brasil x itÁlia concurso mundial de olho na vitória, … · marcos do val misturou-se a vândalos...

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www.gazetaonline.com.br VITÓRIA, SÁBADO, 22 DE JUNHO DE 2013 - EDIÇÃO ENCERRADA: 23H R$ 2,00 FUNDADA EM 11 DE SETEMBRO DE 1928 POR THIERS VELLOZO. Nº 29.318. ANO LXXXV BRASIL X ITÁLIA CONCURSO MUNDIAL Capixaba ganha o melhor emprego do mundo Pág. 42 CIDADES 3ª Ponte: pedágio volta segunda, sem Via Expressa Pág. 22 PROTESTOS. PRESIDENTE ADMITE QUE “MUITA COISA” AINDA NÃO FOI FEITA Diante da diversidade de reivindicações dos protestos pelo país, analistas, professores e autoridades dizem que será difícil avançar se o movimento não organizar a pauta e traçar metas. Na TV, a presidente Dilma reconheceu ontem que os governos precisam mudar. Ela defendeu um pacto com governadores e prefeitos pela melhoria do serviço público e anunciou três medidas: um plano nacional de mobilidade urbana; a destinação de 100% dos royalties do petróleo para a Educação; e a contratação de milhares de médicos do exterior para o SUS Págs. 3 a 17 De olho na vitória, para evitar a Espanha Págs. 56 a 60

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Page 1: BRASIL X ITÁLIA CONCURSO MUNDIAL De olho na vitória, … · Marcos do Val misturou-se a vândalos e filmou ação Durante a manifesta-ção da última quin-ta-feira, o especialista

www.gazetaonline.com.br VITÓRIA, SÁBADO, 22 DE JUNHO DE 2013 - EDIÇÃO ENCERRADA: 23H R$ 2,00

FUNDADA EM 11 DE SETEMBRO DE 1928 POR THIERS VELLOZO. Nº 29.318. ANO LXXXV

COLUNASDO DIA

MERVAL PEREIRADilma em busca

de saídas Pág. 33

ILIMAR FRANCOA caixa-preta dos

Transportes Pág. 34

VICTOR HUGOVila Velha, a campeã

de lixo no Estado Pág. 14

BRASIL X ITÁLIA CONCURSO MUNDIAL

Capixaba ganha omelhor empregodo mundo Pág. 42

CIDADES

3ª Ponte: pedágiovolta segunda, semVia Expressa Pág. 22

PROTESTOS. PRESIDENTE ADMITE QUE “MUITA COISA” AINDA NÃO FOI FEITA

Diante da diversidade de reivindicaçõesdos protestos pelo país, analistas,

professores e autoridades dizem que serádifícil avançar se o movimento não

organizar a pauta e traçar metas. Na TV,a presidente Dilma reconheceu ontemque os governos precisam mudar. Ela

defendeu um pacto com governadores eprefeitos pela melhoria do serviço

público e anunciou três medidas: umplano nacional de mobilidade urbana;

a destinação de 100% dos royaltiesdo petróleo para a Educação; e a

contratação de milhares de médicosdo exterior para o SUS Págs. 3 a 17

De olho na vitória, paraevitar a Espanha Págs. 56 a 60

Documento:AG22CA001;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:21 de Jun de 2013 23:16:20

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CIDADES15SÁBADO, 22 DE JUNHO DE 2013 A GAZETA

O POVO VAI ÀS RUAS

INSTRUTORINFILTRADOEM TUMULTOMarcos do Val misturou-sea vândalos e filmou ação

Durante a manifesta-ção da última quin-ta-feira, o especialistaem segurança e instru-tor da SWAT, Marcos DoVal, decidiu infiltrar-seno grupo que iniciou adepredação na sede doTribunal de Justiça(TJ) e acompanhou deperto a ação do grupo eda Polícia Militar. Eleelogia a ação da políciae conta que o grupo eracomposto, na maioria,por criminosos.

“Fui à manifestaçãocomo cidadão e, quan-do vi o tumulto se for-mar, me juntei aos vân-dalos para ver comoiriam se comportar. Le-vei uma câmera e filmeitudo. Eles estavam ar-mados com bombas.Não há como dizer quenão foi planejado. São,na maioria, criminosos,e muitos são menoresde idade. Corri o risco

de ser atingido por balade borracha”, conta.

Para ele, a estratégiaadotada pela polícia foicorreta. “Na segunda-fei-ra,chegueiacriticaraaçãoda polícia, mas dessa vezacho que foram muito

CAMILA BOTACIN

Para Marcos do Val, quem fez atos de vandalismo deve ter planejado depredação

bem.Nãoatiraramdemui-to perto, como da outravez, e conseguiram prote-ger a população”, diz.

NA RODOSOLSegundo ele, o Bata-

lhão de Missões Espe-

DICAS DE SEGURANÇA EM MANIFESTAÇÕES

1 Caminhe, de preferência,nas laterais. Isso facilita a

sua saída do local em casode confusão

2 Se a multidão viercorrendo ao seu

encontro, procureencostar-se em uma paredee esperar o grupo passar

3 Ao identificar algumvândalo, ligue para a

polícia

4 Evite permanecer namanifestação depois

que ela chegar aodestino final

ciais (BME) demorou aconter o grupo que esta-va depredando as cabi-nes do pedágio da Ro-dosol porque os milita-res estavam tentandoconter um outro grupoque atuava em uma con-

cessionária próximo aoTribunal de Justiça.

“Não era possível sairdo local naquele mo-mento, muito menoscorrendo. O passo emque seguem é lento, por-que todos os policiais

precisam andar juntos,protegendo uns aos ou-tros”, conta.

Do Val também acre-dita que não foram usa-das balas de borrachanaquele momento por-que haviam muitos ma-nifestantes em cima daponte. “Ali, não há rotade fuga. A prioridade dapolícia foi a vida dosmanifestantes, e não opatrimônio. Foi a me-lhor escolha a ser feita”,avalia o instrutor.

Ele orienta que, du-rante as manifestações,a população não perma-neça nos locais duranteo confronto e que vol-tem para casa assim quechegarem ao destino fi-nal. “Muitos curiososacabam sendo atingi-dos nessas situações.Permanecer no local sódificulta o trabalho dapolícia e te coloca emrisco”, diz.

Novas manifestações reúnemmilhares no interior do Estado

Outros protestos foramrealizados ontem no inte-rior do Estado. Em Colati-na, na Região Noroeste, foiosegundoatoemdoisdias,e mais de 2 mil pessoas fe-charam a Avenida GetúlioVargas para pedir melho-rias na cidade.

Segundo a Polícia Mili-tar, um rapaz de 19 anosfoi detido porque queriasoltarumrojãonomeiodopovo. Ele foi levado paradelegacia,ouvidoe libera-do. Entre as reivindica-çõesdosmoradoresdeCo-latina estão o fim da farrados comissionados e a va-lorização dos professores.

EmSooretama,noNorte,

cerca de mil manifestantesparticiparam, segundo aPM. Depois de passar pelaprefeitura e pela CâmaraMunicipal, eles fecharam aBR 101 Norte, na altura dobairro Córrego Alegre, poruma hora. A PM disse quenão houve tumulto.

Em Aracruz, também noNorte, moradores percorre-ramasprincipaisruaseave-nidasdomunicípioemumamanifestaçãopacífica,apar-tir das 17h, na Praça da Paz.Apósofimdomanifesto,porvolta das 20h, quatro pes-soas foram detidas apósquebraremavidraçadeumaconcessionária de automó-veis, próxima à prefeitura.

Em Barra do Sahy, no li-toral de Aracruz, tambémhouve protesto, noa noitede ontem. Os manifestan-tes bloquearam a rodoviaES 010 na altura da cantei-ro de obras do Estaleiro Ju-rong. Entre as reivindica-ções está a redução do pre-ço da passagem de ônibusda sede de Aracruz para olitoral, queestariaprestesaaumentar para R$ 5,80.

As manifestações de-vemcontinuarhojenoSuldoEstado.Estãoprevistaspasseatas em Cachoeirode Itapemirim, Mimosodo Sul, Marataízes e Ven-da Nova do Imigrante eGuaçuí.

