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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA-LP
AS ARQUITETURAS PEDAGÓGICAS E SUA APLICAÇÃO NA
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO _titulo temporário
Adriana Demarqui Rosato
Edemilson J R Brandão (Orientador)
Passo Fundo, Junho de 2011
RESUMO
O resumo não apresenta recuos e parágrafos, portanto trata-se de um texto corrido que aborda as principais partes de um trabalho científico: introdução (objeto de estudo, problema, tema, área e sub-área), objetivos (geral e específicos), justificativas, metodologia, resultados esperados ou finais e conclusões. Este resumo deve conter de 200 a 400 palavras de forma a indicar as idéias principais apresentadas no texto. O resumo não deve ser confundido com uma introdução do trabalho e muito menos conter abreviações, referências bibliográficas, figuras, etc. Na elaboração deste resumo, como também em todo o trabalho, deve ser utilizada a forma impessoal como, por exemplo, “... Os resultados experimentais mostraram que...” ao invés de “...os resultados que nós obtivemos mostraram que...”. Deve indicar os principais pontos do trabalho: objeto de estudo, problema, tema, objetivos, metodologia, resultados esperados ou obtidos, o valor científico do trabalho e sua originalidade. Deve ser seguido das palavras-chave, isto é, das palavras que mais representam o conteúdo do trabalho.
Palavras-chave: Arquiteturas Pedagógicas- Inclusão digital -Informática Educativa.
, que se insere na linha de pesquisa em Gestão Escolar da Faculdade de
Educação da Universidade de Passo Fundo
1. Introdução
Partindo do pressuposto de que a tecnologia se faz presente na sociedade atual, e
que mesmo implícita, se reflete na vida cotidiana de cada individuo, que vivencia esse
processo de transformação, torna-se indispensável pensar em alternativas que visem à
apropriação dos recursos tecnológicos como elemento potencializador do processo
educativo a luz de novas tendências metodológicas derivada da presença maciça de
computadores em ambiente escolar.
Os desafios que se apresentam na sociedade atual, em decorrência da agilidade
com que a tecnologia transforma o cotidiano de diferentes espaços sociais - incluindo a
escola, o ser humano passa a viver uma situação de expectativa com tais ferramentas
que a tecnologia apresenta a cada dia, e que facilita a vida como um todo. Observa-se
então que a chamada “geração da informação”, com o advento da rede mundial,
reestruturou as necessidades pessoais e estabeleceu pré requisitos para a convivência
social impondo adaptações às novas demandas da sociedade, bem como acompanhar as
transformações tecnológicas presentes no dia-a-dia. Frente a este contexto destacam-se
indivíduos que conseguem perceber a importância de assumir uma posição estratégica
(ou protagonismo) que vem desafiando a atual configuração da escola frente o uso das
tecnologias, transparecendo mudanças que atingem também a escola. Esses fatores
acarretam em uma série de manifestações antagônicas que colocam de um lado grupos
apaixonados pela tecnologia e de outro lado grupos com medos, anseios, dúvidas,
expectativas e frustrações em relação à apropriação de tecnologias em suas práticas
didático-pedagógicas. Tais sentimentos ocorrem pelo fato de que os alunos, na sua
maioria, demonstram maior domínio tecnológico, colocando em conflito a ideia de que
o professor é o detentor do saber, subvertendo a lógica hierárquica baseada na detenção
do saber da relação professor x aluno.
Neste panorama tecnológico destaca-se a necessidade de mudança do significado
da ação da escola, de suas práticas metodológicas, como parte fundamental do processo
de construção da formação de sujeitos atuantes na sociedade, o que implica em um
repensar o papel do professor e do aluno. Porém, vale destacar que esta mudança não
está ocorrendo com a mesma velocidade com que as novas tecnologias estão
transformando a aprendizagem, visto que a escola ainda está ligada a uma pedagogia
tradicional “espelhada” na transmissão de conteúdos, e que não reconhece as novas
exigências que a atual configuração social nos coloca. O modelo tradicional presente
nas salas de aula parece não atender às novas exigências da sociedade, às expectativas
do aluno e às novas competências do professor, principalmente imposta pela presença
de computadores nas escolas. Assim, urge necessário repensar práticas, conceitos e
metodologias que venham fazer diferença no processo ensino-aprendizagem em um
cenário tecnológico.
