    Comparativamente aos pases da Europa Ocidental e da Amrica do Norte, a produtividade das empresas brasileiras ainda muito baixa. A facilidade de crdito no mercado norte-americano, por exemplo, faz com que as empresas troquem mquinas e equipamentos com mais freqncia. No Brasil, alm dos juros muito altos, o mercado esteve muito debilitado nos ltimos anos, impedindo os produtores de modernizar seu parque produtivo. Assim, enquanto os americanos podem automatizar sua planta de britagem, adquirir caminhes e carregadeiras maiores, usar sistemas informatizados para comercializao, necessitando de cada vez menos funcionrios para produzir e comercializar, o produtor brasileiro est limitado na sua capacidade de investir.

    Em sua apresentao no II Seminrio Internacional sobre Agregados para construo civil, Drew Meyer, executivo da Vulcan Materials Company, maior produtor americano de agregados e terceira no mundo, mostrou grfico comparando a evoluo da produo de pedra britada e a evoluo da mo de obra empregada. Em 1979, para produzir um bilho de toneladas mtricas de agregados, o parque produtivo americano empregava cerca de 80 mil funcionrios. Em 2003, para produzir mais de 1,5 bilhes de toneladas eram empregados menos de 58 mil funcionrios. Nos Estados Unidos, em 1980, havia 4.395 operaes de pedra britada distribudas entre 1.865 empresas. 70 mil funcionrios estavam empregados e produziam 892 milhes de toneladas, mdia de 200 mil toneladas por planta. Em 1999, eram 3.467 operaes com 1.475 empresas que empregavam pouco mais de 60 mil funcionrios que produziam 1,54 bilhes de toneladas, mdia de 444 mil toneladas por planta.

    O parque produtivo brasileiro emprega cerca de 20 mil funcionrios e produziu em 2007 152 milhes de toneladas de brita. O trabalhador americano produz, portanto, trs vezes mais que um brasileiro. 3.5. RECURSOS HUMANOS

    Cerca de 20.000 funcionrios trabalham diretamente nas pedreiras produtoras de pedra britada. De modo geral, a mo de obra tem qualificao baixa. Na maioria das vezes, ela formada dentro da prpria empresa, com a experincia sendo passada pelos funcionrios mais velhos. o mesmo problema que encontrado por empreiteira de obras de construo civil. Na medida em que equipamentos mais sofisticados passam a fazer parte do dia a dia das pedreiras, a falta de qualificao torna-se um problema srio.

    Para suprir deficincias e obter de equipamentos e mquinas que vendem produtividade adequada, muitas vezes grandes empresas de mquinas e equipamentos promovem cursos de treinamento de operadores de seus clientes ou fazem acordos com escolas como as do Sistema S (Senai, Senac, Sebrae).

    Outro grave problema que o produtor vive reter o pessoal que qualificou, desde operador de mquinas e equipamentos at soldadores, mecnicos, eletricistas, etc. As empresas menores ou com menores condies de dar boa remunerao ao trabalhador qualificado perdem muitos funcionrios para outras indstrias, principalmente em pocas de crescimento econmico.

    Em parte, esse problema pode ser abrandado com a terceirizao da mo de obra. Nas operaes de desmonte por explosivos, devido obrigao de se ater a limites rgidos de vibraes e deslocamento de ar, alm da proibio de ultra-lanamento, a maioria das pedreiras deixa ao encargo de empresas especializadas ou mesmo fornecedores de explosivos a funo de fazer o

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    desmonte primrio. O desmonte secundrio (fogacho) foi praticamente suprimido com o uso de outros mtodos (martelos rompedores, drop-ball). A terceirizao do desmonte traz como vantagem adicional a eliminao de paiis. Alm da terceirizao do desmonte, que o mais disseminado, terceirizam-se tambm operaes de carregamento e transporte.

    As grandes empresas, em geral, tm corpo tcnico completo com engenheiros, gelogos, tcnicos, administradores, contadores, etc. Costumam terceirizar setores que envolvem contatos com rgos governamentais licenciadores, como o Departamento Nacional de Produo Mineral e rgos estaduais de controle do meio ambiente.

    Empresas menores buscam escritrios de consultoria para se suprir de pessoal tcnico para as atividades burocrticas, como busca de licenas, concesses e autorizaes e servios tcnicos de controle ambiental e de recuperao de reas degradadas. 3.6. ASPECTOS TECNOLGICOS DA MINERAO DE ROCHAS PARA BRITA

    A produo de rocha para brita envolve desmonte de rocha, britagem e classificao. Nas operaes unitrias de perfurao, desmonte, carregamento e transporte, a evoluo da atividade segue os mesmos padres de qualquer minerao de rocha dura.

    Na perfurao da rocha h uma tendncia da substituio de perfuratrizes pneumticas por perfuratrizes hidrulicas. No desmonte por explosivos, emulso bombeada vem tomando o lugar de explosivos encartuchados. Por exigncias ambientais, j que pedreiras muitas vezes esto em reas urbanizadas, sistemas de iniciao no-eltrica so usadas. Sistemas de iniciao eletrnicos no so usados, embora alguns testes tenham sido feitos por fabricantes.

    No carregamento da rocha detonada, a carregadeira sobre pneus ainda predominante, embora escavadeiras hidrulicas trabalhando sobre a pilha estejam sendo cada vez mais adotadas. Quando h muitas frentes de lavra, carregadeiras sobre pneus so mais vantajosos, pois tm mais mobilidade e podem deslocar-se rapidamente de uma frente a outra. No transporte da rocha, caminhes fora-de-estrada de 25 t a 35 t so os mais comuns. Equipamentos de carregamento e transporte de grande porte no so empregados mesmo nas pedreiras maiores que tm produo nominal anual acima de um milho de toneladas trabalhando em um turno. Falta de crdito, preo da brita depreciada e mercado de equipamentos para minerao aquecido devido ao boom das commodities minerais dos ltimos anos impediram aquisio de carregadeiras, escavadeiras e caminhes.

    Extrao de rocha sem o uso de explosivo no usada para produzir brita, embora essa prtica esteja se difundindo na Europa, devido a restries ao uso de explosivos. Os equipamentos mais comumente usados nesse caso so os rompedores hidrulicos, mineradoras de superfcie, tratores de esteiras com escarificadores e escavadeiras. Rompedores hidrulicos com impacto acima de sete (7) toneladas, originalmente desenvolvidos para demolio, so usados. Mineradoras de superfcie so mquinas de fresagem com porte maior e grande potncia. Eliminam a necessidade de explosivos, britagem primria e oferecem a descarga contnua dos materiais nos caminhes de transporte. Existe no Brasil uma mquina em operao na pedreira que abastece a fbrica de cimento da Cimpor, em Joo Pessoa na Paraba. O uso do equipamento deu sobrevida pedreira de calcrio que estava para ser fechada.