Linhares: preço dapassagem cai R$ 0,10

Menos de 24 horas de-pois da maior manifesta-ção pública já realizadaem Linhares, no Norte, daqual participaram cercade 8 mil pessoas, a prefei-turaanunciou,natardedeontem, a redução deR$ 0,10 no preço das tari-fasdosônibusmunicipais.A partir de amanhã, o va-lor,pagoemdinheiro,pas-sa de R$ 2,30 paraR$ 2,20. No cartão-trans-porte, o preço não muda.

A decisão foi tomada emreunião do Conselho Tarifá-rio Municipal – do qual fa-zem parte secretários, sindi-calistas e empresários – naúltima quarta-feira, mas só

foi anunciada na tarde deontem. A redução foi possí-vel por causa da medida fe-deral de acabar com a inci-dência dos impostos PIS eCofins sobre a receita dasempresas de transportes.

Apesar da desoneração,não muda o preço das pas-sagem nos ônibus que con-tamcomcadeirasmaisacol-choadas e ar-condicionado,que é R$ 2,80. O valor nocartão também não muda,permanece em R$ 2,12. “Ovalor no cartão é destinadoàs empresas para oferece-rem aos seus funcionários”,alegou Antônio Comério,diretor administrativo daViação Joana d’Arc.

Cariacicacancela showde Lobão

Aprogramaçãodeshowsda festa de 123 anos de Ca-riacica, marcada para hoje,está cancelada devido àmanifestação que aconteceno município, cujo roteiroprevê uma concentraçãopróximaaoPalácioMunici-pal, local onde está monta-do o palco principal. Entreas atrações estava progra-mado o show do cantor Lo-bão. O evento prosseguenormalmente amanhã,comosshowsdabandaHo-jeTem,EmersonXumbregae Péricles. Na segunda-fei-ra, estão mantidas as ban-das Forró Comichão e OsCarreteiros.

5 Abaixe-se ao perceberqualquer sinal de

confusão. Isso ajudará apolícia a identificar osenvolvidos

6 Se houverqualquer sinal de

confronto, saia do localrapidamente, semprepelas laterais

7 Não volte ao localem hipótese alguma.

Você só vai atrapalhar aação da polícia e poderáser atingido

Fonte: Marcos do ValQuem identificar algum vândalo deve chamar a PM

CARLOS ALBERTO SILVA - 20/06/2013

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16 CIDADESA GAZETA SÁBADO, 22 DE JUNHO DE 2013

O POVO VAI ÀS RUAS

SP: PROTESTO INTERDITAACESSO A AEROPORTOVia Dutra também foi fechada ontem por manifestantes

SÃO PAULO

Cerca de 5 mil manifes-tantes interditaram on-tem a Rodovia HélioSmidt, que dá acesso aoAeroporto de Cumbica,em Guarulhos (SP), impe-dindo que passageiros etripulantes chegassem ousaíssem do local. Um ou-tro grupo de manifestan-tes fechou também a ViaDutra, rodovia que dáacessoaoaeroporto,naal-turadokm122.SegundoaEmpresa Brasileira de In-fraestrutura Aeroportuá-ria (Infraero), 62 voos do-mésticos (25,5%) esta-vam atrasados até as 21horas. Outros 17 foramcancelados.

A interdição da rodoviacomeçou por volta das 17

horas e seguia até as21h30. Muitos passagei-ros que ficaram presos nobloqueio desceram doscarros e tentaram seguir apé pela via para não per-der voos. Alguns foramhostilizados por manifes-tantes.Porvoltadas19ho-ras, as portas do saguãoprincipal do aeroporto fo-ram fechadas por policiaisfederais. Os manifestan-tes não chegaram a seaproximar do aeroporto.

NoTerminal4,aTropadeChoque e policiais federaisfizeram um cordão de isola-mentocomcães.Algunsma-nifestantes tentaram entrar,mas o acesso ao terminal sófoi permitido àqueles queiriam viajar - a identificaçãoficou a critério dos policiais.

OsmanifestantesvaiaramosPMs, mas não houve con-frontos até as 21h.

A TAM informou às 21horas que “por causa dasrestriçõesdeacessoaoaero-porto” isentaria seus passa-geiros de taxas de remarca-ção e reembolso de passa-gens nos voos agendadospara a noite.

MANIFESTAÇÕESNo bairro do Tatuapé,

cerca de 4 mil participaramde uma manifestação. Emum protesto pacífico ebem-humorado, cerca de 2mil manifestantes se reuni-ramnaPraçaRoosevelt,cen-tro, para protestar contra oprojeto de lei em trâmite naCâmara dos Deputados,apelidado de “cura gay”.

ALE VIANNA/AE

Em Tatuapé, manifestantes ocuparam ontem a Avenida Radial Leste

Protestos não paramno Rio de Janeiro

Nodiaseguinteàmanifes-taçãoquereuniu300milati-vistaseterminouemvanda-lismo, ontem o Rio foi palcode diversos atos que reuni-ram muito menos gentemas, em vários casos, tam-bém acabaram em saques etentativas de invasão.

Umdosprotestospacífi-cos ocorreu na zona sul,onde manifestantes foramaté o prédio onde mora ogovernador Sérgio Cabral(PMDB). Ele não estava

em casa. A principal con-centração ocorreu na Bar-radaTijuca,nazonaoeste,onde três shoppings fecha-ram as portas e três dasprincipaisviasdaregiãofo-ram interditadas.

O secretário estadualdeSegurança, JoséMaria-no Beltrame, disse ontem,naprimeiravezemqueco-mentou a ação de vânda-losduranteosprotestosdoRio, queoExércitopoderáatuar nas ruas da cidade.

AGÊNCIA O GLOBO

Na quinta, carro do SBT foi incendiado no Rio

AGÊNCIA O GLOBO

Orelhões do centro do Rio foram alvo de vândalos

LEVANTAMENTO DE ENTIDADE

Mais de 2 milhõesforam às ruas no paísLevantamento da Confe-deração Nacional de Mu-nicípios (CNM) divulga-do ontem revela que fo-ram realizadas manifes-tações na quinta em pelomenos 438 municípiosdo país. A entidade es-tima que a mobilizaçãocontou com a participa-ção de mais de dois mi-

lhões de pessoas. Em al-gumas cidades, o focoprincipal dos vândalosforam as prefeituras e ascâmaras de vereadores.A prefeitura de Belém,por exemplo, foi umadas que sofreu com ovandalismo. O municípioainda não estimou o cus-to do prejuízo.

RUMOS DO MOVIMENTO

Saída do MPL fazacender sinal amareloA violência nas cidades dopaís após as manifestaçõesde quinta-feira, aliada aoreceio de um possível usopolítico dos atos, fez umsinal amarelo acender.Após o anúncio de que oMovimento Passe Livre,que deu origem às ma-nifestações contra o au-mento das tarifas, não es-

taria mais à frente dosatos, uma onda de críticasao esvaziamento ideológi-co tomou as redes sociais.A proliferação de petiçõespelo impeachment de go-vernantes e até a convo-cação de uma greve geralvia Facebook espalharamreceio quanto ao rumodos protestos.

EM BELÉM

Gari morre após inalargás lacrimogêneoA gari Cleonice Vieira deMoraes, de 54 anos, mor-reu ontem em Belém (PA)após as manifestações queocorreram na última quin-ta-feira. A gari teria inaladogás lacrimogêneo lançadopela polícia. Ela passou male foi levada para um pron-to-socorro, mas morreuapós duas paradas cardía-

cas. Ela foi a segunda ví-tima decorrente dos pro-testos em todo o país. EmRibeirão Preto (SP), Mar-cos Delefrate, de 18 anos,morreu atropelado. Identi-ficado pela polícia comoautor do atropelamento, oempresário AlexsandroIshisato Azevedo, de 37anos, continua foragido.

