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Brasil : Uma nova Ordem Política e Social 1. INTRODUÇÃO Devemos, a qualquer tempo da nossa vida, fazer uma pausa para reflexão. Pensar na nossa vida, naquilo que fazemos, naquilo que gostamos e naquilo que nos incomoda. Pensar na sociedade em que estamos inseridos, na comunidade, nas Instituições Públicas e Privadas que nos circunda e nos influencia de uma forma ou de outra. Nosso País é jovem se comparado às outras nações no contexto mundial, nossas Instituições Republicanas são mais jovens ainda pois foram instituídas em 1889. A nossa juventude institucional não pode ser justificativa para tantas instituições podres e que não atendem às necessidades de uma sociedade moderna e que necessitam evoluir dentro de um contexto de alta tecnologia e competitividade internacional. Temos o dever de repensar e de propor alternativas de soluções para os nossos problemas. Quanto tempo conseguiremos sobreviver com um aparelho estatal que consome em impostos quase a metade da renda do cidadão e que não consegue atendê-lo em suas necessidades mais básicas: saúde, educação e segurança? Não tenho a pretensão de propor a solução de todos os problemas do nosso País, mas tenho a obrigação de propor alternativas para que sejam analisadas pela sociedade e, se forem aprovadas, colocadas em prática. Isso é democracia. 2. A CONSTITUIÇÃO O Bras(z)il (com “z” ou com “s” ?) possui uma Constituição elaborada em 1988 por uma Assembleia Nacional Constituinte que foi constituída em uma hora imprópria. Porque imprópria? Por que acabávamos de sair de um Sistema de Eleição Indireta de Presidentes, de um período denominado “Ditadura Militar”, fruto ainda da malfadada “Guerra-Fria” na qual a maioria dos países latino-americanos foi envolvida por conta de interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos, Europa Ocidental, União Soviética e China. Por que qualquer Assembleia, naquelas condições, iria refletir aquele momento e fazer uma Constituição momentânea e não duradoura. E foi o que aconteceu. Nossa Constituição virou uma colcha de retalhos onde cada porção representada pelos constituintes quis assegurar seus direitos

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Como poderia ser a legislação brasileira para melhorar a relação Governo-Povo

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Page 1: Brasil uma nova ordem política e social

Brasil : Uma nova Ordem Política e Social

1. INTRODUÇÃO

Devemos, a qualquer tempo da nossa vida, fazer uma pausa para reflexão. Pensar na nossa vida, naquilo que fazemos, naquilo que gostamos e naquilo que nos incomoda. Pensar na sociedade em que estamos inseridos, na comunidade, nas Instituições Públicas e Privadas que nos circunda e nos influencia de uma forma ou de outra.

Nosso País é jovem se comparado às outras nações no contexto mundial, nossas Instituições Republicanas são mais jovens ainda pois foram instituídas em 1889.

A nossa juventude institucional não pode ser justificativa para tantas instituições podres e que não atendem às necessidades de uma sociedade moderna e que necessitam evoluir dentro de um contexto de alta tecnologia e competitividade internacional.

Temos o dever de repensar e de propor alternativas de soluções para os nossos problemas. Quanto tempo conseguiremos sobreviver com um aparelho estatal que consome em impostos quase a metade da renda do cidadão e que não consegue atendê-lo em suas necessidades mais básicas: saúde, educação e segurança?

Não tenho a pretensão de propor a solução de todos os problemas do nosso País, mas tenho a obrigação de propor alternativas para que sejam analisadas pela sociedade e, se forem aprovadas, colocadas em prática. Isso é democracia.

2. A CONSTITUIÇÃO

O Bras(z)il (com “z” ou com “s” ?) possui uma Constituição elaborada em 1988 por uma Assembleia Nacional Constituinte que foi constituída em uma hora imprópria.

Porque imprópria?Por que acabávamos de sair de um Sistema de Eleição Indireta de Presidentes, de um

período denominado “Ditadura Militar”, fruto ainda da malfadada “Guerra-Fria” na qual a maioria dos países latino-americanos foi envolvida por conta de interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos, Europa Ocidental, União Soviética e China.

Por que qualquer Assembleia, naquelas condições, iria refletir aquele momento e fazer uma Constituição momentânea e não duradoura. E foi o que aconteceu. Nossa Constituição virou uma colcha de retalhos onde cada porção representada pelos constituintes quis assegurar seus direitos na Carta Magna....e ela só trouxe Direitos, esquecendo-se que para cada Direito deve haver um Dever.

Acho que agora, quando o “lixo autoritário” foi varrido e depurado é hora de olharmos para trás e revirar aquele lixo, já depurado pelo tempo e vermos o que dele é bom para o nosso País, sem carimbo Ideológico ou Partidário.

Está na hora de refazermos nossa Constituição, talvez com 10%(dez por cento) dos artigos que a atual possui, enxuta, depurada e duradoura. Para não ser mais mexida, para não ser mais aviltada, para não ser impossível ser cumprida. Uma Constituição que traga no seu âmago apenas os princípios basilares da nossa sociedade, as regras de ação dos 3 poderes e os Direitos e Deveres básicos de todos os membros da sociedade brasileira.

CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

O Congresso Nacional, legalmente eleito e representando a vontade do Povo Brasileiro, promulga a Constituição da República Federativa do Brasil, nos seguintes termos:

Título I

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Princípios Fundamentais

Art 1º - O Brasil é uma República Federativa, constituída sob o regime representativo, pela união indissolúvel dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. § 1º - Todo poder emana do povo e é exercido em seu nome ou diretamente através de plebiscitos. § 2º - São símbolos nacionais a bandeira e o hino vigorantes na data da promulgação desta Constituição e outros estabelecidos em lei. § 3º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios. Art 2º - O Distrito Federal é a Capital da União.

Art 3 º- São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

TÍTULO IIDOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS, COLETIVOS E SOCIAIS

Art. 4º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano

material, moral ou à imagem;VI - é inviolável a liberdade de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos

e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e

militares de internação coletiva;VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica

ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de

autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;XIX - as associações poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades

suspensas por decisão judicial;XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

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XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

XXII - é garantido o direito de propriedade e esta deverá atender a sua função social;XXIII - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade

pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

XXIV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

XXV - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

XXVI - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVII - são assegurados, nos termos da lei:a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz

humanas, inclusive nas atividades desportivas;b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que

participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

XXVIII - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

XXIX - é garantido o direito de herança;XXX - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em

benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

XXXI - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;XXXII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,

ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

XXXIII - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou

abuso de poder;b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de

situações de interesse pessoal;XXXIV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;XXXV - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;XXXVI - não haverá juízo ou tribunal de exceção;XXXVII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:a) a plenitude de defesa;b) o sigilo das votações;c) a soberania dos veredictos;d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;XXXVIII - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;XXXIX- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;XL - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de

reclusão, nos termos da lei;XLI - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de progressão, graça ou anistia: o

latrocínio, o homicídio qualificado, o sequestro, a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e outros definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

XLII - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

XLIII - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o

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dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:a) de morte e privação ou restrição da liberdade;b) perda de bens;c) multa;d) prestação social alternativa;e) suspensão ou interdição de direitos;XLVII - não haverá pena de banimento;XLVIII - a pena será aplicada aos maiores de 16(dezesseis) anos de idade e cumprida em

estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado devendo o mesmo trabalhar em caráter obrigatório em empresas ou instituições alocadas contratualmente junto aos Institutos Penais, recebendo remuneração mensal de um salário mínimo que será depositada em caderneta de poupança da Caixa Econômica Federal que só poderá ser movimentada com autorização judicial; Os infratores menores de 16(dezesseis) anos serão internados em Escolas Internas Especiais que deverão ser Municipais e desenvolverão trabalho de socialização, educação e reinclusão social dos infratores. Caso a Justiça julgue que o referido infrator, ao completar dezesseis anos de idade, não foi ressocializado, sua pena será reavaliada e ele deverá ser encaminhado ao Sistema Penitenciário Nacional (SIPEN) para cumprir o restante da pena.

XLIX - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;

L - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LI - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;LII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;LIII - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;LIV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são

assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;LV - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;LVI - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal

condenatória;LVII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses

previstas em lei;LVIII - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no

prazo legal;LIX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da

intimidade ou o interesse social o exigirem;LX - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de

autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

LXI - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIII - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

LXIV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;LXV- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória,

com ou sem fiança;LXVI - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário

e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;LXVII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de

sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;LXVIII - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não

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amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

LXIX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:a) partido político com representação no Congresso Nacional;b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em

funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;LXX - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne

inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

LXXI - conceder-se-á "habeas-data":a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes

de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou

administrativo;LXXII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo

ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIII - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

LXXIV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

LXXV - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:a) o registro civil de nascimento;b) a certidão de óbito;LXXVI - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos

necessários ao exercício da cidadania.LXXVII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do

processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do

regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

Art. 5º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Art. 6º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos da Lei Trabalhista;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;III - fundo de garantia do tempo de serviço;IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas

necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

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IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,

participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;XII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,

facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIII - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

XIV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;XV - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do

normal; XVI - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário

normal;XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e

vinte dias;XIX - O demais direitos e deveres dos trabalhadores serão elencados em Legislação Trabalhista

específica.