    Na rea de britagem e classificao, as plantas so quase todas fixas. J em pedreiras para atender a uma obra especfica, o uso de equipamentos mveis tem-se difundido. Algumas poucas pedreiras comerciais j os esto utilizando e h muito interesse entre os empresrios sobre o assunto. Na Europa e na Amrica do Norte, essa tendncia est bastante difundida.

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    Segundo as empresas que comercializam essas mquinas, a vantagem dos sistemas mveis a rapidez de implantao. No h necessidade de projetos, j que quem compra sabe quais so os modelos oferecidos e podem verificar se os desenhos foram aprovados e comprovados em situao de operao. Entregue o produto, o incio da operao quase imediato. Outras vantagens so: a planta vai rocha com economia em transporte, j que a frota existente transporta material j britado e no rocha; alimentao e operao feitas por uma s pessoa, pois conjunto trabalha com controle remoto que fica com o operador da carregadeira ou escavadeira; no necessita de projeto eltrico ou de construo civil; maior valor residual. O equipamento tambm pode britar em movimento. Segundo elas, uma planta mvel mais econmica que uma planta fixa equivalente de mesma potncia em britagem primria. Garantem que, dentro do mximo de capacidade do semimvel, elas so viveis, levando-se em conta que a planta fixa precisa de outros investimentos. Na britagem secundria, eles admitem que plantas fixas possam ser mais econmicas.

    Plantas com britagem e classificao totalmente automatizadas vm sendo usadas j h alguns anos na Amrica do Norte. Em uma situao tpica, o carregamento e o transporte da rocha so feitos durante o dia acumulando a rocha em pilhas. As pilhas so retomadas automaticamente e as plantas totalmente automatizadas aproveitam as horas de energia fora do pico para britar e classificar, reduzindo o custo operacional.

    Pedreiras subterrneas esto se tornando mais comuns nos Estados Unidos e Canad. So lavradas geralmente no sistema salo e pilar, com a britagem sendo feito tambm em sub-superfcie. Com isso, reservas que seriam inaproveitveis devido resistncia dos habitantes das cidades podem ser lavradas, com confinamento de rudos e poeira. 3.7. ASPECTOS AMBIENTAIS

    A extrao de rochas para brita realizada a cu aberto, com avano em meia encosta e/ou cava e desmonte por explosivos. Do ponto de vista scio-econmico-ambiental, a minerao de rochas para produo de brita para uso na construo civil apresenta as seguintes caractersticas:

    uso e ocupao do solo temporrios, passvel de recuperao para usos futuros sustentveis, remoo de vegetao e alterao temporria de ecossistemas locais.

    sem uso de substncias qumicas poluentes no processo produtivo, com exceo dos combustveis e lubrificantes, usados em pequena escala em comparao com outras indstrias;

    uso de explosivos gerando vibraes, sobrepresso do ar e risco de lanamento de fragmentos de rocha a longas distncia (fora do permetro da rea da propriedade).

    alterao da paisagem; impactos ambientais como rudo de mquinas e equipamentos e da quebra ou perfurao

    de rocha; emisso de poeira na atmosfera no processo de beneficiamento e no trfego de caminhes dentro da rea de operao ou em estradas de acesso minerao;

    ocasional proximidade de comunidades; rea ocupada restrita se comparada a outras atividades como a agropecuria; interferncia com reas de Proteo Permanente como topos de morros, encostas com

    declividade superior a 45, nascentes e drenagens.

    A minerao de rocha para brita no traz graves danos ambientais, se comparada com a extrao de minerais metlicos. O rejeito do processamento constitudo de material inerte, lama do processo de lavagem e classificao da brita contendo material argiloso.

    O problema mais notrio o paisagstico, principalmente por estarem as pedreiras situadas prximas a centros urbanos. O impacto visual da pedreira cria oposio dos passantes e da comunidade mais prxima. Para diminu-lo, as empresas procuram criar uma cortina verde com a

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    formao de barreira de rvores para restringir ao mximo a visibilidade. Funo tambm da proximidade, o trfego contnuo de caminhes que chegam e saem da minerao tambm problema comum da atividade de produo de brita. Procura-se mitigar os efeitos, caso no seja possvel criar uma rota alternativa. Se o caminho no pavimentado, caminhes-pipa circulam diversas vezes para diminuir a poeira. Procura-se tambm manter a pista em boas condies de uso. Muitas vezes, como poltica de boa vizinhana, muitos pavimentam a estrada e a mantm.

    Na operao propriamente dita, na rea de beneficiamento aspersores so usados para reduzir a poeira. No desmonte da rocha por explosivos, busca-se cumprir rigidamente as normas sobre velocidade de partcula e sopro de ar com monitoramento do desmonte com aparelhos de medio de vibraes e do deslocamento do ar. Observe-se que as normas praticadas no Brasil so mais rgidas do que, por exemplo, nos Estados Unidos. Bota-foras so revegetados para estabiliz-los e so constantemente monitorados, o mesmo ocorrendo com a barragem de finos da lavagem.

    Muitas empresas tm como poltica adquirir propriedades em torno da pedreira para segreg-la, evitando que construes ou atividades incompatveis com a extrao mineral se instalem muito prximos. 3.8. EVOLUO DA PRODUO E DO VALOR DA BRITA

    Os dados de produo e valor da brita no Brasil so estimados.

    Os motivos so vrios. A prpria estatstica oficial, Anurio Mineral Brasileiro do Departamento Nacional de Produo Mineral (DNPM), no separava durante muito tempo pedras britadas de rochas ornamentais e pedras de cantaria. Durante muito tempo, entretanto, o principal motivo foi o elevado grau de informalidade que o setor viveu. No significa que as mineraes de rochas para brita fossem ilegais. Elas tinham situao legal perante prefeituras municipais, estados e a prpria Unio para recolher taxas e impostos. No eram, na maioria, formalizados junto ao DNPM. Mesmo que estivessem formalizados, muitos trabalhavam no Regime de Licenciamento e no entregavam o Relatrio Anual de Lavra, fonte de informaes do Anurio Mineral Brasileiro.

    Para sanar essa falha, o DNPM recorreu durante certo tempo s guias de recolhimento do Imposto nico sobre Minerais (IUM), obtendo informaes de produo e venda ou valor de consumo de muitas substncias que tinham a mesma situao da brita, como areia para construo e argila usada na produo de cermica vermelha. Essa fonte de informaes deixou de existir em 1989 com o fim do IUM com a promulgao da Constituio de 1988.