Documento:AG22CA016;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:21 de Jun de 2013 22:40:44

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CIDADES17SÁBADO, 22 DE JUNHO DE 2013 A GAZETA

O POVO VAI ÀS RUAS

DILMA DEFENDE PACTONa TV e no rádio, presidente apoia manifestações pacíficasBRASÍLIA

Comoavançodaondadeprotestos pelo país, a presi-dente Dilma Rousseff que-brou o silêncio e convocoucadeia nacional de rádio etelevisão para dar apoio àsmanifestações pacíficas econdenar,comveemência,aviolência. Dilma disse que ogoverno ouve as vozes dasruas, mas que vai agir comfirmeza para manter a or-demeevitarocaoseaarrua-ça nas cidades brasileiras.

Paratentaratenderaprin-cipal reivindicação dos ma-nifestantes,apresidenteafir-mouquevaisereunircomosdirigentes do Legislativo,

com governadores e prefei-tos, e comrepresentantesdomovimento pacífico para fa-zer um pacto de melhoriados serviços públicos.

Defendeu uma reformapolíticapara“oxigenarosis-tema político”, combater acorrupção e valorizar ospartidos políticos, que fo-ram duramente atacadosnasruas.“Ireiconversar,nospróximos dias, com os che-fes dos outros Poderes parasomarmos esforços. Vouconvidar os governadores eos prefeitos das principaiscidades do país para umgrande pacto em torno damelhoriadosserviçospúbli-

cos”, disse Dilma.A presidente comentou

a oportunidade de apro-veitar “o vigor” das mani-festações para produzirmais mudanças que bene-ficiemoconjuntodapopu-lação brasileira.

A presidente reconhe-ceu que os governos pre-cisammudar.Ela tambémanunciou três medidas:umplanonacionaldemo-bilidade urbana; a desti-nação de 100% dos royal-ties do petróleo para aEducação; e a contrata-ção de milhares de médi-cos do exterior para oSUS

REPRODUÇÃO

Dilma fez pronunciamento ontem em rede nacional

Presidentetematuaçãoreprovada�fLNI`Ln hV ½nKneVZbn

YVLKMn NIf àà+ hVLOnIZ`LKnWVL jVWL`hfMnYMI`Y VI OéLL`Yn n MfnòçãV hn OMfL`hfWKf ½`ZYn�VILLfee h`nWKf hVL OMVòKfLKVL fY HáM`nL jnO`òKn`Lï �Yn OnMjfZn hfèà+ nHnZ`n n nKInçãVjVYV óK`Yn VI lVnô fæÝ+ n jVWL`hfMnY MfdIòZnMï À jVWLIZKn eV` ef`KnnWKfL hV OMVWIWj`nYfWòKV hfZn fY jnhf`n Wnòj`VWnZ VWKfYï

Alvo de vândalos, Itamaraty recebe abraçoEm um ato de repúdio

aos ataques de vândalos,os funcionários do Minis-tériodasRelaçõesExterio-resabraçaramoPaláciodoItamaraty na tarde de on-tem. O prédio teve 60 vi-draças quebradas nos pri-meiroesegundoandareserecebeu pichações.

“Foi um ato de vandalis-mo covarde, mas isolado.

Gostariadedizeraos jovensquefaçammanifestaçõesdemaneira pacífica, e suas vo-zesserãoouvidaserespeita-das. Destruindo o patrimô-niopúblico,vocêsnãoserãorespeitados”, disse o chan-celer Antonio Patriota.

Ele recebeu a solidarie-dade dos ministros da De-fesa, Celso Amorim, e daSecretaria de Direitos Hu-

manos, Maria do Rosário.Ela disse que o governo

não apoia manifestaçõesviolentas e negou que ademocracia esteja amea-çada. “A sociedade brasi-leira é bastante madura.Mas nenhum tipo de ma-nifestação violenta é de-mocrática”.

Em nota, o Itamaratydeplorou os atos de vio-

lência e a depredação.“Atos de vandalismo nãorefletem o caráter predo-minantemente pacíficodas manifestações”.

Inauguradoem1970,oItamaraty é uma dasobras mais conhecidas deOscar Niemeyer. Por sor-te, não houve danos a de-zenasdeobrasdeartequeestão no palácio.

MICHAEL MELO/AE

Servidores durante abraço simbólico ao prédio

APÓS CENAS DE DESTRUIÇÃO...

Brad Pitt desiste de virao Brasil lançar filmeO ator Brad Pitt, queestá viajando o mundopara promover seu no-vo filme, “Guerra Mun-dial Z”, cancelou suavinda ao Brasil por cau-sa da onda de protestosespalhados pelo país.Ele participaria de umevento da pré-estreia

do longa no Rio, mar-cado originalmente pa-ra a próxima segun-da-feira (24). A asses-soria da Paramount, or-ganizadora da festa,confirmou a informa-ção de que a viagem doastro de Hollywood foicancelada

AÇÕES ULTRAPASSADAS

Técnicas policiaissão postas em xequeOs protestos semanas evi-denciaram que PM precisarepensar as estratégias. Astécnicas policiais se mos-traram ultrapassadas epouco eficientes, segundocoronéis ouvidos pelo jor-nal O Estado de S. Paulo.“Se você olhar as imagensdas ações da PM hoje e

compará-las às de 1968verá que pouca coisa mu-dou na forma de agir. Astécnicas da PM devem seatualizar para garantir asegurança pública sem oviés autoritário de antiga-mente”, afirma o tenen-te-coronel da reserva Adil-son Paes de Souza.

OLHAR ESTRANGEIRO

Reino Unido e EUAmonitoram o cenárioAs manifestações e a es-calada da violência come-çam a preocupar os go-vernos de outros países,que, discretamente, de-monstram inquietação. ACasa Branca (EUA) e oReino Unido declaram que“monitoram de perto” a si-tuação. A avaliação de

funcionários de alto esca-lão do governo dos EUA,que estão desenhando ocenário para a equipe dopresidente Barack Obama,é que os protestos expres-sam, por ora, o “carátervibrante” da democracia.Mas já se especula os efei-tos nas eleições de 2014.

Datas para os novos protestos já chegam até julhoNo vácuo deixado pelo

Movimento Passe Livre(MPL), que divulgou quenão convocará novas mani-festações,diversoscoletivospassaram a conclamar pro-testos em São Paulo e nopaís. Em vez de focar na re-dução do preço da tarifa, apauta se pulverizou: as de-mandas, agora, vão da re-duçãodopreçodosaluguéis

ao boicote à TV Globo.As datas para as reivin-

dicações já chegam até ju-lho. Um dos que prome-tem movimentar mais aGrande São Paulo é o pro-movido pelo movimentoPeriferia Ativa. Segundoum de seus militantes,Guilherme Boulos, na ter-ça-feira, milhares de pes-soas devem parar ruas e

rodovias da região. Alémda capital, estão na listaTaboão da Serra, Osasco eABC paulista

“Temosquatroreivindi-cações: tarifa zero, dimi-nuição dos aluguéis, fimdos gastos de dinheiro pú-blico com a Copa do Mun-do e o fim da violência po-licial na periferia”.

AlunosdaFaculdadede

Direito da USP, com estu-dantes do Mackenzie e daPUCavaliamapossibilida-de de uma manifestaçãona segunda-feira. Destavez, é por melhorias notransporte público e maistransparência nos gastosda prefeitura com empre-sas contratadas para geriros ônibus na cidade. Mashá outros protestos com

objetivos mais inusitados.Todos suscitados pelo Fa-cebook. Um sugere queninguém assista à Globono dia 1º de julho.

Ontem, já tinha 1,6 mi-lhão de adesões. Outrotentava organizar, para es-te domingo, uma manifes-tação em que os partici-pantes usem máscaras efantasias.O“ato”, quepro-

meteterumaauladeDirei-to, está previsto para as13h de amanhã no vão li-vre do Masp, na AvenidaPaulista. “Em momentoscomo esses a diversidadeprecisa de heróis, anti-he-róis, justiceiros”,disseoor-ganizador no Facebook.

Participaram desta cobertura Vil-

mara Fernandes, Elton Lyrio, Cristiana

Euclydes, Frederico Goulart, Denise Zan-

donadi, Nuno Moraes, Priscilla Thomp-

son e Fernanda Zandonadi.