TÍTULO IIIDa União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios

Art 7º - Incluem-se entre os bens da União:I - a porção de terras devolutas indispensável à defesa nacional ou essencial ao seu desenvolvimento econômico;II - os lagos e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, que sirvam de limite com outros países ou se estendam a território estrangeiro, as ilhas oceânicas, assim como as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países;III - a plataforma submarina e o subsolo;IV - as terras ocupadas pelos silvícolas;V - os que atualmente lhe pertencem.Art 8º - Incluem-se entre os bens dos Estados os lagos e rios em terrenos de seu domínio e os que têm nascente e foz no território estadual, as ilhas fluviais e lacustres e as terras devolutas não compreendidas no artigo anterior.Art 9º - São Poderes da União, independentes e harmônicos, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.Parágrafo único - Salvo as exceções previstas nesta Constituição, é vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições; o cidadão investido na função de um deles não poderá exercer a de outro.Art 10º - Os conflitos internacionais deverão ser resolvidos por negociações diretas, arbitragem e outros meios pacíficos, com a cooperação dos organismos internacionais de que o Brasil participe.Parágrafo único - É vedada a guerra de conquista.

Art 11° - Compete à União:I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;II - declarar a guerra e celebrar a paz;III - assegurar a defesa nacional;IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo

território nacional ou nele permaneçam temporariamente;V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;VII - emitir moeda;VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira,

especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de

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desenvolvimento econômico e social;X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;XI - regulamentar a exploração dos serviços telefônicos, telegráficos, de transmissão de dados

e demais serviços públicos de telecomunicações.XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de

água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidro energéticos;c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras

nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;XIII - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de

âmbito nacional;XIV - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de

rádio e televisão;XV - conceder anistia;XVI - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente

as secas e as inundações;XVII - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de

outorga de direitos de seu uso;XVIII - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento

básico e transportes urbanos;XIX - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;XX - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; XXI - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio

estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:

a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;

b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;

c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas;

d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;XXII - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;XXIII - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em

forma associativa.Art. 12. Compete privativamente à União legislar sobre:I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e

do trabalho;II - desapropriação;III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;V - serviço postal;VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;VIII - comércio exterior e interestadual;IX - diretrizes da política nacional de transportes;X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;XI - trânsito e transporte;XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;XIV - populações indígenas;XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;

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XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e

dos Territórios, bem como organização administrativa destes;XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;XX - sistemas de consórcios e sorteios;XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e

mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;XXIII - seguridade social;XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;XXV - registros públicos;XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as

administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;

XXIX - propaganda comercial.Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões

específicas das matérias relacionadas neste artigo.Art. 13°. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o

patrimônio público;II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de

deficiência;III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os

monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de

valor histórico, artístico ou cultural;V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais

e de saneamento básico;X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração

social dos setores desfavorecidos;XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de

recursos hídricos e minerais em seus territórios;XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.Parágrafo único. Lei complementar fixará normas para a cooperação entre a União e os

Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Art. 14°. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;II - orçamento;III - juntas comerciais;IV - custas dos serviços forenses;V - produção e consumo;VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos

naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor

artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

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IX - educação, cultura, ensino e desporto;X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;XI - procedimentos em matéria processual;XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;XV - proteção à infância e à juventude;XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer

normas gerais.§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência

suplementar dos Estados.§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência

legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual,

no que lhe for contrário.Art. 15. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,

observados os princípios desta Constituição.§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta

Constituição.§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de

gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.§ 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,

aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

Art. 16. Incluem-se entre os bens dos Estados:I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas,

neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas

sob domínio da União, Municípios ou terceiros;III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.Art. 17. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro

anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente.

Art. 18. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;

II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder.

III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição;Art. 19. Compete aos Municípios:I - legislar sobre assuntos de interesse local;II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem

prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços

públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de

educação pré-escolar e de ensino fundamental;

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VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;

VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

X - organizar o Poder Judiciário Municipal, de acordo com Lei e diretriz elaboradas pelo Conselho Nacional de Justiça;

XI - organizar a Polícia Municipal, de acordo com Lei e Diretriz elaboradas pelo Ministério da Justiça.

Art. 20. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

§ 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados.

§ 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

§ 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.§ 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais

Art. 21. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.

§ 2º - A eleição do Governador e do Vice-Governador e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.

§ 3º - Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.

Art. 22. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.§ 1º - Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber,

o que estiver disposto nesta Constituição.§ 2º - As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com

parecer prévio do Tribunal de Contas da União.§ 3º - Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado

na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.

Art. 23. A União poderá intervir nos Estados, no Distrito Federal e Municípios para:I - manter a integridade nacional;II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;V - reorganizar as finanças da unidade da Federação ou Município;VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;VII - assegurar a observância dos princípios constitucionais.§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de

execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.

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TÍTULO IVDA ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO

Art. 24. São órgãos do Poder Judiciário:I - o Supremo Tribunal Federal;II - o Conselho Nacional de Justiça;III - o Superior Tribunal de Justiça;IV - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;V - os Tribunais e Juízes do Trabalho;VI - os Tribunais e Juízes Eleitorais;VII - os Tribunais e Juízes Militares;VIII - os Tribunais e Juízes dos Estados, do Distrito Federal, Territórios e Municípios.§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores

têm sede na Capital Federal.§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território

nacional. Art. 25. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto

da Magistratura, observados os seguintes princípios:§ Único - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso

público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;

Art. 26. Os juízes gozam das seguintes garantias:I - Estabilidade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,

dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;

II - irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o teto constitucional.Parágrafo único. Aos juízes é vedado:I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;III - dedicar-se à atividade político-partidária.IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,

entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos

do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. Art. 27. As competências privativas dos Tribunais serão estabelecidas no Regimento Interno do

Judiciário que será proposto em forma de Lei Complementar que deverá ser elaborada sob coordenação do Conselho Nacional de Justiça e encaminhada ao Legislativo em 90(noventa) dias após a promulgação desta Constituição.

Art. 28. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

Art. 29. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de quinze membros com mais de trinta e cinco anos de idade, com mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:

I - um Ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado pelo respectivo tribunal;II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

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IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República

dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados pelo Senado

Federal. § 1º O Conselho será presidido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, que votará em caso

de empate, ficando excluído da distribuição de processos naquele tribunal. § 2º Os membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de

aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao

Supremo Tribunal Federal.§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário

e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;

IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade;

V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano;

VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;

VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.

§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:

I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários;

II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral;III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de

juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho

Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça,

competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça.

Art. 29. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente

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da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:

I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;

II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

Art. 30. São órgãos da Justiça Federal:I - os Tribunais Regionais Federais;II - os Juízes Federais.Art. 31. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,

quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;

II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente.

Parágrafo único. A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede.

§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede.

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais deverão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

§ 4º Os processos com mais de 5(cinco) anos deverão ser julgados prioritariamente até que o fluxo de julgamentos fique no nível de 1(um) a 2(dois) anos.

Art. 32. São órgãos da Justiça do Trabalho:I - o Tribunal Superior do Trabalho;II - os Tribunais Regionais do Trabalho;III - Juizes do Trabalho.Art. 33. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos

dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe,

dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a

supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.

Art. 33. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.

Art. 34. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.

Art. 35. São órgãos da Justiça Eleitoral:I - o Tribunal Superior Eleitoral;II - os Tribunais Regionais Eleitorais;

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III - os Juízes Eleitorais;IV - as Juntas Eleitorais.Art. 36. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:I - mediante eleição, pelo voto secreto:a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável

saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente

dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

Art. 37. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:I - mediante eleição, pelo voto secreto:a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito

Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;

III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores.

Art. 38. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.

§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.

§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.

§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança.

§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou

estaduais;IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de

injunção.Art. 39. São órgãos da Justiça Militar:I - o Superior Tribunal Militar;II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.Art. 40. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo

Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.

Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:

I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional;

II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.

Art. 41. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça

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Militar.Art. 42. Os Estados organizarão sua Justiça e a dos Municípios, observados os princípios

estabelecidos nesta Constituição.§ 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado e no Regimento

Interno do Judiciário Estadual devendo ser a lei de iniciativa do Tribunal de Justiça.§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos

normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.

§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do T ribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.

§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.

§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.

§ 6º O Tribunal de Justiça deverá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.

§ 8º O Juiz Municipal será eleito junto com o Prefeito e o candidato deverá ter mais de 35(trinta e cinco) anos e ser advogado atuante com registro na OAB há pelo menos 10(dez) anos. A competência do Juiz Municipal e a estrutura da Justiça Municipal serão estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça.

Art. 43. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias.

Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio.

Art. 44. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

§ 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

§ 2º - Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.

§ 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.

§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.