Em face desta realidade em constante transformação, alguns sujeitos não tem
acesso a tecnologia e seus benefícios, como também há casos de possuírem acesso não
sabendo fazer uso do potencial tecnológico sentindo-se embaraçado frente situações de
convívio com a “máquina”, algo, ainda, comum na atual configuração social. Neste
sentido, a Universidade de Passo Fundo através do ICEG (Instituto de Ciências Exatas e
Geociências) desenvolve desde 2004 o Projeto Mutirão pela Inclusão Digital, o qual
consiste na implementação de ações de Inclusão Digital com vistas à apropriação das
tecnologias de rede por parte dos envolvidos (crianças, adolescentes e idosos, estudantes
de escolas públicas municipais e participantes de projetos sociais), em uma perspectiva
de ambiente comunicacional e de exercício da cidadania. Paralelo ao Projeto, também se
desenvolve o Grupo de Pesquisa em Inclusão Digital que realiza estudos e reflexões
acerca da necessária ampliação teórico-conceitual do termo “Inclusão Digital” na
sociedade contemporânea, dos diferentes fenômenos sócio-educacionais da cibercultura
e das metodologias e tecnologias emergentes na área.
Partindo de estudos realizados no Grupo de Pesquisa e de demandas do próprio
Projeto, surgiu a necessidade de criar uma metodologia para as oficinas de informática e
cidadania, a fim de potencializar a dinâmica oferecida aos usuários e facilitar o trabalho
no decorrer do Projeto.
Para a criação de uma metodologia coerente coma proposta do Projeto, foram
realizadas discussões mais aprofundadas de conceitos e teorias que poderiam vir a
potencializar o trabalho pedagógico, dentre os aspectos teóricos utilizados destaca-se o
conceito de “Arquiteturas Pedagógicas (AP)”. Segundo Carvalho, Nevado e Menezes:
“arquiteturas pedagógicas podem ser compreendidas como “estruturas de aprendizagem
realizadas a partir da confluência de diferentes componentes: abordagem pedagógica,
software, Internet, inteligência artificial, educação a distância, concepção de tempo e
espaço” (2007, p.39). Uma vez adotada como um caminho metodológico o conceito de
Arquiteturas Pedagógicas, passa a constituir o foco de interesse deste trabalho, cujo
objetivo é analisar a metodologia criada para as oficinas de Informática e Cidadania, do
Projeto Mutirão pela Inclusão Digital da Universidade de Passo Fundo, na perspectiva
do conceito de Arquiteturas Pedagógicas, apontando práticas que contemplem os
elementos apontados pelos autores.
2.Inclusão Digital: novos desafios para a informática educativa1
Recentemente as discussões ligadas a tecnologia vem atingindo de forma
evidente diferentes realidades, rotinas e pessoas. Alguns pensadores consideram que
estamos vivendo na “era da informação” já que ela assumiu a condição de elemento
essencial do nosso cotidiano econômico, social, cultural e educacional. No entanto, nem
todos possuem acesso ou fazem uso das tecnologias, deixando grande parcela da
sociedade desfavorecida dessa condição - são os chamados “excluidos digitais” Colocar
nota de rodapé como atesta a figura 1.
1 Citação do Adriano
Figura1. Mapa de exclusão digital no Brasil.
Fonte: http://tucanodaserra.files.wordpress.com/2010/03/mapa-da-exclusao-digital.jpg
Em pesquisa feita pelo IBGE, revela que 104,7 milhões de brasileiros (65,2% da
população acima de dez anos) não têm internet. O acesso à rede, porém, registrou alta
de 75% e passou de 32 milhões para 56 milhões de pessoas no país no período entre
2005 e 2008 (pesquisa ouviu 391 mil pessoas acima de dez anos). Isso significa que
grande parcela da população não possui internet a domicilio, porém procuram acesso
em outros locais, a exemplo, lan house, telecentros, quiosques, etc...
Incluir digitalmente não significa apenas propiciar contato com as tecnologias,
mas sim fazer com que o conhecimento construído torne-se útil para sua vida cotidiana,
atendendo suas demandas sociais, de maneira interativa em uma perspectiva crítica
tendo como objetivo o exercício de cidadania. Para Teixeira e Campos “incluir
digitalmente é um processo, sobretudo, de autoria e colaboração, de emissão de
significados e sentidos, fazendo da rede um ambiente natural de comunicação, de troca
de informações e de construção do conhecimento.” (2005, p.23)
O tema “Inclusão digital” tem sido repercutido no Brasil, principalmente, pelas
dificuldades encontradas para a implantação de ações que amenizem o panorama atual.