Documento:AG22CA017;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:21 de Jun de 2013 23:02:44

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3SÁBADO, 22 DE JUNHO DE 2013 A GAZETA

EDITORA:

ANDRÉA PIRAJÁ[email protected]

Tel.: 3321.8446

agazeta.com.br/cidades

gazetacidades

Acidentemataempresário

O empresário Gustavo GuzzoLempé, de 30 anos, morreuem um acidente de motoontem, ao bater em umônibus do Sistema Transcol,na Serra. Página 22

#MUDABRASILO POVO FOI PARAA RUA. E AGORA?O que será feito a partir dos protestos? Especialista comenta

No dia seguinte ao pro-testoquemarcouahistóriado país, ficou a certeza deque o gigante acordou.Mais de 1 milhão de pes-soas foi às ruas, na últimaquinta-feira, para cobrar ofim da corrupção e pedirmaissaúde,educaçãoese-gurança. Os brasileirostambém protestaram porcausas que vão do direitodosevangélicosaoretornodos militares ao poder.Mas uma pergunta persis-te: qual é o destino do mo-vimento e o que vai ser fei-tocomtamanhadiversida-de de reivindicações?

Para quem participoudos atos ou analisa o movi-mento–queganhouváriosnomes, como “Acorda Bra-sil” e “Muda Brasil” – nãohá dúvidas de que vai serprecisoorganizarasreivin-dicações. E mais: será fun-damental traçar metas pa-ra os próximos protestos.Uma prova dessa necessi-dade vem do fato de que,até agora, demandas con-cretas e documentadasaindanão foramentreguespara as autoridades.

Fábio Giori Smarçaro,que participa da comissãode infraestrutura do movi-mento na Grande Vitória,acredita que é preciso darumnorteàsmanifestações,independentemente daquantidadedepessoasqueirão para s ruas.

“Precisamos construiruma pauta ampla e hete-

rogênea que tenha objeti-vosclaros,comoareformapolíticaeomaiorzelocomos gastos públicos, porexemplo”, diz.

Paraele,éprecisocuida-do ao fazer a leitura do queestá acontecendo nos atos,evitando que o movimentotenha fins eleitoreiros.“Não estamos planejandouma revolução, mas comcerteza a rua é um excelen-

BERNARDO COUTINHO - 20/06/2013

Cerca de cem mil pessoas lotaram grandes avenidas de Vitória, na última quinta-feira

REPORTAGEM ESPECIAL

MOBILIZAÇÃO

1milhãoÉ o número de pessoasque participaram deatos, no país, na últimaquinta-feira.

te lugar para se debater apolítica”, defende.Masnãoé na rua que o interesse de-ve terminar, alerta ele. “Amaiorparticipaçãotemquese dar depois do protesto,na política do dia a dia.”

As autoridades tambémprecisam estar atentas aoclamor que veio das ruas,avaliaAndréPereira,profes-sor e doutor em Ciência Po-lítica da Universidade Fede-

ral do Espírito Santo (Ufes).“Asituaçãoéséria,enãoestásendo dada a devida aten-ção à demanda”, afirma.

Ele destaca que parteimportante das reivindica-ções trata das demandasde saúde, seguidas de edu-cação e segurança. “Não éà toa que os cartazes pe-dem por hospitais com pa-drão Fifa”, diz o professor.referindo-se aos estádios

ReuniãoparadefinirpautasÀL èãb hf bV]fô OnMò

K`j`OnWKfL hn YnW`efLKnòçãV HãV MfIW`MòLf fYeMfWKf nV MfLKnIMnWKf hn�W`HfML`hnhf ¹fhfMnZ hV»LOíM`KV �nWKVô fY ¸V`nòlf`MnLô �`KóM`nï ¹nMãVIYn nHnZ`nçãV hn úZK`YnYnW`efLKnçãV f VMdnW`ò>nMãV nL Mf`H`Wh`jnçõfLï¢ãV fLKá hfLjnMKnhV IYnKV Wn LfYnWn NIf HfYï

reformadosparaaCopadoMundo de 2014.

Um indicativo, acrescen-tou Pereira, de que deman-dascomosaúde,educaçãoemobilidade urbana preci-sam receber a mesma prio-ridade hoje dada a outrossegmentos.“Ogovernomu-dou a legislação para viabi-lizar a construção dos está-dios,masnãosevêomesmocom a construção de hospi-tais e unidades de saúde”,frisa o professor.

O movimento brasileiro– ele continua – guarda se-melhança com outros ocor-ridos foradopaís epodesercíclico. Estaríamos presen-ciando o início dessa mani-festação, que tende a dimi-nuir de intensidade. “Mastudopodeserretomado,co-mo ocorreu em outros paí-ses, caso as demandas nãosejam atendidas ou surjamnovas”, assinala Pereira.

Documento:AG22CA003;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:21 de Jun de 2013 22:04:29

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4 CIDADESA GAZETA SÁBADO, 22 DE JUNHO DE 2013

O POVO VAI ÀS RUAS

“SEM COORDENAÇÃO, OMOVIMENTO PODE ACABAR”Governador diz que falta pauta organizada de reivindicações

“Sem uma coordenaçãonacionalparaencaminhara pauta de reivindicações,o movimento, que é histó-rico e grandioso, poderáacabar sem conseguiratingir os objetivos.” Aopinião é do governadorRenato Casagrande, queontemfezosprimeiros co-mentários sobre as duasgrandes manifestaçõesocorridas em Vitória. Elefalou, também, sobre es-quema de segurança, van-dalismo e arruaças.

Como o senhor viu a ma-nifestação de quinta-fei-ra?Qualsuaavaliação?

Foi um momento histó-rico, que mostrou a gran-diosidade do movimentona Grande Vitória, o dese-jo das pessoas de partici-paçãonavidadascidades,o desejo de discutir temaslocaiseassuntosnacionaisque dizem respeito a todoo país. É um movimentofortalece a democracia.

Quepontospositivosose-nhorvênomovimento?

O primeiro ponto posi-

tivo é que as pessoas es-tão interessadas em par-ticipar dos debates. Infe-lizmente, esse tipo deaglomeração, com tantagente, traz também pes-soas violentas, que man-cham o brilho da mani-festação. E isso nãoaconteceu somenteaqui. São grupos que seorganizam para praticara violência e fragilizar aspessoas de boa-fé.

O que deverá aconteceragora, na sua avaliação,em relação a esse movi-mentoemtodoopaís?

Tenhoduasobservaçõesa fazer: a primeira é que omovimento, de algumaforma, tem que definiruma coordenação em ní-veis nacional e local paraque possam ser consolida-dos os pontos de pauta.Sem isso, a tendência éque o movimento acabe,não se sustente. O risco égrandedequeomovimen-tosearrefeçacomopassardo tempo. Por isso, é pri-mordial que exista umacoordenação e que enca-

minhe as reivindicações.

Masomovimentosecon-solidounasredessociaise é difícil consolidar es-tas lideranças,não?

Sei que, nesses casos, émesmo difícil ter um gru-po que assuma a lideran-ça. Mas, se houver algumtipo de liderança, é possí-vel terumdesdobramentoda pauta. Em segundo lu-gar, é possível haver umadefinição desta pauta commais clareza. Essa é umaobservação de quem hojeégovernanteeestádeforado movimento. O movi-mento tem grandiosida-de, mas tem necessidadede ter mais controle sobreos grupos violentos. Eleprecisa de alguma formadecontroleecoordenaçãonacional.

O senhor concordoucom a atuação da Polí-cia Militar na manifes-tação de quinta-feira?Não faltaram medidasmais duras para evitar adepredação e a violên-cia com a propriedade

GABRIEL LORDÊLLO - 07/10/2010

Casagrande: “O movimento tem grandiosidade”

Rezende: “Setor público precisaavaliar atos para dar respostas”

O prefeito de Vitória, Lu-ciano Rezende, disse que,depois da manifestação dequinta-feira,“quandoassis-timos à passagem da histó-riapelas ruas”,éprecisoseranalisado e compreendidoo movimento, por parte dosetor público, para que se-jam dadas as respostas quea população quer.