    Passou-se um perodo sem nenhuma fonte de informaes indiretas. Entretanto, o nvel de formalizao dos produtores de brita melhorou muito desde o final da dcada de 80, suprindo de certa forma essa falha. No final da dcada de 90, foi proposta uma metodologia para obter informaes sobre a produo de areia e brita para construo com base no consumo aparente do cimento e de outros ndices da construo civil. A produo de cimento bem controlada e as informaes so confiveis e, a partir da definio da metodologia, passou-se a ter valores estimados de produo razoveis, j que mesmo a venda de produtor no formalizado ou o consumo feito em obras pblicas passaram a ser estimados. Quanto ao valor da produo, isso ainda carece de informao segura, usando-se preo do consumo varejista, informaes de sindicatos, mdias obtidas em Relatrios Anuais de Lavra, etc. Alm disso, os preos variam muito de mercado a mercado.

    Assim, usamos informaes do Anurio Mineral Brasileiro, do captulo Agregados para Construo Civil do Sumrio Mineral (publicao do DNPM), das informaes apresentadas em congressos, encontros e audincias pblicas pela Associao das Entidades de Produtores de Agregados para Construo Civil (ANEPAC), que representa produtores de areia e brita, e do constante no artigo de autoria de Tasso de Toledo Pinheiro, presidente do Sindicato da Indstria de Minerao de Pedra Britada do Estado de So Paulo (Sindipedras/SP), publicado no n 45 da Revista Areia & Brita, com informaes da produo de brita na Regio Metropolitana de So Paulo.

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    A Tabela 3, apresenta dados obtidos do Anurio Mineral Brasileiro.

    Tabela 3 Produo e Valor de Brita Brasil (2005-2007)

    EVOLUO DA PRODUO E DO VALOR ANO PRODUO (t) VALOR US$ (nominal) US$ (2007) 2005 147.850.021 717.678.968,00 761.867.269,64 2006 147.398.627 819.679.105,00 843.291.260,29 2007 104.345.112 812.934.550,00 812.934.550,00 Fonte: Anurio Mineral Brasileiro (DNPM)

    Muito provavelmente a informao de 2007 no foi verificada pelo DNPM e deve ser revisada. Se considerarmos o preo mdio de 2006 e o valor da produo de 2007, a quantidade subiria para 120 milhes de toneladas. Ainda assim, a partir de outras informaes disponveis, a produo de 2007 foi maior que a de 2006.

    A Tabela 4, traz informaes do Sumrio Mineral. As informaes de produo e do valor da produo de 2005 so do Sumrio Mineral 2008; as informaes sobre o valor da produo de 2006 e 2007, que no constam no Sumrio Mineral, so baseadas na informao de preo mdio da ANEPAC.

    Tabela 4 Produo e Valor de Brita Brasil (2005-5007)

    EVOLUO DA PRODUO E DO VALOR

    ANO PRODUO(106t) VALOR

    106 US$ (nominal) 106 US$ (2007)

    2005 172 707,00 750,53 2006 199 1.043,09 1.073,14 2007 217 1.614,63 1.614,63 Fonte: Sumrio Mineral (DNPM)

    A Tabela 5, traz informaes da ANEPAC.

    Tabela 5 Produo e Valor de Brita - Brasil (2005-2007)

    EVOLUO DA PRODUO E DO VALOR

    ANO PRODUO(106t) VALOR

    106 US$ (nominal) 106 US$ (2007) 2005 135 573,75 609,08 2006 146 1.010,25 1.039,35 2007 173 2.474,20 2.474,20 2008 186 2.568,00 2.473,98 Fonte: ANEPAC

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    A Tabela 6 traz a informao publicada em artigo da revista Areia & Brita, com informaes da produo de brita na Regio Metropolitana de So Paulo. A produo de 2009 foi estimada com acrscimo de 7% sobre a produo de 2008.

    Tabela 6 Produo Brita na Grande So Paulo

    PRODUO DE BRITA NA GRANDE SO PAULO ANO PRODUO (t) 2005 25.753.933 2006 26.975.988 2007 29.764.948 2008 35.158.412 2009 37.619.501 Fonte: Revista Areia&Brita.

    A Tabela 7, foi construda com a extrapolao dos dados de produo da Regio Metropolitana de So Paulo. A Grande So Paulo responde com cerca de 40% da produo total do Estado de So Paulo. A produo paulista, por sua vez, responde por pouco menos de 40% da produo brasileira.

    Tabela 7 Produo e Valor de Brita Brasil (2005-2009)

    EVOLUO DA PRODUO E DO VALOR

    base: Grande SoPaulo

    ANO PRODUO(106t) VALOR

    106 US$ (nominal) 106 US$ (2007)

    2005 161 873,80 927,60 2006 169 1.169,40 1.203,09 2007 186 1.827,25 1.827,25 2008 220 3.037,42 2.926,22 2009 235 3.341,00 3.243,68

    Fonte: Calculado pelo autor.

    Como o aumento da produo constatada na Grande So Paulo, pode no estar ocorrendo em outras regies do pas, o que pode ser real pelas informaes obtidas de outros sindicatos de produtores de brita, os valores de 2008 e 2009 podem estar inflados. Em vez de o Estado de So Paulo ter participao de 40% do total produzido no Brasil, a quantidade de obras pblicas observada em So Paulo pode ter elevado essa participao.

    Os valores de produo da brita foram baseados no preo que o Sindicato da Construo Civil de Grandes Estruturas no Estado de So Paulo (Sinduscon/SP) levanta no varejo. No mesmo artigo citado, h tabela correlacionando vrios ndices, sendo o preo da brita na sada da pedreira obtido correlacionando os ndices do Sinduscon/SP e do Sindipedras.

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    3.9. EVOLUO E TENDNCIA DO PREO NO MERCADO

    O preo da brita depende muito do mercado da construo e de obras pblicas em andamento. Durante muitos anos, a produo de brita ficou estagnada e os preos praticados mal davam para cobrir os custos de produo. O preo, evidentemente, depende tambm da quantidade de concorrentes que existem em cada mercado. Na Regio Metropolitana de So Paulo, existem 35 pedreiras em operao e na Regio Metropolitana do Rio de Janeiro 30. So Regies onde existe intensa concorrncia, mas com certa diviso de mercado em funo de onde se localiza cada pedreira e de sua capacidade de produo. Em outras regies metropolitanas, o nmero de pedreira bem menor. H distores, por exemplo, no mercado de Belo Horizonte (MG), onde o preo muito baixo por ser a brita subproduto de mineraes de rochas calcrias com outros fins. Os preos praticados variam muito de mercado a mercado.

    A tendncia atual o aumento de preos em So Paulo por conta de vrias obras pblicas que vem sendo executadas no Estado. Em 2007 e 2008, houve aumento significativo de preos devido ao aquecimento do mercado imobilirio. Esse aumento de demanda, como pode ser observado nas tabelas do sub-item anterior (3.8), encontrou o setor pouco preparado para atend-la, pois o parque produtivo no recebia investimentos havia alguns anos.