No entanto, o governo investe constantemente em programas que visam a “Inclusão
Digital”, como o Proinfo, FUST, Computador para todos, Telecentros, Centros de
Inclusão Digital, Programa Estação Digital, entre outros. inserir como nota de rodapé
NÃO ENCONTREI NADA NA DISSERTAÇÃO [para ter acesso a todos os programas
do governo federal consulta o site www.inclusaodigital.gov.br]. Alguns desses
programas “atingem” o contexto escolar, afinal a escola não pode ignorar o importante
papel das tecnologias como recurso pedagógico.
O projeto Um Computador Por Aluno (UCA), do governo federal e parceria com
os estados e municípios tem a finalidade de promover a inclusão digital por meio da
distribuição de 1 ( computador portátil (laptop) para cada estudante e professor de
educação básica em escolas públicas. Durante o ano de 2007 foram selecionadas 5
escolas, como experimentos iniciais, em São Paulo, Porto Alegre, Palmas, Piraí e
Brasília. Para o ano de 2008 está prevista a compra de 150 mil laptops para projeto
piloto em 300 escolas públicas em todos estados-membros. Cada escola terá um número
médio de 500 alunos e professores beneficiados. Além dos computadores portáteis serão
adquiridas umas séries de outros equipamentos que permitam o acesso à internet. A
distribuição será da seguinte forma: 5 escolas estaduais por estado, indicação do
Conselho Nacional de Secretários de Educação Estaduais – CONSED, e 2 a 5 escolas
municipais, de acordo com o número de alunos, indicadas pela União Nacional de
Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME. O projeto será replicado, também, para
efeito de avaliação, em 5 cidades cujo número máximo da população educacional
pública, professores e alunos, não passe de 3 mil (INCLUSÃODIGITAL, 2011). No Rio
Grande o Sul, até o momento, o projeto está em andamento em 14 (quatorze)
instituições de ensino.Figura 2. Municípios que já fazem parte do Programa UCA.
Fonte: http://uca-rs.blogspot.com/p/escolas-uca.html
Cabe destacar que o projeto UCA prevê sua instalação em escolas urbanas,
porém tem-se maior número de excluídos digitais nas áreas rurais, onde estão cerca de
15% da população e a exclusão digital chega a 82%. Ainda, no contexto escolar
ressalta-se que a maioria das escolas localizadas em áreas urbanas possuem laboratório
de informática ou tem sua instalação em andamento.
Projetos como este se multiplicam por todo o Brasil ampliando as possibilidades
de inclusão digital de alunos e professores tanto da rede pública e privada, nas mais
diferentes modalidade e níveis de ensino.
Todavia, além da aquisição de equipamentos e garantias de suporte técnico,
torna-se indispensável destacar a importância de haver metodologias que venham ao
encontro das premissas de inclusão digital. Logo, de que adianta os computadores na
escola e não saber como utilizá-los?
A inclusão digital provém de ações organizadas que buscam a dinamização do
processo ensino-aprendizagem. Neste sentido, o Projeto MUTIRÃO PELA INCLUSÃO
DIGITAL (http://www.mutirao.upf.br), vinculado ao curso de Ciência da Computação
da Universidade de Passo Fundo, ao tempo em que se articula com ensino, pesquisa e
com outros projetos de extensão do curso, propõe processos de formação que buscam
propiciar a grupos em situação de vulnerabilidade e risco social, assumir papel ativo na
sociedade em rede, através de oficinas de informática e cidadania, realizadas nas
dependências da Universidade de Passo Fundo, junto ao Laboratório Central de
Informática – prédio B5, ocorrendo predominantemente nas quintas e sextas-feiras pela
parte da manhã, objetivando implementar ações de Inclusão Digital com vista à
apropriação das tecnologias de rede por parte dos grupos de usuários da política de
assistência social em uma perspectiva de ambiente comunicacional e de exercício da
cidadania. O conteúdo das oficinas de informática e cidadania é definido e organizado
junto aos grupos atendidos no sentido de considerar suas especificidades, buscando o
fortalecimento cultural do grupo e dos indivíduos, sempre em uma perspectiva de
romper com posturas de reprodução e passividade. O Projeto é coordenado pelo prof.