Rezende convocou suaequipe para um debate,ontem, com o professor deDireito da UniversidadeFederal do Espírito (Ufes)Júlio Pompeu. “Queremoscompreender a situaçãopara agir com eficiência edar respostasàsdemandasda população. Pelo menosno que se refere ao podermunicipal”, assegurou. Ofuturo do movimento, se-

gundo ele, é imprevisível.OprefeitodaCapitaldes-

tacouotrabalhodaspolíciasna quinta, que consideracorreto.“Aspessoasquestio-nam o fato de a PM não teragido imediatamente emrelação às cabines do pedá-

giodaTerceiraPonte,maséum local de perigo, pois aponteémuitoalta,ecomto-da aquela multidão sobreela seria extremamente pe-rigoso para as pessoas se aPM adotasse uma medidamais dura”, avaliou.

VITOR JUBINI/ARQUIVO

Para prefeito da Capital, futuro dos atos é imprevisível

“É o grito do povo”, afirmao presidente da Assembleia

“Nãoconsigoimaginaroque vai acontecer daquipara a frente com estemo-vimento, mas a populaçãoestá dando uma lição dedemocracia. É o grito dasruas, do povo consciente,responsávelequenãoestásatisfeito com o que estáacontecendo neste país.”

Essa é a opinião do pre-sidente da Assembleia Le-gislativa, deputado Theo-dorico Ferraço (DEM), so-bre as manifestações quevêmacontecendoháváriosdiasequecomeçaramcoma reivindicação de reduçãodaspassagensdotranspor-te público em são Paulo.

Ferraço disse que écompreensível as pessoasreivindicaremmaisrecur-sosparaasaúde, “porque,

em muitas cidades, servi-ços básicos estão sendotrocados por estádios defutebol novos”.

Ele não acredita que ummovimentodessetipopodemudar o país da noite parao dia, “mas vai despertar o

Brasil para uma nova épo-ca”. Ele disse que os políti-cos, depois que vencem aeleição,nãoolhammaispa-ra tráseesquecemquemoselegeu.“Éporissoqueopo-voestánaruaeestáprotes-tando”, afirmou Ferraço.

TONICO/ASSEMBLEIA - 04/03/2013

Para Ferraço, movimento vai despertar o Brasil

de modo geral?Apolíciaatuoucommui-

ta competência, paciênciae tranquilidade. É precisofazer aqui um agradeci-mento público à atuaçãodo BME, Rotam, dos co-mandantesdaPolíciaMili-taredosenvolvidosdireta-mente na condução do es-quema de segurança. Ogoverno definiu que aprioridade era defenderpessoas, apesar de querertambém proteger o patri-mônio. Mas, entre os dois,a opção foi pelas pessoas.Não podíamos colocar emrisconemaspessoasnemopatrimônio. Às vezes, nãoépossívelfazerasduascoi-sas ao mesmo tempo. Maso saldo foi positivo, e con-seguimos administrar amaior aglomeração depessoas dos últimos anos.Foram registradas muitasocorrências, e estavamacontecendo manifesta-ções em várias cidades doEstado. Não é fácil ter efe-tivo em todos os lugares otempo todo. A atuação foicorreta e contou com mui-ta competência da PM.

Documento:AG22CA004;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:21 de Jun de 2013 22:12:51

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6 CIDADESA GAZETA SÁBADO, 22 DE JUNHO DE 2013

O POVO VAI ÀS RUAS

VITÓRIA TEM 2º MAIORPROTESTO DO BRASILProfessor explica o que pode ter levado tanta gente às ruas

Amanifestaçãodaúltimaquinta-feira impressionoupor mobilizar um públicopoucasvezesvistoantesemprotestos do Estado. CemmilpessoasforamàsruasdaGrandeVitória,umnúmeroinferiorapenasaodoatodoRio de Janeiro – que regis-trou 300 mil. Em propor-ção,noentanto,adimensãodo ato no Estado é maior, jáque representa quase umterçodapopulaçãodaCapi-tal. Tantas vozes juntas gri-tando por mudança levan-tou uma questão: afinal, oque justifica a indignaçãode tanta gente?

Segundo André FilipeSantos, sociólogo e pro-fessor da Faculdade FDV,esses manifestos fazemlembrar uma panela depressãoexplodindotudooque está acumulado. “Oque aconteceu foi uma to-mada das ruas por partedos capixabas”.

Segundo o professor, oEspíritoSantoéoEstadodemenor tamanho dentro docontexto do Sudeste. “Issofavoreceumsentimentodevira-lata, uma baixa au-toestima por parte de seusmoradores”, aponta.

Tudo isso influencia nacriação do que Santos clas-sifica como mandonismolocal: a presença de certasfiguras que se colocam nacondiçãodedonasdolugar.“Aqui, as pessoas ainda sedistinguem muito pelo so-brenome, por exemplo. Is-so é coisa de cidade do in-terior. De lugar pequeno”.

Sendo assim, avalia o so-ciólogo, a relação de poderno Estado está muito esta-belecida pela dominação.“Na memória dos capixa-bas, está latente o envolvi-mentodoJudiciárionamor-tedejuiz,depolíticosemcri-mes graves. O fato é queexisteumagrandeproteção

EDSON CHAGAS - 20/06/2013

A Reta da Penha, uma das principais vias da Capital, foi tomada pelos manifestantes

PARTICIPAÇÃO NA QUINTA-FEIRA

Os jovens confiam maisemsimesmos,nafamíliaeemDeusdoquenoEstado.Eles acreditam no poderdovotoparamudaropaís,mas não se sentem repre-sentados nos políticos queestão no Congresso.

Os dados fazem partede uma pesquisa “O novopoder jovem”, feita peloinstituto Data Popular edivulgada ontem. “Essesjovensnãoterceirizamseufuturo”, afirma RenatoMeirelles, presidente doinstituto.

Na pergunta “Qual oprincipal fator que contri-bui para a sua vida melho-rar?”, 53% dos entrevista-dos responderam: “Meupróprio esforço”.

O levantamento foi fei-toemmaio,antesdoiníciodos protestos pelo Brasil,com 1.502 pessoas comidade entre 18 e 30 anos,em 100 cidades em váriasregiões brasileiras.

Entre os serviços públi-cos, a segurançarecebeuamenor nota, seguida desaúde, transporteeeduca-ção. Entre as três esferasdo Poder Executivo, asprefeituras receberam a

O QUE DIZ A PESQUISA

Falta de credibilidadedas instituições

t 35% não confiam napresidênciat 59% não confiam naJustiçat 75% não confiam nosparlamentares

Qual o principal fatorque contribui para

menor nota de avaliação.Depois, vieram o governoestadual e a presidência,nessa ordem.

A sensação desses jo-vens é de que o poder pú-blico não os representa,

sua vida melhorar?t 53% meu próprio esforçot 31% Deust 11% minha famíliat 2% governot 1% sortet 1% meu patrão

Nota de avaliaçãopara os três poderesdo Poder Executivo

t 6,94 presidênciat 5,26 governo estadualt 5,00 prefeitura

Nota de avaliaçãopara os serviçospúblicos

t 5,24 educaçãot 4,28 transportet 4,05 saúdet 3,94 segurança

avaliaoprofessoredoutorem Ciências Políticas Aloí-sio Krohling. “Esse gruponãosevê representadoemlugar algum, nem no Con-gresso, nem em partidos.Até mesmo nas universi-dades percebe-se que omovimento estudantil es-tá mais tímido. Esse senti-mento traduz-se nas ruas.O fato de irem às ruas éumaformademostrarqueeles querem ser protago-nistas, querem ser ouvi-dos”, destaca.

PLURALIDADEEssa crise de represen-

tatividade política reve-la-se,segundoaprofessorade Ciências Políticas, Mar-ta Zorzal, na pluralidade

que toma ruas sem se tor-nar antagônica. “É interes-sante notar que as deman-das são diferentes, mas to-das buscam as justiças so-cialeeconômicaeorespei-to às diferenças. O grito épara que reconheçam queas pessoas são diferentes,mas que todos merecemtratamento justo”, explicaMarta Zorzal.

A internet também tempapel fundamental na vidadesses jovens, que têm aoportunidade de acompa-nhar bem de perto as mu-danças e decisões que sãotomadas no país. “São pes-soas com a cabeça abertapara as mudanças e queacreditamqueamudançaépossível”, diz Marta.