    O mesmo no se observa em outros mercados onde as obras no andam no mesmo ritmo. Contudo, tendo em vista as eleies de 2010, planos habitacionais, obras contratadas do governo federal e obras visando o Campeonato Mundial de 2014, a demanda por brita deve aumentar em todo o pas e os preos devem crescer pelo menos at 2014. 3.10. INVESTIMENTOS NA MINERAO DE ROCHAS PARA BRITA

    muito difcil quantificar investimentos neste setor. Durante muitos anos, a produo esteve estagnada e poucos ousaram investir. H uma tendncia concentrao com alguns grupos ligados indstria do cimento e a empreiteiros de obras adquirindo empresas produtoras de brita. H tambm grupos fortes, nacionais e estrangeiros, se desfazendo ou arrendando suas propriedades na rea de produo de brita. No entanto, com a perspectiva do aumento da demanda, investimentos na substituio de mquinas e equipamentos devem ser feitos pela maioria das pedreiras.

    4. USOS E DESTINAO DOS PRODUTOS DE BRITA

    Os principais segmentos que consomem a brita esto no Quadro 3

    Quadro 3 Principais Segmentos de Consumo de Brita.

    SEGMENTO PARTICIPAO (%) Concreteira 32 Construtora 24 Pr-fabricados 14 Revendedor 10 Usina de asfalto 9 rgo pblico 7 Outros 4

    Fonte: ANEPAC

    Em termos de consumo, mais prtico falar genericamente em agregado que separar brita e areia.

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    Levantamento da Fundao Instituto de Pesquisas Econmicas da Universidade de So Paulo (FIPE) para o projeto Diretrizes para a Minerao de Areia na Regio Metropolitana de So Paulo constatou a quantidade de agregados necessria para alguns tipos de obras:

    auto-construo (unidade bsica de 35 m ) - 21 toneladas de agregados; habitao popular (unidade bsica de 50 m ) - 68 t; edifcio pblico (unidade bsica de 1.000 m ) - 1.360 t; escola padro (unidade bsica de 1.120 m ) - 1.675 t; pavimentao urbana (1 km x 10 m) - 2.000 t a 3.250 t; estrada vicinal - 2.800 t/km; estrada pavimentada normal - cerca de 9.500 t/km.

    Na Frana, 35% da quantidade produzida de agregados so destinados construo de prdios, sendo a metade para moradias; 45% vo para a construo de novas vias pblicas e manuteno das existentes; o restante, 20%, so utilizados em outros tipos de construes. Metade da produo consumida na preparao do concreto usado para vrios fins e, da outra metade, uma parte consumida na mistura com o betume (concreto asfltico) e outra consumida in natura (base de pavimentao, enrocamento, lastro, etc.). A construo de moradias consome de 100 a 300 toneladas de agregados; um prdio (hospital, escola, etc.), de 2.000 t a 4.000 t; um quilmetro de via frrea consome em torno de 10.000 t e um quilmetro de auto-estrada, cerca de 30.000 t.

    Considerado como produto bsico da indstria da construo civil, o concreto de cimento portland utiliza, em mdia, por metro cbico, 42% de agregado grado (brita), 40% de areia, 10% de cimento, 7% de gua e 1% de aditivos qumicos. Como se observa, cerca de 82% do concreto constitudo de agregados. Em mistura asfltica para pavimentao, usa-se 40% de agregado mido (0 a 5 mm) e 60% de agregados grado (6 a 12 mm). 95% em peso da mistura asftica constitudo de agregados. Em base de pavimentos flexveis de asfalto e sub-bases de pavimentos rgidos de concreto so usados agregados.

    No Brasil, a norma NBR 7211 da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) define agregado mido como areia de origem natural ou resultante do britamento de rochas estveis, cujos gros passam pela peneira ABNT de 4,8 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 0,075 mm e agregado grado como cascalho ou brita proveniente de rochas estveis, cujos gros passam por uma peneira de malha quadrada com abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 4,8 mm.

    As propriedades fsicas e qumicas dos agregados e das misturas ligantes so essenciais para a vida das estruturas (obras) em que so usados. So inmeros os exemplos de falncia de estruturas em que possvel chegar-se concluso que a causa foi a seleo e o uso inadequado dos agregados. O uso de agregados inadequados tem causado rpida deteriorao de concreto de cimento portland em condies severas de utilizao (temperatura, cargas, etc.). Pelo mesmo motivo, o material ligante em pavimento asfltico pode se descolar das partculas dos agregados, provocando rpida deteriorao do pavimento. Portanto, uma seleo adequada dos agregados essencial para atingir a uma desejada performance da estrutura. Decorre da a importncia do uso de agregados com especificaes tcnicas adequadas.

    Produtores de agregados para uso em construo civil devem dar uma ateno especial ao controle de qualidade dos agregados. Este precisa ter propriedades que:

    Garantam construo cumprir a funo desejada durante um perodo projetado. Exemplo: um pavimento precisa funcionar como um sistema de suporte para uma carga de trfego solicitada, oferecendo as condies necessrias para garantir sustentao e fluxo para uma operao segura, econmica e confortvel dos veculos.

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    Permitam aos agregados serem manipulados e manuseados satisfatoriamente durante a construo.

    Mesmo que os agregados possam ter propriedades que permitam ao sistema em que sero usados funcionarem satisfatoriamente, precisam tambm possuir certas caractersticas que so ditadas pelos processos construtivos. Os agregados devem possuir propriedades que lhes permitam ser manuseados satisfatoriamente durante:

    Transporte e estocagem; Mistura dos agregados com o ligante ou outros agregados; Aplicao da mistura; Compactao ou cura da mistura.

    5. CONSUMO ATUAL E PROJETADO DE BRITA

    Agregados (brita e areia) so as substncias minerais mais consumidas no mundo. Com a transferncia macia da populao para as cidades e conseqente crescimento das cidades, mais e mais agregados sero necessrios. Os habitantes de pases desenvolvidos consomem enormes quantidades de agregados, mesmo que esses pases j tenham sua infraestrutura bsica construda, sendo que o consumo se refere a reconstrues e ampliao da oferta de acordo com novas demandas.

    Na Tabela 8, mostramos o consumo per capita de alguns pases.