Dr. Adriano Canabarro Teixeira, o grupo é formado por uma equipe interdisciplinar dos
cursos de: pedagogia, ciência da computação, jornalismo, Análise Desenvolvimento
Software e serviço social, aspecto que potencializa e dinamiza as oficinas, atendendo
demandas de diferentes áreas e estimulando a troca e construção do conhecimento entre
os membros do grupo. Participam do projeto sujeitos de diferentes idades que provém
escolas da rede pública municipal e projetos sociais. Destaca-se que o Mutirão pela
Inclusão Digital tem ação conjunta com o Grupo de Estudos e Pesquisa em Inclusão
Digital que desenvolve estudos a cerca das premissas de Inclusão Digital. O quadro
abaixo indica o levantamento de dados, que possibilitam perceber a evolução das ações
desenvolvidas pelo Mutirão pela Inclusão Digital:
Tabela1: Indicadores do crescimento e desenvolvimento do Projeto
INDICADORES 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
1 No de oficinas 02 06 09 10 04 07 08 46
2 Participantes das oficinas 40 211 200 174 128 111 332 1196
3 Parcerias com instituições 02 02 04 02 02 02 09 23
4 Quantitativo de grupos de usuários envolvidos
02 02 04 05 03 02 03 21
5 N° de atividades de divulgação 02 02 03 03 03 01 05 19
6 Ações para captação de recursos -- -- -- 01 01 01 2 5
7 Quantitativo de parcerias nos eventos
-- 01 02 02 02 02 03 12
8 Eventos realizados 01 02 04 03 03 03 4 20
9 Nº de artigos enviados para publicação
00 00 00 00 00 00 5 5
10
N° de artigos publicados 03 12 13 15 15 06 03 67
11
Quantitativo de autores envolvidos com a publicação
03 21 29 24 37 13 6 133
12
Lançamentos – livro do Mutirão -- -- -- -- -- 01 00 1
13
N° estagiários obrigatórios -- -- -- -- -- 04 01 5
14
N° estagiários não obrigatórios -- -- -- 64 23 11 25 123
15
Produção de trabalhos de conclusão de curso
-- -- 01 03 01 3 09 17
16
Projetos de pesquisa -- -- 01 02 01 02 06 12
17
Dissertações produzidas – – 2 0 1 0 02 5
18
Dissertações em produção -- -- 0 0 0 6 06 12
Fonte: Mutirão, 2010
Torna-se importante salientar que desde 2010 o Projeto vem desenvolvendo
estudos a cerca da criação de uma metodologia para as oficinas de informática e
cidadania, com o intuito de alcançar maiores resultados em termos de protagonismo
por parte dos participante (professores e alunos). Deste modo evidencia-se a
importância de não somente possibilitar o contato com a “máquina”, mas também,
apropriar-se de metodologias de ensino-aprendizagem que estimulem ou propiciem o
desenvolvimento de algumas potencialidades e habilidades como: a autoria, a
autonomia, a construção, a busca, a comunicação e a potencialização de indivíduos
capazes de transformar informações em conhecimento.
2. Arquiteturas Pedagógicas
No ano de 2005, com a expansão de iniciativas de inclusão e apropriação
tecnológica em educação, surge um novo conceito criado a partir do contexto da
educação a distância: as “Arquiteturas Pedagógicas”, sendo proposta, primeiramente,
por Carvalho, Nevado e Menezes (2005). O conceito, a compreensão e a utilização na
área educacional, das “arquiteturas pedagógicas” (AP) tem gerado múltiplas
interpretações, sendo que estas estão diretamente relacionadas com uma linha
epistemológica que dá embasamento à proposta pedagógica.
Partindo da concepção elaborada por Carvalho, Nevado e Menezes (2007, p.39),
Arquiteturas Pedagógicas podem ser compreendidas como “estruturas de aprendizagem
realizadas a partir da confluência de diferentes componentes: abordagem pedagógica,
software, Internet, inteligência artificial, educação a distância, concepção de tempo e
espaço”. Ou seja, são combinados os recursos tecnológicos com a visão pedagógica,
sendo esta conjunção o elemento que fundamenta a Arquiteturas Pedagógicas (AP).