Jovens: mais confiança em si do que no Estado

Rio de Janeiro: 300 mil

Vitória: 100 mil

São Paulo 100 mil

Recife: 52 mil

Fortaleza: 40 mil

Brasília: 30 mil

Cuiabá: 30 mil

Campo Grande: 30 mil

Florianópolis: 30 mil

João Pessoa: 22 mil

Salvador: 20 mil

Goiânia: 20 mil

Belo Horizonte: 20 mil

Porto Velho: 20 mil

FONTE: Polícia Militar decada um dos Estados

aosdonosdopodernaatualestrutura burocrática.”

Para Santos, essa opres-sãogerouangústia.Foiissoquelevoutantaspessoasàsruas. “Até então, a socieda-de não havia se manifesta-do sobre tudo isso. Haviauma sensação de confor-mismo, de temor.”

Mas essa mudança decomportamento só foipossívelgraçasà interneteàsredessociais.Ainclusãodigital permitida pelocrescimento econômicodo Estado fez com quemais gente passasse a dis-cutirosproblemas.E,ago-ra, essas pessoas estão in-do para as ruas protestar.

Documento:AG22CA006;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:21 de Jun de 2013 22:04:58

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8 CIDADESA GAZETA SÁBADO, 22 DE JUNHO DE 2013

O POVO VAI ÀS RUAS

VÂNDALOSNÃO FAZEMATIVISTASDESISTIREMManifestantes estão dispostosa participar de novos protestos

Um dia após o protestoque mobilizou cem milpessoasemVitória,muitaspessoas que participaramafirmam que vão para asruas novamente, caso umnovo ato público seja mar-cado. Apesar do vandalis-mo ao final da manifesta-çãodaúltimaquinta-feira,os participantes defen-demqueaaçãofoiválidaeque deve se repetir.

A estudante CamilaWagner, 22, moradora deVitória, participou pela pri-meira vez de um protesto.Para ela, a causa é muitomaisnobredoqueovanda-lismo que aconteceu no fi-

nal–equefoipraticadopormenos de 1% das pessoasque estavam lá, afirma.

“O nosso protesto é pormenos impostos, para queospolíticosparemdefazerhora com a cara do cida-dão.Foiaprimeiravezqueeuparticipeideumprotes-to, e se houver outro euvou, com certeza”, diz.

Assim como ela, a ven-dedora Ana Carolina deOliveira, 24, aponta que acaminhada aconteceusem confusão na maiorparte do trajeto. “Aquelevandalismo no final nãofoi o povo, foram margi-nais, assaltantes e até cra-

ckeiros, pessoas que nãotinham nada a ver com oprotesto.” Ela defende alegitimidade do ato e ga-rante que, se houver no-vas manifestações, tam-bém vai participar.

Já para o músico JorgeWeyting, 66, que partici-pou de parte do protesto,as manifestações sãobem-vindas, mas elas porsi só não resolvem nada.Ele conta que não quer serpessimista, mas, infeliz-mente, daqui a 15 dias aspessoas vão esquecer tu-do.“Éprecisoumaaçãoci-vil pública contra os queditam as normas”, frisa.

BERNARDO COUTINHO - 20/06/2013

A maior parte dos manifestantes optou por protestar de forma pacífica

O QUE ELES DIZEM

FOTOS: CARLOS ALBERTO SILVA

“Daqui a 15dias, as pessoasvão esquecertudo. É precisouma ação civilpública contraos que ditamas normas.Protestos sãoválidos, masnão mudamnada”—JORGE WEYTING66 ANOS, MÚSICO

s Eduardo da Silva,auxiliar técnico deprótese, 23 anos

“Eu gostei de como oprotesto foi pacífico namaior parte, muita genteunida por uma causa só,que é a melhoria do país.O Brasil não vai mudarsem ações como essa.Eu vou com certeza setiver outro protesto.”

s Christianny Pimentel,estudante, 28 anos

“O protesto foi válido.Teve aquela confusãotoda no final, mas amanifestação não perdecredibilidade por isso.Foi a primeira vez queeu participei. Foi bonito.Entrei na Reta da Penha,e estava pacífico, semconfusões.”

s Aislam Costa,engenheiro, 42 anos

“Eu participei com minhaesposa e meu filho,de 7 anos de idade.Temos que fazer algumacoisa, dizer basta,e eu quis mostrar isso aomeu filho. Mas é tristever o vandalismo, édifícil agradar atodas as pessoas.”

s Amanda Machado,estudante, 21 anos

“Esse protesto foi maisconturbado que o desegunda-feira. Tevemais gente, masquantidade nãosignifica qualidade.Dependendo da pauta,que não está muitoclara, eu vou aoutras manifestações.”

s Antônio Nascimento,estudante, 25 anos

“Eu fui com um grupo deamigos para protestarcontra a corrupção, osaltos impostos e astarifas cobradas notransporte público. Foiválida a parte que nãohouve vandalismo. Comcerteza, eu vou aopróximo protesto.”

s Gabriel Moro,estudante, 20 anos

“O vandalismo estásaindo do propósito doprotesto. São pessoasque estavam apenasesperando aoportunidade paravandalizar. Apesardisso, o protesto foiválido, e eu também vouaos próximos.”

Documento:AG22CA008;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:21 de Jun de 2013 22:13:10

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CIDADES9SÁBADO, 22 DE JUNHO DE 2013 A GAZETA

O POVO VAI ÀS RUAS

TJ: 200 VIDRAÇASQUEBRADASAtivistas serão recebidos na segunda

Representantes e mobi-lizadores do protesto queparouas ruasdeVitórianaquinta-feira serão recebi-dos na segunda-feira, às14h, pelo presidente doTribunal de Justiça (TJ),desembargador PedroValls Feu Rosa. A informa-çãofoiconfirmadapelaas-sessoria de imprensa doórgão, que até o final danoite de ontem não divul-gou um balanço oficial so-bre o prejuízo provocadopelo vandalismo em suasede, na Enseada do Suá.

O cenário de destruiçãochamava a atenção dequempassavapelolocalnamanhãdeontem.Cercade

BERNARDO COUTINHO

O prejuízo com o vandalismo no TJ não foi divulgado

200 janelas foram quebra-das, barras de ferro foramarrancadas, e havia picha-ções em vários pontos.

No interior do prédio,equipamentos tambémforam danificados pelaspedras utilizadas paraprovocar a destruição. Aguarita de acesso ao esta-cionamento ficou comple-tamentedestruídaepreci-souser retiradacomajudado Corpo de Bombeiros.

ASSUSTADORO segurança Welington

Ribeiro da Vitória, que tra-balha em um prédio resi-dencial próximo ao TJ,conta que assistiu à depre-

dação e que ficou assusta-do. “Isso aqui virou umapraçadeguerra.Viquandojogaram dois coquetéismolotovnoprédio.Porsor-te, bateram na parede enão explodiram. Tudo foicomandado por um grupopequeno, mas foi assusta-dor”, disse.

Por meio de nota ofi-cial, o desembargador Pe-dro Valls Feu Rosa afir-mouqueosatosdevanda-lismo não representam aintenção dos manifestan-tes, a quem se disse soli-dário. O expediente noTribunal de Justiça foinormaldurantetodoodiade ontem.

SededoMP:outroalvodevândalosÀ Lfhf hV ¤`W`LKéM`V

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10 CIDADESA GAZETA SÁBADO, 22 DE JUNHO DE 2013

O POVO VAI ÀS RUAS

3ª PONTE FICARÁ SEM VIAEXPRESSA POR 15 DIASDurante este fim de semana, pedágio estará liberado

Acobrançaautomáticadopedágio da Terceira Ponte,pela Via Expressa, não fun-cionaráenquantoascabinesdestruídas não forem con-sertadas.Duranteestefimdesemana o pedágio da ponteestará liberado. A cobrançamanual recomeça na próxi-masegunda-feiraeseesten-de pelos próximos 15 dias.

Segundo a concessio-nária,essaéaprimeiravezem que a cobrança do pe-dágioprecisa ser suspensadesde o início da conces-são, em 1998.

Acobrançamanualiráin-cluir também os usuáriosqueusamosistemaautomá-ticoViaExpressa.SegundoaRodosol, esses usuários te-rão seus créditos preserva-dos durante esse período.