§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

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Art. 45. O Ministério Público abrange:I - o Ministério Público da União, que compreende:a) o Ministério Público Federal;b) o Ministério Público do Trabalho;c) o Ministério Público Militar;d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;II - os Ministérios Públicos dos Estados.§ 1º - O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado

pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

§ 2º - A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

§ 3º - Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.

§ 4º - Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.

§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros

Art. 46. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:

I o Procurador-Geral da República, que o preside;II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de

suas carreiras; III três membros do Ministério Público dos Estados;IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de

Justiça;V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos

Deputados e outro pelo Senado Federal.§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos

Ministérios Públicos, na forma da lei. § 2º As competências do Conselho Nacional do Ministério Público serão estabelecidas em Lei

Complementar.Art.47. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão

vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.

§ 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.

Art. 48. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após

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relatório circunstanciado das corregedorias. Art. 49. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e

manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.Art. 50. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado,

incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV.)

§ 1º Lei complementar estabelecerá o Regimento Interno da Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.

TÍTULO VDA ORGANIZAÇÃO DO PODER LEGISLATIVO

Art 51 - O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe do Senado Federal e pelas Assembleias Legislativas dos Estados Membros e Distrito Federal.Art 52 - A eleição para Senadores, Deputados e Vereadores far-se-á simultaneamente em todo o País e deverá ser coincidente com a eleição para os cargos dos Executivos Federal, Estaduais e Municipais. Não haverá reeleição. O Mandato terá a duração de 4(quatro) anos. Terminado o mandato eletivo o ex-detentor do cargo só poderá candidatar-se após duas legislaturas e para cargo diferente do último para o qual fora eleito..§ 1º- São condições de elegibilidade para o Congresso Nacional:I - ser brasileiro nato;II - estar no exercício dos direitos políticos;III - ser maior de vinte e um anos para a Câmara dos Deputados e Câmara de Vereadores e de trinta e cinco para o Senado. § 2º - Não haverá regime especial de previdência para membros do Legislativo. Ao final do mandato cada parlamentar receberá certidão de tempo de serviço que será computada para sua aposentadoria pelo Sistema Previdenciário Nacional (INSS). Isso se aplica porque a atividade parlamentar não é considerada uma profissão e sim uma prestação voluntária de serviços à comunidade.Art 53 - O Senado Federal e as Assembleias reunir-se-ão, anualmente, sendo o Senado na Capital Federal e cada Assembleia Legislativa na Capital do Estado Membro, de 2 de janeiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 30 de novembro. § 1º- A convocação extraordinária do Legislativo cabe a um terço dos membros do Senado ou de cada Assembleia ou ao Presidente da República. Não haverá qualquer pagamento ou indenização aos membros do Legislativo ou aos funcionários devido a Convocação extraordinária..§ 2º - O Senado reunir-se-á em Brasília em sessão conjunta com os Presidentes das Assembleias Legislativas para inaugurar a sessão legislativa, elaborar um Regimento Comum, receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República e atender aos demais casos previstos nesta Constituição.§ 3º - O Senado e as Assembleias reunir-se-ão em sessões preparatórias, a partir de 2 de janeiro, no primeiro ano da Legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas.Art 54 - A cada uma das Casas compete dispor, em Regimento Interno, sobre sua organização, polícia, criação e provimento de cargos.Parágrafo único - Na constituição das Comissões, assegurar-se-á, tanto quanto possível, a representação proporcional dos Partidos nacionais que participem da respectiva Casa.Art 55 - As deliberações do Senado e de cada Assembleia Legislativa serão tomadas por maioria de votos, sempre abertos, presente a maioria simples de seus membros.Art 56 - Os Senadores e Deputados são invioláveis no exercício de mandato, por suas opiniões, palavras e votos.§ 1º - Desde a expedição do diploma até a inauguração da Legislatura seguinte, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo flagrante de crime inafiançável, nem processados criminalmente, sem prévia licença de sua Casa.§ 2º - Se no prazo de trinta dias, a contar do recebimento, a respectiva Casa não deliberar sobre o

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pedido de licença, será este incluído automaticamente em Ordem do Dia e nesta permanecerá durante cinco sessões ordinárias consecutivas, tendo-se como concedida a licença se, nesse prazo, não ocorrer deliberação.§ 3º - No caso de flagrante de crime inafiançável, os autos serão remetidos, dentro de cinco dias úteis, à Casa respectiva, para que, por voto aberto, resolva sobre a prisão e autorize, ou não, a formação da culpa.§ 4º - A incorporação, às forças armadas, de Deputados e Senadores, ainda que militares, mesmo em tempo de guerra, depende de licença da sua Casa, concedida por voto aberto.§ 5º - As prerrogativas processuais dos Senadores e Deputados, arrolados como testemunhas, não subsistirão se deixarem eles de atender, sem justa causa, no prazo de trinta dias, ao convite judicial.Art 57 - O subsídio e a ajuda de custo dos Senadores e Deputados serão estabelecidos no fim de cada Legislatura para a subsequente em reunião conjunta do Senado com os Presidentes das Assembleias Legislativas e depois votado em Sessão com voto aberto e será considerado aprovado se for aprovado por dois terços do número de casas legislativas mais o Senado. O subsídio dos Senadores e deputados não poderá ultrapassar quatro vezes o valor do teto salarial constitucional estabelecido.Art 58 - Os Deputados e Senadores não poderão:I - desde a expedição do diploma:a) firmar ou manter contrato com pessoa de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes,b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado nas entidades referidas na letra anterior;II - desde a posse:a) ser proprietários ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público ou nela exercer função remunerada;b.) ocupar cargo, função ou emprego, de que demissível ad nutum , nas entidades referidas na alínea a do n.º I;c) exercer outro cargo eletivo, seja federal, estadual ou municipal;d) patrocinar causa em que seja Interessada qualquer das entidades a que se refere a alínea a do n.º I.Art 59 - Perde o mandato o Senador ou Deputado:I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar, assegurado ampla defesa;III - que deixar de comparecer a mais de metade das sessões ordinárias da Câmara a que pertencer em cada período de sessão legislativa, salvo doença comprovada, licença ou missão autorizada pela respectiva Casa ou outro motivo relevante previsto no Regimento Interno; IV - que perder os direitos políticos.§ 1º - Nos casos dos itens I e II, a perda do mandato será declarada, em votação aberta, por dois terços da Casa a que pertencer o Parlamentar, mediante provocação de qualquer de seus membros, da respectiva Mesa, ou de Partido Político.§ 2º - No caso do item III, a perda do mandato poderá verificar-se por provocação de qualquer dos membros da Câmara, de Partido Político ou do primeiro suplente do Partido, e será declarada pela Mesa da Casa a que pertencer o representante, assegurada a este plena defesa.§ 3º - Se ocorrer o caso do item IV ou V, a perda será automática e declarada pela respectiva Mesa.Art 60 - Perde também o mandato o Deputado ou Senador investido na função de Ministro de Estado, Interventor Federal ou Secretário de Estado.§ 1º - No caso previsto neste artigo será convocado o candidato mais votado da última eleição, do mesmo partido ou coligação. O congressista licenciado nos termos deste parágrafo não poderá reassumir o exercício do mandato antes de terminado o prazo da licença.Art 61 - O Senado Federal e as Assembleias Legislativas, em conjunto ou separadamente, criarão Comissões de Inquérito sobre fato determinado e por prazo certo, mediante requerimento de um terço de seus membros.

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Art 62 - Os Ministros de Estado são obrigados a comparecer perante o Senado Federal ou qualquer de suas Comissões, quando os convocar para, pessoalmente, prestar informações acerca de assunto previamente determinado.§ 1º - A falta de comparecimento, sem justificação, importa em crime de responsabilidade.§ 2º - Os Ministros de Estado, a seu pedido, poderão comparecer perante as Comissões ou o Plenário de qualquer das Casas do Congresso Nacional e discutir projetos relacionados com o Ministério sob sua direção.Art 63 - As Assembleias Legislativas são compostas por representantes do povo, eleitos por voto distrital direto e secreto, em cada Estado e Território.§ 1º - Cada Legislatura durará quatro anos.§ 2º -O número de Deputados será fixado em lei, sendo o limite máximo de 35(trinta e cinco) deputados para cada Assembleia. Lei específica determinará a formação de distritos eleitorais, de acordo com as micro-regiões estaduais, em número máximo de 35(trinta e cinco) aos quais se vincularão os candidatos que serão eleitos por voto distrital, por maioria simples.§ 3º - A fixação do número de Deputados a que se refere o parágrafo anterior vigorará na Legislatura seguinte.Art 64 - Compete privativamente às Assembleias de Deputados:I - declarar, por dois terços dos seus membros, a procedência de acusação contra o Presidente da República e os Ministros de Estado;II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa.Art 65 - O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados, eleitos pelo voto direto e secreto, segundo o principio majoritário.§ 1º - Cada Estado elegerá três Senadores, com mandato de quatro anos.§ 2º - Não haverá suplente de SenadorArt 66 - Compete privativamente ao Senado Federal:I - julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade e os Ministros de Estado, havendo conexão;II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal e o Procurador-Geral da República, nos crimes de responsabilidade.Parágrafo único - Nos casos previstos neste artigo, funcionará Como Presidente do Senado o do Supremo Tribunal Federal; somente por dois terços de votos poderá ser proferida a sentença condenatória, e a pena limitar-se-á à perda do cargo com inabilitação, por cinco anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo de ação da Justiça ordinária.Art 67 - Compete ainda privativamente, ao Senado:I - aprovar, previamente, por voto aberto, a escolha de magistrados, quando exigido pela Constituição; do Procurador-Geral da República, dos Ministros do Tribunal de Contas, do Prefeito do Distrito Federal, dos Governadores dos Territórios, dos Chefes de Missão Diplomática de caráter permanente quando determinado em lei, e de outros servidores;II - autorizar empréstimos, operações ou acordos externos, de qualquer natureza, aos Estados, Distrito Federal e Municípios;Ill - legislar sobre o Distrito Federal, na forma do art. 17, § 1º, e, com o auxílio do respectivo Tribunal de Contas, nele exercer as atribuições, mencionadas no art. 71;IV - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei ou decreto, declarados inconstitucionais. por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;V - expedir resoluções.Art 68 - Ao Senado compete ainda, com a sanção do Presidente da República, dispor, mediante lei, sobre todas as matérias de competência da União, especialmente:I - os tributos, a arrecadação e distribuição de rendas;II - o orçamento; a abertura e as operações de crédito; a divida pública; as emissões de curso forçado;III - planos e programas nacionais, regionais e orçamentos pluri anuais;IV - a criação e extinção, de cargos públicos e fixação dos respectivos vencimentos, respeitado o teto constitucional;V - a fixação de efetivos das forças armadas para o tempo de paz;VI - os limites do território nacional; o espaço aéreo; os bens do domínio da União;