Também, as AP podem ser entendidas como a construção ou elaboração de estratégias
pedagógicas que levam em consideração determinadas teorias com intuito de auxiliar a
aprendizagem e mediar a construção do conhecimento utilizando como suporte os
recursos tecnológicos e o apoio de ambientes virtuais (blogs, etc...), tendo por base
práticas pedagógicas abertas e maleáveis. Ainda, segundo os autores (2007) “As
arquiteturas pressupõem aprendizagens protagonista. Com orientação do professor,
requerem-se do estudante ação e reflexão sobre experiências que contemplam na sua
organização pesquisa, registro e sistematização do pensamento”.
As AP utilizam o conceito de estratégias pedagógicas a partir das contribuições
dos pensadores Paulo Freire - Pedagogia da Autonomia e Jean Piaget- Construtivismo,
[nota a referencia completa dos livros] pois ambos defendem a ideia de uma pedagogia
da incerteza, lembrando que toda a prática pedagógica somente é validada a partir do
momento que se tem um suporte teórico.
“Partimos do pressuposto que o conhecimento não está assentado nas
certezas, como propõe a ciência mecanicista, mas sim nasce do movimento,
da dúvida, da incerteza, da necessidade da busca de novas alternativas, do
debate, da troca. A ‘aprendizagem em rede’, não poderá prescindir de ações
que possam traduzir as ideias (teorias) em práticas.”(CARVALHO,
NEVADO E MENEZES, 2007, p.38).
Tomando por base a Pedagogia da Incerteza, apresentada em seu livro...., Carvalho,
destaca que a Pedagogia da Incerteza pressupõe:
Educar para a busca de soluções de problemas reais: Torna-se necessário
repensar práticas docentes, através da utilização da tecnologia, proporcionando a
seus discentes a busca de soluções de problemas significativos em suas vidas,
aproximando-os da realidade.
Educar para transformar informações em conhecimento: A disponibilidade de
um ambiente rico em informações não é suficiente. Deve-se propiciar um
ambiente que possibilite a busca, investigação e construção do conhecimento.
Educar para autoria, a expressão, a interlocução: estas atividades permitem ao
sujeito o exercício de autoria e construção, algo fundamental nos “ambiente de
aprendizagem”.
Educar para a investigação, para a criação de novidades: a investigação
permite ao sujeito a experimentação na busca de soluções de questões
pertinentes ao sujeito, considerando o processo que ocorre internamente no
sujeito ( interação ambiente, outros sujeitos, etc...)
Educar para autonomia e a cooperação: permite aos sujeito a exposição de
ideias, ignorando a cópia, porém respeitando as normas de convívio social e
cooperação.
Nas AP perde-se o controle de tempo e espaço para aprendizagem, estes fatores
se adaptam de acordo com o ritmo de cada sujeito, em uma perspectiva de
desterritorialização do conhecimento, tendo sua busca em diferentes fontes virtuais.
Estas, requerem “pensamento em rede”2 e significado ao “hipertexto”3.
As AP possuem funcionamento diferenciado, em relação a dinâmica de sala da
aula. “As arquiteturas funcionam metaforicamente como mapas ao mostrar
diferentes direções para se realizar algo, entretanto cabe ao sujeito escolher e
determinar o lugar para ir e quais caminhos percorrer. Pode-se percorrê-los
individualmente ou coletivamente, ambas as formas são necessárias.”
(CARVALHO, NEVADO e MENEZES, 2007, p.40).
Neste sentido o papel do professor é indispensável, criando e reinventado novas
Arquiteturas Pedagógicas, intervindo e orientando seus discentes quando necessário,
2 Capacidade de construção individual e coletiva3 Hipertexto: remete a um texto em formato digital, ao qual se agregam outros conjuntos
de informação na forma de blocos de textos, palavras, imagens ou sons, cujo acesso se dá através de referências específicas denominadas hiperlinks, ou simplesmente links. WIKIPÉDIA, 2011
objetivando a visão de autonomia dos sujeitos. Também, o professor terá discentes em
diferentes níveis de desnvolvimento, principalmente pelo fato de não ter controle sob o
“caminho” que seu orientandos seguirão. Em toda a prática das arquiteturas é
indispensável o registro de dúvidas, de incertezas, de avanços, de descoberta e da
construção do conhecimento.
