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BRINCANDO NO QUINTAL COM MEUS IRMÃOS, APRENDI A LER LENDO E A ESCREVER ESCREVENDO

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BRINCANDO NO QUINTAL COM MEUS IRMÃOS, APRENDI A LER LENDO E A ESCREVER ESCREVENDO

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Este trabalho tem a intenção de relatar uma experiência real de como ocorre os

mecanismos de construção do aprendizado da leitura com a

representação da linguagem escrita e o processo de alfabetização precedido da

leitura do mundo.

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A minha experiência pessoal retrata bem a “leitura de mundo” , que de

acordo com Freire, precede a leitura da palavra. Bem antes de decodificar

os códigos das letras eu já estava fazendo leitura e assimilando, num

processo evolutivo, construindo conhecimentos. Brincando com

meus irmãos, sentada no chão do quintal da casa onde eu morava eu aprendi a ler. Escrevendo palavras

que tinham um significado importante para nós, eu e minha irmã, sem pretensão ou cobrança

para que aprendêssemos, assimilamos no trato com objetos,

nomes de nossos parentes e pessoas que para nós possuíam um valor amoroso, escritas na parede de

nossa casa por nosso irmão mais velho. As palavras significativas dinamizavam um dos aspectos

centrais do processo de alfabetização em nossa experiência

existencial.

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Foi brincando de escolinha com meu irmão, sentada no quintal da casa em que eu morava, então com 6 a 7 anos de idade onde aprendi a ler. A parede caiada de branco era o quadro, meu irmão o professor, que escrevia na

parede com cacos de tijolo molhado, desenhando o alfabeto e tudo que eu e minha irmã pedíamos pra que ele nos

ensinasse a escrever. Em dias de chuva, quando ficávamos presos

dentro de casa, qualquer papel virava caderno. Quando esta brincadeira perdeu a graça, ele inventou outra com jornais velhos, ele escolhia um

nome grande na manchete do jornal e quem conseguisse ler primeiro era

campeão e ganhava o prêmio: folhear as revistinhas em quadrinhos, que só

ele ganhava do nosso pai, pois já sabia ler e escrever.

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O brincar tem função importante no desenvolvimento da criança em todas as suas esferas, sociais, afetivas e cognitivas. Portanto, criar um espaço lúdico potencializa plenamente desenvolvimento da criança, já que o brincar é uma tarefa natural carregada de espontaneidade, sobretudo, prazerosa. Isto explica a facilidade com que eu e minha irmã aprendíamos. O ambiente facilitador criado para nós foi a nossa própria casa. Meus pais sempre estavam lendo, o meu pai trazia todo dia um jornal pra casa, além de ler livros, revistas, e a Bíblia. E eu, atenta.

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Este ambiente letrado levou o meu irmão a escrever os nomes que para

nós fazia sentido reproduzindo a prática dos adultos . O primeiro nome próprio que ele escreveu foi o dele, e depois o nosso: Jecé ( é escrito assim

mesmo), Neusenir, Dorcelina,; o de nossos pais, João e Tereza e de todas

as pessoas com algum grau de amorosidade. As outras palavras eram coisas que tinham no nosso quintal, o

nome das plantas, dos objetos, escrevia nomes que nós antes de ver escrito já fazíamos leitura. De acordo

com Freire, fazíamos ”leitura de mundo”. Se a brincadeira não fosse

prazerosa, com certeza a abandonaríamos.

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As atividades lúdicas proporcionam o desenvolvimento da criatividade,

estimulam senso crítico, contribuem de forma significativa para o processo de socialização e aceitação do outro. A prática lúdica dentro do contexto da educação infantil contribui para o processo de desenvolvimento da

coordenação motora e para o desenvolvimento das habilidades no

campo visual e auditivo. É uma ferramenta que permite ao educando

expressar espontaneamente seus sentimentos, tais como, alegria, medo,

anseios e angústias.

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A brincadeira pode promover uma maior interação entre as relações

aluno/professor e aluno/aluno. A presença do professor na hora da

realização de tarefas lúdicas é imprescindível, pois desta forma cria-se um ambiente mais acolhedor e seguro,

principalmente no que se refere à inclusão de regras ainda desconhecidas e passíveis de conflitos. Cabe ao educador

a tarefa de mediar, compartilhar mostrando-se junto no desafio de

conceber os conceitos de, por exemplo, ganhar e perder que as brincadeiras

também proporcionam.

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A brincadeira, que meu irmão, que assumia a figura de professor, mesmo sem intenção educativa, fazia oferecendo brindes a quem lesse as palavras selecionadas por ele no jornal, foi um estímulo válido. As regras estavam presentes, tal qual em uma sala de aula de Educação Infantil.Os jogos e brincadeiras são importantes ferramentas para o processo de mudança de comportamento da criança e para efetiva aquisição de conteúdos. Ao proporcionar um ambiente lúdico na sala de aula, torna-se a maneira mais garantida e atual de ensinar.

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Cabe aqui ressaltar que estas atividades não podem estar restritas apenas ao horário, como o recreio, por exemplo; antes o lúdico deve estar presente no decorrer de todo o período em que o aluno estiver na sala da aula, pois o movimento lúdico constante desenvolve a criatividade do educando, além de colocar em movimentos vários processos de desenvolvimento infantil. 

“A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança

sendo por isso, indispensável à pratica educativa”.Jean Piaget

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Segundo os estudos de Jean Piaget, há dois conceitos básicos na construção do pensamento infantil, “assimilação e acomodação”. O primeiro conceito trata de novas experiências e informações que chegam até o indivíduo. Define a acomodação como sendo o processo de modificação de ideias e estratégias para resolver uma nova situação. Vygotsky, considera o lúdico como principal ferramenta a promover o desenvolvimento pleno do educando, ressaltando o papel de mediação das brincadeiras do faz-de-conta e dos brinquedos em geral dos adultos

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No capítulo II, título V, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB), define-se os níveis e as modalidades de educação e ensino, sendo que o artigo 21 afirma que a “educação escolar compõe-se de: I – educação básica, formada pela educação Infantil, ensino fundamental e ensino médio” 

APRENDER BRINCANDO É UM DIREITO INSTITUCIONALIZADO

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Desta forma, a Educação Infantil se constitui na etapa inicial da Educação Básica. Dela exige-se uma nova perspectiva de atendimento institucional prestado às crianças em creches e pré-escolas, as quais, com a LDBEN, passam a ter compromissos educativos, superando, assim, o caráter puramente assistencialista de guardar e de cuidar que antes dela marcavam a maioria dos espaços destinados à infância.

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O que fica relatado aqui com minha experiência é que a construção de

saberes de uma criança é facilitado e substancioso quando a ela é oferecido

um ambiente contextualizado com o seu meio familiarizado, que pra ela tenha

significado, e melhor que seja com brincadeiras prazerosas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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FICHA TÉCNICA BRINCANDO NO QUINTAL COM MEUS

IRMÃOS, APRENDI A LER LENDO E A E ESCREVER ESCREVENDO.

Aluna: Neusenir Custodio de Souza Silva

Matrícula: 12112080173 Polo: Paracambi Disciplina: 7º Seminário de Práticas Educativas

Equipe: Marlene N. Ferreira