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VII - a transferência temporária da sede do Governo da União;VIII - a concessão de anistia.Art 69 - É da competência exclusiva do Congresso Nacional com aprovação no Senado Federal e em dois terços das Assembleias:I - resolver definitivamente sobre os tratados celebrados pelo Presidente da República;II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra e a fazer a paz; a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, nos casos previstos em lei complementar;III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem. do Pais;IV - aprovar, ou suspender, a intervenção federal ou o estado de sitio;V - aprovar a incorporação ou desmembramento de áreas de Estados ou de Territórios;VI - mudar temporariamente a sua sede;VII - fixar, de uma para a outra Legislatura, a ajuda de custo dos membros do Congresso Nacional, assim como os subsídios destes e os do Presidente e Vice-Presidente da República;VIII - julgar as contas do Presidente da República.Parágrafo único - O Poder Executivo enviará ao Congresso Nacional até quinze dias após sua assinatura, os tratados celebrados pelo Presidente da República.Art 70 - A lei regulará o processo de fiscalização, pelo Senado Federal, dos atos do Poder Executivo e da administração descentralizada.Art 71 - O processo legislativo compreende a elaboração de:I - emendas à Constituição;II - leis complementares à Constituição;III - leis ordinárias;IV - leis delegadas;V - decretos-leis;VI - decretos legislativos;VII - resoluções.Art 72 - A Constituição poderá ser emendada por proposta:I - de membros do Senado Federal;II - do Presidente da República;III - de Assembleias Legislativas dos Estados.§ 1º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a Federação ou a República.§ 2º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de estado de sitio.§ 3º - A proposta, quando apresentada deverá ser encaminhada ao Senado Federal e deverá ter a assinatura da maioria simples de seus membros.§ 4º - Será apresentada ao Senado Federal a proposta aceita por mais de metade das Assembleias Legislativas dos Estados, manifestando-se cada uma delas pela maioria dos seus membros.Art 73 - Em qualquer dos casos a proposta será discutida e votada em reunião do Senado Federal dentro de trinta dias a contar do seu recebimento ou apresentação, em duas sessões, e em cada Assembleia Legislativa e só será considerada aprovada quando obtiver em ambas as votações a maioria absoluta dos votos dos membros do Senado e de cada Assembleia Legislativa.Art 74 - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas das Assembleias Legislativas e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.Art 75 - As leis complementares à Constituição serão votadas por maioria absoluta dos membros das Assembleias Legislativas e do Senado Federal, observados os demais termos da votação das leis ordinárias.Art 76 - O Presidente da República poderá enviar ao Senado Federal projetos de lei sobre qualquer matéria, os quais, deverão ser imediatamente remetidos às Assembleias Legislativas e apreciados dentro de sessenta dias, a contar do seu recebimento pelo Senado e pelas Casas separadamente. A Lei será considerada aprovada se aprovada pela maioria simples do número de Assembleias legislativas e Senado ou por decurso de prazo se não for pelas Casas deliberado.§ 1º - Esgotados esses prazos, sem deliberação, serão os projetos considerados como aprovados.§ 2º - A apreciação das emendas do Senado Federal pelas Assembleias Legislativas far-se-á no prazo de trinta dias, findo o qual serão tidas como aprovadas.

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§ 3º - Se o Presidente da República julgar urgente a medida, poderá solicitar que a apreciação do projeto se faça em trinta dias em sessão conjunta do Senado Federal mais os Presidentes das Assembleias Legislativas de cada Estado, na Capital Federal, na forma prevista neste artigo.§ 4º - Os prazos fixados neste artigo não correm nos períodos de recesso.§ 5º - O disposto neste artigo não é aplicável à tramitação dos projetos de codificação, ainda que de iniciativa do Presidente da República.Art 77 - As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, Comissão do Congresso Nacional, ou de qualquer de suas Casas.Parágrafo único - Não poderão ser objeto de delegação os atos da competência exclusiva do Congresso Nacional, bem assim os da competência privativa das Assembleias Legislativas ou do Senado Federal e a legislação sobre:I - a organização dos Juízos e Tribunais e as garantias da magistratura;II - a nacionalidade, a cidadania, os direitos políticos, o direito eleitoral, o direito civil e o direito penal;III - o sistema monetário e o de medidas.Art 78 - No caso de delegação à Comissão Especial, regulada no regimento do Congresso Nacional, o projeto aprovado será enviado à sanção, salvo se, no prazo de dez dias da sua, publicação, a maioria dos membros da Comissão ou um quinto da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal requerer a sua votação pelo Plenário.Art 79 - A delegação ao Presidente da República - terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará o seu conteúdo e os termos para o seu exercício.Parágrafo único - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.Art 80 - O Presidente da República, em casos de urgência ou de interesse público relevante, e desde que não resulte aumento de despesa, poderá expedir decretos com força de lei sobre as seguintes matérias:I - segurança nacional;II - finanças públicas.Parágrafo único - Publicado, o texto, que terá vigência imediata, o Congresso Nacional o aprovará ou rejeitará, dentro de sessenta dias, não podendo emendá-lo; se, nesse prazo, não houver deliberação o texto será tido como aprovado.Art 81 - A iniciativa dm leis cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, ao Presidente da República, e aos Tribunais Federais com jurisdição em todo o território nacional.Parágrafo único - A discussão e votação dos projetos de iniciativa do Presidente da República começarão na Câmara dos Deputados.Art 82 - É da competência exclusiva do Presidente da República a Iniciativa das leis que:I - disponham sobre matéria financeira;II - criem cargos, funções ou empregos públicos ou aumentem vencimentos ou a despesa pública;III - fixem ou modifiquem os efetivos das forças armadas;IV - disponham sobre a Administração do Distrito Federal e dos Territórios.Parágrafo único - Não serão admitidas emendas que aumentem a despesa prevista:a) nos projetos oriundos da competência exclusiva do Presidente da República;b) naqueles relativos à organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e dos Tribunais Federais.Art 83 - O projeto de lei aprovado pelo Senado será encaminhado para as Assembleias Legislativas onde será apreciado em um só turno de discussão e votação.§ 1º - Se a a maioria simples do número de Assembleias Legislativas o aprovar, o projeto será enviado à sanção ou à promulgação; se, o emendar, volverá ao Senado para que aprecie e aprove a emenda; se for rejeitado pela maioria simples do número de Assembleias Legislativas, será arquivado.§ 2º - O projeto de lei, que receber parecer contrário quanto ao mérito, de todas as Comissões, será tido como rejeitado.§ 3º - As matérias constantes de projetos de lei, rejeitados ou não sancionados, somente poderão constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas.

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Art 84 - Após considerado aprovado, o Senado enviará o projeto ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.§ 1º - Se o Presidente da República julgar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á, total ou parcialmente, dentro de dez dias úteis, contados, daquele em que o receber, e comunicará dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal, os motivos do veto. Se a sanção for negada quando estiver finda a sessão legislativa, o Presidente da República publicará o veto. O veto parcial deve abranger o texto de artigo,. parágrafo, inciso, item, número ou alínea.§ 2º - Decorrido o decêndio, o silêncio do Presidente da República Importará em sanção.§ 3º - Comunicado o veto ao Presidente do Senado Federal, este remeterá para as Assembleias Legislativas para que tenham conhecimento e deliberem. Será considerado aprovado o projeto que obtiver o voto de dois terços do o número de Assembleias Legislativas e Senado Federal, em escrutínio aberto. Neste caso, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.§ 4º - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, o Presidente do Senado Federal a promulgará; e, se este não o fizer em Igual prazo, fá-lo-á o Vice-Presidente do Senado Federal.