O Artigo “Arquiteturas Pedagógicas para educação a distâncias: Concepções e
Suporte Telemático” de Carvalho, Nevado e Menezes (2007) nos trás alguns exemplos
de arquiteturas, sendo elas: - Arquiteturas de projetos de aprendizagem; nesta
arquitetura a problematização é formulada a partir das “Certezas Provisória” e das
“Dúvidas Temporárias”. Segundo os autores “As certezas para as quais não se conheça
os fundamentos que a sustentem são denominadas de provisórias. As dúvidas são
sempre temporárias. O processo de investigação, consiste no esclarecimento das
dúvidas e na validação das certezas.”( CARVALHO, NEVADO e MENEZES, 2007, p.41). A
proposta tem semelhança com os “Projeto de Aprendizagem” pois partem de um “tema
problema”, que tenha significado e interesse dos sujeitos participantes do processo.
Partindo do conhecimento prévio dos particpantes e de seu contexto. Suporte
telemático: torna-se fundamental a criação de um suporte onde os sujeitos
individualmente ou em grupo irão publicar conhecimento construido, tendo em vista as
dúvidas e incertezas, porém não somente os participantes poderão publicar, mas deverão
disponibilizar ferramentas de interação ampliando a rede de colaboração, exemplo, site.
Arquitetura de Estudo de Caso ou resolução de Problema; propõem a solução de
um caso ou problema inspirado de casos individuais ou de grupos, criando
possibilidades de comparação com o atual. Segundo os autores “Ter um repertório de
casos ou de boas histórias é condição para selecionar o que necessário (casos
anteriores, exemplos de algo realizado por outros) para mobilizar outros sujeitos a
trabalhar com algum problema. O objetivo é envolver o estudante e criar expectativas
quanto à realização de algo e à solução de um problema.” (CARVALHO, NEVADO e
MENEZES, 2007, pg. 42). Ainda os mesmos apresentam que o caso deve resolver
algumas questões: “três questões devem ser satisfeitas, pelo professor, ao apresentar o
desafio de estudo de caso ou de resolução de problema: (1) O que o estudante deve
saber para resolver este problema? (2) Ele pode realizar por si ou realizará tão somente
com a ajuda de um especialista? (3) O que o estudante deve considerar? Suporte
telemático: esta arquitetura apoia-se em: um ambiente de autoria de casos, um
ambiente de resolução de casos e um ambiente para apoio à recuperação de casos-
ambos utilizam-se de software. (incluir nota de rodapé indicando pg)
Arquitetura de Aprendizagem Incidente: tornar algo desinteressante, ou seja que se
necessita saber mas que não é de interesse do grupo ou do individuo, em questões
instigantes. Isso seria possível criando uma situação de jogo onde se tem desafios, em
que os participantes experimentem e avancem tendo como intenção a realização de um
objetivo maior (pedagógico). Segundo os autores: “A chave do aprendizado incidente é
descobrir atividades que sejam intrinsecamente divertidas de se realizar com o
computador e com a rede/internet. A parte mais importante está subsumida no objetivo
maior, como nessas tarefas baseadas em conteúdos para as quais é preciso dispor de
informação maior a fim de cumprir um objetivo. (CARVALHO, NEVADO e MENEZES,
2007, pg.46)
Arquitetura de Ação Simulada: O pressuposto desta arquitetura assenta-se na idéia de
que o melhor meio de aprender a realizar atividades é fazê-las ou “aprender a fazer
fazendo” (CARVALHO, NEVADO e MENEZES, 2007, pg. 48). Esta arquitetura requer a
reprodução de situações reais, onde o professor dará o norte e o aluno escolhe o
caminho a seguir, priorizando a realização de atividades desenvolvendo-se por si
próprios a autonomia, o protagonismo e a autoria.
Estes são alguns exemplos de Arquiteturas Pedagógicas, todas contêm como
produto o suporte telemático ou também uma forma de publicação, onde os indivíduos
farão o registro de seus progresso e de seu conhecimento gerado, valorizando suas
produções e motivando-os a novas aprendizagens. O professor acompanha o
desenvolvimento, fazendo feedback, intervindo sempre quando necessário, mediando
construções e proporcionando possibilidades de escolha a seus alunos.