    Tabela 8 Consumo per capita de Agregados em alguns Pases

    PAS CONSUMO PER CAPITA (t) Canad 19,9 ustria 10,1 Sucia 9,7 Finlndia 9,2 Dinamarca 8,2 Estados Unidos 8,0 Sua 7,4 Frana 6,2 Alemanha 6,1 Japo 6,0 Espanha 6,0 Reino Unido 4,7 Itlia 4,5 Blgica 3,5 Hungria 3,5 Fonte: Manual de Aridos

    Essas so informaes publicadas no Manual de Aridos, organizado pela Escola de Engenheiros de Minas de Madrid. So informaes do meado da dcada de 90. Observa-se que o consumo do Canad era duas vezes maior que de qualquer pas desenvolvido com quase 20 toneladas por habitante. Isso ocorreu em 1991 quando a produo quase chegou a 400 milhes de toneladas. Em 2002, a produo estava em torno de 300 milhes de toneladas para uma populao de 30 milhes de habitantes, segundo dados apresentados por Doug Panagapko, do Natural Resource Canada, no II Seminrio Internacional sobre Agregados para Construo Civil, realizado em Campinas (SP), em outubro de 2004.

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    Os dados de outros pases tambm mudaram. Em 1999, a Alemanha produziu quase 700 milhes de toneladas, Itlia, 550 milhes e a Espanha, cerca de 400 milhes de toneladas. Em toneladas per capita, a Alemanha superou 10 toneladas, a Itlia, 9,6 toneladas e a Espanha, 9 toneladas, enquanto Frana e Reino Unido mantiveram mais ou menos o mesmo consumo. Os pases nrdicos (Sucia, Noruega, Finlndia e Dinamarca) tinham consumo de 11 toneladas por habitante. Essas informaes foram apresentadas por Cipriano Gmez Carrin, presidente da Unio Europia de Produtores de Agregados no I Seminrio Internacional sobre Agregados para Construo Civil.

    De qualquer modo, o importante constatar que, mesmo em pases que eram socialistas na poca, como a Hungria, o consumo era bem maior que o consumo per capita brasileiro que no chega, em 2008, a 3 toneladas, tomando-se como base o cenrio mais otimista. Tomando-se como base os nmeros do Sindipedras/SP, o consumo per capita no Estado de So Paulo seria de 3,2 toneladas por habitante.

    Tambm bom ressaltar que um boom econmico acelera rapidamente o consumo. Foi o que ocorreu no Canad no final da dcada de 80 e no comeo da dcada de 90. Pode ocorrer o mesmo no Brasil com o total das obras previstas.

    A Tabela 9, apresenta o consumo de brita de 1975 a 2007. A tabela foi construda com base no consumo anual de cimento fornecido pelo Sindicato Nacional da Indstria do Cimento (SNIC). No perodo 1975 a 1991, no se computou o cimento importado (insignificante). Considerou-se que, para cada tonelada de cimento consumido no Brasil, 2,17 mde brita foram consumidos. (Quaresma, 1998).

    Tabela 9 Consumo de Brita Brasil (1975-2007)

    CONSUMO DE BRITA NO BRASIL (106 t) 1975 57,80 1986 87,57 1997 133,46 1976 66,14 1987 87,79 1998 139,37 1977 72,78 1988 87,78 1999 139,57 1978 79,95 1989 89,47 2000 137,87 1979 86,02 1990 89,98 2001 134,94 1980 93,34 1991 94,91 2002 134,74 1981 90,10 1992 83,69 2003 120,88 1982 88,36 1993 86,64 2004 123,81 1983 72,42 1994 87,91 2005 130,48 1984 67,04 1995 99,10 2006 142,14 1985 71,34 1996 121,26 2007 156,19 Fonte: Calculado pelo autor

    Considerando-se o cenrio mais otimista, que a produo de brita na Regio Metropolitana de So Paulo, observou-se que ela esteve estagnada durante muitos anos na casa dos 25,7 milhes de toneladas e, a partir de 2006, cresceu. Cresceu 5% em 2006, 10% em 2007 e 18% em 2008. Em 2009, embora a produo tenha declinado nos primeiros meses em comparao aos mesmos meses 2008, observou-se uma retomada acentuada nos meses seguintes. Em junho de 2009, a produo foi 7% maior que junho de 2008. Portanto, possvel que a produo cresa cerca de 7% em 2009 em relao a 2008, j que o segundo semestre tende a ser melhor que o primeiro. De 2010, ano eleitoral, at 2014, ano da realizao da Copa do Mundo de Futebol, no impossvel a produo crescer 10% ao ano.

    Entretanto, para fazer a projeo, fazer-se- uso dos cenrios que constam no RT 01 (Calaes, G.D), reproduzido no Quadro 4.

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    Quadro 4 - CENRIOS PARA O FUTURO DA ECONOMIA BRASILEIRA PROJEES DE INDICADORES ECONMICOS (2010 a 2030)

    Cenrio 1 Cenrio 2 Cenrio 3 Indicadores Econmicos Frgil Vigoroso Inovador Instabilidade e Estabilidade e Estabil., Refor- Retrocesso Reformas -mas e Inovao PIB - Produto Interno Bruto (% a.a. ) 2,3 4,6 6,9

    - Perodo 2010 a 2015 2,8 4,0 5,0 - Perodo 2015 a 2020 2,5 4,5 6,5 - Perodo 2020 a 2030 2,0 5,0 8,0 Fonte: RT 01 Calaes, Gilberto D.

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    A Tabela 10, mostra a projeo do consumo de brita nos cenrios considerados no RT 01 de 2009 a 2030.

    Tabela 10 Projeo do Consumo de Brita Brasil (2007-2030)

    Cenrio 1- Fragil

    PROJEO CONSUMO DE BRITA NO BRASIL (106 t)

    2007 156,55 2015 233,28 2023 280,08

    2008 184,73 2016 239,11 2024 285,69

    2009 197,66 2017 245,09 2025 291,40

    2010 203,19 2018 251,22 2026 297,23

    2011 208,88 2019 257,50 2027 303,17

    2012 214,73 2020 263,93 2028 309,24

    2013 220,74 2021 269,21 2029 315,42

    2014 226,93 2022 274,59 2030 321,73

    Cenrio 2- Vigoroso

    PROJEO CONSUMO DE BRITA NO BRASIL (106 t)

    2007 156,55 2015 250,10 2023 360,80

    2008 184,73 2016 261,36 2024 378,84

    2009 197,66 2017 273,12 2025 397,78 2010 205,57 2018 285,41 2026 417,67

    2011 213,79 2019 298,25 2027 438,56

    2012 222,34 2020 311,67 2028 460,48 2013 231,23 2021 327,26 2029 483,51

    2014 240,48 2022 343,62 2030 507,68

    Cenrio 3- Inovador

    PROJEO CONSUMO DE BRITA NO BRASIL (106 t)

    2007 156,55 2015 264,88 2023 457,16 2008 184,73 2016 282,10 2024 493,74 2009 197,66 2017 300,44 2025 533,24 2010 207,54 2018 319,96 2026 575,90 2011 217,92 2019 340,76 2027 621,97 2012 228,82 2020 362,91 2028 671,73 2013 240,25 2021 391,95 2029 725,46