TÍTULO VIDA ORGANIZAÇÃO DO PODER EXECUTIVO

Art 85 - O Poder Executivo é exercido pelo(a) Presidente da República, auxiliado(a) pelo(a) Vice-Presidente e pelo(a)s Ministros de Estado.Art 86 - São condições de elegibilidade para Presidente e Vice-Presidente:I - ser brasileiro(a) nato;II - estar no exercício dos direitos políticos;III - ser maior de quarenta e cinco anos. § 1º - Não haverá reeleição para Presidente da República, Governadores e Prefeitos. Estes só poderão concorrer a cargos eletivos após duas legislaturas e para cargos diferentes dos que ocupavam. § 2º - Não haverá regime previdenciário especial para chefes dos poderes executivos. Ao final do mandato cada detentor de cargo eletivo do executivo federal, estadual e municipal receberá certidão de tempo de serviço referente ao período de seu mandato. O Ex-Presidente da República, cargo máximo do Executivo Nacional, ocupará vaga permanente no Conselho de Segurança Nacional e continuará a receber os vencimentos referentes ao de Presidente, desde que cumpra o seu mandato integralmente.Art 87 - O Presidente será eleito pelo voto direto, em primeiro turno se o candidato obtiver maior votação que a soma dos votos obtidos pelos outros candidatos, desde que superior a 40(quarenta) por cento dos votos válidos e em o segundo se obtiver 50% mais 1 voto, do total de votos válidos. A eleição presidencial realizar-se-á em Primeiro Turno no segundo domingo do mês de Outubro e em Segundo turno do dia 15 de Novembro.§ 1 - O mandato do Presidente da República é de quatro anos, vedada a reeleição.§ 2 - O Presidente da República, após o cumprimento integral do seu mandato, fará parte do Conselho de Segurança Nacional, como membro vitalício. § 3º - Caso o Presidente eleito venha a falecer antes da posse no Congresso ou desista de tomar posse, será chamado o candidato segundo colocado.Art 88 - O Presidente tomará posse em sessão do Congresso Nacional no dia 02 de Janeiro do ano seguinte à sua eleição..§ 1º - O Presidente prestará o seguinte compromisso:"Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral e sustentar a união, a Integridade e a independência do Brasil."§ 2º - Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse o Presidente, salvo por motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago pelo Congresso Nacional. O Presidente do Senado assume o cargo de Presidente da república interinamente e convoca novas eleições para 60(sessenta) dias.

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Art 89 - Substitui o Presidente, em caso de impedimento, e sucede-lhe, no de vaga, o Vice-Presidente.§ 1º - O Vice-Presidente, considerar-se-á eleito com o Presidente registrado conjuntamente e para igual mandato, observadas as mesmas normas para a eleição e a posse, no que couber.§ 2º - O Vice-Presidente exercerá as funções de Ministro das Relações Institucionais, além de outras atribuições que lhe forem conferidas em lei complementar.Art 90 - Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente do Senado Federal e o Presidente do Supremo Tribunal Federal.Art 91 - Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente, far-se-á eleição trinta dias depois de aberta a última vaga, e os eleitos completarão os períodos de seus antecessores.Art 92 - O Presidente e o Vice-Presidente não poderão ausentar-se do País sem licença do Congresso Nacional, sob pena de perda do cargo.Art 93 - Compete privativamente ao Presidente:I - a iniciativa do processo Iegislativo na forma e nos casos previstos nesta Constituição;II - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, expedir decretos e regulamentos para a sua fiel execução;III - vetar projetos de lei;IV - nomear e exonerar os Ministros de Estado e os Governadores dos Territórios;V - aprovar a nomeação dos Governadores de Estado e Prefeitos dos Municípios sob intervenção Federal;VI - prover os cargos públicos federais, na forma desta Constituição e das leis;VII - manter relações com Estados estrangeiros;VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, ad referendum do Congresso Nacional;IX - declarar guerra, depois de autorizado pelo Congresso Nacional, ou sem esta autorização, no caso de agressão estrangeira verificada no intervalo das sessões legislativas;X - fazer a paz, com autorização ou ad referendum do Congresso Nacional;XI - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;XII - exercer o comando supremo das forças armadas;XIII - decretar a mobilização nacional total ou parcialmente;XIV - decretar o estado de sítio;XV - decretar e executar a intervenção federal;XVI - autorizar brasileiros a aceitar pensão, emprego ou comissão de governo estrangeiro;XVII - enviar proposta de orçamento à Câmara dos Deputados;XVIII - prestar anualmente ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas relativas ao ano anterior;XIX - remeter mensagem ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;XX - conceder indulto e comutar penas, com audiência dos órgãos instituídos em lei.Parágrafo único - A lei poderá autorizar o Presidente a delegar aos Ministros de Estado, em certos casos, as atribuições mencionadas nos itens VI, XVI e XX.Art 94 - São crimes de responsabilidade os atos do Presidente que atentarem contra a Constituição federal e, especialmente:I - a existência da União;II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos Poderes constitucionais dos Estados;III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;IV - a segurança interna do País;V - a probidade na administração;VI - a lei orçamentária;VII - o cumprimento das decisões judiciárias e das leis.Parágrafo único - Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.Art 95 - O Presidente, depois que o Senado consultar as Assembleias Legislativas e estas declararem procedente a acusação pelo voto de dois terços do número de Assembleias, será

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submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. nos crimes comuns, ou, perante o Senado Federal, nos de responsabilidade.§ 1º - Declarada procedente a acusação, o Presidente ficará suspenso de suas funções.§ 2º - Decorrido o prazo de sessenta dias, se o julgamento não estiver concluído, o processo será. arquivado.Art 96 - Os Ministros de Estado são auxiliares do Presidente da República, escolhidos dentre brasileiros natos, maiores de vinte e cinco anos, no gozo dos direitos políticos. O Presidente da República não poderá nomear um número superior a 20(vinte) Ministros de Estado. O Ministro da Defesa deverá ser um Oficial General da marinha, exército ou aeronáutica, da ativa ou da reservaArt 97 - Além das atribuições que a Constituição e as leis estabelecerem, compete aos Ministros:I - referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente;II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;III - apresentar ao Presidente da República relatório anual dos serviços realizados no Ministério;IV - comparecer à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, nos casos e para os fins previstos nesta Constituição.Art 98 - Os Ministros de Estado, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, serão processados e julgados pelo Supremo Tribunal Federal e, nos conexos com os do Presidente da República, pelos órgãos competentes para o processo e julgamento deste.Parágrafo único - São crimes de responsabilidade do Ministro de Estado os referidos no art. 84 e o não comparecimento à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, quando regularmente convocados.Art 99 - Toda pessoa natural ou jurídica é responsável pela segurança nacional, nos limites definidos em lei.Art 100 - O Conselho de Segurança Nacional destina-se a assessorar o Presidente da República na formulação e na conduta da segurança nacional.§ 1º - O Conselho compõe-se do Presidente e do Vice-Presidente da República, de todos os Ministros de Estado, do Presidente do Senado, do Presidente do Supremo Tribunal, dos Presidentes das Assembleias Legislativas e dos Ex-Presidentes da República que tenham terminado seus mandatos sem condenação por crime de responsabilidade ou tenham tido o “impeachment” declarado pelo Congresso Nacional..§ 2º - A lei regulará a organização, competência e o funcionamento do Conselho e poderá admitir outros membros natos ou eventuais.Art 101 - Compete ao Conselho de Segurança Nacional:I - o estudo dos problemas relativos à segurança nacional, com a cooperação. dos órgãos de Informação e dos incumbidos de preparar a mobilização nacional e as operações militares;II - nas áreas indispensáveis à segurança nacional, dar assentimento prévio para:a) concessão de terras, abertura de vias de transporte e instalação de meios de comunicação;b) construção de pontes e estradas internacionais e campos de pouso;c) estabelecimento ou exploração de indústrias que interessem á segurança nacional;III - modificar ou cassar as concessões ou autorizações referidas no item anterior.Parágrafo único - A lei especificará as áreas indispensáveis à segurança nacional, regulará sua utilização e assegurará, nas indústrias nelas situadas, predominância de capitais e trabalhadores brasileiros.

