brilho eterno de uma mente sem lembranças: reflexões sobre a capacidade de estar só

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Introdução: O filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, 2004, traz como narrativa a história de Joel e Clementine, um casal que durante anos tenta fazer seu relacionamento dar certo, e por fim acabam se separando. Ela então apaga sua memória em uma clinica chamada Lacuna. Ao saber que ela apagou sua memória, Joel decide fazer o mesmo procedimento. Porém, no decorrer do tratamento, Joel sente as lembranças se apagando, e o mesmo decide que não quer se esquecer. A partir deste momento Joel inicia uma revisitação em suas lembranças, procurando guardar Clementine em suas memórias. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo analisar o filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças a partir da teoria de Donald Winnicott apresentada na cadeira de Teorias e Processos em Psicanálise II. Método: O estudo baseou-se na análise do filme, juntamente com uma pesquisa bibliográfica da obra do autor Donald Winnicott Resultados: Foi observado na personagem Clementine a ausência da capacidade de estar só. A personagem por sua narrativa de sofrimento com a solidão na infância traz uma falha na relação diádica inicial (mãe e bebê). Conforme Winnicott (1958) a capacidade de estar só se constitui na infância pela experiência do bebê de ficar só na presença da mãe. Esta capacidade trata–se de um paradoxo, pois refere–se a estar só na companhia do outro. Necessita de uma mãe suficientemente boa para satisfazer este bebê . Clementine coloca Joel nesta relação diádica, passando por um momento de grande sofrimento, retornando a uma fase de dependência absoluta. Conclusão: Conclui-se que pela relação da capacidade de estar só com a maturidade emocional, considera – se Clementine com falhas em seu desenvolvimento pela falta de uma mãe suficientemente boa. Logo em uma relação amorosa, a falta da capacidade de estar só da personagem a coloca em uma relação na qual ela perde a noção de si mesma e se constitui apenas como parte desta relação. Isso faz com que Clementine não suporte o fim deste relacionamento e que a mesma recorra á dar fim as suas memórias. Palavras-Chave: Capacidade de estar só, relação diádica, Donald Winnicott,. Referências: Winnicott, D. W. Desenvolvimento emocional primitivo (1945). Da pediatria à psicanálise obras escolhidas / por D.W. Winnicott; com uma introdução de Masud M. Khan; tradução Davy Bogomoletz. – Rio de Janeiro: Imago Ed., 2000. p. 218 – 232. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Direção e Roteiro: Michael Gondry, Charlie Kaufman Produção: Focus Features. 2004. NTSC ( 108 min). MOTTA, Pierre*, BARONIO, Franchesca C*, WASCHBURGER, Evelise*

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Poster sobre o filme Brilho eterno de uma mente sem lembranças, sob o olhar da teoria de D. Winnicott. Apresentado no SIPE 2014 da FADERGS

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Page 1: Brilho eterno de uma mente sem lembranças: Reflexões sobre a capacidade de estar só

Introdução: O filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, 2004, traz como narrativa a história de Joel e Clementine, um casal que durante anos tenta fazer seu relacionamento dar certo, e por fim acabam se separando. Ela então apaga sua memória em uma clinica chamada Lacuna. Ao saber que ela apagou sua memória, Joel decide fazer o mesmo procedimento. Porém, no decorrer do tratamento, Joel sente as lembranças se apagando, e o mesmo decide que não quer se esquecer. A partir deste momento Joel inicia uma revisitação em suas lembranças, procurando guardar Clementine em suas memórias.

Objetivo: Este trabalho tem como objetivo analisar o filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças a partir da teoria de Donald Winnicott apresentada na cadeira de Teorias e Processos em Psicanálise II.

Método: O estudo baseou-se na análise do filme, juntamente com uma pesquisa bibliográfica da obra do autor Donald Winnicott

Resultados: Foi observado na personagem Clementine a ausência da capacidade de estar só. A personagem por sua narrativa de sofrimento com a solidão na infância traz uma falha na relação diádica inicial (mãe e bebê). Conforme Winnicott (1958) a capacidade de estar só se constitui na infância pela experiência do bebê de ficar só na presença da mãe. Esta capacidade trata–se de um paradoxo, pois refere–se a estar só na companhia do outro. Necessita de uma mãe suficientemente boa para satisfazer este bebê . Clementine coloca Joel nesta relação diádica, passando por um momento de grande sofrimento, retornando a uma fase de dependência absoluta.

Conclusão: Conclui-se que pela relação da capacidade de estar só com a maturidade emocional, considera – se Clementine com falhas em seu desenvolvimento pela falta de uma mãe suficientemente boa. Logo em uma relação amorosa, a falta da capacidade de estar só da personagem a coloca em uma relação na qual ela perde a noção de si mesma e se constitui apenas como parte desta relação. Isso faz com que Clementine não suporte o fim deste relacionamento e que a mesma recorra á dar fim as suas memórias.

Palavras-Chave: Capacidade de estar só, relação diádica, Donald Winnicott,.  Referências: Winnicott, D. W. Desenvolvimento emocional primitivo (1945). Da pediatria à psicanálise obras escolhidas / por D.W. Winnicott; com uma introdução de Masud M. Khan; tradução Davy Bogomoletz. – Rio de Janeiro: Imago Ed., 2000. p. 218 – 232.Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Direção e Roteiro: Michael Gondry, Charlie Kaufman Produção: Focus Features. 2004. NTSC ( 108 min).

MOTTA, Pierre*, BARONIO, Franchesca C*, WASCHBURGER, Evelise*