    2014 252,27 2022 423,30 2030 783,50

    Fonte : Calculado pelo autor

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    6. PROJEO DA PRODUO DE BRITA E DAS RESERVA DE ROCHA

    6.1. PRODUO FUTURA DE BRITA

    No sub-item 3.8, foi analisado a precariedade dos dados de produo para os agregados para a construo civil. Fica difcil, portanto, ter nmeros reais sobre a produo de brita desde 1970. Para se ter uma idia da dificuldade, mostramos na tabela abaixo, nmeros da produo de brita obtidos de diversas fontes, sendo uma delas o Anurio Mineral Brasileiro.(Tabela 11)

    Tabela 11 Produo de Brita Brasil (1996-2008)

    PRODUO DE BRITA

    ANO Brasil (m) GSP (t) ANO GSP (10m) 1996 60.635.697 1984 8.295,0 1997 89.501.047 1985 8.273,7 1998 92.185.010 1986 9.602,3 1999 90.173.290 1987 9.085,7 2000 107.999.703 1988 9.593,0 2001 105.082.983 2002 103.617.220 25.845.385 2003 91.425.788 22.785.773 2004 97.451.335 25.756.914 2005 94.893.347 25.753.933 2006 92.124.142 26.975.988 2007 65.215.695 29.764.948 2008 35.158.412 Fonte: DNPN - Sindipedras Siprom

    Escolheu-se utilizar dados do Anurio Mineral Brasileiro a partir de 1996, porque os dados de produo sobre agregados passaram a ser apropriados de uma forma mais adequada. Ainda assim, observa-se que a produo brasileira de 1996 muito pequena se comparada a de 1997. No houve nenhum fator que justificasse um aumento de quase 50% na produo de um ano para outro. Para se ter idia, a produo no Estado de So Paulo foi de 33.313.768 m. So Paulo responde por cerca de 40% da produo nacional, o que levaria a produo brasileira para valores superiores a 80 milhes de metros cbicos.

    Como curiosidade, mostramos a produo de brita na Grande So Paulo entre 1984 e 1988, informaes levantadas no projeto Sistema de Informaes da Produo Mineral (Siprom), dados que foram apresentados por Tasso de Toledo Pinheiro, presidente do Sindicato da Indstria de Minerao de Pedra Britada do Estado de So Paulo (Sindipedras/SP) no Seminrio Internacional sobre Minerao em reas Urbanas, realizado em outubro de 1989. O Siprom tinha como fonte de informao o Documento de Arrecadao da Receita Federal (DARF) pelo qual o contribuinte (produtor de minerais) recolhia o Imposto nico sobre Minerais (IUM). Na palestra, Pinheiro afirmou que a Grande So Paulo produzia cerca de 50% da produo de brita do Estado de So Paulo, enquanto o Estado de So Paulo era responsvel por 50% da produo. Por esses nmeros a produo brasileira, estaria em torno de 40 milhes de metros cbicos.

    Outra fonte importante de informao o Sindipedras/SP, que tem um sistema de coleta de informaes para a Grande So Paulo. Estes nmeros foram publicados no n 45 da Revista Areia & Brita e abrangem o perodo 2002 a 2008. Os valores esto em toneladas. Tomando a mdia dos valores da produo de brita na Grande So Paulo e a mdia dos valores da produo de brita do Anurio Mineral Brasileiro (descartando os valores de 1996 e de 2007, por serem inconsistentes), a produo na GSP cerca de 17% da produo constante no AMB.

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    Para chegar a valores aproximados da produo passada de brita no Brasil, utilizamos dois parmetros o consumo de cimento fornecidos pelo Sindicato Nacional da Indstria do Cimento (SNIC) e a variao do Produto Interno Bruto (PIB). Tanto na tabela com base no consumo do cimento (Tabela 12), quanto na tabela construda a partir da variao do PIB (Tabela 13), partiu-se do valor da produo do ano de 1997 do Anurio Mineral Brasileiro.

    Na Tabela 12, os nmeros da produo entre 1997 e 2005 so os constantes no Anurio Mineral Brasileiro multiplicados por 1,6 (d=1,6), fator usado para converter metro cbico de brita em tonelada. Os de 2006 e 2007 foram novamente baseados no consumo do cimento.

    Tabela 12 Produo de Brita Brasil (1975-2007)

    PRODUO DE BRITA NO BRASIL (t) base: consumo de cimento 1975 77.113.479 1986 101.566.526 1997 143.201.675 1976 86.834.109 1987 101.813.239 1998 147.496.016 1977 94.755.007 1988 101.803.565 1999 144.277.264 1978 103.251.464 1989 103.726.649 2000 172.799.525 1979 110.541.347 1990 104.315.872 2001 168.132.773 1980 119.216.538 1991 109.730.926 2002 165.787.552 1981 114.928.417 1992 95.018.664 2003 146.281.261 1982 112.660.016 1993 98.259.062 2004 155.922.136 1983 87.864.380 1994 99.679.394 2005 151.829.355 1984 80.811.503 1995 110.938.025 2006 147.398.627 1985 85.683.701 1996 131.207.046 2007 160.655.821 Fonte: consumo cimento(SNIC) multiplicado por 2,17 t (Quaresma,1998)

    Tabela 13 Produo de Brita Brasil (1975-2008)

    PRODUO DE BRITA NO BRASIL (t) base: PIB

    1970 43.434.648 1983 93.161.247 1996 138.667.256 1971 48.342.763 1984 98.191.955 1997 143.201.675 1972 54.095.551 1985 105.850.927 1998 147.496.016 1973 61.668.929 1986 113.789.747 1999 144.277.264 1974 66.725.781 1987 117.772.388 2000 172.799.525 1975 70.195.521 1988 117.654.615 2001 168.132.773 1976 77.425.660 1989 121.419.563 2002 165.787.552 1977 81.219.517 1990 116.137.812 2003 146.281.261 1978 85.280.493 1991 117.334.032 2004 155.922.136 1979 91.079.567 1992 116.700.428 2005 151.829.355 1980 99.458.887 1993 122.442.089 2006 147.398.627 1981 95.182.155 1994 129.604.951 2007 155.800.349 1982 95.943.612 1995 135.074.280 2008 163.746.167

    Na Tabela 13, os nmeros da produo entre 1997 e 2005 so os constantes no Anurio Mineral Brasileiro multiplicados por 1,6(d=1,6) fator usado para converter metro cbico de brita em tonelada. Os de 2006, 2007 e 2008 acompanharam a variao do PIB.