TÍTULO VIIDas Forças Armadas

Art 102 - As forças armadas, integrantes do Ministério da Defesa, constituídas pela Marinha de Guerra, Exército e Aeronáutica Militar, são instituições nacionais, permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República e dentro dos limites da lei.§ 1º - Destinam-se as forças armadas a defender a Pátria e a garantir os Poderes constituídos, a lei e a ordem.§ 2º - Cabe ao Presidente da República a direção da guerra e a escolha do Ministro da Defesa e dos Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.Art 103 - Todos os brasileiros são obrigados ao serviço militar ou a outros encargos necessários à

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segurança nacional, nos termos e sob as penas da lei.Parágrafo único - As mulheres e os eclesiásticos, bem como aqueles que forem dispensados, ficam isentos da serviço militar, mas a lei poderá atribuir-lhes outros encargos.Art 104 - As patentes, com as vantagens, prerrogativas e deveres a elas inerentes, são garantidas em toda a plenitude, assim aos oficiais da ativa e da reserva, como aos reformados.§ 1º - Os títulos, postos e uniformes militares são privativos do militar da ativa ou da reserva e do reformado.§ 2º - O oficial das forças armadas somente perderá o posto e a patente por sentença condenatória, passada em julgado, restritiva da liberdade individual por mais de dois anos; ou nos casos previstos em lei, se declarado indigno do oficialato, ou com ele incompatível, por decisão do Tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou do Tribunal especial, em tempo de guerra.§ 3º - O militar da ativa que aceitar cargo público permanente, estranho à sua carreira, será transferido para a reserva, com os direitos e deveres definidos em lei.§ 4º - O militar da ativa que aceitar qualquer cargo público civil temporário, não eletivo, assim como em autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá ser promovido por antiguidade, enquanto permanecer nessa situação, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção, transferência para a reserva ou reforma. Depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, será transferido, na forma da lei, para a reserva, ou reformado.§ 5º - Enquanto perceber remuneração do cargo temporário, assim como de autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista, não terá direito o militar da ativa aos vencimentos e vantagens do seu posto, assegurada a opção.§ 6º - A lei estabelecerá os limites de idade e outras condições para a transferência dos militares à inatividade.§ 8º - A carreira de oficial da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica Militar é privativa dos brasileiros natos.§ 9º - O Estatuto dos Militares estabelecerá os demais Deveres e Direitos dos Militares.

TÍTULO VIIIDos Funcionários Públicos

Art 105 - Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros, preenchidos os requisitos que a lei estabelecer.§ 1º - A nomeação para cargo público exige aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos.§ 2º - Prescinde de concurso a nomeação para cargos em comissão, declarados em lei, de livre nomeação e exoneração.§ 3º - Serão providos somente por brasileiros natos os cargos da carreira de Diplomata, os de Embaixador e outros previstos nesta Constituição.Art 106 - Não se admitirá vinculação ou equiparação de qualquer natureza para o efeito de remuneração do pessoal do serviço público.Art 107 - É vedada a acumulação remunerada, exceto:I - a de Juiz e um cargo de Professor;II - a de dois cargos de Professor;III - a de um cargo de Professor com outro técnico ou científico;IV - a de dois cargos privativos de Médico.§ 1º - Em qualquer dos casos, a acumulação somente é permitida quando haja correlação de matérias e compatibilidade de horários.§ 2º - A proibição de acumular se estende a cargos, funções ou empregos em autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista.§ 3º - A proibição de acumular proventos não se aplica aos aposentados, quanto ao exercício de mandato eletivo, cargo em comissão ou ao contrato para prestação de serviços técnicos ou especializados.Art 108 - São estáveis os cargos de Magistrados e Ministros do Tribunal de Contas, podendo ser exonerados pelo Supremo Tribunal Federal que os julgarão por inidoneidade, crimes de

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responsabilidade ou má conduta, sendo garantido todo o direito de defesa.Art 109 - São estáveis, após dois anos, os funcionários, quando nomeados por concurso.§ 1º - Ninguém pode ser efetivado ou adquirir estabilidade, como funcionário, se não prestar concurso público.§ 2º - Extinto o cargo, o funcionário estável ficará em disponibilidade remunerada, com vencimentos integrais, até o seu obrigatório aproveitamento em cargo equivalente. Art 110 - O funcionário será aposentado:I - por invalidez;II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade;III - voluntariamente, após trinta e cinco anos de serviço.§ 1º - No caso do n.º III, o prazo é reduzido a trinta anos, para as mulheres.§ 2º - Atendendo à natureza especial do serviço, a lei federal poderá reduzir os limites de idade e de tempo de serviço, nunca inferiores a sessenta e cinco e vinte e cinco anos, respectivamente, para a aposentadoria compulsória e a facultativa.Art 111 - Os proventos da aposentadoria serão:I - integrais, quando o funcionário:a) contar trinta e cinco anos de serviço, se do sexo masculino; ou trinta anos de serviço, se do feminino;b) invalidar-se por acidente ocorrido em serviço, por moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei;II - proporcionais ao tempo de serviço, quando o funcionário contar menos de trinta e cinco anos de serviço.§ 1 º - O tempo de serviço público federal, estadual ou municipal será computado integralmente para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade.§ 2º - Os proventos da inatividade serão revistos sempre que, por motivo de alteração, do poder aquisitivo da moeda, se modificarem os vencimentos dos funcionários em atividade.§ 3º - Ressalvado o disposto no parágrafo anterior, em caso nenhum os proventos da inatividade poderão exceder a remuneração percebida na atividade. § 4º - Os Governos Federal, Estaduais e Municipais deverão constituir em 30(trinta) dias Fundos de Pensões específicos para seus funcionários que serão capitalizados através de contribuições compulsórias dos funcionários, devendo cada Governo depositar mensalmente no Fundo junto com o pagamento dos salários, o mesmo valor descontado dos funcionários. Os Chefes dos Executivos encaminharão às Casas Lei regulamentando o funcionamento dos Fundos e dos Conselhos dos mesmos. Art 112. - Quando o Funcionário Público for empossado em cargo eletivo e enquanto durar o mandato, ficará afastado do exercício do cargo e só por antigüidade poderá ser promovido, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para essa promoção e para aposentadoria.§ 1º - Os impedimentos constantes deste artigo somente vigorarão quando os mandatos eletivos forem federais ou estaduais.§ 2º - A lei poderá estabelecer outros impedimentos para o funcionário candidato, diplomando ou em exercício de mandato eletivo.Art 113 - A demissão somente será aplicada ao funcionário:I - vitalício, em virtude de sentença judiciária;II - estável, na hipótese do número anterior, ou mediante processo administrativo, em que se lhe tenha assegurado ampla defesa.Parágrafo único - Invalidada por sentença a demissão de funcionário, será ele reintegrado e quem lhe ocupava o lugar será exonerado, ou, se ocupava outro cargo, a este será reconduzido, sem direito à indenização.Art 114 - Aplica-se a legislação trabalhista aos servidores admitidos temporariamente para obras, ou contratados para funções de natureza técnica ou especializada.Art 115 - As pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus funcionários, nessa qualidade, causem a terceiros.Parágrafo único - Caberá ação regressiva contra o funcionário responsável, nos casos de culpa ou dolo.Art 116 - Aplica-se aos funcionários dos Poderes Legislativo e Judiciário, assim como aos dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios, o disposto nesta Seção, inclusive, no que

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couber, os sistemas de classificação e níveis de vencimentos dos cargas de serviço civil do respectivo Poder Executivo, ficando-lhes, outrossim, vedada a vinculação ou equiparação de qualquer natureza para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.§ 1º - Os Tribunais federais, estaduais e municipais, assim como o Senado Federal, as Assembleias Legislativas Estaduais e as Câmaras Municipais somente poderão admitir servidores, mediante concurso público de provas, ou provas e títulos, após a criação dos cargos respectivos, através de lei ou resolução aprovadas pela maioria absoluta dos membros das Casas legislativas competentes.§ 2 º - As leis ou resoluções a que se refere o parágrafo anterior serão votadas em dois turnos, com intervalo mínimo de quarenta e oito horas entre eles.§ 3 º - Somente serão admitidas emendas que aumentem de qualquer forma as despesas ou o número de cargos previstos, em projeto de lei ou resolução, que obtenham a assinatura de um terço, no mínimo, dos membros de - qualquer das Casas Legislativas.Art 117 - O Executivo, o Legislativo e o Judiciário deverão, em conjunto, e num prazo de 60(sessenta) dias encaminhar ao Congresso um projeto de Lei com o Estatuto dos Servidores Públicos Civis e Estatuto dos Miliatres, que deverá ser seguido, no que couber, pelos Estados e Municípios.

TÍTULO IXDISPOSIÇÕES FINAIS

Art 118 - Nenhum membro do poder Judiciário, Legislativo ou Executivo ou funcionário público civil ou militar poderá receber salário bruto acima do Teto ou sub-teto Constitucionais aqui estabelecidos:

§ 1º - O Ministro Chefe do Supremo Tribunal Federal será o coeficiente 1,00 e seus vencimentos serão calculados sempre em dezembro de cada ano tomando-se o valor do PIB(produto interno bruto) nacional, dividindo-se pelo número de habitantes do país baseado no último censo oficial do IBGE e multiplicando-se por 4(quatro). O Resultado, com duas casa decimais, será o vencimento bruto do Ministro Chefe do Supremo Tribunal Federal. As escalas hierárquicas inferiores da Justiça Federal receberão vencimentos verticalizados tendo este teto como referência sempre em degraus de 0,10 sendo que o salário imediatamente inferior ao do Ministro Chefe do Supremo não poderá ultrapassar 80(oitenta) por cento, ou seja, 0,80/0,70/0,60/0,50/0,40/0,30/0,20.....até atingir o nível mais baixo da hierarquia dos juizes e magistrados. Os vencimentos acompanharão a evolução positiva ou negativa do PIB per capita nacional.