A mudança se deve àdepredaçãodetodasasca-bines do pedágio, durantea manifestação em Vitóriana quinta-feira. Quatrocabines do pedágio foramincendiadas e todas as 16foram destruídas. Duran-te este final de semana, aconcessionária vai conti-nuar sem cobrar pedágio.

Com a mudança, o tráfe-go na ponte deve ficar maislento. Por isso, a concessio-náriarecomendaqueapon-tesejaevitadaduranteessasduassemanas,paraomoto-ristaquepodeseguirporou-tro caminho e principal-mente nos horários de pico.A Guarda de Trânsito de Vi-

BERNARDO COUTINHO

Cabines foram depredadas e algumas até incendiadas na quinta-feira. Pedágio será livre neste final de semana

Em chamasVândalos atearam fogo em pelo menos quatro das 16 nascabines de cobrança da Praça do Pedágio da Terceira Ponte,durante manifestação ocorrida em Vitória na quinta à noite

FOTOS: CARLOS ALBERTO SILVA E REPRODUÇÃO/TV GAZETA

Destruição totalTodas as 16 cabines foram atacadas. Cadeiras,computadores, impressoras, aparelhos de ar-condicionado edocumentos ficaram completamente destruídos.

AbraçoNa noite de ontem, vários funcionários que trabalhamna Rodosol deram um abraço simbólico na praça do pedágioe pediram respeito e fim da violência.

tória vai aumentar o efetivonosacessosàponteparadi-minuir o transtorno. Em Vi-la Velha não há nenhumaação especial prevista.

DESTRUIÇÃOPela manhã, equipes tra-

balhavamnaPraçadoPedá-gio, que teve as 16 cabinesdestruídas e quatro incen-diadas -pararetiraromate-rialqueimpediaapassagemdos veículos. Algumas fai-xas precisaram ser interdi-tadas para que fosse feitavistoriaemtodasascabines.SegundoaRodosol,45 fun-

cionários trabalhavam nomomento da manifestação.Trinta e dois não consegui-ramdeixaro local e ficaramtrancados enquanto a de-predação ocorria.

A analista de comunica-ção da empresa, Lis Tranco-so, estava no trabalho quan-do começou a depredação.Elacontouqueviuosvânda-los quebrando os computa-dores e colocando fogo nosguichês. A jornalista disseque um dos piores momen-tos foiquandocomeçaramaqueimar camisas. "Pareciaqueeles iamcolocar fogono

prédio sem importar com aspessoas que estavam presaslá", conta.Foinestemomen-to que a polícia entrou noprédio e afastou o bandidos.

Cadeiras, computado-res, impressoras, apare-lhos de ar-condicionado edocumentos ficaram com-pletamente destruídos,alémdos letreiros lumino-sos da ponte. Fios de tele-fone e TV a cabo tambémforam arrancados.

PREJUÍZOCadadiasempedágiofaz

a Rodosol perder, pelo me-nos, R$ 140 mil, levando-seem conta que 75 mil carros,em média, passam diaria-mente. Além desse valor, aempresa tem o prejuízo dadepredação causada pelosvândalos que participaramdoprotestonanoitedequin-ta-feira: todas as cabines dopedágio foram destruídas, oalambrado foiarrancadoeasededaempresafoiinvadidae teve janelas quebradas.

Ototaldoprejuízocausa-do ainda não foi calculado.Assim que os cálculos foramconcluídos, um relatório se-rá encaminhado à AgênciaReguladora de Saneamentoe Infraestrutura Viária (Ar-si), para que sejam tomadasprovidências. Dependendodoqueestivernocontrato,ogoverno poderá ser respon-sabilizado pelo prejuízo, as-sumindo os custos. A ques-tão ainda será discutida.

NÚMEROS

75 milcarrosEssa é a quantidade mé-dia de veículos que pas-sam pela ponte todo dia.

140 milreaisEsse é o o prejuízodiário estimado coma liberação de pedágioa cada dia.

Aparelhosserãoimportados

ÀZdIWL hVL fNI`OnòYfWKVL hn �VhVLVZ hnòW`e`jnhVL OVM HâWhnZVLhIMnWKf nL YnW`efLKnçõfLKfMãV hf LfM fWjVYfWhnòhVL hf eVMn hV OníLï  MfZnKóM`V hVL OMf]Ií>VLLfMá fWH`nhV à ÀML`$ndêWj`n hV ¸VHfMWV hV»LKnhV NIf MfdIZn n jVWòjfLLãV"ô OnMn NIf Lf]nYKVYnhnL nL OMVH`hêWj`nLOMfH`LKnL WV jVWKMnKVï

Documento:AG22CA010;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:21 de Jun de 2013 23:00:23

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12 CIDADESA GAZETA SÁBADO, 22 DE JUNHO DE 2013

LOJAS FICAM NO PREJUÍZOAPÓS A MANIFESTAÇÃOTrês estabelecimentos na Enseada foram alvos de vandalismo

PRISCILLA [email protected]

Três lojas de um edifíciopróximo ao Tribunal deJustiça, na Enseada doSuá, em Vitória, foramalvos de vandalismodurante a manifestaçãode quinta-feira. Os es-tabelecimentos tive-ram as vitrines quebra-das e dois deles foramsaqueados.

O empresário HugoCaiado, franqueado da lo-ja O Boticário, teve omaior prejuízo: cerca deR$20mil.Eleacreditaquea ação tenha sido pratica-da por criminosos que te-riam se infiltrado no pro-testo e aproveitado paraagir.Essafoiasegundavezque a loja foi assaltada.

“Com certeza são ban-didos infiltrados no movi-mento, que já vão com es-se intuito. Pelas imagensdo nosso circuito interno,vemos que essas pessoasnão estavam nem preocu-padasemesconderorostocom máscaras. Mas issonãotiraobrilhodeummo-vimento tão bonito, doqual eu também partici-pei”, comentou ele.

No Vitória Café, aproprietária Patrícia deJesus Chaves contabili-za um prejuízo de cerca

FOTOS: BERNARDO COUTINHO

Vitrine foi apedrejada durante protesto de Vitória, na última quinta-feira

UM DIA DEPOIS DO ATAQUE

“O PREJUÍZOMAIOR É PARAO MOVIMENTO”

Hugo CaiadoDono de loja saqueada

Para Hugo Caiado,franqueado da loja O Bo-ticário, saqueada duran-te a manifestação dequinta-feira, o prejuízorepresenta apenas um“custo social” do protes-to do qual ele tambémparticipou, junto da es-posa e dos três filhos.

Qual o prejuízo daloja?Pode chegar a R$ 20 mil.Percebemos que quem par-ticipou da ação forçou atéa estrutura metálica quesegurava os vidros. Masconsidero que o prejuízomaior é para o movimento,porque marca um ato tãobonito, que quer a mudan-ça do país. Não podemosficar nos lastimando peloque ocorreu.Então, o senhor é afavor do movimento?Não só apoio, como tam-bém participei da mani-festação com minha espo-sa e meus filhos. No ho-

rário que atacaram a lojaeu já não estava mais lá.Havia segurança daloja no momento?Sim, mas não foi suficien-te para conter a ação des-se grupo, infelizmente.O que acha dessasituação, ummovimento que pedeum país melhoracabar com tantovandalismo?Acho que, gradativamen-te, as manifestações vãoaprender a tratar esse tipode atitude. Lamento quetenha terminado dessaforma, mas não responsa-bilizo o movimento por is-

“O prejuízo vai sairdo nosso bolso. Osentimento agora é detristeza e decepção”PATRÍCIA DE JESUSCHAVES, PROPRIETÁRIADO VITÓRIA CAFÉ,ARROMBADO ONTEM

DECEPÇÃO

“Uma manifestaçãotão bonita não podiaterminar assim”JUSSARA BRUMERCABELEIREIRADA VIPDEPIL,ARROMBADA ONTEM

MARCOS FERNANDEZ

REPRODUÇÃO/TV GAZETA

“Olha asituação em queme deixaram.Além desaquear tudo earrebentar tudo,ainda me deramuma pedradana cabeça”—WANDSON CARDOSO,SEGURANÇA

O POVO VAI ÀS RUAS

de R$ 3,5 mil. Ela se dizdecepcionada com oprotesto e conta quenão sabe se vai maiscontinuar trabalhandono local. “Acho uma in-justiça com quem traba-lha das 6h às 21h todosos dias, como nós”, dis-se. Além de quebrar osvidros, o grupo levoucerca de R$ 400 emmercadorias.