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    Para a projeo da produo para os prximos 20 anos, fazer-se- uso dos cenrios que constam no RT 01 (Calaes, G.D). Os valores de produo para 2007 e 2008 so os constantes na Tabela 5 do sub-item 3.8, baseadas em informaes da ANEPAC. Para 2009, estimou-se uma produo 7% maior.

    Tabela 14 - Previso Produo de Brita Brasil (2007-2030)

    Cenrio 1 - Frgil

    PRODUO DE BRITA NO BRASIL (106 t)

    2007 173 2015 235 2023 282

    2008 186 2016 241 2024 288

    2009 199 2017 247 2025 293

    2010 205 2018 253 2026 299

    2011 210 2019 259 2027 305

    2012 216 2020 266 2028 311

    2013 222 2021 271 2029 317

    2014 228 2022 276 2030 324

    Cenrio 2- Vigoroso

    PRODUO DE BRITA NO BRASIL (106 t)

    2007 173 2015 252 2023 363

    2008 186 2016 263 2024 381

    2009 199 2017 275 2025 400 2010 207 2018 287 2026 421

    2011 215 2019 300 2027 442

    2012 224 2020 314 2028 464

    2013 233 2021 329 2029 487

    2014 242 2022 346 2030 511

    Cenrio 3- Inovador

    PRODUO DE BRITA NO BRASIL (106 t)

    2007 173 2015 267 2023 460 2008 186 2016 284 2024 497 2009 199 2017 302 2025 537 2010 209 2018 322 2026 580 2011 219 2019 343 2027 626

    2012 230 2020 365 2028 676 2013 242 2021 395 2029 730

    2014 254 2022 426 2030 789 Fonte : Cenrios : RT 01 (Calaes, Gilberto D.)

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    6.2. NECESSIDADES ADICIONAIS DE RESERVAS DE ROCHAS PARA BRITA

    Como consta no sub-item 3.2, as reservas teoricamente so abundantes, mas dependem de ordenamento territorial para proteg-las de outros usos do solo para no serem esterilizados.

    7. PROJEO DAS NECESSIDADES DE RECURSOS HUMANOS

    A tendncia do setor de produo de brita a consolidao, ou seja, as empresas menores serem absorvidos por grandes grupos, pelo menos prximos a grandes centros de consumo. Com isso e com a melhoria das condies de financiamento, a tendncia o investimento em mquinas mais sofisticadas que precisam de um ou dois operadores para faz-los funcionar. Com a automatizao de outras operaes, sero necessrias poucas pessoas, mas altamente treinadas. Evidenciando o melhor cenrio para a produo(cenrio vigoroso) e tendo por base a mo de obra atual de 20.000 pessoas para uma produo de 173 Mt de 2007, dando uma produtividade de 8.650 t/homem/ano, a previso, desconsiderando melhorias tecnolgicas que forosamente vo acontecer, pode ser estimado em at 91.000 pessoas em atividade direta.

    8. ARCABOUO LEGAL, TRIBUTRIO E DE INCENTIVOS FINANCEIROS E FISCAIS

    A extrao de rocha para brita necessita de autorizao federal para poder operar. Essa autorizao pode ser de dois tipos. O primeiro, conforme a lei geral que rege qualquer minerao no Brasil, conhecido como Regime de Concesso. Para obter uma concesso, a empresa precisa para passar por uma primeira fase, Regime de Autorizao, que consiste em fazer uma pesquisa mineral na rea pleiteada. Aprovado os estudos dessa pesquisa, a empresa pleiteia a concesso, que por tempo indeterminado at esgotar-se a reserva mineral aprovada na fase anterior. O segundo um regime especial para seis substncias areia para construo civil, cascalho para construo civil, saibro para construo civil, brita para construo civil, rochas calcrias para corretivo de solos e argila para cermica vermelha que conhecido como Regime de Licenciamento. um sistema que no exige que haja uma pesquisa mineral anterior, mas necessita de uma autorizao da autoridade local na forma de uma Licena. Tambm exige que a empresa seja dona da propriedade fundiria ou que tenha autorizao expressa do dono da propriedade. Essa Licena registrada no Departamento Nacional de Produo Mineral e tem geralmente um prazo definido. A existncia do regime de Registro de Extrao, regulamentado em 2000 (Decreto 3.358/00) permite a extrao de substncias minerais de emprego imediato na construo civil, por rgos da administrao direta e autrquica da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos municpios, para uso exclusivo em obras pblicas por eles executadas diretamente vedada a comercializao.

    Alm da autorizao federal, exige-se tambm a licena ambiental. Para obter uma concesso, a empresa deve apresentar uma Licena de Instalao obtida do rgo de meio ambiente que pode ser federal, estadual ou municipal. Aps obter a concesso e cumprir o disposto na Licena de Instalao, obter a Licena de Operao que a autoriza a extrair. Essa Licena de Operao tem prazo definido e depende de cada rgo.

    Em 2007, entrou em vigor a Resoluo CONAMA n 369, de 28/03/06. Na Seo II, Das Atividades de Pesquisa e Extrao de Substncias Minerais, pargrafos do artigo 7 referem-se especificamente s rochas usadas na construo civil:

    4 A extrao de rochas para uso direto na construo civil ficar condicionada ao disposto nos

    instrumentos de ordenamento territorial em escala definida pelo rgo ambiental competente.

    5 Caso inexistam os instrumentos previstos no 4, ou se naqueles existentes no constar a

    extrao de rochas para o uso direto para a construo civil, a autorizao para interveno ou

    supresso de vegetao em APP de nascente, para esta atividade estar vedada a partir de 36

    meses da publicao desta Resoluo.

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    Observa-se que, sem qualquer justificativa tcnica, legal ou ambiental, a extrao de rocha para brita objeto de exigncias especficas, diferentes das outras substncias. Trata-se de exigncia sobre a qual o minerador no tem controle, j que compete ao poder pblico a elaborao e implementao de instrumentos de ordenamento territorial, ficando a minerao de rochas para agregados a merc da inoperncia ou morosidade dos rgos pblicos. Se levada a cabo, a aplicao do 5 levar ao fechamento da maioria das pedreiras de brita.

    A Resoluo CONAMA N 1/86, estabelece definies de impacto ambiental, e determina elaborao de estudo de impacto ambiental e respectivo relatrio(EIA/RIMA) a serem submetidos aprovao do rgo estadual competente das atividades de extrao de minrio inclusive os da classe II (areia e brita).

    Do ponto de vista tributrio, a comercializao da brita exige o recolhimento do Imposto sobre Circulao de Mercadoria e Servios (ICMS), tributo estadual. A alquota geral incidente de 17%. Entretanto, alguns estados da Federao tm acordos aprovados pelo Confaz que tornam a alquota real incidente bem mais baixa. Alguns estados tm leis aprovadas por suas Assemblias Legislativas que estabeleceram alquotas ainda mais baixas.