§ 2º -O Presidente do Senado receberá o mesmo vencimento que o Ministro-Chefe do Supremo Tribunal Federal, devendo, em Sessão Plenária, estabelecer a tabela regressiva de vencimentos para os ocupantes dos cargos da Mesa e para os demais Senadores. O Senado estabelecerá uma tabela regressiva dos vencimentos dos funcionários do Senado, sendo que o maior salário não poderá ultrapassar 60(sessenta) por cento dos vencimentos de um Senador. Os vencimentos acompanharão a evolução positiva ou negativa do PIB per capita nacional.

§ 3ºO Chefe do Poder Judiciário de cada Estado da Federação não poderá receber mais que 80(oitenta) por cento do teto do Ministro Chefe do Supremo, devendo também estabelecer uma tabela progressiva tendo o seu vencimento como base e teto máximo em cada Estado da Federação e o mesmo escalonamento vertical da Justiça Federal.Os vencimentos acompanharão a evolução positiva ou negativa do PIB per capita nacional.

§ 4º - O Chefe do Poder Judiciário Municipal (Juiz Municipal) não poderá receber mais que 80(oitenta) por cento do teto do Chefe do Poder Judiciário do Estado em que o município está inserido, devendo estabelecer uma tabela equivalente para seus subordinados tendo o seu vencimento como base e teto. Os vencimentos acompanharão a evolução positiva ou negativa do PIB per capita nacional.

§ 5º - O Presidente da república receberá o mesmo vencimento do Ministro Chefe do Supremo Tribunal federal, devendo encaminhar ao senado, para aprovação, uma tabela regressiva para os Cargos de Vice-Presidente, Ministros, Secretários e os outros Cargos de livre nomeação nos Ministérios e uma tabela regressiva única para todos os outros funcionários civis estatutários, não podendo o maior salário ser superior a 60(sessenta) por cento dos Vencimentos do Presidente

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da República. Os vencimentos acompanharão a evolução positiva ou negativa do PIB per capita nacional.

§ 6º - Os Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica receberão soldo base de 90(noventa) por cento dos vencimentos do Ministro da Defesa, devendo apresentar ao Ministro, através do Estado-Maior das Forças Armadas, para que seja encaminhada ao Senado para aprovação, a tabela regressiva dos soldos dos demais militares. Os vencimentos acompanharão a evolução positiva ou negativa do PIB per capita nacional.(Como exemplo: PIB=1.101.257.000.000,00 POPULAÇÃO = 172.385.776 PIB/POPULAÇÃO = 6.388,33 TETO= 6.388,33 x 4 = R$25.553,32 será o vencimento máximo do Ministro Chefe do Supremo Tribunal Federal)

Art 119 - O Ministro da Justiça encaminhará para aprovação projeto de Lei regulamentando a formação da Polícia Municipal e seu funcionamento.

Art 120 - O Presidente da República encaminhará para aprovação novo Código Tributário Nacional simplificando todo o sistema tributário nacional dentro das seguintes diretrizes:

§ 1º - Será estabelecido um Imposto Único Nacional (UNA) com a alíquota de 10(dez) por cento que incidirá sobre salários e transações de bens e serviços e o IMF (Imposto Sobre Movimentação Financeira) com alíquota de 0,001%(um milésimo) de destinação exclusiva ao Governo Federal. Fica vedado a instituição de outros impostos federais, estaduais e municipais;

§ 2º - 5(cinco) por cento do UNA será recolhido ao Governo Federal, que deverá reservar 1(um) por cento para o Fundo de Equilíbrio Regional que visará manter um bom nível de investimento nos Estados mais pobres.

§ 3º - 3(tres) por cento do UNA será recolhido ao Governo Estadual sendo 1,5(um e meio) por cento para o Estado que emitiu a Nota Fiscal e 1,5(um e meio) por cento para o Estado que recebeu o bem ou serviço ou 3% no caso de salários, tomando-se por base o Estado da Federação onde o trabalhador reside;

§ 4º - 2(dois) por cento do UNA será recolhido ao Governo Municipal sendo 1,0(um) por cento para o Município que emitiu a Nota Fiscal e 1,0(um) por cento para o Município que recebeu o bem ou serviço, No caso de salários 1,0%(um por cento) será recolhido ao município sede da empresa ou filial e 1,0%(um por cento) para o município onde reside o trabalhador.

§ 5º - O valor do imposto não poderá estar embutido no preço do bem ou serviço e sim destacado em local próprio na Nota Fiscal.

§ 6º - Os Governos Federal, Estaduais e Municipais deverão manter uma conta própria no Banco do Brasil para receber os impostos. O número das contas dos governos Federal, Estadual e Municipal deverão constar impressos na Nota Fiscal ou Recibo de Salário, devendo o emitente, em local próprio na Nota Fiscal ou Recibo de Salário lançar o número das contas do Estado e do Município onde está localizado o destinatário. Se a transação se der dentro do mesmo Estado e ou dentro do mesmo Município, estes receberão o percentual total previsto.

§ 7º - O IMF (imposto sobre movimentação financeira) com alíquota simbólica de 0,001(um milésimo) por cento terá como finalidade o controle e fiscalização pela Receita Federal dos fluxos monetários efetuados pelas pessoas e instituições financeiras..

3. A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Nosso país vive uma situação de total caos na área jurídica sendo urgente a reorganização de toda a legislação nacional que facilitará o trabalho de juristas, advogados e juízes e fará com que a população possa compreender o contexto jurídico no qual cada um está inserido.

A proposta é a formalização de convênios com as Universidades Federais, Estaduais e Municipais que possuam curso de Direito para que possam reunir todas as Leis existentes e ordená-las em Códigos:

1. Código Civil ;2. Código de Processo Civil3. Código Comercial;4. Código de Trânsito;5. Código Penal;

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6. Código de Processo Penal;7. Código de Defesa do Consumidor;8. Código Penal Militar;9. Código de processo Penal Militar;10. Código Ambiental;11. Código Previdenciário;12. Código Trabalhista;13. Código de Éticas Profissionais;14. Código de Administração Pública.15. Código Previdenciário Nacional16. Código Penitenciário Nacional17. Código de Transporte e Logística

Toda e qualquer Lei que vier a ser elaborada e aprovada deverá ser inserida em um dos Códigos. Os Códigos serão disponibilizados de forma total pela Internet para livre acesso e “download” por interessados.

À medida em que os Códigos sejam elaborados serão encaminhados ao Senado para avaliação pela Comissão de Constituição e Justiça, remetidos para as Assembleias para aprovação em plenário e depois sancionados pela Presidência da República.

4. A ELABORAÇÃO DOS ORÇAMENTOS

A nossa proposta é bem simples: O orçamento do ano seguinte deve ser baseado na arrecadação concreta realizada no ano anterior.

Após a execução do Orçamento, se o País cresceu, deverá haver um saldo orçamentário que será incorporado para o orçamento do outro ano como “Saldo Orçamentário Anterior a Aplicar” (SOAA). Se o País não cresceu, haverá um déficit orçamentário que deverá ser abatido no orçamento do próximo ano como “Déficit orçamentário a liquidar” ( DOAL). Com isso, em alguns anos alcançaríamos o equilíbrio orçamentário nos níveis Federal, Estaduais e Municipais.

Os orçamentos devem contemplar as despesas com a Dívida Corrente Interna e Externa, Despesas de Custeio, Despesas de pessoal, Investimentos obrigatórios na área de Saúde, Educação, Segurança e Infraestrutura. Enquanto não for alcançado o equilíbrio orçamentário o Governo não poderá contratar novos empréstimos. A partida para a elaboração dos orçamentos será a despesa com Pessoal ativo e inativo e Dívida Corrente Interna e Externa. Os detalhes dos orçamentos serão feitos em Leis Orçamentárias próprias elaboradas pelos Governos e aprovadas pelo Senado, Assembleias e Câmaras Municipais e que terão objetivo único de disciplinar o orçamento de um ano específico.

Não haverá emendas ao orçamento nem individuais e nem de bancadas.O Valor arrecadado através do IMF servirá para o Governo Federal proceder ao equilíbrio

de arrecadação que deverá haver entre todos os membros da Federação.

5. O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO

O Sistema Previdenciário será reestruturado. Haverá o Sistema Previdenciário dos Funcionários Públicos, o Sistema Previdenciário Geral, Sistema Previdenciário Privado Complementar e o Sistema de Assistência Social.