FECHADAO instituto de beleza

VipDepil também teve avitrine quebrada, masnão foi saqueado, se-gundo a cabeleireiraJussara Brumer. “Issonão é uma resposta deum país que quer cres-cer”, criticou ela. Nanoite de ontem, a lojachegou a ser fechadacom tapumes para evi-tar mais vandalismos.

Um dos segurança dosestabelecimentos, Wand-son Cardoso, que trabalhano momento da manifes-tação, levou uma pedradana cabeça durante a con-fusão. “Olhaasituaçãoemque eles me deixaram.Alémdesaqueartudoear-rebentar tudo, ainda mederam uma pedrada nacabeça”, desabafou, ementrevista à TV Gazeta.

so. Pelas imagens no nos-sos sistema de segurança,havia pessoas esperando amultidão chegar para ata-car a loja. Ou seja, nãoeram os manifestantes. Foiuma atitude isolada.Qual era a bandeiraque você e sua famílialevaram para as ruas?Sou contrário à aprovaçãodas PEC 33 (que propõe asubmissão das decisões doSupremo Tribunal Federalao Congresso) e 37 (pro-põe exclusividade do poderde investigação criminal àspolícias federal e civis).Acredito que podemos fa-zer um país melhor.

Documento:AG22CA012;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:21 de Jun de 2013 21:56:45

Page 12: BRASIL X ITÁLIA CONCURSO MUNDIAL De olho na vitória, … · Marcos do Val misturou-se a vândalos e filmou ação Durante a manifesta-ção da última quin-ta-feira, o especialista

CIDADES13SÁBADO, 22 DE JUNHO DE 2013 A GAZETA

O POVO VAI ÀS RUAS

GARCIA:PM AGIUDA FORMACORRETASecretário de Segurança dizque meta era proteger pessoas

Na avaliação do secretá-rio estadual de Segurança,André Garcia, a estratégiaadotada pela Polícia Mili-tarduranteamanifestaçãoda última quinta-feira foi amais correta, no que se re-fere à proteção das pes-soas.Oesquemaserárepe-tido caso ocorram novaspasseatas, pois, mais doque proteger a proprieda-de,apolíciaestavanasruaspara proteger as pessoas.

Garcia afirmou que anoite terminou com 60pessoas detidas, sendotrês menores que foramrecolhidos às instituiçõesvoltadas para eles. Os ou-tros 57 detidos foram ou-vidos e liberados.

“Nossa orientação erapara que as pessoas fossemprotegidas, e só podería-mosfazerissoseoBatalhãode Missão Especiais (BME)e outros policiais não en-trassememconfrontodire-to com os manifestantes”,

explicouGarcia,queacom-panhou a manifestação pe-las câmeras de televisãoinstaladas ao longo do per-curso da passeata.

Aosquecriticaramofatode o BME não intervir ime-diatamentequandovânda-los atacaram o Tribunal deJustiça, Garcia explicouqueadecisãosedeveuàne-cessidade de proteger aspessoas no local.

Somente lá no TJ, os po-liciaisdoBMEficarammais

deumahoraparacontrolaros criminosos que quebra-vamasvidraçasetentavamentrarnasededoJudiciáriocapixaba. “Isso dificultou aprogressão do próprio ba-talhão para atender às ou-tras ocorrências, como asque estavam acontecendoem prédios próximos e napraça do pedágio.”

Osecretárioafirmouqueo governo está à disposiçãopara dialogar sobre as rei-vindicações. “Mas me preo-cupa imensamente a difi-culdade para se conseguircontrolar as pessoas comímpetos para a violência e ovandalismo.”Afaltadelide-ranças no movimento éuma preocupação para asautoridades da segurançapública. Segundo Garcia,nãosevislumbraofuturodomovimentoexatamentepe-la falta de uma pauta obje-tivadereivindicaçõesepelaausência de líderes comquem manter um diálogo.

CARLOS ALBERTO SILVA

Viaturas foram destruídas na área da ponte, e perícia foi realizada ontem

Duas repórteres são atingidaspor balas de borracha

Duas repórteres do jor-nal A Tribuna foram atin-gidas por balas de borra-cha disparadas por poli-ciais do Batalhão de Mis-sões Especiais (BME) nanoite de quinta-feira.

As jornalistas FrancineSpinassé, 28 anos, e An-dréa Nunes, 26, foram fe-ridasnacabeçaenobraço,respectivamente.

Segundo uma das re-pórteres, elas seguiam doTribunal de Justiça para asededoMinistérioPúblicopara apurar a existênciadeumconfrontoemfrenteao prédio. As duas se-guiam acompanhadas deoutros jornalistas e de po-liciais do BME quando ou-tro grupo de policiaismandou que os jornalistas

voltassem, mesmo apósestes se identificarem co-mo imprensa. Sem saber oquefazer,elas ficaramcer-cadas entre os policiais eacabaram feridas pelosdisparos.

Ofatoocorreuemfrenteao Tribunal de Justiça. Asjornalistas foram socorri-dasaindananoitedequin-ta-feira e passam bem.

Adolescentes flagrados comR$ 122 em moedas do pedágio

Um grupo de adolescen-tes – a maioria com passa-gens pela polícia – resolveuse aproveitar da manifesta-ção,nanoitedequinta-feira,para sedarbem.Mas foramflagrados por policiais mili-tares com R$ 122 em moe-das das cabines de pedágioda Terceira Ponte.

A apreensão foi feita porvolta das 22h, na AvenidaCarioca, na Praia da Costa,emVilaVelha.Os jovens fo-ram abordados por poli-ciais que, na radiopatrulha2536,desconfiaramdeseteadolescentesandandopelaponte, naquele horário.

Os garotos foram abor-dados, e, com um deles, foiencontrado um rojão emoedas. Outros três tam-bém estavam com sacoli-

nhas com moedas. O grupofoilevadoaoDepartamentode Polícia Judiciária (DPJ)de Vila Velha. Lá, três deles,que nada levavam, foramentregues aos pais. Outros -de 15, 16 e 17 anos - foramautuados por furto.

Eles disseram que nãoparticiparam da depreda-çãodapraçadepedágioesórecolheram as moedas dochão. Os garotos já pos-suíampassagensporroubo,tráfico de drogas, roubo eporte ilegal de arma.

NESTOR MÜLLER

Garotos disseram que só recolheram moedas do chão

Até doações para criançascom câncer foram levadas

A superintendente da As-sociaçãoCapixabaContraoCâncerInfantil(Acacci),Tâ-nia Mara Bitti Bortolini, la-mentouaaçãodogrupoquedestruiu as cabines da Ro-dosol e saqueou até as cai-xinhasdedoaçãoàentidadeque ficavam no local. Se-gundo ela, a última campa-nha feita com apoio da Ro-dosol – em que as pessoas

sãoincentivadasadoaremotroco do pedágio para enti-dadesparceiras–arrecadoucerca de R$ 20 mil.

“Lamentonãosópornós,mas pelos funcionários daRodosol que viveram mo-mentos de tensão. Agrade-cemos a quem acredita nanossacausaecontribuicomas doações. Cremos que es-safoiumaaçãocoordenada

por um grupo pequeno,dentro de uma manifesta-ção legítima e tão conscien-te da população”, diz.

Segundoela,asdoaçõessão investidas em projetosde apoio a crianças e ado-lescentes com câncer, e ascaixinhas haviam sido ins-taladas no início do mês.Cada campanha tem dura-ção de três meses.

RISCO

“Havia crianças,mulheres grávidas eaté cadeirantes. Erainadmissível colocartoda aquela gente emperigo. O patrimôniofoi sacrificado, masera a opção possível”ANDRÉ GARCIASEC. DE SEGURANÇA

Documento:AG22CA013;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:21 de Jun de 2013 22:53:06