    Mudanas na legislao do PIS/Cofins fizeram com que a incidncias dessas contribuio (incidem sobre o faturamento da empresa) passassem de 0,65% do regime anterior para 1,65 (PIS) e de 3% para 7,6% para o COFINS.

    Alm dos tributos, a atividade extrativa mineral recolhe ainda a Compensao Financeira sobre a Extrao Mineral (CFEM), com alquota de 2% sobre o faturamento lquido.

    A produo de brita no recebe nenhum incentivo especfico financeiro ou fiscal. O sistema BNDES, e bancos estaduais de fomento, podem atribuir financiamentos aos produtores de brita A produo de areia no recebe nenhum incentivo especfico financeiro ou fiscal. O sistema BNDES, e bancos estaduais de fomento, podem atribuir financiamentos aos produtores de areia nas carteiras convencionais destes bancos. Alm disso, micro, pequenas e mdias empresas do setor industrial tm condies especiais. A poltica do Banco orientada pelas diretrizes da Poltica de Desenvolvimento Produtivo - PDP, do Ministrio de Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MDIC. (BNDES, site, 2009).

    Nas carteiras convencionais destes bancos. Alm disso, micro, pequenas e mdias empresas do setor industrial tm condies especiais. A poltica do Banco orientada pelas diretrizes da Poltica de Desenvolvimento Produtivo - PDP, do Ministrio de Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MDIC. (BNDES, site, 2009).

    9. CONCLUSES

    Mineraes de rocha para brita existem em todos os estados. Existem cerca de 600 lavras de rocha para esse fim, sem contar as minas de rochas para outros fins como rochas calcrias para fabricao de cimento, cal ou para uso em siderurgia e metalurgia, em corretivo de solos para agricultura, etc., nas quais a parte que no serve para esses fins colocada no mercado como brita para construo civil, assim. Tambm no esto includas as pedreiras abertas exclusivamente para uma obra especfica pelo Regime de Extrao Mineral para rgos pblicos.

    O levantamento estatstico da produo de brita falho. H o levantamento feito pelo DNPM por meio de Relatrios Anuais de Lavra, fonte do Anurio Mineral Brasileiro, mas nem o DNPM o utiliza como base principal da estatstica de brita. Seus dados so coletados, mas nos dados finais divulgados a quantidade estimada com base no consumo aparente do cimento e os

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    preos so obtidos atravs dos relatrios da Cmara Brasileira da Indstria da Construo (CBIC). Alm disso, o uso dessa estimativa recente, no contemplando a maior parte da srie histrica.

    Para poder fazer as sries histricas de produo e consumo, foi usada a relao que existe entre o consumo da brita com o consumo do cimento e informaes parciais obtidas de outras fontes. Assim, a produo de 2007 foi estimada em 173 milhes de toneladas, a de 2008 em 186 milhes de toneladas. A estimativa para 2009 levou em conta a produo da Grande So Paulo, prevendo-se um aumento de 7%, o que levaria a produo para 199 milhes de toneladas.

    Para estimativa do consumo histrico de brita, a correlao foi feita com o consumo do cimento. Em 2005, foram 130 milhes de toneladas; em 2006, 142 milhes; em 2007, 156 milhes; e em 2008, 185 milhes.

    Na projeo para 2030, prev-se que o consumo atinja 309 milhes de toneladas no cenrio frgil, 460 milhes de toneladas no cenrio vigoroso e 672 milhes de toneladas no cenrio inovador, segundo critrios do RT 01 de Calaes.

    Na projeo da produo para 2030, prev-se que a produo estaria em 324 milhes de toneladas, 511 milhes de toneladas e 789 milhes de toneladas para os mesmos cenrios.

    Prever-se cenrios para produo de brita complicado. No h nmeros confiveis para a produo, os mercados nas diversas regies so heterogneos, obras pblicas em curso impactam significativamente a produo, enfim uma srie de situaes que impedem a criao de cenrios confiveis.

    Em termos de consumo per capita de agregados (areia e brita), nos cenrios propostos por Calaes, considerando que a populao brasileira esteja em torno de 216,4 milhes de habitantes em 2030, seria de 3,9 toneladas para o cenrio 1, de 6,1 toneladas para o cenrio 2 e de 9,5 toneladas para o cenrio 3. Portanto nos cenrios previstos chegaria-se a valores per capita equivalentes a de algumas das economias desenvolvidas.

    Quanto aos recursos minerais para a produo de brita, eles so teoricamente abundantes. Entretanto, se no forem adequadamente protegidos, sero esterilizados pela urbanizao. H necessidade de ordenamento territorial, Isto , que zoneamentos protejam tambm recursos minerais como areia, argila e rocha.

    A situao legal dos empreendimentos tambm deve ser preservada. No pode ocorrer fechamento de pedreiras por presso social ou poltica, como ocorreu recentemente em Nova Iguau (RJ), quando o prefeito municipal para cumprir promessa de campanha mandou fechar uma pedreira que tinha todas as licenas e autorizaes necessrias, no atendendo a determinaes do DNPM, do rgo ambiental do Estado do Rio de Janeiro, de ningum. Preocupa sobremaneira a Resoluo CONAMA n 369/06 que pode obrigar o fechamento de muitas pedreiras a partir de 2010. Essa parte da resoluo foi resultado da ao de grupos de presso contrrios a mineraes prximas a centros urbanos, casos da areia, da argila e de rochas para brita.

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    10. RECOMENDAES

    A concentrao populacional nos grandes centros tendncia que deve aumentar a disputa por espao entre produo de brita e habitao. Deste embate perde a populao por aumento de custo dos transportes para ter acesso a este material, a deciso poltica de definio de zonas definidas de restrio de produo assim como zonas de proteo s regies potencialmente produtoras deve favorecer aos produtores. Ao rgo responsvel pela concesses ou licenciamento cabe definir este zoneamento e aos rgos municipais a deciso de impedir acesso s zonas definidas como produtoras.

    Face as facilidades atuais e futuras da eletrnica e informtica, restrio ou at a extino do Licenciamento Municipal para lavra de brita . A deciso da exigncia de Concesso Federal facilita e melhora o conhecimento da jazida e o potencial a ser explorado. Assim como o atendimento s Licenas Ambientais.

    Portanto como recomendado define-se por zoneamento de reas produtoras e concesso

    federal exclusiva para a produo. nica forma de atender ao disposto no item VII do artigo 7 do Plano Nacional de Agregados Minerais para Construo Civil- PNACC.

    Atender aos princpios, diretrizes, estratgias determinadas pelo Plano Nacional de

    Agregados Minerais para a Construo Civil PNACC, institudo pela Portaria n 222, de 20 de Junho de 2008 (DOU 23/06/2008)

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    11. BIBLIOGRAFIA

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