O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

O Sistema Previdenciário dos Funcionários Públicos será estruturado por cada um dos Governos Federal, Estaduais e Municipais. Cada esfera de Governo criará um Fundo Mútuo de Aposentadoria e Pensão para o qual cada funcionário público deverá contribuir com 11%(onze por cento) dos seus vencimentos e cada Governo, como empregador deverá contribuir com 11%(onze

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por cento). Caso o funcionário opte por fazer contribuição para Pensão a ser legada para seu cônjuge, companheiro (a) ou dependente menor de 21(vinte e um) anos, deverá contribuir com mais 5%(cinco por cento). A contribuição para pensão continuará até o falecimento do beneficiário da aposentadoria. Cada Fundo será gerido por um Conselho composto por representantes indicados pelo Governo que o criou e por representantes dos funcionários, escolhidos por eleição direta. Lei específica detalhará o funcionamento dos Fundos e do Conselho. O Conselho do Fundo deverá programar e executar a aplicação dos recursos no Sistema Financeiro Nacional e Internacional para garantir a remuneração do capital que será empregado no pagamento das aposentadorias e pensões. A aposentadoria será concedida após 30(trinta) anos de contribuição, independentemente de sexo. A aposentadoria só poderá ser requerida após 60(sessenta) anos de idade, sendo proporcional à quantidade de contribuições efetuadas pelo participante. O Código Previdenciário estabelecerá os detalhes do sistema.

O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO GERAL

Os empregados da iniciativa privada serão regidos pelo Sistema Previdenciário Geral (SPG). O SPG possuirá um Conselho composto por representantes do Governo Federal, dos empregados através de seus Sindicatos e dos Empregadores. Lei específica determinará a proporção e a quantidade de membros. Cada empregado contribuirá com 11%(onze por cento) dos seus vencimentos, inclusive o 13º salário, até o teto de 10(dez) salários mínimos, o empregador pessoa jurídica contribuirá com 3%(três por cento) do seu faturamento bruto apurado mensalmente e recolhido até o dia 15 do mês seguinte e o empregador pessoa jurídica que não emita nota fiscal e o empregador pessoa física contribuirá com 11%(onze por cento) do valor da folha de pagamentos, que deverá ser recolhido até o dia 15 do mês seguinte. Caso o empregado opte por uma pensão a ser legada ao seu cônjuge, companheiro (a) ou dependente menor de 21(vinte e um) anos deverá contribuir com mais 4%(quatro por cento), sendo que esta contribuição para pensão continuará até o falecimento do beneficiário da aposentadoria.

A aposentadoria será concedida após 30(trinta) anos de contribuição, independentemente de sexo. A aposentadoria só poderá ser requerida após 60(sessenta) anos de idade, sendo proporcional à quantidade de contribuições efetuadas pelo participante. O Código Previdenciário estabelecerá os detalhes do sistema.

O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO PRIVADO COMPLEMENTAR

O Sistema Previdenciário Privado Complementar terá o objetivo de proporcionar uma aposentadoria complementar para aqueles que queiram melhorar seus rendimentos de aposentadoria.

Os Fundos de Pensão Complementar poderão ser criados livremente, devendo ser obrigatoriamente vinculados a uma Instituição Financeira legalmente instituída no Brasil e serão fiscalizados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e funcionarão subordinados ao Código Previdenciário que detalhará o seu funcionamento.

O SISTEMA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

O Sistema de Assistência Social (SAS) funcionará para proporcionar àqueles que não conseguiram contribuir para os Sistemas Previdenciários uma renda mínima na velhice. O valor pago não poderá exceder 01(um) salário mínimo e só poderá ser concedido às pessoas com idade superior a 65(sessenta e cinco) anos e às totalmente inválidas ou portadoras de deficiência física ou mental que as torne incapazes para o trabalho, neste caso, a partir dos 16(dezesseis) anos de idade.

Será criado o Fundo de Assistência Social e o Conselho de Assistência Social, cuja composição e funcionamento serão detalhados no Código Previdenciário.

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Serão recolhidos ao Fundo de Assistência Social todos os recursos obtidos com Leilões de mercadorias apreendidas pela Receita Federal e Polícia Federal, os recursos arrestados pela Justiça oriundos de lavagem de dinheiro, tráfico de trocas, os recursos obtidos pelo leilão de bens de pessoas condenadas por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro e outros que venham a ser listados no Código Previdenciário.

6. O SISTEMA PENITENCIÁRIO NACIONAL

O Sistema Penitenciário Nacional (SIPEN) será constituído por Presídios Federais, Estaduais e Municipais e coordenado em nível Federal pela Secretaria Nacional de Assuntos Penitenciários do Ministério da Justiça, pelas Secretarias Estaduais de Assuntos Penitenciários e pelos Secretários Municipais de Ações Sociais, daquelas cidades que optarem por um Sistema Penitenciário Municipal próprio.

As Unidades prisionais deverão proceder ao devido processo licitatório para celebrar contrato com empresas, Instituições ou Organizações não Governamentais (ONG) para a implantação de células produtivas nas Unidades aproveitando a mão-de-obra do(a)s presidiário(a)s. Fica proibido a fabricação de armas, bebidas ou produtos que causem dependência física ou psíquica pelos detentos. O cumprimento dos contratos será acompanhado pelo Ministério Público e pelos Tribunais de Conta. No estabelecimento da pena o Juiz determinará se o detento poderá ou não trabalhar, dependendo do seu nível de periculosidade. Não poderá trabalhar o preso condenado à morte enquanto aguarda a execução da pena.

As Unidades prisionais deverão possuir salas especiais para visitas. Não será permitido o contato íntimo entre o detento e a visita e nem mesmo de seu advogado. A sala deverá possuir boxes individuais que comportem pelo menos 1%(um por cento) dos detentos. A separação entre o detento e o visitante será feita por vidro blindado. A comunicação entre o preso e a visita será feita através de interfone sendo que toda a conversa será gravada para fins de segurança e o sigilo só poderá ser quebrado com autorização judicial. Cada preso poderá receber visita uma vez por mês e a duração será de no máximo 30(trinta) minutos, devendo os visitantes, caso mais de um, alternarem-se na visita. Não haverá visita de contato e nem íntima.

Os detentos terão o comportamento classificado em E (excelente), MB (muito bom), B (bom), R(regular) e I (insuficiente) de acordo com o Regulamento Disciplinar Único que será baixado pelo Conselho Nacional de Justiça. Detentos classificados como de comportamento I (Insuficiente) não terão direito a visitas e estarão sujeitos a outras penas que o Regulamento estipular.

Não haverá redução de pena e a pena poderá ser aumentada pelo Juiz caso o preso apresente comportamento I(insuficiente) ou venha a participar de motins e/ou rebeliões.

Todas as Unidades prisionais deverão possuir sistema de bloqueio de telefonia.

7. O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

O Sistema Tributário Nacional será caracterizado pelo IUN (imposto Único Nacional) aplicado nas operações de compra e venda de produtos e serviços, na alienação de bens móveis e imóveis, nos salários, nos ganhos de capital, na locação de bens móveis e imóveis e em outras transações especificadas no CTN (Código Tributário Nacional).

A alíquota será de 10% (dez por cento) distribuída de acordo com preceito constitucional e deverá ser recolhido mensalmente até o dia 15 de cada mês subsequente. O responsável tributário deverá remeter aos governos Federal, Estadual e Municipal mensalmente e até o último dia útil do mês subsequente a GAT (Guia de Arrecadação Tributária) correspondente aos depósitos efetuados nas contas-correntes dos respectivos governos no mês anterior, relacionando o CGC ou o CPF do responsável tributário e do pagador do tributo. Os detalhes da Guia de Arrecadação serão determinados no Código Tributário Nacional. O Governo Federal poderá instituir alíquotas diferenciadas para incentivar a produção, para controlar o fluxo de exportação e importação e sobre produtos supérfluos (bebidas e tabaco, por exemplo). As alíquotas diferenciadas deverão ser

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instituídas por Lei e aprovadas pelo senado.Todas as transações financeiras realizadas no território nacional serão afetadas por uma

alíquota de 0,001%(um milésimo por cento) para possibilitar a fiscalização das transações financeiras pelos órgãos responsáveis. Este imposto será denominado Imposto sobre Movimentação Financeira (IMF) e os recursos obtidos com ele serão utilizados pelo Governo Federal para fomentar o equilíbrio financeiro dos Estados e dos Municípios.

8. O SISTEMA DE TRANSPORTES NACIONAL

O Sistema de Transportes Nacional deve estruturar-se baseado nos módulos ferroviário, marítimo, fluvial, rodoviário e aéreo, nesta ordem e prioridade. O Sistema deverá permitir a interligação entre os módulos, possibilitando o fluxo de materiais e pessoas por todo o território nacional.

O Governo Federal deverá priorizar a ampliação da malha ferroviária nacional com projetos próprios ou incentivando a iniciativa privada para a construção de ferrovias que permitam a interligação de todos os Estados, principalmente com os portos marítimos e fluviais. Um planejamento especial deve ser dado aos projetos de integração regional no cone sul (Argentina, Uruguai e Chile) e com os vizinhos andinos e amazônicos, visando atingir portos do Pacífico e do Caribe, facilitadores dos processos de exportação e importação.

Os Governos Federal, Estaduais e Municipais deverão compor Comissões de Transporte para analisar os projetos, viabilizar a concretização dos mesmos, definindo a participação nos investimentos necessários e priorizando a aprovação pelos Órgãos competentes.